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FACULDADE FACUMINAS

CINTIA GROSZ FASCIO BATISTA

A IMPORTANCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

Itapema- SC, 2023


FACUMINAS – FACULDADE DE MINAS

A IMPORTANCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à FACUMINAS de
Coronel Fabriciano – MG como
requisito para obtenção do diploma do
Curso de ESDUCAÇÃO FÍSICA E
PSICOMOTRICIDADE sob a
orientação da professora Gabrielle
Almeida Barbosa

Itapema- SC, 2023


1. INTRODUÇÃO

O estudo e compreensão da importância da psicomotricidade na


educação infantil é de suma importância para o desenvolvimento integral de
nossas crianças, indispensável neste processo de ensino e aprendizagem ao
longo da vida. Estimular a criança no conhecimento de seu corpo as funções e
possibilidades do mesmo e também auxilia com as relações em seus variados
aspectos: social, afetivo, mental e físicos.

Nesta ciência estudamos o homem através de seu corpo, sendo esta a


principal característica da psicomotricidade, o corpo em movimento e em ligação
com seu mundo interno e externo (AQUINO, 2012). No processamento da
psicomotricidade a criança, gradativamente irá amadurecendo e compreendendo
a si mesma, contribuindo na prevenção de deficiências e dificuldades na
interação com o mundo em que está inserida. A escola é ambiente propício onde
a criança, através de atividades orientadas, será direcionada para este
desenvolvimento estrutural. (LUSSAC, 2008).

A Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2023), é um documento de


referência e determina os objetivos e direitos das crianças em diversas fases,
desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, nele estão inseridos direitos de
aprendizagem e desenvolvimento, conviver, brincar, participar, explorar e
conhecer-se, direitos que estão ligados com aplicação da psicomotricidade.
Contudo muito além do movimento, as atividades de psicomotricidade na
Educação Infantil contribuem para o desenvolvimento cognitivo da criança,
assim contribui tanto para a área da Educação Física escolar, quanto para a
Educação de um modo geral.

Lançando mão de princípios norteadores e compreendendo a educação


psicomotora diante da educação infantil, o objetivo do presente trabalho é propor
o estudo da psicomotricidade relacionada nesta primeira etapa do
desenvolvimento humano, a educação infantil através da literatura e da
legislação educacional, salientando sua importância e contribuição ao
desenvolvimento do infante.
2. OBJETIVOS

No presente trabalho mostraremos o importante papel que a


psicomotricidade proporciona na Educação Infantil, estimulação a uma maior
consciência do corpo, possibilitando assim às crianças explorarem diferentes
movimentos e posturas. É através da prática de jogos e brincadeiras que as
crianças desenvolverão a coordenação motora, o equilíbrio e a noção de
espaço. Um exemplo é a atividade de caminhar em uma linha reta, na qual a
criança precisa controlar seus movimentos e se concentrar para não cai do
caminho.
3 – REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Psicomotricidade definição

A psicomotricidade é a área que em como objetivo o desenvolvimento


motor, cognitivo e afetivo, trabalhando o desenvolvimento integral da criança.
Segundo Lê Boliche (2001) a Educação Psicomotora auxilia de forma
significativa o processo de desenvolvimento infantil.

Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem


através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo
interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o
corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É
sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e
o cognitivo. (GALVAO, 1995, p.10)

Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção


de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo
sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua
socialização.” (Associação Brasileira de Psicomotricidade)

Muitos estudiosos, mesmo de correntes de pensamento diversos,


concordam sobre o fato de que os primeiros anos de vida são
fundamentais para a maturação da criança. De maneira particular, é
opinião compartilhada que já aos três anos de idade todo indivíduo
tenha adquirido as características principais da própria personalidade.
(VECCHIATO, 2003, p.33)

“O termo psicomotricidade se divide em duas partes: motriz e o psiquismo,


que constituem o processo de desenvolvimento integral da pessoa” (FONSECA,
2004, p.16). a palavra motriz se refere ao movimento, já psico determina a
atividade psíquica em duas fases: sócio – afetiva e a fase cognitiva. Em outras
palavras, o que se quer dizer é que na ação da criança se articula toda sua
afetividade, todos seus desejos, mas também todas as suas possibilidades de
comunicação e articulação de conceitos.

3.2. Um breve relato histórico

Historicamente vemos o termo “psicomotricidade” aparecendo no início do


século XIX inserido na área médica definida como neurológica, “com o
desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começa a constatar-se
que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem
que a lesão esteja claramente localizada”, neste interim faz-se necessário
encontrar uma área que explique certos distúrbios que não podem ser
analisados com o padrão até então utilizado a partir do esquema “anátomo-
clínico”, surgindo assim o termo psicomotricidade utilizado pela primeira vez em
1870.

