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ABC AS LEGUMINOSAS HA ADUBACAO VERDE A. B. PRIMAVES! A.B. PRIMAVESI AS LEGUMINOSAS NA ADUBACAO VERDE AS LEGUMINOSAS NA ADUBACAO VERDE Por que adubagao verde? Depois da azcenctic trlunfal dos fertlizantes quimicos, que en- tusiasmou o mundo ccidental, os povos acordaram bem decep- cionados. Os resultados milagrosos inicialmente promovidos pelos adubos quimicos, na matotia dos casos, desapareceram e o que restou fol o deserto om grandes partes do mundo. Passou a ferti- lidade, passaram as colheitas abundantes, passou também a ri- queza e 0 que ficou foi a miséria.. Os clentistas procuravam febrilmente a cause désse despertar sombrio. Desfezse a estrutura dos solos, a argila fot \ovada, os fertilizantes desaparecerarn, e tudo isso aconteceu em conseqiién- cla da fala de humo. "Restabelegamos © humo © tudo voltaré de novo ao que era”, Isso 6 facil realizar na maior parte da Europa ¢ da Asia, onde extensas dreas se encontram em mGos de pequenos sitiantes. Af 6 muito comum a adubagao com estérco de curral, cujo preparo 6 de si mesmo, uma ciéncia. Esta adubagéio orgénica néo sé res- ‘tobelece o humo que folic, mas também enriquece o solo em azéto © minerais, fornece gds carbénico e estimula o crescimento em virtude dos horménios, os quais se encontram na urina do gado. Nao ha melhor adubo que ésse e ninguém pensa numa outro’ forma de adubagGo orgéinica. Em paises com sitios maiores, onde a agriculture predomina s6- bre a criacdo o a producéio de eatrame de curral flea muito abaixo das necessidades, existe a produgiio de bastante palha de cereais, SSlhas de beterraba do acicar e outras matérias-primas, proprias parc a preparaséie de composia que 6, de fato.preparado e usado nas terras. Na Africa © América & diferente. Af existem as imensas planta: gées intelramente meconizadas, onde nGo ha nem remota possi- hilidade de se produzir suficiente composto a fim de restaurar mesmo pequena percentagem do humo gasto pelas colheitas. Apés a demonstragdo feita por Schultz-Lupitz, em 1880, de que a estrutura de solos arenosos melhora pela simples aplicagéo da massa verde de treméco, iédas as estagdes experimentais no mundo comocaram experitentar em ledos os sentidos ésse novo método. Tédas as espécies de leguminosas foram usadas tendo especialmente em vistet 0 armazenamento de czéto pelos nédulos disses vegeiais. O mundo esperava ter af encontrado a chave pare 2 ‘a manutengio de fertilidade do solo, Na matorict dos casos, porém, ‘08 resultados foram uma decepsio. Por qué? © tamoso cientista inglés, Sit Albert Howard, pai da agricultura modema na india, comecou a estudar a razdo por que éste finico método de salvagdo da agriculture tropical dava resultados muito desiguais ¢ bem incertos. Por que malogra tantas vézes a adubsgo verde? 1, Nunca sdo levadas em conta as condigées de solo, ofereci- das &s leguminosas. 9, Nunca ers eansiderada a decomposigtio da matérig orgénica pelos microrganismos, isto ¢, a quantidade de humo produada pelas plantas em decomposicao. 3, Nunca era observado 0 grav da decadéncia do solo, que indisa a profundidade da aplicugéo da massa verde. RESULTADO DA DECOMPOSI7KO DE CENTEIO EM DIFERENTES ESTADOS DE DESENVOLVIMENTO fo Hberado] Axéto consumido ‘Estado de io | Azéte aesenvalvimento Os respitasso| "somo amésfo | pelo substrato Planias com 25 a 00 cm a | ng mg N Bie CMeviesrchs--...-| 20s 222 0 nies da formagio do ospigas | 04 | 8D 0 ‘Antes da floreecincic 1995 0 75 Planta quate macura wa |. 0 89 Para os experimentos foram usados 2 do substrato séo, depois de 27 dias de decomposicdo. (Waksman e Tenney) ‘A quantidade de huine produzido pela adubagao verde depends dai idade das plantas. £ certo que conforme « espécie, as exigéncias das leguminosas ‘em relagGo ao solo so bem diferentes, e podem ser mais modes- tes owmenos modestas. Quase tédas as leguminosas porém, neces- sitam — com uma s6 excegdo: @) C&lcio, tanto para seu crescimento, como para a formagéo de nédulos, b) Uma quantidade adequada de fosiato © potéssio para o seu desenvolvimento, fstes adubos quimicos n&o se perdem, pais 840 aproveitados pela cultura sequinte. ©) Certa quantidade de humo. orgénica é uma das mais freqiientes. Existe um velha regra que diz: Nunca virar o solo mais fundo do que abaixo da camada fla. E quando nao hé camada {6fa? Endo a profundidade maxima do 10cm ¢ a indicada pore se virar @ terra. Verificamos que basta uma gtade parc incorporar go solo a adubagao verde © que ndo se precisa de arado pesado. © subsclo mais profunde deve ser sélto pelo subsolador, mas wanca virado. ‘© melhoramento progressivo dum solo deve ser feito de modo que @ terra nunca sejar arada a profundidade maior que 2.cm abaixo da camada {6fd, e subsclado sempre 11 c [Sem mais baixo. © limite da aragdo é em todos os casos de 22 a 25cm de profundidade, porque mais abaixo ficam os substratos de terra anaerébios, esté- reis, que nunca devem cparecer na superficie, porque somente na sombra da terra superiacente éles podem manter-se folos. Bates fatos criaram 0 "Mulch-Systom”, ou, em outras palavras, a cultivagéio superficial da terra: ceifa da massa verde, que se deixa decompor ao af livie e incorparada depois ao solo pela arade. O fato de tora sombreada ser fdfa e sélta nao fica mais oculto a ninguém. Todos sabem que uma superficie f8fa protege o solo contra a. influéncia do gol e da chuva, bem como contra & evaparagéo. A