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SEEU - Processo: 9000086-96.2019.8.15.

0181 - Assinado digitalmente por JONAS BEZERRA DO NASCIMENTO


[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


PODER JUDICIÁRIO

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJ5B4 QW8F2 QGK7Q VYVD3


Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
MALOTE DIGITAL

Tipo de documento: Informações Processuais


Código de rastreabilidade: 81520192488884
Nome original: OFICIO 314 2019 GUIAS DE RECOLHIMENTO PROVISPRIAS RENE PADILHA E PEDRO
VITAL PARTE II.pdf
Data: 11/06/2019 08:46:33
Remetente:
Vilânia Mendes Pedrosa
3ª Vara de Mamanguape
TJPB
Prioridade: Normal.
Motivo de envio: Para conhecimento.
Assunto: OFICIO 314 2019 GUIAS DE RECOLHIMENTO PROVISPRIAS RENE PADILHA E PEDRO VITAL PAR
TE II
SEEU - Processo: 9000086-96.2019.8.15.0181 - Assinado digitalmente por JONAS BEZERRA DO NASCIMENTO
[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

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Tal individuo é considerado um dos soldados do tráfico da


quadrilha, sendo a pessoa responsável pela realização de assaltos juntamente com o
denunciado "FOGUINHO", a fim de levantar dinheiro para aquisição de drogas com
objetivo de realização do tráfico.

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Durante as "diligências encetadas pelos investigadores que
presidiram esie inquéuio Foiicial que cuiminuu com a'operaçao Shaion, foi noticiado que
no dia 03/05/2016 o denunciado "POM" perpetrou um roubo contra um familiar de um
foragido da cadeia pública de Solânea/PB, Sr. IRENILDO CASSIANO GOMES FILHO,
conhecido por "NENO", ocasião em que foram subtraídos valores em dinheiro,
eletrodomésticos e uma pistola pertencente ao' citado "NENO". Corno forma de opor
represália, na mesma noite "NENO" se dirigiu até a cidade de Marcação/PB onde
atentou contra a vida de "POM", efetuando vários disparos de arma de fogo, tendo em
seguida se dirigido até a residência de faMiliares do representado "POM" onde foram os
mesmos foram agredidos e tiveram seus objetos danificados.

Em Mais uma conversa' interceptada 'entre "FOGUINHO" e ."NILDO


DA BAIA", no dia 14/01/2016, FOGUINHO" trata sobre uma confabulação de assalto a
agência dos correios de Marcação que não foi bem sucedida graças à presença da
polícia militar, citando "POM" ao dizer para' "NILDO DA BAIA" que deixou o mesmo de
volta na cdada da L3a;a da Traça c'iç,,plÁá.da,e,,k,e:e. cá isivestid,
(RELINTE 2016, fls. 17)

O denunciado POM foi citado mais uma vez nesta operação entre
uma conversação telefônica gravada no dia 22/01/2016 em mais uma conversa entre
"FOGUINHO" e "NILDO DA BAIA", na oportunidade "NILDO DA BAIA" pergunta se
"POM" foi o motoqueiro em um assalto que "FOGUINHO" havia praticado, tendo
"FOGUINHO" respondido que "POM" ficou "nos adiante" (segurar o tráfico).

Por fim, o representado foi citado em um audio gravado no dia


24/01/2016 entre "ÉRIKA" e a ex companheira do investigado "PEDRINHO", a nacional
conhecida por "INDIANARA", na oportunidade "POM" foi apontado como coautor do
roubo de uma motocicleta ocorrido na cidade de Mataraca/PB que ensejou a autuação
em flagrante do investigado "FOGUINHO" no dia 23/01/2016, tendo "POM" dons indo
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Ia
se evadir da ação policial e "FOGUINHO" assumido sozinho o crime. (RELINTE 06/2016Y
fls. 15).

-JOSENILDO AUGUSTO DA SILVA DO NASCIMENTO.

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conhecido por NILDO DA BAIA. JAILSON ASSIA BRAZ, SEVERINO RAMO DA
CONCEICÃO, conhecido por Ramos, GENILSON SOARES DA SILVA FILHO.
conhecido por PANAM e JOSENILDO AUGUSTO, conhecido por NILDO DE
CAMARATUBA

Esses denunciados são aviões cio tranco de drogas na região da


Baía da Traição sob o comando de PEDRINHO.

O denunciado JOSENILDO AUGUSTO DA SILVA DO


NASCIMENTO se encontra recolhido na cadeia pública de Rio Tinto, flagrado nas
interceptações articulando crimes contra o patrimônio e tráfico de drogas para o interior
da unidade prisional.

Em uma conversa telefônica monitorada no dia 081101/2016 entre o


"FOGUINHO" e o denunciado "NILDO", este recebe orientações sobre drogas que
estavam ocultas na cadeia pública, tendo "FOGUINHO" solicitado que dos dez "dólar" de
maconha, dois embrulhos fossem• entregues ao apenado conhecido por "ZÉ".
Prosseguindo no dialogo, NILDO DA BAÍA solicita que "FOGUINHO" traga cocaína para
cadeia pública de Rio Tinto quando este for se recolher no semi aberto. (RELINTE
23/2016, 110. 14).

O denunciado JAILSON tem a função de auxiliar o outro


denunciado "MAGUILA", sendo flagrado nesta operação recebendo orientações para o
transporte de drogas dentro da comunidade da Vila são
- Miguel, zona rural da baía da
traição. (RELINTE 19/2016, fls. 21).

Infere-se dos ; autos que RAMOS é integrante da associação


criminosa que fomenta o tráfico de drogas na Vila São Miguel, zona rural da Baía da
Traição/PB, fazendo as vezes de revendedor, de drogas naquela localidade.
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O denunciado RAMOS foi preso em flagrante no dia 19/02/2016


durante uma operação integrada entre a polícia civil e militar para dar cumprimento de
mandados de busca e apreensão expedidos pelo juizo da comarca de Rio Tinto/PB,
sendo encontrado em sua residência diversos papelotes de maconha que caracterizaram

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a prática de tráfico de drogas.

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Nos monitoramentos, RAMOS foi citado como avião do tráfico
durante uma conversa telefônica entre "NILDO" e "FOGUINHO", gravada no dia
22/01/2016, quando "NILDO" pergunta se "RAMOS" vai vir se recolher no semi-aberto,
tendo "FOGUINHO" dito que o mesmo precisa "meter a mola" dele ( vender drogas).
Prosseguido na conversa "NILDO" reclama que "RAMOS" é bandido e não quer "meter
mola", respondendo "FOGUINHO" que "RAMOS" queria ficar com a "BOCUDA"
( espingarda) dele. (RELINTE 06/2016, fls. 14).

Novamente ele é citado, dessa vez como olheiro da quadrilha, em


uma conversa interceptada no dia 30/01/2016 entre "RENÊ" e "PEDRINHO", na
oportunidade "RENÊ" informa a "PEDRINHO" que "RAMOS" teria lhe procurado para
avisar que um integrante de uma associação rival, o nacional conhecido por "JACKSON"
teria sido avistpdo na comunidade da Vila São Miguel, dando a entender que
promoveriam um ataque contra integrantes da associação criminosa (RELINTE 19/2016,
fls20).

O denunciado PANAM foi flagrado em conversa com


"VAQUEIRINHO", gravada no dia 01/02/2016, negociando débitos decorrentes do tráfico
e aquisição de mais entorpecentes (RELINTE 19/2016, fls. 14);

\ O denunciado JOSENILDO AUGUSTO, conhecido por "NILDO DE


CAMARATUBA", integrou o grupo criminoso denominado "BONDE DA BT" no inicio da
dos monitoramentos telefônicos, sendo identificado como um dos indivíduos 'que
auxiliavam o investigado "PEDRINHO" no fomento do tráfico de drogas na Vila são
Miguel. Posteriormente, o mesmo se estabeleceu no distrito de Barra de Camaratuba,
zona litorânea da cidade de Mataraca em que segundo os áudios interceptados, estaria
traficando drogas em coautoria com indivíduos envolvidos com a criminalidade oriundos
do estado do Rio Grande do Norte.
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I$
25 ii

Em áudio gravado no dia 03/02/2016 entre "MAGUILA"


"PEDRINHO", "MAGUILA" pergunta se havia chegado as drogas que ele aguardava para
-distribuir para seus aviões, tendo "PEDRINHO" afirmado que sim e que iria mandar
desenterrar os entorpecentes e pedir ao representado "NILDO" deixar o material ilícito na

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casa da companheira de "ASSOVIO"( provável avião do tráfico que presta serviço ao
investigado "MAGUILA"). (RELINTE 23, fls. 31).

Em conversação telefônica monitorada no dia 14/03/2016


envolvendo "PEDRINHO" e "BIBIA" ("JÚNIOR"), "PEDRINHO" informa que "NILDO" está
traficando drogas em parceria com traficantes do Rio Grande do Norte e que eles
estavam lucrando muito com o território. Prosseguindo no dialogo, "PEDRINHO" e
"BIBIA" planejam a tomada dos pontos de vendas de drogas através de urna emboscada
aos traficantes que dominam à área (RELINTE 37/2016, fls. 08).

Destarte, com as referidas características de estabilidade e


permanência, decorrente da finalidade específica de cometer crimes de tráfico de
entorpecentes (societas delinquentium), a organização "profissionalizou" o tráfico ilícito

na cidade de Baía da Traição e adjacências, sendo que os entorpecentes eram


adquiridos em conjunto e posteriormente distribuídos entre os grupos que se formavam
ou aos membros, os quais eram vendidos nas cidades.

Em razão .do esforço empreendido por todos, eles conseguiam


evitar a ação estatal, tanto que em diversas conversas interceptadas do grupo, restou
apurado que determinados membros tinham por função vigiar as imediações onde o
tráfico era realizado, evitando, assim, ações das polícias civil e militar. Ademais,
guardavam e tinham em depósito as drogas em vários pontos, principalmente em poder
de adolescentes, buscando o benefício da imputabilidade penal destes agentes, bem
como para evitar que, caso parte dela fosse apmendida, o prejuízo da organização fosse
significativo.

Assim, estando sobejamente provadas as autorias e as


materialidades dos delitos em tela, encontram-se os denunciados epigrafados, por suas
condutas dolosas, incursos nas seguintes sanções: GILMAR SOARES DA SILVA,
conhecido por "BEBÃO", ERIKA DOS SANTOS OLIVEIRA, FRAN ALDO
BARBOSA DE OLIVEIRA, conhecido por VAQUEIRINHO, ADAILTON F N ISCO
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DA SILVA, conhecido por MAGUILA, PEDRO VITAL NEVES DE SOUZA, conhecido


por PEDRINHO, TOBIAS SILVA DE ARAÚJO, Conhecido por BIBIA ou JUNIOR,
RENÊ PAFLriA PLÁCii50 TAVARES [u siLvA, connecedo por RtrkiÊuvENAL
BARBOSA DE LIMA, conhecida por CAPUZ, RAMONILSON CASSIMIRO DA

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CONCEIÇÃO, conhecido por FOGUINHO, JOSÉ NILTON FELIX FRANCISCO,

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conhecido por POM, JOSENILDO AUGUSTO DA SILVA DO NASCIMENTO,
conhecido por NILDO DA BAÍA, JAILSON ASSIS BRAZ, conhecido por JAILSON ou
FIO, SEVERINO. DO RAMO DA CONCEIÇÃO, conhecido por RAMOS,GENILSON
SOARES DA SILVA FILHO, conhecido por PANAM e JOSENILDO AUGUSTO,
conhecido por NiLpo DE CAMARATUBA, incurso nas sanções dos artigos 33 e 35,
ambos da Lei 1-1343/06, requerendo o Ministério Público do Estado da Paraíba, após o
recebimento da denúncia, que seja respeitado o rito especial do artigo 55 da lei
11343/2006, com a notificação dos denunciados para oferecerem defesa prévia, no
prazo de dez dias, sendo utilizado, no que couber, os dispositivos do CPP, como
determina o §2 do artigo 394 do CPP, bem como verificando-se as modificações do § 40
do artigo 394 do CPP, introduzidas pela Lei 11719/08.

Mamanguape, 07jJ março de 2017.

CARMEM ELEONO DA SILVA PERAZZO


PromotorkIe Justiça

REQUERIMENTOS ESPECIAIS

1- MANTENÇA DAS PRISÕES PREVENTIVAS DOS


DENUNCIADOS, vez que, no que pertine aos requisitos da prisão preventiva,
entende o Ministério Público Estadual que a decisão pela qual se decretou e
manteve a custódia cautelar encontra-se devidamente fundamentada, havendo o
devido respeito aos requisitos previstos no artigo 312 do CPP. No que se refere ao
fumus ccxmissi ricgctl, Gzsto ;;:lzo aperitzu Lid

autoria e materialidade delitivas, com alicerce nas provas colhidas legalmente nas
interceptações telefônicas autorizadas judicialmente. Com relação ao pericu um
libertatis, constata-se que a decisão retrata a necessidade da constriçãoj ara a
garantia da ordem pública, bem demonstrada através dos antecedent os
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t. 27

denunciados e das circunstâncias do crime (associação para a realização de


tráfico de drogas e outros crimes). É o que requer.

Mamanguape,fl março de 2017.

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Promtóra de Justiça

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA


30 VARA DA COMARCA DE MAMANGUAPE

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Ação Penal n° 0000371-63.2017.815.0231
Autor: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL
Réus:
ÉRIKA DOS SANTOS OLIVEIRA
PEDRO VIDAL NEVES DE SOUZA
TOBIAS SILVA DE ARAÚJO
RENÊ PADILHA PLÁCIDO TAVARES DA SILVA
JUVENAL BARBOSA DE LIMA
JOSENILDO AUGUSTO DA SILVA DO NASCIMENTO (NILDO DA BAIA)
JAELSON ASSIS BRAZ
SEVERINO DO RAMO DA CONCEIÇÃO
GENILSON SOARES DA SILVA FILHO
JOSENILDO AUGUSTO (NILDO DE CAMARATUBA)

SENTENÇA

PENAL E PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO DE DROGAS E


ASSOCIAÇÃO. REGULARIDADE DA INTERC:EPTAÇÃO
TELEFÔNICA. LITISPENDÊNCIA. JUIZO PREVENTO E COM
MELHOR POSSIBILIDADE DE INSTRUÇÃO. REJEIÇÃO.
MATERIALIDADE E AUTORIA CONFIRMADAS PARA
ASSOCIAÇÃO. ENTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. DEPOIMENTOS
DO INQUÉRITO. CONFISSÃO, CONJUNTO PROBATÓRIO
HARMÔNICO. CONDENAÇÃO. TRÁFICO. AUSÊNCIA DE LAUDO
DE CONSTATAÇÃO. FRAGILIDADE DE PROVAS. POSSIBILIDADE
DE BIS IN IDEN. ABSOLVIÇÃO. PROCEDÊNCIA PARCIAL DA
DENÚNCIA.
- A interceptação telefônica é amplamente reconhecida como prova válida, por
se tratar de providência in-epetivel, desde que respeitado o procedimento da
Lei n°9.296/96 e garantido o contraditório na fase judicial.
- Nos casos de crimes conexos, a competência é firmada pela prevenção do
Juízo que adotou as primeiras providências. Neste caso, a interceptação
telefônica, conforme consolidado em acórdão do Egrégio Tribunal de Justiça.
A rejeição da litispendência é reforçada pela melhor possibilidade de
instrução do Juízo que disponha das provas.
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- O crime do art. 35 da Lei n° 11.343/2006 (associação para o tráfico) é


autônomo em relação ao art. 33 da mesma Lei e se consolida com a
participação de cada integrante para a prática estável do tráfico de drogas.
Demonstrada a função individualizada de cada denunciado, por meio dos

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extratos de interceptação telefônica, reforçados pelos depoimentos em fase

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inquisitorial e pelas confissões em Juízo, a condenação é medida que se
impõe.
- O laudo de constatação definitivo é prova indispensável para a materialidade
do crime do art. 33 da Lei n° 11.343/2006. Na ausência deste documento o
conjunto probatório torna-se frágil para sustentar condenação, bem como para
se evitar o bis in iden dos réus que respondem em outras Comarcas.

Vistos, etc.

