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Campos Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto n.44-A/01 de 06 de Julho de 2001)

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

PROJECTO DE FIM DE CURSO

PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICO EM ESCALA


INDUSTRIAL A PARTIR DA CASCA DE MANDIOCA EM
LUANDA

Autora: Estefania Chilepa Dos Santos Segunda

Licenciatura: Engenharia de Refinação de Petróleos

Orientador: Eng. Eugénio Manuel

Viana, Setembro de 2023


Campos Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola

(Criada pelo Decreto n.44-A/01 de 06 de Julho de 2001)

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

PROJECTO DE FIM DE CURSO

PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICO EM ESCALA


INDUSTRIAL A PARTIR DA CASCA DE MANDIOCA EM
LUANDA

Estefania Chilepa Dos Santos Segunda

Engenharia de Refinação de Petróleos


EPÍGRAFE

«Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor,


mas lutamos para que o melhor fosse feito. Não somos o
que deveríamos ser, não somos o que iremos ser, mas
graças à Deus não somos o que éramos ».

(Martin Luther King)

II
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus familiares, especialmente à minha mãe, Cristina Maria
dos Santos pela confiança depositada em mim. Também dedico aos meus professores e amigos
que em algum momento deram-me um voto de confiança e o devido apoio nos momentos que
mais precisei.

III
AGRADECIMENTOS

À Deus por todos os dias ter o privilégio de estar em pé, pela saúde, pelos milagres
que eu bem sei que ele fez, pela paciência, direcção e sabedoria.

À minha família pelo suporte diário, aos meus professores, colegas, e a todos que me
ajudaram e despertaram em mim a capacidade criativa.

Ao meu orientador, professor Eugénio Manuel pela paciência, competência e muita


sabedoria, ao meu co-orientador Eng. Jaime Vungo pelo suporte e assistência ao longo do
trabalho.

Muito obrigada!

IV
DECLARAÇÃO DE AUTOR

Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os regulamentos da
Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e, em particular, Regulamento de Elaboração
do Trabalho de Fim de Curso. O trabalho é original, excepto onde indicado por referência
especial no texto. Quaisquer visões expressas são as do autor e não representam de modo
nenhum as visões da UniPiaget. Este trabalho, no todo ou em parte, não foi apresentado para
avaliação noutras instituições de ensino superior nacionais ou estrangeiras.Mas informo que a
norma seguida para a elaboração do trabalho é a Norma ISO 690.

Assinatura: _____________________________________________

Data: __/__/___

V
ABREVIATURAS E SIGLAS

(a) - Quantidade da grandeza acumulada no interior do sistema

(c) - Quantidade da grandeza consumada no interior do sistema

(e) - Quantidade da grandeza que entra através da fronteira

(G) - Quantidade da grandeza gerada no interior do sistema

(s) - Quantidade da grandeza que sai através da fronteira

°C: graus centigrados

Bio-PU: Biopolímeros de poliuretano

C02: símbolo químico de Dióxido de Carbono

H2O:símbolo químico da água

IF- Investimento fixo

IW- Capital de trabalho

mamostra– massa da amostra em gramas.

mbiop. – massa do bioplástico obtido na prática em gramas

ŋ– Redimento

PAs: Poliamidas

PCI - Policaprolactona ou poli (ω-hidroxialcanoato)

PEA- Polietileno adipado

PEAs: Poli (éster-amida) s

PESTs: Poliésteres

pH: Potencial de Hidrogênio

PL: Poliuretano

POS: Poliolefinas

VI
PVA: álcool polivinilico

PVAc: Acetato de Polivinilo

U- Teor de humidade

VII
RESUMO

O presente projecto tem como o tema “Proposta de produção de bioplástico em escala industrial
a partir da casca de mandioca em Luanda”. O bioplástico, diferente dos plásticos produzidos
tradicionalmente a partir dos derivados do petróleo, são produzidos a partir da matéria orgânica
que são renováveis e que se caracterizam por ser um material biodegradável e que causam
menor impacto ambiental. O presente trabalho teve como Objectivo: Produzir bioplástico em
escala industrial a partir da casca de mandioca em Luanda. Para tal, foi usada a Metodologia:
metodologia qualitativa, quanto ao tipo de estudo métodos descritivos e bibliográfico para a
parte teórica, e contou com o método experimental para parte pratica, com base nessa
metodologia, foi possível obter os seguintes Resultados: para produção do bioplástico usou-se
o método de casting, que consiste na preparação de uma solução filmogénica. As características
físicas e químicas do bioplástico produzido, observou-se que a espessura encontrada foi de
0.10mm que está dentro do recomendado (0,11mm), para o teor de humidade o valor
experimental foi de 37,46%, que se encontra dentro dos limites recomendado. Para o pH
encontrou-se numa escala de 6-7, que mostra acidez do bioplástico, que se encontra fora dos
limites estabelecidos (8-12). Verificou-se uma boa biodegradabilidade do bioplástico
produzido. Fez-se o balanço de massas no processo produtivo, em que entra na etapa inicial
uma corrente de 22831 kg/h, e teve como corrente de saída 12176,33kg/h. Em termos de custos
de viabilidade, obtivemos os seguintes valores: uma produção laboratorial de
260 073 491,12Kz, podução industial de 33 755 489.081 Kz. Portanto, Concluímos que os
bioplásticos é amigo do ambiente, visto que têm grandes capacidades de degradar facilmente
sem causar qualquer dano ao meio ambiente.

Palavra-chave: Biodegradabilidade, Bioplástico, Casting e amido.

VIII
ABSTRACT

The theme of this project is "Proposal for the production of bioplastic on an industrial scale
from cassava peel in Luanda" Bioplastic, unlike plastics traditionally produced from petroleum
derivatives, are produced from organic matter that is renewable and which are characterized by
being a biodegradable material and which cause less environmental impact. The objective of
this work was to produce bioplastic on an industrial scale from cassava peel in Luanda. To this
end, the Methodology was used: qualitative methodology, regarding the type of study
descriptive and bibliographical methods for the theoretical part, and relied on the experimental
method for the practical part, based on this methodology, it was possible to obtain the following
results: for the production of bioplastic, the casting method was used, which consists of
preparing a film-forming solution. The physical and chemical characteristics of the bioplastic
produced, it was observed that the thickness found was 0.10mm, which is within the
recommended range (0.11mm), for the moisture content the experimental value was 37.46%,
which is within recommended limits. For the pH, it was found to be on a scale of 6-7, which
shows the acidity of the bioplastic, which is outside the established limits (8-12) a good
biodegradability of the bioplastic produced was verified. The mass balance was carried out in
the production process, in which a current of 22831 kg h enters the initial stage, and had an
output current of 12176.33kg h. In terms of feasibility costs, we obtained the following values:
a laboratory production of 260 073 491.12Kz, industrial production of 33 755 489,081 Kz
Therefore, we conclude that bioplastics are environmentally friendly, as they have great ability
to degrade easily without causing any damage to the environment.

Key-word: Biodegradability, Bioplastic, Casting and starch

IX
ÍNDICE GERAL

EPÍGRAFE ................................................................................................................................ II

DEDICATÓRIA ....................................................................................................................... III

AGRADECIMENTOS .............................................................................................................IV

DECLARAÇÃO DE AUTOR ................................................................................................... V

ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................................................VI

RESUMO .............................................................................................................................. VIII

ABSTRACT ............................................................................................................................. IX

ÍNDICEDE FIGURAS E GRÁFICOS .................................................................................. XIV

ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................................................ XIV

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

Identificação do problema .......................................................................................................... 1

OBJECTIVOS DE ESTUDO ..................................................................................................... 2

Objectivo geral ........................................................................................................................... 2

Objectivo específicos .................................................................................................................. 2

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ................................................................................................. 2

DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................................. 2

DEFINIÇÃO DE CONCEITOS ................................................................................................. 3

CAPITULO I- FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO/CIENTIFICO.............................................. 4

1.1.A MANDIOCA .................................................................................................................... 5

1.1.1.Cultura da mandioca .......................................................................................................... 5

1.1.2.Cultivo da mandioca .......................................................................................................... 6

1.1.2.1.A escolha da área ............................................................................................................ 6

1.1.2.2.Preparo do solo ............................................................................................................... 6

1.1.2.7.Pragas ............................................................................................................................. 8

X
1.1.2.8.Doenças .......................................................................................................................... 8

1.1.2.9.Colheita........................................................................................................................... 8

1.1.3.Composição quimica da mandioca .................................................................................... 8

1.2.PLÁSTICOS ......................................................................................................................... 9

1.2.1.Tipos de plasticos .............................................................................................................. 9

1.2.2.Caracterização fisico-quimica dos plásticos .................................................................... 10

1.2.3.Conceito de bioplástico .................................................................................................. 11

1.2.3.1.Tipos de bioplásticos ................................................................................................... 11

1.2.3.2.Bioplasticos biopolimeros biodegradaveis ................................................................... 12

1.2.3.3.Bioplasticos não degradaveis ....................................................................................... 13

1.2.3.4.Petroquimica biodegradaveis ........................................................................................ 13

1.2.3.5.Petroquimica não biodegradaveis ................................................................................. 14

1.2.3.6.Misturas /ligas de biopolimeros biodegradaveis .......................................................... 14

1.2.4.Capacidade de biodegração ............................................................................................. 15

1.2.4.1.Mecanismos de degradação .......................................................................................... 15

1.2.5.Aplicação dos bioplasticos .............................................................................................. 17

1.3.AMIDO............................................................................................................................... 17

1.3.1.Processo de obtenção do amido da mandioca ................................................................. 17

1.3.2.Gelatinização do amido da casca da mandiona ............................................................... 19

1.3.3.Propriedades do amido da casca da mandiona ................................................................ 19

1.4.CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUIMICA DO BIOPLASTICO .................................... 20

1.4.1.Espessura ......................................................................................................................... 20

1.4.2.Humidade ........................................................................................................................ 20

1.4.3.Solubilidade ..................................................................................................................... 21

1.4.4.Absorção da água............................................................................................................. 21

1.4.5.Teor de lipidos ................................................................................................................. 21

1.4.6. pH .................................................................................................................................... 22

XI
1.4.7. Teor de cinzas ................................................................................................................. 22

1.5.PROCESSO DE PRODUÇÃO DE BIOPLASTICO A PARTIR DO AMIDO DA


MANDIOCA ............................................................................................................................ 23

1.5.1. Tecnica de casting ........................................................................................................... 23

1.6.BALANÇO DE MASSA .................................................................................................... 23

1.7.CUSTO DE VIABILIDADE ECONÓMICA DE PRODUÇÃO DO BIOPLASTICO . 25

1.7.1. Capital de investimento ................................................................................................... 25

1.7.2. Investimento fixo ............................................................................................................ 25

CAPÍTULO II. OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO .............................................. 27

2.1.MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO ...................................................................................... 28

2.2.HIPÓTESES ....................................................................................................................... 28

2.3.VARIÁVEIS ....................................................................................................................... 28

2.1.OBJECTO DE ESTUDO.................................................................................................... 28

2.2.INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO ........................................................................ 28

2.3.PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO ....................................... 29

CAPÍTULO III: EXECUÇÃO DO PROJECTO ...................................................................... 30

3.1.MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................... 31

3.1.1. Matéria-prima.................................................................................................................. 31

3.1.2. Tratamento da matéria-prima .......................................................................................... 31

3.1.3. Preparação da matéria-prima........................................................................................... 31

3.1.4. Materiais e reagentes ....................................................................................................... 32

3.2.METODOLOGIA EXPERIMENTAL ............................................................................... 33

3.2.1. Produção do bioplástico .................................................................................................. 33

3.2.1.1.Rendimento da reacção ................................................................................................. 34

3.2.2. Caracterização físico- química do bioplástico ................................................................ 34

3.2.2.1.Determinação do aspecto visual ................................................................................... 34

3.2.2.2.Espessura do bioplástico............................................................................................... 34