camader f8fa, 6 isolantel O Mulch-System nao 6 0 fim, mas sim o in{cio de processo de recuperagdo da terra. INFLUENCIA DE FEATILIZANTES NA ADUBAGKO VERDE PARA ALGODAO (NO sa EXPERIMENTO FO! USADA “ERVILHACA CABELUDA*) ts Moses de ara sda ateiosuas tt eee ° ? an bafia|Maléla ston) Mroginio ‘git "| kha Fertlizantes optcados: 1090 300 kg 6:8:4 = N:P: ‘dom, mals 100 g/ba doi 6a 1490 adubagao verde, mes eam para 9 algedao. (Fer ados na ervithaca) Nada an ” Fealato 70 a Cale doiomitica 1480 10 | 56 Féetato de cleo Se seep, in | 7 em abundancia pela massa em decomposicéo, forma venenoso Metano (CH). Esia 6 uma das principais raz6es por que a aduba- ‘sdio verde tem falhado tantas vézes em nosso clima. FE fato que, quando falta mesmo um 26 déstes quatro fatéres, téda adubagdo verde malogra, néo podendo produzir o esperado su coas0; ‘co contréuiv, determina © fracasso da satra seguinte. A decomposigao no solo 6 um processo dindmico, porque todos os fatéres envolvidos sto vivos, e as suas atividades precisam roa. lizarse de modo combinado. Se tentarmos resolver o processo em base meramenie quimica, agiremos contra os principios biolégicos @ entraremos depois em conilito com as leis naturals. © {ator mineral 6, portanto, muito importante. Surgiu dai 0 cos- tume de se aplicar a matérla verde quando a leguminosa esti em flor, o que representa a solugGo dtima para se aumentar o azéto mineral no solo. Tal processo, porém, nunca produz um aumento do teor hiimico, FORMAGAO DE HUMO DURANTE A DECOMPOSICAO DE TREMOGO COLIIDO EM DIFERENTES IDADES (WAKSMAN E TENNEY) No tnfeio da | No momento | Wo tim do periode Constants decemposice | “enrier & | do decompecists = mg florescéncia mg % original Total da motlsa_oatatca Tnslival na Ggua| 74850 20150 Pontoons Sn) deseo se00 Cotsen 20 26109 ain Tignina Te0 00 Preteina insoilvel ng ua] 818 2530 Plantas quate maduras Total da matérla orgénica) ‘insolival na Ggua 1s.140 7709 380 A 15590 395 27660 42 bata, 30190 80,7 na &gual 5190 286.7 © que acontece na decomposicio do substrato verde Cada planta verde consisto om: 1. Contetido celular @) Proteina. ) Substémcias agucaradas. 18 2. Reservas alimentares. 8. Paredes celulares e estrutura da planta em geral @) Celulose e fibras. ) Lignina, incluind — xilose — residuos dat acidez urénica — cimento e outras substancias incrustadoras do esque- eto. A célula 86 por si consiste de iniimeras cadelas de resfduos licénicos. COMPARAGAO DE: COMPOSTO DE PALHA INCORPORADA — PALHA DIRETAMENTE INCORPORADA AO SOLO 12 anes: 19941005 ~ Ano da aplicagio ‘adubo oraéinieco ‘Ano depois da aplicago do ‘adubo orgdnico Composio | Path Palba Botatinbas, wha... | 15:72 1584 Beterrabas de apicar, ‘ha de exficar 3,700 392 Covadat7ba an 279 Nesta tabela comparativa pode-se verificar f&cilmente que a simples incorporactio de palha é de malor éxito de que 0 to lo- vado e tao caro fabricado composto. As baciérias do solo atacam violentamente a massa verde transformando-a em nitrogénio, mi- nerais disponiveis e a&3 carbénico. Néo resta nada no solo que Possa ser chamado humo. As plantas novas, pouco fibrosas, con- tém alto teor de proteina fonte de azéto vegetal. Além disso, as leguminosas novas (em flo) estimulam tanto a vida microbiana, que os micrébios atacam também o humo de reserva ainda no solo, transformando-o em ads carbénico pesado e azéto pesado. A safra seguinte aproveita-so disco, mas nada ou quase nada fica feito para melhorar a estrutura da terra e evitar a erostio. O teor de humo, em lugar de aumentar, diminui bastante até desa- parecer. Certo, forma'se um pouco de humo gragas aos residuos de micrébios mortos © pode manter-se uma estrutura mais ou menos firme do solo se a adubagdo verde fér feita religicsamento cada ano, sem falta. Mas, se néo puder ser feita? Resta entéo 0 problema de nosso dias: o HUMO. vv Como grranjar hums para os nossos solos? F. E. Allison revelou que a decomposicéio das plantas para humo néo depende da maduragtio da planta, mas da proporcdo de carbénio proventente da adubacGo verde. A substéncia orgé- nica torna-e humo quando existem basiantes componentes de difiéil decomposigéio, ou, por outas palavras, quando 6 bastante fibrosa. Todo material fibroso tem considerdvel teor de carbénio pesado (Cj) @ nitrogénio pesado (Nis). Nao foram poucos os clen- tistes que consideravam possivel atingir duplo efelto da adubacdo verde, juntando & massa verde material de dificil decomposicao, por exemplo, incorporando-t ao solo juntamente com palha’ de milho ou de trigo. Esta parecia a solugdo. Nao tomaria a adubacdo verde igual ao estrume, enriquecendo, como éste, a terra com humo e azsio? Infelizmenté, néol A massa verde estimula tanto as bactérias, que elas atacam também a palha, qumentando a producto de ads carbénico ao quédruplo e a de minerais e de nitrogénio ao duplo. A esperanga de produzir humo cai, com ela, a possibilidade de Tecuperar as nossas terras velhas de cultura. Exuminemos, pols, 6ste caso por outta: face. Do que se forma o humo? As fontes de ‘humo sao: 1. A lignina © as fibras, isto t8das as matérias pobres em proteina, ¢ 2. Pentose © hexose, isto é, as matérias agucaradas ¢ ricas em carbénio, especialmente xilose e glicose. 