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TOMO 1 “EDUCACAO AMBIENTAL, ECOPEDAGOGIA E CARTOGRAFIA SOCIAL” Jéssica Castro de Moraes Anderson da Silva Marinho Giovanna de Castro Silva Carlos Henrique Sopchaki Luciana Amorim Soares Raimundo Lenilde de Araujo (Organizadores) Copyright © 2021 by EDUFMA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAO Prof. Dr. Natalino Salgado Filho Reitor Prof. Dr. Marcos Fabio Belo Matos Vice-Reitor EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAO Prof. Dr. Sanatiel de Jesus Pereira Diretor CONSELHO EDITORIAL Prof. Dr. Lufs Henrique Serra Prof. Dr. Elidio Armando Exposto Guarconi Prof. Dr. André da Silva Freires Prof. Dr. Jadir Machado Lessa Prof®. Dra. Diana Rocha da Silva Prof. Dra. Gisélia Brito dos Santos Prof. Dr. Marcus Tiilio Borowiski Lavarda Prof. Dr. Marcos Nicolau Santos da Silva Prof. Dr. Marcio James Soares Guimaraes Prof. Dra. Rosane Claudia Rodrigues Prof. Dr. Joao Batista Garcia Prof. Dr. Flavio Luiz de Castro Freitas Bibliotecéria Suénia Oliveira Mendes Prof. Dr. José Ribamar Ferreira Junior Bq DSjii| Associacao Brasileira De das Editoras Universitarias EDUFMA Copyright © 2019 by EDUFMA Capa Anderson da Silva Marinho Projeto Grafico David Ribeiro Mouréo Revisdo arkley Marques Bandeira Leonardo Silva Soares Marcelo Henrique Lopes Silva Dados Internacionais de Catalogacao na Publicagao (CIP) Educacdo ambiental, ecopedagogia e cartografia social [recurso eletrénico) / Jes- sica Castro de Moraes ... [et al] (Organizadores). — Sao Luis: EDUFMA, 2021 371 p,; Tomo 1:il. (Coletanea |: Educacdo Ambiental e suas aplicabilidades). Modo de acesso: World Wide Web ISBN: 978-65-89823-88-9 1. Geociéncias. 2. Meio ambiente. 3. Desenvolvimento sustentdvel. 1, Moraes, Jes- sica Castro de. Il. Marinho, Anderson da Silva. Il, Silva, Giovanna de Castro. IV. Sop- chaki, Carlos Henrique. V. Soares, Luciana Amorim, VI Araujo, Raimundo Lenine de. 0D 577.370 DU 502:37 Ficha catalogréfica elaborada pela bibliotecaria Marcia Cristina da Cruz Pereira CRB 13/418 Impresso no Brasil [2021] Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, armazenada em um sistema de recuperacao ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrénico, mecanico, fotocépia, microimagem, gravacao ou outro, sem permissao do autor. EDUFMA | Editora da UFMA Av. dos Portugueses, 1966 — Vila Bacanga CEP: 65080-805 | Sao Luis | MA | Brasil Telefone: (98) 3272-8157 wwwedufma.ufma.br | edufma@ufma.br Coordenagao Editorial ‘Anderson da Silva Marinho Giovanna de Castro Silva Leonardo Silva Soares Edson Vicente da Silva Projeto Grafico David Ribeiro Mourdo Diagramagéo Liicio Silva de Jesus Adilson Matheus Borges Machado Weslley Leandro Melo Pereira Leonardo Azevedo Serra Joao Filipe Soares da Silva Capae ilustracéo Anderson da Silva Marinho Reviséo Arkley Marques Bandeira Leonardo Silva Soares Marcelo Henrique Lopes Silva Catalogasao UFMA SECAO 1 - “A ECOPEDAGOGIA E A ETICA AMBIENTAL, COMPRO- MISSOS COM A SUSTENTABILIDADE, SEGURANCA HIDRICA E ENERGETICA” A EDUCAGAo INTEGRAL COMO INSTRUMENTO PARA A ECOPEDAGOGIA: 0 CASO DA AGENCIA DE SOSTENIBILIDAD ENERGETICA NO CHILEs.ssssessensesnsereeusrneesesserseineesssieeesinseneens 10 CONDIGOES DO SANEAMENTO BASICO DOS ESGOTOS NA CIDADE DE TERESINA-PIAI 7 DEsENVoLVIMENTO E Meio AMBIENTE A.LUZ Do PRINCIPIO DA PRECAUGAO 24 © Principio DA RESPONSABILIDADE DE HANS JONAS: REFLEXOES SOBRE © AVANCO TECNICO- “CIENTIFICO EA ETICA AMBIENTAL.ssssscssesseseensenes sess esses BT (© QUE Vocts ESTAO FAZENDO PARA AJUDAR 0 PLANETA?: UMA EXPERIENCIA DA EDUCACAO INFAN- TIL EM TEMPOS DE PANDEMIA. esses see se 39 Os IREITOS DA NATUREZA NO BRASIL: AVANGOS E RETROCESSOS. 