Você está na página 1de 45

B’H

ABD – CURSO PRÁTICO

ATIVIDADES FACILITADORAS
Terapia Ocupacional

Prof. Dra. Clarisse Potasz


 O DESENVOLVIMENTO HUMANO É RESULTANTE DA
INTERAÇÃO DINÂMICA ENTRE AS PESSOAS EM
DESENVOLVIMENTO E A CULTURA EM QUE
VIVEM

 AS ÁREAS DE DESEMPENHO DAS CRIANÇAS INCLUEM


O TRABALHO ESCOLAR, A BRINCADEIRA E LAZER E AS
ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA
DÉFICITS NOS COMPONENTES DE DESEMPENHO
=
FATORES QUE INFLUENCIAM NA FUNÇÃO DA CRIANÇA

CRIANÇA APRESENTA DIFICULDADE EM COPIAR NA SALA DE
AULA

INVERSÕES DE LETRAS E PALAVRAS



FALA DEFICIENTE

IRREGULARIDADES NO TAMANHO E ESPAÇAMENTO DAS LETRAS E PALAVRAS
FORA DO AMBIENTE ESCOLAR

DÉFICITS DIMINUEM

VELOCIDADE QUE A CRIANÇA REALIZA SUAS
ATIVIDADES COTIDIANAS
CRIANÇAS COM DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADE
=
MODIFICADO

Assim ...
AVALIAÇÃO

FOCADA NA ANÁLISE

CAPACIDADES E LIMITAÇÕES DA CRIANÇA
+
AMBIENTES FÍSICO, SOCIAL E CULTURAL EM QUE OCORRE O
DESEMPENHO
Caso 1
• Bruna, 8 anos, cursando segunda série de um colégio particular

• Freqüenta escola desde os três anos de idade

• Seu desenvolvimento foi normal, sem intercorrências

• Mora com os pais e um irmão mais velho de 12 anos

• A mãe é engenheira (nível superior) e o pai trabalha em


comércio (nível secundário).
Caso 1
• Queixa da professora: dificuldades em prestar atenção nas tarefas
 atividades prazerosas: não fica sentada

• Dificuldades para se relacionar com seus colegas

• Leitura era segmentada  dificuldade para concluí-la.

• Algumas avaliações necessitou de um tempo maior

DIAGNÓSTICO: TDAH
Caso 2

• Renato, 8 anos, está na 2ª série, em uma escola publica

• Mora com seus pais; tem duas irmãs mais velhas

• Desenvolvimento neuro psicomotor dentro dos parâmetros da


normalidade; sem intercorrências graves na área clínica

• Mãe  auxiliar de escritório (nível elementar concluído); pai 


mecânico de carros (elementar incompleto)
Caso 2
• Aluno: por apresentar dificuldades na escrita e na leitura 
submetido a uma avaliação psicológica, (pedido da professora)

• em conversa com os pais: constatou-se o quanto o aluno tem


dificuldades de leitura

• Causa provável : dislexia (???)


Caso 2
• Mas também considerou-se que:
• parte dos estudantes que escrevem as letras invertidas
• na alfabetização ou cometem erros ortográficos

• agem assim porque essas ocorrências são normais no processo de
ensino-aprendizagem.

?
DIAGNÓSTICO: DISLEXIA (??)
Caso 3
• André, 13 anos recentemente transferido de uma escola
particular
• Perdeu sua mãe com 1 ano e meio  anos de depressão, e
posterior suicídio
• avós paternos já haviam falecido antes de seu nascimento
• pai, com quem passou a maior parte do tempo hoje  pessoa
instável emocionalmente
• Pai sobrevive basicamente da pensão que a mãe deixou para o
filho
• Sem irmãos
• Sem informações sobre o desenvolvimento neuropsicomotor
• O pai relata não haver incidentes clínicos importantes
Caso 3
• Após o falecimento da mãe André vai para a casa dos avós
maternos  pouco tempo

• Pai: reivindica direito à guarda  visitas dos avós somente


quinzenais

• Transferido para uma escola pública (antes ficava numa escolinha


para que a mãe pudesse trabalhar)

• André na escola  familiares entendem que estava sendo bem


cuidado e se desenvolvendo adequadamente
Caso 3

• Após alguns anos falece o avô materno  avó: preocupada


com o futuro do menino  matricula em uma escola particular.