8. Residuos microbianos. Mas os compostos (compounds) carbénicos encontram-se num continuo fluxo. Uma parte 6 convertida em protoplasma vivo, outra em produtos de excrectio dos micrébios, outrer é suieitar & oxidaddo ©, por fim, outra levada pelas dguas pluviais para o subsolo. Um dos fatérea importantes na produgtio de humo sdo os res{- duos microbianos. Considerandose quo um hectare de terra con- tém uns 400kg de micrébios, ou 100 milhées de micrébios num grama, @ sendo o ciclo vegetative désses micrdbios relativamente curto, os seus residuos podem ser fator considerével na formagao de humo, ‘A adubactio verde tem de visar dois fins: , 1 Estabelecer uma reserva de humo no solo para garantir a vide continua dos micrébios, isto é, para garuntir a estrutura porosa da terra, Os mictébios por suc vez produzem humo. 18 Tl. Aumentar pelo "choque” (da adubactio verde com matéria nova) at vida microbiana, liberando azéio, minerais © gas carbé- nico. A vida mictobiana aumenta, pelo choque, encrmemente, do maneira descontrolada, e determina finalmente também um enri- quecimento do teor de humo pelos residuos microblanos. Humo 86 produzimos quando adubamos com matéria orgénica maura, até mesmo séca, com elevado teor de carbénio pesado. A decomposicGo déste material produz ume sensivel falta de mine- tais durante at sua decomposicdo, prefudicando a cultura seguinte, se ndo houver 8 10 semanas de prazo entre a incorporagéo da massa orgénica e o plantio seguinte, ou se nao fér foita uma leve adubactio quimica, especialmente de nitrogénio. Finalmente podemos concluir que: z A — Uma adubagao verde de matéria nova (leguminosa em flor) aumenta 0 azéto disponivel do solo e concentra minerais solivels nas camadas superiores da terra. B — A adubacdo verde com matéria madure ou fibrosca au menta o teor de humo do solo, reduzindo as perdas minerais con- seqientes da lavagem, pelas Gguas pluviais. Podemos adubar quer para o primeiro, quer para o segundo fim. Finalmente, temos de lembrar que nunca se deve plantar logo depois de feita a adubacto verde, porque, quando esta se acha ainda nova, a decomposicéio da matéria produz tanto calor que 80 toma muito prejudical é germinacéio e ao desenvolvimento das plantinbas ainda tenras. Segundo a quantidade da massa verde ; incorporada, deve-se esperar umas 3 a 6 semanas. Se houver sido foita uma adubacdo verde “iibrosa, « falta de minerais prejudica @ cultura: seguinto inicialmente. Convém por isso esperar mais ou menos umas 8 a 10 semanas antes de plantar. De outro lado, néo hé vantagem em deixar o trecho adubado muito tempo sem plantio, porque as dguas pluviais lavarcio maior arte do nitrogénio armazenado, eliminando assim uma boa parte do efeito da adubagtio verde, AS LEGUMINOSAS Convém lembrar num breve resumo, as diversas variedades de leguminosas mais faladas e experimentadas em nosso pais. Mui- tas vézes, exceto 0 feijGio comum, sé a mucuna é bem conhecida, ©, por isso, também a adubacéio verde 6 pouco usada. Geralments faltam as mdquinas adequadas para aplicéla ao solo. Mas, se nao quiser a mucuna, encontrar-se-4 possivelmente outra legumi- hosa que sirva para o mesmo fim, 1s : ; Podese imaginar oproximadamente 0 te- ‘endo trabalho exocutado pelos raices da foia. A tama viva dae auas raizee penetra todos os pores da terra Sola A rainha de tédas as leguminosas até hoje cultivadas, &, sem diivida, a soja. A. soja 6 oriunda da China, onde se apresenta, ao lado do arroz, como alimento basico. Os chineses néio podem per- miitirss 0 luxo de plantar outro feijdo, pois nenhum sustentcr tanto como a soja. O pais 6 superpovoado e os alimentos sto muito os- cassos, Assim a soja representa tudo: gordura, came, leite, pao verdura, Existem ali algumas centenas de variedades, ern vista das suas exigéncias quanto a precipitagdes, temperatura, e horas de luz. Por isso cada distro tom @ sua prépria variedade. Chineses emigrantes levaram éss° procioso felido aos E.U.A., onde logo se Ihe reconheceui o imenso valor, quer como alimento, quer como recuperador da terra. Alguns milhares de variedades ali foram cultivadas, espalhando-se depois por todo o mundo, Hoje em dia, ‘quase néo existe produto nenhum que nao posea ser derivado da soja. Rica em éleo, caseina proteina, lecitina ¢ vitaminas, ela osté 0 industrializada em larga escala @ chocolate, celuldide, pio, 16, matéria plastica, margarina, borracha e até explosives podem ser fatbricados da so'a, num total de mais de 200 produtos. Umer planta. que fem a capaddade de exirair tantos e tao valiosos produtos do solo © que possui a méxima quantidade de combinacées de car- boidratos, ldgicaments representa, como planta verde, um dos adubos mais ricos que conhecemos. Se id, a palha, depois dar colheita 6 negociada como feno valioso nos paises com alto nfvel de criagto, quanto mais valiosa néo sera a planta antes da gronulagéo? Nas suas exigéncias, a soja é mais parecida com 0 nosso feifdio comum que com qualquer outra Ieguminosa, o que facilita muito seu plamtio. Mas ao contrdrio do feiicio de fomento, a sola desen- volve um sistema radicular enormemente volumoso, que penetra « terra até grandes profundidades. Mas sé podemos esperar nédu- los do azbto, 80 ela fér inoculada com bactérias rizébias. Uma vez plontada num ccmpo, a terra fica logo infetada com essas bacté- ras simbisticas e ndo necessdria mats outra inoculagdo. Mesmo que a semente rdo seia inoculada, o desenvolvimento, as vézes, néo 6 muito infecior, porque © vigor dessa planta Ihe permite ex- tair os alimentos necessérios. Depois do plantio da soja nolase principalmente um cumento do fosiato solivel © um considerével qumento de poldssio, nas camadas