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COLETÂNEA DE

MENSAGENS
EXTRAÍDAS DO
MOMENTO ESPÍRITA
e de outras fontes

Mensagens úteis para Reflexão, Aprendizado e como fonte de


pesquisa para Estudos
ÍNDICE - 1

01 - UM EXEMPLO DE HONESTIDADE 001


02 - SER ESPÍRITA... 002
03 - INSTINTO E INTELIGÊNCIA 003
04 - REFLETINDO SOBRE A DOR 004
05 - PENSAMENTOS E RESPONSABILIDADE 005
06 - A BENÇÃO DO PERDÃO 006
07 - REFLETINDO SOBRE A CONFIANÇA 007
08 - COINCIDÊNCIAS? 008
09 - LIBERDADE E RESPONSABILIDADE 009
10 - REFLETINDO SOBRE ESCÂNDALOS 010
11 - REFLETINDO SOBRE JESUS 011
12 - CARIDADE E VOCÊ 012
13 - O QUE É CIVILIZAÇÃO? 014
14 - REFLETINDO SOBRE A FÉ 015
15 - INCOMPREENSÕES 014
16 - HORA VAZIA 017
17 - INVESTIMENTOS 018
18 - IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO 019
19 - DESENVOLVER CAPACIDADES MORAIS NOS DIAS DE DESAFIOS 020
20 - REFLETINDO SOBRE O DESENCARNE 021
21 - REFLETINDO SOBRE NOSSO CORPO FÍSICO 022
22 - INSPIRAÇÕES ESPIRITUAIS 023
23 - REFLETINDO SOBRE A CORAGEM 025
24 - PERFIL DO OTIMISMO 026
25 - SOMOS DEUSES, SOMOS IMORTAIS 027
26 - ENCARANDO MEDOS E DESAFIOS 028
27 - FALANDO DE LIVRO E VIDA 029
28 - REFAZER CAMINHOS 030
29 - REFLETIR SOBRE AS DISTRAÇÕES 032
30 - REFLETINDO SOBRE A SOLIDÃO 034
31 - NUMA CASA EM REFORMA... 035
32 - VIGIAR E ORAR 036
33 - NÃO ALIMENTAR A MÁGOA 038
34 - INSEGURANÇA E MEDO 039
35 - NÃO CARREGAR RESSENTIMENTO 040
36 - DEPOIS DA MORTE 042
37 - SER PACIENTE 043
38 - MAIS VIGILÂNCIA COM NOSSAS PALAVRAS 044
39 - A DIGNIDADE DA HONESTIDADE 045
40 - FALANDO DE SOMBRAS E DE SOL 046
41 - DEUS EM NOSSAS VIDAS 047
INDICE - 2

42 - A NECESSIDADE DO ESFORÇO PESSOAL 048


43 - CONDIÇÕES FINANCEIRAS DA FAMÍLIA 049
44 - DIAS DE EXAGERO 051
45 - ALERTA AOS ESPÍRITAS 052
46 - RENOVAR O SEU OLHAR 053
47 - APRENDAMOS A LIDAR COM A ANSIEDADE 054
48 - DEUS CONHECE NOSSO MAPA 055
49 - A OPINIÃO DOS OUTROS 057
50 - DIAS DE SOLIDÃO 059
51 - CRER EM DEUS 060
52 - O BRASIL PRECISA DE VOCÊ 061
53 - CULTIVANDO O AMOR 062
54 - ESPIRITISMO & MATERIALISMO 063
55 - ESCOLHAS E RENÚNCIAS 069
56 - SERVIDORES DE DEUS 070
57 - FAÇAMOS DA VIDA UMA PRECE 072
58 - COMO SUPERAR AS AFLIÇÕES 073
59 - NÃO ESTRAGUE O SEU DIA 074
60 - APRENDER A CONTROLAR A VAIDADE 075
61 - REFLETINDO SOBRE AS PALAVRAS QUE PRONUNCIAMOS 076
62 - O PERSONAGEM JESUS 078
63 - ACONSELHAMENTOS DOS CÉUS 080
64 - EXERCITAR A COMPAIXÃO 082
65 - AGIR COM HONESTIDADE 084
66 - ESTABELECER METAS 086
67 - RECEITA PARA ENCONTRAR A FELICIDADE 087
68 - SUPERAR A CULPA E CULTIVAR A BONDADE 089
69 - ANULAR O MAL, PRATICANDO O BEM 091
70 - ANALISARMOS AS NOSSAS ESCOLHAS 092
71 - ENFRENTAR A DEPRESSÃO 094
72 - EVITAR O JULGAMENTO PRECIPITADO 096
73 - SUGESTÕES PARA FAZER DURAR O SEU CASAMENTO 098
74 - APRENDENDO A RESPEITAR O SEMELHANTE 100
75 - CONHECER DEUS 101
76 - REFLETINDO SOBRE OS ACONTECIMENTOS DO DIA A DIA 103
77 - SEMEAR SEMPRE O BEM 104
78 - NÃO SINTONIZAR COM A TRISTEZA 105
79 - COMO ANDA NOSSA ESCALA DE VALORES? 107
80 - COMEÇAR O DIA COM UMA ORAÇÃO 109
81 - DIANTE DE MOMENTOS DIFÍCEIS 111
82 - REFLETINDO SOBRE O AMOR 112
ÍNDICE - 3

83 - A TRANSITORIEDADE DA VIDA 114


84 - TESTAMENTOS 116
85 - O EXERCÍCIO DA PACIÊNCIA 118
86 - TENTAR VENCER SEUS PRÓPRIOS LIMITES 120
87 - RECLAMAR E EXEMPLIFICAR 122
88 - USO ADEQUADO DAS PALAVRAS 124
89 - APRENDER HOJE 126
90 - VALORIZAR A NOSSA FAMÍLIA 128
91 - DISCIPLINAR O PENSAMENTO 129
92 - MOMENTOS DE DECISÃO 130
93 - AS AFLIÇÕES DO MUNDO 132
94 - DESAPEGAR-SE 133
95 - NÃO SE PRECIPITAR 135
96 - O USO DA PACIÊNCIA 137
97 - O BARULHO DA VERDADE 139
98 - TRABALHANDO A ANSIEDADE 142
99 - COMO AGIR COMO PESSOA DE BEM NO MUNDO ATUAL? 144
100 - O BEM DE CADA UM 145
101- AUTOEDUCAÇÃO 147
102 - ANJOS GUARDIÕES 149
103 - NO DIA A DIA 151
104 - ABORTO ESPONTÂNEO 153
105 - JULGAMENTO ALHEIO 155
106 - APRENDAMOS A CALAR 157
107 - ANTES DE ... SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO 159
108 - TRABALHANDO A MÁGOA 161
109 - O DESAFIO DA MORTE 163
110 - RECOMEÇAR SEMPRE 165
111 - PAIS BRILHANTES 167
112 - CARIDADE CONFORME JESUS 169
113 - OS MAUS IMPULSOS 170
114 - A REENCARNAÇÃO NA VISÃO ESPÍRITA 172
115 - JUSTIÇA E EQUILÍBRIO 175
116 - JESUS ERA ECUMÊNICO? 177
117 - SERENIDADE SEMPRE 179
118 - CULTIVAR A MISERICÓRDIA 181
119 - MISERICÓRDIA NA JUSTIÇA DIVINA 183
120 - MEIOS DE SUBSISTÊNCIA 185
121 - HARMONIA NAS DIFERENÇAS 187
122 - NOSSOS OBJETIVOS E NOSSOS SONHOS 189
123 - DEPOIMENTO DE UM ESPÍRITA DESENCARNADO 191
ÍNDICE - 4

124 - O EQUILÍBRIO DA SAÚDE 192


125 - CASAMENTO 194
126 - COMO DISTINGUIR COMUNICAÇÕES CONFIÁVEIS DOS ESPÍRITOS 196
127 - O PAPEL PRIMORDIAL 198
128 - E SE A MORTE CHEGASSE AGORA? 200
129 - CONSELHOS DE FILÓSOFO 202
130 - O QUE TE FAZ MELHOR? 204
131 - RELAÇÕES ENTRE SUPERIORES E SUBORDINADOS 205
132 - OS JULGAMENTOS ALHEIOS E NOSSOS LIMITES 206
133 - OS PERIGOS DO MATERIALISMO 208
134 - COMO TER UMA VIDA FELIZ 210
135 - A ARTE DE RESOLVER CONFLITOS 212
136 - CARIDADE HOJE 214
137 - REFLEXÃO SOBRE O DIA DA CRIANÇA 216
138 - RECORDANDO NOSSA INFÂNCIA 218
139 - DIREITOS DE TODA A HUMANIDADE 220
140 - O SOFRIMENTO NOS FORTALECE 222
141 - CONHECIMENTO DE SÍ MESMO 224
142 - O QUE TEM DO OUTRO LADO? 226
143 - VISÃO ESPÍRITA DA DEMOCRACIA 227
144 - REFLEXÕES SOBRE NOSSOS DESAFIOS 229
145 - UM FATO - DUAS ATITUDES 231
146 - A SEMENTE E O FRUTO 233
147 - REFLETINDO SOBRE O UNIVERSO 235
148 - VALORES ÉTICOS 236
149 - VERDADES ESPIRITUAIS INCONTESTÁVEIS 238
150 - EXAME DE CONSCIÊNCIA 240
151 - FILHO DE DEUS 242
152 - OS BRAÇOS DE MEU PAI 244
153 - NÃO DESARMONIZAR A PAZ DO LAR COM DISCUSSÕES 245
154 - ABORDANDO A PROBLEMÁTICA DO SUICÍDIO 246
155 - O EXERCÍCIO DA GRATIDÃO 248
156 - MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO 250
157 - JESUS, MODELO E GUIA 252
158 - PROVIDÊNCIA E SOLICITUDE DIVINA 255
159 - COLHEITA DE GRATIDÃO 256
160 - DE LÊNIN AO CONSOLADOR: A GRANDE REVOLUÇÃO 258
161 - COMO LIDAR COM OS ABORRECIMENTOS 263
162 - DIANTE DOS ACONTECIMENTOS DA VIDA 265
163 - INSPIRAÇÕES ESPIRITUAIS 267
164 - JESUS: PRESENTE, PASSADO E FUTURO 269
165 - JUSTIÇA DIVINA 271
ÍNDICE - 5

166 - ANALISANDO A GANÂNCIA 273


167 - VIDA EM SOCIEDADE 275
168 - A VIRTUDE 277
169 - PRESSENTIMENTOS 278
170 - ILUSÕES E FANTASIAS 280
171 - PODER E ILUSÃO 281
172 - AGIR COM CORTESIA E RESPEITO 282
173 - ELE VOLTOU OS OLHOS PARA A LUZ 284
174 - A MORTE NÃO EXISTE 285
175 - A CADA UM SEGUNDO SUAS OBRAS 286
176 - A NECESSIDADE DO EQUILÍBRIO E DA PONDERAÇÃO 287
177 - SER ÚTIL EM QUALQUER LUGAR 289
178 - O PREÇO DO ORGULHO 291
179 - SER PERSEVERANTE 293
180 - COMO RENOVAR O BRASIL? 295
181 - COMBATER A IGNORÂNCIA E A ESTUPIDEZ 296
182 - TOMAR CUIDADO COM A VAIDADE 298
183 - PODER E VAIDADE 300
184 - USO DA MEDIUNIDADE 302
185 - A DEPRESSÃO 303
186 - O MELINDRE E A AGRESSIVIDADE 304
187 - ENTENDENDO A FASE DA INFÂNCIA 306
188 - O INESTIMÁVEL VALOR DA FAMÍLIA 308
189 - CIÚME SEM RAZÃO 310
190 - ESTABELECENDO LIMITES PARA OS FILHOS 312
191 - BUSCAR O AUTO-CONHECIMENTO 314
192 - NEM CASTIGO, NEM PERDÃO 316
193 - REFLEXÕES SOBRE A CULPA 318
194 - O MILAGRE DOS BEBÊS 320
195 - NOSSA SINGULAR NATUREZA 321
196 - VIGILÂNCIA ANTES DE FALAR... 322
197 - NOSSOS ANJOS DA GUARDA 324
198 - ELES SÃO NOSSOS IRMÃOS 325
199 - FALANDO EM TRABALHO 327
200 - REFLETINDO SOBRE O PROGRESSO 329
201 - COMPORTAMENTO HUMANO 331
202 - DEPENDEMOS UNS DOS OUTROS 333
203 - NOSSOS ANJOS GUARDIÕES 335
204 - PRUDÊNCIA NO FALAR 336
205 - O HÁBITO DA ORAÇÃO 338
206 - USAR AS PALAVRAS COM RESPONSABILIDADE 340
207 - AMOR DE MÃE 342
ÍNDICE - 6

208 - O MAL QUE EU FAÇO... 343


209 - FAZER O BEM EM CONDIÇÕES ADVERSAS 344
210 - NAO SOFRER POR ANTECIPAÇÃO 345
211 - PLANEJAMENTO FAMILIAR 346
212 - FALANDO DE PROIBIÇÕES 348
213 - VISÃO ESPÍRITA DA INFÂNCIA 350
214 - QUANDO SEREMOS CIVILIZADOS? 352
215 - CORAGEM PARA DEFENDER O QUE É CERTO 354
216 - REENCARNAÇÃO SEM ACOMODAÇÃO 356
217 - O PAPEL DA DOR EM NOSSAS VIDAS 358
218 - SOFRIMENTO E AMOR 359
219 - FALANDO DE ESPIRITISMO E DE ESPÍRITOS 360
220 - DESTINO, A FATALIDADE E O LIVRE ARBÍTRIO 361
221 - SER ÚTIL EXERCITANDO A PRÁTICA DO BEM 364
222- REVERÊNCIA À VIDA 365
223 - A SABEDORIA DE JESUS 366
224 - SE EU FOSSE DEUS 368
225 - SEJA MEUS OLHOS 370
226 - AS QUEIXAS 372
227 - ATITUDES CONTROVERSAS 373
228 - REFLETINDO SOBRE O TEMPO 375
229 - CULTIVAR A GRATIDÃO 377
230 - PROGRESSO E REENCARNAÇÃO 379
231 - JAMAIS DESISTIR 381
232 - REFLETINDO SOBRE SER ESPÍRITA 383
233 - O SOFRIMENTO MAIOR 385
234 - A FUGA 386
235 - BUSCAR CONSTRUIR A FELICIDADE 388
236 - O MAIOR MANDAMENTO 389
237 - SOMOS TODOS IGUAIS 391
238 - ALÉM DA VIDA 392
239 - SUA VIDA RELIGIOSA 393
240 - TEMPOS DE OMISSÃO 394
241 - OS DESAFIOS 396
242 - TESOUROS OCULTOS 398
243 - COMBATER O EGOÍSMO 400
244 - COMEMORAÇÃO DOS MORTOS 402
245 - E SE A MORTE... 404
246 - ENFRENTANDO A MORTE 406
247 - UMA HISTÓRIA DE AMOR 408
248 - TRABALHO E REPOUSO 410
249 - UNIÕES DURADOURAS 412
ÍNDICE - 7

250 - VESTIMENTA ESPIRITUAL 413


251 - O UNIVERSO NUMA CASCA DE NOZ 414
252 - NÃO DESISTIR DO CAMINHO DO BEM 415
253 - A ERA DA ANSIEDADE 416
254 - BUSCAR CONSTRUIR A FELICIDADE 418
255 - DESCOBRINDO A SIMPLICIDADE 420
256 - EVITAR O JULGAMENTO PRECIPITADO 422
257 - APRENDER COM OS ERROS 423
258 - APRENDAMOS A EDUCAR AS EMOÇÕES 425
259 - LIDERAR COM SABEDORIA 426
260 - VIVER O AGORA 428
261 - A IMPORTÂNCIA DAS PESSOAS EM NOSSA VIDA 429
262 - VISÃO ESPÍRITA DA MÃE DE JESUS 431
263 - PLANEJAMENTO PARA ADMINISTRAR MELHOR O TEMPO 432
264 - BUSCANDO A FELICIDADE 434
265 - NÃO DEIXAR O AMOR ACABAR 436
266 - PRATICAR O EXERCÍCIO DO PERDÃO 438
267 - SOMOS HUMILDES OU ORGULHOSOS? 440
268 - EVITAR DISCUSSÕES E AGRESSÕES 442
269 - COMO PRESERVAR A AMIZADE 443
270 - QUANTO CUSTA QUERER TER SEMPRE RAZÃO? 445
271 - COMO FAZER DURAR UM CASAMENTO? 447
272 - BUSCANDO NOS TORNAR PESSOAS MELHORES 448
273 - PRESERVAR A HARMONIA 450
274 - SUGESTÕES PARA MELHORAR O RELACIONAMENTO HUMANO 451
275 - NÃO SE ENTREGAR À MELANCOLIA 452
276 - APRENDENDO A CULTIVAR AMIZADES 454
277 - ESCOLHER ENTRE UMA VIDA CURTA OU LONGA 456
278 - EXERCITAR O AMOR PERANTE A INDIGNIDADE 457
279 - CULTIVAR A PAZ SOCIAL 459
280 - VALORIZAR SEMPRE A VIDA 461
281 - ESTÁ NA HORA DE DESPERTAR 463
282 - PACIFICADORES 464
283 - PENSAR, AGIR E AUTOCONHECER-SE 466
284 - APRENDER COM OS ERROS 467
285 - A MEDIUNIDADE EM NOSSAS VIDAS 469
286 - ESCOLHENDO A EMPATIA 471
287 - ACORDANDO DA ILUSÃO 472
288 - O TESOURO DA ORAÇÃO 474
289 - TONS DA PAZ 475
290 - O EXERCÍCIO DA TOLERÂNCIA 476
291 - VALORIZAR O NOSSO DIA 477
292 - USO DO TEMPO, UMA QUESTÃO DE ESCOLHA 478
293 - A SURPRESA 480
ÍNDICE - 8

294 - SUPERSTIÇÕES 481


295 - DISCIPLINAR O PENSAMENTO 482
296 - SE ARREPENDIMENTO MATASSE... 483
297 - SEGURANDO AS CORDAS 485
298 - PROCURANDO VIRTUDES 486
299 - ESCOLHER ENTRE RAZÃO OU CORAÇÃO 487
300 - NÃO SEJAMOS DE VIDRO 489
301 - CULTIVAR A BOA VONTADE E A SIMPATIA 491
302 - AGIR SEMPRE COM BOM SENSO 492
303 - QUANDO TOMAR DECISÕES? 494
304 - CULTIVAR A FÉ E O DEVER 496
305 - A ESCOLHA DE JESUS 497
306 - UM CONTO DE NATAL 498
307 - A LUZ DO NATAL 500
308 - DOAÇÃO DE ÓRGÃOS 503
309 - SER ÚTIL PARA ALGUÉM 504
310 - RAÍZES DA INSEGURANÇA 506
311 - O MAL EXISTE? 508
312 - A LIÇÃO DO PERDÃO 510
313 - APRENDENDO A VALORIZAR NOSSO DIA 511
314 - ANO NOVO ESPERANÇOSO 513
315 - ESPALHAR O BEM 514
316 - A LEI DOS RECOMEÇOS... 515
317 - PALAVRAS POSITIVAS PARA UM NOVO ANO 516
318 - QUANDO COMEÇA UM NOVO ANO 517
319 - CULTIVAR A PAZ 518
320 - POBREZA E RIQUEZA 520
321 - VESTIR A COURAÇA CERTA 521
322 - PAIS SEPARADOS 522
323 - BUSCAR O AUTOCONHECIMENTO 523
324 - PORQUE EXISTE A FAMÍLIA? 525
325 - SUPERAR O DESÂNIMO 527
326 - A BRANDURA 529
327 - SABER ESCOLHER COM SENSATEZ 530
328 - EFEITOS DO MATERIALISMO NO SER HUMANO 531
329 - OUTRAS MORADAS 533
330 - VISITAS DO ALÉM 534
331 - CONSEQUÊNCIAS DA IRRITAÇÃO 536
332 - FALANDO DE VÍRUS 538
333 - POR VOCÊ MESMO 539
334 - COMO PROGREDIR MORALMENTE 540
ÍNDICE – 9

335 - DIANTE DE DESENTENDIMENTOS E CONFLITOS 541


336 - JUSTIÇA: FALAR E FAZER 543
337 - RAZÃO E COMPREENSÃO 544
338 - A NECESSIDADE DE CULTIVAR A PAZ 546
339 - O PRECONCEITO 548
340 - SILÊNCIO PRECIOSO 550
341 - AS BENÇÃOS DO ALTRUÍSMO 552
342 - CAMINHOS PARA ENCONTRAR A FELICIDADE 553
343 - REFLETINDO SOBRE A CULPA 554
344 - PERSEVERAR DIANTE DAS PROVAS 556
345 - MEDITAÇÃO: TERAPIA PARA A ALMA 557
346 - EXERCITAR A SERENIDADE 559
347 - SABER CONFIAR 560
348 - O CICLO DA VIDA 561
349 - REENCARNAÇÃO E VIDA 562
350 - TRABALHANDO O MEDO 564
1

01 - UM EXEMPLO DE HONESTIDADE
Alguns afirmam que professor é tarefa que está em declínio, considerando-se os baixos salários da classe.
Outros apontam que professores dedicados, atenciosos, daqueles que abraçam a profissão por legítima vocação, estão
em extinção. Sempre viável se reproduzir alguns fatos, que nos dizem que há muito amor circulando pelas escolas.
Um rapaz encontrou seu antigo professor e lhe perguntou: Oi, professor, lembra de mim?
Como muitos de nós, que não arquivamos na memória registros fotográficos, respondeu o profissional não se recordar
dele, em absoluto.
Mas lhe perguntou: O que anda fazendo?
A resposta foi rápida: Sou professor. Abracei o magistério por sua causa.
A surpresa do professor foi grande. Não somente não se lembrava daquele aluno quanto nem remotamente, podia
imaginar o que fizera que pudesse ter estimulado o jovem daquela maneira.
E o rapaz contou: Um dia, um amigo meu, estudante da mesma classe, apareceu com um relógio novo, lindo.
Era um modelo caro e, de imediato, o desejei para mim.
Num momento de distração do colega, eu o apanhei e coloquei em meu bolso.
Quando ele percebeu o furto, reclamou junto ao senhor.
Alto e claro, o senhor deu a ordem para que o relógio fosse devolvido ao seu dono. Ninguém se mexeu. Olharam uns
para os outros, como eu mesmo fiz, para disfarçar.
Então, o senhor foi até a porta e a trancou. Pediu que todos ficássemos em pé e fechássemos os olhos.
Lentamente, foi de um para outro aluno, revistando os bolsos. Achou o relógio no meu, mas continuou passando revista
até o último da classe.
Quando terminou, declarou que o relógio fora encontrado. Todos abrimos os olhos.
Não houve nenhuma acusação, nenhuma advertência. Nunca tornou a mencionar o episódio, não declarou para a
turma curiosa quem tinha cometido o furto.
Naquele dia, o senhor salvou a minha dignidade. Foi o dia mais vergonhoso da minha vida.
Fiquei esperando que, em algum momento, me chamasse em particular, para me falar sobre honestidade, moral. Nada.
Então, eu entendi o que era um verdadeiro educador. E desejei, ardentemente, ser assim.
Ajudar, talvez, em algum momento, um menino indisciplinado, perdido em si mesmo.
Por fim, concluiu o moço: Acho estranho que o senhor não lembre disso. Não marcou a minha fisionomia?
E o professor, sereno, respondeu: Desculpe. Eu lembro do relógio furtado, de eu ter revistado toda a turma.
Mas, de verdade, não lembro de você por causa de um detalhe: quando fui fazer a revista, eu fui tateando, no escuro,
porque eu também fechei os olhos.
***
Que lição! Quantos de nós precisamos seguir esse exemplo. Porque temos muita pressa e quase prazer em apontar as
faltas alheias.
No entanto, a ação cristã nos diz que as faltas do próximo somente devem ser divulgadas quando objetivem o bem das
pessoas.
Como um exemplo desses impressiona e marca, de forma positiva, uma vida.
Como precisamos, nos dias atuais, desse comportamento. Desse se importar com a imagem do outro, que, em
momento de invigilância, cometeu um erro, uma falha.
E precisa da nossa compaixão, sobretudo, de uma segunda chance.
Pensemos a respeito.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #honestidade #comportamento #magisterio #psicologia #PsicologiaEspírita #julgamentos #professor #Magisterio
2

02 - SER ESPÍRITA...

Muitas pessoas acreditam que por sermos espíritas, trabalharmos como médiuns em uma Casa
Espírita, postarmos mensagens edificantes, fazermos algumas poucas caridades, devemos ser
infalíveis.
Não é bem assim. Sentimos raiva, vontade de revidar uma agressão, de não olhar mais na cara,
nos magoamos com a injustiça, com a ingratidão, com a traição, enfim, nossos sentimentos são
iguais aos dos outros.
Daí os ensinos espíritas falam mais alto e nos faz rever os nossos sentimentos. Mas, as pessoas
ficam de olho em tudo que falamos e fazemos e cobram qualquer deslize dizendo: "Você não é
espírita?" "Você não é médium?"
"Então, por que fez isso ou falou aquilo?"
Até o apóstolo Paulo sofria para domar suas más inclinações.
Dizia ele: "...o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. Pois não faço o bem que
quero, mas o mal que não quero, esse pratico." Assim somos nós.
Espírita não é uma pessoa perfeita, que não comete erros.
Espírita é um ser em construção interior, por isso falamos tanto da reforma íntima. Adotamos
Jesus como nosso guia e modelo a ser seguido, mas não nos tornaremos perfeitos tão
rapidamente. Foram séculos de erros e serão, talvez, mais séculos de aprendizado e vivência
cristã.
Cada mensagem e texto escrito, postado e lido, são puxões de orelha em nós mesmos, antes
de tudo.
Cada tropeço é um momento de repensar e tentar fazer melhor da próxima vez. Enfim, ser
espírita é esforço, é perseverança, é reconhecer o erro, é pedir perdão, é perdoar, é tentar ser
hoje melhor do que fomos ontem e ser amanhã melhor do que estamos sendo hoje, para
conosco e para com o próximo.
Kardec disse: "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos
esforços que emprega para domar suas inclinações más."
Portanto, se o espírita é reconhecido pelo esforço que ele emprega para domar as más
inclinações, é sinal que ele tem más inclinações, ou seja, ele não é perfeito, mas tem obrigação
de se esforçar para se melhorar. Podemos dizer que muitos de nós ainda somos uma lagarta,
que rasteja para se locomover, assusta, queima, come as plantas do jardim.
Outros já estão no casulo, buscando melhorar-se para ser um dia uma linda borboleta, que
embeleza o jardim, poliniza as flores, é útil na Natureza e é suave em seus movimentos de
locomoção visando alçar voo aos céus.
Pensemos nisso!!!
***
Rudymara
***
#espiritismo #comportamento #sabedoria #evolução #doutrinaespirita
3

03 - INSTINTO E INTELIGÊNCIA

É comum presenciarmos, no trânsito, espetáculos lamentáveis de ira e de descontrole.


Dias atrás, em uma manhã fria e cinzenta de uma capital brasileira, um carro, sem dar o sinal correspondente,
simplesmente avançou para a pista da esquerda quase atingindo uma moto que passava ao seu lado.
Embora o incidente pudesse ter causado danos e prejuízos, em verdade, nada aconteceu.
Não houve colisão e ninguém se feriu.
No entanto, o motociclista visivelmente irritado com o ocorrido, pôs-se a perseguir o veículo de forma nervosa e,
quando o alcançou, agrediu verbalmente seu condutor.
Não considerando isso suficiente, chutou por diversas vezes a lataria do carro, entre berros e xingamentos.
Foi uma cena deprimente e que só não teve consequências mais nefastas porque o motorista do carro não
manifestou qualquer reação, retirando-se, sem revidar a agressão.
***
Toda vez que o indivíduo reage, dominado por qualquer tipo de violência, os atos que disso decorrem são
manifestações dos instintos agressivos que nele predominam.
Quando, ao invés de revide ou de autodefesa, age com equilíbrio e compaixão pelo opositor, é um resultado de
expressão da inteligência.
O instinto, por vezes se exterioriza armado, em mecanismo de autodefesa, preservando a própria vida.
E, geralmente, leva ao desespero e suas reações produzem desarmonia mental toda vez que se exalta e se acredita
em risco.
A inteligência, por sua vez, quando liberada dos artifícios do instinto, aclara a situação, mesmo quando
desagradável, propondo soluções de bem-estar e de efeitos saudáveis.
Os instintos são essenciais à vida porque preservam as heranças do desenvolvimento antropológico do ser e
continuam agindo com os seus automatismos para a conservação do corpo.
A inteligência é fundamental para a conquista do infinito, porque oferece recursos que tornam a qualidade de vida
muito melhor.
O instinto, quando desenvolvido e educado, torna-se um sentido a mais, vigilante no organismo em defesa de sua
estrutura biológica, e a inteligência é a luz balsâmica a conduzi-lo no labirinto das agressões externas que o ser
deve enfrentar.
***
Judas, movido por instinto infeliz, de medo e de ambição desmedida, enganou-se, traindo Jesus.
Maria Madalena, guiada pela inteligência, libertou-se dos instintos vis que a dominavam, encontrando Jesus e
libertando-se do vício.
Pilatos lavou as mãos, por instinto, evitando envolver-se na trama da covardia farisaica e, por falta de inteligência
lúcida, comprometeu-se de modo vil, desperdiçando abençoada oportunidade que se lhe apresentava.
Guiado pela inteligência iluminada pelo sentimento de amor, o instinto se transforma em instrumento de
felicidade.
Em todas as circunstâncias da vida, no trânsito, no trabalho, na família, compete-nos recordar que as reações
violentas são resultado de um instinto ainda pouco depurado, enquanto que o exercício do verdadeiro perdão é
uma demonstração inequívoca de inteligência e de caridade.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 2, do livro LIÇÕES PARA A FELICIDADE, por Joanna de Ângelis e Divaldo
Pereira Franco
***
#momentoespirita #violência #instinto #inteligência #comportamento #vigilancia #PsicologiaEspírita #joannadeangelis
4

04 - REFLETINDO SOBRE A DOR


A dor tem sido, em todas as épocas da Humanidade, uma constante entre os seres.
Instala-se de forma inesperada e passa, a partir daí, a ser o centro das atenções, modificando planos, alterando rumos.
Quando detestada, suas reações são violentas, tornando-se ainda mais forte. Quando aceita, seus efeitos são mais
brandos.
A verdade é que a dor se faz conhecida de todos e ninguém pode lhe impedir a presença.
Ela assume as mais variadas facetas e depois que encerra um ciclo, prepara, para um novo cometimento, a sua oportuna
aparição.
Ora são as dificuldades econômicas que afligem, ora a solidão afetiva que o dinheiro não consegue aplacar.
Ali é o ódio que dilacera os tecidos íntimos do ser, acolá são as garras das enfermidades irreversíveis que reduzem a pó
as mais sinceras esperanças.
São amores que partem para o outro plano da vida, sem nem mesmo um último adeus. São mentiras que destroem
sonhos e afastam corações amigos.
A dor, como ferramenta divina de depuração, submete e atinge, sem exceção, todas as criaturas.
Os prepotentes, que a desconsideram, não chegam ao termo da jornada sem lhe experimentar a companhia.
Os orgulhosos, que a desprezam, considerando-se inalcançáveis, encontram-na logo adiante.
Seu cerco é invencível.
***
Instrumento da Lei de Deus, a dor serve como benfeitora anônima que a todos visita.
Sua ação não é resultado do acaso, tampouco pode ser considerada como uma ocorrência injusta.
Nossas atribulações nada mais são do que consequências de equívocos do passado, exigindo a cabível reparação e o
devido resgate.
São repercussões da violação das Leis Divinas.
São ocasiões benditas de aprendizado e refazimento.
A dor, que a muitos amesquinha, humilha e atordoa, deve constituir estímulo de crescimento e evolução, a fim de que
alcancemos a grande vitória sobre nós mesmos.
Não temamos. Não nos deixemos dominar pelo sofrimento e pela sensação de autocomiseração.
Quando um motivo de dor ou de contrariedade nos atingir, elevemo-nos acima das circunstâncias, dominando os
impulsos de impaciência, de cólera ou de desespero.
Podemos, pela própria vontade, domar ou vencer a dor, ou, pelo menos, fazer dela meio de elevação.
A dor serve para polir, lapidar, esculpir e edificar as verdadeiras qualidades do Espírito imortal.
Lembremo-nos: Bem-aventurados os aflitos porque têm a oportunidade de provar a sua fé, a sua firmeza, a sua
perseverança e a sua submissão à vontade de Deus. E porque passada a tempestade, eles terão as alegrias que lhes
faltam na Terra.
***
A felicidade não é deste mundo.
A dor será necessária enquanto os homens não pautarem seus atos, pensamentos e palavras de acordo com as Leis
eternas.
Todas as aflições do presente são frutos de um passado equivocado.
Nem a fortuna, nem o poder, nem mesmo a juventude em flor são condições essenciais à felicidade.
Há pessoas que detêm tudo o que falta a outros e também não se sentem felizes.
Utilizemos a fé como remédio certo para o sofrimento. Ela aponta sempre os horizontes do infinito, ante os quais se
esvaem os poucos dias de sombra do presente.
***
Extraido do Momento Espírita
Referências: MOMENTOS DE FELICIDADE, cap. 4 - oanna de Ângelis e Divaldo Franco, O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO, cap. 5 eO PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR, Cap. 26, item 3 - Leon
Denis
***
#momentosespirita #dor #sofrimento #evolução #causaeefeito #aprendizado #espiritismo
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05 - PENSAMENTOS E RESPONSABILIDADE
Um Espírito de luz, certa feita, escreveu que nos encontramos mergulhados no Hálito Divino.
Isso nos fala não somente e de forma primordial do amor de um Pai Celeste e bom, quanto nos interliga a todos
os seres viventes.
Enquanto organismos vivos, tudo que fazemos tem, no mundo, uma consequência.
Lemos que o bater das asas de uma borboleta na África pode causar chuvas no Paraguai.
O importante não é realmente onde está a borboleta ou onde vai chover, mas o fato de que o minúsculo
deslocamento de ar causado pelo bater de suas asas pode causar efeitos na atmosfera, turbulentos o suficiente
para serem sentidos a milhares de quilômetros de distância.
A atmosfera não reconhece fronteiras.
Aqueles que assistimos ao primeiro episódio do filme A era do gelo, com certeza, nos lembramos do simpático
esquilo, que é uma figura paralela à trama principal.
Ele tem sua própria história, seu próprio interesse, que é acumular avelãs.
É justamente ele que dá um exemplo surpreendente de como a ação de um único indivíduo pode repercutir na
vida dos demais.
Mesmo que isso possa parecer improvável, em um primeiro momento.
Quando ele tenta enterrar a avelã, no solo gelado, provoca uma fissura que se alastra, sobe a encosta de uma
montanha e termina por dividi-la ao meio.
O resultado é o deslocamento de imensas massas de gelo, que quase esmagam o frágil esquilo, quanto modificam
totalmente a paisagem.
A cena leva ao riso, naturalmente.
Contudo, se pensarmos, descobriremos uma mensagem na imagem: a repercussão dos nossos atos, a dimensão
das nossas responsabilidades em tudo que fazemos.
Também em tudo que pensamos.
***
Vivemos num mundo em que vibramos constantemente. Nossa produção de pensamentos é inimaginável.
E todos colaboramos para a formação da atmosfera em que nos movemos, a atmosfera espiritual.
Em nosso mundo particular, alcançamos os que nos rodeiam no lar, na escola, no escritório.
Nossa ação vibratória se alonga para a rua em que moramos, o bairro, a cidade. Alcançamos o mundo.
Nossos pensamentos, gerados sem cessar, colaboram na formação da atmosfera espiritual de todo o planeta.
É nesse ambiente que nos movemos, que nos alimentamos uns dos pensamentos dos outros.
Por isso se diz que cada um de nós pode alimentar o estado de guerra mundial ou colaborar para a sua paz.
Quando assistimos a um noticiário e nos enchemos de raiva por algo que consideramos uma injustiça, estamos
contribuindo para engrossar o tumulto que se apresenta em qualquer lugar.
Se nossas emissões mentais forem de apaziguamento, de compreensão, a nossa colaboração será pela solução do
incidente de forma pacífica.
***
Gandhi libertou sua nação do jugo estrangeiro com ações pacíficas.
Disse ele: Se um único homem atingir a plenitude do amor, neutralizará o ódio de milhões.
Pensemos, portanto, como desejamos atuar no mundo. Como promotores do bem, do belo, do bom?
Comecemos agora. Pensemos no bem, no belo, no bom.
Colaboremos para a paz, a ordem, o progresso, emitindo nossas vibrações nobres, nossos pensamentos de luz.
Emitamos luz. Somos filhos da luz.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Metáfora de Eugênio Mussak, em artigo da revista Vida Simples, n. 172, ed. Abril.
***
#momentoespirita #pensamento #pensamentos #aprendizado #paz #amor #bondade
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06 - A BENÇÃO DO PERDÃO
Uma nuvem de tristeza pesava sobre a alma daquela mãe sofrida.
O seu jovem filho, criado com amor e desvelo, fora assassinado por um amigo dominado pelas drogas.
O desespero e a amargura eram suas companhias permanentes.
Os olhos fundos e a palidez denunciavam as noites de insônia e a falta de alimentação.
Uma amiga a convidou, talvez inspirada pela providência divina, a buscar ajuda do médium espírita, de profunda
dedicação ao bem, Divaldo Franco.
Era início da noite na cidade de Salvador, Bahia, quando as duas senhoras adentraram a casa espírita, onde Divaldo
atende aqueles que o procuram em busca de consolo e esperança.
Ele atendeu aquela mãe, com grande ternura.
A senhora lhe narrou o drama ocorrido, dizendo que um amigo do filho o havia alvejado por motivos banais, de
ligeiro desentendimento entre ambos.
Enquanto ela contava o acontecido, aproximou-se do médium a benfeitora espiritual Joanna de Ângelis, trazendo
o espírito do jovem assassinado e disse ao médium para transmitir à mãe sofrida, algumas palavras do filho.
Então, tomando emprestada a aparelhagem fonadora de Divaldo, ele dirigiu palavras de conforto para sua querida
mãe.
Recomendou-lhe que não cometesse suicídio, como estava pretendendo, pois isso a afastaria ainda mais dele, e
por mais tempo.
Pediu que ela se lembrasse da mãe do amigo que cometera o homicídio e agora estava detido pela justiça humana,
numa cadeia, entre criminosos comuns.
Aquela mãe, sim, era muito infeliz, pois seu filho era o verdadeiro desgraçado e não ele, que estava sob o amparo
de amigos espirituais atenciosos.
Ao ouvir aquela voz inconfundível, a mulher abraçou o médium, por cuja boca pudera ouvir as palavras amáveis
e lúcidas do filho, que julgava ter desaparecido para sempre.
Sob a inspiração da benfeitora espiritual, Divaldo aconselhou aquela mãe a considerar o estado de alma da outra
mãe, a do assassino, e pensar na possibilidade do perdão.
Na semana seguinte, o médium baiano viu adentrarem a sala duas senhoras, pálidas e de aspecto sofrido.
Uma ele já conhecia, a outra lhe era estranha.
Quando chegou a vez de atendê-las, a mulher, que estivera ali na semana anterior, lhe apresentou a companheira,
dizendo ser a mãe do amigo do seu filho.
O médium entendeu que ela havia seguido os conselhos recebidos e buscava ajudar aquela mãe mais infeliz do
que ela própria.
Conversaram por longo tempo.
Ao se despedir de ambas, Divaldo percebeu que um raio de luz penetrava suavemente aquelas almas doloridas.
A luz do perdão se fazia bênção de paz e gerava serena harmonia naqueles corações dilacerados pela dor da
separação dos filhos bem-amados, embora por motivos diversos.
Na medida em que o tempo foi passando, as duas encontraram motivos para voltar a sorrir, e juntas visitavam o
jovem no cárcere.
Mais tarde, fundaram uma casa de recuperação de toxicômanos para ajudar outros tantos jovens a se libertar das
cadeias infelizes das drogas.
***
O perdão é uma das mais belas provas de confiança nas soberanas leis de Deus.
Perdoar é receber com resignação os fatos que não podemos evitar ou mudar, com a certeza de que a Justiça
Divina não se equivoca e nada nos acontece se as leis de Deus, às quais todos nos encontramos submetidos, não
o permitirem.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Fato narrado por Divaldo Pereira Franco, em Videira-SC, no dia 22.09.2003.
***
#momentoespirita #divaldofranco #perdão #conselhos #dificuldades #JustiçaDivina
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07 - REFLETINDO SOBRE A CONFIANÇA

Em quantas pessoas você realmente confia? A pergunta soa um tanto ingênua, mas nos faz refletir a respeito das
nossas relações nos dias atuais.
Conhecemos um maior número de pessoas com as quais convivemos, os relacionamentos se multiplicam, os
contatos sociais são facilitados.
Comunicamo-nos mais facilmente, através de e-mails, sites de relacionamento, telefones móveis.
E, paradoxalmente, nos sentimos cada vez mais sozinhos, mais vazios. Cheios de nomes na agenda telefônica, sem
que possamos neles confiar, sem que possamos com eles contar, sem que tenhamos com quem dividir angústias,
receios, medos e solidão.
Como escreveu o comediante americano George Carlin: Construímos mais computadores para armazenar mais
informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.
E, como consequência, temos muitos conhecidos, mas conhecemos muito pouco as pessoas. Daí, nossa
dificuldade em encontrar em quem confiar, com quem dividir os pesos que muitas vezes trazemos na alma. E
gostaríamos de ter com quem compartilhá-los.
Mas, de onde nasce a confiança? Como se constrói a confiança de uns nos outros?
Se analisarmos que confiar pode ser interpretado também como fiar com, entendemos que a confiança se constrói
no exercício contínuo da convivência, do estar junto, do fiar as coisas do dia a dia com companheirismo.
***
Quando nos permitimos a convivência com o próximo, o compartilhar das experiências, o dividir das
responsabilidades, que aos poucos irão crescendo, estamos fiando as coisas da vida com os companheiros de
jornada.
É natural que a confiança não nasça rápida e indistintamente. É necessário que seja cultivada, que seja vivenciada.
Aí está o fiar com alguém.
Aquele que não se permite dividir pequenas tarefas, pequenas responsabilidades com o outro, sempre a desconfiar
de alguém, descarta de antemão a possibilidade de construir a confiança mútua.
É verdade que seria insensato confiar sentimentos, informações ou decisões indistintamente, com qualquer pessoa
do nosso relacionamento.
Mas o oposto também é um erro.
Sempre haverá aqueles com os quais poderemos começar o exercício da convivência, do compartilhar o pouco,
para logo mais a confiança começar a se estabelecer.
***
Permitamo-nos sair da solidão e do isolamento, mesmo que cercados de uma multidão, para buscar esse ou aquele
companheiro, a fim de iniciar o exercício de fiar juntos o sentimento da confiança.
Alguns logo nos mostrarão que não estão dispostos a esse exercício. Outros caminharão apenas um trecho
conosco.
Porém, sempre haverá aqueles que aceitarão o convite da construção da amizade e da confiança.
Para chegar até esses, inevitavelmente passaremos por uns e outros. Mas serão sempre o convívio, o
conhecimento mútuo e o compartilhar, as ferramentas que melhor nos servirão para a construção da confiança e
da amizade.
Pensemos nisso e nos empenhemos nessa elaboração lenta e preciosa da confiança.
***
Extraído do Momento Espírita.
***
#momentoespirita #confiança #reflexão #comportamento #autoconhecimento #conselhos
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08 - COINCIDÊNCIAS?
Foram cinquenta anos de angustiosa procura.
Os irmãos Adolfo e Antônio perderam o contato quando deixaram o Estado de Pernambuco, na década de
1960, e se mudaram para a região sudeste do Brasil, em busca de melhores oportunidades.
A comunicação à época era difícil e, embora tenham se procurado por anos a fio, não conseguiram se
reencontrar.
Quando se aposentou, Adolfo decidiu retornar à região nordeste, instalando-se em Maceió.
Por conta de um problema de saúde, foi internado em hospital de grande porte da capital alagoense.
No leito ao lado de Adolfo, outro homem também estava internado.
As enfermeiras estranharam ao perceber que o sobrenome dos dois pacientes era idêntico e questionaram
Adolfo se ele conhecia alguém chamado Antônio.
Cheio de esperança, ele pediu à sua filha que indagasse ao companheiro de internamento o nome do pai
dele.
Pedro da Silva, foi a resposta.
Era o nome do pai de Adolfo. No mesmo instante, ele pediu a alguém que fosse à sua casa buscar uma
antiga foto de família, na qual seu pai e seus irmãos estavam retratados.
Quando mostraram a foto a Antônio, copiosas lágrimas rolaram por sua face. Não havia mais dúvidas: os
irmãos haviam se reencontrado.
Antônio também se mudara para Maceió na ocasião de sua aposentadoria e eles não faziam ideia de que
moravam próximos um do outro há quase dez anos.
Tantos anos passamos separados, tantas foram as tentativas frustradas de nos reencontrarmos para, de
repente, sermos internados no mesmo dia, um ao lado do outro.
Foi um reencontro de emoção indescritível, um verdadeiro mistério de Deus, revela Adolfo, emocionado.
***
Encontros, desencontros, chegadas, despedidas, alegrias, tristezas.
Em nossa existência, nada ocorre por acaso.
As provações e tribulações pelas quais passamos, os sucessos e os insucessos da vida, o país no qual
residimos, a religião que professamos, as condições financeiras de que desfrutamos, para tudo há uma
explicação.
A família na qual fomos acolhidos, as amizades que cultivamos, o companheiro ou a companheira que
elegemos, os filhos que nos foram confiados, nada disso deve ser atribuído ao acaso.
Atentemo-nos às nossas escolhas. São elas as responsáveis pelos acontecimentos tanto do passado
quanto pelos do presente e futuros, felizes ou infelizes, comumente atribuídos ao acaso, à sorte ou ao azar.
Por assim ser, é preciso responsabilidade ao fazermos uso do livre-arbítrio que o Criador nos concedeu. A
lei de causa e efeito é universal: para cada escolha, uma consequência.
Sem dúvida, é certo que podemos contar com a misericórdia Divina, que leva em conta as nossas fraquezas.
Porém, no devido tempo, quando estivermos preparados, a justiça de Deus permite que reparemos as faltas
cometidas, registradas no tribunal da consciência.
***
O que rege as nossas existências não é o acaso, mas, sim, o livre-arbítrio, uma responsabilidade que o ser
conquista por meio do progresso intelecto-moral.
Afinal, imprevisível é a presença Divina surpreendendo a qualquer falta cometida. Insuspeitável é a
interferência Divina sempre vigilante. Inesperado é a ocorrência Divina trabalhando pela ordem.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita (Texto: Imprevisível, insuspeitável, inesperado)
Referências: Biografia de Adolfo Teixeira da Silva e cap. 3, do livro ALERTA, de Joanna de
Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #reencarnação #leidecausaeefeito #livrearbitrio #causaeefeito #coincidência #reflexão
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09 - LIBERDADE E RESPONSABILIDADE

Tudo na Criação está em permanente processo de transformação e aprimoramento. Assim também ocorre
com os homens. Em sua condição de Espíritos, trilham marcha ascendente rumo à Angelitude.
Foram criados em estado de absoluta simplicidade e ignorância. Mas possuem desde o princípio os embriões
de todas as virtudes.
Nas primeiras experiências foram conduzidos grandemente pelos instintos.
Gradualmente tomaram ciência de seu potencial e passaram a fazer opções.
Titubeantes no princípio, desenvolveram a consciência de si próprios e da sua vontade.
***
Um elemento primordial do progresso consciente é o Livre-Arbítrio.
As espécies animais e vegetais são conduzidas pelas forças da natureza, em suas etapas de elaboração.
Já os homens podem escolher os caminhos que trilham.
O progresso espiritual pressupõe o desenvolvimento da faculdade de discernir o bem e o mal.
Para a aquisição desse senso moral, para crescer em entendimento e compreensão, é imprescindível a
liberdade de opção.
Quanto mais o Espírito burila seu intelecto e exerce sua vontade, mais liberdade tem. Seu leque de opções
aumenta.
Mas não é somente a Liberdade que ganha expressão.
Com o conhecimento e o lento evoluir do ser, ele se torna mais Responsável pelo que faz.
Quando o instinto predomina, a responsabilidade é ínfima.
Quando a vontade e a consciência regem o destino, torna-se inarredável a Responsabilidade.
***
O homem é intrinsecamente livre em seus atos e pensamentos, mas responde por tudo o que faz e pensa.
As leis humanas são frequentemente burladas e enganadas, contudo, nos Estatutos Divinos não há qualquer
falha.
Sendo as Leis Divinas inscritas na consciência de cada homem, elas jamais são burladas. Ninguém escapará
de si próprio.
Cada qual é livre para pensar, falar e agir. Mas essa liberdade sempre deve respeitar os direitos do próximo.
A movimentação do Livre-Arbítrio jamais deve causar sofrimento e coerção para outrem.
Quem se permite infelicitar o semelhante, infelicita-se a si próprio.
O desrespeito à dignidade e à felicidade alheias aprisiona o seu autor.
O homem que provoca sofrimento prepara para si um cárcere de sombra e desgraças.
Talvez ele engane a justiça humana.
Quiçá logre anestesiar a própria consciência por um tempo. Mas cedo ou tarde, nesta encarnação ou em outra,
despertará para a realidade.
Sua consciência o chamará a prestar contas de seus atos.
Então, a dor infligida ressurgirá no íntimo do ser.
Entre inibições e complexos, lutas e sofrimentos, ele se acertará com as Leis Divinas.
***
Reflita na responsabilidade que você possui, em sua condição de homem livre.
Você pode muito.
Pode escolher ser honesto ou desonesto, misericordioso ou cruel, leal ou traiçoeiro, útil ou inútil.
Mas responderá por seus atos.
Não se trata de pecado e castigo, mas de responsabilidade.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #liberdade #responsabilidade #livrearbitrio #causaeefeito
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10 - REFLETINDO SOBRE ESCÂNDALOS


Em determinada passagem do Evangelho, Jesus afirma serem os escândalos necessários no mundo, mas Ai de
quem os provoca.
No sentido vulgar do termo, Escândalo significa evento ruidoso, que causa alvoroço ou estrépito.
Nessa linha, o problema residiria não no conteúdo da conduta, mas na sua repercussão.
Desde que uma ação má não gerasse alarde, não haveria maiores problemas.
Ocorre que esse sentido valoriza as aparências e a hipocrisia, em franco desacordo com as lições do Cristo.
Jesus afirmou, ao tratar do adultério, por exemplo, que o mero pensar com impureza já era condenável.
Que se dirá então de ações francamente nefastas, apenas cometidas na surdina?
Parece possível interpretar a palavra Escândalo, na acepção evangélica, como tudo o que causa tropeço ou
embaraço nos caminhos próprio ou alheio.
Tudo o que resulta dos vícios e imperfeições humanas, tudo o que viola os deveres de pureza e fraternidade, isso
é um escândalo perante as Leis Divinas.
Mas qual a razão para os escândalos serem necessários?
***
O cerne da questão reside na evolução ainda incipiente dos habitantes da Terra, mormente no que diz respeito à
moral.
O planeta, ainda por um tempo, será morada de Espíritos rebeldes às Leis Divinas.
Mais do que em decorrência das condições materiais da Terra, a vida aqui é difícil por conta dos nossos inúmeros
vícios.
Violência, corrupção, promiscuidade, tudo isso gera infelicidade e transtornos.
Muitos são os escândalos produzidos diariamente pelos homens, em sua imperfeição.
Salvo o caso das almas missionárias, os Espíritos radicados na Terra têm afinidade de sentimentos e valores, em
maior e menor grau.
O contato recíproco de criaturas viciosas tem variados efeitos.
Ele provoca inevitável sofrimento pelo contínuo entrechoque de interesses.
É cansativo defender-se cotidianamente da maldade alheia e conviver com esperteza e deslealdade.
Esse contato também propicia o acertamento de dívidas cósmicas.
No longo processo de aprendizado da vida, o Espírito comete equívocos que precisa reparar.
Ele necessita acertar-se com sua consciência, a fim de habilitar-se para estágios superiores da vida imortal.
Também precisa adquirir paciência e generosidade e isso apenas se consegue perante criaturas falhas.
Afinal, os anjos não desafiam a paciência de ninguém e nem necessitam de favores ou clemência.
Finalmente, o contato com o vício faz com que os homens lentamente se desgostem dele.
***
O espetáculo das baixezas humanas é triste. Com o transcorrer do tempo faz surgir o ideal de vivências diferentes,
plenas de pureza e compaixão.
Assim, nos estágios ainda inferiores da vida moral, o escândalo é infelizmente necessário.
Mas ai do escandaloso, pois responde por todo o mal que causa, ainda que deste surja indiretamente o bem.
Quando os homens se depurarem, o escândalo se tornará desnecessário e desaparecerá.
Eventuais acertos com a justiça cósmica se processarão na forma de efetivo trabalho no bem, a consubstanciar o
amor que cobre a multidão de pecados, no dizer evangélico.
Assim, para alcançar a libertação de injunções dolorosas, cuide para não causar escândalo.
Se alguém lhe fizer o mal, saiba que o verdadeiro prejudicado é o escandaloso.
Ele desafia as Leis Divinas e desencadeia graves consequências na própria vida.
Quanto a você, perdoe e siga adiante.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #escandalo #escandalos #espiritismo #aprendizado #evolução #reflexão
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11 - REFLETINDO SOBRE JESUS

Vinte séculos já se escoaram no tempo. Ao finalizar-se o último milênio, a figura de Jesus foi muito lembrada. Ao
mesmo tempo, contestada.
Ainda existem pessoas que afirmam que Ele jamais existiu. E procuram algumas anotações distorcidas da História,
para justificarem a sua tese.
Contudo, quem, na História do mundo, realizou o que Ele fez, em tão pouco tempo e com tão pouco?
Ao nascer, não tinha sequer um berço e Lhe foi improvisada uma manjedoura, onde os animais buscavam o
alimento.
Os primeiros momentos da Sua vida passou em um estábulo, entre o calor dos animais e o amor dos pais. O teto
não Lhe pertencia.
Na infância, esteve no Egito, na qualidade de estrangeiro, submetendo-Se às leis dos homens.
Depois, de retorno a Nazaré, viveu no lar humilde de um carpinteiro, moldando com Suas mãos a madeira para a
transformar em mesas, bancos, utensílios vários.
Ao iniciar o Seu messianato, entre os homens, escolheu doze trabalhadores do povo. À exceção de um deles,
Mateus, todos os demais, homens rudes, acostumados à lide com redes e comércio.
Não dispunha de recursos amoedados. Pregava à beira do lago, nas praças, nos vilarejos. Utilizava-Se das
oportunidades nas sinagogas e no templo.
***
Os exemplos, para a pregação do Reino que vinha implantar no coração dos homens, colhia das coisas simples,
mas expressivas, da natureza.
Um grão de mostarda para lecionar o tamanho da fé que remove montanhas. Uma figueira que se negava a dar
frutos, desatendendo a sua missão, para dizer da necessidade de se produzir sempre.
Flores do campo e aves do céu para ensinar a lição inigualável da Providência Divina, que por todos vela.
Ovelhas para falar de mansidão e da preocupação do pastor para com cada uma delas.
Pérolas para dizer da preciosidade das lições que Ele trazia do Pai para a Terra.
Sementes, campos férteis e terras áridas para Se referir ao próprio coração humano ao qual Se dirigia.
Falou de justiça numa Terra cansada de injustiças sociais. Trouxe a lição da não violência, num mundo envolvido
em muitas guerras.
Ensinou que o Divino Criador é Pai de todos, sem diferença de nacionalidade ou condição social.
Ninguém disse o que Ele disse e da forma que O fez.
E até hoje, ninguém teve o Seu aniversário comemorado, todos os anos, pelo mundo todo, durante mais de dois
mil anos.
***
Jesus é o mais notável Ser da História da Humanidade. A Sua vida e a Sua obra são as mais comentadas e discutidas
dentre todas as que já passaram pela cultura e pela civilização, através dos tempos.
O Seu Testamento, o Evangelho, é o mais belo poema de esperanças e consolações de que se tem notícia.
Ainda hoje, a Sua voz alcança os ouvidos de todos aqueles que sofrem, ou que aspiram pelos ideais de beleza e
de felicidade, os que aguardam por melhores dias.
O Seu convite é para o prosseguimento da autossuperação, na rota da perfeição.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Apresentação do livro JESUS E O EVANGELHO À LUZ DA PSICOLOGIA PROFUNDA, por
Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#joannadeangelis #momentoespirita #espiritismo #Jesus #Evangelho #aprendizado
12

12 - CARIDADE E VOCÊ

Você tem observado os quadros do mundo e tem sentido o coração apertado, mais de uma vez.
Você assiste, pela TV, as cenas de crianças morrendo de fome, de doentes em corredores de hospitais
perecendo por falta de assistência.
“É o caos”, pensa você. E espera que o governo tome providências. Que as autoridades se movimentem.
Entretanto, não se demore na posição de comentarista.
Pense no que você pode fazer.
Não diga que é pobre e incapaz de contribuir na campanha do bem ao próximo.
***
Pensemos juntos.
Se você renunciar a um refrigerante em cada cinco, segundo os seus hábitos, poderá destinar a quantia,
ao final de um mês a um hospital.
A sua renúncia equivalerá a uma medicação para um doente.
Se você renunciar ao cinema uma vez em cada cinco, endereçando o valor economizado a uma creche,
ao término de algumas semanas a instituição contará com mais leite em favor daquelas crianças.
Se você renunciar à compra de uma revista em cada cinco que costuma adquirir, ao término de duas ou
três semanas, o valor poderá ser destinado a uma instituição que acolha idosos.
O dinheiro poderá servir, quem sabe, para comprar uns docinhos extras, pequenas guloseimas que eles
ainda apreciam.
Se você economizar as peças de vestuário, guardando a importância equivalente a uma delas em cada
cinco, ao final de um ano você disporá de recursos suficientes para vestir alguém que a nudez ameaça.
Se você deixar de ir ao restaurante uma vez em cada cinco que costume ir, ao final de algumas semanas,
poderá encaminhar o valor economizado a um albergue para alimentar quem se encontra distante do
próprio lar.
Se você economizar o equivalente à aquisição de um novo calçado, a cada cinco, poderá endereçar o
valor para uma instituição que lute com dificuldades para pagar a conta da energia elétrica, da água ou
do supermercado.
Não espere, portanto, pelas decisões do governo. Ou que pessoas mais abonadas do que você realizem
aquilo que você pode realizar.
Será uma gota no oceano, dirá você. Mas não esqueça que o oceano é feito de gotas d’água e que o rio
começa com um filete na fenda da montanha.
***
Não espere pela bondade dos outros.
Lembre-se daquela que você mesmo pode fazer.
É possível que você diga que tem direito ao supérfluo, porque luta e trabalha para isso. E tem razão. Mas
pense naqueles a quem falta o necessário.
Você pode afirmar que está contribuindo com a indústria do refrigerante, a mídia escrita, as empresas
da moda e os restaurantes.
Porque todos são fonte de trabalho para muitas pessoas. É verdade. Mas o que você economizar,
destinando a outrem, continuará movimentando a indústria e o comércio.
13

E estará diminuindo dores, mitigando a fome, protegendo corpos, enriquecendo um pouco a mesa de
alguém que já abandonou os sonhos há muito tempo...
Não contestamos seu direito de decidir a forma de empregar os seus recursos amoedados.
A vontade é atributo do espírito. É dádiva de Deus para que decidamos, por nós, quanto à direção do
próprio destino.
O nosso lembrete é somente uma sugestão para aqueles que acreditam na força da caridade.
E essa caridade só terá realmente valor se houver algum laço entre a caridade e você.
***
Caridade é bênção sublime a se desdobrar em socorro silencioso.
É uma escada de luz onde o próximo é o degrau evolutivo que permite a ascensão e o auxílio fraternal é
oportunidade iluminativa.
A caridade – vida da alma – é a mais alta conquista que o homem poderá colocar como meta para si
mesmo.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #caridade #fraternidade #comportamento #conselhos
14

13 - O QUE É CIVILIZAÇÃO?

Margaret Mead foi uma antropóloga cultural, nascida nos Estados Unidos no Século XX.
Trabalhou no Museu Americano de História Natural, em Nova York, por mais de cinco décadas, assumindo o posto
de diretora de etnologia por mais de vinte anos.
Seus estudos muito contribuíram para o desenvolvimento da antropologia, em vários aspectos.
Certa feita, uma estudante lhe perguntou qual seria, na visão aguçada da pesquisadora, o primeiro sinal de
civilização.
Talvez a expectativa da aluna fosse que a insigne professora lhe indicasse algum artefato desenvolvido, o domínio
de alguma técnica.
Talvez falasse da capacidade de amolar uma pedra, fazer uma lança ou um pote de barro.
No entanto, a reflexão da antropóloga foi além da aquisição dessas capacidades intelectuais e motoras que
desenvolvemos em nossa caminhada evolutiva.
Para a doutora Margaret Mead o que sinaliza o início da civilização é um fêmur curado.
O fêmur é um dos maiores ossos de nosso organismo, o mais longo de nosso corpo, fundamental para nosso
deslocamento.
Sem os recursos que hoje a medicina oferece, ele levava cerca de seis semanas para uma completa cicatrização,
exigindo do paciente absoluto repouso, nenhum movimento.
Assim, a antropóloga concebeu, na observação de um osso curado, a síntese de toda uma conquista emocional.
Durante essas longas semanas, alguém teve de proteger esse enfermo. Teve que tratar, alimentar, fornecer água,
entre tantas necessidades.
Tais atitudes nascem da empatia, da solidariedade, do afeto e da consideração.
Somente munido desses sentimentos alguém dispensaria tantos dias para cuidar do outro.
***
Dessa forma, concluímos, é que se faz a construção de nossa Humanidade, de nossa civilização.
E isso se dá, na intimidade de cada um de nós.
Portanto, os sinais efetivos de nosso progresso não se darão pela nossa inteligência, por termos um raciocínio
rápido e privilegiada capacidade de entendimento.
Em cada um de nós, o progresso se efetivará, quando, para além do intelecto, formos conquistando valores nobres.
Vamos construindo nossa civilização à medida que conseguimos tratar o outro da mesma forma que gostaríamos
de ser tratados.
Quando vamos entendendo que nossos direitos devem respeitar os direitos do outro; quando, além de justos,
somos solidários perante as dificuldades do próximo; quando a compaixão nos toca, e com ela nos movimentamos,
para minimizar a dificuldade do outro, temos uma conquista individual.
E quando cada conquista se consolida, em nós, em última instância, toda a Humanidade progride.
Por isso, se buscamos progressos maiores para nossa civilização, lembremos que apenas as conquistas e esforços
intelectuais não bastam.
São importantes, sem sombra de dúvida.
Mas, se não nos preocuparmos em nos tornarmos melhores, mais humanos, mais solidários, mais companheiros
uns dos outros, jamais poderemos nos dizer, efetivamente, civilizados.
***
Extraído do Momento Espírita (texto Alcançando a Civilização)
***
#momentoespirita #civilização #evolução #progresso #fraternidade #humanidade
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14 - REFLETINDO SOBRE A FÉ

Relata o Evangelista Lucas que, em certa ocasião, Jairo, chefe da sinagoga, veio ao encontro de Jesus e, se
prostrando aos Seus pés, implorou que Ele fosse a sua casa e curasse sua filha.
Atendendo o pedido, o Mestre se levantou e seguiu aquele pai angustiado.
Pelo caminho, uma senhora, que há muitos anos estava doente, aproximou-se de Jesus e lhe tocou o manto, pois
acreditava que esse fato haveria de curá-la. E assim sucedeu.
O Rabi, entretanto, inquiriu quem O houvera tocado.
A mulher, prostrou-se diante do Mestre e confessou que fora ela quem O tocara.
Jesus, fitando-a, afirmou: Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz!
***
Muitos somos os que afirmamos ter fé.
Jesus prescreveu que se tivéssemos fé do tamanho de um grão de mostarda, removeríamos montanhas.
A fé, enquanto virtude, tal qual o perdão, a caridade, a paciência, é conquista do Espírito e, portanto, somente se
dá através da prática e da vivência.
De nada adianta uma fé que não é capaz de consolar nosso coração quando um ente querido retorna à pátria
espiritual, morada de todos nós.
Uma fé que não é capaz de nos manter de pé diante da mágoa, da ofensa, da dor, da humilhação, da ingratidão.
De nada adianta uma fé que não é capaz de dialogar conosco, preenchendo-nos de esperança diante dos
problemas-lições que, diariamente, somos convocados a superar e, principalmente, com cada um deles aprender.
É na experiência diária e, em especial, nos momentos mais críticos de nossa existência, que somos convidados a
dar testemunho de nossa fé.
Sendo assim, que cada gesto, cada palavra, cada decisão que tomarmos possa ser regada com os bons eflúvios da
fé.
Se bebermos, diariamente, nessa fonte que nunca seca, teremos guia seguro para o progresso intelecto-moral e
para a conquista da felicidade que almejamos.
***
Olhai as aves do céu e os lírios do campo, recomendou-nos Jesus.
Desde os menores animais às mais delicadas plantas, até as grandes esferas que figuram precisas e harmoniosas
na imensidão do Universo, em tudo percebemos os traços do Criador.
Se o Pai Celeste por tudo zela, certamente também assim o faz por nós, Seus filhos muito amados.
Se hoje permite que experimentemos dores diversas, é por saber que delas somos necessitados e essa é a via que
nos levará à cura de nossas almas chagadas pelas mazelas morais.
Igualmente, como fez a senhora enferma, permitamos que nossa fé nos salve de nosso orgulho, de nossa
maledicência, de nosso egoísmo, de nossa falta de caridade.
***
Se Jesus é o Mestre e o Evangelho é o caminho, a fé é a candeia que, pouco a pouco, ilumina a escuridão que
ainda há em nós.
A fé é uma necessidade espiritual, que não podemos desprezar.
É lâmpada-bússola que nos aponta rumos seguros, impedindo que nos venhamos a abater ante a noite escura das
dificuldades.
Passo a passo, atendamos a recomendação do Senhor: Brilhe a vossa luz!
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita (texto original Brilhe a Vossa Luz)
Referência: Evangelho de Lucas, 8:44 a 56 e verbete FÉ do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA por Joanna de Ângelis e
Divaldo Franco
***
#momentoespirita #joannadeangelis #Evangelho #fé #fe #espiritismo #doutrinaespirita #aprendizado
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15 - INCOMPREENSÕES
Quantas vezes nos sentimos incompreendidos?
A resposta deve ser: Muitas vezes... – Em tom de desabafo ou lamentação profunda.
Ainda nos sentimos vítimas quando passamos por tais situações cotidianas. Alguns de nós parecemos colecionar
desditas.
E quando temos chance demonstramos nossa frustração.
Acontece que pessoa alguma consegue vencer a jornada terrestre sem enfrentar os obstáculos necessários ao seu
processo de iluminação interior.
Seria ingenuidade ou fuga, pretendermos passar isentos de tudo isso.
Dentre esses tantos desafios que nos provam incessantemente, aqueles de natureza moral se fazem os mais
atormentadores.
São eles que atingem nossas resistências íntimas e conspiram contra a harmonia pessoal.
Entre esses, no relacionamento social, se destacam a incompreensão, criadora de situações lamentáveis.
***
A incompreensão tem raízes em comportamentos íntimos que se mascaram, renovando as formas de agressão e
mantendo a mesma acidez.
Estimulada pela inveja, provoca situações insustentáveis.
A competição doentia a encoraja, buscando derrubar o aparente adversário.
A malícia favorece o intercâmbio para a sua ação enfermiça, espalhando suspeitas e calúnias.
A incompreensão está em germe na alma humana ainda em processo de crescimento. Herança dos instintos agressivos,
surge com insistência nas mentes e busca residência nos corações.
Em razão da inferioridade dos homens, a incompreensão favorece o desabar de excelentes construções de amor.
Aqueles que não alcançam, aqueles que não podem, desejam derrubar os que vão adiante, mais alto.
Aqueles que ainda não sentem, que ainda não se transformaram, não entendem como aqueles mais à frente
conseguiram e questionam suas vitórias.
Aqueles que não sentem como nós sentimos não conseguem entender nosso coração.
Lembremos que os mais abnegados promotores do progresso padeceram a incompreensão dos seus contemporâneos.
Abraçados ao ideal, não podiam compactuar com os frívolos e os maus que os buscavam, em tentativa de amizade para
desviá-los do compromisso.
Os santos a experimentaram na carne, espezinhados e perseguidos nos grupos de onde se originavam.
Os missionários do bem se viram sacrificados e confundidos, porque não pararam, cedendo nos seus ideais.
Os invejosos os crivaram de espinhos e dores, gozando por vê-los quase sucumbir...
***
Ninguém conseguirá caminhar em paz na multidão.
As diferenças ideológicas e morais, vibratórias e culturais não deixarão, por enquanto, que a fraternidade ajude e o
amor ampare.
Assim, perdoemos aos nossos perseguidores. Eles já são infelizes, em razão do que cultivam no íntimo e do que,
realmente, são.
Prossigamos em confiança, sem nos determos para examinar as incompreensões do caminho.
Os apedrejadores adotam a tarefa de somente agredir.
Sejamos aqueles que avançam, compreendendo.
Todo o mal que nos façam, não nos fará mal. Pelo contrário, nos promoverá a estágio superior, se soubermos enfrentar
a situação.
O nosso exemplo de humildade será um chamado à renovação, à paz.
Não nos detenhamos, nem nos entristeçamos diante das incompreensões.
Prossigamos com alegria íntima pelo roteiro que elegemos e não olhemos para trás.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 4, do livro DESPERTE E SEJA FELIZ, de Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #incompreensão #compreensão #comportamento #sociedade #autoconhecimento #PsicologiaEspírita
17

16 - HORA VAZIA

Sob pretexto algum se permita a “hora vazia”.


Justificando cansaço ou desengano, irritabilidade ou enfado, desespero íntimo ou falta de estímulo, evite cair no
desânimo que abre claros na ação do bem, favorecendo a inutilidade e inspirando as ideias perniciosas.
Se você supõe que todos se voltam contra os seus propósitos superiores, insista na atividade, que falará com mais
eficiência do que suas palavras.
Coagido pela estafa, mude de atitude mental e renove a tarefa, surpreendendo-se com motivação nova para o
prosseguimento do ideal.
Vitimado por injunções íntimas, perturbadoras, que se enraízam no seu passado espiritual, redobre esforços e
atue confiante.
***
O trabalho é, ao lado da oração, o mais eficiente antídoto contra o mal, porquanto conquista valores incalculáveis
com que o Espírito corrige as imperfeições e disciplina a vontade.
O momento perigoso para o cristão decidido é o do ócio, não o do sofrimento nem o da luta áspera.
Na ociosidade surge e cresce o mal. Na dor e na tarefa fulguram a luz da oração e a chama da fé.
Maledicências e intrigas, vaidades e presunções, calúnias e boatos, despeito e descrédito, inquietação e medo,
pensamentos deprimentes e tentações nascem e se alimentam durante a “hora vazia”.
Os germes criminógenos de muitos males que pesam negativamente sobre a economia da sociedade se
desenvolvem durante os minutos de desocupação e ociosidade.
Os desocupados jamais dispõem de tempo para o próximo, atarantados pela indolência e pela inutilidade que
fomentam o egoísmo e desenvolvem a indiferença.
Veja que em a natureza não há o ócio. Tudo trabalha, tudo colabora. A vida se agita em toda parte. O movimento
é lei universal em tudo presente.
***
O descanso faz parte da Lei do Trabalho. O corpo precisa se refazer. A mente necessita recarregar-se.
Evitar o ócio não significa trabalhar sem descanso, sem trégua, de forma alguma.
Escapar da ociosidade significa apenas evitar a inutilidade. O homem pode muito bem descansar de uma tarefa
realizando outra. Enquanto refaz o corpo, ativa a mente. Enquanto descansa a mente, exercita o corpo.
O ditado popular é verdadeiro: Cabeça vazia, oficina do diabo, significando que não temos habilidade de lidar
com a mente ociosa. Ela atrai maus pensamentos e desperta nossas más tendências, além de ser mais facilmente
influenciada por aqueles que desejam ver nossa derrocada.
Nosso tempo aqui precisa ser muito bem utilizado, pois ele é escasso, passa muito rápido.
Por isso, quanto mais nos ocuparmos com pensamentos e tarefas nobres, melhor para a formação de nosso caráter.
Tudo no Universo tem utilidade, e utilidade sempre. Ir contra isso é atrasar nossa felicidade.
Mesmo nos momentos de cansaço, de exaustão, procuremos algo útil, que nos edifique, não nos permitindo a
simples hora vazia.
Descansar não está em não fazer nada, mas sim em mudar de atividade.
Inutilidade, nunca!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 7, do livro LEIS MORAIS DA VIDA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #trabalho #ociosidade #bem #mal #descanso #joannadeangelis #leidotrabalho
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17 - INVESTIMENTOS

Vez que outra, é importante que façamos um balanço dos nossos investimentos. Os empresários costumam fazer
levantamentos diários, relatórios que indicam o mercado mais rentável e, dessa forma, decidem como, em que, e
quando investir.
De maneira geral, todos somos empresários de nós mesmos, decidimos sobre nossa economia, nossos
investimentos e elegemos uma escala de valores que passamos a seguir.
Todavia, na maioria das vezes, a nossa atenção está voltada para as questões materiais. Queremos as vantagens
imediatas. Buscamos investir sempre em algo que nos traga resultados a curto prazo.
É louvável que nos ocupemos com as coisas da vida material pois vivemos num mundo material.
O que normalmente acontece, é que relegamos para segundo plano as questões que dizem respeito ao Espírito
imortal que somos todos nós.
Investimos tanto no corpo, que ficará preso à Terra, ocupamo-nos tanto com os investimentos materiais, que
teremos que deixar na Terra, e pouco nos voltamos para o Espírito, que continuará sempre vivo.
Como dissemos, as coisas da Terra são importantes como meio de progresso, mas não são o fim objetivado com
a reencarnação.
Se é saudável fazermos ginástica para que nosso corpo fique em forma, é também de suma importância que
exercitemos um pouco o Espírito, procurando dar a ele uma feição melhor.
Se evitamos todos os negócios que não nos trazem lucros financeiros, por que não evitamos tantas ações que nos
trazem prejuízos morais de grande monta?
***
Vale a pena meditar sobre nossos valores. Fazer, de vez em quando, um levantamento de como melhorar os
investimentos em nível espiritual.
Não investir na inveja, veneno corrosivo que destrói a nossa paz interior.
Deixar de investir na vingança, enfermidade que causa mal-estar e desdita a quem a agasalha na intimidade.
Não aplicar nem mais um segundo no ódio, inimigo letal de todos que o cultivamos no ser.
Retirar todos os esforços empregados na maledicência, na calúnia, no orgulho, na vaidade desmedida.
Investir no Espírito que passará pelo túmulo e continuará mais Além, no plano espiritual, de onde todos viemos.
Voltar para lá levando na bagagem investimentos nobres, que nos deem uma feição melhorada, que sirva de
sustentação para nossa nova jornada, e para que não sejamos um peso para aqueles que nos aguardam do outro
lado da vida.
Esta é a proposta do Espiritismo, esta sempre foi a proposta do Cristo: Viver no mundo, sem ser do mundo.
Usufruir das coisas do mundo mas não se deixar possuir por elas.
E, quando tivermos que deixar os bens que pertencem à Terra, que possamos fazê-lo com serenidade, sem agarrar-
nos de forma prejudicial aos haveres que Deus nos emprestou para nossa evolução intelectual e moral.
***
No jogo dos investimentos chegará a hora da prestação de contas.
E, então, compreenderemos que os investimentos imediatos ficarão retidos nas aduanas da Terra, enquanto os da
vida abundante, e somente estes, seguirão conosco por todo o sempre.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Palavra INVESTIMENTO, do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, v. 2, por Joanna de
Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #investimento #avaliação #reflexão #comportamento #meditação #joannadeangelis
#repositoriodesabedoria #VALORES
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18 - IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO
O diálogo confiante e fraterno vem se tornando raro.
Muitos são os fatores mas, em síntese, o diálogo escasseia por ausência de entendimento.
Contudo, ele é tão importante para trocar opiniões, aprofundar ideias, traçar caminhos, esclarecer dúvidas!
Fator imprescindível no diálogo é a arte de saber ouvir. Ouvir com paciência, com interesse, valorizando tudo que o outro
expressa.
Outro ponto fundamental é a simplicidade na expressão do verbo. Desde que não se trata de um discurso, as colocações
devem ser feitas de forma simples e clara, a fim de gerar simpatia em quem ouve.
Depende ainda o sucesso do diálogo do desejo de ser útil, não nos esquecendo de que toda pessoa tem algo para ensinar,
como resultado de sua experiência individual.
O diálogo estreita as relações entre pessoas bem educadas, pois cada qual se revela, informando sobre os seus recursos
pessoais.
***
O diálogo é indispensável para a vida em sociedade.
Jesus lecionou com sabedoria a respeito de sua eficácia.
Quando procurado pela arrogância dos adversários gratuitos, que O desejavam perder, utilizava palavras precisas, não
permitindo duplas interpretações.
Quando buscado pela simplicidade do povo, acudia com parábolas comovedoras, que falavam da realidade daquela gente.
Lições que sobreviveram aos séculos, ensinaram gerações e prosseguem hoje, com o mesmo vigor, a apontar o caminho reto
e seguro para a felicidade.
Se amigos O procuravam, ouvia-os bondoso. Depois, gentil, os esclarecia, usando constantemente uma linguagem
perfeitamente compreensível a todos.
Diante da dor, sabia escutar e participar, chegando às lágrimas mais de uma vez. No Seu banquete de fraternidade, participava
intensamente de cada momento de cada vida.
Otimista, usava do verbo para elevar sempre. Mesmo na cruz não Se permitiu o receio, dialogando com o equivocado que
Lhe solicitava socorro, acenando-Lhe com a possibilidade de reforma.
Expressão do amor puro, manteve diálogo com Sua mãe e João, no Gólgota dos testemunhos.
***
Estes são dias que exigem diálogos fraternos, objetivos. A dor aperta o cerco e falsos conceitos buscam se afirmar no mundo,
confundindo os menos avisados.
É o momento de dialogar sem pressa, auxiliando com o esclarecimento libertador. É o momento de conquistar os corações
para a paz, em nome de Jesus.
O diálogo projeta claridade sempre que é realizado em termos elevados.
Utilizando-o, com sabedoria, estaremos fazendo brilhar nossa luz no mundo, em nome da Verdade, exatamente como nos
aconselhou Jesus.
***
A palavra, a serviço da vida, é operária do progresso, da felicidade e do bem geral.
A boa comunicação resulta da qualidade do tema e da forma como se apresenta.
Aprendamos a falar com propriedade, evitando gírias, conceitos de duplo sentido, expressões chulas, que somente conduzem
à agressividade e ao primitivismo.
Não falemos apenas por falar. Falemos edificando, ajudando, libertando ouvintes.
Comuniquemo-nos com o próximo irradiando alegria e paz, como fazia Jesus.
***
Extraído do Momento Espírita
Referências: Cap. 35 do livro TERAPÊUTICA DE EMERGÊNCIA e cap. 4 do livro MOMENTOS DE
ILUMINAÇÃO por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco,
***
#momentoespirita #palavra #atendimentofraterno #sociedade #momentosdeiluminação #joannadeangelis
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19 - DESENVOLVER CAPACIDADES MORAIS NOS DIAS DE DESAFIOS

Quem de nós não desejaria que a existência transcorresse à semelhança de um rio calmo, onde a barca de nossa
vida singrasse por águas tranquilas e serenas?
Todos temos o desejo de que, na vida, os embates não surjam, as dificuldades não se apresentem, e as dores não
ocupem espaço em nosso caminhar.
Contudo, viver é muito mais do que atender ao escoar dos dias, ou esperar a velhice chegar e a morte encerrar a
vida do corpo físico.
Temos o desafio, a cada vez que nascemos, a cada vez que nos vestimos de carne, de que novos aprendizados se
façam.
Esse é o propósito da Divindade para conosco: que o corpo físico seja a possibilidade de progresso para a alma.
Assim, naturalmente haverá dias mais amargos em nossa jornada.
Ocorrerão fases em que o peso sobre nossos ombros se avolumará, e os problemas se apresentarão mais
complexos.
Passaremos por dias tumultuosos, em que seremos testados em nossos valores, nossa perseverança, nossa fé.
Surgirão situações de grande monta, exigindo que desenvolvamos capacidades morais de que não dispúnhamos
ou nem imaginávamos dispor.
Haverá situações nas quais a prova se mostrará mais rude, em que enfrentaremos nossos limites morais, em que
bordejaremos o extremo de nossa capacidade.
Nada disso acontecerá, no entanto, sem a plena anuência da Divindade. Nenhuma sem o pleno conhecimento da
Providência Divina.
***
Deus tem total ciência de tudo que nos sucede.
Nada que nos ocorra é inútil ou destituído de alguma razão, mesmo que de momento não consigamos entender o
propósito.
Contrariando o adágio popular, podemos dizer que Deus escreve certo por linhas retas.
Nós é que somos, algumas vezes, os míopes que não conseguimos ver o amor e sabedoria de Seus desígnios.
Assim, se os dias se mostram desafiadores, ali está a bondade de Deus nos oferecendo o aprendizado.
Para alguns, o desafio é lidar com o retorno do ser amado à pátria espiritual, deixando o rastro das saudades e
uma imensa ausência.
Para outros, é a dor, a doença, as deformidades, as limitações físicas que chegam inesperadamente, provocando
desequilíbrio em seus dias.
Para muitos, é a família a se desarticular, pela inconstância de uns, despautério de outros, desestruturando
relações de alegria e fraternidade.
Assim é nossa jornada. Feita de desafios e lições.
Quando essas nos chegam, na forma da dor ou da saudade, da doença ou de alguma carência qualquer, é sempre
o convite para aprender.
***
Vistamo-nos de coragem e fé. Enfrentemos o que nos chegue com a serenidade daqueles que entendem os
desafios como necessários ao crescimento moral.
E não nos esqueçamos de que teremos sempre Jesus, o bom Pastor, a nos amparar a todos, cansados e aflitos, em
Seu regaço amoroso.
Os desafios existenciais fazem parte da vida. Sem eles, o homem seria destruído pela paralisia da vontade, dos
membros, das aspirações, que se transformariam em doentia aceitação dos níveis inferiores do estágio da
evolução.
Enriquecer-se com a luz do discernimento elevado é a finalidade essencial da vida.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #coragem #fé #problemas #desafios #aprendizado #evolução
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20 - REFLETINDO SOBRE O DESENCARNE


Poucos somos aqueles que não temos medo dela. Alguns nem lhe pronunciamos o nome.
É como se o sol nublasse quando ela se aproxima.
Às vezes, chega de mansinho, dando avisos diversos, aqui e ali.
De outras, ela chega repentina, rude, como se fosse um felino saltando sobre a presa.
Num ou noutro caso, nunca é bem-vinda.
Os homens a pintaram, desde épocas recuadas, como uma megera ameaçadora, de vestes negras, horripilantes.
Tudo nela causa temor.
A sua presença é motivo de amarguras, lágrimas e saudades que não têm fim.
Trata-se, no entanto, de servidora de Deus em favor da grande vida.
Costuma ser rejeitada, considerada como poderosa e intransigente inimiga, destruidora de sonhos.
Tudo por causa do pouco entendimento quanto à sua grave e divina missão.
Quando ela se apresenta, é como se sobre todas as coisas caísse neve enregelante.
A paisagem dos corações se transforma em um inverno intensamente frio e dolorido.
Uma paisagem sem esperanças.
***
Situada na faixa da justiça, ela não privilegia a ninguém. Não lhe interessam condições econômicas, culturais ou sociais.
Nem se curva a faixas etárias ou a postos de comando, títulos, cargos de importância do mundo.
Poucos de nós, em descobrindo sua aproximação, conseguimos manter a paz e pouquíssimos expressamos contentamento
quando ela se anuncia.
Contudo, ela representa as Leis Divinas. E as Leis de Deus sempre visam ao bem de todas as almas, filhas do Seu amor.
É possível que todos tenham identificado de quem falamos. A senhora da justiça: a morte.
Ninguém lhe foge. Ninguém a ela se furta. Poderosos, comandantes e comandados, ricos, pobres, a todos alcança, no devido
tempo.
***
Aqueles que conhecemos Jesus e admitimos a perfeição da vontade do nosso Criador, aprendemos a respeitar essa presença,
que tanto assusta, desde tempos recuados.
Não precisamos lhe prestar culto. Também não precisamos temê-la.
Basta que vivamos nobremente no mundo e que ensinemos aos nossos filhos a agir de igual forma.
Ela chegará um dia. Poderá se apresentar mansa, como a luz do dia que dilui as sombras da noite, ou rápida e violenta, como
o salto de um animal.
E todos seremos transladados dos campos do passageiro aprendizado terrestre para o grande lar da vida imperecível, no seio
das estrelas.
Podemos acreditar que, após a morte, haveremos de dormir um longo sono.
Ou pensar que iremos, conforme nossos méritos, para lugares determinados e fixos.
Ou guardar a certeza de uma vida plena, no mundo espiritual ativo e atuante.
O que é certo é que a morte nos arrebatará a vida física, mas, na qualidade de Espíritos imortais, prosseguiremos nossa
jornada de luz.
***
Cada pessoa morre conforme vive, ligada às paisagens festivas da esperança ou algemada às paixões fatigantes dos seus
desvarios.
Cada um morre no corpo, transferindo para a realidade espiritual o patrimônio que lhe é próprio, sem protecionismos, nem
punição injusta.
Vivamos, assim, de tal forma que, em chegando a morte, ela nos encontre em paz, para que prossigamos nossa vida em outra
dimensão.
***
Extraído do Momento Espírita (texto original: Senhora da Justiça)
Referência: Mensagem SENHORA DA JUSTIÇA, pelo Espírito Rosângela e J. Raul Teixeira e do verbete
MORTE, do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, v. 2, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #joannadeangelis #morte #vidaaposamorte #desencarne #espiritismo #doutrinaespirita
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21 - REFLETINDO SOBRE NOSSO CORPO FÍSICO

É bastante comum se ouvir referências à busca da fortuna. Pensando assim, há os que agem com loucura e perdem
os bens em jogos diversos, desejando possuir mais e mais.
Pensa-se em loterias e outras formas fáceis de angariar valores, porque todos desejam ter um grande tesouro.
Entretanto, para todos os que nascem na Terra, o Divino Pai concedeu um tesouro inestimável.
É o corpo físico. Carinhosamente concebido na intimidade da mulher, partindo de um ovo minúsculo, ele se
transforma num complexo de sessenta trilhões de células quando adulto.
Dentre os tantos órgãos espetaculares que o compõem, o cérebro, e só ele, é formado por mais de setenta bilhões
de neurônios.
Ele comanda todas as funções do organismo.
Se desejamos atravessar a rua, em um local onde não haja semáforo, olhamos para um lado e outro. Se
verificamos que um carro aponta na rua, rapidamente é nosso cérebro que calcula, sem que nos demos conta,
em fração de segundo, a distância do veículo, a distância que temos para atravessar e determina o ritmo do nosso
passo ou nos diz que devemos aguardar a passagem do veículo.
Por se tratar de uma máquina e uma máquina muito especial, o corpo é dotado de um sistema de autorreparação.
Pede-nos repouso quando necessita, determinando o número de horas para a recuperação devida. Pede-nos
combustível em forma de ar puro, alimento sadio, acionando mecanismos próprios.
Temos um estômago de tal forma disposto que, se sentimos fome e pensamos em comer uma pizza, logo o
estômago se prepara para receber e realizar a digestão de uma pizza. Se, ao contrário, sentimos o aroma de um
bife em preparo, todo ele se dispõe de forma diferente, ao ponto de sentirmos água na boca.
O sangue, que corre por todo o nosso organismo, viaja por quase cento e setenta mil quilômetros de artérias,
veias e vasos para levar alimento a todas as células.
***
Tal instrumento valioso é forte, para vencer grandes lutas e desafios. Possui uma incrível elasticidade de adaptação.
Ao mesmo tempo, se mostra frágil, podendo perecer e se decompor com rapidez.
Por isso mesmo, nos exige cuidados. Nutri-lo sem exageros. Vitalizá-lo com pensamentos dignos, elevados, para
que ele não se impregne de toxinas que lhe minariam as energias e envenenariam as possibilidades vitais.
Respeitá-lo em público ou a sós, não o exibindo de forma vulgar, porque ele é a casa temporária do Espírito.
Utilizá-lo bem, permitindo-lhe longas caminhadas e exercícios físicos, que o ajudem a se manter em forma,
contudo não o desgastando em noitadas de loucura.
Não o destruamos pelo vício de qualquer natureza, mesmo aqueles que a sociedade considera toleráveis,
aceitáveis.
Sirvamo-nos dele de tal forma que nunca tenhamos de nos arrepender, quando a doença o atingir por nossa
própria imprudência.
Um dia, quando o deixarmos na Terra, haveremos de agradecer a Deus pela dádiva que ele foi, pelo tanto que nos
permitiu progredir, fazer e realizar.
Amemos, pois, esse instrumento divino, e nos tornemos através dele, um ser de intensa luz, vivendo e aprendendo
sempre.
***
O corpo é instrumento valioso que o Criador concede ao Espírito para lhe facilitar o progresso, pelos milênios afora.
Amar o corpo, respeitá-lo, usá-lo com sabedoria é o que nos compete.
***
Extraído do Momento Espírita (Texto original: Instrumento Precioso)
Referência: Cap. 19, do Livro SENDAS LUMINOSAS, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #responsabilidade #comportamento #vigilância #corpo #corpohumano #joannadeangelis
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22 - INSPIRAÇÕES ESPIRITUAIS

Ninguém avança pela estrada do progresso espiritual sem o auxílio de Deus.