• neste período  fica evidente o sofrimento da criança (resultado

de inúmeros descuidos, desatenções e ausências de todo tipo)

• Familiares  surpreendidos com a primeira “bomba” de André ,

 final do ano  média de 30 pontos na maioria das disciplinas


Caso 3

• O menino “mais inteligente de sua sala” (segundo a família)


revelou uma fragilidade que ninguém parecia esperar

• André permaneceu na mesma escola apoio pedagógico e

psicológico, três vezes por semana

• No início do ano  notas muito boas  problema, em parte,

deveria estar resolvido


Caso 3

• Segunda etapa em diante  notas caíram, “choveram” chamadas


da coordenação pedagógica ao pai, que quase nunca estava
presente, reclamações de professores, colegas

• nítido sentimento de “fracasso” foi tomando conta de André e de


seus familiares
Caso 3

• A psicóloga identificou um alto grau de ansiedade e dispersão no


menino.

• psiquiatra  fazendo uso de antidepressivo.

• FUTURO?

DIAGNÓSTICO: “ABANDONO AFETIVO”


Caso 4
• Em uma escola pública  matriculada uma aluna: Tainá -
diagnosticada como autista.

• Mãe procurou a escola descobriu que a filha tinha o direito de


estudar em uma escola regular

• Necessitava trabalhar  Tainá, com cinco anos,demandava uma


atenção especial da  mãe impossível trabalhar fora nem
resolver os problemas do cotidiano da vida.

• Criança apresentou DNPM normal, mas regrediu a fala perto dos


três anos
Caso 4
• Para Tainá  difícil se aproximar das pessoas

• não conseguia ficar muito tempo dentro de um ambiente


fechado: queria ficar andando pela escola.

• Ficava muito tempo sobre a ponta dos pés

• não conseguia comer a merenda da escola

• Tainá trazia o seu lanche de casa  alimentava-se em sala


separada das outras crianças

• Ela conseguia realizar algumas atividades como colorir

• Entrava na escola após os outros alunos


Caso 5
• Isabela  7 anos , portadora de Síndrome de Down

• ingressou na escola pública com cinco anos de idade

• Um ano depois, com seis anos  matriculada na primeira etapa


do primeiro ciclo do ensino fundamental.

• Ao iniciar o ano letivo do ensino fundamental  novos desafios:


nova escola, nova professora, novos coleguinhas e um novo

ambiente
Caso 5
• dificuldade de adaptação  muito dispersa, agitada, agressiva,
desatenta e não interagia com os colegas nem com a professora

• Isabela conseguia dispersar e distrair todos os alunos ao mesmo


tempo

• para eles tudo era muito novo também  nunca tiveram um


colega de classe portador de necessidade especial.

• Quando ficava fora da sala de aula  ficava mais tranqüila, mas


mesmo assim mudava toda a rotina da escola.
Caso 6
• Vanda, 6 anos, proveniente da região nordeste do país

• Os pais migraram há três anos

• Vanda é a caçula de uma prole de 8 filhos

• Nasceu em casa, de parto normal; a mãe não refere


intercorrências na gravidez ou no desenvolvimento da criança,
mas diz que ela era “miúda demais”.

• Em SP a criança foi levada ao posto de saúde que considerou –a de


baixo peso, desnutrida por provável erro alimentar
Caso 6
• Começou a frequentar escola aos três anos – EMEI – mas os
professores queixavam-se que ela não acompanhava as atividades
em sala de aula

• Participava das brincadeiras no recreio sem problemas

• Sociável, obediente, cooperativa, desde que as instruções fossem


simples

• Na escola atual, Vanda não acompanha a classe, mas convive bem


com os colegas
DESNUTRIÇÃO GRAVE
Caso 7
• Rafael, 7 anos frequenta escola particular, segunda serie do
fundamental

• Filho primogênito, com mais dois irmãos. Os pais tem nível


superior (pai economista e mãe médica).

