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Letras das Danças Gaúchas

ANÚ

O Anu é pass’o preto, ai, O Anu é pass’o E se tu, Anu, soubesse, ai, E se tu, Anu,
preto, ai, Passarinho de verão, Ai, soubesse, Quanto custa um bem
passarinho de verão, ai! querer, Ai, quanto custa um bem querer,
O Anu é pass’o preto, ai, ai!
Quando canta a meia-noite, Dá uma dor Ai se tu, Anu, soubesse, ai, Por certo não
no coração, Ai, dá uma dor no coração, ai! cantarias Nas horas do amanhecer Ai, nas
horas do amanhecer, ai!
BALAIO

Mandei fazer um balaio pra guardar meu Balaio, meu bem, balaio, balaio de tapeti;
algodão; Por causa deste balaio, me degredaram
Balaio saiu pequeno, não quero balaio, daqui.
não. Recorta, meu bem, recorta, recorta o teu
Balaio, meu bem, balaio, balaio do bordadinho,
coração, Depois de bem recortado, guarda no teu
Moça que não tem balaio bota a costura no balainho.
chão. Mandei fazer um barquinho da casca do
Balaio, meu bem, balaio, balaio, peneira camarão,
grossa, Para levar o meu bem de Santos ao
Desamarra a cachorrada, capivara está na Cubatão.
roça. Mandei fazer um barquinho da casca do
Balaio, meu bem, balaio, balaio do pau aderno
presidente; Para embarcar o diabo da madeiro pro
Por causa deste balaio já mataram tanta inferno
gente!

CANA VERDE

Eu plantei a cana-verde sete palmo de Eu plantei a cana-verde ninguém me


fundura. Não levou nem sete dia ajudou a plantar. (bis) Depois da cana
e a cana estava madura. madura todos queriam chupar.
Ai-ai! Meu Bem …………. [repete 4 x] Ai-ai! Meu Bem …………. [repete 4 x]
Não levou nem sete dia e a cana ‘stava Depois da cana madura Todos queriam
madura. chupar

CARANGUEJO

Caranguejo não é peixe Caranguejo peixe Sim, sim, sim…não, não, não…
é, Se não fosse o caranguejo Não se Estou a tua espera e não me dás teu
dançava em Bagé. coração.
Caranguejo não é peixe O pé, o pé, o pé…a mão, a mão, a mão…
Caranguejo peixe é: Caranguejo perna- Minha gente venha ver o caranguejo no
fina Não agüenta o balancê. salão.
Caranguejo não é peixe Caranguejo peixe No fundo do mar tem peixe,
é: na beira tem camarão
Eu já vi um caranguejo Sentado e lavando Nas ondas dos teus cabelos
os pé. navega meu coração.
Caranguejo não é peixe Caranguejo peixe Caranguejo não é peixe,
é: se é peixe ninguém come
Eu já vi o caranguejo Namorando uma Ainda há chegar o tempo
“muié”. das muié falar dos home.
CHICO SAPATEADO

O Chico caiu no poço, É o nosso amigo Chico


não sei como não morreu, que vem dançar o sabão;
Por ser devoto das almas, O cavalo deu um prisco,
nossa Senhora o valeu. o Chico caiu no chão.
O Chico caiu no poço, O Chico caiu no poço
do fundo tirou areia; vestidinho de licor
Ninguém tenha dó do Chico, Vós ide buscar o Chico
que está preso na cadeia. que o Chico é meu amor.
O Chico foi lá no poço c Quando vim da minha terra
om uma pedra no pescoço: muita menina chorou
Ninguém tenha dó do Chico, Só o diabo de uma velha
que ele morreu por seu gosto. muita praga a mim rogo
Lá vem Chico, lá vem Chico, Quando vim da minha
deixá-lo que venha, sim: terra trouxe platas e platinas
Eu não devo nada ao Chico, Eu me chamo Chico doce
nem ele me deve a mim. namorado das meninas
Quem é aquele que lá vem Eu me chamo Chico doce
com o lenço feito bandeira? por sobrenome melado
Pelo jeito que estou vendo, Quando chego ao pé das moças
é o Chico Polvadeira. fico todo açucarado
Quem é aquele que lá vem Garibaldi foi a missa no seu cavalo alazão
no seu cavalo alazão? O cavalo entrupicou Garibaldi foi ao chão