Muitas vezes esse auxílio nos é oferecido por intermédio dos nobres Espíritos que se transformaram em
guias da Humanidade.
Esses operosos servidores do bem estão sempre próximos de todos aqueles que lhes rogam ajuda ou
que, por meio da oração e dos pensamentos elevados, sintonizam com suas presenças.
São conhecedores de algumas ocorrências que estão delineadas nas existências de seus pupilos e dos
desafios que os mesmos devem vivenciar.
Por isso, inspiram-nos e guiam-nos pelo caminho mais apropriado para o sucesso, ou advertem-nos dos
perigos iminentes que os espreitam.
Através dessa inspiração é que ocorre o pressentimento.
Ele é uma maneira eficaz da criatura parar e reflexionar em torno do que deve realizar e de como
conduzir-se, contornando as dificuldades e avançando sem receio pela trilha do progresso.
No entanto, caso o ser se deixe levar por atitudes equivocadas e rebeldes, não será capaz de se manter
em sintonia com os Espíritos superiores.
Em virtude das suas opções mentais e comportamentais, ele estará sob a influência de Espíritos infelizes.
Esses, hábeis na técnica de transmitir ideias deprimentes e de conteúdos perturbadores, atormentam e
iludem os imprevidentes.
E, quando as entidades venerandas buscam de alguma forma orientá-los, esses, pela falta de hábito de
assimilar-lhes as nobres ideias, recusam-nas, voltando às mesmas paisagens mentais que os infelicitam.
Os pressentimentos, desse modo, devem ser analisados com cautela, avaliando-se qual a sua origem e
de que tipo de mensagem são portadores.
Afinal, podem ser valiosas orientações a afastar-nos do mal, ou maléficas sugestões a impelir-nos ao
equívoco.
***
Cabe-nos o uso do discernimento para avaliar com imparcialidade nossa conduta usual e a natureza da
influência que recebemos.
Há, ainda, a possibilidade de que os pressentimentos sejam ideias do próprio ser, que voltam à tela
mental na forma de intuição, mas que nada mais são do que recordações de compromissos
anteriormente assumidos.
Ressurgem do inconsciente pessoal como eficiente maneira de conduzir o ser ao reequilíbrio e, assim,
evitar novos tropeços.
Os pressentimentos são fenômenos que muito podem contribuir para a felicidade das criaturas.
No entanto, quando negativos ou ameaçadores, devem nos servir de motivo para que nos entreguemos
à prece e a elevados pensamentos.
Alterando, assim, nossa faixa vibratória, seremos capazes de nos afastar de influências funestas e
infelizes e, por consequência, receber a orientação benfazeja da Espiritualidade superior.
***
Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, indagou, certa ocasião, aos Espíritos superiores a
respeito da influência dos Espíritos nos pensamentos e nos atos dos seres encarnados.
Foi-lhe respondido que essa influência é muito maior do que se poderia imaginar.
24

Influem a tal ponto que, de ordinário, são eles que vos dirigem – consta na resposta à questão número
459 de O Livro dos Espíritos.
Ora, cientes de que tal influência é usual e intensa, cabe-nos aprender a distinguir nossos próprios
pensamentos daqueles que nos são sugeridos.
Além disso, devemos ter em mente que os bons Espíritos sempre nos aconselham para o bem.
Os Espíritos infelizes, porém, são incapazes disso.
Resta-nos, portanto, usar o bom senso para fazermos tal diferenciação e nos valermos apenas das
orientações que nos possam levar ao caminho do bem e da verdade.
***
Extraído do Momento Espírita
Referências: Cap.13, do livro LIÇÕES PARA A FELICIDADE de Joanna de Ângelis e Divaldo Franco e
Cap. IX, parte 2 do LIVRO DOS ESPÍRITOS
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #joannadeangelis #espiritismo #doutrinaespirita #espiritos #joannadeangelis
#comportamento #pressentimento
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23 - REFLETINDO SOBRE A CORAGEM

Foi logo após a cura do coxo, à entrada do Templo. A notícia do feito se espalhou com rapidez e alcançou
os ouvidos das autoridades da governança.
Receosos com o efeito do fato, resolveram providenciar para logo a prisão dos dois apóstolos
responsáveis. Enviaram seus soldados e trancafiaram em torpe prisão aos dois galileus: Pedro e João.
A reação dos que detêm o poder e temem a verdade é sempre a mesma: intimidar, ameaçando ou
buscando vencer aqueles que a apresentam.
Quando não a conseguem vencer, a sua estratégia é a de silenciá-la, inutilizando os seus porta-vozes.
Porque fosse noite, ambos foram colocados no cárcere para, no dia seguinte, enfrentarem minucioso
interrogatório, diante do próprio enfermo recuperado, saudável.
Pedro, interpretando as vozes celestes que o inspiravam, não se deixou intimidar. Exaltou o Cristo. Não
há salvação em nenhum outro, afirmou, porque dentre os homens Ele é o maior.
Os juízes e as demais autoridades assombraram-se com a coragem de ambos. Havia exatidão no verbo
do apóstolo Pedro.
Não detectaram, em verdade, qualquer crime ou erro passível de punição em Pedro e João. Além do mais,
temiam a reação do povo.
Resolveram, portanto, libertá-los sob uma condição: de não mais se referirem a Jesus, o Cristo.
Os interrogados lhes responderam então: Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e
ouvimos.
O silêncio lhes era impossível.
Podiam perder o corpo mas não poderiam deixar de divulgar a verdade.
***
A verdade é transparente como a luz do amanhecer. Procede de Deus e a conduz o pensamento.
Por isso, é impossível o seu silêncio.
Haveriam de chegar as perseguições, os seguidores do Cristo perderiam seus corpos, mas não haveriam
de se calar.
Jesus afirmou que a verdade liberta, porque impõe responsabilidade e dever.
Em todos os tempos, homens houveram que pretenderam possuí-la e a reter. No entanto, a verdade
procede do amor e se expressa em paz. A sua proposta é clara e terminará por impregnar as mentes e
acolher-se nos corações de todos os homens.
Por isso mesmo, é impossível o seu silêncio. Abraçá-la significa abdicar da ignorância e se torna possível
ser feliz, desde o hoje.
***
A coragem é consequência natural da fé e não significa desatino, temeridade, irreflexão.
A coragem é calma, segura, fonte geratriz de equilíbrio que fomenta a vida.
A coragem é essa energia que sustenta, essa força moral que conduz ao êxito.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: Impossível Silenciar)
Referência: Cap. SILÊNCIO IMPOSSÍVEL, do livro DIAS VENTUROSOS, por Amélia Rodrigues e Divaldo
Pereira Franco
e no verbete CORAGEM, do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, v. 1, por Joanna de Ângelis e Divaldo
Pereira Franco
***
#momentoespirita #verdade #coragem #joannadeangelis #equilibrio
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24 - PERFIL DO OTIMISMO

Quando as andorinhas, bailarinas ligeiras, dançam no ar, coloridas pelos últimos raios do sol poente, o suave calor
da primavera anuncia a chegada alegre das flores e da renovação da vida.
Arrebentam-se as fendas dos velhos muros e morros cansados, deixando que os vegetais surjam em variado
verdor e os campos largos se exibam com matizados em festa inigualável.
As mãos mágicas do Celeste Pintor saem derramando tintas e perfumes embriagadores em todo lugar,
confirmando seu inefável amor por Suas criaturas.
Os córregos cantam com as águas apressadas e as cachoeiras arrebentam cristais nas pedras resignadas, que os
recebem felizes.
Há uma revolução geral, e os dias frios partem, deixando as lembranças tristes sepultadas sem saudades.
Revoadas de aves alegres, incessantemente, bordam os céus com imagens sucessivas de beleza incomum.
A primavera é o otimismo da natureza cantando o poema da estesia de Deus. Enquanto se repita, a aliança de
amor permanece entre o homem descuidado e seu Pai zeloso, sustentando a esperança.
Apesar disso, muitas criaturas desanimadas deixam de fitar a claridade do dia primaveril, mergulhadas na noite
das suas paixões.
Preferem olhar o chão onde permanece o lodo, a contemplar o alto onde fulguram as estrelas. Por isso, tornam-
se torpes, amarguradas, perturbadoras.
***
A vida humana, qual ocorre com a da natureza, passa por quadras variadas que se sucedem em ordem de
grandeza, servindo uma de base à outra, indispensáveis à harmonia de conjunto.
A noite, que convida ao repouso, enseja a reflexão para o dia, que propicia a ação.
O inverno, que parece destruidor, também enseja a preservação da energia, que estrugirá em vida na primavera.
A criatura humana é o mais grandioso investimento de Deus na Terra, e ser otimista quanto ao futuro, mesmo que
haja dificuldades no presente, é o mínimo que lhe cabe, como afirmação da sua realidade e gratidão ao seu Criador.
Quem pretende conservar tristeza no coração, encontrará sempre motivos falsos para sustentá-la, acalentando a
queixa, cultivando a desdita e nutrindo-se da insatisfação.
O otimismo é gerador de adrenalina emocional, que estimula o sangue, impulsionando ao avanço, à alegria
fomentadora da ação.
Cultivando-o nos sentimentos, adquire-se visão para penetrar o lado oculto ou sombrio das ocorrências e
entusiasmo para não desfalecer ante os primeiros insucessos da marcha, prelúdios das vitórias futuras.
Quem não possui capacidade para sustentar com valor os embates fracassados, não tem condições para viver as
grandes e decisórias batalhas.
Nos céus dos que amam e confiam em Deus com otimismo, sempre haverá andorinhas bailando em prenúncio de
gloriosas primaveras.
***
O homem deve impor-se a tarefa de abrir janelas de otimismo nas salas onde dominam tristezas e arejar espaços
escuros de pessimismo mediante o aroma da esperança.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. PERFIL DO OTIMISMO, do livro PERFÍS DA VIDA, por Guaracy P. Vieira e Divaldo Franco, e
no verbete OTIMISMO do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, v.2
***
#momentoespirita #otimismo #comportamento #pensamento #reflexão #aprendizado #esperança
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25 - SOMOS DEUSES, SOMOS IMORTAIS


O Mestre de Nazaré reprisa os textos antigos e recorda, conforme os apontamentos do Evangelista João: Não está escrito na
vossa Lei: Eu disse: sois deuses?
A interrogação conduz nossa memória a deuses da mitologia grega, romana, nórdica. Tantos que, por vezes, chegamos a nos
confundir.
Em nossa mente desfilam Júpiter, o deus do dia, do céu, do trovão e rei dos deuses, na mitologia romana; Apolo, o deus
grego do sol, patrono da luz, da música, da medicina, das artes, da profecia;
Kali, na Índia, deusa do tempo, da destruição, da morte, da criação, da preservação, da guerra e do poder.
A mitologia nos fala, ainda, de que, periodicamente, esses deuses se manifestavam aos homens, através dos chamados
hierofantes, profetas, das sibilas...
Eram Espíritos. E é esse exatamente o sentido de deuses. Somos Espíritos.
Nossa divindade está em nossa possibilidade de evoluir, de nos desenvolvermos intelectual, afetiva, emocionalmente, realizar
o nosso progresso em todos os níveis, ao infinito.
Não existem limites para o nosso progresso, não existem limites para a nossa evolução.
Lembramos da escada simbólica de Jacó, no Velho Testamento, pela qual se pode subir indefinidamente da Terra na direção
dos céus.
É uma simbologia que nos fala da evolução dos deuses, dos Espíritos, nós, em nossa ascensão infinita.
***
Somos deuses. Por isso nos cabe realizar o que realizam os deuses: esforços em prol de nossa própria renovação e da
renovação do mundo.
Quanto progresso já alcançamos! Da escrita à imprensa; do telefone de Graham Bell, ao rádio, televisão, computador, a
informática.
Temos informática desde o comércio da loja ao nosso telefone celular, aos aviões, aos satélites que são mandados ao espaço.
Tudo nos utilizando desses progressos notáveis que nós, os deuses terrestres, conquistamos.
Vivemos a era digital, em que as informações transitam em velocidade instantânea e há comunicação direta entre as pessoas,
sem limites de tempo e espaço.
Na área médica, nos surpreendem as vacinas, os tratamentos, as cirurgias, as microcirurgias, quando médicos notáveis
operam fetos no ventre de suas mães.
Encantamo-nos com tudo isso e nos damos conta de que ainda nos achamos no planeta Terra, um planeta de provas e
expiações.
Temos múltiplas razões para imaginar, para sonhar, para especular a respeito de como será a nossa realidade quando a Terra
for melhor do que é, quando nós formos melhores do que somos.
***
Se agora, com todas essas dificuldades, com todas essas deficiências que portamos, conseguimos feitos tão notáveis, o que
será do amanhã quando formos pessoas mais dignas, mais moralizadas, mais éticas?
Quando nos aproximarmos mais do pensamento de Deus? Quando formos mais justos, mais fraternos, mais irmãos?
Ficamos a sonhar com esse dia quando a Terra será um verdadeiro paraíso, um paraíso terrestre.
Somos deuses com um grande poder de inventar coisas surpreendentes.
Lembremos de nos servir desse nosso grande potencial para promover a concórdia entre todos, a paz individual, a paz no
mundo.
Sejamos deuses da paz.
***
Extraído do Momento Espírita
Referências: Programa televisivo VIDA E VALORES, nº 158 e na pt. 2, cap. 9, do livro VIDA E VALORES,
v. 3, de Raul Teixeira
***
#momentoespirita #progresso #evolução #vida #valores #futuro #imortalidade
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26 - ENCARANDO MEDOS E DESAFIOS

Os dias atuais, em nossa sociedade, vêm se mostrando desafiadores, para cada um de nós.
Nunca antes o homem teve tantos recursos e facilidades tecnológicas. As ciências avançam a passos largos.
Comunicamo-nos com qualquer parte do planeta em segundos. Procedimentos médicos, antes qualificados como
impossíveis, se fazem corriqueiros. E o microuniverso dos cromossomos assim como o macrouniveso das galáxias
vai sendo descoberto.
Em paralelo, por mais contraditório que pareça, o homem sofre com dramas milenares, que ainda não conseguiu
superar.
Na mesma sociedade em que convivem almas nobres, acotovelam-se outras com instintos bárbaros e primitivos.
Enquanto uns labutam pelo progresso da sociedade, outros chafurdam na mesquinhez e no egoísmo, criando
dificuldades onde passam.
Mas é natural toda essa aparente desordem. Convivemos, todos nós reencarnados na Terra, porque ainda temos
o que aprender uns com os outros.
***
Deus, ao nos enviar para renascer neste planeta, sabe ser ele o melhor ambiente para nosso aprendizado.
Enquanto houver lições a se aprender aqui, aqui estaremos matriculados no processo de renascer e progredir.
Assim, não há porque temer os dias que se apresentam. Muito embora os noticiários se mostrem assustadores,
as manchetes dos jornais sucedam-se nos escândalos e nos dramas, tudo isso está sob o auspício de Deus.
O medo do que poderá nos acontecer deve ser substituído pela crença em Deus como provedor de todos nós,
quando entendemos que sob os Seus cuidados estão todos os fatos do nosso dia a dia.
Ninguém sofre por obra do acaso, nem podemos nos colocar na situação de vítima de uma sociedade em
desequilíbrio.
O que nos ocorre hoje, muitas vezes, tem suas origens no nosso passado de Espíritos imortais. Ao retornar às
paragens terrenas, nos encontramos sob as dificuldades plantadas no pretérito, com colheita obrigatória no agora.
Portanto, não nos deixemos levar por qualquer onda de pessimismo, medo ou fobia que grassa pelas esquinas da
vida.
***
Reflitamos, de maneira madura, de que, até os fios de nossos cabelos estão contados, e nenhuma folha cai de uma
árvore sem a vontade do Pai, como nos ensinou Jesus.
Assim, os nossos dias também estão sob os Seus cuidados de Pai amoroso.
Se a vida nos oferecer desafios difíceis a enfrentar, encaremo-los como oportunidade de resgate da nossa própria
história, como chance de quitar débitos perante a contabilidade Divina.
Crer que nada nos ocorre ao acaso é ferramenta de fé para enfrentar dias difíceis e desafiadores.
Não há o que temer. Sejamos prudentes, cuidadosos, mas sem resvalar em fobias e medos em nosso coração,
lugar de onde a fé não deve se ausentar.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #medo #desafios #reflexão #Deus #fé #causaeefeito
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27 - FALANDO DE LIVRO E VIDA


Não são muitas as pessoas que reconhecem o valor da mensagem impressa, atribuindo aos livros pouca ou nenhuma
importância.
Assim pensam, sem imaginarem o que seria dos ensinos de Jesus se os Evangelistas não os tivessem anotado e entregue à
posteridade. E da filosofia de Sócrates, sem os escritos de seu discípulo Platão.
O tempo ter-se-ia encarregado, com certeza, de os diluir nos séculos, eis que todas as histórias que somente vivem na
memória das criaturas e são passadas oralmente, de geração a geração, acabam por se tornar lendas, cujo fundo de verdade
é bem difícil de ser identificado.
***
Há algum tempo, uma jovem senhora vivia um drama familiar imenso. O marido a abandonara e ela não dispunha de meios
para garantir o sustento dos três filhos menores.
Lesada no afeto e sem vislumbrar melhores perspectivas, resolvera abandonar a vida física. Arquitetou uma estratégia e
conseguiu uma substância corrosiva para realizar o seu intento.
Enquanto retornava ao lar, acariciando no bolso a porção fatídica, passou por uma banca de livros espíritas e a capa de um
determinado livro lhe chamou a atenção. Aproximou-se, abriu-o e leu alguns títulos.
O atendente, vendo-a devolver o livro à prateleira e fazer o gesto de quem iria se retirar, perguntou-lhe se não desejava levar
a obra.
Timidamente, ela se desculpou, dizendo que não dispunha de dinheiro. O jovem, sensibilizado, tomou do volume e o colocou
nas mãos da senhora, presenteando-a.
Ela se foi com a obra intitulada APÓS A TEMPESTADE. Chegando em casa, pensou em ler uma página. Seria a sua despedida
do mundo.
Folheou-o e surpreendeu-se com um título: SUICÍDIO.
Sentou-se e leu atentamente as observações ali contidas a respeito dessa fuga da vida.
Ao concluir a leitura, a vontade de matar-se já havia passado. Virou a página e leu outra mensagem, e outra mais, até que se
deu conta de que tinha lido várias e seu estado de ânimo mudara.
As lágrimas lhe brotavam com abundância dos olhos. Havia motivos para viver: Deus a amava e ela era responsável por três
vidas, além da sua própria.
A vida é patrimônio divino e não deve ser malbaratada. Dispôs-se a prosseguir vivendo.
Os meses escoaram e a situação se transformou. Conseguiu um emprego. Voltou-se para a religião, ela que até havia se
esquecido de orar.
Cinco anos depois, sua vida se reestruturara e ela seguia feliz. Cinco anos... após a tempestade.
***
Muitos livros existem à disposição de almas aflitas e seres sedentos de orientação.
Livros grandes, pequenos, opúsculos. Todos servem ao objetivo do amor divino: atender os Seus filhos que vivem o infortúnio,
para que se redescubram e descubram o amor que nunca perece.
***
O livro nobre, impresso ou virtual, pode ser considerado pão da vida. É preparado com o trigo da sabedoria para sustentar as
criaturas, todos os dias.
Difundir o bom livro é espalhar esperanças no mundo. As almas sofridas nele encontrarão sempre repouso para as suas
fadigas e a luz do conhecimento para as suas mentes. Pensemos nisso e nos empenhemos em divulgar os bons livros.
***
Extraído do Momento Espírita (título original: Após a Tempestade)
Referências: Fato extraído do Divulgador do livro espírita, de maio de 1998, a respeito do livro APÓS A
TEMPESTADE e verbetes LIVRO e LIVRO ESPÍRITA, do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, v.2, por
Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
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#conhecimento #sabedoria
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28 - REFAZER CAMINHOS

Nossa existência pode ser comparada a uma longa estrada. Em certos momentos, nos caberá definir a
direção que desejamos seguir.
Como toda estrada, a da nossa existência também oferece, a determinados períodos, bifurcações onde
precisamos decidir qual caminho iremos percorrer.
Algumas bifurcações nos levarão a nada mais do que pequenas alterações na rota.
Não nos distanciam muito do caminho verdadeiro. Seriam aquelas atitudes de nosso cotidiano que não
repercutem tão intensamente em nós ou naqueles que nos cercam.
Algo como agir perante alguém agressivo, ceder ou não a um pedido, permitir-se ou não concretizar
algum favor a terceiro, dedicar um breve tempo para atender um conhecido em dificuldades.
Pequenas ações, do dia a dia, que concretizamos.
Para essas, caso a opção não tenha sido a mais adequada, fica fácil corrigirmos.
Poderá bastar um pedido de desculpas, uma mudança de comportamento ou mesmo nos retratarmos.
Um gesto, uma palavra e poderemos retornar ao bom roteiro.
***
Porém, alguns de nós insistimos em tomar o caminho errado, fazer opções desacertadas.
Algo que no início pode parecer um pequeno desvio, vai ganhando amplitude na medida que nossas
ações persistem no erro.
É a insistência na arrogância, no orgulho, no egoísmo que, aos poucos, vão nos distanciando do melhor
caminho.
Mas, existem, igualmente, momentos na vida que nos exigem grandes decisões. São as bifurcações
muito amplas que se apresentam na jornada.
São os momentos da existência nos quais somos postos a prova mais intensamente e para os quais
somos convocados a tomar decisões de grande impacto.
Nesses momentos, poderá acontecer que tomemos o caminho errado, que a decisão não seja a mais
acertada, e que somente depois de algum caminhar, nos demos conta do desacerto.
Não importa em que situação estejamos. Sejam pequenos ou grandes os erros. Estejamos distantes ou
ainda próximos do ponto onde nos equivocamos.
Não existem desvios que não possam ser retificados. Não há caminhos que não possam ser refeitos, não
há erros que não possam ser corrigidos.
***
Nenhum de nós está isento de escolhas, atitudes ou decisões erradas. De pequena ou grande monta. De
pouca ou imensa repercussão.
Seja qual for o momento em que nos encontremos, sempre haverá possibilidades de retomar caminhos
melhores.
Façamos do erro o momento do aprendizado; do arrependimento o início de um caminhar melhor, e dos
próximos passos, a reparação dos equívocos.
Quando Jesus tomou pelas mãos a mulher adúltera, na praça pública, não a recriminou. Apenas a
amparou, compreendeu a sua fragilidade e a orientou: Vá e não tornes a pecar.
Assim sejamos nós. Ao tropeçarmos, levantemo-nos sabendo que sempre haverá Jesus a nos oferecer as
Suas mãos. Que o dia de amanhã nos trará renovadas oportunidades.
E que sempre é tempo de reparar, melhorar, burilar nossa conduta.
31

Sempre é tempo de retornar ao caminho correto, refazendo os próprios passos.


***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 119, nos aconselha:
Sê sábio, investindo no futuro.
O que ora te acontece, resulta do passado que não podes remediar.
Mas, aquilo que irá suceder, depende do que realizes a partir de hoje.
Enquanto recolhes efeitos de ações passadas, estás atuando para consequências futuras.
Conforme semeares, assim colherás.
A tua fatalidade é o bem. Como atingi-lo, será opção tua, mediante ação rápida ou retardada e contra-
marchas.
Ninguém está fadado ao sofrimento.
Este é o resultado da escolha errada.
Investe no amanhã e serás feliz desde hoje.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 119, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #comportamento #reflexão #livrearbitrio #melhoriadevida #escolhacerta #escolhas
32

29 - REFLETIR SOBRE AS DISTRAÇÕES

A vida da maioria das pessoas é atribulada e cheia de compromissos. Entre reuniões, cursos,
deslocamentos e projetos variados, a semana passa.
O final de semana é pleno de atividades. Televisão, cinema, shows e passeios são apenas alguns dos
programas disponíveis.
A Internet também consome um tempo considerável. Além de ser instrumento de trabalho e de estudo,
por vezes ela se converte em um vício.
Consultar novas mensagens e navegar por diversos sites torna-se uma compulsão.
Na verdade, o mundo moderno é rico de distrações.
Entre múltiplos programas e compromissos, a criatura não percebe o tempo passando. Envolvida com
variados eventos, ela vai de roldão.
Não se desconhece a necessidade de atender os compromissos da vida.
É preciso trabalhar, estudar e acompanhar as inovações que surgem a todo o momento.
Entretanto, urge reconhecer que a finalidade da vida não se cinge a correr atrás de cargos, de coisas ou
de distrações.
Por vezes é necessário gastar um tempo para se perceber.
***
Qual o real significado do que se vive?
São realmente necessárias tantas atividades?
Elas não constituem uma forma de escapar da própria realidade íntima?
Lembre que você é um Espírito imortal.
Já animou inúmeros corpos.
Já foi rico e pobre, homem e mulher, ignorante e ilustrado.
Após tantas experiências, ei-lo novamente na Terra.
Mas você não é daqui.
Nasceu com a finalidade de se recompor perante a própria consciência, de reparar antigas faltas, de
romper com velhos hábitos.
A reencarnação é uma oportunidade preciosa.
Há uma programação muito séria envolvida.
Você contou com o auxílio de amigos mais adiantados para elaborar a rota e a finalidade de sua atual
existência.
***
Assim, não gaste a vida em futilidades.
Asserene o seu coração e procure menos distrações.
Distraindo-se em excesso, você corre o risco de desperdiçar uma oportunidade valiosa de elevação e
libertação.
Trabalhe, estude e divirta-se.
Mas não utilize subterfúgios para escapar de si próprio.
Gaste um tempo observando seu caráter, seus gostos, suas facilidades e dificuldades.
Reflita sobre o contexto em que você está inserido.
33

Repare em seus familiares, em seus colegas de trabalho, em todos que o rodeiam.


Medite sobre a vida e descubra como você pode ser melhor.
Pense o que em seu temperamento não é agradável e causa embaraços e dores, a você e aos outros.
Esforce-se por retificar o que não for agradável.
Experimente a ventura de ser útil.
Aprenda a auxiliar o próximo, sem esperar nada em troca.
Dê atenção aos idosos e doentes de sua família.
Cultive virtudes como bondade, paciência e ternura.
Adote um patamar nobre de conduta e não se afaste dele.
***
Saiba que as dificuldades que se apresentam em sua vida são desafios.
Elas não se destinam a causar-lhe sofrimento, mas a fortalecê-lo no bem.
Nunca se permita fazer nada que lhe cause vergonha.
Você jamais conseguirá fugir de si próprio.
Toda tentativa de se enganar será passageira e representará apenas perda de tempo.
Lembre que todas as coisas exteriores ficarão para trás.
Mas o coração asserenado pelo cumprimento do dever você levará consigo para sempre.
Ele será o seu tesouro colocado fora do alcance dos ladrões e das traças.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #conselhos #vida #responsabilidade #trabalho #estudo #metas #meditação #dificuldades
#reencarnação
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30 - REFLETINDO SOBRE A SOLIDÃO

Nesta época em que vivemos, a sensação é que jamais estamos sós. Cercados por gente em ônibus, metrôs, aviões,
locais de trabalho e ruas. Entretanto, nunca fomos tão solitários.
E quanto mais nos cercamos de gente, de barulho, de tarefas, mais se agrava a sensação de que estamos sós.
Parece contraditório?
Parece sim. Mas não há contradição. Porque estar em companhia de alguém é muito mais do que estar ao lado
da pessoa.
Muitas vezes a presença física está lá, mas a alma já escapou para um lugar distante.
Um dos maiores compositores da humanidade, Giuseppe Verdi, criou uma imagem fascinante para as pessoas
que vivem cercadas de gente, em festas cheias de risos e de alegria, mas que se sentem caminhando sós pelo
mundo.
Está na ópera La Traviata. É quando a personagem Violeta fala que é uma mulher sozinha em um populoso deserto.
Quantas vezes nos sentimos em um deserto habitado por gente estranha!
Sim, em nossa vida raramente temos pessoas que pensam igual a nós.
***
Aqui e ali temos afinidades e pontos em comum, mas a trajetória da alma é solitária. Nossas descobertas, vitórias
e frustrações são intransferíveis.
Em nosso caminho para Deus estabelecemos diálogos que dizem respeito apenas a nós mesmos.
Processos pessoais, momentos puramente individuais em que a voz da consciência ressoa em nossa alma com
exatidão... Com rara sinceridade.
Por melhores sejam os amigos, eles não nos dirão as verdades como a nossa própria consciência o faz.
O amigo não vai desejar nos ofender, maltratar ou irritar. Por isso, ele tentará minimizar a dura verdade.
Mas a consciência, não. Ela nos apresenta uma avaliação rigorosa de nossos atos. Ela nos põe diante de nós
mesmos.
Tudo muito naturalmente. E sequer conseguimos contestar essa avaliação criteriosa.
Então, por que temer a solidão? É quando silencia o mundo à nossa volta que conseguimos ouvir a Voz da
Consciência.
***
O homem sábio muitas vezes busca o deserto, a quietude, o silêncio, a fim de se encontrar consigo mesmo, de
voltar-se para Deus.
Há tempo para tudo, ensina o Eclesiastes, um dos livros bíblicos. Tempo de semear, tempo de colher, tempo de
falar, tempo de silenciar também.
Silenciar para ouvir os sons da alma, os conselhos do coração.
Então, se a vida lhe oferece a solidão, acolha-a como um presente. Aproveite cada minuto para reflexões. Encare
tudo como oportunidade de aprendizado.
Há tanta gente imersa em ruídos, sufocada por conversas maledicentes ou pelo som de risadas irônicas. Há tanta
gente cercada de pessoas mas com o coração amargurado, oprimido, vazio.
Por isso, não lamente a falta de companhia do mundo. Busque na sua solidão a mão amiga de Deus.
Enquanto você se crê solitário e triste, frustrado nos anseios que acalentava, perde os olhos nas tintas carregadas
do pessimismo e não vê aqueles olhos que o fitam inquietos, desejando se acercar de você, sem oportunidade de
poder fazê-lo.
***
Extraído do Momento Espírita (Texto original: SOLIDÃO E CONSCIÊNCIA)
***
#momentoespirita #solidão #reflexão #comportamento #sabedoria #causaeefeito #meditação #PsicologiaEspírita
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31 - NUMA CASA EM REFORMA...

Numa casa em reforma, quem permanece parado no meio da sala, costuma atrapalhar.
Se, um dia, passamos pelo processo de reforma em nossa casa, certamente, compreendemos bem a expressão.
O ambiente vive um estado de caos temporário, tudo fora do lugar, sujeira, pessoas estranhas, muitas vezes,
perambulando pelos ambientes íntimos do nosso sagrado lar.
Sofremos, mas toleramos, pois se trata de uma reforma, algo para o bem, algo que trará um resultado melhor em
breve.
Acabamos suportando, mas sempre com uma reclamaçãozinha aqui, uma crítica ali.
Alguns nos apavoramos. Saímos do nosso ritmo, da nossa rotina, como se isso fosse o pior acontecimento do
mundo, esquecendo que se trata de uma melhoria, um burilamento, por vezes, um conserto.
Pois bem... Vivemos em diversas casas em processo de reforma.
***
A primeira delas é a Casa Íntima. A ALMA é uma casa em reforma. As encarnações atuais são encarnações de
ajustes, transformações, remodelações.
Consertamos vazamentos, pinturas que descascam com o tempo, ao mesmo tempo, que ampliamos a moradia,
erguendo novos cômodos, fazendo-os mais confortáveis e melhores.
Desenvolvemos virtudes e trabalhamos nossos vícios - aí está a Reforma Íntima do dia a dia.
***
A segunda casa em reforma é a nossa FAMÍLIA.
Casas em reorganização que se reúnem por diversas razões, a família é um organismo vivo em constante revolução
e reestruturação.
Não esperemos viver num lar sem conflitos, sem desafios, sem frustrações. A família é uma casa em reforma.
Muito pó no ar, muitos móveis fora do lugar, muita gente falando ao mesmo tempo sem se entender, em diversas
situações.
Porém, isso faz parte da proposta dela, lembremos disso. O quanto antes os ajustes forem feitos, o quanto antes
resolvermos os perrengues, antes teremos a casa pronta, como gostaríamos.
***
Por fim, o planeta Terra é a grande Casa em reforma.
Não é de nos espantarmos. Casas íntimas em reestruturação, dentro de famílias e sociedades em reajuste, resulta
numa enorme reforma.
Vale um alerta, uma observação fundamental, que trouxemos em nossa primeira frase:
Numa casa em reforma, quem permanece parado no meio da sala, costuma atrapalhar.
Sabemos muito bem como atrapalha alguém que está ali, no meio da confusão, simplesmente parado, sem fazer
nada. Podemos dizer que, inclusive, atrasa o trabalho dos outros e a reforma da própria casa.
Essa linguagem figurada nos remete a estarmos atrapalhando o processo de reforma da nossa própria casa!
Parece estranho, mas é mais comum do que imaginamos.
Assim, o nosso é um convite à ação, à proatividade. O quanto mais ajudarmos, antes ela acaba, antes poderemos
desfrutar dos benefícios de uma residência melhor.
Isso vale para a reforma íntima, para a da família e a do planeta.
Pensemos nisso da próxima vez em que estivermos parados no meio da sala, enquanto tantos trabalham pelo
bem, pelas melhorias das edificações, pelas realizações necessárias e urgentes no planeta.
A casa também é nossa. Mãos a obra!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reflexão #comportamento #sabedoria #autoconhecimento #PsicologiaEspírita #reformaintima
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32 - VIGIAR E ORAR

Cada vez mais o mundo externo está sendo mais vigiado.


São sistemas de vigilância nos estabelecimentos comerciais e residenciais; são câmeras que
apontam para vários lugares públicos, ruas, estradas.
Com a facilidade e popularização da tecnologia, muitos têm acesso fácil a uma filmadora, uma
web-cam, uma máquina fotográfica digital.
Nunca o mundo exterior foi tão documentado, acompanhado, espreitado de perto.
Acompanhamos diariamente todos os acontecimentos no mundo através de imagens reais,
cinegrafistas amadores, telefones celulares que registram tudo.
Nada mais escapa. Principalmente, é claro, as desgraças, as fofocas, as notícias sensacionalistas.
Isto é: tudo aquilo que "vende".
Somos a geração do "espiar a vida dos outros", em reality shows que expõem a vida íntima das
pessoas - e que, obviamente, são pagos para se expor.
A geração que tem as pessoas, o mundo e seus acontecimentos nas mãos, mas que se esqueceu
de si mesma.
Há plena vigilância externa, e escassez de observação interior.
A tecnologia não tem culpa alguma. A mídia, em si, não tem responsabilidade alguma.
Quem opera e direciona o uso da tecnologia é o homem. Quem alimenta as mídias é a própria
população.
Vê-se claramente assim, que tudo isso é apenas uma manifestação moderna, de condutas
viciosas antigas do ser humano.
***
Muito mais fácil e confortável observar as janelas do vizinho, do que ter que enfrentar um
espelho.
Muito mais simples se envolver nos problemas alheios, que não nos dizem respeito, do que
facear as tribulações domésticas, as dúvidas íntimas, as procuras e dificuldades da alma.
Fuga. Eis mais uma das maneiras que encontramos de fugir de nós mesmos, de escapar de
nossos verdadeiros objetivos, de nossos embates prioritários.
A natureza e as leis da vida são, porém, implacáveis e respondem imediatamente.
Nenhuma ação humana, individual ou coletiva, fica sem resposta ou sem conseqüências a serem
provadas.
Assim, já podemos verificar os efeitos disso em diferentes esferas da vida social, mas
principalmente na intimidade do Espírito encarnado na Terra.
Vazio existencial, depressão, fobias, desestruturação fisiológica, e um sem número de distúrbios
outros que convencionamos chamar de "psicológicos".
É a resposta da natureza para os excessos, de um lado, e para a falta de cuidado consigo mesmo,
de outro lado.
***
Ao invés de nos ocuparmos tanto com a vida dos outros, com a vigilância do mundo,
deveríamos investir nossas energias na observância interna.
Instalar câmeras de vigilância, de observação, de monitoramento interior, cuidando de nossos
pensamentos, de nossas ações, de nossos próprios passos.
É a proposta antiqüíssima de autoconhecer-se, de notar os sentimentos, de onde eles vêm,
quando e por que os temos.
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É a higiene da alma, que nos proporciona acompanhar nosso crescimento de perto, que nos
faculta traçar objetivos espirituais e ter condições de monitorá-los, de segui-los com
proximidade.
Imaginemos que possamos ter câmeras que filmam nossas ações e que nos proporcionam poder
voltar a vê-las mais tarde, na posição de espectador atencioso e desejoso de se conhecer melhor.
Filmadoras internas da consciência, que registram, sem cortes, todas as cenas vividas em cada
dia.
E que depois nos mostram o que podemos melhorar, o que fizemos de certo e de errado.
Instalemos câmeras de vigilância interna!
***
"E os homens se vão a contemplar os topos das montanhas, as vastas ondas do mar, as amplas
correntes dos rios, a imensidão do oceano, o curso dos astros, e não pensam em si mesmos...".
***
Fonte: Equipe do Momento Espírita / Título original: CÂMERAS DE VIGILÂNCIA INTERNA
***
#momentoespirita #vigiareorar #autoconhecimento #reformaintima #reflexão #reflexõesespíritas
#PsicologiaEspírita
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33 - NÃO ALIMENTAR A MÁGOA

Você está magoado. Alguém fez algo que o deixou assim, decepcionado, chateado, talvez até indignado.
Pode ter sido algo pequeno, um gesto, uma fala estranha inesperada ou uma atitude grosseira. Ou mesmo a falta
de uma ação mediante determinada situação.
Você se sente ferido. É justo. Foi machucado. E dói mais ainda quando isso acontece nos momentos em que
estamos tentando ajudar ou fazendo algo de boa vontade. É a mágoa pela ingratidão do outro.
Você tem pensado sobre isso faz algum tempo, há algumas horas, há alguns dias. Por vezes, esquece, mas logo
algo o faz recordar do ocorrido.
É um incômodo constante, não percebe? Como se o pensamento quisesse estar em tantas outras coisas mais
importantes, mas não conseguisse.
Bom pensar numa solução.
***
Primeiro, é importante entender que estamos num mundo onde todos temos espinhos ainda e, naturalmente,
esses espinhos acabam espetando os mais próximos.
Hoje você recebeu pequena pontada doída. Amanhã será um de seus próprios espinhos que poderá arranhar
alguém.
Outra questão a ser analisada é a nossa sensibilidade.
Muitos de nós, devido a conflitos íntimos, somos hipersensíveis, extremamente suscetíveis. Pequenas coisas nos
atingem e fazemos um escândalo por detalhes que não têm maior importância.
Podemos pensar que têm, mas se consultarmos algumas pessoas, pedir conselhos, inquirir nossa razão,
perceberemos que o monstro não é tão grande assim.
Por algum motivo que desconhecemos, o tornamos maior do que verdadeiramente é.
São os melindres, egos feridos. Às vezes nos magoamos e a pessoa que nos feriu não tem a mínima ideia do que
fez ou deixou de fazer, pois simplesmente agiu naturalmente, sem querer machucar.
Fomos nós que nos autoferimos, que nos deixamos riscar por oferecermos uma superfície muito frágil, que
necessita sim, de tratamento.
***
Mas, se ainda nos resta a mágoa, se ela for autêntica, e realmente desejarmos nos ver livres desse sentimento
ruim, precisamos do processo de libertação.
Não significa o jogar para debaixo do tapete, o fazer de conta que não aconteceu, pois isso não resolve nada, mas
o buscar respostas em nós e no outro.
Por que será que isso aconteceu? Será que não vale a pena uma conversa? Será que o outro sabe que nos magoou?
Por vezes, tudo pode ser dissolvido, numa breve e fraterna conversa.
Quem sabe entendemos de forma equivocada o que nos fez ou falou o outro.
***
Por fim, compreendamos e perdoemos. Deixemos de pensar mal do outro. Escolhamos novos pensamentos.
Substituamos as ocorrências negativas pelas lembranças positivas dessa pessoa.
E ainda, se possível, se pudermos oferecer a outra face, a face do amor, melhor ainda. Devolvermos a ofensa com
favores, com uma palavra amiga.
Mesmo que seja difícil num primeiro momento, entendamos que se trata de um processo terapêutico em que
substituímos a implicância, a mágoa, a revolta, pela indulgência e pela generosidade.
Não guardemos veneno em nós. Não deixemos o grão de pó virar mar de lama.
A vida é maior do que esses pequenos problemas.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #magoa #comportamento #ressentimento #melindre #vigiareorar #PsicologiaEspírita
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34 - INSEGURANÇA E MEDO
O homem é as suas memórias, o somatório das experiências que se lhe armazenam no inconsciente, estabelecendo as linhas
do seu comportamento moral, social, educacional.
Essas memórias constituem-lhe o que convém e o que não é lícito realizar.
Concorrem para a libertação ou a submissão aos códigos estabelecidos, que propõem o correto e o errado, o moral, o legal,
o conveniente e o prejudicial.
Face a tais impositivos desencadeiam-se, no seu comportamento, as fobias, as ansiedades, as satisfações, o bem ou o mal-
estar.
Neste momento social, o medo assume avantajadas proporções, perturbando a liberdade pessoal e comunitária do indivíduo
terrestre.
***
Procurando liberar-se desse terrível algoz, as suas vítimas intentam descobrir-lhe as causas, as raízes que alimentam a sua
proliferação. Todavia, estas são facilmente detectáveis. Estão constituídas pela insegurança gerada pela violência; pelo
desequilíbrio social vigente; pela fragilidade da vida física - saúde em deterioramento, equilíbrio em dissolução, afetividade
sob ameaça; receio de serem desvelados ao público os engodos e erros praticados às escondidas; e, por fim, a presença
invisível da morte...
Mais importante do que pensar e repensar as causas do medo é a atitude saudável, ante uma conduta existencial tranqüila,
pelo fruir cada momento em plenitude, sem memória do passado - evitando o padrão atemorizante - nem preocupação com
o futuro.
A existência humana deve transcorrer dentro de um esquema atemporal, sem passado, sem futuro, num interminável
presente.
***
Não transfiras para depois a execução de tarefas ou decisões nenhumas.
Toma a atitude natural do momento e age conforme as circunstâncias, as possibilidades.
Cada instante, vive-o, totalmente sem aguardar o que virá ou lamentar o que se foi.
Descobrirás que assim agindo, sem constrições, nem pressas ou postergações, te sentirás interiormente livre, pois que
somente em liberdade o medo desaparece.
Não aguardes, nem busques a liberdade. Realiza-a na consciência plena que age de forma responsável e tranqüiliza os
sentimentos.
***
O medo desfigura e entorpece a realidade. Agiganta e avoluma insignificâncias, produzindo fantasmas onde apenas suspeitas
se apresentam.
É responsável pela ansiedade - medo de perder isto ou aquilo - sem dar-se conta que somente se perde o que se não tem,
portanto, o que não faz falta.
A ação consciente, prolongando-se pelo fio das horas, anula o medo, por não facultar a medida do comportamento nas
memórias pessoais ou sociais.
***
Simão Pedro, por medo dos poderosos do seu tempo, negou o Amigo que o amava e a Quem amava.
Judas, por medo que Ele não levasse a cabo os compromissos assumidos, vendeu o Benfeitor.
Os beneficiários das mãos misericordiosas de Jesus, por medo se omitiram, quando Ele foi levado ao sublime holocausto.
Pilatos, por medo, indeciso e pusilânime, lavou as mãos quanto à vida do Justo.
...E Anás, Caifás, a turbamulta, com medo do Homem Livre, resolveram crucificá-lo, através do hediondo e covarde
conciliábulo da própria miséria moral, que os caracterizava.
Ele porém, não teve medo. Pensa e busca-O, libertando-te do medo e seguindo-o, em consciência tranqüila, mediante cujo
comportamento te sentirás pleno, em harmonia.
***
Livro: Momentos de Felicidade / Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco
***
#momentosdefelicidade #joannadeangelis #medo #insegurança #fé #coragem #PsicologiaEspírita
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35 - NÃO CARREGAR RESSENTIMENTO

O ressentimento já foi comparado a uma brasa ardente que seguramos com a intenção de jogá-la em
outra pessoa, enquanto queima a nossa mão.
Ou então, um veneno que tomamos esperando que o outro morra.
Na verdade, a palavra ressentimento é a forma substantivada de ressentir - sentir intensamente e sentir
de novo.
Quando estamos ressentidos, sentimos intensamente a dor do passado de novo e de novo.
Isso não só desgasta o nosso bem-estar emocional, como também ataca, de uma maneira poderosa e
negativa, nosso bem-estar físico.
De certa forma, quando guardamos ressentimento, rancor, estamos nos aprisionando voluntariamente
à dor.
Alguns poderiam então questionar: Isto quer dizer que escolhemos guardar mágoa? Há, então, uma
escolha? Pois parece que não. Parece que é mais forte que nós.
É difícil de perceber, principalmente para aqueles que ainda não nos conhecemos bem. Mas, sim, é uma
escolha que fazemos.
Sentir raiva é natural, uma reação, de certa forma, animal. Sentir-se magoado, também.
***
Joanna de Ângelis, Espírito, nos esclarece:
É compreensível o surgimento de uma certa frustração e mesmo de desagrado diante de confrontos e de
agressões promovidas por outrem, dando lugar a mágoas, que são uma certa aflição de caráter
transitório.
Não, porém, à instalação do ressentimento.
O que ela ensina é que é perfeitamente natural termos a alma ferida com este ou aquele acontecimento,
porém, carregar essa dor por tempo indeterminado no coração, é uma escolha perigosa.
É uma brasa ardente, realmente, que vai queimando por dentro, dia após dia, ano após ano, sem trazer
benefício algum à alma que sofre.
Dessa forma, precisamos realizar um trabalho interior para nos livrarmos desse ressentimento o quanto
antes, evitando prejuízos maiores para nós mesmos.
Esse movimento passa pela desvalorização do que consideramos ofensivo, daquilo que nos feriu
profundamente.
Isso significa deixar de dar tanto valor a um fato, a um acontecimento para que nosso coração se acalme,
olhe para frente e deixe de se apegar tanto a questões que já estão no passado.
***
O prazer de ser livre é incomparável...
Poder deitar a cabeça no travesseiro todas as noites e dizer que não guarda mágoa de ninguém é vitória
da alma sobre o ressentimento avassalador.
Não nos preocupemos com a impunidade do agressor, do ofensor. Num Universo regido por leis perfeitas,
criado por um Deus soberanamente justo e bom, nada fica impune, tudo tem sua consequência.
Perdoar, esquecer é também uma escolha pela saúde do Espírito e do corpo, uma vez que, livres do rancor,
igualmente ficamos livres das doenças associadas diretamente ao ressentimento.
Relevemos. Perdoemos. Vivamos a alegria e a liberdade de não carregar ressentimento em nosso
coração.
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***
E Joanna de Ângelis, no livro VIDA FELIZ, 73, acrescenta:
As lesões da alma são mais mortificadoras.
As feridas externas são de fácil cicatrização, enquanto aquelas que pululam no íntimo tornam-se de
mais demorado curso.
Banha-te nas águas da confiança em Deus, da paciência, da humildade, do perdão e do amor, não
permitindo que o ódio, o egoísmo, a revolta e a mágoa te macerem os tecidos da alma.
Muitas enfermidades do corpo procedem do espírito danificado pelos conflitos da emoção ou pelo
ácido das imperfeições morais.
Cuida dos equipamentos internos, resguardando-os da agressão contumaz do vício e da
irresponsabilidade.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. Ressentimento, do livro CONFLITOS EXISTENCIAIS, por Joanna de Ângelis e Divaldo
Pereira Franco
***
#momentoespirita #joannadeangelis #ressentimento #mágoas #magoa #raiva #emoções #PsicologiaEspírita
#liberdade
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36 - DEPOIS DA MORTE
É bastante comum se ouvir comentários de que quem morre não volta. Em torno desta assertiva, muitos ousam
afirmar que, portanto, ninguém tem certeza se há mesmo algo para além deste mundo.
Estão equivocados, contudo, os que assim pensam e se expressam. Os Espíritos retornam, sim, depois da morte
física, para atestarem o seu amor aos que deixaram na Terra.
Ou para dizerem da sua dor, do seu arrependimento por algumas atitudes tomadas, enquanto estavam por aqui.
***
Você pode pensar que tudo isso é somente uma questão de crença.
Mas, não é verdade. Se você é cristão, deve recordar que o nosso Mestre e Senhor deu a maior prova de que se
pode retornar após a morte.
Enquanto entre os homens, ele, certo dia, subiu ao Monte Tabor e ali, ante os apóstolos Pedro, Tiago e João,
conversou com os Espíritos materializados de Moisés e Elias.
Ora, Elias era um profeta que morrera há muitos séculos. Moisés, da mesma forma.
Portanto, eram Espíritos que ali se manifestaram, conversando com Jesus.
Depois da morte na cruz, Jesus se apresenta para Maria Madalena, no Jardim das Oliveiras.
Ela o reconhece como sendo o seu mestre. E, sai, feliz, para a cidade, a fim de contar a novidade para os amigos
do colégio apostólico.
No caminho de Emaús, dois discípulos encontram um estranho que segue com eles. Conversam a respeito dos
últimos acontecimentos de Jerusalém.
A prisão do mestre, o julgamento arbitrário na calada da noite, o suplício, a morte na cruz.
O estranho lhes fala e os elucida a respeito de coisas que não haviam entendido.
Quando chegam ao seu destino, convidam-no a ficar com eles. Afinal, desce a noite.
Durante a refeição, ao partir o pão, eles se dão conta que aquele é o Mestre que voltara do vale da morte.
No cenáculo, Jesus aparece aos apóstolos reunidos. Identifica-se: Sou eu, não temais!
Fica com eles. Conforta-lhes os corações.
Aparece e desaparece, muitas vezes, em lugares totalmente fechados.
Em outro momento, os aguarda na praia. Orienta-os no rumo da divulgação da Sua doutrina.
Depois de quarenta dias, aos olhos de uma quase multidão de 500 pessoas, ele desaparece.
Mais tarde, apareceria presente outra vez, no caminho de Damasco, para o jovem de Tarso.
Não somente aparece. Mas indaga e orienta a Saulo acerca do que deve fazer.
E, ainda, apareceria ao velho apóstolo Pedro, na Via Ápia, na manhã de luz, a caminho de Roma.
• Aonde vais, Senhor? Indaga o velho apóstolo.
• Eu vou para Roma, Pedro, para tornar a ser crucificado. Vou para ficar com os meus, desde que tu os
abandonas.
E Pedro, envergonhado, volta para o cárcere, entregando-se voluntariamente, a fim de morrer, pouco tempo
depois com heroísmo.
Ora, se nosso modelo e guia tantos exemplos deu de que o Espírito vive e retorna após a morte física, que
desejamos mais para crer?
***
A morte não é o fim. É a continuidade da vida em outra dimensão.
Você pode não crer e achar que está certo.
Ou você pode pensar a respeito e concluir que racionalmente assim deve ser.
Somente não negue aos amores que partiram a sua certeza de que eles continuam a amá-lo, além das fronteiras
da vida física.
Pensemos nisso!
***
Extraído do MOMENTO ESPÍRITA
***
#momentoespirita #vidaaposamorte #morte #reflexão #doutrinaespirita #espiritismo
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37 - SER PACIENTE
É comum ouvir-se dizer que alguém perdeu a paciência.
Sendo a paciência uma virtude, parece estranha a ideia de que possa ser perdida.
Virtudes são conquistas do Espírito, que as incorpora em seu modo de ser.
Não se trata de algo exterior, que o homem encontra e vê desaparecer sucessivas vezes.
Quem desenvolve uma virtude passa a ser melhor em determinado aspecto de sua vida imortal.
É possível perder-se apenas o que se possui, mas não o que se é.
Se uma característica nobre foi assimilada por alguém, ela não pode ser perdida.
A criatura genuinamente honesta jamais extravia a própria honestidade.
A pessoa bondosa não é privada repentinamente de sua bondade.
Assim, quando alguém afirma que perdeu a paciência é porque nunca chegou a ser verdadeiramente paciente.
***
Isso não significa que as virtudes surjam de um momento para o outro.
Elas devem ser paulatinamente elaboradas no íntimo do ser.
No longo processo de aquisição da nobreza interior, trava-se uma autêntica batalha entre os vícios e as virtudes.
É comum que certas quedas ocorram, pois se trata de um processo de transição.
Mas a verdade é que, enquanto a criatura titubeia entre atos nobres e mesquinhos, ela ainda está lutando contra si mesma.
Virtudes não são propriedade de um determinado Espírito, pois compõem a sua própria essência.
Tanto é assim que habitualmente se fala que alguém é bondoso, e não que possui bondade.
Enquanto estamos com dificuldade para tolerar certas pessoas ou situações, ainda não somos pacientes.
No máximo, estamos lutando para incorporar essa virtude.
Afinal, é fácil conviver pacificamente com quem pensa igual a nós, ou suportar pequenos inconvenientes.
O teste para nossa fibra moral é suportar com serenidade grandes contrariedades ou provocações.
***
A verdadeira paciência é sempre exteriorização da alma que já realizou muito amor em si mesma.
Plena de amor, ela distribui os tesouros de seu afeto aos que a rodeiam, mediante a exemplificação.
A alma paciente já consegue considerar todas as criaturas como irmãs, em quaisquer circunstâncias.
Se necessário, ela esclarece a ignorância, mas sempre de modo fraterno.
Paciência é a tolerância esclarecida que revela a iluminação do ser que a manifesta.
Trata-se de uma conquista sublime, somente alcançada a custo de disciplina e esforço.
***
Para ser paciente é preciso domar os próprios impulsos inferiores.
Quem pretende ser tolerante deve cessar de ver problemas nos elementos externos, sejam pessoas ou circunstâncias.
Precisa compreender que todo o mal que atinge a criatura em evolução vem dela própria, de seu interior carente de
renovação.
Quem percebe as suas sequelas morais, sem disfarces ou desculpas, naturalmente tende a olhar o próximo com tolerância.
Mas não basta apenas perceber os próprios problemas.
É necessário corrigi-los, com a adoção de novos padrões de comportamento.
A disciplina antecede a espontaneidade.
Transformar vícios em virtudes pressupõe disciplina e determinação.
Assim, para ser paciente é preciso esforço para tolerar as dificuldades e os defeitos alheios.
Mas também é indispensável trabalho concentrado para vencer os próprios vícios.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 254 do livro O CONSOLADOR, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #paciencia #comportamento #reflexão #autoconhecimento #autocontrole
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38 - MAIS VIGILÂNCIA COM NOSSAS PALAVRAS

Expressar nossos pensamentos e sentimentos é um direito. No entanto, se ao expor o que pensamos


podemos ofender, prejudicar ou humilhar alguém, é preciso ponderar se isso se constitui nosso direito.
Nossas palavras, sejam escritas ou faladas, podem causar danos muitas vezes irreversíveis em quem as
ouve ou em quem as lê.
A tecnologia tem presenteado a Humanidade com ferramentas e instrumentos que possibilitam uma
comunicação cada vez mais rápida e eficaz.
As redes sociais surgiram como uma forma de diminuir a distância entre pessoas, promover o contato, a
formação de novas amizades.
Mas, ao mesmo tempo em que propiciaram essa aproximação virtual também promoveram um falso
sentimento de proteção pelo anonimato, que acabou fortalecendo o lado perverso de algumas criaturas.
Pessoas começaram a ser gratuitamente atacadas por sua aparência. Outras foram ameaçadas e
hostilizadas por sua orientação sexual, posicionamento político, crença religiosa ou ideologia.
Acreditando que escapariam de ser identificados, os agressores não pouparam ofensas e ameaças.
Desconheciam que seriam localizados e teriam de responder por seus atos e palavras, da mesma forma
que responderiam se tivessem agido assim nas ruas.
***
O sentimento de ser melhor, superior ao outro e possuidor da verdade ainda move pessoas orgulhosas
e egoístas, incitando-as a agredirem outras, utilizando as redes sociais.
Uma mãe postou um desabafo, compartilhando sentimentos e angústias com aqueles que ela acreditava
serem amigos.
Sua postagem foi multiplicada e ela passou a receber críticas ferrenhas, com palavras duras e cruéis, de
pessoas que não a conheciam e a julgaram por aquele desabafo.
Discussões acaloradas a respeito de posicionamentos políticos estão pondo fim a amizades, abalando
relacionamentos, incitando o ódio, ameaçando vidas.
Os que usam as redes para acusar e ofender, muitas vezes nunca o fizeram na presença das pessoas,
temendo sua reação.
No entanto, a sensação de proteção que sentem, por estarem distantes fisicamente dos que acusam, os
encoraja.
Sem se darem conta, acabam atraindo para seu lado Espíritos de padrão vibratório inferior, que
alimentam o ódio, a raiva, os sentimentos destrutivos.
E assim, verdadeiras guerras são travadas com palavras.
Algumas têm provocado mortes. Morte do respeito, do amor, do carinho que antes nutria relações.
Morte da alegria, da vontade de viver e de ser o que se é.
Entretanto, as palavras, quando utilizadas para o bem, podem edificar, dar ânimo, espalhar paz, luz e
amor.
***
Cabe a cada um de nós escolher que sentido dará às palavras: de vida ou de morte.
Quando estivermos prestes a proferir palavras contra nosso próximo, lembremo-nos da orientação de
Emmanuel:
Palavras são agentes na construção de todos os edifícios da vida. Lancemo-las na
direção dos outros, com o equilíbrio e a tolerância com que desejamos que elas venham
até nós.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: AGRESSÕES ANÔNIMAS)
Referencia: Cap. 24 do LIVRO DA ESPERANÇA, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #palavra #palavras #Vigilância #comportamentohumano #equilibrio #prudência
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39 - A DIGNIDADE DA HONESTIDADE

Quando alguém nos pergunta se somos honestos, em princípio, ficamos indignados, só em pensar que
alguém duvide de que o somos.
No entanto, é importante que reflitamos um pouco a respeito da honestidade.
Grande parte de nós nos dizemos honestos, mas será que verdadeiramente o somos?
Quando limpamos o jardim, por exemplo, nunca jogamos a sujeira no quintal do vizinho?
Saindo de um emprego, damos entrada no Seguro Desemprego. Logo, estamos empregados novamente.
Comunicamos ao órgão competente que não necessitamos mais receber o seguro ou pedimos ao novo
patrão que espere alguns meses para fazer o registro na carteira para que possamos receber em dobro?
Se estamos dirigindo um veículo e raspamos noutro que está estacionado, cujo dono não está por perto
- qual é a nossa atitude? Damos no pé ou deixamos um bilhete com o telefone para posterior contato?
Enfrentamos com honestidade a longa fila dos bancos, teatros, repartições, etc. ou sempre ficamos
procurando um conhecido ou um jeito qualquer de passar à frente dos que chegaram antes de nós?
Se vamos a um espetáculo qualquer, costumamos marcar os lugares com bolsas, carteiras ou outros
objetos, para que nossos amigos, que cheguem em cima da hora, possam ocupar os melhores lugares, em
detrimento dos que se esforçam e chegam cedo?
Se em épocas de eleições necessitamos pintar a casa, colocar vidros nas janelas, ou temos outra
necessidade qualquer, procuramos um candidato para oferecer o nosso voto em troca de tais benefícios
ou esperamos até que as possamos efetuar com nossos recursos?
Tendo urgência no despacho de um processo em determinado órgão, esperamos o trâmite natural ou
tentamos dar um jeitinho de ludibriar os que não têm condições de dar o conhecido jeitinho?
Se trabalhamos no setor de compras de uma empresa, procuramos realmente os melhores preços e
condições de pagamento, pensando exclusivamente no melhor para a nossa empresa, ou compramos
onde nos ofereçam mais vantagens pessoais?
***
Ouvimos, várias vezes, o jargão popular afirmar que todo homem tem um preço. No entanto, para a
honestidade não há preço, não há barganha, não há corrupção, nem corruptores. A dignidade de um ser
humano honesto não tem preço, pois seu valor é inestimável. Dessa forma, poderíamos alterar o jargão
popular e dizer: todo homem desonesto tem um preço, porque a dignidade jamais se corrompe.
Se ainda não conquistamos a virtude da honestidade como deve ser, lutemos por conquistá-la, a fim de
podermos olhar no espelho e não nos envergonharmos da figura ali refletida. Olhar nos próprios olhos
e nada ter que censurar.
***
Ser honesto é agir de conformidade com as Leis Divinas. É não tentar ludibriar a própria
consciência porque, mais cedo ou mais tarde, ela nos apresentará a conta dos nossos equívocos.
Se o honesto hoje ainda é uma raridade, podemos inverter esse quadro, engrossando as fileiras dos que
são verdadeiramente honestos. Agindo assim, de nada teremos que nos arrepender.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #honestidade #responsabilidade #comportamento #autoconhecimento
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40 - FALANDO DE SOMBRAS E DE SOL

Todo ser humano traz dentro de si uma luz maior que a das estrelas. Um universo inteiro de amor vive latente
dentro de cada um de nós.
Quando esteve entre nós, aqui na Terra, Jesus nos fez um doce convite: Brilhe a vossa luz!
E disse ainda mais: declarou que todos os seres humanos são deuses, são o sal da Terra e a luz do mundo.
Quanta poesia nestas palavras do Cristo! Elas são um lembrete permanente para os dias em que a sombra toma
conta de nossas vidas.
E como são muitos esses dias sem sol! Parece que uma grande nuvem cinza encobre a luz.
É quando estamos infelizes. Quando a dor encontra morada no coração, quando perdemos a alegria, quando os
sorrisos parecem distantes.
Mas há outras ocasiões em que uma luz radiosa parece nos iluminar.
Esses dias claros traduzem nossa alegria, a harmonia interna. É a felicidade que se revela em nós.
E nos perguntamos: Por que não somos sempre assim? Por que não há apenas dias solares, cheios de cor e
claridade?
É que ainda nos permitimos viver na sombra. Para a maior parte da Humanidade ainda é mais natural se identificar
com estados de angústia, tristeza, aborrecimento.
***
Mas um dia aprenderemos a viver de forma diferente. Privilegiaremos a bondade, esqueceremos a maledicência,
cultivaremos a alegria.
Daremos menos atenção a notícias e programas sensacionalistas ou que exploram o sofrimento dos outros.
Não permitiremos que a morbidez encontre espaço em nossa vida.
Buscaremos a felicidade nas coisas simples. Não seremos escravos do dinheiro ou do trabalho. E nos
contentaremos com o necessário. Luxo e excessos não nos seduzirão mais.
Nesse dia saberemos que o segredo da felicidade não está nos bens que acumulamos, mas no bem que fazemos
aos outros.
***
A maior parte das pessoas busca a felicidade em coisas externas. É que somos treinados para acreditar que
seremos felizes apenas se tivermos carros, roupas e sapatos caros.
Colocamos nossa alegria em uma bela casa ou em viagens espetaculares.
Mas essa alegria é como uma bolha de sabão. Vai estourar à primeira dificuldade. Pense: diante do sofrimento
moral, da perda de um ser amado, de um filho que se atormenta nos caminhos do mundo, de que valem as
riquezas?
O mundo está cheio de ricos infelizes, que vivem em um mundo de sombras. E quando o coração está cinzento,
de nada adianta o sol brilhar em um dia dourado.
Assim, observe o que o faz realmente feliz.
Analise seu mundo íntimo e dê prioridade para pessoas e situações que lhe dão alegria: uma visita aos pais idosos,
um passeio com a família, uma tarde em companhia de amigos queridos.
É assim que sua vida se encherá de luz.
***
A sombra é geratriz de equívocos como o erro é matriz de tormentos íntimos naquele que o pratica.
Afugenta as sombras que tingem de escuridão as tuas esperanças.
Acende no teu caminho a tua lâmpada clarificadora, iluminando a rota dos teus pés.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: De Sombras e de Sol)
Referência: Verbete SOMBRA, do livro Repositório de Sabedoria, v. 2, por Joanna de Ângelis e Divaldo
Pereira Franco
***
#momentoespirita #sombra #luz #felicidade #dificuldades #sofrimento #PsicologiaEspírita #esperança
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41 - DEUS EM NOSSAS VIDAS


O extraordinário Houdini, que encantava plateias com as suas ousadas fugas e desafios, foi um instrumento a favor da
mediunidade.
Ficou conhecido pelo seu afã em desmascarar falsos médiuns e mistificadores.
Poucos talvez saibam de sua crença em Deus e sua fé na Providência Divina.
Num de seus grandes desafios, quando em visita ao Canadá, permitiu-se algemar, ser preso por correntes e cadeados e
colocado dentro de um saco.
Dessa forma, foi jogado no congelado rio São Lourenço, para o que se providenciou um buraco no gelo.
Tão logo mergulhou nas gélidas águas, Houdini se desvencilhou das algemas, das correntes, dos cadeados, saindo do saco
em que estava encerrado.
Na tentativa de retornar, com rapidez à superfície, descobriu que, ao idealizar o desafio, não contara com a correnteza que o
levara distante do único orifício existente no grande rio gelado.
Como a pedra de gelo se forma um pouco acima da água, inclinou a cabeça para trás e respirou.
Quase sem suportar a temperatura da água, ciente de que precisava sair logo do rio, Houdini ouviu uma voz.
Era a inconfundível voz de sua mãe, que o chamava repetidas vezes, na doce inflexão que imprimia ao seu nome, no dialeto
russo.
•Houdini! Houdini!
A voz vinha do orifício e seguindo-a, ei-lo a salvo.
Cumprimentos. Salvas de palmas. Gritos de alegria. Mais um desafio vencido.
Sem nada dizer do que lhe acontecera, Houdini rumou para sua casa.
Mal chegara e recebe um telegrama. Algumas horas antes sua mãe desencarnara.
Grande foi o baque para o artista que passaria, dali em diante, a fazer tentativas, junto a vários médiuns, para se comunicar
com ela.
Anos mais tarde, num ensaio biográfico, a esposa de Houdini teve oportunidade de afirmar, referindo-se especialmente ao
episódio no Canadá:
Estamos todos sob a proteção de Deus. Nenhum mal nos pode fazer mal porque ele está conosco. A mão de Deus sempre está
regendo as nossas vidas. E se manifesta de muitas e variadas formas.
***
O Mestre de Nazaré, lecionando sobre o cuidado de Deus para conosco, discursou a respeito das aves do céu que não
semeiam, nem ceifam, nem fazem provisão nos celeiros, e são sustentadas pelo Pai Celeste.
O Evangelista Mateus anotou em seu capítulo seis: Porventura não sois vós muito mais do que elas?
Considerai como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham, nem fiam.
E digo-vos todavia que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu jamais como um deles.
Se pois Deus veste assim uma erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de
pouca fé.
***
Deus permanece nos guiando e fortalecendo para o objetivo feliz.
Ele é o fulcro gerador de poder, em torno do qual tudo e todos gravitam.
Deus permanece sempre guiando-nos e fortalecendo-nos para o final feliz.
Ele está conosco, mesmo quando O esqueçamos.
Ele se revela através dos homens, dos Espíritos, de todos os que se importam conosco.
Descubramo-lO pois que Ele permanece conosco.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: História narrada por Divaldo Pereira Franco, na palestra PASSES E CURAS e no cap. 27, do livro
FILHO DE DEUS, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #filhodedeus #joannadeangelis #Deus #esperança #fé #sabedoria
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42 - A NECESSIDADE DO ESFORÇO PESSOAL


Certo dia, um homem caminhava por uma estrada deserta e começou a sentir fome. Não estava prevenido,
pois não sabia que a distância que ia percorrer era longa.
Começou a prestar atenção na vegetação ao longo do caminho, na tentativa de encontrar alguma coisa
para acalmar o estômago.
De repente, notou que havia frutos maduros e suculentos em uma árvore. Aproximou-se mas logo
desanimou, pois a árvore era muito alta e os frutos inacessíveis.
Continuou andando e foi vencido pela fome e o cansaço. Sentou-se na beira do caminho e ficou ali
lamentando a sorte.
Não demorou muito e ele avistou outro viajante que vinha pelo mesmo caminho. Quando o viajante se
aproximou, o homem notou que ele estava comendo os frutos saborosos que não pudera alcançar e lhe
perguntou:
Amigo, belos frutos você encontrou.
É, respondeu o viajante. Eu os encontrei no caminho. A natureza é pródiga em frutos suculentos.
Mas você tem a pele machucada. - Observou o homem.
Ah, mas isso não é nada! São apenas alguns arranhões que ficaram pelo esforço que fiz ao subir na
árvore para colher os frutos.
E o homem, agora com mais fome ainda, ficou sentado resmungando, de estômago vazio, enquanto o
outro viajante seguiu em frente.
***
Algumas vezes, fatos como esse também ocorrem conosco.
Ficamos sentados lamentando o sofrimento mas não abrimos mão da acomodação para sair em busca
da solução.
Esquecemos que é preciso fazer esforços, lutar, persistir.
É muito comum ouvir pessoas gritando por um lugar ao sol, mas as que verdadeiramente querem um
lugar ao sol, trazem algumas queimaduras, fruto da luta pelo ideal que almejam.
Outras, mais acomodadas, dizem que Deus alimenta até mesmo os pássaros. Por que não haveria de
providenciar o de que necessitam?
Essas estão certas, em parte, pois se é verdade que Deus dá alimento aos pássaros, também é certo que
Ele não o joga dentro do ninho.
O trabalho de busca pelo alimento é por conta de cada pássaro, e muitas vezes isso não é fácil. Há
situações em que eles se arriscam e até saem com alguns arranhões.
Por essa razão, lembre-se sempre de que Deus a todos ampara, mas a caminhada, os passos, a busca, é
por conta de cada um.
Por vezes a escalada é árdua, exaustiva, solitária. Mas é preciso fazer esforços para alcançar o fruto
desejado, principalmente em se tratando dos frutos que saciam a sede da alma.
***
Jesus ensinou: Batei, e a porta se abrirá. Mas os passos até chegar à porta e o esforço por bater, são
necessários.
Buscai e achareis. Outra recomendação na qual está contida a ação necessária. Buscar é movimento,
é esforço, é ação. Seria diferente se Jesus tivesse dito: “Espere passivamente que a porta se abrirá, ou,
fique aí parado que o que deseja chegará até você” .
No entanto, é preciso saber o que se busca e por qual porta desejamos entrar.
Ainda aí nossa escolha é totalmente livre. Nossa vontade é que nos conduzirá aonde queremos chegar.
Sendo assim, façamos a nossa escolha e optemos por chegar lá, e chegar bem.
Deus dá asas a todos os pássaros, mas enquanto as andorinhas voam em busca dos climas primaveris e
os colibris descobrem novas flores, os abutres farejam a morte para se alimentarem com os restos dos
animais vencidos.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #trabalho #responsabilidade #desafios #escolhas #livrearbitrio #aprendizado #reflexão
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43 - CONDIÇÕES FINANCEIRAS DA FAMÍLIA


Genildo foi contador de uma grande empresa durante muitos anos. Com seu salário conseguiu colocar três de seus seis filhos
na universidade. Os filhos menores ainda estavam cursando o ensino secundário, mas chegariam à universidade, pois esse
era o desejo de seus pais e eles estavam se esforçando para tal. Por força de mudanças nas leis de aposentadoria, não restou
a Genildo senão solicitar a sua, pois se não o fizesse ainda passaria mais dez anos na empresa e, por causa de sua saúde,
achava que não suportaria.
Ao aposentar-se teve redução em sua renda. Sua esposa, então professora, também se aposentou para usufruir com ele a
merecida passagem para uma nova fase a desfrutar, após tantos anos de trabalho.
Porém, eles não contavam com o aumento de suas despesas e com os custos com a educação dos filhos. Além disso, um de
seus filhos engravidou a namorada e ele se viu na obrigação e dever de responsabilizar-se. Genildo teve que gastar dinheiro
para com o futuro neto, cujos avós maternos não tinham a menor condição de ajudar.
Três anos após a aposentadoria, Genildo teve que vender seu apartamento e mudar-se para um mais modesto que comprara
a fim de reduzir o valor que pagava de condomínio e usar o dinheiro da diferença para o pagamento de dívidas que já se
acumulavam perigosamente
Seus filhos passaram a economizar por conta da mudança do padrão social e tiveram que vender um dos carros da família.
Tinham duas empregadas em casa e passaram a ter uma, com a redistribuição de algumas tarefas domésticas.
Todos tiveram de colaborar para que a família conseguisse se adaptar à nova situação. Não houve perda do equilíbrio familiar,
pois todos se conscientizaram da situação financeira da família e, graças às conversas dos pais em reuniões familiares, foi
possível se fazer a transição.
***
A vida financeira de uma pessoa resume grande parte de seus propósitos e de suas fantasias, pois o dinheiro, seu ícone,
simboliza conquistas e realizações de quem vive em sociedade.
Apesar de não ser o que há de mais importante, ela se torna um campo de projeções do espírito que ali coloca suas ambições
e possibilidades de realização.
Amores e ódios, alegrias e tristezas, sonhos e fantasias, são experiências nas quais a vida financeira tem um papel relativo,
importante ou não, variando para cada espírito.
Quando ele coloca na sua vida financeira o motivo de sua existência, consegue estabelecer como prioridade a ambição e o
desejo de poder. O ego infla-se no desejo desenfreado de atender seus objetivos superlativos, impedindo que a vida se
estenda a outros campos de realização.
O dinheiro pode ser simbolicamente comparado à energia psíquica. Ele movimenta a vida concreta e, quando bem
empregado, traz progresso e bem estar. A mesma dificuldade que se tem em colocar a energia psíquica à serviço da
criatividade e do novo, observa-se em fazer o dinheiro fluir e gerar trabalho a bem do indivíduo. Ele é fruto da forma como a
energia psíquica é empregada.
Muito embora seja de capital importância que se busque a estabilidade financeira, e que se aprenda a lidar com o dinheiro,
não se deve colocá-la como principal motivo de viver. Quando essa prioridade é colocada acima da própria vida, a psiquê se
encontra em processo de contaminação perigosa e de retorno difícil, tendo em vista a importância concreta da vida financeira
para o ser humano. Desviar o foco de atenção para a vida espiritual poderá impedir que o ser humano encontre uma saída
psicológica para si mesmo. A atenção deve se voltar para seu grau de satisfação na vida. Poderá estar havendo uma frustração
não resolvida que deve ser ressignificada pela pessoa.
A psiquê deve centrar-se principalmente na busca por um sentido para a vida e necessita, para isso, estar em paz. Qualquer
outro objeto que a desvie desse foco prejudicará sua estabilidade.
***
O equilíbrio financeiro desejável numa família ou numa pessoa não é apenas equiparar receita com despesa ou fazer com
que o saldo resultante seja positivo. É a capacidade de administrar, ganhos, gastos e dívidas. Endividar-se financeiramente é
condição para quem deseje investir, desde que a dívida seja compatível com a capacidade de pagamento a médio e longo
prazo.
É desejável que numa família todos possam contribuir financeiramente para a manutenção do grupo. Todos deveriam colocar
sua vida financeira a serviço dos demais para que juntos pudessem fazer face aos desafios que a sociedade exige.
É comum encontrar indivíduos que não gostam de mostrar aos parentes com quem vivem o quanto ganham ou gastam.
Parece haver um certo egoísmo ou medo de perder o pouco que têm. Noutros casos se observa uma dificuldade em justificar
em que é gasto o que ganham. O fato é que geralmente falta uma certa transparência na economia da família.
Muitas vezes os pais não permitem que seus filhos fiquem a par da real situação financeira familiar. Alguns acham que eles
não estão preparados para lidar com o dinheiro. Outros não querem expor sua fragilidade financeira aos filhos por orgulho.
Não é raro encontrar famílias que tinham um bom padrão de vida e que, de repente, por uma débâcle financeira com o pai
ou a mãe, a família se vê obrigada a se estabelecer num meio sócio-econômico inferior ao em que viviam. A transparência
nos negócios e a participação familiar nas decisões econômicas da família poderiam evitar algumas situações difíceis.
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A economia doméstica é um assunto que deve interessar a todos que vivem sob um mesmo teto a fim de que aprendam a
lidar com o pouco, com a falta ou com o muito.
Muitas vezes uma família alcança um patamar financeiro e, por motivos diversos, ocorre uma derrocada e o padrão de vida
e conforto cai vertiginosamente, provocando uma alteração significativa nos hábitos e expectativas de seus membros.
O que antes parecia resolvido passa a ser aberto e motivo de preocupações e crises para aqueles que eram os responsáveis
mantenedores do núcleo familiar. Nem sempre eles têm coragem de admitir que está havendo ou que houve um grande
prejuízo financeiro. Não querem expor seus fracassos, permitindo que o grupo acredite que tudo vai bem.
Os pais não querem admitir para seus filhos que não mais poderão comprar aquilo que antes entrava fácil em casa. As contas
se avolumam e a família é obrigada a se mudar para um local mais modesto.
A franqueza e o diálogo sobre as reais condições financeiras da família para que, juntos, possam superar e adaptar-se da
melhor maneira à realidade é a alternativa mais honrosa.
Mesmo que a família esteja em dificuldades que pareçam insuperáveis, sempre haverá alternativas, principalmente quando
a humildade de seus responsáveis estiver presente. Por mais que se tenha perdido bens imprescindíveis à sobrevivência da
família, não se deve perder a confiança em Deus, que tudo percebe.
Quantas vezes uma situação parecia irremediavelmente perdida e surgiram soluções inesperadas? Muitas vezes isso se deveu
à ajuda espiritual invisível ao incrédulo e materialista.
Nos momentos de crise, financeira ou não, deve-se ter confiança em Deus e conservar-se em paz a fim de melhor captar as
influências espirituais positivas. A alegria íntima e a paz interior são antídotos para o estresse e estimuladoras da criatividade
nas crises.
***
"Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado." Mateus 13:12.
Para muitos as palavras do Cristo podem parecer incoerentes.
Mas, quando lhes analisamos do ponto de vista psicológico e evolutivo, trazem uma luz muito clara para a compreensão das
leis de Deus.
O trecho da explicação da parábola do semeador acima nos leva a compreensão da necessidade de se aprender a gastar e de
se dispor dos bens que se tenha. Nem sempre sabemos gastar o pouco ou muito que ganhamos. Muitas vezes o fazemos sem
a necessária previdência visando o futuro. Mesmo quando só se tem para subsistência, deve-se buscar uma forma simples
de se gastar para que se continue obtendo o que se ganhou e algo mais. Deve-se gastar de tal forma que se retorne no futuro
com o objeto gasto. O valor gasto deve ser com algo que garanta no mínimo a continuidade do ganho. Aquele que gasta de
forma inconseqüente, certamente ficará sem condições de ganhar de novo.
É nesse sentido que lhe será tirado, isto é, ele dificilmente terá condições de voltar a ganhar se foi imprevidente em seu gasto.
Não é difícil saber ganhar, pois a maioria dos seres humanos vive pensando nisso. Ninguém gosta de perder, só de ganhar e,
quando o faz, deseja a realização de suas fantasias, muitas vezes, sem o cuidado de prevenir-se quanto ao futuro.
Em família não é diferente se não houver a preocupação quanto à melhor maneira de gastar-se a renda familiar.
O espírito previdente recebe do Universo o necessário para sobreviver e para ampliar suas possibilidades de realização como
administrador dos bens que a Deus pertencem.
***
Livro: Evangelho e Família / Adenauer Novaes
***
#evangelhoefamilia #economia #comportamento #familia #responsabilidade #valores #paraboladostalentos
#dificuldades #dialogo
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44 - DIAS DE EXAGERO

É comum analisarmos a sociedade, a vida em família e a educação dos filhos fazendo comparações com tempos
passados.
Nas conversas entre amigos, nos encontros familiares, surgem comentários sobre como era a vida antigamente,
contrapondo-a com os dias de hoje.
E é recorrente a conclusão de que os dias atuais estão mais difíceis, desafiadores e complicados.
Fala-se que hoje sabemos muito e sabemos de tudo, que nada é proibido e que podemos tudo fazer.
Antes, as convenções sociais, as regras mais rígidas de relacionamentos não nos permitiam agir tão livremente.
As limitações das distâncias, agora vencidas pela tecnologia, faziam com que os contatos e conhecimentos fossem
raros.
Porém, o painel de nossa sociedade em muito mudou. As conquistas pela liberdade de expressão, os inúmeros
meios de que dispomos para expor nossas ideias e valores, fazem de nosso cotidiano uma verdadeira enxurrada
de informações e imagens.
***
Por isso, vivemos dias de exagero. Os comportamentos extremos, a busca pelas últimas consequências, o anseio
de atingir os limites de tudo, parece ser o ideal abraçado por muitos.
Se antes um tabu moralista refreava o tratamento natural quanto às questões do sexo, na atualidade muitos o
buscam à exaustão, tornando-o uma mercadoria a se comercializar para interesses imediatos.
Se há algumas décadas o corpo era obrigado a estar escondido sob a roupa, pela ditadura puritana da moda, nos
dias em que vivemos, percebe-se um culto exacerbado na busca da forma perfeita.
Não são poucos os que se permitem expor, de forma ridícula e exagerada, em comportamentos esdrúxulos e sem
significado mais profundo.
Se a educação dos filhos, até há algum tempo, era rígida e cerceadora, hoje, parece que alguns pais e educadores
se esqueceram de que limites e frustrações também fazem parte do processo educacional.
E, ao permitirem uma liberdade de ação irrestrita, criam filhos sem limites, com a ilusão de que tudo podem,
posto que o mundo está para lhes servir.
***
Esses dias de exagero e de extremos nos convidam à reflexão e meditação, em torno dos valores que queremos
para nós e para a sociedade.
Portanto, se somos livres para agir e pensar, devemos selecionar o que nos seja saudável, o que nos convenha e
nos traga felicidade.
Já não mais as proibições de antes. Agora, o bom senso, a reflexão.
Já não mais as castrações e falsos moralismos. Agora, as decisões lúcidas e o bem agir por opção.
Dessa forma, não nos percamos na falsa liberdade de ação. Que liberdade é essa que nos gera frustrações,
ansiedade, medo e loucura?
Livres seremos quando estivermos agindo na construção da nossa felicidade, com a consciência tranquila e paz de
espírito.
E não há cartilha melhor a seguir do que o Evangelho do Cristo, nos fornecendo roteiro e luz para esses dias
desafiadores.
Rememorando as excelentes mensagens do Evangelho, constataremos que de todos os ensinos do Senhor Jesus
destilam sempre otimismo, alegria e esperança.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Verbete EVANGELHO, do livro Repositório de sabedoria, v. 1, por Joanna de Ângelis e Divaldo
Franco
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#momentoespirita #temposmodernos #educação #filhos #familia #comportamento #liberdade
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45 - ALERTA AOS ESPÍRITAS

Entre os Espíritas há sempre muita preocupação com as doutrinas que atacam o Espiritismo.
Para desfazer equívocos ou defender-se das críticas, os espíritas participam de reuniões ecumênicas. Isso nos
surpreende, porque o Espiritismo tem propostas que conflitam com os demais credos. São leis que fazem a espinha
dorsal da doutrina espírita. A reencarnação, uma delas, única justificativa para as desigualdades do mundo, se
aceitarmos que Deus é todo justiça, amor e caridade, é menosprezada pelas outras seitas cristãs.
A lógica do Espiritismo atrai mais e mais adeptos, a cada dia. Encontramos hoje nas casas espíritas doutores de todas
as áreas e jovens que sempre contestaram as religiões, porque são dogmáticas e agridem a racionabilidade.
Depois de um culto na igreja, ao ouvir uma palestra espírita, a pessoa de bom senso percebe logo a diferença. Enquanto
os primeiros oferecem o céu com facilidade, o Espiritismo cobra do praticante um esforço titânico de melhoramento
individual. Dá-lhe receitas para o sucesso da tarefa e mostra-lhe as conseqüências dessa luta íntima. É mais justo,
porque representa a colheita do que é plantado e não um favorecimento com privilégios de merecimento duvidoso.
Ao chegar no Centro Espírita, o novo praticante, pela lógica, conclui que o Espiritismo detém a perfeição. Procura
adaptar-se e participar das atividades da casa para poder, na prática, chegar à almejada evolução.
Nesse momento, esbarra no nosso comportamento de espíritas com anos de casa, fincados nos velhos hábitos, sem
que o Espiritismo possa modificar-nos. Da teoria que conhecemos, pouco praticamos.
***
Allan Kardec advertiu que, por sua natureza, o homem quer ligar seu nome às obras e que no Espiritismo nada seria
diferente. E o que vemos nos nossos agrupamentos é exatamente isso. Pessoas vaidosas, desgastadas pela luta de
cargos, pelas honras, pelos títulos, pelas palmas e todo tipo de evidência, sem perceber que afrontam a doutrina e são
mau exemplo. Especialmente para os recém-chegados, que têm uma visão do espírita como homem de virtude, com
destaque para a humildade. Diante desse comportamento, desiludem-se.
O alerta que fazemos aos noviços, apesar de ainda sermos dos que navegam entre a teoria e a prática, é para que não
se desencantem com a doutrina com base nos espíritas. O Espiritismo é divino e os espíritas, humanos. E estão entre
os maiores devedores, corrigindo erros por meio de repetidas provas e expiações. Mas, apesar dos obstáculos que lhe
criamos, o Espiritismo seguirá sua trajetória. Na Parte III do seu livro "Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita", A.
Wantuil de Freitas declara: "Sejam quais forem as barreiras que os homens lhe oponham o Espiritismo cumprirá sua
missão de transformação do mundo: com os homens, sem os homens ou apesar dos homens".
Não aconselhamos a que alguém que não se sinta bem num agrupamento ali permaneça em nome da caridade, em
auto-agressão. Se vamos ao Centro preocupados com um certo alguém com quem não simpatizamos, por falha dele
ou nossa, devemos tomar alguma providência. Primeiro, verificar o que é possível fazer para harmonizar-nos. Quase
sempre temos sucesso. Mas se for impossível, busquemos outro grupo para colaborar porque os espíritos do bem não
trabalham em lugares onde há desarmonia.
O objetivo deste comentário é dizer que se buscamos santos nos agrupamentos espíritas, seguramente ali não os
encontraremos. Jamais confundir o Espiritismo com o espírita, deixando que as atitudes de dirigentes, oradores,
aconselhadores, professores, médiuns e pessoas em geral, interfiram nos propósitos de buscar o conhecimento
doutrinário, porque à medida que avançamos no saber espírita, melhor compreenderemos a imperfeição dos
companheiros de jornada e também a nossa. Somos todos espíritos inferiores em luta contra as imperfeições.
***
Diante do fracasso do confrade, não abandone o Espiritismo, porque o prejuízo será seu. O outro continuará ouvindo
as lições e conseguirá, mais dia menos dia, o almejado progresso. Se fizer o mesmo, cuidando de melhorar-se antes de
tentar consertar o mundo, receberá o Espiritismo tudo o que ele pode nos dar.
Rogue a Jesus que ampare cada um de nós, velhos ou novos de casa, para que colaboremos com esta notável revelação
que é a Doutrina dos Espíritos. Tenha paciência e, com o tempo, verá que valeu a pena.
***
Revista Internacional de Espiritismo - março 2002 / Reportagem de Otávio Caúmo Serrano
***
#espiritismo #espirita #comportamento #doutrinaespirita #melhoria #autoconhecimento
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46 - RENOVAR O SEU OLHAR

A cada dia, a vida se renova. Distraídos, ignoramos o que nos é ofertado a cada amanhecer, em vinte quatro horas
que se repetem e se repetem.
O sol nasce e se põe sem que vejamos nisso alguma magia ou beleza.
Botões se entreabrem nos jardins, nas ruas e nas praças, sem nenhum aplauso da nossa parte.
Flores deixam cair as suas pétalas, colorindo o chão e nós simplesmente pisamos sobre elas, sem nos permitir
sentir o perfume ou observar as cores.
Frutos chegam à nossa mesa sem nos darmos conta do cheiro, sabor, cor e texturas que possuem. Quase sempre
os mastigamos e engolimos, enquanto nossa mente anda distante.
O ar que inalamos, em todos os lugares, todos os dias, entra e sai de nossos pulmões sem qualquer movimento
de gratidão ou louvor ao Criador.
A água que chega em nossas torneiras abastecendo o lar e saciando a nossa sede, é sorvida com automatismo.
Não nos encantamos com a preciosidade desse líquido ou pela forma como nos chega das fontes, dos rios, dos
reservatórios.
No céu, cores se revezam desde a aurora até o final da tarde.
Pássaros cantam nos diversos caminhos por onde transitamos!
Os mares beijam as praias, o planeta abraça os oceanos e esses abraçam com carinho os continentes!-
Lagos espelham o céu azul!
Cachoeiras cantam melodias inigualáveis, sonoras e belas!
Pequenos córregos e riachos declamam versos em delicadas poesias.
Fontes cristalinas solfejam acordes!
Chuvas amenas ou torrenciais surgem para promover a renovação do solo, das plantas, além de operarem
modificações positivas nas energias que se concentram em certos lugares e regiões.
Ventos e tempestades tentam estabelecer algum diálogo conosco e não vemos nem ouvimos nada...
Animais nos fazem companhia. Dotados de sensibilidade e também de uma centelha espiritual, ajudam a dar
sentido aos nossos dias.
Quase sempre, não correspondemos ao que nos oferecem.
Seguimos surdos e cegos para essa linguagem divina, inarticulada e estranha para nós.
Há uma necessidade de renovação em toda a Humanidade!
***
A mensagem trazida pela pandemia é clara, mas requer sensibilidade, olhos de ver, ouvidos de ouvir, coração para
sentir, além de mãos para agir.
Temos sido cristãos sem Cristo e esse paradoxo precisa ser resolvido para que tenhamos uma nova família, uma
nova sociedade, um novo governo, uma nova Humanidade.
Nada disso será possível sem a gestação e o parto de um novo ser humano: fraterno, solidário, amoroso e gentil
com todos os seres da Criação: vegetais, animais e homens.
Um ser que saiba respeitar, conviver e aprender com as diferenças, sem aceitar injustiças.
Que os desafios e contratempos trazidos pela pandemia nos remetam a reflexões mais profundas que aquelas
costumeiras.
Deixemos de agir apenas como consumidores, atendendo a necessidades importantes e necessárias, mas que não
são suficientes para a construção de um mundo com mais compartilhamento e menos acumulação.
Precisamos de mais cooperação e menos competição. Um mundo com mais NÓS e menos EU.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Texto Renove seu olhar, de Cezar Braga Said
***
#momentoespirita #reflexão #comportamento #meditação #vida #comportamento #autoconhecimento
54

47 - APRENDAMOS A LIDAR COM A ANSIEDADE

A ansiedade não atinge as pessoas somente no campo do trabalho, ela prejudica também a vida pessoal. Ela gera
nervosismo, medo, mal estar, insegurança, dores de cabeça, tontura, etc.
De acordo com Joanna de Ângelis, "este distúrbio está enraizado no Ser que desconsiderou as Soberanas Leis e se
reencarna com predisposição fisiológica, imprimindo nos genes a necessidade de reparação dos delitos transatos”,
ou seja, está em nosso planejamento reencarnatório as necessidades para a eclosão da doença, que são
desencadeados por fatores sociais e psíquicos que acabam gerando conflitos, inseguranças.
Já André Luiz, na obra Pão Nosso, psicografia de Chico Xavier, diz:
“As ansiedades armam muitos crimes e jamais edificam algo de útil na Terra. Se o homem nascesse para andar
ansioso, seria dizer que veio ao mundo, não na categoria de trabalhador em tarefa santificante, mas por
desesperado sem remissão. Muitas ocasiões incitam-nos à ansiedade, porém pensemos com Pedro: “Lança as
inquietudes sobre as tuas esperanças em Nosso Pai Celestial, porque o Divino Amor cogita do bem-estar de
todos”.
***
A ansiedade é maléfica, porque adoece tanto o espírito como o corpo espiritual. Confira algumas dicas de como
combatê-la:
Atividade Física: Ao praticar exercício físico há um aumento na produção de “serotonina”, substância que aumenta
a produção de prazer.
Reduzir o estresse. Controlar a respiração. Evitar pensamentos negativos. Cuidar e confiar mais em si.
E ainda, a partir de estudos da Doutrina Espírita é possível buscar prazer e harmonia, antídotos da ansiedade. No
capítulo V – Bem Aventurados os Aflitos, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, diz que as
ansiedades armam muitos crimes e jamais edificam algo de útil na terra.
Caso o homem nascesse para ser ansioso, se poderia afirmar que veio ao mundo não como trabalhador e sim
como desesperado sem remissão.
Cabe lembrar que os Centros Espíritas são excelente lugares para encontrar auxílio, por exemplo, caso um Espírito
Inferior esteja te influenciando, o diálogo é uma das maneiras para afasta-lo. Além disso, há também os passes,
as palestras, os cursos, etc.
***
E, para finalizar, vale a pena relembrar uma oportuna consideração de Joanna de Ângelis sobre a ansiedade:
Controla a tua ansiedade.
A ansiedade mal dirigida produz danos orgânicos de variada classe e gera mal-estar onde se apresenta. Irradia
uma onda inquietante e espalha insegurança em volta.
A pessoa ansiosa requer mais atenção, que nem sempre se lhe pode dispensar; está sempre queixosa e acarreta
problemas para as demais; vê o que ainda não está ocorrendo e precipita-se a situações indesejáveis, para
arrepender-se depois.
A calma é o abençoado antídoto da ansiedade, que advém quando desejas esforçar-te para viver em paz.
***
Extraído de Momento Espírita
***
#momentoespirita #ansiedade #comportamento #conselhos #emoções #causaeefeito
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48 - DEUS CONHECE NOSSO MAPA

Quando você olha no espelho e vê a sua imagem nele projetada, o que você observa?
Talvez um fio de cabelo branco, que surgiu nos últimos dias, ou uma pequena marca de expressão que
ainda não havia notado.
Talvez perceba algumas olheiras e tente descobrir o que as fez aparecer, deixando seu olhar quase sem
brilho.
Enfim, é bem possível que você se detenha a observar apenas a sua aparência exterior, sem atentar para
o mundo submerso por trás dessa imagem.
Talvez você nem se lembre do espírito, verdadeiro responsável pela manutenção dos trilhões de células
do corpo físico, que no momento lhe serve de roupagem.
Sim, o espírito é a essência do ser. É o grande responsável pela saúde ou pela doença que se manifesta
no corpo.
Todas as virtudes ou vícios estão sob o seu comando.
***
Carl Gustav Jung estabeleceu que o “inconsciente é um verdadeiro oceano, no qual a consciência se
encontra quase totalmente mergulhada. E nesse oceano encontram-se guardadas todas as experiências
do ser”.
Por vezes passamos tanto tempo na superfície, ocupados com as aparências, que perdemos o mapa de
nós mesmos, e ficamos a olhar a imagem refletida no espelho, como se observássemos um ilustre
desconhecido.
Pela falta do hábito de mergulhar fundo em nossa intimidade, em busca das verdades sobre nós mesmos,
passamos a acreditar que somos apenas o que o espelho nos mostra.
E porque essa imagem que vemos refletida não se conserva eternamente com a aparência que
desejamos, surge o desespero ou o desencanto.
Agora, com esses elementos de reflexão, olhe-se como um espírito eterno, numa breve experiência no
corpo físico e se pergunte:
Quem sou eu?
O que faço neste corpo que segue na direção do túmulo?
O que o Criador espera de mim?
O que me espera além da morte?
Procure mergulhar nesse imenso oceano desconhecido e você encontrará respostas muito significativas
para entender-se e entender o mundo a sua volta.
Perceberá que você é, como todo mundo, uma mistura extremamente complexa de capacidades e
limitações.
Entenderá que as capacidades são lições já adquiridas e que os limites estão à espera da sua vontade
para serem superados.
***
Fazendo essa auto-análise sincera, perceberá que existe em você um lado que desconhecia e de onde
emergem, vez ou outra, sentimentos dos quais não tem controle.
Descobrirá, também, que muitas virtudes estavam escondidas sob a baixa auto-estima ou sob a falta de
autoconfiança.
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Perceberá que as nuvens de ilusão muitas vezes não lhe permitiram ver o despenhadeiro logo à frente
onde você se precipitou e se feriu profundamente.
E que esses ferimentos lhe impediram a rápida retomada do caminho, retardando-lhe o passo.
Tudo isso porque você não se conhece...
Tudo isso porque você não sabe porque está na face da Terra e o que Deus espera de você...
Tudo isso porque você perdeu o mapa de si mesmo e navega sem rumo nesse mar imenso e profundo
que existe por trás dessa imagem, velha ou moça, refletida no espelho.
Olhe-se novamente e contemple-se como espírito imortal, que tem sob o seu comando a manutenção
dos trilhões de células do seu corpo físico.
Mas se esse mergulho interior estiver difícil, rogue a Deus para que lhe ajude na busca dessa pérola
preciosa que ele depositou em sua intimidade.
***
Deus conhece o nosso mapa.
E o Mestre de Nazaré sabia disso. Por isso Ele nos ensinou que o reino dos céus está dentro de nós.
Portanto, arme-se de vontade e descubra esse valioso tesouro que o Criador guardou na ânfora da sua
alma.
Com isso você também descobrirá que é a única pessoa capaz de dirigir seus passos na direção da
felicidade tão sonhada, é essa mesma que você está observando, aí, refletida no espelho.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 7, ANÁLISE DO INCONSCIENTE, do livro “VIDA, DESAFIOS E SOLUÇÕES”, por
Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #autoconhecimento #inconsciente #inconscientecoletivo #autoanalise #reflexão
#PsicologiaEspírita #psicologia
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49 - A OPINIÃO DOS OUTROS

Você se importa com a opinião que os outros têm a seu respeito?


