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ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


Rua XV Novembro nº 390 – Centro – Piraí - RJ

COLÉGIO MUNICIPAL PRESIDENTE CASTELO BRANCO Data: 08/06/2020

Professor: Jaelson Lira

Componente Curricular: História

7º ANO - Atividades não presenciais


Atividade 3: A Gripe Espanhola

Prezados alunos e alunas, olá!


Pensando nesse retorno, priorizamos realizar um breve bate papo sobre nossa
atualidade e suas relações com o nosso passado. Antes de começarmos conteúdos
novos, faremos uma breve reflexão sobre este delicado momento de pandemia que tanto
tem transformado nossas vidas. Apresentamos um texto relacionado a crise da Gripe
Espanhola do início do século XX que assolou o mundo e suas possíveis relações com
nossa atualidade em relação ao coronavírus.
Seguem algumas perguntas para serem respondidas durante as aulas.

Mitos que perduram sobre a ‘gripe espanhola’, a maior pandemia da história


recente (21.01.2018).

Aquela que foi considerada a maior pandemia da história completa 100 anos, mas ainda
não entendemos o mais básico
RICHARD GUNDERMAN

O auditório municipal de Oakland foi usado como


hospital temporário. IMAGES.GETTY
Completa-se neste ano o centenário
da grande pandemia de gripe de 1918.
Acredita-se que entre 50 e 100 milhões de
pessoas morreram em decorrência dela, o
que representa nada menos do que 5% da
população mundial da época. Houve 500
milhões de indivíduos contaminados pelo
vírus.

Um fato especialmente destacável foi a


predileção da doença por tirar a vida de
jovens adultos saudáveis, e não de crianças
e idosos, que costumam ser os mais
vulneráveis. Há quem a tenha qualificado como a maior pandemia da história.
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No Brasil o vírus vitimou em 1919 Rodrigues Alves, quinto presidente da República, no


início de seu segundo mandato - ele não chegou a tomar posse. Por aqui estima-se que a
gripe espanhola tenha matado em torno de 30.000 pessoas, trazido ao país por navios
vindos de Portugal com doentes europeus.

Se analisarmos as crenças detalhadas a seguir, poderemos entender melhor o que


realmente aconteceu e aprender a prevenir e amenizar catástrofes semelhantes no futuro.

1. A pandemia começou na Espanha


Ninguém acredita que a chamada gripe espanhola tenha surgido na Espanha.
Possivelmente, a pandemia deve seu apelido à Primeira Guerra Mundial, que àquela
altura entrava em seu último ano. Os principais países em guerra faziam o possível para
evitar qualquer estímulo moral aos seus inimigos, então na Alemanha, Áustria, França,
Reino Unido e Estados Unidos a informação sobre o alcance da doença foi censurada.
Já a Espanha, que era um país neutro no conflito, não precisava ocultá-la. Isso produziu
a falsa impressão de que esse país europeu foi o mais castigado. Na verdade, a origem
geográfica da gripe continua sendo motivo de debate, embora diversas hipóteses
apontem para o leste da Ásia, a Europa e inclusive o Kansas.

2. A pandemia resultou de um supervírus


A gripe de 1918 se propagou rapidamente e matou 25 milhões de pessoas nos seis
primeiros meses. Isto fez alguns temerem o fim da humanidade, além de alimentar por
muito tempo a ideia de que se tratava de um grupo viral particularmente letal.
Entretanto, estudos mais recentes indicam que o vírus, foi mais mortífero que outros
grupos virais, mas, não era basicamente diferente dos que causaram as epidemias de
outros anos. A alta taxa de mortalidade pode ser atribuída em grande medida à
aglomeração nos acampamentos militares e nos ambientes urbanos, bem como à má
qualidade da alimentação e às condições sanitárias precárias durante a guerra.

3. A terceira onda da pandemia foi a mais letal


Na verdade, a onda inicial de mortes pela gripe, na primeira metade de 1918, foi
relativamente pequena. Foi na segunda onda, de outubro a dezembro do mesmo ano,
que se registrou a maior taxa de mortalidade. A terceira fase, na primavera boreal de
1919, foi mais letal que a primeira, porém menos que a segunda. Nessa fase, as pessoas
com sintomas mais leves ficaram em casa, mas os pacientes mais graves se amontoavam
em hospitais e acampamentos, o que intensificou a transmissão de uma variedade mais
letal do vírus.

