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MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA ‘SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA CPuM BIBLIQHECA CPRM — Servico Geoldgico do Brasil PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLOGICOS BASICOS DO BRASIL SAO FELIX DO XINGU FOLHA SB.22-Y-B Estado do Paré o ra \ Organizado por \ 0 Edésio Maria Buenano Macambira Arminio Gongalves Vale BRASILIA 1997 CREDITOS DE AUTORIA Parte | Capitulo 8 Edésio Maria Buenano Macambira Arminio Goncalves Vale, Capitulos 1, Edésio Maria Buenano Macambira e Emiliano Cornélio de Souza e 2e3 —Arminio Gongalves Vale ‘Magda Terezinha Guimaraes Marques Capitulo 9 Matia Telma Lins Faraco, Emiliano Comélio de Souza e Parte it Magda Teresnta Guimaraes Marques Capitulo 1 Edésio Maia Buerano Macambirae Capitulo 10 Edésio Maria Buerano Macambira e ‘Aminio Goncalves Vale ‘Amini Gongalves Vale Capitulo 2 Edésio Maria Buenano Macambira Parte lt ‘Aminio Goncalves Vale, Xaf da Sina Jorge Jodo, Capitulos 4 Joao Basta Freitas Andrade, Ere Santos Araijo 82 EdésioMaria Buenano Macambira, Svely Setay Arminio Gongalves Vale, Capitulo 3 Edésio Maria Buenano Macambira e dodo Batista Freitas Andrade, ‘Arminio Goncalves Vale Emiliano Cornélio de Souza, Capitulo 4 Xalida Siva Jonge Joao Magca Tereznha Guimardes Marques, Capitulo S Jodo Balsa Freitas Andrade, Ruy Célio Martins Etie Santos Araujo @ «Jonge Armando Frets do Amaral Maria Tela Lins Fraco Capitulo 6 Emiliano Comnélio de Souza, Cartas Magda Terezinha Guimaraes Marques, Goolégica —Arminio Goncalves Vale e Tomaz Aquino Massoud Lobato e Edésio Maria Buenana Macambica oo Henrique Goncalves Metalogenética/ Capitulo 7 Eric Sanios AraGjo e Rémulo Simoes Angélica -—-~Previsional’ Maria Telma Lins Faraco Revisao Final: Orlando José Barros de Araujo PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLOGICOS BASICOS D0 BRASIL PROJETO ESPECIAL MAPAS DE RECURSOS MINERAIS DE SOLOS € DE VEGETAAO PARA A AREA DO PROGRAMA GRANDE CARAJAS ‘SUBPROJETO DE RECURSOS MINERAIS Executado peta Companhia de Pesquisa de Fecutsos Minerais\ CPRM ‘Superntendncia Regiongl de Belém 7 _—. Consuitor Jodo Batista Sena Costa - UFPA Coordenago edhtorial a cargo da Divisdo de Editoragdo Geral ~ DIEDIG Departamento de Apoio Técnico ~ DEPAT Macambia,Edésio Maria Buerano Programa Levantamentos Geoldgicas Bisicos do Basi. Sto Félix do Xingu. Folha SB 22-¥-8, Estado do Pard/Organizado por Edsio Maria Buenano Macambira e Arminio Goncalves Vale ~ Esela 1250000. — Basia: CPR, 1996, 2384p. i. + mapas “Projelo Especial Mapas de Recursos Minerais de Solos de Vegeardo para a Area do Programa Grande Caras. Subpeoets de Recursos Mineras™ “Baecutado pea Companhia de Pesquisa de Recursos Mineris~CPRM, Superinindéncia Regional de Belém’ 1. Geclogia ~ Pard~ Mapas. |. Vale, Aminio Goncalves. I. Companhia de Pasquis de Recursos Mines. I Thut. co 558.115 SUMARIO RESUMO ......... ee wee ABSTRACT . . PARTE | - INTRODUCAO. Capitulo 1 - Hstrico do Programa Grande Carais-Subprojeto de Recursos Minerais 7 Capitulo 2 - Aspectos Gerais 2.1 Localizagao e Acesso 2.2 Metodologia : 2.2.1 Sequéncia dos Trabalhos . 2.2.2 Métodos Analiticos 2.3 Fisiografia . . ee 2.4 Aspectos Socioeconémicos. . +0... eee Capitulo 3 - Aspectos Geomorfolégicos 3.1 Metodologia 3.2 Compartimentagdo Geomorfolégica Regional |... 1... 3.3SistemasdeRelevo .... vet etet eee 3.3.1 Relevo de Degradagéo . 1s. eee 3.3.1.1 Relevo de Serras 3.3.1.2 Relevo de Morros 3.3.1.3 Relevo de Colinas - 3.3.2 Relevo de Agradagao 3.4Padrées de Drenagens ...- 6. eee eee PARTE II - GEOLOGIA Capitulo 1 - Geologia Regional 1.1 Trabalho Anteriores 1.2 Contexto Geotecténico Regional Capitulo 2 - Estratigratia 2.1 Compartimentos Geotecténicos 2.1.1 Terreno Granito-Greenstone do Sul do Para 2.1.1.1 Grupo Tucuma - AStu 2.1.1.2 Granodiorito Rio Maria - Asy1 2.1.2 Cinturao de Cisalhamento Itacaitinas 2.1.2.1 Complexo Pium ~ ASpi 2.1.2.2 Complexo Xingu - Asxi 2.1.2.3 Grupo Sapucaia - ASsa 2.1.2.4 Grupo Aquiti - ASaq 2.1.2.5 Grupo S4o Sebastiéo - ASss 2.1.2.6 Grupo So Félix - ASsf 2.1.2.7 Granito Plaqué - ASy2 2.1.3 Produtos Litoestruturais do Proterozdico Médio 2.1.3.1 Corpos Intrusivos 2.1.3.1.1 Granite Parauari - Ply3 2.1.3.1.2 Suite Intrusiva Cateté - Ply1 2.1.3.1. Suite Intrusiva Velho Guilherme ~ PMy4 2.1.3.2 Bacia do Médio Xingu 2.1.3.2.1 Grupo Uatuma 2.1.8.2.1.1 Formagao Sobreiro - PMB 2.1.3.2.1.2 Formagao lriri - PMet 2.1.3.2.2 Formag&o Triunfo - PMtr 2.1.4 Produtos Litoestruturais do Fanerozdico 2.1.4.1 Diabasio Cururu ~ Mzy2 2.1.4.2 Terciério Lateritico - Ti 2.1.4.3 Quaterndrio Colvio-Aluvionar - Qa Capitulo 3 - Geologia Estrutural 3.1 Terreno Granito-Greenstone do Sul do Para 3.2 Cinturdo de Cisalhamento Itacaitinas 3.2.1 Dominio Imbricado 3.2.2 Dominio Transcorrente 3.2.2.1 Sistema Transcorrente Anaporé 3.2.2.2 Sistema Transcorrente Araraquara 3.3 Bacia do Médio Xingu 3.4 Regime Distensivo do Fanerozdico 3.5 Integragao das Estruturas 29 29 34 37 40 40 40 45 48 48 51 55 58 62 64 68 70 70 70 72 75 81 81 82 84 86 88 88 90 92 95 97 100 100 101 101 104 107 109 110 X aS Capitulo 4 - Metamorfismo e Deformagdo ... ss re 4.1 Grupo Tucuma Dc eee 4.2 Granodiorito Rio Maria 4.3 Complexo Pium . . « 4.4 Complexo Xingu 4.5 Grupo Sapucaia 4.6 Grupos Aquiri, Sao Sebastiao e Sao Félix 4.7Granito Plaque... ... +. ee Capitulo 5 - Geofisica 5.1 Sistematica Adotada 5.2 Dados Utilizados 5.2.1 Aetogeotisica 5.2.2 Geolisica Terrestre : a 5.3 Interpretagdo dos Dados... 2. ee ee 5.3.1 Aerogeofisica 5.8.2 Geofisica Terrestre eo 5.3.3 Aspectos Estruturais Magnéticos e Radiométricos Capitulo 6- Geoquimica 6.1 Petroquimica 8.1.1 Panorama petroquimico das Seqdéncias Metavulcano-Sedimentares, Arqueanas na Folha S40 Félix do Xingu ...----- 11 Introdugdo . . . . “112 Gomposigao das Rochas Metassedimentares : 1.3 Composigéo das Rochas Metavulcanicas .......-- 4.3.1 Grupo Tuouma : 61.1.3.2 Grupo Sapucaia . 6.1.1.3.3 Grupo Aauiri : 6.1.1.3.4 Grupo Sao Sebastiao 6.1.1.3.5 Grupo Sd Félix . . 6.1.2 Rochas Metabasicas do Complexo Xingu, Basico-Utrabasicas da Suite Intrusiva Cateté e Basicas do Diabasio Cururu 6.1.2.1 Introdugao . . : 6.1.2.2 Rochas Metabésicas do Complexo Xingu. : 6.1.2.2.1 Composigdo e Classificagao Quimico-Mineralogica . .. . - - 6.1.2.2.2 Elementos-Traco a : 6.1.2.2.3 Ambiéncia Geotectonica 6.1.2.3 Sufte Intrusiva Cateté 6.1.2.3.1 Introdugao : 6.1.2.32 Classiticagao Quimico-Mineral6gica e Natureza das Séries Magmaticas 6.1.2.3.2.1 Composigao Petroquimica 113 114 115, 116 116 117 118 119 121 121 121 421 122 122 122 133 136 139 139 139 139 140 149 149 159 166 169 171 174 174 175 176 178 179 180 180 181 183 6.1.2.3.2.1.1 Rochas Ultraméficas 6.1.2.3.2.1.2 Rochas Maficas 6.1.2.3.3 Ambiéncia Paleotecténica 6.1.2.4 Diabasio Cururu 6.1.2.4.1 Introdugao 6.1.2.4.2 Classificagao Quimico-Mineralégica e Composigao 6.1.2.4.3 Ambiéncia Geotecténica 6.1.3 Rochas Grantticas, 6.1.3.1 Introdugao 6.1.3.2 Classificag&o Quimico-Mineralégica e Composigéo 6.1.3.2.1 Granodiorito Rio Maria 6.1.3.2.2 Complexo Xingu 6.1.3.2.3 Granito Plaqué 6.1.3.2.4 Granito Parauari 6.1.3.2. Suite Intrusiva Velho Guilherme 6.1.3.3 Associagéo Tectono-Magmaticas 6.1.4 Vulcanicas Intermedidrias e Acidas do Proterozdico Médio 6.1.4.1 Introdugao 6.1.4.2 Formagao Sobreiro 6.1.4.2.1 Elementos Maiores 6.1.4.2.2 Elementos-Trago 6.1.4.2.2.1 Elementos de Terras-Raras 6.1.4.2.3 Ambiéncia Geotect6nica 6.1.4.3 Formagao Iriri 6.1.4.3.1 Caracteristicas Geoquimicas e Classificagéo Quimico-Mineralégica 6.1.4.3.2 Comportamento dos Elementos de Terras-Raras 6.1.4.3. Protdlitos 6.1.4.3.4 Ambiéncia Geotecténica Capitulo 7 - Prospecgdo Geoquimica 7.2.1 Sistemética Adotada 7.2.1.1 Planejamento 7.2.1.2 Amostragem 7.2.1.3 Andlises 7.2.1.4 Interpretagao dos Dados 7.2.1.5 Apresentagao dos Resultados 7.2.2 Resultados Obtidos 7.2.2.1 Consisténcia dos Dados 7.2.2.2 Correlacdes Geoquimicas 7.2.2.3 Estimadores Geoquimicos 7.2.2.4 Discussao das Anomalias 7.3 Litogeoquimica dos Planitéides 183 190 193 195 195 196 202 202 202 203 203 214 216 221 224 232 234 234 234 234 241 243 244 246 246 248 250 250 253 253 253 253 254 255 256 257 257 259 260 261 27t Capitulo 8 - Geocronologia 8.1 Suite Intrusiva Velho Guilherme 8.2 Granodiorito Rio Maria 8.3 Granito Parauari 8.4 Complexo Xingu 8.5 