Se a sua resposta for não, então você é uma pessoa que sabe de si mesma. Que se conhece. É auto-
suficiente.
No entanto, se a opinião dos outros sobre você é decisiva, vamos pensar um pouco sobre o quanto isso
pode lhe ser prejudicial.
O primeiro sintoma de alguém que está sob o jugo da opinião alheia, é a dependência de elogios.
Se ninguém disser que o seu cabelo, a sua roupa, ou outro detalhe qualquer está bem, a pessoa não se
sente segura.
Se alguém lhe diz que está com aparência de doente, a pessoa se sente amolentada e logo procura um
médico.
Se ouve alguém dizer que está gorda, desesperadamente tenta diminuir peso.
Mas se disserem que é bonita, inteligente, esperta, ela também acredita.
Se lhe dizem que é feia, a pessoa se desespera. Principalmente se não tem condições de reparar a
suposta feiúra com cirurgia plástica.
***
Existem pessoas que ficam o tempo todo à procura de alguém que lhes diga algo que as faça se sentir
seguras, mesmo que esse alguém não as conheça bem.
Há pessoas que dependem da opinião alheia e se infelicitam na tentativa de agradar sempre.
São mulheres que aumentam ou diminuem seios, lábios, bochechas, nariz, para agradar seu pretendido.
Como se isso fosse garantir o seu amor.
São homens que fazem implante de cabelo, modificam dentes, queixo, nariz, malham até à exaustão,
para impressionar a sua eleita.
E, quando essas pessoas, inseguras e dependentes, não encontram ninguém que as elogie, que lhes diga
o que desejam ouvir, se infelicitam e, não raro, caem em depressão.
Não se dão conta de que a opinião dos outros é superficial e leviana, pois geralmente não conhecem as
pessoas das quais falam.
***
Para que você seja realmente feliz, aprenda a se conhecer e a se aceitar como você é.
Não acredite em tudo o que falam a seu respeito. Não se deixe impressionar com falsos elogios, nem
com críticas infundadas.
Seja você. Descubra o que tem de bom em sua intimidade e valorize-se. Ninguém melhor do que você
para saber o que se passa na sua alma.
Procure estar bem com a sua consciência, sem neurose de querer agradar os outros, pois os outros nem
sempre dão valor aos seus esforços.
A meditação é excelente ferramenta de auto-ajuda. Mergulhar nas profundezas da própria alma em
busca de si mesmo é arte que merece atenção e dedicação.
***
Quando a pessoa se conhece, podem emitir dela as opiniões mais contraditórias que ela não se deixa
impressionar, nem iludir, pois sabe da sua realidade.
Nesses dias em que as mídias tentam criar protótipos de beleza física, e enaltecer a juventude do corpo
como único bem que merece investimento, não se deixe iludir.
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Você vale pelo que é, e não pelo que tem ou aparenta ser. A verdadeira beleza é a da alma. A eterna
juventude é atributo do espírito imortal.
O importante mesmo, é que você se goste. Que você se respeite. Que se cuide e se sinta bem.
A opinião de alguém só deve fazer sentido e ter peso, se esse alguém estiver realmente interessado na
sua felicidade e no seu bem-estar.
***
Nenhuma opinião que emitam sobre você, deve provocar tristeza ou alegria em demasia.
Os elogios levianos não acrescentam nada além do que você é, e as críticas negativas não tornarão você
pior.
Busque o autoconhecimento e aprenda a desenvolver a auto-estima.
Mas lembre-se: seja exigente para consigo, e indulgente para com os outros.
Eis uma fórmula segura para que você encontre a autoconfiança e a segurança necessárias ao seu bem-
estar efetivo.
E jamais esqueça que a verdadeira elegância é a do caráter, que procede da alma justa e nobre.
Pense nisso, e liberte-se do jugo da opinião dos outros.
***
Fonte: Redação do Momento Espírita
***
#momentoespirita #meditação #autoconhecimento #autoconhecimentoliberta #reflexão #reflexõesespíritas
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50 - DIAS DE SOLIDÃO

Tem dias em que a gente se sente como quem partiu ou morreu.


Quando o poeta da música popular escreveu esses versos, explicitava na canção o sentimento que muitas vezes
se apodera de nossa alma.
São aqueles dias onde a alma se perde na própria solidão, encontrando o eco do vazio que ressoa intenso em sua
intimidade.
São esses dias em que a alma parece querer fazer um recesso das coisas da vida, das preocupações,
responsabilidades e compromissos, para simplesmente ficar vazia.
Não há quem não tenha esses dias de escuridão dentro de si. Fruto algumas vezes de experiências emocionais
frustrantes, onde a amargura e o dissabor nos relacionamentos substituem as alegrias de bem-aventuranças
anteriores.
Outras vezes são os problemas econômicos ou as circunstâncias sociais que nos provocam dissabores e colocam
sombras na alma.
A incompreensão no seio familiar, a inveja no círculo de amizades, a competição e rivalidade desmedida entre
companheiros de trabalho provocam distonias de grande porte em algumas pessoas.
***
Nada mais natural esses dissabores.
Jesus, sabiamente, nos advertiu dizendo que no mundo só encontraríamos aflições.
Tendo em vista a condição moral de nosso planeta, as aflições e dificuldades são questões naturais e ainda
necessárias para a experiência evolutiva de cada um de nós.
Dessa forma, é ilusório imaginarmos que estaríamos isentos desses embates ou acreditarmo-nos inatacáveis pela
perversidade, despeito ou inferioridade alheia.
Assim, nesses momentos faz-se necessário enfrentar a realidade, sem deixar-se levar pelo desânimo ou
infelicidade.
Se são dias difíceis os que estejamos passando, que sejam retos nosso proceder e nossas ações. Permanecer fiel
aos compromissos e aos valores nobres é nosso dever perante a vida.
Os embates que surjam não devem ser justificativas para o desânimo, a queixa e o abandono da correta conduta
ou ainda, o atalho para dias de depressão e infelicidade.
Aquele que não consegue vencer a noite escura da alma, dificilmente conseguirá saudar a madrugada de luz que
chega após a sombra, que parece momentaneamente vencedora.
Somente ao insistirmos, ao enfrentarmos, ao nos propormos a bem agir frente a esses momentos, teremos as
recompensas conferidas àquele que se propõe enfrentar-se para crescer.
***
Se os dias que lhe surgem são desafiadores, lembre-se de que mesmo Jesus enfrentou a noite escura da alma, em
alguns momentos, porém, sempre em perfeita identificação com Deus, a fim de espalhar a claridade sublime do
Seu amor entre aqueles que não O entendiam.
***
Extraído do Momento Espírita
Ref.: Cap. 7 do livro ATITUDES RENOVADAS, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #solidão #comportamento #provas #dificuldades #Jesus #desafios #PsicologiaEspírita
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51 - CRER EM DEUS
Alguns de nós cremos em Deus, por simples atavismo religioso. Assim nos ensinaram nossos pais. Deus existe e
tudo criou.
Outros cremos porque a razão nos diz que não pode haver tanta harmonia, beleza e sincronia em todo o universo,
sem algo ou alguém que a tudo presida.
***
O professor Cressie Morrisson afirma que ele crê em Deus por vários motivos. Um deles é o equilíbrio que existe
no ecossistema.
Diz ele: Sabemos que os insetos respiram através de tubos. Na medida em que os insetos crescem, os tubos não
crescem, o que faz com que eles morram, por falta de ar.
Assim acontece com a cigarra. Ela não morre de cantar, mesmo porque o barulho que identificamos como seu
canto, se trata do ruído que ela produz atritando as patas. Quando ela cresce, os tubos não lhe dão o ar necessário
e ela morre.
Se os insetos crescessem e, com eles, crescessem os tubos, poderíamos ter formigas do tamanho de elefantes e
pulgas com corpos de rinocerontes, tornando impossível a vida, na face da Terra.
E, continua o professor, alguém pensou em elaborada lei para manter o equilíbrio na natureza. Uma lei que
funcionou bem na Austrália, há alguns anos.
Naquele país, os ventos impediam a agricultura e teve-se a ideia de criar sebes, para proteger a semeadura
nascente. Assim, passaram a cultivar uma espécie de cacto.
Logo, por não terem inimigo natural, eles ocupavam uma área maior do que o território do império britânico.
Usaram todos os métodos possíveis e nada acabava com os cactos, que continuavam a proliferar, sem medida. Os
ventos carregavam o pólen.
Reuniram-se os entomologistas na capital australiana e chegaram à conclusão de que deveriam procurar um
inseto que se alimentasse de cactos e que fosse excelente reprodutor.
O pequeno animal, um tipo de besouro, foi descoberto no Nordeste brasileiro e exportado, em quantidade, para
a Austrália.
Pouco depois, os entomologistas novamente se preocuparam. Os cactos estavam desaparecendo. Mas, e os
besouros? Não se tornariam uma praga no país?
Foi aí que a sábia lei do equilíbrio entrou em ação, estabelecendo cactos para besouros e besouros para cactos.
Por isso, diz Cressie Morrisson, eu creio em Deus.
***
David, no capítulo XVIII dos Salmos canta: Os céus proclamam a glória de Deus e o universo fala da obra das Suas
mãos.
E o telescópio Hubble nos permite ver até um bilhão de estrelas, apenas na nossa galáxia. Cada qual com seu
brilho especial.
Nosso sol, uma estrela de quinta grandeza, avança pelo infinito, com seus planetas, em uma jornada interminável,
pelo universo.
Ante tanta grandeza, não se pode senão crer nesse Deus, sábio, inteligência suprema, que tudo criou,
estabelecendo leis perfeitas, que zelam pela harmonia e beleza de todo o universo.
***
Um pai humano, mesmo que destituído de sentimentos superiores, providencia o pão, o agasalho, o medicamento,
o socorro para o filho, planejando-lhe a felicidade.
O Pai Celestial, muito mais sábio e generoso, brinda todos os tesouros imagináveis aos Seus filhos.
Na Sua magnanimidade, enche de luzes o espaço infinito e, com a mesma grandeza, veste a singela flor do campo
das cores mais suaves aos tons mais vibrantes.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Palestra de Divaldo Pereira Franco, PORQUE CREIO EM DEUS e cap. 6 do livro LIÇÕES
PARA A FELICIDADE, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#Deus #leisdeDeus #aprendizado #evolução #evoluçãoespiritual #fé #FéEmDeus #creremDeus
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52 - O BRASIL PRECISA DE VOCÊ


O Brasil precisa de você, mãe dedicada, que tem feito tantas boas escolhas na vida de seus filhos, proporcionando-lhes o
melhor alimento, a melhor escola, os mais adequados conteúdos educativos e seu mais sincero amor.
Precisa de você, pai atencioso, que tem se esmerado em estar presente no lar, que tem sido bom exemplo, que tem escolhido
as palavras, as histórias e os melhores sentimentos para cultivar em família.
De você, jovem idealista, que escolheu enxergar na palavra crise oportunidades de mudança; que se envolve na comunidade
que é sua, que se vê como agente transformador e que acredita no outro e em si mesmo.
Precisa de você, cidadão que ama sua pátria e acompanha atento seus passos, por vezes cambaleantes. Você que vez ou
outra desanima, mas logo volta a crer com alegria e disposição, sempre dando a volta por cima.
O Brasil precisa de você, homem e mulher que já viveu de tudo nesta vida, poço de experiências valiosas; você das décadas
e mais décadas de trabalho honesto e que tem tanto a oferecer aos que estão chegando agora.
***
Sim, o Brasil precisa de você para arrumar a casa.
Uma pátria é também um lar. Assim, precisamos muito do esforço e dedicação de todos neste momento, para que esta casa
de todos os que aqui habitam, esta nação, esteja bem.
Não podemos transferir para outros o trabalho que é nosso, de todos nós. O trabalho de preservar a harmonia, a dignidade
e a paz.
Fala-se muito em ecologia, desta relação harmônica entre os seres e o meio ambiente.
Ecologia se inicia na limpeza e educação dos pensamentos de um povo, pois a ideia de meio ambiente vai muito além do que
apenas nossos olhos limitados podem enxergar.
Se apenas falamos mal de nosso país, por exemplo, se insistimos em dizer que nada dá certo, que ninguém presta, estamos
como que atirando barris de óleo viscoso nas águas límpidas das mais belas praias que possuímos.
Palavras negativas não constroem, não resolvem. Apenas pioram.
Pensamentos pessimistas, cruéis, acusadores, atraem outros similares, de Espíritos infelizes que ainda se comprazem na
desavença, no ódio, e assim, temos um ciclo vicioso, em que uns envenenam os outros.
Por isso o importante alerta: cuidado com o que lemos, cuidado com o que divulgamos, cuidado com os assuntos que
dominam nossas conversações corriqueiras.
Tudo precisa passar pelo crivo do bom senso, do razoável, do construtivo. Só assim a calúnia, as agressões à ética, a injustiça
podem ganhar um basta definitivo.
***
O Brasil precisa de todos nós.
Não sejamos nós porta-vozes da ira, dos ataques desrespeitosos, por vezes disfarçados na pele de ovelha do humor barato,
que ainda seduz tanto as massas.
O Brasil precisa de todos nós. Nós que saibamos escolher representantes, mas que também saibamos ser bons modelos onde
quer que estejamos.
O Brasil precisa de braços que trabalhem e não que apenas apontem e acusem.
Façamos a nossa parte em todas as esferas. Sejamos corretos em todos os ambientes em que atuamos e veremos a
transformação do país chegando definitiva.
O mal não pode ser regra e nem recebido com naturalidade.
Preservemos a beleza de nosso país: beleza que passa pela conservação da natureza exuberante e chega até o compromisso
perene da ética em todas as ações e pensamentos.
O Brasil precisa de todos nós.
***
Fonte: Redação do Momento Espírita
***
#momentoespirita #Brasil #comportamento #sociedade #trabalho #relacionamentosaudavel #honestidade
#honestidadesempre
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53 - CULTIVANDO O AMOR

O amor é, por excelência, o mais nobre de todos os sentimentos.


Fonte de todas as virtudes, foi cantado pelo Cristo em verso e prosa.
O Mestre nos ofereceu O AMOR, em oposição ao olho por olho, dente por dente, como nova forma de nos
relacionarmos uns com os outros: Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a vós mesmos.
O AMOR como caminho para o perdão: Não vos digo que deveis perdoar até sete, mas até setenta vezes sete vezes.
O AMOR como princípio da caridade: Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos, a mim o fazeis.
Ensinou-nos O AMOR que nos leva à paciência e à resignação: Se alguém vos ferir numa face, oferecei também a
outra.
Jesus, pelo exemplo do seu AMOR, nos ensinou sobre o dom de servir: Tudo quanto, pois, quereis que os homens
vos façam, assim fazei-o também vós a eles.
Ensinou-nos, em nome do AMOR, a nos desapegarmos dos bens materiais: Não acumuleis para vós tesouros sobre
a Terra, onde a traça e a ferrugem corroem. Mas ajuntai para vós tesouros no céu; pois, onde está o vosso tesouro,
está também o vosso coração.
***
Façamos uma reflexão: O que verdadeiramente significa cultivar o amor?
Cultivar é uma palavra que pode ser utilizada em diversas situações.
O agricultor, por exemplo, cultiva as hortaliças, pois, desde o instante que lança as sementes na terra, precisa
regá-las, adubá-las, a fim de que cresçam fortes e saudáveis.
Da mesma forma, a amizade precisa ser cultivada. É preciso gentileza, atenção, carinho, confiança,
desprendimento.
A seu turno, o amor também necessita ser cultivado, pois se trata de semente divina que em nós foi plantada pelo
Pai supremo, no momento de nossa criação.
***
Assim, ao longo de nossas várias experiências reencarnatórias, essa semente precisa ser regada e adubada para
que possa dar os frutos que lhe são próprios.
Os frutos que alimentam o Espírito e que nos dão o sustento na estrada do progresso, da qual todos somos
caminheiros.
Frutos de perdão, paciência, resignação, caridade, benevolência, justiça, fé, tolerância.
Cultivar o amor, é, portanto, cultivar a vida, pois o grande desafio de nós todos é exatamente este: aprender a
viver e não apenas sobreviver.
Jesus sentenciou: Eu vim para que tenhais vida e vida em abundância.
Tomemos o amor como fonte de vida. Façamos dele nossa estrada, nosso roteiro e nosso norte. Ainda que na dor,
amemos sem cessar, pois as dores passam, o amor permanece.
Nas dúvidas da jornada, cultivemos o amor, pois, mesmo que, por vezes, a estrada se faça escura, teremos a
certeza de que caminhamos na direção correta.
O amor é a presença de Deus no coração, dinamizando a paz, embora o rugir das tempestades em volta.
***
A semente foi plantada por Deus. Reguemos, cultivemos, colhamos os frutos e sejamos felizes, porque a felicidade
é o objetivo para o qual o Senhor nos deu a vida.
Pensemos nisso. Tomemos o arado e preparemos a terra do próprio coração para que a semente do amor germine
e produza a trinta, a sessenta, a cem por um!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Verbete AMOR, do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, v. 1, por Joanna de Ângelis e
Divaldo Franco
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#momentoespirita #amor #Jesus #Deus #perdão #paciencia #caridade #justiça #vida
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54 - ESPIRITISMO & MATERIALISMO

Haveria, assim, dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito?


Sim, e acima de tudo Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas.
Esses três elementos constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material é preciso
juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, muito
grosseira para que o espírito possa exercer alguma ação sobre ela.
Embora, sob certo ponto de vista, se possa classificar o fluido universal como elemento material, ele se distingue deste por
propriedades especiais. Se fosse realmente matéria, não haveria razão para que o espírito também não o fosse. Está colocado
entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria, e suscetível, pelas suas inúmeras combinações com esta e
sob a ação do espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que não conheceis senão uma ínfima parte. Esse fluido
universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria
em perpétuo estado de divisão e jamais adquiriria as propriedades que a gravidade lhe dá. (KARDEC, LE 2019, q. 27).
Pelo fato de somente observarem, nos corpos, os fenômenos decorrentes das propriedades físicas, diversos sábios criaram
teorias que originaram o materialismo.
Esse desconhecimento das leis espirituais, presentes no Universo, tem levado muita gente às paixões exacerbadas, ao vício
das drogas, ao crime, ao desencanto pela vida, à falta de ética e ao suicídio.
O estudo das obras codificadas por Allan Kardec, iniciadas com O livro dos espíritos, vem contribuindo para o esclarecimento
de grande número de pesquisadores sinceros, em busca da verdade. Ali, na questão 27, somos informados de que, no
Universo, acima de tudo está Deus, mas a matéria e o espírito também estão eternamente presentes.
Portanto, Deus, espírito e matéria formam a trindade universal. Acreditar que tudo provém da matéria e se extingue com
esta é ter uma visão restrita e incorreta sobre a verdadeira composição do Universo criado e expandido, eternamente, por
Deus.
As consequências sofridas por quem, inconsequentemente, se deixa arrastar pelas teorias que negam a existência e a
sobrevivência do Espírito após a morte do corpo físico são desastrosas e próprias de Espíritos imaturos.
Quando se nega a existência de Deus e do mundo espiritual e se acredita que tudo, em nossa existência, se explica pelas leis
da matéria, comete-se um deplorável erro de apreciação do que é a vida. Essas são características próprias do viés filosófico
materialista de todos os tempos.
Eis alguns conceitos materialistas contemporâneos:
Perspectiva que sustenta que o mundo é inteiramente composto de matéria. [...] Opõe-se ao dualismo mente-corpo, mas não
tem qualquer relação com o desejo excessivo de bens ou de riqueza, o que constitui um significado diferente do termo.
(BLACKBURN, 1997, p. 239).
Aqui está o que esse autor entende por significado diferente do termo.: .materialismo de estados centrais - uma filosofia da
mente que identifica os acontecimentos mentais com acontecimentos físicos que ocorrem no cérebro e no sistema nervoso
central [...]. (BLACKBURN, 1997, p. 240).
Essa ideia nega o livre-arbítrio da alma, Espírito encarnado, e confunde o cérebro, órgão físico da manifestação do Espírito,
com este.
Também define o autor consultado o materialismo dialético como:
Traço filosófico dominante do marxismo, onde se combina o materialismo, concebido como uma filosofia da natureza e uma
ciência englobantes, com a noção hegeliana de dialética, imaginada como uma força histórica que conduz os acontecimentos
para uma resolução progressiva das contradições que caracterizam cada época histórica. [...] Na interpretação de Plekhanov
e de Lenin, o materialismo dialético implica que a natureza do mundo coincide com os ideais da revolução[...] (BLACKBURN,
1997, p. 240).
Informa-nos, então, a definição de materialismo histórico, proposta por Engels:
[...] na introdução da obra Do socialismo utópico ao socialismo científico, como a procura da causa última e da grande força
que faz mover todos os acontecimentos históricos importantes no desenvolvimento econômico da sociedade, nas mudanças
do modo de produção e de troca, na consequente divisão da sociedade em classes distintas e na luta das classes que se opõem.
Marx e Engels descrevem o materialismo histórico como uma hipótese científica e empírica, mas na verdade trata-se de um
quadro de referências para as explicações históricas [...] (BLACKBURN, 1997, 240).
64

Essas teorias vêm trazendo consequências danosas para a Humanidade: negam as palavras de Sócrates, registradas por Platão
e outros filósofos espiritualistas; contradizem a Doutrina de Amor e a crença na Vida Espiritual, pregadas pelo Cristo e seus
enviados; incentivam o culto à matéria e as lutas entre irmãos de Humanidade. Eis o que dizia Karl Marx, em seu incentivo à
luta de classes: .Proletários de todos os países, uni-vos..
É inútil destacar pontos favoráveis do materialismo, por serem estes nulos, em vista dos malefícios citados acima. Ele iguala-
nos aos brutos, reforça em nós todos os instintos animalizados. Alimenta o egocentrismo, o ódio, a ambição desenfreada e a
sensualidade.
Ao contrário disso, todos os aspectos positivos para o Espírito imortal são realçados nas leis do merecimento, que o
Espiritismo nos assegura, além de este ser, bem compreendido e praticado, como diz Kardec, preservativo contra o suicídio,
o grande mal de nosso tempo.
Atualmente, diz Blackburn (1997, p. 239), Os filósofos [...] preferem o termo fisicalismo, visto que a Física mostrou que a
própria matéria se decompõe em força e energia [...].. Ou seja, foi constatada a energiajunto da força, como elementos
estruturadores da matéria. Entretanto, a conclusão disso sempre será a de que tudo é matéria, em sua eterna composição e
decomposição.
Daí a negação de um ser espiritual sobrevivente a essa elaboração mecanicista entre energia e força.
É nisso que está o grande mal provocado à Humanidade pelo materialismo.
Ele não nos dá qualquer perspectiva de existência de um ser externo, que sobreviva à desagregação material dos corpos
orgânicos. Daí vêm as consequências. A primeira delas é a negação da individualidade do ser extramaterial, pois tudo se
reduziria, em nós, ao cérebro, aos nervos, ao código DNA, à matéria enfim. A segunda é a de que, uma vez nascidos quando
nosso corpo é formado, trazemos conosco a herança genética, que nada mais seria do que propriedade da matéria. A terceira
é a ideia de que, na História, os mais fortes é que são vitoriosos.
Daí, surgem ideologias nefastas, como as da suposta superioridade racial, da qual decorreu o antissemitismo e o holocausto
dos judeus.
Daí surgem também as teorias maquiavélicas, que nos ensinam a mentir e atropelartodos aqueles que nos impeçam de
alcançar nossos objetivos: o poder, os bens materiais, a fama... Princípios milenares são desprezados, como o da instituição
familiar; o da meritocracia, na aferição dos valores; o do respeito à ética e aos ensinamentos do Cristo, modelo de perfeição
dado por Deus à Humanidade (KARDEC, 2019, q. 625).
A religião, para Karl Marx, é o ópio do povo.
Deus, para os adeptos do materialismo, e mesmo de seu sucedâneo atual, o fisicalismo, é pura invenção dos antigos profetas
e filósofos...
Ele teria sido criado para subjugar, pelo temor, os simples da Terra. Enfim, para o materialismo, o espírito não existe, tudo é
matéria que, como tal, vem do pó e para este retorna.
O Espiritismo, estudado com profundidade, desmonta tudo isso, porque veio atender a uma promessa do Cristo. Ele nos
demonstra, como dissemos no início com base na revelação dos Espíritos, que há dois elementos fundamentais no Universo:
a matéria e o espírito.
Mas, acima de tudo, o Espírito Divino, Nosso Pai, segundo Jesus, que tudo cria, tudo dirige, tudo move e tudo faz evoluir, do
átomo ao anjo.
Um grande sábio espírita, Léon Denis, concluiu, com base na revelação dos Espíritos Superiores, o seguinte: [...] Na planta, a
inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; a partir daí, o
progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com
as Leis eternas. (DENIS, 2019, cap. 9 - Evolução e finalidade da alma).
Após isso, o Espírito, individualizado, continua sua ascensão infinita em direção a Deus, nosso Pai, até alcançar a condição
daqueles que denominamos "anjos", Espíritos puros e cocriadores divinos, como é o caso de Jesus Cristo.
Esse sábio francês deduz então que:
O homem é, pois, ao mesmo tempo, espírito e matéria, alma e corpo, mas talvez que o espírito e a matéria não sejam mais
do que simples palavras, exprimindo de maneira imperfeita as duas formas da vida eterna, a qual dormita na matéria bruta,
acorda na matéria orgânica, adquire atividade, se expande e se eleva no espírito.
[...] Todavia, o que caracteriza a alma e absolutamente a diferencia da matéria é a sua unidade consciente. Sob a ação da
análise, a matéria dispersa-se e dissipa-se. O átomo físico divide se em subátomos, que, por sua vez, fragmentam-se
indefinidamente. A matéria é inteiramente desprovida de unidade, como o estabeleceram as recentes descobertas de
Becquerel, Curie, Le Bon.
No Universo, só o espírito representa o elemento uno, simples, indivisível e, por conseguinte, logicamente indestrutível,
imperecível, imortal!(DENIS, 2019, cap. 3 - O problema do ser).
65

Em O livro dos espíritos, encontramos questões e análises sobre o materialismo e suas nefastas consequências, derivadas de
orientações dos Espíritos Superiores e do próprio Kardec.
São as seguintes: questões 147, 148 e 446; comentários do item II da Introdução; Conclusão item II, que opõe o Espiritismo
ao materialismo, item VII, negação do materialismo e item VIII, morte do materialismo que, como vimos acima, já está sendo
substituído pelo termo fisicalismo pela Filosofia Moderna, mas no fundo é a mesma coisa.
Na revista mensal Reformador, de abril de 2017, publicamos artigo intitulado A Matéria, o Espírito e O livro dos Espíritos,
que trata dos equívocos do materialismo e a grande missão do Espiritismo na restauração da realidade do Espiritualismo e
seu efeito benéfico para a Humanidade.
Essa revelação, repito, não se baseia em teorias humanas fantasiosas, em devaneios anímicos, porém no que dizem os
próprios Espíritos, sob a direção de Cristo.
Quando essa verdade se tornar universal, todas as consequências nefastas do materialismo e suas vertentes ideológicas
tornar-se-ão anacrônicas. Então será inaugurada, para sempre, a Era do Espírito na Terra. Era da tolerância, da humildade, do
devotamento ao próximo e da abnegação, qualidades com as quais, desenvolvendo-nos, teremos eliminado do mundo o
materialismo inconsequente e alçado voo às amplidões celestiais. Teremos conquistado, enfim, o Reino dos Céus, o qual
Jesus, em seu Sermão do Monte (Mateus, 5 a 7) promete aos simples e puros de coração.
Então, poderemos dizer, como Paulo de Tarso: Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé (2 Timóteo,
4:7).
Nessa época, que não vai longe, pois, para o Espírito imortal, os séculos são como se fossem dias, a própria educação terá
por base a sincronia entre o ensino moral e o intelectual. O conhecimento pleno dos três elementos que compõem o Universo:
Deus, espírito e matéria, provindo da Espiritualidade Maior, sobrepor-se-á às ideologias humanas.
Então, cumprir-se-á sua promessa: Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra. (Mateus, 5:5).
Quando isso acontecer, o mundo que habitamos estará ascendendo a um patamar superior e rumará para um estado de
matéria cada vez menos densa, como é próprio dos mundos superiores. Por fim, num estágio que ainda levará milhões de
anos, a Terra talvez seja gasosa, como Júpiter, e seus habitantes estarão transformados em Espíritos puros, sobre os quais a
matéria nenhuma predominância terá.
Esse é o estado dos mundos felizes, prometido pelo Cristo aos justos. Mas, por ora, encaminham-se, a Terra e seus habitantes,
para a condição de mundo de regeneração, ainda que demoradamente, para nós, e brevemente para Deus.
É o que prevê o Espírito Santo Agostinho em O evangelho segundo o espiritismo, quando a.rma que nosso mundo .[...] chegou
a um dos seus períodos de transformação, em que, de mundo expiatório, tornar-se-á mundo regenerador. Os homens, então,
serão felizes na Terra, porque nela reinará a Lei de Deus. (KARDEC, 2018, cap. 3, it. 19), que nos criou para a perfeição
espiritual, quando superarmos a influência da matéria pelo Espírito, que predomina sobre ela.
Haveria, assim, dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito?.
Sim, e acima de tudo Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas.
Esses três elementos constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material é preciso
juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, muito
grosseira para que o espírito possa exercer alguma ação sobre ela.
Embora, sob certo ponto de vista, se possa classificar o fluido universal como elemento material, ele se distingue deste por
propriedades especiais. Se fosse realmente matéria, não haveria razão para que o espírito também não o fosse. Está colocado
entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria, e suscetível, pelas suas inúmeras combinações com esta e
sob a ação do espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que não conheceis senão uma ínfima parte. Esse fluido
universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria
em perpétuo estado de divisão e jamais adquiriria as propriedades que a gravidade lhe dá. (KARDEC, LE 2019, q. 27).
Pelo fato de somente observarem, nos corpos, os fenômenos decorrentes das propriedades físicas, diversos sábios criaram
teorias que originaram o materialismo.
Esse desconhecimento das leis espirituais, presentes no Universo, tem levado muita gente às paixões exacerbadas, ao vício
das drogas, ao crime, ao desencanto pela vida, à falta de ética e ao suicídio.
O estudo das obras codificadas por Allan Kardec, iniciadas com O livro dos espíritos, vem contribuindo para o esclarecimento
de grande número de pesquisadores sinceros, em busca da verdade. Ali, na questão 27, somos informados de que, no
Universo, acima de tudo está Deus, mas a matéria e o espírito também estão eternamente presentes.
Portanto, Deus, espírito e matéria formam a trindade universal. Acreditar que tudo provém da matéria e se extingue com
esta é ter uma visão restrita e incorreta sobre a verdadeira composição do Universo criado e expandido, eternamente, por
Deus.
66

As consequências sofridas por quem, inconsequentemente, se deixa arrastar pelas teorias que negam a existência e a
sobrevivência do Espírito após a morte do corpo físico são desastrosas e próprias de Espíritos imaturos.
Quando se nega a existência de Deus e do mundo espiritual e se acredita que tudo, em nossa existência, se explica pelas leis
da matéria, comete-se um deplorável erro de apreciação do que é a vida. Essas são características próprias do viés filosófico
materialista de todos os tempos.
Eis alguns conceitos materialistas contemporâneos:
Perspectiva que sustenta que o mundo é inteiramente composto de matéria. [...] Opõe-se ao dualismo mente-corpo, mas não
tem qualquer relação com o desejo excessivo de bens ou de riqueza, o que constitui um significado diferente do termo.
(BLACKBURN, 1997, p. 239).
Aqui está o que esse autor entende por significado diferente do termo.: .materialismo de estados centrais - uma filosofia da
mente que identifica os acontecimentos mentais com acontecimentos físicos que ocorrem no cérebro e no sistema nervoso
central [...]. (BLACKBURN, 1997, p. 240).
Essa ideia nega o livre-arbítrio da alma, Espírito encarnado, e confunde o cérebro, órgão físico da manifestação do Espírito,
com este.
Também define o autor consultado o materialismo dialético como:
Traço filosófico dominante do marxismo, onde se combina o materialismo, concebido como uma filosofia da natureza e uma
ciência englobantes, com a noção hegeliana de dialética, imaginada como uma força histórica que conduz os acontecimentos
para uma resolução progressiva das contradições que caracterizam cada época histórica. [...] Na interpretação de Plekhanov
e de Lenin, o materialismo dialético implica que a natureza do mundo coincide com os ideais da revolução[...] (BLACKBURN,
1997, p. 240).
Informa-nos, então, a definição de materialismo histórico, proposta por Engels:
[...] na introdução da obra Do socialismo utópico ao socialismo científico, como a procura da causa última e da grande força
que faz mover todos os acontecimentos históricos importantes no desenvolvimento econômico da sociedade, nas mudanças
do modo de produção e de troca, na consequente divisão da sociedade em classes distintas e na luta das classes que se opõem.
Marx e Engels descrevem o materialismo histórico como uma hipótese científica e empírica, mas na verdade trata-se de um
quadro de referências para as explicações históricas [...] (BLACKBURN, 1997, 240).
Essas teorias vêm trazendo consequências danosas para a Humanidade: negam as palavras de Sócrates, registradas por Platão
e outros filósofos espiritualistas; contradizem a Doutrina de Amor e a crença na Vida Espiritual, pregadas pelo Cristo e seus
enviados; incentivam o culto à matéria e as lutas entre irmãos de Humanidade. Eis o que dizia Karl Marx, em seu incentivo à
luta de classes: .Proletários de todos os países, uni-vos..
É inútil destacar pontos favoráveis do materialismo, por serem estes nulos, em vista dos malefícios citados acima. Ele iguala-
nos aos brutos, reforça em nós todos os instintos animalizados. Alimenta o egocentrismo, o ódio, a ambição desenfreada e a
sensualidade.
Ao contrário disso, todos os aspectos positivos para o Espírito imortal são realçados nas leis do merecimento, que o
Espiritismo nos assegura, além de este ser, bem compreendido e praticado, como diz Kardec, preservativo contra o suicídio,
o grande mal de nosso tempo.
Atualmente, diz Blackburn (1997, p. 239), Os filósofos [...] preferem o termo fisicalismo, visto que a Física mostrou que a
própria matéria se decompõe em força e energia [...].. Ou seja, foi constatada a energiajunto da força, como elementos
estruturadores da matéria. Entretanto, a conclusão disso sempre será a de que tudo é matéria, em sua eterna composição e
decomposição.
Daí a negação de um ser espiritual sobrevivente a essa elaboração mecanicista entre energia e força.
É nisso que está o grande mal provocado à Humanidade pelo materialismo.
Ele não nos dá qualquer perspectiva de existência de um ser externo, que sobreviva à desagregação material dos corpos
orgânicos. Daí vêm as consequências. A primeira delas é a negação da individualidade do ser extramaterial, pois tudo se
reduziria, em nós, ao cérebro, aos nervos, ao código DNA, à matéria enfim. A segunda é a de que, uma vez nascidos quando
nosso corpo é formado, trazemos conosco a herança genética, que nada mais seria do que propriedade da matéria. A terceira
é a ideia de que, na História, os mais fortes é que são vitoriosos.
Daí, surgem ideologias nefastas, como as da suposta superioridade racial, da qual decorreu o antissemitismo e o holocausto
dos judeus.
Daí surgem também as teorias maquiavélicas, que nos ensinam a mentir e atropelartodos aqueles que nos impeçam de
alcançar nossos objetivos: o poder, os bens materiais, a fama... Princípios milenares são desprezados, como o da instituição
familiar; o da meritocracia, na aferição dos valores; o do respeito à ética e aos ensinamentos do Cristo, modelo de perfeição
dado por Deus à Humanidade (KARDEC, 2019, q. 625).
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A religião, para Karl Marx, é o ópio do povo.


Deus, para os adeptos do materialismo, e mesmo de seu sucedâneo atual, o fisicalismo, é pura invenção dos antigos profetas
e filósofos...
Ele teria sido criado para subjugar, pelo temor, os simples da Terra. Enfim, para o materialismo, o espírito não existe, tudo é
matéria que, como tal, vem do pó e para este retorna.
O Espiritismo, estudado com profundidade, desmonta tudo isso, porque veio atender a uma promessa do Cristo. Ele nos
demonstra, como dissemos no início com base na revelação dos Espíritos, que há dois elementos fundamentais no Universo:
a matéria e o espírito.
Mas, acima de tudo, o Espírito Divino, Nosso Pai, segundo Jesus, que tudo cria, tudo dirige, tudo move e tudo faz evoluir, do
átomo ao anjo.
Um grande sábio espírita, Léon Denis, concluiu, com base na revelação dos Espíritos Superiores, o seguinte: [...] Na planta, a
inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; a partir daí, o
progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com
as Leis eternas. (DENIS, 2019, cap. 9 - Evolução e finalidade da alma).
Após isso, o Espírito, individualizado, continua sua ascensão infinita em direção a Deus, nosso Pai, até alcançar a condição
daqueles que denominamos "anjos", Espíritos puros e cocriadores divinos, como é o caso de Jesus Cristo.
Esse sábio francês deduz então que:
O homem é, pois, ao mesmo tempo, espírito e matéria, alma e corpo, mas talvez que o espírito e a matéria não sejam mais
do que simples palavras, exprimindo de maneira imperfeita as duas formas da vida eterna, a qual dormita na matéria bruta,
acorda na matéria orgânica, adquire atividade, se expande e se eleva no espírito.
[...] Todavia, o que caracteriza a alma e absolutamente a diferencia da matéria é a sua unidade consciente. Sob a ação da
análise, a matéria dispersa-se e dissipa-se. O átomo físico divide se em subátomos, que, por sua vez, fragmentam-se
indefinidamente. A matéria é inteiramente desprovida de unidade, como o estabeleceram as recentes descobertas de
Becquerel, Curie, Le Bon.
No Universo, só o espírito representa o elemento uno, simples, indivisível e, por conseguinte, logicamente indestrutível,
imperecível, imortal!(DENIS, 2019, cap. 3 - O problema do ser).
Em O livro dos espíritos, encontramos questões e análises sobre o materialismo e suas nefastas consequências, derivadas de
orientações dos Espíritos Superiores e do próprio Kardec.
São as seguintes: questões 147, 148 e 446; comentários do item II da Introdução; Conclusão item II, que opõe o Espiritismo
ao materialismo, item VII, negação do materialismo e item VIII, morte do materialismo que, como vimos acima, já está sendo
substituído pelo termo fisicalismo pela Filosofia Moderna, mas no fundo é a mesma coisa.
Na revista mensal Reformador, de abril de 2017, publicamos artigo intitulado A Matéria, o Espírito e O livro dos espíritos, que
trata dos equívocos do materialismo e a grande missão do Espiritismo na restauração da realidade do Espiritualismo e seu
efeito benéfico para a Humanidade.
Essa revelação, repito, não se baseia em teorias humanas fantasiosas, em devaneios anímicos, porém no que dizem os
próprios Espíritos, sob a direção de Cristo.
Quando essa verdade se tornar universal, todas as consequências nefastas do materialismo e suas vertentes ideológicas
tornar-se-ão anacrônicas. Então será inaugurada, para sempre, a Era do Espírito na Terra. Era da tolerância, da humildade, do
devotamento ao próximo e da abnegação, qualidades com as quais, desenvolvendo-nos, teremos eliminado do mundo o
materialismo inconsequente e alçado voo às amplidões celestiais. Teremos conquistado, enfim, o Reino dos Céus, o qual
Jesus, em seu Sermão do Monte (Mateus, 5 a 7) promete aos simples e puros de coração.
Então, poderemos dizer, como Paulo de Tarso: Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé (2 Timóteo,
4:7).
Nessa época, que não vai longe, pois, para o Espírito imortal, os séculos são como se fossem dias, a própria educação terá
por base a sincronia entre o ensino moral e o intelectual. O conhecimento pleno dos três elementos que compõem o Universo:
Deus, espírito e matéria, provindo da Espiritualidade Maior, sobrepor-se-á às ideologias humanas.
Então, cumprir-se-á sua promessa: Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra. (Mateus, 5:5).
Quando isso acontecer, o mundo que habitamos estará ascendendo a um patamar superior e rumará para um estado de
matéria cada vez menos densa, como é próprio dos mundos superiores. Por fim, num estágio que ainda levará milhões de
anos, a Terra talvez seja gasosa, como Júpiter, e seus habitantes estarão transformados em Espíritos puros, sobre os quais a
matéria nenhuma predominância terá.
Esse é o estado dos mundos felizes, prometido pelo Cristo aos justos. Mas, por ora, encaminham-se, a Terra e seus habitantes,
para a condição de mundo de regeneração, ainda que demoradamente, para nós, e brevemente para Deus.
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É o que prevê o Espírito Santo Agostinho em O evangelho segundo o espiritismo, quando afirma que nosso mundo [...] chegou
a um dos seus períodos de transformação, em que, de mundo expiatório, tornar-se-á mundo regenerador. Os homens, então,
serão felizes na Terra, porque nela reinará a Lei de Deus (KARDEC, 2018, cap. 3, it. 19), que nos criou para a perfeição espiritual,
quando superarmos a influência da matéria pelo Espírito, que predomina sobre ela.
***
REFERÊNCIAS: BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de filosofia. Trad. Desidério Murho et al. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1997.
DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor. 32. ed. 11. imp. Brasília: FEB, 2019.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 4. ed. 7. imp. Brasília: FEB, 2019. ______. O evangelho
segundo o espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 7. imp. Brasília: FEB, 2018.
OLIVEIRA, Jorge L. de. A Matéria, o Espírito e O livro dos espíritos. In: Reformador. abr. 2017. p. 46 a 49.
***
Revista Reformador Janeiro 2020 Jorge Leite de Oliveira / jojorgeleite@gmail.com
***
#Reformador #materialismo #espiritismo #doutrinaespirita #sociedade #evolução
69

55 - ESCOLHAS E RENÚNCIAS

A vida é feita de escolhas. Certamente já ouvimos algo nesse sentido.


A todo momento estamos optando por isso ao invés daquilo, seguindo este caminho e deixando aqueloutro à
margem ou à espera.
Quando crianças tínhamos o sonho de ter tudo. Escolher era difícil. Quando nos perguntavam se queríamos esse
ou aquele brinquedo ou doce, dizíamos, sem pestanejar: Quero os dois.
Se tivemos bons pais, eles nos ensinaram a fazer as pequenas renúncias desde cedo, a entender que para
conseguir algo importante, precisávamos abdicar de outras coisas.
A virtude da renúncia nos mostra que possuidor é aquele que cede.
***
Somos detentores transitórios disso tudo que tanto nos encanta os olhos: corpo, bens, objetos, valores, posições
sociais, poder.
Somente permanecem os tesouros inapreciáveis que provêm das fontes seguras do Espírito: amizade, amor,
perdão...
O mundo dos sentidos é atraente. A fascinação pelo brilho dos primeiros lugares na ribalta seduz a grande maioria.
Renunciar a isso tudo parece tolice, covardia, fraqueza de caráter.
Porém, os resultados dessas escolhas têm se mostrado desastrosos, pois vão contra a natureza da alma, que foi
criada para a felicidade verdadeira e não para usufruir de prazeres efêmeros.
Esses são caminhos que nos levam a voos muito baixos, de tetos limitados, que não nos mostram nenhuma
paisagem bela e não satisfazem por muito tempo.
Agora, os voos da alma que sabe renunciar às convenções terrenas para abraçar as certezas divinas, esses são
altos e seguros.
Exigem certos sacrifícios, sim, pois toda grande conquista necessita deles, mas são sacrifícios recompensados com
muita alegria e ganhos reais para o ser.
***
Nosso lado infantil, ainda mimado, quem sabe, associe renúncia à perda, a ficar sem alguma coisa.
Porém, se a renúncia é realizada com bases lúcidas, maduras, só haverá ganho para o Espírito. O que
aparentemente perdemos, perceberemos mais tarde que não era tão importante assim.
Uma mãe ou um pai, por exemplo, que renunciam à carreira profissional, durante anos de suas vidas, para que
possam seguir a missão da paternidade ou maternidade dentro de um lar, com dedicação exclusiva, podem dizer
que perderam chances na profissão, no mundo.
Podem afirmar que deixaram de ter certa satisfação pessoal ou mesmo ainda a possibilidade de ter sua
independência financeira.
Isso é verdade, no entanto, devem perceber o que irão receber ao realizarem essa elevada renúncia: ganharão
amores para todo o sempre; ganharão, quem sabe, a chance de reconciliações que aguardavam séculos para se
concretizar; ganharão conhecimentos em áreas que somente ali, no cadinho doméstico, serão capazes de ganhar.
E são tantas belas renúncias que vemos por aí... Renúncias silenciosas, discretas, que fazem de seus portadores
almas enobrecidas, exemplos valiosos para todos nós.
A terra é planeta de provas. Nas provas temos inúmeras escolhas. Que saibamos fazê-las com maturidade, com
segurança, renunciando o que for preciso para que conquistemos os tesouros da alma.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 50, do livro CONVITES DA VIDA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #escolhas #PsicologiaEspírita #sabedoria #equilibrio #renuncias
70

56 - SERVIDORES DE DEUS

Numa sala de audiências do Vaticano, o papa Joao Paulo II recebeu a visita de uma das mais altas
autoridades religiosas do judaísmo, Israel Meir Lau, o grão rabino do Estado de Israel.
O papa já se encontrava com a síndrome de Parkinson, por isso foi pedido que a entrevista não se
alongasse em demasia.
O rabino tomou a palavra e iniciou interessante relato:
Em 1942, numa aldeia no norte da Polônia, os nazistas, fazendo a seleção dos judeus para os campos de
extermínio, levaram um pai de família.
A esposa, que ficara com um filho de apenas dois anos, temeu ser a próxima vítima e decidiu salvar o
filho.
Muito amiga de uma mulher católica, a procurou para que adotasse o seu menino.
A senhora pensou um pouco e concordou. Nesse exato momento, a dama judia lhe fez um pedido:
“Há um detalhe, no entanto. Meu filho é judeu e tenho certeza de que ele veio à Terra para uma missão
muito especial.
Então, quando essa guerra acabar, e um dia haverá de acabar, eu peço que mande meu filho para Israel,
para que ele possa desenvolver o ministério que Jeová lhe destinou.”
Ante a concordância da amiga, ali ficou a criança.
Naquela semana, a mãe judia foi levada para o campo de extermínio.
O tempo passou. Acabou a guerra. Quando a criança completou seis anos, em 1946, a mãe adotiva o
desejou batizar na igreja de sua fé.
Mas, lembrou da promessa. E agora, o que fazer?
Então, ela procurou o pároco da sua aldeia para se aconselhar.
Depois de ouvi-la, ele lhe deu uma resposta rápida e segura:
“Como cristã, você não pode defraudar a confiança que aquela mulher levou ao túmulo. Assim, você
deve mandar o menino para Israel, conforme se comprometeu.”
Com o coração em frangalhos, ela se despediu do filho adotivo e o encaminhou a Israel. Manteve
correspondência com ele, visitou-o várias vezes.
Então, Santidade, quero lhe dizer que aquele menino se tornou um rabino. Aquele menino sou eu.
O fato pareceu muito interessante a Karol Wojtyla, mas passou a ser realmente comovedor quando o
grande rabino concluiu:
Sua Santidade sabe o que é mais importante nisso tudo? Sabe quem foi o sacerdote que aconselhou
aquela mulher, naquele ano de 1946?
Aquele sacerdote era Sua Santidade, na época pároco da aldeia.
Os dois se abraçaram, envolvendo-se em lágrimas.
***
Um era o representante da nação católica. Outro, um rabino israelense, reverenciado por judeus e não
judeus no mundo inteiro.
Tinha razão aquele coração de mãe em dizer que seu filho tinha uma missão. E visão de verdadeiro
homem de bem aquele pároco, que bem aconselhou a mãe adotiva.
Os grandes homens vêm ao mundo para servir ao bem. Sua causa é a Humanidade, a paz, o amor,
acima de qualquer seita, doutrina ou religião que seguem.
71

E o Divino Pai os coloca em muitos lugares do planeta, a fim de que todos os Seus filhos, neste bendito
lar chamado Terra, possam sentir de mais perto o hálito do Seu amor, pela palavra dessas criaturas.
Sentir o Seu abraço através dos braços de homens e mulheres que no mundo se entregam ao serviço
dos seus irmãos.
E esta é a grande verdade: somos todos filhos do mesmo Pai, vivendo neste planeta azul, com o objetivo
de nos amarmos e crescer, até alcançar as estrelas.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Entrevista noticiada pela mídia. Em 22.5.2017.
***
#momentoespirita #religião #catolicismo #judaismo #Deus #fé #papa #promessas #missão #fraternidade
72

57 - FAÇAMOS DA VIDA UMA PRECE

Encontramos, no seio de praticamente todas as religiões, o exercício salutar da prece.


Em algumas, tal prática apresenta-se na forma de mantras. Em outras, de cântico. Ou, ainda, de rogativa.
Entretanto, independentemente da forma, a prece sempre tem como objetivo ligar a criatura ao Criador.
A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nEle; é aproximar-se dEle; é pôr-se em comunicação com Ele.
A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir e agradecer.
Louvar a Deus significa reconhecer nEle a fonte de toda vida, de toda a criação. É observarmos tudo o que nos
cerca – as plantas, os animais, nosso próximo – e enxergarmos neles a assinatura Divina, o traço que Deus deixa
em cada uma de Suas criaturas.
Uma prece de louvor é feita mais do que com palavras. Pode ser expressa em atitudes.
Quando louvamos, reconhecendo, em tudo o que nos cerca, a mão do Criador, torna-se impossível não
expressarmos gratidão a Deus por todo amor que Ele nos oferece, em todas as circunstâncias do viver.
Amor esse que se manifesta através das mais variadas expressões: o ar que respiramos, o alimento que temos em
nossas mesas, a família que nos acolhe, a casa que nos abriga, os amigos que nos fortalecem.
***
O companheiro ou companheira que divide a vida conosco, os filhos que nos são dados ao coração, as
oportunidades diárias de progresso intelecto-moral, a conquista das virtudes que nos aproximam da paz e da
felicidade.
E, quando brota em nossas almas o sentimento que nos leva a louvar e a agradecer, o gesto de pedir modifica-se.
Nossas rogativas já não são mais baseadas nas ilusões da matéria, nem tampouco no orgulho que confunde nossas
escolhas.
Nossas decisões tornam-se mais maduras, pois começamos a compreender as leis que regem toda a Criação.
Já não mais rogamos a Deus que solucione nossos problemas, dificuldades e sofrimentos.
Antes, pedimos ao Senhor da vida que nos conceda a sabedoria, a resignação e a humildade para que, além de
poder superá-los, possamos aprender com as preciosas lições que acompanham cada momento.
***
Entrarmos em comunicação com Deus significa fazermos, diariamente, de nossa vida uma prece.
E a prece se faz em cada gesto de abnegação, de renúncia, de fé.
A prece se faz quando olhamos para aquele que sofre, para aquele que passa fome, para aquele que não tem
onde morar e, desinteressadamente, lhe estendemos a mão que ajuda, o ombro que consola, o abraço que afaga,
a palavra que une.
A prece se faz quando perdoamos quem nos fere e somos capazes de pedir perdão àquele que ferimos.
A prece se faz quando nos reconhecemos parte integrante de toda a Criação, de todo o equilíbrio universal e,
dessa forma, tomamos para nós a responsabilidade de contribuirmos para a construção de um mundo melhor.
***
Na oração a criatura suplica e se apresenta a Deus. Pela inspiração profunda e reconfortante responde o Senhor
e se revela ao aprendiz.
Pensemos nisso.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 659, do LIVRO DOS ESPÍRITOS e verbete ORAÇÃO, do livro REPOSITÓRIO DE
SABEDORIA, v. 2, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #oração #prece #vida #gratidão #reflexão
73

58 - COMO SUPERAR AS AFLIÇÕES


No íntimo de todas as criaturas existe o desejo de ser feliz e de afastar os sofrimentos.
No entanto, Jesus Cristo nos disse: No mundo só tereis aflições.
São variadas as causas das aflições. Podemos, para melhor compreensão, separá-las entre as que têm origem em
nossa intimidade e aquelas próprias da natureza em que vivemos.
Assim temos várias dores que somente têm a ver com o mundo em que nos encontramos.
Por exemplo, a dor causada pelo nascimento do siso, o último dos molares, é um impositivo da biologia humana.
A dor pela picada de um mosquito ou de uma agulha, da mesma forma.
São dores próprias de um mundo material. São dores comuns a que estão sujeitos os seres que habitam o planeta.
***
O sofrimento faz parte de nossa vida, uma vez que em tudo existe a necessidade de ação.
Nossa mente pensa, nossa vontade almeja. Mas o corpo precisa executar.
Toda vez que desejamos alguma coisa, quando aspiramos algo, a necessidade de trabalhar para realizar nossos
sonhos gera um certo sofrimento.
Quem deseja bater recordes, vive aflições. São horas intermináveis de exercícios, disciplina rígida, com intuito de
superar as próprias limitações físicas.
Dores físicas, preocupação com a classificação, um revés de última hora. Aflições de toda sorte.
Quem deseja passar no vestibular, apesar do grande esforço despendido no estudo, se aflige ante a perspectiva
de não conseguir a vaga pretendida.
E se esquecer tudo na hora da prova?;E se não conseguir a vaga? E se precisar fazer outro vestibular?
Quem deseja ser cantor, ator, engenheiro, médico passa pelas aflições das horas estafantes de estudo, estágio,
aprendizagem, esforço, testes.
Reveses. Inquietudes. Aflições.
São os sofrimentos deste mundo, os empeços materiais que se apresentam.
***
Também existem os sofrimentos causados por nós mesmos. É o resultado originado de nossas intenções, de nossas
atitudes, do estado geral da nossa mente e do nosso coração.
Quando tomamos decisões desequilibradas, sofremos.
Quando agimos de forma negativa, teremos que recolher adiante o resultado dessas ações infelizes.
Quando pensamos somente em nós, num egocentrismo doentio, sofremos.
Quando desejamos que as coisas não mudem ou não terminem, sofremos novamente.
Tudo passa. As paisagens mudam. Os momentos bons terminam, e os maus também.
Procurando entender a mensagem de Jesus poderemos vencer os sofrimentos do mundo, vendo-os como
realmente se apresentam.
Ou seja, como empeços materiais numa realidade relativa.
Alargando nosso ponto de vista poderemos vencer a melancolia e a aflição.
Sem visão pessimista, venceremos os obstáculos próprios ao meio em que nos encontramos.
***
E se optarmos por seguir Jesus, não haverá aflição que resista ao bendito remédio da fé.
Todos desejamos ser felizes. Sejamos ricos ou pobres, instruídos ou não, desejamos evitar os sofrimentos.
Assim, procuremos vencer as tribulações de cada dia e encontrar razões para a felicidade em coisas pequenas.
Ser grato pelo que temos, pelo que usufruímos.
Aprender com os pássaros a saudar o dia com um cântico de esperança.
Eis uma boa fórmula para superar as aflições e começar a ser feliz, desde hoje.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 10, do livro O DESPERTAR DA ALMA, de Cristian Macedo
***
#momentoespirita #sofrimento #dor #PsicologiaEspírita #espiritismo #aflição #sofrimentos
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59 - NÃO ESTRAGUE O SEU DIA

Você já experimentou, alguma vez, aquele amanhecer sombrio, em que tudo lhe parece amargo?
Esses dias aparentemente têm os mesmos aspectos para todos nós, mas são vividos de maneira diferente por cada indivíduo.
Alguns ficam tristes e quase calados. Buscam isolar-se para evitar qualquer contato com alguém que lhes faça perguntas
sobre o que está acontecendo, porque está assim, etc.
Outros deixam o mau humor dirigir seus passos e, em poucos minutos, azedam todo o ambiente em que se encontram.
Distribuem gestos bruscos, falam com irritação, respondem com azedume, culpam os outros por tudo de errado que acontece.
E a resposta para comportamentos desse tipo logo se faz sentir no organismo, em forma de azia, enxaqueca, dores musculares,
entre outros males.
E o pior de tudo é que nem sabemos o porquê de tanta irritação. Não paramos um pouco para meditar sobre a situação em
que nos encontramos, nem para mudar o curso dos acontecimentos.
De maneira irrefletida, estragamos o nosso dia movidos por um estado d´alma que nos toma de assalto e no qual nos
deixamos mergulhar, sem refletir.
Passados esses momentos amargos, fica uma desagradável sensação de mal-estar, de indisposição, de sentimentos feridos,
de relacionamento comprometido.
***
Assim, se você sentir que está diante de uma manhã sombria, de um momento amargo, vale a pena tomar medidas urgentes
para não se deixar cair nas armadilhas.
Se ainda está em casa, faça uma prece antes de sair.
Se estiver no trabalho, busque um local que lhe permita ficar só por um instante, respire fundo e eleve o pensamento a Deus,
rogando forças e discernimento para não se deixar levar por circunstâncias desagradáveis.
Lembre-se, sempre, que todos temos momentos difíceis, e que só depende de nós complicá-los ainda mais, ou sair deles com
sabedoria e bom senso.
Lembre-se, ainda que, por mais difícil que esteja a situação, ela será tragada pelas horas e substituída por momentos mais
leves e mais felizes. Por essa razão, nunca valerá a pena estragar o seu dia.
***
Não estrague o seu dia.
A sua irritação não solucionará problema algum.
As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.
Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar.
O seu mau humor não modifica a vida.
A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.
A sua tristeza não iluminará os caminhos.
O seu desânimo não edificará a ninguém.
As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.
As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.
Não estrague o seu dia. Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre
para o infinito Bem.
***
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 38, do livro Agenda Cristã, pelo Espírito André Luiz,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
***
#momentoespirita #irritação #comportamento #conselhos #agendacristã
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60 - APRENDER A CONTROLAR A VAIDADE

A vaidade é uma brecha moral que infelicita bastante a humanidade.


Valoriza-se muito a vitória aparente no mundo, mesmo quando conquistada à custa da própria paz. Mas
será que isso compensa?
A ausência de discernimento pode levar a ver virtudes onde elas não existem. A aceitar conselhos de
quem não merece confiança. A tomar decisões sob falsas perspectivas.
Satisfazer a vaidade é um grande perigo
A vaidade manifesta-se sob muitas formas. Está presente na vontade de dizer sempre a última palavra.
Por relevante que seja o argumento do outro, o vaidoso não consegue dar-lhe o devido valor. Pois,
imagina que, se o fizer, diminuirá seu próprio brilho.
O vaidoso tem dificuldade em admitir quando erra, mesmo sendo isso evidente.
Ele não consegue perceber a grandeza que existe em admitir um equívoco. Que é mais louvável retificar
o próprio caminho do que persistir no erro.
A vaidade também dificulta o processo de perdoar.
O vaidoso considera muito importante a própria personalidade.
Por conta disso, todas as ofensas que lhe são dirigidas são gravíssimas.
Já os prejuízos que causa aos outros são sempre pequenos.
Afinal, considera o próximo invariavelmente mais insignificante do que ele próprio.
O vaidoso não percebe que, ao tentar brilhar cada vez mais, freqüentemente pode cair no ridículo e se
tornar alvo de chacota.
***
Analisemos nosso caráter e reflitamos se não fomos contaminados pelo vírus do excesso de vaidade.
Reconhecemos facilmente nossos erros?
Temos coragem de admitir quando a razão está com os outros?
Caso nos reconheçamos como vaidosos, tomemos cuidado com nossos atos.
Esforcemo-nos por perceber o nosso real papel do mundo.
Reflitamos que a vaidade acaba sendo um peso a ser carregado ao longo do tempo.
Simplifiquemos nossa vida, valorizemos os outros, admitamos os próprios equívocos.
Ao abrir mão da vaidade, nosso viver se tornará muito mais leve e prazeroso.
Pensemos nisso!
E aprendamos a cultivar mais humildade em nossa vida!
Só teremos a ganhar!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #vaidade #humildade #virtudes #comportamento #autoconhecimento
76

61 - REFLETINDO SOBRE AS PALAVRAS QUE PRONUNCIAMOS

Muitos dos que alcançam o sucesso o devem a palavras de estímulo de alguém.


Uma pessoa, professor, pai, esposa, amigo que confiou na capacidade dele e o incentivou a perseguir
seus sonhos.
Por vezes, é somente apoio moral. De outras, ainda há algum gesto especial que motiva a criatura a
tomar a decisão e ir em frente.
Conta-se que um escritor de renome, desde criança tinha um dom especial para criar histórias.
Morando em um país onde alguns poucos privilegiados tinham acesso à instrução, Amir se divertia lendo
histórias e romances para um amigo seu.
Em verdade, o amigo era filho do empregado de seu pai. Por conseqüência, conforme o costume local,
o menino era seu empregado.
Quase um escravo. Sempre pronto para tudo. Pois Amir gostava de ler. E o outro, de ouvir.
Nas tardes quentes, iam para debaixo de uma árvore, deitavam-se na relva e começavam seu ritual.
Numa dessas oportunidades, Amir pensou em pregar uma peça para o amigo.
Em vez de ler exatamente como estava no livro, começou a inventar a seqüência do enredo.
Quando concluiu, o amigo bateu palmas e lhe disse: Que história linda, Amir! Você devia ler mais
histórias como essas.
Amir se surpreendeu. Tudo tinha saído de sua cabeça. Mas será que dava para confiar na opinião de um
analfabeto?
Por isso, quando chegou em casa, escreveu seu primeiro conto. Uma história triste de um homem e de
uma mulher que se amavam.
Mas, depois de um tempo, pela ambição do esposo, a felicidade se diluiu pois ele preferiu trocar as
carícias da esposa por adquirir somas e somas de dinheiro.
Quando concluiu, Amir mostrou a história para o sócio de seu pai. Isso porque o pai nunca tinha tempo
para ele, sempre imerso no mar dos negócios.
O sócio levou o conto para seu escritório e, no dia seguinte, o devolveu com um embrulho.
Quando Amir abriu o pacote, encontrou um caderno de capa de couro marrom, e um bilhete:
Adorei a sua história. Deus lhe concedeu um talento especial.
Cabe a você, agora, aperfeiçoar esse talento, pois alguém que desperdiça os talentos que Deus lhe deu é
simplesmente tolo.
Você escreve corretamente do ponto de vista gramatical e tem um estilo interessante.
Minha porta está e sempre estará aberta para você. Estou pronto para ouvir qualquer história que tenha
para contar! Bravo!
Seu amigo, Rahim.
Foi nesse caderno que Amir passou a escrever as suas histórias.
Anos depois, escritor consagrado, voltou a encontrar Rahim e lhe falou do caderno marrom. E de como
aquele bilhete tivera importância em sua vida.
As palavras de dois amigos o fizeram definir-se pelo que sempre ele desejara e seu pai não apoiava.
***
A palavra foi dada ao homem para grandes coisas. Embora alguns a utilizem para a destruição, os
homens de sabedoria dela se servem para edificação de um Mundo Melhor.
77

Envolvendo-a em afeto, sustentam vidas prestes a fenecer.


Burilando-a com correta adjetivação, incentivam o bem, os ideais nobres.
Desta forma, pense ao falar que, do seu verbo, pode depender a vida de muitos que o rodeiam.
Pondere, pois, sempre, antes de falar e fale com sabedoria, edificando, estimulando, incentivando.
Muitos dos que alcançam o sucesso o devem a palavras de estímulo de alguém.
***
Tomemos o cuidado de substituir, em nosso vocabulário, as más pelas boas palavras.
Expressões chulas e vulgares, talvez estejam na moda, porém "envenenam o coração".
A palavra é instrumento da vida para a comunicação, o entendimento, e não arma de agressão, violência
e vulgaridade
O uso irregular das palavras corrompe a mente e rebaixa o homem.
O verbo expressa a qualidade moral do indivíduo.
Porque há pessoas que falam bem e são más, não é justo que sendo bom, nos apresentemos mal.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita (título original: Palavras que fazem a diferença)
Referência: Cap. 4 do livro O CAÇADOR DE PIPAS, de Khaled Hosseini, e livro VIDA FELIZ - 16, por
Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #palavra #vigilância #comportamento #sabedoria #equilíbrio #falar
78

62 - O PERSONAGEM JESUS

A figura de Jesus não encontra equivalente em nenhuma outra.


Qualquer que seja a personalidade humana que se pretenda estudar, ela apresenta nuanças de luz e
sombra.
Em algum aspecto de sua vida, titubeou e cometeu deslizes.
Com Jesus isso não se verifica.
Ele é o Modelo dado por Deus a todos os homens.
Ao surgir no cenário terreno, já havia atingido o ápice de Seu estado evolutivo.
Embora essencialmente humano, não portava nenhuma das mazelas comuns aos homens.
Justamente por isso, causou tanto impacto.
Como Ser perfeito, não Se deixou contaminar por desejos e preconceitos humanos.
Transcendeu a todos os vícios, embora cheio de compaixão pelos pobres viciados.
Sua Celestial Sabedoria confundiu os mais doutos da época.
Sempre pacífico, nem por isso deixou de combater a hipocrisia.
Sem desrespeitar as consciências alheias, tratou de demonstrar em que realmente consistia a essência
das Leis Divinas.
Valorizou as mulheres, em uma época em que nenhum direito lhes era reconhecido.
Tratou de leprosos, quando todos fugiam deles.
Amparou e encaminhou prostitutas, as quais eram objeto de intenso desprezo.
Conviveu com pessoas de má vida, sem Se importar com as críticas.
Abriu os braços às crianças, encantado com sua fragilidade e com a pureza que simbolizam.
Gastou tempo com seres ignorantes e rudes, sempre paciente e benfazejo.
Ele viveu no mundo, sem ser do mundo.
Amparou, cuidou e esclareceu a toda a gente, sem jamais ser manchado pela impureza que O rodeava.
***
Qualquer que seja o ângulo pelo qual se observa, a grandeza de Jesus impressiona.
Não Se deixou tocar pelos preconceitos próprios da época.
Amou sem esperar ser amado.
Ensinou e viveu a compaixão em um período de sentimentos rudes e hábitos cruéis.
Movimentou recursos magnéticos e de cura até hoje desconhecidos.
Lançou a ideia da vida futura, como uma esperança para todos os homens.
Substituiu o conceito de um Deus vingativo e cruel pelo de um Pai amoroso.
Trata-Se de uma figura incomparável, superior a qualquer outra.
E é dEle o convite que ressoa, através dos séculos:
Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me!
***
No Livro dos Espíritos, Questão 625, Kardec pergunta aos Espíritos qual o tipo mais perfeito que Deus já
ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?
E os Espíritos simplesmente respondem: JESUS.
79

E depois Kardec comenta:


Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a humanidade pode aspirar na Terra. Deus
no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do
Senhor, porque o espírito divino o animava, e porque foi o ser mais puro de quantos têm aparecido na
Terra.
***
Em algum momento será necessário atender ao amoroso chamado de JESUS, romper com o passado de
equívocos e marchar para a luz.
***
Extraído do Momento Espírita (texto original: Uma Figura Incomparável)
***
#momentoespirita #Jesus #PsicologiaEspírita #vidaaposamorte #livrodosespiritos
80

63 - ACONSELHAMENTOS DOS CÉUS

O contato com o mundo espiritual é realmente fascinante.


Essa comunicação entre os dois lados da vida, que denominamos mortos e vivos, é intrigante.
Embora essa relação sempre tenha existido, foi a partir do século XIX, que foi melhor entendida. Foi com
os estudos do Professor Hyppolyte Leon Denizard Rivail, que conhecemos por Allan Kardec, que escreveu
as Obras Básicas da Doutrina Espírita.
Desde então, a MEDIUNIDADE, faculdade que permite essa comunicação, ganhou caráter de fenômeno
natural.
Quando conhecemos os recursos da mediunidade, sem dúvida, nos empolgamos, pelas possibilidades
que possibilita.
Por causa disso, não são poucos aqueles que nela buscam a solução para suas dores e seus males.
Os recursos mediúnicos são bênçãos dos céus para alívio das provas e dificuldades que enfrentamos,
enquanto no corpo físico.
Porém, não podemos ter a pretensão de comandar ou ditar as regras para tal recurso.
Também não nos cabe definir quando e como o amparo celestial, através da mediunidade, pode nos
alcançar.
***
Existem pessoas que buscam, nas casas espíritas, cartas e comunicações de seus entes queridos que
morreram.
Pretendem o consolo para sua saudade, através de uma carta psicografada ou de uma comunicação
verbal, sem atentar que, muitas vezes, não é o momento adequado ou possível.
Outros buscam o imediato restabelecimento da saúde física, através da chamada mediunidade de cura.
Importante entendermos que nenhuma doença nos ocorre por castigo. Trata-se de instrumento da lei
divina de correção de sentimentos e ideias equivocados, alimentados desde há muito em nossa alma.
Infelizmente, existem médiuns desavisados que se permitem fazer promessas disso ou daquilo.
Os resultados, por vezes, causam desilusão e descrença porque as manifestações dos Espíritos
dependem da condição deles e sempre conforme a Vontade de Deus.
Não esqueçamos, no entanto, que a Providência Divina não deixa ninguém desamparado.
Ao buscarmos os recursos da mediunidade, aguardemos a resposta dos céus, sem a pretensão de que as
nossas vontades devam, necessariamente serem atendidas, da forma que idealizamos.
***
Há muitas maneiras do Amparo Divino nos chegar e sempre na medida exata que precisamos.
Nem todos sabemos mas há reencontros e abraços durante o sono, através dos sonhos, nos quais as
saudades são aplacadas e as esperanças nos são renovadas.
Muitas vezes não damos atenção a isso e, consequentemente, não nos permitimos sentir os benefícios
alcançados.
Quanto às curas, elas nos chegam por caminhos inesperados, ao mesmo tempo que existem doenças
que persistem pois nosso aprendizado assim o exige.
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Se bem lermos os Evangelhos, vamos constatar que Jesus curou a muitos, mas não a todos os que
encontrou em Seu caminho.
Sejamos prudentes. Os recursos da mediunidade seriamente exercida são de largo alcance.
No entanto, aguardemos que nos cheguem, de forma devida, conforme as determinações da Divindade.
Roguemos aos céus o amparo e alívio para nossas dores. A resposta sempre nos chegará ao coração,
apontando os caminhos mais adequados para o calvário libertador, que nos cabe percorrer.
Confiemos em Deus.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #mediunidade #sonhos #espiritismo #doenças #curas #espiritos #espirita #medium #reflexão
82

64 - EXERCITAR A COMPAIXÃO

Costuma-se dizer que pimenta nos olhos dos outros é colírio.


Expressa-se, dessa forma, esse sentimento bastante comum de não nos importarmos com o sofrimento
dos outros.
Afinal, já temos tantos problemas pessoais a serem equacionados, resolvidos, sem procurarmos mais
problemas.
Contudo, Jesus, o Modelo e Guia da Humanidade lecionou a compaixão como regra de conduta. Ele
mesmo a demonstrou em vários momentos de Sua vida.
Compadeceu-se da mulher cananita, que lhe suplicava piedade e lhe curou a filha, mergulhada em
enfermidade soez.
Adentrando a cidade de Naim, deparando-se com um cortejo fúnebre, condói-se das lágrimas maternas
que choram o filho, sendo levado à sepultura.
E, por verificar que o rapaz se encontrava em estado letárgico, o traz de retorno à vida, devolvendo-o ao
colo materno.
Penaliza-se com o paralítico de Cafarnaum, descido pelo telhado, graças aos braços vigorosos dos amigos
e lhe devolve os movimentos.
Vai a Gadara e liberta o obsediado, vítima de vários Espíritos que o atormentavam.
Compaixão é a nota constante na vida do Nazareno.
***
E uma dessas pessoas, verdadeiramente seguidora do Cristo, agiu de forma semelhante, dia desses.
No ônibus urbano, apinhado de pessoas, entrou uma jovem com seu bebê. Gentilmente, lhe foi
providenciado lugar ao lado de uma senhora idosa.
Essa, amadurecida na experiência, calejada nas dores, para logo descobriu as lágrimas mal disfarçadas
nos olhos da jovem mãe.
Enquanto acalentava seu bebê e delicadamente o alimentava, levava as mãos ao rosto, buscando colher
as lágrimas, que teimavam em encher-lhe os olhos.
A senhora ficou a meditar que drama estaria vivendo aquela pessoa: Teria sido abandonada pelo pai da
criança? Estaria passando por problemas financeiros?
Teria descoberto alguma doença grave no seu filhinho? Em si mesma?
O que a poderia fazer sofrer assim?
A senhora olhou a criança, tão bonita, aninhada nos braços maternos.
E imaginou quanta dor deveria sufocar o coração daquela mãe.
Teve vontade de abraçar a mãezinha, contudo, como reagiria ela a esse gesto de uma estranha?
Chegado o ponto em que deveria saltar da condução, a senhora se levantou, mas sussurrou ao ouvido
da outra:
- Minha filha, eu não sei qual a dor que a aflige. Mas, seja o que for, tenha fé em Deus. Ele vela por você
e por seu filho. Confie em Deus. Tudo haverá de se resolver.
A jovem ergueu os olhos e sorriu, agradecendo, de forma tímida.
Um halo de paz envolveu os três.
83

Com certeza, o problema fosse qual fosse, não ficou equacionado. Contudo, um coração aflito encontrou
ressonância em outro coração e mudou a sua forma de pensar.
Teve reavivada sua fé e sua esperança.
E bastaram poucas palavras... Um importar-se com o outro, um breve lembrete.
***
Joanna de Ângelis, no livro VIDA FELIZ, 58, nos aconselha:
Compadece-te dos fracos.
Dá-lhes mão amiga em qualquer situação.
Além da fragilidade orgânica, são tímidos e dependentes, reconhecendo a deficiência de energias.
Ajuda-os com um sorriso afável de companheirismo, com uma promessa de silencioso apoio, mediante
um gesto que lhes dê segurança.
Coloca-te no lugar deles, e faze, em seu favor, o que gostarias de receber, estando na sua situação.
Pensemos nisso e jamais detenhamos nosso gesto de compaixão ao semelhante!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #compaixão #compaixao #comportamento #fraternidade #sociedade #conselhos
84

65 - AGIR COM HONESTIDADE

A humanidade cada vez mais demonstra preocupação com questões transcendentes da vida.
A consciência de que viver não se resume a aspectos materiais se dissemina pela sociedade.
Fala-se em entrar em contato com a própria essência, em desenvolver a espiritualidade.
Independentemente de filiação a determinada corrente religiosa, a ampla maioria afirma acreditar em
uma força superior.
Isso revela as criaturas buscando identificar a razão de sua existência.
Como tudo no universo encontra-se em constante metamorfose e aprimoramento, conclui-se que o
progresso é uma das finalidades da vida.
O anseio pelos aspectos sublimes da existência demonstra justamente as criaturas em pleno processo
evolutivo.
Mas é importante recordar que a evolução dá-se de modo cadenciado
Na natureza não ocorrem saltos.
As espécies não se transformam repentinamente.
Determinadas etapas devem ser vencidas para ser possível atingir-se a fase seguinte.
É como a construção de uma casa: ninguém inicia pelo acabamento.
Faz-se necessário antes providenciar sólida estrutura.
***
O mesmo ocorre com o psiquismo das criaturas.
A identificação com as faixas superiores da vida pressupõe o domínio de aspectos básicos do viver.
A harmonia e a paz são o resultado de vivências nobres do espírito.
Tais conquistas não são improvisáveis e nem surgem de um momento para o outro.
Assim, ao preocupar-se com questões transcendentes, não podemos esquecer as coisas elementares.
A HONESTIDADE é justamente uma das primeiras virtudes a serem conquistadas por quem deseja a paz
e a felicidade.
O céu não é um local determinado no espaço, mas um estado de consciência, de harmonia com as leis
divinas.
Mas não é possível harmonizar-se com tais leis sem o rigoroso atendimento dos próprios deveres.
Ser honesto implica demonstrar lealdade em todos os aspectos da existência.
O homem honesto realiza as tarefas que lhe cabem, com ou sem testemunhas.
Ele não inventa desculpas para avançar sobre o patrimônio do vizinho.
Infelizmente, nossa sociedade vive uma grande crise ética.
Ao tempo em que demonstram indignação com a desonestidade alheia, os indivíduos são com
freqüência desleais em seus negócios particulares.
Muitas vezes, quem reclama dos políticos não paga corretamente seus impostos.
Inúmeros estudantes bradam contra a falta de ética de governantes e empresários, mas colam nas
provas e copiam as tarefas dos colegas.
Esse gênero de conduta sinaliza apenas hipocrisia.
***
Como afirmou Jesus, é necessário dar a César o que é de César.
85

Ao agir honestamente, ninguém faz mais do que a obrigação.


Mas não há como desenvolver harmonia espiritual se nem a HONESTIDADE ainda foi assimilada.
É paradoxal fazer caridade sem pagar as próprias contas.
A torpeza dos outros não lhe serve de desculpa.
Antes de preocupar-nos com a ausência de ética alheia, analisemos nosso modo de viver.
Pensemos se realmente temos condições de assumir tudo o que fazemos e dizemos.
A lealdade irrestrita é uma recompensa em si mesma, pois confere dignidade e auto-respeito.
Assim, se, realmente, desejamos viver em paz comecemos a cultivar, de forma irrestrita, a HONESTIDADE.
Afinal, a conquista da paz pressupõe poder observar o próprio proceder sem remorso ou vergonha.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #honestidade #comportamento #julgamentos #autoconhecimento #evolução
86

66 - ESTABELECER METAS

Se você não sabe aonde quer ir, como poderá chegar lá?
Esta é uma questão óbvia. Por isso, quando se planejam férias, escolhemos o local.
Porque, dependendo do local escolhido, selecionaremos o tipo de transporte, faremos reservas para hospedagem,
providenciaremos a roupa adequada.
Quando se sai a passeio, escolhemos o local da mesma forma. Iremos ao campo, à praia, à casa de amigos?
Porque, justamente a partir dessa definição, ajustaremos horários, convidaremos essa ou aquela pessoa, faremos
contatos preliminares.
De uma forma muito paradoxal, contudo, quando falamos de nossos objetivos existenciais, poucos têm metas
bem definidas.
Essa é uma das causas de DEPRESSÃO, nos dias atuais.
***
A pessoa diz que quer ter uma vida normal, simplesmente. Mas, não estabelece o que seria essa vida normal. O
que deseja para si.
O que gostaria de fazer?
Profissionalmente, o que pretende: onde deseja trabalhar, com quem, que cursos ainda planeja fazer, que
aperfeiçoamentos almeja?
Pessoalmente, pensa em se casar, em ter filhos, em viver numa casa ou num apartamento, no campo ou na cidade,
neste país, em outro país?
Culturalmente, deseja se aprimorar no estudo da arte, de outro idioma, artesanato?
Quando as perguntas surgem, as respostas quase sempre são evasivas: Sei lá, qualquer coisa, o que vier está bom.
Algumas pessoas se recusam a idealizar, a sonhar. Dizem que é para não sofrerem decepções.
Outras se dizem incapacitadas de sonhar seus próprios sonhos. Pensam em se realizar através de outras pessoas.
Ou que outras pessoas as façam felizes.
Eis a questão: se não há meta a atingir, se não há um objetivo a ser alcançado, como encontrar ânimo e energia
para se viver com intensidade a cada dia?
Onde a alegria da conquista? Onde o sorriso da vitória? Onde o contentamento de se afirmar vencedor?
***
Sem metas não se vive. Simplesmente se obedece a automatismos.
É um adormecer psicológico que conduz a criatura a estados de indiferença, desânimo, descontentamento, até o
desprezo pela vida.
Para se ter saúde é imperioso se ter um projeto pessoal, definindo exatamente o que se deseja.
Alcançar ou não é outra questão. Mas o importante é o esforço, a luta continuada.
Pensemos nisso e façamos uma análise de nossas metas, nossos sonhos.
Se até aqui estamos vivendo por viver, trabalhando, estudando, porque está no contexto em que nos movemos,
façamos uma parada.
Reformulemos nossa vida. Elejamos ao menos uma meta a alcançar.
E não nos deixemos intimidar pelos anos transcorridos ou pelos muitos dias já vividos.
Sempre é tempo de aprender, de ser feliz.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #metas #programa #planejamento #depressão #comportamento #autoconhecimento
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67 - RECEITA PARA ENCONTRAR A FELICIDADE

Os seres humanos têm buscado, ao longo do tempo, uma fórmula mágica que lhes permita a posse da
felicidade plena.
Todavia, seja por falta de uma receita eficaz ou de vontade firme para a conquista almejada, grande
parte da Humanidade se debate, presa nas garras da infelicidade.
Várias tentativas têm sido improdutivas, já que a felicidade é efêmera e passageira. Logo se vai, deixando
em seu lugar a presença desagradável da decepção.
***
Assim, interessado em ajudar as criaturas da Terra na sua busca, o Espírito Emmanuel ditou uma receita
simples, descomplicada e eficaz para ser feliz.
A receita é a seguinte:
Cada manhã na face da Terra, é uma página em branco de que dispomos no livro da vida para fazer os
melhores exercícios de elevação e bondade.
Não te esqueças de que cada pessoa a cruzar-te o passo na trilha das horas, é uma oportunidade de
construção espiritual.
Seja qual seja o motivo para desafeto, cultiva compreensão e amizade, observando que todo favor que
possas prestar a benefício de alguém é uma chave que fabricas para a solução de teus problemas futuros.
Por mais claras as razões que justifiquem esse ou aquele comentário infeliz, procura encaixar uma frase
edificante no círculo das palavras rudes que estejam sendo pronunciadas.
Por muito que um companheiro te haja ofendido, não lhe negues tolerância. Abençoa-o com as tuas
preces e gestos de auxílio, na convicção de que estás, com isso, levantando dispositivos de proteção a ti
mesmo.
Na atividade em que te encontras, faze mais do que o dever, porquanto o serviço extra, espontâneo e
sem recompensa, em toda situação será sempre a tua mais alta pregação de virtude.
Repousa quando necessário, mas não transformes o descanso em ociosidade vazia.
Começa de casa a execução dos conselhos salutares que ofereces ao próximo, aprendendo que é
impossível ajudar a Humanidade quando não saibamos entender e amparar algumas poucas pessoas,
entre os limites da parentela.
Alia ação e oração, sustentando a felicidade dos outros, como queres que Deus concretize tua própria
felicidade.
E quando o dia terminar, agradece ao Senhor a ventura de haver engastado mais uma pérola do tempo
em teu colar de realização.
E, cerrando os olhos para o justo refazimento, guarda por teu maior prêmio a consciência tranquila, com
a invariável disposição de viver, cada dia, reconhecendo que tudo na vida depende inteiramente de Deus,
mas na certeza de que o trabalho, em tuas mãos, depende unicamente de ti.
Na estrada de purificação em que nos encontramos, o discípulo mais feliz é aquele que se sente
defrontado pelas maiores oportunidades de servir à elevação dos outros, ainda mesmo com absoluto
sacrifício de si próprio à maneira de lâmpada que se consome para iluminar.
***
Sim, é possível conquistar a felicidade.
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Tenhamos certeza desta realidade e trabalhemos com afinco para consegui-la.


A felicidade não deve ser colocada nas coisas, nos lugares, nem nas pessoas, a fim de que não nos
decepcionar.
A felicidade é um estado íntimo, defluente do bem-estar que a vida digna e sem sobressaltos proporciona.
Mesmo que nos faltem dinheiro, posição social de relevo e saúde, podemos ser felizes, vivendo com
resignação e confiança em Deus.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Mensagem de Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier e mensagem 43 do livro VIDA FELIZ
***
#momentoespirita #felicidade #conselhos #vidafeliz #fraternidade #comportamento #vidafeliz #vida
#PsicologiaEspírita
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68 - SUPERAR A CULPA E CULTIVAR A BONDADE

Consciência de culpa: severa companheira dos corações amargurados.


Acusadora cruel, que devora qualquer paz que deseje nos acariciar o rosto, mesmo que por
alguns segundos.
Quantos... Quantos de nós carregamos na alma a vergonha de atos do passado. Quantos
escondemos segredos no íntimo assombrado pelas guerras conscienciais...
Quantos desses fantasmas nos atemorizam, muitas vezes, sem que percebamos...
Certas palavras que ouvimos, quando nos lembram do que guardamos na alma, parecem mais
punhais incandescentes querendo nos torturar.
Queria voltar o tempo. Quisera ter agido de outra forma. Se soubesse o que sei agora...
Todas são expressões típicas da consciência culpada.
Mas, e se ela, do alto de seu reinado de fogo em nossa intimidade, um dia ouvisse a seguinte
expressão: Há uma chance de ser bom novamente.
Tamparia os ouvidos, certamente, num primeiro momento. Mas a frase continuaria ecoando.
Não há mais como não ouvi-la. Ela brada com força e doçura, irresistível.
O reinado da dominadora culpa está ameaçado. Existe uma chance de liberdade para aqueles
que se consideravam prisioneiros de si mesmos.
Agora há uma chance... uma chance da paz voltar, e voltar maior do que era...
***
Que chance é essa? É a chance da prática do bem.
Tudo que destruímos um dia poderá ser reconstruído, através dessa ação.
Cobrindo a multidão de pecados, o amor, através da prática do bem, nos concederá a liberdade
que tanto sonhamos.
As ações do passado não se apagam, é certo, feito mágica, mas as novas atitudes, quando
alicerçadas no bem, produzirão tanta luz, que o pretérito de sombras não mais nos assustará.
As Leis de Deus, perfeitas e amorosas, sempre nos dão exemplos dessa possibilidade.
Almas que traímos, que maculamos, que transviamos, retornam ao convívio diário, através da
reencarnação, para que agora as amemos.
Se no passado destruímos, se fomos exemplo de descaso, indiferença e violência, voltamos para
construir, e exemplificar a conduta pacífica e agregadora.
Se apresentamos condutas indignas, se faltamos com a honestidade, sempre há tempo de
recuperar a dignidade, e de sermos honestos, de agora em diante.
Não existe condenação eterna na Legislação Divina.
Então, por que insistimos em nos condenar ao sofrimento infinito no íntimo?
***
AUTOPERDÃO não é sinônimo de condescendência, mas sim oportunidade de uma nova
chance.
O perdão Divino se funda nesta realidade: dar uma nova chance de acertar.
Assim, se Deus nos concede tal chance, por que não nos permitimos recomeçar?
A consciência de culpa tem sua utilidade apenas como mola propulsora, no início, para nos fazer
verificar o erro, e nos motivar à correção.
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Caso faça ninho na alma, passa a ser veneno perigoso e paralisante, atrapalhando o
desenvolvimento do ser, rumo ao seu encontro com a felicidade.
Há uma chance de ser bom novamente.
Uma chance de iluminar a sombra.
Há no bem a força de romper as grades.
Há no amor a libertação da culpa.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #perdão #autoperdão #culpa #consciencia #consciência #bem #bondade
#bondadedeDeus
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69 - ANULAR O MAL, PRATICANDO O BEM

Um dos motivos pelos quais as pessoas buscam os Centros Espírita é o mal feito, o FEITIÇO.
Levando nas mãos objetos estranhos, encontrados em posições bizarras dentro do lar, no carro, no jardim, no
caminho que habitualmente percorrem, as criaturas chegam um tanto assustadas.
A primeira pergunta é: Quem fez isto? Para logo em seguida indagarem: Isto pode me prejudicar?
O que desejam é que os Espíritos realizem um trabalho para desmanchar o mal feito, evitar que coisas ruins
lhes aconteçam.
Na verdade, nenhum mal senão o que provocamos pela nossa conduta do ontem ou do hoje,
pode nos atingir.
Já nas anotações evangélicas encontramos a exortação: Não temais que matam o corpo, temei sim os que
vos podem matar a alma.
Inveja, ciúme, e toda sorte de sentimentos inferiores que destilem outras criaturas, em nossa direção,
somente nos haverão de alcançar, atingindo-nos a mente e o coração, se estivermos
sintonizados com a onda que nos é enviada.
Dessa forma, o melhor método para se precaver do mal é vibrar e viver o bem.
Se agimos com nobreza, se somos os cumpridores dos nossos deveres, se alimentamos o hábito da oração,
nada nos poderá atingir.
O mal que nos faz mal é o mal que fazemos aos outros.
Emitir um pensamento bom em intenção de quem nos deseja o mal, eis uma fórmula ideal para neutralizar
qualquer onda de malefícios.
Ademais, lembremos: Se Deus é por nós, quem será contra nós?
***
Narram os biógrafos de Eurípedes Barsanulfo, o Apóstolo da cidade de Sacramento, em Minas Gerais, que,
certa feita, alguém que detestava o trabalho que ele empreendia, em nome da Doutrina Espírita, contratou
um malfeitor para matá-lo.
As pessoas que o amavam passaram a temer por ele. Pediram-lhe que tivesse cuidado, que evitasse andar por
estradas desertas, por ruas escuras e nunca sozinho.
Como, no entanto, fazer isso? Os chamados dos enfermos, dos necessitados eram tantos e em horas difíceis.
Uma noite, retornando ao lar, após o dia de cansaço, foi surpreendido por um vulto. Destacou-se da sombra
e investiu sobre ele, desejando feri-lo.
Sem se perturbar, Eurípedes o cumprimentou, chamando-o pelo nome, qual se fizesse a um amigo.
Foi o suficiente para que o braço assassino detivesse o gesto.
Envergonhado, se desculpou. Uma onda de simpatia neutralizou o mal.
Só os lobos caem em armadilha para lobos, ensinava Jesus.
Feitiço, mandingas é assunto de quem ainda não encontrou a verdade, nem o esclarecimento.
Os cristãos, que vivemos em Cristo, nada temos a temer dos que nos desejam agredir.
Devemos temer aqueles que, insinuando-se, de forma sutil, buscam nos arrastar ao vício, às paixões
degradantes. Esses nos poderão perder.
***
...Allan Kardec teve oportunidade de perguntar aos Espíritos se um homem mau com o auxílio de um Espírito
mau poderia fazer mal a alguém?
Os Espíritos superiores lhe responderam: Não. Deus não o permitiria.
***
Liberte-se de qualquer feitiço de crenças antigas. Faça luz no íntimo, elevando o pensamento e o
coração a Deus, nosso Pai.
***
Extraído do Momento Espírita
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#momentoespirita #reflexão #aprendizado #espiritismo #doutrinaespirita #feitiço #vigilância #crenças #mal
#bem
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70 - ANALISARMOS AS NOSSAS ESCOLHAS

Diariamente somos levados a fazer as mais variadas escolhas.


Desde opções banais tais como a roupa que vamos vestir até o que faremos de nosso futuro.
Algumas dessas escolhas são extremamente singelas e outras, de grande relevância.
Em muitas ocasiões, é claro, nosso poder de opção fica limitado às condições financeiras, sociais e até físicas de
que dispomos.
Porém, em linhas gerais, temos o poder para imprimir na nossa existência o padrão de felicidade ou de aflição
com o qual desejamos conviver.
A liberdade é Lei da vida, que faz parte do concerto da harmonia universal.
Somos o que de nós próprios fazemos, movimentando-nos no rumo que elegemos.
***
A busca da felicidade é uma meta comum entre todos os seres humanos.
Todos almejamos, de alguma forma, alcançá-la.
Cada ser a idealiza de modo diferente dos demais.
Para alguns a felicidade é ter uma família.
Para outros é estar sadio e sentir-se bem.
Ou ainda, é confundida, por alguns, com conforto material.
Na realidade, sabemos que a felicidade verdadeira não é deste mundo, como nos ensinou Jesus.
Temos consciência de que só alcançaremos o estado de plena felicidade quando atingirmos a perfeição relativa a
que estamos destinados, mas que ainda isso é algo distante de nossa atual condição.
Porém, almejar a felicidade, mesmo que relativa, é algo natural e que nos impele ao crescimento.
Podemos e devemos ser felizes, embora ainda estejamos estagiando em um planeta de provas e de expiações.
Temos liberdade de escolha para isso.
Se nos encontramos atrelados ao carro das aflições, cabe-nos persistir no caminho do bem, sem esmorecermos.
A dificuldade de agora é o efeito da insensatez do passado.
Situações infelizes alteram-se para melhor, tais como paisagens cobertas pelas sombras rapidamente são tomadas
pelo sol.
Somos senhores do nosso destino.
Não nos é conveniente entregarmo-nos à tristeza, à ociosidade, aos queixumes.
Aquele que prefere sofrer tem liberdade para esta experiência até o momento em que se decida optar pelo bem-
estar verdadeiro.
Desse modo, não devemos transformar incidentes de pequena monta, coisas e ocorrências corriqueiras em
tragédias.
***
Ninguém tem o destino do sofrimento.
A dor é o resultado da ação negativa do passado, próximo ou não, jamais uma causa.
Façamos uma avaliação honesta da nossa existência, sem consciência de culpa, sem pieguismo desculpista.
Avaliemos se nossos atos, nossas escolhas de agora, serão motivos de sofrimento ou de ventura mais adiante.
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Vejamos como estamos nos comportando perante o mundo e perante nós mesmos, sob o pretexto de
alcançarmos a felicidade.
Ser feliz, ou não, também é uma opção que nos é dada diariamente.
Resta-nos, apenas, analisarmos objetiva e sinceramente se nossas escolhas são legítimas e justas.
Afinal, não há como ser feliz às custas de dores e de angústias alheias.
Pois, por certo, mais dia, menos dia, esse tipo de situação ensejará, inevitavelmente, nosso próprio sofrimento.
Somos livres para semearmos o que bem nos aprouver, conscientes, no entanto, de que estaremos obrigatória e
inafastavelmente vinculados à colheita de seus frutos.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro MOMENTOS DE ALEGRIA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #destino #Liberdade #liberdadedeescolha #PsicologiaEspírita #escolhas #sofrimento
#felicidade #livrearbitrio
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71 - ENFRENTAR A DEPRESSÃO

Você já esteve depressivo alguma vez?


A depressão é um abatimento físico ou moral, ocasionado por uma insatisfação.
Podemos dividir a causa da depressão em dois momentos: as originadas por acontecimentos momentâneos, que
presenciamos ou vemos pela televisão como um acidente trágico, uma cena de violência, calamidades etc.
Essas são superficiais e, assim que nos envolvemos nos quefazeres, esquecemos.
Outras vezes ficamos depressivos e não encontramos motivo nenhum. É que a origem está oculta em nossa
intimidade profunda de seres imortais que somos.
Como imortais, já vivemos muitas vezes, trazemos em nossa ficha acertos, mas também muitos equívocos.
Reencarnamos para repetir as experiências malfadadas, estamos no mundo novamente com um corpo diferente
mas, em essência, somos os mesmos.
E, quando algo toca aqueles pontos problemáticos que carregamos, sentimos o toque de uma maneira
inconsciente e sofremos por isso.
Às vezes, estamos felizes, contentes, e ouvimos uma música, uma melodia qualquer, que adentra nossa intimidade
de forma especial.
E como a música é vibração, ela faz vibrar nossos registros íntimos. Como há partes dentro de nós que estão de
acordo com a vibração da música, se dá a ressonância.
A música evoca momentos de um passado que não nos recordamos e começamos a sentir uma profunda tristeza,
uma melancolia que não sabemos de onde vem, uma saudade inexplicável, e não encontramos a causa agora, na
atual existência, mas iremos encontrá-la nas nossas vidas anteriores.
A música é, nesse caso, o elemento indutor. Mas, há outros elementos indutores, como um perfume, uma
paisagem, uma situação.
***
A depressão é uma cobrança íntima. Se estamos em uma festa, nos divertimos, nos sentimos felizes e, no outro
dia, estamos depressivos, tristes. É a nossa consciência que nos está cobrando.
Ela nos diz que não somos merecedores de felicidades, pois somos devedores das Leis Divinas.
O depressivo não sente vontade de fazer coisa alguma, deseja isolar-se, trancar-se em casa, fechar as janelas e
buscar a escuridão.
Essas atitudes só contribuem para agravar ainda mais a situação.
Temos que lutar para sair desse estado, com todas as nossas forças.
Conversando com pessoas, trabalhando, fazendo uma oração, rogando a Jesus forças para não sucumbir.
Na nossa vida não há uma janela só. Se uma nos oferece a tristeza, o sofrimento, outras há que nos mostrarão
situações mais agradáveis.
***
Isso nos lembra a história daquele avô que consola a neta, que via pela janela, entre lágrimas, o jardineiro
enterrando o seu cachorrinho de estimação.
O avô a toma pela mão e a leva até outra janela. Mostra o jardim, as roseiras em flor, e lhe pergunta:
Você está vendo as rosas como são bonitas? Vê aquela rosa amarela, que linda! Você me ajudou a plantá-la,
lembra-se?
A menina enxuga as lágrimas, muda o estado emocional, distrai-se a falar das rosas, deixa de lado a outra janela
que lhe causava sofrimento.
Qual o avô da nossa história, Deus, o Criador, está sempre nos mostrando outras janelas, para que as busquemos
nos momentos em que nos detemos a mirar onde só vemos tristezas.
Grande parte dos suicídios é praticada por pessoas em estado depressivo.
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Os espíritos inferiores podem aumentar ainda mais a nossa depressão.