CHIMARRITA

Vou cantar a Chimarrita que mora no faxinal, Mentira da Chimarrita,


que hoje ainda não cantei; Socando sua canjica, nem perdidos,
Deus lhes dê as boas- comendou feijão sem sal. nem achados!
noites Chimarrita é mulher Chimarrita diz que tem
que hoje ainda não lhes pobre, dois zainos e um tordilho;
dei. já não tem nada de seu, Mentira da Chimarrita,
Vou cantar a Chimarrita, Só tem uma saia velha nem um cupim pro
que uma moça me pediu; que sua sogra lhe deu. lombilho.
Não quero que a moça Chimarrita, mulher velha, Chimarrita diz que tem
diga: quem te trouxe lá do Rio? três cavalos tubianos;
ingrato, não me serviu. Foi um velho marinheiro Mentira, tudo mentira,
A moda da Chimarrita na proa do seu navio. nem garras, pingos,
veio de Cima da Serra; Chimarrita é altaneira, nem panos!
Pulando de galho em não quebra nunca o Aragana e caborteira,
galho, corincho; a Chimarrita mentiu;
foi parar em outra terra. Diz que tem trinta cavalos Não censure a dor alheia
Chimarrita quando nova e não tem nem um quem nunca dores sentiu.
uma noite me atentou capincho. Quem sabe se a
Quando foi de madrugada, Chimarrita diz que tem Chimarrita
deu de rédea e me deixou! dois cavalinhos lazões; na alma criou cabelos;
Chimarrita no seu tempo Mentira da Chimarrita, Quem vê uma bagualada,
já muito potro domou; não tem nada, nem vê mais vultos
Agora quer um sotreta… xergões! do que pêlos…
nem um rodilhudo achou. Chimarrita diz que tem Tironeada da sorte,
Chimarrita e Chimarrita, quatro cavalos oveiros; a Chimarrita rodou;
Chimarrita do sertão, Mentira da Chimarrita, Logo veio a crua morte
Pra casar a sua filha só se são quatro fueiros! e as garras lhe botou.
deu de dote um patacão. Chimarrita diz que tem Chimarrita morreu ontem,
A Chimarrita é uma velha sete cavalos tostados;
ontem mesmo se Chimarrita generosa, já tua boca beijei
enterrou; ó Chimarrita, perdoa! Já gozei os teus carinhos
Quem chorar a Chimarrita Quem te chamava de má e outras coisas que eu cá
leva o fim que ela levou. não era melhor pessoa… sei.
Chimarrita morreu ontem, A Chimarrita no campo Chama Rita chama Rita
ontem mesmo se com os bichos todos falou; chama Rita uma mulher
enterrou; Na morte da Chimarrita, Sai de manhã para fora
Na cova da Chimarrita o bicharedo chorou. entra à noite quando quer.
fui eu quem terra botou O trevo de quatro folhas A mulher do chama-Rita
Chimarrita morreu ontem da Chimarrita é feitura, é uma santa mulher
e ainda hoje tenho pena; Com ele se quebra a sina Dá os ossos ao marido
Do corpo da Chimarrita que o mal sobre nós a carne a quem ela querer
vai nascer uma açucena… apura. A moda da chimarrita
Chimarrita morreu ontem, Aqui paro, na saída veio de Cima da Serra,
inda hoje tenho dó; do fim desta narração; Pulando de galho em
Na cova da Chimarrita A moça, se está contente, galho,
nasceu um pé de cidró. me dê o seu galardão. foi parar em outra terra.
Chimarrita morreu ontem, Eu disse o que a bisavó Chimarrita e chimarrita,
mas pra sempre há de da minha vó me ensinou; chimarrita do sertão
durar; Se alguém sabe mais do Vai casar a sua filha,
As penas da Chimarrita que eu, deu de dote um patacão.
fazem a gente pensar… já não está aqui quem Chimarrita, mulher velha,
Coitada da Chimarrita! falou. quem te trouxe lá do Rio?
Vou rezar por ser cristão: Chimarrita, Chimarrita, Foi um velho marinheiro
A pobre da Chimarrita Chimarrita, meu amor, na proa do seu navio.
viveu como um chimarrão. Por causa da Chimarrita A moda da chimarrita
Quanta maldade se disse passo tormentos e dor. veio de Cima da Serra,
da Chimarrita, coitada! Chimarrita, Chimarrita, Pulando de galho em
A pedra grande faz Chimarrita do outro lado, galho,
sombra Por causa da Chimarrita foi parar em outra terra.
e a sombra não pesa passei arroios a nado.
nada. Já dormi na tua cama

CHIMARRITA BALÃO

A Chimarrita-Balão, ai…! Não é pra todos A Chimarrita-Balão, ai…! Não é pra todos
dançar É pra quem tem o pé leve, ai meu dançar É pra quem tem o pé leve, ai meu
bem! Pra quem sabe sapatear. (bis) bem! Pra quem sabe sapatear. (bis)
Atirei na saracura, ai…! Atirei na saracura, ai…! matei o
matei o “saracurão” E a saracura voou, ai “saracurão” E a saracura voou, ai meu
meu bem Foi parar no lagoão bem Foi parar no lagoão