Geocronologia Relativa Capitulo 9 ~ Metalogenia 9.1 Consideragdes Preliminares 9.2 Areas Mineralizadas 9.2.1 Mineralizagdes de Niquel 9.2.2 Mineralizagdes de Ferro 9.2.3 Mineralizagdes de Cassiterita 9.2.4 Mineralizagdes de Ouro 9.2.5 Mineralizagdes de Tungsténio 9.266 Indicios de Mineralizagdes de La-Y-Sn 9.27 Indicios de Mineralizagées de Nb-Sn 9.2.8 Indicios de Mineralizagées de Pb 9.2.9 Indicios de Mineralizagées de Ag 9.2.10 Indicios Radiométricos 9.2.11 Indicios Magnéticos 9.2.12 Algumas Considerages Metalogenéticas Acerca dos Diversos Ambientes Geotect6nicos 9.3 Consideragdes Petrolégicas-Metalogenéticas Capitulo 10 - Geologia Econémica 10.1 Introdugao 10.2 Cassiterita 10.3 Ouro 10.4 Niquel 10.5 Ferro 10.6 Galena 40.7 Wolframita 10.8 Pedras Semipreciosas 10.9 Argila Vermelha 10.10 Agua Subterranea 10.11 Material de Construgao PARTE Ill - CONSIDERACOES FINAIS Capitulo 1 - Conclusées 1.1 Geologia 1.2 Geofisica 1.3 Geoquimica 1.4 Metalogenia 277 278 283 286 289 291 299 299 299 300 303 303 304 305 305 305 305 306 306 306 307 309 315 315 316 317 318 320 321 321 321 322 322 322 325 325 326 326 328 Capitulo 2 - Recomendagdes 2.1 Geologia 2.2 Geofisica 2.3 Geoquimica 2.4 Metalogenia Referéncias Bibliograficas APENDICES 1 - Sumula dos Dados de Produgao 2 -llustragdes Fotograficas ANEXOS: * Carta Geolégica * Carta Metalogenética/Previsional 329 329 330 330 331 333 A Companhia de Pesquisa de Recursos Mi- nerais - CPRM, através da Superintendéncia Re- gional de Belém - SUREG-BE, executou em convénio com o Departamento Nacional da Pro- dugo Mineral - DNPM, no periodo de 1986 a 1991, 0 mapeamento geolégico na escala 1:250.000 da Folha Sao Félix do Xingu (SB.22-Y- B). Este empreendimento é parte integrante do Projeto Especial Mapas de Recursos Minerais de Solos e de Vegetacao para a Area do Programa Grande Carajas - Subprojeto Recursos Minerais. ‘A execucao desse programa envolve uma i, 3080 interministerial abrangendo érgaos dos APRESENTAGAO ministérios de Minas e Energia, Agricultura e Reforma Agraria, e da Secretaria de Planeja- mento da Presidéncia da Republica, e obje- tiva fornecer subs{dios que permitam orientar © processo de ocupagao da terra e 0 apro- veitamento racional dos seus recursos natu- rais. Este relatorio apresenta a integragao das informagées obtidas através de mapeamento geolégico, prospecgao geoquimica, pros- pecgao geofisica e avaliagéo metalogenéti- ca, a qual revela um elevado potencial mineral para a Folha Sao Félix do Xingu. A\ rotna sao Félix do Xingu situa-se na por 40 S-SE do Estado do Paré e envolve um quadro geolégico representado, fundamental- mente, por compartimentos de idades arquea- na e proterozdica, Ao contexto mais antigo associam-se o Terreno Granito-Greenstone do Sul do Para e 0 Cinturdo de Cisalhamento lta- caitinas, e ao Proterozbico, a Bacia do Médio Xingu. Estes grandes conjuntos sao subordina- damente atetados por corpos intrusivos de ida- des proterozéica e mesozéica, e sobrepostos por coberturas cenozéicas. O Terreno Granito- Greenstone, exposto na porgao S-SE da folha, € representado por rochas supracrustais do Grupo Tucuma e granitéides da unidade Rio Maria, relacionados a um regime tecténico es- sencialmente direcional, orientado, preferen- cialmente, na diregao NW-SE. O Cinturdo Itacaiunas, evoluido a partir de um regime com- pressivo obliquo sinistral, ocupa mais de 50% da area investigada, sendo representado por dois dominios litoestruturais distintos. O primei- ro, caracterizado por sistemas imbricados, en- volve rochas dos complexos Xingu e Pium, do Grupo Sapucaia e do Granito Plaqué, dispos- tas em padr&o anastomosado, segundo um trend WNW-ESE. O segundo dominio é repre- RESUMO sentado pelos sistemas transcorrentes Anapo- 1, com orientagao E-W, situado na porgdo norte da folha; e Araraquara com orientagdo N-S, na porgdo central. A esses sistemas asso- ciam-se os grupos Aquiri, Sao Sebastido e So Félix, respectivamente. A Bacia do Médio Xin- gu gerada a partir de um regime distensivo com eixo de estiramento maximo NE-SW, ex- pde-se na porgdio ocidental da drea investiga- da e compreende rochas vulcanicas das for- magées Sobreiro e Iriri, do Grupo Uatuma, bern como arenitos da Formagdo Triunfo. O quadro proterozéico completa-se com as intrusivas basico-ultrabasicas da Suite Intrusiva Cateté, e com granitdides das unidades Parauari e Suite Intrusiva Velho Guilherme. As intrusivas meso- 26icas so representadas por diques do Dia- bdsio Cururu, enquanto as coberturas cenozéicas por lateritos, coluvios, eltivios e aluvios. A integragdo geolégico-geofisico-geo- quimica permitiu identificar indicios, anoma- lias, ocorréncias e depésitos, que possibilitaram a delimitagdo de 4reas favoré- veis para Fe, Au, Sn, Cu, Pb, Zn, Ni, Cre EGP, © que consolida um grande potencial mineral, cartografado e caracterizado no mapa metalo- genético/previsional. The ‘So Félix do Xingu area is located in the S-SE region of the Para State, comprising a geological setting mainly represented by some domains of archean and proterozoic ages. The South of Para Granite-Greenstone terrain and the Itacaiunas Shear Belt are related to the oldest geologic context, while the Medium Xin- gu Basin is related to the Proterozoic. This major complexes are subordinately affected by the mesozoic intrusive bodies, overlained by cenozoic covers. The granite-Greenstone ter- rain, which is exposed on the S-SE portion, is represented by supracrustal rocks belonging to the Tucuma Group and granitoid rocks of the Rio Maria Unit, both related to a strike-slip tec- tonic regime. The Itacaitinas Belt which is rep- resented by two distinct lithostructural domains covers more than 50% of the studied area. The first one is characterized by imbricated sys- tems and includes rocks of the Xingu and Pium complexes, Sapucaia Group and Plaqué Gra-. nite showing anastomosed pattern, following a WNW-ESE trend, The second one located in the northern part of the Project is represented by the Anapord strike-slip systems with an E-W ABSTRACT orientation and, finnaly, the Araraquara Do- main, in the central part of the area, with a N-S orientation. To all these systems the Aquiri, S40, Sebastido and Sao Félix groups are associated respectively. The Medium Xingu Basin genera- ted from a extensional regime, having as its maximum strechting the NE-SW direction, and croping out in the eastern part of the studied area, comprises the Sobreiro and Iriri volcanic rocks, as well as sandstones of the Triunfo Formation, The proterozoic framework is com- pleted with the basic-ultrabasic intrusive rocks of the Cateté Intrusive Suite; with the Parauari Granite and Velho Guilherme Intrusive Suite. The mesozoic intrusive rocks are represented by the Cururu Diabase, while the cenozoic co- vers are composed by laterites, colluvium and alluvium. The geological, geophysical and geo- chemistry studies alow us to identify some clues, anomalies, occurrences and deposits which make possible the identification of some favorable areas for Fe, Au, Sn, Cu, Pb, Zn, Ni, Cr and PGE, which makes evident the great mineral potencial as showed on the Previsional and Metallogenetic map. PARTE | INTRODUCGAO 1 SB.22-Y-B (Sao Félix do Xingu) Histérico do Programa Grande Minerais O Projeto Especial Mapas de Recursos Mi- nerais, de Solos e de Vegetagao para a Area do Programa Grande Carajas, ocupa uma area de cerca de 840.000km”, limitada aproximadamen- te pelos paralelos 00°00’ e 09°00'S ¢ pelos me- ridianos 42°00" e 52°30'WGr, abrangendo parte dos Estados do Para, Tocantins e Mara- hao (figura |. 