1. RELATÓRIO

O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra 15 (quinze) acusados de


integrar organização criminosa dedicada ao tráfico de entorpecentes. No decorrer do feito, diante das
situações processuais distintas e do grande número de acusados, para evitar o prolongamento da prisão
provisória por fatores alheios ao próprio denunciado, houve a separação do processo, nos termos do
art. 80 do Código de Processo Penal.
Assim, encontram-se denunciados nos presentes autos ÉRIKA DOS SANTOS
OLIVEIRA, PEDRO VIDAL NEVES DE SOUZA, TOBIAS SILVA DE ARAÚJO, RENÊ PADILHA
PLÁCIDO TAVARES DA SILVA, JUVENAL BARBOSA DE LIMA, JOSENILDO AUGUSTO DA
SILVA DO NASCIMENTO, vulgo "NILDO IDA BAÍA", JAILSON ASSIS BRAZ, SEVERINO DO
RAMO DA CONCEIÇÃO, GENILSON SOARES DA SILVA FILHO e JOSENILDO AUGUSTO,
vulgo ,"NILDO DE CAMARATUBA", a quem são imputadas as condutas delituosas previstas nos
arts. 33 e 35 da Lei n° 11.343/2006.
Segundo a denúncia, os acusados fazem parte de organização criminosa intitulada
"BONDE DA I3T", uma subdivisão de facção de maior abrangência denominada "OKAIDA", que tem
como atividade primordial o tráfico ilícito de entorpecente no Município da Baía da Traição e
adjacências, com-contatos que se estendem por Mamanguape, Itapororoca e outras cidades da região.
Narra a peça acusatória que, a partir de monitoração por interceptação telefônica
autorizada por este Juízo na Medida Cautelar Preparatória n° 0002479-36.2015.815.0231, foi
descoberta a composição e a extensão do grupo criminoso, sendo ele comandado pelo presidiário
GILMAR SOARES DA SILVA, cuja atividade primordial consiste no fomento ao tráfico de drogas,
mas com a realização de crimes conexos, tais como roubos e homicídios.
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A denúncia segue com uma narração detalhada da função de cada integrante do grupo
criminoso para individualizar a conduta e esclarecer a estrutura que resulta em organização criminosa.
Diante da área de atuação do grupo, inicialmente fora declarada a incompetência deste
Juízo e remetidos os autos à Comarca de Rio Tinto, responsável pelo Município da Baía da Traição,

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onde o grupo exercia a atividade principal — fls. 145.

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Entretanto, a partir de conflito de competência suscitado por aquele Juízo, fora
estabelecida a competência desta 3' Vara de Mamanguape para processamento e julgamento do feito,
conforme acórdão de fls. 233/235, que fixou a competência com base na prevenção do Juízo que
adotou a medida cautelar preparatória da interceptação telefônica.
Com o retomo dos autos, fora ofertada denúncia e determinada a notificação dos
acusados para apresentarem defesa prévia. Na oportunidade, fora reanalisada a necessidade da prisão
preventiva, concluindo-se pela permanência do periculum libertatis a justificar a custódia — fls. 341.
Os denunciados foram notificados e apresentaram defesas em momentos bastante
distintos, o que motivou a separação do feito conforme a situação processual de cada um e por levar
em consideração o grande número de acusados. A providência teve o intuito de evitar o prolongamento
da prisão provisória e facilitar a instrução processual — fls. 486/488. Nestes autos permaneceram os
denunciados indicados no cabeçalho da sentença.
Quanto às notificações e defesas prévias, segue quadro informativo com as datas dos
atos processuais para melhor visualização:
IJRÉU NOTIP,IGAÇ,ÃQ: . WOEFESMRIRÊOA
ERIKA DOS SANTOS OLIVEIRA 26/04/2017 — fls. 514 24/04/2017 — fls. 368/374
PEDRO VIDAL NEVES DE SOUZA 27/03/2017 — fls. 387 07/04/2017 — fls. 362/363
TOBIAS SILVA DE ARAÚJO 27/03/2017 — fls. 389 04/05/2017 — fls. 401/409
RENÊ PADILHA PLÁCIDO TAVARES
27/03/2017 — fls. 392 09/10/2017 — fls. 585/586
DA SILVA
JUVENAL BARBOSA DE LIMA 23/03/2017 — fls. 355 09/10/2017 — fls. 585/586
JOSENILDO AUGUSTO DA SILVA DO
27/03/2017 — fls. 393 07/04/2017 — fls. 366/367
NASCIMENTO (NILDO DA BAIA)
JAILSON ASSIS BRAZ 23/03/2017 — fls. 356 28/06/2017 — fls. 499
SEVERINO DO RAMO DA
27/03/2017 — fls. 395 09/10/2017 — fls. 585/586
CONCEIÇÃO
GENILSON SOARES DA SILVA FILHO 03/10/2017 — fls. 613 07/04/2017 — fls. 364/365
JOSENILDO AUGUSTO (NILDO DE
23/03/2017 — fls. 359 28/06/2017 — fls. 499
CAMARATUBA)

Uma vez apresentadas as defesas, a denúncia foi recebida em 16/10/2017 e designada


audiência de instrução e julgamento — fls. 593.
Audiência realizada em 07/12/2017, com oitiva de testemunhas arroladas pela Defesa
e interrogatórios dos réus — fls. 628/631.
Na ocasião, diante dos novos elementos colhidos em Juízo, foram reanalisadas as
prisões preventivas, resultando na revogação da medida para JUVENA ARBOSA DE LIMA,

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JOSENILDO AUGUSTO DA SILVA DO NASCIMENTO e SEVERINO DO RAMO DA


CONCEIÇÃO, mantidos as demais. Registre-se que já se encontravam em liberdade provisória os
acusados JAILSON ASSIS BRAZ, JOSENILDO AUGUSTO e GENILSON SOARES DA SILVA
FILHO por decisão de fls. 565/567.

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Encerrada a instrução processual, foram juntadas cópias dos Relatórios de Inteligência

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(RELINTEs) correspondentes à interceptação telefônica em apenso e concedido prazo sucessivo para
alegações finais em memoriais.
Alegações finais do Ministério Público às fls. 1074/1084 pugnando pela condenação
dos denunciados de acordo com a individualização da participação no esquema delituoso.
Alegações finais de ÉRIKA DOS SANTOS OLIVEIRA às fls. 1098/1105 pugnando
pela absolvição, por não restar demonstrada a ligação da acusada com nenhum dos outros
denunciados, que, durante a audiência de instrução, negaram conhecê-la. Afirma ser inexistente o
vinculo associativo capaz de formar grupo criminoso, bem como não haver provas que demonstrem o
tráfico de drogas, possuindo ela profissão licita definida.
Alegações finais de PEDRO VIDAL NEVES DE SOUZA às fls. 1107/1112 pugnando
pela absolvição, por falta de provas que demonstrem a estabilidade da associação criminosa, e pelo
reconhecimento da litispendência com o processo n° 0000450-93.2016.815.0581, pelo qual ele
responde por tráfico de entorpecentes em Rio Tinto-PB.
Alegações finais de TOBIAS SILVA DE ARAÚJO às fls. 1122/1127 reconhecendo a
prática do crime previsto art. 33 da Lei n° 11343/2006, mas pugnando pela absolvição em relação ao
crime do art. 35 da Lei, por não ser dedicado a esta prática, tendo realizado o carregamento de drogas
três vezes na vida por necessitar de dinheiro.
Alegações finais de RENÊ PADILHA PLÁCIDO TAVARES DA SILVA às fls.
1107/1112 pugnando pela absolvição, por falta de provas que demonstrem a estabilidade da associação
criminosa, e pelo reconhecimento da litispendência com o processo n° 0000450-93.2016.815.0581,
pelo qual ele responde por tráfico de entorpecentes em Rio Tinto-PB.
Alegações finais de JUVENAL BARBOSA DE LIMA às fls. 1175/1177 pugnando
pela absolvição por falta de provas quanto às acusações, sendo ele somente usuário de drogas.
Alegações finais de JOSENILDO AUGUSTO DA SILVA DO NASCIMENTO
(NILDO DA BAÍA) às fls. 1107/1112 pugnando pela absolvição, por falta de provas que demonstrem
a associação criminosa, vez que ele não conhece qualquer outro suposto integrante, e pelo
reconhecimento do consumo de drogas em lugar do tráfico, em razão da sua ligação ter-se dado em
momento que ele buscava conseguir entorpecentes para seu consumo pessoal dentro do presidio em
que estava recolhido.
Alegações finais de JAILSON ASSIS BRAZ às fls. 1143/1148 pugnando pela
absolvição, por não restar demonstrada a prática de nenhum dos verbos nucleares do tipo
correspondente ao tráfico de drogas, sendo ele somente usuário, I como não estar presente o
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[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

vínculo estável que configure associação criminosa.


. Alegações finais de SEVERINO DO RAMO DA CONCEIÇÃO às fls. 1175/1177
pugnando pela absolvição por falta de provas quanto as acusações, sendo ele somente usuário de
drogas.

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Alegações finais de GENILSON SOARES DA SILVA FILHO às fls. 1175/1177

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pugnando pela absolvição por falta de provas quanto às acusações, sendo ele somente usuário de
drogas.
Alegações finais de JOSENILDO AUGUSTO (NILDO DE CAMARATUBA) às fls.
1143/1148 pugnando pela absolvição, por não restar demonstrada a prática de nenhum dos verbos
nucleares do tipo correspondente ao tráfico de drogas, sendo ele somente usuário, bem como não estar
presente o vínculo estável que configure associação criminosa.
' É o relatório.

2. FUNDAMENTAÇÃO

2.1 INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA — REGULARIDADE DO PROCEDIMENTO

Antes de abordar o mérito, necessária a verificação dos aspectos formais do processo,


que contou, com medida cautelar preparatória de interceptação telefônica para formação da opinio
delicti do Ministério Público e possui conjunto probatório lastreado nos áudios interceptados entre os
denunciados, que se;encontram transcritos nos Relatórios de Inteligência (RELINTEs) constantes dos
autos.
As investigações tiveram início a partir de diligências da Policia Civil, que constatou
intensa comercialização de drogas na cidade de Mamanguape, Itapororoca, Rio Tinto e Baía da
Traição. A partir dos elementos indiciários que apontavam diversos envolvidos em aparente associação
criminosa, a Autoridade Policial propôs a Medida Cautelar de Interceptação Telefônica n° 0002479-
36.2015.815.0231. Após manifestação do Ministério Público, a medida foi autorizada por este Juízo
por ser a única possível para descoberta da estrutura do grupo e extensão das suas atividades, bem
como, para elucidação da função de cada suposto integrante. Foi ressaltada a imprescindibilidade da
providência, não havendo meios menos invasivos para o avanço das investigações.
Assim, foi iniciado o monitoramento eletrônico dos números de telefones apontados,
por períodos restritos de 15 dias, conforme preceitua a Lei n° 9296/96, renovada a medida por algumas
vezes, de acordo com a descoberta de novos integrantes e novas articulações a revelar maior extensão
da associação criminosa.
Durante toda a interceptação, foi observado o disposto no art. 6° da Lei n° 9296/96,
com ciência do Parquet e transcrição dos áudios relevantes para a formação da opinio delicti,
descartando-se as gravações irrelevantes que não dissessem respeito aos fatos investigados. Também
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[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

Ir

foi mantido o feito em segredo de justiça, a fim de preservar os direitos constitucionais dos
investigados e o caráter sigiloso do procedimento inquisitorial.
Esgotada a medida e apresentados os inquéritos policiais resultantes, devidamente
relatados, foi levantado o segredo de justiça exclusivamente para apensamento da medida cautelar da

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interceptação telefônica aos procedimentos, com acesso restrito às partes e aos advogados previamente

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habilitados, para manter a privacidade dos investigados.
Portanto, observa-se que fora estritamente seguido o procedimento previsto pela Lei
ri° 9296/96 e resguardados os direitos constitucionais dos suspeitos, adentrando no sigilo telefônico
somente no que foi necessário para a apuração do crime, não havendo irregularidade formal que
macule a medida cautelar.
Após iniciada a fase judicial, também foram adotadas os cuidados pertinentes ao
devido processo legal, com livre acesso dos autos aos advogados habilitados, que puderam exercer o
contraditório e a ampla defesa para impugnar o .resultado das interceptações, sendo revista toda a
prova em Juizo. Nesse sentido, os áudios originais que interessam ao processo foram mantidos em
Cartório, franqueado o acesso aos advogados habilitados, bem como às respectivas degravações
presentes nos RELINTES, que se encontrairi tanto 110S autos da interceptação telefônica apensa à
presente ação penal, quanto neste caderno processual.
Destaque-se o reconhecimento expresso do STF, do STJ e do TJPB quanto à
possibilidade da utilização de interceptação telefônica corno prova central em ação penal complexa,
sobretudo tratando de organização criminosa dedicada ao tráfico de entorpecentes:

Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. TRÁFICO DE


DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. RECURSO SUBSTITUTIVO DE REVISÃO
CRIMINAL. INADMISSIBILIDADE. PRECEDENTES. INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÃO
TELEFÔNICA. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. AUTORIZAÇÃO JUDICIAL
FUNDAMENTADA. PRORROGAÇÕES. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. TRANSCRIÇÃO
INTEGRAL DE TODAS AS CONVERSAS GRAVADAS. DESNECESSIDADE. PERÍCIA DE VOZ.
INDEFERIMENTO. INEXISTÊNCIA DE DÚVIDA SOBRE O INTERLOCUTOR. RECURSO
IMPROVIDO. I — O habeas corpus, em que pese configurar remédio constitucional de largo espectro, não
pode ser utilizado como sucedâneo da revisão criminal, salvo em situações nas quais se verifique
flagrante ilegalidade ou nulidade, o que, a meu sentir, não parece ser o caso dos autos. Precedentes. II — É
legítima a prova oriunda de interceptação de comunicação telefônica autorizada judicialmente, de
forma fundamentada e com observância dos requisitos legais: i) existência de indícios razoáveis de
autoria ou participação em ilícito penal; ii) único meio disponível para comprovar o fato
investigado; iii) o crime investigado deve ser punido com pena mais gravosa que a detenção. III —A
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal admite que a interceptação de comunicação
telefônica seja prorrogada, desde que a ordem seja fundamentada e respeite o prazo legal.
Precedentes. IV — Os crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico podem possuir um
modus operandi que revele maior complexidade a justificar sucessivas prorrogações no
acompanhamento de diálogos telefônicos entre os integrantes da associação criminosa, possuindo
vertentes logísticas, financeiras e hierárquicas. V — Somente é necessária a transcri egral de tudo
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[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

aquilo que seja relevante para esclarecer sobre os fatos da causa sub judice. Precedentes. VI — A
realização de prova pericial para identificar a voz do interlocutor gravado em interceptação de
comunicação telefônica é desnecessária quando o investigado reconhece sua voz em audiência e o
número do telefone interceptado é de propriedade e uso particular do próprio investigado. Inteligência do
art. 184 do Código de Processo Penal. VII — Recurso Ordinário em Habeas Corpus improvido. (RFIC

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128485, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 25/10/2016,

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PROCESSO ELETRÔNICO Dle-246 DIVULG 18-11-2016 PUBLIC 21-11-2016)

PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


TRÁFICO DE DROGAS. NULIDADE DO FEITO. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS.
TRANSCRIÇÃO INTEGRAL. JUNTADA DA MÍDIA. DESNECESSIDADE. PREJUÍZO NÃO
DEMONSTRADO. PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO. PROVAS INSUFICIENTES. REEXAME DE
PROVA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 7 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA — STJ.
INCOMPETÊNCIA. JUÍZO QUE AUTORIZOU A INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA DIVERSO DO
QUE RECEBEU A DENÚNCIA. 1NOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO EM HARMONIA COM O STJ.
SÚMULA N. 83/STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. I. Firme nesta Corte o
entendimento de que é suficiente que a autoridade policial apresente a transcrição dos diálogos que
deram suporte para a elaboração da peça acusatória, sendo que a Lei n. 9.296/96 não faz qualquer
exigência em tal sentido. 2. Não se verifica a alegada nulidade quanto à falta de juntada da mídia,
pois o procedimento da interceptação permaneceu nos autos originários à disposição da defesa.
Desse modo, não há falar em cerceamento de defesa. 3. Esta Corte não admite a declaração de
nulidades por presunção, devendo, em todo caso, inclusive nas nulidades ditas absolutas, ser demonstrado
o efetivo prejuízo sofrido pela defesa em decorrência da irregularidade no ato processual. Precedentes. 4.
Tendo a Corte de origem concluído que há provas aptas a embasar a condenação, entender de forma
diversa, demandaria o reexame do conjunto probatório, o que não se viabiliza em recurso especial.
Incidência do verbete n. 7 da Súmula do STJ. 5. Com relação à arguição de incompetência do juizo
processante, incide a Súmula n. 83 desta Corte, uma vez que o entendimento adotado pelo aresto
recorrido está em harmonia com a jurisprudência deste Pretório. Agravo regimental desprovido. (AgRg
no AREsp 996.104/SP, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em
18/10/2018. DJe 31/10/2018)