O sol queima as formas e pensamentos desses Espíritos, enquanto a escuridão as favorece.
Por essa razão, vale a pena abrir as janelas, ao invés de fechá-las, nos momentos de depressão.
***
Joanna de Ângelis, no livro VIDA FELIZ, 152, nos aconselha:
Acalma as ânsias do teu coração.
O que ainda não alcançaste, está a caminho.
Não sofras de véspera, entregando-te a estados deprimentes, por ausências que certamente não fazem falta.
A carência pode proporcionar recurso de valorização das pessoas e coisas.
Quem desfruta de benefícios, com facilidade subestima o que possui.
Aprende a conviver com a escassez, a solidão, e saberás evitar a embriaguez dos sentidos, a volúpia da luxúria, a
exacerbação da posse.
És o que tu realizas e não o que tens ou com quem te encontras.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #tristeza #desanimo #depressão #depressao #comportamento #conselhos #ansiedade #PsicologiaEspírita
#reencarnação
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72 - EVITAR O JULGAMENTO PRECIPITADO

Quantas vezes já aconteceu?


Um servidor dedicado, após anos de trabalho irrepreensível, comete um deslize. Logo, todos os tantos
anos de dedicação são esquecidos.
Sobre ele recaem acusações, desconfianças.
Um amigo de infância, adolescência, juventude, alguém com o qual rimos, choramos, confiamos, comete
uma pequena falha.
Diz-nos um não. É o suficiente.
Anos de convivência são sepultados de um só golpe.
Um voluntário que serve dedicada e perseverantemente meses, anos, sempre sorridente, feliz, um dia,
por algo que lhe ocorre e o perturba, se exaspera, fala mais alto.
Logo, tudo que fez até então é esquecido e somente aquele gesto de um momento de irreflexão é
apontado, falado, julgado.
***
São retratos da vida. Ocorrem em muitos lugares.
E nos fazem recordar de uma história muito interessante.
A de um pai que desejava ensinar aos seus quatro filhos a respeito de julgamentos.
Assim, a cada um enviou em uma estação diferente do ano a uma terra distante para observar uma
determinada árvore.
O primeiro filho chegou no inverno, o segundo na primavera, o terceiro no verão e o quarto no outono.
O primeiro informou que a árvore era feia, além de seca e toda distorcida.
O segundo disse que, ao contrário, a árvore estava carregada de botões, cheia de promessas.
O outro filho contestou aos dois irmãos e afirmou que viu a árvore coberta de flores. Que elas tinham
um cheiro tão doce e eram tão bonitas, que ele arriscaria dizer que eram a coisa mais graciosa que ele
jamais havia visto.
Finalmente, o quarto filho falou que a árvore estava tão cheia de frutas, tão carregada de vida, que
chegava estar arqueada.
O pai, ponderado, explicou que todos estavam certos, no entanto, cada um deles julgara a árvore
exatamente pela época do ano em que a havia visto.
Na vida, continuou, também é assim: Quase sempre somos precipitados nos julgamentos.
***
Para julgar com acerto, compete-nos observar com atenção, colher informações detalhadas.
Dessa forma, não julguemos situações e pessoas por um momento apenas.
Consideremos que todos passamos pelos dias desolados do inverno. Dias de tristeza, de solidão, de
problemas superlativos.
Nessa estação da vida, parecemos árvores de galhos retorcidos.
Contudo, quando a esperança faz morada na intimidade, carregamo-nos de promessas, de botões
prontos a explodirem em flores.
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Então, acenamos com cores vibrantes, flores perfumadas, graciosas que, logo mais, se transformarão
em produção abundante de frutos.
Pensemos nisso e não façamos julgamentos precipitados de situações, de pessoas, de companheiros, de
amigos.
Verifiquemos, antes, em que estação do ano estagia a alma de quem vamos julgar.
E, se descobrirmos que o inverno envolve aquela criatura, estendamos a contribuição do sol da nossa
amizade, o adubo do nosso auxílio, a proteção do nosso carinho.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #julgamento #espiritismo #comportamento #conselhos
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73 - SUGESTÕES PARA FAZER DURAR O SEU CASAMENTO

O que faz com que alguns casais vivam anos e anos juntos e desfrutem felicidade?
Natural que não seja a felicidade plena e absoluta. Mas uma vida de alegrias, de compartilhamento.
Casais que superam dificuldades as mais árduas e prosseguem juntos.
Os reveses financeiros, a saúde comprometida, os filhos-problema, tudo é enfrentado a dois, de mãos dadas,
consolidando sempre mais a relação.
Alguns que não conseguiram manter o próprio relacionamento conjugal, afirmam que, em verdade, isso é
resultado de submissão de um ao outro.
Anulação da personalidade. Comodismo. São variadas as explicações.
No entanto, os que veem se multiplicar os anos na durabilidade de seu matrimônio, têm seus segredos.
***
Cada casal tem sua fórmula especial. Mas algumas dicas, com certeza, auxiliam.
Como o casamento feliz é um porto seguro onde se pode relaxar e recuperar das tensões do dia a dia, algumas
frases não devem ser esquecidas.
Você recorda quando foi a última vez que olhou para sua esposa e lhe disse: Você está deslumbrante hoje?
Quantas vezes vocês se preparam para ir a uma festa, colocam sua melhor roupa, se alinham. E nem olham um
para o outro?
Pensem: antes de parecerem bem apresentáveis para os outros, vocês estão no lar, um frente ao outro.
Observe como ele continua um gato, um rapaz saradão. Veja como os fios de prata lhe conferem um ar de
maturidade.
Aproveite para dizer: Estou feliz por ter me casado com você.
Já pensou em despertar pela manhã, olhar para o seu cônjuge e dizer: É bom acordar a seu lado?
Que tal uma surpresa no meio do dia com um telefonema breve para dizer: Você sempre será o meu amor!
No jantar em família, olhem nos olhos um do outro.
Agora, é o momento de falar: Adoro ver o brilho em seus olhos quando você sorri.
E, assim por diante. Não perca a chance de dizer como é bom estarem juntos, compartilharem a mesma casa, as
alegrias, as dores.
***
Tenha sempre em sua mente, frases como: O que você fez foi muito bom.
Não posso imaginar viver sem você. Você é muito especial. Sinto muito, o erro foi meu. Confio em você. Aprecio
cada momento que passamos juntos.
E, quando ele errar o caminho, aproveite para brincar, para rir:
Este é o meu marido! Já sei porque você se perdeu de novo. Quer ficar mais tempo comigo a sós, seu danadinho!
Quando ele estiver muito quieto, pergunte: Em que você está pensando?
Quando rusgas acontecerem, seja o primeiro a ceder admitindo: Eu gostaria de ser um(a) companheiro(a) melhor.
Finalmente, não esqueçam de um ao outro dizer a cada dia, quando se despedem, quando cada qual ruma para
a sua atividade profissional: Ore por mim. Vou orar por você.
E, mais importante que tudo, sejam gratos um ao outro, com frases como: Obrigado por me amar. Obrigado por
me aceitar. Obrigado por ser meu companheiro. Você torna meus dias mais brilhantes.
Experimente. Tente. E veja sua relação conjugal frutificar em flores de amor e alegrias.
***
Joanna de Ângelis nos aconselha em VIDA FELIZ, 21:
O amor é tônico da vida.
99

Quando se centraliza nos interesses inferiores do sexo e das paixões primitivas, torna-se cárcere e deixa de ser o
sentimento elevado, que dignifica — libertando.
Examina os teus sentimentos, na área afetiva e observa se eles te desarmonizam ou tranquilizam.
Através da sua qualidade, detectarás, se amas ou apenas desejas.
O verdadeiro amor supera o egoísmo e trabalha sempre em favor da pessoa querida.
Ama, portanto, sem escravizar aquele a quem te devotas, não se lhe escravizando também.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #casamento #matrimônio #espiritismo #aprendizado #amor #companheirismo
#relacionamento #sentimentos
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74 - APRENDENDO A RESPEITAR O SEMELHANTE

Desde que nascemos, todos somos incluídos na sociedade, criamos laços familiares e, aos poucos, vamos
assumindo nossos papéis sociais.
Somos pais, filhos, irmãos, tios, primos, sobrinhos. E também patrões, empregados, voluntários, prestadores de
serviço, profissionais liberais.
Nem sempre tais relações são livres de desavenças, discórdias, mágoas, decepções.
Aqueles que buscamos exercer o convívio social, de forma profícua, muitas vezes caímos na cilada de querer que
o outro se modifique conforme nossa própria maneira de compreender o mundo.
Esperamos que, para o bem da relação, o outro faça os devidos ajustes morais, pois é ele quem permanece no
erro. Esperamos sempre que o próximo se modifique, para que, dessa forma, talvez nós possamos fazer alguns
ajustes.
Entretanto, devemos nos lembrar de que todos nós somos Espíritos imortais em busca da elevação intelecto-
moral.
Os erros que apontamos no outro, com tanta veemência, podem estar, de forma ainda mais acentuada, gravados
em nós e, por isso, temos tanta facilidade para os detectar no próximo.
Ademais, somos todos caminheiros do progresso e temos nossas parcelas de erros e de acertos. Aquele que ora
nos fere e que nosso coração custa a perdoar, é tão passível de se equivocar quanto nós.
***
Cada um age de acordo com seus preceitos morais. A única certeza que temos é que não somos os donos da
verdade.
Antes, estamos em sua busca através de Jesus, que teve a oportunidade de dizer: Eu sou o Caminho, a Verdade e
a Vida.
Na dúvida, procuremos seguir as recomendações do Cristo, que nos sugere que não julguemos o nosso próximo,
que perdoemos setenta vezes sete vezes, que oremos e que vigiemos - não o outro, mas a nós mesmos.
***
Assim sendo, concedamos ao nosso próximo os mesmos direitos e favores que esperamos dele receber.
O egoísmo é doença que envenena a alma.
O amigo ao nosso lado anela pelos espaços para viver, conforme ocorre conosco.
Aprendamos a respeitar e não atrapalhar.
O que nos está reservado, aprendamos a repartir.
***
Adaptado a partir de texto do Momento Espírita e livro Vida Feliz - 5.
***
#momentoespirita #respeito #tolerancia #compreensão #relacionamento #egoísmo #fraternidade
101

75 - CONHECER DEUS

Algum dia você já ficou imaginando como seria Deus? Qual seria a imagem de Deus?
De um modo geral, nos vem à mente a figura de um ancião, barbas longas, brancas, muitas vezes sentado em um
majestoso trono, a cuidar das coisas daqui de baixo...
A herança cultural que carregamos nos traz essa imagem que, ao ser analisada mais detidamente, vemos ser
distante do que possa ser real.
Vejamos: Em que parte do espaço estaria Deus olhando para baixo?
Qualquer que seja essa resposta, nos perguntaríamos: E os outros planetas, os outros corpos celestes, que estarão
acima, ao lado, atrás... Como Ele cuidará de todos esses, se já não estarão sob Seu olhar?
Ainda, por que a figura de Deus como um ancião? Será que Ele já foi jovem um dia? O tempo Lhe alterou o
semblante, como acontece conosco?
E como pode o tempo alterar a figura de Deus, se Deus é a causa primeira, a origem de todas as coisas?
Podemos nos perguntar ainda, por que a figura masculina a representar Deus? Não poderia ser uma figura
feminina, como acreditavam algumas culturas antigas?
***
Na dificuldade de transcender nosso pensamento, damos a Deus a figura humana, emprestamos ao Criador do
céu e da Terra a pobre imagem humana, como se isso fosse suficiente e mesmo necessário para ver e entender
Deus.
Ao considerarmos Deus como a Inteligência Suprema e a causa primária de todas as coisas, já não teremos a
necessidade de representar a figura de Deus.
Como O sabemos a causa e origem de tudo é fácil entender que não há como representá-lO na limitação de nosso
pensamento e sentimento.
Percebemos que, se ainda não conseguimos entendê-lO ou não há como representá-lO, já O podemos sentir.
E sentimos Deus ao contemplar um pôr-do-sol a desdobrar o céu em inúmeros matizes, colorindo o horizonte, a
cada dia, de maneira diferente.
Sentimos o Criador e toda a pujança do Seu amor a nos tocar, na grandiosidade da natureza que se faz bela,
harmoniosa e generosa, dando-nos o suporte para a vida física no planeta.
Sabemos da presença de Deus quando nos emocionamos com o milagre da vida, que se repete infinitas vezes no
ventre materno, permitindo que uma simples célula dê origem a um organismo complexo e ordenado, após nove
meses de elaboração.
Se não conseguimos representar, entender ou ver Deus, já é possível tê-lO em nossa intimidade.
Sem a necessidade de materializar ou personificar Sua figura, mas apenas senti-lO, nos mínimos detalhes da vida.
Seja no microcosmo, na intimidade da organização celular, ou no macrocosmo, nas galáxias e estrelas infindas, aí
estará a presença de Deus e de Seu amor, a cuidar de cada um de nós, Seus filhos.
***
Multiplicaram-se, através dos tempos, variados conceitos a respeito de Deus.
Por mais complexos, sempre se tornaram insuficientes para expressar toda a grandeza do Criador.
Somente Jesus logrou fazê-lo com perfeição, utilizando-se de uma linguagem simples, no entanto, portadora de
alta carga racional e emocional, chamando-O de Pai.
O designativo excelente preenche todas as lacunas deixadas por outras definições e referências.
Deus é o Pai Criador, o Genitor Divino, a Causa Incausada de todos os seres e de todas as coisas.
Enfim Deus é a Causa primária de todas as coisas, conforme explicado no ítem 1 do Livro dos Espíritos.
***
Lembremo-nos que somos filhos de Deus, cujo amor inunda o universo e se encontra presente nas fibras mais
íntimas do teu ser.
102

Por isso, nada nos deve atemorizar ou afligir demasiadamente.


Temos uma fatalidade que nos aguarda: a plenitude da vida!
Lográ-la, de imediato ou mais tarde, dependerá de nosso livre-arbítrio.
Empenhemo-nos no sentido de conseguir êxitos nos nossos empreendimentos íntimos, mesmo que a peso de
sacrifícios, recordando-nos que, em qualquer situação, Deus está conosco.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Introdução do livro FILHO DE DEUS, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#espiritismo #doutrinaespirita #Jesus #consolador #Deus #evolução #RevelacaodeDeus #FilhoDeDeus
#livrodosespiritos
103

76 - REFLETINDO SOBRE OS ACONTECIMENTOS DO DIA A DIA

Nem sempre a vida transcorre como desejaríamos.


Muitas vezes, planejamos percorrer alguns caminhos, realizar alguns sonhos, e logo nos vemos encaminhados para outras
estradas e outros desafios.
Não raro olhamos em nosso entorno e desejaríamos outra realidade. Desejaríamos que fossem bem diferentes os nossos
dias.
Menos horas de trabalho a fim de podermos gozar um tanto mais das delícias de viagens de lazer.
Gostaríamos de um marido ou esposa de mais fácil trato.
Queríamos filhos mais amorosos e compreensíveis.
Anelamos um ambiente de trabalho mais adequado, tranquilo, com pessoas mais gentis e agradáveis.
Porém nem sempre nossos desejos se realizam.
***
É verdade que ao nos endereçarmos a Deus, ao orar, frequentemente dizemos Seja feita a Sua vontade, assim na Terra como
nos céus.
Porém, na vida prática, no cotidiano nos esquecemos que a vontade de Deus se faz sempre.
Porque Sua vontade é pura bondade, justiça e amor. Ela permeia toda a nossa existência, desde nossa criação. Vela por nós
desde os primeiros dias aqui na Terra, até o momento de retorno ao mundo espiritual.
E na continuação da vida, o amor de Deus prossegue a nos conduzir os passos.
Porém, tomados por um imediatismo, uma falta de paciência, uma fé vacilante, vamos imaginando que nossa vida deveria
ter outro destino.
Não raro pensamos que não merecíamos passar por essa ou aquela dificuldade.
Enumeramos as pessoas que deveriam desaparecer de nosso convívio, pois só nos prejudicam, colocando-nos na posição de
vítimas da vida, como se assim pudesse ser.
Porém o amor de Deus alcança a todos nós, em todos os instantes da existência.
Construir esse entendimento nos faz um pouco mais dóceis e resignados perante os revezes e as dificuldades que a vida nos
oferece.
***
Por mais difíceis que se mostrem os caminhos, por mais desafiadoras que as provas se apresentem, teremos a todo momento
o amparo amoroso de Deus, podendo a Ele recorrer sempre.
Para nos explicar isso, Jesus usa a simbologia dos pássaros, que mesmo sem semearem nem colherem, nada lhes falta, pois
Deus provê as suas necessidades.
Refere-se ainda aos lírios dos campos, que não tecem, nem fiam. Contudo, Deus, Nosso Pai, os veste de forma única.
Por isso Jesus nos aconselha a não nos inquietarmos com o amanhã, fazendo-nos compreender que cada dia naturalmente
trará suas necessidades e seus deveres.
O que devemos fazer é sempre agir com retidão e justiça; com amorosidade e paz de espírito.
No mais, Deus proverá.
***
Assim, busquemos aceitar com alegria, disposição e fé o que a vida se encarrega de colocar em nossos caminhos.
Um cônjuge de mais fácil trato talvez não nos ensinasse a paciência que hoje aprendemos a ter.
Filhos mais compreensíveis talvez não nos dessem a oportunidade de construir o desprendimento e o amor incondicional
que temos hoje.
E um ambiente de trabalho mais fácil e gentil quem sabe não nos provocaria a desenvolver a gentileza, a benevolência e
compreensão que carregamos em nós.
Assim, a cada desafio que a vida nos impõe, ali também está o convite amoroso de Deus, nos chamando para o progresso e
melhora íntima.
***
Texto extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #vida #comportamento #desejos #vontade #vontadedeDeus #compreensão #fraternidade
#convitedeDeus
104

77 - SEMEAR SEMPRE O BEM

Poucas vezes nos damos conta de que a maneira com que conduzimos nossa vida, a escolha de nossos valores, nossa
postura e nossas ações são verdadeiras sementes que lançamos na estrada da vida.
E, de igual forma, obedece às normas de todo plantio. Ou seja, podemos escolher o tipo de semente, porém, uma vez
semeada, é lei da vida que a colheita aconteça, recolhendo exatamente o resultado da semeadura.
Assim, conforme o que ofertemos à vida, ela nos oferece, de retorno, os resultados devidos.
Portanto, sofrimentos ou alegrias são resultantes das nossas ações.
Não somos poucos aqueles que nos incomodamos com a quantidade de pessoas que nos cercam e se mostram
dissimuladas, preocupadas com a aparência, com o exterior.
Contudo, não nos apercebemos de que também o nosso agir é de uma complexidade desnecessária, formado de
preocupação com formalidades, títulos e reconhecimentos externos.
Consequentemente, é natural que se encontrem, em nosso círculo pessoal, muitos que procedam dessa forma, por nós
mesmos influenciados.
***
Quando pautarmos nossas ações na simplicidade e na generosidade, outros serão os que se acercarão de nós.
Assim também percebemos em nosso entorno pessoas tocadas pela frieza no agir e que mantêm um certo
distanciamento.
Entretanto, é possível que assim procedam em decorrência da indiferença com que tratamos dores e dificuldades de
nosso próximo.
Um pouco mais de compaixão em nosso olhar por certo atrairá corações mais generosos.
E, quando nos perturbar a rudeza com que alguns nos tratam, a rispidez com que se relacionam conosco, reflexionemos
se isso não se deve à forma como nós mesmos nos comportamos, sem gentileza, consideração ou brandura perante os
sentimentos alheios.
Talvez eles assim procedam pela excessiva e contundente franqueza com que insistimos em pautar nossos
relacionamentos.
Verifiquemos se não deixamos de utilizar palavras gentis e nobres, de olhar com compreensão para as dificuldades do
outro.
Esses que possam se sentir maltratados por nossa forma de agir, poderão optar por retribuir da mesma forma,
pautando-se pelo nosso modo de nos relacionarmos com eles.
De tudo isso, percebemos que se desejamos que o mundo modifique, não precisamos ir além de nosso próprio círculo
de relacionamento pessoal.
***
A chave de muitos problemas está em nós mesmos.
Um olhar mais atento sobre nosso agir fará grande diferença. Uma análise da qualidade dos sentimentos e valores que
oferecemos ao nosso próximo, nos dirá o que devemos modificar na própria conduta.
E poderemos, então, ser aqueles que, oferecendo simpatia, cortesia, gentileza, atenção para o outro, promovamos o
sadio contágio desse proceder.
A partir disso, modificaremos o nosso entorno. Consequentemente, o mundo que nos cerca, e numa progressão
sucessiva sempre mais adiante.
Quando em nosso coração abrirmos mais espaço para a compreensão, indulgência, compaixão e benevolência, teremos
a possibilidade de transformar o local onde vivemos, trabalhamos, servimos.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #bem #bondade #simplicidade #autoconhecimento #comportamento #vida #reformaíntima
#reformaintima
105

78 - NÃO SINTONIZAR COM A TRISTEZA

Por vezes, erguemo-nos pela manhã envoltos em nuvens de tristeza. Se alguém nos perguntar a causa,
com certeza não saberemos responder.
Naturalmente, atravessamos as nossas dificuldades. Não há quem não as tenha. É o filho que não vai
bem na escola, o marido que vive a incerteza do desemprego, um leve transtorno de saúde.
Nada, contudo, que seja motivo para a tristeza profunda que nos atinge.
Nesse dia tudo parece difícil. Saímos de casa e a entrevista marcada não se concretiza. A pessoa que
marcou hora conosco cancelou por compromisso de última hora. E lá se vão as nossas esperanças de
emprego, outra vez.
O material que vimos anunciado com grande desconto já se esgotou nas prateleiras, antes de nossa
chegada. A fila no banco está enorme, o cheque que fomos receber não tinha saldo suficiente.
É... Nada dá certo mesmo! Dizemos que nem deveríamos ter saído de casa, nesse dia. Agora, à tristeza
se soma o desalento, o desencanto.
Consideramo-nos a última pessoa sobre a face da Terra. Infelizes, abandonados, sozinhos.
Ninguém que nos ajude.
E, no entanto, Deus vela. Ao nosso lado, seguem os seres invisíveis que nos amam, que se interessam
por nós e tudo fazem para o nosso bem-estar.
O que está errado, então? Com certeza, a nossa visão do que nos acontece.
***
Quando a tristeza nos invade no nascer do dia, provavelmente tivemos encontros espirituais, durante o
sono físico, que para isso colaboraram.
Seja porque buscamos companhias não muito agradáveis ou porque não nos preparamos para dormir,
com a oração. Seja porque reencontramos amores preciosos e os temos que deixar para retornar à nossa
batalha diária, entristecendo-nos sobremaneira.
Ao nos sentirmos assim, busquemos de imediato a luz da prece, que fortalece e ilumina, espancando as
sombras do desalento.
Abrir as janelas, observar a natureza, mesmo que o dia seja de chuva e frio. Verifiquemos como as
árvores, quando castigadas pelos ventos e pela água, balançam ao seu compasso.
Passada a tempestade, se recompõem e continuam enriquecendo a paisagem com seus galhos, folhas,
flores e frutos.
Olhemos para as flores. Mesmo que a chuva as despedace, elas, generosas, deixam suas marcas
coloridas pelo chão, ou permitem-se arrastar pela correnteza, criando um rio de cores e perfumes pelo
caminho.
Aprendamos com a natureza e afugentemos o desânimo com a certeza de que, depois da tempestade,
retornará o tempo bom, o sol, o calor.
Não nos permitamos sintonias inferiores, porque se vibrarmos mal, nos sentiremos mal e, naturalmente,
tudo se nos tornará mais difícil.
Nunca estaremos sós. Jesus está no leme das nossas vidas, atento, vigilante, e não nos faltará em nossas
necessidades.
Se estamos tristes, abramos os ouvidos para as melodias da vida, melodias que soam das mais profundas
regiões do Amor Celeste.
106

Busquemos ajuda, peçamos socorro, não dando campo a essas energias de modo que possamos, na
condição de filhos de Deus, alegrar-nos com tudo quanto o Pai construiu e colocou à nossa disposição a
fim de que pudéssemos crescer, amar e servir.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 105, explica:
A tristeza é mensageira de sofrimento.
Não te prendas a ela, nem te permitas contaminar pelos seus miasmas.
É certo, que nem todos os dias são claros e ricos de alegria.
Há ocasiões em que o sofrimento parece dominar os quadros da tua atividade. No entanto, examinadas
as dificuldades e sentidas as dores, faze sol íntimo, afugentando a tristeza da tua mente, a fim de que
mais facilmente superes os acontecimentos provacionais.
O cultivo da tristeza abre campo a várias enfermidades da mente, da emoção e do corpo.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #emoções #paciencia #tristeza #comportamento #vida #Deus #fé #vigiareorar #vidafeliz
107

79 - COMO ANDA NOSSA ESCALA DE VALORES?

Como anda a nossa escala de valores?


Seres imortais que somos, temos buscado valorizar o que tem valor efetivo, ou ainda temos dado importância
às coisas efêmeras e fúteis?
Temos ocupado nosso tempo com coisas úteis ao progresso intelectual e moral ou somente com as coisas
passageiras, na busca de satisfações imediatas?
Esses questionamentos devem ser uma constante em nossas vidas, ou, pelo menos na vida daqueles que
realmente anseiam por melhores dias.
Alguns de nós dedicamos muito tempo relembrando ou lamentando o passado.
Ou, ainda, pensando no futuro próximo nos esquecemos de viver o presente. O momento atual. O nosso
hoje.
O passado deve nos servir de lição, de experiência, mas é passado e não pode ser modificado.
O futuro, esse sim, é construído agora, no momento atual. E não pode ser antecipado.
Por vezes, a sociedade tem se ocupado com coisas que não contribuem em nada e até são prejudiciais ao
desenvolvimento do ser.
***
Exemplo disso, nós encontramos na mídia.
Madre Teresa, que dedicou sua vida ao bem, fazendo das suas mãos uma extensão das mãos do Suave Rabi
da Galiléia, atendendo os necessitados de Calcutá, dá menos Ibope nos meios de comunicação, do que uma
luta de boxe, por exemplo.
Homens se esbofeteando ocupam os horários nobres nos telejornais, nas revistas e em outras mídias.
São pagos milhões de dólares para vê-los esmurrarem-se mutuamente e ficamos satisfeitos.
Cientistas que dedicam a vida inteira, comprometendo a saúde em busca de melhores dias para a
Humanidade, são desconhecidos, quase não se ouve falar deles.
Os piores traficantes, assassinos, sequestradores, esses sim, são notícia.
Talvez esses venham a ser os ídolos dos nossos filhos, pois desses eles ouvem falar, e muito.
Assim, vale a pena pensar sobre o que temos valorizado. Sobre que valores temos passado aos nossos filhos.
***
Enquanto pessoas vazias dão respostas tolas, quando entrevistadas, Madre Teresa expressou um pouco da
sua grande sabedoria, ao responder um pequeno questionário:
O dia mais belo? Hoje.
A coisa mais fácil? Errar.
O maior obstáculo? O medo.
O maior erro? O abandono.
A raiz de todos os males? O egoísmo.
A distração mais bela? O trabalho.
A pior derrota? O desânimo.
Os melhores professores? As crianças.
A primeira necessidade? Comunicar-se.
O que mais lhe faz feliz? Ser útil aos outros.
O maior mistério? A morte.
O pior defeito? O mau humor.
108

A pessoa mais perigosa? A mentirosa.


O pior sentimento? O rancor.
O presente mais belo? O perdão.
O mais imprescindível? O lar.
A rota mais rápida? O caminho certo.
A sensação mais agradável? A paz interior.
A proteção efetiva? O sorriso.
O melhor remédio? O otimismo.
A força mais potente do mundo? A fé.
As pessoas mais necessárias? Os pais.
A mais bela de todas as coisas? O amor.
Vale a pena anotar essas pérolas de sabedoria de alguém que foi um exemplo de vida, comprometida com
os mais nobres e duradouros valores.
***
Nas anotações de Mateus, capítulo seis, versículo vinte e um, Jesus nos chamou a atenção dizendo: Porque
onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.
Nessa frase curta e profundamente filosófica, Jesus nos deu uma fórmula infalível de avaliar onde estão
depositados nossos verdadeiros valores, que é onde nosso coração está empenhado.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #VALOR #VALORES #reflexão #sociedade #conselhos #vida #comportamento #Jesus
#riqueza
109

80 - COMEÇAR O DIA COM UMA ORAÇÃO

O homem acordou pela manhã e recordou-se de algo que lera em um livreto: Comece o dia na luz da
oração. O amor de Deus nunca falha.
E então decidiu orar:
Senhor, hoje, até o momento, me comportei bem.
Não fofoquei. Não me zanguei. Não fui ganancioso, mal-humorado, precipitado ou egoísta.
Estou realmente satisfeito com isso.
Mas, em poucos minutos, Senhor, vou me levantar, e daí em diante, provavelmente vou precisar de muito
mais ajuda. Obrigado.
***
Assim mesmo é a prece. Um diálogo franco com a Divindade, onde o ser expõe a própria alma.
Não há necessidade de longas frases, nem de palavras ensaiadas. É o que a alma sente e deixa
transbordar.
Um pedido simples, mas profundo. Um pedido de quem reconhece que a necessidade maior reside em
si mesmo, nas suas deficiências morais.
Um exame de consciência e um pedido de socorro.
A resposta é exatamente a fortaleza para vencer, a pouco e pouco, as dificuldades íntimas e ir vivendo
melhor a cada dia, conquistando a paz.
Devotando-se ao trabalho, sem se deter a observar defeitos alheios e muito menos a comentá-los,
semeia-se tranquilidade no ambiente profissional.
Não se permitindo envolver pelas teias do nervosismo, da inquietação, os problemas vão sendo
solucionados um a um, na medida em que surjam.
Sem desejar possuir em demasia, usufruir de todos os prazeres que os bens terrenos oferecem, o
homem se entrega às lutas do cotidiano, sereno e confiante.
Não se permitindo o mau humor por coisa nenhuma, por um contratempo no trânsito, um defeito
mecânico no carro, um funcionário que não atende aos deveres, a criatura distribui serenidade onde se
encontre.
Sem precipitação, ouve o seu semelhante até o fim, antes de dar respostas que nem sempre atendem
ao que o outro deseja.
Deixando de lado o egoísmo, o homem se sente feliz em compartilhar o de que disponha e se torna uma
pessoa amiga, prestativa.
Compartilhar coisas pequenas, simples, como oferecer uma carona a um vizinho, emprestar um livro,
indicar uma boa leitura.
Compartilhar o que detenhamos inclui os valores intrínsecos do ser, que tem a ver com a vida e os seus
objetivos.
***
Portanto, compartilhemos a nossa certeza da existência de Deus, da imortalidade da alma com aqueles
que se debatem no mundo, sem fé, sem rumo, sem objetivos.
E guardemos a certeza de que, se assim rogarmos a Deus que nos ajude, Ele estará conosco, auxiliando-
nos nessas pequenas grandes autoconquistas diárias, que somente redundarão em felicidade para nós
mesmos.
Cada dia é um presente especial que Deus concede aos homens.
110

Cada dia é de tal forma único, que nunca se repete. Observemos como o sol rompe a treva da noite,
trazendo a manhã radiante, sempre com um novo colorido.
As flores de ontem não estão exatamente iguais hoje. As gotas da chuva que caem em abundância não
são aquelas que rolaram em dias anteriores.
Tudo é novo a cada dia. Essa é a grande mensagem de Deus para os homens: a renovação da
oportunidade de crescer, melhorar-se e ser feliz.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 17, nos aconselha:
Não desconsideres o valor e o poder da oração.
O corpo necessita de alimento adequado para manter-se. Assim também o Espírito, que é a fonte de
vitalização da matéria.
A prece constitui um combustível de alta qualidade para a sua harmonia.
Adquire o hábito dê orar, incorpora-o aos outros mecanismos naturais da tua existência e constatarás os
benefícios disso decorrentes.
Não te negues o pão da vida, que é a prece sincera e afervorada.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #oração #prece #conselhos #dificuldades #comportamento #vida #Deus #evolução
#autoconhecimento
111

81 - DIANTE DE MOMENTOS DIFÍCEIS

Determinados períodos de nossas vidas parecem ser invadidos por sequenciados momentos tormentosos que
nos fazem esmorecer.
Amores queridos dão a impressão de marcarem seus retornos ao plano maior em datas muito próximas, não
nos dando tempo de refazer as emoções para o novo embate.
A realidade financeira faz balançar nossos negócios e afazeres.
Situações familiares de grande repercussão nos deixam anestesiados, sem encontrar saídas condizentes para
o reequilíbrio das emoções.
Muitos questionam a presença ou a ausência de Deus, do anjo da guarda, de uma proteção que nos é devida,
pois que nos sentimos fragilizados...
De fato, momentos existem que nos levam a provas imensas, como que testando nossa possível ligação com
algo ou alguém que nos possa sustentar, nos dar alívio.
Nessas horas, sentimos uma incapacidade que parece tomar conta de todas as nossas forças.
Arriamos nossa coragem e nos deixamos arrastar pelas circunstâncias que se apresentam totalmente
negativas.
O que fazer em situações como estas?
***
Importante não nos deixarmos levar por essas ondas mentais desfavoráveis.
Necessário se faz, em momentos assim, que não esmoreçamos, mas sim que busquemos tranquilizar nossos
corações e bebamos da linfa reconfortadora: a água viva, que Jesus ofertou à mulher samaritana, à beira do
poço de Jacó!
Somente buscando os ensinamentos do Mestre querido poderemos preencher os vazios que a vida vai
deixando em nós.
Ao nos ligarmos aos ensinamentos maiores, recordamos que Deus não põe em nossas costas fardo mais
pesado do que possamos carregar.
Relembramos que as dificuldades, quando aceitas com resignação, amor e paciência, tornam o fardo mais
leve.
Entendemos que, no momento da dor, quanto mais nos debatemos, irados ou inconformados, mais nos
machucamos, e multiplicamos o próprio sofrer.
Quanto mais reclamamos e maldizemos a sorte, mais fermenta em nós a ideia de que somos vítimas,
inspirando aos outros sentimentos de piedade, que nem sempre é o que precisamos.
***
Importante constatarmos que esses dias difíceis são de provas, de desafios, e não de desencanto e cessação de
esforços.
Nesses momentos, maior deve ser nosso investimento de energias para combater o desânimo.
Mais cuidadosa deve ser a aplicação dos valores morais na batalha que enfrentamos.
Depois da tempestade, o sol voltará a brilhar, clareando as dúvidas e nos dando ânimo e coragem, para o
recomeço.
O pessimismo desaparece e a disposição da alegria vibra no coração, impulsionando novos investimentos!
***
Todos, na face da Terra, passamos por dificuldades variadas, e cada qual responde com o arsenal moral
que possui.
Enriqueçamo-nos de valores morais para melhor superarmos nossas dificuldades.
Deus é Pai de amor, bondade e justiça, e não desampara ninguém.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 14, do livro MOMENTOS DE SAÚDE por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #dificuldades #problemas #autoconfiança #pensamento #vigiareorar #vida
#comportamento #desânimo
112

82 - REFLETINDO SOBRE O AMOR

Um homem, desiludido da vida, foi em busca de um profissional, pois precisava de ajuda para o seu peito
oprimido.
Começou dizendo que não amava mais sua mulher, e por isso, queria se separar.
O terapeuta o observou e lhe disse que seu caso era simples, desde que esclarecidos determinados pontos.
Continuou, falando que ele deveria amar sua esposa e tratá-la com ternura.
Inquieto, o homem afirmou que não sentia mais nada pela sua mulher, e que precisava de ajuda para
conseguir separar-se dela.
Novamente, ouviu que deveria amá-la com ternura.
Aquele homem, que esperava uma solução simples, prática e plausível, sentiu-se muito desconfortável.
Diante disso, falou o profissional, dando um novo colorido à situação:
Amar é uma decisão, não é apenas um sentimento.
Amar é dedicação e entrega, é ternura e carinho.
Amar é um verbo, e o fruto dessa ação é o amor.
O amor é um substantivo, um exercício de jardinagem.
É preciso arrancar o que faz mal, pela raiz, preparar o terreno, semear, ter paciência, regar, cuidar...
Podem aparecer pragas, vir a seca, nem por isso devemos abandonar o jardim.
Assim, devemos amar nosso par, aceitá-lo, valorizá-lo, respeitá-lo, dar amor e ternura, admiração e
compreensão.
Por isso é que o caminho mais correto para o seu caso, é amar.
Ame simplesmente, ame!
E aquele homem, antes desconfiado, agora pensativo, saiu com o firme objetivo de pensar naquela receita:
amar é um verbo, uma ação. Amor é um substantivo, um exercício.
***
Descartar o que, aparentemente, não mais nos serve e incomoda, é muito prático e conveniente.
Não exige muito, apenas um pouco de coragem e ousadia.
Quando, porém, nossos sentimentos amadurecem e passamos a desejar ao outro o que queremos para nós,
tudo muda.
Benditos sejam os que fazem pensar, meditar.
Abençoados os que nos mostram a situação vivenciada sob um ângulo mais claro.
A vida é uma escola, onde as lições de cada dia servem de despertador, para fazer acordar determinadas
situações.
Temos necessidade de descobrir os potenciais ocultos em nós próprios.
Sempre é momento de dedicarmos carinho, ternura e amor, a quem compartilha nossos caminhos na vida.
Aprendemos que é necessário fazer o bem na medida de nossas forças.
Mais: que responderemos por todo o mal que resultar do bem que não fizermos.
Assim sendo, não podemos nos considerar inúteis.
Deus está presente em nós.
Busquemos auxílio e auxiliemos nossos amores a crescerem na vida.
***
Os tesouros de bondade, levamos no coração, para serem espalhados ao nosso redor.
113

Mesmo que não tenhamos a riqueza da cultura intelectual, sempre podemos espalhar a riqueza dos bons
sentimentos.
Podemos não ser imensamente felizes, mas poderemos nos felicitar com o bem-estar que semearmos.
A vida nos apresenta oportunidades a cada novo dia.
Somos filhos de Deus, e estamos mergulhados no Seu amor.
Se ainda não começamos a agir de acordo, sempre é tempo de começar.
A inteligência sem amor nos faz perversos.
A vida sem ternura e amor não tem sentido.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 21, afirma:
O amor é tônico da vida.
Quando se centraliza nos interesses inferiores do sexo e das paixões primitivas, torna-se cárcere e deixa de
ser o sentimento elevado, que dignifica — libertando.
Examina os teus sentimentos, na área afetiva e observa se eles te desarmonizam ou tranquilizam.
Através da sua qualidade, detectarás, se amas ou apenas desejas.
O verdadeiro amor supera o egoísmo e trabalha sempre em favor da pessoa querida.
Ama, portanto, sem escravizar aquele a quem te devotas, não se lhe escravizando também.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #amor #ternura #compreensão #comportamento
114

83 - A TRANSITORIEDADE DA VIDA

Em face das preocupações que te ocupam a tela mental, levando-te a inquietações desnecessárias, seria
válido que fizesses uma avaliação em torno de teu comportamento.
Convidamos a uma rápida análise de fatos ocorridos em tua existência.
Retorna, psiquicamente, há apenas cinco anos, no teu passado recente e procura recordar as aflições
que então te maceravam a alma.
Enfermidades que te minavam o organismo, ameaçando-te a existência física; problemas de sentimento
emocional que te entristeciam; solidão amarga em que te refugiavas; incertezas no trabalho que te
oferecia recursos para uma vida honrada; expectativa em torno de metas que pareciam tardar;
abandono de amigos que se apresentavam como irmãos...
Mudemos a tônica das lembranças.
Talvez estivesses cercado pela ternura de afetos que te afirmavam ser de natureza eterna; possuías
saúde e equilíbrio orgânico invejáveis; quem sabe tivesses motivações emocionais para avançar;
independência econômica, segurança no trabalho, bem-estar social e harmonia doméstica.
Cinco anos. Em apenas cinco anos, observa quantas mudanças ocorreram no trânsito das tuas horas.
As enfermidades ameaçadoras partiram, os males desapareceram, o trabalho se te afirmou ideal, novos
amigos vieram ter contigo...
Surgiram metas promissoras e não poderias supor, naquela ocasião que, em determinado momento
futuro, te encontrarias fortalecido e alegre, considerando os problemas então vigentes.
Cinco anos… Provavelmente, o afeto que acariciavas saiu do teu lado, deixando-te em aflição; a saúde
bateu em retirada, os sentimentos ficaram em transtorno...
O ganha-pão tornou-se-te lugar de sofrimento; os recursos de que dispunhas mudaram de mãos; a
convivência social modificou-se em relação às pessoas...
E ainda, o lar, que parecia tão bem estruturado, encontra-se em frangalhos...
Essas ocorrências tiveram lugar em somente sessenta meses!
***
A existência humana é transitória e cheia de surpresas.
O que parece duradouro, torna-se de rápida permanência.
A segurança diminui ou a intranquilidade asserena-se.
Tudo está em constante modificação.
O importante é saber como conduzir-se nas múltiplas etapas em que a vida se manifesta.
Ninguém se encontra, na Terra, em regime de exceção, portanto, sem ocorrências inesperadas, tanto
boas quanto más, alegres quanto aflitivas.
Sendo um planeta de provações e de expiações, a transitoriedade é a sua marca.
O que é muito bom, porque, da mesma forma que as questões gentis e felizes alteram-se, também
aquelas de natureza destrutiva, angustiante, cedem lugar a outras mais amenas e confortadoras.
Não fosse assim, e ninguém suportaria a presença do sofrimento sem consolo, nem esperança.
Desse modo, nunca te permitas perturbar por acontecimentos que fazem parte do teu currículo
evolutivo, já que tudo ocorre de acordo com a programação básica mais útil à tua libertação espiritual.
Nos momentos bons, carreguemos as forças, o ânimo. Nos momentos pesarosos, aprendamos,
reflitamos e, em todos eles, continuemos crescendo para Deus.
115

***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 169, aconselha:
Vez que outra acompanha um féretro, a fim de aprofundares reflexão no fenômeno biológico da vida e
no da morte.
Diante da ocorrência com os outros, poderás despertar para o que te irá suceder, inevitavelmente.
A eternidade é do Espírito, enquanto a experiência do corpo é transitória e breve.
Por este momento tens a sensação de que tudo está bem e será duradouro. Até quando, porém? E qual
a garantia que tens, a respeito do prazo que te está concedido?
Assim, vive bem; entretanto, não descartes a possibilidade do teu retorno, o que, aliás, é o mais seguro
de todos os acontecimentos.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 28, do livro O AMOR COMO SOLUÇÃO por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #amor #transitoriedade #preocupações #autoconhecimento #avaliação #vida #comportamento #reflexão
#desencarne
116

84 - TESTAMENTOS

Você já se deu conta de que, de modo geral, costumamos doar nossos bens, somente após a morte?
Naturalmente, isso equivale a dizer que legamos nosso patrimônio a parentes próximos ou distantes, registrando
em testamento as nossas vontades.
Estabelecemos divisões equitativas ou não, dispondo de bens móveis e imóveis, joias, títulos financeiros, cédulas
e moedas, em favor dos que permanecem na carne.
Alguns de nós, mesmo nessas disposições últimas, impomos condições aos herdeiros a fim de que possam colocar
as mãos no que lhes legamos.
Registramos desejos absurdos que retratam, em síntese, que mesmo partindo para a vida espiritual, pretendemos
prosseguir a comandar vidas alheias, graças aos legados que lhes dizemos doar.
Por vezes, vamos ao ponto de determinar o que os herdeiros deverão fazer com os valores que lhes dispensamos.
Colocamos cláusulas testamentárias estabelecendo que certas porcentagens sejam direcionadas à prática da
caridade, de forma direta ou através de instituições.
Nesse caso, convenhamos, se somos cristãos sabemos que é nosso dever atender o irmão sofredor, o quanto
antes, e por nós mesmos pois que Jesus nos ensinou que mais importante do que dar é dar-se.
Igualmente temos consciência de que o bem só tem valor real quando parte do coração e ao coração se dirige.
O que quer dizer que distribuição do que quer que seja, por imposição, não trará jamais o selo do amor e da
doação espontânea.
***
Temos a pensar ainda que, se durante os anos de nossa vida, não nos esmeramos em exemplificar a caridade, se
não nos preocupamos em ensinar aos filhos, netos, sobrinhos, ou quem quer que seja, o verdadeiro sentido da
caridade, como pretendermos que eles a pratiquem, sob dispositivo de cláusula testamentária?
Cumpre-nos revisar nossa postura perante a vida.
Primeiro, iniciando a partilha do que excede em nossos armários, sejam roupas, calçados, alimentos, livros etc.
Segundo, educando aqueles por quem somos responsáveis, à meridiana luz do verdadeiro Cristianismo.
Tudo isso, enquanto é tempo, enquanto estamos a caminho, enquanto a lucidez nos comanda o raciocínio.
Repartir o pão do corpo e da alma, distribuir o de que disponhamos, em favor do nosso irmão, é medida que
prescreve o Cristianismo, desde os versos primeiros da Boa Nova.
***
Você sabia que os recursos amoedados devem sempre ser entendidos como meios e não como meta em nossas
vidas?
E que na Terra, as coisas têm o valor que lhes damos? Entre outras, o dinheiro tem o peso exato que lhe
oferecemos.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 188, nos aconselha:
Nunca te omitas ante a tarefa de auxiliar.
Não somente com o dinheiro, a posição social relevante, o poder se dispõe de recursos para ajudar.
A palavra gentil é geradora de estímulos e valores que logram resultados preciosos.
O verbo tem erguido civilizações, como levado multidões à guerra, à destruição.
117

Usa a palavra para socorrer, emulando as pessoas caídas a levantar-se, os que dormem a despertar, os
errados a corrigir-se, os agressivos a acalmar-se.
Fala com elevação e bondade, tornando-te microfone fiel a serviço do bem.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Verbete DINHEIRO, do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, v.1 por Joanna de Ângelis e
Divaldo Franco
***
#momentoespirita #caridade #dinheiro #possesmateriais #autoconhecimento #comportamento #vida #testamento #conselhos
#vidafeliz
118

85 - O EXERCÍCIO DA PACIÊNCIA

Jesus, nosso Mestre e Guia, com toda Sua bondade e amor nos ensinou que não devemos nos inquietar com o
amanhã, pois Deus, Nosso Pai, conhece todas as nossas necessidades e cuida de todos nós.
Ninguém está sozinho e desprotegido.
Todos nos encontramos sob o amparo e a proteção do Pai Celestial.
Por que, então, ficamos inquietos com as ocorrências da vida?
Se confiamos em Deus e em nosso Irmão Maior Jesus, por que nos afligimos tanto?
Importante seria fortalecermos a nossa confiança para vivermos de forma mais tranquila.
Uma virtude que nos pode auxiliar nesse objetivo chama-se paciência.
Ela nos poderá auxiliar a ter mais serenidade com os acontecimentos do presente e mais confiança no que poderá
ocorrer no futuro.
***
A PACIÊNCIA é a medida metódica e eficaz que ensina a produzir no momento exato a tarefa correta.
Sirvamo-nos desse recurso.
Devemos agir sempre, cumprindo com nossas obrigações e buscando alcançar nossos objetivos.
No entanto, nosso agir deve ser sem precipitação, sem a exagerada euforia do primeiro momento, que não se
mantém com o tempo.
Diante das dificuldades que a vida nos apresenta, a impaciência não nos ajudará a superá-las.
Ao contrário, poderá perturbar ou destruir as nossas resistências.
Precipitação traduz desarmonia, perturbação, com agravante desconsideração ao tempo.
Por isso, se faz importante que façamos exames detalhados da situação, a partir de uma reflexão ponderada, antes
da tomada de qualquer decisão e atitude.
Para essa reflexão, a paciência pode ser uma importante companheira.
***
A paciência significa autoconfiança.
O que hoje não consigamos, perseverando com dignidade e paciência, haveremos de alcançar amanhã.
Lembremos que a vida é semelhante a uma escola.
Cada um dos integrantes do grupo escolar deve cumprir o seu papel para que a escola funcione de forma eficaz e
atinja seus propósitos, que é a educação.
Cada aluno deve adquirir, ao longo de sua permanência na escola, os conhecimentos e habilidades necessárias
para uma vida digna.
Para tanto, devem se dedicar na análise dos problemas, dos textos, das questões apresentadas.
Com reflexão e uso dos conhecimentos adquiridos, buscar o entendimento e a solução para as situações propostas.
Também precisam realizar provas, que são os momentos de avaliação do conhecimento obtido ao longo de um
período.
Muitos estudantes não alcançam êxito nas provas, não pelo desconhecimento do conteúdo, mas pela ansiedade
na sua realização.
A paciência, também, nesses casos, se faz imprescindível.
É, igualmente, na escola que os alunos desenvolvem a sociabilidade, aprendendo no convívio com os outros
colegas, professores e funcionários, o respeito e a solidariedade.
***
A paciência é a virtude que nos auxilia na conquista dos bens do corpo, da alma e da sociedade.
Ela ensina a técnica de como se deve aguardar, quando não se pode ter imediatamente o que se deseja.
119

Assim, aprendamos a controlar nossa irritação pois a paciência nos auxiliará a tudo vencer.
Reflitamos sobre essa virtude e passemos a colocá-la em prática em nossas vidas.
Acalmemo-nos, pensemos um tanto mais, a fim de alcançar a melhoria das condições de nossas vidas e do serviço
no bem.
Sirvamo-nos da paciência para agirmos, produzirmos o que seja positivo, e irmos, a pouco e pouco, descobrindo a
felicidade que está ao nosso alcance.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 34 do livro CONVITES DA VIDA, v.1 por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #paciência #paciencia #autoconfiança #autoconhecimento #comportamento #vida
#dever
120

86 - TENTAR VENCER SEUS PRÓPRIOS LIMITES

Você já se sentiu, alguma vez, a pessoa mais incapaz da face da Terra?


Por que será que isso acontece?
Vamos refletir um pouco sobre essa questão.
Considere, em primeiro lugar, que você é uma pessoa única, não existe ninguém no Universo igual a você.
Você tem uma soma de experiências só suas. Tem sentimentos únicos e tem limites que são somente seus.
Então, é provável que ao tentar superar outra pessoa, tenha a sensação de que não é capaz e se frustre.
Se uma pessoa muito ligada a você, por exemplo, inicia um curso qualquer, e você não tem o mínimo
talento para essa atividade, sente-se inferior.
Se um amigo começa um regime para emagrecer, e você está se sentindo um pouco acima do peso, faz
o mesmo regime e não perde um único grama, sente-se infeliz.
Se, na Academia que frequenta, as pessoas ao seu redor fazem proezas enquanto você apenas faz
tentativas vãs, a vontade de desistir é quase inevitável.
Essas, entre tantas outras situações, podem ocasionar desestímulo e sensação de fracasso.
No entanto, ao admitir que você é um ser único, e não há no Universo ninguém igual a você, todas as
frustrações desaparecem.
Ao invés de olhar ao redor, tentando superar os outros, buscará conhecer suas próprias possibilidades,
talentos e limitações, e buscará superar a si mesmo.
E então, cada conquista, ainda que mínima, será uma vitória real.
Considere que você, e somente você, deve servir de parâmetro quando se trata de conquistas próprias.
***
As conquistas dos outros são dos outros, e todos tiveram ou têm limitações a superar e talentos
conseguidos com os próprios esforços.
Não há dúvida que podemos almejar determinadas conquistas que outros já possuem, mas não devemos
querer tê-las prontas.
Cada esforço deve ser tentado com lucidez, pela autossuperação, e não por desejar superar a quem quer
que seja.
Sempre existe algo que você faz melhor que os outros e algo que os outros fazem melhor que você, e
isso não deve ser motivo para desanimar.
A verdadeira grandeza está justamente em reconhecer essa realidade e aceitá-la com maturidade.
Embora haja um forte apelo social para que acreditemos que somos uma massa uniforme, que devemos
seguir determinados padrões, continuamos a ser indivíduos únicos.
Reflita sobre essas questões e tenha uma conversa consigo mesmo.
Analise-se com carinho e atenção, para conhecer seus limites e tente superá-los, sem neuroses.
Conheça seus talentos e reforce-os, sem pretensões descabidas.
Cresça de forma efetiva, para ser a cada dia melhor que no dia anterior. Melhor que você mesmo, e não
melhor que os outros.
Não há clones de você e tampouco você é clone de alguém, por mais que se pareça fisicamente com
outra pessoa.
Nem mesmo irmãos gêmeos estão nivelados nas experiências. Cada um tem seus limites e
potencialidades singulares.
121

***
Você é uma Consciência ímpar.
Pode até imitar muito bem outras pessoas, mas ainda nisso você será sempre único.
Seu perfume espiritual é único. Suas emoções são intransferíveis.
Deus criou você para que seja você mesmo, ninguém mais.
Pense nisso, e busque vencer os próprios limites para ser cada dia melhor que na véspera.
***
Extraído do Momento Espírita (título original: Auto-superação)
***
#momentoespirita #limites #autoconfiança #autoconhecimento #comportamento #vida #fé #conquistas
#dificuldades
122

87 - RECLAMAR E EXEMPLIFICAR

Na vida cotidiana, são constantes as reclamações a respeito do proceder alheio.


É comum se achar que o outro faz pior ou menos do que deveria.
Empregados criticam os patrões.
Empregadores acham que seus contratados não trabalham como deveriam.
Esposas consideram que seus maridos não as auxiliam o suficiente nas tarefas do lar.
Esposos se sentem incompreendidos quanto ao cansaço que decorre de seu trabalho.
De um modo ou de outro, sempre se espera bastante do próximo.
Ocorre que ninguém consegue modificar o semelhante à custa de meras exigências ou reclamações, por
fundadas que pareçam.
Já grande é o poder transformador do exemplo.
Mais efetivo do que bradar contra os erros do mundo é viver com acerto.
***
Se você ainda não pode ser considerado um padrão de conduta, lembre-se de que dispõe de pleno poder
modificativo sobre si próprio.
A qualquer momento, pode decidir ser compreensivo, trabalhador, generoso e puro.
Por certo, o mundo desafiará tais decisões, tão logo sejam tomadas.
Mas tudo tem um princípio e demora um tempo para se consolidar.
Os maus hábitos de hoje foram construídos em algum momento da jornada milenar.
Em algum instante, a criatura se permitiu o princípio de qualquer leviandade que hoje a infelicita.
Vícios e virtudes são a tragédia ou o tesouro que se constrói com o tempo.
Os vícios ensejam dores e candidatam seu possuidor a sacrificadas vivências de depuração.
Já as virtudes trazem paz e plenitude.
***
Para ser feliz, incumbe a cada qual desenvolver em si as virtudes mais sublimes, passo a passo.
Cesse, pois, reclamações e pare de se angustiar com o proceder alheio.
Perante o egoísmo que impera no mundo, seja quem auxilia e ampara.
Em face de perversões, mantenha um padrão puro de conduta.
Mesmo entre maledicentes, zele para que sua boca não seja causa de escândalo.
Em um ambiente corrupto, seja rigorosamente honesto.
É maravilhoso que você esteja em condições de perceber e viver o bem, enquanto muitos ainda não o
conseguem.
Não menospreze essa dádiva, apenas com base no proceder equivocado dos outros.
Na impossibilidade de modificar o semelhante, cresça em compreensão.
E jamais olvide o poder dos exemplos.
Sua conduta ilibada e desprendida, cedo ou tarde, causará impacto nos que o rodeiam.
Revele a luz que existe em seu ser!
O primeiro a beneficiar-se da luminosidade será você, que gozará da bênção de uma consciência
pacificada.
***
123

Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 76, nos aconselha:


Dilui a queixa sistemática, que te torna uma pessoa de difícil convivência.
È muito desagradável a companhia de alguém que está sempre a reclamar, vendo defeitos em tudo e
desejando que o mundo gire na sua órbita e de conformidade com a sua maneira de ver as coisas.
Não poderás modificar os outros, porém, deves empenhar-te para conseguir a própria transformação
para melhor.
Se tudo te desagrada e estás, costumeiramente, reclamando, cuidado, porquanto esta é uma atitude de
quem está de mal com a vida e vive mal consigo mesmo.
É necessário que te toleres, aprendendo a ser tolerante com o próximo.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reclamações #reclamar #criticas #julgamento #comportamento
#comportamentohumano #aprendizado
124

88 - USO ADEQUADO DAS PALAVRAS

Afirma um provérbio popular que o homem é senhor das palavras não ditas, mas escravo das que profere.
Isso porque, após pronunciadas, são como penas ao vento. Impossíveis de serem recolhidas.
Os homens públicos, não poucas vezes, têm se dado muito mal por falarem, de forma apressada, sem
refletirem, expressando o que lhes vêm à mente, de rompante.
Por mais que, posteriormente, busquem ajustar, acertar, dificilmente são sanados os efeitos, na
totalidade. Mesmo porque muitos dos que ouviram, inicialmente, poderão não ser alcançados pelas
explicações dadas posteriormente.
No relacionamento entre patrões e empregados, a questão não se faz diferente.
Funcionários podem ser dispensados por terem utilizado mal o verbo, desrespeitando colegas ou
superiores. Ou por passarem informações inverídicas, comprometendo a imagem da empresa.
Por sua vez, patrões que não têm a devida sensibilidade, podem sofrer ações punitivas, quando agridem
verbalmente aos seus empregados.
Entre amigos, a questão se faz ainda mais delicada.
Confidências feitas nos momentos em que tudo vai bem são repassadas, sem critério, a muitos, quando
o laço afetivo se rompe.
Aquele que desvelou o mundo íntimo fica corroído de tristeza e inseguro, ante a possibilidade de não
serem honradas as reservas que o assunto requer.
O outro, por sua vez, seja por maldade ou por revanchismo, resolve tudo espalhar, denegrindo a imagem
do que lhe era amigo até há pouco.
***
Nos dias atuais, com as facilidades das redes sociais, esse procedimento tem tomado maior vulto.
Sem refletir, pessoas informam a muitas outras, questões que deveriam ser confidenciais. Também
inverdades, calúnias, maldades.
Pela rapidez, logo alguém é alvo de suspeitas, queixas e olhares críticos.
Assim se destroem reputações de indivíduos e de instituições.
Por vezes, totalmente infundadas, as notas alcançam o alvo, amolentando as forças do agredido,
provocando-lhe distúrbios físicos e psíquicos. Ou criando, no caso de instituições, entraves de variada
ordem.
***
Por tudo isso, os que nos dizemos ser os seguidores de Jesus, necessitamos repensar nossa forma de
agir.
Não utilizemos a palavra escrita ou falada para denegrir pessoas ou instituições.
Reflitamos antes, ponderando se o que nos move não é simplesmente o egoísmo, ou a inveja ou
qualquer outra paixão menos feliz.
Nesse caso, refreemos o impulso. Se nosso intuito é de ajudar, o primeiro a ser procurado é o próprio
interessado.
Se, alertado, ele não se deseja modificar, deixemo-lo. Assim também age a Divindade para conosco, não
nos violentando a vontade.
Que bem nos fará divulgarmos o que de errado pratica alguém? A quem aproveitará?
Se nos move o intuito de preservar trabalhos, instituições, ainda aí guardemos reserva.
125

Busquemos os responsáveis, propondo mudanças, alterações, antes de destruir trabalhos de muitos


anos.
Jesus ensinou que se alguém tiver algo contra seu irmão, deve ir ter com ele.
***
Evita alardear o mal ou ser mensageiro das trevas. O mundo já é suficientemente infeliz, com a maldade
que vige.
Utiliza a tua palavra para estimular as criaturas ao bem.
Busca a virtude, oculta embora, como violeta pequena entre as folhas no jardim, e demonstra-a.
Acredite: o mal somente distende tentáculos sempre mais ameaçadores sobre as criaturas, porque lhe
fornecemos energias.
Sê tu aquele que projeta luz. Sê a tua palavra a da alegria, do bom ânimo, do fortalecimento moral.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #palavra #palavras #comportamento #comportamentohumano #prudência #equilibrio #bem
#mal #sabedoria
126

89 - APRENDER HOJE

Existem muitas oportunidades na vida que perdemos por estarmos olhando na direção oposta. Ou, por
estarmos distraídos, e só nos darmos conta quando a brisa da sua passagem nos atinge, ou seja, tarde
demais.
Existem criaturas infelizes, no mundo, porque não pronunciaram certas palavras, não tomaram
determinadas atitudes, enfim, não fizeram algo que lhes teria sido muito importante.
Foi certamente pensando em tudo isso, que William Shakespeare escreveu o poema EU APRENDI e
que, numa tradução livre, diz mais ou menos assim:
Eu aprendi que a melhor sala de aula do mundo está aos pés de uma pessoa mais velha.
Eu aprendi que basta uma pessoa nos dizer: “Você fez meu dia”, para ele se iluminar.
Eu aprendi que ter uma criança adormecida nos braços é um dos momentos mais pacíficos do mundo.
Eu aprendi que ser gentil é mais importante do que estar certo. Eu aprendi que sempre podemos orar
por alguém quando não temos a força para ajudá-lo de alguma outra forma.
Eu aprendi que não importa quanta seriedade a vida nos exija, cada um de nós precisa de um amigo
brincalhão para se divertir junto.
Eu aprendi que, algumas vezes, tudo de que precisamos é de uma mão para segurar e um coração para
nos entender.
Eu aprendi que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos.
Eu aprendi que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular.
Eu aprendi que ignorar os fatos não os altera.
Eu aprendi que cada pessoa que conhecemos deve ser saudada com um sorriso.
Eu aprendi que devemos sempre ter palavras doces e gentis, pois amanhã talvez tenhamos que engoli-
las.
Eu aprendi que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar nossa aparência.
Eu aprendi que não podemos escolher como nos sentir, mas podemos escolher o que fazer a respeito.
Eu aprendi que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre
enquanto estamos escalando a montanha.
E, finalmente, eu aprendi que quanto menos tempo temos, mais coisas conseguimos fazer.
***
Se temos avós no lar, aproveitemos para lhes ouvir as histórias das suas vidas. Aproveitemos a sua
sabedoria antes que eles partam para as terras espirituais e fiquemos amargando a saudade.
Se temos crianças no lar, aproveitemos para lhes observar o sono, povoado de sonhos doces e ainda
frescos dos orvalhos das manhãs.
Aprendamos com elas a nos entregar ao sono em tranquilidade e paz, usufruindo de cada momento para
uma verdadeira recomposição das forças da alma.
Se temos conosco mãe, pai, um amor, digamos hoje, enquanto o sol brilha e as nuvens espalham manchas
brancas no céu azul, digamos o quanto eles são importantes para a nossa vida, o quanto os amamos, o
quanto os queremos bem.
Façamos isso hoje, já, agora, antes que o dia passe, a noite venha e as palavras morram, estranguladas,
em nossa garganta, pela oportunidade desperdiçada, outra vez.
***
Toda pessoa que pensa, enfrenta problemas e desafios, porquanto a vida no corpo transcorre sob a
ação de variadas situações difíceis.
Aprendamos a conviver com eles, tentando resolvê-los, quanto possível, sozinhos. Se não o
conseguirmos, busquemos a experiência de outrem e lutemos até solucioná-los no momento próprio.
Não empurremos nossos problemas para outrem, pois eles também tem os seus, mesmo que não o
demonstrem.
127

É desrespeito sobrecarregar o próximo com os nossos problemas, sem considerar as aflições que,
certamente, lhe pesam sobre a existência.
Um problema hoje solucionado é lição para os que estão por vir.
Aprendamos a resolvê-los, para viver em paz.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Tradução livre do texto I have learned, de William Shakespeare e livro VIDA FELIZ, 190.
***
#momentoespirita #aprendizado #autoconhecimento #comportamento #reflexão #dificuldades #aprender
#problemas
128

90 - VALORIZAR A NOSSA FAMÍLIA

A família é referência fundamental para qualquer criança. É o seu primeiro espaço de convivência.
O mundo se transforma constantemente, os conceitos mudam, os valores se alteram, mas nada destrói a importância
da família.
Não importa qual seja a sua aparência, a sua formação, o seu ritmo, é na família que se aprende e se fortalecem os
valores éticos.
É onde se vivem sagradas experiências afetivas, emocionais e morais.
É o primeiro espaço que ocupamos no mundo, e nada a substituirá em nossos corações.
É o verdadeiro ninho de sobrevivência e proteção onde o grupo cria e alimenta laços de estima insuperável, capaz de
promover a solidariedade e instaurar as bases do amor.
É no seio familiar que se faz a transmissão de valores, costumes e tradições de um clã.
***
Quando se realiza uma boa educação dentro do lar, seus elementos levarão consigo uma base sólida e segura para os
desafios da sociedade.
Mesmo com os problemas que ocorrem cotidianamente, é junto da família que construímos a fortaleza que nos
protegerá e sustentará nas lutas da vida.
Sem a família, com toda a importância que representa para as criaturas, o mundo seria um verdadeiro caos.
O diálogo, a amizade, o carinho familiar conferem a estrutura emocional para uma vida repleta de bons sentimentos e
o cultivo das virtudes que tanto nos enriquecem.
Podemos afirmar que a família é a esperança sempre viva para uma Humanidade melhorada.
É a instituição capaz de solidificar atitudes afetivas e sentimentos mais profundos e significativos.
Reveste-se de especial importância por seu valor inestimável.
Ao reunirmos nossos amores no recinto familiar não percamos a oportunidade de lhes declararmos nosso amor, carinho
e respeito.
E, em nossas orações, agradecidos a Deus, peçamos a bênção suprema para a nossa maior riqueza na face da Terra:
Nossa Família!
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 186, recorda:
O lar é o templo da família.
Os filhos são empréstimos divinos para a construção do futuro ditoso.
Todo o tempo possível deve ser aplicado na convivência familiar, através dos diálogos, dos exemplos, tomando-se o
método mais eficaz de educação.
Os hábitos adquiridos no lar permanecem por toda a existência e se transferem para além do corpo.
Educar é viver com dignidade, deixando que se impregnem dos conteúdos, com vigor, aqueles que participam da
convivência doméstica.
Tudo quanto invistas no lar, retornará conforme a aplicação feita.
Faze do teu lar a oficina onde a felicidade habita.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #aprendizado #família #comportamento #reflexão #educação #lar #familiares
#familiarestaurada
129

91 - DISCIPLINAR O PENSAMENTO
Você consegue imaginar quantos pensamentos temos por dia?
Estudiosos informam que temos entre sessenta a noventa e cinco mil pensamentos em vinte e quatro horas.
É uma quantidade realmente muito grande...
Isso significa, por exemplo, que durante esta mensagem poderemos chegar a ter entre duzentos a trezentos e trinta
pensamentos!
Trazemos então uma primeira reflexão: Quantos desses tantos pensamentos diários são bons, úteis?
Quantos são maus, inúteis?
Infelizmente a maioria deles ainda não pode ser classificada como pensamentos saudáveis e construtivos, porém,
existem formas de se disciplinar o pensar, pois bem pensar é a elevada forma de se viver.
***
Aqui vão alguns ensinamentos importantes a respeito da disciplina do pensamento.
Se meditarmos em assuntos elevados, na sabedoria, no dever, no sacrifício, nosso ser impregna-se, pouco a pouco, das
qualidades de nosso pensamento.
É por isso que a prece improvisada, ardente, o impulso da alma para as potências infinitas, tem tanta virtude.
É preciso aprender a fiscalizar os pensamentos, a discipliná-los, a imprimir-lhes uma direção determinada, um fim nobre
e digno.
Cada tipo de pensamento tem que ter a sua hora, o seu lugar. Não devemos estar em casa, com a família, e com os
pensamentos em outro lugar, como, por exemplo, no ambiente de trabalho.
Cada vez que surja um mau pensamento, essa fiscalização fará com que um alerta se acenda em nós, e tomemos alguma
atitude para expulsá-lo o mais rápido possível.
É bom também viver em contato, pelo pensamento, com escritores de gênio, com os autores verdadeiramente grandes
de todos os tempos e países, lendo, meditando sobre suas obras, impregnando o nosso ser da substância de suas almas.
É necessário escolhermos com cuidado nossas leituras, depois amadurecê-las e assimilar-lhes a quintessência. Em geral
lê-se demais, lê-se depressa e não se medita.
***
O estudo silencioso e recolhido é sempre fecundo para o desenvolvimento do pensamento. É no silêncio que se
elaboram as obras fortes.
Há também a prática de meditar. Na meditação o Espírito se concentra, volta-se para o lado grave e solene das coisas.
A luz do mundo espiritual banha-o com suas ondas.
Evitemos as discussões ruidosas, as palavras vãs, as leituras frívolas.
Sejamos sóbrios de jornais, TV e Internet. O contato com essas mídias, fazendo-nos passar continuamente de um
assunto para outro, torna o Espírito ainda mais instável.
A alma oculta profundezas onde o pensamento raras vezes desce, porque mil objetos externos ocupam-no
incessantemente.
Disciplinar os pensamentos significa disciplinar a vida, e escolher caminhos mais seguros.
Na nascente de todos os atos, palavras e ideias estão os pensamentos. Mudemos a matriz e teremos uma vida renovada
e mais feliz.
Lembremo-nos: bem pensar é a elevada forma de viver!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#autoconhecimento #disciplina #pensamento #comportamento #momentoespirita
130

92 - MOMENTOS DE DECISÃO

A vida é feita de momentos, que surgem e passam. E de conformidade com nossa decisão, darão origem
aos estados de paz ou de aflição.
São os momentos de decisão feliz que nos garantem a harmonia íntima, assim como os momentos de
decisão infeliz nos conduzem à amargura e à dor.
Saulo de Tarso, num momento de desequilíbrio, saiu a perseguir os homens do caminho.
Num momento sublime encontrou Jesus e tomou a mais notável e valiosa resolução, que dele fez o
perfeito Apóstolo das gentes...
Num momento de prece, Maria recebeu a anunciação da chegada do Messias...
Num momento de paz, na Terra, Jesus nasceu em singular estrebaria para mudar os rumos da História.
Num momento de confiança, Nicodemos rogou a entrevista que lhe abriu horizontes infinitos sobre "a
necessidade de nascer de novo..."
Num momento feliz, "a mulher samaritana" travou o diálogo que lhe mudou o roteiro da existência...
Num momento de piedade, "o bom samaritano" tornou-se o símbolo da solidariedade por
excelência, constantemente lembrado para nossa edificação...
Num momento de fé, a portadora de processo hemorrágico libertou-se do grave mal que a martirizava...
Num momento de irreflexão, "o moço rico" perdeu a oportunidade de ganhar a jornada...
Num momento de dor, a "mulher adúltera" encontrou a piedade do Mestre e renovou-se para avançar
vida afora...
Num momento de inveja, alguns fariseus tentaram embaraçar o Senhor e se confundiram a si mesmos.
Num momento de amor, Jesus libertou o obsesso de Gadara, que padecia a cruel presença de mentes
perturbadoras...
Num momento de desequilíbrio, Judas traiu o Cristo...
Num momento de fraqueza moral, Pedro negou o amigo... Em momento de grande fortaleza íntima,
entregou-se ao martírio, em nome e por amor da verdade.
Num momento de covardia, Pilatos lavou as mãos e perdeu a maior bênção da vida...
Num momento de heroísmo, mulheres piedosas deram testemunho da grandeza do amor,
acompanhando o Sublime Condenado...
Num momento de loucura coletiva, os homens crucificaram Jesus...
Num momento de luz, o Mestre ressuscitou, e até este momento é "o Caminho, a Verdade e a Vida."
São momentos de decisão!
***
Há momentos em nossas vidas, que não aproveitamos. Momentos que passamos na inutilidade ou nos
comprometendo com os erros. Momentos que nos produzem aflições e dores sem conta.
Surgem, também, e ressurgem momentos que nos convocam à liberdade, à legítima paz.
Indispensável saber utilizar as lições do Evangelho em cada momento da existência física, a fim de
podermos fruir as bênçãos da vida eterna.
A vida nos oferece, a cada instante, inúmeros momentos para que tomemos decisões.
Cada decisão tomada, definirá o nosso próximo momento.
Se a decisão for feliz, nossos momentos futuros nos trarão felicidade. Se houver infelicidade na decisão,
as horas seguintes nos reservarão fatos e notícias desagradáveis.
131

Assim é a vida: feita de momentos... Momentos de decisão...


Que seja este, portanto, o nosso momento de decisão feliz...
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Apresentação do livro MOMENTOS DE DECISÃO, de Marco Prisco e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #aprendizado #decisão #comportamento #escolhas #oportunidades #Jesus
132

93 - AS AFLIÇÕES DO MUNDO

Em conhecida passagem do Evangelho, Jesus diz a Seus discípulos que no mundo eles terão aflições.
Os registros bíblicos confirmam a previsão.
Todos os companheiros diretos de Jesus enfrentaram grandes padecimentos. Apenas João Evangelista não foi
martirizado.
Evidentemente, houve sensível progresso desde aquela época.
Os costumes se refinaram e hoje, na ampla maioria dos países, não se cogita mais de matar alguém por sua fé.
Contudo, o alerta do Cristo permanece atual.
A mensagem cristã é a da vida reta e fraterna.
O cristão deve ser honrado e solidário.
Não basta viver retamente, sendo necessário amparar os irmãos de jornada.
Também não adianta apenas ser generoso com o semelhante.
É preciso dar a César o que é de César, no sentido de cumprir rigorosamente os próprios deveres.
***
Ocorre que quem se aprimora, em geral, passa a esperar conduta idêntica dos que o rodeiam.
A criatura rigorosamente honesta anseia por viver em um meio honesto.
Ao desenvolver uma sensibilidade mais apurada, anela por beleza e suavidade.
Entretanto, o mundo segue em seu próprio ritmo.
Um homem pode apenas ditar a cadência de sua evolução.
Quanto aos demais, resta-lhe somente influenciar, mais por exemplos do que por palavras.
Afinal, o livre-arbítrio é uma dádiva de Deus aos Seus filhos.
Cada um é livre para decidir os seus caminhos e se vai apressar ou retardar o passo rumo à paz.
Bem se vê como é delicada a posição do genuíno cristão no mundo.
Ele elege um ideal sublime, esforça-se por vivê-lo e deseja que se expanda, no benefício geral.
Contudo, o mundo não corresponde a contento a esse anseio.
O cristão necessita ser o sal da Terra e a luz do Mundo.
Justamente por isso, não pode se afastar dos irmãos de jornada.
Daí vive honradamente em um mundo corrupto.
Por consequência, experimenta contínuas aflições.
Aflige-se pelos filhos que não aproveitam a educação recebida e optam por trilhar estranhos caminhos.
Angustia-se pelo esposo ou esposa que não lhe partilha o ideal.
Agasta-se por deslealdades que testemunha na vida profissional.
Entristece-se pela falta de honestidade de políticos e dirigentes públicos.
***
Entretanto, se a aflição é esperada, o desânimo não se justifica.
O progresso ocorre com vagar, mas é uma lei da vida.
As perfeitas Leis Divinas tratam de colocar tudo em seu lugar, no lento ciclo dos séculos..
O relevante é a paz de consciência de quem age retamente.
E a inefável certeza de que transita para fases superiores da existência imortal, na condição de agente do progresso.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #aflição #aflições #progresso #desânimo #magoa #autoconhecimento #paz
133

94 - DESAPEGAR-SE

Vivemos uma época de celebridades, apelos fáceis à riqueza, ao consumismo, às paixões avassaladoras.
Transitamos aturdidos por um mundo em que o destaque vai para aquele que mais tem.
E a todo instante os comerciais de televisão, os anúncios nas revistas e jornais, os outdoors clamam: Compre mais.
Ostente mais. Tenha mais e melhores coisas.
É um mundo em que luxo, beleza física, ostentação e vaidade ganharam tal espaço que dominam os julgamentos.
Mede-se a importância das pessoas pela qualidade de seus sapatos, roupas e bolsas.
Dá-se mais atenção ao que possui a casa mais requintada ou situada nos bairros mais famosos e ricos.
Carros bons somente os que têm mais acessórios e impressionam por serem belos, caros e novos. Sempre muito
novos.
Adolescentes não desejam repetir roupas e desprezam produtos que não sejam de grife. Mulheres compram todas
as novidades em cosméticos. Homens se regozijam com os ternos caríssimos das vitrines.
Tornamo-nos, enfim, escravos dos objetos. Objetos de desejo que dominam nosso imaginário, que impregnam
nossa vida, que consomem nossos recursos monetários.
E como reagimos? Será que estamos fazendo algo – na prática – para combater esse estado de coisas?
***
A grande fonte de nossa tragédia humana está nos desejos de posse e ostentação. Se superarmos a vontade de
ter coisas, já caminhamos muitos passos na estrada do progresso moral.
Experimente olhar as vitrines de um shopping. Olhe bem para os sapatos, roupas, joias, chocolates, bolsas,
enfeites, perfumes.
Por um momento apenas, não se deixe seduzir. Tente ver tudo isso apenas como são: objetos.
E diga para si mesmo: Não tenho isso, mas ainda assim eu sou feliz. Não dependo de nada disso para estar contente.
Lembre-se: é por desejar tais coisas, sem poder tê-las, que muitos optam pelo crime. Apossam-se de coisas que
não são suas, seduzidos pelo brilho passageiro das coisas materiais.
Deixam para trás gente sofrendo, pessoas que trabalharam arduamente para economizar...
Deixam atrás de si frustração, infelicidade, revolta.
Mas, há também os que se fixam em pessoas. Veem os outros como algo a ser possuído, guardado, trancado, não
compartilhado.
Esses se escravizam aos parceiros, filhos, amigos e parentes. Exigem exclusividade, geram crises e conflitos.
Manifestam, a toda hora, possessividade e insegurança. Extravasam egoísmo e não permitem ao outro se
expressar ou ser amado por outras pessoas.
É, mais uma vez, o desejo norteando a vida, reduzindo as pessoas a tiranos, enfeiando as almas.
Há, por fim, os que se deixam apegar doentiamente às situações.
Um cargo, um status, uma profissão, um relacionamento, um talento que traz destaque. É o suficiente para se
deixarem arrastar pelo transitório.
Esses amam o brilho, o aplauso ou o que consideram fama, poder, glória.
Para eles, é difícil despedir-se desse momento em que deixam de ser pessoas comuns e passam a ser notados,
comentados, invejados.
***
Qual o segredo para libertar-se de tudo isso? A palavra é DESAPEGO. Mas... Como alcançá-lo neste mundo?
Pela lembrança constante de que todas as coisas são passageiras nesta vida. Ou seja: para evitar o sofrimento, a
receita é a superação dos desejos.
Na prática, funciona assim: pense que as situações passam, os objetos quebram, as roupas e sapatos se gastam.
Até mesmo as pessoas passam, pois elas viajam, se separam de nós, morrem...
134

E devemos estar preparados para essas eventualidades. É a dinâmica da vida.


Pensando dessa forma, aos poucos, a criatura promove uma autoeducação que a ensina a buscar sempre o melhor,
mas sem gerar qualquer apego egoísta.
Ou seja, amar sem exigir nada em troca.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #aprendizado #decisão #comportamento #desapego #desejos #liberdade
#PsicologiaEspírita
135

95 - NÃO SE PRECIPITAR

A precipitação é responsável por muitos males que afligem o homem.


Um comportamento ansioso leva a estados de perturbação, gerador de sofrimentos perfeitamente evitáveis.
Sob o jugo da ansiedade, com frequência tomam-se atitudes incorretas.
A edificação interior, com a conquista da paz, exige um controle atento sobre as próprias ações e reações.
O exercício da calma, por isso mesmo, é indispensável para um viver harmônico em face das perplexidades da vida
moderna.
A calma ensina a esperar pelos resultados de qualquer realização, os quais não podem mesmo ser antecipados.
O ritmo do tempo é inalterável.
Os acontecimentos sucedem naturalmente dentro de espaços que não podem ser modificados.
Agindo de forma precipitada, o homem ouve e vê mediante óptica deformada, que mais o perturba.
Com o raciocínio turbado pela pressa, muitas vezes precipita-se em despenhadeiros de infortúnio.
Se há tempo de semear, por certo também chegará a hora da colheita.
É inútil pretender apressar o ciclo da natureza, para o momento da colheita chegar mais rápido.
***
No campo moral, o mecanismo é equivalente.
Cada ocorrência na vida tem o seu momento próprio
Deus nada espera de você além das suas possibilidades.
Assim, também não é lícito a você aguardar de seus semelhantes comportamentos e respostas que eles ainda não
lhe podem dar.
Não se frustre por isso, mas compreenda que tudo se encontra sob o prudente comando da Divindade.
Reúna as suas forças morais na disciplina e no equilíbrio, sem a ânsia de precipitar sucessos que devem seguir seu
curso normal.
Jesus afirmou que somente caem folhas das árvores de acordo com a vontade de Deus.
Conscientize-se de que jamais acontecerá nada em sua vida que você não necessite ou mereça.
Se o seu passado espiritual não registrou certos sofrimentos, de acordo com sua programação cármica, não há a
menor possibilidade disso ocorrer.
Assim, confiante na direção Divina sobre sua vida, não sofra por antecipação, propiciando estados de ansiedade
e amargura perfeitamente evitáveis.
Contudo, quando o sofrimento desabar sobre você, enfrente-o com nobreza, entendendo que ele corresponde à
sua tarefa do momento.
Saiba que essa circunstância de dor inevitável é necessária como forma de crescimento para a vida.
Ela o auxilia em sua recuperação pessoal, dentro de um prisma mais elevado, na contabilidade dos valores
espirituais.
Tenha paciência e não se precipite nunca.
***
O agir estouvado é indicativo de imaturidade psicológica e espiritual.
Quem confia verdadeiramente em Deus vive com serenidade, fazendo o bem possível sem pretender um controle
inviável sobre a dinâmica da vida.
Decisões irrefletidas tendem a provocar arrependimentos. Mas isso não acontece quando os atos são frutos da
reflexão e da calma.
Pode lhe parecer impossível suportar em paz os problemas que o angustiam.
Nesse caso, recorra à oração.
136

Deixe-se acalmar pela beleza do intercâmbio entre você, que roga, e a Divindade, que responde.
Asserene-se e poupe-se à precipitação, ao contato dos eflúvios do Alto.
Sinta-se integrado na dinâmica da vida, guiado e amparado por um poder amoroso e sábio, e desfrute a paz que
esse estado de consciência lhe proporciona.
***
Joanna de Ângelis, no livro VIDA FELIZ, 186, aconselha:
Controla a tua ansiedade.
A ansiedade mal dirigida produz danos orgânicos de variada classe e gera mal-estar onde se apresenta.
Irradia uma onda inquietante e espalha insegurança em volta.
A pessoa ansiosa requer mais atenção, que nem sempre se lhe pode dispensar; está sempre queixosa e acarreta
problemas para as demais.
Vê o que ainda não está ocorrendo e precipita-se a situações indesejáveis, para arrepender-se depois.
A calma é o abençoado antídoto da ansiedade, que advém quando desejas esforçar-te para viver em paz e
confiança em Deus.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 5, do livro RECEITAS DE PAZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #aprendizado #decisão #comportamento #precipitação #ansiedade #calma #reflexão #PsicologiaEspírita
137

96 - O USO DA PACIÊNCIA

Jesus, nosso Mestre e Guia, com toda Sua bondade e amor nos ensinou que não devemos nos inquietar com o
amanhã, pois Deus, Nosso Pai, conhece todas as nossas necessidades e cuida de todos nós.
Ninguém está sozinho e desprotegido.
Todos nos encontramos sob o amparo e a proteção do Pai Celestial.
Por que, então, ficamos inquietos com as ocorrências da vida?
Se confiamos em Deus e em Jesus, por que nos afligimos tanto?
Importante seria fortalecermos a nossa confiança para vivermos de forma mais tranquila.
Uma virtude que nos pode auxiliar nesse objetivo chama-se paciência.
Ela nos poderá auxiliar a ter mais serenidade com os acontecimentos do presente e mais confiança no que poderá
ocorrer no futuro.
A paciência é a medida metódica e eficaz que ensina a produzir no momento exato a tarefa correta.
Sirvamo-nos desse recurso.
***
Devemos agir sempre, cumprindo com nossas obrigações e buscando alcançar nossos objetivos.
No entanto, nosso agir deve ser sem precipitação, sem a exagerada euforia do primeiro momento, que não se
mantém com o tempo.
Diante das dificuldades que a vida nos apresenta, a impaciência não nos ajudará a superá-las.
Ao contrário, poderá perturbar ou destruir as nossas resistências.
Precipitação traduz desarmonia, perturbação, com agravante desconsideração ao tempo.
Por isso, se faz importante que façamos exames detalhados da situação, a partir de uma reflexão ponderada, antes
da tomada de qualquer decisão e atitude.
Para essa reflexão, a paciência pode ser uma importante companheira.
A paciência significa autoconfiança.
***
O que hoje não consigamos, perseverando com dignidade e paciência, haveremos de alcançar amanhã.
Lembremos que a vida é semelhante a uma escola.
Cada um dos integrantes do grupo escolar deve cumprir o seu papel para que a escola funcione de forma eficaz e
atinja seus propósitos, que é a educação.
Cada aluno deve adquirir, ao longo de sua permanência na escola, os conhecimentos e habilidades necessárias
para uma vida digna.
Para tanto, devem se dedicar na análise dos problemas, dos textos, das questões apresentadas.
Com reflexão e uso dos conhecimentos adquiridos, buscar o entendimento e a solução para as situações propostas.
Também precisam realizar provas, que são os momentos de avaliação do conhecimento obtido ao longo de um
período.
Muitos estudantes não alcançam êxito nas provas, não pelo desconhecimento do conteúdo, mas pela ansiedade
na sua realização.
A paciência, também, nesses casos, se faz imprescindível.
É, igualmente, na escola que os alunos desenvolvem a sociabilidade, aprendendo no convívio com os outros
colegas, professores e funcionários, o respeito e a solidariedade.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 4, nos recorda:
A paciência é a virtude que te auxiliará na conquista dos bens do corpo, da alma e da sociedade.
138

Ela ensina a técnica de como se deve aguardar, quando não se pode ter imediatamente o que se deseja.
Jamais te irrites.
A paciência te auxiliará a tudo vencer.
***
Reflitamos sobre essa virtude e passemos a colocá-la em prática em nossas vidas.
Acalmemo-nos, pensemos um tanto mais, a fim de alcançar a melhoria das condições de nossas vidas e do serviço
no bem.
Sirvamo-nos da paciência para agirmos, produzirmos o que seja positivo, e irmos, a pouco e pouco, descobrindo
a felicidade que está ao nosso alcance.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 34 do livro CONVITES DA VIDA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #comportamento #virtudes #paciência #paciencia #autoconfiança #calma #reflexão #PsicologiaEspírita #aprendizado
#educação #irritação
139

97 - O BARULHO DA VERDADE

Freqüentemente, em seus diálogos com os discípulos, Jesus usava simbolismo, cujo alcance assimilamos melhor na
medida em que nos desenvolvemos nos domínios do conhecimento espiritual.
A contribuição espírita, neste particular, é fundamental, ajudando-nos a desenvolver olhos de ver e ouvidos de ouvir. É
o que ocorre nas advertências de Jesus sobre os escândalos:
– Se alguém escandalizar a um destes pequenos que crêem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço uma
dessas mós que um asno faz girar e que o lançassem no fundo do mar.
Quem aprecia palavras cruzadas conhece o substantivo mó, dos mais usados nesse instrutivo passatempo.
É pedra de moinho, engenho para triturar cereais.
O moinho tradicional tem duas mós em forma de roda, uma sobre a outra. A maior por baixo, fixa. A menor, por cima,
com um eixo no centro que lhe permite girar. A debaixo, côncava. A de cima, convexa. Ambas se justapõem.
O cereal é jogado por um orifício, entre as duas. Girando, a de cima esmaga o cereal. Surge a farinha, a escorrer pelas
bordas.
Todo lar judeu tinha suas mós. Serviço diário, ao cuidado das mulheres. As casas abastadas usavam mós maiores. A
tração era feita por burros.
Eram tão importantes que a Lei proibia usá-las como garantia para empréstimos.
Há, em Deuteronômio (24:6), poética orientação:
Não tomarás em penhor ambas as mós, nem mesmo a mó de cima, pois se penhoraria assim a vida.
(Lucas, 17:1-2, Marcos, 9:42-50, Mateus, 18:6-11)
***
Indulgente com as misérias humanas, Jesus era inflexível com aqueles que, ensinando a religião, sustentavam,
secretamente, um comportamento imoral, capaz de chocar os catecúmenos.
Fiquemos tranqüilos. Trata-se de uma “palavrona”, não de um palavrão.
Também conhecida pelos cruzadistas, reporta-se aos iniciantes religiosos.
Jesus os chamava pequeninos.
Como se sentirá o catecúmeno ao tomar conhecimento dos desvios daqueles que o instruem na religião,
comprometendo-se na imoralidade e na desonestidade?
Por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento.
Um comportamento assim pode ser desastroso, porquanto, em sua insipiência, os catecúmenos tendem a confundir a
religião com o religioso.
Certa feita, conversei com uma senhora, cujo marido compareceu algumas vezes ao Centro Espírita. Desistiu,
horrorizado, ao ter conhecimento de que o presidente era velho conhecido, alguém de comportamento incompatível
com sua posição. Cultivava aventuras extraconjugais.
Quantos catecúmenos esse dirigente terá afastado com seus maus exemplos?!
Jesus lembra as pedras de moinho para alertar quanto à responsabilidade dos que, fazendo-se depositários da religião,
não vivem seus princípios.
Melhor seria que lhes atassem ao pescoço uma dessas mós maiores, puxadas por burros, e fossem lançados no mar.
A morte sempre é encarada com temor. Para muitos é o que de pior pode acontecer.
Daí a advertência:
Devemos ter menos medo de morrer do que de nos comprometer nesses desvios.
***
O Mestre prossegue:
– Ai do Mundo por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos; mas ai do homem por quem o
escândalo venha.
No sentido genérico, escândalo é a revelação de algo não compatível com a moral e os bons costumes.
Causa impacto junto à opinião pública, envolvendo várias situações:
140

- Governo corrupto.
- Funcionário desonesto.
- Político venal.
- Falso religioso.
- Adúltero contumaz.
Na atualidade, isso tudo aparece em larga escala, chocando as pessoas, principalmente em relação à corrupção.
Parece institucionalizada. Envolve todos os setores da sociedade.
– É o fim do mundo! Está tudo perdido! – dizem as pessoas, estarrecidas.
Trata-se de um equívoco.
Sempre existiu a corrupção.
A diferença é que no passado não havia liberdade de imprensa nem rigores na fiscalização.
Aparecia menos.
***
Quando troveja a verdade, desvelando o comportamento desonesto, a opinião pública é mobilizada, impondo
mudanças.
O escândalo, portanto, embora chocante e desolador, funciona como um tumor lancetado.
Põe as impurezas para fora, favorecendo a cura do mal.
Não obstante útil e necessário, ai daquele cujo comportamento lhe dá origem. Poderá até furtar-se às suas
responsabilidades perante os homens, mas não escapará da Justiça Divina.
Na vida atual, na vida espiritual ou em vida futura, amargas retificações lhe serão impostas.
Sofrerá muito mais do que se lhe atassem uma mó ao pescoço e o atirassem ao mar.
***
Acentua Jesus:
– Portanto, se a tua mão ou o teu pé é objeto de escândalo, corta-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida manco
ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno.
– Se um dos teus olhos é objeto de escândalo, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um só dos
teus olhos, do que, tendo dois, seres lançado no inferno de fogo.
Estas vigorosas imagens ressaltam a necessidade de contermos nossos impulsos inferiores, as nossas tendências
viciosas, o que seja passível de prejudicar, influenciar negativamente ou chocar alguém.
Segundo a expressão evangélica, nossos comprometimentos morais nos precipitarão no fogo do inferno.
Naturalmente, é preciso definir o que isso representa, para não cairmos na fantasia medieval de uma fogueira onde as
almas ardem em sofrimento perene, sem jamais se consumirem.
A própria teologia ortodoxa admite, hoje, que as chamas do inferno simbolizam os tormentos da consciência culpada,
na Terra ou no Além.
Essas labaredas ardentes chamam-se angústia, insatisfação, tristeza, desequilíbrio, enfermidade, que nos perturbam
hoje, em face de nossos desvios de ontem, na presente existência ou em existências anteriores.
***
Podemos situar as afirmativas de Jesus como uma hipérbole, termo também familiar aos cruzadistas.
Trata-se de enfatizar uma realidade, exagerando-a.
- Desejo de comer o fígado de alguém – grande raiva.
- Derramar rios de lágrimas – grande tristeza.
- Coração de pedra – grande insensibilidade.
- Furor de um tigre – grande agressividade.
- Vulcão na cabeça – grande tensão.
A hipérbole de Jesus dramatiza a situação do indivíduo tão comprometido com o mal que necessita de recurso mais
enérgico, a fim de redimir-se.
141

O entrar na vida equivale ao nascer de novo, do diálogo com Nicodemos, em que Jesus situa a reencarnação como
indispensável à nossa evolução.
O Espírito poderá reencarnar com limitações físicas e mentais que inibem suas tendências inferiores e impõem o resgate
de seus débitos, a fim de que se liberte do inferno da consciência culpada.
É bom esclarecer, leitor amigo:
Não pretendo que essas limitações, que todos temos em maior ou menor intensidade, definam nosso grau de
comprometimento diante das leis divinas.
Evitemos a equivocada idéia de que quanto maior a deficiência, maior o saldo devedor, no balanço evolutivo.
Todos temos débitos do pretérito que justificam quaisquer limitações. Não obstante, estas se manifestam em maior ou
menor intensidade, segundo programas instituídos por Deus, guardando compatibilidade com nossas necessidades e
nossa capacidade de enfrentar desafios.
Estaremos sujeitos a elas enquanto vivermos na Terra, até que nos libertemos em definitivo de nossas mazelas,
habilitando-nos a viver em planos mais altos do infinito, em regiões alcandoradas, usando corpos celestes, segundo a
expressão do apóstolo Paulo. Então nos isentaremos das deficiências, limitações e desgastes que caracterizam o veículo
de matéria densa que usamos no trânsito pela carne.
Difícil definir quanto tempo semelhante realização demandará, quantas vezes nos submeteremos a pesadas mós que
triturem nossas mazelas.
Mas algo podemos afirmar, sem sombra de dúvida:
Tanto mais breve será, quanto maior o nosso empenho em não nos envolvermos num comportamento capaz de produzir
escândalos, o barulho da verdade a desmascarar a hipocrisia humana.
***
Fonte: Revista Reformador - Março de 2001 / Richard Simonetti
***
#RevistaReformador #Verdade #hipocrisia #escandalo #comportamento #evolução #sociedade #evangelho
142

98 - TRABALHANDO A ANSIEDADE

Vivemos dias de velocidades intensas. A tecnologia facilita a comunicação, acelera o transporte, coloca-
nos em contato com o mundo, e tudo diminui.
O tempo da carta transformou-se nos segundos da mensagem eletrônica. Os dias da viagem tornaram-
se as horas do avião e as conversas nas ligações telefônicas reduzem-se a rápidas mensagens de texto
nos telefones portáteis.
Cada vez mais precisamos nos informar, cada vez mais buscamos estudar, cada vez mais tentamos
acompanhar uma velocidade acelerada, que tanto nos assusta quanto beneficia.
Por isso não somos poucos a viver uma vida de intensos afazeres, muitos compromissos, a nos
exaurirmos nas horas que parecem poucas para tanto a fazer.
Não temos certeza se conseguiremos cumprir com os compromissos, se manteremos nossa competência
profissional, se bem educaremos nossos filhos...
Natural que desenvolvamos comportamentos de insegurança e ansiedade frente a tantas dúvidas e
questionamentos.
E, a partir disso, geramos doenças de comportamento, fobias sociais, alterações de larga monta em
nosso organismo físico e em nossa estrutura emocional.
***
Mergulhados em um oceano de problemas, esquecemo-nos de que a Providência Divina sempre esteve
e continua a velar por tudo e por todos.
Retornamos ao mundo físico sob a proteção e tutela de um Deus misericordioso e provedor de todas as
nossas necessidades.
Por essa razão é que Jesus nos aconselhou a que deixemos a cada dia as suas próprias necessidades.
Com isso, Jesus nos incita à fé, para que façamos a nossa parte, na medida que seja possível, e no rol de
nossas responsabilidades.
O restante, aquilo que não há como ajudar, melhorar ou alterar, entreguemos nas mãos de Deus. Ele há
de saber como melhor fazer.
Muitas vezes nos atribulamos com coisas que não há como modificar, ou nos angustiamos com situações
onde não se pode prever o desfecho.
Nessas horas, a fé e o entendimento de que Deus nos provê com todos os recursos necessários serão
sempre roteiro para mantermos a paz íntima.
***
Mesmo que algumas vezes não compreendamos de imediato o porquê dessa ou daquela situação que
nos ocorre, façamos a nossa parte, guardando a certeza de que nunca estamos sozinhos.
Mantenhamos a consciência tranquila de ter feito tudo que estava ao nosso alcance, utilizando dos
melhores recursos que dispúnhamos. A Providência Divina se encarregará de nos amparar.
Agindo assim, perceberemos que, mesmo nesses dias acelerados e intensos, não há porque
desenvolvermos aflições desnecessárias e inúteis.
Tranquilizando a mente, usando da oração como recurso terapêutico, teremos sempre a paz necessária
para enfrentar os desafios naturais da vida.
Busquemos sintonizar com nossos guias espirituais e conseguiremos galgar os degraus do progresso e
da paz.
143

O Mestre de Nazaré nos prometeu que não nos deixaria a sós. Ele sempre esteve e permanece conosco,
na condição de pastor de nossas almas, sol sublime que ilumina nossas vidas.
Lembremos disso em nossa trajetória, a cada dia, a cada hora e sempre que as dificuldades nos pareçam
intransponíveis.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 47, falando sobre a ansiedade, nos orienta:
Acompanha a marcha dos acontecimentos sem sofreguidão.
A tua ansiedade ou o teu receio não alterarão o curso das horas.
Aguarda o que há de suceder, sem que te imponhas sofrimento desde a véspera.
O que pensas que acontecerá, talvez se dê, não porém da forma como aguardas, porquanto, a vida
obedece a um plano de incessantes mudanças e transformações.
Desse modo, espera com harmonia íntima, afastando do teu programa a agitação e o medo.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #comportamento #ansiedade #insegurança #paciência #paciencia #calma #reflexão #PsicologiaEspírita
#aprendizado #fé
144

99 - COMO AGIR COMO PESSOA DE BEM NO MUNDO ATUAL?