45 POLITICAS AMBIENTAIS DIRECIONADOS AO CONTEXTO RURAL COMO FERRAMENTA DE PROMOCAO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL... ww 52 REMANDO EM AGUAS REVOLT! IMA LEITURA GEOGRAFICA E AMBIENTAL PELO CONCEITO DE SEGURANGA HIDRICA. 60 Turismo EcoPEDAGOGICO: VIVENCIAS E EXPERIENCIAS NA ECO ALDEIA FLECHA Da MATA EM Aracani/CE. 71 UMA ANALISE DA RELAGAO ENTRE GLOBALIZAGAG, EDUCAGAO AMBIENTAL E DESENVOLVIMEN- To SUSTENTAVEL... 80 VARIABILIDADE TEMPORAL DOS PERIODOS SECOS E CHUVOSOS NO MUNICIPIO FRONTEIRICO DE Oiapoque, AMAPA - AMAZONIA SETENTRIONAL... a 87 SEGAO 2 - “CARTOGRAFIA SOCIAL E GEOTECNOLOGIAS E SUAS INSERGOES NA EDUCACAO AMBIENTAL EM UNIDADES DE CON- SERVACAO E COMUNIDADES TRADICIONAIS” ‘A CARTOGRAFIA SOCIAL COMO INSTRUMENTO ESSENCIAL NA IDENTIFICAGAO DE PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS EM COMUNIDADES NO LITORAL DO CEARA..ssssssesssssssesssssessssssesssssesssssens 96 AANALISE DO POTENCIAL DE TRILHAS GEOECOLOGICAS IDENTIFICADAS NA UNIDADE DE CoNsER- VAGAO DO PARQUE DO GOIABAL ~ ITUIUTABA/MG.....sssessesseseessssessssseesssseeesseneessseeense 105, ANALISE PEDOLOGICA E HIPSOMETRICA A RESPEITO DOS LOCAIS DE CAPTAGAO DE AGUA NO MU- NiciPIo DE CaPITOLIO - MG com 0 USO DO SOFTWARE QGIS PARA GEOPROCESSAMENTO DE DADOS E ELABORACAO DE MAPAS... ae ETNOCONHECIMENTO EM UNIDADES DE CONSERVACAO: UTILIZANDO A CARTOGRAFIA SOCIAL... 122 NINHos DE ABELHAS-SEM-FERRAO (HYMENOPTERA: APIDAE, MELIPONINI) DO Parque Esta- DUAL MATa DA PIMENTEIRA (SERRA TALHADA-PE): CONHECER PARA PRESERVAR.svsesseseesee 131 MARIO SECAO 3 - “EDUCACAO AMBIENTAL E EXTENSAO UNIVERSITA- RIA: EXPERIENCIAS E PERSPECTIVAS EM COMUNIDADES TRADICIONAIS E PERIFERICAS ” AA CIDADANIA TERRITORIAL DA JUVENTUDE NA ESCOLA FRANCISCA Pinto Dos SANTOS (OcARA- CE) ascssccsssconsesnscconscesescanecsenesnsconseconscesnsesnecsnsconscesnscanensencessossesconscssescen 140 A EDUCACAO AMBIENTAL E RESISTENCIA: AS COMUNIDADES RURAIS DA RESEX DE TAUA ~ Mi- Rim, SAo Luls-MARANHAO- BRASIL... 149 A VIDA MICROSCOPICA NA AGUA: RELATO DE EXPERIENCIA DE AGAO REALIZADA NO ASSENTAMEN- To MANOEL ALves, MUNICIPIO DE ARAGUAINA - TO.......ssssesssssessesssrecsssseecsssseesseneeeses 160 AGROECOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL I: A CONSTRUGAO DE HORTA DIDATICA NO DISTRITO DE Santo ANTONIO Do Rio Verve, CataLAo (GO) . 167 ALTERNATIVAS PARA 0 TURISMO SUSTENTAVEL: UM ESTUDO DE CASO SoBRE SAo THOME DAS Letras - Mc.. 174 ‘ARTE E COMUNICAGAO A DISTANCIA: ESTRATEGIAS DIDATICAS DE EDUCACAO AMBIENTAL APLI- ‘CADAS NA EXTENSAO UNIVERSITARIA.. 183 CoMUNIDADES TRADICIONAIS E FORMACAO TEORICA-METODOLOGICA No NUcLEO DE EsTupos AFRO-BRASILEIROS E INDIGENAS DO INsTITUTO FEDERAL DE EpucacAo, CIENCIA E TECNO- tocia (NEABI- IFCE/Campus Paracunv).. 191 DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTAS PEDAGOGICAS COMO SUBSIDIO A EDUCACAO AMBIENTAL EM TEMPOS DE PANDEMIA... i. 198 EDUCAGAO AMBIENTAL E EXTENSAO UNIVERSITARIA: © PROTAGONISMO DA JUVENTUDE AMA- PAENSE.. . 209 EDUCAGAC AMBIENTAL EM FAVELAS: EXPERIENCIAS E DESAFIOS DO PROJETO Jovem Eco SociAL em Niterot - RJ.. .- 219 EDUCAGAO AMBIENTAL NA ESCOLA: A PRODUGAO DE MUDAS DE UMBUZEIRO COMO PRATICA DE ‘SENSIBILIZAGAO AMBIENTAL PARA REFLORESTAMENTO DA CAATINGA.. 