PENAL E PROCESSO PENAL. TRÁFICO INTERESTADUAL E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO


(ARTS. 33 C/C 40 E 35, TODOS DA LEI 11.343/06). CONDENAÇÃO. APELAÇÃO. ABSOLVIÇÃO
POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE. ELEMENTOS INDICIÁ.RIOS
SUFICIENTES PARA ENSEJAR A MANUTENÇÃO DO ÉDITO CONDENATÓRIO.
EXACERBAÇÃO DA REPRIMENDA. INOCORRÊNCIA. ESTRITA OBSERVÂNCIA DO SISTEMA
TRIFÁSICO. PRESENÇA, ADEMAIS, DE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS QUE
JUSTIFICAM A APLICAÇÃO ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. APLICAÇÃO DO BENEFÍCIO DO
ART. 33, §4°, DA LEI 1\1' 11.343/2006. INCOMPATIBILIDADE COM O DELITO DO ART. 35 DA
MESMA LEI. PRECEDENTES. DESPROVIMENTO DO APELO. 1. Não há que se falar em
insuficiência de provas para a condenação se os indícios constantes do caderno processual,
mormente considerando a existência de interceptações telefônicas legalmente autorizadas, trazem,
em si, elementos bastantes para comprovar a prática do crime de tráfico de drogas, bem como a
existência de uma associação criminosa voltada para este fim. 2. De toda a prova produzida durante a
instrução processual, a qual é reforçada pelos elementos informativos colhidos ao longo da investigação
policial, ficaram sobejamente comprovadas a materialidade e a autoria de ambos os 1tos (arts. 33 e 35,
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[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

da Lei n° 11.343/2006) bem corno a majorante do art. 40 da Lei n° 11.343/2006. 3. Tendo sido
plenamente observado o sistema trifásico de aplic. (TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo N°
00886623720128152002, Câmara Especializada Criminal, Relator DES JOAS DE BRITO PEREIRA
FILHO , 1. em 27-10-2015)

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Isto posto, plenamente possível a utilização das provas colhidas antecipadamente em

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interceptação telefônica para formar o convencimento do Juízo, por tratar de prova cautelar irrepetível,
com autorização expressa do art. 156 do CPP, e por ter sido respeitado o devido processo legal na sua
formação, com garantia aos direitos constitucionais dos acusados e estabelecimento do contraditório
em Juizo.

2.2 LITISPENDÊNCIÁ — C010 l'ETÊNCIA DO JUÍZO PREVENTO. PERPETUA TIO


JURISDICIONIS E MELHOR INSTRUÇÃO

Em suas alegações finais, PEDRO VIDAL NEVES DE SOUZA e RENÊ PADILHA


PLÁCIDO TAVARES DA SILVA pugnam pela extinção do feito sem resolução de mérito em
reconhecimento de litispendência com o processo n° 0000450-93.2016.815.0581, pelo qual respondem
por tráfico de entorpecentes e porte de armas na Comarca de Rio Tinto-PB.
Em que pese os feitos serem conexos, não é caso de extinção do presente
procedimento, posto que este Juízo é o prevento e mais adequado para apreciação.
Explico.
Das narrativas dos dois acusados, percebe-se que os fatos apurados na Comarca de
Rio Tinto-PB tratam de evento em que eles foram presos em situação de flagrante delito enquanto
supostamente armazenavam expressivo carregamento de drogas e armas de fogo. Em decorrência, por
estarem reunidos para o tráfico, foram denunciados nos arts. 33 e 35 da Lei n° 1L343/2006.
Com efeito, o fato apurado em Rio Tinto-PB foi mencionado nestes autos no intuito
de demonstrar a presença dos denunciados na organização criminosa investigada. Ocorre que este
Juízo já havia deferido medida cautelar de interceptação telefônica para monitorar as atividades do
grupo criminoso ao qual teoricamente fazem parte, tornando-se prevento para apuração dos delitos
pertinentes à associação para o tráfico de drogas. Inclusive, tal entendimento encontra-se consolidado
no acórdão de fls. 233/235, que fixou a competência com base na prevenção do Juízo que adotou a
medida cautelar preparatória da interceptação telefônica.
Registre-se que, embora a organização criminosa estivesse sendo monitorada
previamente, a ação penal mencionada pelos acusados foi originada de prisão em flagrante decorrente
do cometimento de ilícito autônomo, sendo cabível a instauração do procedimento penal pelo fato
individualizado e perante o Juízo competente pelos critérios territoriais e distributivos, sem prejuízo da
análise da possível associação para o tráfico neste feito. Embora naqueles autos tenha sido incluído o
crime capitulado no art. 35 da Lei Antidrogas, a acusação não obsta o prosse imento do presente
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[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

procedimento, que possui dimensão consideravelmente mais ampla que somente o fato ensejador do
flagrante, além de já estar fixada a competência por prevenção deste Juizo, repita-se.
Este é o entendimento do STJ inclusive:
PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORP1JS SUBSTITUTIVO DE RECURSO. NÃO

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CABIMENTO. TRÁFICO E ASSOCIAÇÃO. INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LOCAL.

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INOCORRÊNCIA. INVESTIGAÇÃO ABRANGENDO DIVERSAS COMARCAS.
DEFERIMENTO DE INTERCEPTAÇÃO PELO JUIZO DE BARRA VELHA/SC. PREVENÇÃO.
POSTERIOR PRISÃO E APREENSÃO DA DROGA. IRRELEVÂNCIA. NULIDADE DA
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. INOCORRÊNCIA. AUTORIZADA POR JUIZO
COMPETENTE. ALEGAÇÃO DE QUE SE ENCONTRA FUNDADA EM DENÚNCIA ANÔNIMA.
MATÉRIA NÃO ANALISADA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. 1.

Ressalvada pessoal compreensão diversa, uniformizou o Superior Tribunal de Justiça ser inadequado o

vvrit em substituição a recursos especial e ordinário, ou de revisão criminal, admitindo-se, de oficio, a

concessão da ordem ante a constatação de ilegalidade flagrante, abuso de poder ou teratologia. 2.

Afigura-se correta, na investigação relativa ao tráfico de entorpecentes que se estende por diversas
comarcas, a fixação da competência na comarca do Juizo que primeiro deferiu medidas no feito. 3.
Incabível a nulidade da interceptação telefônica e das provas dela decorrentes quando autorizada por

Juízo competente. 4. O pleito de nulidade da interceptação telefônica, sob alegação de que fundou em

denúncia anônima, não pode ser analisado por este Superior Tribunal de Justiça, uma vez que a

irresignação do paciente não foi apreciada pelo Tribunal a quo, por ocasião do julgamento do conflito de

competência, fato que impede a análise da impetração por esta Corte, sob pena de indevida supressão de

instância. 5. Habeas corpos parcialmente prejudicado e, no restante, não conhecido. (HC 214.607/SC,

Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 27/10/2015, DJe 16/11/2015)

Ademais, é pacifico o entendimento de que o crime previsto no art. 35 da Lei


Antidrogas é autônomo em relação ao crime do art. 33 da mesma Lei, possuindo núcleos distintos e
não sendo sequer necessária a apreensão de entorpecentes para adequação típica ou mesmo a prática
propriamente dita da traficância. A exemplo, tem-se a função dos "soldados do tráfico", cuja função
precipua não é o comércio das drogas, mas a defesa do "território" da facção criminosa. Eis a
jurisprudência:

PENAL E PROCESSO PENAL. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO.

ABSOLVIÇÃO PELO DELITO DE TRÁFICO DE DROGAS. CONDENAÇÃO PELO CRIME


DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. POSSIBILIDADE. DELITOS AUTÔNOMOS.
ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO FATIGO-

PROBATÓRIO. REGIME INICIAL FECHADO. NEGATIVA DE SUBSTITUIÇÃO DA PENA.

FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO. NÃO

CONHECIMENTO. 1. Muito embora não tenha sido comprovada a materialidade no tocante ao

tráfico de drogas, o que ensejou a absolvição do paciente quanto à referida conduta, é plenamente

possível a condenação pelo crime de associação para o tráfico, haja vista que trata-se de delitos

autônomos, não havendo falar em relação de interdependência entre eles. Para a configuração do

delito previsto no art. 35 da Lei n.° 11.343/06 é desnecessária a comprovação da materialidade

quanto ao delito de tráfico, sendo prescindível a apreensão da drp ou o laudo toxicológico. É


f
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indispensável, tão somente, a comprovação da associação estável e permanente, de 'duas ou mais


pessoas, para a prática da narcotraficância. 2. Não há falar em ausência de fundamentação idônea para
a condenação pelo delito de previsto no art. 35 da Lei n.° 11.343/06, haja vista que a Corte de origem
concluiu, com base em elementos concretos constantes dos autos, que o delito de associação para o
tráfico restou plenamente caracterizado. Para se chegar a conclusão diversa seria necessário o exame do

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conjunto-fático probatório, providência incabível em sede de habeas corpus. 3. Devidamente

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fundamentada a imposição do regime inicial fechado e a negativa de substitUição da pena privativa de
liberdade por restritivas de direitos pelo Tribunal de origem, com base nas circunstâncias do caso
concreto, em especial o profissionalismo da empreitada criminosa, que contava com o envolvimento de
diversas pessoas, bem como a natureza altamente nociva de parte das substâncias entorpecentes
negociadas - cocaína, substância causadora de efeitos extremamente deletérios (art. 42 da Lei ri°
11.343/06) -, não há constrangimento ilegal a ser sanado. 4. Habeas corpus não conhecido. (STJ — HC
335.839/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em
02/02/2016, DJe 19/02/2016)

Percebe-se que os fatos analisados nos processos mencionados, apesar de conexos,


possuem contextos e dimensões distintas, permitindo a apreciação por diferentes Juízos, conforme os
critérios de competência mencionados: competência territorial (lugar do crime) para o procedimento
originado a partir de flagrante autônomo na Comarca de Rio Tinto-PB; e competência pela prevenção
para o crime de associação para o tráfico, cuja interceptação telefônica fora autorizada por este Juízo.
Mesmo que os indícios que levaram ao flagrante tenham partido da interceptação
telefônica, elas não têm o condão de unificar a competência. Isto porque o processo de Rio Tinto
analisa tão somente os. crimes descobertos em situação de flagrância, envolvendo tanto o tráfico de
drogas quanto os crimes do sistema nacional de armas e servem apenas de reforço fático para as
acusações quanto à associação para o tráfico deste procedimento.
De outra banda, os presentes autos apuram toda a estrutura da organização,
tangenciando as diversas ocorrências que possam revelar a participação de cada investigado nos
crimes previstos na Lei n° 11.343/2006, inclusive em relação aos excipientes. Nesse ponto, relevante
destacar que o crime de tráfico de drogas indicado na exceção de litispendência não é o único
correspondente aos réus, havendo outras ocorrências que possam configurar o delito do art. 33 da Lei
n° 11.343/2006, como será visto adiante, todas concorrendo para a formação do convencimento em
relação à associação para o tráfico.
Portanto, impossível o reconhecimento de litispendência neste feito por ferir a
perpentatio jurisicionis estabelecida pelo Egrégio Tribunal de Justiça ao dirimir conflito de
competência e por considerar sua a abrangência no tocante ao crime associativo.
Quanto à abrangência dos procedimentos penais, há de se registrar, também, que a
distribuição da competência atual prestigia a melhor possibilidade de instrução em busca da verdade
real em ambos os processos.
Assim o é porque no processo de Rio Tinto-PB há a apreensão das armas e
substâncias entorpecentes, inventariadas em auto específico e com possibilidade (zil realização de
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perícia para elucidação da materialidade delitiva..Por sua vez, os presentes autos possuem melhores
elementos para formação da convicção quanto ao crime do art. 35, pois abarca todos os supostos
envolvidos no esquema delituoso e encontra-se instruído com o resultado da interceptação telefônica,
sendo consideravelmente mais seguros o contraditório e a ampla defesa.

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Desta forma, a melhor possibilidade de apreciação das provas recomenda a fixação da

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.


competência deste feito quanto ao crime do art. 35 da Lei n° 11.343/2006 e possíveis fatos
caracterizadores do art. 33 da mesma Lei, permanecendo a competência do Juízo de Rio Tinto para
apurar o evento correspondente ao flagrante delito dos crimes de tráfico de drogas e porte de arma.
Isto posto, REJEITO A EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA arguida pelos réus
PEDRO VIDAL NEVES DE SOUZA e RENÊ PADILHA PLÁCIDO TAVARES DA SILVA.

2.3 MÉRITO

, Os réus estão sendo acusados de terem cometido os crimes previstos no art. 33 e 35 da


Lei n° 11.343/2006, in verbis:

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo
ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.
§ lo Nas mesmas penas incorre quem:
1 - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à
preparação de drogas;
11 - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou
vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos
a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § lo deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de
bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.
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[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

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Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos
crimes previstos nos arts. 33, caput e § lo, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos)
dias-multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do capta deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada

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do crime definido no art. 36 desta Lei.

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.


Por serem acusados de integrar extensa organização criminosa dedicada ao tráfico
ilícito de entorpecentes, a análise deve iniciar pelo tipo penal correspondente a esta imputação, com
avaliação minuciosa da participação de cada suposto integrante para se concluir pelo cometimento ou
não do crime.
Nesse intuito, é importante frisar que, para caracterização do tipo previsto no art. 35, o
tráfico esporádico ou isolado não é suficiente para configuração do crime associativo. Este demanda
vínculo estável entre os integrantes, capaz de demonstrar a permanência/habitualidade da reunião de
pessoas para o tráfico ilícito de entorpecentes, na qual cada um possui tarefa definida para
funcionamento do esquema criminoso.
Este é o entendimento pacífico do STF, do STJ e do T.TPB:

Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS. ART. 35


DA LEI 11.343/2006. ATIPICIDADE DA CONDUTA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO
VÍNCULO ASSOCIATIVO. ORDEM CONCEDIDA. 1. O verbo núcleo do tipo previsto no art. 35
da Lei 11.343/2006 é associar-se. Portanto, a caracterização da associação para o tráfico de drogas
depende da demonstração do vinculo de estabilidade entre duas ou mais pessoas, não sendo
suficiente a união ocasional e episódica. Não se pode transformar o crime de associação, que é um
delito contra a paz pública — capaz de expor a risco o bem jurídico tutelado —, em um concurso de
agentes. Doutrina e jurisprudência. 2. No particular, concluiu-se pela condenação tão somente em razão
da convergência ocasional de vontades para a prática do crime de tráfico. Noutras palavras, não se
separou a vontade de se associar da vontade necessária para a prática do crime pretendido. 3. "Não é
questão de prova saber-se da tipicidade de determinado fato, cuja veracidade não se discute, mas se
admite como afirmado na sentença: cuida-se de simples qualificação jurídica de fato, operação à qual
sempre se prestou o habeas corpus" (RHC 75236; Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Segunda
Turma, DJ I°/8/1997). 4. Habeas corpus concedido para absolver a paciente do crime de associação para
o tráfico de drogas (art. 35 da Lei 11.343/2006), com extensão da ordem à corré. (FIC 124164, Relator(a):
Min. TE'ORI ZAVASCKI. Segunda Turma, julgado em 11/11/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-230
DIVULG 21-11-2014 PUBLIC 24-11-2014)

HABEAS COR.I'US. ARTS. 33 E 35 DA LEI N° 11.343/06. PRISÃO PREVENTIVA. ASSOCIAÇÃO


PARA O TRÁFICO. MATERIALIDADE. NÃO APREENSÃO DE DROGA COM O PACIENTE.
PRESCINDIBILIDADE. GRANDE QUANTIDADE DE DROGA APREENDIDA COM A
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. PERICULOSIDADE CONCRETA. GARANTIA DA ORDEM
PÚBLICA. FUNDÃMENTAÇÃO IDÔNEA. EXCESSO DE PRAZO. ENCERRAMENTO
INSTRUÇÃO CRIMINAL. ALEGAÇÕES FINAIS. SÚMULA 52 DESTA CORTE. 1. Não obstante a
materialidade do crime de tráfico pressuponha apreensão d roga, o mesmo não ocorre em
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[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

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:relação ao delito de associação para o tráfico, que, por ser de natureza formal, sua materialidade
pode advir de outros elementos de provas, como por exemplo, interceptações telefônicas. 2. No caso
dos autos, com a prisão da corré, foram apreendidos vários objetos, dentre Os quais telefones celulares

com registros de números de pessoas envolvidas com o tráfico. A partir de tais registros, foram realizadas

interceptações telefônicas, devidamente autorizadas, oportunidade em que se constatou o suposto

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envolvimento do paciente com organização criminosa destinada ao tráfico de entorpecentes, sendo ele

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eventual responsável pela manufatura e fornecimento da droga. 3. A periculosidade concreta do paciente

a justificar a segregação cautelar ficou demonstrada diante da grande quantidade de droga? por volta de

345 Kg (trezentos e quarenta e cinco quilos) de maconha ?, da considerável quantia em dinheiro ? R$

20.000,00 (vinte mil reais) ? e das armas apreendidas em poder da quadrilha. 4. Trata-se, ainda, de

extensa organização criminosa responsável pelo domínio do tráfico e disseminação de entorpecente em

Salvador e outros municípios do Estado da Bahia, facção da qual alguns integrantes são, inclusive,

policiais civis. 5. Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de excesso de prazo para a

formação da culpa, consoante disciplina o enunciado de Súmula 110 52 desta Corte. 6. Ordem denegada.