1.1). Este empreendimento objetiva fornecer subsidios que permitam orientar 0 pro- cesso de ocupacdo da terra € 0 aproveitamento racional dos seus recursos naturais. Para que as metas fossem alcangadas através de uma pro- gramago coerente de trabalhos, dividiu-se as atividades nos seguintes subprogramas: Mapas Metalogenético e de Previsdo de Recursos Mine- rais; Levantamento de Solos e Zoneamento Pe- Carajas — Subprojeto de Recursos doclimatico, Mapeamento da Vegetagao, In- ventario Florestal e Monitoramento; Interpreta- cao Automatica de Imagens de Satélite e Sistema de Informagao Geografica. Face a multiplicidade dos temas e a dimensao do programa de pesquisa, 0 Projeto tem carater interministerial, envolvendo érgaos dos ministé- tios de Minas e Energia, da Agricultura e Reforma ‘Agraria, e da Secretaria de Pianejamento da Pre- sidéncia da Reptblica. ‘A execugao do Subprograma Mapas Metalo- genético e de Previsdo de Recursos Minerais 6 de responsablidade do DNPM e est sendo exe- cutado pela CPRM. O Subprograma Interpreta- go Automatica de Imagens de Satéiites, no que Se refere aos recursos minerais, é de responsa- Programa Levantamentos Geolégicos Basicos do Brasil bilidade do Convénio DNPM/CPRM/INPE. Os demais subprogramas so de responsabilida- de da EMBRAPA, IBAMA e COCAR/IBGE e ainda nao foram implementados A elaboragaio dos mapas Metalogenético e de Previséio de Recursos Minerais para o do- minio da Folha Sao Félix do Xingu, é parte integrante do Projeto Especial Mapas de Re- cursos Minerais, de Solos e de Vegetagao para a Area do Programa Grande Carajas, cuja exe- cugdo foi autorizada através da Solicitagao de Servigo DNPM/DGMICPRM n° 256/85 Ajustificativa principal para a execugao des- te projeto deve-se a necessidade de informa- gdes geolégicas basicas, que permitam a avaliagao do potencial metalogenético dessa regio e que orientem o processo de ocupagao da terra, sem a indesejavel degradagao do meio ambiente. Para preencher tais lacunas, os trabalhos executados na Folha Sao Félix do Xingu voltaram-se para o entendimento do at- ranjo litoestrutural da 4rea, para a avaliagdo do potencial mineral e para 0 esbogo de um plano de otimizagao e direcionamento das agdes go- vernamentais e privadas, a fim de minimizar o risco dos investimentos, através dos seguintes produtos finais: Carta Geolégica, Carta Meta- logenética/Previsional e Cartograma de Plane- jamento de Agdes Governamentais Area abrangide pelo Programe Grande Corojss Figura I.1.1 ~ Projeto Especial Mapas de Recursos Minerais de Solo e Vegetacao para a Area do Progra- ma Grande Carajas. 2 ‘SB.22-Y-B (Sao Félix do Xingu) Aspectos Gerais 2.1 Localizagéo e Acesso A Folha Sao Félix do Xingu (SB.22-Y-B) possui uma area de cerca de 18.287km?, e é limitada pelos paralelos 6°00' e 7°00'S e pelos meridianos 51° 00' e 52° 30’ W (figura 1.24) Geograficamente, situa-se na porgao meri- dional do Estado do Paré e abrange parte dos municipios de Sao Félix do Xingu, Parauape- bas, Ourilandia do Norte e Tucumé (figura 1.2.2) As cidades de Sao Félix do Xingu, Tucuma e Ourilandia do Norte so os principais nucleos urbanos. Os dois primeiros sao servidos por linhas aéreas regulares que permitem acesso & capital do estado. inumeras pistas de avia- 940 de pequeno porte, usadas por fazendeiros e/ou garimpeiros, séo comuns em toda a re- gido. Aprincipal via de acesso rodovidriaé aPA-279, uma estrada de terra em conclusao, que permite conexéio daquelas localidades com a cidade de Xinguara, na PA-150, de onde é possivel alcan- gar a rede rodovidria nacional. A partir da PA-279 desenvolve-se uma complexa malha de estradas vicinais que atende aos interesses dos fazendei- ro8, agricultores, garimpeiros emadeireiros. Den- tre essas destacam-se as estradas informalmente denominadas de Morada do Sol, do Cuca, da Fazenda Belauto, da Impar, da Fazenda Bannach e da Colénia Tancredo Neves Das estradas implantadas pelas empresas de minerago as mais importantes so a estrada do S40 Raimundo, situada no extremo-noroeste da tea de trabalho, e a estrada do Mocambo, loca- lizada no interflavio dos rios Xingu e Fresco. A maioria destas rodovias apresenta precdrias condigdes de trafegabilidade e so parcialmen- te obstruidas durante o periodo chuvoso. Programa Levantamentos Geol6gicos Basicos do Brasil SUBPROJETO RECURSOS MINERAIS COBERTURA CARTOGRAFICA NA ESCALA 1: 250.000 FOLMAS Paaciais _ (a eee 4a Programe Grane Cariée fen) Falko So Félix o Xiogs a paseo [eater |seceeafpes fra] dane sere fer] weezduaro lard aarelasre|aanemarre| . + £ 4 z + | Par. ree zeae [p2hvs leery lace ; WARANHRO™ | i san sihva)smanee [wana Z| sp2r0|sherz0 lagu [warrofsehre peels va 9a ° feeegiend| 7 fax — ot $ i soune Se Marcum Sa tonrmdous ronaco 1 Gessarane Seat nevus caver cenias eats unueat rene oct wee ence 00 a sho wis Figura 1.2.1 - Projeto Especial Mapas de Recursos Minerais de Solo e Vegetacéo para a Area do Programa Grande Carajas. SB.22-Y-B (Sao Félix do Xingu) 3 Drenogem principal @ chests © vile © serosorte + pista ae oviogio 7 Estrada estadver - Eptvade vicinel pivisio MUNICIPAL PO Limite de érea ingigens ~~ gu"reservatoresist Figura |.2.2 - Mapa de infra-estrutura e acesso. Programa Levantamentos Geologicos Basicos do Brasil O principal acesso fluvial é o Rio Xingu que secciona transversalmente a porgao ocidental da regio de trabalho. A cidade mais importan- te a jusante de Sao Félix do Xingu é Altamira, também situada na margem direita do Rio Xin- gu; © trecho do rio entre as duas cidades é muito encachoeirado e pode ser percorrido de 03 a 10 dias, dependendo do tipo de embar- cagao, do nivel das dguas e do sentido da viagem. Os rios Fresco, Branco, Triunfo e 0 igarapé Sao José completam a rede fiuvial trafegavel por pequenas canoas 2.2 Metodologia 2.2.4 Seqiiéncia dos Trabalhos A metodologia utilizada nos trabalhos foi a constante no documento elaborado em setem- bro de 1984 por érgdos dos ministérios de Minas e Energia, e da Agricultura, denominado de Projeto Especial - Mapas de Recursos Mi- nerais, de Solos e de Vegetagao para a Area do Programa Grande Carajés. Inicialmente, as varias etapas de trabalho foram enquadradas na programago destinadas as folhas do tipo “A”, do Bloco |, caracterizadas pela maior com- Plexidade geolégica e pela dificuldade de acesso, Entretanto, de acordo com entendi- mentos mantidos entre a CPRM.e o DNPM, a programago original foi adaptada as reais condigées operacionais, tendo-se observado a seqiiéncia de trabalhos abaixo descrita. Os detalhes especificos sobre a metodologia apli- cada serdo descritos quando da abordagem individual dos diversos temas (geofisica, geo- quimica, etc.) Etapa 1: Coleta de Dados - Esta fase foi desenvolvida no periodo de janeiro amargo de 1986 € constou basicamente das seguintes atividades: implantagao dos trabalhos; levan- tamento e aquisigo das informagées sobre a geologia, os recursos minerais e as ciéncias afins; levantamento, selecionamento e aquisi- 0 do material fotografico: fotografias aéreas convencionais nas escalas 1:100.000 e 1:45.00; imagens de radar nas escalas 1:100.000e 1:250.000; imagens de satélite TM- 5 (Bandas 3,4 € 5) nas escalas 1:100.000 e 1:250.000; e bases planimétricas do IBGE nas escalas 1:100.000 e 1:250.000 Etapa 2 : Andlise dos Dados - Foi executada no perlodo de abril a agosto de 1986 e com- preendeu as seguintes tarefas: catalogagao, organizago e priorizagao do material coletado na fase anterior; levantamento, organizagao e andlise do material bibliogrdfico disponivel; e elaboragéo de mapas de compilagao biblio- gréfica. Esta fase se encerroucom a confecgao de um relatério de pesquisa bibliogratica Etapa 3 : Fotointerpretago Geologica - Esta tarefa foi realizada no periodo de setembro/86 a fevereiro/87 e consistiu da classica interpre- taco fotogeolégica através do método das chaves. Esta etapa também resultou na elabo- ragao de um relatério de fotointerpretago geo- logica, Etapa 4 : Planejamento de Campo ~ Desen- volveu-se no periodo de margo a maio de 1987 e constou da elaboragao de mapas de servico (itolégico, estrutural, geocronolégico, etc.) e das bases logisticas/geolégicas para a execu- 80 dos trabalhos de campo, Neste periodo, a equipe do projeto juntamente com um gedlogo do DNPM, realizou uma viagem a area de tra- balho com objetivo de fazer um reconhecimen- to geolégico e verificar a infra-estrutura e 0 acesso. Ainda nesta etapa, foi feita uma apre- sentagao a comunidade geolégica, no 5° Dis- trito do DNPM, dos trabalhos executados e da programago para a etapa de campo Etapa 5: Trabalhos de Campo | - A primeira etapa dos trabalhos de campo foi desenvolvida no periodo de junho a dezembro de 1987 © constou do mapeamento geolégico e da pros- pecgao geoquimica. Os trabalhos de mapea- mento geolégico foram executados por dois gedlogos, tendo por base os mapas elabora- dos na etapa anterior e segundo 0 método das segdes geolégicas executadas ao longo das estradas e dos cursos d’4gua navegaveis. Nas reas