4. O vírus matou a maioria das pessoas infectadas


A grande maioria de pessoas que contraíram a gripe em 1918 sobreviveu. Em geral, as
taxas nacionais de mortalidade dos infectados não superaram 20%. Entretanto, esses
índices variavam de um grupo para outro. Evidentemente, mesmo uma taxa de
mortalidade de 20% supera bastante a de uma gripe convencional, que mata menos de
1% dos infectados.
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5. Os tratamentos da época eram pouco eficazes contra a doença


Durante a gripe de 1918 não existiam tratamentos antivirais específicos. Hoje em dia, as
coisas não mudaram muito, e a maioria dos tratamentos para a enfermidade se dirige a
aliviar os sintomas, em vez de curar a doença. Uma hipótese propõe que muitas mortes
por gripe poderiam na verdade ser atribuídas à intoxicação por aspirina. Naquela época,
as autoridades médicas recomendavam altas doses desse medicamento, de até 30 gramas
por dia. Atualmente, considera-se que quatro gramas por dia são a maior dosagem
segura. As doses excessivas de aspirina podem provocar muitos dos sintomas da
pandemia, incluindo as hemorragias. No entanto, aparentemente a taxa de mortalidade
era igualmente elevada em lugares do mundo onde a aspirina não era de tão fácil acesso,
então o debate continua.

6. A pandemia dominava o noticiário


Os funcionários dos serviços públicos de saúde, a polícia e os políticos tinham motivos
para minimizar a gravidade da gripe de 1918, o que fez com que ela atraísse menos a
atenção da imprensa. Havia o temor de que divulgá-la abertamente encorajasse os
inimigos em época de guerra, e além disso existia o interesse em preservar a ordem
pública e evitar o pânico. Entretanto, as autoridades reagiram. No auge da pandemia,
foram estabelecidas quarentenas em muitas cidades. Algumas foram obrigadas a
restringir os serviços básicos, incluindo os da polícia e dos bombeiros.

7. A vacinação acabou com a pandemia


A vacinação contra a gripe tal como a conhecemos atualmente não era praticada em
1918 e, portanto, não desempenhou nenhum papel na extinção da pandemia.
Enfermeiras da Cruz Vermelha em Saint Louis (EUA),
em outubro de 1918.GETTY IMAGES
Além disso, é provável que o vírus, que mudava
rapidamente, evoluísse com o tempo para cepas
menos letais. É algo previsto nos modelos de
seleção natural. Como as cepas altamente
mortíferas acabam em muito pouco tempo com
seu anfitrião, não podem se propagar com tanta
facilidade como as menos letais.

8. Os genes do vírus nunca foram sequenciados


Em 2005, os pesquisadores anunciaram ter determinado o sequenciamento genético do
vírus da gripe de 1918. Dois anos depois, observou-se que os macacos infectados com o
vírus apresentavam os mesmos sintomas observados durante a pandemia. Os estudos
indicam que os animais morreram quando seus sistemas imunológicos reagiram
excessivamente ao vírus. Atualmente, os cientistas acreditam que, em 1918, uma reação
excessiva do sistema imunológico, contribuiu para os altos índices de mortalidade.
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CONCLUSÃO

A pandemia de 1918 nos oferece lições:


É habitual que a cada poucas décadas ocorram epidemias graves de gripe.
Embora pouca gente se recorde da grande pandemia de 1918, podemos continuar
aprendendo com ela: da importância de lavar as mãos e se vacinar; Observar o potencial
dos medicamentos antivirais; como isolar e tratar um grande número de pacientes
doentes e agonizantes, e podemos receitar antibióticos, os quais não existiam em 1918.
Talvez a maior esperança resida em aprimorar a nutrição, as condições sanitárias e o
nível de vida, que melhoram a capacidade dos pacientes de resistirem à infecção.

No futuro próximo, as epidemias de gripe continuarão existindo. Como sociedade, só


podemos esperar que tenhamos aprendido as lições daquela pandemia para buscarmos
dominar outra catástrofe mundial como aquela.
Richard Gunderman é catedrático de Medicina, Artes Liberais e Filantropia da
Universidade de Indiana.

HORA DA REFLEXÃO

Exercícios: você deverá escolher 4 entre as 8 questões abaixo, para dar as suas
repostas.

1). O que sua família tem feito para se cuidar e se proteger durante a Pandemia?

2). Cite duas ações positivas e duas ações negativas realizadas pelo Brasil no combate a
Pandemia do Coronavírus, a Covid-19?

3). É possível que no futuro próximo aconteçam outras “ondas “ dessa pandemia.
Explique duas propostas que VOCÊ considera importantes para melhorarmos nossas
ações no combate a futuros vírus.

4). Naquela época não existiam remédios comprovadamente eficazes contra o vírus da
gripe espanhola, mas os médicos passaram a receitar doses muito altas de Aspirina (até
30 gramas por dia quando a dose segura seriam 4 gramas diárias). Cite uma possível
consequência do uso indiscriminado da Aspirina no tratamento da gripe espanhola.

5). No meio dessa pandemia qual meio de comunicação mais confiável para você? Na
década de 20 as pessoas foram devidamente informadas sobre essa epidemia no país?

6). Baseando-se na nota n. 1, dê sua opinião sobre o fato da doença ter ficado conhecida
como "gripe espanhola";

7). Comente a nota 3, que mostra ter sido na segunda onda de contaminação que se
registrou a maior taxa de mortalidade;

8). Baseada na conclusão, podemos afirmar que aprendemos com a Pandemia de 1918?
Por quê?

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