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ABA (Analise do Comportamento Aplicada)

A Análise do Comportamento Aplicada, ou ABA é uma abordagem da


psicologia que é usada para a compreensão do comportamento e vem sendo
amplamente utilizada no atendimento a pessoas com desenvolvimento atípico,
como os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TIDs) e no Transtorno do
Espectro Autista (TEA).
A Ciência ABA (Analise do Comportamento Aplicada) é o resulto de
Applied Behavior Analysis que busca desenvolver a autonomia e
autodesenvolvimento em crianças com autismo. A ciência ABA considera a
criança com autismo como um ser único, por isso cada intervenção leva em
consideração a necessidade individual de cada criança, seja para ampliar ou
reduzir determinada capacidade, o ABA em si pode ser aplicado em grupo,
mas normalmente é aplicada de forma individualizada e ensina o
desenvolvimento de habilidades essenciais a realização de tarefas do seu
cotidiano.

Engana-se quem julga o ABA como apenas mais uma terapia disponível
ao universo da criança com autismo, muito pelo contrário o ABA requer além
de profissionais especializados no assunto um relação de parceria entre os
profissionais e a família, principalmente na elaboração do currículo que será
aplicado com a criança.
A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) pode intencionalmente
ensinar a criança a exibir comportamentos mais adequados no lugar dos
comportamento-problema. Comportamentos estão relacionados a eventos ou
estímulos que os precedem (antecedentes) e a sua probabilidade de
ocorrência futura está relacionada às consequências que os seguem
A avaliação comportamental é a fase da descoberta, e visa à
identificação e o entendimento de alguns aspectos relativos à criança com
autismo e seu ambiente. Dentro dessa avaliação traçamos objetivos como:

● Entender o repertório de comunicação da criança: presença ou não


de linguagem funcional, contato visual, atendimento de ordens, entre outros;
● Como ela se relaciona em seu ambiente: brinquedos preferidos,
apresenta birras frequentes e como reage às pessoas;
● Qual a função de seus comportamentos;
● Em que circunstâncias certos problemas ocorrem ou deixam de
ocorrer com maior frequência ou intensidade?
● Quais as consequências fornecidas a esses comportamentos-
problema?

Com base nestas informações, o segundo passo é traçar pequenos


objetivos a curto prazo, visando à ampliação de habilidades e eliminação de
comportamentos inadequados, realizando a manipulação dos antecedentes
(estratégias de prevenção).
A analise do Comportamento Aplicada é tão valiosa para o universo da
pessoa com Transtorno do Espectro Autismo, porque ela oferece um plano a
seguir para ensinar habilidades em 25 categorias abrangentes.

Autocuidado:
● Usa independentemente a xícara, colher e garfo.
● Veste e tira a roupa de forma independente.
● Habilidades de toalete.
● Habilidades de higiene, como: pentear os cabelos, escovar os dentes, lavar
o rosto, as mãos e tomar banho.

● Coordenação motora (Fina e Ampla).


● Desenhar, colorir.
● Copiar, escrever.
● Cortar, amarrar.
● Usar o teclado, usar o mouse.
● Correr, andar, pular, balançar.
● Usar equipamentos (bolas, raquetes etc.).
Social:
● Responder a saudações.
● Responder a perguntas sociais (“como vai você?”, “qual é o seu nome?”).
● Imita colegas.
● Responde às propostas dos amigos.
● Inicia brincadeiras com colegas.
● Interage verbalmente com colegas (comenta, pergunta, oferece ajuda).

Linguagem/Comunicação:
● Receptiva – identifica objetos, partes do corpo, figuras e segue instruções
de 1, 2 e 3 passos.
● Expressiva – faz pedidos, nomeia figuras, objetos, pessoas, verbos, pede
itens desejados, diz “sim” e “não”; repete frases, permuta informações e
responde a perguntas do tipo “por quê”.
● Abstrata – conversa sobre coisas ausentes, responde questões do tipo “por
quê?”, antecipa consequências, explica ações, cria, relata e inventa histórias,
usando o senso imaginário.
Brincar
● Brincar sozinho de modo apropriado com brinquedos.
● Brincar em paralelo e ao lado de outras crianças, sem interação.
● Brincar com foco compartilhado com os mesmos itens, tal como as outras
crianças, sem interação.
● Brincar com ação compartilhada que demanda alguma colaboração com
outras crianças (construir torre, empurrar balança).
● Brincar de faz de conta, quer dizer que a criança é capaz de assumir uma
outra identidade, como brincar com os colegas e de representar papéis.