Qual deve ser a postura dos que desejamos ser homens e mulheres de bem neste mundo irrequieto?
Certamente, aqueles que nos propomos a uma vida mais digna, mais interessada no bem comum,
encontramos muitos desafios.
Há incompreensão, ingratidão e até indignação, por parte daqueles que pensam diferente.
Importante lembrar que não estamos em guerra uns com os outros. Estamos juntos buscando crescimento,
evolução integral.
Assim, evitemos posturas separatistas, segregadoras e um tanto maniqueístas, que colocam de um lado bons
e do outro os supostos maus.
***
No século III, o filósofo Mani ou Maniqueu, criou uma doutrina, que conhecemos sob o nome de
Maniqueísmo, e que influenciou muitas correntes filosóficas e religiosas ao longo do tempo.
Segundo seus preceitos, há no mundo um dualismo eterno entre dois princípios opostos. De um lado o bem e
de outro o mal, de um lado Deus e do outro o demônio.
Ainda conforme esse conceito, tudo que é matéria representa essencialmente o mal, enquanto o Espírito está
ligado intrinsicamente ao bem.
A Doutrina Espírita nos deixa claro que a matéria é instrumento precioso de progresso, um importante
meio de progredirmos.
Os desequilíbrios se dão quando nos ligamos, de forma excessiva ou quase exclusiva, ao que é apenas material
e transitório.
Também nos ensina que não existe essa força poderosa oposta ao Criador, que lhe faz frente em igualdade.
Afinal, Deus não criou nenhum ser destinado ao mal em sua essência.
O Universo e suas leis são bons, isto é, trabalham pela evolução de tudo e de todos.
O que seria então o mal? Esse mal que nos assombra os dias? Por que há tanta maldade em nós e naqueles
que estão ao nosso redor?
Primeiro, importante saber que o bem é tudo o que está conforme a Lei de Deus. O mal, tudo o que
é contrário. Assim, fazer o bem é proceder conforme a Lei Divina, que está inscrita na consciência humana.
Fazer o mal é infringir essa Lei.
O mal é, portanto, uma infração à Lei natural. Consequentemente, toda ação maléfica gera a necessidade de
correção, de ajuste.
O mal em nós não é eterno. Tem uma curta validade, uma vez que basta que nos esclareçamos um pouco mais,
para que deixemos de praticá-lo intencionalmente.
Por isso, recebemos a inteligência, que nos compete desenvolver, pois é determinante para que saibamos
distinguir melhor o que nos é bom e o que nos faz mal; o que é do bem comum e o que não é; o que está de
acordo com as Leis Divinas e o que vai contra.
A opção pela infração é sempre pessoal. Os que somos maus o somos por vontade própria.
Então, precisamos educar a vontade. Esta é a razão de estarmos neste planeta: nos educarmos individual e
mutuamente.
***
O sábio não critica o ignorante. Procura esclarecê-lo fraternalmente.
O iluminado não insulta o que anda em trevas. Busca, ao contrário, lhe iluminar o caminho.
O orientador não acusa o aprendiz. A ovelha insegura é a que mais reclama os cuidados do pastor.
O forte não culpa o fraco. Compromete-se a erguê-lo.
O cristão não odeia, nem fere. Segue ao Cristo, servindo ao mundo.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 629 a 646 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec e cap. 17, do livro
AGENDA CRISTÃ, por André Luiz e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #perdão #compreensão #comportamento #empatia #ofensas #bem
#mal #livrearbítrio
145

100 - O BEM DE CADA UM

Os membros de uma tribo da África do Sul possuem um costume sublime, que teve origem com seus
ancestrais.
Quando algum integrante do grupo faz algo errado, causa dano ou prejudica alguém, é colocado no centro
da aldeia e rodeado por toda a tribo.
Durante dois dias, nessa roda, as pessoas lhe dizem tudo de bom que ele já fez.
A tribo acredita que cada ser humano nasce bom e, ao longo da vida, busca segurança, amor, paz e felicidade.
No entanto, por vezes, as pessoas perdem a conexão com o amor, a bondade e a verdade, se afastam do bem
que há dentro delas e cometem erros.
Eles veem esses erros como uma forma de pedir ajuda. Por isso, se unem para reerguer o companheiro e
reconectá-lo com sua verdadeira natureza. Dessa forma, poderão lembrá-lo de quem ele realmente é.
Ao redor dele, dizem: SAWABONA, que significa: Eu te respeito, eu te valorizo, és importante para mim.
Em resposta, o equivocado diz: SHIKOBA, que significa: Então, eu existo para ti.
Ao unir as duas palavras, SAWABONA SHIKOBA, tem-se um outro sentido: Eu sou bom!
Quando pronuncia as duas palavras juntas, aquele que errou sinaliza que conseguiu resgatar a bondade em
si.
Por meio de um ato de amor, a tribo faz com que ele se sinta querido e valorizado e assim o ajuda a
ressignificar sua existência, afastando-se do que o motivou a cometer o erro.
***
Quando nos desviamos das leis de Deus, cometemos erros, prejudicamos nosso próximo, estamos agindo
também contra nós mesmos.
Afastados do bem, atrasamos nossa evolução e causamos dor e sofrimento para nós e para os que nos cercam.
Com isso, vamos nos distanciando das pessoas e criando mágoas, desafetos e inimizades.
A atitude dos membros dessa tribo nos mostra uma forma diferente de encarar e reagir ao mal, e nos remete
aos ensinamentos de amor e perdão do Mestre Jesus.
Ao olhar para um companheiro que erra como alguém que pede socorro, eles compreendem que isso não
apaga todo o bem que existe nele.
Ao acolhê-lo e cercá-lo com palavras de respeito e carinho, fazem aflorar o que há de bom em seu íntimo.
Quando erramos, necessitamos de perdão.
Da mesma forma, quando nosso próximo erra, também necessita de perdão.
***
Como agimos com aqueles que nos ofendem? Como esperamos que ajam conosco, quando somos nós a
ofender alguém?
Deus nos criou iguais. Todos trazemos em nosso íntimo uma centelha divina. Todos buscamos a felicidade.
Nossa tarefa é evoluir para a perfeição e assim nos aproximarmos do Pai.
Ver naquele que erra um irmão que, como nós, luta para vencer a si mesmo e, no lugar de criticar e ofender,
acolher e auxiliar, é colocar em prática a lei de amor e caridade. É amar o próximo como a si mesmo.
É resgatar o bem em nós, reacendendo aquela centelha divina que jaz na intimidade de cada um e que nos
faz estender a mão para resgatar, igualmente, o nosso irmão.
É vencer o orgulho e o egoísmo e dar um salto que nos impulsionará cada vez para mais perto de Deus.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 41, aconselha:
146

Depois que cometas um erro e tenhas consciência dele, começa a reabilitação.


Nada de entregar-te ao desalento ou ao remorso.
Da mesma forma como não deves insistir no propósito inferior, não te podes deixar consumir pelo
arrependimento.
Este tem somente a função de conscientizar-te do mal feito.
Perdoa-te, encoraja-te e dá início à tarefa de reequilíbrio pessoal, diminuindo e reparando os prejuízos
causados.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 114 a 127 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec e texto de Silvana Rangel
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #perdão #compreensão #comportamento #empatia #ofensas #bem
#homemdebem
147

101- AUTOEDUCAÇÃO

Não há, basicamente, em nenhum nível, uma outra educação que não seja a autoeducação.
Toda educação é autoeducação e nós, como professores e educadores, somos, em realidade,
apenas o entorno da criança educando-se a si própria.
Devemos criar o mais propício ambiente para que a criança eduque-se junto a nós, da maneira
como ela precisa educar-se por meio de seu destino interior.
***
A lição trazida por Rudolph Steiner, importante educador, filósofo e artista, criador da
Pedagogia Waldorf, exige nossa atenção e estudo aprofundados.
O processo da educação não ocorre de fora para dentro e nem de uma única via. Todos nós nos
autoeducamos juntos.
Assim, tanto a função dos pais, os primeiros educadores, como a dos professores, da escola, é
proporcionar esse entorno rico, propício para que a criança se autoeduque.
Outro grande educador, Johann Heinrich Pestalozzi, acreditava que a escola deveria ser a
extensão do lar, propiciando um ambiente familiar para oferecer uma atmosfera de segurança e
afeto.
Ao contrário de muitos dos seus contemporâneos, o pensador suíço não concordava totalmente
com o elogio da razão humana. Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de levar o homem
à plena realização moral.
Aí estaria então o ambiente propício para que a criança pudesse se educar junto ao educador.
***
Por fim, Allan Kardec, aluno de Pestalozzi, trará no âmago das Obras da Codificação Espírita
esse mesmo viés de pensamento.
Segundo ele, a educação que apresenta a chave do progresso moral não é a do intelecto e nem
mesmo a educação moral pelos livros, mas aquela que consiste na arte de manejar os caracteres.
E caracteres, qualidades, tendências, não se manejam de fora para dentro. Ninguém deixa de
ser orgulhoso, vaidoso porque leu em livros ou porque foi forçado por educadores.
Aliás, essa forma tradicional de lidar com as imperfeições da alma, escondendo-as ou
mascarando-as, traz maiores problemas naqueles que desejamos modificar as más tendências
ou os vícios.
Verdadeiramente, somente mudamos quando nos autodescobrimos. O autodescobrimento ou
autoconhecimento é que propicia a autoeducação.
Dessa forma, educandos e educadores devemos mergulhar nesse processo rico de descoberta
interior, um auxiliando o outro. Obviamente, o mais preparado, com maior experiência nas
coisas da vida, terá condições de orientar o processo, de provocar a reflexão e proporcionar
experimentações, vivências, que façam com que a autoeducação aconteça.
***
Que se faça pela moral tanto quanto se faz pela inteligência e se verá que, se existem naturezas
que se recusam a aceitá-las, há, mais do que se pensa, as que exigem apenas uma boa cultura
para produzir bons frutos.
Eis o papel do educador: a boa cultura, o solo fértil, o entorno saudável para que a nova planta
possa se desenvolver ou se autodesenvolver.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 186, recorda:
O lar é o templo da família.
148

Os filhos são empréstimos divinos para a construção do futuro ditoso.


Todo o tempo possível deve ser aplicado na convivência familiar, através dos diálogos, dos
exemplos, tomando-se o método mais eficaz de educação.
Os hábitos adquiridos no lar permanecem por toda a existência e se transferem para além do
corpo.
Educar é viver com dignidade, deixando que se impregnem dos conteúdos, com vigor, aqueles
que participam da convivência doméstica.
Tudo quanto invistas no lar, retornará conforme a aplicação feita.
Faze do teu lar a oficina onde a felicidade habita.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 917 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #educação #aprendizado #comportamento #educador #família #lar
149

102 - ANJOS GUARDIÕES


Quem cuida de seu filho quando ele não está sob seus olhos?
Você diz que, na escola, os professores são os responsáveis; que em seu lar, você tem uma babá
igualmente responsável.
Enfim, você sempre acredita que alguém, quando você não estiver por perto, estará de olho nele.
Parentes, amigos, contratados à parte, há, também, uma proteção invisível que zela por seu filho.
Você pode dizer que é seu anjo de guarda, seu anjo bom. A denominação, em verdade, não
importa.
O que realmente se faz de importância é esta certeza de que um ser invisível debruça sua atenção
sobre seu filho, onde quer que ele esteja.
E também sobre você. Não se trata de uma teoria para consolar as mães que ficam distantes de
seus filhos longas horas.
Ou para quem caminha só nas estradas do mundo. Refere-se a uma verdade que o homem desde
muito tempo percebeu.
Basta que nos recordemos de gravuras antigas que mostram crianças atravessando uma ponte
em mau estado, sob o olhar atento de um mensageiro celeste.
Ou que evoquemos o livro bíblico de Tobias, onde um anjo acompanha o jovem em seu longo
itinerário, devolvendo-o ao pai zeloso, são e salvo.
É doce e encantador saber que cada um de nós tem seu anjo de guarda. Um ser que lhe é superior,
que o ampara e aconselha.
É ele que nos sussurra aos ouvidos: Detenha o passo! Acalme-se! Espere para agir!
Ou nos incentiva: Vá em frente! Esforce-se! Estou com você!
É esse ser que nos ajuda na ascensão da montanha do bem. Um amigo sincero e dedicado, que
permanece ao nosso lado por ordem de Deus.
***
Foi Deus quem aí o colocou. e ele permanece por amor a Deus, desempenhando o que lhe
constitui bela, mas também penosa missão.
Isso porque em muitas ocasiões, ele nos aconselha, sugere e fazemos ouvidos surdos. Ele se
entristece, nesses momentos, por saber que logo mais sofreremos pela nossa rebeldia.
Mas não afronta nosso livre-arbítrio. Permanece à distância, para agir adiante, outra vez, em
nova tentativa.
Sua ação é sempre regulada, porque se fôssemos simplesmente teleguiados por ele não seríamos
responsáveis pelos nossos atos.
Também não progrediríamos se não tivéssemos que pensar, reflexionar e tomar decisões.
O fato de não o vermos também tem um fim providencial. Não vendo quem o ampara, o homem
confia em suas próprias forças.
E batalha. Executa. Combate para alcançar os objetivos que pretende.
Não importa onde estejamos: no cárcere, no hospital, nos lugares de viciação, na solidão, ele
sempre estará presente.
Esse anjo silencioso e amigo nos acompanha desde o nascimento até a morte. E, muitas vezes,
na vida espiritual.
E mesmo através de muitas existências corpóreas, que mais não são do que fases curtíssimas da
vida do Espírito.
***
150

Kardec, no LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão 495, nos explica que nada tem de
surpreendente a doutrina dos anjos guardiães, a velarem pelos seus protegidos, malgrado a
distância que medeia entre os mundos. É, ao contrário, grandiosa e sublime. Não vemos na Terra
o pai velar pelo filho, ainda que de muito longe, e auxiliá-lo com seus conselhos correspondendo-
se com ele? Que motivo de espanto haverá, então, em que os Espíritos possam, de um outro
mundo, guiar os que tomaram sob sua proteção, uma vez que, para eles, a distância que vai de
um mundo a outro é menor do que a que, na Terra, separa os continentes? Não dispõem, além
disso, do fluido universal, que entrelaça todos os mundos, tornando-os solidários; veículo
imenso da transmissão dos pensamentos, como o ar é, para nós, o da transmissão do som?
***
Você pode ter se transviado no mundo. Quem sabe, perdido o rumo dos próprios passos.
Pense, no entanto, que um missionário do bem e da verdade, que é responsável por você, pela
sua guarda, permanece vigilante.
Se você quiser, abra os ouvidos da alma e escute-o, retomando as trilhas luminosas.
Ninguém, nunca, está totalmente perdido neste imenso universo de almas e de homens.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 492, 495 e 501, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #anjosguardiões #proteção #fé #comportamento #anjodaguarda
151

103 - NO DIA A DIA

Toda manhã, despertamos e, de imediato, começamos a cumprir a lista de tarefas programadas


para as diversas horas do dia.
Realizamos muitas coisas, corremos de um lugar para outro, tomamos várias decisões.
Limpamos, arrumamos, compramos, vendemos, escrevemos, lemos, atendemos. São ações e
mais ações que nos consomem horas. O dia passa. A noite chega.
Cansados, queremos um momento de repouso, um pouco de lazer e eis-nos prontos para o sono.
De um modo geral, para muitos de nós, a vida simplesmente, vai passando, na agitação dos
compromissos cotidianos.
Quase nunca paramos para pesar a importância do lapso temporal entre o despertar e o
adormecer.
***
A aurora de um novo dia inicia com a vibração dos raios do sol a demonstrar a vivacidade da
natureza, que estava adormecida. Toda a potência da vida vai sendo reiniciada.
Cada amanhecer é um presente de Deus para nós.
Nosso despertar significa o início de mais um ciclo de aprendizados e realizações.
É a renovação de valiosas oportunidades, durante algumas horas.
Importante que, antes de corrermos para cumprir tarefas e resolver problemas, procedamos a
uma análise do que pretendemos concretizar no dia que surge.
Lembrar de agradecer a Deus por acordar no corpo, mais uma vez. Uma prece sincera nos
permite a conexão com os bons Espíritos.
E, enquanto se sucedem as horas, permitindo-nos o cumprimento dos deveres, mantenhamos
atitude positiva; otimismo diante das ocorrências que surgirão; coragem no confronto das lutas
naturais.
À medida que o dia avança, aproveitemos os minutos, sem pressa, nem adiamento do que nos
compete realizar.
Quando a noite chegar, entendamos como outro momento.
O momento de avaliação das ações realizadas; o momento de compartilhamento com a família,
de uma conversa descontraída nas narrativas das experiências vividas.
Pode ser, igualmente, o momento de uma leitura edificante, a busca de um estudo mais
aprofundado.
***
Observemos o ciclo da natureza e verifiquemos que com o apagar-se do dia e o início da noite,
vem o sereno para lavar as folhas.
Abranda-se a temperatura, e certo silêncio se faz presente.
Enquanto nos deslumbramos com os raios da lua, despejando prata na paisagem, busquemos
desacelerar o ritmo agitado, que nos manteve em atividade quase contínua, por tantas horas.
Como a natureza, que se deixa inebriar pelo cantar do grilo, o pisca-pisca do vaga-lume,
asserenemos a mente.
Dessa forma, iremos nos preparando para o repouso físico. É o momento de revitalização das
energias para um novo amanhã de trabalho e progresso.
O sono é a porta que Deus nos abre, para que possamos ir ter com nossos amigos do céu. É o
recreio depois do trabalho.
152

Por isso, finalizemos nosso dia com uma oração, permitindo que, tão logo se fechem
nossos olhos, libertos parcialmente do corpo, usufruamos das delícias da Espiritualidade, em
doces encontros e reencontros com nossos amigos, com nossos amores.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 27, nos aconselha:
Não desconsideres o valor e o poder da oração.
O corpo necessita de alimento adequado para manter-se. Assim também o Espírito, que é a
fonte de vitalização da matéria.
A prece constitui um combustível de alta qualidade para a sua harmonia.
Adquire o hábito de orar, incorpora-o aos outros mecanismos naturais da tua existência e
constatarás os benefícios disso decorrentes.
Não te negues o pão da vida, que é a prece sincera e afervorada.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 402, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, e no cap. 1 do livro
EPISÓDIOS DIÁRIOS, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #prece #reflexão #comportamento #joannadeangelis #episodiosdiarios
153

104 - ABORTO ESPONTÂNEO


Por que, para certas mulheres que desejam muito ser mães, ocorrem abortamentos espontâneos?
O que acontece, nesses casos, ao Espírito que se preparava para reencarnar naquele corpo que
estava em formação?
Uma senhora narrou, ao jornal italiano L´aurora uma experiência muito interessante.
Ela estava grávida e feliz. Estava no quarto mês de gestação. Os exames preliminares lhe haviam
anunciado o sexo da criança: seria um menino, e ela se apressara a começar chamá-lo de André.
Então, uma noite, ela sonhou que estava deitada em um leito de hospital, sem apresentar o
ventre desenvolvido, próprio da gravidez.
Estranhou, pois não conseguia entender o que acontecera. Levantou-se e foi até a janela do
quarto. Um jardim se descortinava abaixo e nele um garotinho lhe sorria e a saudava com sua
mãozinha.
Ela o olhou e lhe disse:
Até breve, meu tesouro. O nosso é somente um até breve, não um adeus.
Despertando, poucas horas depois, Giovanna precisou ser encaminhada ao Hospital da
localidade, sob ameaça de um abortamento.
A médica, auxiliada por sua equipe, se esforçou ao máximo, sem conseguir evitar o abortamento
espontâneo.
Uma grande tristeza invadiu aquele coração materno, ansioso pelo nascimento de mais um filho.
Desalentada e triste, chorou até se esgotarem as lágrimas. E o sonho da noite anterior então teve
sentido para si: seu filhinho viera se despedir. E ela se despedira dele.
Fora o anúncio da tristeza que estava a caminho e que invadiria aquele coração feminino.
Talvez, mais tarde, em um outro momento, ele pudesse retornar, em nova tentativa gestacional.
Mesmo porque, conforme o sonho, fora uma despedida temporária.
***
Por que ocorrem abortos espontâneos? O Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec,
interessou-se pela delicada questão.
As respostas lúcidas dos Espíritos de luz se encontram em O Livro dos Espíritos.
Em síntese, esclarecem os mensageiros celestes que, as mais das vezes, esses eventos
espontâneos têm por causa as imperfeições da matéria.
Ou seja, as condições inadequadas do feto ou da gestante. De outras, o Espírito reencarnante,
temeroso das lutas que terá que enfrentar na vida de logo mais, desiste da reencarnação, volta
atrás em sua decisão.
Retirando-se o Espírito que presidia ao fenômeno reencarnatório, a criança não vinga, a
gestação não chega a termo.
A gestação frustrada é dolorosa experiência para os pais e para o Espírito em processo
reencarnatório.
Como não existe sofrimento sem causa anterior, chega a esses corações, como medida salutar
para ajuste de débitos anteriores.
Para o Espírito que realizava a tentativa, sempre preciosa lição.
Retornará ao palco da vida terrena, após algum tempo, em novas circunstâncias.
***
Para quem aguarda o nascimento de um filho, se constitui em doloroso transe a frustração do
processo da gestação.
154

De um modo geral, volta o mesmo Espírito, superadas as dificuldades, para a reencarnação.


Se forem inviáveis as condições para ser agasalhado no ventre que elege para sua mãe, engendra
outras formas de chegar ao lar paterno.
É nessas circunstâncias que a adoção faz chegar a pais não biológicos o filho inestimável do
coração.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 357 e seguintes, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. Feb.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #aborto #encarnação
155

105 - JULGAMENTO ALHEIO

Famosos são os julgamentos da História. O de Nuremberg, que o mundo todo acompanhou, opinando pela
punição dos que, barbaramente, durante a Segunda Guerra Mundial, haviam torturado e matado seres
humanos.
O de Jesus, em que se verifica a injustiça gritando alto e superando o bom senso da justiça e da verdade.
Julgamentos de pessoas famosas que cometeram atos criminosos ou desabonadores.
Julgamentos de criminosos que, de alguma forma, envolveram pessoas famosas, como o caso do raptor do
filho de Lindenberg.
Em tais processos, sempre a opinião pública se inflama e, de alguma forma, influencia os próprios jurados,
de maneira a que esses condenem ou absolvam.
Desde as primeiras idades, quando a chama tênue do pensamento de justiça acendeu no homem, ele
começou a julgar os seus irmãos.
Muitas vezes, o sentimento de justiça ficou empanado pelas paixões e interesses mesquinhos, levando o
homem a cometer erros, punindo seu semelhante com o cerceamento da liberdade, o confisco de bens e a
morte.
***
Nos dias atuais, prosseguimos a julgar o semelhante com todo rigor, sem estabelecer critérios e princípios
básicos.
Afoitos, opinamos e damos a nossa sentença tão logo a imprensa torne pública a conduta dessa ou daquela
criatura, embora desconhecendo detalhes e razões.
E não tememos aumentar um pouco a intensidade da falta cometida, mesmo para justificar a impiedade com
que julgamos e a sentença que proferimos.
Por vezes, a inveja por não ter conseguido alcançar a posição social, o cargo ou a função do julgado, nos incita
ainda mais ao julgamento arbitrário.
E, mesmo assim, prosseguimos a nos afirmar cristãos. Seguidores de Jesus que ensinou:
Não julgueis para não serdes julgados, porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros.
***
Há necessidade de cultivarmos a indulgência e a empatia. A indulgência para olharmos os que erram com
olhos de quem sabe que o equivocado é sempre um Espírito enfermo.
Não necessita do nosso frio julgamento, mas do nosso auxílio para superar sua problemática.
A empatia, a fim de nos situarmos no lugar daquele que julgamos e nos indagarmos se fôssemos nós os
julgados, como nos sentiríamos?
Fosse nosso filho o julgado, como estaria o nosso coração?
A questão do julgamento nos parece fácil, porque os que são trazidos à barra pública do Tribunal não passam
de números. Sequer nos recordamos que são seres humanos.
Mas são Espíritos imortais, exatamente como nós, e merecem receber justiça, não impiedade ou a carga das
nossas frustrações.
***
A autoridade para censurar está na razão direta da moralidade daquele que censura.
Aos olhos de Deus, a única autoridade legítima é a que se apoia no exemplo do bem.
A base da Justiça Divina se assenta na misericórdia de nosso Pai Criador.
É por esse motivo que Ele nos concede a reencarnação como bendita oportunidade de reparação de nossas
faltas, ao tempo que nos faculta crescer e produzir no bem.
156

***
Observando os atos dos outros, é importante lembrar que os outros igualmente estão anotando os nossos.
Sabemos, no entanto, de experiência própria que, em muitos acontecimentos da vida, há enorme distância
entre as nossas intenções e nossas manifestações.
Reflitamos nisso e não julguemos o próximo, através de aparências. Procuremos deixar que o AMOR nos
inspire qualquer apreciação, e, quando houver necessidade de algum apontamento para ajustar algo,
coloquemo-nos no lugar do companheiro sob censura e encontraremos as palavras certas para cooperar na
obra de ilimitada misericórdia com que DEUS opera todas as construções e todos os reajustes.
Corrijamos amando o que deve ser corrigido e restauremos servindo o que deve ser restaurado; entretanto,
jamais condenemos, porque o Senhor descobrirá meios de invalidar as posições do mal para que o bem
prevaleça, e, toda vez que as circunstâncias exijam examinar os atos dos outros, recordemos que os nossos
atos, no conceito dos outros, estão sendo examinados também.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Capítulo JULGAMENTOS do livro ALMA E CORAÇÃO, por Emmanuel e Francisco Cândido
Xavier
***
#momentoespirita #JULGAMENTO #comportamento #críticas #conselhos #espiritismo #julgamentos
157

106 - APRENDAMOS A CALAR

Há muita necessidade de silêncio nos dias atuais...


As pessoas, ansiosas por se fazer ouvir, falam cada vez mais alto, como se isso bastasse para que os outros as
escutassem.
Em restaurantes, shoppings, filas, salas de espera, salões de beleza, aeroportos, se ouvem os falatórios. E,
para aumentar o ruído, em alguns lugares tem um som ambiente mais alto ainda...
E, quando não se tem alguém para falar, o celular serve. A pessoa faz uma ligação e se esquece de que está
dividindo o ambiente com outros indivíduos, que não estão interessados no seu assunto.
É impressionante como as pessoas falam muito, e falam alto...
Além de ser um grande desrespeito aos ouvidos alheios, essa gritaria torna impossível um diálogo entre
pessoas de voz moderada, nesses ambientes comuns.
Mas não é só a falta de silêncio exterior que assola muitas pessoas, hoje em dia. É também a falta de silêncio
interior.
Poucos indivíduos ouvem a própria voz e analisam seus pensamentos antes de exteriorizá-los.
O hábito de meditar, antes de expor uma opinião ou um julgamento, é muito pouco cultivado em nossa
sociedade.
E isso tem sido motivo de desarmonia e intrigas, de mal-entendidos e hostilidades.
Saber calar, saber ouvir, ser senhor de suas palavras e de seus sentimentos é um desafio que merece ser
pensado.
***
Talvez, foi por ter percebido essa necessidade em nosso meio, que um Espírito amigo nos trouxe a seguinte
mensagem:
Aprenda a silenciar a palavra que sai gritada de seus lábios, ferindo a sensibilidade alheia e lhe deixando à
mercê das companhias inferiores.
Aprenda a calar...
Aprenda a silenciar a palavra suave, mas cheia de ironia, que sai de sua boca ridicularizando, humilhando a
quem se dirige e que lhe intoxica, provocando a dor de estômago, as náuseas ou a enxaqueca.
Aprenda a silenciar o murmúrio que sai entre dentes, destilando raiva e rancor e atingindo o alvo, que fere
como punhal, ao tempo que lhe fragiliza, a ponto de não se reconhecer, de se assustar consigo mesmo.
Aprenda a calar o pensamento cruel que lhe passa na mente e que, por invigilância, nele você se detém mais
do que deveria. Você se assustaria se pudesse ver sua máscara espiritual distorcida.
Aprenda a calar o julgamento que extrapola o que vê e o que sabe, levando-o a conjeturar sobre o outro,
o que não sabe e não viu, plasmando ideias infelizes, que são aproveitadas pelos opositores daquele que é
julgado.
Aprenda a calar todo e qualquer sentimento indigno, zelando pelas nascentes do seu coração, para que não
macule e não seja maculado.
Aprenda a vigiar os sentimentos para que cada dia, mais atento e vigilante, saia da esfera mesquinha a que
se aprisiona voluntariamente, e possa alçar voos mais altos e sublimes.
Aprenda a calar...
E, enquanto não consegue deixar de gritar, falar, murmurar, pensar cruelmente e julgar, insista em orar
nesses momentos. Nem que as frases lhe pareçam desconexas e vazias de sentimento.
158

Insista na oração até que, um dia, orará não com palavras nem pensamentos, mas será sentimento por inteiro.
Amor, amor puro e verdadeiro em ação, dinâmico, envolvendo os outros e a si mesmo, verdadeiro discípulo
que conseguirá ser.
Aprenda, definitivamente, a calar!
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 23, aconselha:
Evita as contendas, sempre inúteis.
Entre contendores a razão é sempre de quem não se envolve em discussões infrutíferas.
Nessas lutas verbais e alterações violentas, surgem males de difícil reparação.
As palavras que a ira põe na boca do altercador, raramente expressam o que ele pensa.
Traduzem-lhe o estado de desarmonia e a necessidade de esmagar o antagonista.
Esclarece com calma e argumenta serenamente. Se o outro não leva em consideração os teus conceitos,
silencia e entrega-o ao tempo que a todos nos ensina sem pressa.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Mensagem APRENDA A CALAR, pelo Espírito Stephano, psicografia de Marie-Chantal Dufour
Eisenbach, na Sociedade Espírita Renovação, em Curitiba, PR
***
#momentoespirita #silêncio #comportamento #críticas #conselhos #espiritismo #meditação
159

107 - ANTES DE ... SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO

Um ancião que estava para morrer procurou um jovem e narrou uma história de heroísmo contando:
- Durante a guerra, alguém ajudou um homem a fugir. Deu-lhe abrigo, alimento e proteção. Mas, quando já
estavam chegando a um lugar seguro, esse homem decidiu trair quem o ajudou e entregá-lo ao inimigo.
- E como você escapou? – Perguntou o jovem.
- Não escapei. Eu sou o outro, sou aquele que traiu. – Diz o velho. Mas, ao contar esta história como se fosse
um herói, posso compreender tudo o que ele fez por mim.
A sabedoria deste conto nos fala sobre a empatia, essa ação de nos colocarmos no lugar do outro, de procurar
sentir o que o outro sente.
***
A empatia nos torna menos orgulhosos e egoístas, pois faz com que pensemos não só em nossos pontos de
vista, em como estamos nos sentindo, mas também na vida alheia, no que se passa no íntimo de alguém.
Quando nos colocamos no lugar do outro, a compreensão se torna mais fácil de ser alcançada, e nossos
corações se sentem mais aptos a perdoar.
Quando nos colocamos no lugar do outro, temos a oportunidade de acalmar a raiva e de evitar a vingança.
Quando nos colocamos no lugar do outro, desenvolvemos a compaixão, e procuramos fazer algo para
amenizar o sofrimento do próximo.
Quando nos colocamos no lugar do outro, expandimos nossa capacidade de amar e de entender que
precisamos viver em família para realizar nosso crescimento.
Quando nos colocamos no lugar do outro, preparamos nossa intimidade para receber as sementes da
humildade, descobrindo a verdade de que somos todos irmãos, e que precisamos uns dos outros para colher
os bons frutos da felicidade futura.
***
A empatia nos torna mais humanos, mais próximos da realidade do outro, de suas dificuldades e de seu
caminho.
Passamos a analisar a vida através de outros pontos de vista, de outros ângulos e, assim, nos tornamos mais
sábios, mais maduros.
O hábito de nos colocarmos no sentimento de alguém é um grande recurso de que dispomos para nossas
conquistas espirituais elevadas.
O coração que se isola, que vê somente o que seus olhos permitem e não partilha da vida de seu próximo,
está estacionado nas trilhas do tempo.
É chegado o momento das grandes modificações, das grandes revoluções no interior do homem, e a empatia
aí está, como excelente agente de transformação moral.
***
Fazei aos homens tudo o que desejai que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas.
O médico das almas, Jesus, sempre buscou mostrar os caminhos mais seguros para nossas vidas. Nesta
máxima revolucionária e, ao mesmo tempo, simples, introduz na Terra o conceito de empatia, de agir
conforme aquilo que desejamos para nós mesmos.
As verdades estão conosco. É tempo de instituí-las em nossos dias.
***
Allan Kardec, preocupado com os conflitos humanos indagou aos Espíritos Iluminados quais são os maiores
obstáculos ao progresso.
E os mentores espirituais responderam:
160

“O orgulho e o egoísmo. Refiro-me ao progresso moral, porquanto o intelectual se efetua sempre. À primeira
vista, parece mesmo que o progresso intelectual duplica a atividade daqueles vícios, desenvolvendo a
ambição e o gosto das riquezas, que, a seu turno, incitam o homem a empreender pesquisas que lhe
esclarecem o Espírito. Assim é que tudo se prende, no mundo moral, como no mundo físico, e que do próprio
mal pode nascer o bem. Porém esse estado de coisas não durará para sempre; mudará à proporção que o
homem compreender melhor que, além da que o gozo dos bens terrenos proporciona, uma felicidade existe
infinitamente maior e infinitamente mais duradoura.” (Vide: Egoísmo, cap. XII.).
E analisando nossa sociedade e nossas organizações, constatamos que a maioria dos problemas que ocorrem
tem origem nestas duas graves imperfeições.
Portanto, que, em nosso relacionamento pessoal, familiar, social e profissional tenhamos coragem para nos
desvestir destas imperfeições e nos colocarmos no lugar do outro antes de pré-julgarmos.
Pensemos nisso.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 785, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #orgulho #egoismo #aprendizado #educação #doutrinaespirita
#espiritismo #empatia
161

108 - TRABALHANDO A MÁGOA

As relações humanas serão sempre pautadas pelas dificuldades que trazemos na alma. E não poderia ser
diferente.
Como somos seres em evolução, muito ainda há que se construir nas conquistas emocionais para que o
equilíbrio, a justiça e a retidão sejam as ferramentas no relacionamento humano.
Não é raro indivíduos que, desgastados pelos embates humanos, cansados das dificuldades de
relacionamento, alegam preferir viver isolados do mundo, sem a necessidade de suportar a uns e aguentar a
outros.
O raciocínio se torna quase que natural, frente a tantos esforços que temos que empreender, tanta paciência
a exercitar, no trato com o semelhante.
E não são poucos aqueles que se isolam do mundo. Seja buscando uma vida de eremita, fechando-se em seu
lar ou isolando-se em essa ou aquela instituição. Esses buscam a paz que não encontravam nas relações
sociais e familiares.
Muito embora assim o façam imbuídos, por vezes, das mais nobres intenções, esquecem-se de que, ao isolar-
se, ao fugir da sociedade, perdem a grande chance do aprendizado da convivência.
***
Somente nos atritos que vivemos é que vamos encontrar a chance do amadurecimento das experiências, de
crescer, de superar aos poucos os próprios limites de interação social.
Somos todos indivíduos criados para viver em conjunto e a vida solitária somente nos causaria graves
sequelas à vida emocional e psicológica.
É na experiência de viver com os outros que a alma tem a possibilidade de conhecer diversas formas de
aflições e exemplos inesquecíveis.
É natural que nossas relações não sejam sempre pautadas pela harmonia. São nossos valores íntimos que
determinam os entrechoques que, não raro, vivenciamos, ou os envolvimentos afetivos de qualidade, que
usufruímos.
Como ainda não nos acostumamos a viver em estabilidade íntima por longos períodos de tempo, vez ou outra
surgem dificuldades, problemas, indisposições variadas em nossos relacionamentos.
***
Pensando assim, pode-se concluir o quanto é desnecessário e improdutivo viver-se carregando no íntimo
mágoas e malquerenças.
Ninguém há no planeta que não se aborreça quando recebe do outro o que não gostaria de receber. No
entanto, não podemos esquecer que ninguém também pode afirmar que, com seu modo de falar, de ser e de
agir, não cause aborrecimentos e mágoas a outras pessoas, ainda que involuntariamente.
Desta forma, cabe a cada um de nós procurar resolver mal-entendidos, chateações e mágoas com os recursos
disponíveis do diálogo, do entendimento, da desculpa e do perdão. Afinal, se outros nos magoam, de nossa
parte também acabamos magoando a um e outro, algumas vezes.
Assim pensando, podemos concluir ser uma grande perda de tempo e um sofrimento dispensável o
armazenamento de sentimentos como a mágoa ou a raiva no coração.
Há tanto a se realizar de bom e de útil a cada dia, e o tempo está tão apressado, que perde totalmente o
sentido alimentarmos mágoa na alma, qualquer que seja a intensidade.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 183, nos orienta:
Desculpa, sinceramente, a ignorância dominante.
Não esperes justificação do outro, o teu ofensor.
162

Supera os ingredientes indigestos da agressão dele e mantém-te bem, buscando esquecer de fato a
ocorrência má.
Quem guarda mágoas intoxica-se com os miasmas que elas exalam.
O agressor está muito desequilibrado e necessita da medicação da bondade para recuperar-se.
Perdeu a lucidez, e por isto agride.
Concede-lhe a oportunidade que ele não te dá.
É sempre mais confortável a posição de quem é generoso.
Melhor que sejas tu o doador, significando que já conseguiste o que ao teu próximo falta.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. 41, do livro AÇÕES CORAJOSAS PARA VIVER EM PAZ, por Benedita Maria, psicografia de
Raul Teixeira e livro VIDA FELIZ, 183.
***
#momentoespirita #comportamento #PsicologiaEspirita #meditação #magoa #mágoa #perdão #reconciliacao #ofensas
#emoções #emoçõesnegativas
163

109 - O DESAFIO DA MORTE

Entre os grandes enigmas do pensamento universal, a morte vem ocupando lugar de primazia,
face ao profundo significado de que se reveste.
Desde recuados tempos tem permanecido como indecifrável ponto de interrogação, que dilacera
sentimentos e desencoraja projetos de vida.
Alterando a estrutura da forma do ser, que desconecta os órgãos e os transforma na diluição da
massa que desaparece na intimidade de outros elementos, assinala a existência física de forma
perturbadora, desorientando o comportamento de todos quantos a vêem arrebatar aqueles a
quem amam. Não apenas sob esse ponto de vista, mas também pela inexorabilidade de que se
reveste, ameaçando aqueloutros que ficam.
No seu curso incessante, vê a chegada dos futuros candidatos ao seu arrebanhamento, atuando,
às vezes, de maneira incompreensível, quando conduz quem está saudável e deixa o enfermo,
quando toma o jovem em detrimento do idoso, ou irrompe cruel ceifando muitas vidas do
mesmo clã, enquanto outros parecem inatingíveis.
Interfere, abruptamente, nos planos mais bem delineados, nunca podendo ser detida,
porquanto nenhuma força humana consegue impedir-lhe a execução do programa.
Com a mesma naturalidade com que convoca o mendigo, assim procede com o poderoso,
visitando reis e vassalos, nobres e plebeus, humildes e orgulhosos, numa colheita inestancável.
Odiada por muitos e aguardada por outros tantos, prossegue no ritmo que assinala o transcurso
dos evos, alterando a face do planeta e da Humanidade.
Utilizada pelos perversos contra aqueles a quem têm como inimigos, também os devora
insensivelmente, demonstrando a vacuidade dos valores terrestres.
***
Apesar de todo o seu poder, é, no entanto, somente a mensageira da Vida que se encarrega de
conduzir de retorno todos quanto saíram do Grande Lar e se encontram em viagem rápida
pelo veículo do corpo.
Sem a sua rítmica presença, a vida humana se tornaria impossível, face ao desgaste a que está
condenado o ser biológico e às ocorrências naturais do comportamento psicológico de todos os
indivíduos.
Sem a sua natural presença, as inimizades se prolongariam desgastando os litigantes e as
afeições particularistas impediriam o avanço da vera fraternidade. Ela, porém, chega silenciosa
e interrompe os programas estabelecidos, abrindo espaços para alterações expressivas, que logo
têm lugar.
Sob outro aspecto, é somente abençoado veículo que transporta os passageiros físicos de uma
para outra realidade, modificando-lhes a estrutura vibratória e conduzindo-os fielmente, tais
como são, sem produzir-lhes alterações significativas que já não os assinalassem antes.
Esse processo deve ser encarado com naturalidade, porquanto ocorre incessantemente, desde
que viver é também morrer, considerando-se que a energia que vitaliza o corpo vai sendo
consumida enquanto está ativa, até cessar de o manter.
***
A morte é portadora de grave advertência moral, qual seja, convidar o ser humano à reflexão
da ocorrência que a sucede.
Ela pode dar-se lentamente, através da exaustão dos órgãos, na velhice ou na enfermidade,
ou violentamente pelos acidentes de todo porte. Indispensável, todavia, é a preparação
humana para o seu enfrentamento, porque o despertar além do portal de cinzas é inevitável,
e cada qual acorda conforme adormeceu.
164

Tida por etapa final da vida, conseguiu demonstrar que é apenas o recomeço da mesma, dando
o curso a uma programação anterior, que nunca se interrompe.
Ei-la presente na Criação, através do desaparecimento de uma das formas para o surgimento de
outras, aprimorando os aspectos de tudo, como o escultor que arranca do bloco bruto a essência
da beleza e a insculpe em formas ideais.
Esse desafio impõe-se para ser atendido com sabedoria e enfrentado com paz, de modo que, ao
ser alcançado pelo seu convite, aquele que retome siga feliz e os demais que ficam, permaneçam
confiantes.
Sem provocar qualquer dor, ela mesma é somente o interromper dos laços que fixam o espírito
à matéria, liberando-o sem traumatismos, desde que se haja conduzido com equilíbrio e a venha
aguardando com naturalidade.
A morte é, portanto, o traço de separação entre o estado orgânico do ser e o espírito que ele é,
permanente e eterno.
À medida que se está a morrer, enquanto se vive, conveniente que se esteja também construindo
o porvir e libertando-se do passado, como aprendiz que armazena os valores que o deverão
acompanhar para sempre.
***
Publicado na Revista REFORMADOR de Novembro de 1998 - Por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#reformador #joannadeangelis #PsicologiaEspirita #morte #vida #espiritismo
165

110 - RECOMEÇAR SEMPRE

Os dias turbulentos que vivemos na Terra exigem coragem interior para superá-los de maneira digna.
São atentados de toda a sorte, praticados inesperadamente em pontos jamais imaginados, fazendo com que
a descrença e o desânimo se acerquem dos desavisados.
São abusos da ingenuidade de muitos, que estarrecem.
São aberrações em nome da arte, que confundem e assustam.
São dias de tormentas morais, desafios éticos, sacrifícios que se apresentam, testando a capacidade de nos
mantermos em pé.
Frente a tantos desafios, muitas vezes nos fechamos para a realidade, pensando estar tudo perdido neste
mundo.
Com isso, multiplicamos o número dos desanimados, dos pessimistas, chegando a cogitações extremas de
desejar o afastar da vida.
***
Por mais que o mundo nos deixe perplexos com seus desatinos, cabe-nos manter o Cristo presente em nossas
decisões.
Dessa forma, por maiores sejam as provocações; por mais difícil seja o levantar; por mais amargo seja o cálice
a ser sorvido; por mais árduo se apresente o desafio de viver; por mais feridos se encontrem nossos joelhos,
é importante ter em mente que estes são os dias das provas maiores que, bem suportadas, nos capacitarão
a grandes conquistas individuais e coletivas.
São chances de colocarmos em prática as lições aprendidas ao longo da nossa jornada evolutiva,
oportunizando o tão necessário crescimento na direção da luz.
Nada supera a bênção sagrada de estarmos vivendo o momento presente, quando a Terra atravessa o
período de sua transição para um mundo melhor.
Diariamente Deus nos acompanha, oferecendo-nos a oportunidade de recomeçar de cabeça erguida.
Tropeçar e cair é para qualquer um mas, levantar-se e continuar é para os destemidos.
Viver superficialmente qualquer um vive, mas enfrentar as agruras, e continuar na vida é para os persistentes.
Todos corremos o risco de tombar com a ventania, mas vergarmos com ela e nos restabelecer, pondo-nos
novamente de pé é para os corajosos, para aqueles que confiam em Deus.
Perder amores, bens e atividades pode ser comum a muitos, mas firmar os pés e a mente no sentido de
prosseguir recomeçando, é para os que têm fé e não desistem.
***
Deus sempre nos convida ao recomeço.
A esperança deve ser nossa companheira em todos os desafios da vida.
O Pai nos auxilia dotando-nos de vontade, de força, de coragem e resistência, para que as utilizemos na
caminhada.
A vida nos convida à permanência construtiva em nossos deveres sem esmorecer.
Cada nascimento assinala que um Espírito reinicia sua jornada evolutiva na Terra.
A natureza nos exemplifica, constantemente, a lição do recomeço.
Após a tempestade, a atmosfera se renova e o sol volta a brilhar.
A árvore, após a poda, reverdece e frutifica.
A lagarta após a hibernação no casulo, ressurge como a borboleta que alça voos suaves sobre as flores.
A lua jamais interrompe seu périplo ao redor da Terra. Ressurge a cada anoitecer, prestando seu serviço e
mostrando sua beleza.
166

Tudo ao nosso redor nos convida a seguirmos as sagradas leis.


Desistir da vida – jamais!
Recomeçar – sempre!
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 162, recomenda:
Se algum projeto que elaboraste redundou em fracasso, não te aborreças, nem o abandones por isso.
O aparente fracasso é a forma pela qual a Divindade te ensina a corrigir a maneira de atuar, facultando-te
repetir a experiência com mais sabedoria.
Quem se recusa a reencetar o trabalho, porque foi mal sucedido antes, não merece desfrutar o êxito dos
resultados.
A arte de recomeçar é medida de engrandecimento para quem aspira mais altos cometimentos.
Ninguém logra respostas felizes, sem as tentativas do insucesso.
A vida é constituída de lições que se repetem até fixarem-se corretamente.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 162.
***
#momentoespirita #comportamento #esperança #fé #coragem #temposmodernos #meditação #recomeço
167

111 - PAIS BRILHANTES

É bastante comum as pessoas justificarem os seus erros, invocando suas precárias condições de vida.
Dizem que foi o desespero que as levou a tomar atitudes equivocadas ou que circunstâncias negativas as
fizeram agredir o seu semelhante ou suas propriedades.
Filhos agridem pais porque eles não lhes deram o que pediram, no momento exato em que o fizeram.
Irmãos que mentem, enganam para ter um quinhão maior em heranças, não se importando em que
condições ficarão os demais irmãos.
Viktor Frankl, um judeu vienense, que foi prisioneiro dos alemães, durante a segunda guerra mundial,
escreveu: Nós que vivemos em campos de concentração podemos lembrar dos homens que andavam pelos
alojamentos confortando os outros, distribuindo seus últimos pedaços de pão.
Talvez eles tenham sido poucos. Mas são prova suficiente de que tudo pode ser retirado de um homem.
Menos uma coisa, a última das liberdades humanas - escolher que atitude tomar em quaisquer circunstâncias,
escolher o seu próprio caminho.
Portanto, escolher o bem ou o mal compete a cada um. O que nos falta, sim, é uma melhor educação. Não
essa educação que se aprende nos livros. Mas aquela que tem a ver com a formação do caráter da criatura.
***
E para isso precisamos urgentemente, de pais conscientes que ensinem verdadeiros valores a seus filhos.
Que lhes digam que é nobre dizer a verdade, mesmo que isso não os credencie a receber algum prêmio ou
compensação.
Pais que tenham coragem de falar aos seus filhos sobre os dias mais tristes das suas vidas. Que tenham a
ousadia de contar sobre as suas dificuldades do passado e como as conseguiram vencer.
Pais que não desejem dar o mundo aos seus filhos, mas que queiram sim lhes abrir o livro da vida.
Pais presentes que desenvolvam em seus filhos: auto-estima, capacidade de trabalhar perdas e frustrações,
filtrar estímulos estressantes, dialogar e ouvir.
Pais que tenham tempo, mesmo que o tempo seja muito curto. Pais que joguem menos golfe, futebol e se
sentem para conversar com os filhos, descobrindo-lhes o mundo íntimo.
Pais que não se preocupem somente com festas de aniversário, tênis, roupas, produtos eletrônicos. Mas que
também se preocupem em dialogar.
Pais que sabem que não devem atender todos os desejos dos seus filhos, pois isso os tornará fracos,
dependentes.
Pais que dêem algo que todo o dinheiro do mundo não pode comprar: o seu amor, as suas experiências, as
suas lágrimas e o seu tempo.
Em suma: um autêntico processo de educação, em que o filho aprende que amar é o maior dos tesouros.
E não haverá de se tornar infeliz somente porque não tem a roupa de griffe, ou não conseguiu viajar ao
exterior nas férias.
Será alguém que se preocupa não somente consigo mesmo, mas com o seu semelhante.
Alguém que reconhecerá a grande diferença entre ter coisas e ser uma pessoa útil à comunidade, um cidadão
honrado, um homem de bem.
168

***
É possível que você diga que trabalha muito e não tem tempo.
Contudo, faça do pouco tempo disponível, grandes momentos de convívio com seus filhos.
Role no tapete, faça poesias. Brinque, sorria. Conheça-os e permita que eles o conheçam.
Lembre-se, por fim: seus filhos não precisam de um super-homem, de um executivo bem sucedido, de um
empresário muito rico.
Para eles não importa se você é médico, professor, administrador de empresa, copeiro, enfermeiro.
Importa, sim, o ser humano que você é e que os ensinará a ser.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 69, alerta:
Ser pai ou mãe é uma grande responsabilidade.
Cada criatura traz o destino que organizou para si mesma em reencarnações passadas. No entanto, ela nunca
deixará de assimilar os exemplos vividos no lar pelos pais.
A primeira escola é, pois o lar, e este, por sua vez é o resultado da conduta dos esposos que se devem esforçar
para fazê-lo agradável, honrado e rico de paz.
Abençoa o teu filho com as tuas palavras e conduta, fazendo-te amigo dele em todas as situações.
Os filhos, como todos nós, somos de Deus, e prestarás conta do empréstimo que te foi concedido para educar.
***
Extraído de MOMENTO ESPÍRITA
Ref: cap. 1 do livro PAIS BRILHANTES, PROFESSORES FASCINANTES, de Augusto Cury e VIDA
FELIZ, 69 de Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #educação #responsabilidade #familia #pais #mãe #lar #vidafeliz
169

112 - CARIDADE CONFORME JESUS

Qual o sentido da palavra caridade conforme a entendia Jesus?


Allan Kardec propõe, no item 886 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, uma das mais importantes
reflexões de toda a Doutrina Espírita.
Mostrando mais uma vez, claramente, a raiz cristã do Espiritismo, busca em Jesus - o tipo mais perfeito
que Deus deu ao homem para lhe servir de guia e modelo - a referência maior da caridade, para que
possamos tê-la como base segura e definitiva.
A resposta dos Espíritos, clara e didática, terá consequências em todas as demais obras da Codificação:
Benevolência para com todos; indulgência com as imperfeições dos outros; perdão das ofensas.
***
Ser benevolente é agir de boa vontade para com quem quer que seja.
A benevolência está em nossa delicadeza, em nossos gestos de gentileza e de preocupação com as outras
pessoas.
Ser benevolente é ser dócil e afável no trato, nas palavras, procurando sempre deixar o outro à vontade.
É pensar no próximo também, e não apenas em nós mesmos, nos nossos problemas, prioridades e
urgências.
A benevolência tem o caráter da doação. Doar-se, em primeiro lugar.
Doar o nosso tempo para ouvir alguém, para prestar um favor, um auxílio mínimo que seja, até os
grandes gestos de altruísmo que, por vezes, nos fazem dedicar toda uma parte de nossa vida a alguém
especial.
A benevolência abrange ainda, em nuance importante, a filantropia, a esmola dada com sentimento de
carinho e atenção.
Num mundo onde ainda tantos carecem do necessário para a sobrevivência material, a assistência social
aos carentes faz-se urgente e indispensável.
Indulgência é misericórdia, compreensão, é tolerância para com as atitudes alheias.
É virtude que deve atuar no pensamento, toda vez que estivermos julgando, analisando e refletindo sobre
o outro.
***
O indulgente não vê os defeitos de outrem, ou se os vê, evita falar deles, divulgá-los.
Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão daquela pessoa, e, se a malevolência
os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria.
O homem de bem é indulgente para com as fraquezas dos outros porque sabe que ele
mesmo precisa de indulgência, e se recorda das palavras do Cristo: Aquele que estiver sem pecado
lhe atire a primeira pedra.
Não se satisfaz em procurar defeitos nos outros, nem colocá-los em evidência. Se a necessidade o obriga
a fazer isso, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Finalmente, o perdão das ofensas nos coloca na posição de não mais odiar. É a virtude que triunfa sobre
o ressentimento, sobre o ódio, o rancor, o desejo de vingança ou de punição.
Perdoar é dar o direito a cada um de ser como é, e nos dar o direito de ser como estamos - entendendo
que nosso estado atual é provisório e devemos estar em constante melhoria.
Benevolência, indulgência e perdão - eis o caminho da caridade, da salvação, da felicidade do
Espírito - tão sonhada por nós.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 886, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. Feb.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #caridade #benevolencia #benevolência #indulgência #compreensão
#tolerância #fraternidade
170

113 - OS MAUS IMPULSOS

Conta-se que um aldeão, homem rude, mas sincero, queixou-se a um sábio de que o mau
impulso o dominava constantemente.
- Sabes montar a cavalo? - Perguntou o sábio.
- Sei, sim senhor. - Respondeu prontamente o aldeão. E monto com muita perícia. Sei até lidar
com cavalos bravios.
- Que fazes, quando te acontece de cair? - Indagou o sábio.
- Monto outra vez. - Retrucou o homem com certa empáfia.
- Pois bem: faz de conta que o mau impulso seja o cavalo. - Disse o sábio, com um sorriso
de inteligência. Se caíres, torna a montar. No fim domarás o cavalo bravio e andarás pela vida
sem receio.
***
Importante ensinamento esse, pois muitos são os que jogam a culpa de seus atos infelizes nos
seus maus impulsos.
Dizem que a carne é fraca e com isso justificam os instintos negativos de toda ordem.
Em O LIVRO DOS ESPÍRITOS (questões 907 e 908), de Allan Kardec, este assunto foi
tratado com muita clareza.
Desejando saber sobre as paixões ou impulsos que têm conduzido o homem a grandes
conquistas, mas também a grandes abismos, o Codificador da Doutrina Espírita perguntou aos
sábios da Espiritualidade:
- Será substancialmente mau o princípio originário das paixões, embora esteja
na natureza?
- Não, responderam os imortais, a paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, visto
que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem
levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal.
Desejando aclarar mais o entendimento, Kardec indagou:
- Como se poderá determinar o limite onde as paixões deixam de ser boas para se
tornarem más?
E a resposta:
- As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado e que se torna
perigoso desde que passe a governar.
Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de poder governá-la e que
dá em resultado um prejuízo qualquer para vós mesmos, ou para outrem.
As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o auxiliam na execução dos
desígnios da Providência.
Mas, se, em vez de as dirigir, deixa que elas o dirijam, cai o homem nos excessos e a própria
força que, manejada pelas suas mãos poderia produzir o bem, volta-se contra ele e o esmaga.
Todas as paixões têm seu princípio num sentimento, ou numa necessidade natural. O princípio
das paixões não é, assim, um mal, pois que assenta numa das condições providenciais da nossa
existência.
***
A paixão propriamente dita é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento.
Está no excesso e não na causa e este excesso se torna um mal, quando tem como consequência
um mal qualquer.
Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal afasta-o da natureza espiritual.
171

Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal denota predominância do
Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.
Como podemos perceber, o sábio tinha razão quando disse ao aldeão que que ele devia conduzir
o corcel e não o inverso.
Quando não conseguimos segurar as rédeas dos impulsos, eles nos levam por caminhos difíceis
e podemos nos ferir gravemente ou nos precipitar em abismos escuros e profundos.
Por todas essas razões, vale a pena domar esse cavalo bravio que muitas vezes tenta nos dominar.
A ambição é um exemplo de paixão que impulsiona o ser humano a grandes conquistas. Mas
quando o ser humano se deixa por ela dominar, pode encontrar pela frente muita dor e
sofrimento.
***
Joanna de Ângelis, em Vida Feliz, 65, tem um conselho prudente sobre quando nos
sentimos inclinados a defender alguma opinião ou posição de forma apaixonada:
"Nem tanto ao mar, nem tanto à terra," ensina a filosofia popular.
Isto é um convite ao comedimento, a uma posição sem extremismos.
Toda vez que te apaixonas e tomas uma postura exagerada, cometes os mesmos erros que
censuras nas outras pessoas.
O meio-termo em matéria de discussão é uma situação ideal.
Não por comodidade ou medo, mas, porque desconhece a questão na profundidade que exige.
Um comportamento equilibrado se revela nos momentos em que são tomadas as decisões e
assumidas as posturas.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 907 e 908 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. Feb e conto do livro
LENDAS DO POVO DE DEUS, de Malba Tahan
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #paixão #paixões #comportamento #doutrinaespirita
#PsicologiaEspirita
172

114 - A REENCARNAÇÃO NA VISÃO ESPÍRITA

A volta do Espírito ao mundo corpóreo é conhecida desde tempos remotos. Os Egípcios, os Hindus e os
Gregos sabiam que a alma poderia voltar à Terra, usando um novo corpo. Esses povos acreditavam que,
por efeito de determinada punição, essa volta à vida física poderia dar-se até num corpo animal.
Também os Judeus sabiam da volta do Espírito ao mundo corpóreo, mas não há referências que
admitissem pudesse esse retorno dar-se num corpo que não fosse humano. A reencarnação, para eles,
ocorria em algumas situações um tanto especiais: ou para concluir o que não tivessem conseguido
terminar numa vida, ou para serem punidos, face a males praticados. Quando o doutor da lei perguntou
a Jesus: “Mestre, que farei para herdar a vida eterna”? (1), não estaria ele querendo que Jesus lhe
ensinasse alguma fórmula especial, uma espécie de atalho, que o desobrigasse de voltar à Terra, numa
nova encarnação? É difícil imaginar que o doutor da lei estivesse se referindo à obtenção da imortalidade,
pois os Judeus tinham convicção profunda a esse respeito. Tudo indica que ele pretendia lhe ensinasse
Jesus um procedimento que o livrasse do retorno aos trabalhos do mundo, como acontece ainda hoje
com pessoas que, ao se inteirarem da reencarnação – sem levarem em conta a necessidade evolutiva –,
solicitam expedientes que lhes possibilitem não terem mais que voltar à Terra...
Há outra situação em que os Judeus julgavam ser possível a reencarnação: o cumprimento de missão. O
exemplo mais claro é o da esperada volta do Profeta Elias para a preparação dos caminhos do Messias,
conforme atesta o próprio Mestre: “E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir” (2),
referindo-se a João Batista.
Coube ao Espiritismo trazer o conhecimento da reencarnação ao mundo ocidental, e o fez dando uma
visão muito mais ampla e profunda, demonstrando que todos os Espíritos reencarnam, não apenas para
a solução de equívocos de uma vida passada, ou para o cumprimento de determinada missão, mas pela
necessidade inerente a toda a criação: o imperativo do progresso, da evolução.
Em verdade, ainda que não houvesse nenhuma afirmação a respeito da pluralidade das existências, ela
seria depreendida como necessidade absoluta, face à amplitude do programa de aperfeiçoamento da
alma apresentado por Jesus, através do Evangelho.
***
De quanto milênios vamos necessitar para pormos em prática, integralmente, um ensinamento como
esse: “Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam, e orai pelos que
vos perseguem e caluniam” (3)? De quantos milênios vamos necessitar, nós Espíritos ainda vacilantes
entre o bem e o mal, que não sabemos amar plenamente nem os amigos? O Codificador demonstra sua
visão lúcida a respeito do assunto, quando inquire os Espíritos: “Como pode a alma, que não alcançou
a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?” (4).
A Reencarnação – opondo-se frontalmente à salvação gratuita pela fé – dignifica o Espírito
imortal, que vai galgando os degraus do aperfeiçoamento ao longo dos milênios sucessivos, crescendo
em sentimento e intelectualidade, num trabalhoso processo de exteriorização da herança divina,
concedida igualmente a todos os Espíritos. No nascedouro, todos absolutamente iguais. As diferenças
individuais, portanto, não decorrem de capricho divino, mas sim do empenho de cada Espírito no sentido
de promover o seu próprio progresso. Nesse caminhar, vai recebendo, por justiça, os frutos de todo o
bem semeado, e, em função dessa mesma justiça, é compelido a reparar os males praticados, mas não
em igual medida, graças à misericórdia divina.
O Espiritismo, ao revelar ao mundo ocidental a Reencarnação, prova que a verdade religiosa não é
incompatível com a verdade científica, explicando que a evolução do Espírito caminha pari passu com a
evolução física demonstrada por Darwin, ao tempo em que resgata diante da consciência humana um
dos atributos básicos de um Ser Perfeito: a Justiça.
Tudo provém de uma mesma fonte, todos partimos de um mesmo ponto, dotados da mesma
potencialidade evolutiva, conforme ensinaram os Espíritos: “É assim que tudo serve, tudo se encadeia
na Natureza, desde o átomo primitivo ao arcanjo, que também começou por ser átomo.” (5).
Por conhecer essa luz divina imanente em toda a criação, é que Jesus lançou o desafio evolutivo: “Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens (...)”. (6).
173

A evolução do Espírito fica muito evidente nas palavras de Jesus, quando se declara, ele também, um
Espírito em evolução: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as
obras que eu faço, e as fará maiores do que estas (...).” (7).
É verdade que no dia em que chegarmos a fazer o que o Mestre fazia à época em que pronunciou essas
palavras – daqui a alguns milhões de anos –, pensando que nos igualamos a ele, ele estará ainda à nossa
frente, pois ele disse que poderíamos fazer obras maiores do que as que ele fazia, mas não disse que nós
o ultrapassaríamos. Ultrapassaremos o ponto evolutivo em que ele se encontrava naquele dia, mas ele
estará ainda à nossa frente, de vez que a evolução é infinita. E nós nem sabemos o que é infinito, a não
ser através de uma definição terrivelmente circular: “aquilo que não tem fim”!
***
Kardec, em brilhante ensaio (8), defende, com argumentação irretorquível, o imperativo da reencarnação
sob a ótica da justiça e da misericórdia de Deus. É um trabalho monumental, até hoje não contestado por
filósofo ou teólogo algum. Muitos livros foram escritos tendo como tema a reencarnação, mas não se
conhece nenhum trabalho sério que rebata os argumentos ali apresentados.
Aos argumentos alinhados pelo Codificador, pode-se ainda acrescentar uma série de outros, graças aos
esclarecimentos trazidos pelo Espiritismo:
Se o Espírito fosse criado juntamente com o corpo, como ficaria a justiça divina ante a flagrante diferença
que existe entre as oportunidades deferidas ao homem e à mulher, na família, na sociedade e até mesmo
nas religiões? Seria o caso de a mulher perguntar – e muitas perguntam – por que Deus as criou mulheres,
sem as consultar, para sofrerem, em muitos casos, cerceamento de liberdade por parte dos pais, e depois
as exigências e, não raro, a brutalidade dos maridos, enquanto lhes pesam nos ombros as sérias
responsabilidades no encaminhamento e na manutenção da saúde dos filhos. O Espiritismo, dentro de
uma visão evolucionista, mostra que o Espírito não tem sexo, podendo encarnar-se como homem ou
como mulher, segundo o seu livre-arbítrio.
De acordo com a doutrina da unicidade das existências, a criação de novas almas não seria decorrente da
vontade do Criador, mas estaria sujeita ao arbítrio dos casais, pois que poderiam usar um contraceptivo,
impedindo Deus de usar o Seu poder de criar uma nova alma. O Espiritismo nos ensina que, ao usar
qualquer recurso anticoncepcional, um casal apenas impede que um Espírito, já criado por Deus, que já
encarnou-se outras vezes, volte à Terra para uma nova etapa de aprendizagem.
No caso de um estupro, por que se valeria Deus de um ato de violência, de ultraje, de desrespeito, para
criar um Espírito? Onde estaria a justiça divina, se outros são criados, ao contrário, em momentos de
amor sublime, como filhos altamente desejados? Por que teria esse Espírito, fruto de uma violência, de
ficar estigmatizado por toda a Eternidade? Através dos esclarecimentos da Doutrina Espírita, sabe-se
que o acontecimento brutal que se deu tem causas anteriores, e que o Espírito que se reencarna,
aceitando ou sendo compelido a aceitar uma situação dessa natureza, tem ligações de natureza vária,
estabelecidas no passado, principalmente com aquela que lhe será mãe.
Se não houvesse experiências anteriores, como explicar a rebeldia, a brutalidade, o mau caráter de um
filho que tem toda uma ancestralidade constituída de pessoas dignas? Alguém poderá objetar, dizendo
que é herança genética de um parente longínquo. Mas que culpa têm os pais? Por que Deus permitiria
que esses gens danosos entrassem na formação daquela alma? A prosperar essa idéia, chegar-se-ia ao
absurdo de, no esforço de impedir Deus de criar Espíritos de mau caráter, dever-se-ia esterilizar todos
os que não fossem portadores de virtudes. Seria assim fácil “aperfeiçoar” a raça humana, como
pretenderam, no campo físico, os cultores da louca teoria da raça pura.
***
O Espiritismo esclarece que ninguém herda inteligência, virtudes ou defeitos morais, por serem atributos
do Espírito, que os traz como bagagem própria, intransferível quando reencarna. Se um casal tem um
filho que lhes nega as linhas morais da família, trata-se de um Espírito que foi por eles adotado, em
função do desejo de auxiliá-lo, ou o receberam como conseqüência de um passado comprometido com
ele, “porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo.” (9).
Dentro dessa linha de raciocínio, chega-se à conclusão que todos os filhos são adotivos, enquanto
Espíritos criados por Deus. O casal apenas “fornece o invólucro corporal.” (9).
Diga-se, de passagem, que, para um ajustamento de linguagem, dever-se-ia dizer: filhos consangüíneos
e não-consangüíneos, porque todos são adotivos.
174

A doutrina reencarnacionista é a única que não é racista, pois demonstra que Deus não seria justo se
criasse um Espírito imortal dentro de uma raça. O Espírito é criado por Deus e evolui, passando pela
humanização, no processo de angelizar-se. Ao humanizar-se, encarna-se inúmeras vezes, nas mais
variadas raças, mas seu início, sua criação não está vinculada a grupo étnico nenhum. A bem dizer, todos
os Espíritos pertencemos a uma única raça, pertencemos à raça divina, porque somos filhos de Deus.

Autor: José Passini


***
Bibliografia
Novo Testamento:
1 - Lc, 10: 25 2 - Mt, 11: 14 3 - Mt, 5: 44 6 - Mt, 5: 16 7 - Jo, 14:12
O Livro dos Espíritos
4 - item 166 5 - item 540 8 - item 222
9 - O Evangelho segundo o Espiritismo: Cap. 14, item 8
***
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#JustiçaDivina
175

115 - JUSTIÇA E EQUILÍBRIO

Em determinada passagem de Epístola, o Apóstolo Paulo afirma: Pois aquilo que o homem
semear, isto também ceifará.
Habitualmente, se entende que somente após a vida terrestre faremos um balanço de nossas
ações, recebendo a justa recompensa, seja paz ou desequilíbrio.
Ocorre que não é necessário morrer para perceber a atuação da lei das compensações.
Reparemos o cenário da luta vulgar na Terra.
Há homens que são indiferentes às dores do próximo.
Por seu turno, eles também recebem a indiferença quanto às dores que experimentam.
Muitos optam pelo afastamento do convívio social.
Para esses a solidão deprimente é a resposta ao mundo.
Alguns se permitem utilizar extrema severidade no trato com o semelhante.
Mas também são julgados pelos outros com rigor e aspereza.
Há quem pratique, em sociedade ou em família, a hostilidade e a aversão.
Naturalmente, encontra entre vizinhos e parentes, primordialmente, antipatia e desconfiança.
Entretanto, muitos optam por demonstrar carinho e respeito, mesmo por desconhecidos.
Esses gestos amigos granjeiam o concurso fraterno até de grupos anônimos que a todos cercam.
***
Pequeninas sementeiras de bondade geram abençoadas fontes de alegria.
O trabalho bem vivido produz o tesouro da competência.
Atitudes de compreensão e gentileza estabelecem solidariedade e respeito, junto a nós.
Otimismo e esperança, nobreza de caráter e puras intenções atraem preciosas oportunidades de
serviço, em nosso favor.
Todo dia é tempo de semear. Mas, todo dia também é tempo de colher.
Não é necessário atravessar as portas do túmulo para encontrar a justiça, face a face.
A justiça revela-se no cotidiano, nos princípios de causa e efeito, em todos os instantes de nossa
vida.
A justiça Divina é, em última instância, uma lei de harmonia.
***
Deus criou o mundo com base em leis perfeitas, que regem a vida e a evolução das criaturas.
A energia que lançamos no mundo, seja de paz ou de desarmonia, nos pertence.
Ela até pode afetar momentaneamente os outros, mas sempre volta à origem, para quem a
emitiu.
Esse raciocínio evidencia o equívoco de pretender que Deus castiga Suas criaturas.
É inconcebível imaginar Deus no papel de carrasco, sondando os atos de cada um de Seus filhos,
para puni-los ao menor desvio.
Ele nos dá LIVRE-ARBÍTRIO, a fim de que cresçamos em experiência, discernimento e
compreensão.
Mas também nos dá RESPONSABILIDADE por nossos atos, permitindo que
experimentemos as consequências de todos eles.
Assim, se causamos desequilíbrio no Universo, fazendo mal a um semelhante, devemos
restabelecer o equilíbrio original, reparando as consequências.
176

Nesse contexto, está inteiramente em nossas mãos optar pela paz ou pela discórdia, pela saúde
ou pela doença.
Se tudo o que ofertamos ao mundo a nós retorna, é questão de bom senso adotarmos um padrão
de conduta generoso e nobre.
***
A sementeira de ontem já foi lançada e hoje colhemos os seus frutos, pois, não há como retornar
sobre os próprios passos e desfazer o passado.
Mas o amanhã está inteiro por construir.
Optemos firmemente pelo bem, seguindo os exemplos do Cristo.
Bem rápido a vida nos dará frutos de paz e amor.
Afinal, como disse o Apóstolo, "aquilo que o homem semear, isto também ceifará".
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 119, recomenda:
Sê sábio, investindo no futuro.
O que ora te acontece, resulta do passado que não podes remediar.
Mas, aquilo que irá suceder, depende do que realizes a partir de hoje.
Enquanto recolhes efeitos de ações passadas, estás atuando para consequências
futuras.
Conforme semeares, assim colherás.
A tua fatalidade é o bem. Como atingi-lo, será opção tua, mediante ação rápida ou retardada
e contra-marchas.
Ninguém está fadado ao sofrimento.
Este é o resultado da escolha errada.
Investe no amanhã e serás feliz desde hoje.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. XXXIV do livro SEGUE-ME, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier e cap. 119 de VIDA
FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
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#vidafeliz #futuro #equilibrio
177

116 - JESUS ERA ECUMÊNICO?

“Jesus e o Pai são um. Quando eles fazem nascer o seu Sol sobre maus e bons e vir suas chuvas sobre justos
e injustos, estão proporcionando as mesmas oportunidades a todo o gênero humano para a sua redenção”.
I - Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi e vos designei para que vades e
deis frutos, e o vosso fruto permaneça. (João, 15:16).
II - Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou. Eu desci do céu
para fazer a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de
todos os que o Pai me deu. (João, 8:23; 6:38 e 39).
III - Assim como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor. Porque os meus discípulos
serão conhecidos por muito se amarem. (João, 15:9; 13:35).
IV - Disse-vos estas coisas para que a minha alegria esteja em vós e para que a vossa alegria seja completa.
(João, 15:11).
V - E como és Tu, ó Pai, em mim e eu em Ti, também eles sejam um em nós, a fim de que sejam aperfeiçoados
na unidade. (João, 18:22 e 23).
VI - Não Te rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim por intermédio da
sua palavra. (João, 17:20).
VII - Minhas ovelhas virão do Norte e do Sul, do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa com Abraão,
Isaque e Jacó no Reino dos Céus. Então haverá um só rebanho e um só Pastor. (Mateus, 8:11; João, 10:16).

Interpretação do discurso
Desse duro discurso proferido por Jesus, cheio de alertamentos aos que serão Vencedores com Ele (e não
aos que serão perdedores sem Ele), podemos tirar as seguintes conclusões:
1. Ninguém deve ser considerado líder religioso ou discípulo do Cristo apenas porque assim se proclama ou
assim é proclamado pelas convenções terrenas.
A condição de líder ou discípulo será comprovada pelas obras de cada um no campo da beneficência e da
solidariedade humana.
2. Todos os homens são da Terra e só Jesus é do Céu, ou seja, todos na Terra são iguais e um só se destaca e é
o Mestre Universal - o Cristo. Logo, a ordem divina é para que todos os discípulos do bem se unam no mundo,
em nível de igualdade, e levem a palavra da Boa-Nova a toda a Humanidade.
3. Permanecer na aura amorosa do Cristo deve ser o propósito de todo líder ou discípulo, e essa permanência
gera em consequência o amor fraterno, de forma assectária e universalista, por todos os seus irmãos em
humanidade - afetos e desafetos.
4. A mensagem de Jesus não é uma sentença de morte sombria e fatal, mas uma bandeira de júbilo e euforia
- e essa alegria espiritual gerada por ela deve ser a tônica das ações de todos os que se declaram seus discípulos.
5. Pelo fato de Jesus ser um com o Pai, o líder e o discípulo devem procurar ser um com Jesus, a fim de que
essa corrente divina se estabeleça, ligando a Terra ao Céu.
6. Os líderes e discípulos unidos devem vivenciar e promover a vivência e a propagação da mensagem cristã,
para despertar aqueles que ainda não tomaram conhecimento dela, sem pretensões seletivas, visto que só
Deus sabe quem são as ovelhas que, em todo o mundo, participarão do rebanho único de seu Filho.
7. As ovelhas do Cristo virão de todas as nações e de todas as religiões, e também dos agrupamentos sem matiz
religioso, cabendo apenas a Deus, através da ação missionária dos homens, tocar o coração daquelas que se
integrarão no rebanho único.
Este é o cerne do Ecumenismo estabelecido pelo Cristo.
- Duro é esse discurso; quem o poderá ouvir? dirão os que são contra a ideia ecumênica. E não a entenderão.
Mas não a entenderão porque foram batizados somente com água e não com fogo, e provavelmente lhe farão
oposição ou ficarão indiferentes. Mas os que forem batizados com o fogo do Espírito Santo entenderão. É para
esses que o Cristo destinou o Seu Reino futuro: Nada temais, ó pequenino rebanho, pois aprouve ao Senhor
Deus vos dar o seu Reino (Lucas, 12:32).

Conclusão e sugestão
178

Nossa sugestão aos líderes religiosos da atualidade (e que será provavelmente considerada excêntrica e
utópica pelos nichos conservadores de algumas religiões) é a seguinte:
- Sentem-se a uma mesa comunitária, de forma confortável e descontraída, regada a muito suco, vinho e chope
(conforme a preferência de cada um), acompanhados de deliciosos petiscos. Comam e bebam à vontade.
Falem sobre assuntos triviais, permutem suas histórias, suas lutas, suas dificuldades, suas vitórias. Narrem
casos hilários e riam a bandeiras despregadas, com direito a espirros de perdigoto no interlocutor. Recordem
também acontecimentos tristes, fases ruins, testemunhos, momentos de angústia, com direito a cabeças
reclinadas nos ombros uns dos outros, muitas lágrimas e lenços umedecidos.
É preciso quebrar a distância, o gelo, o protocolo, o engomamento gerados pelo ciúme doutrinário, pelo
isolamento e pela falta de prática no intercâmbio religioso. É preciso mesclar as experiências comuns, como
é costume fazer em família, quando todos se reúnem após longa viagem.
Muitos abraços, muitos afagos, muitos tapinhas nas costas. É isto que é o ecumenismo: uma reunião de
familiares, mortos de saudade e carentes de afeto, após uma separação de aproximadamente... 5000 anos.
Em seguida, como um bando de aves em revoada, saiam pelas ruas e batam de porta em porta, solicitando aos
moradores da cidade a contribuição de um quilo de mantimento de qualquer espécie - é a campanha do quilo
- ou uma peça de roupa usada. Depois, suarentos, sob um sol a pino, carregando sacoladas de doações nos
ombros, entrem na primeira favela que encontrarem e distribuam essas dádivas aos irmãos necessitados, com
um sorriso no rosto, uma palavra de fé e um abraço fraterno. Na choupana humilde, aceitem com boa vontade
um copo de água fria, uma xícara de café, e até um prato de sopinha rala se lhes forem oferecidos. É o que
faria Francisco de Assis no lugar de cada um.
Tradução: saiam da zona de conforto, desçam da torre de marfim do "sabe com quem está falando?" e das
indagações intelectuais infindáveis e estéreis. Partam para o corpo a corpo do trabalho de campo, na ação
social da solidariedade humana, para sentirem a alma do Cristo, que vivia entre os humildes e não desdenhava
a companhia dos publicanos, dos leprosos e das meretrizes.
Jesus não tem tempo para veranear pelos templos suntuosos de nenhuma religião da atualidade, visto que
sua presença é reclamada a todo momento ao pé do sofrimento humano, nos guetos, favelas e cortiços.
Se tudo isto for feito com o sentimento de caridade cristã e o amor exemplificado por Jesus, então os líderes
religiosos estarão prontos para sentarem-se à mesa de conferência e iniciarem as tratativas para a
harmonização ecumênica de seus vários rebanhos.
Porque se o movimento ecumênico começar pela base da pirâmide cristã, que é a caridade vivenciada em sua
singeleza mais absoluta, o movimento terá sucesso. Mas se começar por cima, pela tentativa de desbastar suas
diferenças doutrinárias, afiando uma agudeza noutra agudeza, estará fadado ao fracasso, porque terá
começado a construção desse Tabernáculo sagrado pela cumeeira e não pelo alicerce, e nenhuma construção
se sustenta se iniciada no vácuo.
Desarmem as almas, portanto. Tornem-se camaradas.
Amalgamem-se. Dispam os finos paramentos teológicos de seus antepassados, que, não obstante sua
importância, maçarocaram a singeleza da mensagem cristã, e vistam o burel grosseiro e surrado de Francisco
de Assis, o santo universal da alegria, da singeleza e da caridade. Sentem-se à mesa da harmonização universal
e estendam para o céu as mãos espalmadas, suplicando a Deus a esmola da Misericórdia Divina.
Se dessa atitude não resultar o Ecumenismo com "E" maiúsculo preconizado pelo divino Pastor em seu
Evangelho, este autor, envergonhado de pertencer a uma espécie tão irredutível, hipócrita e mesquinha,
rogará a Deus que risque seu nome, para sempre, do Livro da Vida.
***
Revista Reformador- Abril 2017 / Mário Frigéri - mariofrigeri@uol.com.br
***
#Reformador #Jesus #ecumenismo #fraternidade #respeito #dialogo
179

117 - SERENIDADE SEMPRE

Ante o grande lago, na tarde morna, nos pusemos a refletir. Sua quietude, suas águas calmas,
induziam a um estado interior.
E imaginamos como seria bom se pudéssemos ser serenos assim, quase imperturbáveis.
Quando um pequeno objeto atinge as águas, como uma pedrinha que joguemos, percebemos que no
exato lugar em que ela cai, círculos repetidos se vão formando.
Serenos, vão sendo consumidos pela tranquilidade, novamente. E o imenso espelho líquido continua
ali, retratando o céu azul, como se o desejasse imitar.
Serenidade. Poderíamos ser assim, demonstrar tanta serenidade, mesmo quando a violência explode
ao nosso redor?
Serenidade não quer dizer passividade ou indiferença frente aos acontecimentos. Significa
tranquilidade para resolver qualquer questão, por mais grave se apresente.
Mesmo com pessoas raivosas que costumam extravasar os seus sentimentos, agredindo com
palavras, gestos ou ações a quem esteja próximo.
Isso porque a violência sempre cederá frente àqueles que se mantêm serenos.
***
Foi para situações dessa natureza que Jesus aconselhou oferecermos a outra face. A face da
serenidade, a que mostra um ângulo diferente do problema e da possível solução.
Ou que nos permita superar o conflito, sem nos contaminarmos com o sentimento inferior do outro.
Ou com a balbúrdia encenada por muitos.
Serenidade é manter-se em calma quando a tormenta se apresenta. É agir para que a harmonia
retorne, paulatina, como os círculos concêntricos nas águas do lago, perturbadas por um objeto
lançado.
A presença de uma pessoa serena, em um ambiente conturbado, pode garantir a segurança de muitos
porque evita que qualquer conflito se enraíze ou se espalhe, de forma descontrolada.
Durante a eclosão de um incêndio, é a serenidade dos bombeiros, que atuam com presteza,
segurança, sem precipitação alguma, que garante o êxito das suas ações.
É o comando da serenidade que impede, numa evacuação de recinto, que muitos pereçam pisoteados,
ou esmagados pelos outros.
Serenidade mostrou Jesus, perante a prisão e julgamento arbitrário, na noite de trevas.
Deixa-se conduzir como um cordeiro. Responde a Anás e Caifás. Também ao representante de César
na Judeia, o procurador Pilatos.
Na cruz, mesmo entre as dores da agonia, Ele se mantém sereno.
Sua mente está ligada ao Superior e Ele vai vencendo as horas e deixando as Suas derradeiras
recomendações.
Roga perdão aos Seus algozes, reconhecendo, Senhor das Estrelas, que eram ainda criaturas
inconscientes das atrocidades que cometiam.
Entrega Sua mãe aos cuidados do discípulo amado. Ele partiria e Sua mãe deveria ficar amparada
em braços amorosos.
Atende a súplica de Dimas, que reconhece os equívocos realizados e lhe acena com a possibilidade
de recompor os próprios erros, num paraíso de redenção, que ali se inicia.
Finalmente, sereno, diz: Pai, em Tuas mãos entrego meu Espírito.
Serenidade. Trabalhemos por conquistá-la, gema preciosa que nos resguardará de muitos
problemas, criados pela precipitação, pela impaciência, pela raiva incontida.
Serenos, prossigamos.
***
180

E Joanna de Ângelis, em uma mensagem intitulada SERENIDADE SEMPRE, no livro


DIMENSÕES DA VERDADE, observa:
Todo homem sábio é sereno.
A serenidade é conquista que se consegue com esforço pessoal e passo a passo.
Pequenos desafios que são superados; irritação que se faz controlada; desafios emocionais
corrigidos; vontade bem direcionada; ambição freada, são experiências para a aquisição da
serenidade.
Um Espírito sereno já se encontrou consigo próprio, sabendo exatamente o que deseja da vida.
A serenidade harmoniza, exteriorizando-se de forma agradável para os circunstantes. Inspira
confiança, acalma e propõe afeição.
O homem sereno já venceu grande parte da luta.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Capítulo SERENIDADE SEMPRE do livro DIMENSÕES DA VERDADE, por Joanna de Ângelis e
Divaldo Franco
***
#momentoespirita #serenidade #equilíbrio #comportamento #Jesus #responsabilidade #dimensoesdaverdade
#PsicologiaEspírita
181

118 - CULTIVAR A MISERICÓRDIA

"Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas
não sabe para onde vai." (João 12:35)
A palavra MISERICÓRDIA tem origem latina, é formada pela junção de miserere (ter
compaixão), e cordis (coração).
"Ter compaixão do coração", significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente,
aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser solidário com as outras pessoas ,
ou seja, sentir a miséria do outro no próprio coração.
Não resta dúvida que a evolução da espécie humana, no tempo e no espaço, sempre foi um misto
entre a sombra e a luz . Horas andamos nas luzes e horas percorremos em trevas. Andar e
percorrer não é possuir.
Desse processo, resultará a edificação do reino de Deus em nós. Muitas vezes praticamos
julgamentos e condenações imprecisos , precipitados e descaridosos, típicos de espíritos
imaturos e infantis.
Espíritos em evolução que temporariamente esquecem como agem a dor e as imperfeições,
frutos do livre arbítrio, assim nos afastando, num instante de rebeldia, das luzes que tanto
almejamos.
Em Mateus 12:7 encontramos a expressão de Jesus: ""Mas, se vós soubésseis o que
significa: Misericórdia quero e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes”. Um
alerta inequívoco dos cuidados que devemos ter antes de julgar alguém...
***
O ato de julgar o outro é marca de espíritos pouco evoluídos e ainda insensíveis aos processos
de burilamento do Ser Imortal, esquecido das advertências do Cristo: "Aquele que dentre vós
estiver sem pecado que atire a primeira pedra".
A Justiça Divina chama a todos para a reabilitação diante das Leis de amor e pela Divina
Misericórdia somos beneficiados por essas mesmas Leis, tendo oportunidades valorosas de
ajustamentos éticos, morais e espirituais , por isso a benção da reencarnação.
Se pudéssemos explicar de maneira mais fácil a dádiva da reencarnação seria como ouvir a voz
de Deus dizendo: " Vai Filho, vive mais um tempo para acertar as pendências que ficaram no
ontem!"
O trabalho incessante no bem é recurso dos mais preciosos para a iluminação de nós mesmos.
A luz trazida pela Mensagem Imortal do Amor é sinal extremo da Misericórdia Divina que
aguarda possamos retribuir o amor com gestos de amor.
Sentir as misérias do outro no próprio coração é buscar recursos divinos em nós e espalhar as
sementes pequeninas da misericórdia nos corações ressequidos pela dor e sedentos da água da
compreensão.
Para iluminar os porões da nossa individualidade mister se faz viver diariamente com a perfeita
consciência do Deus que existe em cada um de nós. Lembremos as lutas, as edificações e assim
como do carvão mineral pode-se extrair o diamante puro, fulguremos nossa luz na forja do
destino a fim de marcharmos com o Criador amando e sentindo a intimidade do coração do
próximo.
***
Joanna de Ângelis, no livro MOMENTOS DE CORAGEM, no capítulo CONDUTA DE
MISERICÓRDIA, recomenda:
Por isto, não julgues ninguém pela aparência, ou melhor, não te arvores a julgamento algum
com desconhecimento da causa reta.
182

Torna-te tolerante, embora sem ser conivente.