XII
3.2.2.3.Determinação do teor de humidade .............................................................................. 34

3.2.2.4.pH ................................................................................................................................. 35

3.3.FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO ................................................ 36

3.4.BIOPLÁSTICO .................................................................................................................. 36

3.4.1. Descrição do processo ..................................................................................................... 36

3.4.2. Balanço de massa do processo de produção do bioplástico ............................................ 37

3.4.3. Rendimento da produção................................................................................................. 37

3.4.4. Caracterização do bioplástico ......................................................................................... 37

3.4.4.1.Aspecto visual .............................................................................................................. 37

3.4.4.2.Espessura ...................................................................................................................... 37

3.4.4.3.Teor de humidade ......................................................................................................... 38

3.4.4.4.Determinação do pH ..................................................................................................... 39

3.4.4.5.Biodegradabilidade ....................................................................................................... 39

3.5.BALANÇO DE MASSA DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO BIOPLÁSTICO ......... 39

3.5.1. Trituração ........................................................................................................................ 39

3.5.2. Decantação ...................................................................................................................... 40

3.5.3. Produção do Bioplástico ................................................................................................. 40

3.5.4. Secagem .......................................................................................................................... 41

3.6.CUSTO DE VIABILIDADE DE PRODUÇÃO DO BIOPLÁSTICO PRODUZIDO....... 42

3.6.1. Custo de avaliação económica ........................................................................................ 42

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 44

RECOMENDAÇÕES............................................................................................................... 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 46

ANEXO .................................................................................................................................... 48

XIII
ÍNDICEDE FIGURAS

Figura 1- Mandioca .................................................................................................................... 5


Figura 2-Classificação dos plásticos tendo em conta a sua biodegradabilidade ...................... 10
Figura 3-Biopolímeros biodegradáveis .................................................................................... 12
Figura 4- Esquema do mecanismo de biodegradação de polímeros pelos factores bióticos e
abióticos .................................................................................................................................... 16
Figura 5- Processo de produção de amido da mandioca .......................................................... 18
Figura 6- Balanço de massa ...................................................................................................... 24
Figura 7-Matéria-Prima (Mandioca) ........................................................................................ 31
Figura 8-Preparação da matéria-prima ..................................................................................... 32
Figura 9- Produção de Bioplástico ........................................................................................... 33
Figura 10- Medição do pH do bioplástico produzido ............................................................... 35
Figura 11- Avaliação da biodegradabilidade ............................................................................ 35
Figura 12- Fluxograma do processo de produção do bioplástico ............................................. 36
Figura 13- Balanço de massa na etapa de trituração ................................................................ 39
Figura 14-Balanço de massa na etapa de processo físico 1 ...................................................... 40
Figura 15-O balanço de massa do processo químico ............................................................... 41
Figura 16-O balanço do processo físico ................................................................................... 41
Figura 17- Bioplástico produzido ............................................................................................. 48

XIV
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1- Materiais e reagente no laboratório .......................................................................... 32


Tabela 2- Rendimento do bioplástico em função da quantidade do amido da casca da mandioca
.................................................................................................................................................. 37
Tabela 3- Espessura do bioplástico segundo alguns autores .................................................... 38
Tabela 4-Resultado do teor de humidade ................................................................................. 38
Tabela 5- Humidade do bioplástico segundo alguns autores .................................................. 38
Tabela 6-Resultado do balanço na etapa de trituração ............................................................. 40
Tabela 7-Resultados do processo físico 1................................................................................. 40
Tabela 8-Resultado do processo químico ................................................................................. 41
Tabela 9-Resultado do processo físico 2 .................................................................................. 41
Tabela 10- Custo de viabilidade da produção .......................................................................... 42
Tabela 11-Estimativa do custo de investimento fixo................................................................ 42

XV
INTRODUÇÃO

Actualmente é notório um aumento de plásticos nas nossas cidades em Angola, e esses


plásticos são provenientes dos derivados de petróleo e que não são biodegradáveis, quando não
são reutilizados podem causar um impacto ao meio ambiente. Portanto o presente projecto está
focado a produção bioplástico em escala industrial a partir da casca de mandioca de modo a o
custo de viabilidade de produção bioplástico.

O bioplástico, diferente dos plásticos produzidos tradicionalmente a partir dos derivados


do petróleo, o bioplástico são produzidos a partir da matéria orgânica que são renováveis e que
se caracterizam por ser um material biodegradável e que causam menor impacto ambiental.

Os plásticos convencionais são produzidos em grandes escalas no mundo inteiro devido


a sua proveniência (derivado de petróleo), e por serem materiais versáteis, leves, resistentes,
reutilizáveis, recicláveis e de baixo custo, o que o torna atraente para grande número de
aplicações, desde a fabricação de embalagens até peças e partes de componentes da indústria
aeroespacial.

Devido ao impacto ambiental causada na produção de plásticos, muitas técnicas e


tecnologia vêm sendo desenvolvidas para produção de plásticos a partir da matéria orgânica
com o intuito de minimizar os custos de produção e causar menor dano possível ao meio
ambiente, dentre elas temos a produção de bioplástico que é produzido a partir de uma fonte
renovável.

Identificação do problema
O plástico é um material muito usado no nosso dia-a-dia para atender as nossas
necessidades básicas, e que o seu descarte incorreto causa um impacto ambiental negativo,
podendo originar poluição, entupimento de valas de drenagem de águas pluviais, poluição
marinha, poluição plástica, poluição visual, e até mesmo à poluição atmosférica, visto que é um
derivado activo do petróleo.

Sabendo que o plástico é um material de difícil decomposição, tem se feito um esforço


para desenvolver técnicas e tecnologias de produção de plásticos capazes de diminuir o seu
impacto ambiental ao longo do seu ciclo de vida através da substituição de matérias-primas
e/ou da combinação de materiais, tornando-os degradáveis.

1
Os bioplásticos, também denominados plásticos verdes, são produzidos a partir de
matérias-primas de fontes renováveis, podendo ser produzidos a partir dos vegetais tais como
a mandioca, o milho, da cana de açúcar, entre outros. Essas matérias primas são renováveis e
que podem causar menor dano possível ao meio ambiente.

Diante dessas evidencias o presente projecto visa responder a seguinte questão de


investigação:

Quê aspectos atender, para produzir bioplástico em escala industrial a partir da


casca de mandioca?

OBJECTIVOS DE ESTUDO
Objectivo geral
Produzir bioplástico em escala industrial a partir da casca de mandioca em Luanda

Objectivo específicos

1. Apresentar fundamentos teóricos sobrea indústria de plásticos;


2. Descreveras propriedades físico-químicos da casca da mandioca;
3. Propor metodologia para transformar a casca da mandioca em bioplástico;
4. Realizar o balanço de massa do processo produtivo;
5. Estimar o custo de viabilidade de produção do bioplástico em Luanda.

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
O tema em estudo é extremamente importante tendo em conta que a produção de
bioplástico tem uma importância ambiental muito relevante, pois além de ser produzido a partir
de uma matéria-prima renovável, vai gerar empregos, aumento do cultivo de mandioca no País
e novas oportunidades de negócios. Portanto, esses bioplásticos produzido em grandes escalas
aumentará com a economia de um País e permitirá promover um ambiente mais saudável e
seguro por serem biodegradáveis.

DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O presente tema está delimitado na produção de bioplástico em escala industrial a partir
da casca de mandioca em Luanda, para o efeito realizado na província de Luanda, no município
de Viana, na universidade Jean Piaget de Luanda, o presente trabalho foi feito num período
entre os meses de Abril de 2023 a Junho de 2023.

2
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS

a) Bioplástico
«Bioplástico é todo plástico que é amigo do ambiente, que persiste por um curto período
de tempo e que é menos toxico do que os plásticos convencionais».

(MACHADO, 2019, p.6)


b) Mandioca
«A mandioca é conhecida como mansa e brava (Manihot esculenta Crantz
subsp. esculenta) são consideradas umas das principais fontes de alimentação do mundo, tem
grande influência na dieta dos países subdesenvolvidos por ter uma expressiva concentração
de energia».

(OLIVEIRA, 2013, p.11)

c) Plásticos
«A palavra “plástico” deriva to termo Grego plastikos, que significa “capaz de ser
moldado».

(DA COSTA, 2018, p.16)


d) Produção
«Produção f. Acto ou efeito de produzir. (Lat. productio) » (FIGUEIREDO, 2010, p.1625)

3
CAPITULO I- FUNDAMENTAÇÃO
TÉCNICO/CIENTIFICO

4
1.1. A MANDIOCA
A mandioca é considerada como uma planta de uso convencional tida como uma
excelente fonte energética e é a principal cultura cultivada nas regiões tropicais, uma vez que
está adaptada a uma ampla gama de condições climáticas.

«A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma planta perene e arbustiva, de grande


adaptação e robusta. Permite a obtenção de uma grande variedade de produtos e
subprodutos, destacando-se a raiz como bem de maior interesse, pela composição em
amido, apesar da folhagem ter finalidades como a alimentação animal e, em alguns povos,
humana. » (COIMBRA, 2013, p.1)
Em concordância com COIMBRA (2013), a mandioca é uma planta muito usada para fins
alimentares, pois ela serve como fonte de alimento para diversos organismos vivos, e é
considerada uma importante cultura alimentar em todo o mundo.
Figura 1- Mandioca

Fonte: (Matos et al, 2019, p.6)

1.1.1. Cultura da mandioca


A cultura da mandioca é uma das mais importantes fontes de carbo-hidratos para os
consumidores de renda baixa em países tropicais da América Latina e África. Além da
destacada importância na alimentação humana e animal, as raízes de mandioca são
também utilizadas como matéria-prima em inúmeros produtos industriais. A mandioca é
produzida principalmente por pequenos produtores, geralmente com pouco ou nenhum uso de
tecnologia moderna. (MATOS et al, 2019)

As variedades de mandioca podem ser doces ou de mesa, também conhecidas como


aipim, macaxeira ou mandioca mansa e normalmente utilizadas para consumo fresco humano
e animal; e amargas ou mandiocas bravas, geralmente usadas nas indústrias.

5
1.1.2. Cultivo da mandioca
A mandioca pode ser cultivada até em solos pouco férteis, desde que sejam bem
drenados. Solos argilosos pesados e solos compactados não são adequados, pois prejudicam o
crescimento das raízes.

Segundo o MATOS et al (2019), para o cultivo da mandioca deve se ter em conta os


seguintes elementos: Escolha da área; Preparo do solo; Preparo das ramas para plantio;
Espaçamento de plantio; A adubação; Controle de ervas daninhas, Pragas e Colheita.

1.1.2.1. A escolha da área


A escolha da área para plantio é de extrema importância para obtenção de produções
elevadas, uma vez que, o sucesso do cultivo dependerá da correcta decisão das acções que
antecedem o plantio.

«Escolha da área: Uma característica importante da mandioca é sua grande capacidade


de adaptação a solos fracos. Deve-se dar preferência aos solos francos arenosos, pois
além de permitir o engrossamento das raízes, facilitam a colheita. O relevo deve ser plano
ou levemente inclinado, declividade inferior a 10%, evitando-se solos sujeitos a
encharcamento». (MATOS et al, 2019, p.5)
A escolha da área para o cultivo da mandioca constitui um factor importante, pois tem
maior capacidade de se adaptar em solos mais soltos ou fracos como solos arenosos por
permitirem o engrossamento das raízes, facilitam a colheita.

1.1.2.2. Preparo do solo

O preparo do solo pode ser entendido como um plano de obtenção da qualidade do solo
que visa a solucionar alguns problemas como reduzir a compactação da terra, além de
proporcionar maior potencial de desenvolvimento do sistema radicular.

Segundo SOUZA & FIALHO (2020), o preparo do solo deve ser o mínimo possível,
apenas o suficiente para a instalação da cultura e para o bom desenvolvimento do sistema
radicular, e sempre executado em curvas de nível, orientação esta que também deve ser seguida
no plantio. A aração deve ser na profundidade de 15-20 cm e uma gradagem. A correcção do
solo e as adubações devem ser feitas com base nos resultados da análise do solo.