230 EDUCAGAG AMBIENTAL NO CAMPO: 0 USO DAS SEMENTES CRIOULAS COMO FORMA DE SENSIBI LIZAGAO DA PRESERVACAO DOS RECURSOS NATURAIS NO SERTAO DE ALAGOAS... .. 238 EDUCAGAO AMBIENTAL NO CONTEXTO DA ESCOLA DO CAMPO: DIALOGO INTERDISCIPLINAR NA FORMAGAO DE JOVENS DO ENSINO MEDIO..scssseesssesseeeseeesseeseessseeneeensesnseenseeneeene 245 EDUCAGAO E PARTICIPACAO DOS USUARIOS PARA O MONITORAMENTO DE BARRAGENS SUBTERRA- NEAS ~ ESTUDO DE CASO NA SUB-BACIA DO RIO CogRA - BRASIL/SERIDO ORIENTAL/RN........... 254 ETNOZOOLOGIA E CONSERVAGAO DA NATUREZA: DISCUSSOES INICIAL 264 EXPERIENCIA COM EDUCAGAO AMBIENTAL EM COMUNIDADES URBANAS PERIFERICAS: © PROJETO Niter61 Jovem Eco SociAL € SUA ATUACAO No MoRRo Do CeU —NITEROI (RJ) sssessesseree 272 Juventupes: A DIVERSIDADE GEOGRAFICA —EM TEMPOS: DE PANDE- MIA. 282 MARIO Museu pe Ciencias AMBIENTAIS MUNDO Livre: ESTRATEGIAS DE EDUCACAO AMBIENTAL A DIS- ‘TANCIA E SUA APLICABILIDADE NA EXTENSAO UNIVERSITARIA.««sscsssssessssessessessesessessennsnnsnse © UmsuzeiRo COMO AGENTE DE SENSIBILIZACAO AMBIENTAL PARA A PROTECAO DO BIOMA CA- ATINGA EM SANTANA DO IPANEMA, ALAGOAS....sssssscosssecossseessssssecessvecsssneeccsseregssaneessane OBjerIVos DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E AREAS VERDES COMO ESPACOS EDUCATIVOS EM TEMPOS DE PANDEMIA DA COVID-19.....sssecsssseseonn PERCEPGAO AMBIENTAL DA POPULACAO SOBRE ARBORIZACAO URBANA EM SAO Francisco Do BresAo - MA....... PERCEPGAO DE FATORES AMBIENTAIS, PREVENTIVOS, CLINICOS E TERAPEUTICOS DAS .ARBOVI- ROSES EM UM MUNICIPIO DA BAIXADA LITORANEA DO EsTapo Do Rio De JANEIRO... PossIBILIDADES DE TRABALHO DE CAMPO EM LONDRINA (PR) PARA PRATICA DE EDUCACAO AM- BIENTALsssesssesseese PRATICAS CULTURAIS SUSTENTAVEIS NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE MELANCIAS, OcARA, CEA- PRromocAo DA EDUCAGAO AMBIENTAL E COMBATE A POLUIGAO NA BAIXADA MARANHENSE......... RESERVAS PARTICULARES DO PATRIMONIO NATURAL EM SERGIPE: UM OLHAR PARA © ECOTURI Uso & DESTINO DE SACOLAS PLASTICAS NA CIDADE DE PINHEIRO-MA: PERCEPCAO SOCIOAM- BIENTAL DOS IMPACTOS E SEUS REFLEXOS.sarvarsnsnevsentneesee 289 297 304 313 322 330 339 348 356 364 EDUCAGAO AMBIENTAL, ECOPEDAGOGIA E CARTOGRAFIA SOCIAL Uso E DESTINO DE SACOLAS PLASTICAS NA CIDADE DE PINHEIRO-MA: PERCEPGAO SO- CIOAMBIENTAL DOS IMPACTOS E SEUS RE- FLEXOS Resume AS sacolas pldsticas sao produzidas através de derivados de petréleo, composicao que dificulta que os organismos realizem 0 pro- cess0 de degradacao no solo, porém, seus impactos ambientais vao muito além, J que podem causar danos irreversiveis tanto 4 na- {ureza quanto 20s seres vivos. Diante disso, 9 projeto foi desenvolyido no municipio de Pinheiro ~ MA, de modo a conhecer 3 atual situagao_dos ‘problemas ocasionados por sacolas plastices na tegiso, ressaltou-se 3 necessidade em desenvolver pesquisas de falucagao ambiental junto Comunidade, {ais como: pesquisa de campo, producao Ge formulétios ¢ realzacso de campantas, Assim, observou-se que as regides delimita- das para a pesquisa exploratoria enfrentam problemas amblentais, sendo que ha sacolas, plasticas descartadas nas ruas,sarjetas e nos arredores do bairro Alcantara, Constatou-se fambém, através dos resultados do form: rio, que a populacdo em sua maior parte fa Use continu de sacolas pléstcas,o que aumenta indiscriminadamente a taxa de po- iuigao na regiao. Actedita-se que o presente projeto despertou interesse na populacio pinheirense, j3 que as participacoes foram positivas, AS