CHOTE CARREIRINHO

(1 2 3 4 5 6 e 7 1 2 3 4 5 6 e 7) os pares um chotes arrastadinho e todos vão


vão marcando e logo desvirando e a cantando a marcação (1 2 3 4 5 6 e 7 1 2
prenda do meu lado faz voltinhas pela 3 4 5 6 e 7) os pares vão marcando e logo
mão o chotes carreirinho é um chotes desvirando e a prenda do meu lado faz
bonitinho e todos vão cantando a voltinhas pela mão o chotes carreirinho é
marcação (1 2 3 4 5 6 e 7 1 2 3 4 5 6 e um chotes bonitinho e todos vão cantando
7) a gaita vai gemendo meu coração a marcação (1 2 3 4 5 6 e 7 1 2 3 4 5 6 e
querendo maricota mais faceira das 7)
chinocas do rinção o chotes carreirinho é
CHOTE DE QUATRI PASSI

Quattro passi si fá così, così Quattro passi Quattro passi si fá così, così Quattro passi
si fá colà, colà Due di qua due di là La si fá colà, colà Due di quá due di lá La
biondina me vuoi abraciar Tiritomba si là fará
Quattro passi si fá così, così Quattro passi
si fá colà, colà E due di qua due di là La
ritorna si là fará

MAÇANICO

Maçanico, maçanico Maçanico do banhado Maçanico, maçanico, Mas que bicho


Quem não dança o maçanico Não arruma impertinente Maçanico vai-te embora Na
namorado tua casa chegou gente
Depois não vá dizer Que você já me
PÉZINHO esqueceu (bis)
E no chegar desse teu corpo Um abraço
Ai bota aqui, ai bota ali O teu pezinho, O quero eu (bis)
teu pezinho bem juntinho com o meu. Agora que estamos juntinhos Dá cá um
Ai bota aqui, ai bota ali O teu pezinho O abraço e um beijinho (bis)
teu pezinho o teu pezinho Ao pé do meu.

QUEROMANA

Tão bela flor, quero-mana, Quando eu ando neste fado,


as barras do dia aí vêm, a própria sombra me engana.
Os galos já estão cantando, Adeus, quero-mana ingrata,
os passarinhos também. que inda te pretendo ver
Os galos já estão cantando Abrasada de saudade
e os passarinhos também, e sem ninguém te valer…
Vai recém-amanhecendo Para que de mim te queixas?
e aquela ingrata não vem. pois se eu presumo de amar?
Ah! galo, se tu soubesses Se é da minha natureza
quanto custa um bem-querer, de madrugada cantar?
Nunca, nunca tu cantavas Que passarinho é aquele
às horas do amanhecer! que está na flor da banana,
Tão bela flor, digo agora, Co’o biquinho dá-lhe, dá-lhe,
tão bela flor, quero-mana, co’as asinhas, quero-mana!

RANCHEIRA DE CARREIRINHA

Vem cá, vem cá, minha linda Um passo e outro E agora a carreirinha Pra
gauchinha, Pra nós ‘dançá’ rancheira de o outro lado Esta parte é puladinha
carreirinha [repete] [repete]
Nesta parte a dança é fácil porque só se Esta dança é muito fácil só tem que cuidar
tem que rancheirar, mas depois já se a carreirinha pois se o índio se
complica, descuida pisa ‘os pé’ da gauchinha. E
por isso eu vou lhe explicar: leve um pé agora, minha gente, vamos todo o mundo
bem para o lado, junte o outro pé e repita ‘arrodear’, mas se alguém tiver
este passo; dê depois a carreirinha mas vontade que se prenda a sapatear
não vá ‘perdê’ o compasso!
SARRABALHO

Sarrabalho que eu danço Também faz os seus amantes,


sarrabalho que eu danço também faz os seus amantes
É a moda do gaúcho O seu amores esquecer
Tem que ter espora grande, Um amor quando é sincero,
tem que ter espora grande um amor quando é sincero
Ser folgado e não ter luxo Muita gente faz penar
Sarabalho bem dançado, Quando eu entro nesta dança
sarrabalho bem dançado quando eu entro nesta dança
Faz chorá faz padecêr Gosto de sapateá

Tatu

Eu vim pra contar a história O Tatu é bicho manso


De um tatu que já morreu Nunca mordeu a ninguém:
Passando muito trabalho Só deu uma dentadinha
Por este mundo de Deus. Na perninha do seu bem.
Anda roda, o Tatu é meu, Anda a rota, tatu-da-roça
Voltinha-no-meio, o Tatu é teu Moça bonita da perna grossa.

Havaneira Marcada

(Eu vou dançar a vaneira mais linda do marcada


meu rincão Desde os tempos de menino eu conheço
Marcado a toque de gaita do meu coração) esta havaneira
Os gaiteiros mais vaqueanos pra os Faz parte do meu destino e dos fandangos
fandango animar da fronteira
Falquejados pelos anos sempre sabem o Quando chego no entreveiro pra dançar
que tocar com china amada
Os gaúchos chega perto pedem uma Ergo um brinde pro gaiteiro toca a
marca animada havaneira marcada
E o gaiteiro num espanto solta havaneira

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