1.1.2.3. Preparo das ramas para plantio

A propagação da mandioca se dá por meio de manivas-sementes que devem ter 20 cm


de comprimento, com pelo menos 5 a 7 gemas, e diâmetro em torno de 2,5 cm. Devem ser

6
obtidas da parte mediana de manivas (ramas) provenientes de plantas sadias, vigorosas e recém
colhidas (SOUZA & FIALHO, 2020).

Como medida de segurança, é bom reservar uma área de até 20% para multiplicação de
manivas semente para próximo plantio. Essa área deve ser formada por plantas vigorosas e
livres de pragas e doenças, servindo como campo de multiplicação de manivas sementes para a
instalação de novos plantios.

1.1.2.4. Espaçamento de plantio

O espaçamento de plantio é uma técnica usada para diminuir a competição entre os


indivíduos de uma mesma espécie plantada em uma dada área, que consiste em
um distanciamento entre cada planta ou muda.

«O espaçamento depende da variedade, do destino da produção e da fertilidade do solo,


variando de 0,80 m a 1,00 m entre fileiras por 0,60 m a 1,00 m entre plantas. No sistema
de fileiras duplas, o espaçamento varia de 2,00 m a 3,00 m x 0,60 m x 0,60 m, preenchendo-
se os espaços entre as fileiras com as culturas do feijão, milho ou amendoim, conforme a
tradição da região». (SOUZA & FIALHO, 2020, p.5).

Geralmente, o espaçamento entre fileiras de mandioca varia de 0,80 m a 1,00 m até ou


ainda mais, usando-se uma ou duas fileiras de milho entre duas de mandioca, alternadas com
fileiras de feijão. Para garantir uma melhor germinação, usam-se três sementes por cova, tanto
para o milho como para o feijão.

1.1.2.5. A adubação

Segundo o (MATOS et al, 2019), a adubação deve ser recomendada de acordo com a
análise do solo, de acordo com análise do solo sendo aplicada da seguinte forma: os fosfatados
e potássicos são colocados nos sulcos ou covas de plantio e cobertos com uma camada de terra,
para evitar o contato direto com as manivas; os nitrogenados devem ser aplicados em cobertura,
ao lado da fileira de plantio, 45 a 60 dias após a emergência das plantas.

1.1.2.6. Controle de ervas daninhas

A mandioca é sensível à competição do mato, principalmente na fase inicial da lavoura,


devendo ser mantida no limpo nos primeiros dias do ciclo. Para eliminação de plantas invasoras
(mato) pode se utilizar a enxada, herbicida ou, ainda cultivadores (MATOS et al, 2019).

7
1.1.2.7. Pragas

As pragas são consideradas como qualquer espécie que venha causar prejuízos
económicos ao agricultor ou à sociedade (animais: insectos, ratos; microrganismos: bactérias,
fungos, vírus; vegetais: espécies invasoras).

«O mandarová da mandioca é considerado uma das pragas mais importantes desta


cultura, pela ampla distribuição geográfica e alta capacidade de consumo foliar,
especialmente nos últimos instares larvais. A lagarta pode causar severo desfolhamento,
o qual, durante os primeiros meses de desenvolvimento da cultura, pode reduzir o
rendimento e até ocasionar a morte de plantas jovens». (MATOS et al, 2019, p.7).
Para tal é necessário que se faça controle das pragas, para mandarová o controle do pode
ser feito com inseticida biológico selectivo, além destas pragas, também são pragas da cultura
broca do caule, ácaros, mosca branca, percevejo de renda, cupins e formigas

1.1.2.8. Doenças

A mandioca é uma planta que sofre o ataque de várias doenças, de acordo com a região
em que está sendo cultivada. No Tocantins, as doenças ainda não representam um fator de
grande importância econômica para a cultura da mandioca, podendo-se fazer referência a
bacteriose e a antracnose. Quanto ao controle das bacterioses recomenda-se o uso de variedades
resistentes, seleção de ramas para o plantio e tratos culturais adequados (MATOS et al, 2019).

1.1.2.9. Colheita

A colheita é um método de colecta dos produtos que foram produzidos por um


agricultor; ou seja, a colecta do seu plantio.

«Técnicos: dizem respeito, principalmente, ao ciclo da cultura, precoce ou curto,


semiprecoce ou tardio; Ambientais: condições de solo e clima, que determinam as
facilidades e dificuldades ao arranquio das plantas; Econômicos: Situação do mercado,
dos preços dos produtos, disponibilidade de mão-de-obra e de recursos de apoio. »
(MATOS et al, 2019, p.7)
De acordo com o autor supracitado, a colheita da mandioca está condicionada a factores
como: Técnicos, Ambientais e económicos. A colheita da mandioca é feita entre 12 a 18 meses
após o plantio. Porém, as condições do cultivo e o tipo podem influenciar no período.

1.1.3. Composição química da mandioca


O entendimento sobre a composição química de alimentos é de fundamental
importância. A mandioca é chamada de um alimento energético, por possuir um elevado teor
em amido e um baixo teor de proteína:

8
«Raízes- 60 a 65% Humidade, 21 a 33% Amido, 1 a 1,5% Proteína, 0,8 a 0,24%
Lípidos, 0,6 a 0,9% Cinza; Ramos e Folhas- 70% Humidade, 15% Hidratos de Carbono, 3,5%
Proteína, 1,6% Lípidos, 0,1% Cinza». (COIMBRA, 2013, p.8).
De realçar que os ramos e folhas possuem maior teor proteico que as raízes, razão pela
qual, são também aproveitados para alimentação humana, além do animal, portanto a mandioca
está composta quimicamente por carboidrato, fibras, água, amido, proteínas e lipídeos.

1.2. PLÁSTICOS
O plástico é um material sólido, composto essencialmente por uma ou mais substâncias
poliméricas orgânicas podendo ser natural ou sintéticas.

«A palavra “plástico” é derivada do latim plastiku – “que modela”, sendo assim, materiais
plásticos são quaisquer materiais flexíveis e modeláveis em condições favoráveis de calor
ou pressão. Os plásticos podem ser naturais, como resinas de árvores e marfim (muito
utilizados na antiguidade) ou sintéticos, sendo estes produzidos principalmente a partir de
matérias-primas derivadas do petróleo». (LOUREIRO, 2021, p.17)

O plástico é um material de origem natural ou sintética, obtido a partir dos derivados de


petróleo ou de fontes renováveis, como a cana de açúcar ou o milho. Os plásticos fazem parte
da família dos polímeros, que são formados por macromoléculas.

Segundo SOUZA (2021, p.52), os polímeros são «macromoléculas formadas pelo


conjunto de unidades químicas menores, denominados meros, repetidas ao longo da cadeia e
ligadas covalentemente».

Logo, os plásticos são materiais produzidos através de um processo químico chamado de


polimerização, que proporciona a união de monômeros para formar polímeros.

1.2.1. Tipos de plásticos


Os plásticos ou polímeros plásticos, podem ser classificados em dois grandes grupos
distintos pelo comportamento térmico durante o processamento: os termoplásticos e os
termofixos.
«Os termoplásticos são moldáveis, pois amolecem quando aquecidos. Esse processo pode
ser repetido inúmeras vezes e a degradação do polímero será mínima. Já os termofixos,
não são facilmente moldáveis por aquecimento. Durante o processamento, esses polímeros
são moldáveis, mas tornam-se rígidos ao final do processo e resistentes ao aumento de
temperatura; os plásticos termofixos são, normalmente, mais rígidos que os
termoplásticos». (DIAS, 2016, p.18)

9
Existem algumas alternativas aos materiais plásticos derivados do petróleo, dentre elas os
biopolímeros ou bioplásticos. Estes são produzidos a partir matérias-primas renováveis como
cana-de-açúcar, milho, mandioca e batata, e óleos de girassol, soja e mamona.

Figura 2-Classificação dos plásticos tendo em conta a sua biodegradabilidade

Fonte: Adaptado pelo LOPES (2017,p.22)

1.2.2. Caracterização físico-química dos plásticos


Segundo ESPINOSA (2014, p.3), é difícil generalizar sobre as propriedades dos
plásticos devido à grande variedade que existe. Pode-se dizer que as propriedades de um e de
outro são muito diferentes: As mais significativas são:

«Sua principal característica é a plasticidade, ou seja, são fáceis de fabricar e moldar; Os


plásticos têm baixa condutividade eléctrica, de modo que podem ser usados como
isoladores eléctricos; Os plásticos também possuem baixa condutividade térmica, ou seja,
são maus condutores de calor e frio; Atingem uma resistência mecânica aceitável, ou seja,
resistem muito bem a estiramentos, golpes, torções e pressões; Resistem muito bem aos
agentes atmosféricos e corrosivos; A maioria dos plásticos são leves, possuem boa
resistência a ácidos, solventes e produtos corrosivos. A maior desvantagem é a dificuldade
que apresentam para sua eliminação ou reciclagem.(ESPINOSA, 2014, p.3).

10
No entanto as principais características dos plásticos são: plasticidade, baixa
condutividade eléctrica, baixa condutividade térmica, resistência mecânica aceitável e
boa resistência a ácidos.
1.2.3. Conceito de bioplástico
Tal como referido, os plásticos são compostos por macromoléculas que são polímeros
e a maioria desses plásticos são proveniente de recursos fósseis (petróleo, gás natural, carvão)
são os chamados plásticos convencionais, tradicionais ou à base de petróleo. Já os bioplásticos,
têm origem em matéria biológica proveniente da biomassa, e este tipo de recursos são
renováveis.

Segundo a EUROPEAN BIOPLASTICS (2016), citado por COSTA (2019, p.19), o


termo bioplásticos designa:
«Um material ou produto que resultou parcialmente ou completamente de biomassa. São
polímeros que têm origem em matéria-prima orgânica, independentemente da sua síntese,
no entanto no seu processo de adaptação à indústria podem ser misturados com outras
substâncias de síntese química de origem fóssil para responderem às necessidades da
aplicação final».
Com base nesse conceito, os bioplásticos são plásticos de base biológica ou
biodegradáveis e, sobretudo, aqueles que apresentam ambas as características.

1.2.3.1. Tipos de bioplásticos


A família de bioplásticos está dividida em dois grandes grupos: De origem biológica ou
parcialmente biológica – não comportáveis e os Plásticos que são tanto de origem biológico
como biodegradáveis:

«1– De origem biológica ou parcialmente biológica – não comportáveis: Dentro deste


grupo estão os bioplásticos que é possível processar com matérias-primas de origem
biológica, como o bioetanol. Estes materiais são aplicados em objetos duráveis tais como
brinquedos, peças automóveis, embalagens para produtos de higiene; 2 – Plásticos que
são tanto de origem biológico como biodegradáveis: Estes tipos de bioplásticos que vão
ser abordados nesta dissertação. Estes materiais são particularmente interessantes porque
podem sofrem biodegradação. Os ambientes em que estes bioplásticos se degradam podem
ser tão variados como solos, ambientes marinhos, corpo humano e infraestruturas
específicas para 1compostagem. » (COSTA, 2019, pp.23-24)

Portanto, podemos dizer que os bioplásticos podem ser divididos de acordo com a sua
matéria prima e com a sua degradação, os plásticos produzidos a partir de ou que contenham
fontes renováveis em sua fabricação. Já os plásticos que se degradam em substâncias atóxicas,
como água e dióxido de carbono ou são comportáveis são considerados biodegradáveis. Sendo

11
assim, é possível que um bioplástico não seja biodegradável e que um plástico biodegradável
seja produzido a partir de fontes fósseis.

1.2.3.2. Bioplásticos biopolímeros biodegradáveis


Os biopolímeros biodegradáveis são materiais em que a degradação é proveniente da
acção de microrganismos, tais como fungos, bactérias e algas, podendo ser degradados em
semanas ou meses, desde que haja condições favoráveis para isso.