propostas metodologicas que Visavam instigar a populacao a aderir com- portamentos_menos prejidiciais a0 meio Ambiente, permitiu a troca de experiéncias, e conhecimento enire a comunidade e os Palavras-Chave: Educacéo Ambiental; Res'- duos sélidos; Sustentabilidade, Ralssa Lerre Ameioa Amorim Isasetty Cristiny Barsosa SiLvA ‘KELiane DE Jesus PINHEIRO RAFAELLA CRISTINE DE SOUZA Resumen Las bolsas de plistico se producen a partir de derivados del petréleo, composicién que dificulta a los organismos realizar el proceso de degradacién en el suelo, sin embargo, sus impactos ambientales van mucho mas alli, ya que pueden causar daos irreversi- bles tanto a la naturaleza como a los seres vivos. Ante esto, el proyecto se desarrollé en ‘el municipio de Pinheiro-Ma, y con el fin de conocer la situacién actual de los problemas ‘que ocasionan las bolsas plasticas en la re- gion, se enfatizé la necesidad de desarrollar Una investigacion en educacion ambiental ‘con la comunidad del pino, como campo de investigacién, produccién de formularios y ‘campanas. De esta manera, se observaron las regiones delimitadas para la investiga cién exploratotia, enfrentando los mismos problemas, en los que hay bolsas de plastico desechadas en las calles y alcantarillas y al- rededor del barrio de Alcantara, También se encontt6, a través de los resultados del for- ‘mulario, que la mayor parte de la poblacion hhace un uso continuo de bolsas plasticas, lo gue aumenta indscriminadamente Ia tsa Je contaminacion en la regién. Por tanto, se cree que el presente proyecto desperto in- terés en la poblacion de Pinheiro, ya que las pparticipaciones fueron posttivas. labras Clave: Educacién ambiental; Res duos solidos; Sustentabilidad. EDUCAGAO AMBIENTAL, ECOPEDAGOGIA E CARTOGRAFIA SOCIAL 1. Introdugao Historicamente as sacolas de plastico foram introduzidas no mercado no inicio da década de 70, por sua leveza, baixo custo e alta flexibilidade, sua comercializacao se expandiu tornando-se a sacola convencional mais utilizada no mundo (SANTOS et al, 2011; FABRO; LINDEMANN; VIEIRA, 2007). Entretanto, por serem produzidas através de derivados de petrdleo, carvao mineral e entre outras substancias, sua producao em grande escala contribul para o esgotamento desses recursos (SEBEN, 2012). Conforme Fernandes (2007), 0s estragos causados pelo uso indiscriminado de sacolas plasticas vém tornando 0 consumidor um colaborador passivo de um desastre ambiental de grandes proporsées, pois, de acordo com Viana (2010) as sacolas de plastico convencional geram um impacto significativo desde a sua producao, coma emissao de gases poluentes que contribuem para a poluicao do ar e elevacao do efeito estufa, a alteracdo do ecossistema e biodiversidade quando sao descartadas. Segundo Alves, Ribeiro e Ricci (2011), descarte indevido de sacolas plasticas em cidades entope bueiros e galerias de esgoto, dificultando o escoamento da agua e causando alagamentos, além de funcionarem como depésito da agua das chuvas o que ajuda na proliferacao de patégenos. Ja no ambiente marinho, as sacolas plasticas afetam a vida de intimeras espécies animais como tartarugas, crustéceos, mamiferos marinhos e outros, que na maioria das vezes morrem por ingestao desses residuos (SANTOS et al, 2011). Estima-se que no mundo, sao distribuidas cerca de 1 trilhao de sacolas plasticas por ano, e que no Brasil o consumo é de 41 milhdes de sacolas plasticas por dia o que totaliza em 15 bilhdes por