• Mãe relata que a gravidez foi desejada, sem intercorrências; parto


normal. Desenvolvimento neuro psicomotor normal.

• Sem relatos clínicos importantes, mas a criança apresenta


amigdalites de repetição
Caso 7
• Na escola apresenta desempenho acadêmico sofrível desde o
infantil.

• Comportamento agitado; acatava ordens mas tinha dificuldades


de atenção e concentração; bom relacionamento com a professora
e os colegas.

• Dificuldades para permanecer sentado por períodos maiores


Caso 7
• Passou por avaliação psicológica, com resultados compatíveis com
sua faixa etária

• Foi encaminhado ao neurologista que após as avaliações de


costume, solicitou avaliação do otorrinolaringologista

• Feita polissonografia, verificou-se que o menino apresentava um


índice de apneia e hipopneia (IAH) muito alto para sua faixa
etária. Apresentava ainda roncos constantes aferidos durante o
exame.
Caso 7
• Foi realizada a amigdalectomia

• Um mês após a cirurgia, observou-se acentuada melhora dos


sintomas, com reflexos positivos no desempenho escolar.

APNEA/HIPOPNEA OBSTRUTIVA DO SONO


BIBLIOGRAFIA

• VERMES, Joana Singer. Sobre livros: Terapia cognitivo-


comportamental no transtorno de déficit de atenção /
hiperatividade (manual do terapeuta e manual do paciente).
Revista Brasileira de terapia comportamental e cognitiva,
Campinas, v. VI, n. 1, p. 71-72, 2002.
• TELES, J. S. de Sá. Pedagogia familiar: os pais na educação
dos filhos. Salvador: Ed. Ianamá, 1993, p.78-81.
• BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a aprendizagem escolar.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
• COLL, César. Piaget, o construtivismo e a educação escolar:
onde está o fio condutor?. Porto Alegre: Artes Médicas,
1997.
BIBLIOGRAFIA

• ELLIS, Kathryn. Autismo. Rio de Janeiro: Revinter, National


Autistic Society, 1996. 181p.
• GAUDERER, E. Christian. Autismo. 3. ed. São Paulo: Atheneu,
1993. 192p.
• PERISSINOTO, Jacy; TAMANAHA, Ana Carina;
PEDROMÔNICO, Márcia Regina Marcondes.Autismo. São
José dos Campos: Pulso. 2003, 65p
• OLIVEIRA, Cacineli; REGINA C. T. CASTANHARO, Regina CT; O
terapeuta ocupacional como facilitador do processo
educacional de crianças com dificuldades de aprendizagem.
Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, Jul-
Dez 2008, v. 16, n.2, p. 91-99
BIBLIOGRAFIA

• BERGER, K.S. O desenvolvimento da pessoa: da infância à terceira


idade. 5 ed. Rio de Janeiro, LTC 2003.
• ERHARDT, R.; MERRILL, S.C. Disfunção Neurológica em Crianças. In
NEISTADT, M.; CREPEAU, E.B. (orgs); Willard-Spackman. Terapia
Ocupacional. 9 ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 542
– 565
• GHIRARDI, M.I.G. Educação inclusiva, processos psicológicos e a
terapia ocupacional. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, São Paulo,
v.11, n.1, p.13-16, jan./ abr., 2000
• POTASZ,Clarisse; VARELA, Maria José Vilela; CARVALHO,Luciane
Coin; PRADO, Lucila Fernandes; Prado, Gilmar Fernandes. Effect of
play activities on hospitalized children’s stress: a randomized
clinical trial. Scandinavian Journal of Occupational Therapy.
2012Early Online, 1–9.
clarissep@terra.com.br

Você também pode gostar