«Muitos destes polímeros são poliésteres alifáticos ou policarbonatos e devido às suas


fracas ligações intermoleculares, possuem excelente biodegradabilidade e portanto estão
mais susceptíveis a degradação microbial. A base biológica e biodegradável confere maior
biocompatibilidade, pelo que, uma vez ingerido por organismos vivos, os danos são
menores do que os causados pelos plásticos convencionais. Os MPs gerados a partir dos
plásticos convencionais têm a capacidade de adsolver poluentes hidrófilos».
(MACHADO, 2019, p.10)
Biopolímeros biodegradáveis podem ser produzidos a partir de fontes naturais e
renováveis (biopolímeros), sintetizados por bactérias, derivados de fonte animal e até mesmo
obtidos de fontes fósseis ou da mistura entre biomassa e petróleo.
Figura 3-Biopolímeros biodegradáveis

Fonte: (SOUZA, 2022, p.21)

Os biopolímeros biodegradáveis são, na sua maioria, termoplásticos e possuem


propriedades mecânicas similares as das POs, PS e PVC. Estes polímeros são de origem semi-
sintética, geralmente produzidos por processos de fermentação biológica usando matérias-

12
primas agrícolas renováveis e sustentáveis, como amido, de ou biomassa lignocelulosica
(BASSAS, 2018)

1.2.3.3. Bioplásticos não degradáveis


Os biopolímeros não-biodegradáveis são termoplásticos que possuem características
idênticas ás dos seus ancestrais petroquímicos.

«Os plásticos biodegradáveis não são exclusivamente feitos com matérias-primas


renováveis, plásticos como o PBAT (polybutyleno adipate-terephtalate), que é utilizado
para filme plástico, tem origem em matérias-primas de origem fóssil e ainda assim
biodegradável. Outros exemplos são o PBS (polybutileno succinato) ou o
PBSA(polybutylene succinate adipate), utilizados em filme plástico, sacos e embalagens
alimentares ou de cosméticas, são plásticos que têm também interesse na área de produtos
com entrega retardada como herbicidas, pesticidas, ou cápsulas para medicamentos».
(COSTA, 2019, pp.26-27)

Estes tipos de plásticos podem ser também de plásticos não recicláveis, são plásticos que
a indústria não é capaz de processar a fim de transformar em novos produtos. Esses plásticos
são geralmente aqueles com maior resistência e durabilidade, por isso são tão utilizados e por
esse mesmo motivo são tão prejudiciais ao meio ambiente.

1.2.3.4. Petroquímica biodegradáveis


Petroquímica biodegradáveis sãos bioplásticos fabricados com matérias rapidamente
decomposto no meio ambiente, este tipo de bioplásticos são completamente absorvidos pela
natureza, não deixem resíduos e não geram um grande impacto a natureza.

Segundo o MACHADO (2019), as famílias de plásticos mais recorrentes que se


encaixam na classificação de petroquímicos biodegradáveis são:
«Policaprolactona ou poli (ω-hidroxialcanoato): PCI- é um polímero sintético derivado
do petróleo, no entanto, devido às ligações éster e às baixas temperaturas TV e Tf, torna-
se biodegradável; Polietileno adipado (PEA): O PEA é um derivado de petróleo, mas
100% biodegradável, possui cadeia linear e é formado por policondensação; Poli(éster-
amida)s (PEAs): as suas ligações éster-amida conferem-lhes as propriedades de
biodegradabilidade dos PESTs e as propriedades mecânicas e processuais dos PAS. A
presença do aminoácido contribui para aumentar a biodegradabilidade e a
biocompatibilidade das PEAs:Poli(alquileno-succinato) ou Poli (dicarboxilato de
alquileno): são termoplásticos parcialmente biológicos (ácido succínico obtido via
fermentação), semicristalinos e biodegradáveis; O PBAT é um copoliéster semi-
aromático, e é 100% biodegradável e pode degradar-se em poucas semanas; Acetato de
Polivinilo (PVAc) e álcool polivinilico (PVA): O PVA e o PVAc são da família dos vinis
cuja estrutura mero geral é (C2H3R)n, é 100% biodegradável e impermeável a gases
;Biopolímeros de poliuretano (Bio-PU): estas espumas são biodegradáveis, são
facilmente processáveis e possuem um desempenho e custo comparáveis com o das
espumas convencionais». (MACHADO, 2019, pp.19-20)

13
Segundo o ator acima supracitado os bioplásticos do tipo Petroquímica biodegradáveis
podem ser: Policaprolactona ou poli (ω-hidroxialcanoato), Polietileno adipado (PEA), Poli
(éster-amida)s (PEAs), Poli (alquileno-succinato) ou Poli (dicarboxilato de alquileno), PBAT,
Acetato de Polivinilo (PVAc) e álcool polivinilico (PVA), Biopolímeros de poliuretano (Bio-
PU).

1.2.3.5. Petroquímica não biodegradáveis


Os polímeros petroquímicos não-biodegradáveis são o tipo de plásticos mais usuais no
nosso quotidiano e cuja disposição final tem causado sérios problemas ambientais,
principalmente em ambientes não controlados.
Segundo o MACHADO (2019), as famílias de plásticos mais recorrentes que se
encaixam na classificação de petroquímicos não-biodegradáveis são:
«Poliolefinas (POS): os PES e o PP são das poliolefinas mais importantes, não só por
serem as mais conhecidas, mas também por serem as mais utilizadas em massa. As POS
da classe das poli(a-olefinas) são uma família de hidrocarbonetos alifáticos insaturados,
cuja estrutura mero geral é CnH2n e com ligação dupla na posição a. O PE tem fórmula
química C2H4 e é caracterizado pela baixa densidade, rigidez e Tf face a outros
petroquímicos não-biodegradáveis; Vinis: o PVC é o polímero mais comercializado dos
vinis. E obtido por adição via radicais livres do cloreto de vinil e a fórmula química do
mero é (C2H3Cl) n. Geralmente possui estrutura linear, mas pode ter algumas
ramificações, tornando o amorfo. Possui elevada resistência química. E um polímero
extremamente denso, tem rigidez elevada e embora as temperaturas TV e Tf sejam
elevadas, ele é termicamente instável; Poliésteres (PESTs) (PET): o PET é dos poliésteres
mais produzidos, e é um polímero termoplástico de cadeia linear. Possui uma estrutura
semi-cristalina e Eb e Tf elevadas, e pode ser sintetizado a partir de tereftalato de dimetil
e etileno glicol via condensação e a unidade de repetição é (CIOH804)n; Poliuretano
(PL): os poliuretanos mais comuns no mercado são os termoplásticos. São polímeros
lineares obtidos a partir da reação diisocianatos com dióis por mecanismos de adição ou
condensação. As propriedades dependem muito da estrutura do esqueleto do polímero, se
são aromáticos ou alifáticos; Estirenos: o PS é dos estirenos mais produzidos, e é um
polímero termoplástico cuja unidade mero é (C8H8)n e pode ser obtido via polimerização
por adição. Possui ainda excelentes propriedades elétricas, facilidade de processamento
e TV e Tf elevadas, tornando termicamente resistentes; Poliamidas (PAs): as PAs,
conhecidas comercialmente por náilons (náilonsa, b+2), são polímeros alifáticos e
geralmente amorfas, possuem cadeia linear e elevada densidade, conferindo-lhes grande
rigidez e resistência mecânica, o que as torna mais frágeis, e possuem a maior Tf de entre
os polímeros apresentados acima». (MACHADO, 2019, pp.22-24)

Logo, os bioplásticos do tipo petroquímica não biodegradáveis, podem ser: Poliolefinas


(POS), Vinis, Poliésteres (PESTs) (PET), Poliuretano (PL), Estirenos e Poliamidas (PAs).

1.2.3.6. Misturas /ligas de biopolímeros biodegradáveis

As famílias dos plásticos mais recorrentes que se encaixam na classificação Misturas


/ligas de biopolímeros biodegradáveis são:

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«Misturas de amido: A mistura de amido é à base de recursos renováveis como o milho, a
batata, o trigo, centeio ou arroz. E uma mistura biodegradável e pode ser completamente
bio-baseada se misturados com biopolímeros (ex.: amido-PESTs biodegradáveis) ou pode
ser parcialmente bio-baseada se se misturarem com polímeros petroquímicos (ex.: amido-
POs, amido-PVA ou amido-PCL); Misturas de PLA (PLA blend): As misturas PLA-PHAs,
são uma mistura de biopolímeros biodegradáveis. A PLA-PHB possui melhores
propriedades físico-químicas que o PHB puro. Ao adicionar PLA à mistura, a taxa de
degradação enzimática aumenta, enquanto que o grau de cristalinidade diminui. A mistura
fibras naturais-PLA é composta por biopolímeros biodegradáveis; Mistura de PESTs
biodegradáveis (PESTs blend): as misturas de amido-PEST (PHA, PCI- ou PBS), existe
um factor muito importante e que determina as propriedades finais do polímero, a
miscibilidade. As misturas miscíveis possuem a vantagem de terem morfologia monofásica
e reprodutibilidade das propriedades mecânicas. Estas misturas são biodegradáveis via
enzimática pelas depolimerases da Alcaligenes feacalis e quanto maior for o teor de PBA,
PVAc e PCI- na mistura, menor será a perda de peso das misturas». (TOKIWA et al,
2009, p.33)

De acordo com TOKIWA et al (2009), existem quatro grandes tipos de misturas de


biopolímeros: misturas de amido (TPS), misturas de PLA, misturas de PESTs e misturas de
polímeros naturais.

1.2.4. Capacidade de biodegradação


1.2.4.1. Mecanismos de degradação

Existem diferentes mecanismos de degradação, podendo ser químicos, físicos, físico-


químicos ou bioquímicos, ocorrendo de acordo com os factores de degradação existentes.
De acordo com ALSHEHREI (2017), nos mecanismos químicos, físicos e físico-
químicos, os factores abióticos são os responsáveis pela depolimerização dos plásticos.
Polímeros de cadeias muito longas ou insolúveis em água não são imediatamente assimilados
pelos MOS, sendo necessário ocorrer primeiro fragmentação da cadeia polimérica pelos
factores abióticos. Na biodegradação, microrganismos como bactérias, fungos e algas estão
envolvidos, sendo que diferentes tipos de MOS degradam diferentes grupos de plásticos.
Segundo MACHADO (2019, p.26), o mecanismo biodegradativo consiste nas seguintes
etapas:
1- «Aderência dos MOS à superfície do polímero plástico, formando uma colónia;
2- Quebra das cadeias poliméricas (depolimerização) por enzimas extracelulares
(depolimerases) excretadas pelos MOs. Esta etapa subdivide-se em duas a) As enzimas
excretadas ligam-se ao substrato (polímero); B) Divisão hidrolitica da cadeia
principal se for um polímero de cadeia heterogénea (ou com ligações éster) e
peroxidação se se tratarem de polímeros de cadeia homogénea da qual resultam
produtos de degradação, como oligômeros, dímeros e monómeros, normalmente
solúveis em água;

15
3- Assimilação dos produtos de degradação pelos MOS (bioassimilação) para dentro das
células, onde a maioria dos processos bioquímicos ocorrem;
4- Degradação metabólica dos produtos assimilados, por enzimas intracelulares. A
degradação metabólica pode ser de três tipos, de acordo com as características
ambientais em que os polímeros plásticos se encontram: A) Condições aeróbias:
geralmente ocorre em ambientes naturais, ricos em oxigénio (>6%), que funciona
como aceitador de electrões; B) Condições anaeróbias: geralmente ocorre em
ambientes controlados, sem oxigénio, em condições mesofílicas (37 0 C) ou termofílicas
(55 0 C) se for em centrais de biogás».
No entanto, existem quatros (4) etapas do mecanismo biodegradativo a saber: Aderência
dos MOS à superfície do polímero plástico, Quebra das cadeias poliméricas por enzimas
extracelulares, Assimilação dos produtos de degradação pelos MOS (bioassimilação) e
Degradação metabólica dos produtos assimilados por enzimas intracelulares.