ano (MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE, 2011), o que torna o problema alarmante, J& que, conforme Dias e Moura (2007) as sacolas sao apontadas como grandes responsaveis de problemas ambientais do mundo atual. ‘A fim de contribuir para prevengao da poluicao ambiental, diversos paises ja proibiram © uso de sacolas plasticas como a Irlanda, que criou em 2002 o Plastax no qual cobra impostos a0 consumidor por cada sacola plastica utilizada, além de usar os fundos de arrecadagdo como investimento em projetos ambientais (FABRO; LINDEMANN; VIEIRA, 2007). No Brasil foram desenvolvidas diversas leis e campanhas em diversas regides do pais, entre essas medidas, hd um projeto de lei da camara dos deputados (PL-612/2007) no qual visa promover a substituicao das sacolas plasticas por biodegradaveis em estabelecimentos comerciais do territério brasileiro, ha também a campanha nacional intitulada “Consumo consciente de embalagens” desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente e iniciada em 2008 (MACEDO, 2013). Foi fundada também a parceria entre 0 Governo Federal e 0 Setor Supermercadista Brasileiro-ABRAS, que em marco de 2011 assinaram 0 Acordo Setorial, em que o setor assumiu a meta de reduzir em 40% a distribuicao de sacolas plasticas descartaveis em um periodo de 2011 a 2015 (ABRAS, 2011). Tais medidas se mostraram eficazes, pois, segundo a mesma fonte, em 2007, ‘© consumo de sacolas no pais era de 17,9 bilhées, e, trés anos depois, o numero teve reducao de 26,3%. Porém, quando comparadas ao consumo desses produtos atualmente ainda é alto: 13,2 bilhdes, o que ressalta a necessidade da continuidade desse programa. Nesse aspecto, no Estado do Maranhado, onde se situa o municipio de Pinheiro foi disposta a Lei Estadual n2 5.405, no qual institui 0 Cédigo de Protes4o de Meio Ambiente do estado do Maranhéo, com o objetivo de preservar a qualidade ambiental (MARANHAO,1992), enquanto no municipio de Pinheiro foi recentemente aceite a Lei Ordinaria n° 2.695/2017, que dispoe sobre a Politica Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento, que institui a taxa de controle e fiscalizagéo ambiental-TCFA (PINHEIRO, 2017). Esta lei visa garantir a qualidade ambiental na regiao, porém, é notavel a caréncia na adesao e fiscalizacao dessas medidas, sendo que as EDUCAGAO AMBIENTAL, ECOPEDAGOGIA E CARTOGRAFIA SOCIAL mesmas nao impéem pardmetros ao uso e descartes de sacolas, pois se observa que na maioria dos supermercados e lojas da regiao os produtos sao comercializados em sacolas plasticas nao biodegradaveis E possivel observar ainda que no munic{pio de Pinheiro a poluigéo ocasionada por sacolas se estende principalmente em terrenos baldios localizados em zonas periféricas e nos redores do principal rio da cidade, o rio Pericuma. Além disso, atualmente este municipio nao possui aterro, sanitério adequado e nao ha coleta seletiva, e grande parte do lixo produzido na cidade tem destino a um lugar conhecido pela populacao pinheirense como “lixao", localizado em uma zona suburbana Desta forma, este trabalho teve como objetivo coletar informacées acerca da utilizacao de sacolas plisticas no municipio de Pinheiro - MA, através da identificacao das reas onde ocorre maior incidéncia de poluicao e de entrevistas com a comunidade, além de promover a sustentabilidade ambiental da regido ao realizar campanhas de sensibilizacao para a comunidade pinheirense 2. Metodologia 2.1 Caracterizagéo