Nomes importantes surgem nesta seara, Dupré, neuropsiquiatra em 1909


esclarece a distinção das debilidades motoras não as condicionado a lesões
neurológicas. Avançando para 1925 temos a figura do Dr. Henry Wallon, médico
psicólogo que ocupa-se do movimento humano interligando este a aspectos do
psiquismo como ao afeto, emoção e ambiente do indivíduo, afirmando que
funções mentais se formam a partir de funções motoras. Em 1945 Julian de
Ajuriaguerra, psiquiatra tem sua atenção voltado ao desenvolvimento da criança
relacionando o corpo com o ambiente. Ele defende que a evolução da criança
ocorre pela conscientização do corpo sendo este uma unidade essencial para o
desenvolvimento da esfera mental, afetiva e motora. A organização e construção
da personalidade são efetivadas por meio das experiência corporais
conquistadas na vivencia da criança (COSTALLAT, 2002).

Outro aspecto importante abordado por Ajuriaguerra é a chamada “ilusão


do membro fantasma” no amputado, a consciência da totalidade do corpo ainda
perdura. Ele define o membro fantasma “como o resíduo cinestésico do membro
(ou parte do corpo) anatomicamente ausente” (FONSECA, 2008). Seguindo com
Ajuriguerra ele aborda a questão da apraxia, onde a praxia é a coordenação
normal dos movimentos a apraxia é termo oposto, definida como uma desordem
neurológica que provoca a perda da habilidade em executar os movimentos, nas
palavras de Ajuriaguerra (1964 citado por FONSECA, 2008) “a apraxia constitui
a incapacidade de elaborar, controlar e de executar a ação propriamente dita”.

Em 1948, Ajuriaguerra redefiniu o conceito de debilidade motora e


delimitou com clareza os transtornos psicomotores no seu Manual de Psiquiatria
Infantil. Ele é o responsável por delimitar com clareza os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. Com estas novas
contribuições, a psicomotricidade diferencia-se de outras disciplinas, adquirindo
sua própria especificidade e autonomia.

No Brasil, a Psicomotricidade foi introduzida em meados da década de


70, trazida por profissionais oriundos da Europa. Nesta época, as práticas eram
direcionadas a Educação e Reeducação Psicomotora. E em 1976, com a estada
de Françoise Désobeau, uma das pioneiras em psicanálise infantil, foi
introduzida a Terapia Psicomotora que propunha a substituição das técnicas
instrumentais por atividades mais livres, valorizando o jogo e o brincar. Assim,
em 1980 foi fundada a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade.

Airton Negrine, é uma das primeiras referências no Brasil na área da


Psicomotricidade, passando de partidário da linha funcionalista, para defensor
da linha relacional, onde o professor deve buscar sempre estratégias para
impulsionar o desenvolvimento dos alunos que apresentam dificuldades. A
educação especial foi o elo entre o surgimento da psicomotricidade na Europa e
no Brasil.

De acordo com Negrine (2002), os primeiros trabalhos relacionados à


psicomotricidade no Brasil foram realizados por professores das disciplinas
ligadas ao ensino de educação física na educação infantil, em cursos superiores
de educação física. Esses professores lutaram para que a psicomotricidade
fosse uma disciplina integrante do currículo dos cursos de educação física e
pedagogia. Antes que isso acontecesse, a psicomotricidade já era desenvolvida
dentro de clínicas privadas de reeducação. A história da psicomotricidade chega
tardiamente no Brasil, contudo, vêm despertando interesse de muitos
estudiosos, principalmente de profissionais da área da educação que buscam
melhorar o desempenho de seus alunos no desenvolvimento global, para facilitar
a aquisição de conhecimentos, principalmente no processo de alfabetização,
onde são encontradas as maiores dificuldades trazidas pelos alunos.

4.2 – Psicomotricidade e sua importância na Educação Infantil

A psicomotricidade ocupa papel importante no desenvolvimento infantil,


inúmeras atividades motoras favorecem na construção da consciência de seu
próprio corpo. A execução do movimento em todas as situações da vida de uma
criança se dará a partir da aprendizagem estruturada e orientada proporcionada
ao educando. Brincadeiras, jogos e exercícios específicos oferecidos as crianças
desenvolverá sua criatividade, contribuindo em sua socialização e diversão. Por
meio de atividades lúdicas e jogos, estimulando a compreensão do seu próprio
corpo, as crianças crescerão com uma base sólida e bem explorada,
indispensável para seu desenvolvimento não apenas motor mas afetivo e
psicológico. (CAMARGOS; MACIEL, 2016).

O olhar aos jogos e brincadeiras ultrapassa o entretenimento e lazer que


proporcionam, para Bessa e Maciel (2016) a psicomotricidade está inserida em
tais atividades, fomentando o desenvolvimento motor das crianças que
vivenciam e exploram o brincar em sua plenitude, assim tem estimulada de
forma integral e harmoniosa a construção de seus movimentos. Ao abordar a
psicomotricidade neste contexto, conseguimos compreender e analisar como as
crianças constroem conhecimento do seu próprio corpo e ainda as
possibilidades de manifestar-se através dele, situando-se no tempo e espaço,
experimentando todas as etapas de seu desenvolvimento.