interiores, sem acesso fluvial ou rodovid- rio, intmeras segées geoldgicas foram feitas a pé, através de picadas abertas na floresta. A prospecgao geoquimica levada a efeito foi de natureza regional e executada por dois técni- cos em mineracdo, concomitantemente ao ma- peamento geolégico. Constou de amostragem, fo mesmo ponto de coleta, de sedimento de corrente e concentrado de bateia. A técnica de amostragem e a coleta dos parametros descri- tivos de campo obedeceram os padrées esta- belecidos pelo Manual Técnico do DNPM Etapa 6: Interpretagao e Consolidacao dos Dados | - Esta fase desenvolveu-se no periodo de janeiro a maio de 1988 e constou das se- guintes tarefas: andlises dos materiais coleta- dos (petrograficas, mineraldgicas, quimicas, geoquimicas € geocronolégicas), interpreta- 940 dos recém-adauiridos mapas geofisicos (aeromagnetométrico e aerorradiométrico); in- terpretagdo fotogeolégica e planejamento da proxima atividade de campo. Paralelamente. foram enviadas aos laboratérios as amostras coletadas na etapa anterior. Etapa 7: Trabalhos de Campo || - Foi realiza- da no periodo de junho a dezembro de 1988. Esta fase, além dos trabalhos de campo, exe- cutados semelhante aos da fase de Trabalho de Campo |, abrangeu ainda as atividades de consultoria técnica na érea de geologia estru- tural e petrologia, e um levantamento geofisico terrestre (gravimetria e magnetometria), Para- lelamente a esta fase, também desenvolveram- se 08 trabalhos analiticos. ‘SB.22-Y-8 (Sao Félix do Xingu) Etapa 8: Interpretagdo e Consolidagao dos Dados I! - Estes trabalhos foram reali- zados no period de janeiro a agosto de 1989 e constituiram-se de: organizagéo do material amostrado e o seu selecionamento para as diversas anélises; elaboragao dos mapas de amostragem; Interpretagao foto- geolégica e elaboragao da carta geolégi- ca. Paralelamente, desenvolveram-se os diversos trabalhos laboratoriais. Etapa 9: Confeccao do Relatério - Foi exe- cutado no periodo de setembro/89 a dezem- bro/92 e constou das seguinte tarefas interpretagdo dos dados geolégicos, geofisi- cos @ geoquimicos; elaboragao dos mapas tematicos; redagao do relatério; revisdo e compatibilizag&o dos mapas e texto. Finalmente, deve ser salientado que, parale- lamente ao desenvolvimento do projeto, a equi- pe executora participou ativamente, do treinamento técnico promovido pelo Programa de Levantamentos Geoldgicos Basicos do Bra- sil - PLGB. 2.2.2 Métodos Analiticos As anélises do material coletado durante os trabalhos de campo foram executadas nos seguintes laboratérios: Laboratorio Central de Andlises Minerais - LAMIN, na CPRM - Rio de Janeiro; Segao de Labora- torio da CPRM - SUREG-BE; GEOSOL - Geologia Sondagens Ltda e Laboratério de Geologia Isotépica, do Centro de Geocién- cias, da Universidade Federal do Para Este Ultimo laboratério foi responsavel pe- las andlises geocronolégicas, cujametoda- logia analitica encontra-se descrita em Lafon et al. (1990). Para as demais andli- ses, os processos analiticos so descritos sumariamente a seguir: Programa Levantamentos Geolégicos Basicos do Brasil Laboratorio Central de Andlises Minerais - LAMIN | - Preparacao de Amostras 1 -Concentrados de Bateia As amostras foram secas em estufa a 80°C, acondicionadas e rotuladas em recipientes plasticos 2 - Sediméntos de Corrente As amostras originais foram peneiradas, e a fragaio < 80mesh foi pulverizada a -150mesh, 3 - Rochas As amostras foram britadas a 3mm, quar- teadas quando necessario, e pulverizadas a -150mesh. Equipe Técnica ~ Ademair José Luz ~ Preparador ~ Wanderley da Silva Torres - Preparador - Ivo Elias dos Santos - Preparador Il - Procedimentos Analiticos 1 - Estudos dos Concentrados de Bateia As amostras de concentradés de bateia, apés preparadas, foram examinadas em lupa binocular para verificago e contagem das pin- tas de ouro. Posteriormente, as amostras foram quarteadas: uma parte foi arquivada e a outra submetida a andlise de Espectrometria de Ab- sorgao Atémica, por sublimacdo, para esta- nho. Equipe Técnica para o estudo em Lupa Bi- nocular ~ Alderan Anténio Souza ~ Técnico em Mine- ragao ~ José Paulo Santos de Melo ~ Técnico em Mineracdo 2 -Ditrago de Raios-X As andlises foram efetuadas num difratéme- tro de raios-X Philips PW 1140, utilizando tubo de cobre, com excitagao de 40 Ky e 25 mA, 10. filtro de Ni, contador Geiger, velocidade de varredura de 2°/minuto e registro grafico com velocidade de 1200mm/h. Equipe Técnica = Nelson da Silva Gondim - Gelogo 3 ~ Fluorescéncia de Raios-x ~ Determina- 40 de Nb, Zr, Ye Rb. As determinagdes de Nb, Zr, Y, Rb, em ro- cha, foram efetuadas por fluorescéncia de raios-X, utilizando tubo de tungsténio, com po- téncia de 45kg e S0mA, discriminaco de ener- gia, contador de cintilagao, cristal analisador LiF e registro grafico em velocidade de 1°/mi- nuto e 600mm/h. As amostras a -150mesh fo- ram diluidas em amido na proporgao de 1:1, repulverizadas e homogeneizadas em moinho Shattebox-Spex por 60' e prensadas a 30t por 30’. As curvas de calibragao foram levantadas a partir de padrées de rocha do USGS e de rochas brasileiras analisadas quantitativamen- te por espectrografia de emissao stica, Equipe Técnica ~ Nelson da Silva Gondim - Gedlogo ~ Gerda Pierre Marques de Gouvéa - Enge- nheiro Quimico Elemento Nb z ¥ Re 10pm “1000p 00pm] 00096, 4 — Espectrografia de Emissdo Otica ~ And- lise Semiquantitativa para 30 Elementos Dez miligramas de amostra, previamente pulverizados a -160mesh, foram misturadas com 20mg de pé de grafite, espectrografica- mente puro, e a mistura foi colocada em eletro- do de grafite. As amostras foram queimadas em espectrégrafo Wadsworth 1,5, da Jarrell- Ash, durante 02' 15". A luz emitida foi decom- posta por uma rede de difragdo e, os comprimentos de onda correspondentes aos diversos elementos, foram registrados em filme Kodak SA-1. A revelacao foi eita com revelador Kodak D-19, durante 02' a 18°C. ‘A comparacao do filme das amostras com um filme de padrées espectrograticos, abtidos em iguais condigdes, foi feita visualmente em comparador Jarrell-Ash. Os padrées utilizados obedeceram a série 1 -2-5- 10- 20-50- 100ppm etc. ¢ interpola- Ges visuais entre estes valores foram sempre dadas como 1,5-3-7- 15 -30-.70ppm etc. A precisao (reprodutibilidade) de um valor regis- trado é de ( + ) um intervalo num limite de confianga de 68% ou seja dois intervalos, num limite de confianga de 95%. Equipe Técnica = Vera Lucia Varela Augusto Barbosa - Qui- mico = Hélio José da Luz - Técnico Quimico = Vera Licia de Queiréz - Técnico Quimico Francisco de Souza Beltréo - Técnico Qui- mico [Andie espectrogratica semiquanttatva para 20 elementos $8,.22-Y-B (Sao Félix do Xingu) 5 - Ensaio por Fusdo/Espectrografia de Emissdo Otica - Determingdo de Metais do Grupo da Platina Quinze gramas de amostra, pulverizados a -150mesh, foram fundidos com mistura fundente de carbonato de sédio, silica, b- rax, 6xido de chumbo II e agente redutor. © botéo de chumbo resultante, contendo 0s metais preciosos, foi submetido & cope- lagdo para obtengdo de pérola de metais preciosos Esta pérola, onde foram concentrados os Elementos do Grupo da Platina, foi coloca- da em eletrodo de grafite ao qual foram também adicionados 2mg de cloreto de aménio. A queima da pérola foi efetuada em espectrégrafo Wadsworth, 1,5m da Jar- rell-Ash, durante 2’ em ambiente de argé- nio : oxigénio (70:30) e os comprimentos de onda emitidos pelos diversos elementos fo- ram registrados em filme Kodak SA-1. A revelagao foi com revelador Kodak D-19, durante 2', a 18°C ‘A comparagiio do filme das amostras com um filme de padrées espectrograticos, obtido em iguais condigées, foi feita visualmente em comparador Jarrell-Ash Os padrées utilizados obedecem a série 1-2-5 - 10-20 - 50- 100ppm etc. e interpolagdes visuais entre estes valores s&o sempre dadas como 1,5-3-7- 15-30 - 7Oppm etc..A precisdo (reprodutibilida- de) de um valor registrado 6 de (+) um intervalo num limite de confianga de 68% ou dois intervalos, num limite de confianga de 95% Os resultados obtidos foram relacionados como peso da amostra inicial e registrados em ppb. Equipe Técnica = Nelson Chinem - Engenheiro Quimico Ge [ume | ume | Ge | Lmte | Limte imento| it Sup. —_|mento| nt swe. | Fe 0.058 ionlou sepm| _20.000pe] [Mg | 