(I-IC 148.480/BA, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 06/05/2010, ale

07/06/2010)

APELAÇÃO. TRÁFICO E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. CONDENAÇÃO. PLEITO

ABSOLUTÓRIO. ART. 33 DA LEI 11.343/06. IMPOSSIBILIDADE. AUTORIA E MATERIALIDADE

INDUVIDOSOS. ART. 35 DA LEI 11.343/06. ACOLHIMENTO. NÃO COMPROVAÇÃO DA

EXISTÊNCIA DE ESTABILIDADE E PERMANÊNCIA. ABSOLVIÇÃO. DESCLASSIFICAÇÃO


PARA O CONSUMO PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE. REDIMENSIONAMENTO DA PENA COM

SUBSTITUIÇÃO POR RESTRITIVAS DE DIREITO. DO PLEITO PARA APELAR EM LIBERDADE.

ANÁLISE PREJUDICADA. PROVIMENTO PARCIAL DO APELO. 1. Impossível o acolhimento da

pretensão absolutória, com relação ao tráfico de drogas, quando todo o conjunto probatório amealhado

revela o apelante como o autor do delito. 2. Não estando comprovada a existência de estabilidade,

permanência/habitualidade e reiteração do agente envolvido para a prática do tráfico de drogas,


não há que se falar em associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei n° 11.343/06). 3.
Considerando a prisão em flagrante do acusado na posse de droga, de 06 (seis) aparelhos celulares

roubados, de sacos plásticos vazios e mais de RS 500,00 (quinhentos) reais em espécie, mostra-se

comprovado que a substância entorpecente se destinava ao tráfico e, não, ao consumo próprio. 4. A

análise do pedido para aguardar o julgamento em liberdade resta prejudicado. Isso porque, além do apelo

está sendo decidido neste exato momento, o juiz sentenciante bem fundamentou as razões de sua decisão.

(TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo N° 00000460420168150141, Câmara Especializada

Criminal, Relator DES. CARLOS MARTINS BELTRÃO FILHO , j. em 06-12-2016)

Também é importante ressaltar que a participação em organização criminosa (art. 35


da Lei AntidrogaS) não necessita do cometimento direto de um dos verbos previstos no art. 33 da
mesma Lei, maS do desempenho de alguma função relacionada à mantença da organização criminosa.
Trata-se de crimes autônomos, com núcleos distintos, não sendo necessária nem mesmo a• apreensão
de entorpecentes ou a prática propriamente dita da traficância. Repita-se o exemplo mencionado acima
dos "soldados dó tráfico", cuja função precípua não é o comércio das drogas, mas a defesa do
"território" da facção criminosa, e o julgado STJ — HC 335.839/SP, de 02/02/2016, transcrito no tópico 2.2,
pertinente à litispendência.
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Nas palavras de Renato Brasileiro de Lirnal:


Por se tratar de crime formal, consumando-se com a associação estável e permanente de duas ou mais
pessoas para o fim de praticar qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §1°, e 34, da Lei de
Drogas, a condenação pelo crime de associação para fins de tráfico dispensa a apreensão da droga e a
realização de exame toxicológico. Corno já se pronunciou o STJ, não obstante a materialidade do crime

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de tráfico pressuponha apreensão da droga, o mesmo não ocorre em relação ao delito de associação

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para o tráfico, que, por ser de natureza formal, pode ter sua materialidade comprovada com base em
outros elementos de provas, como, por exemplo, interceptações telefônicas.

Entretanto, uma vez caracterizado o vínculo associativo que demonstre o cometimento


do crime previsto no art. 35 da Lei n° 11.343/2006, o reconhecimento do crime do art. 33 toma-se
consequência lógica, bastando apenas a constatação da realização de algum dos verbos contido no
tipo. Eis a jurisprudência:

PENAL E PROCESSUAL PENAL - PRELIMINARES - INÉPCIA DA DENÚNCIA E ILEGALIDADE


DE INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS - DESCABIMENTO - PRELIMINARES REJEITADAS -
MÉRITO - TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO - AUTORIA E
MATERIALIDADE COMPROVADAS EM RELAÇÃO A ALGUNS DOS DENUNCIADOS -
INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA EM RELAÇÃO A OUTROS - RECURSOS CONHECIDOS,
NEGANDO-SE PROVIMENTO AOS 1 0, 2°, 3', 4°, 7' E 8° APELOS E DANDO-SE PARCIAL
PROVIMENTO AOS 5° E 6° APELOS - ERRO MATERIAL CORRIGIDO. I - Denúncia que não se
afigura inepta e descreve validamente as condutas, bem como a dinâmica dos fatos em todas as suas
circunstâncias c sua autoria, restando preenchidos os requisitos do artigo 41, do Código de Processo
Penal, e garantido o exercício da ampla defesa. II - Interceptação de comunicações telefônicas realizada
rigorosamente nos exatos termos da Lei n.° 9.296/96, não se verificando qualquer vício ou irregularidade
a maculá-la. 111- Preliminares rejeitadas. IV - Havendo provas suficientes de que os réus, com
estabilidade e permanência, com nítida divisão de tarefas, praticavam o tráfico de drogas, não há
falar em absolvição pela prática de crime insculpido no art. 35, caput, da Lei n.° 11.343/06. V - O
crime de tráfico de drogas propriamente dito exsurge como corolário da associação para tal
desiderato e, restando evidenciada a prática de alguns dos verbos contidos no art. 33, caput, da Lei
Antidrogas, torna-se imperiosa a confirmação da condenação. VI - O erro de tipo essencial invencível
se configura quando o agente não tem consciência de que está cometendo um delito, por não estar
presente uma elementar ou uma circunstância da figura típica, de modo que o mesmo não poderia evitar a
ocorrência do fato delituoso, uma vez que empregou as diligências normais cabíveis. Como
conseqüência, tem-se a exclusão do dolo. Logo, irrazoável a alegação do réu de desconhecimento do
conteúdo dos pacotes, já que ele transportava nada menos do que 127kg (cento e vinte sete quilogramas)
de maconha no interior de seu veículo, devendo-se destacar que seria impossível não perceber até mesmo
o forte odor característico dessa substância. VII - A condição de usuário, independentemente de
comprovação, não elide a prática dos atos de mercancia, devendo o réu, toxicômano ou não, responder
pelos crimes mais graves que praticou. VIII - A condenação pelo crime de associação para o tráfico tem
como embasamento a dedicação dos réus às atividades criminosas de forma organizada. Deste modo, por
óbvio, a benesse do tráfico privilegiado não pode ser deferida aos recorrentes, pois não preenchidos os
requisitos objetivos do §4°, do art. 33, da Lei n.° 11.343/06. IX - Com base na Súmula n.° 231, do STJ,

LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comenta d. Salvador: Editora JusPodivum, 2014, p. 755.
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impossível acolher a tese defensiva no que se refere às circunstâncias atenuantes terem o condão de
reduzir as penas para aquém dos patamares mínimos cominados. X - Por outro lado, inviável a
condenação de alguns dos recorrentes pela imputação relativa ao delito de associação para o tráfico, já
que não evidenciada a permanência e a estabilidade na associação. XI - Com relação à substituição da
sanção privativa de liberdade, quando a condenação for com base no art. 33, § 40, da Lei n.° 11.343/06, o

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Supremo Tribunal Federal, nos autos do Habeas Corpus 97.256/RS, declarou inconstitucional

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dispositivo da Lei de Drogas (art. 33, § 40), que vedava essa conversão. XII - Uma vez comprovada a
utilização do veículo apreendido na prática do tráfico de drogas, deve ser determinado o seu perdimento
erfi favor da União. (TJMG - Apelação Criminal 1.0026.12.004203-6/001, Relator(a): Des.(a) Corrêa
Camargo 4° CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 22/11/2013, publicação da súmula em 26/11/2013)

Advirta-se que o reconhecimento lógico do crime do art. 33 da Lei n° 11.343/2006


ainda exige prova cabal da materialidade do delito, consistente no laudo definitivo das substâncias
apreendidas., admitindo-se excepcionalmente o laudo provisório corno prova em determinadas
situações, desde que aliada a outros indicativos que reforcem o entendimento. Ausente o conteúdo
material do delito, impossível urna condenação, ante a falta de provas. Assim se posicionam o STJ e o
STF:
HABEAS CORPUS SUBSTITUTO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA.
TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PROVA DA MATERIALIDADE
DO DELITO. AUSÊNCIA DE LAUDO TOXICOLÓGICO DEFINITIVO. POSSIBILIDADE
EXCEPCIONAL DE COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE DO DELITO POR LAUDO DE
CONSTATAÇÃO PROVISÓRIO ASSINADO POR PERITO. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO.
ESTABILIDADE E PERMANÊNCIA. ELEMENTOS DEMONSTRADOS NO ACÓRDÃO
IMPUGNADO. MODIFICAÇÃO DO ENTENDIMENTO. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO
MATERIAL FÁTICO/PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE NA VIA ELEITA. 1. O
Supremo Tribunal Federal, por sua Primeira Turma, e a Terceira Seção deste Superior Tribunal de Justiça,
diante da utilização crescente e sucessiva do habeas corpus, passaram a restringir a sua admissibilidade
quando o ato ilegal for passível de impugnação pela via recursal própria, sem olvidar a possibilidade de
concessão da ordem, de oficio, nos casos de flagrante ilegalidade. 2. No julgamento do EREsp n.
1.544.057/RJ, a Terceira Seção desta Corte pacificou o entendimento de que 'o laudo toxicológico
definitivo, de regra, é imprescindível à comprovação da materialidade dos delitos envolvendo
entorpecentes. Sem o referido exame, é forçosa a absolvição do acusado, admitindo-se, no entanto,
em situações excepcionais, que a materialidade do crime de drogas seja atestada por laudo de
constatação provisório. 3. Na espécie, foi elaborado exame prévio de material entorpecente por perito
criminal que atestou que a substância submetida ao exame de constatação, de acordo com suas
colaborações, exalando odor sui generis e em consistência de pedra sintética, possui fortes indícios de
' trata-se da substância entorpecente popularmente conhecida como Cl2ACK. 4. Por outro lado, o Tribunal
de origem, mantendo a sentença condenatória, entendeu estarem presentes provas suficientes da
materialidade e da autoria delitiva do crime de associação para o tráfico. Rever este entendimento para
absolver a paciente demandaria, necessariamente, amplo revolvimento do acervo fático-probatório dos
autos, procedimento que, a toda evidência, é incompatível com a estreita via cio habeas corpus.(HC
455.824/12J, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 23/08/2018, DJe
30/08/2018) 5. Habeas corpus não conhecido. (HC 461.194/TO, Rel. Ministro REYNALDO SOARES
DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 20/09/2018, DJe 01/10/2018)
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Com estas considerações em mente, é forçoso concluir pela efetiva existência da


organização criminosa indicada na denúncia. As provas colhidas em sede de . interceptação telefônica,
aliadas aos demais elementos do inquérito policial e àqueles colhidos em Juízo a partir dos

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interrogatórios dos réus não deixam dúvidas da existência do grupo e do cõnjunto de atividades

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relacionadas ao tráfico de drogas variadas, especificamente maconha, cocaína e crack. Percebe-se que
empreendimento vai desde o transporte e comercialização de entorpecentes em si, até o cometimento
de crimes contra o patrimônio e contra a vida para conseguir recursos e garantir a estabilidade do
"negócio".
Destaque-se que já fora argumentado em tópico próprio pela possibilidade de
utilização das interceptações telefônicas como meio de prova. Quanto às informações colhidas no
inquérito policial, embora não possam servir para fundamentar exclusivamente uma, condenação, a
rigor do art. 155 do CPP, são amplamente válidas para reforçar outras provas constantes nos autos,
servindo de componentes de ligação para unir as demais provas colhidas em contraditório judicial.
Desta forma, os extratos das conversas captadas em interceptação telefônica revelam o
envolvimento de cada denunciado no esquema criminoso. Vários são os trechos em que os réus se
comunicam ou mencionam outros denunciados, ora repassando diretrizes para o tráfico, ora discutindo
rendimento do negócio. Em outros áudios captados e transcritos, questionam dívidas e planejam o
carregamento e distribuição de entorpecentes. Ainda discutem crimes contra o patrimônio e contra a
vida já cometidos e traçam linhas de ação para outras empreitadas criminosas, mencionando drogas,
armas e medidas violentas para garantir o funcionamento da organização.
Destaque-se o RELINTE n° 06/2016 (fls. 703/705), em que a denunciada ÉRIKA é
monitorada conversando com a ex-companheira de PEDRO VIDAL (PEDRINHO) para dizer que
consegue manter contato com seu companheiro GILMAR SOARES (BEBÃO) pelo aplicativo
Whatsapp e para repassar orientação de que os integrantes do grupo não "descessem pra nada", no
sentido de que não se expusessem demais, devendo agir somente em determinada região
correspondente à zona rural da Baía da Traição. A orientação foi motivada após homicídio de três
integrantes do grupo, cujo crime foi comentado em diversas passagens da interceptação.
O envolvimento da ré ÉRIKA ainda é reforçado pela medida cautelar de quebra de
sigilo bancário em apenso (n° 0000720-03.2016.815.0231), por meio da qual foi verificada
movimentação financeira incompatível com a atividade laborai informada. A movimentação financeira
mostrou-se como depósito de valores obtidos por meio do tráfico de drogas, repassados pelo gerente
principal do grupo para a acusada como uma espécie de pro labore ou de prestação pela exploração da
"atividade empresária arrendada". Tal negociação ficou registrada no RELINTE n° 23/2016 (fls.
876/883). Neste mesmo relatório também está transcrita conversa da acusada ÉRIKA em que ela
repassa mais orientações e discute a invasão de "intrusos" na área do seu bando e possíveis
contramedidas a serem tomadas.
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Ainda no RELINTE n° 23/2016, PEDRO VITAL (PEDRINHO) conversa com


RAMONILSON CASSIMIRO (FOGUINHO) sobre a morte de um dos integrantes, ressaltando que
deva haver represália e que somente ele e RENÊ PADILHA estão tomando alguma atitude. Por fim, o
relatório traz conversa de PEDRINHO com FOGUINHO relatando a venda de automóvel pela acusada

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ÉRIKA para conseguir recursos e armas para o grupo, além de tratar do manuseio de diversas outras

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armas de fogo.
Já no RELINTE n° 19/2016 (fls. 811/814), PEDRINHO é captado conversando com
RENÊ PADILHA acerca da intromissão de indivíduo de facção rival, tendo eles organizado
contramedida para defesa do território. Também há registro do transporte e armazenamento de
maconha entre o acusado e ADAILTON FRANCISCO (MAGUILA) e deste último com JAILSON
ASSIS BRAZ. Neste mesmo relatório também é mencionada por PEDRINHO uma ocasião em que
policiais militares tiveram de recuar ante os armamentos portados por integrantes do grupo. Acerca de
armas de fogo, PEDRINHO discute com MAGUILA sobre a prisão de SEVERINO DO RAMO e
sobre a espingarda calibre 28 largada por JUVENAL BARBOSA (CAPUZ) no momento da ação
policial. Ainda sobre armas, PEDRINHO comenta com FOGUINHO estar em poder de urna
submetralhadora e que receberia urna espingarda calibre 12 e um revólver calibre 38.
Adiante, o RELINTE n° 37/2016 (fls. 986/1001) traz conversa entre PEDRINHO,
RENÊ e TOBIAS SILVA (BIBIA) para o transporte de carregamento de maconha e de armas, que
culminou na prisão em flagrante dos três. O mesmo relatório traz conversas entre PEDRINHO E
TOBIAS comentando sobre o fato de JUVENAL BARBOSA (CAPUZ) ter entregue pedras de crack
em menor quantidade que o acordado e ter perdido a espingarda calibre 28, se comprometendo a pagar
pelos prejuízos. Ainda comentam sobre o transporte e distribuição de outros carregamentos.
Já no RELINTE n° 06/2016 (fls. 694/707), é revelada a participação de JOSENILDO
AUGUSTO DA SILVA DO NASCIMENTO (NILDO DA BAIA), quando, em contato com
FOGUINHO, ele arquiteta crimes contra o patrimônio e solicita drogas para serem levadas à unidade
prisional em que estava recolhido. Também neste relatório é mencionado o envolvimento de
SEVERINO DO RAMO DA CONCEIÇÃO, ressaltando que o mesmo tem que se empenhar mais nas
atividades do tráfico. A participação deste acusado veio a ser coroada com sua prisão em flagrante em
19/02/2016, decorrente de operação conjunta entre as Polícias Militar e Civil na Vila São Miguel, em
Rio Tinto-PB, conforme mencionado no RELINTE n° 37/2016, em conversa entre PEDRINHO e
TOBIAS. •
Por sua vez, GENILSON SOARES DA SILVA FILHO (PANAM) foi captado em
conversa com FRANCINALDO BARBOSA DE OLIVEIRA (VAQUEIRINI-10) negociando dívidas e
solicitando mais drogas para mercancia, estando a transcrição no RELINTE n° 19/2016.
Quanto a JOSENILDO AUGUSTO (NILDO DE CAMARATUBA), o RELINTE n°
23/2016 (fls. 876/833) demonstra que ele trabalhava para esta organização comercializando drogas,
sendo mencionado por PEDRINHO para desenterrar entorpecentes escondidos e deixar na casa de
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uma pessoa indicada.