Habilidades acadêmicas e pré-acadêmicas:


● Habilidades de imitação.
● Identificação de números e letras.
● Leitura de palavras inteiras e fônicas.
● Soletração.
● Habilidades de matemática e números.
● Habilidades de uso do computador.
● Habilidades escolares, como participar de um grupo, bem como o limiar de
esperar a sua vez.
O currículo é um instrumento composto por um conjunto de conteúdos
que se deseja ensinar em um prazo especifico, ele pode ser importante para
auxiliar a nortear, organizar e administrar o ensino, quando se deseja ensinar
muitas habilidades ao mesmo tempo. A partir de um currículo pode-se planejar
o que vai ser ensinado a curto, médio e longo prazo. Dessa maneira, é cabível
mencionar que esse currículo posto em prática é sempre reavaliado entre o
profissional da supervisão (Psicólogo) e o AT (Acompanhante Terapêutico) ,
sendo esse último, o aplicador, seja nas clínicas ou até mesmo em domicilio.
Em meio a aplicação do ABA, trazemos à tona os protocolos de registro
que são instrumentos que auxiliam na organização do ensino e na verificação
da aprendizagem, por esse motivo é essencial que você conheça, aprenda a
organizá-los e preenchê-los de maneira adequada, sendo eles:

1. Protocolos de objetivos e metas


2. Protocolos ABC
3. Protocolos certo/errado
4. Protocolos de ocorrências de respostas
5. Protocolos de manutenção

Sobre o item 1. Protocolos de objetivos e metas - Ele é utilizado quando a


habilidade a ser ensinada é constituída por muitos comportamentos e torna-se
inviável o ensino de todas ao mesmo tempo.
Sobre o item 2 . Esse protocolo é utilizado na maioria dos programas e serve
para registrar as tentativas de ensino, eles são denominados de protocolos
ABC por permitirem a marcação do desempenho da criança considerando três
níveis.
A - quando a criança realiza a atividade sem o auxílio do educador
B - quando a criança realiza a atividade com o auxílio do educador
C - quando a criança não realiza a atividade, mesmo com o esforço do
educado em auxiliá-la.
Sobre o item 3. Esse é o protocolo mais simples a ser utilizado na aplicação
ABA e serve também para registrar as tentativas de ensino, porém
diferentemente dos protocolos ABC só permite marcar se a criança acertou ou
se ela errou.
Sobre o item 4 . Nesse protocolo o educador marca com um traço quantas
vezes a criança emitiu o comportamento observado.
Sobre o item 5. Quando a criança finaliza o programa de ensino é preciso
manter as habilidades aprendidas para que ela não esqueça delas as noções
básicas apresentadas nesse tópico do estudo sobre o ABA evidenciam a sua
eficácia na aplicabilidade de intervenções especificas ao universo da criança
com Autismo. No entanto, destaca-se que nem todas as famílias tem acesso
ao ABA, tanto nas esfera pública, pois o SUS não contempla o ABA em seu
programa, quanto na esfera privada, onde os planos de saúde tem se negado
a disponibilização dom método em sua rede, oferecendo apenas a supervisão.
(Planejamento) mas negando-se a custear a AT (Acompanhante Terapêutico),
o que tem levado a muitas famílias a entrarem na justiça contra as operadoras
de planos de saúde para garantir o direito a esse atendimento.
As colunas de avaliação de comando, tato, habilidade do ouvinte,
emparelhamento de acordo com o modelo, brincar independente e social,
imitação, icoico, intraverbal, habilidades de ouvinte e falante por categorização
de estímulos por classe, função e característica, habilidade de leitura e escrita,
matemática, entre outros, são respostas que acontecem simultaneamente e
concomitantemente em contextos de estímulos múltiplos e que mais de um
observador comparando essas respostas, dará mais possibilidade de entender
as funções de um comportamento.
Ainda tem-se que lidar com uma desinformação muito grande,
principalmente de famílias que acreditam que o ABA é o melhor caminho para
o seu filho (a) com Autismo, mas essa percepção quem deve apontar é a
equipe multidisciplinar que acompanha o individuo com Autismo, pois são
eles que estão aptos, de forma técnica/científica a fazer essa recomendação.
REFERÊNCIA BILIOGRÁFICA
GOMES, Camila Graciella Santos. Ensino de habilidades básicas para
pessoas com autismo: manual para intervenção comportamental aplicada.
Curitiba. Appris, 2016.
SERRA, Tatiana. Autismo: um olhar a 360º. São Paulo, SP: Literace Books
International, 2020.
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