O problema de cada um, a cada qual pertence.
Seja um momento de esperança para quem te busque, ou uma oportunidade de renovação
para quem te perturbe ou desafie, mantendo-te em paz contigo mesmo em qualquer situação.
Jesus, que identificava a causa das afliçöes humanas e penetrava o âmago dos corações, por
isto mesmo não julgava, não condenava, não desconsiderava ninguém.
Seguindo-Lhe o exemplo e exercendo misericórdia para com o teu próximo, quando,
por tua vez, necessites de apoio, não te faltarão o socorro da compreensão e da amizade que
alguém te dispensará.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Capítulo CONDUTA DE MISERICÓRDIA do livro MOMENTOS DE CORAGEM, por Joanna de
Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #misericórdia #misericordiadivina #julgamento #Julgar #comportamento #vigilância
183

119 - MISERICÓRDIA NA JUSTIÇA DIVINA

Muitas pessoas falam de forma equivocada a respeito da Justiça de Deus, talvez por desconhecerem a
grandeza das Leis Divinas, que são justas, sim, mas também de misericórdia.
Deus, que é a bondade suprema, não quer punir os Seus filhos, mas fazer com que caminhem em Sua direção,
no rumo da felicidade tão desejada.
Enquanto os homens julgam os fatos pelas aparências e circunstâncias do momento, a Justiça Divina abrange
um contexto muito mais amplo.
E as Leis Divinas consideram sempre a intenção que move os atos, nunca os atos em si mesmos.
***
No filme nacional intitulado AUTO DA COMPADECIDA, uma comédia que retrata a vida dos habitantes do
sertão nordestino, há uma cena extremamente comovedora. É o momento em que o personagem João Grilo
e outros conterrâneos estão sendo julgados num tribunal do Além, e, como está prestes a ser enviado para
o inferno, João Grilo apela para Nossa Senhora, mãe de Jesus.
Maria de Nazaré, interpretada pela atriz Fernanda Montenegro, aparece no tribunal e diz a Jesus: Intercedo
por estes pobres, meu filho, que não têm ninguém por eles.
É preciso levar em conta a pobre e triste condição do homem.
Os homens começam com medo, coitados, e terminam por fazer o que não presta, quase sem querer... é o
medo.
Medo de muitas coisas... do sofrimento, da solidão, e, no fundo de tudo, medo da morte...
A Mãe Santíssima, compadecida com a miséria daquele pobre nordestino, que prestava contas de seus atos
no Além-túmulo, apela para o coração magnânimo do Filho, em favor do desafortunado.
Fala que ele teve que se acostumar com o pouco pão, com a fome, com a seca que castiga o solo, desde
muito cedo. Lembra que ele teve que abrir mão da infância para trabalhar desde menino. E quando não podia
mais suportar o fardo sobre os ombros... rezava.
A cada vez que a terra se partia por falta de chuva, ele se juntava a um grupo de retirantes e se ia, para voltar
de novo, com os primeiros pingos d'água, como se a esperança fosse uma planta que nascesse com a chuva.
***
Retirando a alegoria e a forma fantasiosa que o cinema permite, podemos dizer que o filme reflete um pouco
da realidade.
O Pai Maior sempre leva em conta os motivos dos nossos tropeços e considera nossa real capacidade de
autossuperação.
A misericórdia Divina compreende nossos medos, nossas fraquezas, nossa falta de fé.
E não se pode conceber um pai que deixa seus filhos padecer a mais dolorosa miséria só para os infelicitar.
Todas as situações, pelas quais Deus nos permite passar, sempre têm o objetivo de nos fazer crescer e
aprender a viver.
Naturalmente, o Criador conhece nossos pensamentos e sentimentos mais secretos, por isso não adianta
tentar inventar desculpas para os atos praticados com maldade e egoísmo.
Dessa forma, não raro, o que para os homens parece não ter perdão, é perfeitamente desculpável diante da
Justiça Divina, e vice-versa.
***
A Misericórdia de Deus sempre atua de forma que o mal aparente resulte em bênçãos reais, promovendo o
ser, quando ele aprende a retirar lições edificantes das ocorrências que lhe sucedem.
184

Assim sendo, nas horas em que a dúvida se fizer presente, busque o auxílio de Jesus, Ele lhe mostrará a
verdade.
Quando a esperança tentar fugir pela janela, confie suas preocupações ao Sublime Pastor, que nunca
abandona Suas ovelhas.
E se alguma vez você der um mau passo, que seja por fragilidade e nunca pelo desejo do mal.
Se agir assim, tenha a certeza de que sempre haverá alguém que intercederá por você, em nome da
misericórdia e do amor.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #misericórdia #misericordiadivina #julgamento #justiça #Julgar #comportamento
#justicadivina
185

120 - MEIOS DE SUBSISTÊNCIA

Em O LIVRO DOS ESPÍRITOS (questão 707), Allan Kardec fez a seguinte pergunta aos Espíritos superiores:
- É freqüente a certos indivíduos faltarem os meios de subsistência, ainda quando os cerca a abundância. A
que se deve atribuir isso?
E os espíritos responderam:
- Ao egoísmo dos homens, que nem sempre fazem o que lhes cumpre. Depois e as mais das vezes, devem-no
a si mesmos. Buscai e achareis: estas palavras não querem dizer que, para achar o que deseje, basta que o
homem olhe para a Terra. É preciso procurar, não com indolência, e sim com ardor e perseverança, sem
desanimar ante os obstáculos, que muito amiúde são simples meios de que se utiliza a providência, para lhe
experimentar a constância, a paciência e a firmeza."
Como podemos perceber, o EGOÍSMO continua sendo a grande barreira no caminho dos homens.
***
Kalil Gibram, em seu livro O PROFETA, fala sobre o egoísmo e a preguiça de forma poética:
"A vós a terra oferece seus frutos, e nada vos faltará se somente souberdes como encher as mãos.
É trocando as dádivas da terra que encontrareis a abundância e sereis satisfeitos.
E, contudo, a menos que a troca se faça no amor e na justiça, ela conduzirá uns à avidez e outros à fome.
Quando vós, trabalhadores dos campos e dos vinhedos, encontrardes no mercado os tecelões, os oleiros e os
colhedores de especiarias, invocai o espírito mestre da terra para que desça sobre vós e santifique as balanças
e os cálculos que comparam valor com valor.
E não permitais que aqueles que têm as mãos vazias tomem parte nas vossas transações, eles vos venderiam
suas palavras em troca de vosso labor.
A tais homens devereis dizer: Vinde conosco aos nossos campos ou ide com nossos irmãos para o mar e jogai
vossa rede, pois a terra e o mar serão tão generosos para convosco quanto o são para conosco.
Mas quando vierem os cantores, os bailarinos e os flautistas, comprai de suas ofertas, pois eles também
colhem frutos e incensos e, embora feitos de sonhos, seus produtos são vestimenta e alimento para vossas
almas.
E antes de deixardes o mercado, vede que ninguém se retire de mãos vazias.
Pois o espírito mestre da terra não descansará em paz sobre o vento enquanto as necessidades do mais
humilde dentre vós não tiverem sido satisfeitas."
***
Importante notar a lucidez nas palavras desses sábios que condenam o egoísmo e a indolência, e enaltecem
as mãos operosas e justas.
Existem pessoas que não têm o necessário para viver, por causa do egoísmo de alguns, mas também existem
aqueles que vivem na miséria por pura preguiça.
Desejam olhar para a terra e dela receber seus frutos, sem o menor esforço. Sentam-se confortavelmente
em suas cadeiras cativas, sem nada produzir, e esperam seus polpudos salários no fim de cada mês.
Mas como o Criador não privilegia nenhum de seus filhos, outorgou-lhes o trabalho como lei natural.
Quem não trabalha e mesmo assim recebe, fica devendo às leis morais da vida e, mais cedo ou mais tarde
deverá prestar contas dessa apropriação indébita.
Jesus, o maior sábio que já pisou o solo terrestre, enalteceu essa dinâmica ensinando: buscai e achareis.
Batei e a porta se abrirá.
Pensemos nisso, e coloquemos nossas possibilidades a serviço do progresso, sem egoísmo nem indolência.
***
186

E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 142, nos recorda:


As tuas necessidades reais não exorbitam a área das tuas posses.
Cada criatura nasce ou renasce dentro do esquema que lhe faculta as melhores possibilidades para ser feliz.
A inconformação e a rebeldia, porém, normalmente armam o indivíduo com ambição e violência que geram
estados desditosos, mesmo quando ele consegue acumular excessos e quinquilharias a que atribui valores
relevantes, exagerados.
Nunca faltariam os recursos para a sobrevivência humana, caso não houvesse nos corações o predomínio do
egoísmo, da avareza e do desinteresse fraternal.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 707 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. Feb e livro O PROFETA, de
Gibran Khalil Gibran, cap. AS COMPRAS E AS VENDAS.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #progresso #egoísmo #indolencia #preguiça #comportamento #doutrinaespirita
#PsicologiaEspirita #trabalho
187

121 - HARMONIA NAS DIFERENÇAS

De um modo geral, nosso grande problema, nas relações pessoais, é que desejamos que os outros sejam
iguais a nós.
Em se falando de amigos, desejamos que eles gostem exatamente do que gostamos, que apreciem o mesmo
gênero de filmes e música que constituem o nosso prazer.
No âmbito familiar, prezaríamos que todos seus membros fossem ordeiros, organizados e disciplinados como
nós.
No ambiente de trabalho, reclamamos dos que deixam a cadeira fora do lugar, papel espalhado sobre a mesa
e que derramam café, quando se servem.
Dizemos que são relaxados e que é muito difícil conviver com pessoas tão diferentes de nós mesmos. Por
vezes, chegamos às raias da infelicidade, por essas questões.
***
E isso nos recorda da história de um menino chamado Pedro. Ele tinha algumas dificuldades muito próprias.
Por exemplo, quando tentava desenhar uma linha reta, ela saía toda torta.
Quando todos à sua volta olhavam para cima, ele olhava para baixo. Ficava observando as formigas, os
caracóis, em sua marcha lenta, as florzinhas do caminho.
Se ele achava que ia fazer um dia lindo e ensolarado, chovia. E lá se ia por água abaixo todo o piquenique
programado.
Um dia, de manhã bem cedo, quando Pedro estava andando de costas contra o vento, ele deu um encontrão
em uma menina e descobriu que ela se chamava Tina. E tudo o que ela fazia era certinho.
Ela nunca amarrava os cordões de seus sapatos de forma incorreta nem virava o pão com manteiga para
baixo.
Ela sempre se lembrava do guarda-chuva e até sabia escrever o seu nome direito.
Pedro ficava encantado com tudo que Tina fazia. Foi ela que lhe mostrou a diferença entre direito e esquerdo.
Entre a frente e as costas.
Um dia, eles resolveram construir uma casa na árvore. Tina fez um desenho para que a casa ficasse bem
firme em cima da árvore.
Pedro juntou uma porção de coisas para enfeitar a casa. Os dois acharam tudo muito engraçado. A casa ficou
linda, embora as trapalhadas de Pedro.
Bem no fundo, Tina gostaria que tudo que ela fizesse não fosse tão perfeito. Ela gostava da forma de Pedro
viver e ver a vida.
Então Pedro lhe arranjou um casaco e um chapéu que não combinavam. E toda vez que brincavam, Tina
colocava o chapéu e o casaco, para ficar mais parecida com Pedro.
Depois, Pedro ensinou Tina a andar de costas e a dar cambalhotas.
Juntos, rolaram morro abaixo. E juntos aprenderam a fazer aviões de papel e a lançá-los, voando, para muito
longe.
Um com o outro, aprenderam a ser amigos até debaixo d'água. E para sempre.
Eles aprenderam que o delicioso em um relacionamento é harmonizar as diferenças.
Aprenderam que as diferenças são importantes, porque o que um não sabe, o outro ensina. Aquilo que é
difícil para um, pode ser feito ou ensinado pelo outro.
***
É assim que se cresce no mundo. Por causa das grandes diferenças entre as criaturas que o habitam.
A Sabedoria Divina colocou as pessoas no mundo, com tendências e gostos diferentes umas das outras.
188

Também em níveis culturais diversos e degraus evolutivos diferentes.


Tudo para nos ensinar que o grande segredo do progresso está exatamente em aprendermos uns com os
outros, a trocar experiências e valorizar as diferenças.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 118, recomenda:
Aceita as pessoas, conforme estas se te apresentam.
Este homem prepotente que te desagrada, está enfermo, e talvez não o saiba.
Esse companheiro recalcitrante é infeliz em si mesmo.
Aquele conhecido exigente sofre dos nervos.
Uns, que parecem orgulhosos, são apenas portadores de conflitos que procuram ocultar.
Outros, que se apresentam indiferentes, experimentam medos terríveis.
A Terra é um grande hospital de almas.
Quem te veja, apenas, superficialmente, não terá como analisar-te com acerto.
Concede a liberdade para que cada um seja conforme é e não como pretendes que sejam.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro PEDRO E TINA, de Stephen Michael King, ed. Brinquebook, e VIDA FELIZ, 118, por
Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #comportamento #diferenças #tolerâncai #compreensão #benevolência #respeito
#fraternidade #vidafeliz
189

122 - NOSSOS OBJETIVOS E NOSSOS SONHOS

Sara participava de um projeto social de inclusão no mundo do trabalho.


Nas primeiras reuniões, os coordenadores do projeto ouviam os participantes sobre seus sonhos,
interesses, desejos para o futuro.
Quando indagaram a Sara, ela disse que seu filho desejava cursar o ensino superior, talvez
medicina; que o marido aguardava, algum dia, conseguir um emprego melhor; que a filha
esperava se casar e ser feliz na nova família que pretendia constituir.
E Sara falou e falou dos sonhos de todos, até de sobrinhos. Então, de forma direta, lhe foi
perguntado:
- Quais são os seus sonhos? Importante que nos fale dos seus sonhos, não dos seus familiares.
Sara se pôs a pensar, a pensar... E não conseguiu responder.
Seus sonhos eram todos voltados para o outro. Nunca tinha parado para refletir sobre os seus
interesses pessoais, sobre os objetivos da sua vida, o que ela queria para si mesma.
***
Será que somos como Sara? Será que nunca paramos para refletir sobre nossa vida?
Estamos simplesmente vivendo cada dia, tentando resolver os problemas, sem espaço para mais
nada?
É fundamental que tenhamos sonhos, projetos de realização pessoal.
Não devemos apenas pensar nas necessidades materiais do dia a dia, mas buscar ver a vida a
partir de um horizonte maior.
Ter objetivos que possam ir além das necessidades materiais, do destaque social, do
consumismo, da busca da juventude permanente.
É preciso identificar quem somos, como estamos na intimidade, o que queremos construir em
nós, como desejamos continuar a viver os nossos dias.
Para isso precisamos nos permitir momentos de reflexão serena, profunda, que nos possam
conduzir a uma avaliação cuidadosa de nós mesmos.
Para muitos de nós poderá ser difícil encontrar um horário só para nós. Vivemos para os
compromissos, com a agenda sempre repleta, para as outras pessoas, para as realizações
externas.
Porém, é necessário cuidarmos de nós mesmos. Necessário que nos conheçamos e que possamos
definir objetivos duradouros para nossas vidas.
Podemos começar devagar, sem pressão e sem conflitos.
Reorganizar nossos horários para incluir momentos em que possamos estar a sós conosco
mesmos.
E, então, nos questionarmos: quem sou eu? Quais os meus valores? Que desejo para mim? O
que há em mim que posso melhorar?
***
Esse processo de AUTOCONHECIMENTO irá nos permitir redefinir nossas vidas,
identificar nossos sonhos e objetivos para além das exigências da vida cotidiana, voltada
apenas para as coisas imediatas.
Poderemos descobrir projetos esquecidos, despertar para uma vida interior, onde possamos
encontrar objetivos maiores.
Serenidade para uma prece profunda. Um quase êxtase ouvindo uma boa música. O prazer de
uma leitura nobre. Aprender a tocar um instrumento musical. Aprimorar a fala e a escrita no
próprio idioma.
190

Servir ao próximo, sim. Igualmente, nos conceder um mimo a nós mesmos, por segundos que
sejam, a cada dia.
Algo que nos faça bem, nos eleve, nos reabasteça o ânimo, nos reative a esperança, nos faça
crescer.
***
Auto-analisemo-nos com carinho e sinceridade, buscando superar as ansiedades e os temores
que afetam nosso comportamento.
Atitudes tranquilas são resultado de realização íntima, que somente conseguiremos mediante
exercícios de prece, paciência e meditação.
É o caminho mais adequado para aprender a governar nossas emoções e nos conhecer melhor.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #vida #objetivos #comportamento #autoconhecimento #consciência #meditação
191

123 - DEPOIMENTO DE UM ESPÍRITA DESENCARNADO

"(...) Minha situação espiritual não é das melhores, porquanto se algo realizei em benefício do
semelhante, fui muito descuidado em relação ao meu próprio Espírito. É relativamente fácil
trabalhar pelo bem alheio; difícil é impedir o mal em nós mesmos. Não há dificuldade em orar
por alguém, visitar o doente, pronunciar palavras de conforto e estímulo, atender o necessitado ...
Difícil é conter a irritação, evitar a maledicência, exercitar o perdão, abortar a má
palavra ...
Semelhantes impulsos estão muito arraigados em nosso coração! E há os vícios ... Incrível! Nem
tenho conta das manifestações que presenciei de entidades desencarnadas a lamentar os
excessos à mesa, os desregramentos, o álcool, o fumo, o tóxico ... E eis-me aqui a engrossar o
coro dos atormentados do Além, porque jamais levei a sério as advertências contidas naqueles
dolorosos depoimentos!.
(...) Todos temos fraquezas, mas, ante as bênçãos do conhecimento espírita, há a obrigação de
combatê-las. Enquanto permanecemos na escuridão, ninguém pode nos criticar se tropeçamos,
mas quando a luz (do conhecimento espírita) se faz, cumpre-nos olhar por onde andamos. Nada
posso fazer senão lamentar o tempo perdido, mas vocês permanecem na luta. Aproveitem as
oportunidades; não percam tempo, aprendam a se analisar, olhem dentro de si mesmos, vejam
o que deve ser mudado e o façam, a fim de não colherem decepções idênticas às minhas...O título
de servidor do Evangelho é importante: habilita-nos a muitas bênçãos, mas somente como
discípulos autênticos do Cristo estaremos construindo, realmente, nossa felicidade. Isso pede
não apenas a movimentação de nossas mãos pelo solo promissor da Fraternidade, mas,
sobretudo, de nossa vontade, a trilhar com decisão árduos caminhos do aprimoramento
espiritual."
***
O conhecimento espírita é bênção de esclarecimento e orientação, amenizando as agruras
da jornada humana e estimulando-nos à movimentação pelo solo da Fraternidade, onde
colhemos abençoadas flores de Esperança e frutos dadivosos de trabalho enobrecedor ...
Mas representa, também, intransferível acréscimo de responsabilidade no campo do
aprimoramento individual, partindo do princípio evangélico de que muito será solicitado
àquele que muito recebeu.
***
Extraído do livro: Atravessando a Rua, por Richard Simonetti
***
#desencarne #espiritismo #vidaaposamorte #causaeefeito #comportamento #vigilância #CondutaEspirita
192

124 - O EQUILÍBRIO DA SAÚDE

É comum, em relação à questão da saúde, vivermos, quase sempre, procurando combater a doença, haja
vista o número de remédios, farmácias, hospitais equipados com alta tecnologia para diagnóstico e
tratamento, planos de saúde, etc.
Por esses meios buscamos a libertação de nossos males, no entanto, continuamos doentes e mais ansiosos
em nos vermos livres das doenças.
Novas doenças aparecem a cada dia, doenças milenares ressurgem com toda a força. Tudo isso acontece
num momento em que a Medicina conta com recursos avançadíssimos de diagnóstico e tratamento. Por que
isso acontece?
Em uma abordagem profunda, querer se livrar da doença não significa a mesma coisa que buscar a saúde.
Desenvolver a saúde requer um movimento do indivíduo em direção a ela. Não é possível nos livrarmos da
doença de fora para dentro.
Muito menos, através de uma atitude de ansiedade e inquietação no sentido de arrancá-la de nós, por meio
de recursos externos.
Arrancá-la só nos trará um alívio temporário para que, posteriormente, possamos agir de outra maneira.
***
A causa das doenças, tanto as mentais quanto as físicas, estão no Espírito doente que ainda somos,
comprometidos com a ignorância e a ilusão, a rebeldia e a violência, o egoísmo e a negação do dever.
Todos esses fatores são geradores de sofrimentos, de enfermidades e dores.
O ser, então, sem a ética necessária ou o sentimento de superior eleição, atira-se nos cipoais dos conflitos
que geram a desarmonia das defesas orgânicas.
Essas cedem à invasão de micróbios e vírus que lhes destroem a imunidade, instalando-se, insaciáveis,
devoradores.
Certamente, as terapias convencionais ajudam na recuperação da saúde, na sua relativa manutenção.
Todavia, somente os fatores internos que respondem pelo comportamento emocional e social podem criar
as condições permanentes de bem-estar, erradicando as causas penosas e promovendo o equilíbrio
estrutural do ser.
Encobrir uma ferida não impede que ela permaneça decompondo a área, na qual se encontra instalada.
Jesus sintetizou no amor a força poderosa para a anulação das causas infelizes do sofrimento e para a sua
compensação pelo bem.
Na fé, a canalização de todas as possibilidades psíquicas alterando a ação das forças habituais.
A fé tudo pode, pois aciona inexplorados mecanismos íntimos do homem, geradores de forças não utilizadas,
modificando por completo a paisagem interna e, posteriormente, a paisagem externa do ser.
Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, através da observância das lições do Evangelho e das
diretrizes propostas pelos Espíritos Superiores, aludindo a Jesus, apresentou a CARIDADE como sendo a via
real para a salvação, a aquisição da saúde integral.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 86, recorda:
Muitas enfermidades têm origem no temperamento desajustado, nas emoções em desalinho, em influências
espirituais negativas.
A ansiedade, o medo, o pessimismo, a ira, o ciúme, o ódio, são responsáveis por males que ainda não se
encontram catalogados, prejudicando a saúde física, emocional e mental.
193

Esforça-te por permanecer em paz, cultivando os pensamentos bons, que te propiciarão inestimáveis
benefícios.
Conforme preferires mentalmente, assim te será a existência.
***
Pensemos nisso!
Somente uma ação decisiva, firme, visando a saúde espiritual, nos libertará definitivamente das doenças que,
em si mesmas, são caminhos para a conquista da saúde do Espírito.
É na transformação moral do indivíduo para melhor e na ação da caridade que a cura se processa e o
sofrimento se dilui, cedendo lugar à paz e ao equilíbrio psicofísico.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro SAÚDE ESPIRITUAL, de Alírio de Cerqueira Filho, ed. Ebm e do cap. VIII do livro
PLENITUDE, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco, ed. Leal
***
#momentoespirita #comportamento #saúde #doenças #vigilância #sofrimento #ansiedade #fraternidade
#vidafeliz #PsicologiaEspírita
194

125 - CASAMENTO

O que você pensa a respeito do casamento?


As respostas para esta pergunta são as mais variadas.
Uns dizem que o casamento é uma instituição falida. Outros afirmam que é coisa do passado, que o moderno
é viver o sexo livre, sem maiores compromissos.
Vejamos o que os Espíritos responderam à questão proposta por Allan Kardec, em O LIVRO DOS ESPÍRITOS
(Questão 696):
- Que efeito teria sobre a sociedade humana a abolição do casamento?
- Seria uma regressão à vida dos animais. O estado de natureza é o da união livre e fortuita dos sexos. O
casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a
solidariedade fraterna e se observa entre todos os povos, se bem que em condições diversas. A abolição do
casamento seria, pois, regredir à infância da humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos
animais que lhe dão exemplo de uniões constantes.
Podemos perceber, com esta resposta, que o casamento é uma excelente escola de aprendizado para o casal
e para os filhos que chegam através da sua união.
Todavia, o que ocorre é que poucas pessoas se preparam convenientemente, antes do consórcio matrimonial.
A ausência desse cuidado, quase sempre ocasiona desastre imediato de consequências lamentáveis.
Tentados por paixões de variada ordem, que se estendem desde o apelo sexual até os jogos dos interesses
financeiros, deixam-se levar e caem nas armadilhas da própria irresponsabilidade.
Podemos perceber que o problema não está no casamento em si, mas na condução que damos a ele.
***
Considerando que o lar é a célula básica da sociedade, a característica de cada sociedade será a resultante
das características gerais das famílias que nela vivem.
Assim, se os pilares que deveriam sustentar cada lar desmoronam, a sociedade inteira se ressente com as
consequências. E se não há harmonia no lar, que é o embrião da sociedade, não haverá sociedade
harmonizada.
Além disso, sendo o casamento uma grande escola para se aprender a arte do convívio, a fraternidade, a
solidariedade, o cultivo do afeto, se este não sobrevive, o que podemos esperar da comunidade?
Infelizmente, o que se pode constatar, quando um casamento se desfaz, é a supremacia do individualismo,
do egoísmo, da tola vaidade, do orgulho e da prepotência de uma ou de outra parte, ou de ambas.
O que acontece é que geralmente os casais se esquecem das promessas feitas quando da assinatura desse
contrato de convivência mútua que chamamos casamento.
As promessas foram as de ficar juntos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza ou na pobreza,
mas juntos. E dificilmente o casamento mal estruturado resiste aos primeiros golpes da dificuldade que se
apresenta.
Os casais se esquecem de que apenas algumas gotas de tolerância podem salvar e fortalecer a união. Que a
renúncia preserva o convívio e o torna mais sólido. Que o esquecimento de um mal-entendido aproxima e
engrandece os seres. E que o amor, nas suas mais variadas expressões, é a ferramenta capaz de solidificar e
conservar a união dos seres por toda a eternidade.
***
O matrimônio é abençoada oficina onde podemos aprender a tecer os mais lindos sonhos de ventura e paz.
É a oportunidade bendita de reatar os laços rompidos em existências passadas ou estreitar o afeto iniciado
com alegria.
195

O casamento é experiência nobre que pode nos credenciar aos altos planos da Criação, ao encontro da
felicidade plena que tanto desejamos.
***
Joanna de Ângelis, na mensagem CASAMENTO E FAMÍLIA, explica:
O matrimônio é uma experiência emocional que propicia comunhão afetiva, da qual resulta a prole sob a
responsabilidade dos cônjuges, que se nutrem de estímulos vitais, intercambiando hormônios preservadores
do bem estar físico e psicológico. Não é, nem poderia ser, uma incursão ao país da felicidade, feita de sonhos
e de ilusões.
Representa um tentame, na área da educação do sexo, exercitando a fraternidade e o entendimento, que
capacitam as criaturas para mais largas incursões na área do relacionamento social. Ao mesmo tempo, a
família constitui a célula experimental, na qual se forjam valores elevados e se preparam os indivíduos para
uma convivência salutar no organismo universal, onde todos nos encontramos fixados.
A única falência, no momento, é a do ser humano, que se perturba, e, insubmisso, deseja subverter a ordem
estabelecida, a seu talante, em vãs tentativas de mudar a linha do equilíbrio, dando margem às alienações
em que mergulha.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 696, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. Feb. e livro SOS FAMÍLIA,
mensagem CASAMENTO E FAMÍLIA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #compreensão #tolerância #casamento #familia #responsabilidade
#família
196

126 - COMO DISTINGUIR COMUNICAÇÕES CONFIÁVEIS DOS ESPÍRITOS

Algumas pessoas têm estranhos conceitos a respeito dos Espíritos.


Acreditam que, após a morte, todos se tornam anjos de pureza e sabedoria.
É comum se ter notícias de pessoas famosas. Muitos artistas que vêm dizer das suas atividades
no mundo espiritual. Falam de garra, de luta.
E as pessoas se deixam iludir. Não se dão conta do estilo de vida daquelas criaturas. E nem do
gênero de morte.
Temos ouvido elogios às mensagens de um ou de outro.
Criaturas que, durante a vida física, se permitiram toda sorte de prazeres: álcool, fumo, sexo,
drogas.
Alguns até perderam o corpo de carne por suicídio indireto e direto.
Porém, vem dizer que estão bem. Que continuam a compor, que está tudo legal com eles. Falam
até em serem protetores de alguns dos seus fãs.
***
A crermos serem verdadeiras tais mensagens, é de nos perguntarmos: Onde a justiça de Deus?
Pois o homem de bem anda no reto dever a vida toda e estará bem no mundo espiritual. O
inconsequente e leviano também?
Vigilância! Bom senso! Não nos deixemos seduzir por mensagens questionáveis.
A cada um será dado segundo as suas obras. A afirmativa é do Cristo.
Vamos convir assim que os que na Terra dilapidaram o tesouro do corpo, se encontrarão no
mundo espiritual doentes, necessitados de auxílio, confusos.
Seres que necessitarão da Misericórdia Divina. De tempo para se equilibrarem.
Nenhuma chance imediata de se tornarem anjos da guarda ou Espíritos guias.
***
Falando das penas e recompensas, os Espíritos asseveraram: a felicidade dos Espíritos é sempre
proporcional à sua elevação.
Para os que delinquiram no mundo, as penas proporcionais: o avarento fica às voltas com
coisas materiais, que já não pode gozar.
O devasso com as orgias de que ainda deseja participar.
O orgulhoso inveja as honras que não mais recebe. Enfim, cada um vive no mundo espiritual
o que viveu na Terra.
A morte a ninguém transforma.
Seres angélicos só os que na carne serviram no bem, doaram-se e realizaram o que era bom.
Os que cultivaram o belo, continuarão a fazê-lo. Os que criaram o desequilíbrio, a desarmonia,
prosseguirão a fazê-lo.
Um dia despertarão. Nesse dia, iniciarão seu curso para o reequilíbrio, que é sempre lento.
Afinal, a natureza não dá saltos, não há varinha mágica para transformar um mau em bom,
altruísta, benevolente.
***
Em 1969, o Espírito Irmão X entrevistou o Espírito de Marilyn Monroe.
Ela morreu por ingestão de pílulas. Suicídio indireto, pois não buscava a morte. Só desejava
dormir um pouco.
Acerca dos seus planos para o futuro, falou:
197

- À condição de doente, quero melhorar. Em seguida, como aluna no educandário da vida,


preciso repetir as lições e provas em que fali... Por agora, não devo e nem posso ter outro
objetivo que reencarnar, lutar, sofrer e reaprender.
***
Para poder julgar com mais acerto a qualidade das mensagens de espíritos, sigamos os conselhos
contidos no Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo VI, “O Cristo Consolador”, item 5,
onde o ESPÍRITO DE VERDADE aconselha:
- Espíritas: amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo.
Portanto, esforcemo-nos para amar o semelhante, e busquemos estudar, com seriedade e
empenho as Obras da Codificação Espírita e as obras complementares.
Entendendo o que estudarmos, poderemos julgar com mais acerto a qualidade das mensagens
que chegarem às nossas mãos. E aprimorar nossa conduta perante os semelhantes e perante nós
mesmos.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 960 e seguintes, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. Feb. e livro
ESTANTE DA VIDA, Cap. 1, por Irmão X e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #mediunidade #falsosprofetas #prudência #justiça #livrearbitrio
#vidaaposamorte #comportamento #espiritismo #aprendizado
198

127 - O PAPEL PRIMORDIAL

Quando se lê a respeito da vida de alguns artistas, compositores, registramos o quanto investiram na


perseverança para alcançarem o sucesso. Ou realizarem o seu intento.
Impressiona em alguns a sabedoria que deflui das suas produções, apesar de não serem possuidores de
títulos acadêmicos.
***
É o caso do paulista João Rubinato, conhecido como compositor, cantor, humorista e ator brasileiro Adorinan
Barbosa.
Nascido no início do século XX, ficou conhecido nacionalmente como o Pai do samba paulista.
O que deflui de suas produções é a filosofia do bem viver, uma sabedoria que não se colhe nos livros, mas na
vivência cotidiana.
Ele tinha a peculiar capacidade de observar o dia a dia e oferecer histórias. Histórias de vidas amargas, fatos
tristes aos quais ele concedia um sabor de esperança ou de humor.
Seu primeiro sucesso como compositor virou canção muito conhecida. É bem possível que todo brasileiro
saiba, senão a música inteira, ao menos o estribilho.
Gravada em 1951, pelo autor, lhe rendeu uns minguados trocados pelos direitos autorais. Mas, Trem das
onze mostra uma feição muito particular.
Retrata a fala de um rapaz que precisa deixar a amada porque necessita voltar para casa. Ele mora longe e o
último trem é o das onze horas.
Evidencia-se, nos versos, a preocupação de uma mãe que não dorme enquanto o filho único não retorne
para casa.
Filho, que por sua vez, lhe tem afeição e confessa que tem uma casa para olhar, ou seja, reconhece a sua
responsabilidade, o cuidado que deve oferecer a quem lhe concedeu a vida e com ele se preocupa.
***
Que lição para os dias de hoje quando tantos filhos saem sem dizer aonde vão, sem informarem a que horas
haverão de retornar...
Lição de família, em que o respeito e o cuidado devem ser mútuos.
Mas não foi somente a família que enalteceu o compositor.
Continuando a ensinar cantando, em "Saudosa maloca", registramos a demolição de uma casa velha para se
construir um edifício.
Entende-se que os que ali moravam estavam em propriedade que não lhes pertencia.
Então, assistem, desolados, a casa ser destruída, a mando dos verdadeiros proprietários.
***
Reagir? Nem pensar, sugerem os versos. Os donos estavam com a razão. Assim, com dor no coração, os
moradores assistiram com tristeza a queda de cada uma daquelas tábuas.
Sem descermos a detalhes, se um ou outro estava com a razão, ou quem tinha o direito de ali residir, o que
desejamos ressaltar é essa faculdade de se sobrepor à tragédia.
Essa capacidade de recomeçar de novo. Vamos buscar outro lugar, encontrar outro abrigo para nós.
Relembrando os dias felizes vividos na velha casa, a ordem é começar de novo, sem agredir, nem perturbar
ninguém.
Tudo isso com a certeza de que Deus velará por eles porque afirma um dos versos: Deus dá o frio conforme
o cobertor.
***
199

Quanta sabedoria em versos escritos em frases bem populares.


Podemos imaginar a quantos poderá ter servido como alento, em algum momento.
Algo como: se eles puderam superar algo assim, também podemos. Uma verdadeira filosofia de esperança e
de não violência.
É de nos indagarmos se esse não é o papel primordial de quem se torna voz do povo.
Deus abençoe a todos os que assim espalham a paz pelo mundo.
***
Extraído do MOMENTO ESPÍRITA
***
#momentoespirita #vida #dificuldades #desafios #família #fé #resignação #provas #esperanca
200

128 - E SE A MORTE CHEGASSE AGORA?

Se você soubesse que hoje iria morrer, o que faria?


Esta pergunta foi feita a um homem, no século XIII. Era um homem iluminado.
Nascido em berço de ouro, conheceu as delícias da abastança. Filho de rico mercador, trajava-
se com os melhores tecidos da época.
Sua adolescência e juventude foram impregnadas das futilidades daqueles dias, em meio a
expressivo número de amigos.
Assim transcorria sua vida, quando um chamado se deu a esse jovem.
Então, ele se despiu dos trajes da vaidade e se transformou no Irmão Francisco, o Irmão dos
Pobres.
Sua alma se encheu de poesia e ele passou a compor versos para as coisas pequeninas, mas muito
importantes, da natureza.
Chamou irmãos à água, ao vento, ao sol, aos animais. Sua alma exalava o odor da alegria que lhe
repletava a intimidade.
Muitos amigos o seguiram, abraçando os lemas da obediência, pobreza e castidade. Amigos na
opulência, amigos na virtude.
Certo dia, enquanto arrancava do jardim as ervas daninhas, Frei Leão, que o observava, lhe
perguntou:
- Irmão Francisco, se você soubesse que morreria hoje, o que faria?
Francisco descansou o ancinho, por um instante. Seus olhos, apagados para as coisas do mundo
passageiro, pareceram contemplar paisagens interiores de beleza.
Suspirou, pareceu mergulhar o olhar para o mais profundo de si e respondeu, sereno:
- Eu? Eu continuaria a capinar o meu jardim.
E retomou a tarefa, no mesmo ritmo e tranquilidade.
***
Quantos de nós teríamos condições de agir dessa forma? A morte nos apavora a quase todos.
Tanto a tememos que existem os que sequer pronunciamos a palavra, porque pensamos atraí-
la.
Outros, nem comparecemos ao enterro de colegas, amigos, porque dizemos que aquilo nos
deprime, quando não nos atemoriza.
Algo como se ela nos visse e se recordasse de nos vir apanhar.
E andamos pela vida como se nunca fôssemos morrer. Mas, de todas as certezas que o mundo
das formas transitórias nos oferece, nenhuma maior que esta: tudo que nasce, morre um
dia.
Assim, embora a queiramos distante, essa megera ameaçadora que chega sempre em momentos
impróprios, ela vem e arrebata os nossos amores, os desafetos, nós mesmos.
Por isso, importante que vivamos cada dia com toda a intensidade, como se nos fosse o
derradeiro.
Não no sentido de angústia, temor, mas de sabedoria. Viver cada amanhecer, cada entardecer
e cada hora, usufruindo o máximo de aprendizado, de alegria, de produção.
Usar cada dia para o trabalho honrado, que nos confira dignidade. Estar com a família, com os
amigos.
Sorrir, abraçar, amar.
201

Realizar o melhor em tudo que façamos, em tudo que nos seja conferido a elaborar. Deixar um
rastro de luz por onde passemos.
Façamos isso e, então, se a morte nos surpreender no dobrar dos minutos, seguiremos em paz,
com a consciência de Espíritos que vivemos na Terra doando o melhor e, agora, adentraremos a
Espiritualidade, para o reencontro com os amores que nos antecederam.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 60, nos convida a refletir sobre a morte:
Vez que outra, dedica algum tempo para meditar a respeito da morte.
A morte arrebata os inimigos, os afetos, e te chegará num momento qualquer.
Prepara-te todo dia, como se ele fosse o teu último na Terra.
Acostumando-te a pensar na morte, ela não te ferirá quando passe pela tua porta ou conduza
alguém que te seja amado.
São Francisco de Assis aguardava-a com a tranquilidade com que "capinava o jardim".
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #desencarne #reflexão #comportamento #vidafeliz
202

129 - CONSELHOS DE FILÓSOFO

Bertrand Russel é considerado um dos maiores filósofos do século XX. Suas obras trafegam pelos campos da
matemática, da lógica e da moral com igual desenvoltura.
Em 1959, ele foi entrevistado pela Rede Britânica de Televisão, a BBC. Contava, então, oitenta e sete anos.
Entre outras questões, o repórter propôs que ele dissesse, dentre as lições que aprendera em sua vida, algo que
reputasse de importância para as gerações futuras do próximo milênio.
Russel respondeu que apreciaria oferecer um conselho de aspecto moral. E sintetizou: O amor é sábio, o ódio é
tolo.
E continuou seu raciocínio: Neste mundo, que está ficando mais e mais conectado, temos que aprender a tolerar
uns aos outros.
***
Temos que aprender a aceitar o fato de que algumas pessoas dizem coisas de que não gostamos. Só podemos
viver dessa forma.
Se estamos vivendo juntos, precisamos aprender a bondade da caridade e da tolerância, o que é absolutamente
vital para a continuação da vida humana neste planeta.
Com quase noventa anos de existência, inúmeros livros publicados, aulas e conferências proferidas, prêmios e
reconhecimento recebidos, Bertrand Russel conclui pelo simples e aconselha que é necessário nos tolerarmos.
E que amar é uma questão de sabedoria, posto que o ódio é tolo.
Muitos de nós investimos nosso tempo, esforço, energia e raciocínio desenvolvendo desamor, em relação ao nosso
próximo.
É natural que essa ou aquela pessoa venha a falar coisas de que não gostamos.
Uns dão palpite em nossa vida, sem que tenhamos solicitado, mesmo sem conhecerem o que nos está
acontecendo e que nos levou a tomar essa ou aquela atitude.
Outros nos criticam, dizendo que deveríamos ter tomado outra decisão, agido de forma diversa, mesmo sem
nunca nos terem oferecido sua ajuda, nos nossos momentos de dificuldades.
***
É natural que assim seja. Cada um de nós tem seus próprios conceitos, verdades e visão de mundo.
E, não raro, acreditamos que nossos valores e percepções podem servir para todos.
Assim, facilmente, damos conselhos e palpites onde não somos chamados a ofertá-los. Ou criticamos pessoas e
instituições com as quais não colaboramos.
Uma boa sugestão é principiarmos a usar a empatia, a compreensão.
A possibilidade do contato intenso com todos e com tudo, graças àquilo que a tecnologia nos oferece, é
oportunidade para desenvolvermos a tolerância.
Ser compreensivo, tolerante e paciente isolado do mundo é tarefa fácil e pouco desafiadora.
O grande desafio da atualidade é aprendermos, como nos alerta o filósofo, a nos servirmos da bondade, da
caridade e da tolerância.
***
Por fim, recordemos do ensinamento dos Espíritos nobres, conforme se encontra em O LIVRO DOS ESPÍRITOS,
questão 886:
886. Qual é o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entende Jesus?
— Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
Comentário de Kardec: O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-
lhe todo o bem possível, que desejaríamos que nos fosse feito. Tal é o sentido das palavras de Jesus: “Amai-vos
uns aos outros, como irmãos”.
203

A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, mas abrange todas as relações com os nossos semelhantes,
quer se trate de nossos inferiores, iguais ou superiores. Ela nos manda ser indulgentes porque temos necessidade
de indulgência, e nos proíbe humilhar o infortúnio, ao contrário do que comumente se pratica. Se um rico nos
procura, atendemo-lo com excesso de consideração e atenção, mas se é um pobre, parece que não nos devemos
incomodar com ele. Quanto mais, entretanto, sua posição é lastimável, mais devemos temer aumentar-lhe a
desgraça pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar o inferior aos seus próprios olhos,
diminuindo a distância entre ambos.
***
Portanto esforcemo-nos para aprender essas virtudes, estaremos trilhando o caminho da sabedoria e o do amor,
tal como aconselhou o sábio pensador britânico.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 886 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. Feb. e livro ESTANTE DA
VIDA, Cap. 1, por Irmão X e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #caridade #empatia #indulgência #compreensão #respeito #críticas
#benevolência
204

130 - O QUE TE FAZ MELHOR?

Narra-se que Leonardo Boff, num intervalo de uma conversa de mesa-redonda sobre religião e paz entre os
povos, perguntou ao Dalai Lama:
- Santidade, qual a melhor religião?
O teólogo confessa que esperava que ele dissesse: É o budismo tibetano. Ou São as religiões orientais, muito
mais antigas que o Cristianismo.
O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, olhou seu inquiridor bem nos olhos, desconcertando-
o um pouco, como se soubesse da certa dose de malícia na pergunta, e afirmou:
- A melhor religião é a que mais te aproxima de Deus. É aquela que te faz melhor.
Para quem sabe sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, Boff voltou a perguntar:
- O que me faz melhor?
- Aquilo que te faz mais compassivo; aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais
humanitário, mais responsável... A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião...
Boff confessa que calou, maravilhado, e até os dias de hoje ainda rumina a resposta recebida, sábia e
irrefutável.
O Dalai Lama foi ao cerne da questão: a religião deve nos ser útil para a vida, como promotora de melhorias
em nossa alma.
Não haverá religião mais certa, mais errada, mas sim aquela que é mais adequada para as necessidades deste
ou daquele povo, desta ou daquela pessoa.
Se ela estiver promovendo o Espírito, impulsionando-o à evolução moral e estabelecendo este laço
fundamental da criatura com o Criador -independente do nome que este leve ela será uma ótima religião.
Ao contrário, se ela prega o sectarismo, a intolerância e a violência, é óbvio que ainda não cumpre
adequadamente sua missão como religião.
***
O eminente Codificador do Espiritismo, Allan Kardec, quando analisou esta questão, recebeu a seguinte
resposta dos Espíritos de luz:
- Toda crença é respeitável quando sincera, e conduz à prática do bem. As crenças censuráveis são as que
conduzem ao mal.
Dessa forma, fica claro mais uma vez que a religião, por buscar nos aproximar de Deus, deve, da mesma forma,
nos aproximar do bem, e da sua prática cotidiana.
Nenhum ritual, sacrifício, nenhuma prática externa será proveitosa, se não nos fizer melhores.
Deveríamos empreender nossos esforços na vida para nos tornarmos melhores.
Investir em tudo aquilo que nos faz mais compreensivos, mais sensíveis, mais amorosos, mais responsáveis.
A melhor doutrina é a que melhor satisfaz ao coração e à razão, e que mais elementos tem para conduzir o
homem ao bem.
***
Gandhi afirmava que uma vida sem religião é como um barco sem leme.
Certamente todos precisamos de um instrumento que nos dirija. Assim, procuremos aquela religião que nos
fale à alma, que nos console e que nos promova como Espíritos imortais que somos.
Transmitamos às nossas crianças, desde cedo, esta importância de manter contato com o Criador, e de
praticar o bem, acima de tudo.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 302 e 838 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. Feb. e
livro ESPIRITUALIDADE, UM CAMINHO DE TRANSFORMAÇÃO, de Leonardo Boff, ed.
Sextante.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #religião #autoconhecimento #compreensão #respeito #comportamento
#aprendizado
205

131 - RELAÇÕES ENTRE SUPERIORES E SUBORDINADOS

As relações entre patrões e empregados nem sempre são amistosas.


De um lado, os empregados reclamam que os patrões exigem demais e não pagam salários compensadores.
De outro, os patrões falam de empregados que se mostram desonestos, que depois de trabalharem muitos anos,
alimentando-se dos salários pagos por eles, de forma correta, fazem reclamações trabalhistas injustas.
Uns e outros reclamam de comportamentos indevidos, de horas extras não pagas, de trabalhos malfeitos, de
irresponsabilidades.
***
Por isso, o caso do empresário Bob Thompson é muito interessante de ser conhecido.
Durante quarenta anos, ele trabalhou, com sua equipe, de abril a dezembro, antes da neve, fazendo estradas.
Conseguiu abrir a empresa graças à quantia de três mil e quinhentos dólares que sua esposa havia conseguido economizar
trabalhando como professora substituta.
Os primeiros cinco anos foram muito difíceis. Ele não retirava nem seu salário. Depois, com o próprio esforço e de toda a sua
equipe, os negócios prosperaram e ele enriqueceu.
Um dia, o senhor Thompson retribuiu o favor. Vendeu sua empresa de pavimentação e distribuiu a seus quinhentos e
cinquenta empregados, ativos e aposentados, nada menos do que a quantia de cento e vinte e oito milhões de dólares.
Até mesmo as viúvas dos ex-empregados receberam cheques. Noventa deles se tornaram ricos num instante.
Quando os cheques foram entregues, Thompson fez questão de não estar por perto.
Eu não queria estar lá, disse, as coisas se tornam muito emocionais.
Perguntado a respeito do porquê de tal atitude, respondeu:
- Dei-me conta de que as pessoas ao meu redor sofreram junto comigo. Eu queria retribuir. Tenho certeza que era a coisa
correta a ser feita.
Um de seus empregados, por trinta e três anos, disse:
- Ele não pedia a ninguém para fazer alguma coisa que ele mesmo não pudesse fazer. Mesmo que estivesse de terno e
precisasse ajudar, ele estava sempre pronto.
Patrões e empregados dessa qualidade dão exemplo de que se nos comportarmos como cristãos, respeitando-nos, e cada
qual reconhecendo o valor do outro, o relacionamento entre ambos, com certeza, será bem melhor.
***
Como seres humanos, dependemos uns dos outros. E é Deus, em Sua Misericórdia, que nos permite ocuparmos ora uma
posição, ora outra.
Como superiores, somos responsáveis pelos nossos subalternos.
Na condição de subalternos, temos a obrigação de cumprir bem o nosso dever, fazendo jus ao salário que recebemos.
O gerente é aquela pessoa que se responsabiliza pelo trabalho da equipe.
Quem administra precisa da colaboração de quem obedece. E quem executa necessita prestar atenção e respeito a quem
administra.
Por sua vez, aquele que administra deve exercer bondade e compreensão com seus subordinados, a fim de que as engrenagens
do serviço funcionem com segurança.
Quem não respeita a tarefa que lhe honra a vida, desrespeita a si mesmo.
Servir além do próprio dever não é bajular e sim conquistar apoio e experiência, simpatia e cooperação.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: Retribuir)
Referência: Artigo de Seleções Reader's Digest e cap. 16 e 17 do livro SINAL VERDE, por André Luiz e
Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #liderança #gerência #obediência #autoconhecimento #compreensão #respeito
#comportamento #subordinados #chefes
206

132 - OS JULGAMENTOS ALHEIOS E NOSSOS LIMITES

O garoto olhava as gotas de chuva que batiam suavemente na janela.


Embora seu olhar estivesse fixo, a mãe podia perceber que seu pensamento estava muito distante.
Aproximou-se e acariciando-lhe os cabelos, perguntou:
- Que está acontecendo, meu filho? O que preocupa você?
Ele continuou calado. Ela o abraçou e esperou que ele mesmo começasse a falar.
Não tardou para que ele ficasse um tanto inquieto entre os braços da mãe e dissesse, sem levantar os olhos:
- Não quero participar da apresentação do teatro este ano.
A mãe se sentou e colocou o pequenino no seu colo.
- Por quê, meu filho? Você acha que não vai ser legal?
Balançando a cabeça timidamente, ele respondeu:
- Sei que é legal. É que um dos meus colegas disse que eu nunca vou conseguir decorar todas as falas.
A mãe estreitou o menino e disse com ternura:
- E você, meu filho? Concorda com ele? Acredita que não será capaz de decorar as falas?
Seu tom de voz era sereno.
O menino levantou os olhos e encontrou os da mãe que o fitavam carinhosamente.
- Sabe, durante sua vida, muitas pessoas vão tentar convencê-lo a respeito do que você pode ou não pode fazer.
Tentarão fazer acreditar que elas sabem mais de você do que você mesmo. Dirão muitas coisas legais, e outras
muito chatas. Na maior parte das vezes, essas pessoas poderão estar fazendo isso por inveja, por ciúme, ou por
simples ignorância.
Elas não têm como saber tudo, nem como conhecer profundamente os outros.
Muitas apenas falam por falar, ou para magoar.
O importante, meu filho, é que você tenha a capacidade de não se influenciar por essas palavras. Se elas são certas,
ou não, somente você poderá dizer.
O seu limite apenas você é capaz de estabelecer. Você, somente você, pode dizer aonde seu trabalho e seu esforço
poderão lhe fazer chegar.
Os olhos do garoto estavam cheios de lágrimas, emocionado pela confiança transmitida.
Beijou suavemente o rosto da mãe e agradeceu sorrindo pela mensagem que haveria de ficar para sempre gravada
em seu coração.
***
É bastante comum as pessoas manifestarem suas impressões a nosso respeito. Algumas o fazem, com tamanha
convicção, que parecem ser desbravadores do continente da nossa alma.
Elas se consideram peritas em julgamento e apreciam apontar os destinos alheios, como se fossem profetas
legítimos das suas vidas.
O que nos cabe é não lhes dar crédito. Importante é que nos mantenhamos firmes em nossas convicções, em
nossos anseios, reconhecendo as nossas capacidades.
Quem poderá nos dizer que não conseguiremos algum feito, se ainda não tentamos realizá-lo?
Quem poderá saber dos nossos limites, da nossa resistência, da nossa vontade?
Dessa forma, não devemos abandonar nossos ideais, nossos sonhos, em função de pareceres sem sentido.
Prossigamos com garra e determinação.
Nossas fragilidades poderão ser motivo de mais empenho e dedicação, mas nunca fatores impeditivos impostos
por terceiros.
Somente nós podemos determinar a fronteira das nossas limitações.
***
207

E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 98, nos recomenda:


Rebate o pensamento doentio com o saudável; corta a rede perniciosa das suspeitas injustificáveis com a tesoura
da confiança no teu próximo.
É tormentoso viver armado contra os outros, ver primeiro o lado negativo, detectar a imperfeição.
Ninguém há, na Terra, sem defeitos, como não existe uma só pessoa que não possua também virtude, por pior que
este indivíduo seja.
Procura o lado bom de todos e te descobrirás bem, renovado e afável.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 98, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #julgamento #preconceito #limites #Competência #vigilância #reflexão
#autoconhecimento
208

133 - OS PERIGOS DO MATERIALISMO

Quando ouvimos a palavra MATERIALISMO, por vezes desconhecemos o seu real significado e suas
dimensões.
De modo geral, temos uma visão superficial do termo, que em verdade representa correntes filosóficas
antigas com bases bem sedimentadas.
Ele está na via oposta ao idealismo, o espiritualismo e a metafísica, desde que afirma a prioridade da matéria
sobre o Espírito. Até mesmo o pensamento seria uma manifestação interior da matéria.
Vale ressaltar que o materialismo se estende ao modo de viver em que o gozo das coisas materiais se
apresenta como uma filosofia de vida, caracterizada pelo grande apego aos bens materiais.
Segundo essa filosofia, a vida se inicia no momento do nascimento e acaba com a morte do corpo.
As correntes espiritualistas, no lado oposto, apresentam a realidade do Espírito, isto é, demonstram que
somos algo mais do que um aglomerado de matéria e que há uma inteligência, uma alma, um ser
imponderável, no comando da máquina corpórea.
O Espiritismo, quando se apresenta como a ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos Espíritos,
bem como de suas relações com o mundo corporal, deixa claro seu perfil espiritualista, devidamente
embasado em métodos científicos de estudo.
Ao estudar essa essência inteligente que todos somos, a Doutrina Espírita abre um horizonte de
consequências importantíssimas para a vida.
Suponhamos que um homem de vinte anos tenha a certeza de que vai morrer aos vinte e cinco, que fará ele
nesses cinco anos que lhe restam?
Trabalhará para o futuro? Certamente que não. Ele tratará de desfrutar a vida o mais possível, considerando
como um engano obrigar-se a fadigas e privações sem proveito.
Mas se ele tiver a certeza de viver até aos oitenta anos, agirá de forma totalmente diferente, porque
compreenderá a necessidade de sacrificar alguns instantes do repouso atual para assegurar o repouso no
futuro, durante longos anos.
O mesmo ocorre com aquele para quem a vida futura é uma certeza.
***
Quando existe dúvida quanto à existência da vida futura o indivíduo é conduzido, naturalmente, a tudo
sacrificar aos prazeres do presente, daí dar importância excessiva aos bens materiais.
A cobiça, a inveja e o ciúme daquele que tem pouco contra o que tem muito, são estimulados pela
importância atribuída aos bens materiais.
Da cobiça ao desejo de se conseguir, a qualquer preço, o que o vizinho possui não há mais que um passo,
surgindo, então, os ódios, as discussões, os processos, as guerras e todos os males engendrados pelo egoísmo.
Com a dúvida sobre o futuro, o homem, abatido nesta vida pelo desgosto e pelo infortúnio, só vê o fim dos
seus sofrimentos na morte, e, não esperando mais nada, acha racional abreviá-los pelo suicídio.
Vejamos aí um dos grandes perigos do materialismo, a falta de significado da existência, a vida vazia, sem
propósito e sem perspectiva de futuro.
Somos Espíritos atuando sobre a matéria. A matéria nos serve, e não o contrário.
***
Allan Kardec, em dado momento, fez a seguinte pergunta para os imortais:
- De que maneira pode o Espiritismo contribuir para o progresso?
E os nossos irmãos maiores, na espiritualidade, responderam:
209

- Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz que os homens compreendam onde
se encontram seus verdadeiros interesses. Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, o homem
perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o seu futuro. Abolindo os prejuízos de seitas,
castas e cores, ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos.
Pensemos a respeito e alicercemos nossos valores nessas certezas maiores. Isso nos dará sentido à existência,
isso nos apontará a felicidade.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 799 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, e Capítulo II, item 100, do livro O QUE É O
ESPIRITISMO, ambos de Allan Kardec.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #materialismo #espiritualismo #espiritismo #espiritos #vidaaposamorte
#aprendizado
210

134 - COMO TER UMA VIDA FELIZ

A Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, tem o que é considerado o estudo mais longo acerca da
felicidade.
O Harvard Study of Adult Development existe desde 1938 e observou, desde então, a vida de setecentos
e vinte e quatro jovens. Acompanhou seu crescimento, suas famílias e as novas gerações.
O estudo abrange diversas áreas, mas a principal delas diz respeito à análise do nível de felicidade dessas
pessoas.
As observações minuciosas buscaram responder à questão: O QUE FAZ UMA VIDA FELIZ?
E as principais conclusões foram as seguintes: conexões sociais são muito boas para nós, enquanto a
solidão mata.
As pessoas que são mais conectadas socialmente, à família, amigos e comunidade, são mais felizes, são
fisicamente mais saudáveis e vivem mais.
Não se trata apenas do número de pessoas à volta, do número de amigos que têm, ou se estão num
relacionamento sério ou não, mas, principalmente, da qualidade dos relacionamentos mais próximos.
O estudo também concluiu que os bons relacionamentos não protegem apenas nossos corpos, mas
também nosso cérebro.
As pessoas que mantêm bons relacionamentos, sobretudo quando estão em avançada idade, têm sua
memória melhor preservada, isto é, ela se mantém viva por mais tempo.
O diretor atual da pesquisa, Robert Waldinger, afirma que essas relações não precisam ser perfeitas,
onde só reine a paz, sem problemas ou discussões.
Não, o que mais importa, segundo ele, é o fato de um saber que pode contar com o outro. E que esses
pequenos problemas do dia a dia não se fixam na memória. As relações em si sempre falarão mais alto.
***
O homem deve progredir, mas não pode fazer isso sozinho porque não dispõe de todas as faculdades.
Por isso precisa se relacionar com outros. No isolamento, se embrutece e se enfraquece.
Nenhum ser humano possui todos os conhecimentos. Pelas relações sociais é que se completam uns aos
outros para assegurar seu bem-estar e progredir.
Tendo necessidade uns dos outros, somos feitos para viver em sociedade e não isolados.
Desses laços, os familiares são aqueles que representam os de maior importância, pois muitos deles são
escolhidos ou aceitos num planejamento prévio de cada nova encarnação.
Isso quer dizer que podemos escolher em que lar iremos nascer, se tivermos merecimento e
discernimento para tal. O que acontece, para a maioria de nós, é uma escolha por necessidade, isto é,
precisamos estar vinculados a esse ou aquele lar por compromissos anteriores.
Pensando assim, a felicidade nas relações sociais na família poderá ter dupla causa: a primeira está no
próprio laço em si, que nos faz mais felizes por poder contar com amores ao nosso lado.
A segunda, pela chance de podermos resgatar débitos do passado, de ajudar quem prejudicamos e, em
muitos casos, como missões, auxiliar Espíritos que vêm à Terra em condições precárias, necessitando de
orientação e amorosidade.
O que faz uma vida feliz?
Viver boas relações em que se possa doar, mais do que receber. Amar, acima de tudo.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 43, acerca do assunto "ser feliz", nos recorda:
211

A tua felicidade é possível.


Crê nesta realidade e trabalha com afinco para consegui-la.
Não a coloques nas coisas, nos lugares, nem nas pessoas, a fim de que não te decepciones.
A felicidade é um estado íntimo, defluente do bem-estar que a vida digna e sem sobressaltos proporciona.
Mesmo que te faltem dinheiro, posição social de relevo e saúde, podes ser feliz, vivendo com resignação
e confiança em Deus.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 768 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. Feb.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #felicidade #progresso #autoconhecimento #compreensão #comportamento
#aprendizado #reencarnação
212

135 - A ARTE DE RESOLVER CONFLITOS

O trem atravessava, sacolejando, os subúrbios de Tóquio, numa modorrenta tarde de primavera.


Chegando a uma estação, as portas se abriram e a quietude foi rompida por um homem que entrou gritando, com
violência, palavras sem nexo.
Era um homem forte. Estava bêbado e imundo.
Cambaleando, empurrou uma mulher que carregava um bebê ao colo e ela caiu sobre uma poltrona vazia.
Felizmente nada aconteceu ao bebê.
Demonstrando toda sua fúria, agarrou a haste de metal no meio do vagão e tentou arrancá-la. Dava para ver que
uma das suas mãos estava ferida e sangrava.
***
O trem seguiu em frente, com os passageiros paralisados de medo.
Um jovem lutador de AIKIDO, em excelente forma física, resolveu agir porque considerou que havia pessoas em
perigo.
Em seu treinamento, ele aprendera que não deveria lutar, porque aquele cuja mente deseja brigar perdeu o elo
com o Universo.
Mas, no fundo do coração, ele desejava uma oportunidade legítima em que pudesse testar suas habilidades
marciais, salvar os inocentes, destruir os culpados.
Levantou-se e foi na direção do homem furioso, que logo percebeu a chance de canalizar a sua ira.
- Você vai levar uma lição - esbravejou o perturbado passageiro. E se preparou para atacar.
Mas, antes que pudesse se mexer, alguém deu um grito:
- Ei!
O jovem e o bêbado olharam para um velhinho japonês, sentado em um dos bancos. Devia ter mais de setenta
anos. Sorriu e, como se tivesse um importante segredo para contar, convidou:
- Venha aqui. Venha conversar comigo.
O homenzarrão obedeceu, mas perguntou com aspereza:
- Por que devo conversar com você?
O velhinho continuou sorrindo.
- O que você andou bebendo? - perguntou, com olhar interessado.
- Não é da sua conta! - rosnou o embriagado.
Com muita ternura, o velhinho começou a falar da sua vida, do afeto que sentia pela esposa, das tardes em que
sentavam num velho banco de madeira, no jardim, um ao lado do outro.
- Ficamos olhando o pôr do sol e vendo como está crescendo o nosso caquizeiro, comentou.
Pouco a pouco o criador do tumulto foi relaxando e disse:
- É, é bom. Eu também gosto de caqui...
- São deliciosos, concordou o velho, sorrindo. E tenho certeza de que você também tem uma ótima esposa.
- Não, falou o operário. Minha esposa morreu.
Suavemente, acompanhando o balanço do trem, aquele homenzarrão começou a chorar.
- Eu não tenho esposa, não tenho casa, não tenho emprego. Eu só tenho vergonha de mim mesmo.
Lágrimas escorriam pelo seu rosto.
O jovem lutador ficou ali, ouvindo e assistindo àquela cena inusitada.
O trem chegou à outra estação e ele desceu. Voltou-se para dar uma última olhada. O homem furioso estava
deitado no banco, com a cabeça no colo do velhinho, que afagava seus cabelos emaranhados e suarentos.
213

Enquanto o trem se afastava, o jovem ficou meditando... O que pretendia resolver pela força foi alcançado com
algumas palavras meigas.
Nesse dia, ele aprendeu, através de uma lição viva, a arte de resolver conflitos.
***
E Joanna de Ângelis, no livro VIDA FELIZ, 121, com o objetivo de nos auxiliar a resolver e a evitar conflitos, nos
sugere:
Ouve com serenidade sempre que a tal sejas convocado.
Permite que o outro conclua o pensamento, não antecipando conclusões, certamente incorretas.
Nem todos sabem expressar-se com rapidez e clareza.
Escuta, portanto, com boa disposição, relevando as colocações e palavras indevidas, assim, buscando entender o
que ele te deseja expor.
Se te acusa, procura a raiz do mal e extirpa-a. O diálogo deve sempre transcorrer sem azedume, deixando saldo
positivo.
Se te esclarece ou ensina, absorve a lição.
Se acusa alguém, diminui a intensidade da objurgatória com expressões de conforto ao ofendido.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Conto do Livro HISTÓRIAS DA ALMA, HISTÓRIAS DO CORAÇÃO, de Christina Feldman e
Jack Kornfield, ed. Pioneira.
***
#momentoespirita #reflexão #comportamento #conflitos #discussão #dialogo #diálogo #Justiça #empatia
214

136 - CARIDADE HOJE

Conta-se que um rico fazendeiro foi queixar-se ao padre da paróquia local, dizendo que as pessoas não o viam
com bons olhos porque ele não ajudava as outras pessoas nem contribuía com as obras assistenciais da igreja.
- Ora, disse o fazendeiro, todos sabem que, quando eu morrer, deixarei tudo o que tenho para a igreja e seus
pobres.
O sacerdote, homem sábio, disse ao fazendeiro:
- Vou lhe contar uma história. A história da vaca e do porco.
Um dia o porco foi reclamar com a vaca porque ninguém lhe dava valor. Todos o desprezavam. "Afinal", disse ele,
"eu doo tudo o que tenho aos homens. Eles consomem a minha carne, usam meus pelos para fazer pincéis, e
aproveitam até meus ossos.
Mesmo assim sou um animal desconsiderado. O mesmo não acontece com você, que dá apenas o leite e é
reverenciada por todos", concluiu o pobre porco.
A vaca, que ouvia com atenção, falou: "Talvez seja porque eu doo um pouco de mim todos os dias, enquanto estou
viva, e você só tem utilidade depois de morto”.
O fazendeiro agradeceu ao padre pela lição e se retirou pensativo.
***
E você, em que tem contribuído com a sociedade da qual faz parte, enquanto está a caminho?
Muitos pensam e agem como o fazendeiro. Pretendem dispor dos seus bens apenas depois da morte, quando não
precisarão de mais nada.
Outros pensam em doar um pouco do seu tempo ao próximo só depois que se aposentarem.
No entanto, a necessidade não aguarda o tempo propício para visitar os desafortunados.
A carência pede socorro agora, não mais tarde.
A necessidade roga mãos caridosas hoje, não amanhã.
A ignorância solicita esclarecimento imediato, não num futuro distante.
Existem tantas frentes de trabalho aguardando mãos dispostas a se movimentar em prol do semelhante, nos mais
variados campos de ação. Basta vontade e disposição.
Os recursos que Deus coloca em nossas mãos são para serem movimentados em favor do bem geral, produzindo
bem-estar e fomentando a esperança.
E, por recursos, entendemos não só os bens materiais, mas a saúde, a lucidez, as condições favoráveis de modo
geral.
***
Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, perguntou aos Sábios do Além se, para agradar a Deus e assegurar a
sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal.
E os Benfeitores responderam:
- Não; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de
não haver praticado o bem.
Percebemos, assim, que o mal que resulte da nossa omissão ou indiferença, será de nossa inteira responsabilidade
perante as leis maiores.
Quando temos condições de praticar o bem e não o fazemos e daí resultar algum mal, esse será por nossa conta.
Questão grave esta, que merece nossa atenção.
Se somos daqueles que dizemos: Eu não faço mal a ninguém, e achamos que isto basta, reconsideremos nossos
conceitos, pois as leis estabelecem que devemos fazer o bem no limite de nossas forças.
E nossas forças contemplam tudo o de que dispomos em nosso favor: forças físicas, intelectuais, morais,
financeiras.
215

Assim sendo, é importante que façamos um balanço das nossas possibilidades e as movimentemos, de forma
efetiva, na construção de uma sociedade mais justa e mais feliz, agora.
***
Se você tem condições de auxiliar uma criança pobre a ter acesso à escola e à saúde, agora, talvez esteja evitando
que um criminoso a mais se movimente pelas ruas, amanhã.
Se você pode custear a Universidade de um jovem carente, hoje, e não o faz, é bem provável que tenhamos um
delinquente a mais no futuro.
Enfim, se você pode ajudar a construir escolas no presente, por que esperar a necessidade de se construir prisões
amanhã?
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 35, aconselha:
Reserva algum período do teu tempo ao serviço sem remuneração à caridade fraternal, à ação em favor da
comunidade.
A "hora vazia" é sempre espaço mental perigoso. Oferece-a ao teu próximo, a alguma Sociedade ou Agremiação
que se dedique à benemerência, à construção de vidas.
Pequenas ajudas produzem os milagres das grandes realizações.
Jamais te escuses a este mister de ajuda desinteressada, não retribuída.
Há muita aflição esperando socorro e compreensão.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 642 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. Feb. e vídeo Um impulso
para as águias, da Siamar.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #caridade #empatia #indulgência #compreensão #vida #bem #mal
216

137 - REFLEXÃO SOBRE O DIA DA CRIANÇA

Doze de outubro é o dia da criança.


Muitas atividades se preparam para brindar essa joia incomparável que é a criança. É um excelente momento para
falarmos a seu respeito.
Alguns pensam que a criança é um ser virgem, recém-criado por Deus. Por isso acreditam que, sendo folha em
branco, tudo começará a ser escrito pelos pais, iniciando-se todo o processo da individualidade.
Muitos acreditam que as crianças sejam verdadeiros bibelôs, patrimônios dos seus pais. Por isso, deverão se
tornar cópias dos modelos paternos.
Outros pensam que as crianças herdam não somente os caracteres biológicos dos pais, mas também os traços
morais.
O que quer dizer que pais dignos teriam filhos nobres e celerados os teriam igualmente maus.
***
O pensamento do Espiritismo é de que a carga preciosa que os pais carregam nos braços com carinho é um Espírito
viajor no caminho para o Criador.
Tem por meta se aprimorar. Está na Terra para o esforço de autossuperação, do aprimoramento do intelecto e do
caráter.
A aparente inocência da infância oculta uma bagagem de séculos, em que o Espírito adquiriu nobreza e virtudes
e também se equivocou.
Dessa forma se torna inadiável educá-la desde cedo.
Trabalhar para podar ou inibir o que traga de pernicioso. Incentivar as conquistas felizes que demonstre.
A tarefa não é tão difícil quanto possa parecer. Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la o sábio e o
ignorante.
Desde pequenina a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz das anteriores existências.
Os pais devem se esmerar em estudá-los. Depois fazer como o bom jardineiro que corta os rebentos defeituosos
à medida que aparecem na árvore.
Durante a infância, o Espírito é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento.
***
Primeiro dia de vida. Primeira aula do filho. E no currículo não poderá faltar a educação religiosa.
Jesus na vida infantil significa formidável processo de vacinação preventiva, ao mesmo tempo curadora.
Nas letras da Boa Nova, Jesus ensina, aclara, semeia nessa alma milenar tudo de útil e bom.
A infância bem educada dará ensejo à juventude bem estruturada. Naturalmente tal juventude produzirá uma
sociedade de adultos onde as tônicas serão o trabalho, a honestidade, a fraternidade, a honradez e a fé robusta.
Não percamos a preciosidade da idade infantil.
Se a criança é o futuro já presente, invistamos nela. Pais, professores, amigos, vizinhos, autoridades públicas,
empenhemo-nos.
As crianças são filhos de Deus. Vêm para nós e nos pedem orientação para o bem. O trabalho nos compete. Vamos
agir.
Amor, carinho, alegrias. Tudo providenciamos: o pão, o agasalho, o abrigo.
Não percamos de vista a educação.
***
A tarefa dos pais é uma verdadeira missão.
Deus põe a criança sob a tutela dos pais para que eles a dirijam no caminho do bem.
Quanto piores forem as disposições da criança, mais a tarefa é pesada. O que quer dizer que maior será o mérito
se a conseguirem desviar do mau caminho.
217

***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 69, nos recorda:
Ser pai ou mãe é uma grande responsabilidade.
Cada criatura traz o destino que organizou para si mesma em reencarnações passadas. No entanto, ela nunca
deixará de assimilar os exemplos vividos no lar pelos pais.
A primeira escola é, pois o lar, e este, por sua vez é o resultado da conduta dos esposos que se devem esforçar
para fazê-lo agradável, honrado e rico de paz.
Abençoa o teu filho com as tuas palavras e conduta, fazendo-te amigo dele em todas as situações.
Os filhos, como todos nós, somos de Deus, e prestarás conta do empréstimo que te foi concedido para educar.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 582 e 583 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. Feb. e livro
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO, pt. 1, por Camilo e José Raul Teixeira
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #criança #infância #educação #família #responsabilidade #lar
218

138 - RECORDANDO NOSSA INFÂNCIA

Aprendemos, com os instrutores espirituais, que a infância se constitui em período de repouso


para o Espírito.
Vindos do mundo espiritual, retornamos à cena no palco da vida física. Trazemos as
conquistas realizadas, em existências anteriores.
E todos passamos pelo período da infância, que se reveste de muita importância.
É nesse período que se nos alicerçam as virtudes e que a educação realiza o seu grande papel.
O Espírito é mais acessível durante esse tempo às impressões que recebe e que podem ajudar o
seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados da sua educação.
É também um período mágico em que acreditamos que tudo é possível. Por isso sonhamos tanto,
por isso a magia, o encanto são companhias constantes.
***
Quem de nós não recorda de lances desse período e, ao mesmo tempo, das peraltices, das
brincadeiras, no tempo em que os celulares e os games não faziam parte do universo infantil.
O poeta Casimiro de Abreu cantou em versos as saudades da sua infância.
As tardes fagueiras, à sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais.
Ia colher as pitangas; trepava a tirar as mangas; brincava à beira do mar.
De um modo geral, são salutares as lembranças desse período em que achamos o céu sempre
lindo, em que adormecemos sorrindo e despertamos a cantar.
Interessante notarmos que quanto mais avançam os anos, mais nos afloram as lembranças
daqueles dias de despreocupação, em que corríamos pelas campinas, cabelos soltos ao vento.
Tempo em que andávamos descalços, sentindo a terra molhada, a grama fazendo cócegas nos
pés.
Tempo em que subíamos em árvores, em muros, sem nos importarmos com a altura.
Tempos em que vivíamos com o joelho ralado, o braço esfolado, as mãos machucadas.
O nosso desejo era explorar, conhecer, experimentar. Segundo Jean Piaget a infância é o tempo
de maior criatividade na vida de um ser humano.
***
Possivelmente, nenhum de nós tenha pensando que chegaria onde se encontra.
Sonhamos, idealizamos, mas, no final, a vida nos conduz para outros caminhos e trilhamos
outras estradas.
O importante é que aqui nos encontramos, vivendo o hoje. Vencemos os dias primeiros da
infância e os vivemos com intensidade.
Correndo ao sol ou debaixo da chuva, divertindo-nos na tentativa de fugir aos pingos grossos,
como se pudéssemos andar entre eles.
Dias gloriosos cujas lembranças nos sustentaram através dos anos da juventude, da madureza.
Dias lembrados, com certa nostalgia. Uma saudade cálida, doce, de algo intensamente vivido.
E com imensa gratidão.
Gratidão por todos aqueles que fizeram a diferença em nosso caminho.
Os que nos desvendaram o mistério das letras, dos números, os que nos ilustraram em outro
idioma além do pátrio.
Aqueles que nos ensinaram a reverenciar os símbolos nacionais, a amar esta terra que, no
dizer do poeta Olavo Bilac, não veremos outra igual!
219

Os que nos ensinaram que, acima de todos nós, a imensa família universal, há um Pai Amoroso
e Bom, cujo Amor nos criou e nos sustenta.
Um Pai que nos ama e que aguarda nosso retorno ao lar paterno, com o livro da vida
assinalado: Vitória!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 383 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, ed. Feb. e versos da poesia
MEUS OITO ANOS, de Casimiro de Abreu
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #criança #infância #educação #família #responsabilidade #lar
#reflexão #meditação
220

139 - DIREITOS DE TODA A HUMANIDADE

O progresso da Humanidade se faz passo a passo.


A conquista do saber e do amor, bem como a superação dos limites e preconceitos, dos mitos e lendas
com os quais fomos embalados em nossa infância espiritual, se fazem gradualmente.
Muitas foram as criaturas que, conseguindo enxergar mais além, lutaram, sofreram e até
sucumbiram, para que tivéssemos uma visão mais humana da vida.
A escravidão foi uma mancha triste na História dos povos. Mas, sempre houve quem lutasse pela
igualdade.
Nos Estados Unidos, no Estado do Alabama, no ano de 1955, Rosa Parks, uma jovem negra, resistiu
à ordem de ceder seu lugar, no ônibus da cidade, a um homem branco.
Aquele primeiro de dezembro assinalaria um marco na História da lei de segregação racial naquele
país.
Ela foi detida e levada para a prisão. Mas, o seu protesto silencioso propagou-se rapidamente.
Religiosos, ativistas e mais de quarenta mil usuários negros de ônibus realizaram boicote ao
transporte público, por mais de um ano.
Isso levou a suprema corte americana julgar inconstitucional a segregação racial nos transportes
públicos.
E Rosa Parks se tornou a mãe do moderno movimento dos direitos civis, na América do Norte.
Ela enfrentou animosidades. Também recebeu apoio, como de John Conyers e Martin Luther King.
Até 2005, quando morreu, foi agraciada com medalhas e honrarias pelo seu destemor e heroísmo.
***
As situações que separam as pessoas por motivos partidários, raciais e outras criadas pelos
homens não têm razão de ser.
As Leis Divinas são para todos.
Todos os que compomos a Humanidade somos iguais. Não existe registro que indique que Deus
criou alguns de forma diferente de outros.
A alegoria bíblica estabelece que o homem foi criado do pó da terra e que se tornou vivente quando
o Criador soprou-lhe, nas narinas, o hálito da vida.
Todos somos iguais. Por isso, a sabedoria popular diz que o sol brilha para todos.
Todos estamos submetidos às mesmas leis da natureza.
Todos nascemos igualmente fracos, estamos sujeitos às mesmas dores, e o corpo do rico se destrói
como o do pobre.
Deus a nenhum homem concedeu superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte:
todos, aos seus olhos, são iguais.
Portanto, tudo o que for estabelecido como barreira entre nós, pela cor da pele, pelo ter ou não posses,
por habitar esse ou aquele país, não tem foro de verdade.
Somos diferentes, sim, em aptidões, em faculdades, fruto do progresso alcançado, do esforço
individual realizado.
Mas, a função dos que sabemos mais é justamente dividir os conhecimentos com os que sabem
menos, auxiliando no progresso uns dos outros, dentro da lei de amor e caridade que nos rege as
vidas.
Essa é a esperança de entendimento que acalenta o coração do homem justo.
Esse o sinal que unirá a Humanidade na busca de um mundo verdadeiramente novo, onde o bem,
somente o bem prevalecerá.
Caminhemos mais depressa para essa finalidade.
221

Esforcemo-nos. Dediquemo-nos. A felicidade será de todos nós.


***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 5, nos aconselha:
Concede ao teu próximo os mesmos direitos e favores que esperas dele receber.
O egoísmo é doença que envenena a alma.
O amigo ao teu lado anela pelos espaços para viver, conforme ocorre contigo.
Lembra-te de não lhe interditar a oportunidade.
O que te está reservado, aprende a repartir.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 803 e seguintes de O LIVRO DOS ESPÍRITOS (Lei de Igualdade) e dados
biográficos de Rosa Parks
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #leideiguadade #direitos #educação #família #responsabilidade #lar #reflexão
#meditação #direitoshumanos
222

140 - O SOFRIMENTO NOS FORTALECE

Nossa visão limitada dos acontecimentos da vida, às vezes, não nos permite entender os mecanismos divinos na
coordenação da Sua obra.
Quando vemos um pequeno ramo verde romper a terra firme e elevar-se em direção ao sol, buscando
instintivamente a luz, não compreendemos quais os objetivos divinos que lhe estão determinados.
Passados alguns dias, voltamos a atenção para o pequeno ramo e nos surpreendemos...
Não é mais um raminho. Está mais forte. Nós o vemos ser açoitado por rajadas de vento, por chuvas torrenciais
ou pelo sol escaldante.
A pequena planta se dobra... É jogada de um lado para o outro. Algumas folhas, ainda frágeis, não resistem,
desprendem-se dos galhos e são levadas...
A chuva castiga, o sol maltrata. Porém, a pequena árvore não sucumbe.
Dentro de alguns anos o tronco estará mais firme, já não se dobrará tanto com os açoites do vento, e as raízes
buscaram sustentação no solo generoso.
E, nesse fenômeno da natureza, os objetivos do Criador se cumprem...
A semente se converte em planta, que se faz árvore, floresce, frutifica e espalha novas sementes que germinarão
e frutificarão.
***
Como ocorre com a árvore, nós também passamos por momentos em que sentimos, no corpo e na alma, os
açoites do vento cruel dos sofrimentos.
De outras vezes, são as tempestades de problemas que testam a nossa resistência...
Em outros momentos, é o sol escaldante da solidão, do desalento, nos deixando exaustos e desejosos de nos
jogarmos ao chão, para não mais levantar...
Nessas circunstâncias, devemos nos espelhar nos exemplos da natureza.
A árvore somente se mantém em pé porque se faz flexível diante dos embates.
Enquanto o vento a inclina, fazendo-a tocar o solo, as raízes se firmam na intimidade da terra, tornando-a mais
forte e resistente.
Quando as baixas temperaturas do inverno lhe queimam a ramagem, ela não desiste, permanece em pé,
aparentemente vencida para, logo mais, enfeitar-se novamente com folhas e flores, em sua busca do sol, sua fonte
de vida.
Pensando a respeito dessas singelas experiências da natureza, poderemos entender os objetivos do sofrimento
em nossas vidas.
Quando o arado da dor penetra o solo árido dos nossos corações, é com o objetivo único de afofar a terra da
nossa intimidade para que ali germinem as sementes do amor.
Quando as enfermidades dilaceram o nosso corpo físico, é para que percebamos a nossa fragilidade e busquemos
fortalecer o Espírito imortal que somos, voltando-nos para o Criador, sol maior das nossas almas, fonte de vida
para todos nós.
***
Assim como as plantas buscam o sol, nós, por força do Amor Divino, buscamos a luz.
Fomos criados para a perfeição, mas essa perfeição relativa que nos cabe, só se dará por nossos próprios esforços,
superando as dificuldades naturais da caminhada.
Aproveitemos os embates da vida para nos fortalecer, buscando nos elevar, na direção do Cristo, que é, sem
contestação, o Caminho que nos conduzirá ao Pai.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 148, nos transmite um importante alerta com relação ao sofrimento:
Todos sofrem, enquanto estão no mundo.
223

A dor é um método eficiente para a renovação, quando falecem os benefícios do amor não vivido.
Diante desta fatalidade inevitável, que o Espírito enfrenta nos mais variados matizes, cumpre-lhe recebê-la com
dignidade e confiança.
O que hoje se apresenta atormentante, ameaçador, amanhã se converte em paz.
A doença física ou mental, a aflição econômica ou moral, passam, deixando os resultados conforme o grau de
elevação pessoal através do qual foram recebidas.
Não te consideres, pois, infeliz, quando sofrendo. Retira os benefícios da injunção expungitiva e segue adiante,
encorajado.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 148, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #vidafeliz #sofrimento #evolução #PsicologiaEspírita #aprendizado #natureza
#espiritismo #doutrinaespirita
224

141 - CONHECIMENTO DE SÍ MESMO

Os adultos geralmente não lêem revistas em quadrinhos, mas algumas delas trazem ensinamentos profundos, de
maneira lúdica e inteligente.
Com desenhos bem feitos e cores vivas, os personagens criados pelos artistas vão passando lições de filosofia e
conceitos importantes para a formação de uma geração mais consciente.
Por vezes, numa única página encontramos grandes lições.
E uma dessas começa com o personagem chamado Horácio, um pequeno dinossauro verde, que caminha por
entre as rochas e de repente se vê diante de um grande espelho.
Olha para sua imagem refletida diante de si, e algo lhe chama a atenção.
Depois de uma observação atenta, exclama para si mesmo: "perninhas curtinhas...
Olha mais detidamente e pensa: "bracinhos minúsculos!"
Uma olhada a mais e se dá conta: "olhos esbugalhados e um cabeção enorme!"
Observa-se um pouco mais e depois se vai, feliz da vida, pensando consigo mesmo:
"Ah, tudo bem! Deve ser um daqueles espelhos que deformam a gente!"
***
Nós também nos deparamos constantemente com o espelho da nossa própria consciência, que não só aponta as
nossas deformidades morais, como indica a melhor conduta que deveríamos adotar.
Quando não é o espelho da consciência, são as pessoas que convivem conosco que nos falam sobre os nossos
defeitos.
No entanto, muitos de nós fazemos como Horácio, damos as costas e dizemos que a deformidade é culpa do
espelho.
Quando a consciência nos alerta sobre a inveja que enfeia a nossa imagem, nós nos desculpamos dizendo que o
outro não tem direito ou merecimento, e que fomos preteridos pela divindade.
Se o ciúme projeta uma imagem deformada e o espelho íntimo nos assinala o problema, dizemos que é excesso
de amor ou bem-querer, e que temos o direito de exigir posse exclusiva.
Se a avareza mostra sua face distorcida em nosso espelho íntimo, conformados, nos consolamos: "sou apenas
econômico e previdente!"
Quando o orgulho alardeia sua soberania, e a consciência faz o alerta, a desculpa surge de imediato: "em mim só
há dignidade!"
Mas se as nossas deformidades morais são apontadas pelos outros, que são nossos espelhos externos, nós
dizemos que isso não passa de inveja, ciúme, despeito...
Não há dúvida de que o auto engano é uma realidade, e ocorre em nível inconsciente, mas existem maneiras de
verificar se nossa conduta está ou não equivocada.
Também não há dúvida de que o AUTOCONHECIMENTO é a chave do progresso individual.
***
Para quem deseja realmente se autoconhecer, para fazer em si a reforma moral necessária à felicidade eterna, eis
algumas dicas do grande filósofo Santo Agostinho:
Quando estiver indeciso sobre o valor de uma de suas ações, pergunte como a qualificaria se fosse praticada por
outra pessoa.
Se você a censura noutrem, não a poderia ter por legítima quando for o seu autor, pois deus não usa de duas
medidas na aplicação de sua justiça.
Procure também saber o que dela pensam os seus semelhantes e não despreze a opinião dos seus inimigos.
Os inimigos nenhum interesse têm em mascarar a verdade e deus muitas vezes os coloca ao seu lado como um
espelho, a fim de que seja advertido com mais franqueza do que o faria um amigo.
225

Todo aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como
do seu jardim arranca as ervas daninhas, deve indagar a sua consciência sempre e sem receio de ouvi-la.
É justo que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna.
Não trabalhamos todos os dias com o objetivo de juntar haveres que nos garantam repouso na velhice, que
geralmente é cheia de dores e sofrimentos?
Seguramente valerá muito mais a pena investir alguns esforços para conquistar a felicidade sem fim.
***
Joanna de Ângelis, no livro OTIMISMO, fala sobre o AUTOCONHECIMENTO:
Aprende a fazer silêncio íntimo e a conviver contigo próprio.
Propõe-te espaço mental para o exame das tuas necessidades, reflexão sobre a existência, equilíbrio de valores
íntimos.
Quem não se conhece, encontra-se incapaz de manter salutares relacionamentos e enfrentaras situações que
resultam dos compromissos vários de que se não pode evadir.
A ignorância das próprias possibilidades fomenta receios injustificáveis, que produzem estados agressivos como
mecanismos de defesa, ou depressivos como forma de fuga dos desafios.
Se reages, amargurado ou insensível, aos processos da luta cotidiana, necessitas aprender a agir com forme cada
situação, mediante as exigências de cada caso.
Nem "lavarás mãos", irresponsavelmente, tampouco somar às dificuldades que já enfrentas. O correto é
concedera cada caso a consideração devida e atentar para que os efeitos não se façam danosos.
Sê tu aquele que identifica os seus reais recursos e sabe aplicá-los.
Para que logres esse tentame, ama a ti mesmo, permitindo-te o crescimento espiritual que te desenvolverá a
capacidade de amar o teu próximo com legítimo interesse pela sua felicidade.
Não temas enfrentar-te; conviver com as tuas imperfeições, descobrindo-as e transformando-as; com as tuas
legítimas necessidades...
É indispensável parar, de modo a examinar os rumos e seguir aquele que te constitui o objetivo primordial.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 919 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e livro OTIMISMO, por Joanna de Ângelis e
Divaldo Franco
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #autoconhecimento #educação #reflexão #meditação #vigiar
#vigilância #PsicologiaEspírita
226

142 - O QUE TEM DO OUTRO LADO?