Os elementos psicomotores como: coordenação motora fina, grossa,


lateralidade, equilíbrio, esquema corporal para serem adequadamente
desenvolvidos faz-se necessário sua estimulação e neste momento o uso de
jogos e atividades pensadas e criadas para cada momento auxiliará a criança a
adquirir a habilidade esperada. Assim se oferece uma vasta experiência corporal
capaz de melhorar suas capacidades físicas, afetivas e motoras. (CAMARGO;
MACIEL, 2016).
Como bordaremos a importância da psicomotricidade na educação
infantil, vamos localiza-la no contexto legal, a Constituição Federal de 1988
colocou a Educação Infantil como parte do sistema educacional básico,
determinando que o Estado tinha o dever de oferecer vagas às crianças, num
primeiro momento, até 5 anos de idade, posteriormente, a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional BNCC (BRASIL, 1996), determina que a Educação
Infantil seja ofertada como primeira etapa para crianças de até 3 anos e pré-
escola para crianças de 4 a 5 anos de idade.

Cientes de que o desenvolvimento das crianças ocorre desde o seu


nascimento e se prolonga pela vida de forma espontânea e mecânica conforme
a necessidade do meio e espaço, a aprendizagem é provocada por meio de
estímulos psicológicos e fatores externos, com a intervenção de adultos. A ação
docente na Educação infantil será ponte entre esses dois processos de
desenvolvimento e aprendizagem. (MEDEL, 2011).

As práticas pedagógicas o lúdico deve ser incluído como forma de


alcançar o desenvolvimento integral da criança, nas Diretrizes Curriculares para
a Educação Infantil tem definido dois eixos principais a serem contemplados:
interações e brincadeiras peculiares da infância. Kishimoto (2010, p.01), destaca
que:

Para a criança, o brincar é a atividade principal do dia-a-dia. É


importante porque dá a ela o poder de tomar decisões, expressar
sentimentos e valores, conhecer a si, aos outros e o mundo, de repetir
ações prazerosas, de partilhar, expressar sua individualidade e
identidade por meio de diferentes linguagens, de usar o corpo, os
sentidos, os movimentos, de solucionar problemas e criar. Ao brincar, a
criança experimenta o poder de explorar o mundo dos objetos, das
pessoas, da natureza e da cultura, para compreende-lo e expressá-lo
por meio de variadas linguagens. Mas é no plano da imaginação que o
brincar se destaca pela mobilização dos significados. Enfim, sua
importância se relaciona com a cultura da infância, que coloca a
brincadeira como ferramenta para a criança se expressar, aprender e
se desenvolver.

Sendo assim com o brincar a criança consegue desenvolve-se em vários


aspectos, físico, psicológico, social, as diversas experiências oportunizadas no
decorrer das brincadeiras vivenciadas pelos pequenos os desafiam gerando
assim o aprendizado almejado. Nesta etapa definida como Educação Infantil
primeira na Educação Básica é primordial para o desenvolvimento infantil, aqui
encontram-se os fundamentos da iniciação escolar no processo de
aprendizagem (SANTOS, 2015).

A Educação Infantil requer um olhar cuidadoso de seus profissionais que


cada vez mais devem ser capacitados, comprometidos e cientes de seu papel
nesta fase única na vida de um ser humano. Nesta etapa será ultrapassado o
desenvolvimento motor uma nova perspectiva a este olhar contribui para um
desenvolvimento global da criança, observando-se nas escolas a necessidade
de buscar-se mais qualidade no processo ali está sendo realizado. (FONTANA,
2012)

A Educação Física não é mais limitada somente ao ato mecânico motor,


esta associada a utilização do corpo como comunicação social, em especial na
Educação Infantil a criança conhecendo, interagindo e experimentando em sua
convivência com outras crianças, nas situações criadas através das brincadeiras
e jogos, para Machado (2011, p. 20) evidencia que “por meio do brinquedo e das
brincadeiras, ocorre a descoberta de si mesmo e do outro e, portanto, aprende-
se”.

Segundo o RCNEI (BRASIL, 1998) o trabalho com o movimento deve


ocorrer desde os primeiros anos de vida e se faz necessário o respeito às
especificidades de cada faixa etária, além de respeitar as inúmeras culturas
corporais. Referente aos conteúdos o RCNEI:

Os conteúdos deverão priorizar o desenvolvimento das capacidades


expressivas e instrumentais do movimento, possibilitando a
apropriação corporal pelas crianças de forma que possam agir com
cada vez mais intencionalidade, devendo ser organizadas em um
processo que seja continuo e integrado. Esse processo envolver
múltiplas experiencias corporais, possíveis de serem realizadas pela
criança sozinha ou em situações de interação. Os diferentes espações
e materiais, os diversos repertórios de cultura corporal expressos em
brincadeiras, jogos danças, atividades esportivas e outras práticas
sociais são algumas das condições necessárias para que esse
processo ocorra. (BRASL, 1998, P.29)

Contudo, em se tratando de educação psicomotora é importante ressaltar,


nesse aspecto, que o professor primeiramente precisa conhecer sobre o
desenvolvimento infantil e as funções psicomotoras, para posteriormente
organizar o seu planejamento de aulas. Ele precisa saber qual a dificuldades
apresentada por cada aluno em especial e como a Psicomotricidade pode atuar
para a solução do problema apresentado. Assim será apresentado sete
habilidades motoras a serem desenvolvidas na educação infantil.