0.02% 10%[La | _20ppra| _1000ppm ica | 0058 z0%|Mo | sppm| _ 2000ppm| T_|0002%| _1%]N» | 10pm] 2000ppm| [vn Oppm| _6.000ppr|Ni_ Sppm| 5 000pam| las | 0pom| 5000ppm|Pp | r0ppm|_20.000ppm Jas __| 200m] “10.009ppm|sb |" 100ppm{ _10.000ppm| au | 10ppm| __S00nm|Se sper) 100ppm [3 | 10pm) 2000ppm|sn | _10ppm| _ 1000ppm (62 | z0ppm| —S000ppm|s+ | 100ppm|__5.0c0pom ee ‘pam| 1 000pem|v 16pm} _10.000p%m lei 7oppm| —1.000p5m|w | 0ppm|_2.000ppm| [ca | 20ppm| __s00ppm|¥ ‘0ppm|_— 2000p co Sppm|_2000ppm|2n | 200pm} _10000ppm er | 10pm) — §:000peen|ze 10pem| 1000p 7 [ca | —s00em] _1098pm ~ Hélio José da Luz - Técnico Quimico Ate Programa Levantamentos Geolégicos Basicos do Brasil Determinagéo de metais do Grupo da Platina ~ ensai por fusdoles pectogralia de emisedo stica, Elemento | timite superior PL i Sppm Pa Spm J 6 - Espectrometria de Absorgao e/ou Emis- so Atémica - Colorimetria - Potenciometria - Determinagao de Elementos-Trago a) Espectrometria de Absorgao Atémica - Determinagao semiquantitativa de Cu, Pb, Zn, Ni, Co, Cr, Fe e Mn Digestao da amostra com acide nitrico con- centrado a quente e determinacao dos elemen- tos por espectrometria de absorgao atémica utilizando chama de ar-acetileno (chama de 6xido nitroso-acetileno da dosagem de Cr) e correcdo de background, quando necessario Limites Inferiores de Deteceao. Cu 1ppm Pb 4ppm Zn ppm Ni 1ppm Co tppm Cr S5ppm Fe 0,01ppm Mn tppm b) Espectrometria de Absorgao Atémica - Determinagaio semiquantitativa de As Digestdo da amostra com Agua-régia e de- terminagdo de As por espectrometria de absor- 40 atémica, utilizando 0 acessério de geragao de hidretos. Limite Inferior de Deteceao: As 0,5ppm c) Espectrometria de Absorgo Atémica - Determinagao semiquantitativa de Sn Sublimagao da amostra com iodeto de amé- nio. Digestéo do material sublimado com solu- 40 dcida e extragao de estanho, sob a forma de complexo organico, com metilisobutilceto- na. Determinagao do elemento por espectro- metria de absoreao atémica, utilizando chama de éxido nitroso-acetileno Limite Inferior de Detecg&o: SN ‘ppm d) Espectrometria de Absorgao Atémica ~ Determinagdo semi-quantitativa de Au Digestao da amostra com mistura de Acido bromidrico e bromo, extragao do ouro com metilisobutilcetona, Determinagao do elemento por espectrometria de absorgao atémica, utili- zando chama de ar-acetileno. Limite inferior de Deteceao Au 0,02ppm e) Espectrometria de Absor¢ao Atémica - Determinagao quantitativa de Cu, Ni, e Zn Digestéo da amostra com Acido nitrico, fluo- ridrico e perclérico. Determinagao dos elemen- tos por espectrometria de absorgao atémica, utilizando chama de ar-acetileno e corregdo de background, quando necessério Limites Inferiores de Detecgao: Cu Sppm Ni Sppm Zn Sppm f) Espectrometria de Absorcao e/ou Emissao Atémica - Determinagao quantitativa de Sr, Ba, eli Digestao da amostra com os dcidos nitrico, fluoridrico e perciérico. Determinagao dos ele- mentos por espectrometria de absorgao e/ou emissao atémica, utilizando tampao de ioniza- 940 e chama de dxido nitroso - acetileno (cha- ma de ar-acetileno para a dosagem de Li). Limites inferiores de Deteccao: Sr ppm Ba Sppm Li 0,5ppm g) Espectrometria de Absorgao Atémica ~ Determinago quantitativa de Mo e V Digestao da amostra com agua-régiae dcido fluoridrico. Adigao de uma solugao de aluminio “12. para suprimirinterferéncias. Determinagao dos elementos por espectrometria de absorgao at6mica, utilizando chama de éxido nitroso- acetileno. Limites Inferiores de Detecgao: Mo. Sppm Vv 20ppm h) Espectrometria de Absorgao Atémica - Determinagao quantitativa de Cr Digestéo da amostra com os dcidos fluoridri- coe fosférico, Determinagao de Cr por espec- trometria de absor¢do atémica, utilizando chama de éxido nitroso-acetileno Limite Inferior de Detecgo: Cr SOppm i) Espectrometria de Absorgao Atémica - Determinacdo quantitativa de Sn Digestéo da amostra com os Acids nitrico, fluoridrico e perclérico, e posterior sublimagao do residuo com iodeto de aménia. Digestao do material sublimado com solugdo acida e extra- do do estanho sob a forma de um complexo organico, com metilisobutilcetona. Determina- 40 do elemento por espectrometria de absor- go atémica, utilizando chama de éxido nitroso-acetileno, Limite Interior Detecgao Sn ppm j) Espectrometria de Absorgao Atémica -— Determinagao quantitativa de Ag e Cd Digestdo da amostra com Agua-régia e reto- mada com acido cloridrico 1:1 v.v. Determina- go dos elementos por espectrometria de absor¢ao atémica, utilizando chama de ar - acetileno e corregdo de background. Limites Inferiores de Detecgdo: Ag ppm Cd 1ppm |) Colorimetria - Determinagao semiquantita- tiva de W Fuso da amostra com mistura fundente al- calina oxidante e determinagdo por colorime- 'SB.22-Y-B (Sdo Félix do Xingu) tria visual, utilizando a formagao de um com- plexo azul com zinco ditiol. Limite Inferior de Deteccao w 4ppm m) Potenciometria - Determinagao quantita- tiva de F Fusdo alcalina da amostra e determinago do elemento por meio de medidor de ion espe- cifico Limite Inferior de Detecgao F Equipamento 1 -Espectrémetro de absor¢ao atémica Per- kin Elmer, rnod. 5000 e mod. 306 2 - Medidor de ion especifico Orion, mod. 407 L. Equipe Técnica = Cecile Stark Mayer ~ Quimico - Célia Maria Tinoco - Engenheiro Quimico = Sandra David ~ Técnico Quimico = Manoel Ramalho Alves ~ Técnico Quimico ~ Joseane Medeiros Alves - Técnico quimi- co - Jorge Carlos - Técnico Quimico 7 = Rocha ~ Determinacao de SiOz, AlzO3, FeO, Fe203, MgO, CaO, Na20, K20, TiO2, P205, MnO, Perda ao Fogo e Umidade a) Colorimettia ~ Determinagaio de SiO2, TiO2 e P205 Solubilizagao total da amostra com dcidos fortes ou fusdo alcalina. Desenvolvimento de complexo colorido e determinagao dos ele- mentos por espectrometria de absorgéo mole- cular, b) Espectrometria de Absorgéo e/ou Emis- so Atomica - Determinagao de Al203, K20. NagO e MnO Solubilizagao total da amostra com 4cidos fortes e determinacao quantitativa dos elemen- tos utilizando espectrometria de absorgao até- mica (Nae K) ¢) Volumetria - Determinagao de Fe203 100ppm Programa Levantamentos Geologicos Basicos do Brasil Solubilizagao total da amostra com dcidos fortes e determinago total do ferro por volume- tria. ) Volumetria - Determinagao de FeO Solubilizagéo da amostra com acidos fluori- drico € sulfurico e determinagao do ferro cor- tespondendo ao ferroso por volumetria. e) Volumetria - Determinagao de CaO e MgO Solubilizagao total da amostra com acidos fortes e determinagao quantitativa de Ca e Mg por volumetria com EDTA. f) Gravimetria - Determinagao de Perda ao Fogo e Umidade. Determinagao gravimétrica com a amostra in natura (pulverizada) 8 - Minério de Chumbo - Determinagao de PbeS. a) Gravimetria - Determinagao de Pb total Solubilizagao da amostra com Agua-régia. De- terminagao do chumbo total por gravimetria Limite Inferior de Detecgao: Pb. 0,05% b) Gravimetria - Determinagao de S em amos- tras sulfetadas. Oxidagéo da amostra com mistu- ra de chumbo e tetracloreto de carbono. Determinagao de enxofre por gravimetria Limite Inferior de Detecgao: Ss 5 0.5% 9 - Minério de Estanho - Determinagao de SnOa. a) Volumetria - Determinagao de Sn Fusao da amostra com perdéxido de sédio. Determinagao do estanho total por volumetria Limite Inferior de Detecgao SN. Equipamento 1 -Espectrémetro de absoreao atémica Per- kim Elmer mod. 5000. 2 - Espectrémetro de absorgéo molecular Backman mod. 25. 