Todas as conversas interceptadas ocorreram entre janeiro/2016 a maio/2016,
abarcaram diversas situações pretéritas e articulações para ações futuras, demonstrando o vínculo
estável existente entre os denunciados, que se conheciam e se mencionavam reciprocamente para

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movimentar o tráfico de drogas. Verifica-se que não trata de reunião eventual, mas de estrutura que se

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mantinha há considerável tempo e era responsável por vários eventos criminosos na área de atuação do
grupo.
Não bastassem todos os extratos das interceptações telefônicas, estas são reforçadas
pelos depoimentos colhidos em sede de delegacia de alguns dos acusados que se acusaram
mutuamente.
Assim, temos o depoimento de JUVENAL BARBOSA DE LIMA (CAPUZ) às fls.
51/53, em que ele descreve PEDRO VIDAL (PEDRINHO) como figura de destaque no tráfico,
possuindo asseclas em seu negócio; comenta a participação de RENE PADILIIA, de RAMONILSON
CASSIMIRO (FOGUINI-10), de JOSENILDO AUGUSTO (NILDO DE CAMARATUBA),
SEVERINO DO RAMO e GENILSON SOARES (PANAM) como aviões do tráfico subordinados a
PEDRINHO; descreve a proximidade existente entre PEDRINHO, TOBIAS SILVA (BIBIA) e
JAILSON ASSIS BRAZ; confirma que JOSENILDO AUGUSTO DA SILVA DO NASCIMENTO
(NILDO DA BAIA) comercializava drogas no interior da cadeia pública em que estava recolhido; e
vincula todo o grupo a GILMAR SOARES DA SILVA e FRANCINALDO BARBOSA DE
OLIVEIRA.
Adiante, às fls. 64/66 GEN1LSON SOARES DA SILVA FILHO (PANAM) reconhece
que traficava drogas a mando de PEDRINHO; acrescenta que ouviu comentários 'de que as bocas de
fumo da região pertenciam a GILMAR SOARES DA SILVA (BEBÃO) e estavam arrendadas a
FRANCINALDO BARBOSA (VAQUEIRINHO), que pagaria uma espécie de pro labore para ÉRIKA
DOS SANTOS, companheira de BEBÃO; ainda confirma o envolvimento' de ADAILTON
FRANCISCO (MAGUILA) como gerente do tráfico e de RAMONILSON CASSIMIRO
(FOGUINHO) como avião e soldado do tráfico.
Por fim, para retirar qualquer dúvida quanto a existência da organização criminosa e
da participação de cada denunciado, alguns deles confessaram em Juízo parte das acusações, relatando
suas versões de alguns dos fatos narrados na denúncia. Embora, no geral, tenham negado fazer parte
de determinada organização ou que conhecessem tal ou qual denunciado, admitiram o envolvimento
com o tráfico, corroborando as provas colhidas por interceptação telefônica.
Assim é que ÉRIKA DOS SANTOS reconheceu parte das ligações interceptadas,
informando que realmente repassou orientações do seu companheiro GILMAR SOARES DA SILVA
(BEBÃO) aos demais integrantes do grupo e que ele propôs que ela ficasse recebendo dinheiro
resultante do comércio de drogas.
PEDRO VIDAL (PEDRINHO) confessou o envolvimento com RENÊ PAD1LHA,
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[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

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RAMONILSON CASSIMIRO (FOGUINHO), TOBIAS SILVA (BIBIA) e JUVENAL BARBOSA


(CAPUZ) para o tráfico. Ainda confirmou o recado dado por ÉRIKA e mencionou o diálogo acerca da
venda de automóvel para levantamento de fundos e aquisições de armas para o grupo, que teria sido
falado por RAMONILSON.

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TOBIAS SILVA (BIBIA) também admitiu parte dos fatos, relatando o envolvimento

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com PEDRINHO e justificando que sua participação foi trazer drogas da cidade de Natal-RN por
algumas vezes, quando estava precisando de dinheiro.
Já RENÊ PADILHA também admitiu os fatos relacionados ao tráfico, mas disse que
não havia grau de hierarquia entre ele, PEDRINHO e BIBIA.
Do conjunto probatório formando pelos extratos das interceptações telefônicas,
depoimentos do inquérito policial e confissões em Juízo, é possível traçar o papel específico de cada
denunciado na organização criminosa. Assim temos:
ÉRIKA DOS SANTOS OLIVEIRA — Exercia papel de intermediária para seu
companheiro GILMAR SORES DA SILVA (BEBÃO), repassando diretrizes para o grupo local
responsável pelo fráfico. Organizava parte das finanças e logística de ação do bando.
PEDRO VITAL NEVES DE SOUZA (PEDRINHO) — Principal gerente do
esquema local e desenvolvedor das atividades ilícitas. Organizava a distribuição de drogas para
revenda e ações armadas na realização de crimes contra o patrimônio e defesa do território da facção
contra invasores de outros grupos. Figura central entre o comando da organização e os agentes
revendedores das drogas.
3.. TOBIAS SILVA DE ARAÚJO (BIBIA ou JUNIOR) — Encarregado de trazer drogas
do Rio Grande do Norte para o grupo e braço armado que auxiliava PEDRINHO. Responsável pelo
contato com os fornecedores do bando no Rio Grande do Norte, tornando-o o fornecedor local.
Inserido em ações armadas para a proteção das substâncias entorpecentes em si e em represálias à
concorrentes ou devedores.
RENÊ PADILHA PLÁCIDO TAVARES DA SILVA (RENÊ) — Braço direito do
gerente PEDRINHO, auxiliando na distribuição de drogas, coordenação das ações e defesa do
território onde são vendidos os entorpecentes.
JUVENAL BARBOSA DE LIMA (CAPUZ) — Soldado do tráfico responsável por
ações armadas de defesa e represálias. Também atuava no comércio das substâncias, respondendo a
PEDRIN HO.
, 6. JOSENILDO AUGUSTO DA SILVA DO NASCIMENTO (NILDO DA BAIA) —
Embora já estivesse preso no período das interceptações, restou demonstrada sua participação em
arquitetar crimes contra o patrimônio e organizar o abastecimento de drogas na unidade prisional em
que estava recolhido, mencionando atividades anteriores, de quanto estava em liberdade.
7. JAILSON ASSIS BRAZ (FIO) — Avião do tráfico, cuja participação s mia ao
transporte de pequenas quantidades de drogas entre os integrantes.
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[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

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SEVERINO DO RAMO DA CONCEIÇÃO (RAMOS) — Avião do tráfico


responsável por revender drogas na localidade em que reside e por monitorar a área, informando da
presença de pessoas estranhas ao grupo.
GENILSON SOARES DA SILVA FILHO (PANAM) —Avião do tráfico responsável

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por revender drogas, estando subordinado a PEDRINHO, mas se relacionando com outros réus.

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JOSENILDO AUGUSTO (NILDO DE CAMARATUBA) — avião do tráfico que
trabalhou para o grupo transportando e revendendo drogas. Há notícia de que rompeu ligações para ir
traficar com pessoas do Rio Grande do Norte.
Desta forma, indubitável a existência de associação criminosa estável dedicada ao
tráfico ilícito de entorpecentes, com função bastante clara de cada integrante do grupo, impondo a
condenação pelo crime previsto art. 35 da Lei n° 11.343/2006.
Embora caracterizado o crime de associação para o tráfico de drogas, não é possível
chegar-se a mesma conclusão quanto ao crime do art. 33 da Lei Antidrogas, 'ante a fragilidade do
conjunto probatório pertinente a materialidade deste delito, bem como para evitar-se um possível bis
in iden, visto que as apreensões de drogas e consequentes prisões em flagrante de vários dos
denunciados geraram procedimentos autônomos pelos quais respondem por tráfico de drogas.
Como dito acima, ainda que os delitos de associação para o tráfico (art. 35) e o tráfico
de entorpecentes em si (art. 33) sejam autônomos e que o segundo seja decorrência lógica do primeiro,
não fogem à regra da necessidade de comprovação da materialidade e da autoria delitiva para autorizar
uma condenação. Nesse sentido, trazendo à baila as considerações quanto à materialidade do crime do
art. 33, temos a imprescindibilidade de laudo de constatação definitiva a atestar a natureza
entorpecente da substância objeto do crime, ressalvada a possibilidade de comprovação por meio de
laudo provisório aliado a outros elementos de prova congruentes.
No caso dos autos, as provas contidas revelam indiscutivelmente a associação dos
criminosos para a traficância, notadamente pelos diálogos obtidos por interceptação telefônica, tendo
muitos deles admitido os fatos em Juizo e havendo informações auxiliares que conduzem à
condenação (depoimentos em sede de delegacia e antecedentes criminais a indicar a reiteração das
condutas).
Contudo, estas provas não permitem chegar ao mesmo entendimento para o crime de
tráfico, por faltar conteúdo material para o delito. No desmantelamento da organização criminosa, por
meio da chamada "Operação Shalom", não foram apreendidas substâncias entorpecentes, cujos autos
de apreensão acompanhem o inquérito que originou a presente ação penal.
O que houve foi o cumprimento de ordem de prisão preventiva dos suspeitos de
integrar a organização criminosa, determinada por este Juízo com base em diversas ações paralelas da
Polícia para coibir o tráfico durante o desenrolar das investigações. Destas ações paralelas é que foram
gerados procedimentos autônomos, conforme a apreensão de drogas e prisões das pessoas que as
tivessem transportando, armazenando ou comercializando.
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Assim, os documentos informativos desta ação penal são os mandados de prisão


cumpridos, as identificações e declarações dos acusados em delegacia, culminando em relatório da
Autoridade Policial que descreve o grupo criminoso.
Mesmo que estivessem presentes cópias de tais procedimentos autônomos nestes

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autos, ainda assim não seria possível uma condenação pelo tráfico, posto que os mesmos fatos estejam

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sendo apreciados Pelos Juízos competentes pelo critério do lugar da infração e pela melhor instrução
penal, dispondo das provas materiais e das testemunhas específicas para o fato delituoso
correspondente ao tráfico, tal qual esclarecido no tópico 2.2, sobre a litispendência arguida por alguns
dos réus.
Desta maneira, im ossivel condenar s uais s uer dos denunciados elo crime do art.
33 da Lei n° 11.343/2006 neste caderno processual, por insuficiência de provas e para evitar que
respondam duplamente por um mesmo fato.

3. DISPOSITIVO

Diante do exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE A DENÚNCIA


para condenar ÉRIKA DOS SANTOS OLIVEIRA, PEDRO VIDAL NEVES DE SOUZA, vulgo
"PEDRINHO", TOBIAS SILVA DE ARAÚJO, vulgo "BIBIA" ou "JUNIOR", RENÊ PADILHA
PLÁCIDO TAVARES DA SILVA, JUVENAL BARBOSA DE LIMA, vulgo "CAPUZ",
JOSENILDO AUGUSTO DA SILVA DO NASCIMENTO, vulgo "NILDO DA AÍA", JAILSON
ASSIS BRAZ, vulgo "FIO", SEVERINO DO RAMO DA CONCEIÇÃO, vulgo "RAMOS",
GENILSON SOARES DA SILVA FILHO, vulgo "PANAM" e JOSENILDO AUGUSTO, vulgo
"NILDO DE CAMARATUBA" pela prática do crime previsto no art. 35 da Lei n° 11.343/2006.

Passo, então, à DOSIMETRIA DA PENA, do art. 42 da Lei n° 11.343/2006 em


sintonia com os arts. 59 e 68 do Código Penal:

Inicialmente, em relação a todos os réus, há de ser considerada a natureza das


substâncias manipuladas pelo grupo e as respectivas quantidades.
Verifica-se que a organização operava com maconha, cocaína e crack, havendo
diversidade de substâncias para abastecer a área de atuação do grupo. As drogas mencionadas possuem
graus diferenciados de perniciosidade, mas têm em comum o fato de serem os principais entorpecentes
negociados 'nesta prática, responsáveis pela "fidelização" dos clientes, que se tornam dependentes
muito facilmente e experimentam degradação biológica e social extrema para alimentar o vício, muitas
vezes cometendo crimes contra o patrimônio para conseguir comprar drogas.
Em relação à quantidade, a abrangência e o tempo de permanência do grupo denotam
que trabalhavam com grandes carregamentos, capazes de abastecer o comércio local ue atuavam,
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envolvendo o Município de Baía da Traição e áreas vizinhas, alcançando o Município de Rio Tinto e
Mamanguape. Especificamente, há informes nos autos de apreensões de quantidades expressivas de
maconha e crack, embora não haja autos de apreensão a confirmarem com precisão a gramatura
apreendida.

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Desta forma, a rigor do art. 42 da Lei n° 11.343/2006, a pena base deve levar em

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consideração a gravidade destas duas circunstâncias mencionadas.
Em relação às circunstâncias específicas de cada réu, temos:

3.1. ÉRIKA SANTOS OLIVEIRA

Já consideradas a natureza e a quantidade dos entorpecentes, temos que a


culpabilidade é acentuada, ante sua função de ligação entre o líder do grupo e os demais membros,
fazendo ela parte daquelas pessoas que traçam diretrizes e dão orientações. Logo, sua função é central
e denota maior reprovabilidade (NEGATIVA). Antecedentes tecnicamente ausentes (positiva).
Conduta social reprovável, tendo em vista que as alegações de profissões lícitas apenas serviam para
mascarar os rendimentos auferidos com o tráfico de drogas (NEGATIVA). Personalidade sem
elementos que possam ser sopesados (positiva). Circunstâncias do crime negativas, tendo em vista o
tamanho do grupo criminoso e o desenvolvimento das atividades por ampla região, abarcando o
Município de Baía da Traição, mas tocando as cidades de Rio Tinto e Mamanguape e, ainda, com
contatos em outros Estados. Também deve ser levado em consideração o extenso lapso temporal em
que o grupo desenvolveu suas atividades, tornando-se um problema praticamente perene na
comunidade, e a dimensão do delito em cidade pequena como é a Baía da Traição (NEGATIVA). Não
há motivos aparentes do crime além do ganho fácil, não fugindo da previsibilidade do tipo (positivo).
As consequências do crime são acentuadas, resultando na alteração da rotina da comunidade em que o
grupo estava inserido, desestruturando a ordem social e causando extrema insegurança às pessoas, que
se viam a mercê dos integrantes da organização e em meio a urna crescente criminalidade vinculada às
ações deste grupo. As atividades delituosas terminaram por incentivar a prática de outros crimes
conexos e por manter um clima de medo na comunidade (NEGATIVA). Não há comportamento da
vítima a ser valorado.
Assim, tendo por mais relevantes a natureza e a quantidade dás drogas manipuladas
pelo grupo, bem como a personalidade e a conduta social do agente, fixo a pena-base em 9 anos de
reclusão.
Em,segunda fase, reconheço, ainda que precariamente, a confissão em Juízo (art. 65,
II, CP), vez que ela reconheceu alguns dos fatos da denúncia, esclarecendo sua ocorrência e
contribuindo para o convencimento. Por esta razão, reduzo a pena em 1 ano.
Em terceira fase, não há causas de aumento ou de diminuição de pena.
Portanto, torno a penai definitiva em 8 (oito) anos de reei ão.