Figura 4- Esquema do mecanismo de biodegradação de polímeros pelos factores


bióticos e abióticos

Fonte: adaptado de BÁTORI et al., (2018)

Segundo ALSHEHREI (2017), cada equação de reação bioquímica pode, na realidade,


ser transformada em duas. A primeira corresponderia à biodegradação (transformação de
Cplástico em biomassa microbiana) e a segunda equação corresponderia à mineralização
(transformação de Cplástico em Cresidual, C02 e H2O) Por uma questão de simplicidade,
utilizaremos os termos biodegradação e mineralização como sinónimos.

16
1.2.5. Aplicação dos bioplásticos

Actualmente é notório a aplicação de bioplásticos para o fabrico de Filmes de


recobrimento, Embalagens, Sacolas plásticas, cosméticos, garrafas, canecas, vidros, fios de
sutura, fibras e tecido, filamentos 3D e em área médica.

Segundo DIAZ (2021, p.47), os bioplásticos podem ser aplicados em diferentes áreas
tais como: «Utensílios domésticos, embalagens de alimentos, garrafas, canudos – artigos de
consumo e descarte. Electrónicos, carpetes, isolamento, encanamentos. Implantes e produtos
médicos que podem ser absorvidos pelo corpo».
De acordo com o autor supracitado, os bioplásticos podem ser aplicados em indústrias
de plásticos para o fabrico de diversos matérias ou subprodutos que podem ser utilizados na
área de construção, cosméticos, eléctricidade entre outras.

1.3. AMIDO
O amido é um tipo de carbo-hidrato que está disponível em grande quantidade na
natureza, ocorrendo em quantidade superior à da celulose.

«O amido, também conhecido por fécula ou polvilho, é uma substância de reserva das
plantas, formado por grânulos de formas e dimensões variáveis segundo o vegetal que o
produziu, tal como ilustra a Figura XI. Possui uma grande versatilidade para a indústria.
Pode ser usada na forma de polvilho doce, in natura para produção de álcool fino, bebidas,
cosméticos e perfumes; na forma de polvilho azedo, para produção de pão de queijo,
biscoitos, sorvetes, entre outros; ou na forma de amido modificado, para a indústria da
celulose, xaropes, materiais termoplásticos, entre outros. » (COIMBRA, 2013, p.46)
De acordo com COIMBRA (2013), amido ou fécula é um carboidrato constituído
principalmente de glicose com ligações glicosídicas. Este polissacarídeo é produzido pelas
plantas verdes servindo como reservatório de energia.

Na indústria, o amido é utilizado na fabricação de diferentes tipos de alimento, tais como


molhos, bebidas lácteas, sopas e farinhas. Além de alimento, o amido é utilizado na indústria
de medicamentos, têxtil, metalúrgica e até mesmo na construção civil.

1.3.1. Processo de obtenção do amido da mandioca

O processo de obtenção de amido, independentemente da técnica utilizada, consiste


basicamente na lavagem e descasque das raízes, seguida da trituração, extracção e da

17
purificação para separação das fibras e outros componentes solúveis. Na etapa final, o amido é
submetido a secagem (geralmente em “Flash dryer”).

«Preparação e lavagem da mandioca: esta etapa consiste na colheita, armazenamento e


encaminhamento para transportadores de corrente onde são transportadas com uma
velocidade de 20 a 40 m/min para separação e lavagem; Trituração: após a lavagem da
mandioca, são triturados, e os pedaços são posteriormente alimentados gravimetricamente
a uma raspadeira de dentes de serra, onde ocorre o rompimento das células e libertação
dos grânulos do amido. O líquido recirculado durante o processo é alimentado na
raspadeira junto com a mandioca cortada; Extracção: a extracção do amido é feita em
extractores cujo princípio de funcionamento se baseia em cones rotativos (providos de
malhas de peneiração com abertura de 125 – 425 μm; Separação: a suspensão de amido
obtida a partir da extracção fina tem uma concentração de 20 - 35% (10 - 17° Baumé);
Desidratação: Nesta etapa obtém-se bolo de amido com um teor de humidade de 35-40%.
Processos alternativos de desidratação; Secagem: Finalmente o bolo de amido com
elevada humidade (35-40%) é então enviado a um secador pneumático (“Flash dryer”) a
temperatura elevada, na gama que varia entre 170 a 200oC, por um curto período de
tempo (cerca de 6 s) para baixar o teor de humidade até 13% ou menos, antes da
embalagem». (CHEMANE, 2017, pp.7-9)
Logo o processo de produção de amido a partir da casca da mandioca, compreende as
seguintes etapas Preparação e lavagem da mandioca, Trituração, Extracção, Separação, Desidratação
e Secagem.
Resumidamente a figura seguinte representa todos os processos de produção do amido a partir da
mandioca.

Figura 5- Processo de produção de amido da mandioca

Fonte: adaptado de CHEMANE (2017, p.7)

18
1.3.2. Gelatinização do amido da casca da mandioca
A gelatinização de amido é um processo químico que depende da temperatura e da
quantidade de água disponível para transição de fase e quanto mais fácil a hidratação mais
rápida a gelatinização.

«O amido, quando aquecido em excesso de água, sofre o fenômeno da gelatinização. As


mudanças nas propriedades funcionais de inchamento, viscosidade de pasta, perda da
birrefringência e da ordem cristalina, além de solubilizar-se em água (á temperatura
ambiente), são consideradas as principais alterações. Ela ocorre primariamente no hilo,
irradiando rapidamente para as áreas periféricas. A fragilidade da camada amorfa facilita
o início desse fenômeno, ao contrário da camada cristalina onde as ligações de hidrogênio
não estão enfraquecidas. Quando mais fracas, facilitam a hidratação dos grupos hidroxila
nas unidades de glicose, levando ao inchamento do grânulo (viscosidade máxima) seguido
por seu rompimento “breakdown”. Quando os grânulos se rompem a viscosidade é
abruptamente reduzida conhecida como viscosidade de quebra». (MORO, 2013, p.4)
De acordo com o autor supracitado a gelatinização do amido é um processo químico que
ocorre a dilatação dos grânulos em água aquecida e o aumento do volume. Os amidos começam
a se romper liberando cadeias de amilose ao meio aquoso e, posteriormente, amilopectina,
fazendo com que toda água livre seja absorvida formando uma pasta viscosa.

«O processo de gelatinização do amido de mandioca ocorre ao aquece-lo em solução


aquosa a 70º C, os grânulos incham e perdem sua birrefringência, eles se rompem e
formam uma dispersão coloidal na água. A gelatinização, como entendemos agora, não
está associada apenas a estrutura cristalina, mas também é influenciado por mudanças
estruturais na região amorfa».(COSTA et al, 2022).
No entanto, a gelatinização do amido da mandioca é um processo que ocorre com base a
solução aquosa aquecida e o aumento do volume a partir de uma temperatura elevada, os amidos
se rompem liberando cadeias de amilose ao meio aquoso e posteriormente, amilopectina,
fazendo com que toda água livre seja absorvida formando uma pasta viscosa.

1.3.3. Propriedades do amido da casca da mandioca


Segundo CARDONA (2019), as propriedades do amido podem ser avaliadas em
diferentes propriedades que revelam sua aplicabilidade em diferentes processos.
« pH: o pH é uma propriedade muito importante para os processos de caracterização do
amido, pois esta propriedade o predispõe a abrir mão ou aceitar íons de hidrogênio, pHs
geralmente desviados da média (pH: 7 - 7,5), são os mais usados para processos de
modificação; Solubilidade: Os amidos, de acordo com sua porcentagem de amilose e
amilopectina, têm certa capacidade de se dissolver em água quando estão acima da
temperatura de gelatinização; Absorção de água: é a capacidade do grânulo de amido de
absorver e reter água e está diretamente ligada à temperatura de gelatinização, pois
quanto maior a temperatura aumenta sua capacidade de retenção de água é maior; Poder
de inchamento: é a propriedade irreversível dos grânulos de amido, pois absorvem água
devido ao aumento da temperatura de gelatinização; Sinérese: é a propriedade do amido
liberar a água que está diretamente dentro do grânulo de amido, essa liberação causa um

19
reagrupamento interno nas moléculas de amilose e amilopectina que é o produto da
retrogradação; Viscosidade: é a resistência das moléculas de um fluido a se deformarem,
essa oposição se deve às forças de adesão que um fluido possui, essa propriedade pertence
aos fluidos em movimento que não se reflete em líquidos estáticos, pois suas moléculas
estão em estado estável estado; O amido se comporta como um fluido não newtoniano e
seu comportamento é descrito como pseudoplástico, pois quando flui sua viscosidade
diminui conforme sua velocidade de deslocamento aumenta; Gelatinização: é o processo
no qual os grânulos de amido que são misturados com água fria absorvem e incham entre
10 - 20%, porém, quando a temperatura é aplicada a essa mistura, forma-se uma pasta
(gelatinização). como os grânulos se reorganizam estruturalmente quando entram em
contato com a água quente; Retrogradação: é o processo que segue a gelatinização do
amido, neste processo a água presente no interior do grânulo de amido é liberada durante
o seu uso; Tamanho da partícula: esta propriedade é fundamental, pois influencia a
compatibilidade, levando em conta que quando o tamanho da partícula diminui, o ângulo
de repouso aumenta, o coeficiente de atrito Inter partículas; Forma da partícula: é
importante porque o aumento do tamanho da partícula aumenta a angularidade dos
grânulos de amido e seu ângulo de repouso, portanto a vazão diminui».(CARDONA,
2019, pp.29-30)

No entanto as propriedades do amido são o pH, solubilidade, absorção de água, poder de


inchamento, sinérese, viscosidade, gelatinização, retrogradação, tamanho da partícula e a forma
da partícula.

1.4. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO BIOPLÁSTICO

1.4.1. Espessura
A espessura caracteriza o que é espesso, da grossura ou da consistência, a espessura na
mensuração determina se o material é grosso ou fino.

Segundo MÁRQUEZ et al (2009), a espessura de cada uma das folhas é de 2,5 cm x 2,5
cm, medida com o paquímetro digital.

1.4.2. Humidade
A humidade descreve a quantidade de vapor de água no ar, e não inclui água liquida ou
solidificada.

De acordo com SUN ET AL., (2017), em bioplásticos, o percentual de umidade é


determinado gravimetricamente em estufa a temperatura de 105°C por 24 horas. E é
determinado a partir da seguinte equação:

Peso inicial do bioplástico − Peso final do bioplástico


% Umidade = × 100
Peso inicial do bioplástico

20
1.4.3. Solubilidade
A solubilidade é a quantidade máxima que uma substância pode se dissolver em um
líquido.

A solubilidade dos bioplásticos é um processo que consiste em colocar água deionizada


com agitação constante dentro de um Shaker com programação de 100rpm por 60min, após este
tempo foram filtrados e colocados na estufa a temperatura de 40°C até que as amostras
estivessem completamente secas. A temperatura aumentada para 105 °C, para o alcançado de
um peso constante (PILATAXI et al, 2021).

Peso inicial da folha seca − Peso final da folha seca


% Solubilidade = × 100
Peso da folha seca inicial

1.4.4. Absorção da água


A absorção de umidade (também conhecida como absorção de água) é a capacidade de
um material de absorver a umidade de seu ambiente.

Segundo ENSINGER (2023), os plásticos absorvem água a um nível limitado. O nível


de absorção de umidade depende do tipo de plástico e das condições ambientais, como
temperatura, umidade e tempo de contato. Não só as dimensões podem mudar devido à absorção
de umidade, mas também as propriedades do material, como a resistência mecânica, a
condutividade eléctrica e o fator de perda dieléctrica, também podem ser afectadas.