0.3% — Ewerton Marques de Gouvéa - Quimico ~ Esther Vaccani Levi - Engenheiro Quimico ~ Berenice Rosa Santos - Quimico - Sérgio Correa de Sé e Benevides - Técnico Quimico ~ Sandra Helena Ribeiro - Técnico Quimico Sidney Jorge Mendes Farias - Técnico Quimico ~ Athadeu Gomes Ornellas ~ Técnico Quimi- co ~ César Luiz Lindolpho ~ Técnico Quimico GEOSOL - Geologia e Sondagens Ltda 1 - Andlise Quantitativa de Elementos de Terras-Raras para Estudos Petrogenéticos A anélise quantitativa dos elementos de ter- ras raras visando estudos petrogenéticos foi efetuada no GEOLAB, laboratério da GEOSOL = Geologia e Sondagens Ltda Procedimento: separagéo do grupo das terras raras em coluna de troca idnica, € determinagao da concentragao de cada ele- mento de terra rara através de Espectrografia de Plasma (ICP). A precisao (reprodutibilida- de) é da ordem de + 10% para os mais variados tipos de rocha. O limite de sensibi- lidade para cada elemento, da ordem de décimos de ppm, possibilita a construgao de diagramas de normalizagao em relagdo aos condritos, os quais so parte integrantes dos resultados fornecidos. Limtas de Ostecgte Equipe Técnica - Maria Leopoldina Martins Lastres - Enge- la OSppm Dy (0.06pem ce | 4.Sppm Ho 2.05pm] Na O4ppm Et .08ppr [sm O.c3ppm Yo 2.03ppm a (,02ppm Lu .02pprn Ga 0.35pm nheiro Quimico ~14 2 Anélise Quantitativa de Ga em Rochas A anélise quantitativa de Ga em rochas foi realizada no GEOLAB, laborat6rio da GEOSOL = Geologia e Sondagens Ltda Método: Espectrogratia de emissao. Limite Inferior de Detecgdo: Ga Sppm 3 - Anélise Quantitativa de Te em Galena A andlise quantitativa de Te foi efetuada no GEOLAB, laboratério da GEOSOL - Geologia e Sondagens Ltda Método: Espectrometria de absorgao atémi- ca conjugada com geragéo de hidretos Limite Inferior de Detecgao Te 1ppm Segao de Laboratério ~ CPRM/SUREG-BE 1 - Andlise Petrografica Para anélise petrografica, as laminas foram preparadas na SECLA8-BE Equipe Técnica = Xafi da Silva Jorge Jodo - Gedlogo ~ Suely Serfaty - Gedlogo - Joao Santos Otero - Laboratorista 2 - Determinagao da Densidade Esta deteminacdo foi efetuada utilizando uma balanga Cent - 0 - gram mod. 311 Equipe Técnica = Denise Corréa Lobato - Quimico industrial 2.3 Fisiografia De acordo com os dados fornecidos pelo Atlas Climatolégico da Amazé6nia Brasileira (SUDAM, 1984), o clima predominante na area de trabalho, segundo a classificagao de Kop- pen, 6 do tipo Am, ocorrendo o tipo Aw apenas no extremo-nordeste. O tipo Am é um clima tropical imido de mongao, com precipitagao excessiva durante alguns meses, o que com- pensa a ocorréncia de meses com precipita- G40 inferior a 6Omm; o tipo Aw é um clima SB.22-Y-B (Sao Félix do Xingu) tropical umido, com inverno seco e com preci- pitagdo média do més mais seco inferior a 60mm. Neste padrdo climético verifica-se uma precipitagao média anual de 2,000mm, sendo 0 trimestre de junho a agosto o mais seco do ano. A temperatura média anual é da ordem de 25°C e a umidade relativa média anual oscila em torno de 85%. Aregiao exibe uma espessa cobertura vege- tal, caracterizada por uma floresta tropical com grande numero de espécies vegetais, muitas das quais de valor econémico. Segundo os dados do Mapa Fitoecolégico elaborado por Veloso et al. (1974), predomina uma vegetagao de Floresta Aberta, com o tipo de Floresta Latifoliada desenvolvendo-se principalmente na regio setentrional e 0 tipo Floresta Mista ocupando a porgo meridional. Ocorre tam- bém pequenas porgées com os tipos Floresta Densa Submontana Acidentada, Escleréfila Submediterranea e Campo Cerrado. Parte da vegetagao nativa, particularmente ao longo das principais vias rodovidrias e fluviais, foi devastada para ser ocupada por empreendi- mentos agropecudrios que, quando ndo bem sucedidos, originaram “capoeiras” Segundo o Mapa Exploratério de Solos (Ro- satelli et al, 1974), predomina na Folha S40 Félix do Xingu os solos dos tipos Podzélico Vermelho-Amarelo Podzélico Vermelho-Ama- relo Equivalente Eutréfico. Na porgao meridi nal e ocidental ocorre Terra Roxa Estruturada Eutréfica com textura argilosa. Sao também observadas manchas de Solos Litéticos e Dis- tréficos. Nas zonas periodicamente inundadas predominam Solos Aluviais Eutréficos Distré- ficos, No topo de algumas elevagées ocorrem Solos Concreciondrios Lateriticos e Laterita Hi- dromértica De maneira generalizada, nao existe uma perfeita correspondéncia entre 0 tipo de vege- taco € o substrato litolégico, porém uma boa -15- Programa Levantamentos Geolégicos Basicos do Brasil correspondéncia se faz entre grupos de solo e o substrato rochoso, principalmente quando se compara os solos desenvolvidos em rochas de composigo dcida e basica. A quase totalidade da drea mapeada est4 contida na bacia hidrografica do Rio Xingu, 0 qual se desenvolve transversalmente na por- 940 ocidental, formando um grande arco con- vexo para leste, onde recebe, pela margem direita, 0 Rio Fresco que é um dos principais afluentes, Outros afluentes do Xingu sao os igarapés Sao José ( ou Sao Sebastiao), Triunfo, Ant6nio Vicente, Araraquara, Santa Rosa e Flo- resta. Como afluentes do Rio Fresco podem ser enumerados os igarapés Maguari Grande e Carapané e na regido sudeste o Rio Branco Parte da porgao oriental da folha est contida na bacia do rio Cateté, afluente do Rio Itacaid- nas. O Rio Xingu é navegavel por embarcagées de até 30 toneladas durante 0 period chuvoso que vai de janeiro a abril. Os igarapés S40 José @ Triunfo e os rios Fresco e Cateté, sao nave- gaveis apenas por embarcagdes de pequeno porte. Todas as vias fluviais séo muito enca- choeiradas e apresentam grande desnivel da lamina d'agua entre as estagdes seca e chuvo- sa. A intensa garimpagem nas cabeceiras do Rio Branco e outros afluentes do Rio Fresco, poluiram de tal maneirao baixo eo médio curso deste rio que, suas Aguas, outrora, extrema- mente piscosas e de uma transparéncia inco- mum, apresentam hoje cor barrenta e, provaveimente, contaminagao pelo merctirio usado na concentragao do ouro. A construgao prevista de hidrelétricas ao longo do Rio Xingu inundaré as suas margens até a montante de So Félix e 0 baixo curso do Rio Fresco, modificando substancialmente a hidrografia da regio e atingindo os inumeros empreendi- mentos agropecuarios e mineiros instalados na rea de formagaio do lago. -16 2.4 Aspectos Socioeconémicos Os primeiros habitantes da regido foram os Indios, aldeados hoje nas seguintes reservas indigenas: Caiap6, na bacia do Rio Branco; Cateté, na bacia do rio homénimo e Apyterewa, ao norte do Rio So José A colonizagao da regido teve inicio no século passado, através do Rio Xingu, via que os habitantes de Altamira, utilizavam para se des- locar rio acima, & procura de seringais para produgao de borracha, Estas incursées, regra geral, eram caracterizadas por sangrentas lu- tas com os indios e ocorreram até as primeiras, décadas do século atual Os primeiros nticleos urbanos foram implan- tados ao longo do Rio Xingu, destacando-se a vila de Sao Félix do Xingu, na estratégica con- fluéncia dos rios Xingu e Fresco, e a vila do Triunfo na foz do igarapé Triunfo. Durante 0 periodo de colonizagao, o extra- tivismo foi a principal atividade, alternando- se ou desenvolvendo-se paralelamente diversos ciclos, de acordo com o maior inte- fesse econémico. Assim, verificaram-se as épocas da borracha, da castanha-do-pard, da pele de felinos (onga pintada e gato ma- racajd), da garimpagem da cassiterita e da wolframita e, atualmente, da madeira, do ja- borandi e da garimpagem do ouro. Mencio- na-se, ainda, que uma agricultura de subsisténcia a base de arroz, feijao, mandio- ca, etc., aliada a uma incipiente pecudria, sempre fez parte da vida dos colonos e ex- trativistas. A colonizagdo na porgao oriental iniciou-se a partir da década de 70, com a atividade garim- peira e com o programa de colonizago da Construtora Andrade Gutierrez, cujo principal nlicleo urbano é a cidade de Tucuma Atualmente, os limites da érea de estudo abrangem porgdes dos municipios de Sao Fé- | | lix do Xingu, Tucumd, Ourilandia do Norte e Parauapebas, sendo que o de Sao Félix do Xingu foi criado em 1961, enquanto os demais em 1988. Os principais nticleos populacionais so as cidades de Sao Félix do Xingu, Tucuma e Ourilandia do Norte, todas sedes municipais, que exibem semelhantes padrées de desen- volvimento € contavam em 1986, com uma populagéo inferior a 5.000 habitantes. Estas cidades possuem agéncias bancérias, cor- reios, escolas de 1%e 2 graus, hospitais, posto telefénico (em Tucuma existe uma rede telef6- nica), rede de energia elétrica, sistema de abastecimento de agua domiciliar, televisdo via satélite, hotéis, restaurantes, aeroporto (ex- ceto Ourilandia do Norte), estagao rodovigria e um comércio em expansao. Sob © ponto de vista populacional, desta- cam-se em segundo plano a vila de Sao Rai- mundo, onde funciona a base operacional da Mineragao Taboca e a vila de Mocambo, da Mineragao Sao Francisco. Merecem ainda ser $8.22-Y-B (Sao Félix do Xingu) mencionadas as inumeras comunidades agri- colas existentes ao longo da PA-279, da estra- da Morada do Sol, da estrada do Tancredo, ett.; as