superticiais do solo, quando a massa verde se ache decomposta. A soja é a tinica planta capaz de fixar 6 fosfato em valicsa combinagéo com lecitina, substéincia indispensdvel para 0 normal funcionamento de nosso cérebro. A soa é notdvel melhoradora da éstrutura do solo, mesmo quando, colhido o felido, s6 a palha Ihe {6r incorperada. A ‘inica coisa que pode tomarse desvantajoso em relagdo co feiiéo comum ¢ 0 ciclo vegetative, de 3 a 4 meses. Recomenda-se plantar a soja em linhas de 30cm do distén- cia, seja para a colheita de feijdo, sela para a adubagtio verde, porque, num solo pouco humoso a planta ndo tende a esparra- marse muito, mas a crescer bem alto. O plantio em 60em de disténeia, vétias vézes sugerido, ndo o podemos aconselhar, por- que quase sempre causa decepcdio. A imensa vantagem da soja & que sua cultura pode ser feita exatamente como a do feliGo co- mum, nos mesmros solos, da mesma maneira, Cader agricultor conhece as exigéncias do fetido de fomento, que so as mesmas da soja, sendo, porém, a soja muito superior a éle, quer como feiido, quer como feno, quer como melhoradora da tera, Ela requer um pH de 65 © 26 forma nédulos na prosenca de cal. a ‘Mucuna ‘A mucuna aparece aqui em segundo lugar, néio porcue sejcr a melhor leguminosa pare a adubagdo verde, depois da sofa, mas porque 6 a mais conhecida ei nosso pafs ¢ porque a aquisicao de sua semente é a mais facil. A mucuna, como trepadeira, quase nunca pode set intercalada em outras culturas. Existem casos er que assim ee 182 entre o milho, semeando-< sdmente em janeiro, mas em todo caso ela dificultc a colheita do referido cereal, impos sibilitando a colhelia mecanizada (pelo "cont-picker”). Daste modo, @ mucuna, seja a branea ou a preic, sempre se apresenta como Teguminosa tipica para 0 cultive de adubagéio verde na forma de cultura prépria. A mucuna destaowse entre as leguminosas pela massa verde muito fibrosa. Ela pode ser considerada como planta especia! para a producdo de humo. Note-se sémente que suc tiqueza em carboidratos, de dificil decomposictio, determina uma depressdo considerdvel da cultura sequins se ndo fér detxado um prazo de 6 @ 8 somanas até o plantio. Apesar de set @ mucuna um feijéo pottador de bactériag tizdbias muito amistosas para © milho & algumas varledades de cana-de-aciicar, nunca pode ser plantada ao mesmo tempo com éles, porque estragaria: tais culturas com seus cipés. £ também fator desfavordvel & mucuna, ser a suct aplicagéo omo adubo muito dificil. Néio basta uma gradeagao como na sofa, 6 necessério ceifar proviomente a massa verde @ deixéela apo- racer um tanto para s6 depois ser incorporada ao solo pela grade. E verdade que éste método de adubactio verde requerido pela mucuna é mais adecuado parc a recuperacdo do solo ¢ melhora- mento da estrutura da terra, Nunca a terra melhora tanto como quando sombreada pela densa camada de massa verde em de- composicao. fate sistema de “mulch-culture” 6 considerado o mais eficaz no mundo intelro. Contudo, o ano em que se planta mucunss para o melhoramento do solo fica perdido para a maioria de cul furas comerciais, com excectio da de batatinhas e trigo. Com isso, cada agricultor tem de contar, caso queira conse. quit uma recuperacdo intensa do solo, com acumulagéo de humo, A mucuna 6, como a soja, pouco exigente relativamente ao pH se contentat com um pH de 5,2 até 6; contudo, também ndo desen- volve nédulos abaixo de pH 65. A mucuna preta 6 mais adequada que a branca para @ aduba- fio verde porque produz muito mais massa, Em terras mais oa menos boas podese contar com umas 40 toneladas por hectare, 2 Se se fizer adubagdo verde com mucuna, recomendase esperar aié que ela esteia comecamdo granular, se bem que deva ser cortada ainda antes de cmadurecer. Assim, pode-se ter corteza de cumentar considerivelmente 0 teor de humo no solo. Alfata A alfafa figura em primeiro lugar entre as lequminosas fixa- doras de azéto, e por 1ss0 é também a planta mais ria em protel- na. £ som diivida uma das leguminosas mats valiosas da nossa ‘agricultura, fornecendo um feno riquissimo em proteina, tanto para © gado lelieiro de alta criacée, como para cavalos de rag ou porcos destinados & engorda, A cultura da alfafa raramente foi tida como indicada para a adubac&e verde, ayesar de ser uma poderosa melhoradora da terra, porque a formacéio dum alfaial @ dificil, a semente caris- sima © o feno também. A alfaia 6 a cultura: propria para a rotagao. Quando se deseja plantar allafa deve-se proceder como sesua: Planta-se antes uma cultura de batatinhas bem estaroda ¢ de- pols prepara-se 0 campo parc uma cultura de cereais de inverno, quer de trigo quer de covada. E da mator imporitincia uma cala- gem que eleve 0 pH, de modo que aleamce no minimo, pH 68 a 7, Porque o aliaia prosper entte pH 7 a 9. Enquanto as plantinhas novas de alfaic: sGo extremamente sujeitas aos eleitos da séca e da insolagGo, resistom, uma vez formadas, néo sé & séca © ao calor como também ao frio. Planto-se « alfa no meio de cereal, a cuia sombra ela pode crescer @, assim, estabelecer 0 seu sistema radicular: depois da colheita do cereal, ela se desenvolve rapidamente. Um alfafal nor- mal dé com cerleza 4 cortes por ano, cada um aproximadamente de 25 toneladas por hectare. A alfefa nunca deve ser cortada além de 10 a 12cm acima da terra, para néo se destruit os pontos vegetativos. Para melhorar 9 solo, o iiltimo corte néo deve ser recolhido. Fica espalhado no