4.3 - Sete habilidades essenciais para a Educação Infantil

A psicomotricidade é uma ciência que estuda o desenvolvimento em seus


aspectos psíquicos, cognitivos, motores durante as mais diversas etapas do
crescimento humano. Colocado na educação infantil, a psicomotricidade avalia o
progresso da criança e a estimula a desenvolver os aspectos deficientes para
que ocorra o melhor progresso.

Em princípio, podemos colocar 7 habilidades da psicomotricidade essenciais


para a educação infantil, sendo assim, citamos: tonicidade, equilibração,
lateralidade, noção de esquema e imagem corporal, organização espaço-
temporal, praxia global e praxia fina, vejamos cada uma delas:

4.3.1 – Tonicidade

Falar em tonicidade é falar em tônus muscular e este possui papel


fundamental no desenvolvimento motor, é ela que garantirá que sejam
realizadas as atitudes, a postura, as mímicas, é dele que emergem todas as
atividades motoras humanas. (FONSECA, 1995). O tônus exerce função de
alerta, atenção e vigilância, assegurando o bom andamento da atividade mental.
Ele determina a atitude e, também, comanda o gesto, as expressões e as
mímicas, refletindo e exteriorizando a expressão única relativa a um sujeito,
reflete ainda as emoções apresentando-se não apenas como uma ação
puramente muscular. Por meio da atividade tônica mantemos a estática e o
equilíbrio, imprescindíveis para uma boa base de sustentação para as mais
diversas ações, além de controlar a preensão, capacidade que nos favorece na
maioria das atividades escolares e da vida diária. Um bom controle tonico facilita
o freio corporal que nos permite mudar e controlar a posição do corpo nas
atividades motoras globais e distais.

Para Ajuriaguerra (1986) tonicidade está integrada a unidade funcional do


cérebro, a função de alerta e de vigilância, interligada nas condições genéticas e
seletivas, em que sem elas nenhuma atividade mental pode ser executada, e
com isso elas garantem as atitudes, as posturas, as mimicas, emoções e varias
outras reações. Essas são manifestações musculares que ocorrem
involuntariamente, permanentes e infinitamente invariáveis, tanto em sua
densidade como também na distribuição ao nível dos diferentes grupos
musculares. Suas modulações diversas estão intimamente relacionados aos
estados emocionais, sejam estes conscientes ou inconscientes.

A tonicidade é um elemento de grande importância para que a criança venha


a ter uma segurança na preparação para o movimento, para as mais variadas
formas de atividade postural. A tonicidade é ampla e abrange todos os músculos
responsáveis pelas funções biológicas e psicológicas, ela também tem uma
ligação com a forma do ser humano se relacionar seja ela verbal ou não verbal,
tendo como principal característica seu baixo nível energético que possibilita ao
indivíduo manter-se em pé por longas horas sem se quer mostrar algum
cansaço. (FONSECA, 2004)

Um tônus equilibrado permite à criança desfrutar da autonomia e da


autoestima necessárias para todo e qualquer processo de aprendizagem. O
tônus de suporte com base na extensibilidade e na passividade permite definir a
propensão à hipotonia ou a hipertonia, cuja significação psiconeurológica é de
grande significação. A criança hipotônica é mais extensível, calma, o seu
desenvolvimento postural é normalmente mais lento que o das crianças
hipertônicas, a sua predisposição motora centra-se mais frequentemente na
preensão e nas praxias finas e, consequentemente, as suas atividades mentais
surgem mais elaboradas, reflexivas e controladas. Um perfil adequado da
extensibilidade e hipotonia surgem mais frequentemente no sexo feminino.
A criança hipotônica é menos extensível, mais ativa, com o desenvolvimento
postural mais precoce, predisposta a marcha e para a exploração do espaço
envolvente, consequentemente as suas atividades mentais surgem mais
impulsivas, dinâmicas e, por isso mais descoordenadas e inadequadas. Este
perfil surge com maior frequência no sexo masculino. No caso extremo de
hipertonia e da hipoextensibilidade temos as crianças espásticas com paralisia
cerebral.

Características da tonicidade:

Hipotonia: movimentos mais soltos, mais leves, mais coordenados, com


menos desgaste muscular;

Hipertonia: multiplicidade de reações, exagerada produção motora, maior


iniciativa, adquire mais rapidamente aquisições motoras fundamentais ao
desenvolvimento;

Paratonia: definida por Ajuriaguerra, traduzida pela incapacidade ou a


impossibilidade de descontração voluntária.

Sincinesias: segundo Ajuriaguerra e Soubiran, são as reações parasitas


de imitação dos movimentos controlaterais e de movimentos peribucais ou
linguais.

Diadococinesia: compreende a função motora que permite a realização de


movimentos vivos, simultâneas e alternados.