,
J4t
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Utilizando dos mesmos critérios, fixo a pena pecuniária, em primeira fase, em 1120
dias-multa, diminuídos em 70 dias-multa em segunda fase, totalizando 1.050 (hum mil e cinquenta)
dias-multa como pena pecuniária definitiva, calculado o valor do dia-multa à razão de 1/30 (um
trinta avos) do salário-mínimo vigente à época dos fatos.

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Nos moldes do art. 33 do CP e considerando o tempo da prisão provisória para

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estabelecimento do regime inicial (aproximadamente 2 anos de custódia), conforme preceitua o art.
387, §2°, do CPP, fixo o REGIME SEMIABERTO para início do cumprimento de pena,
considerando o montante imposto em paralelo às condições pessoais da ré.
Nego o direito de recorrer em liberdade por entender subsistente os motivos que
justificaram a prisão preventiva, sobretudo a função central da acusada no esquema delituoso e os
registros de mudanças de endereço antes da captura, seja para ficar próxima a seu companheiro na
cidade em que estava recolhido, seja para afastar-se do distrito de culpa, indo residir em João Pessoa-
PB, indicando que poderá furtar-se à aplicação da lei penal. Havendo recurso, expeça-se guia
provisória de cumprimento de pena.
Embora entendimento permissivo, com repercussão geral, do STF no ARE 663261
RG/SP2, verifico que não há possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de
direito, pois estão ausentes os requisitos do art. 44 do CP, tendo o crime culminado em pena maior que
4 anos. Da mesma forma, não estão presentes os requisitos para aplicação do SURSIS do art. 77 do
mesmo diploma legal, pois não recomendam a culpabilidade e a conduta social da agente, bem como
as circunstâncias do crime.

3.2. PEDRO VIDAL NEVES DE SOUZA

Já consideradas a natureza e a quantidade dos entorpecentes, ternos que a


culpabilidade é extrema, ante sua função de principal gerente e operacionalizador das atividades do
grupo, possuindo vários outros integrantes sob seu comando direto, a quem repassava diretrizes e com
quem organizava as ações delituosas, muitas deles envolvendo armas de fogo. Logo, sua função é
central e denota maior reprovabilidade (NEGATIVA). Antecedentes tecnicamente ausentes (positiva).
Conduta social reprovável, tendo em vista que, mesmo os acusados que negaram as acusações,
vincularam o réu sempre ao tráfico de drogas, não havendo como considerar que o mesmo possuísse
alguma atividade lícita ou fosse bem visto na comunidade em que está inserido (NEGATIVA).
Personalidade perigosa, posto que em vários trechos da interceptação o réu instiga ações violentas com
armas de fogo, ora para defender o território, ora como represália a outras pessoas, evidenciando o
perfil temerário
' e agressivo (NEGATIVA). Circunstâncias do crime negativas tendo em vista o
2
RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO PENAL. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES.
SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. ENTENDIMENTO
CONSOLIDADO NO HABEAS CORPUS 97.256. INCONST1TUCIONALIDADE DA VEDAÇÃO. CONTROVÉRSIA
CONSTITUCIONAL COM REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. (ARE 663261 RG, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 13/12/2012, PROÇ.ES.S0
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO ale-025 DIVULG 05-02-2013 PUBLIC 06-02-2013)
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tamanho do grupo criminoso e o desenvolvimento das atividades por ampla região, abarcando o

Município de Baía da Traição, mas tocando as cidades de Rio Tinto e Mamanguape e, ainda, com

contatos em outros Estados. Também deve ser levado em consideração o extenso lapso temporal em •

que o grupo desenvolveu suas atividades, tornando-se um problema praticamente perene na

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comunidade, e a dimensão do delito em cidade pequena como é a Baía da Traição (NEGATIVA). Não

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há motivos do crime aparentes além do ganho fácil, não fugindo da previsibilidade -do tipo (positivo).

As consequências do crime são acentuadas, resultando na alteração da rotina da comunidade em que o

grupo estava inserido, desestruturando a ordem social e causando extrema insegurança às pessoas, que

se viam a mercê dos integrantes da organização e em meio a uma crescente criminalidade vinculada às

ações deste grupo. As atividades delituosas terminaram por incentivar a prática de outros crimes

conexos e por manter um clima de medo na comunidade (NEGATIVA). Não há comportamento da

vítima a ser valorado.

Assim, tendo por mais relevantes a natureza e a quantidade das drogas manipuladas

pelo grupo, bem como a personalidade e a conduta social do agente, fixo a pena-base em 10 anos de

reclusão.

Em segunda fase, reconheço, ainda que precariamente, a confissão em Juízo (art. 65,

11, 'd', CP), vez que ele reconheceu alguns dos fatos da denúncia, esclarecendo sua ocorrência e

contribuindo para o convencimento. Por esta razão, reduzo a pena em 1 ano.

Em terceira fase, não há causas de aumento ou de diminuição de pena.

Portanto, torno a pena definitiva em 9 (nove) anos de reclusão.

Utilizando dos mesmos critérios, fixo a pena pecuniária, em primeira fase, em 1200

dias-multa, diminuídos em 70 dias-multa em segunda fase, totalizando 1.130 (hum mil centro e

trinta) dias-multa como pena pecuniária definitiva, calculado o valor do dia-multa à razão de 1/30
(um trinta avos) do salário-mínimo vigente à época dos fatos.

Nos moldes do art. 33 do CP e mesmo considerando o tempo da prisão provisória para

estabelecimento do regime inicial (aproximadamente 2 anos de custódia), conforme preceitua o art.

387, §2°, do CPP, fixo o REGIME FECHADO para início do cumprimento de pena, considerando o

montante imposto em paralelo às condições pessoais do réu, que não apresenta senso de

responsabilidade que autorize a imposição de regime mais brando, de acordo com as funções

desempenhadas na organização.

Nego o direito de recorrer em liberdade por entender subsistente os motivos que

justificaram a prisão preventiva, sobretudo a função central do réu enquanto principal desenvolvedor

do ilícito e por ser o elo de ligação entre os diversos denunciados, tornando ainda presente o risco à

ordem pública. Havendo recursos expeça-se guia provisória de cumprimento de pena.


Embora entendimento permissivo, com repercussão geral, do STF no ARE 663261

RG/SP, verifico que não há possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de

direito, pois estão ausentes os requisitos do art. 44 do CP, tendo o crime culminado em pena maior que
SEEU - Processo: 9000086-96.2019.8.15.0181 - Assinado digitalmente por JONAS BEZERRA DO NASCIMENTO
[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

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4 -anos. Da mesma forma, não estão presentes os requisitos para aplicação do SURSIS do art. 77 do
mesmo diploma legal, pois não recomendam a culpabilidade e a conduta social da agente, bem como
as circunstâncias do crime.

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3.3. TOBIAS SILVA DE ARAÚJO

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Já consideradas a natureza e a quantidade dos entorpecentes, temos que a
culpabilidade é Marcante, ante sua função de fornecedor do grupo, com contatos em outro Estado da
Federação. Além disto, há menção a ações armadas por parte do réu, também sendo ele soldado do
tráfico. Logo, sua função é vital para a continuidade da associação, o que denota maior
reprovabilidade (NEGATIVA). Antecedentes tecnicamente ausentes (positiva). Conduta social
reprovável, posto que a informação dos autos é que sua ocupação precípua é o transporte de drogas,
não havendo como considerar que o mesmo possuísse alguma atividade lícita ou fosse bem visto na
comunidade em que está inserido (NEGATIVA). Personalidade perigosa, conforme trecho da
interceptação em que ele comenta que irá executar um desafeto no Rio Grande do Norte e seguirá para
a Baía cia Traição, evidenciando o perfil temerário e agressivo (NEGATIVA). Circunstâncias do crime
negativas tend6 em vista o tamanho do grupo criminoso e o desenvolvimento das atividades por ampla
região, abarcando o Município de Baía da Traição, mas tocando as cidades de Rio Tinto e
Mamanguape e, ainda, com contatos em outros Estados. Também deve ser levado em consideração o
extenso lapso temporal em que o grupo desenvolveu suas atividades, tornando-se um problema
praticamente perene, na comunidade, e a dimensão do delito em cidade pequena corno é a Baía da
Traição (NEGATIVA). Não há motivos do crime aparentes além do ganho fácil, não fugindo da
previsibilidade do tipo (positivo). As consequências do crime são acentuadas, resultando na alteração
da rotina da comunidade em que o grupo estava inserido, desestruturando a ordem social e causando
extrema insegurança às pessoas, que se viam a mercê dos integrantes da organização e em meio a uma
crescente criminalidade vinculada às ações deste grupo. As atividades delituosas terminaram por
incentivar a prática de outros crimes conexos e por manter um clima de medo na comunidade
(NEGATIVA). Não há comportamento da vítima a ser valorado.
, Assim, tendo por mais relevantes a natureza e a quantidade das drogas manipuladas
pelo grupo, bem como a personalidade e a conduta social do agente, fixo a pena-base em 7 anos de
reclusão.
Em segunda fase, reconheço, ainda que precariamente, a confissão em Juízo (art. 65,
II, 'd', CP), vez que ele reconheceu alguns dos fatos da denúncia, esclarecendo sua ocorrência e
contribuindo para o convencimento. Por esta razão, reduzo a pena em 1 ano.
Em terceira fase, não há causas de aumento ou de diminuição de pena.
Portanto, torno a pena definitiva em 6 (seis) anos de reclusão.
Utilizando dos mesmos critérios, fixo a pena pecuniária, em primeira fas 80
SEEU - Processo: 9000086-96.2019.8.15.0181 - Assinado digitalmente por JONAS BEZERRA DO NASCIMENTO
[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

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dias-multa, diminuídos em 70 dias-multa em segunda fase, totalizando 910 (novecentos e dez) dias-
multa como pena pecuniária definitiva, calculado o valor do dia-multa à razão de 1/30 (um trinta
avos) do salário-mínimo vigente à época dos fatos.
Nos moldes do art. 33 do CP e mesmo considerando o tempo da prisão provisória para

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJ5B4 QW8F2 QGK7Q VYVD3


estabelecimento do regime inicial (aproximadamente 2 anos de custódia), conforme preceitua o art.

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.


387, §2°, do CPP, fixo o REGIME FECHADO para início do cumprimento de pena, considerando o
montante imposto em paralelo às condições pessoais do réu, que não apresenta senso de
responsabilidade que autorize a imposição de regime mais brando, de acordo com a função
desempenhada no grupo.
Nego o direito de recorrer em liberdade por entender subsistente os motivos que
justificaram a prisão preventiva, sobretudo o papel de soldado do tráfico, a indicar o risco que
representa a ordem pública, e o contato do acusado com o Rio Grande do Norte, indicando que poderá
furtar-se à aplicação da lei penal acaso solto. Havendo recurso ex se a-se rovisória de
cumprimento de pena.
Embora entendimento permissivo, com repercussão geral, do STF no ARE 663261
RG/SP, verifico que não há possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de
direito, pois estão ausentes os requisitos do art. 44 do CP, tendo o crime culminado em pena maior que
4 anos. Da mesma forma, não estão presentes os requisitos para aplicação do SURS1S do art. 77 do
mesmo diploma legal, pois não recomendam a culpabilidade e a conduta social da agente, bem como
as circunstâncias do crime.

3.4. RENÉ PADILHA PLÁCIDO TAVARES DA SILVA

Já consideradas a natureza e a quantidade dos entorpecentes, temos que a


culpabilidade é marcante, ante sua função de "braço direito" do réu PEDRINHO, desempenhando o
tráfico ilícito em si, mas também apoiando as ações armadas para defesa do território e represálias a
pessoas diversas. Logo, estava totalmente inserido no esquema delituoso, o que denota maior
reprovabilidade (NEGATIVA). Antecedentes tecnicamente ausentes (positiva). Conduta social
reprovável, tendo em vista que sempre foi associado a PEDRINHO, sem indicação de atividade lícita
ou comportamento social aceitável (NEGATIVA). Personalidade perigosa, posto que em alguns
trechos da interceptação o réu é mencionado em ações armadas, com pré-disposição para ações
violentas, evidenciando o perfil temerário e agressivo (NEGATIVA). Circunstâncias do crime
negativas tendo em vista o tamanho do grupo criminoso e o desenvolvimento das atividades por ampla
região, abarcando o Município de Baía da Traição, mas tocando as cidades de Rio Tinto e
Mamanguape e, ainda, com contatos em outros Estados. Também deve ser levado em consideração o
extenso lapso temporal em que o grupo desenvolveu suas atividades, tornando-se um problema
praticamente perene na comunidade, e. a dimensão do delito em cidade pequena como Baía da

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Traição (NEGATIVA). Não há motivos cio crime aparentes além do ganho fácil, não fugindo da
previsibilidade do tipo (positivo). As consequências do crime são acentuadas, resultando na alteração
da rotina da comunidade em que o grupo estava inserido, desestruturando a ordem social e causando
extrema insegurança às pessoas, que se viam a mercê dos integrantes da organização e em meio a uma

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crescente criminalidade vinculada às ações deste grupo. As atividades delituosas terminaram por

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incentivar a prática de outros crimes conexos e por manter um clima de medo na comunidade
(NEGATIVA). Não há comportamento da vítima a ser valorado.
Assim, tendo por mais relevantes a natureza e a quantidade das drogas manipuladas
pelo grupo, bem como a personalidade e a conduta social do agente, fixo a pena-base em 7 anOs de
reclusão.
Em segunda fase, reconheço, ainda que precariamente, a confissão em Juízo (art. 65,
II, `d', CP), vez que ele reconheceu alguns dos fatos da denúncia, esclarecendo sua ocorrência e
contribuindo para o convencimento. Por esta razão, reduzo a pena em 1 ano.
Em terceira fase, não há causas de aumento ou de diminuição de pena.
Portanto, torno a pena definitiva em 6 (seis) anos de reclusão.
Utilizando dos mesmos critérios, fixo a pena pecuniária, em primeira fase, em 980
dias-multa, diminuídos em 70 dias-multa em segunda fase, totalizando 9110 (novecentos e dez) dias-
multa como pena pecuniária definitiva, calculado o valor do dia-multa à razão de 1/30 (um trinta
avos) do salário-mínimo vigente à época dos fatos.
Nos moldes do art. 33 do CP e mesmo considerando o tempo da prisão provisória para
estabelecimento do regime inicial (aproximadamente 2 anos de custódia), conforme preceitua o art.
387, .§2°, do CPP, fixo o REGIME FECIIIADO para início do cumprimento de pena, considerando o
montante imposto em paralelo às condições pessoais do réu, que não apresenta senso de
responsabilidade que autorize a imposição de regime mais brando, conforme sua participação na
organização criminosa.
Nego o direito de recorrer em liberdade por entender subsistente os motivos que
justificaram a prisão preventiva, sobretudo a função de "braço armado" na defesa do território e em
represálias, tornando ainda presente o risco à ordem pública. Havendo recurso, expeça-se guia
provisória de cumprimento de pena.
Embora entendimento permissivo, com repercussão geral, do STF no ARE 663261
RG/SP, verifico que não há possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de
direito, pois estão .ausentes os requisitos do art. 44 do CP, tendo o crime culminado em pena maior que
4 anos. Da mesma forma, não estão presentes os requisitos para aplicação do SURSIS do art. 77 do
mesmo diploma legal, pois não recomendam a culpabilidade e a conduta social da agente, bem como
as circunstâncias do crime.

3.5. JUVENAL BARBOSA DE LIMA

o
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Já consideradas a natureza e a quantidade dos entorpecentes, temos que a


culpabilidade é expressiva. Embora sua função relacionada ao tráfico seja de "avião", revendendo
pequenas quantidades de drogas, também ostenta patente de "soldado", realizando ações armadas.