campo sombreando a terra, protegendo « propria alfaa contra a insolagéo invernal Depuis de 3a 4 anos a terra melhora bastante, o alfatal & vi rado e a terra fica provavelmente bem recuperada. Pode-se contar mais ou menos com 8 a 12 to/ha de feno por ano. Hoje em dia Yemos no mundo mais ou menos uns 6 milhdes de hectares plan- tados coin alfatia, 50 % dos quais na Argentina © 43% nos E.U. A, ‘Trovo Encamado Bste trevo é nativo da Europa onde é plantado em larga escala no sul do continente. Pode ser considerado “a plania de interca- Jagéio", Planta-se como a alfafa também no meio dum cereal inver- nal para a boa formagéo do treval; planta-se, porém, do mesmo ‘modo entre algodéo ou milho. O encamnado néo & sémente boa forrageira para o gado © os porcos como também étima planta recuperudota dus terrus consudas, Dé bem em todos os solos, com excegdo dos muito secos © leves. Quando o plantio malogra, é somente por néo ter sido a plantacéio combreada. O trevo encar- nado produz grande quantidade de massa verde depois que culturcr sombrecidora f6r colhida. 3 Produzindo enorme quantidade de sementes, ¢ sendo facil de colhér, néo apresenia dificuldade nenhuma a suc plantagéio inter- calada no algodéo ou no milho, até no arroz. Corta-se uma vez no invemo como forragem verde para o gado-e virc-se © campo em agésto ou setembro pare plantio. Nao ha planta mais adequada para a recuperagéo econémica do que o trevo, que em vastas regides de Europa é fiel companheiro de todos os cereais. A zona mais indicada para seu plantio 6 a que val da Soroca- bana para o sul, até Rio Grande. Podemos contar aqui com mais ou menos 20 to/ha de massa verde por ano. Treméco © treméco, que possui um vigoroso sistema radicular, oferece grande capacidade de nodulacéo. Fot a primeira lequminosa que se usou no mundo para adubagdo verde sendo a planta cléssica para fal fim em tédas as regiées arenosas. Cléssica também, por- quo 0 solo decaido sempre demonstra um pH baixo e 0 treméco desenvolve-se bem mesmo com um pH de 4,5 a 6,5. £ também a Yinica legumincea até hoje conhecida que pode aproveitar a forma aquética do azotobacter para a formagéio de nédulos. Dat 0 fené- meno que s0 verifica com o treméco que, sendo leguminosa tipica de solos arenosos, néo se desenvolve na séca. Umas semanas de séca podem prejudicar muito o seu desenvolvimento, pois éle floresce © amadurece precocemente, sem formar bastante massa verde. O trémogo 6, de outro lado, a unica leguminosa que pode ser ficilmente intercalada em culluras irigadas, 20 0 solo Ir ‘arenoso. Especialmente nas culturas de conadeagicur e de café, iri gadas, as perdas de sais minerais atingem és vézes um absurdo, encarecendo horrivelmente a cultura, Intercaladas essas culturas ‘com treméco, as perdas de nutrientes se tomam quase nulas. O treméco, tendo sempre uma massa verde macia, riea em protel- nas, é tipicamente apropriado para a adubacdo verde, para o enriquecimento de azéto ¢ sais minerais disponiveis. A formidavel qualidade de atingir com a sua raiz pido consideréveis profundi- dades, permitelhe alcangar nutrientes levados para 0 subsolo, inaloangévois para outras loguminosas. Mas tanto quanto form davel 6.0 comporlamento do tremégo em solos leves ¢ irrigados, ‘assim 6 péssimo o seu desenvolvimento em solos secos ou pesa- dos. A raiz preciscndo tanto de aque como de ar, ndo pode desen- volver-se em solos pouco arejados, como sto os de barro e argila. Das diversas vatiedades de treméco sfio as amargas as prefe- ridas para a adubacao verde, porque produvem muito mais massa. ‘As variedades amargas tém geralmente flor azul ou bramca, en- ‘quanto as doces as t8m amarelas, broncas, rosas, etc. A variedade selvagem © a de flor azul, contendo um alcaléide téxico, é preiu- dicial ao gado, enquanio as variedades “doces” fomecem étimo feno, rico em proteinas. Em resumo: 0 tremégo é leguminosa mo- destissima, que cresce de preforéncia em tertas pobres, mas tem certas exigéncias quanto & umidade do terreno. Uma boa cultura produz 28 « 30 to/ha massa verde. Crotaléria ‘As duas variedades de crotaldria que esto dando bem em nosso pais, a Crotalaria [incea © a Crotaldria Pauline, sco ambas plantas anuais de. crescimento ereto e arbustivo, sendo a }iincea aproximadamente 40 dias mais precoce que a Paulinea, Ambas sao de ciclo vegetative muito longo, aparecendo a flor amarela sdmente depois de 120 a 160 dias, respectivamente, depois do plantio. Elas ge dao muito bem em todos os solos, dos mais leves ‘@ arenosos até os pesados © arailosos, excato em solos timidos ou mal drenados, once nunca vingam. Precisa-se preparar bem a terra compacta antes do plantio para facilitar a germinagao ¢ o desenvolvimento desta leguminosa: quando nova, Em terras can- sadas @ produgio das duas variedades 6 quase igual, enquanto em terras melhores a paulinea bastante superior a jiincea, for- necendo ai de 40 a 60 to/ha de massa verde, ou 8 a 12 to/ha de feno. Elas so, como a mucuna, plantas que s6 devem ser aprovel- tadas em rotacéio com as outras culturas. Mas sto especialmente proprias para & recuperagéo © conservacao das terras em cafézais 2s % © pomares, onde proporcionam enorme beneficio, mantendo per- medvel 0 solo, impedindo a proliferagtio do matinho. Depots de ceifadas, uma espésea camada de massa verde cobre o solo, sombroando-o nos moses de inverno, A Ginica desvantagem das crotalérias 6 que sto présas muito fdcels de rizdbios parasiticos que