da drea de atuagéo O presente trabalho foi realizado de abril a julho de 2020, na Baixada Maranhense, no munic{pio de Pinheiro, que, segundo o IBGE possui uma populacao estimada em 82.990 habitantes. Sendo desenvolvido por académicos do curso de Ciéncias Biolégicas Licenciatura, no Centro de Estudos Superiores de Pinheiro da Universidade Estadual do Maranhao, Campus Pinheiro, 0 projeto contou com a parceria da Comissao da Assessoria de Gestéo Ambiental - AGA/ cESPI. No primeiro momento, foi realizado um levantamento de programas e leis ambientais que serviram como base para o desenvolvimento do projeto. 2.2 Procedimentos metodolégicos Foram delimitadas areas para a realizagao da pesquisa exploratéria, com visitas aos locais, dentre eles, 0 bairro Alcantara (Figura 1), onde se situa a principal feira da regio, no bairro Antigo, Matadouro por onde circula a Vala do Gabido (um esgoto ao ar livre da cidade), e em dois bairros periféricos, Campinho e Floresta, localizados no entorno do rio Pericuma. Foi desenvolvido e divulgado um formulario através da plataforma do Google Forms, que contou com a participacao direta da populacao pinheirense. O formulario foi divulgado por intermédio de redes sociais ¢ destinado ao pubblico académico e de internautas do municipio. ‘Ademais, foi realizada uma campanha de sensibilizagao em parceria com a comissao AGA- CESPI. A mesma foi produzida através da plataforma Canva, e divulgada por intermédio de redes sociais como o Instagram e 0 WhatsApp. 3. Resultados e Discussao Inicialmente foi realizado a pesquisa exploratéria, e constatou-se que os bairros delimitados para pesquisa enfrentam o mesmo problema, no qual hé sacolas plasticas descartadas nas ruas e sarjetas, como é 0 caso do bairro Alcantara, onde se situa a principal feira do municipio (Figura 1). EDUCAGAO AMBIENTAL, ECOPEDAGOGIA E CARTOGRAFIA SOCIAL Figura 1: Descarte de sacolas plisticas na feira central, bairro Alcantara Fonte: Autoria prépria, Para a aplicacao do formulério utilizou-se de perguntas quanti e qualitativas, as quais © entrevistado respondeu de acordo com seus conhecimentos e opinides questées referentes quanto aos meios que utiliza para transportar as compras do mercado, aproximadamente quantas sacolas utiliza por dia e se estao cientes ou nao de seus impactos ambientais. Do total de entrevistados, 88% afirmam utilizar sacolas plasticas para transportar as. compras do mercado, enquanto, somente 4,8% usam sacolas retornaveis (Figura 2), que conforme Gottems (2013), é uma das opgdes mais sustentaveis ja que a utilizagao de sacolas retornaveis pode substituir cerca de 125 sacolas de plasticos convencionais, além de reduzir 0 consumo de matéria-prima. 4,80% 240% 480% = Sacola de pléstico * Sacola retomavel = Bolsa de pano * Sacola de papel Figura 2: Resposta dos entrevistados quanto aos meios utilizados para transportar as compras do mercado. Fonte: Autoria prépria, ‘Ao serem questionados sobre a quantidade aproximada de sacolas utilizadas por dia (foi pedido que o entrevistado pensasse em quantas vezes vai ao mercado), foi possivel observar que cercar de 38,5% utilizam entre 3 a4 sacolas e que 15,8% utilizam acima de dez sacolas’dependendo do tamanho da compra’ afirmou um dos entrevistados (Figura 3). Diante disso, percebe-se a fundamental importéncia quanto a mudanca de habito relacionada ao uso de sacolas plisticas, ja que o elevado volume de sacolas plasticas utilizadas diariamente demonstra