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Logo, a reprovabilidade da conduta é de maior monta (NEGATIVA). Antecedentes presentes,

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possuindo mais de uma condenação transitada em julgado (NEGATIVA). Conduta social
inadmissível, sem registro de ocupação lícita e com histórico ligado ao Crime (NEGATIVA).
Personalidade sem elementos concretos quanto a desvios marcantes (positiva). Circunstâncias do
crime negativas tendo em vista o tamanho do grupo criminoso e o desenvolvimento das atividades por
ampla região, abarcando o Município de Baía da Traição, mas tocando as cidades de Rio Tinto e
Mamanguape e, ainda, com contatos em outros Estados. Também deve ser levado em consideração o
extenso lapso. temporal em que o grupo desenvolveu suas atividades, tornando-se um problema
praticamente perene na comunidade, e a dimensão do delito em cidade pequena como é a Baía da
Traição (NEGATIVA). Não há motivos do crime aparentes além do ganho fácil, não fugindo da
previsibilidade do tipo (positivo). As consequências do crime são acentuadas, resultando na alteração
da rotina da comunidade em que o grupo estava inserido, desestruturando a ordem social e causando
extrema insegurança às pessoas, que se viam a mercê dos integrantes da organização e em meio a uma
crescente criminalidade vinculada às ações deste grupo. As atividades delituosas terminaram por
incentivar a prática de outros crimes conexos e por manter um clima de medo na comunidade
(NEGATIVA). Não há comportamento da vítima a ser valorado.
Assim, tendo por mais relevantes a natureza e a quantidade das drogas manipuladas
pelo grupo, bem como a personalidade e a conduta social do agente, fixo a pena-base em 5 anos de
reclusão.
Em segunda fase, reconheço, ainda que precariamente, a confissão do acusado (art.
65, II, 'd', CP), vez que seu depoimento em delegacia foi considerado no convencimento do Juízo, por
revelar a interligação entre alguns denunciados e reforçar os dados colhidos em interceptação. Por esta
razão, reduzo a pena em 1 ano. Por outro lado, o acusado é reincidente (art. 61, I, CP), conforme
condenação transitada em julgado no processo n° 0000195-48.2010.815.0581, da Vara Única de Rio
Tinto-PB. Por esta razão, aumento a pena em 2 anos de reclusão.
Em terceira fase, não há causas de aumento ou de diminuição de pena.
Portanto, torno a pena definitiva em 6 (seis) anos de reclusão.
Utilizando dos mesmos critérios, fixo a pena pecuniária, em
' primeira fase, em 840
dias-multa, aumentados em 70 dias-multa em segunda fase, totalizando 910 (novecentos e dez) dias-
multa como pena pecuniária definitiva, calculado o valor do dia-multa à razão de 1/30 '(um trinta
avos) do salário-mínimo vigente à época dos fatos.
Nos moldes do art. 33 do CP e mesmo considerando o tempo da prisão provisória para
estabelecimento do regime inicial (aproximadamente 2 anos de custódia), conforme preceitua o art.
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387, §2°, do CPP, fixo o REGIME FECHADO para início do cumprimento de pena, considerando o
montante imposto em paralelo às condições pessoais do réu, que não apresenta senso de
responsabilidade que autorize a imposição de regime mais brando, conforme sua participação na
organização criminosa e seu histórico de reiterações criminosas.

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Concedo o direito de recorrer em liberdade, visto que sua participação não mais

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ameaça a ordem pública, diante do desmantelamento da organização criminosa, conforme registrado
em decisão anterior que revogou a prisão preventiva.
Embora entendimento permissivo, com repercussão geral, do STF no ARE 663261
RG/SP, verifico que não há possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de
direito, pois estão ausentes os requisitos do art. 44 do CP, tendo o crime culminado em pena maior que
4 anos. Da mesma forma, não estão presentes os requisitos para aplicação do SURSIS do art. 77 do
mesmo diploma legal, pois não recomendam a culpabilidade e a conduta social da agente, bem como
as circunstâncias do crime, além do mesmo ser reincidente.

3.6. JOSENILDO AUGUSTO DA SILVA DO NASCIMENTO (NILDO DA BAÍA)

Já consideradas a natureza e a quantidade dos entorpecentes, ternos que a


culpabilidade é das mais leves, posto sua participação foi ser o elo para abastecimento de drogas na
unidade prisional em que se encontra, possuindo função de "aviãozinho". Ademais, apesar das
informações de envolvimento anterior com o grupo, durante todo o período de monitoramento esteve
preso, não havendo outros registros de fatos delituosos concretos que tenha praticado. Logo, sua
reprovabilidade é amenizada (positiva). Antecedentes tecnicamente ausentes (positiva). Conduta social
e Personalidade sem dados concretos que possam ser desvalorados (positiva). Circunstâncias do crime
negativas, posto que sua participação deu-se de dentro da unidade prisional em que está recolhido,
desrespeitando as regras do sistema carcerário e constituindo severa afronta ao ordenamento desde os
contatos telefônicos realizados (NEGATIVA). Não há motivos do crime aparentes além do ganho
fácil, não fugindo da previsibilidade do tipo (positivo). Não há consequências do crime de maior
relevância a partir da sua participação, não havendo a confirmação material das drogas inseridas na
unidade prisional em que estava recolhido (positiva). Não há comportamento da vítima a ser valorado.
Assim, tendo por mais relevantes a natureza e a quantidade das drogas manipuladas
pelo grupo, bem como a personalidade e a conduta social do agente, fixo a pena-base em 4 anos de
reclusão.
Em segunda fase, não há circunstâncias agravantes ou atenuantes.
Em terceira fase, não há causas de aumento ou de diminuição de pena.
Portanto, torno a pena definitiva em 4 (quatro) anos de reclusão.
Utilizando dos mesmos critérios, fixo a pena pecuniária, em 770 (setecentos e
setenta) dias-multa, calculado o valor do dia-multa à razão de 1/30 (um trinta avos) lário-

.•
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mínimo vigente à época dos fatos.


Nos moldes do art. 33 do CP e considerando o tempo da prisão provisória para
estabelecimento do regime inicial (aproximadamente 2 anos de custódia), conforme preceitua O art.
387, §2°, do CPP, fixo o REGIME SEMIABERTO para início do cumprimento de pena,

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considerando o" montante imposto em paralelo às condições pessoais do réu, que não apresenta senso

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de responsabilidade que autorize a imposição de regime mais brando, Visto que, mesmo preso,
continuou envolvido nos ilícitos.
Concedo o direito de recorrer em liberdade, visto que sua participação não mais
ameaça a ordem pública, diante do desmantelamento da organização criminosa, conforme registrado
em decisão anterior que revogou a prisão preventiva.
Embora entendimento permissivo, com repercussão geral, do STF no ARE 663261
RG/SP, verifico que não há possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de
direito, pois estão ausentes os requisitos do art. 44 do CP, ante as circunstâncias do cometimento do
delito. Da mesma forma, não estão presentes os requisitos para aplicação do SURSIS do art. 77 do
mesmo diploma legal, pois não recomendam as circunstâncias do crime.

3.7. ,IAILSON ASSIS BRAZ

Já consideradas a natureza e a quantidade dos entorpecentes, temos que a


culpabilidade é diminuta, possuindo função de mero "aviãozinho", sendo a reprovabilidade amenizada
(positiva). Antecedentes tecnicamente ausentes (positiva). Conduta social e Personalidade sem
informações prejudiciais (positiva). Circunstâncias do crime negativas tendo em vista o tamanho do
grupo criminoso e o desenvolvimento das atividades por ampla região, abarcando o Município de Baía
da Traição, mas tocando as cidades de Rio Tinto e Mamanguape e, ainda, com contatos em outros
Estados. Também deve ser levado em consideração o extenso lapso temporal , em que o grupo
desenvolveu suas atividades, tornando-se um problema praticamente perene na comunidade, e. a
dimensão do delito em cidade pequena como é a Baía da Traição (NEGATIVA). Não há motivos do
crime aparentes além do ganho fácil, não fugindo da previsibilidade do tipo (positivo). As
consequências do crime são acentuadas, resultando na alteração da rotina da comunidade em que o
grupo estava inserido, desestruturando a ordem social e causando extrema insegurança às pessoas, que
se viam a mercê dos integrantes da organização e em meio a uma crescente criminalidade vinculada às
ações deste grupo. As atividades delituosas terminaram por incentivar a Prática de outros crimes
conexos e por manter uni clima de medo na comunidade (NEGATIVA). Não há comportamento da
vítima a ser valorado.
Assim, tendo por mais relevantes a natureza e a quantidade das drogas Manipuladas
pelo grupo, bem como a personalidade e a conduta social do agente, fixo a pena-base em 3 anos de
reclusão. Esclareço que, mesmo considerando as circunstâncias objetivas do delito, a diminuta
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participação do acusado orienta fixação de pena compatível com sua função de menor expressividade.
Em segunda fase, não há circunstâncias agravantes ou atenuantes.
EM terceira fase, não há causas de aumento ou de diminuição de pena.
Portanto, torno a pena definitiva em 3 (três) anos de reclusão.

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Utilizando dos mesmos critérios, fixo a pena pecuniária em 700 (setecentos) dias-

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multa, calculado o valor do dia-multa à razão de 1/30 (um trinta avos) do salário-mínimo vigente à
época dos fatos.
Nos moldes do art. 33 do CP e considerando o tempo da prisão provisória para
estabelecimento do regime inicial (aproximadamente 2 anos de custódia), conforme preceitua o art.
387, §2°, do CPP, fixo o REGIME ABERTO para início do cumprimento de pena,
Concedo o direito de recorrer em liberdade, visto que sua participação não mais
ameaça a ordem pública, diante do desmantelamento da organização criminosa, conforme registrado
em decisão anterior que revogou a prisão preventiva.
Conforme entendimento permissivo, com repercussão geral, do STF no ARE 663261
RG/SP, verifico que há possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de
direito, razão pela qual SUBSTITUO PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR DUAS
RESTRITIVAS DE DIREITOS, quais sejam: a) prestacão de serviço à comunidade pelo tempo
da condenação, em local a ser definido pelo Juízo da Execução Penal; b) limitação de final de
semana pelo tempo da condenação, devendo ser observada a detração pelo Juízo das Execuções
Penais.

3.8. SEVERINO DO RAMO DA CONCEIÇÃO

Já consideradas a natureza e a quantidade dos entorpecentes, ternos. que a


culpabilidade é diminuta, possuindo função de mero "aviãozinho", sendo a reprovabil idade amenizada
(positiva). Antecedentes tecnicamente ausentes (positiva). Conduta social e Personalidade sem
informações prejudiciais (positiva). Circunstâncias do crime negativas tendo em sista o tamanho do
grupo criminoso e o desenvolvimento das atividades por ampla região, abarcando o Município de Baía
da Traição; mas tocando as cidades de .Rio Tinto e Mamanguape e, ainda, com contatos em outros
Estados. Também deve ser levado em consideração o extenso lapso temporal em que o grupo
desenvolveu suas atividades, tornando-se um problema praticamente perene na comunidade, e a
dimensão do delito em cidade pequena como é a Baía da Traição (NEGATIVA). Não há motivos do
crime aparentes além do ganho fácil, não fugindo da previsibilidade do tipo (positivo). As
consequências do crime são acentuadas, resultando na alteração da rotina da comunidade em que o
grupo estava inserido, desestruturando a ordem social e causando extrema insegurança às pessoas, que
se viam a mercê dos integrantes da organização e em meio a uma crescente criminalidade vinculada às
ações deste grupo. As atividades delituosas terminaram por incentivar a prática de out s crimes
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conexos e por manter uni clima de medo na comunidade (NEGATIVA). Não há comportamento da
vítima a ser valorado.
Assim, tendo por mais relevantes a natureza e a quantidade das drogas manipuladas
pelo grupo, bem como a personalidade e a conduta social do agente, fixo a pena-base em 3 anos de

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reclusão. Esclareço que, mesmo considerando as circunstâncias objetivas do delito, a diminuta

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.


participação do acusado orienta fixação de pena compatível com sua função de menor expressividade.
Em segunda fase, não há circunstâncias agravantes ou atenuantes.
Em terceira fase, não há causas de aumento ou de diminuição de pena.
Portanto, torno a pena definitiva em 3 (três) anos de reclusão.
Utilizando dos mesmos critérios, fixo a pena pecuniária em 700 (setecentos) dias-
multa, calculado o valor do dia-multa à razão de 1/30 (um trinta avos) do salário-mínimo vigente à
época dos fatos.
Nos moldes do art. 33 do CP e considerando o tempo da prisão provisória para
estabelecimento do regime inicial (aproximadamente 2 anos de custódia), conforme preceitua o art.
387, §2°, do CPP, fixo o REGIME ABERTO para início do cumprimento de pena,
Concedo o direito de recorrer em liberdade, visto que sua participação não mais
ameaça a ordem pública, diante do desmantelamento da organização criminosa, conforme registrado
em decisão anterior que revogou a prisão preventiva.
Conforme entendimento permissivo, com repercussão geral, do STF no ARE 663261
RG/SP, verifico que há possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de
direito, razão pela qual SUBSTITUO PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR DUAS
RESTRITIVAS DE DIREITOS, quais sejam: a) prestação de serviço à comunidade pelo tempo
da condenação, em local a ser definido pelo Juízo da Execução Penal; b) limitação de final de
semana pelo tempo da condenação, devendo ser observada a detração pelo Juízo das Execuções
Penai s.

3.9. GENILSON SOARES DA SILVA FILHO

Já consideradas a natureza e a quantidade dos entorpecentes, temos que a


culpabilidade é diminuta, possuindo função de mero "aviãozinho", sendo a reprovabilidade amenizada
(positiva). Antecedentes tecnicamente ausentes (positiva). Conduta social e Personalidade sem
informações prejudiciais (positiva). Circunstâncias do crime negativas tendo em vista o tamanho do
grupo criminoso e o desenvolvimento das atividades por ampla região, abarcando o Município de Baía
da Traição, mas tocando as cidades de Rio Tinto e Mamanguape e, ainda, Com contatos em outros
Estados. Também deve ser levado em consideração o extenso lapso temporal em que o grupo
desenvolveu suas atividades, tornando-se um problema praticamente perene na comunidade, e a
dimensão do delito em cidade pequena como é a Baía da Traição (NEGATIVA. Não há motivos do
SEEU - Processo: 9000086-96.2019.8.15.0181 - Assinado digitalmente por JONAS BEZERRA DO NASCIMENTO
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crime aparentes além do ganho fácil, não fugindo da previsibilidade do tipo (positivo). As
consequências do crime são acentuadas, resultando na alteração da rotina da comunidade em que o
grupo estava inserido, desestruturando a ordem social e causando extrema insegurança às pessoas, que
se viam a mercê dos integrantes da organização e em meio a uma crescente criminalidade vinculada às

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJ5B4 QW8F2 QGK7Q VYVD3


ações deste grupo. As atividades delituosas terminaram por incentivar a prática de outros crimes

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.


conexos e por manter um clima de medo na comunidade (NEGATIVA). Não há comportamento da
vítima a ser valóráddi
Assim, tendo por mais relevantes a natureza e a quantidade das drogas manipuladas
pelo grupo, bem como a personalidade e a conduta social do agente, fixo a pena-base em 3 anos de
reclusão. Esclareço que, mesmo considerando as circunstâncias objetivas do delito, a diminuta
participação do acusado orienta fixação de pena compatível com sua função de menor expressividade.
Ém segunda fase, reconheço, ainda que precariamente, a confissão do acusado (art.
65, II, 'd', CP), vez que seu depoimento em delegacia foi considerado no convencimento do Juízo, por
revelar a interligação entre alguns denunciados e reforçar os dados colhidos em interceptação.
Contudo, deixo de reduzir o montante da pena, por estar no mínimo legal.
Em terceira fase, não há causas de aumento ou de diminuição de pena.
Portanto, torno a pena definitiva em 3 (três) anos de reclusão.
Utilizando dos mesmos critérios, fixo a pena pecuniária em 700 (setecentos) dias-
multa, calculado o valor do dia-multa à razão de 1/30 (um trinta avos) do salário-mínimo vigente à
época dos fatos.
Nos moldes do art. 33 do CP e considerando o tempo da prisão provisória para
estabelecimento do regime inicial (aproximadamente 2 anos de custódia), conforme preceitua o art.
387, §2°, do CPP, fixo o REGIME ABERTO para início do cumprimento de pena,
Concedo o direito de recorrer em liberdade, visto que sua participação não mais
ameaça a ordem pública, diante do desmantelamento da organização criminosa, conforme registrado
em decisão anterior que revogou a prisão preventiva.
Conforme entendimento permissivo, com repercussão geral, do STF no ARE 663261
RG/SP, verifico que há possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de
direito, razão pela qual SUBSTITUO PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR DUAS
RESTRITIVAS DE DIREITOS., quais sejam: a) prestacão de serviço à comunidade pelo tempo
da condenação, em local a ser definido pelo Juízo da Execução Penal; b) limitação de final de
semana pelo tempo da condenação, devendo ser observada a detração pelo Juízo das Execuções
Penais.