4.3.2 – Equilibração

A tomada de consciência do corpo requer a atuação de habilidades


cognitivas específicas, por esse motivo o desenvolvimento motor no decorrer
dos primeiros anos de vida da criança está em estreita relação com a
inteligência, pois geralmente a criança que apresenta uma dificuldade motora,
pode sofrer um atraso no seu desenvolvimento intelectual. (FONSECA 2004)
A equilibração reúne um conjunto de aptidões estáticas e dinâmicas,
abrangendo o controle postural. Segundo Quiros &Schranger (1979) do ponto de
vista biológico a possibilidade de se manter posturas, posições e atitudes,
indicam a presença de equilíbrio. Em psicomotricidade chamamos de
equilibração a área básica para o automatismo da movimentação da criança,
seja ela estática ou dinâmica. Uma das principais aptidões da equilibração é o
controle postural (domínio da gravidade) e o desenvolvimento das aquisições de
locomoção (marcha). O sistema vestibular, por meio de informações tônicas,
tátil-cinestesicas, visuais e auditivas, organiza-se, dando ao individuo um
controle postural que interage com a ação permanente da gravidade (Quirós,
1979). A partir do desenvolvimento da tonicidade e da equilibração o individuo
adquire a postura bípede, possibilitando a liberação das mãos que, juntamente
com a capacidade de exploração ocular e a aquisição da marcha, inaugura um
momento de grande aprendizagem sensório-motora e de atividade simbólica.

Segundo Rosa Neto (2002), o equilíbrio é a base primordial de toda ação


diferenciada dos membros superiores. Quanto mais defeituoso é o movimento
mais energia consome, tal gasto energético poderia ser canalizado para outros
trabalhos neuromusculares. Nesta luta constante, ainda que inconsciente, contra
o desequilíbrio resulta numa fatiga corporal, mental e espiritual, aumentando o
nível de estresse, ansiedade e angustia do indivíduo.

A postura bípede deve submeter-se as leis do equilíbrio, para isso


inumeráveis reflexos posturais de origem filogenética devem intervir assim que o
deslocamento e a flutuação do centro de gravidade se observa, exatamente para
provocar mudanças posturais corretivas, desencadeadas pela ação dos
receptores labirínticos, visuais e somaestésicos. (FONSECA, 2004)

De acordo com Araujo (1992) ao trabalhar a coordenação motora, o


equilíbrio em um papel importante, pois o aperfeiçoamento progressivo da
realização motora da criança só será mantido se esta for levada a sustentar um
equilíbrio corporal seja em estado de relaxamento ou movimento. É de vital
importância que o equilíbrio, que a equilibração seja desenvolvido
adequadamente na criança pois dele desencadeia todos os outros movimentos,
tanto em posição estática, como em posição dinâmica. A criança precisa do
equilíbrio para se coordenar fisicamente e mentalmente, se manter bem consigo,
ser independente na prática de suas atividades em sua realização interna e para
vencer seus obstáculos. O equilíbrio pode ser visto também como moderação,
uma ação ou movimento em excesso pode desorganizar o desenvolvimento
motor, assim como a falta de equilíbrio pode dificultar os movimentos corporais,
ou seja, privar o corpo de se controlar estaticamente ou dinamicamente. O
equilíbrio é a base dos movimentos, sem equilíbrio não há desenvolvimento
motor. (FONSECA, 1989)

4.3.3 – Lateralidade

A lateralidade é um dos fundamentos da psicomotricidade baseado na


consciência de que se podemos dividir o corpo em dois lados, direito e
esquerdo. Conceito este que vem sendo aprofundado desde os primeiros
estudos sobre dominância cerebral (PACHER; FISCHER).

A lateralização geralmente é relacionada com o aspecto motor, mas como foi


dito por Bobbio (2006) ultrapassa noção, relacionando-se com a organização
intersensorial e a conscientização simbólica dos lados direito e esquerdo. Além
disso, estudos comprovam a fala de Romero (PACHER; FISCHER, 1988) de que
os problemas de leitura e escrita também são influenciados pela lateralidade do
individuo.

Indivíduos com transtornos de neurodesenvolvimento apresentam sintomas


que podem ser explicados a partir da debilidade do desenvolvimento da
lateralidade. A fala por exemplo, é majoritariamente trabalhada no lado esquerdo
do cérebro e para indivíduos que tem dificuldade na fala o cérebro pode ter
alguma organização atípica nesse hemisfério; porém a lateralidade não se
resume ao aspecto biológico. No estudo da psicomotricidade esse é um dos
fatores mais importantes a serem estimulados tanto para um bom
desenvolvimento infantil neurotípico, quanto em casos de transtornos
psicológicos e neurais (DE SOUZA; TEIXEIRA, 2011).