a magnitude do EW EDUCAGAO AMBIENTAL, ECOPEDAGOGIA E CARTOGRAFIA SOCIAL impacto negativo acumulado ao longo dos anos (LORENZETT et al, 2013). J some Sas 2 Bor 5 aa EB Ooe 5 as 345008 5 30.0% 2G 15.70% 15,80% oe | a = ame — £ Entela2 -Entre3a4—BaeSa6 —Ente7a8——-oumais {N° de sacolas utilizadas pelos entrevistados Figura 3: Resposta dos entrevistados quanto & quantidade aproximada de sacolas utilizadas por dia, Fonte: Autoria propria Quanto a reutilizacao das sacolas plésticas 19% afirmam descartar no lixo, enquanto 72% responderam guardar as sacolas (Figura 4) retardando seu destino a natureza, no entanto, de acordo com Rocha e Rezende (2016) essa medida ndo seria uma solucao para minimizar o impacto ambiental. 2% = Descarta no liso = Guarda + Reutiliza * Queima Figura 4: Resposta dos entrevistados quanto ao destino de sacolas plasticas. Fonte: Autoria propria, Os entrevistados também foram questionados se sabem 0 que sao produtos nao biodegradaveis, sendo que 95,2% afirmam que possuem conhecimento sobre o termo (Figura 5), além disso, todos os informantes (100%) afirmam saber que as sacolas convencionais so prejudiciais ao meio ambiente e, ainda assim, 90,55% dos entrevistados afirmam usar as mesmas. EDUCAGAO AMBIENTAL, ECOPEDAGOGIA E CARTOGRAFIA SOCIAL =Sim Figura 5: Resposta dos entrevistados quanto ao conhecimento que possuem sobre os produtos nao biodegradaveis. Fonte: Autoria propria Apés a pesquisa, acredita-se que 0 projeto proposto foi aceito ¢ compreendido pelos participantes, j& que houve uma participacao positiva diante dos comentarios deixados ao final da entrevista, como se observa no seguinte comentario: “Uma 6tima iniciativa, pois estamos reduzindo os problemas ambientais e evitando que vidas animais sejam tiradas através das substancias pldsticas” (Informante A), Quanto a campanha, foram reportados os impactos negativos a natureza diante 0 uso e descartes inadequados de sacolas, evocando questées e padrées sustentaveis de consumo, Mobilizar a populagao pinheirense para a conservacao do meio ambiente através de campanha de sensibilizacao socioambiental era um dos objetivos deste projeto, que ocorreu de forma positiva através da interacdo de internautas através de comentarios e curtidas. Alcancar esse publico foi possivel através da educagao nao formal que segundo o artigo 13° da lei 9795/99, a Educagéo Ambiental nao-formal pode ser entendida como sendo “acdes e praticas educativas, voltadas a sensibilizacao da coletividade a respeito de questées ambientais na defesa e qualidade do meio ambiente’ (BRASIL, 1999). Como solugéo para as sacolas plasticas se ressalta a relevancia em realizar acoes educacionais continuas na dimensao ambiental, jé que, conforme aponta Lorenzett et al (2013) & somente através da Educagao Ambiental que pode-se levar a sensibilizacao dos maleficios trazidos pela pratica do uso continuo de sacolas plasticas, considerando que o conhecimento 6 © caminho para a mudanga de habitos. E somente através dessas acdes que se torna possivel instigar a populacao a aderir comportamentos menos prejudiciais ao meio ambiente, j4 que eles ja sabem da problematica das sacolas plasticas e s6 nao usam outras alternativas. Assim, concordando com Santos, et al. (2011), como solugao para as sacolas plisticas além de buscar por outras alternativas, deve-se incentivar o consumo sustentavel das mesmas, desta forma, a redugao € considerado o primeiro pilar do consumo responsavel, e em segundo lugar, dar a0 lixo a melhor destinagao no qual provoque o menor impacto ambiental. 