3.10. JOSENILDO AUGUSTO (NULDO DE CAMARATU A

Já consideradas a natureza e a quantidade dos entorpecentes, tei que a


SEEU - Processo: 9000086-96.2019.8.15.0181 - Assinado digitalmente por JONAS BEZERRA DO NASCIMENTO
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culpabilidade é diminuta, possuindo função de mero "aviãozinho", sendo a reprovabilidade amenizada


(positiva). Antecedentes tecnicamente ausentes (positiva). Conduta social e Personalidade sem
informações prejudiciais (positiva). Circunstâncias do crime negativas tendo em vista o tamanho do
grupo criminoso e o desenvolvimento das atividades por ampla região, abarcando o Município de Baía

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJ5B4 QW8F2 QGK7Q VYVD3


da Traição, mas tocando as cidades de Rio Tinto e Mamanguape e, ainda, com contatos em outros

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Estados. Também deve ser levado em consideração o extenso lapso temporal em que o grupo
desenvolveu suas atividades, tornando-se um problema praticamente perene na comunidade, e a
dimensão do delito em cidade pequena como é a Baía da Traição (NEGATIVA). Não há motivos do
crime aparentes além do ganho fácil, não fugindo da previsibilidade do tipo (positivo). As
consequências do crime são acentuadas, resultando na alteração da rotina da comunidade em que o
grupo estava inserido, desestruturando a ordem social e causando extrema insegurança às pessoas, que
se viam a mercê dos integrantes da organização e em meio a uma crescente criminalidade vinculada às
ações deste grupo. As atividades delituosas terminaram por incentivar a prática de outros crimes
conexos e por manter um clima de medo na comunidade (NEGATIVA). Não há comportamento da
vítima a ser valorado.
Assim, tendo por mais relevantes a natureza e a quantidade das drogas manipuladas
pelo grupo, bem como a personalidade e a conduta social do agente, fixo a pena-base em 3 anos de
reclusão. Esclareço que, mesmo considerando as circunstâncias objetivas do delito, a diminuta
participação do acusado orienta fixação de pena compatível com sua função de menor expressividade.
Em segunda fase, não há circunstâncias agravantes ou atenuantes.
Em terceira fase, não há causas de aumento ou de diminuição de pena.
Portanto, torno a pena definitiva em 3 (três) anos de reclusão.
Utilizando dos mesmos critérios, fixo a pena pecuniária em 700 (setecentos) dias-
multa, calculado o valor do dia-multa à razão de 1/30 (uni trinta avos) do salário-mínimo vigente à
época dos fatos.
Nos moldes do art. 33 do CP e considerando o tempo da prisão provisória para
estabelecimento do regime inicial (aproximadamente 2 anos de custódia), conforme preceitua o art.
387, §2°, do CPP, fixo o REGIME ABERTO para início do cumprimento de pena,
Concedo o direito de recorrer em liberdade, visto que sua participação não mais
ameaça a ordem pública, diante do desmantelamento da organização criminosa, conforme registrado
em decisão anterior que revogou a prisão preventiva.
Conforme entendimento permissivo, com repercussão geral, do STF no ARE 663261
RG/SP, verifico que há possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de
direito, razão pela qual SUBSTITUO PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR DUAS
RESTRITIVAS DE DIREIT S, quais sejam: a) prestação de serviço à comunidade pelo tempo
da condenação, em local a ser definido pelo Juízo da Execução Penal; b) limitação de final de
semana pelo tempo da condenação, devendo ser observada a detração pelo Juizo das Execuções
SEEU - Processo: 9000086-96.2019.8.15.0181 - Assinado digitalmente por JONAS BEZERRA DO NASCIMENTO
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Penais.
'Expeçam-se os respectivos alvarás de solturas aos réus que foram concedidos o direito
de apenar em liberdade e que se encontram presos.

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJ5B4 QW8F2 QGK7Q VYVD3


Após o trânsito em julgado da sentença:

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.


Anote-se os nomes dos réus condenados no rol dos culpados.
Expeçam-se as guias de cumprimento para a Vara das Execuções Penais.
Intimem-se os réus para recolher a multa.
Preencham-se e remetam-se os boletins individuais à SSP/PB.
Comunique-se a Justiça Eleitoral para suspensão dos direitos políticos.
Após, arquivem-se os autos.

Custas dispensadas.
Publique-se. Registre-se. Intime
Mamanguape, 19 de novembro se 2e

(
ELZAII EiZERRA A SILVA PEDROSA
\ Juiza e Direito

4.
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sR
SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA E DA DEFESA SOCIAL
DELEGACIA GERAL DE POLÍCIA
ia SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE POLÍCIA CIVIL
GOVERNO 7a DELEGACIA SECCIONAL DE POLÍCIA CIVIL - MAMAMANG

DA PARAíBA DELEGACIA DE MAMANGUAPÉ

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJ5B4 QW8F2 QGK7Q VYVD3


Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
TERMO DE QUALIFICAÇAO E INTERROGATÓRIO TJP?.3
RENÊ PADILHA PLÁCIDO TAVARES DA SILVA
Aos 27 (vinte e sete) do mês de junho do ano de 2016 (dois mil e dezesseis), nesta cidade de Mamanguape,
na Delegacia 'de Polícia Civil, onde presente se achava o Dr. MARCOS PAULO SALES DE CASTRO,
Delegado de Policia Civil, comigo escrivão, quando, por volta das 15:55hs, compareceu com a finalidade
de ser qualificado e interrogado a pessoa de RENÊ PADILHA PLÁCIDO TAVARES DA SILVA,
Alcunha: "RENÊ"; Nacionalidade: brasileiro; Estado civil solteiro; Naturalidade: Baía da Trição/PB;
nascimento: 0709/1996; Idade data do fato: 19; filiação: José Genilson Tavares da Silva e Roberto de

Fátima Padilha; Escolaridade: ensino médio incompleto; Profissão/ocupação: desempregado; RG: não

recorda, Residente na Aldeia Acajutibiró, próximo a residência do popular conhecido por Sargento

Jeferson, Baía da Traição/R1V. fone: 98644-5557(genitora — Roberto), Sexo: masculino; 1,85 metros de

altura, 75 kg; Cor da pele: branco, cabelos pretos; olhos pretos; tatuagens: nenhuma; religião: católico,
filhos: não. Cientificado das imputações que lhe são feitas e esclarecido o seu direito constitucional de

silencio e interrogado nos termos do Art. 187 do Código de Processo Penal Brasileiro, RESPONDEU:
QUE o interrogado Se reserva no direito constitucional de permanecer em silêncio, se pronunciando apenas
durante a fase judicial da persecução penal. E- nada mais disse nem lhe foi perguntado, mandou a
Autoridade Policial encerrar o presente Termo.

AUTORIDADE:

INTERROGADO

ESCRIVÃO:
SEEU - Processo: 9000086-96.2019.8.15.0181 - Assinado digitalmente por JONAS BEZERRA DO NASCIMENTO
[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA E DA DEFESA SOCIAL 1-15


DELEGACIA GERAL DE POLICIA
ia SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE POLÍCIA CIVIL \./
GOVERNO 7a DELEGACIA SECCIONAL DE POLÍCIA CIVIL — MAMAMAN
DA PARAÍBA DELEGACIA DE MAMANGUAPÉ

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJ5B4 QW8F2 QGK7Q VYVD3


Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
TERMO DE QUALIFICAÇA0 E INTERROGATÓRIO
PEDRO VIDAL NEVES DE SOUZA
Aos 27 (vinte e sete) do mês de junho do ano de 2016 (dois mil e dezesseis), nesta cidade de Mamanguape,
na Delegacia de Polícia Civil, onde presente se achava o Dr. MARCOS PAULO SALES DE CASTRO,
Delegado de Polícia Civil, comigo escrivão, quando, por volta das 15:55hs, compareceu com a finalidade
de ser qualificado e interrogado a pessoa de PEDRO VIDAL NEVES DE SOUZA, Alcunha:
"PEDRINHO"; Nacionalidade: brasileiro; Estado civil solteiro; Naturalidade: Natal/RN; nascimento::
07/02/1993; Idade data do fato: 23; filiação: Vital Maria Sales de Souza e Arlete Meres de Souza;
Escolaridade: ensino médio incompleto; Profissão/ocupação: ajudante em lanchonete; RG: não
recorda, Residente na Rua Cacique Daniel Santana, 386, próximo ao Posto de Combustível,- Centro,
Baía da Traição/PB. fone: sem telefone, Sexo: masculino; 1,75 metros de altura, 70 kg; Cor da'pele:
branco, cabelos pretos; olhos pretos tatuagens: braço direito afigura de Jesus, nas costas o nome de sua
genitora(Arlete); religião: católico, filhos: nenhum Cientificado das imputações que lhe são feitas e
esclarecido o seu direito constitucional de silencio e interrogado nos termos do Art. 187 do Código de
Processo Penal Brasileiro, RESPONDEU: QUE o interrogado se reserva no direito constitucional de
permanecer em silêncio, se pronunciando apenas durante a fase judicial da persecução penal. E nada mais
disse nem lhe foi perguntado, mandou a Autoridade Policial e ermo.

AUTORIDADE:

INTERROGADO

.ESCRIVÃO:
SEEU - Processo: 9000086-96.2019.8.15.0181 - Assinado digitalmente por JONAS BEZERRA DO NASCIMENTO
[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

vj: ` PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA


be 3 VARA MAMANGUAPE
Lia
MANDADO DE PRISÃO N° 0000861-22.2016.8.15.0231.0039
VÁLIDO ATÉ 23/05/2036
v
Número do Processo: 0000861-22.2016.8.15.0231
Classe Processual: 313 - Pedido de Prisão Preventiva
Assunto(s): 5897 - ASSOCIACAO PARA A PRODUCAO E TRAFICO E CONDUTAS AFINS,

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJ5B4 QW8F2 QGK7Q VYVD3


Procedimento de Origem: 00008612220168150231 - OUTRO

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.


0(A) Excelentíssimo(a) Senhor(a) JUIZ DE DIREITO
Juliana Duarte Maroja com atuação no(a) 3 VARA
MAMANGUAPE, na forma da lei,
MANDA a qualquer agente ou autoridade a que este for
apresentado que, em seu cumprimento e na forma da lei, pelas razões jurídicas abaixo
explicitadas, PRENDA E RECOLHA à disposição deste Juízo no estabelecimento prisional
adequado a pessoa abaixo qualificada:

PEDRO VIDAL NEVES DE SOUZA, MASCULINO

Tipo de Prisão: PREVENTIVA, Prazo: -, Pena: -, Regime: -, Fiança: -

Síntese da decisão: Em conformidade com os arts. 311 e 312 do CPP, para que seja garantida a futura
aplicação da lei penal e por conveniência da instrução inquisitorial, decreto a prisão preventiva do réu.
Obs: O réu encontra-se atualmente recolhido na Cadeia Pública de Rio Tinto PB.

CUMPRA-SE, comunicando de imediato a este Juízo o


regular cumprimento.
Comarca de MAMANGUAPE, em 31/01/2017. Eu,
VILANIA MENDES PEDROSA, TECNICO JUDICIARIO, conferi e subscrevo, reconhecendo a
assinatura da autoridade judicial que o mandou expedir.

u lana Duarte aroja


JUIZ DE DIREITO

-
Evangelista da Silva Gomes
Mat. 168713-1
DIRETOR

Data do Cumprimento:

Assinatura do Preso:
Impresso em 31/01/2017 às 08:58:02
SEEU - Processo: 9000086-96.2019.8.15.0181 - Assinado digitalmente por JONAS BEZERRA DO NASCIMENTO
[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

CERtIDÃO

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJ5B4 QW8F2 QGK7Q VYVD3


Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
Certifico e dou k que, em cumprimento ao mandado retro,
diligenciei no endereço indicado e, após as formalidades legais,
PROCEDI A PRISÃO PREVENTIVA. de PEDRO VIDAL NEVES
DE SOUZA, o qual já' se encontrava recolhido na Cadeia Pública de
Rio Tinto-PB, cientificando-o de todo teor do mandado, o qual
aceitou a cai-lu-afê, recebendo também cópia da decisão, porèrn,
recusou-se a exarar seu ciente_ Certifico ainda que, CIENTIFIQUEI
o Diretor do Presidio, Sr_ Evangelista da Silva Cornes, o qual
acompanhou á diligência_ O refeido è verdade_

Marnanguape-PB, 01 de fevereiro de 2017_

Jose Carlos Araújo Silva


OficisiÔ lustiçs — Mal 471939-5
SEEU - Processo: 9000086-96.2019.8.15.0181 - Assinado digitalmente por JONAS BEZERRA DO NASCIMENTO
[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA


3 VARA MAMANGUAPE

MANDADO DE PRISÃO N° 0000861-22.2016.8.15.0231.0028 N./


VÁLIDO ATÉ 23/05/2036
Número do Processo: 0000861-22.2016.8.15.0231
Classe Processual: 313- Pedido de Prisão Preventiva
Assunto(s): 5897 - ASSOCIACAO PARA A PRODUCAO E TRAFICO E CONDUTAS AFINS,

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJ5B4 QW8F2 QGK7Q VYVD3


Procedimento de Origem: 00008612220168150231 - AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.


0(A) Excelentíssimo(a) Senhor(a) JUIZ DE DIREITO
Juliana Duarte Maroja com atuação no(a) 3 VARA
MAMANGUAPE, na forma da lei,
MANDA a qualquer agente ou autoridade a que este for
apresentado que, em seu cumprimento e na forma da lei, pelas razões jurídicas abaixo
explicitadas, PRENDA E RECOLHA à disposição deste Juízo no estabelecimento prisional
adequado a pessoa abaixo qualificada:

RENE PADILHA PLACIDO TAVARES DA SILVA, MASCULINO

Tipo de Prisão: PREVENTIVA, Prazo: -, Pena: -, Regime: -, Fiança: -

Síntese da decisão: Em conformidade com os arts. 311 e 312 do CPP, para que seja garantida a futura
aplicação da lei penal e por conveniência da instrução inquisitorial, decreto a prisão preventiva do réu.
Obs: O réu encontra-se atualmente recolhido na Cadeia Pública de Rio Tinto Pá-.

CUMPRA-SE, comunicando de imediato á este Juízo o


regular cumprimento.
Comarca de MAMANGUAPE, em 26/01/2017. Eu,
VILANIA MENDES PEDROSA TECNICO JUDICIARIO, conferi e subscrevo, reconhecen o a
assinatura da autoridad dicial qu o mandou expedir.

t‘tte

E Dl EIT

TOP
ogelista da Silva Gomes
Mat. 168713-1
DIRETOR

Data do Cumprimento:

Assinatura do Preso:

Impresso em 26/01/2017 às 09:21:10


SEEU - Processo: 9000086-96.2019.8.15.0181 - Assinado digitalmente por JONAS BEZERRA DO NASCIMENTO
[1.2] JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL - Guia de Execução/Recolhimento em 15/08/2019

CERTIDÃO

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJ5B4 QW8F2 QGK7Q VYVD3


Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
Certifico e dou tê que, em cumprimento ao mandado retro,
diligenciei no endereço indicado e, após as formalidades legais,
- CEDI . A PRISÃO PREVENTIVA de RENE PADILHA
PP,O£
PLACIDO TAVARES DA SILVA, o qual jã se encontrava recolhido
ria Cadeia Pública de Rio Tinto-PB, cientificando-o de todo teor do
mandado, o qual aceitou a contrate, recebendo tarnbern cópia da
decisão, porem, recusou-se a exarar seu ciente_ Certifico ainda que,
CIEN'TIFIQUEE o Diretor do Presidio, Sr. Evangelista da Silva
Gomes, o qual acompanhou ã diligencia. O referido é verdade_

Marnanguape-PB, 01 de tevereiro de 2017_

S
_tose Carlos Araújo Silva
Ofizial de Justiça — Met. 421939-5

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