No consultório, o homem muito doente perguntou ao médico:


- Doutor, o que existe do outro lado da vida?
O médico olhou seu paciente nos olhos, repousou a caneta sobre a mesa, cruzou os braços e respondeu calmamente:
- Eu não sei!
- Como não sabe? – Falou exasperado o paciente. Eu vou morrer, não sei o que existe do outro lado e o senhor me fala
com esta tranquilidade?
Neste momento, ganidos se fizeram ouvir do lado de fora da porta. Logo em seguida, arranhões na madeira.
O médico se levantou, foi até a porta e a abriu. Um belo cão saltou feliz, nos braços do dono.
Agitava a cauda, lambia o médico, manifestando a sua alegria.
Então, o profissional atencioso olhou para o homem desolado e lhe disse:
- Você viu o que fez este cão? Ele nunca estivera aqui, antes. No entanto, ele entrou na sala confiante, alegre, tão logo
lhe foi aberta a porta.
- E sabe por quê? Porque ele sabia que nesta sala estava seu dono.
- Eu também. Não sei o que existe do outro lado da vida. Mas de uma coisa eu tenho certeza: o meu Senhor estará lá!
Então, não há o que temer.
***
Ao longo das eras, o homem tem se indagado o que existe para além da tumba, como será a outra vida.
Em torno disso, teólogos e religiosos se têm posto a pensar e têm até estabelecido discussões acerca das ideias que
fazem do que seja essa outra vida para onde todos iremos.
No século XIX, na França, um pedagogo francês indagou dos imortais a respeito e o véu começou a ser levantado,
revelando um mundo cheio de vida. Vida abundante como falou o Mestre de Nazaré.
Livros foram escritos dizendo de como essa vida prossegue para os Espíritos imortais que somos todos nós.
Mas nem todos creem nos Espíritos, nessas vozes dos céus. Nem todos creem na mediunidade e nos fenômenos da
comunicação dos chamados mortos.
Contudo, todos os que nos dizemos cristãos, com certeza recordamos das palavras do Mestre Jesus, em Seu discurso
de despedida, naquela noite de quinta-feira, precedendo a Sua prisão:
- "Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus. Crede também em mim.
- Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vo-lo teria dito. Eu vou para vos preparar o lugar".
Portanto, tem razão o médico. Se nosso Senhor estará lá, se disse que iria à frente para nos preparar o lugar, é que nos
aguarda.
Dessa forma, não importa o que mais exista lá. Não importa se temos ideias mais nítidas ou não do que exista para
além da vida física.
Uma certeza temos: Jesus estará lá. Ele nos aguarda, Pastor de todas as ovelhas deste planeta e, como bom Pastor,
nos receberá.
Pensemos nisso!
***
Redação do Momento Espírita
***
#joannadeangelis #homemintegral #PsicologiaEspírita #autoconhecimento #Jesus #vidaaposamorte
227

143 - VISÃO ESPÍRITA DA DEMOCRACIA

Democracia é palavra de origem grega que significa "do povo". Em essência, é o regime de
governo que se caracteriza pela liberdade do ato eleitoral, pela divisão dos poderes e pelo controle
da autoridade.
Quando se fala em democracia, de um modo geral, diz-se que o vocábulo está desgastado, que
verdadeiramente não existe a democracia.
Talvez tudo dependa de como entendamos a questão.
Recordamo-nos de que, quando estourou a Guerra da Coréia, a negra americana Mary Jane Mac
Leod Bethune era um vulto venerando no Mundo. Conselheira da Unesco e da Onu para assuntos
raciais.
Certa vez, ela estava atravessando o corredor, exclusivo para negros, no aeroporto de uma cidade do
sul dos Estados Unidos.
Um rapaz branco saltou a cerca, a abraçou fortemente e, entre lágrimas, a chamou de mãe.
O colega que com ele estava o repreendeu, dizendo:
- Você está louco? Não percebe como agiu de forma ridícula? Saltar a cerca e ir abraçar uma negra!
O jovem, ainda emocionado pelo próprio gesto, explicou:
- É por causa desta negra que eu vou dar a minha vida na Coréia. Quando fui convocado para a
guerra, em um país que jamais eu havia ouvido mencionar o nome, fui até meu professor de
geografia e perguntei: "Onde é mesmo que fica essa tal Coréia?". Ele me mostrou no mapa uma
região miserável, perdida, que eu não sei quem está lá. E eu vou prá lá, porque me disseram que
vou salvar a democracia, que aprendi com esta negra, que ama todos os homens, sem perguntar
o nome, a cor, a raça ou a crença.
***
Como se percebe, há muitas formas de entender a DEMOCRACIA. Para o jovem americano, a
caminho da guerra, significava amor, igualdade, defesa dos direitos.
Ele partia para lutar pelo que acreditava ser o melhor.
A DEMOCRACIA, portanto, é construída por todos e cada um. Quando respeitamos o direito
alheio, quando agimos com honestidade e nobreza, estamos exercendo o direito
democrático.
Estamos afirmando, através de gestos e atos, que cremos no regime do povo pelo povo, para o povo.
E o povo somos todos nós. Pobres, ricos, intelectuais, iletrados, negros, brancos, amarelos.
Quando começarmos a olhar para o que segue ao nosso lado no ônibus, na rua, no trabalho, na
escola como nosso irmão, espírito em lutas como nós mesmos, estaremos iniciando a dedilhar a
cartilha da verdadeira democracia.
Então, o forte será escudo do mais fraco, o poderoso amparará o frágil e todos, irmanados,
seguiremos pelas vias do progresso, de mãos dadas, a passo certo e seguro.
***
Quem ama o seu irmão, toma-lhe a cruz em que ele se encontra de braços estendidos e transforma
as traves em caminhos luminosos para a liberdade.
O amor fraternal serve sempre, ama, perdoa. Onde se encontre, semeia clima de otimismo.
***
Joanna de Ângelis, no capítulo 40 do livro ESPÍRITO E VIDA, comenta sobre FRATERNIDADE:
A fraternidade começa no lugar em que estamos, a fim de atingir a região onde não iremos.
Aceitas a ira que gera conflitos, que cria violências, que estimula o crime.
Agasalhas o ódio que oblitera a razão, que acicata instintos, que estruge em convulsões.
Corporificas azedumes que consomem o equilíbrio, que facultam desordens, que enlouquecem.
228

No entanto, a palavra de Jesus é inconfundível:


- "Bem-aventurados os mansos porque herdarão a Terra
Mansuetude para a ação fraternal" - eis a rota.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: item A HISTÓRIA DE MARY JANE, e livro PALAVRAS DE LUZ de Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #democracia #amor #fraternidade #respeito #vigiar #vigilância #mansuetude
229

144 - REFLEXÕES SOBRE NOSSOS DESAFIOS

Você vê estirar-se o fio condutor da eletricidade, seja na via pública ou no lar, mas não pode avaliar as tensões
que suporta em sua intimidade, para que o progresso se implante gerando a claridade, movendo indústrias,
salvando vidas.
Você contempla a árvore florida ou carregada de frutos, exuberando no pomar.
Contudo, dificilmente entenderá que ela deve resistir à ventania, à seca, às pragas e aos pesticidas, até
conseguir estar apta para colaborar com a felicidade de quem se alimenta, de quem se veste, mora ou
constrói mobiliário.
Você observa a ponte resistente e valorosa que encurta distâncias, que facilita percursos e contribui para o
progresso.
Não compreenderá, talvez, o preço pago pelas toneladas que ela tem que suportar, as tensões mecânicas
que precisa resistir para que o progresso se mantenha.
Recebe, onde esteja, o fluxo da água potável, que dessedenta e que se torna utilidade para todos.
Dificilmente você pensará no percurso longo de sua corrente, vencendo obstáculos, nas impurezas que lhe
perturbaram a composição e nos produtos bioquímicos que teve que receber em seu seio, até estar em
condições de alimentar a vida com boa qualidade.
Você se deslumbra com a montanha altaneira que desafia as alturas, como um espetáculo de pedra imbatível.
Não é comum que se analise, porém, tudo quanto ela deverá resistir para manter-se sobranceira como se
mostra: os ventos permanentes, como permanentes lixas a consumir-lhe a superfície; os gelos que o inverno
produz, fragilizando-lhe a constituição; os movimentos que lhe sacodem as bases, enquanto o planeta se
altera; a modificação dos seus minérios em argila e areia, com o passar dos milênios.
***
Deveríamos viver copiando a natureza, dando conta do nosso dever sem mais nada que nos conturbasse a
ação.
Por mais que ofereçamos alegria e bem-estar a quem for, por maiores os elogios que nos sejam dirigidos ou
por mais duros os comentários a nosso respeito, consideremos que só nós mesmos sabemos o que nos custa
para ser como somos.
Jamais nos exaltemos, então, nem nos sintamos desprezados, pois que, além das nossas aparências, o que
legisla é a nossa realidade íntima, que pouca gente consegue ver.
Não se exiba. Não cobre reconhecimento. Dê o que possa e como possa como contribuição à vida, rumando
de alma tranqüila e entusiasmada para a sonhada felicidade.
***
Se o desalento lhe visita a alma, porque ninguém valoriza os esforços que você tem feito para melhorar-se
intimamente...
Se pensa em desistir, julgando inúteis as renúncias em favor dos filhos que o criador confiou aos seus
cuidados...
Se o desânimo lhe convida a abandonar a luta nobre, a decisão de ter dignidade e viver conforme os
ensinamentos cristãos, pare um pouco e medite...
É que ninguém, neste mundo, sabe o preço...
Mas nosso Mestre Jesus colhe cada fruto produzido nos jardins secretos da sua alma...
Ele sabe o preço dos seus esforços, da sua renúncia, da sua abnegação e lhe retribuirá de conformidade com
as suas obras.
Por tudo isso, confie Nele e não pense jamais em desistir...
***
230

Jesus disse: "Não se turbe o teu coração", ensinando que a calma e a confiança em Deus devem ser o lema
de toda criatura que deseja encontrar a felicidade.
Nunca faltam motivos para preocupações, inquietando o coração, perturbando a vida.
A existência humana é uma oportunidade de valorização dos bens eternos e de iluminação íntima.
Se colocarmos nossas ansiedades em Deus e Lhe confiarmos a nossa vida, tudo transcorre normalmente, e,
se algo perturbador acontece, a serenidade assume o controle da situação e age com acerto.
Deste modo, não permitamos turbar o coração nem a mente, ante as ocorrências malsucedidas.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Mensagem recebida por Raul Teixeira, ditada por Rosângela, em 10.02.02, e VIDA FELIZ, 81,
por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #aprendizado #reflexão #natureza #desânimo #problemas #desafios #vidafeliz
231

145 - UM FATO - DUAS ATITUDES

Não é estranho constatar que um mesmo fato, vivenciado por pessoas diferentes, em cada uma gere
sentimentos e atitudes totalmente contrários?
Que a mesma lição possa ser aprendida por uma e desprezada por outra?
Um desses exemplos colhemos no Evangelho de Lucas. Ele se refere ao banquete, em Magdala, para o qual
foram convidados Jesus e dois dos Seus Apóstolos.
Simão era um fariseu, que adorava ostentar suas riquezas e sua posição social. Os banquetes que oferecia,
em sua casa, eram comentados por semanas.
Ele convidou Jesus, para se exibir entre os seus amigos. Também O desejava examinar com a malícia,
disfarçada de gentileza.
Quase ao final do banquete, uma mulher invadiu a sala. Como conseguira penetrar na luxuosa vivenda, sem
que ninguém a detivesse?
A resposta está exatamente em se saber quem era ela. Miriam, de Migdol ou de Magdala. Ou simplesmente,
Madalena.
Uma mulher que vendia prazeres. Era buscada por aqueles que possuíssem muitas posses.
E o próprio anfitrião era um deles. Por isso, não a mandou expulsar. Temia que ela o apontasse perante todos.
As noites com ela eram disputadas, entre aqueles que mais moedas, ou pedras preciosas pudessem oferecer.
Ela ouvira o Messias, uma vez, em Cafarnaum. Amara-O, desde o primeiro momento. Aquele era o verdadeiro
amor que ela buscava, há muito tempo.
O amor que enchia a sua alma. Por isso, dirigiu-se a Ele, e, com suas lágrimas, regou Seus pés. Depois, os
enxugou com seus longos cabelos negros e, por fim, os ungiu com o precioso perfume de lótus, que trouxera.
O dono da casa ficou indignado. Se o Seu convidado fosse realmente um profeta saberia que aquela mulher
era uma impura e jamais se deixaria tocar por ela.
Jesus aproveitou o momento para narrar a Parábola dos Dois Devedores, indagando a Simão qual dos dois
deveria amar mais ao senhor que lhes perdoara a dívida: aquele que lhe devia cinquenta ou aquele que lhe
devia quinhentos denários?
- Suponho, respondeu o anfitrião, que aquele a quem mais perdoou.
O Mestre aproveita para ensinar:
- Simão, entrei em tua casa e não me deste o beijo. Porém, esta mulher não cessa de beijar-me os pés.
Não me ungiste a cabeça com óleo mas ela ungiu os meus pés com perfume. Por isso, perdoados lhe são os
seus pecados, porque muito amou.
Aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama.
A mulher se foi, agradecida. Mudou totalmente sua vida, a partir de então.
Simão, no entanto, se encheu de mágoa. No seu entendimento, Jesus o humilhara, perante os amigos.
Surdo desejo de vingança tomou conta do seu coração. Quando soube da crucificação do Nazareno, mais
tarde, alegrou-se.
Porém, a mágoa não o abandonou. Ele alimentou esse sentimento ruim, até o final dos seus dias.
***
A narrativa nos leva a cogitar como um mesmo fato pode alcançar pessoas de modo tão diverso.
Tudo depende de cada um de nós.
Se desejamos aproveitar a oportunidade, alteramos a rota equivocada. Se rejeitamos o que nos é oferecido,
podemos nos infelicitar.
Cabe a cada um decidir, quando o ensino nos alcança. Decidir o que desejamos para nós.
232

***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 25, nos aconselha:
Sempre que interrogado a respeito de alguém, fornece impressões positivas.
Na impossibilidade de fazê-lo, porque a pessoa tenha uma conduta irregular, silencia ou elucida com bondade,
evitando piorar-lhe a situação ou torná-la mais divulgada.
Não és fiscal do comportamento alheio, nem podes imaginar se aquele equivocado de ontem, não se encontra
hoje em processo de recuperação.
Sejam tuas a opinião que edifica e a palavra que ajuda sempre.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Evangelho de Lucas, cap. 7, vers. 36 a 50 e VIDA FELIZ, 25, por Joanna de Ângelis e
Divaldo Franco
***
#momentoespirita #evangelho #reflexão #natureza #desânimo #problemas #desafios #vidafeliz
#julgamento #julgamentos
233

146 - A SEMENTE E O FRUTO

A natureza nos oferece grandes e belos ensinamentos. Basta que prestemos atenção aos detalhes.
Vejamos, por exemplo, a questão da semente e do fruto.
É possível que, de imediato, tenhamos pensado nas sementes de trigo, milho, cevada, feijão.
Vimos, com certeza, muitas vezes, os campos em frutificação maravilhosa.
Como essas que, lançadas à terra, germinam e dão frutos a trinta, sessenta e até cem por um,
existem outras que espalhamos, por vezes, sem nos darmos conta.
São as sementes que lançamos no mundo, com nosso bom ou mau proceder.
Vejamos que há sementes de germinação rápida, como a da couve, por exemplo. E há outras de
germinação lenta, como a do carvalho.
Todas, porém, nascem, crescem e dão fruto em seu devido tempo.
***
Assim acontece com a nossa sementeira do bem e do mal. Algumas sementes nascem de pronto,
outras são de germinação tardia.
A terra não guarda nenhuma semente viva em seu seio. Todas as que ali são lançadas, são
restituídas com seus respectivos frutos.
Fenômeno semelhante ocorre no terreno espiritual: o bem ou o mal, a verdade ou a mentira, o
amor ou o desamor, a justiça ou a injustiça, uma vez semeadas, nascerão fatalmente e darão
frutos conforme suas respectivas espécies.
Jesus, o grande Sábio da Humanidade, falou-nos, oportunamente, a respeito disso, dizendo que
uma árvore boa não dá frutos maus e uma árvore má não pode dar bons frutos.
E frisou que não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas dos espinhos.
Tudo isso quer dizer que o que semeamos hoje, colheremos logo mais, assim como a colheita de
hoje resulta do plantio feito no passado, que pode ser próximo ou remoto.
É por essa razão que são necessárias várias existências para plantar e colher, preparar o solo e
semear novas sementes.
E essa Lei de Causa e Efeito, ou de Ação e Reação, tem por finalidade o nosso progresso
intelectual e moral.
Quando colhemos os frutos amargos das semeaduras infelizes, aprendemos a selecionar melhor
as sementes para os plantios futuros.
Exatamente isso é o que Deus espera de cada filho Seu.
***
Dessa forma, de existência em existência vamos aperfeiçoando nosso campo íntimo, arrancando
as ervas daninhas e cultivando a árvore das virtudes.
Pela semeadura de hoje podemos precisar como será nossa colheita futura.
Isso também nos diz que não podemos lançar a culpa em ninguém pela colheita que estamos
fazendo hoje, desde que somos os únicos responsáveis por ela.
Uma lei da natureza nos assegura isso: não se pode colher senão aquilo que foi plantado.
Tratemos, pois, de tomar os devidos cuidados com as sementes que estamos lançando no solo
nos dias atuais.
***
No dia que surge, no campo das emoções, semeemos a paciência, o perdão, a compaixão.
Elas brotarão vigorosas, plenas de flores e frutos que nos saciarão a fome do aconchego e os
benefícios da misericórdia alheia, no caminho que nos cabe percorrer.
234

Semeemos boas sementes para colher frutos de bem-aventurança logo mais, ou num futuro
próximo.
Nenhuma semente se perde no solo das vibrações. Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Evangelho de Lucas, 6:43 e livro EM TORNO DO MESTRE, capítulo A SEMENTE E O
FRUTO, de Vinícius.
***
#momentoespirita #evangelho #semeador #semente #reflexão #causaeefeito #reencarnação #vigilância
#leidecausaeefeito
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147 - REFLETINDO SOBRE O UNIVERSO

No dia 23 de novembro de 1793, em discurso na Catedral de Notre-Dame, em pleno coração de Paris, diante de muitas
pessoas, um cientista proclamou a desnecessidade de Deus.
Pensadores acreditavam, naqueles dias, que Deus era totalmente dispensável. Para a Humanidade, bastavam a razão e o bom
senso para que tudo se explicasse de maneira satisfatória.
E porque a ousadia do homem não tivesse limites, ordenou-se que fossem apagados todos os sinais de Deus, que se julgava
fossem os templos religiosos.
Num final de tarde, quando os destruidores chegaram para colocar por terra as paredes de uma das igrejas, se depararam
com o velho jardineiro que cuidava das flores.
Ao vê-los chegar, perguntou curioso por que estavam ali com tantas ferramentas.
Um dos indivíduos lhe respondeu com ousadia: Viemos aqui para apagar, de vez, os sinais de Deus da face da Terra.
O jardineiro, olhou admirado para o grupo e perguntou: E onde estão as escadas?
O rapaz inquieto, retrucou: Para que precisamos de escadas?
A resposta foi sábia: Se vocês querem apagar os sinais de Deus precisarão de uma escada. E de uma escada muito alta, a fim
de que possam apagar as estrelas.
***
Muitos homens, quando adentram o campo das ciências, sem entendê-las em profundidade, tornam-se ateus, por
acreditarem que descobriram todos os mistérios do Universo.
Aqueles que penetram profundamente as ciências com humildade e vontade entendem os mecanismos que regem a vida,
reconhecem a necessidade lógica da existência de uma Inteligência que em tudo pensa e a tudo coordena no Universo.
Um conceituado biólogo escreveu um livro fantástico: O homem não está só. Nesse livro, cita vários motivos pelos quais ele
crê em Deus.
Um deles é o fato de a distância que medeia entre o sol e a Terra estar matematicamente calculada, o que não poderia ser
obra do acaso.
Se o sol não estivesse a cento e cinquenta milhões de quilômetros da Terra, mas apenas a metade dessa distância, não haveria
possibilidade de vida porque as altas temperaturas a tudo aniquilariam.
E se a distância fosse 50% a mais, a vida também seria impossível devido à falta de luz e calor.
Se os meteoros, que caem diariamente, não fossem ralados pela atmosfera, que tem sessenta quilômetros, a vida na Terra
seria impossível, pois os incêndios fariam tudo arder.
Esses, entre outros tantos exemplos, provam que tudo está matematicamente calculado.
Há uma Inteligência Suprema por trás de cada fenômeno da natureza. E é a essa Inteligência que chamamos Deus.
Na grande marcha progressiva do ser humano, houve um tempo em que os cientistas acreditavam que o Universo era uma
grande máquina.
Após apuradas pesquisas nas áreas da astrofísica, da biologia, da embriogenia entre outras, os homens chegaram à conclusão
de que o Universo é um grande pensamento.
***
Não há efeito sem causa. Procuremos a causa de tudo o que não é obra do homem e a razão nos responderá.
O Universo existe e tem uma causa. Duvidar dessa causa, que é Deus, é admitir que há efeito sem causa e aceitar que o nada
pôde fazer alguma coisa.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 4 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS
***
#momentoespirita #Deus #livrodosespiritos #causaeefeito #aprendizado #espiritismo #doutrinaespirita #universo
236

148 - VALORES ÉTICOS

Hoje em dia pode-se perceber a luta inglória travada pelos valores éticos contra os interesses egoístas dos
cidadãos.
Infelizmente esse problema só se resolverá quando a EDUCAÇÃO tomar para si essa responsabilidade.
Talvez sem refletir muito a esse respeito, os pais são os primeiros a dar exemplos de violação dos princípios
éticos que deveriam nortear as ações do homem de bem.
Um ponto bastante crítico é a questão dos direitos autorais.
A pirataria de CDs, vídeos, ideias e outros produtos é assustadora.
A aquisição de peças em oficinas de desmanche de automóveis roubados, mesmo sabendo disso, por custar
mais barato, ou de outra mercadoria produzida por meios ilícitos, também são formas de alimentar essa
agressão aos princípios da ética.
Geralmente o indivíduo que comete essa falta alega que não poderá ser responsabilizado por isso, pois não
foi ele quem roubou o carro, nem fez as cópias ilegais.
***
A esse propósito, Allan Kardec propôs aos Espíritos Superiores a seguinte questão (LE 640):
- Aquele que não pratica o mal, mas que se aproveita do mal praticado por outrem, é tão culpado quanto
este?
Os Benfeitores responderam:
- É como se o houvera praticado. Aproveitar do mal é participar dele. Talvez não fosse capaz de praticá-lo;
mas, desde que, achando-o feito, dele tira partido, é que o aprova; é que o teria praticado, se pudera, ou se
ousara.
Hoje em dia é muito comum se jogar a culpa na Internet, pois alega-se que a falta de leis próprias para esse
fim e o anonimato favorecem esse tipo de crime.
No entanto, o bom senso diz que a Internet apenas mostra o problema ético existente, porém, não o cria.
Se o internauta desonesto gosta de uma mensagem que encontra divulgada em algum site, ele a copia e
passa a divulgar como se fosse sua ou como sendo de autoria desconhecida.
Mas se o internauta é honesto ele repassará a mensagem preservando os créditos a quem de direito.
Como se pode perceber, o problema não é do meio de comunicação, mas do indivíduo.
Ambos os indivíduos são filhos de alguém, foram alunos de alguém, conviveram com alguém que foi
responsável pela sua educação.
***
Quando a criança respira os valores éticos em seu lar, dificilmente os desprezará quando jovem ou adulta.
Mas se não recebe essas noções de honradez na infância, raramente as respeitará mais tarde.
Assim, vale a pena pensar um pouco sobre essas questões tão importantes e tão graves.
E, se houver dúvidas quanto a uma ação estar certa ou errada, quanto a se é um bem ou mal, basta seguir a
orientação do maior Mestre que a Terra conheceu e fazer aos outros o que gostaria que os outros lhe fizessem.
Ou seja, colocar-se no lugar daquele a quem se dirige a ação e se perguntar se gostaria de estar no seu lugar.
Se a resposta for positiva, pode-se agir sem a menor preocupação, mas se for negativa, certamente trará
dissabores, mesmo que a ação escape às leis dos homens.
Todos nós, sem nenhuma exceção, responderemos por nossos atos perante o tribunal da própria consciência
e receberemos de acordo com as nossas obras. E isso nós já sabemos há mais de dois milênios.
237

Portanto, se você deseja ter uma consciência limpa, não acumule detritos morais, pois eles o perturbam e
infelicitam, neste mundo ou no além-túmulo.
***
Se você quer ter seus direitos respeitados, respeite os direitos alheios.
Faça ao outros somente o que gostaria que os outros lhe fizessem.
E para garantir a felicidade dos seus filhos, passe a eles a herança moral da honestidade e da honradez,
considerando sempre que a vida não acaba no túmulo, e que as nossas ações seguirão conosco como
testemunhas silenciosas, aplaudindo-nos ou reprovando-nos.
Pensemos nisso e divulguemos isso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 640 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #ética #honestidade #educação #mal #sociedade #espiritismo
#doutrinaespirita
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149 - VERDADES ESPIRITUAIS INCONTESTÁVEIS

Em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, aprendemos que as verdades espíritas, por pertencerem às leis
naturais, se tornarão de domínio público.
Ou seja: todas as gentes as admitirão um dia.
E Kardec volta ao assunto na GÊNESE, capítulo 18, ítem 17, onde afirma textualmente:
"A fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social; mas não há fraternidade real, sólida e efetiva se
não se apoiar sobre base inabalável. Essa base é a fé, não a fé em tais ou quais dogmas particulares, que mudam
com os tempos e os povos e que mutuamente se apedrejam, visto que, anatematizando-se uns aos outros,
alimentam o antagonismo, mas a fé nos princípios fundamentais que toda gente pode aceitar e aceitarão: Deus,
a alma, o futuro, o progresso individual indefinido, a perpetuidade das relações entre os seres. Quando todos os
homens estiverem convencidos de que Deus é o mesmo para todos; de que esse Deus, soberanamente justo e bom,
nada pode querer de injusto; que o mal vem dos homens e não dele, todos se considerarão filhos do mesmo Pai e
se estenderão as mãos uns aos outros".
E, paulatinamente, é o que temos visto acontecer.
***
Por isso, quando lemos a história de Todd, em sua Experiência de Quase Morte, pusemo-nos a refletir.
É mais um daqueles relatos que nos fala das coisas simples que Deus possibilita aos Seus filhos, mostrando como
os mundos visível e invisível se interpenetram.
Todd, aos quatro anos, teve um sério problema de saúde, que exigiu fosse submetido a duas cirurgias complicadas,
em curto espaço temporal.
Foi exatamente ao ensejo da segunda cirurgia, que o menino se sentiu como que liberto do corpo, em uma outra
dimensão, onde encontrou seres espirituais elevados.
E também seu bisavô, que jamais conhecera em sua curta existência infantil, mas que se lhe apresentou,
identificando-se.
Certo dia, já recuperado, Todd surpreendeu a mãe lhe dizendo que onde estivera, e ele denominava, segundo sua
crença religiosa, de céu, ele conhecera sua irmã.
E, voltando-se de forma rápida para a mãe, indagou:
- Mãe, você não teve uma minha irmã que morreu na sua barriga?
A mãe teve um sobressalto. O abortamento ocorrido alguns anos antes do nascimento de Todd fora muito
doloroso para sua alma.
Por isso, ela e o marido jamais o haviam comentado. Mesmo porque o nascimento de Todd, posterior a esse triste
episódio, fora pelo casal entendido como uma recompensa divina.
Uma dádiva celeste pela frustração da gestação anterior, tão aguardada e tão dolorosamente frustrada.
Contudo, agora ali estava um menino de quatro anos a afirmar que conhecera sua irmã, no mundo espiritual. E a
dar detalhes:
- Ela tinha cabelos escuros, diferentemente dele próprio e da outra irmã.
Quando a esposa falou ao marido, ambos se emocionaram. O relato era por demais detalhado. A menina não
tinha nome, frisara o menino.
Era verdade. Desde o início da gravidez e ainda não sabendo o sexo da criança, o casal não tinha cogitado de
nomes.
E o fato de ter cabelos escuros era outro detalhe interessante. Esse era o grande desejo de Sonia, a mãe. Queria
um filho de cabelos escuros, que se assemelhasse a ela.
***
239

Embora ainda haja quem duvide que, além desta vida, existe outra vida, plena, rica; embora haja quem afirme
que quem morre na carne, deixa de existir em definitivo; diariamente, Deus dá demonstrações das ricas
dimensões espirituais.
A uma criança, sem ideias preconcebidas, permite o vislumbrar de realidades impensadas pelos próprios pais.
A pessoas que têm da vida espiritual conceitos muito bem definidos, rígidos, mostra a infinita realidade do Espírito
que nunca morre.
E que se comunica com os amores que continuam no exílio da Terra. Seres que amam, cuidam e têm interesse no
progresso e na felicidade dos que permanecem na retaguarda do mundo.
Pensemos nisso e aprendamos a ler as mensagens celestes, nas entrelinhas dos acontecimentos diários, em que
a Divina Providência escreve a Sua grandeza e demonstra a Infinita Bondade.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: A GÊNESE, Cap. 18, item 17 e livro O CÉU É DE VERDADE, cap. 17, de Todd Burpo, com
Lynn Vincent
***
#momentoespirita #Verdade #vidaaposamorte #EQM #genese #espiritismo #religião #doutrinaespirita
240

150 - EXAME DE CONSCIÊNCIA

Quando chega o final do dia, depois das lutas, dos trabalhos exaustivos, você procura o seu lar.
Não importa como ele seja, uma casa pequena, um apartamento modesto, uma enorme mansão. É seu lar. O lugar
onde você se sente verdadeiramente à vontade, em casa.
Você convive com os seus familiares, escuta as novidades da esposa e dos filhos. Brinca com os pequenos, dá uma
olhada nas tarefas escolares dos maiores, dá um beijo de boa noite no caçula.
Você assiste ao jornal da noite, dialoga com a esposa e estabelece planos para as atividades do dia seguinte.
Finalmente, você se prepara para dormir. Banho tomado, relaxado, você busca o seu leito, ajeita as cobertas, o
travesseiro e se deita.
Espere um pouco. Não está faltando alguma coisa? Você teve um dia de muitas horas cheias de trabalho,
entrevistas, decisões.
Você alimentou o seu corpo, abraçou os seus amores, compartilhou decisões importantes com sua esposa. O dia
está por findar. Que tal fazer um exame de consciência para avaliar como foi o seu dia?
Faça para você mesmo as seguintes perguntas: Será que cumpri, neste dia, com todos os meus deveres?
Pense: deveres profissionais, sociais, familiares.
Durante o dia não terei dado motivo para alguém se queixar de mim? Fui bom colega de trabalho, profissional
correto, cidadão honrado, pai compreensivo, esposo amável?
Terei feito alguma coisa que se fosse feita por outra pessoa eu censuraria? Pratiquei alguma ação, que tenho
vergonha de confessar a quem quer que seja?
Finalmente, se Deus me chamasse agora, estaria preparado para adentrar o mundo espiritual?
***
As perguntas acima fazem parte da resposta de uma questão de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, ditada pelo Espírito
Santo Agostinho. Diz ele que era seu hábito fazer um exame de consciência, ao fim de cada dia, passando em
revista o que havia feito.
As respostas serão motivo de repouso para a consciência de quem as formula ou indicarão um mal que deve ser
curado.
Realizar tal tarefa todas as noites é como fazer um balanço da sua jornada moral, exatamente como o negociante,
a cada dia, faz o balanço das suas perdas e lucros e traça diretrizes de ação para que o próximo balanço se
apresente melhor.
Aquele que puder dizer que a sua jornada foi boa, pode dormir em paz e esperar sem temor o despertar na outra
vida, a qualquer momento.
***
Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Por isso, o conselho de Santo Agostinho se reveste de
muita importância.
Interrogando com mais frequência a nossa consciência, poderemos verificar quantas vezes falimos sem nos dar
conta.
Conforme as respostas, poderemos avaliar a soma do bem e do mal que existe em nós e, a cada dia, nos dispormos
a melhorar naquele ponto do nosso caráter que descobrimos mais frágil.
Se todos os dias trabalhamos para ajuntar o que nos dê segurança na velhice, não será igualmente vantajoso que
trabalhemos para nos melhorar, com o objetivo de conquistar a felicidade eterna?
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 160, aconselha:
Num dia extenso com 24 horas, reserva alguns momentos à reflexão.
Quem caminha sem meditar, perde o contato consigo mesmo.
241

Encurralado nos ponteiros do relógio, ou disparado à frente deles, ou vagarosamente após eles, aturde-se,
esquecendo o rumo...
É indispensável ao êxito fazer periódica revisão de metas e de ações.
Usando a reflexão, repassarás os equívocos e terás tempo de repará los, reprogramarás os deveres e te renovarás
com mais facilidade.
Fala menos, dorme um pouco menos e medita mais.
Minutos que desperdiças, se os usares para a meditação, se transformarão em pontos luminosos do teu dia.
Portanto usemos estes momentos de meditação para avaliar nosso comportamento ao longo do dia!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 919a de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e livro VIDA FELIZ, 160, por Joanna de Ângelis e
Divaldo Franco
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #autoconhecimento #consciencia #reflexão #meditação
#examedeconsciencia #vigiar #vigilância
242

151 - FILHO DE DEUS

A expressão Filho de Deus é bastante empregada em nosso linguajar cotidiano. Tão utilizada que se desgastou.
Temos ideia do que significa ser Filho de Deus? Sentimo-nos filhos de Deus?
Primeiro, precisamos entender de Quem ou de Que estamos falando.
A palavra Deus designa a Inteligência Suprema do Universo, a causa primária de todas as coisas.
Dentro de todas essas coisas, estamos também nós, Espíritos, os seres inteligentes da Criação.
Essa Inteligência, que chamamos Deus – e outros chamam por outros nomes – rege o Universo através de leis
perfeitas de amor e justiça. Nada sai do Seu controle. Tudo é perfeitamente administrado por Ele.
Ele também administra uma obra de beleza inimaginável. Conhecemos pouquíssimo de sua exuberância e quanto
mais vamos descobrindo, mais vamos nos encantando. Como tudo se encaixa, como tudo funciona com perfeição,
do micro ao macro.
Tudo tem sua função na natureza, tudo se encadeia, se entrelaça, se interliga. É uma verdadeira obra de arte.
Agora vem o mais interessante: fazemos parte desta obra de arte. Temos uma função importante na Criação.
***
Quando o Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, perguntou aos mestres da Espiritualidade qual o objetivo
da encarnação dos Espíritos, isto é, por que necessitamos vestir um corpo material e nos vincularmos a uma vida
física, recebeu a seguinte resposta:
- Deus impõe a encarnação aos espíritos, com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns é expiação, para
outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer as vicissitudes da existência corporal.
- Visa ainda um outro fim a encarnação: o de por o espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra
da criação.
Aí está: a parte que nos toca na obra da Criação. Temos uma parte em tudo isso. Somos importantes, temos
significado, precisamos existir.
Para aqueles que, por vezes, nos sentimos insignificantes, pensemos: será que o sol se sente assim? Ele tem uma
parte na grande obra universal.
Mas o que é o sol diante das centenas de bilhões de sóis no Universo? Para os que gostam de contar números
apenas, pode parecer insignificante.
Em segundo lugar, precisamos entender que não somos partes do Criador e nem emanações dEle.
Somos Sua obra, somos filhos, somos independentes dAquele que nos criou.
Carregamos em nosso íntimo sua assinatura, a assinatura do grande Autor, que nos faz caminhar rumo à felicidade
inevitavelmente.
***
Um pai está sempre próximo e presente na vida de seus filhos. Não poderia ser diferente.
O que acontece conosco é que não percebemos o Pai como poderíamos perceber. Alguns a ponto de dizer que
Ele nem sequer existe. Essa aparente distância nós criamos pela falta de sensibilidade, que precisa ser
desenvolvida.
Essa sensibilidade faz parte de nossas conquistas morais, assim como a amorosidade – amor ao próximo. Juntas
vão construir uma nova virtude: religiosidade.
A religiosidade nos dará a capacidade de perceber o Criador, percebendo o nosso próximo e construindo um laço
de amor entre nós, ele e o Pai Maior.
***
Joanna de Ângelis, na introdução do livro FILHO DE DEUS, escreve:
És filho de Deus, cujo amor inunda o universo e se encontra presente nas fibras mais íntimas do teu ser.
Por isso, nada te deve atemorizar ou afligir demasiadamente.
243

Tens uma fatalidade que te aguarda: a plenitude da vida!


Lográ-la, de imediato ou mais tarde, dependerá do teu livre-arbítrio.
Empenha-te no sentido de conseguir êxitos nos teus empreendimentos íntimos, mesmo que a peso de sacrifícios,
recordando-te que, em qualquer situação.
Deus está contigo.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 132 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e livro FILHO DE DEUS, Introdução, por Joanna
de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #Deus #FilhoDeDeus #reflexão #aprendizado #doutrinaespirita #religião #religiosidade
#vida #livrodosespiritos
244

152 - OS BRAÇOS DE MEU PAI

Haverá lugar mais seguro no mundo, do que os braços de meu pai?


Haverá abraço mais forte, presença mais certa, do que a certeza de meu pai?
Depois de partir tantas vezes, depois de lutar tantas vezes, haverá outro lar para onde eu possa voltar,
senão para a mansão do coração de meu pai?
Haverá professor mais dedicado, médico mais experiente, conselheiro mais sábio do que esse?
Haverá olhos mais zelosos, ouvidos mais atentos, lágrimas mais sentidas, sorrisos mais serenos do que os
dele?
Existirá mais alguém no mundo que lute por mim como ele? Que se esqueça de suas necessidades pensando
nas minhas? Que esteja lá, em qualquer lugar, a qualquer hora, por seu filho?
Existirá mais alguém no mundo que renuncie a seus sonhos pessoais por mim, e que chegue até a tornar os
meus sonhares os seus próprios, por muito me amar, e por muito querer me ver feliz? Existirá alguém?
Raros são os corações como o dele. Raros como a chuva durante a estiagem. Raros como o sol nas noites
eternas dos polos terrenos.
***
Nossos pais são únicos. São dessas almas que Deus, em Sua bondade sem fim, coloca em nossas vidas, para
torná-las completas.
Nossos pais são únicos. São as estrelas que permanecem no firmamento, dando-nos a beleza e a luz da noite,
sem nada exigir em troca.
São tão valorosos que, mesmo após se tornarem invisíveis aos olhos, e serem vistos apenas em fotografias e
sonhos, continuam conosco, com o amor de sempre, com o abraço seguro de todas as horas.
***
É por tudo isso que preciso lhe dizer, pai, não somente hoje, mas em todas as manhãs que a vida me
proporcionar, que se meus passos são mais certos hoje, é porque souberam acompanhar os seus; que se hoje
sou mais responsável, é porque minha responsabilidade se espelhou na sua; e que se hoje sonho em ser pai, é
porque tive em você a maior de todas as inspirações.
Não sabemos ao certo o tempo que estaremos juntos, aqui, nesta jornada, mas saiba que nada me fará mais
feliz no futuro do que reencontrá-lo, tantas e tantas vezes, em tantas e tantas vidas, porque jamais existirá
lugar mais seguro no mundo do que os seus braços, meu pai querido.
Minhas preces têm em seus versos o seu nome.
Meu espelho tem as feições que seu semblante me emprestou.
Minha fé tem a sua certeza, a sua confiança.
Meu coração tem as sementes das suas virtudes, e o livro da história de minha felicidade tem, em todas suas
páginas, a palavra pai.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 69, nos recorda:
Ser pai ou mãe é uma grande responsabilidade.
Cada criatura traz o destino que organizou para si mesma em reencarnações passadas. No entanto, ela
nunca deixará de assimilar os exemplos vividos no lar pelos pais.
A primeira escola é, pois o lar, e este, por sua vez é o resultado da conduta dos esposos que se devem esforçar
para fazê-lo agradável, honrado e rico de paz.
Abençoa o teu filho com as tuas palavras e conduta, fazendo-te amigo dele em todas as situações.
Os filhos, como todos nós, somos de Deus, e prestarás conta do empréstimo que te foi concedido para educar.
***
Extraído de Momento Espírita
Referência: Poema OS BRAÇOS DE MEU PAI, de autoria desconhecida e livro VIDA FELIZ, 69, por
Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #familia #pai #filhos #vidafeliz #responsabilidade #responsabilidadeafetiva #reflexão
245

153 - NÃO DESARMONIZAR A PAZ DO LAR COM DISCUSSÕES

Naquela noite, Simão Pedro tinha o coração amargurado e entristecido.


Aborrecera-se com parentes rudes e de difícil trato.
O velho tio o acusara de dilapidar os bens da família e um primo o ameaçara esbofetear.
Guardava, por isso, o semblante carregado e austero.
Procurou o Mestre e desabafou.
Ao término do longo relato, o Mestre indagou:
- E que fizeste, Simão, ante a conduta de teus familiares incompreensivos?
- Reagi como devia. – Respondeu apressadamente. – Coloquei cada um no seu lugar, anunciando em alto e bom tom as
más qualidades de que são portadores. Meu tio é raro exemplar de sovinice e meu primo é mentiroso contumaz. Provei,
perante numerosa assistência, que ambos são hipócritas, e não me arrependo do que fiz. – Disse Pedro, de forma
veemente.
O Mestre refletiu por longos minutos e falou calmamente: - Pedro, o que faz um carpinteiro na construção de uma casa?
- Trabalha, naturalmente. – Respondeu o discípulo irritadiço.
- Com o quê? – Tornou a perguntar o Celeste Amigo.
- Usando ferramentas. – Disse Pedro, sem entender aonde o Mestre pretendia chegar.
Após um breve momento de silêncio, Jesus continuou:
- As pessoas com as quais vivemos na Terra são os primeiros e mais importantes instrumentos que recebemos do Pai,
para a edificação do reino do céu em nós mesmos.
- Os parentes difíceis, na maioria das vezes, são o martelo ou o serrote que podemos utilizar a benefício da nossa
reforma íntima.
- Em todas as ocasiões, o ignorante representa para nós um campo de benemerência espiritual; o mau é desafio que
nos põe a bondade à prova; o ingrato é um meio de exercitarmos o perdão; o doente é uma lição à nossa capacidade
de socorrer.
Calou-se Jesus e, talvez porque Pedro tivesse ainda os olhos cheios de questionamentos, acrescentou serenamente:
- Se não ajudamos ao necessitado de perto, como auxiliaremos os aflitos distantes? Se não amamos o irmão que respira
conosco os mesmos ares, como nos consagraremos a Deus que está no céu?
Depois dessas perguntas, pairou na modesta sala um expressivo silêncio que ninguém ousou interromper.
***
A família constitui o núcleo mais notável de aprendizagem nas atividades de renovação espiritual.
Busquemos não agredir com palavras agressivas ou com silêncios gelados aqueles que estão à nossa volta na luta
doméstica.
Aprendamos a dialogar para solucionar problemas, conversando equilibradamente.
Não cobremos afeição dos amores, nem reclamemos consideração que, talvez, ainda não tenhamos feito, nem
estejamos fazendo nada por merecer.
Agradeçamos mesmo as mínimas coisas, sendo gentis e alegres, sem hipocrisia.
Trabalhando com discernimento, burilando nossas próprias imperfeições, alcançaremos, pouco a pouco, a paz no lar,
que há de nos propiciar, por consequência, alegria e renovação em nossa caminhada.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 6, do livro JESUS NO LAR, por Neio Lúcio e Francisco Cândido Xavier, ed. FEB e no cap.
4, do livro VEREDA FAMILIAR, por Tereza de Brito, psicografia de José Raul Teixeira
***
#momentoespirita #família #lar #jesusnolar #paz #respeito #pazfamiliar #comportamento #equilíbrio #autoconhecimento
#psicologiaespirita
246

154 - ABORDANDO A PROBLEMÁTICA DO SUICÍDIO

O suicídio continua em alta. Infelizmente. Apresenta-se das formas mais diversas. Desde o ser que,
voluntariamente, agride sua integridade física ao que deixa de cuidar da saúde, no intuito de apressar o fenômeno
da morte. Nesse particular, temos uma gama muito grande.
Portadores de determinadas enfermidades, com necessidade de dietas e cuidados, que desleixam. Não aceitam
se furtar ao prazer disso ou daquilo. E a doença progride aceleradamente, advindo a morte prematura.
Seres vinculados ao vício do fumo, do álcool, da droga.
Criaturas que, na busca do prazer, esquecem as horas do sono.
Desgastam a máquina orgânica em noitadas vazias. Acordam, no dia seguinte, a horas mortas, com distúrbios
digestivos, cefaleia, intoxicações. O quadro se repete, se reprisa, levando aquele que assim se entrega a um
desgaste orgânico, sem recomposição.
Pessoas que se desvitalizam no abuso sexual. Pessoas que não buscam o médico, não se submetem a exames, não
aceitam conselhos. São todos suicidas indiretos.
O desejo de morrer pode resultar em enfermidades. A anorexia, por exemplo. O quadro clínico da anorexia contém
mais sinais do que a simples recusa de comida. O corpo inteiro decreta um estado de animação suspensa. Nenhum
sono. Nenhuma alimentação.
Todas as funções vitais estão atrofiadas, reduzidas.
E as greves de fome? Há que se considerar da nobreza da causa, os objetivos que as orientam. Pode haver, por
trás da decisão, o ardente desejo de buscar a morte. Nesse caso, é suicídio lento.
***
O sacrifício da vida é meritório quando tem por fim salvar a de outros ou ser útil aos semelhantes. Mas um
sacrifício não é meritório senão pelo desinteresse, e antes de realizá-lo deve-se refletir se a vida não poderá ser
mais útil do que a morte.
A mais trágica de todas as circunstâncias que envolvem a morte, a de consequências mais devastadoras, é o
suicídio.
Tormentos desabam sobre o suicida. Precipitado, de forma violenta, na Espiritualidade, em plena vitalidade física,
revive, sem cessar, por largo tempo, as dores e as emoções dos últimos momentos.
Um dos grandes problemas é o lesionamento do corpo espiritual. O suicida exibe na organização espiritual
ferimentos correspondentes à lesão do corpo físico.
Podemos aquilatar das dores de quem desferiu um tiro no cérebro, ingeriu elemento corrosivo, atirou-se de
grande altura. Tais efeitos se registrarão em nova reencarnação.
O tiro no cérebro originará dificuldade na fala, no raciocínio. O impacto da queda violenta poderá propiciar
complexos quadros neurológicos. O veneno corrosivo implicará em ulcerações ou deficiências no aparelho
digestivo.
E, na medida em que a família mergulhe no desespero e na inconformação, mais sofrerá o suicida.
O bálsamo que se lhe pode oferecer é a oração. Ela lhe constituirá alento novo para os padecimentos no Além.
Também o auxiliará a se reerguer.
***
Se você está a ponto de cometer a loucura do suicídio, pare!
Pense! Espere! O problema pode parecer muito amargo ao coração. A sombra interior é tamanha que você tem a
ideia de haver perdido o próprio rumo.
Mas, não se mate! Deus não nos abandona. Faça silêncio e ore. O socorro chegará. Por meios que você desconhece,
Deus permanece agindo.
***
Joanna de Ângelis, no livro APÓS A TEMPESTADE, aconselha:
247

Espera pelo amanhã, quando o teu dia se te apresente sombrio e apavorante.


Aguarda um pouco mais, quando tudo te empurrar ao desespero.
A Divindade possui soluções que desconheces para todos os enigmas e recursos que te escapam, a fim de elucidar
e dirimir equívocos e dificuldades.
Ama a vida e vive com amor - embora constrangido muitas vezes à incompreensão, sob um clima de martírio e
sobre um solo de cardos ...
Recupera hoje o desperdício de ontem sem pensares, jamais, na atitude simplista do suicídio, que é a mais
complexa e infeliz de todas as coisas que podem ocorrer no homem.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: FUGA DOLOROSA)
Referência: Questão 951 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e livro APÓS A TEMPESTADE, capítulo SUICÍDIO,
de Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #suicidio #suicídio #vidaaposamorte #vida #reflexão #problemas
#doutrinaespirita
248

155 - O EXERCÍCIO DA GRATIDÃO

O ser humano está sempre a criar expectativas, sonhos e desejos, para um tempo que ainda não chegou.
Esperamos tanto pelo futuro como se fosse ele o único tempo para ser feliz, que nos esquecemos de viver os bons
momentos do agora, agradecendo o presente.
Embora agradecer cada meta alcançada, cada sonho conquistado nos pareça simples e fácil, a gratidão é uma
escolha pessoal.
Não percebemos ainda que o exercício da gratidão a tudo e a todos, afasta de nós, gradativamente, a insegurança,
a angústia e outros sentimentos negativos.
Não nos damos conta que ao exercitarmos a gratidão, desfrutamos de níveis mais elevados de emoções positivas,
de satisfação com a vida, de vitalidade e otimismo.
Conforme esclarece a neurociência, a gratidão libera o hormônio que estimula o afeto, proporciona tranquilidade,
reduz a ansiedade, o medo e as fobias.
À medida que desenvolvemos essa consciência, percebemos em nós maior facilidade de sintonia com o que é
agradável, registrando sempre mais e maiores motivos para vivenciar a gratidão, chegando ao ponto de sermos
gratos até pelas lições difíceis que a vida nos oferece.
Como o nosso cérebro não é capaz de registrar, ao mesmo tempo, gratidão e infelicidade, somos nós quem
fazemos a escolha.
***
Não é por falta de termos o que agradecer que haveremos de nos manter infelizes.
Quanta gratidão devemos sentir por Deus, nosso Pai Celestial, que nos criou e nos destinou à perfeição.
Gratidão a Jesus Cristo, nosso irmão, mestre, modelo, guia e amigo de todas as horas, cujos ensinamentos nos
apontam o caminho do bem, da perfeição.
Gratidão ao nosso anjo de guarda, que nos protege, ampara e inspira, sempre respeitando nosso livre-arbítrio.
Gratidão aos nossos pais, que nos receberam na presente reencarnação, se esforçaram e se dedicaram ao máximo,
para nos oferecer o melhor.
Gratidão à nossa família, esteio de todos nós, que nos ama e sustenta.
Gratidão aos amigos que estão conosco, tanto nas horas boas como nas ruins, dispostos a nos ouvir, ajudar e
apoiar.
Gratidão aos professores que, com empenho, dedicação e paciência, nos transmitiram o conhecimento que
detinham. Gratidão aos Espíritos superiores, benfeitores da Humanidade terrestre, que trabalham
incessantemente por todos nós.
Enfim, gratidão que devemos expressar a cada amanhecer, que representa nova página de oportunidades, no livro
de nossa existência.
***
Nossas conquistas não ocorrem aos saltos, elas se fazem de forma lenta e progressiva.
À medida que nossa consciência vai assimilando conhecimentos a respeito das Leis Divinas, nossa visão interior
alcança patamares antes não imaginados e vamos modificando, para melhor, nossa maneira de pensar, sentir,
viver e conviver.
Passamos a nos ver como criaturas em crescimento, o mundo como a nossa casa, o próximo como nosso irmão.
Nossos sentimentos, então, abandonam o eu e se ampliam para o nós.
Nossa visão interior se dilata e sentimos a necessidade de abraçarmos a tudo e a todos.
Agradecidos, lucramos em saúde emocional, harmonia íntima, liberação de conflitos.
Acendemos, em nosso interior, uma luz que sinaliza nossa realidade espiritual e mostramos as marcas do céu em
nós.
A vida com gratidão é plena de significado.
249

***
Ser grato não é agradecimento, é retribuição.
A gratidão se multiplica pelas ações que se expressam ao fazer algo de bom ao semelhante.
Jesus ensinou a gratidão ao sentenciar que os homens deveriam fazer uns aos outros o que gostariam que lhes
fosse feito. O amor engrandece.
A humanidade coleciona muitos nomes de indivíduos gratos, com Francisco de Assis, que com sua simplicidade e
generosidade, foi extremamente grato a vida, a natureza.
Os Espíritos nobres ao fazerem o bem o fazem em gratidão a Deus, que lhes permite agir no bem, sendo bons
com todos.
A gratidão imprime no ser um sentimento extraordinariamente forte que se torna impossível manter-se apático,
à margem dos acontecimentos.
A gratidão, além do bem-estar que produz, faz com que o indivíduo passe a perceber o seu próximo com o
sentimento do amor.
Quando alguém te faz um bem, agradeça e faça, então, o bem a outrem.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Palestra de Divaldo Franco em Ponta Grossa, em 14 de março de 2018
***
#momentoespirita #gratidão #evolução #comportamento #reflexão #saúdeemocional
250

156 - MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO

Verdade é que o mundo terreno passa por ampla transformação. Contudo, não haverá total destruição.
Há décadas, a Humanidade passa por grandes avanços nas ideias e nos comportamentos.
São as Leis Divinas, implantando uma forma diferenciada de transformação.
Essa profunda reforma, embora lenta, se revela por sinais inequívocos.
Mentes iluminadas estão chegando à Terra, através do processo do renascimento, com pensamentos e conceitos
revolucionários.
Basta observarmos nossas crianças e jovens.
Basta verifiquemos as leis humanas que defendem pessoas, que ainda ontem eram discriminadas, sofrendo os
preconceitos de sexo, raça, crença...
O enfraquecimento de conceitos ultrapassados permite que os homens se vejam com mais fraternidade.
Estão caindo as barreiras que impediam essa visão.
A fraternidade será a pedra angular da nova ordem social.
***
O progresso intelectual e tecnológico trouxe avanço para a Humanidade, mas somente o progresso moral pode
assegurar aos seres humanos a felicidade na Terra.
Hoje, a Humanidade está madura para lançar o olhar a alturas que nunca tentou divisar, a fim de nutrir-se de
ideias mais amplas e compreender o que antes não compreendia.
A chegada de novas gerações clareia a sombra da indiferença que teimava em se impor.
Elas marcham para a realização de todas as ideias humanitárias compatíveis com o grau de adiantamento que a
Humanidade já alcançou.
Grande ainda é o número dos retardatários, dos que insistem na maldade, mas o que poderão fazer contra a onda
crescente que se apresenta?
Pode-se discernir essa onda presente na mente e no trabalho da nova geração, que encara o desafio de lutar pela
moralidade, em muitos setores.
Os embates são grandes, mas a Lei Suprema há de fortalecer os destemidos que se dispõem ao trabalho de
reforma.
Com o passar do tempo, as mentes que se cristalizaram na visão preconceituosa e ultrapassada, partirão deste
planeta porque ninguém vive, para sempre, sobre a Terra.
Deixarão de causar obstáculos ao progresso.
Por isso, não é necessário um cataclismo que venha aniquilar a Humanidade terrena.
***
As Leis Divinas estabelecem que, através da reencarnação, as almas que aqui habitam se renovem.
Almas que trazem em si as conquistas inerentes ao progresso moral, alavancarão o avanço que se espera.
No momento, as criaturas ainda se encontram misturadas, como o joio e o trigo, gerando confusão e desconforto.
Entretanto, é possível perceber-se o distanciamento na categoria de pensamentos e ações, entre uma e outra
geração.
De um lado, inclinações instintivas das paixões, revoltas, exaltação do orgulho, egoísmo, inveja, ciúme, crime e
apego material.
De outro, a busca em implantar o reinado da justiça, da fraternidade e do amor.
***
Agradeçamos ao Divino Senhor que nunca abandona os Seus filhos.
Saibamos optar pelo crescimento moral e intelectual, para fazermos jus à nova realidade que nos espera.
251

Espíritos imortais que somos, evoluimos de etapa em etapa, como alunos em educandários de amor, repetindo a
lição quando erramos e sendo promovidos quando acertamos.
Assim, numa existência continuamos o que deixamos interrompido numa anterior, corrigimos o que fizemos
errado ou iniciamos uma experiência nova.
E recordemos que o que não realizarmos por amor, a dor nos convocará a executar.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 18 da GÊNESE, de Allan Kardec, itens 17, 19, 20, 24, 26 e 27 e texto 70 de VIDA FELIZ,
por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #Genese #evolução #transiçãoplanetária #progresso #reencarnação #leideprogresso #civilização
#sociedade #fraternidade
252

157 - JESUS, MODELO E GUIA

Emmanuel, na mensagem intitulada Hegemonia de Jesus, no livro Caminho, Verdade e Vida, pela
psicografia de Francisco C. Xavier, nos esclarece:
Antes de Abraão, ou precedendo os grandes vultos da sabedoria e do amor na História mundial, o
Cristo já era o luminoso centro das realizações humanas. De sua misericórdia partiram os missionários
da luz que, lançados ao movimento da evolução terrestre, cumpriram mais ou menos bem, a tarefa
redentora que lhes competia entre as criaturas, antecedendo as eternas edificações do Evangelho.
(XAVIER, 2016b).
Pelo menos parte da Humanidade ainda não compreendeu que a Natureza não se autoconstrói e não se
administra a si mesma e que uma obra desse jaez não pode prescindir de um construtor, mantenedor e
administrador que corresponda à sua real magnitude.
Na monumental obra A Caminho da Luz, Emmanuel, mais uma vez pela psicografia missionária de Chico
Xavier, enfatiza a inigualável missão de Jesus Cristo, por determinação direta de Deus, junto ao nosso
planeta Terra, incumbindo o Divino Mestre de promover não só a criação desta bela morada, mas sua
condução ao seu supremo e fatal destino de mundo celeste ou divino, quando será habitado por Espíritos
puros, que poderemos ser nós mesmos (XAVIER, 2016a).
Assim, dentro do contexto dessa singela reflexão, podemos conceituar modelo como aquele ou aquilo
que deve ser imitado por representar a expressão de perfeição que se pode almejar, e guia como o que
deve ser seguido porque conhece, sem erros, o caminho reto a ser percorrido; já o exemplo é aquele ou
aquilo que serve de aprendizado, por evidenciar ora o erro ora o acerto e por isso mesmo constitui
advertência ou referência relevante para os aprendizes.
Todos os apóstolos de Jesus são exemplos vivos deixados para a Humanidade, não só por terem
convivido diretamente com o Cristo, mas porque vieram à Terra devidamente preparados para a
elevadíssima missão de contribuírem direta e decisivamente com a semeadura da mais importante
mensagem de amor e sabedoria que Deus enviou ao orbe: a mensagem cristã.
Entretanto, iremos nos referir à participação de apenas um deles, o intrépido Apóstolo Pedro, cujos atos
diante de Jesus constituem lições grandiosas para as nossas mais profundas e profícuas reflexões.
Narra-nos o Evangelista Mateus (16:13 a 23) sobre aquele momento em que Jesus, pela primeira vez,
anunciou que iria ser perseguido pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas, quando
então seria preso e morto, mas enfatizando que ressuscitaria ao terceiro dia.
Pedro indignou-se com tal revelação, para ele absurda, e protestou com veemência, dizendo: "Que Deus
não permita isso, Senhor! Isso não te acontecerá!" (Mateus, 16:22).
"Mas Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: Afasta-te, Satanás, tu és para mim um escândalo; teus
pensamentos não são de Deus, mas dos homens!" (Mateus, 16:23).
Extrai-se dessa passagem a lição de que Pedro, diante da gravidade do inesperado anúncio, agiu com
sincero, mas limitado impulso de visão humana, como de ordinário ainda fazemos, não vislumbrando os
elevados auspícios espirituais, tanto assim que Jesus decretou: "teus pensamentos não são de Deus, mas
dos homens".
Os dias transcorreram e, naquela inesquecível noite de quinta-feira, quando Jesus efetivamente foi preso
no Monte das Oliveiras, realizou Ele, antes de sua prisão, um encontro de despedida, compartilhando
com seus apóstolos uma ceia muito mais espiritual do que material, durante a qual ministrou seus
últimos ensinamentos, entre os quais o da humildade, e o fez lavando os pés de seus seguidores e
enxugando um a um com uma toalha com a qual se cingia.
Registram as Escrituras que por fim chegou a vez de Pedro, que tudo observava sem nada compreender
e, por isso mesmo, recusou com veemência que o Mestre lhe lavasse os pés, conforme consta no
Evangelho de João, (13:6 a 9):
253

Chegou a Simão Pedro. Mas Pedro lhe disse: Senhor, queres lavar-me os pés! Respondeu-lhe Jesus: O
que faço não compreendes agora, mas compreendê-lo-ás em breve. Disse-lhe Pedro: Jamais me lavarás
os pés!... Respondeu-lhe Jesus: Se eu não tos lavar, não terás parte comigo.
Observa-se que, para Pedro, a prática da humildade era uma atitude indigna, aviltante, humilhante e
inconcebível, por ser, em sua compreensão espiritual, injusta, como ainda hoje muitos de nós
concebemos.
Salienta-se nessa passagem que o Mestre, na sua celestial sabedoria, inverte as práticas pedagógicas e,
em vez de pedir que lhe lavem os pés, apresenta o modelo de perfeição e humildade, servindo a todos.
Escreveu o Evangelista Lucas (22:31 a 34) que, no transcurso da mesma Ceia, Pedro asseverou enfático
que estava pronto para ser preso e até mesmo morto em companhia de Jesus, nos seguintes termos:
Simão, Simão, eis que Satanás vos reclama para vos peneirar como um trigo; mas eu roguei por ti,
para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos. Pedro disse-lhe:
Senhor, estou pronto a ir contigo tanto para a prisão quanto para a morte. Jesus respondeu-lhe: Digo-
te, Pedro, não cantará hoje o galo, até que três vezes hajas negado que me conheces.
Sabe-se que logo após, quando interpelado por funcionários do palácio do sumo sacerdote Caifás, Pedro
efetivamente negou por três vezes que conhecesse o Cristo ou fizesse parte de seu grupo e, ao ouvir o
canto do galo, lembrou-se da sábia advertência e deixou o palácio chorando amargamente, reconhecendo
seu momento de fraqueza.
Já tinha terminado a ceia e Jesus se encontrava agora no Monte das Oliveiras, na parte onde havia um
jardim, em companhia de onze dos seus discípulos, com exceção de Judas Iscariotes, que havia ido ao
encontro das autoridades de Jerusalém.
Jesus realizou sucessivas orações, sabedor que era de que havia chegado o momento de sacrificar sua
integridade moral e a própria vida por amor à Humanidade.
Aguardava jubiloso, quando se ouviu o burburinho da multidão de servos, guardas e autoridades que se
aproximavam eufóricos e fortemente armados para executar a nefasta prisão.
O próprio Jesus protesta, não contra a prisão, mas por causa do aparato bélico utilizado para prendê-lo,
conforme narrado por Lucas (22:52 e 53):
Saístes armados de espadas e varapaus, como se viésseis contra um ladrão. Entretanto, eu estava todos
os dias convosco no templo, e não estendestes as mãos contra mim; mas esta é a vossa hora e o poder
das trevas.
Pedro surpreende e dá o seu testemunho de coragem, lealdade e amor ao Mestre, sacando da espada e
partindo para a luta, em legítima defesa do Divino Cordeiro, assim narrado o episódio por João (18:10 a
12):
Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a
orelha direita. O servo chamava-se Malco. Mas Jesus disse a Pedro: Enfia a tua espada na bainha! Não
irei beber eu o cálice que o Pai me deu? Então a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam
Jesus e o ataram.
Com isso, Jesus primeiramente evitou uma tragédia de enormes proporções, uma vez que Pedro, com a
sua impetuosidade e demonstração de coragem humana, havia deflagrado a batalha sangrenta. Além
disso, Jesus apresentava a outra face, a do perdão e da coragem espiritual, como alicerces insubstituíveis
da paz.
Observa-se que o grande apóstolo sempre foi sincero, quando dizia que estava preparado para morrer
junto com o Mestre, mas fica claro que ainda não estava preparado para viver com Ele, renunciando à
própria vida, uma vez que necessitava a todo tempo de sua amorosa proteção, como de resto todos nós
ainda carecemos dela profundamente.
O certo é que Jesus, o enviado de Deus, em momento algum utilizou da violência para se defender e
jamais autorizou que alguém o fizesse, considerando que aquele que ensinou a amar os inimigos só se
utiliza de uma única arma: o amor.
254

Sabemos que a missão de Jesus era eminentemente espiritual, pois representava a presença de Deus
entre nós, bem como de seus auxiliares diretos, os apóstolos, os quais, já àquela época, eram Espíritos
devidamente preparados para o celestial mister.
A propósito da real posição espiritual dos colaboradores mais diretos de Jesus, quando de suas missões
entre nós, o Espírito Emmanuel, na monumental obra Paulo e Estêvão, psicografada pelo não menos
apóstolo de Jesus, Francisco Cândido Xavier, no capítulo 8, intitulado O martírio em Jerusalém, revela
a conclusão a que chegou o Apóstolo dos Gentios, Paulo de Tarso, no que concerne aos Apóstolos do
Cristo, nos termos seguintes:
A palavra de Tiago toava imantada de bondade e sabedoria e valia por consoladora revelação.
Os galileus eram muito mais sábios que qualquer dos rabinos mais cultos de Jerusalém. Ele, que
chegara ao mundo religioso por intermédio de escolas famosas, que tivera sempre, na mocidade, a
inspiração de um Gamaliel, admirava agora aqueles homens aparentemente rústicos, vindos das
choupanas de pesca, que, em Jerusalém, alcançavam inesquecíveis vitórias intelectuais, somente porque
sabiam calar quando oportuno, aliando à experiência da vida uma enorme expressão de bondade e
renúncia, à feição do Divino Mestre. (XAVIER, 2017; grifo nosso).
Depois das irretocáveis palavras do escolhido de Jesus para disseminar o seu Evangelho na Ásia, acerca
da grandeza espiritual dos apóstolos, resta-nos apenas mergulhar no oceano do silêncio, para melhor
refletir sobre tudo.
***
REFERÊNCIAS: KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 131. ed. 8. imp.
(Edição Histórica). Brasília: FEB 2017. cap. 3, its. 3 e 19.
XAVIER, Francisco C. A caminho da luz. Pelo Espírito Emmanuel. 38. ed. 5. imp. Brasília: FEB, 2016a. cap. 1 –
A gênese planetária. ____. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 1. ed. 11. imp. Brasília. FEB,
2016b. cap. 133.
____. Paulo e Estêvão. Pelo Espírito Emmanuel. 45. ed. 11. imp. Brasília: FEB. 2017. Pt. 2.
***
Revista Reformador - Setembro de 2017 Luiz Julião Ribeiro / luizjuliaoribeiro@gmail.com
***
#Reformador #Jesus #evangelhosegundooespiritismo #aprendizado #doutrinaespirita
255

158 - PROVIDÊNCIA E SOLICITUDE DIVINA

Na sala ampla, os jovens estudavam o palpitante tema PROVIDÊNCIA DIVINA.


Ideias surgiam, trechos eram lidos, apontamentos trazidos à baila.
Alguns jovens falavam com entusiasmo e profundidade, enquanto outros se mantinham quase arredios.
Foi então que tudo aconteceu. A jovem esbelta e de longos cabelos, pediu a palavra:
"Eu sou, sem dúvida nenhuma, a prova da Providência Divina. Nasci em um lar onde recebi o aconchego de
minha mãe.
Mas também cedo percebi os desacertos de meu pai, que vivia embriagado.
Quando eu tinha quatro anos, uma irmã veio completar nossa família. Mas os problemas se somavam.
Minha mãe adoeceu e, criança ainda, me vi órfã. Meu pai saiu um dia pelo mundo e nunca mais o vi.
Fomos, minha irmã e eu, para a casa de um tio. Ele era bom, mas não podia ficar conosco.
Então, minha irmã foi para a casa de amigos e eu fui deixada na porta de um Centro Espírita.
Com certeza, meu tio pensou que uma alma generosa me recolheria.
Ele não estava totalmente certo. Foram duas almas generosas que me acolheram. O presidente da Casa
Espírita e sua esposa.
Tornaram-se meu pai e minha mãe. Com eles conheci o verdadeiro sentido da família.
E cresci na intimidade do Centro Espírita, acostumando-me a ouvir, aprender, ler e vivenciar a Doutrina
Espírita.
Hoje, em plena juventude, sinto-me agradecida por todas as bênçãos da minha vida.
E por isso digo: Eu sou a prova da PROVIDÊNCIA DIVINA.
Somente o carinho de Deus, a atenção desse Pai amoroso e bom me poderia ter conduzido a braços de
ternura quais os dos que me acolheram como filha.
E somente a Sua bondade me poderia ter conduzido a um local onde, desde criança, tomei contato com a
Doutrina dos Espíritos, para me sentir orientada e segura.
Quando a jovem concluiu sua fala, havia lágrimas em muitos olhos e os moços indiferentes que, até há pouco,
estabeleciam razões frias, estavam emocionados.
Naquele dia, o estudo completou-se com aquele exemplo vivo.
***
A Providência é a solicitude de Deus para com as Suas criaturas.
Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas.
É nisto que consiste a Sua ação providencial.
Deus vê as mais profundas dobras do nosso coração.
Todos os elementos da Criação se acham em relação constante com Ele.
Para estender a Sua solicitude a todas as criaturas, não precisa lançar o olhar do alto da imensidade.
As nossas preces, para que Ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante.
Estando ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nEle.
Uma criatura pensa: Deus o sabe.
As diferentes criações, as diferentes criaturas se agitam, pensam, agem diversamente.
Deus sabe o que se passa e assinala a cada um o que lhe diz respeito.
Achamo-nos constantemente em presença da Divindade. E Ele tudo vê, tudo provê.
Pai amoroso, infinitamente bom, atende a todos os Seus filhos. Mesmo aqueles que dizem que não creem nEle
ou que fingem não acreditar.
Tudo isso porque estamos nEle, como Ele está em nós, segundo a palavra do Cristo.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 2 da GÊNESE, de Allan Kardec, itens 20 a 29.
***
#momentoespirita #Genese #providenciadivina #Deus #aprendizado #sabedoria #Divindade
#doutrinaespirita
256

159 - COLHEITA DE GRATIDÃO

Tratava-se de um Congresso Estadual. As pessoas chegavam de todas as bandas e os largos


corredores de acesso ao auditório principal se apresentavam movimentados.
Pequenos grupos se formavam, aqui e ali, onde abraços e risos se misturavam, percebendo-se
que se tratava de reencontros de amigos.
Amigos de cidades diferentes, de outros Estados que novamente se encontravam. A expectativa,
para a sessão de abertura, era de dez mil pessoas.
Os voluntários estavam em toda parte: na recepção, no setor de informações, nas livrarias, onde
grande era igualmente a movimentação.
Uma senhora conversava, animada, com amigos, quando se aproximou um dos voluntários,
pedindo-lhe ajuda para uma das livrarias.
O movimento se fizera de tal intensidade que os atendentes precisavam de um apoio extra.
Feliz por servir, a senhora logo se postou atrás do balcão. Entre sorrisos e cumprimentos, a um
indicava o lançamento mais recente em livro, cd e dvd. A outro, esclarecia a respeito do conteúdo
do produto que tinha em mãos.
Vendia, acondicionava em sacolas e entregava a mercadoria. Bastante conhecida, detinha-se a
brincar com um ou outro dos que se achegavam para tomar ciência das novidades editoriais.
Então, alguém lhe perguntou:
- Poderia me dizer se, há uns catorze anos, a senhora esteve na Maternidade Y, a visitar algum
parente seu?
A pergunta surpreendeu a voluntária. Contudo, consultou os arquivos da memória e respondeu
de forma afirmativa. Sim, há catorze anos, pelo período de trinta dias, estivera, muitas vezes, na
citada Maternidade porque sua sobrinha nascera prematura e estava no Centro de Terapia
Intensiva Neonatal. E concluiu:
- Desculpe-me, mas por que a pergunta?
Então, entre a emoção mal contida, os olhos marejados de lágrimas, disse a indagante:
- Eu nunca soube seu nome. Mas jamais esqueci seu rosto. Fico muito feliz em encontrá-la,
agora e poder lhe agradecer.
E, ante o surpreso silêncio, ela continuou:
- Eu sou aquela mulher que a senhora viu a chorar na recepção. Sem me conhecer, notando
meu desespero, se aproximou de mim e perguntou: "Por que chora tanto? O que
aconteceu?"
"E eu contei sobre a doença do meu filhinho de poucos meses, do pavor de perdê-lo, da dor de
ter que deixá-lo hospitalizado, das tantas incertezas da minha alma de mãe ansiosa.
Então, a senhora me envolveu em um abraço terno e me disse: "Confie em Deus. Entregue
seu filho aos cuidados dEle. Ore, acalme-se e guarde a certeza: seu filho ficará
bem."
E eu me acalmei, ao influxo das vibrações que recebi do seu abraço.
Orei, esperei. E meu filho aí está, prestes a completar seus quinze anos.
Por isso, por aquele dia ter acalmado o desespero de uma estranha, eu lhe agradeço.
A partir de hoje, tenho um nome para guardar em gratidão".
Um abraço prolongado encerrou a narrativa.
A senhora sequer lembrava do fato mas, em sua intimidade, agradeceu a Deus pela felicidade de
colher flores no seu caminho.
Flores de gratidão de uma estranha, guardadas há pouco mais de catorze anos.
257

Verdadeiramente, pensou, o bem faz bem a quem o realiza.


***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 33, aconselha:
Tem piedade dos ingratos. Eles asfixiaram os sentimentos nobres nos vapores da soberba.
A gratidão é o sentimento digno que deve viger no homem que recebe benefícios da vida.
Todos a devemos a alguém ou a muitas pessoas que nos socorreram nos momentos graves da
existência.
A ajuda na hora certa é responsável por tudo de bom que te venha a acontecer, impelindo-te
ao reconhecimento perene.
Sê grato em todas as situações.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Fato real e Livro VIDA FELIZ, 33, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #gratidão #vidafeliz #comportamento #consolações #caridade
258

160 - DE LÊNIN AO CONSOLADOR: A GRANDE REVOLUÇÃO

“Proletários de todos os países, uni-vos!” – Marx e Engels


“Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo.” – O Espírito de Verdade
***
A Humanidade é uma grande família. E como acontece em toda família numerosa, há conflitos ocasionais entre
seus integrantes.
A Revolução Russa de 1917 foi um desses vastos conflitos em que os filhos, revoltados com a opressão dos pais,
(1) insurgem se contra eles e os executam.
Em seguida, os irmãos mais velhos que executaram os progenitores se voltam contra seus irmãos mais novos e os
dizimam, exercendo sobre os sobreviventes uma opressão igual ou pior que a exercida anteriormente. Uma
opressão é substituída por outra, com novos nomes sonoros e práxis radicalizantes. Mas, passado o tumulto e
assentado o pó, a vida, que é dom de Deus, refloresce em um patamar novo e absorvente. Embora os métodos
utilizados pelos revolucionários fossem injustificáveis, o conflito teve o seu lado positivo:
empoderou um Império estagnado, o Império Russo (mais tarde, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas -
URSS), e o erigiu praticamente ao nível da nação mais poderosa do mundo - os Estados Unidos da América -,
bipolarizando as nações em torno de suas áreas de influência durante quase todo o século XX.
Essa Revolução, que está completando agora cem anos e que constituiu um dos eventos mais extraordinários do
último século, já foi dissecada à exaustão por analistas especializados do mundo inteiro e, por isso, dispensamo-
nos de retraçar aqui o seu trajeto histórico. Nosso objetivo, menos dialético e mais didático, é estabelecer um
paralelo entre os princípios que a nortearam e os postulados correspondentes do Espiritismo, a Doutrina do
Consolador Prometido por Jesus. Isto nos levará a compreender melhor a diferença entre o pensamento
materialista, consubstanciado no marxismo-leninismo que galvanizou a Revolução, e o pensamento
transcendental, onipresente na Doutrina Espírita, que permeia e vitaliza o seu oceânico Ideário de Luz.
Nas citações do marxismo-leninismo que fazemos abaixo, com exceção dos tópicos com índices, quem fala é Lenin
(2) (Vladimir Ilitch Ulianov, 1870-1924), a figura intelectual e carismática mais eminente da Revolução bolchevique;
nas citações do Espiritismo, quem fala é o Espírito de Verdade, ou Consolador. (3) Os grifos são nossos.
Agressividade (Lenin)
- Revolução é guerra - a única, em verdade, legítima, justa e grande, entre quantas a História conheceu.
- A tomada do poder deve ser a obra da insurreição; sua meta política se verá depois de termos tomado o poder.
- A classe operária deve quebrar, demolir a máquina de Estado que encontra montada, e não se limitar
simplesmente à sua conquista.
- Devemos colocar para baixo toda a resistência, com tal brutalidade que não vai ser esquecida por várias décadas...
Quanto maior o número de representantes do clero reacionário e da burguesia reacionária conseguirmos executar,
melhor.
- O Marxismo - totalmente hostil a todas as fórmulas abstratas, a todas as receitas e a todas as doutrinas -, exige
que se preste muita atenção à luta das massas em curso, que, com o desenvolvimento do movimento, com o
crescimento da consciência de massa e com a intensificação das crises econômicas e políticas, engendra
constantemente novos e cada vez mais diversos métodos de defesa e de ataque.
- Enquanto o Capitalismo e o Socialismo existirem, não poderemos viver em paz. No fim, um ou outro terá de
triunfar - um réquiem será cantado sobre a República Soviética ou sobre o mundo capitalista.
- Somente depois de ter desarmado a burguesia, o proletariado será capaz de, sem destruir sua missão histórica
mundial, atirar todos os armamentos no depósito de ferro-velho.
259

- Paz, terra e pão: todo o poder aos sovietes [conselhos integrados por delegados dos trabalhadores, camponeses
e soldados].
Agressividade (Consolador)
- O que leva o homem à guerra é a predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e satisfação das
paixões. No estado de barbárie, os povos só conhecem o direito do mais forte, daí por que, para eles, a guerra é
um estado normal. À medida que o homem progride, a guerra se torna menos frequente, porque ele evita suas
causas, e quando a julga necessária, sabe adicionar-lhe humanidade.
Mas a guerra desaparecerá um dia da face da Terra, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a
Lei de Deus. Nessa época, todos os povos serão irmãos.
- Na guerra, o verdadeiro culpado é aquele que a promove em benefício próprio. Precisará de muitas existências
para expiar todos os assassínios dos quais foi a causa, pois responderá por cada homem cuja morte tenha causado
para satisfazer à sua ambição.
Liberdade (Lenin)
- A liberdade é uma coisa tão preciosa que deveria ser racionada.
- A liberdade é uma grande palavra, mas, foi sob a bandeira da liberdade da indústria que foram empreendidas as
piores guerras de pilhagem. Foi sob a bandeira da liberdade do trabalho que os trabalhadores foram espoliados.
- Não manchem a grande palavra liberdade, porque também nós somos livres para ir aonde nos aprouver, livres
para combater não só o pântano, como também aqueles que para lá se dirigem! - Enquanto existir o Estado, não
haverá liberdade. Quando houver liberdade, não haverá Estado.
- Dar à burguesia a arma da liberdade de imprensa é facilitar a ajuda à causa do inimigo. Nós não desejamos um
fim suicida. Então, não a daremos.
- Todos os países capitalistas, inclusive os mais desenvolvidos, são como verdadeiras penitenciárias para o
operariado.
Liberdade (Consolador)
- Nenhum homem goza de absoluta liberdade, porque todos precisam uns dos outros, tanto os pequenos como
os grandes. Desde que dois homens estejam juntos, há entre eles direitos a serem respeitados e, portanto,
nenhum deles gozará de liberdade plena.
É pelo pensamento que o homem goza de liberdade sem limites, pois o pensamento não conhece obstáculos.
Pode-se impedir a sua manifestação, mas não aniquilá-lo.
- Como todas as doutrinas têm a pretensão de ser a única expressão da verdade, pode-se reconhecer a que merece
esse qualificativo pelo seguinte sinal: é a que fizer mais homens de bem, isto é, homens que pratiquem a lei de
amor e de caridade na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação.
Por esse sinal se reconhece que uma doutrina é boa, visto que toda doutrina que tiver por efeito semear a
desunião e estabelecer linha de separação entre os filhos de Deus só pode ser falsa e perniciosa.
Igualdade (Lenin)
- Supressão de todos os gastos de representação e de todos os privilégios pecuniários dos funcionários, redução
dos vencimentos de todos os funcionários do Estado ao nível do salário de um operário.
É aqui exatamente que se manifesta com a maior evidência a viragem da Democracia burguesa à Democracia
proletária, da Democracia dos opressores à Democracia das classes oprimidas, do Estado como força especial para
a repressão de uma classe determinada à repressão dos opressores pela força geral da maioria do povo, dos
operários e dos camponeses.
- Do ponto de vista político e econômico, o comunismo seria a etapa final de um sistema que visa à igualdade
social e à passagem do poder político e econômico para as mãos da classe trabalhadora. Para atingir este estágio,
260

dever-se-ia passar pelo socialismo, uma fase de transição onde o poder estaria nas mãos de uma ditadura, que
organizaria a sociedade rumo à igualdade plena, onde os trabalhadores seriam os dirigentes e o Estado não
existiria. (4).
Igualdade (Consolador)
- Todos os homens são iguais perante Deus e tendem para o mesmo fim, visto que Deus fez suas Leis para todos.
Frequentemente dizeis: o Sol brilha para todos, e com isso enunciais uma verdade maior e mais geral do que
pensais. A desigualdade das condições sociais é obra do homem e não de Deus.
- Mas essa desigualdade desaparecerá um dia, porque só as Leis de Deus são eternas. É possível notar a
desigualdade diminuir pouco a pouco a cada dia. E desaparecerá quando o egoísmo e o orgulho deixarem de
predominar, restando apenas a desigualdade do merecimento.
Dia virá em que os membros da grande família dos filhos de Deus não mais se considerarão como de sangue mais
ou menos puro. Só o Espírito é mais ou menos puro e isso não depende da posição social.
- E se essa desigualdade natural de aptidões coloca certas raças humanas sob a dependência de outras mais
inteligentes, é para que estas possam elevá-las e não para embrutecê-las ainda mais pela servidão.
Em suma: todos os homens são iguais na balança divina; só as virtudes os distinguem aos olhos de Deus.
Propriedade (Lenin)
- Não se pode vencer o Capitalismo sem tomar os bancos e sem abolir a propriedade privada dos meios de
produção, mas é impossível realizar esta medida revolucionária sem organizar a direção democrática por todo o
povo dos meios de produção arrancados à burguesia, sem incorporar toda a massa dos trabalhadores, proletários,
semiproletários e pequenos camponeses, na organização democrática das suas fileiras, das suas forças e da sua
participação no Estado.
- Os comunistas alemães são comunistas porque por meio de todas as etapas intermediárias e de todos os
compromissos criados não por eles, mas pela marcha da evolução histórica, veem com clareza e perseguem
constantemente seu objetivo final: a supressão das classes e a criação de um regime social onde não haverá lugar
para a propriedade privada da terra e de todos os meios de produção (Engels, citado por Lenin). (5).
- Horrorizais-vos [os burgueses] porque queremos abolir a propriedade privada. Mas em vossa sociedade a
propriedade privada está abolida para nove décimos de seus membros. E é precisamente porque não existe para
estes nove décimos que ela existe para vós. Acusais-nos, portanto, de querer abolir uma forma de propriedade
que só pode existir com a condição de privar de toda propriedade a imensa maioria da sociedade.
Em resumo, acusais-nos de querer abolir vossa propriedade.
De fato, é isso que queremos. (6).
Propriedade (Consolador)
- O primeiro de todos os direitos naturais do homem é o de viver. Por isso ninguém tem o direito de atentar contra
a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer a sua existência corporal.
Esse direito de viver confere ao homem o direito de acumular bens que lhe permitam repousar quando não mais
puder trabalhar, mas deve fazê-lo em família, como a abelha, por meio de um trabalho honesto, e não acumular
como um egoísta. Até mesmo alguns animais lhe dão o exemplo da previdência.
- Aquilo que o homem acumula por meio de trabalho honesto constitui legítima propriedade sua, que ele tem o
direito de defender, porque a propriedade que é fruto do trabalho é um direito natural, tão sagrado quanto o de
trabalhar e de viver. Mas só é legítima a propriedade que foi adquirida sem prejuízo de outrem.
- O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo.
Do que encontra ao chegar e deixa ao partir, goza ele enquanto aqui permanece.
261

Desde, porém, que é forçado a abandonar tudo isso, não tem a posse real das suas riquezas, mas, simplesmente,
o usufruto. Que possui ele, então? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência,
os conhecimentos, as qualidades morais. Isso é o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar,
o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste.
Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, porque, daquilo que tiver adquirido em bem, resultará a
sua posição futura. Ninguém pode dizer que uma coisa lhe pertence, quando pode ser tirada sem o seu
consentimento.
Prosperidade (Lenin)
- Do Capitalismo, a Humanidade só pode passar diretamente ao Socialismo, quer dizer, à posse comum dos meios
de produção e à distribuição dos produtos segundo o trabalho de cada um. Mas, o nosso Partido vê mais longe:
o Socialismo deve infalivelmente se transformar, pouco a pouco, em Comunismo, que tem inscrito na sua bandeira
o lema: "De cada um segundo as suas capacidades, a cada um segundo as suas necessidades".
- Na sociedade burguesa, o trabalho vivo é sempre um meio de aumentar o trabalho acumulado.
Na sociedade comunista, o trabalho acumulado é sempre um meio de ampliar, enriquecer e melhorar cada vez
mais a existência dos trabalhadores. (7).
- Comunismo é a doutrina política e o sistema econômico e social baseados na propriedade comum de todos os
bens e na igual distribuição de riqueza entre todas as pessoas. Segundo o modelo comunista implementado por
Lenin na Rússia, o Estado era dono de todos os meios de produção - fábricas, máquinas, matérias-primas, terras,
cultivos agrícolas, recursos naturais, comércio, sistemas de transporte. As pessoas, porém, podiam ser donas
apenas de poucos bens, como móveis e eletrodomésticos, e de objetos pessoais. (8).
Prosperidade (Consolador)
- A igualdade absoluta das riquezas não é possível, porque a diversidade das faculdades e dos caracteres a isso se
opõe.
Os que apregoam ser esse o remédio para os males da sociedade são sistemáticos ou ambiciosos e invejosos. Não
compreendem que a igualdade com que sonham logo seria desfeita pela força das coisas. Em vez de correr atrás
de quimeras, o homem deve é combater o egoísmo, que é a grande chaga social.
- A desigualdade das riquezas é um dos problemas que inutilmente se procurará resolver, desde que se considere
apenas a vida atual.
A primeira questão que se apresenta é esta: Por que nem todos os homens são igualmente ricos? Não o são por
uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e
previdentes para conservar.
- É, aliás, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, daria a cada um parcela
mínima e insuficiente; que, supondo-se efetuada essa divisão, o equilíbrio estaria desfeito em pouco tempo, pela
diversidade dos caracteres e das aptidões; que, supondo-a possível e durável, tendo cada um somente com que
viver, o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o
bem-estar da Humanidade; que, admitindo que ela desse a cada um o necessário, já não haveria o aguilhão que
impele os homens às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos,
é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades.
- Mas como é, ao mesmo tempo, poderoso meio de ação para o progresso, Deus não quer que ela permaneça
longo tempo improdutiva, razão pela qual Ele incessantemente a desloca.
Cada um tem de possuí-la, para se exercitar em utilizá-la e demonstrar que uso sabe fazer dela. Para uns, a pobreza
é a prova da paciência e da resignação; para outros, a riqueza é a prova da caridade e da abnegação. Deus
experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder.
Conclusão
262

Para concluir este estudo e estabelecer diretrizes seguras à nossa meditação (e imaginando que um dia Estados e
Nações possam estar imbuídos nos valores cardeais que iluminam a Doutrina do Consolador), valemo-nos de uma
profunda reflexão de Rui Barbosa - glória do Brasil e exemplo vivo de espírito laborioso e íntegro -, na qual ele
estabelece a estratégia ideal e a metodologia perfeita para o enfrentamento inevitável, neste mundo, entre o bem
e o mal, ou seja, entre a força da treva, que está fora da Lei, e o poder da luz, que é a própria Lei:
O Estado é o grande representante da inteligência contra o obscurantismo; é o inimigo armado das trevas; é o
irradiador vitorioso da luz. Mas as vitórias da luz realizam-se ensinando e não inibindo de ensinar os inimigos dela;
mas as ciladas encobertas no seio das trevas evitam-se, levando até o fundo do esconderijo o raio sereno da
demonstração livremente discutida; mas a força desserve, em vez de servir, a inteligência, cujos triunfos nunca
hão de ser sólidos e irrevogáveis, senão quando o obstáculo for suprimido, sem violência, nem injustiça, em
combate igual, pela energia invencível, posto que inerme, da verdade; mas privar o obscurantismo das garantias
do direito comum, é dignificá-lo com a majestade do infortúnio, cingir-lhe a palma do martírio, aureolá-lo com o
esplendor da santidade, inspirar-lhe esses imprevistos movimentos de abnegação, esses grandes rasgos cênicos
de heroísmo moral, que lhe cativam na mulher a mais poderosa metade da nossa espécie, e prostram-lhe aos pés,
na atitude religiosa da contemplação e da prece, as imaginações populares, fascinadas por essa generosa simpatia
que diviniza nos perseguidos os erros mais perigosos e as causas mais funestas. [...] (9).
***
REFERÊNCIAS: (1) - O czar Nicolau II, monarca russo à época, era chamado de “paizinho” pelo povo.
Enciclopédia mirador internacional, v. 18, verbete Rússia (Rússia I, 1.19.1).
(2) - Disponível em: www.rdpizzinga.pro.br/livros/vladlen/vladlen.htm Acesso em: jul. 2017.
(3) - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos e O Evangelho segundo o Espiritismo, passim (texto condensado).
FEB Editora, trad. Evandro Noleto Bezerra.
(4) - Disponível em: 2bgalois.wordpress.com/socialismo-e-comunismo/ Acesso em: jul. 2017.
(5) - LENIN, V. I. Esquerdismo – doença infantil do comunismo, it. VIII, “Nenhum compromisso?”, disponível
na Internet.
(6) - MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista.
(7) - ______. ______.
(8) - Disponível em: klickeducacao.com.br/enciclo/encicloverb/0,5977,POR-6677,00.html (texto condensado).
Acesso em: jul. 2017.
(9) - Disponível em: casaruibarbosa.gov.br/scripts/scripts/rui/mostrafrasesrui.idc?CodFrase=1893 Acesso
em: jul. 2017.
***
Revista Reformador - Novembro 2017 Mário Frigéri / mariofrigeri@uol.com.br
***
#marxismo #espiritismo #liberdade #propriedade #responsabilidade #comportamento #revolução
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161 - COMO LIDAR COM OS ABORRECIMENTOS

Nada mais comum, nas atividades terrenas, do que o hábito enraizado das querelas, dos desentendimentos, das
chateações.
Nada mais corriqueiro entre os indivíduos humanos.
Como num grupo de meninos, em que cada gesto, cada nota, cada menção se torna um bom motivo para
contendas e mal-entendidos, também na sociedade dos adultos ocorre o mesmo fenômeno.
Mais do que compreensível que nós, como se fôssemos um menino de pavio curto, liberemos adrenalina nos
episódios cotidianos que desafiam a nossa estabilidade emocional.
Compreensível que nos agitemos, que nos irritemos, que levantemos a voz, que afivelemos ao rosto expressões
feias de diversos matizes.
Tudo isso é possível de acontecer por causa do nível do nosso mundo íntimo.
***
No entanto, é bom lembrarmos que não viemos para a Terra para fixar nossas deficiências, nossas dificuldades.
Estamos aqui para tratar delas, cultivando saúde íntima.
Não estamos no mundo para agirmos, atendendo aos nossos impulsos irracionais, mas para fazê-los amadurecer
para os campos da razão lúcida.
Não nascemos para nos permitirmos levar pelo destempero, pela irritação que nos desequilibra, nos torna pessoas
de difícil trato.
Cabe-nos o dever de nos educarmos, porque temos na pauta da nossa vida o compromisso de cooperar com Deus,
à medida que cresçamos, que amadureçamos, que nos tornemos pessoas nobres.
Desse modo, os nossos aborrecimentos diários, embora sejam admissíveis em almas infantis e destemperadas,
provocam ruídos infelizes, desconcertantes e indesejáveis, nas almas que vivem e convivem conosco.
Tornamo-nos pessoas causadoras de distúrbios, de inconveniências, em síntese, de problemas.
***
Observemo-nos. Façamos uma análise de nós mesmos e nos conheçamos um pouco mais. Verifiquemos nossos
pontos negativos e trabalhemos para deles nos libertarmos.
Eles nos infelicitam e causam preocupações aos familiares, amigos, colegas.
Afinal, quem pode ficar tranquilo ao lado de quem parece sempre pronto a estourar?
Resistamos aos impulsos inferiores que ainda rondam a nossa intimidade.
Aproximemo-nos mais dos benfeitores espirituais que nos amparam.
Perante as perturbações alheias, aprendamos a não imitá-las.
Diante da rebeldia de alguém, analisemos e não façamos o mesmo.
Notando a explosão violenta de alguém, reflitamos nas consequências danosas, a fim de não agirmos de igual
forma.
Cada esforço que fizermos por nos melhorarmos, por nos educarmos, será secundado pela ajuda de luminosos
imortais que estão, em todo tempo, investindo no nosso progresso.
Eles esperam que cresçamos e nos iluminemos, tornando-nos cooperadores com Deus, superando a nós mesmos,
transformando nossas noites morais em radiosas manhãs de perene formosura.
***
Quando formos visitados pelo sofrimento ou por contrariedades, não nos deixemos dominar.
Finalmente, quando tivermos vencido nossos ímpetos de impaciência, de cólera, ou de desespero, digamos, para
nós mesmos, cheios de justa satisfação: Fui o mais forte.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 146, fala sobre aborrecimentos e irritações:
264

A irritabilidade é espinho cravado nas carnes da emoção, que deve ser extirpado.
Quanto mais permanece, piora o estado de quem o conduz, gerando infecções duradouras quão perniciosas.
A pessoa irritável não necessita de motivos para o mau humor, a insatisfação. Gera-os com facilidade, por
conduzir-lhes os germes nos sentimentos agressivos e amargurados.
Faz-se intratável e exala o morbo que lhe caracteriza a conduta.
Agrada-se, quando desagrada; alegra-se, quando se desforça em quem defronta, mesmo que este nada lhe tenha
feito de mal.
É sempre infeliz por prazer.
Vence a irritação, ou, do contrário, serás por ela destruído.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 13 do livro PARA USO DIÁRIO, pelo Espírito Joanes, psicografia de Raul Teixeira, ed.
Fráter.
***
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#PsicologiaEspírita
265

162 - DIANTE DOS ACONTECIMENTOS DA VIDA

Os sonhos fazem parte de nossas vidas.


Sejam eles do âmbito pessoal ou profissional, a maioria de nós costuma lutar para realizá-los.
Mas desconhecemos os planos de Deus para nós e, algumas vezes, a vida nos encaminha por estradas que
julgávamos que jamais fôssemos trilhar.
É possível que surjam acontecimentos que nos impeçam de conquistar certos sonhos ou realizar
determinados objetivos que havíamos planejado.
Não são raros os comprometimentos com a saúde, que nos impedem de seguir a trajetória profissional que
desejamos.
Cuidamos de um filho com todo amor e carinho e, por algum motivo, que foge à nossa compreensão atual,
o vemos partir para a vida espiritual antes de nós.
Outras vezes somos escolhidos por Deus para sermos pais de uma criança especial.
Tanto essas, quanto várias outras situações de ordem diversa,podem nos trazer, inicialmente, algum tipo
desofrimento.
Mas a sabedoria Divina reconhece que nossos ombros são suficientemente fortes para carregar o fardo que
nos chega.
***
Tudo que nos acontece tem um propósito elevado.
É provável que essas situações, que a vida nos apresenta, nos conduzam ao necessário despertamento que
permita transformar sentimentos em ação efetiva.
É comum vermos pessoas darem novo sentido às suas vidas, depois que fatos ou situações inesperadas lhes
acontecem.
Após um período de padecimento, passam a lutar por uma causa, a mesma que gerou o sofrimento daquele
que amam, beneficiando com suas ações a tantos outros que se encontram em situação semelhante.
Olhemos em nossa própria comunidade e, com certeza, encontraremos essas pessoas que se doam e se
dedicam a levar consolo e paz ao próximo.
Talvez seja uma forma de aliviar a própria dor.
A história da Humanidade mostra exemplos de pessoas que venceram o mundo e suas aflições para se
dedicarem espontaneamente aos seus semelhantes.
Os testemunhos de fé de Francisco de Assis, de Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Francisco Cândido
Xavier e de muitos outros trabalhadores da Seara do Cristo, nos mostram que é dando que se recebe.
Usar dons, habilidades, conhecimento e compartilhar experiências a serviço do mundo em que vivemos, com
certeza, nos faz um imenso bem.
***
Não nos deixemos perder em lágrimas vazias, nos afundando em nossas próprias decepções, simplesmente
porque tudo não saiu como havíamos idealizado.
O mundo aguarda a expressão do que de melhor tenhamos.
Apesar do sofrimento que possamos carregar, meditemos um pouco mais no que fazer, no dia a dia, para
compartilhar através do serviço, as bênçãos que recebemos de Deus.
Lembremos de Jesus e esqueçamos nossa própria dor para ajudar outras almas a experimentarem alívio.
Pensemos na força que somos capazes de irradiar e transformemos a nossa fé sincera em serviço no bem.
A presença de Cristo em nossos corações faz com que mantenhamos, em nosso interior, uma fonte de luz
intensa.
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Permitamos, pois, que essa luz brilhe por toda parte: a nossa luz, a luz dos que amam em abundância.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 47, nos aconselha:
Acompanha a marcha dos acontecimentos sem sofreguidão.
A tua ansiedade ou o teu receio não alterarão o curso das horas.
Aguarda o que há de suceder, sem que te imponhas sofrimento desde a véspera.
O que pensas que acontecerá, talvez se dê, não porém da forma como aguardas, porquanto, a vida obedece
a um plano de incessantes mudanças e transformações.
Desse modo, espera com harmonia íntima, afastando do teu programa a agitação e o medo.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: Uma Causa)
Referência: Livro VIDA FELIZ, 47, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #vida #evolução #comportamento #provas #expiações #conselhos #esperança
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163 - INSPIRAÇÕES ESPIRITUAIS

Ninguém avança pela estrada do progresso espiritual sem o auxílio de Deus.


Muitas vezes esse auxílio nos é oferecido por intermédio dos nobres Espíritos que se transformaram em
guias da Humanidade.
Esses operosos servidores do bem estão sempre próximos de todos aqueles que lhes rogam ajuda ou
que, por meio da oração e dos pensamentos elevados, sintonizam com suas presenças.
São conhecedores de algumas ocorrências que estão delineadas nas existências de seus pupilos e dos
desafios que os mesmos devem vivenciar.
Por isso, inspiram-nos e guiam-nos pelo caminho mais apropriado para o sucesso, ou advertem-nos dos
perigos iminentes que os espreitam.
Através dessa inspiração é que ocorre o PRESSENTIMENTO.
Ele é uma maneira eficaz da criatura parar e reflexionar em torno do que deve realizar e de como
conduzir-se, contornando as dificuldades e avançando sem receio pela trilha do progresso.
No entanto, caso o ser se deixe levar por atitudes equivocadas e rebeldes, não será capaz de se manter
em sintonia com os Espíritos superiores.
Em virtude das suas opções mentais e comportamentais, ele estará sob a influência de Espíritos infelizes.
Esses, hábeis na técnica de transmitir ideias deprimentes e de conteúdos perturbadores, atormentam e
iludem os imprevidentes.
E, quando as entidades venerandas buscam de alguma forma orientá-los, esses, pela falta de hábito de
assimilar-lhes as nobres ideias, recusam-nas, voltando às mesmas paisagens mentais que os infelicitam.
***
Os pressentimentos, desse modo, devem ser analisados com cautela, avaliando-se qual a sua origem e
de que tipo de mensagem são portadores.
Afinal, podem ser valiosas orientações a afastar-nos do mal, ou maléficas sugestões a impelir-nos ao
equívoco.
Cabe-nos o uso do discernimento para avaliar com imparcialidade nossa conduta usual e a natureza da
influência que recebemos.
Há, ainda, a possibilidade de que os pressentimentos sejam ideias do próprio ser, que voltam à tela
mental na forma de intuição, mas que nada mais são do que recordações de compromissos
anteriormente assumidos.
Ressurgem do inconsciente pessoal como eficiente maneira de conduzir o ser ao reequilíbrio e, assim,
evitar novos tropeços.
Os pressentimentos são fenômenos que muito podem contribuir para a felicidade das criaturas.
No entanto, quando negativos ou ameaçadores, devem nos servir de motivo para que nos entreguemos
à prece e a elevados pensamentos.
Alterando, assim, nossa faixa vibratória, seremos capazes de nos afastar de influências funestas e
infelizes e, por consequência, receber a orientação benfazeja da Espiritualidade superior.
***
Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, indagou, certa ocasião, aos Espíritos superiores a
respeito da influência dos Espíritos nos pensamentos e nos atos dos seres encarnados.
Foi-lhe respondido que essa influência é muito maior do que se poderia imaginar.
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Influem a tal ponto que, de ordinário, são eles que vos dirigem - consta na resposta à questão número
459 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
Ora, cientes de que tal influência é usual e intensa, cabe-nos aprender a distinguir nossos próprios
pensamentos daqueles que nos são sugeridos.
Além disso, devemos ter em mente que os bons Espíritos sempre nos aconselham para o bem.
Os Espíritos infelizes, porém, são incapazes disso.
Resta-nos, portanto, usar o bom senso para fazermos tal diferenciação e nos valermos apenas das
orientações que nos possam levar ao caminho do bem e da verdade.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 459 e seguintes de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e livro LIÇÕES PARA A FELICIDADE,
capítulo 13, de Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
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#doutrinaespirita
269

164 - JESUS: PRESENTE, PASSADO E FUTURO

Jesus nos é apresentado, pelos bons Espíritos, como o Modelo e Guia para a Humanidade.
Isso porque se trata do único Espírito perfeito que esteve na Terra.
Nasceu uma única vez entre nós, somente para nos lecionar a lei de amor, pois dada a Sua evolução, nada tinha a
resgatar.
Por essa razão, Ele é nosso Guia e nosso Modelo.
Modelo porque representa o ideal, o padrão de perfeição moral que devemos buscar construir em nós.
Ele é o paradigma, o referencial que temos para conduzir as nossas ações em direção ao progresso espiritual.
Também é nosso Guia porque é o educador, o conselheiro, Aquele que nos conduz.
Só pode ser Guia aquele que já trilhou o percurso, que o enfrentou e que, por essa razão, sabe identificar e evitar
seus perigos e armadilhas, conduzindo outras pessoas com segurança.
Dessa forma, podemos aceitar sem nenhuma restrição a sua informação: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Para que possamos ser verdadeiramente denominados cristãos, devemos conhecer esse Modelo em
profundidade e seguir Seu roteiro.
***
Jesus, vivendo com as massas sofredoras, compreendendo o orgulho e o degredo dos filhos da Samaria,
proclamou o amor como o libertador de consciências e o forte élan de ligação com Deus.
A Sua voz, dúlcida como um perene canto, proclamou os Direitos Humanos, antecipando em inúmeros séculos a
civilização ética, facultando esperança e alegria de viver.
Taumaturgo por excelência, ensinou a vida gloriosa, mudando as condições da miséria orgânica, moral e mental
dos infelizes, oferecendo-lhes a visão antecipada do poder de Deus, de que Ele era investido.
Por onde passava, permaneciam as marcas inconfundíveis da compaixão e da misericórdia, alterando o status quo
de maneira irrefragável.
Com um pequeno grupo escreveu nas páginas vivas da História o estatuto da felicidade e imolou-se em nome do
ideal a que se entregou.
***
Conhecer Jesus é conhecer os fatos da Sua vida, aprofundar-se nos Seus ensinos, refletir nos Seus exemplos.
Conhecer os costumes e as tradições da sociedade em que Ele viveu nos ajudará a melhor entender Suas lições.
Seus ensinos estão profundamente vinculados à vida cotidiana na Palestina.
Por isso, ao estudarmos a vida na época de Jesus, teremos maior compreensão de Suas valiosas lições.
Estudar os Evangelhos é mergulhar a mente nas Suas ações, nos Seus ditos, nos Seus feitos.
Tudo isso nos levará a conhecer um pouco a respeito dEsse personagem tão ilustre, tão grande.
Esse conhecimento, no entanto, é somente o começo da nossa trajetória para nos tornarmos Seus seguidores.
Cristãos.
É preciso aplicar Seus ensinos em nossas vidas.
***
Jesus é nosso Modelo, isso significa que Ele é a personificação de Suas lições.
É a nossa referência.
Viveu conforme as lições que pregava.
De igual forma, devemos transformar nosso viver conforme os Seus ensinos.
Esse é o segundo passo para sermos verdadeiramente cristãos.
Na medida em que vamos aplicando os ensinos de Jesus em nossas vidas, vamos nos modificando para melhor.
Essa nossa melhoria colabora para a melhoria daqueles que convivem conosco.
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Melhoria de hoje, construção para o futuro feliz, considerando que nossas ações no presente são as sementes
para a colheita posterior.
Assim, se vivenciarmos os ensinos de Jesus hoje, teremos um amanhã mais promissor.
Espelhando-nos em Suas virtudes, Sua integridade moral, Sua excelência, nos inspiramos para as atitudes de cada
dia.
Seria como caminhar com Ele, ao lado dEle, espelhando-nos nEle.
Vamos ao passado para beber das Suas lições, apresentadas no hoje, nos registros dos quatro Evangelistas.
Vivenciar Suas lições é a semeadura que nos garantirá a colheita feliz, no futuro que pode ser próximo ou distante,
conforme seja a nossa decisão, a nossa vontade de seguir o Mestre, moldando-nos aos Seus ensinos.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 625 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e livro MOMENTOS DE SUBLIMAÇÃO, 16, por
Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
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165 - JUSTIÇA DIVINA

Eles eram jovens, amáveis e simpáticos. Seus semblantes irradiavam alegria. Amavam-se com esse primeiro
amor que se assemelha a uma árvore florida que espera a estação propícia para se transformar em um celeiro
de frutos.
Uniram-se por amor. Ele era um modesto empregado e ela costureira. Viram-se e se amaram. Amaram-se e
se uniram.
Ao se unirem, logo pensaram na bênção de um primeiro filho. A moça, olhando gravuras de querubins, pediu
a Deus que lhe desse um filho tão lindo como uma daquelas figuras angelicais.
Um ano se passou. O amoroso par juntou economias e preparou o necessário para vestir um recém-nascido.
Ela costurou roupinhas de cambraia com preciosas rendas, conjuntos brancos com finos bordados, gorros,
tudo de mais belo e delicado para receber o seu bebê.
Esperaram o filho que imaginavam belo e que deveria chegar pedindo beijos com seus sorrisos.
Enfim, chegou o momento do parto. Áurea sentiu as primeiras dores e depois de um laborioso período deu
à luz um menino.
Logo quis vê-lo, mas seu esposo e as pessoas que a rodeavam simplesmente a olhavam com tristeza.
Entre si trocavam olhares melancólicos e cochichavam algo que ela não conseguia entender.
Por fim, depois de insistir, Áurea acabou por gritar:
- Vocês não me escutam? Quero abraçar meu filho. Por acaso está morto?
- Não, disseram-lhe. É que...o menino não tem braços, nem pernas!
Áurea estendeu os próprios braços e respondeu com ansiedade:
- Pois tragam-no. Se não tem braços, nem pernas, ele estará mais tempo em meus braços.
O menino era lindo. Olhos azuis, expressivos, cabelos louros muito abundantes. Os pais o amaram. Mas o pai,
quando sua esposa não podia ouvir, dizia com profunda amargura:
"Eu queria tanto um filho. E ele veio sem braços nem pernas. Que grande injustiça cometeu Deus para comigo.
Se ao menos eu fosse rico, mas sou tão pobre!"
***
Ante um quadro tão doloroso, a Doutrina Espírita nos oferece profundas elucidações, através da lei dos
renascimentos, da tese das múltiplas existências, da Lei de Causa e Efeito.
Ela nos permite abrir uma porta para o nosso ontem, o nosso passado, dentro da História da Humanidade
terrestre.
Em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, os mensageiros espirituais esclarecem a grande questão do sofrimento, da dor,
da enfermidade, afirmando que não são fatores propostos pelo Criador, mas consequências das violações de
Suas Leis.
Assim, de acordo com a natureza das faltas cometidas pelo Espírito, ele mesmo escolhe as provas que queira
sofrer.
Provas que o levem à expiação das faltas cometidas e a progredir mais depressa.
Deus, na Sua justiça, permite que o culpado retorne ao cenário onde delinquiu, para a retificação dos seus
erros.
E como ensinou Jesus: Se teu olho for causa de escândalo, arranca-o e joga-o fora, as deficiências e mutilações
do hoje retratam exatamente a qualidade dos desacertos do ontem.
Mas, como Deus é Justiça e também Misericórdia, permite que almas devedoras nasçam junto a corações
amorosos que as aceitam e as ajudam com devoção, em sua trajetória de resgates e dores.
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Por isso mesmo, é comum encontrarmos mães carregando filhos que não andam, sem lamentar o esforço
que realizam.
Mães que vivem com filhos de ouvidos e lábios fechados e que, no entanto, lhes falam à acústica da alma,
dizendo-lhes do seu amor.
Mães que recebem filhos deficientes de toda ordem e que a eles se dedicam, heroínas anônimas, com
desprendimento e amor.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 258 e 264 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e livro REENCARNAÇÃO E VIDA,
Capítulo SEM BRAÇOS E SEM PERNAS, por Amália Domingo Soler, ed. Ide
***
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#doutrinaespirita
273

166 - ANALISANDO A GANÂNCIA

A busca pelo bem-estar é inerente à natureza humana.