4.3.4 – Noção de esquema e imagem corporal

O desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação de seu corpo


com os objetos de seu meio, com as pessoas com quem convive e com o mundo
onde estabelece ligações afetivas e emocionais. (OLIVEIRA, 1999)

O crescimento infantil traz consigo a conscientização e conhecimento cada


vez mais profundo da criança com seu corpo. É com o corpo que a criança
elabora todas as suas experiências vitais e organiza toda a sua personalidade.
(Ajuriaguerra, 1972)

Esquema corporal, segundo Quiroz (1979) baseia-se na informação da


representação relativamente global, cientifica e diferenciada do corpo, isto é, a
capacidade de reconhecer e nomear as partes do corpo e as suas funções.
Nesta exploração sensorial com a boca, mãos a criança vai se percebendo e
realizando esquemas, num conhecimento não verbal e com as interferências do
meio, a criança vai formando, construindo a representação do seu corpo.

O esquema corporal é a representação mental que cada indivíduo tem do


seu próprio corpo, incluindo suas partes, suas funções e suas relações com o
espaço e com os objetos ao seu redor. A psicomotricidade é a área de estudo
que busca entender e desenvolver as habilidades motoras, cognitivas e
emocionais através do corpo.

O esquema corporal na psicomotricidade refere-se à consciência e


percepção que temos do nosso corpo, incluindo sua forma, tamanho, posição e
movimentos. É através do esquema corporal que somos capazes de realizar
ações motoras coordenadas e de nos relacionarmos com o ambiente de forma
adequada.
O desenvolvimento do esquema corporal ocorre desde o nascimento até a
idade adulta. Inicialmente, o bebê possui um esquema corporal rudimentar, com
pouca consciência das partes do seu próprio corpo. Conforme vai crescendo e
adquirindo experiências motoras, o bebê vai construindo gradativamente seu
esquema corporal, desenvolvendo a percepção do seu corpo como um todo e
das diferentes partes que o compõem.

A psicomotricidade busca, através de atividades lúdicas e terapêuticas,


promover o desenvolvimento e aperfeiçoamento do esquema corporal. Isso inclui
trabalhar a consciência corporal, a coordenação motora, a lateralidade, o
equilíbrio, entre outros aspectos relacionados ao corpo.

Através do desenvolvimento do esquema corporal, a psicomotricidade


contribui para o desenvolvimento global da criança, promovendo sua integração
cognitiva, emocional e social. Além disso, o trabalho com o esquema corporal
pode beneficiar também adultos e idosos, ajudando-os a manter e melhorar suas
habilidades motoras, cognitivas e emocionais.

Em resumo, o esquema corporal na psicomotricidade é a representação


mental que cada indivíduo tem do seu próprio corpo e do seu relacionamento
com o ambiente. A psicomotricidade busca trabalhar e desenvolver o esquema
corporal através de atividades lúdicas e terapêuticas, visando promover o
desenvolvimento global do indivíduo.

4.3.5 – Organização Espaço-temporal

A organização espaço-temporal é uma das importantes habilidades que a


psicomotricidade busca desenvolver. Refere-se à capacidade de perceber,
compreender e organizar o espaço e o tempo em relação ao próprio corpo. No
que diz respeito ao espaço, a estruturação espaço-temporal permite que a
pessoa possa se situar e se movimentar com autonomia e segurança no
ambiente. Isso envolve a noção de distância, direção, localização e orientação
espacial. Através de atividades psicomotoras, como jogos de percepção
espacial, explorar diferentes tipos de movimentos e trabalhar com materiais
táteis, a pessoa desenvolve a consciência do próprio corpo em relação ao
espaço ao seu redor.

Já em relação à temporalidade, a estruturação espaço-temporal envolve a


compreensão e a organização dos diferentes momentos e durações das ações e
dos eventos. Essa habilidade permite a pessoa perceber o tempo como uma
sequência de eventos e aprender a antecipar e se organizar temporalmente.
Através de atividades como dança, ritmo, jogos de reação, a pessoa desenvolve
a percepção e a noção de tempo.

A estruturação espaço-temporal na psicomotricidade está associada ao


desenvolvimento global da pessoa, incluindo aspectos cognitivos, motores e
emocionais. Por meio dessa habilidade, é possível melhorar a coordenação
motora, o equilíbrio, a lateralidade, a percepção visual e o planejamento de
ações. Além disso, a estruturação espaço-temporal também contribui para a
organização, a atenção, a memória, a linguagem e a expressão corporal.

4.3.6 – Praxia global

A praxia global é uma das áreas de atuação da psicomotricidade e refere-se


à capacidade de planejar, executar e coordenar movimentos amplos do corpo de
forma eficiente. Envolve a habilidade de realizar ações motoras complexas e
coordenadas, como andar, correr, pular, saltar e jogar. Na psicomotricidade a
praxia global trabalha para desenvolver e aprimorar essa habilidade nas
crianças, adolescentes e adultos, através de atividades motoras e lúdicas que
estimulam a coordenação motora, o equilíbrio, a orientação espacial, a
lateralidade e a consciência corporal.

No desenvolvimento típico, a praxia global se desenvolve gradualmente


desde a infância até a idade adulta. No entanto, algumas pessoas podem
apresentar dificuldades nessa área, como problemas de coordenação motora,
desorganização espacial, dificuldade em acompanhar ritmos e padrões motores,
entre outros.