prejudicam tanto a planta que esta quase ndo medra @ até morre t8da plantagdo. (& a chamada :"murcha"), Por isso 6 aconselhével néo empregar as crotaldrias para c recuperagéio das terras, mas sémonto para a conservacco dos solos ainda mais ou menos bons. Do emprégo errado, devido as instrucées insuficientes, ds vézes exageradas, inventadas pela boa vontade de fazer propaganda para as crotaldrias, resulta serem elas até hoje pouco usadas e, por isso, também em ser dificil arranjar suas sementes. Ninguém se occupa com a cultura de semente das crotaldrias considerando-as como iniiteis. Assim, uma leguminosa, de valor inestima- vel para os nossos pomares © caié- zais, néo se tornou ainda popular. Fradinho E pouco comhecido éste felido de pequena semente de cér bege, muito # apreciado na Capital Paulista como ~ feijdo de salada e vendido por pre- os trés vézes maior que 0 do feijdio comum., © aspecto da semente é pare: com 0 do feijéo comum, O feijdo- fradinho é, porém, muito mais vi goroso e seu crescimento 6 répido © vigoso, sem cipé nenhum. Ble & muito menos exigente que 0 felido comum, gracas ao vigoroso sistema radicular, que penetra com facili dade nas camadas duras. E proprio para @ tecuperagéo dos solos arai- Foijaofradinho, plantado para o 10808 © até para as areias barren- molhoramento do elo, Fodore tas. Desenvolve-sé em terras muito sheorvar nos taizes, free maz sécas. Se le néo encontrar nem féellavolior a itll Ita da raiz’ OSD mm Saba c ee, oe: Car Se SSNS WEeTGSe ——cesstitio, loresce precocemente, dei- decatd, xando car t6das as félhas ¢ ficando 28 sdmente com os caules © pequenas vagens. Umea adubagdo com cinax de arroz, bem fraca, estimula tanto o desenvolvimento do fradinho que éle chega a formar em 6 semanas umas 10 to/ha de massa verde. Ele 6 préprio para ser intercalado em culturas de gramineas especialmente de milho © cana, mas também j& foi plontado com grande éxito nas culturas de arroz, sobretudo em terrenos muito acidentados. O feliGotradinho, porém, agradece muito uma cala- gem, e, mesmo que cresca om terrenos com pH 5,2, prefere um PH 65 e nunca desenvolve nédulos quando falter calcio, Ervilhaca £ mullo cultivada na Euopa como planta forrageira ¢ mello radora do solo. Também nos E.U.A. ié tem muita popularidade, As teniativas feitas com ela no Brasil deram étimos resultados. Especialmente a ervilhaca pilosa, a ervilhaca hiingara e a ervi Ihaca chamada “ervilha de Ténger” déo-se muito bem em terras cidas, embora soja menos resistentes a acidez que o treméco. De outro lado, so muito resisientes & séca, exceto a ervilhaca comum, A ervilhaca pilosa é a mais indicada para terras_ arenosas, enquanto as outras requerem um solo de textura um pouco mais, pesada. ‘As ervilhacas, figurando entre as melhores recuperadoras de solo, podem ser plantadas do Sul do Estado de Sdo Paulo até Pérto Alegre. Néo existe outra leguminosa com um sistema radicular Go vigoroso, to abundante © téo espalhado como o dela. Basia sou simples plantio parc melhorar os solos decaidos, nao exigindo imperiosamente uma adubacdo verde para éste fim. Nunca a ervilhaca deve ser planiada sézinha, porque é cipé de caules muito mimosos, sem {roa para crescér ereta. Deitarse demais quando plantada em monocultura. Por isso — 6 comum plantéla misturacia com centeio, aveia ou arroz. Se fér para colhér semente, nao prejudice 0 cereal de modo nenhum — na base de 20 a 30 kg/ha de ervilhaca misturada com a semente do cereal. Se f6r para adubactio verde, deve ser planiada na base de 90k3 do coreal © 50 a 60kg da ervilhaca por heclare. Centeic-ervilhaca 6 também uma étima forragem de inverno para o gado leiteiro, quando cortada enquanto as sementes do centeio esto ainda ten- ras. Uma vez cortada, a ervilhaca brota mais uma vez quando hé suficiente umidade e pode ser incorporada ao solo, antes do plan- tio de primavera. A mistura mals poderosa como melhoradora n do solo, porém 6 a destinada para silagem, usada para o gado leiteiro no inverno. Consiste em semear 60 ka de milho, 60kg de feljGo-de-porco e 40kg de ervilhaca por hectare, Quando a mis- tura sai do campo para ser ensilada, a terra se apresenta tao féfa como terra virgem. A tinica dificuldade desta mistura 6 0 plantio em grande escala por causa do tamanho da semente do feijao-de- porco, que 6 muito grande © néo se adapta & semecdura mecd- nica, precisando ser semeado manualmente. Por isso, éste método sdmente pode ser adotade em sitios pequenos e médios, onde aleanga magnifico sucesso. Feijaio-de-Porco Este feliGo é uma planta de porte ristico; forma bastante masea verde fibrosc © sombreia perfeitamente 0 solo; tao perfeltamente que nenhum matinho chega a brotar. £ a leguminosa ideal para 98 solos pesados, esgotados. Uma pequena porgée de potéssio estimula tanto 0 seu crescimento que ninguém suspeitaria ser erodido e cansado o sclo em que esteja crescendo, mas é bas- tante exigente quanto ao céicio. £ também uma das poucas plan. tas produtoras de humo, pois é muito fibrosa, o que significa que contém bastantes carboidratos. A férca das suas raizes 6 tao grande que ultrapassc muito a das outras leguminosas, pois que- bra até camadas petrificadas. Assim, mantém durcnie tedo cres- cimento o mesmo ritmo, nao se detendo nunca em seu desenvolvi: mento, que, nas outras leguminosas se interrompe quando as suas raizes esbarram numa camada dura. (O feljao-de-porco serve tanto para ser plantado em rotacdo como para ser