Alguns polímeros têm uma tendência natural a absorver água. A umidade presente no
ambiente é suficiente para fazer com que que alguns polímeros absorvam água. Dependendo da
aplicação, a absorção de água é prejudicial ao desempenho do material. Da mesma forma, ela
pode ser benéfica por agir como plastificante.

1.4.5. Teor de lípidos


Os lípidos ou lipídios são moléculas com um amplo grupo de compostos químicos
orgânicos naturais, que constituem uns dos principais componentes dos seres vivos.

«Lipídos são biomoléculas apolares e, por isso, pouco solúveis ou insolúveis em água
(hidrofóbicas); são altamente solúveis em solventes orgânicos como o clorofórmio, éter ou
acetona».(POIAN et al., 2009, p.23)

21
Os lipídios criam um tipo único de polímero, conhecido por ser uma componente chave
das membranas celulares e hormônios. Quando a maioria dos polímeros são longas cadeias de
moléculas repetidas de carbono idênticas, conhecidas como monómeros, os polímeros lipídicos
contêm uma molécula adicional, não idêntica, ligada a cada cadeia de monómero. Esta molécula
varia com o tipo de lipídio: alguns podem estar dentro de um grupo carboxila, um grupo glicerol
ou um grupo fosfato. Alguns lipídios também formam estruturas semelhantes a polímeros com
outro tipo de molécula de gordura, como no caso de esteroides como o colesterol - mas estes
não são considerados polímeros verdadeiros. (POIAN et al., 2009)

1.4.6. pH
Em bioplásticos, é utilizada a escala do pH para avaliar se uma substância é ácida ou
básica, sendo esta uma escala numérica e adimensional.

Segundo SCHMIDT et al (2012, p.2), o termo pH (potencial hidrogeniônico), «é usado


universalmente para expressar o grau de acidez ou basicidade de uma solução. A escala de pH
é constituída de uma série de números variando de 0 a 14, os quais denotam vários graus de
acidez ou alcalinidade».

Um polímero sensível ao pH, é um polímero iónico que responde a mudanças no pH do


meio circundante variando suas dimensões. Esses polímeros podem inchar ou contrair
dependendo do pH de seu ambiente. Este comportamento ocorre graças à presença de
certos grupos funcionais na cadeia do polímero. Um polímero sensível ao pH pode ser aniônico
ou catiônico respondendo a valores de pH básicos ou ácidos. Esses polímeros podem ser
projectados com muitas arquiteturas para diferentes aplicações. Os principais usos dos
polímeros sensíveis ao pH são a liberação controlada de fármacos, processos de separação e
funcionalização de superfície. (SCHMIDT et al., 2012).

1.4.7. Teor de cinzas


O teor de cinzas em polímeros é realizado para determinar a composição do material, pela
diferença entre a massa da amostra antes e após o aquecimento.

«O teste de teor de cinzas em polímeros é realizado para auxiliar na determinação da


composição do material. O aquecimento a temperaturas da ordem de 800oC possibilita a
eliminação de toda a matéria orgânica e demais voláteis presentes na amostra. Pela
diferença entre a massa da amostra antes e após o aquecimento se quantifica a matéria de
origem mineral presente, majoritária numa cerâmica e minoritária num polímero, neste
último caso chamada de cinza» (RODRIGUES, 2010, p.28)

22
A cinza é uma medida do teor de óxido mineral em peso. A análise termogravimétrica em
uma atmosfera oxidativo é um método comprovado para determinar o resíduo inorgânico,
comumente referido como cinza, em materiais orgânicos, como polímeros, borrachas, etc.

1.5. PROCESSO DE PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICO A PARTIR DO


AMIDO DA CASCA DA MANDIOCA
1.5.1. Técnica de casting

A técnica de casting é bem conhecido na indústria de cerâmica, de papel, de plásticos e


de tinta, pôs consiste na solubilização do amido em um solvente.

«Técnica de casting, é uma técnica utilizada para a produção de filmes é o método de


casting, que basicamente consiste na preparação de uma solução filmogênica, espalhada
sobre um substrato (geralmente uma placa de vidro) e secagem na estufa. No processo de
secagem ocorre a evaporação do solvente e a obtenção do filme».
(VIÉGAS, 2016,p.12)
Essa técnica exige o controlo da espessura da solução e do nível da estufa, já que a
espessura influencia directamente as propriedades mecânicas e a permeabilidade ao vapor de
água, quanto maior a espessura, maior a permeabilidade ao vapor de água.

Segundo SILVA et al (2019), no amido o método de casting acontece após a gelatinização


térmica dos grânulos, em que a amilopectina e amilose se dispersam na solução e se
reorganizam no processo de secagem, criando uma matriz contínua e coesa para a formação dos
filmes. A secagem é a etapa mais importante, filmes que possuem humidades relativas elevadas,
apresentam maior grau de cristalinidade e maior teor de humidade residual, estes factores
tornam os filmes mais passíveis a alterações durante seu armazenamento e utilização.

1.6. BALANÇO DE MASSA

Um balanço de massa é uma aplicação do princípio da conservação da massa para a


análise de sistemas físicos. Pela contabilidade de material entrando e deixando um sistema,
fluxos de massa podem ser identificados, os quais podem ser desconhecidos ou difíceis de
serem conhecidos sem esta técnica.

«O balanço de massa é fundamental para a análise de um novo processo, bem como de um


processo já existente No caso do estado do processo de couros, o conhecimento do fluxo

23
de matena (ou balanço de massa) envolvido pode ser um dos procedimentos usados para
tomada de decisões no processo industrial». (AQUIM, 2004, p.32)

No entanto, o balanço de massa é baseado no princípio de conservação de massa, cuja a


equação que descreve a contabilidade de matéria num dado volume de controle envolvido num
processo químico, e que pode ser escrita para qualquer material que entra ou sai do volume de
controle (massa total ou qualquer espécie molecular ou atômica envolvida no processo).

Segundo AQUIM (2004), na elaboração de um balanço de massa devem ser bem definidos o
volume de controle, que pode ser um processo completo, um equipamento ou um conjunto de
equipamentos e as correntes envolvidas no balanço de massa que atravessam as fronteiras do volume de
controle, assim, o balanço de massa é o inventário de um determinado material em relação a um sistema
definido.

Um balanço de massa de qualquer processo pode ser representado pelo esquema da Figura
6: Balanço de massa genérico.

Figura 6- Balanço de massa

Fonte: (AQUIM, 2004, p.33),

A partir da figura 6, o balanço da grandeza em relação à fronteira definida e dado pela


seguinte equação:

(𝑒) − (𝑠) + (𝐺) − (𝑐) = (𝑎)


Onde temos:
(e) - Quantidade da grandeza que entra através da fronteira
(s) - Quantidade da grandeza que sai através da fronteira
(G) - Quantidade da grandeza gerada no interior do sistema
(c) - Quantidade da grandeza consumada no interior do sistema
(a) - Quantidade da grandeza acumulada no interior do sistema

24
O balanço de massa é baseado na lei de conservação de massa que nos diz que a massa
não pode ser criada, nem destruída, logo, não havendo acumulo de massa no interior de um
equipamento, tem se ao longo de um determinado intervalo de tempo que:

Massa total na entrada = Massa total na saída

1.7.CUSTO DE VIABILIDADE ECONÓMICA DE PRODUÇÃO DO


BIOPLÁSTICO
A avaliação preliminar da unidade produtiva de produção do bioplástico a partir do
amido da casca da mandioca foi feita levando em consideração a identificação e quantificação
dos custos fixos, custos variáveis, investimentos, despesas e as receitas com a venda do produto
e dos subprodutos. O projecto é considerado viável para ser implementado quando é observado
um lucro maior que zero.

1.7.1. Capital de investimento

De acordo com PETERS (1991.p.43), o capital necessário para realizar e operar um


projecto divide-se em dois tipos:

«Capital fixo ou investimento fixo (IF) - é a quantidade de dinheiro necessária para


construir totalmente uma estação de processo, com seus serviços auxiliares e instalá-la de
modo que se possa iniciar a produção composto, basicamente, pela soma dos valores de
todos os seus activos.
Capital de trabalho (IW) - ou capital de giro é a quantia necessária para que, uma vez
instalada e funcionar em regime normal de operação, a estação possa operar nos níveis
previstos pelo estudo técnico económico. Esse montante depende da modalidade de
mercado ao qual está dirigida a produção das características do processo e das condições
estabelecidas pela procedência e disponibilidade das matérias-primas».
Logo, o capital necessário para realizar um investimento são Capital fixo ou investimento
fixo (IF) e Capital de trabalho (IW)

1.7.2. Investimento fixo

Segundo o PETERS (1991, p.45),o investimento fixo é integrado por dois de custos:
• Custos directos equipamento principal e instalação tubulações instaladas,
instrumentação e controlo, instalação eléctrica, construções, incluindo serviços
auxiliares, terreno, melhoria de terreno, início de produção, juros durante a
construção;
• Custos indirectos engenharia e supervisão, construção honorários de contratistas a
contingências.

25
O investimento de uma planta industrial para produção de bioplástico pode ser estimado
por vários métodos, entre os quais: o método de factor universal, o método de factor de Lang e
método de estimativa por factores.

Utilizou-se para o presente trabalho o método C (estimativa por factores) ou método


percentagem de custo de investimento fixo, permite a extrapolação do custo de um sistema
completo a partir do custo dos equipamentos principais do processo, apresenta ainda maior
exactidão em suas estimativas, comparado a outros (±20% a ± 30%) (PETERS, 1991).

26
CAPÍTULO II. OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO

27
2.1. MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO
A elaboração deste trabalho contou com a metodologia qualitativa, quanto ao tipo de
estudo métodos descritivos e bibliográfico para a parte teórica, pois foi necessário fazer-se um
levantamento de outros trabalhos acerca do assunto; e contou com o método experimental para
a parte prática do estudo, de modos a atingir os objectivos traçados para o trabalho.

2.2. HIPÓTESES
Segundo VAZ-FREIXO (2012), a hipótese corresponde em uma sugestão de resposta
para o problema e apresenta um conjunto de características que assume a condição de uma
predição e consiste numa ou mais respostas aceitáveis para o problema e que orienta a
investigação de um modo correcto. Portanto, consoante a pergunta de partida formulada, o
nosso trabalho apresenta a seguinte hipótese:

• Produzir bioplástico em escala industrial a partir da casca de mandioca.

2.3. VARIÁVEIS
Segundo VAZ-FREIXO (2012), as variáveis são elementos que caracterizam uma ou
mais populações, fenómenos ou coisas, que permitem a obtenção de uma amostra, facilitando
na realização da pesquisa.
Para o presente trabalho, usou-se as seguintes variáveis.
Variável independente: Mandioca

Variável dependente: Bioplásticos.

2.1. OBJECTO DE ESTUDO


O objecto de estudo do presente trabalho é a casca da mandioca para a produção de
bioplásticos.

2.2. INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO


Para a fundamentação técnico-científica do trabalho como instrumento de investigação
usaram-se livros técnicos, dissertações e artigos publicados sobre o assunto. Para o estudo de
caso o principal instrumento de investigação foram as cascas da Mandioca.

28
2.3. PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

No entanto, as informações recolhidas para o nosso trabalho foram processadas nos


programas Windows Office 2010, através do Word para o tratamento de texto e o Excel para
as tabelas, e por último o Power Point para apresentação.

29
CAPÍTULO III: EXECUÇÃO DO PROJECTO

30
3.1. MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capítulo são apresentados os materiais e os métodos empregues para a produção
do bioplástico a partir do amido da casca da mandioca, bem como a caracterização físico-
química do bioplástico produzido. Os experimentos laboratoriais foram realizados no
laboratório de Química do Campus Universitário da Universidade Jean Piaget.