A intervenção psicomotora na praxia global busca trabalhar essas


dificuldades através de exercícios e atividades específicas, adaptadas às
necessidades de cada indivíduo. Isso pode incluir jogos, brincadeiras, exercícios
de equilíbrio, exercícios de coordenação motora ampla, práticas esportivas,
danças e atividades que estimulem a consciência corporal e a percepção
espacial.

Ao desenvolver a praxia global, a psicomotricidade contribui para o


fortalecimento da autoestima, da confiança e da motivação do indivíduo, bem
como para a melhoria do desempenho motor em atividades cotidianas e
esportivas.

A psicomotricidade praxia global envolve a promoção do desenvolvimento da


capacidade de planejar, executar e coordenar movimentos amplos do corpo.
Através de atividades motoras e lúdicas, visa melhorar a coordenação motora, o
equilíbrio, a orientação espacial, a lateralidade e a consciência corporal.

4.3.7 – Praxia fina

A praxia fina é outra área de atuação da psicomotricidade e refere-se à


habilidade de coordenar e controlar os movimentos pequenos e precisos das
mãos e dos dedos. Envolve a capacidade de executar tarefas como escrever,
recortar, desenhar, amarrar os sapatos, entre outros. Na psicomotricidade a
praxia fina é trabalhada para desenvolver e aprimorar essa habilidade nas
crianças, adolescentes e adultos, através de atividades que estimulam a
destreza, a precisão, a coordenação olho-mão e a manipulação de objetos
pequenos.
Durante o desenvolvimento típico, a praxia fina se desenvolve gradualmente
desde a infância até a idade adulta. No entanto, algumas pessoas podem
apresentar dificuldades nessa área, como dificuldades em segurar um lápis
corretamente, escrever de forma legível, manipular pequenos objetos com
precisão, entre outros.

A intervenção psicomotora na praxia fina busca trabalhar essas dificuldades


através de exercícios e atividades específicas, adaptadas às necessidades de
cada indivíduo. Isso pode incluir jogos de encaixe, atividades de recorte e
colagem, atividades de escrita e caligrafia, atividades de manipulação de objetos
pequenos, entre outras.

Ao desenvolver a praxia fina, a psicomotricidade contribui para a melhoria da


coordenação motora fina, da precisão dos movimentos e da destreza manual do
indivíduo. Isso pode impactar positivamente em diversas áreas da vida, como na
escrita, na realização de tarefas diárias, na autonomia e também no
desenvolvimento cognitivo.

5 - COMO PROMOVER A PSICOMOTRICIDADE

A educação psicomotora faz parte do processo de educação infantil. As


dificuldades de aprendizagem das crianças podem estar relacionadas a atrasos
no desenvolvimento. Como visto, a utilização de jogos, brincadeiras, o lúdico
auxilia na promoção da aprendizagem e desenvolvimento de diversos aspectos
do infante: motor, psicológico, social e afetivo.

Nas aulas de educação física, o professor deve se desvincular da repetição


de movimentos mecanicistas e priorizar atividades que desenvolvam todo o
corpo. No entanto, a psicomotricidade infantil pode e deve ser estimulada em
outras disciplinas.
A brincadeira é uma atividade inerente a criança, por meio dela utiliza-se
para expressar seus desejos e emoções, sendo uma ferramenta de extrema
validade para a educação e diretamente utilizada pela psicomotricidade infantil.
Na escola se observa que muitas dificuldades que as crianças apresentam
se deve a atrasos no desenvolvimento psicomotor. Essas debilidades são
percebidas na escrita, leitura, distinção de letras ordenações de sílabas,
pensamento abstrato e lógico, análise gramatical entre outros.
A escola e o professor tem um papel muito importante, pois influenciam
diretamente o desenvolvimento do aluno, principalmente na educação infantil.
Dessa forma, é essenciais que utilizem jogos lúdicos e brincadeiras nas
atividades para estimular os aspectos motor, social, afetivo e cognitivo dos
alunos.
A criança se desenvolve na brincadeira e tem a oportunidade de
compartilhar experiências com os colegas. Oportunidades para desenvolver
habilidades motoras, sociais e emocionais fundamentais para o seu
desenvolvimento.
Através do brincar, a criança desenvolve habilidades essenciais para a
aprendizagem, como a atenção, o foco e outras habilidades psicomotoras
perceptivas. Vale ressaltar, que uma aula com recursos lúdicos não precisa ser
feita apenas de brincadeiras, o que leva ludicidade para a sala de aula é a
atitude ‘lúdica’ do educador e dos alunos.  