intercalado em culturas perenes, em vista de ndo ser planta trepadeira e de néo atingir altura excessiva. Desenvolve-se bem até com um pH de 5,2; porém o pH que lhe 6 proprio esta entre 7 © 9. Quando se achat intercalado numa outra cultura é necessdrio levar em conta o pH, porque o café, por exem- plo, nao combina bem com um pH elevado. A ‘nica dificuldade que olerece o plantio do fetiviode-porco em larga escala, provém de serem as suas sementes muito grades, porém com ume adap tagdo da plantadeita de algodéio, o plantio mecéico se toma per fellamente possivel. Essa dificuldade fz com que ésse valioso feijao soja até hoje pouco plantado e pouco apreciado, tornando 89, por isso, quase impossivel obter suas sementes em grandes escala. si, FeijioFava Esta leguminosa — 6 também’ chamada “feiiéo-vara", por ter © porte bem ereto. Aleonca uma altura 1,80 a 2 metros. Possui, especialmente na colénia italiana, muitos apreciadores, porque quando ainda verde, é muito delicioso. Desenvolve-se muito bem fem solos meio pesados, mas é sempre exigente, méxime quanto go poldssio, sendo atacado por piolhos quando hé falta désse elemento, Apesar disso, a planta produz boa quantidade de massa verde, muito macia e rica em proteina, propria parc cumentar o teor de nitrogénio no solo, mas fércilmente atacada por nematéides, Essa leguminosa, para melhorar o solo, s6 é aconselhdvel aos agricultores que estejam bem familiarizados com as suas parti cularidades. O cudzu é uma leguminosa perene, que forma abundante massa verde. Como eipé, alastra-se enormemente cobrindo grandes dreas. ‘Nos E.U. A. € no Oriente é muito usado como planta melhoradora do solo porque fomece também boa forragem, de valor quase igual ao da alfafa, A grande vantagem do cudzu é que produz muito bem em solos arenosos ¢ sécos onde nenhuma outrr leguminosa se desenvolve satisiatériamente. Suporta também a acide do solo ¢ no apro- senta exigéncia nenhuma, Sua folhagem 6 téo espéssa que des: ‘r6i qualquer matinho, até mesmo 0 capim-gordura © o capim-mar- melada, para no falar de tédas as outras ervas daninhas que ossam constituir verdadeiras pragas. A sua tinica desvantagem é que néo produz sementes no Brasil Esta é também a raztio por quo & muito pouco aproveitado. # pre. ciso instalar um viveiro para ter mudas para o plantio. © cudzu, cuia semente vem do estrangelro, custa um absurdo, e néo pode, Por isso, ser usado em nosso pais como adubagéio verde. Pode, porém, ser usado com grande éxito nos declives dos morros, em trechos pedregosos, etc., para evitar a eroséo 'e impedir o mato, Porque ésses tréchos que néo podem ser cultivados, sdo especial. mente centros de origem do matinho que invade as nossas culturas. Por que 0 cudzu nao floresce? A nica exigéncia, dessa formiddvel leguminosa, 6 a de boro. Adubada com éle, floretce © dé muita semente. Se se encontrassem lavradores inteligentes capazes de obter a produgdo de sementes de cudzu, éste seria muito usado em nosso Pais, muito mais de que a mucuna, pols é muito superior a esta, 2 Até hoje, inielizmente, o cudzu néo pode ser aconselhado para aidubagéo verde, por causa de seu custo elevado; mas, apesar disso, como étima planta: melhoradora @ conservadora de solo, deve ser tomada em consideracéio, mesmo que tenhamos de plan: téelo por meio de mudas, Feijo de Fomento ou Feijéo Comum Falamos jé tanto da importéncia das diversas leguminosas, para © melhoramento do solo que o cgriculior deve estar interessado em conhecer, «t do nosso feljéo comum. Infelizmente, ésse feijéio ndo tem nenhum valor recuperativo, Produz pouca massa verde tem um sistema de raizes fraco e pouco desenvolvido © além disso ié esti bem degenerado, Uma saira de feljaio de fomento geralmente néo melhora nada, nem conserva © solo. Se alguém o quisesse plantar para adubagéo verde, pela facilidade de ter a semente em casa, ficaria téo desapontade com os resultados que nunca mais repetiria a experiéncia. Guandu © guandu aparece aqui em ultimo lugar por ser a tinica legu minosa de porte arbustivo. £ uma das leguminosas mais faladas no Estado. Sendo uma planta perene, que logo se toma lenhosc, quase nunca é usc como adubacdo verde simples, mas sim para a recuperagéo de terras abandonadas, como pastos escas- sos, cerrados, etc. fle forma pequenas arvores, quebrando com a raiz-pido, muito forte, as camadas duras dc terra e deixa cair tantas félhas que se forma uma camada humosa na superficie da toma. As somentes sao um dtimo alimento, © vendem-se as vézes como “petit pois": As félhas podem ser usadas como foragem para o gado zebu mas nao sto aceitas pelo gado de alta criag&o, como © holandés ou 0 suigo quando néo séo misturadas com outra forragem doce. As vacas dessas ragas mais exigentes néo gostam do sabor amargo das félhas do quandu. O guandu pode ser usado também com éxito para o sombreamento de café novo, pois néo the faz nenhuma concorréncia, Depois de 4 @ 5 amos o solo fica geralmente melhorado, ofere- endo, entéo, o guandu uma boa lenha. £ a leguminosa propria para terras inaproveltéveis para outras culturas, pols as Wunslorma, sem despesas exageradas, em terras de cultura. Existem diversas variedades de quandu das quais a a denominada “Favo-Larga” é a melhor porque apresenta félhas matores que as das outras. Se se quiser usar o guandu como adu- bagtio vetde, 6 necessdrio planté-lo em rotagtio com 0 milho @ algo- dao. A planta atinge o ponto de ser corlada mais ou menos