comunidades garimpeiras esto loca- lizadas principalmente na porgéo sudeste, destacando-se os garimpos do Cuca, do Abe- tha, do Manelao, da Serrinha, etc., pelo grande contigente humano. A faixa setentrional e a porgao nordeste so as que exibem mais bai- xos indices demograficos. As principais atividades econémicas so extragao de madeira de lei (principalmente o mogno) e comercializagao em toras e tabuas; minerago de cassiterita (Mineragdes Taboca, Sao Francisco e Canopus) e garimpagem de ouro (cerca de 5 dezenas de garimpos distri- buidos particularmente na porgao sudeste); extragao de jaborandi (matéria prima para in- dustria farmacéutica); pecudria de corte (gran- des fazendas localizadas na por¢do centro-norte), e agricultura de subsisténcia (ar- 102, feijo, mandioca, milho etc.) -7- 3 SB.22-Y-B (Sao Félix do Xingu) mee ANNAN Aspectos Geomorfoldgicos 3.1 Metodologia Os estudos geomorfolégicos foram basea- dos nos prévios trabalhos regionais executa- dos por Boaventura et al. (1974), e Mamede et al, (1981), além das informagées resultantes dos trabalhos de mapeamento geolégico ora realizado, Foram também utiizadas as cartas plani-altimétricas nas escalas 1:100.000 e 4:250.000 elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica - IBGE, mosaicos de radar nas escalas de 1:100.000 e 1:250.000 e imagens do satélite LANDSAT TM-S dos canais 45, nas escalas 1:100,000 e 1:250.000. Subsidiado no material descrito os elemen- tos de relevo e drenagem foram caracterizados agrupados em dreas com formas semelhan- tes, de maneira que cada conjunto foi denomi- nado de Sistema de Relevo, de acordo com a conceituagao proposta por Cook e Doorn- kamp, 1978. Acaracterizagao de cada Sistema de Relevo foi baseada na andlise e integragéo dos seguintes parametros: altitude das formas topogréficas, declividade das encostas, perfil das vertentes, extenséo e forma dos topos, densidade de drenagem, padréo de drena- gens, forma dos vales, planicies aluvionares interiores, drenagens fechadas e ravinamento das vertentes, segundo os critérios adaptados de Pogano et al. (1979) 3.2 Compartimentacéo Geomorfolégica Regional Com base nos estudos desenvoividos por Boaventura et al, (1974), o panorama geomor- folégico pode ser compartimentado em duas grandes unidades: Planalto Dissecado do Sul do Para e Depressao Periférica do Sul do Paré (figura 1.3.1). 19+ Programa Levantamentos Geolégicos Bésicos do Brasil SISTEMAS DE RELEVO RELEVO DE OEGRADAGAO RELEVO OE SERRAS Topos restites,ogudos ¢ crredondodos cam revoamente nas encostos Topas restritos agudos ¢ orredondedos eros slogedor ou olinhades cam eristor egutos RELEVO DE MoRROS worros isolodes Woreos etianasos RELEVO 0€ COLINAS 4 Criss sustentadas por titotegies porticutares col ENTOS GEOWORFOLOGICOS NELEVO OF AonaoAsio ; versa reine ow oad Figura 1.3.1 ~ Esbogo geomortolégico. 0 Planalto Dissecado do Sul do Para foi identificado em cerca de 35% da area, distri- buido em porgées descontinuas situadas nas regides nordeste, sudeste, central e ociden- tal e esta relacionado a varios tipos litologi- cos. Caracteriza-se pelo predominio de macigos residuais de topo aplainado e por um conjunto de cristas interpenetradas por faixas de terrenos rebaixados. As altitudes so superiores a 300m, com um maximo em torno de 760m e uma média de 400m, Esta unidade de relevo est intensamente disse- cada por vales encaixados, normalmente controlados pelo padrao de fraturas NW-SE e NE-SW, que seccionam as rochas pré-cam- brianas. ‘A Depressao Periférica do Sul do Paré ocupa a maior extenséo territorial (65%) da Folha So Félix do Xingu, desenvolvendo-se em sua parte central como uma faixa na diregdo leste-oeste, e est associada a diversas unidades litol6gi- cas, particularmente aos gnaisses e migmati- tos do Complexo Xingu. Esta feigao geomorfoldgica, 6 0 resultado da atuagao dos processos erosivos pés-pliocénicos que, su- bordinados a configuragao estrutural e diferen- gas litolgicas das grandes massas de relevo, élaboraram uma ampla faixa de circundesnu- dag&o. Segundo Boaventura et al. (1974), “a dissecagao fluvial do nivel de pediplano que caracterizou a Depressao Peritérica do Sul do Par, originou colinas de topo aplainado que contém, ainda em algumas dreas, tragos da cobertura superficial inconsolidada dessa pe- diplanagao pleistocénica. O Pediplano Pleisto- cénico apresenta numerosos inselbergs elaborados em fungao de diferengas litolégi- cas ou de trabalhos de zonas de everso, os quais, foram retrabalhados por morfogénese Umida, e esto associados a formas de disse- cago em colinas ou em colinas de topo aplai- nado” ‘SB,22-Y-B (Sao Félix do Xingu) 3.3 Sistemas de Relevo Em razéio da complexidade geomorfolégica observada nos dominios da Folha Sao Félix do Xingu, os sistemas de relevo foram reunidos em dois grandes grupos: Relevo de Degrada- go € Relevo de Agradagao, os quais estéo Subdivididos de acordo com os critérios meto- dolégicos anteriormente enunciados. O Relevo de Degradacao abrange quase a totalidade da Areaem estude, incluindo o Planalto Dissecado do Sul do Para e a Depressao Periférica do Sul do Para. O Relevo de Agradagao corresponde as faixas ao longo dos principais cursos d'agua (figura 1.3.1). 3.3.1 Relevo de Degradagao 3.3.1.1 Relevo de Serras O Relevo de Serras distribui-se nos diversos quadrantes da drea em estudo e esta associa dos diferentes litologias, as quais, entretanto, apresentam caracteristicas geomorfolégicas semethantes. De uma maneira geral, as eleva- g6es exibem uma altitude superior a300m com as maiores expressées topogréficas situadas no intervalo de 700m a 750m, e com uma altitude média da ordem de 400m As encostas das serras apresentam uma declividade predorinantemente média (9° a 20°) e localmente alta (>20°). O perfil das vertentes 6 geralmente retilineo a céncavo, em- bora, ocasionalmente, perfis convexos sejam observados. Verifica-se, também, a presenga de ravinamentos em algumas encostas. O sistema constituido pelo Relevo de Serras exibe uma rede de drenagem com densidade média, com localizadas regides de alta densi- dade de drenagem, como por exemplo na re- giao da serra Eldorado. O padrao de drenagem 21 Programa Levantamentos Geolégicos Bésicos do Brasil predominante é 0 dendritico embora, local: mente, como exemplificado pela regio da ser- ra Floresta, sejam observados padrées tetangulares. Nas areas sob a influéncia dos corpos intrusivos, ocorre 0 padrao radial como pode ser observado nos macigos graniticos Ant6nio Vicente e Velho Guilherme. Os vales associados ao Relevo de Serra geralmente exi- bem forma de "V" ou “U", bem como, as plai cies interiores sao restritas, e raras sdo as drenagens fechadas. Para melhor caracterizar o Sistema de Rele- vo de Serras estabeleceu-se a seguinte subdi- visdo: ~Serras com topos restritos: sao geralmente agudos, algumas vezes arredondados e aplai- nados, caracterizados por intenso ravinamento nas encostas, Esta feigdo est4 bem repre- sentada no interflavio dos rios Xingu e Fresco, na serra do Eldorado. Sob o ponto de vista litoestrutural, este relevo corresponde a um segmento transcorrente norte-sul do Cinturao ltacaidnas, constituido por rochas supracrus- tais do Grupo Sao Félix (xistos, filitos, quartzitos e formagao ferrifera). As serras com topos ar- redondados esto relacionadas aos arenitos da Formagao Triunfo. Os alinhamentos marcados pelas serras e pelos topos agudos esto associados aos grandes trends estruturais, particularmente 20 orientado segundo a diregao submeridiana. ~ Serras com topos extensos tabulares: es- to dispostas nos diversos quadrantes da Fo- Iha Sao Félix do Xingu, com maior proeminéncia na porgdo SE, na regido da serra da Floresta. Litologicamente, so constituidas por vulcanitos Acidos da Formagao Iriri, onde o relevo e a drenagem sao fortemente controla- dos por tectonismo raptil, segundo as diregdes NE-SW, E-We NW-SE. Serras com topos exten- sos @ tabulares so observadas também no dominio dos xistos, filitos, quartzitos e forma- ¢6es ferriferas do Grupo Sao Félix, sobre os quais desenvolve-se um extenso capeamento lateritico responsavel pela geometria tabular do topo das elevagdes. Ainda na faixa oriental, esto presentes serras com topos extensos e tabulares desenvolvidas sobre diferentes lito- logias, tais como: metarenitos dos grupos Tu- cum e Aquiri, granitéides da Suite Intrusiva Velho Guilherme e da Unidade Plaqué; e meta- vulednicas acidas do Grupo Aquiri. Essas ser- ras, bem como a rede de drenagem, exibem um certo alinhamento, consequéncia do con- trole estrutural, imposto pelos movimentos tec- tdnicos do Cenozdico —Serras de topos restritos agudos e arredon- dados: este relevo caracteriza a regidoa NE da rea de trabalho, onde se localiza a serra de So Raimundo, na qual ocorrem rochas grani- ticas do corpo intrusivo Anténio Vicente. As agudas cristas das serras esto orientadas segundo NE-SW e NW-SE, obedecendo aos padrdes estruturais, os quais também contro- lam a rede de drenagem. ~Serras alongadas ou alinhadas com cristas agudas e com ravinamento nas encostas: es- to distribuidas particularmente na regiao oriental da érea em estudo, orientadas em di- ferentes diregdes, com quilométricas dimenso- es e abrangendo diversificados contextos litoestruturais, Neste panorama morfolégico, salientam-se as serras alongadas, dispostas de maneira subparalela segundo a diregao E-W e desenvolvidas sobre rochas bésico-ul- trabésicas da Sulte Intrusiva Cateté. Estas ro- chas também exibem um relevo de serras alongadas, na porgao centro-norte da area de pesquisa, porém orientadas na diregao norte- sul. Ainda na regido oriental, merece destaque 0s diversos segmentos de serras alongadas, dispostas aproximadamente na diregao E-W, porém desenvolvidas sobre rochas supractus- tais (xistos, quartzitos e forages ferriferas) dos grupos Tucuma, Aquiri e Sapucaia. Final- mente, acrescenta-se a serra alongada, locali- zada na margem esquerda do médio curso do igarapé Sao José, orientada segundo NE-SW e abrangendo rochas supracrustais do Grupo Sebastido, O relevo de serras alinhadas ou alongadas esta posicionado segundo diregdes que obedecem e refletem os principais esfor- 0S tecténicos que atuaram na regio de tra- balho. 3.3.1.2 Relevo de Morros Este sistema ocorre nos diversos quadrantes da 4rea em estudo, desenvolvendo-se sobre unidades estratigraficas aplainadas, exempli- cadas pelo Complexo Xingu, Granodiorito Rio Maria, Granito Parauari, etc. O relevo de morros. 6 constituido por uma grande variedade litolé- gica, tais como: arenitos, xistos, quartzitos, vul- canitos, etc. Caracteriza-se de uma maneira generalizada, por constituirem elevagées topo- graficas isoladas, que se destacam do relevo colinoso circunvizinho, Possuem formas e di- mensoes variadas, altitudes superiores a 300m, encostas com altas declividades, algu- mas com ravinamento e topos agudos a subar- redondados. De acordo com as diferentes caracteristicas, este sistema foi dividido em Morros Isolados e Morros Alinhados: ~Mortos Isolados: esta denominagao abran- ge 0 sistema constituido pelas freqiientes ele- vag6es topograficas, que se destacam do relevo plano e colinoso, em diferentes pontos da Folha So Félix do Xingu, com um predom- nio em sua porgdo centro-oeste. Exibem for- mas subarrendodadas, amebdides e itregulares, com dimensdes médias de 2 a km, altitude superior a 300m, localmente atin- gindo 500m, como é exemplo do morro da Boa Esperanca. De uma maneira geral constituem- $B.22-Y-B (Sao Félix do Xingu) se de diferentes litologias exemplificadas por: rochas vulcdnicas, arenitos, granitos, xistos € gnaisses. Exibem topos arredondados a angu- losos, com o perfil das encostas geralmente retilineos com inflexGes para céncavo ou con- vexo; em algumas encostas sao verificados ravinamentos. Um panorama tipico deste siste- ma pode ser observado na margem esquerda do Rio Xingu, préximo ao igarapé Triunfo. - Mortos alinhados com cristas agudas e ravinadas: este sistema constitui-se de eleva- g6es retilineas, de extensdo decaquilométrica, com diferentes diregdes, as quais se sobres- saem no relevo plano a colinoso, distribuindo- se nos diversos quadrantes da drea de trabalho, porém com maior predominancia na sua porgdo ocidental. Litologicamente, so constituidos por veios de quartzo, diques de diabasio ou de riolito, cataclasitos, tufos, areni- tos, quartzitos, etc. Exibem alta declividade e altitudes superiores a 300m, porém raramente ultrapassam a 400m, Exemplares deste siste- ma esto bem representados na bacia do iga- rapé Carapané. 3.3.1.3 Relevo de Colinas Dentre os sistemas delimitados, este é 0 que ocupa a maior extensdo territorial, desenvol- vendo-se sobre gnaisses e migmatitos do Complexo Xingu, granitéides das unidades Rio Maria e Parauari, rochas supracrustais dos Grupos Aquiri, Sao Félix e Sapucaia, rochas vulcfnicas da Formagao Sobreiro, etc. Carac- teriza-se por apresentar uma altitude média de 200 a 300m, constituide de morros de cristas agudas e encostas ravinadas e por colinas com amplas formas e baixa declividade. O padréo de drenagem € dendritico, embora, localmente, esteja subordinado a um controle estrutural. As colinas e os morros exibem um. -23- Programa Levantamentos Geolégicos Basicos do Brasil complexo relacionamento geomorfolégico, en- tretanto, este sistema pode ser dividido em regides onde predominam Colinas e Morros, € Colinas: - Colinas e Morros: este sistema ocupa a porgdo nordeste da area de trabalho, em forma de uma faixa orientada na diregao NE-SW e é formado, parcialmente, pelo prolongamento & oeste da Serra dos Carajés. Abrange altitudes superiores a 300m, com alguns topos de mor- ros exibindo cotas superiores a 400m. E carac- terizado pela presenga de morros com cristas agudas e encostas ravinadas, orientadas se- gundo NE-SW e NW-SE; alguns morros exiber formas arredondadas. As colinas so amplas, com baixa declividade, com topos tabulares e suavemente arredondados. Litologicamente de uma maneira generalizada, pode-se corre- lacionar os morros as rochas do Granito Pla- qué, da Suite Intrusiva Cateté e dos grupos Aquiri, S80 Félix e Sapucaia, ao passo que as colinas correspondem, predominantemente, aos gnaisses e migmatitos do Complexo Xingu. Nesse sistema desenvolve-se uma rede de drenagem drendritica, a qual, juntamente com 0s morros, encontra-se incipientemente con- trolada pelas feig6es estruturais do Cinturdo ttacaidnas - Colinas: € 0 sistema que ocupa a maior extensdo territorial na Folha%de Sao Félix do Xingu e esté distribuido de forma irregular nos seus diversos quadrantes. As colinas corres- pondem, basicamente, & Depressao Periférica do Sul do Para e constituem uma superficie com altitudes médias de 200 a 280m. Exibem amplas formas, com encostas de baixa decii- vidade, com os perfis das vertentes de tra- gados retilineos a céncavos e topos arredondados a subtabulares. As colinas esto relacionadas a diferentes unidades litolégicas, tais como aos granitéides do Granodiorito Rio Maria, aos gnaisses e migmatitos do Complexo 24 Xingu, as rochas méficas do Grupo Tucuma, ao Granito Parauari e as rochas vulednicas inter- medidrias (Formago Sobreiro) e acidas (For- mago Iriri). Nesse dominio, desenvolve-se um padrao dendritico de drenagem. 3.3.2 Relevo de Agradagao Este sistema constitui-se das planicies e ter- renos aluvionares, intimamente relacionados & evolugao deposicional tércio-quaterndria. Nor- maimente, é formado de grandes faixas alon- gadas, dispostas as margens dos principais cursos d'4gua, como dos rios Xingu, Fresco, Triunfo, Sao José, ete As planicies e os terracos aluvionares exi- bem baixa densidade de drenagem. Os cursos d'agua, ao percorrerem este dominio, mean- dram e alargam seus vales, sendo frequentes (os meandros abandonados que, paulatina- mente, transformam-se em lagos, como pode ser observado na planicie aluvionar do Rio Xingu. As planicies, separadas dos leitos dos cursos d’égua por diques marginais, sofrem inundagao periédica durante a estagao chuvo- sa Litologicamente, este sistema desenvolve- se sobre sedimentos inconsolidados, prodomi- nantemente de natureza areno-argilosa, 3.4 Padrées de Drenagens Amaior porgao da érea de trabalho pertence a bacia do médio curso do Rio Xingu e ao baixo curso do Rio Fresco. Apenas a regiao nordeste relaciona-se a bacia do Rio Itacailnas. Nesse contexto, verifica-se que os padrées de drena- gens s&o resultantes do interrelacionamento entre os elementos estruturais, os diversos ti- pos rochosos e a evolugao geomorfolégica. De

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