5.1 - Como promover a psicomotricidade infantil na escola

O objetivo da educação psicomotora é proporcionar o desenvolvimento


motor, emocional e psicológico das crianças, dando-lhes oportunidade por meio
de jogos e atividades lúdicas, de ter domínio sobre seu próprio corpo. Através
dessas atividades, a criança desenvolve habilidades perceptivas que auxiliam o
desenvolvimento psicomotor. As crianças aprendem de forma mais satisfatória e
eficaz por meio de brincadeiras e jogos. Dessa forma, o contexto lúdico é
essencial para promover a psicomotricidade infantil, pois ele permite a
construção de diferentes pontos de vista, elaboração de hipóteses e contexto de
espaço e tempo. 
O ato de brincar não pode ser visto como algo sem importância, mas sim
entendido como uma atividade que possibilita diversas habilidades de
aprendizagem, quando inserida em um ambiente motivador, agradável e
planejado para a educação infantil.
Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o resultado da atividade,
mas a própria ação, o movimento. Através dos jogos e brincadeiras, as crianças
vivenciam momentos de encontro, de fantasia e imaginação, de ressignificação e
percepção, de autoconhecimento e conhecimento do outro, aprendem a cuidar
de si e a olhar para o outro.
A ação dos professores é muito importante para promover a
psicomotricidade infantil na escola, o que diminui as dificuldades de
aprendizagem, minimiza os efeitos negativos dos distúrbios psicomotores e
promove o desenvolvimento global. Diversas pesquisas já demonstraram a
importância do lúdico no processo de aprendizagem.
As atividades lúdicas, característica da educação psicomotora, visam o
desenvolvimento motor, emocional e psicológico por meio de jogos e atividades,
onde a criança descobre as potencialidades do seu próprio corpo.
Através do brincar, é possível detectar dificuldades nas habilidades
motora e psicológica nas crianças. A brincadeira deve ser entendida não apenas
como uma diversão, mas como um exercício que promove o aprendizado em
diversos aspectos, principalmente se for realizado em um ambiente motivador e
agradável. 
A brincadeira é fonte de descoberta, exploração e um canal direto para a
expressão das emoções. Nas atividades lúdicas a criança pode superar
obstáculos e dificuldades, aprendendo a se perceber (corpo e mente) no
ambiente que a cerca. Abaixo elencamos habilidades a serem desenvolvidas e
respectivas atividades utilizadas:
 Coordenação Global (zero aos sete anos) - Atividades: rolar, rastejar,
engatinhar, andar, correr; soltar, transpor, dançar e a realização de jogos
imitativos;
 Coordenação Fina e Viso-motoras (dois aos sete anos) - Atividades:
transportar, agrupar, bater, segurar, encaixar, manipular, atar, desatar,
aparafusar, lançar, abotoar, riscar, modelagem, recorte, colagem e escrita
(iniciação do movimento de pinça);
 Imagem Visual (três e meio a sete anos) – Atividades: observação do
corpo no espelho e desenho do próprio corpo;
 Esquema corporal (três e meio a oito anos) - Atividades: auto –
identificação localização, abstrata corporal, reconhecimento de todas as
partes do corpo.
 Lateralidade (6 a 7 anos) – Atividades: dominância lateral dos três níveis,
olho, mãos e pés;
 Organização Espacial (cinco aos sete anos) observada aos dois anos
como estímulos desta habilidade, mas se consolidaram dos cinco aos
sete anos – Atividades: jogos de identificação de cores, formas,
tamanhos, direcional e de relações espaciais (em cima, em baixo, lado
direito, lado esquerdo, atrás, frente, etc.). Amarelinha, jogos de
comandos, letras e números gigantes para serem observados e
manipulados corporalmente;
 Orientação Temporal (seis aos oito anos) iniciada aos dois anos e
consolida-se dos seis aos oito anos - Atividades: perceber os intervalos
de tempo entre as palavras, rimas musicais, danças cantadas, (servindo
de estímulo, podendo utilizar-se das cirandas, construção de instrumentos
musicais rítmicos (tambor, chocalho, etc.), acompanhamento dos ritmos
musicais com o corpo, trabalho com sequências sonoras e gráficas);
 Discriminação Visual e Auditiva (quatro aos oito anos) – Atividades: Jogo
de memória com letras e sílabas, dominó de letras e gravuras, quebram
cabeças de letras e palavras, sequências de fatos, leitura de histórias,
escritas espontâneas de palavras, reescritas de histórias, músicas, etc.
6. CONCLUSÃO

A psicomotricidade é uma abordagem que contribui para o


desenvolvimento integral das crianças na educação infantil. Através de
atividades lúdicas e criativas, é possível estimular o equilíbrio entre corpo, mente
e emoções, proporcionando um ambiente propício para a aprendizagem e o
desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas, afetivas e sociais.

Nesta vertente a psicomotricidade estimula a criatividade e a expressão


das emoções, ao realizar atividades artísticas, como desenho e pintura, as
crianças tem a oportunidade de se expressar através do movimento do corpo.
Isso contribui para o desenvolvimento de confiança e afetividade na sala de aula.

Outro aspecto importante da psicomotricidade na educação infantil é a


promoção da socialização. Através de atividades em grupo, as crianças
aprendem a compartilhar, cooperar e respeitar o espaço do outro. Um exemplo
disso é a brincadeira de roda, na qual as crianças se unem em círculo e realizam
movimento em conjunto. Essa atividade estimula a interação entre os colegas e
fortalece vínculos afetivos.

Portanto, é fundamental que essa abordagem seja incorporada às


práticas educacionais, permitindo que as crianças tenham uma formação mais
completa e saudável.

7. REFERÊNCIAS

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