depois de 5 meses de crescimento, e produz em terras boas, de poucos anos de cultura, mais ou menos, 15 a 20 toneladas de massa verde por hectare. Cortada no fim de abril ou inicio de maio, com ceifadeira ou “rélo de fucas", a massa decompée-se ao ar livre, e seré incorporada superticialmente ao solo, na pri- mavera. Em terras pobres, 0 guandu néo produz muito bem, © por isso 6 muito mais aconselhdvel usar essa leguminosa valiosc em cul- turas perenes, como a da tefrésia candida. Concluséo final As leguminosas como plantas préprias para a adubacéo verde, Yinicas melhoradoras eficazes das nossas terras, néo podem ser mais dispensadas na cgricultura. moderna, Sendo plantadas intercaladamente ou em rotacéo, produziréio sempre 0 efelto esperado, desde que o plantio se faga adequada- mente. Nao serd facil introduzir at rotagéo de culturas em nossas grandes fazendas de monocultura, porque uma rotagéio exige uma modificacdo da lavourc inteira, que, em raros casos, pode ser realizada com 0 pessoal existente. Imensas dificuldades suraem com a introdugao do sistema rotativo, pois nem os gerentes ¢ ‘administradores, nem os feitéres ou camaradas esto acostumados outa colsa sendo c sua monoculture. Sco especialistas em cana ou café, em algodéo ou cereais, mas no sabem lidar com a rotacdio. Além disso, a rotagdo das-culturas, especialmente a que so faz com leguminosas forrageiras, exige a introducdo de gado e tam- bém a de outras culturas, © com isso toma necesséria a procura do outros compradores ¢ noves mercados. O que significa ndo sd- mente coisa simples, mas também progresso considerdvel nas fazendas de eriagao, onde a leguminosa forrageira é de imenso valor, especialmente na racao de forragem de invemo, acarreta porém sérlos problemas numa fazenda de lavoura. Ainda que soja possivel nos sitios de lavoura mista a introducto de legumi- nosas na rotacdo, é bem dificil realizéla. Contudo, stio justamente as fazendas de monocultura cis que tém mais urgente necessidade de recuperagao dos seus solos. Como a pratica ensina, 0 maximo que uma fazenda de monocultura pode dispensar dos seus cam- a pos, para descanso © recupeructio stio 6 a 8% do total da drea cultivada. E isso 6 muito pouco, tendo-se em vista o estado do esgotamento das terras cultivadas. Quase tédas elas precisam da Tecuperacio, e por isso a adubacio verde deve ser fella de modo que no se perea uma cultura comercial. Existom muitas leguminosas, além das mencionadas, como, por exemplo, a centrosema pubescens, o dolichos, a teirésia, as diver- sas variedades de cudzu, mucuna, soja, etc. mas sdbre tédas elas podem os interessados encontrar nas publicacdes de Campinas (Instituto Agronémico), as necessérias informacées. As legumino- sas intercaladas néo sé melhoram a terra, mas também, @ isto ¢ essencial para as nossas lavouras, economizam ao menos duas carpas, o que significa que 0 custo maior, causado pela compra de sua semente e pelo seu plantio 6 compensado i& durante o mo em curso, de modo que, o campo tratado com leguminosa, lém de dar maior colheita cacarreta menos despeeas do que aquéle em que ndo houve ésse trato, e que, além de ser mais dispendioso dé safra bem mais baixa. ‘Todea 08 direitos rotervados pela Comp. Methoramentes de Si0 Patio, Indistrias de Papel Caixa Postal 8120 — So Paulo 26 Nos pedides telegritices basta citar o eéd, 001-057 Uma orientapao certa nos livros da série ABC do Lavrador Pratico Never tenient aricslas, mormon pare s cilogse de enimols demés- ticos © conhetimentes esenciols sSbre laveure — divulgeden neste ‘ele por ogrinomes « veterinvles de teneme. Volumes ds 32 pégs. 1-0 Eucaurro: 2-VAMOS PLANTAR A SOJA, 3-0 PEQUENO POMAR DOMESTIC 470 PINHEIRO BRASILEIRO. S-CEBOLA F ALHO ‘S-ENRIQUECA COM UM COQUEIRAL 7-0 MiLMO HIBRIOO 0 TOMATE 9-IRRIGUE SEU sif10 10- PRIMEIROS PASSOS NA AVICULTURA M-CRIAGAO DE PEIXES £6 AQUARIOS 12 CULTURA PRATICA DO TRIGO 13-DEFENDA-SE Das connas 14- CULTURA DA BATATINNA 15-PRODUTOS DA. CANA. 16- CULTURA BO MORANGUEIRO 17" CULTURA DA BANANEIRA 18-COMO PREPARAR 0 COMPOSTO 19- VAMOS. PLANTAR ALGODAO. 20-CULTURA DO MAMOEIRO 21-ARVORES FORRAGEIRAS 22. ERIAGKO PRATICA DE MARRECOS 23 ASPARGO, CENOURA RABANETE 24- CULTURA PRATICA DA. VIDEIRA, 25-ADUSE StU SITIO 26- CULTURA DA OLIVEIRA NO BRASIL 27-FABRICAGAO. RURAL DE MANTEIGA 28-FABRICAGAO RURAL DE QUELOS 29-CRIAGAO DE GANSOS 30-CULTURA DA MACIEIRA BI-LEITE (Ordenhe, ip. « tatamente) 32-COMO CONSEGUIR MAIOR PRODU- ‘GA0 DE Leite 33-CULTURA DA MELANCIA 34-€OMO. CULTIVAR A. MANDIOCA 35-EULTURA BO cAgut 3 36-POR QUE MORREM 05 PINTOS? 37-0 MEL DE ABELMAS 130-INDUSTRIALIZAGA® BO PORCO NO so 39 - CONSERVAS VEGETAIS 40 GRIAGAO & MAN be renus 41“ bouneas DAs GaLinnas 42-CONSERVAS DE FRUTAS IM COM- POTAS. 43-4 ROSA E SUA CULTURA, 44 WIGIENE DOS AVIARIOS 45 ANIMAIS PEGONHENTOS 46-A CULTURA DA PEREIRA, 47 -REPOLHO E COUVE-FLOR 48-CULTURA DA FIGUEIRA 49-PREPARACAO_DOMISTICA DE VI- HOS De FRUTAS 50 LEITES.FERMENTADOS 51 TARO E TAIODAS. 52-COMO ALIMENTAR SUAS GALINHAS 53 -ERIAGKO DE COFLHOS ‘54 -CULTURA DA NOGUEIRA PECK 55-0 DENDIZEIRO 56 CULTURA DA. CANA-DE-AGOCAR 57-AS_LEGUMINOSAS NA ADUBAGAO VERDE 58-0 VIRUS NAS PLANTAS £0 SEU ‘Combate 59 CULTURA DA ALCACHOFRA — ‘CULTURA DA ALFacE 60-CULTURA PRATICA DO CAFE 61 CULTURA DO PesseGUEIRO 62" CULTURA D0 MILHO. ‘62 COMBATE AS ERVAS DANINHAS (64 ABC. 00 PESCADOR. 65" EULTURA DO ARROZ EDIGOES MELHORAMENTOS

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