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Geração Canguru - Os Filhos Adultos Que Moram Com Os Pais - GZH
Geração Canguru - Os Filhos Adultos Que Moram Com Os Pais - GZH
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EM FAMÍLIA
31/05/2019 - 07h44min
MARCELO KERVALT
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ENTENDI
"A noção de juventude mudou. As pessoas se percebem como jovens por mais tempo", diz pesquisadora da Unicamp
reservas financeiras.
— É um conforto para mim, porque é ela quem faz comida, lava roupa. Com isso, me
sobra mais tempo. Cuidar de uma casa é trabalhoso — reconhece.
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Sair de casa acontece cada vez mais tarde
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Quais os gastos com casa para quem decide morar sozinho?
A última pesquisa divulgada pelo IBGE sobre o tema mostra que Thomás integra um
grupo em ascensão no Brasil. Embora tivesse algum tipo de renda, um a cada quatro
pessoas de 25 a 34 anos ainda vivia com a família em 2015. Onze anos antes, a
proporção era menor: uma a cada cinco.
Campinas (Unicamp), em São Paulo, a professora Joice Melo Vieira avalia a chamada
geração canguru como um “fenômeno que veio para ficar” e que tende a se
intensificar à medida que conquistar independência financeira se torna cada vez mais
difícil.
sala, onde fica o computador de trabalho, usa dois quartos – um para dormir e ver TV
e outro para guardar roupas, calçados, uma de suas pranchas de surfe e dezenas de
livros. Espaço, tem de sobra. Levar amigos e a namorada para lá a qualquer momento
também é permitido, o que deixa Thomás à vontade para esticar o convívio e desfrutar
das benesses do lar parental. A relação mãe e filho é outro incentivador para que
permaneça.
processo. Minha mãe é muito gente fina e nos damos bem — afirma o filho.
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Ela saiu de casa cedo para estudar, aos 17 anos, e incentiva que o filho deixe a casa dela
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AVISO DEassim que conseguir. No Exterior, acha que ele terá melhor qualidade de vida.
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— Há meses em que ganho bem, mas têm outros em que não entra nada de dinheiro.
Dinheiro poupado para viajar
Francielle, 28 anos, que noivou no ano passado, com a mãe, Sônia, que saiu de casa aos 25, quando casou
Robinson Estrásulas / Agencia RBS
Três viagens fizeram com que Francielle da Veiga Bertoni, 28 anos, adiasse a
independência plena. Em vez de gastar com imóvel, assumir contas de luz, água,
condomínio e tudo mais que um apartamento exige, guardou dinheiro e foi duas vezes
à Europa e uma aos Estados Unidos, com o namorado, entre 2016 e 2018.
— Morar com eles (os pais) facilitou muito, porque não tenho despesa fixa com a casa
— conta a servidora pública.
O namoro virou noivado no ano passado, enquanto passeavam pela Suíça, e a troca de
alianças parece ter servido de empurrão. Agora, o casal quer comprar um apartamento
Formada em pedagogia, ela não chegou a lecionar. Em 2012, mesmo ano em que
recebeu o diploma, passou em concurso público na prefeitura de Porto Alegre. Com
salário fixo, a necessidade de guardar dinheiro para viajar e a comodidade são razões
que mantêm a família, composta ainda pelo irmão de Franciele, sob mesmo teto.
— O meu pai fala para guardar dinheiro, comprar alguma coisa. A gente até tem uma
poupancinha, mas teríamos mais grana não fosse essa paixão por viajar — confessa.
A mãe, Sônia Rejane da Veiga Bertoni, 55 anos, saiu de casa aos 25, quando casou.
Mesmo que a filha tenha passado dessa idade, Sônia não se importa nem faz questão
de apressar a saída.
— É bom ter ela por perto. Eu gosto assim como está, com ela aqui com a gente. Mas,
claro, sei que um dia vai querer ter o lugar dela — conta.
— Decidem que vão sair quando alcançarem condição financeira que propicie os
renda familiar. Sem eles ali, entendem que as dificuldades poderiam ser maiores —
comenta.
Pais e filhos passaram a se enxergar como amigos que podem dividir o espaço
doméstico, inclusive, aceitando a vida afetiva e sexual um do outro.
do cérebro a amadurecer – até 32 anos nas mulheres e até os 37 anos nos homens.
dificuldade para para levar uma vida independente, para adquirir conhecimento
financeiro — diz.
O psicanalista Paulo Gleich, que escreveu uma coluna que inspirou esta reportagem,
alerta para dificuldades dos filhos em estabelecerem outras relações intimas que não
as familiares:
Para ele, o cenário com o melhor de dois mundos pode ser, muitas vezes, uma espécie
de prisão de luxo.
perrengues, como juntar trocados para pagar a conta de luz ou comer miojo por uma
semana, apenas para ter algo que, supostamente, têm em casa: a liberdade de ir e vir,
de fazer o que desejam. Com esse véu de liberalidade, a alienação passa quase
despercebida, mas com frequência está lá: há uma dependência que transcende a
questão econômica — avalia.
— Filhos jovens ou mesmo balzaquianos passaram a não ter mais condições de morar
Estudo do Secovi/RS mostra que, em 2013, 16,46% dos imóveis para locação em Porto
Alegre eram alugados. Em 2018, o percentual caiu para 7,65%.
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