4. Consideracées Finais Os resultados obtidos permitiram identificar os principais problemas ambientais que EDUCAGAO AMBIENTAL, ECOPEDAGOGIA E CARTOGRAFIA SOCIAL incidem no municipio em decorréncia das sacolas de plastico, dentre eles se destacaram poluicao visual e do solo, possivelmente podendo parar nos corpos aquéticos, devido ao lixo plastico estar disposto em ruas e sarjetas. A pesquisa em Educacao Ambiental demonstra a necessidade de transic4o para 0 uso de embalagens sustentaveis, ja que os entrevistados afirmam ser favordveis a proibi¢ao das sacolas plasticas, no entanto, conforme Tonello et al (2011) para que isso seja possivel, é necessério 0 engajamento de todos os envolvidos como os fabricantes de sacolas plésticas, Poder Publico, supermercadistas e consumidores. Portanto, concordando com Fabro, Lindemann e Vieira, (2007) é necessaria uma mudanca imediata no cenério atual através de intervencao estatais direta, proibindo e/ou taxando a comercializagao de sacolas plasticas, acompanhada de medidas educacionais continuas através da ampliacao de pesquisas e execucao de projetos que visem conscientizagao a longo prazo. 5. Agradecimentos Agradecemos a Comissao da Assessoria de Gestao Ambiental da Universidade Estadual do Maranhao, Campus Pinheiro (AGA/CESP!) pela ajuda com a divulgacao dos questionérios e na confeccao e divulgacao das campanhas nas redes sociais, em especial os discentes Walison Pereira Moura, Mike Aiury Penha Pereira e Joelson Soares Martins. E também agradecemos a Pré-Reitoria de Extensao e Assuntos Estudantis da Universidade Estadual do Maranhao - PROEXAE/ UEMA pela concessio de bolsa do Programa “Extensao para Todos" para a primeira autora. 6. Referéncias ABRAS - ASSOCIACAO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS. Noticias: ABRAS divulga comunicado sobre sacolas plasticas. 2011. Disponivel em: Acesso em: 20 de abr.2019. AGENDA AMBIENTAL. 2010. Disponivel em: , Acesso em: «15. de. jul, «= de 2020. ALVES, A.N; RIBEIRO, RF; RICCI V. S. © uso de sacolas plasticas pelos clientes de supermercados e seu impacto sobre a natureza. Revista Ciéncias do Ambiente On-Line, 2011. BRASIL. Lei n° 9795, de 27 de abril de 1999. Dispde sobre a educacao ambiental, institui a Politica Nacional de Educagao Ambiental e dé outras providéncias. Presidéncia da Reptiblica - Casa Civil Subchefia para Assuntos Juridicos. Brasilia, DF, 27 de abril de 1999. Disponivel em: Acesso em: 10 de jul. de 2020. DIAS, S. F G & MOURA, C. (2007). Consumo sustentavel: muito além do consumo verde. Anais do Encontro Nacional da Associagéo Nacional de Pés-graduacao Pesquisa em —Administrago, Rio de Janeiro, RJ. FERNANDES, c Alexander Parkes, Disponivel em: http://www. ifcg.edu.br/biografias/Al Acesso em 25 de fev. de 2021 FABRO, A. T; LINDEMANN, C; VIEIRA, S.C. Utilizagéo de sacolas plasticas_ em supermercados, Revista ncias do Ambiente On-Line, v. 3, n. 1, 2007. ET EDUCAGAO AMBIENTAL, ECOPEDAGOGIA E CARTOGRAFIA SOCIAL GOTTEMS, Camila, Educagéo Ambiental e Arte: Reutilizando sacolas plasticas transformando-as em materiais de inspiragdo e sensibilizacéo ambiental. Monografia de Especializagéo- Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2013. IBGE- Instituto Brasileiro. de Geografia.« e —Estatistica, _Brasil/Maranhao/ Pinheiro: Populagao. Disponivel em:

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