3.1.1. Matéria-prima

A mandioca foi comprada na praça do kikolo, em uma vendedora ambulante, a


mandioca foi acondicionada em um saco plástico para posterior tratamento. A figura 7 mostra
a mandioca usada como matéria-prima.
Figura 7-Matéria-Prima (Mandioca)

Fonte: Autora do Projecto (2023)

3.1.2. Tratamento da matéria-prima

O tratamento da matéria-prima procedeu-se com a lavagem e posteriormente o


descasque, a lavagem com água para se retirar toda impureza como: areia e lixos contidos na
mandioca.

3.1.3. Preparação da matéria-prima

Após a lavagem descascou-se a mandioca e cortou-se as cascas em pequenos pedaços.


Os pedaços foram triturados num liquidificador por aproximadamente 20 minutos, obtendo-se
um suco pastoso e foram armazenados em dois béqueres. A Figura 8 mostra a preparação da
matéria-prima.

31
Figura 8-Preparação da matéria-prima

Fonte: Autora do Projecto (2023)

3.1.4. Materiais e reagentes

Os materiais e reagentes utilizados no experimento laboratorial para a produção do


bioplástico são apresentados na Tabela 1 ilustra os materiais e reagentes no laboratório.

Tabela 1- Materiais e reagente no laboratório

Materiais Reagentes
Liquidificador Pinça metálica Ácido acético
Balança analítica Peneira Amido de mandioca
Espátula Placa de aquecimento Água destilada
Proveta Estufa
Tina Vidro de relógio
Glicerina
Béqueres (50, 600 e 1000 mL) Vareta
Papel de alumínio Papel indicador
Fonte: Autora do Projecto (2023)

32
3.2. METODOLOGIA EXPERIMENTAL

A produção do bioplástico a partir do amido de mandioca foi feita de acordo à técnica


de casting. Os métodos utilizados foram baseados nas normas ASTM D 5630 e ISO 3451.1.

Para tal, foram cumpridas duas etapas: sendo a primeira a produção do bioplástico
laboratorialmente e a segunda, a sua caracterização físico-química para avaliar a qualidade do
produto obtido.

3.2.1. Produção do bioplástico

Para a produção do bioplástico são cumpridas as seguintes etapas de produção:

➢ Separação da mistura;
➢ Aquecimento;
➢ Secagem.

A mistura pastosa (amido e água) foi submetida ao processo de decantação. Na fase do


aquecimento foram misturadas as seguintes substâncias ao amido separado: glicerina (25 mL),
água (250 mL) e ácido acético (25 mL), o aquecimento foi realizado utilizando-se uma placa
de aquecimento a temperatura aproximadamente de 70 ºC até a formação de uma pasta
gelatinosa.

Na etapa final, deixou-se secar a temperatura ambiente por 14 dias. A figura 9 mostra a
produção do bioplástico a partir do amido da casca da mandioca.
Figura 9- Produção de Bioplástico

Fonte: Autora do Projecto (2023)

33
3.2.1.1.Rendimento da reacção

A percentagem do rendimento mássico (ŋ) foi definido como sendo a razão entre a
massa do bioplástico obtido e a massa do amido da casca da mandioca. Como mostra a equação
abaixo:
𝑚𝑏𝑖𝑜𝑝
ŋ=𝑚 × 100 (3.1)
𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎

Onde:

mbiop. – massa do bioplástico obtido na prática em gramas;

mamostra– massa da amostra em gramas.

3.2.2. Caracterização físico-química do bioplástico

Caracterização físico-química do bioplástico foi de acordo a norma ASTM. Foram


seleccionados os seguintes parâmetros: aspecto visual, espessura, teor de humidade, teste de
absorção de água, pH, biodegradabilidade.

3.2.2.1.Determinação do aspecto visual

O aspecto visual está relacionado com a aparência do bioplástico e pode ser avaliada
por observações visuais e tácteis.

3.2.2.2. Espessura do bioplástico

Para realizar a espessura média foi medida usando um paquímetro analógico, com 2,0 g
de bioplástico.

3.2.2.3. Determinação do teor de humidade

O teor de humidade foi determinado pelo método de secagem em estufa a 105 ºC.
Submeteu-se o vidro relógio contendo o 22,96 g de bioplástico numa estufa a temperatura a 105
ºC por 1 horas, e a posterior levado a pesagem numa balança.

O teor de humidade (U) é determinado pela seguinte equação:

(𝑃𝑢−𝑃𝑠)
𝑈 (%) = × 100 (3.2)
𝑃𝑠

Onde:

34
Pu – Peso húmido do bioplástico em gramas;

Ps – Peso seco do bioplástico em gramas.

3.2.2.4.pH
Após retirar a mistura do aquecedor, determinou-se o Ph com a ajuda de um papel
indicador, que foi posto directamente na mistura, e obteu-se um valor numa escala de 6-7,
conforme mostra a figura 10
Figura 10- Medição do pH do bioplástico produzido

Fonte:Autora do Projecto (2023)

3.2.2.5. Biodegradabilidade

A avaliação da biodegradabilidade do bioplástico foi testada. Uma amostra do


bioplástico de 8 cm2 foi recortada, pesada e enterrada a 20 cm de profundidade na terra. Após
um período de 7 dias a amostra fora retiradas do solo, e observou-se um alto grau de
biodegadabilidade,após 24 dias já não havia vestígios do mesmo. Como mostra a Figura 11 o
teste de biodegradabilidade do bioplástico.

Figura 11- Avaliação da biodegradabilidade

Fonte:Autora do Projecto (2023)

35
3.3. FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO

Figura 12- Fluxograma do processo de produção do bioplástico

Fonte: Autora do projecto (2023)

3.4. BIOPLÁSTICO
3.4.1. Descrição do processo

A descrição de cada processo de produção de bioplástico a partir de mandioca presente


no fluxograma segue-se abaixo:

➢ Pré-tratamento 1 – É a etapa do processo onde é realizada a lavagem da mandioca.

36
➢ Pré-tratamento 2 – É a etapa onde acontece a remoção das cascas e posteriormente o
corte das mesmas para a pesagem e trituração até a formação do suco pastoso (amido)
➢ Processo físico 1 – O suco pastoso é submetido a um processo de decantação, onde
separa-se o amido da água por diferenças de densidades.
➢ Processo químico – O amido é levado a um reactor onde sofre uma transformação na
qual adiciona-se a água, ácido acético e glicerina resultando numa quebra de moléculas
de amilose e amilopectina para a obtenção de uma pasta gelatinosa.
➢ Processo físico 2 – Nesta última etapa a pasta gelatinosa é submetida a uma secagem
onde é removida a água para que se obtenha o bioplástico.

3.4.2. Balanço de massa do processo de produção do bioplástico

Com o fluxograma do processo de produção, realizou-se um balanço de massa em


regime estacionário em cada etapa presente no processo. Cada possui correntes de entrada e de
saída. Baseando-se nas estimativas e aplicando o princípio da conservação de massa, calculou-
se os valores das correntes de entradas e de saídas que se encontram tabeladas.

3.4.3. Rendimento da produção

A tabela 2 mostra os resultados do rendimento da produção do bioplástico baseando-se


na equação (3.1) do subtítulo anterior.

Tabela 2- Rendimento do bioplástico em função da quantidade do amido da casca da


mandioca

Massa do amido (g) Massa do bioplástico (g) Rendimento %

415,5 195,33 47.01


Fonte: Autora do projecto (2023)

3.4.4. Caracterização do bioplástico


3.4.4.1.Aspecto visual

De acordo com o aspecto visual do bioplástico, observou-se o bioplástico maleável e


semi-transparente com uma superfície contínua e homogénea.

3.4.4.2.Espessura

O bioplástico produzido apresentou a espessura média de 0,10 mm esse resultado é


considerado positivo, pois mostra a homogeneidade do bioplástico formado.

37
A faixa encontrada está dentro do recomendado (±0.005𝑎 ± 0.013 𝑚𝑚) pela literatura
de (outros autores), como mostra a tabela 3.

Tabela 3- Espessura do bioplástico segundo alguns autores

Autores Espessura (mm)

Schaerffer, 2020 0,11

Rocha, 2009 0,009

Fonte: (SCHAERFFER, 2020 &ROCHA, 2009)

3.4.4.3.Teor de humidade

O teor de humidade foi determinado pela equação (3.2), e os resultados encontram-se


na Tabela 4.

Tabela 4-Resultado do teor de humidade

Massa do bioplástico Massa do Teor de


húmido (g) bioplástico Humidade
Seco (g) (%)
22,96 14,36 37,46
Fonte: Autora do projecto (2023)

Como se observa na tabela 4, o bioplástico produzido apresentou um teor de humidade


relativamente elevado em relação ao teor recomendando pela literatura (outros autores).

O maior valor observado quanto ao teor de humidade é possivelmente devido ao menor


tempo de aquecimento verificado na estufa. Quanto mais tempo permanecer na estufa o
bioplástico maior quantidade de água será removida, como mostra a Tabela 5.

Tabela 5- Humidade do bioplástico segundo alguns autores

Autores Teor de humidade (%)


(Oliveira, 2013) 37,04
Fonte: Adaptado de Oliveira (2013)

38
3.4.4.4. Determinação do pH

O pH sendo o potencial de hidrogénio presente em uma substância, há que saber como


varia a alcalinidade no bioplástico produzido, como mostra a figura 10 o pH do bioplástico
ácido (6-7).

3.4.4.5.Biodegradabilidade

Os bioplásticos biodegradáveis são aqueles que sofrem degradação pela acção de


microrganismos, tais como bactérias e fungos, além de algas e insectos ou outros agentes
gerando biomassa e subprodutos (CO2e H2O em meios aeróbios e CH4 em meios anaeróbios).
Na figura 11 está apresenta a evolução do processo de desintegração do bioplástico à base de
amido da casca da mandioca enterrado sob o composto vegetal (solo), após determinados
períodos de tempo. Verificou-se que após 7 dias de ensaio, o bioplástico apresentou mudanças
consideráveis na sua integridade, sugerindo o início do processo de biodegradação.

É sabido que a acção do calor e a presença de humidade, bem como a actividade


enzimática decorrente da presença de microrganismos promovem quebras e o enfraquecimento
das cadeias poliméricas do amido. Observando a imagem da figura 11, é possível notar uma
biodegradação mais rápida do bioplástico à base de amido da casca da mandioca em
comparação com os bioplásticos comerciais de PEBD e de PVC, usados como controlo.

3.5.BALANÇO DE MASSA DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO


BIOPLÁSTICO
3.5.1. Trituração

A figura 13 ilustra o balanço de massa efectuado na etapa em que o amido das casca
mandioca é obtida pela trituração da mistura com água, e forma um suco pastoso.

Figura 13- Balanço de massa na etapa de trituração

Fonte: Autora (2023)

39
Na tabela 6 encontra-se os resultados obtidos no balanço de massa do processo.

Tabela 6-Resultado do balanço na etapa de trituração

Correntes M-1 M-2 M-3

m(kg/h) 22831.05 52363.71 75194.84

Fonte: Autora (2023)

3.5.2. Decantação

O processo de separação do suco pastoso pelo método de decantação consiste na


separação de duas fases a água e o amido formado. É ilustrado na figura 14 balanço de massa
na etapa do processo físico 1.
Figura 14-Balanço de massa na etapa de processo físico 1

Fonte: Autora (2023)

Nesta etapa fez-se o balanço de massa cujo os resultados são apresentado na Tabela 7
resultados do processo físico 1.

Tabela 7-Resultados do processo físico 1

Correntes M-3 M-4 M-5

m(kg/h) 75194.84 18130.96 57063.88

Fonte: Autora (2023)

3.5.3. Produção do Bioplástico

Neste processo ocorre uma reacção química, em que o amido é transformado em uma
pasta gelatinosa mediante adição dos componentes. Conforme ilustra a Figura 15, o balanço de
massa no processo químico.

40
Figura 15-O balanço de massa do processo químico

Fonte: Autora (2023)

Os resultados obtidos no processo químico são apresentados na Tabela 8 resultados do


processo químico.

Tabela 8-Resultado do processo químico

Correntes M-4 M-6 M-7 M-8 M-9

m(kg/h) 18130.96 10909.12 1374.55 1145.46 31560.1

Fonte: Autora (2023)

3.5.4. Secagem

Nesta etapa final fez-se a secagem do bioplástico para separar a água do bioplástico, a
Figura 16 mostra o balanço de massa efectuado nesta operação.
Figura 16-O balanço do processo físico

Fonte: Autora (2023)

A tabela 9 mostra os resultados obtidos na etapa de secagem do processo físico 2.

Tabela 9-Resultado do processo físico 2

Correntes M-9 M-10 M-11

m(kg/h) 31560.1 12176.33 19383.77

41
Fonte: Autora (2023)

3.6.CUSTO DE VIABILIDADE DE PRODUÇÃO DO BIOPLÁSTICO


PRODUZIDO

A análise de viabilidade económica visa medir ou analisar se um determinado


investimento é viável ou não, a tabela 10 apresenta o custo de viabilidade da produção.

Tabela 10- Custo de viabilidade da produção

Produto Quantidade Preço unitário (kz) Preço (kz/h)

Mandioca 4 500 87 272 987,9

Ácido acético (500 mL) 1 250 10 909 142,86

Glicerina (30mL) 1 700 30 545 555,56

Água destilada (1L) 1 3 010 316 668 555

Total 7 4460 260 073 491,12

Fonte: Autora (2023)

3.6.1. Custo de avaliação económica

A Tabela 11 ilustra a estimativa do investimento fixo da planta industrial

Tabela 11-Estimativa do custo de investimento fixo

Componentes Percentagem(%) Custo (Kz)

Equipamento 100 6 050 575,62

Instalação de equipamentos 47 2 843 770,54

Instrumentção e controlo 18 1 089 103,61

Tubagem 66 3 993 379,91

Instalação eléctrica 11 665 563, 32

Edificação e processos auxiliares 18 1 089 103,61

42
Preparação do terreno 10 605 057, 562

Facilidade de serviços 55 3 00327 816,59

Terrenos 6 363 034,59

Total custos directos de investimento, D 295510113,142

Engenharia e supervisão 33 1996 689,95

Gastos de construção 41 2 480 736,00

Total custos indirectos de investimento, I 4 477 425,95

Total custos directos e indirectos de 299 987 539,09


investimentos I+D

Taxa do empreiteiro 21 1 270 620,88

Contingências 42 2 542 241,76

Capital fixo 303 799 401,73

Fonte: Autora (2023)

Os preços dos equipamentos para produção industrial (descascador, tanque de lavagem,


laminas, triturador, decantador, reactor e secador) foram tirados do site ALIBABA.COM.

Estimativa do capital total (IT) e do capital do trabalho (IW) para a planta industrial

Capital de trabalho = (10% - 20% investimento total) assumido: 10%, isto é:

𝐼𝑊 = 10% × 𝐼𝑇

𝐼𝑇 = 𝐼𝐹 + 𝐼𝑊

𝐼𝐹 303 799 401,73


IT = = = 337 554 890,811 Kz
0,9 0,9

𝐼𝑊 = 0,1 × 337 554 890,811

𝐼𝑊 = 33 755 489,081 𝐾𝑧

O investimento total do projecto industrial é 33 755 489,081 Kz.

43
CONCLUSÃO

No decorrer do trabalho, tratamos sobre a produção de bioplástico a partir do amido da


casca da mandioca. O bioplástico é um tipo de plástico que é produzido a partir da matéria
orgânica e que é amigo do ambiente, visto que têm grandes capacidades de degradar facilmente
sem causar qualquer dano ao meio ambiente.

Para a produção de bioplásticos seguiu-se as etapas de preparação da matéria prima onde


incluem lavagem, descasque e trituração, a pois essa etapa, seguiu-se com a separação da
mistura, aquecimento e secagem.

Nas suas características físicas e químicas, observou-se que a espessura encontrada foi
de 0.10mm que está dentro do recomendado (0,11mm), para o teor de humidade o valor
experimental foi de 37,46%, que se encontra dentro dos limites recomendado. Para o pH
encontrou-se numa escala de 6-7, que mostra acidez do bioplástico. Verificou-se uma boa
biodegradabilidade do bioplástico produzido.

Fez-se o balanço de massas no processo produtivo, em que entra na etapa inicial uma
corrente de 22831 kg/h, e teve como corrente de saída 12176,33kg/h.

Em termos de custos de viabilidade, obtivemos os seguintes valores: uma produção


laboratorial de 260 073 491,12Kz, produção industrial de 33 755 489.081 Kz.

44
RECOMENDAÇÕES

Diante dos resultados obtidos neste trabalho, recomenda-se o seguinte:

• Para os trabalhos futuros, a retirar a epiderme da casca da mandioca, para evitar o


escurecimento do bioplástico.
• Testarem a vida útil dos bioplásticos em várias condições de humidade relativa do
ar, por meio de análise dinâmica-mecânicas;

• Caracterizar completamente os bioplásticos e analisar a biodegradação em solo


simulado com diferentes valores de pH, para obter mais informações sobre a
amostra obtida.

45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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farinha de mandioca, Maputo, 2017

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cadeia produtiva no Brasil, Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Agronomia
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Produto Bioplásticos Compostáveis na Economia Circular, 2018.

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46
MACHADO, Rita Maria freire Torres Alves: Bioplásticos – Oportunidades e Desafios,
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MATOS et al: Guia prático para o cultivo da mandioca, TOCANTINS, 2019

MORO, Thaísa de Menezes Alves: Caracterização físico-química de bioplásticos elaborados


por extrusão e termo prensagem reforçados com casca de maracujá (passiflora edulis sp.),
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PETERS, T: Plant design and ecomincs for Chemical engineers, 4ª Edition McGraw-Hill, In,
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RODRIGUES, Luciane Lopes: Caracterização de materiais descartados de redes de


distribuição de eléctricidade para fins de reciclagem, Universidade Estadual Paulista, Brasil,
2020

SCHAEFFER, D: obtenção e caracterização de biopolímeros a apartir de felícula da mandioca


e amido do milho, São Paulo, Braisl, 2020

SCHMIDT, Anelise Marlene: Avaliação ambiental das águas próximas a atividades


mineradoras de calcário, CSTM, 2012

SOUZA, Luciano da Silva e FIALHO, Josefino de Freitas: Cultivo da Mandioca para a Região
do Cerrado. 2020.

SOUZA, Rayene Monteiro: Química e a elaboração de plásticos biodegradáveis como


ferramenta de conscientização ambiental, ISSN-E: 2238-4286 Vol. 16 - Nº 1, Universidade
Federal do Amazonas,2021

VELOSA, Rafaela: Extração de amido de mandioca, batata doce e mangarito, rendimento e


uso na confecção de plástico biodegradável, Universidade de Brasília-UnB, Brasília, 2019

47
ANEXO

Anexo A- Figura
Figura 17- Bioplástico
produzido

Fonte: Autora do projecto (2023)

ANEXO B- Memorial de cálculos

Cálculos de viabilidade de produção

• Custo da mandioca:

2000𝑘𝑧 → 0,52321𝑘𝑔

𝑋 → 22831,05𝑘𝑔/ℎ

𝑋 = 87272987,9𝑘𝑧/ℎ

• Custo do ácido acético:

250𝑘𝑧 → 0,02625𝑘𝑔

𝑋 → 1145.46𝑘𝑔/ℎ

𝑋 = 10909142𝑘𝑧/ℎ

48
• Custo da glicerina:

700𝑘𝑧 → 0,00315𝑘𝑔

𝑋 → 1374.55𝑘𝑔/ℎ

𝑋 = 30545555.56𝑘𝑧/ℎ

• Custo da água destilada:

3010𝑘𝑧 → 0,25𝑘𝑔

𝑋 → 10909.12𝑘𝑔/ℎ

𝑋 = 131345804.8𝑘𝑧/ℎ

• Custo total de produção:

𝑋𝑡 = 87272987,9 + 10909142,86 + 30545555,56 + 13134804,

𝑋𝑡 = 260073491.12 𝑘𝑧/ℎ

Cálculos de balanço de massa

A província do Uíge produz actualmente 2 000 000 T/ano de mandioca. Tirando 10%
para actividade industrial teremos:

Produção Industrial = 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙 × 10%

2000000𝑇/𝑎𝑛𝑜 × 10%
Produção Industrial =
100%
Produção Industrial(𝑇/𝑎𝑛𝑜) = 200 000 𝑇/𝑎𝑛𝑜

Convertendo em Quilograma por hora (Kg/h) teremos:


1 anos = 2760h
1T= 1000 Kg
𝑇 1000 𝑘𝑔 1𝑎𝑛𝑜
Produção Industrial(𝑘𝑔) = 200 000 × ×
ℎ 𝑎𝑛𝑜 1𝑇 2760ℎ
Produção Industrial(𝑘𝑔) = 22831.05𝑘𝑔/ℎ

49
1- Fase de trituração

Dados
m3= m1+m2
m1= 523,21g
m3= 523,21+ 1200
m2=1200g
m3= 1723,21g
m3=?

1.1- Coeficiente da trituração

k 3 m3 k1 . m3 22831.05 × 1723.21
= → k3 = → k3 = → k 3 = 75194.84kg/h
k1 m1 m1 523.21

k 2 m2 k1 . m2 22831.05 × 1200
= → k2 = → k2 = → k 2 = 52363.79kg/h
k1 m1 m1 523.21

2- Fase de preparação do amido

Dados m3= m4 +m5


m3= 1723,21g m5= m3- m4
m4=138,5×3= 415.5g m5=1723,21- 415.5
m5=? m5= 1307.71g

2.1- Coeficiente de preparação

k4 m4 k 3 . m4 75194.84 × 415.21
= → k4 = → k4 = → k 4 = 18130.96kg/h
k3 m3 m3 1723.21

k 2 = k 3 − k1
k 5 = 75194.84 − 18130.96
k 5 = 57063.88 𝑘𝑔/ℎ

3- Fase de produção

Dados
1𝑔
V (H2O)= 250ml, em massa teremos: m6 = 250ml × 𝑚𝑙 → m6 = 250𝑔
1.26𝑔
V (glic) = 25ml, em massa teremos: m7 = 25ml × 𝑚𝑙
→ m7 = 31.5𝑔
1.059𝑔
V (AC) = 25ml, em massa teremos: m8 = 25ml × → m8 = 26.25𝑔
𝑚𝑙

m9 =?;
50
Considerando o somatório das massas do processo, e que se perdeu cerca de 30% no
processo, teremos:

m9 = m4 + m6 + m7 + m8
m9 = 415.5 + 250 + 31.5 + 26.25
m9 = 723.25𝑔
70
m9 = 723.25 × → m9 = 506.28𝑔
100
3.1- Coeficiente de reacção

k 6 m6 k 4 . m6 18130.96 × 250
= → k6 = → k6 = → k 6 = 10909.12kg/h
k 4 m4 m4 415.5

k 7 m7 k 4 . m7 18130.96 × 31.5
= → k6 = → k7 = → k 7 = 1374.55kg/h
k 4 m4 m4 415.5

k 8 m8 k 4 . m8 18130.96 × 256.25
= → k8 = → k8 = → k 8 = 1145.46kg/h
k 4 m4 m4 415.5

k9 = k4 + k6 + k7 + k8
k 5 = 18130.96 + 10909.1 + 1374.5 + 1145.46
k 5 = 31560.1kg/h

4- Fase de secagem do bioplástico

Dados m9= m10 +m11


m9= 506.28g m11= m9– m10
m10=65.11×3=195.33g m11=506.28- 195.33
m11=? m11= 310.95g

4.1- Coeficiente de secagem


k10 m10 k 9 . m10 31560.1 × 195.33
= → k10 = → k10 = → k10 = 12176.33kg/h
k9 m9 m9 506.28

k 9 = k10 + k11
k11 = k 9 − k10
k11 = 31560.33 − 12176.33
k11 = 19383.77𝑘𝑔/ℎ

51

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