O desejo do homem de livrar-se do sofrimento propiciou notáveis descobertas em todos os setores do
conhecimento.
Analgésicos e anestésicos podem ser citados como conquistas humanas na procura do bem-estar.
Ar-condicionado, colchões ortopédicos e mesmo a água encanada também compõem o conjunto de
invenções destinadas a tornar a vida confortável.
Na busca de bem-estar e tranquilidade, um dia o homem voltará sua atenção para os problemas morais
que a sociedade enfrenta.
Então compreenderá que o egoísmo é a causa de todas as desgraças sociais.
É a matriz de todos os vícios.
Quando for combatido, todos os seus desdobramentos, como vaidade, ganância, maledicência e
corrupção, perderão a força.
***
Dentre os diversos desdobramentos do EGOÍSMO, analisemos a GANÂNCIA.
A ganância corrompe nosso caráter, através dela passamos por cima de conceitos morais e não damos
conta do grande dano que estamos causando a nós e aos outros.
Com a ganância estamos prisioneiros de nossas vontades materiais, não valorizamos o simples, deixamo-
nos levar pela ilusão de conquistas como, o poder, a riqueza material e o status social. Isso prova o quanto
ainda somos pequenos diante da grandiosidade do Universo, o quanto ainda somos pequenos diante das
oportunidades que Jesus nos dá todos os dias para podermos melhorar.
Não temos mais tempo para a prece;
Não temos mais tempo para ajudar o outro;
Não temos tempo para uma palavra amiga;
Não temos mais tempo para amar nossa família;
Não temos mais tempo para nós;
Isso tudo porque nos esquecemos que Jesus, nos deu a oportunidade para nos aprimorarmos e termos
a coragem para lutar contra nossas próprias faltas.
Por isso a ganância é uma condição muito triste para quem a tem, porque enfraquece a capacidade de
melhorar e evoluir moralmente.
Procure sim, adquirir sua melhora material, mas não deixe que isso seja um fator preponderante para
sua existência, procure sempre analisar como está agindo para conseguir tudo que tem e o que está
fazendo com o que conquistou, porque mais tarde você será cobrado por isso.
Aproveitando o desafio de hoje e façamos uma limpeza em nossos sentimentos, deixemos a ganância
em ter e ter cada vez mais, para podermos nos direcionar a Jesus e aos seus ensinamentos, somente
desta forma construiremos em nós uma vida segura,sem enganos e as ilusões da matéria.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 142, nos recorda:
As tuas necessidades reais não exorbitam a área das tuas posses.
Cada criatura nasce ou renasce dentro do esquema que lhe faculta as melhores possibilidades para ser
feliz.
274

A inconformação e a rebeldia, porém, normalmente armam o indivíduo com ambição e violência que
geram estados desditosos, mesmo quando ele consegue acumular excessos e quinquilharias a que atribui
valores relevantes, exagerados.
Nunca faltariam os recursos para a sobrevivência humana, caso não houvesse nos corações o predomínio
do egoísmo, da ganância, da avareza e do desinteresse fraternal.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 142, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
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167 - VIDA EM SOCIEDADE

Em O LIVRO DOS ESPÍRITOS (questão 766), de Allan Kardec, encontramos a seguinte pergunta feita aos Espíritos:
- A vida social está em a natureza?
Ao que os Benfeitores responderam:
- Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras
faculdades necessárias à vida de relação.
Não sendo o homem portador de faculdades completas, lógico é que, mediante o inter-relacionamento social elas
se completem para o seu bem-estar e progresso.
Dessa forma, as oportunidades de convívio nos são oferecidas desde cedo. O lar é nossa primeira experiência de
vida em sociedade e onde aprendemos as lições básicas de inter-relacionamento.
Depois vem a escola e, em seguida, o trabalho profissional.
E é no ambiente de trabalho que passamos grande parte da nossa existência, convivendo, geralmente, com
pessoas que, em princípio nos são estranhas.
Todavia, se é nesse ambiente que passamos boa parte da vida, por que não torná-lo o mais agradável possível?
Devido à falta de cuidado e atenção, muitos de nós fazemos do local de trabalho um verdadeiro campo de guerra.
Substituindo a cooperação pela competição, sofremos e fazemos sofrer, numa ânsia insana de galgar lugares de
destaque.
Esquecidos de que não somos conhecedores de tudo e que podemos fazer da cooperação uma forma de
fortalecimento da equipe, desejamos fazer carreira solo.
***
Quando Jesus, o grande Sábio da Humanidade, Se referiu à fortaleza do feixe de varas, era exatamente à união e
à cooperação que Ele se reportava.
Solidários, seremos união, separados uns dos outros pela sede de competição, seremos meros pontos de vista.
O reino animal nos dá excelentes exemplos de convivência pacífica e cooperação entre seres de espécies
diferentes.
Assistimos a um vídeo que mostrava um camarão e um peixe numa parceria perfeita.
O peixe podia ver mas não tinha moradia. O camarão era cego mas possuía uma grande toca para se abrigar.
Mesmo sem a linguagem articulada, ambos acertaram um sistema perfeito de cooperação mútua. Enquanto o
camarão trabalhava, ampliando as galerias da toca, o peixe ficava vigiando a entrada. Se surgisse um perigo, o
peixe imediatamente entrava e impedia que o camarão fosse até o exterior.
E quando o camarão saía para se alimentar dos musgos existentes no exterior da toca, mantinha uma antena
encostada no dorso do peixe e, ao menor movimento, ambos se refugiavam imediatamente.
***
E quanto a nós, que possuímos a fala e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação, como as temos
utilizado?
Seria importante que nos detivéssemos um pouco para pensar ou repensar nosso comportamento, já que estamos
vivendo os dias do Século XXI.
O Senhor estabeleceu a cooperação como base indispensável de êxito a qualquer trabalho.
O arado é precioso, mas inútil, se não possui a mão do lavrador que o dirige. O êxito é uma bênção de forças
conjugadas da natureza.
***
No livro VIDA FELIZ, 173, Joanna de Ângelis nos traz alguns oportunos conselhos para a vida em sociedade:
Usa a cortesia nos teus movimentos e ações, gerando simpatia e amizade.
O que possas fazer, não delegues a outrem.
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Porque alguém trabalha contigo, não te cabe o direito de sobrecarregá-lo, exigindo-lhe além das suas
possibilidades.
Mesmo os teus serviçais merecem a tua consideração e respeito.
Cooperam contigo e são remunerados.
Faze mais: torna-os teus amigos.
Há pequenas e cansativas tarefas a eles afetas que podes executar sem te cansares nem os mortificar.
No trato com eles, usa as expressões:
"Por favor" e "muito obrigado", desse modo, educando-os mais e espalhando afeição em torno dos teus passos.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 766 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e verbete COOPERAÇÃO, do livro DICIONÁRIO
DA ALMA, psicografia de Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #sociedade #cooperação #leidesociedade #comportamento
#doutrinaespirita
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168 - A VIRTUDE
Há alguns anos, conta o escritor Malba Tahan, uma pitoresca aldeia da Suíça foi destruída pelo fogo. Em poucas
horas, as lindas casas foram devoradas pelas chamas. Tudo ficou reduzido a escombros.
Passado o furor do incêndio, um dos moradores ficou tomado de grande desespero. Sua casa estava por terra,
totalmente destruída. Nada lhe havia sobrado. Nem roupas, nem móveis, sequer algumas paredes. Tudo jazia por
terra.
Pior, das suas vacas, que eram o seu sustento, não havia rastro em lugar algum. Para cúmulo da desgraça, o seu
filho, de apenas sete anos, estava desaparecido.
O pobre homem se pôs a chorar. Nenhuma palavra de conforto o podia acalmar. Sentou-se sobre as ruínas do seu
lar e passou toda a noite tristemente.
Quando surgiu alegre e fagueira a madrugada, os primeiros raios de sol romperam as trevas e o vieram encontrar
ainda ali, sentado, inconsolável. Parecia ter envelhecido dez anos, em apenas uma noite.
Então, um som bem conhecido o fez erguer a cabeça e olhar na direção de onde o vento lhe trazia a boa notícia.
Lá estava ela, vindo pela estrada, a sua vaca favorita.
Atrás dela, todas as outras e, por fim, seu filho querido.
Correu, abraçou o menino, entre lágrimas de pura alegria.
- Meu filho, perguntou, como você conseguiu escapar do incêndio?
- Muito simples, falou a criança. Quando vi o fogo, tratei logo de reunir as vacas e as levei para o campo, bem
distante, a fim de que nada sofressem.
- Você é um herói, exclamou o pai.
- Claro que não, afirmou o garoto. Herói é aquele que pratica algum ato de valor. Eu levei as vacas para o campo
somente porque vi que elas estavam em perigo. Sabia que era a única coisa acertada a fazer.
***
Assim agem as pessoas verdadeiramente virtuosas. Não alardeiam suas virtudes, mas praticam o bem com
desinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmas.
Deixam-se guiar por suas inspirações e estão sempre aptas a grandes gestos, em favor dos demais.
Não aguardam elogios e a sua é a satisfação de realizarem o melhor.
Os que assim agem, ignoram mesmo que são virtuosos. Neles se encontram as qualidades da verdadeira virtude:
são bons, caritativos, laboriosos, sóbrios, modestos.
***
Toda virtude tem seu mérito próprio, ensinam os Espíritos Superiores, porque todas indicam progresso na senda
do bem.
Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores.
A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento
oculto.
A mais meritória de todas elas, é aquela que se baseia na caridade mais desinteressada.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 893 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, capítulo VII, item 8 de O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO e lenda do livro LENDAS DO CÉU E DA TERRA de Malba Tahan
***
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#doutrinaespirita
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169 - PRESSENTIMENTOS

O dia 19 de abril de 1995 foi marcado por um ataque terrorista nos Estados Unidos.
Muitas das vítimas eram bebês que brincavam, na creche do edifício destruído pela explosão de um
carro bomba.
O interessante, no meio da tragédia, é saber dos pressentimentos, que livraram alguns deles da morte.
Michael Butler, um loirinho de quatro anos, por exemplo, continua vivo porque sua mãe, Kari, não o
deixou ir à creche naquela manhã.
- Alguma coisa me disse para deixar o Michael em casa, confessou ela a uma amiga.
A criança até chorou porque queria ir ver o seu amigo Aaron. A mãe ficou firme porque alguma coisa
continuava lhe dizendo: Não, hoje não!
Graças a esse estranho pensamento que falou a Kari, haverá muitos outros dias para Michael.
Com a menina Achley foi diferente. Nos seus quatro anos, pediu com insistência para a mãe:
- Um abraço. Preciso de um abraço.
- Mas eu já te dei um abração enorme, falou a mãe.
A garotinha insistiu:
- Mas eu quero outro, e quero um beijo também.
Com um riso cheio de amor, a mãe ouviu a menina dizer:
- Eu gosto de ti, mamãe. Eu te amo.
Parecia despedida. E foi mesmo.
Menos de duas horas depois, a mãe e os avós eram surpreendidos com as notícias da explosão. A menina
foi encontrada morta.
***
Existe pressentimento? O que é isso?
Pressentimento é o conselho íntimo e oculto de um Espírito que nos quer bem.
É, portanto, um amigo espiritual que nos alerta a respeito de um perigo, no intuito de nos salvaguardar.
Isso explica o caso da mãe do pequeno Michael.
De outras vezes, é a intuição da escolha que se haja feito, antes de renascer.
Antes de reencarnar, o Espírito tem conhecimento e até escolhe o gênero de provas a que se submeterá.
Ele conserva no seu íntimo uma espécie de impressão de tais provas e essa impressão, fazendo-se ouvir
quando lhe chega o momento de sofrê-las, se torna pressentimento.
Isso explica o caso da pequena Achley e sua despedida especialmente carinhosa, naquele dia.
***
O pressentimento pode ser considerado como a voz do instinto.
Como essa voz, por vezes, nos parece algo simplesmente vago, ocorre de nem sempre prestarmos
atenção.
Nesses momentos, é bom orar ao Espírito protetor, ao anjo da guarda ou diretamente a Deus, para que
possamos melhor discernir.
Os avisos dos Espíritos protetores objetivam tanto o nosso procedimento moral como também nos evitar
certos acidentes e transtornos.
Eles nos ajudam com seus conselhos, mediante a voz da consciência que fazem ressoar em nosso íntimo.
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Como nem sempre ligamos a isso a devida importância, eles também se servem das pessoas que nos
cercam. São elas os seus instrumentos para nos aconselhar.
É bom que examinemos as diversas circunstâncias felizes ou infelizes da nossa vida.
Veremos que, em muitas ocasiões, recebemos conselhos que não aproveitamos e que nos teriam
poupado muitos desgostos, se os tivéssemos escutado.
Caminhemos mais atentos. Pensemos nisso.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Quesões 522 a 524 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e capítulo 39 do livro CONDUTA ESPÍRITA
por André Luis e Francisco Cândido Xavier
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#doutrinaespirita
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170 - ILUSÕES E FANTASIAS


Se você fosse abordado por um vendedor de ilusões e fantasias, lhe daria ouvidos? Compraria seus produtos?
Antes que você responda, pensemos um pouco sobre o assunto.
Quando buscamos prazer no prazer alheio, estamos vivendo de ilusões e fantasias.
Quando lemos revistas que exibem pessoas bonitas, elegantes, famosas, se deleitando em paraísos de mentira, estamos
buscando sorver o prazer dessas pessoas como se estivéssemos em seu lugar.
Há revistas especializadas em criar um mundo maravilhoso, do qual só podem fazer parte as pessoas ricas, bonitas e elegantes,
ou, se não são bonitas, pelo menos devem ter estilo.
E, nessas páginas que vêm maravilhosamente ilustradas, compramos fantasias e sorvemos ilusões e mentiras.
Quando essas páginas retratam uma mulher jovem, bonita, no seu quinto casamento, estampando no rosto um sorriso
amarelo, simulando felicidade, não podemos imaginar que essa seja a realidade.
Não há pessoa que possa, por mais fria que seja, envolver-se com vários cônjuges e filhos, e sair sem ferir ou ferir-se.
Quando um homem, de mais de 60 anos, que acaba de deixar esposa e filhos se exibe, fingindo felicidade suprema, com uma
esposa de 25, não pode estar vivendo mais que uma fantasia.
Ou será que é possível construir a felicidade sobre os escombros dos outros, em cujos corações cravamos o punhal da
infidelidade e da indiferença?
***
Observemos, com atenção, os olhares dessas pessoas que vendem ilusões e fantasias e perceberemos sombras de tristeza
imanifesta. São as gotas de amargura brotando nas profundezas da alma vazia e sem esperança.
Assim, antes de mergulharmos no mar das ilusões aportando em ilhas de fantasias, reflitamos se esse é o caminho que nos
conduzirá à felicidade efetiva.
Busquemos, antes, exemplos de dignidade e honradez. Tomemos, de preferência, o barco singelo do trabalho digno e
vistamos o colete da honestidade para que estejamos seguros se, porventura, o mar ficar revolto.
Não embarquemos na canoa furada das ilusões e fantasias, que não resiste aos embates das primeiras ondas da razão e do
bom senso.
Contou-nos um amigo, que esteve nos Estados Unidos, que uma senhora rica e excêntrica possuía um carro que era a sua
paixão.
Manifestou, em vida, o desejo de ser enterrada dentro dele. E assim foi feito.
Quando morreu, os filhos prepararam o corpo e o colocaram no interior do veículo, enterrando-o conforme o desejo.
Passado algum tempo, esse nosso amigo, que é médium, intrigado com aquele fato, foi abordado pelo Benfeitor espiritual
que lhe disse com pesar:
- É, a nossa irmã conseguiu que enterrassem o seu corpo num automóvel luxuoso, mas, infelizmente, no mundo dos Espíritos
ela está a pé, dependendo da misericórdia alheia.
Assim acontece com muitos de nós que nos permitimos viver de sonhos que nunca se tornarão realidade.
***
Agora já temos elementos para responder a pergunta inicial: Você compraria ilusões e fantasias?
Retiremos a venda dos olhos e despedacemos as lentes escuras que nos impedem fixar as claridades reais da vida,
promovendo o nosso programa de ação eficiente onde nos encontramos. Nada de ilusões.
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Extraído do Momento Espírita
Referência: Verbete ILUSÕES do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, vol. 2, por Joanna de Ângelis e
Divaldo Franco
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#espiritismo
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171 - PODER E ILUSÃO


Ivan era o segundo de três filhos de um burocrata medíocre em Petersburgo, na Rússia.
Formou-se com louvor no curso de Direito, mostrando-se capaz, desde cedo, e muito rígido no que dizia respeito às suas
obrigações.
Fortemente atraído por pessoas que estivessem em posições mais altas do que a sua, logo adotava seus modos e pontos de
vista, estabelecendo boas relações com elas.
Não tardou para que conseguisse boas colocações profissionais, em razão de sua inegável capacidade somada à influência de
amigos poderosos.
Era jovem ainda quando assumiu o cargo de Magistrado de uma Província do Interior.
Sua conduta no trabalho era considerada irrepreensível, inspirando respeito e confiança naqueles que o cercavam.
Embora tratasse as pessoas com cordialidade e educação, sentia-se realmente superior a todas elas.
Agradava-lhe a ideia de que sentiam inveja da sua figura e da sua condição.
Causava-lhe alegria saber que tinha o poder de subjugar os demais e que os outros dependiam dele.
Nunca chegou a abusar de sua autoridade, ao contrário, tentava suavizar o peso dela.
No entanto, a consciência do poder de que dispunha e a possibilidade de amenizar esse efeito só aumentava o fascínio pela
posição que ocupava.
Aos olhos do mundo, e de si próprio, era um homem bem-sucedido.
Os anos se passaram rapidamente e, às vezes, Ivan queixava-se de um gosto estranho na boca e uma sensação desconfortável
do lado esquerdo do estômago.
No início, ninguém, nem mesmo ele, dava muita atenção a isso.
Entretanto, tal desconforto foi piorando, passando a causar-lhe uma sensação intensa de cansaço e de irritabilidade.
Depois de muito resistir à ideia, decidiu consultar um famoso médico.
Foi recebido pelo profissional com a mesma frieza e com o mesmo ar de superioridade que ele costumava utilizar no Tribunal.
Suas perguntas eram respondidas de modo pouco esclarecedor.
Apesar da atitude evasiva do médico, Ivan pôde chegar à conclusão de que sua situação não era nada boa.
Além disso, com o passar dos dias, ele concluiu que sua dificuldade não fazia a menor diferença para os demais.
Sua dor, sua angústia só atingiam realmente a ele próprio.
Subitamente ele percebeu que o poder, de que até então se orgulhava, era nada diante da situação em que se via.
Nem os tratamentos, nem os remédios utilizados lhe proporcionavam qualquer melhora.
As dores eram cada vez mais intensas e o mal-estar com grande frequência.
Sem demora Ivan deu-se conta de que estava morrendo e desesperou-se.
Afinal, de que valia todo seu prestígio, toda a sua influência e toda a sua riqueza?
De nada.
Sua dor o igualava a todos os demais homens.
Fazia com que ele percebesse como havia sido tolo durante toda a vida.
Seu poder era uma ilusão e sua superioridade, apenas uma quimera.
***
Todos temos tarefas a realizar e deveres a cumprir na obra do Criador.
Por isso, muitos de nós detemos facilidades e recursos materiais das mais variadas ordens, de maneira provisória.
São oportunidades de crescimento. Não significam que sejamos superiores ou melhores do que ninguém.
Cabe-nos fazer bom e devido uso desses abençoados recursos, sem distorções de finalidade, nem ilusões.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: livro A MORTE DE IVAN ILITCH, de Léon Tolstoi, ed. Manole.
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172 - AGIR COM CORTESIA E RESPEITO

Nunca será demais falar sobre CORTESIA e RESPEITO. Em verdade, ambos bastante esquecidos na
atualidade, perdendo cidadania a passos largos.
É comum as pessoas falarem muito alto no ônibus, nos restaurantes, em lugares públicos em geral,
desrespeitando os demais.
E o mais delicado é que nem sempre a conversa é agradável. Às vezes se trata de críticas amargas ao
governo, a parentes, a amigos.
Ou problemas familiares de difícil solução, desentendimentos entre cônjuges ou entre pais e filhos.
Tudo vai sendo extravasado em altos brados, como se não houvesse outras pessoas compartilhando do
mesmo ambiente.
Não se sabe bem se a pessoa não tem condições de se ouvir e descobrir que está falando muito alto ou
se ela deseja que os outros tomem conhecimento da sua problemática ou da sua revolta.
Adolescentes e jovens esquecem, quase sempre, quando se encontram em grupos, que os lugares
públicos não lhes pertencem com exclusividade.
Por isso, gritam, dizem palavrões, falam de situações grotescas. Gesticulam, andam aos empurrões,
esbarrando em idosos e crianças.
Isso torna difícil para as famílias o passeio a parques e outros locais públicos.
Como impedir que as crianças presenciem cenas tão indelicadas e ouçam um palavreado que não é
habitual no seu lar?
E que dizer das discussões? Casais, amigos e colegas discutem seus problemas na rua, no
estacionamento, em restaurantes, sem cerimônia alguma.
***
Uma escritora relatou que presenciou, em um restaurante, várias famílias deixarem pelo meio os pratos
na mesa e se retirarem.
Tudo porque um casal resolveu brigar na mesa vizinha e não economizou o volume da voz. Muito menos
o vocabulário grosseiro.
De maneira estranha, todos se sentem incomodados mas ninguém diz nada.
Alguns alegam que essas pessoas não estão infringindo a lei. E de fato não há lei que regulamente essas
situações, que são uma questão de educação.
Mas o que está nos faltando é uma tomada de posição. A primeira, educando os nossos filhos no respeito
às pessoas.
A segunda é nos manifestarmos, de forma educada, pedindo a essas pessoas que nos respeitem.
Bastaria um “Por favor, falem mais baixo”. Ou “Eu não gostaria que meus filhos ouvissem o que estão
dizendo”.
Se todos passarmos a agir, essas pessoas terão que adotar uma nova postura, modificando-se e
modificando o mundo.
***
Não acreditemos quando nos falarem que a cortesia saiu da moda.
Quem não gosta de receber um gesto delicado? Quem não nota quando um rapaz se ergue do assento
e o oferece ao idoso cansado?
Quem não nota, com prazer, a pessoa que junta do chão um objeto e o devolve a quem deixou cair, sem
haver se dado conta?
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Quem não se sensibiliza com um “Muito obrigado”; “Por favor”; “Desculpe”?


Tenhamos certeza: a CORTESIA e o RESPEITO nunca sairão de moda porque todos somos sensíveis à
polidez, ao bom tratamento, a um sorriso, mesmo em meio a um possível caos.
Pensemos a respeito e comecemos a ser mais respeitosos, mais atenciosos com nosso entorno, mais
polidos.
Comecemos hoje, não percamos a oportunidade.
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Extraído do Momento Espírita
Referência: Artigo EM NOME DA CORTESIA, da Seleções do Reader's Digest de Janeiro de 2000
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173 - ELE VOLTOU OS OLHOS PARA A LUZ

Narra-se que uma das cunhadas do médium mineiro Francisco Cândido Xavier teve um filho com sérias dificuldades
físicas e mentais.
Braços e pernas atrofiados. Os olhos, cobertos por uma espessa névoa, mantinham-no mergulhado na mais completa
escuridão.
Inspirava medo às pessoas que o viam. Era tão deformado que a mãe, ao vê-lo, teve um choque e foi internada num
hospital psiquiátrico.
Chico ficou sozinho com o sobrinho.
Cuidar dele não era fácil. Medicá-lo, banhá-lo e aplicar-lhe um clister diariamente.
O menino não deglutia e, para alimentá-lo, Chico tinha que formar uma pequena bola com a comida, colocar em sua
garganta e empurrar com o dedo.
Isto, durante onze anos, aproximadamente.
Quando o sobrinho piorava, Chico orava muito por ele. Já o amava como um filho.
Um dia, porém, o Espírito de Emmanuel lhe disse:
- Ele só vai desencarnar quando o pulmão começar a desenvolver e não encontrar espaço. Aí, então, qualquer resfriado
pode se transformar numa pneumonia e ele partirá.
Quando estava próximo dos doze anos, foi acometido de uma forte gripe e começou a definhar.
Na hora da desencarnação, seus olhos voltaram a enxergar. Ele olhou para Chico e procurou traduzir toda a sua gratidão
naquele olhar.
Emmanuel, presente e emocionado como Chico, explicou:
- Graças a Deus. É a primeira vez, depois de cento e cinquenta anos, que seus olhos voltam para a luz. As suas dívidas
do passado foram aniquiladas. Louvado seja Jesus.
Chico Xavier sempre teve seus olhos voltados para a luz, e este é mais um dos inúmeros exemplos disso.
O sobrinho, necessitado de acerto com as Leis maiores, encontrou no amor do tio o estímulo necessário para deixar as
trevas.
***
Enquanto não acertamos as dívidas do passado, enquanto não cumprimos os compromissos assumidos até o fim, não
conseguimos nos libertar da escuridão.
A expiação é mecanismo infalível da Lei Divina.
Diz-nos ela que cada um de nós é responsável pelos equívocos realizados, nesta ou noutra existência, e que sempre
assumimos o compromisso de resgate perante a vida.
Assim é que as vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das faltas do passado e, simultaneamente, provas
com relação ao futuro.
Depuram-nos e elevam-nos, se as suportamos resignados e sem murmurar.
Para voltar os olhos para a luz, novamente, faz-se necessário o arrependimento sincero, o aprendizado e o resgate.
É assim que a Justiça Divina opera, dando a cada um o que é seu, de acordo com sua necessidade.
Voltar os olhos para a luz é desprender-se, através do amor ou da dor, do passado de desvarios ao qual muitos ainda
estamos aprisionados.
É tempo de caminhar com passos seguros, mirando-se na caridade-doação de um Chico Xavier, que mostra o caminho
do amor para o encontro com a luminosidade que espera todos nós.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 399 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e capítulo DÍVIDA E RESGATE do livro CHICO de
Adelino da Silveira
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#JustiçaDivina #expiação
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174 - A MORTE NÃO EXISTE

Nos Estados Unidos, o livro TALKING TO HEAVEN, que reproduz as conversas do médium Van Praagh, com os mortos,
tem sido um sucesso.
O autor do livro, que é o próprio médium, defende a tese de que não existe morte, mas apenas vida.
A grande busca de livros como esse e outros do gênero demonstra o interesse dos homens pelo que vulgarmente se
chama sobrenatural, nesta virada de milênio.
O ser humano, trazendo em si mesmo a intuição da imortalidade, tem buscado ao longo dos tempos, provar que não é
apenas um amontoado de ossos e músculos.
Todavia, mergulhando no corpo físico, pelas portas da reencarnação, grande parte dos seres passa a duvidar da vida
após a morte, quando deixa um ser querido nas portas do túmulo e dele se afasta por tempo indeterminado.
***
Façamos uma comparação que talvez torne mais clara a questão da imortalidade.
Imaginemos que um navio, carregado de emigrantes, parta para destino longínquo.
Leva homens, mulheres e crianças de todas as condições, parentes e amigos dos que ficam.
Algum tempo depois da partida, surge a notícia de que o navio naufragou. Nenhum vestígio resta dele, nenhuma notícia
sobre sua sorte.
Acredita-se que todos os passageiros pereceram e o luto penetra em todas as suas famílias.
Entretanto, a equipagem inteira, sem faltar um único homem, foi ter a uma ilha desconhecida, abundante e fértil, onde
todos passam a viver ditosos.
Ninguém, todavia, sabe disso.
Porém, um belo dia, outro navio aporta a essa terra e lá encontra sãos e salvos todos os supostos náufragos.
A boa notícia se espalha com a rapidez do relâmpago e todos exclamam felizes: Não estão perdidos os nossos amigos
e familiares! E rendem graças a Deus.
E, embora não possam ver-se uns aos outros, correspondem-se e permutam demonstrações de afeto e, assim, a alegria
substitui a tristeza e a saudade se transforma em esperança de um reencontro futuro.
Tal é a imagem da vida terrena e da vida de Além-túmulo.
O segundo navio, por comparação, seriam as inúmeras mensagens dos mortos, ditadas através dos médiuns, trazendo-
nos a boa notícia da sobrevivência dos que partiram antes de nós.
E, para quem busca, com sinceridade, as provas da vida após a morte, as encontrará na vasta literatura que fala sobre
o assunto.
***
Durante o sono podemos manter contato com os seres que já partiram para a Pátria espiritual.
Ao contrário do que se pensa, os encontros entre vivos e mortos são muito comuns.
Tanto isso é uma realidade, que vários filmes e telenovelas enfocam o assunto com naturalidade.
Assim, o fato de sabermos que as pessoas que amamos continuam vivas no Além-túmulo é, verdadeiramente, uma
notícia consoladora.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. I, item 62 de A GÊNESE, de Allan Kardec e em Entrelinhas do jornal Gazeta do Povo,
do dia 14/03/98.
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175 - A CADA UM SEGUNDO SUAS OBRAS

Nessa sentença de Jesus estão sintetizadas todas as leis que regem as questões ético-morais.
Mas de que maneira essa justiça se estabelece?
Que mecanismo coordena essa distribuição, com justiça?
Primeiro, é importante lembrar que a justiça dos homens está calcada na legislação humana, com base em códigos legais
criados pelos próprios homens.
Quando há um litígio qualquer, um grupo de pessoas especializadas nesses códigos analisa o processo, julga e define as
penalidades aplicáveis ao réu.
A duração das penas é estabelecida pelo juiz.
Então, podemos concluir que a justiça dos homens se alicerça no arbítrio, segundo a visão dos magistrados.
Com a Justiça Divina é diferente. As consequências dos atos se dão de forma direta e natural, sem intermediários.
Em caso de uma falta qualquer, a penalidade se estabelece de maneira natural, e cessa também naturalmente, com o
arrependimento efetivo e a reparação da falta.
Importante destacar que, na Justiça Divina, não há dois pesos e duas medidas. As Leis são imutáveis e imparciais, e não podem
ser enganadas.
***
Um exemplo talvez torne mais fácil o entendimento.
Se alguém resolve beber uma dose considerável de veneno, as consequências logo surgirão no organismo, de maneira direta
e natural.
Não é preciso que alguém julgue o ato e decida o que vai acontecer com o organismo do indivíduo. Simplesmente o resultado
aparece.
Castigo? Não. Consequência natural derivada do seu ato, da sua livre escolha.
Os efeitos produzidos no corpo físico não fazem distinção entre o pobre ou o rico, o religioso ou o ateu, a criança ou o adulto.
As Leis Divinas não contemplam exceções, nem privilégios. São justas e sensatas.
E essas consequências duram tanto quanto a causa que as produziu.
***
No campo moral, a Justiça Divina se dá da mesma maneira, distribuindo a cada um segundo suas obras, sem intermediários.
Contudo, é de nos perguntarmos como podemos conhecer essas leis.
Bastará ouvir a própria consciência, que é onde se encontra esse Código Divino.
E nesse item, igualmente, Jesus se revela o maior de todos os sábios.
Numa sentença sintética Ele ensinou tudo o que precisamos saber para conquistar a nossa felicidade: A cada um segundo as
suas obras.
Assim, se as consequências dos nossos atos são diretas e naturais, podemos promover, desde agora, consequências felizes
para logo mais.
Se hoje sofremos as consequências de atos infelizes praticados, basta colher os resultados, sem nos queixarmos da sorte, e
agirmos com uma conduta ético-moral condizente com o resultado que desejamos obter.
Então, como depende de nós o aperfeiçoamento, podemos, em virtude do livre-arbítrio, prolongar ou abreviar nossos
sofrimentos, como o doente sofre, pelos seus excessos, enquanto não lhes põe termo.
Se desejamos um futuro mais feliz, busquemos ajustar nossos atos à nossa consciência, que é sempre um guia infalível, porque
nela estão escritas as Leis de Deus.
E, se em algum momento, surgir a dúvida de como agir corretamente, façamos aos outros o que gostaríamos que os outros
nos fizessem, e não haverá equívoco.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. I, item 32 de A GÊNESE, de Allan Kardec
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176 - A NECESSIDADE DO EQUILÍBRIO E DA PONDERAÇÃO

Pequena análise do comportamento humano nos permite perceber o quanto somos capazes de muito reagir
e de pouco agir.
Basta uma pequena rusga no trânsito, alguém que altere a voz em uma discussão, e a reação acontece.
Ou ainda, que alguém nos trate rispidamente, ou que falte com a polidez para conosco para que desencadeie
uma imediata reação em nós.
Reagimos de maneira impulsiva, algumas vezes, até violenta, e, consequentemente, impensada.
Reagimos, de súbito, para logo mais percebermos que poderíamos ter agido diferente.
Qual animal ferido ou acuado, reagimos para nos defender, sem analisar, refletir ou pensar.
Assim se dá porque vinculados a comportamentos ancestrais, trazemos o ímpeto de reagir, por impulso, por
instinto, sem raciocinar.
E, somente depois, a razão nos convida a avaliarmos as consequências do que foi dito, ou a maneira como
nos comportamos.
Por outro lado, somos sempre vítimas de nossas reações, enquanto a ação nos permite tomar a atitude que
escolhemos, o procedimento que achamos mais adequado.
Se a reação é instintiva, a ação é racional e reflexiva.
Se ao reagir não nos damos conta ou não nos apercebemos do estrago que podemos causar, o agir é
analisado e pensado.
Dessa forma, se percebemos que nossa reação gera muito mais dificuldades e problemas do que soluções e
tranquilidade, é hora de trocarmos a reação pela ação.
***
Por exemplo, se fazemos silêncio quando alguém nos dirige impropérios, é a ação da paz que foi nossa opção.
Fácil seria revidar na mesma moeda, reagir da mesma forma.
Desafiador é evitar a armadilha da reação e, lucidamente, optar pela clareza da ação.
Se alguém nos aborda de maneira grosseira, e respondemos com gentileza, paciência e calma, é a ação da
nossa compreensão para com o outro.
Talvez fosse mais fácil, pela força do hábito, nos comportarmos com reciprocidade, devolvendo a grosseria
que recebemos.
Porém, o grande desafio é deixar de reagir, escolhendo o agir, que gerará sempre melhores resultados, posto
que é fruto do equilíbrio e da reflexão.
E a transformação do nosso comportamento acontecerá paulatinamente e será o resultado da disciplina no
pensar, que gera o hábito da reflexão, culminando pelo desarmar de nossas atitudes.
Portanto, já não mais vítima das palavras rudes, do comportamento infeliz ou da atitude impensada.
Que a análise e reflexão de nossas atitudes possam fazer com que, aos poucos, a reação ceda lugar a ações,
pautadas em um comportamento de paz, lucidez e fraternidade.
***
Quando reagimos, revidando ofensas, agressões, descuidos alheios, passamos a sintonizar com quem as
produziu.
A partir daí, mantemos uma interdependência psíquica, que nos aprisiona em nuvens mentais de
sentimentos malsãos, que somente nos prejudicam, física e espiritualmente.
Optemos sempre pela ação ponderada e gozemos de saúde, de tranquilidade, vivendo sem sintonia com
aqueles que ainda transitam pelas faixas da inconsequência ou da maldade.
Façamos isso e nos sentiremos leves, felizes, plenificando-nos com as celestes bênçãos.
288

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Joanna de Ângelis, no livro VIDA FELIZ, 9, nos fala da importância do equilíbrio em nossas vidas:
Mantém o teu controle emocional em todas as situações.
Sistema nervoso alterado, vida em desalinho.
Se dificuldades ameaçarem o teu equilíbrio, utiliza-te da oração.
A prece é medicamento eficaz para todas as doenças da alma.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Capítulo 9 de VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
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#vigilância #comportamento #doutrinaespirita
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177 - SER ÚTIL EM QUALQUER LUGAR

O ser humano possui inúmeras necessidades que precisam ser atendidas para se sentir pleno e feliz.
Algumas são muito elementares e perceptíveis, como alimentação, saúde e segurança.
Outras são mais sutis, mas nem por isso menos importantes.
Por exemplo, sentir-se acolhido e valorizado.
Dentre essas necessidades mais sofisticadas, encontra-se a de ser útil.
Por vezes, ela não é entendida nem por aquele que experimenta a sua carência.
No contexto da sociedade atual, abundam os passatempos e a busca pelo ócio.
As pessoas gastam longas horas em jogos, reais ou virtuais, passatempos e diversões.
São muito comuns as referências a festas que duram a noite toda.
De outro lado, valoriza-se bastante ter a cada dia mais tempo disponível.
Idealizam-se feriados prolongados, viagens e passeios.
A um olhar superficial, parece que a vida humana se destina primordialmente ao recreamento e ao nada fazer.
Contudo, entre festas e folgas, as crises existenciais e as doenças psicológicas se multiplicam.
***
Não se trata de negar a importância do descanso e das atividades lúdicas.
Mas de situá-las em seu devido lugar.
São o contraponto da atividade produtiva, não a finalidade do existir.
A rigor, só descansa quem trabalha.
O ócio, em si mesmo, é vazio e exasperante.
Nada substitui a sensação de plenitude de quem cumpriu o dever, ao terminar uma tarefa.
A consciência tranquila do dever bem cumprido constitui um prêmio em si só.
Quem logra tornar-se útil sente-se harmonizado com o coletivo.
Percebe que ocupa o seu lugar no mundo e goza de um automático bem-estar.
Assim, tarefas e deveres nobres não constituem obstáculo à felicidade.
Não há lucro algum em evitá-los ou minimizá-los, enquanto se gasta a vida com futilidades.
***
Os deveres são parte essencial de um existir equilibrado e pleno.
De outro lado, é importante não confundir utilidade com grandeza.
Quem busca a grandeza costuma se comparar com os semelhantes.
Com isso, tende a se angustiar.
Afinal, sempre há seres com maior e menor preparo e com tarefas correspondentes ao seu talento.
Em vez de se tranquilizar ao atender seus deveres com competência, rói-se de inveja de quem é convocado para
ocupar posições de maior destaque.
Também corre o risco de desprezar aquele que desempenha tarefas singelas.
Assim, o relevante é identificar os seus compromissos e empenhar-se em bem executá-los.
Cuidar dos próprios deveres com seriedade e competência.
Apreciar a sensação de ser útil e produtivo.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 24, nos recorda da importância de balancear o tempo de ocupação com tempo
de descanso:
O repouso é necessário para o corpo e para a mente.
290

Tem cuidado, porém, a fim de que ele não se te converta em ociosidade, em preguiça.
È justo que, ao trabalho suceda o refazimento de energias, através da variação de atividade ou do repouso, do
sono.
As muitas horas de descanso, todavia, violentam o caráter moral do homem e desarticulam as fibras e músculos
orgânicos destinados ao movimento, à ação.
Repousa, pois, o tempo suficiente e não em demasia.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 24, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #trabalho #descanso #repouso #aprendizado #comportamento #doutrinaespirita
291

178 - O PREÇO DO ORGULHO

Os afazeres nas manhãs de sábado, naquela família, eram rotineiros, quase tradicionais. Era o dia da faxina.
Cabia à mãe coordenar as atividades, distribuindo às filhas os deveres domésticos, enquanto aos filhos cabiam os
deveres do mundo.
Injusta ou não, essa era a estrutura familiar vigente.
Certa manhã, após grande esforço físico e tempo dedicado, Cecília terminava de encerar e fazer brilhar o assoalho
da sala.
Sem os recursos da tecnologia, fazer com que as tábuas de madeira, gastas com o tempo, reluzissem tal qual a
mãe queria, não era tarefa fácil.
Quase a concluir o serviço, surgiu à porta seu irmão gêmeo, Jeremias.
Ao vê-lo adentrar a sala, imediatamente Cecília o proibiu de dar um passo a mais. Afirmava que ele deveria dar a
volta, pelos fundos da casa e entrar pela cozinha. Nem pensar em atravessar a sala, perfeitamente brilhante, como
desejava a mãe.
Ele insistiu e deu uns passos para dentro. Ela, cansada, ficou com muita raiva e gritou:
- Se pisar nesta sala, que estou acabando de encerar, nunca mais falo com você!!!
O irmão achou divertido o desafio. Riu e andou, a passos firmes, sala adentro.
Furiosa com as pegadas empoeiradas do irmão, que ficou do outro lado, a afrontá-la, tomando tudo como uma
grande brincadeira, Cecília cumpriu sua promessa.
Nos primeiros dias, todos os familiares acreditavam que se tratava de uma birra.
Porém, as semanas foram passando céleres, e o silêncio entre os dois não se modificou.
Ela não cedia, pois havia feito claramente uma promessa. Ele não se aproximava, pois via naquilo tudo uma
infantilidade da irmã.
Os anos foram se somando. O silêncio passou a ser hábito entre os dois.
Eles se enamoraram, cada qual se casou e deixou a casa dos pais, constituindo suas próprias famílias.
Os anos não modificaram a disposição de nenhum deles. Ninguém cedeu, tentou reaproximação, diluir algo que
acontecera, num dia que já se fazia distante.
Vinte e cinco anos se passaram desde aquela tolice de uma manhã de sábado.
O telefone tocou e a notícia atingiu o coração de Jeremias como um gélido punhal.
Rapidamente foi ao encontro da irmã no hospital, vitimada por um acidente vascular cerebral.
Ao vê-la imóvel no leito, deu-se conta dos anos corridos, da grande tolice que ambos se permitiram.
Por orgulho, mantiveram silêncio por tantos anos, afastaram-se um do outro, deixaram de conviver, de estreitar
ainda mais os laços do afeto.
Tudo por não querer ceder, não dar o primeiro passo, fazer o primeiro gesto, no sentido da reconciliação, de um
simples pedido de desculpas.
- Por quê? - Perguntava-se ele, aturdido, ante a irmã imóvel, no leito do hospital.
Qual o preço de tão absurdo orgulho? Abrira mão da convivência, do compartilhar a vida com ela, por orgulho.
Afinal, ele sempre esperara que ela, que fizera a promessa, tomasse a iniciativa da reconciliação e voltassem a se
falar, a conviver.
Agora, ante a dura lição, ele pôde aquilatar o preço que pagara pelo seu orgulho.
Logo mais descobriria que a irmã não retornaria à consciência.
***
Tolo orgulho o que carregamos no coração. Repensemos nossas atitudes e, se descobrirmos que alguém aguarda
nossas desculpas, caminhemos em sua direção, de imediato, sem aguardar o amanhã.
Sejamos nós a dar o primeiro passo, a estender a mão, a sorrir, a viver bem.
292

***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 110, nos brinda com um excelente conselho para situações similares à narrada
acima:
Concede uma nova oportunidade ao teu desafeto, facilitando-lhe a aproximação.
Mantém-te receptivo.
É possível que ele tenha mudado de opinião, reconhecido o erro, e esteja aguardando ensejo.
Todos nos enganamos, e desejamos ocasião para nos reabilitarmos.
Se te encerras na mágoa e nada mais queres com ele, a tua é uma postura igual ou mais censurável que a dele.
Não deixes que um capricho do amor-próprio ou do orgulho ferido te roube uma excelente ensancha de ser
vencedor em ti mesmo.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 110 do livro VIDA FELIZ por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #humildade #orgulho #comportamento #sabedoria #relacionamento #magoa
293

179 - SER PERSEVERANTE

Quem quer que tenha parado para observar uma criança tentando descobrir como funciona alguma coisa,
ou na tentativa de execução de algo que queira, já deve saber o que é perseverança.
Perseverança é essa virtude que leva à perfeição. Uma virtude que parece inata nos bebês e nos primeiros
anos, desaparecendo depois, quando os homens começam a crescer e passam a acreditar que o mais
importante, no mundo, é fazer muitas coisas, não importa de que forma.
Alguns pais incutem essa forma de pensar nos seus pequenos, quando os colocam em múltiplas atividades e
eles precisam correr de uma aula para outra, e fazer tudo às pressas, para darem conta do recado.
Possivelmente, seja este um dos motivos pelo qual muitos desistem, a meio caminho, quando desejam fazer
alguma coisa. É comum ouvir-se as pessoas falarem de seus projetos abandonados porque dificuldades
apareceram.
Abandona-se aquele e se opta por algo mais fácil, menos trabalhoso e cujo resultado seja quase imediato.
***
Isso nos recorda de uma experiência comovente de um artista japonês. Ele se chamava Hokusai e suas
pinturas eram muito cobiçadas pela realeza.
Um dia, um nobre o visitou e encomendou uma pintura de seu precioso pássaro. Ele deixou o pássaro com
Hokusai, e o artista disse ao nobre para que retornasse uma semana depois.
Porque gostasse muito do pássaro, o nobre ficou ansioso e, ao final de semana, retornou ao estúdio do artista.
Contudo, o quadro não fora feito.
O artista pediu humildemente que ele retornasse depois de duas semanas. As duas semanas se
transformaram em dois meses, em seis meses.
Um ano mais tarde, o nobre chegou no estúdio de Hokusai, exigindo a pintura de imediato e o seu pássaro
de volta. Conforme o costume japonês, Hokusai se curvou ante o nobre e retornou à sua mesa de trabalho.
Pegou um pincel, uma grande folha de papel de palha de arroz e, em poucos instantes, desenhou o pássaro,
sem nenhum esforço, exatamente como ele era.
O proprietário da ave ficou maravilhado diante da pintura para, logo em seguida, descarregar sua raiva:
- Por que você me fez esperar um ano se podia ter aprontado a pintura em tão pouco tempo?
- O senhor não entendeu, disse com voz macia o artista.
E convidou o nobre a entrar em um cômodo, onde as paredes estavam cobertas de pinturas do mesmo
pássaro. Nenhuma delas, no entanto, expressava a graça e a beleza do último trabalho.
Ele treinara durante um ano e o seu esforço estava recompensado: ele criara uma obra de arte.
***
Quando você estiver a ponto de desistir de um sonho, de um plano, de uma atividade, lembre do artista
japonês e de sua perseverança até atingir a perfeição.
Recorde da criança que tenta girar uma chave na fechadura do armário pela primeira vez e, sentada no chão,
ou de joelhos, tenta, tenta e tenta. E, se hoje não consegue, ele vai embora, para retornar depois e tentar
outra vez, e outra mais.
Recorde, finalmente, que você está no mundo para realizar uma obra de arte: a sua vida. E não meça esforços,
nem se importe com as repetições. São os rascunhos que conferem perfeição à obra final.
***
E Joanna de Ângelis, no livro VIDA FELIZ, 199 fala sobre a importância da Perseverança:
Nunca te apóies no pessimismo para deixar de lutar.
O que os outros conseguem através do trabalho, obterás também, se tiveres paciência e perseverança.
294

Não pretendas iniciar a vida por onde outros a estão concluindo.


O êxito depende de muitas tentativas que não deram certo.
O fracasso sempre ensina o modo como não se devem fazer as coisas.
Insiste no teu serviço com otimismo e avança com vagar na direção da tua vitória. Cada dia vencido são vinte
e quatro horas que ganhaste.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. POR TRÁS DE UM DESENHO RÁPIDO, de Joni Eareckson Tada, do livro HISTÓRIAS
PARA O CORAÇÃO DA MULHER, de Alice Gray, ed. United Press
***
#momentoespirita #trabalho #descanso #repouso #aprendizado #comportamento #doutrinaespirita
295

180 - COMO RENOVAR O BRASIL?

A respeito do país onde vivemos, têm se ouvido as referências mais diversas.


Há os que o consideram simplesmente um país de Terceiro Mundo e buscam, com rapidez, outras paragens.
Emigram para a Europa ou América do Norte e afirmam ser felizes.
Há os que apontam os erros gritantes, as injustiças sociais, a corrupção todos os dias, em todas as horas. Contudo,
nada fazem para melhorar a situação e às vezes até se servem de todas essas condições para seu próprio existir.
Há os que pregam a divisão do imenso gigante, os que desejam modificar os símbolos nacionais, os que propõem
novos versos e melodia para o Hino Nacional.
Com certeza nosso país tem problemas. Mas o que necessita não é de queixas, reclames e críticas. Precisa e com
urgência de que cada um de seus filhos principie a trabalhar para a construção do melhor.
E o melhor começa na mente, na emissão dos pensamentos. Observa-se que, quando o governo realiza um
pronunciamento, estabelece novas leis, apresenta novos projetos, logo surgem os que clamam em coro que aquilo
não vai dar certo.
Mesmo antes de experimentar, de tentar, exatamente como a criança que olha para o prato de comida e afirma:
Não gosto. E não quer provar.
A soma de pensamentos negativos, derrotistas têm derrubado bons projetos, impedido ou adiado a sua
concretização. Porque se o homem é o que pensa, a nação é a somatória dos pensamentos dos seus filhos.
E os pensamentos positivos, idealistas devem se corporificar na responsabilidade, no dever bem cumprido, nas
obrigações atendidas. Da mente para as mãos.
***
Será que já paramos para pensar, um dia ao menos, o que é que determinou nosso nascimento neste país? Ou a
sua adoção posterior?
Ninguém nasce no local errado. Portanto, as condições que a Pátria do Cruzeiro nos oferece são as de que
necessitamos para o nosso crescimento.
Miséria, fome, desemprego, corrupção são desafios que devemos nos empenhar para vencer. Não foi de outra
forma, vencendo desafios, que o homem saiu da Idade da Pedra para a moderna tecnologia.
Grandes mudanças se operam com a iniciativa individual ou comunitária. Basta se observe a abnegação de uns
poucos em prol dos meninos de rua, das crianças carentes, dos idosos desamparados.
Eliminar o analfabetismo, ilustrar mentes, libertar as criaturas do comodismo, conscientizando-as do quanto
valem, deve ser preocupação prioritária de cada um.
O Brasil tem jeito. Basta que nos empenhemos.
O Brasil, Coração do Mundo, deve pulsar forte, acenando esperanças porque o organismo terrestre não pode viver
sem um coração saudável.
Pensemos nisso.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #Brasil #justiça #sociedade #reflexão #aprendizado #comportamento #honestidade
#pensamento
296

181 - COMBATER A IGNORÂNCIA E A ESTUPIDEZ

O reverendo Martin Luther King Junior, missionário do bem na Terra, certa feita afirmou:
- Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez conscienciosa.
Reflitamos sobre estas palavras fortes.
A acomodação na própria ignorância, ou mesmo a opção por ela, é terrível mal para o Espírito em
evolução.
Querer permanecer na ignorância é afastar-se do caminho da felicidade.
Querer permanecer na caverna das sombras, fazendo alusão aqui à alegoria platônica, é perder a chance
de conhecer o sol e toda sua luz benfazeja.
A ignorância não pode ser objetivo de ninguém na Terra.
Aparentemente, esta pode trazer algumas vantagens, conforme afirmam alguns desavisados, mas não,
não há benefício algum em permanecer nela.
Da mesma forma, a estupidez conscienciosa é chaga doentia para o homem e para a mulher que desejam
crescer moralmente.
***
Errar conscientemente é construir sua própria prisão moral de dor permanente.
Optar pelos caminhos da crueldade, do egoísmo e do orgulho, tendo a consciência de que são trilhas
prejudiciais a todos, é condenar-se à dor voluntariamente.
E quantos de nós, já esclarecidos pelos tesouros de uma religião, ainda optamos pelo mal
voluntariamente!
Cada vez que proferimos palavras grosseiras, cada vez que espezinhamos a vida alheia gratuitamente,
com comentários infelizes, estamos agindo no mal conscientemente.
Quantos de nós, ditos cristãos, não somos capazes de tolerar nem pequenos deslizes?
Quantos de nós, tendo capacidade de praticar o bem, escolhemos o caminho da acomodação, da
indiferença, mesmo sabendo que os tempos são chegados, que a hora é agora!
Sim, a estupidez conscienciosa é perigo constante. Perigo de ver a vida passar por nós, e perdermos mais
uma chance, depois de tantas que já recebemos da Misericórdia Divina.
Muitos de nós que aqui estamos, somos reincidentes no mal, e recebemos a bênção de nova
oportunidade para que, desta vez, aproveitemos a encarnação para crescer no amor.
Temos, nesta vida, a última chance de nos colocarmos nas sendas do bem, de uma vez por todas, sem
mais delongas, sem mais espera, sem mais razões para permanecer no comportamento morno dos
covardes.
Os sinais dos tempos estão aí.
A grande transformação da Humanidade já se opera dia após dia, sem cessar.
Ou seremos os de alma adormecida, que deixaremos passar tal oportunidade, ou seremos os engajados
nas mudanças, na nova era de amor e entendimento.
***
Notemos que os grandes da Terra sempre optaram pelo amor, pela caridade, pelo perdão.
Qual será a sua opção?
A Humanidade tem realizado, até ao presente, incontestáveis progressos.
297

Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de
vista das ciências, das artes e do bem-estar material.
Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a
fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral.
Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o
sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 18, item 5 de A GÊNESE, de Allan Kardec
***
#momentoespirita #gênese #ignorância #estupidez #orgulho #egoismo #comportamento #doutrinaespirita
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182 - TOMAR CUIDADO COM A VAIDADE

— Você tem a força de Deus nas mãos!


— Você não é homem para viver na obscuridade.
— Por que não montar gabinete próprio num dos melhores pontos da cidade, a fim de atender ao povo?
— Você nasceu para melhor destino…
— Estamos todos prósperos e poderemos naturalmente ajudar.
Adelino de Carvalho, abnegado médium passista de Uberaba, em Minas, começou a ouvir semelhantes frases de
muitos amigos, admiravelmente situados no círculo das finanças. E tantos elogios ouviu que passou a considerar,
intimamente, a possibilidade de casa no centro urbano. Não precisava de grande mansão. Um palacete que não
desse muito trabalho seria bastante. Um lugar em que pudesse acolher as visitas com elegância e decência.
Quando o plano se tornou amadurecido no pensamento, concentrou-se e pediu a opinião da Esfera Espiritual.
Quem compareceu foi Antônio Logogrifo, excelente amigo desencarnado. Adelino expõe o projeto e roga parecer.
Logogrifo, no entanto, passa a esclarecê-lo, bondoso. Que um médium, antes de tudo, precisa assistência moral,
que não lhe convinha figurar uma situação que não tinha, que devia permanecer no domicílio singelo e que os
amigos não podiam efetuar aquilo que somente a ele competia fazer.
— Mas, — suspirou o médium, contrariado, — não posso aspirar à melhoria? Valorizar os meus interesses, elevar-
me socialmente?
— Pode sim, — ditou o Espírito amigo, — mas não à custa de vãs aparências e sim por seu próprio esforço, lutando,
amando, servindo, batalhando em favor do bem…
— Então, crescer no mundo será sempre vaidade? — Gemeu Carvalho, triste.
— Não, Adelino, — obtemperou o companheiro, — não é bem isso. A VAIDADE tem consigo o progresso da cauda
de cavalo.
— Como assim?
E o amigo espiritual informou, sorridente:
— Só cresce para baixo.
Como quem acorda de longo sono, Adelino sentiu estranho contentamento. Compreendeu, então, que na sua
modesta casa já morava a felicidade. E, chorando de alegria, pôde apenas dizer: — Deus lhe pague, meu irmão.
***
A VAIDADE é uma brecha moral que infelicita bastante a humanidade.
A luta por posições de realce ocupa muito tempo das criaturas.
Mesmo quem não tem vocação para encargos elevados, freqüentemente os procura. E não o faz por espírito de
serviço, mas para aparecer.
Valoriza-se muito a vitória aparente no mundo, mesmo quando conquistada à custa da própria paz.
Mas será que isso compensa?
Não valerá mais a pena viver humildemente, mas com dignidade?
Ocupar postos de destaque traz grande responsabilidade.
Para quem não está preparado, a derrocada moral pode ser grande.
Satisfazer a vaidade é um grande perigo.
A tentação de evidenciar a própria grandeza pode fazer um homem cair no ridículo.
Há pouca coisa mais lamentável do que alguém despreparado desempenhando um grande papel.
A ausência de discernimento pode levar a ver virtudes onde elas não existem. A aceitar conselhos de quem não
merece confiança. A tomar decisões sob falsas perspectivas.
***
A vaidade manifesta-se sob muitas formas. Está presente na vontade de dizer sempre a última palavra.
299

Por relevante que seja o argumento do outro, o vaidoso não consegue dar-lhe o devido valor.
Imagina que, se o fizer, diminuirá seu próprio brilho.
O vaidoso tem dificuldade em admitir quando erra, mesmo sendo isso evidente.
Ele não consegue perceber a grandeza que existe em admitir um equívoco. Que é mais louvável retificar o próprio
caminho do que persistir no erro.
A vaidade também dificulta o processo de perdoar.
O vaidoso considera muito importante a própria personalidade. Por conta disso, enxerga todas as ofensas que lhe
são dirigidas como gravíssimas. Já, quanto aos prejuízos que causa aos outros, ele sempre os considera pequenos.
Afinal, considera o próximo, invariavelmente, mais insignificante do que ele próprio.
A criatura acometida de vaidade dá-se uma importância desmedida. Imagina que os outros gastam horas
refletindo sobre seus feitos. Por conta disso, sente-se compelida a parecer cada vez mais evidente.
Como todo vício moral, a VAIDADE impede uma apreciação precisa da realidade.
Quem porta esse defeito não percebe que apenas se complica, ao cultivá-lo. Que seria muito mais feliz ao viver
com simplicidade.
Que ninguém se preocupa muito com sua pessoa e com sua pretensa importância.
Que, ao tentar brilhar cada vez mais, freqüentemente cai no ridículo e se torna alvo de chacota.
***
Analise seu caráter e reflita se você não possui excesso de vaidade.
Você reconhece facilmente seus erros?
Elogia as virtudes e os sucessos alheios?
Quando se filia a uma causa, o faz por ideal ou para aparecer?
Admite quando a razão está com os outros?
Caso se reconheça vaidoso, tome cuidado com seus atos.
Esforce-se por perceber o seu real papel do mundo.
Reflita que a vaidade é um peso a ser carregado ao longo do tempo.
Simplifique sua vida, valorize os outros, admita os próprios equívocos.
Ao abrir mão da vaidade, seu viver se tornará muito mais leve e prazeroso.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro A VIDA ESCREVE, 1º parte, cap. 19, por Hilário Silva e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #gênese #ignorância #estupidez #orgulho #egoismo #comportamento
#doutrinaespirita
300

183 - PODER E VAIDADE


Fala-se muito das misérias humanas. Fala-se, sobremaneira, da miséria econômica.
Mas, ao lado das misérias materiais há outras de maior gravidade, que são as misérias morais.
A VAIDADE é uma delas. Mistura-se a todas as ações humanas e mancha os pensamentos mais delicados. Penetra
o coração e o cérebro.
Planta má, a vaidade abafa a bondade. Todas as qualidades são aniquiladas por seu veneno.
Faz com que os homens se esqueçam de Deus, que se constitui em socorro apenas implorado nos momentos de
aflição, e jamais o Amigo convidado ao banquete da alegria.
A vaidade, por si só, se constitui em obstáculo ao progresso moral dos homens, mas quando está de mãos dadas
com o poder, torna-se nefasta.
***
Nos tempos em que as estradas poeirentas da Galileia ainda eram marcadas pelas sandálias humildes do Sublime
Galileu, um ensinamento singular ficou impresso na História, através de um diálogo do Cristo com um senador
romano.
Jesus falou-lhe de humildade mas, aquele homem investido dos poderes e glórias transitórios, deixou-se arrebatar
por uma onda de orgulho e questionava-se mentalmente:
Humildade? Que credenciais apresentava o profeta para lhe falar assim, a ele, senador do Império Romano,
revestido de todos os poderes?
Lembrou a cidade dos Césares, coberta de triunfos e glórias, cujos monumentos acreditava, naquele momento,
fossem imortais.
Jesus, conhecedor das Leis eternas e imutáveis que regem a vida, percebendo seus pensamentos, respondeu com
serenidade e firmeza:
Todos os poderes do teu império são bem fracos e todas as suas riquezas bem miseráveis...
As magnificências dos Césares são ilusões efêmeras de um dia, porque todos os sábios, como todos os guerreiros,
são chamados no momento oportuno aos tribunais da justiça de Meu Pai que está no Céu.
Um dia, deixarão de existir suas águias poderosas sob um punhado de cinzas misérrimas. Suas ciências se
transformarão ao sopro dos esforços de outros trabalhadores mais dignos do progresso.
Suas leis injustas serão tragadas no abismo tenebroso desses séculos de impiedade, porque só uma Lei existe e
sobreviverá aos escombros da inquietação do homem: A Lei do amor, instituída por Meu Pai, desde o princípio da
Criação...
Nesses ditos de Jesus, há um singular ensinamento: a transitoriedade das ostentações humanas construídas sob
os impositivos da vaidade.
E Jesus tinha razão. Dois milênios após, pouca coisa restou daquele Império tido como imortal. Restam hoje
apenas algumas ruínas que o tempo se encarregará de extinguir.
Todavia, o tempo não logrará destruir os ensinamentos grandiosos legados à Humanidade pelos cidadãos romanos
que se dedicaram a construir patrimônios imperecíveis, não sujeitos às leis da matéria.
***
Deus, antes de colocar a Humanidade sobre a face da Terra a enfeitou de belezas naturais, revestiu-a de todos os
elementos e recursos necessários ao nosso bem-estar.
Para iluminar o dia, Ele nos deu o Sol, radiação gloriosa. E para clarear as noites salpicou-as de estrelas, como se
fossem flores de ouro.
E nós, o que temos para oferecer a Deus, senão o nosso coração?
Mas, longe de enfeitá-lo com alegrias, virtudes e esperanças e permitir que Deus o penetre, só o fazemos quando
o luto, as amarguras e decepções nos visitam e nos ferem.
Deixemos a vaidade de lado e ofertemos o nosso coração livre de dores.
301

Ofereçamo-lo a Deus como homens, de pé, e não como escravos, de joelhos. Lembremo-nos de Deus também
nas horas de alegria e felicidade.
***
E, para finalizar este texto, apresentamos um conselho oportuno de Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 39:
Não te esqueças das pessoas que transitam em situações mais humildes e difíceis do que a tua.
Faze-te amigo delas.
È fácil desejar compartir das alegrias, dos momentos de triunfo, das situações invejáveis que os outros
experimentam.
O ideal é ser companheiro de todos.
A situação financeira, o poder, a saúde e a juventude são transitórios.
Converte o teu amor na mais valiosa conquista da tua vida, repartindo-o com todos os indivíduos.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro HÁ 2000 ANOS, Cap. V, parte 1, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #emmanuel #vaidade #poder #orgulho #egoismo #comportamento #doutrinaespirita
302

184 - USO DA MEDIUNIDADE

Ao se falar a respeito de comunicação com os mortos, lembram alguns da proibição feita por Moisés.
No entanto, o que Moisés proibiu foram os abusos reinantes em sua época. Estabeleceu exatamente a mesma
norma que o Espiritismo recomenda: evitar a invocação de Espíritos para fins menos elevados, para consultas
frívolas ou para obter informações do terra-a-terra.
O que Moisés combatia era o uso da mediunidade sem objetivos sérios. Por outro lado, aplaudia toda vez que
reconhecia a seriedade com que médiuns idôneos falavam com os Espíritos.
A prova do que afirmamos se encontra no livro bíblico de Números, capítulo onze. Um moço foi denunciar a
Moisés que dois médiuns, de nome Eldad e Medad, estavam recebendo comunicações mediúnicas.
Imediatamente, seu assessor mais direto, Josué, falou:
- Moisés, proibe-lhes.
Contudo, o libertador do povo hebreu disse:
- Tens tu ciúme por mim? Quisera eu que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhe desse o seu Espírito!
Essa atitude deixa bem claro que a sua proibição não atingia os médiuns sérios e conscientes dos seus deveres.
Somente aqueles que não se preocupavam com a verdade e, por isso mesmo, se tornavam levianos porta-vozes
dos Espíritos mentirosos e enganadores.
Ele mesmo, Moisés, entrava em contato com o Espírito Jeová, o Espírito protetor da nação israelita.
Não existe lógica, portanto, em se afirmar que a proibição de Moisés fosse irrestrita. As páginas do Velho e do
Novo Testamento estão cheias de demonstrações do intercâmbio dos homens com o mundo invisível.
***
No dia de Pentecostes, todos os Apóstolos foram inspirados pelos Espíritos. Ocorreu aí a maior sessão coletiva de
mediunidade, na história religiosa do mundo.
Paulo de Tarso, o Apóstolo dos gentios, recebeu em seu quarto a visita de um Espírito que lhe pede que vá à
Macedônia, para esclarecer o seu povo a respeito dos ensinos da Boa Nova.
E, na sua Primeira Epístola aos Coríntios, afirma que a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for
útil. A cada um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria. E a outro, pelo mesmo Espírito, é dada a palavra da
ciência. E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé. E a outro, o dom de curar.
Finalmente, diz o Apóstolo tarsense: Todos podeis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam, e
todos sejam consolados.
O fato ocorrido com os médiuns Eldad e Medad é suficiente para provar que Moisés proibia somente a
mediunidade sem escrúpulos, a que visa atender a própria vaidade ou aos interesses terrenos.
Nada tem a ver com a mediunidade que se torna sublime atendimento ao irmão, no consolo, no esclarecimento,
no arrefecer das dores.
***
Na atualidade, não é mais possível se fazer silenciar as vozes dos Espíritos, porque estamos vivendo os tempos de
que o profeta hebreu Joel falou: O Espírito será derramado sobre toda a carne.
Época em que as pedras falarão. As pedras, se referindo aqui às lápides dos túmulos. No sentido alegórico, os
Espíritos que, um dia, habitaram os corpos que se encontram enterrados debaixo delas.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: ELDAD E MEDAD)
Referência: Capítulo ELDAD E MEDAD, do livro O EVANGELHO PEDE LICENÇA de Paulo Alves Godoy,
ed. FEESP.
***
#momentoespirita #mediunidade #medium #Moisés #Pentecostes #doutrinaespirita #espiritismo
303

185 - A DEPRESSÃO
Entre os vários problemas causados através de perturbações espirituais, destaca-se a depressão. Existem
fatores endógenos e exógenos que respondem pela ocorrência.
Nada obstante, sendo o ser humano um espírito imortal, através das múltiplas existências –
reencarnações –, adquire experiências dignificadoras que o promovem, assim como outras infelizes que
lhe retardam a marcha do progresso.
Qual ocorre hoje com a grande maioria de indivíduos que não se preocupam com a própria
espiritualidade, considerando a atitude reflexiva e moral como algo do pretérito de ignorância,
ultrapassado pelas neurociências e pela tecnologia, permitindo-se leviandades graves e crimes, alguns
hediondos, acreditam que, pelo fato de permanecerem ocultos, tombam no aniquilamento.
Nada, porém, se aniquila no universo. Tudo se transforma e altera, “desde o átomo primitivo até o
arcanjo”. O bem e o mal que praticamos transformam-se em bênção ou desdita para nós mesmos.
Desse modo, ninguém foge à responsabilidade, especialmente aquela que diz respeito aos atos indignos.
Os espíritos que nos foram vítimas no passado como no presente, e não nos conseguiram perdoar,
perturbam-nos com a sua mente dominada pelo ódio, inspirando-nos pensamentos tormentosos,
interferindo em nossa conduta moral e mental, empurrando-nos para a melancolia ou a violência, por
fim, para a depressão, o suicídio... É muito mais expressivo o número de depressivos por obsessão do
que se pode imaginar.
E o que se pode fazer?
O Evangelho de Jesus dá-nos a receita preventiva e a curadora: pensamentos elevados, oração, conduta
fraterna e digna, ação da caridade, paciência e resignação dinâmica, transformação moral para melhor.
O espiritismo propicia àqueles que o buscam a mais eficiente psicoterapia, que é a da mudança de
comportamento moral saudável, ao lado dos passes, da água fluidificada e da desobsessão – a educação
do perseguidor. Em simultaneidade com a assistência médica especializada.
***
Fonte: Artigo publicado no jornal A Tarde - Divaldo Pereira Franco
***
#divaldofranco #depressão #depressaotemcura #melancolia #PsicologiaEspírita #psicologiaespirita
#autoconhecimento
304

186 - O MELINDRE E A AGRESSIVIDADE

Melindre tem várias definições. Pode ser definido como amabilidade, delicadeza no trato, recato, pudor.
No entanto, é quase certo que ao ser utilizado pelas pessoas, o conceito que expressa é de facilidade de se magoar,
de se ofender, suscetibilidade.
Nesse sentido, tem sido comum a sua invocação, nas relações humanas. As menores atitudes de um funcionário,
de um amigo recebem a adjetivação imediata.
Por isso, amizades se diluem, desentendimentos acontecem, duplicando mágoas de um e de outro lado.
Nas várias facetas do trabalho voluntário, melindre tem sido utilizado para justificar defecções, traições,
desajustes e quebra moral de contratos de voluntariado.
Que ele existe, é verdade. Mas que as pessoas se dão, por vezes, um valor maior do que verdadeiramente possuem
e aguardam tratamento especial, também é verdade.
***
No entanto, um outro lado da questão se apresenta e tem sido esquecido, quase sempre.
Se melindre é a manifestação do orgulho ferido, não menos verdade que medra, entre as criaturas, muita falta de
tato, delicadeza e gentileza.
Em nome de uma falsa caridade, de expressar a verdade, amigos e companheiros de trabalho se permitem lançar
ao rosto do outro tudo que pensam.
E não medem palavras nas suas expressões. É como se tomassem de pedras e as jogassem, sem piedade.
E o que esperam é que o outro aceite tudo. Quando o agredido se insurge, quando toma uma atitude, quando fala
de respeito, é tomado como aquele que se melindra.
Contudo, em nenhum momento o agressor, aquele que foi indelicado e feroz, se desculpa. Não, ele está certo. O
outro é que é portador de muito orgulho.
Nesse diapasão, vidas honradas de trabalho têm sido literalmente jogadas no lixo. Servidores de anos têm tido
seus esforços depreciados, como se fossem coisa alguma.
E o que critica maldosamente, o que aponta os erros mínimos é considerado o herói, a pessoa correta.
***
Refaçamos os nossos passos enquanto é tempo. Antes de destruirmos valores afetivos preciosos. Antes de
atacarmos instituições centenárias com folha irrepreensível de dedicação e serviço à comunidade.
Examinemos quantas vezes a culpa nos compete. Quantas vezes teremos sido nós os provocadores do afastamento
de pessoas de nosso convívio.
Ou da instituição a que prestamos serviço. Da nossa família, da nossa esfera de amizades.
Recordamos que, certa vez, em reunião de trabalho, um voluntário interrompeu de forma agressiva a fala do
coordenador.
Reclamou e reclamou, ferindo e humilhando-o frente aos demais.
O ferido se calou, dolorido. Depois de alguns dias, procurou o agressor em particular. A sós com ele, expressou a
sua mágoa, com o sincero objetivo de modificar a emoção ferida e apaziguar seu mundo íntimo.
O interlocutor, em vez de reconhecer a indelicadeza, reverteu a situação e deu o diagnóstico impiedoso: não
houvera agressão de sua parte. O outro é que, segundo ele era melindroso!
Será que a constatação quase diária de melindre nos outros não se tornou uma válvula de escape para nós?
Uma desculpa para a nossa rispidez cotidiana, o nosso relaxamento no trato com o semelhante?
***
Quem se melindra, deve trabalhar para se tornar menos suscetível.
Mas quem provoca o melindre não pode se esquecer da Lei de Caridade, da afabilidade e da doçura preconizados
por Jesus: Bem-aventurados os mansos e pacíficos.
305

***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 31, tem um conselho oportuno para quem é melindroso ou agressivo:
Torna-te pacificador.
Onde te encontres, estimula a paz e vive em paz.
Os tumultos que aturdem os homens e as lutas que se travam em toda parte poderiam ser evitados, ou pelo menos
contornados, se os homens mantivessem o espírito de boa vontade, uns para com os outros.
Uma ofensa silenciada, uma agressão desculpada, um golpe desviado, evitam conflitos que ardem em chamas de
ódio.
Confia na força da não-violência e a paz enflorescerá o teu e o coração de quantos se acerquem de ti.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 31, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
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#irritação #espiritismo
306

187 - ENTENDENDO A FASE DA INFÂNCIA

Qual a utilidade da infância para o Espírito que retorna à Terra através da reencarnação?
Por que, como seres humanos, temos uma infância tão longa, comparada a todos os animais irracionais?
A resposta a estas perguntas tem nuances muito interessantes e importantes para nossa vida.
Primeiramente precisamos compreender que esse ser pequenino, que os genitores conduzem em seus
braços carinhosos, não passa de milenário viajor da evolução para o Criador.
Sim, exatamente: um Espírito imortal que volta ao orbe terrestre com objetivos muito claros, envolvendo
a autossuperação, a reestruturação do caráter moral e abrilhantamento intelectual.
Este ser passa sempre por um processo de esquecimento do passado, recebendo a nova existência como
uma nova oportunidade. É um verdadeiro começar de novo.
Renasce desprotegido, totalmente dependente, inspirando cuidados e amor a todos que estão ao seu
redor.
Para não lhe impor uma severidade muito grande, Deus lhe dá todo o toque da inocência.
Essa inocência não é uma superioridade real sobre o que era antes. Não, é a imagem do que deveria ser.
E a bondade e beleza dos desígnios divinos não param por aí, pois não é apenas por esse ser que o
Criador lhe dá esse aspecto. É também e, principalmente, por seus pais, cujo amor é necessário para sua
fragilidade.
Esse amor seria notoriamente enfraquecido frente a um caráter impertinente e rude, ao passo que, ao
acreditar que seus filhos são bons e dóceis, os pais lhes dão toda afeição e os rodeiam com os mais
atenciosos cuidados.
***
Ainda há uma segunda razão, uma segunda utilidade para o período conhecido como infância.
O Espírito, encarnado para se aperfeiçoar, é mais acessível, durante esse tempo, às impressões que
recebe e que podem ajudar o seu adiantamento.
A criança é verdadeira esponja a sorver tudo o que acontece à sua volta.
Através dos exemplos que recebe, molda sua nova personalidade com características saudáveis ou não.
O que virem como usual no comportamento dos progenitores e tutores, tomarão para si com facilidade
muito grande.
Imitarão o palavreado, os gestos e as atitudes frente a esta ou aquela situação.
É desta forma que aqueles que estão encarregados de sua educação desempenham um papel
fundamental.
***
Assim, eis a séria advertência do Espiritismo aos pais e educadores:
Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus, que traz da sua existência anterior. A
estudá-los devem os pais aplicar-se.
Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho.
Espreitem, pois, os pais os menores indícios reveladores do gérmen de tais vícios, e cuidem de combatê-
los, sem esperar que lancem raízes profundas.
Façam como o bom jardineiro, que corta os brotos defeituosos à medida que os vê apontar na árvore.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 195, fala sobre a importância da educação das crianças:
307

Quem aspira por um futuro melhor para a Humanidade, deve contribuir para a educação e a vida infantil.
O que se aplique na criança, será devolvido com juros.
O investimento de amor retornará em forma de bênçãos salvadoras e o de abandono volverá como
delinquência e desgraça.
Se te faltam recursos mais específicos para auxiliar a criança, oferece-lhe palavras lúcidas, que não
corrompem, e exemplos que as estimulem a ser verdadeiros cidadãos mais tarde.
Constrói hoje os teus dias de amanhã.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 383 e 385, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, cap. XIV, item 9, do EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO e pt. 1, do livro DESAFIOS DA EDUCAÇÃO, por Camilo e Raul Teixeira.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #infância #criança #aprendizado #educação #doutrinaespirita
#espiritismo
308

188 - O INESTIMÁVEL VALOR DA FAMÍLIA

A cantora Celine Dion, décima quarta filha de uma família canadense, após o grande sucesso com a canção
tema do filme Titanic, tomou algumas decisões.
A mais importante: ser mãe. Casada, desde 1994, com seu empresário, decidiu que era hora de ficar mais
perto de casa. Há três anos seu marido recebera diagnóstico de câncer. Ela optou igualmente, por se dedicar
a ele.
Foram dois anos de folga dos palcos, dos shows, da vida artística. Tornou-se mãe e, para não ficar distante
do filho, optou por negociar um contrato que a mantivesse perto do lar.
Mudou-se para Las Vegas, saindo somente para os shows noturnos.
Disse ela: Meu filho é a prioridade. Todos os anos são importantes, mas os primeiros na vida da criança são
fundamentais.
Não me importa que ele seja lixeiro, bombeiro, guitarrista, advogado, dentista, pai. Só quero que seja uma
boa pessoa. Que seja generoso, responsável e tenha a mente aberta.
Às vezes, a pessoa não é ninguém na vida. Não tem dinheiro, nem sucesso, nem beleza, mas tem boas
intenções e um bom coração. Deveríamos prestar mais atenção a pessoas assim.
De onde é que lhe vêm esses valores? Celine diz que tem certeza de que isso se deve à sua criação numa
família sem dinheiro. Embora seus pais só tivessem o bastante para colocar comida na mesa, a porta estava
sempre aberta para quem batesse.
Os quatorze filhos foram educados na base do amor. Eles me deram segurança, diz a cantora. O que quer que
aconteça, quando temos essa base de amor, essa certeza de poder contar com pais e irmãos,sabemos que
sempre existe alguém para nos apoiar. Com uma família grande, sei que vou ter muita gente por perto. Minha
maior riqueza é a família, as pessoas que me cercam, o amor e o apoio que me dão.
A voz, continua ela, é só algo mais. Se ela não tivesse voz para cantar e fazer sucesso, seria feliz sendo mãe
ou trabalhando numa loja. Sua verdadeira felicidade, confessa, são suas raízes e seus valores.
E, conclui, falando a respeito da família: Se Deus quiser, ficaremos juntos o maior tempo possível. Somos
afortunados por viver cada dia. Devemos agradecer e dar valor ao que temos. Quando a morte nos vier
separar, acharemos força para enfrentá-la. Assim é a vida. Ela não nos foi dada, mas emprestada.
***
Os mensageiros espirituais nos ensinam que os Espíritos dos pais exercem grande influência sobre os Espíritos
dos seus filhos.
Eles têm por missão desenvolver esses Espíritos pela educação, pois que têm que contribuir para o progresso
deles.
Também nos ensinam que os anos primeiros da infância são de grande importância pois se constituem na
base para a nova vida que iniciam.
Por isso, a família é tão importante. Nada substituirá, no mundo, o carinho, os cuidados e os valores que os
pais transmitem aos seus filhos.
Valores que transcendem o tempo, o espaço, a vida terrena, pois transmigram de uma para outra etapa
reencarnatória, como herança pessoal inalienável.
***
Em VIDA FELIZ, 186, Joanna de Ângelis explica:
O lar é o templo da família.
Os filhos são empréstimos divinos para a construção do futuro ditoso.
Todo o tempo possível deve ser aplicado na convivência familiar, através dos diálogos, dos exemplos,
tomando-se o método mais eficaz de educação.
309

Os hábitos adquiridos no lar permanecem por toda a existência e se transferem para além do corpo.
Educar é viver com dignidade, deixando que se impregnem dos conteúdos, com vigor, aqueles que participam
da convivência doméstica.
Tudo quanto invistas no lar, retornará conforme a aplicação feita.
Faze do teu lar a oficina onde a felicidade habita.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 208, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, e artigo ELA VOLTOU, de SELEÇÕES
READER'S DIGEST, de novembro/2002
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #familia #lar #aprendizado #educação #filhos #doutrinaespirita
#espiritismo
310

189 - CIÚME SEM RAZÃO

Ao deixar a roupa suja no lugar apropriado, tropecei no diário da minha irmã de treze anos.
Logo pensei: O que eu faço agora?
Eu sempre tive ciúme de minha irmã caçula. Seu sorriso charmoso, sua personalidade cativante e muitos outros
talentos ameaçavam meu lugar como filha principal.
Eu competia com ela silenciosamente e via crescer suas habilidades naturais.
Por conseqüência, nós raramente nos falávamos. Eu procurava oportunidades para criticá-la e superar seus feitos.
Agora, seu diário estava aos meus pés. Eu não pensei nas conseqüências. Não levei em conta a sua privacidade, a
moralidade de minhas ações, nem seus sentimentos.
Eu apenas saboreei a chance de encontrar segredos suficientes para sujar a reputação de minha concorrente.
Raciocinei que seria meu dever, como irmã mais velha, verificar suas atividades.
Apanhei o livro do chão e o abri. Folheei as páginas, procurando por meu nome, convencida de que descobriria
tramas e calúnias.
Quando encontrei, o sangue gelou em meu rosto. Era pior do que eu suspeitava.
Senti-me fraca e sentei-me no chão. Não havia nenhuma conspiração, nenhuma difamação.
Havia uma descrição sucinta de si mesma, de seus objetivos e de seus sonhos, seguidos por um curto resumo da
pessoa que mais a inspirava. Eu comecei a chorar.
Eu era sua heroína. Admirava-me por minha personalidade, minhas realizações e, ironicamente, por minha
integridade.
Queria ser como eu. Tinha me observado por anos, quieta, maravilhando-se com minhas escolhas e ações. Eu
parei a leitura, golpeada pelo crime que havia cometido.
Eu tinha perdido tanta energia para mantê-la fora do meu caminho...
Agora, eu violara sua confiança.
Lendo as sérias palavras que minha irmã tinha escrito, me pareceu derreter uma barreira gelada em meu coração
e eu desejei conhecê-la de verdade.
Eu podia, finalmente, pôr de lado a insegurança estúpida que me manteve longe dela por tanto tempo.
Naquela tarde, quando consegui me sustentar sobre as próprias pernas, decidi ir até ela.
Mas, desta vez, para conhecer em vez de julgar, para abraçar em vez de lutar. Para viver como verdadeiras irmãs.
***
Por vezes, temos agido como crianças, com relação às pessoas que nos cercam.
Imaginamos que não gostam de nós, que desejam nossa infelicidade, nossa queda.
Importante não estabelecer pré-julgamentos em nenhuma situação, por mais que os fatos conspirem a favor.
Nem sempre será possível descobrir os sentimentos dos outros pelas aparências.
Há pessoas que não conseguem exprimir seus sentimentos e dão impressão de frieza ou indiferença.
Por essa razão é que o pré-julgamento é altamente prejudicial.
Assim sendo, se for preciso imaginar os sentimentos dos outros, façamos esforços para imaginar sempre o melhor.
O ciúme produz o câncer da suspeita, transformando os sonhos de sua esperança em pesadelo cruel, que se
converte em enfermidade demorada, a lhe corroer interiormente.
***
Joanna de Ângelis, em Jesus e Atualidade, 5, tem conselhos oportunos para sobre como agir em relação ao
semelhante:
Tem compaixão de quem cai. A consciência dele será o seu juiz.
Ajuda aquele que tomba. Sua fraqueza já lhe constitui punição.
311

Tolera o infrator. Ele é o teu futuro, caso não disponhas de forças para prosseguir bem.
A tolerância que utilizares para com os infelizes se transformará na medida emocional de compaixão que receberás,
quando chegar a tua vez, já que ninguém é inexpugnável, nem perfeito.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Texto de Elisha M. Webster, traduzido por Sergio Barros e livro JESUS E ATUALIDADE, cap. 5, por Joanna de Ângelis e
Divaldo Franco
***
#momentoespirita #ciúme #comportamento #julgamento #conselhos #espiritismo #julgamentos #tolerância #tolerancia #prejulgamento
312

190 - ESTABELECENDO LIMITES PARA OS FILHOS

"Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores.
E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro
lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história."
A constatação trazida pelo artigo que circula pela internet, com estes dizeres, é deveras interessante, e vale a pena
ser estudada.
O texto continua dizendo: Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um
extremo ao outro.
Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais, e a primeira geração de pais que obedecem
a seus filhos.
Os últimos que tiveram medo dos pais e os primeiros que temem os filhos.
E o pior: os últimos que respeitaram os pais e os primeiros que aceitam que os filhos lhes faltem com o respeito.
***
Na medida em que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma
radical, para o bem e para o mal.
Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam a suas ordens
e os tratavam com o devido respeito.
E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais.
Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo, hoje, os bons pais
são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem.
E são os filhos que, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas
ideias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver.
E, além disso, que os patrocinem no que necessitarem para tal fim.
Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais que têm que agradar a seus filhos para ganhá-los e não o
inverso, como no passado.
Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores "amigos" e "dar tudo" a seus
filhos.
Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de
sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão.
Se o autoritarismo suplanta, humilha, o permissível sufoca.
Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas
enquanto forem menores.
Vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os, e rendidos à sua vontade.
É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual muitos estão afundando,
descuidados.
Os limites abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado e profundo respeito.
***
Allan Kardec, na questão 208 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, pergunta: O Espírito dos pais tem influência sobre o
do filho após o nascimento?
Há uma influência muito grande - respondem os Espíritos - como já dissemos, os Espíritos devem contribuir para
o progresso uns dos outros.
Pois bem, os Espíritos dos pais têm como missão desenvolver o de seus filhos pela educação. É para eles uma
tarefa: se falharem, serão culpados.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 69, ajuda a entender bem esta questão:
313

Ser pai ou mãe é uma grande responsabilidade.


Cada criatura traz o destino que organizou para si mesma em reencarnações passadas. No entanto, ela nunca
deixará de assimilar os exemplos vividos no lar pelos pais.
A primeira escola é, pois o lar, e este, por sua vez é o resultado da conduta dos esposos que se devem esforçar
para fazê-lo agradável, honrado e rico de paz.
Abençoa o teu filho com as tuas palavras e conduta, fazendo-te amigo dele em todas as situações.
Os filhos, como todos nós, somos de Deus, e prestarás conta do empréstimo que te foi concedido para educar.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 208, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, e artigo de Mônica Monastério
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #familia #aprendizado #educação #limites #doutrinaespirita
#espiritismo
314

191 - BUSCAR O AUTO-CONHECIMENTO

Quais são suas maiores preocupações nos dias de hoje?


Talvez você responda a esta pergunta, dizendo que é a educação dos filhos. Ou poderá afirmar ser a
violência na sociedade. Haverá, ainda, quem responda ser a manutenção do emprego.
É verdade que os desafios da vida e seus naturais compromissos nos empurram para um mar de
preocupações com as coisas do mundo.
Qualquer uma delas nos exige tempo e energia. Tempo para reflexionar sobre como nos
comportamos, envolvidos por elas. Energia para tentarmos equacionar as mais urgentes.
As responsabilidades da vida são impositivos que nos estimulam ao progresso, ao aprendizado, a
novas conquistas intelectuais e morais.
Porém, algum de nós diria que uma de nossas maiores preocupações seria a de nos
autoconhecermos? Saber o que habita no país das nossas emoções é algo que nos preocupa?
Com tantos afazeres e demandas do mundo exterior, muitas vezes, empregamos pouco tempo para
as coisas do mundo interno.
Como se não fossem importantes ou não se refletissem intensamente em nosso cotidiano, relegamos
os interesses do nosso mundo íntimo para o campo do esquecimento.
Com esse tipo de comportamento, nossa alma se ressente, pois as emoções não são avaliadas,
analisadas e, simplesmente, vão repercutindo, de maneira indiscriminada, em nossa intimidade.
***
Esse é um dos motivos pelos quais surgem, tão frequentemente, as doenças da alma. Não que elas
apareçam rápida e espontaneamente.
Trata-se de um processo lento, que se vai alicerçando. É o resultado de um processo adiantado de
esquecimento e abandono das próprias emoções.
É quando surgem as síndromes, fobias, depressões, refletindo, na sequência, em enfermidades no
corpo.
Dessa forma, para evitar tais situações, reservemos um tempo para nós mesmos. Um tempo para
analisar nossas atitudes, nosso comportamento, nossas ações e, mais detidamente, nossas reações.
Experimentemos, ao final de um dia, antes do merecido repouso, fazer uma breve análise do que
ocorreu conosco, na jornada que se finda.
Perguntemo-nos se alguém teria alguma queixa contra nós, se fomos injustos em alguma situação,
se praticamos alguma ação inadequada.
As nossas respostas, frente a essa análise, serão o fio condutor para o mergulho oportuno e
necessário no país de nossas emoções, no campo dos nossos sentimentos.
Então nos poderemos avaliar, entendermo-nos um tanto mais e, aos poucos, nos autoconhecermos.
O passo seguinte, será o esforço do corrigir, do não repetir o erro, do não tombar nas mesmas
dificuldades emocionais.
Esta será a melhor maneira de cuidarmos do nosso mundo íntimo, evitando episódios mais graves e
doentios.
A nossa melhoria se dará sempre a partir do momento em que iniciarmos a viagem inevitável para
nosso interior, do momento em que começarmos a nos conhecer.
Assim, caminharemos de maneira mais segura para a busca da paz e tranquilidade íntimas, evitando
tropeços e quedas no transcorrer da vida.
***
Allan Kardec, preocupado com a questão de nos conhecermos melhor, indagou aos sábios da
Espiritualidade a questão 919 do Livro dos Espíritos:
- Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal?
315

E os irmãos espirituais responderam:


- Um sábio da Antiguidade vos disse: "Conhece-te a ti mesmo".
E Santo Agostinho, na questão 919a, nos fornece todo um roteiro de perguntas e explicações para
melhor nos conhecermos.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 919 e 919a, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #autoconhecimento #progresso #doençasdaalma #comportamento
#doutrinaespirita #espiritismo
316

192 - NEM CASTIGO, NEM PERDÃO

Um dos maiores temores que vibram no coração do homem é o medo do castigo divino.
Convivendo com a possibilidade de que Deus possa se ofender e castiga-lo por suas faltas, o indivíduo
sofre e se divide entre o amor e o temor de Deus.
Atribuindo ao Criador os mesmos vícios que ainda possui, o ser humano teme ser castigado a qualquer
momento por um Deus caprichoso e cruel que está sempre à procura de defeitos para se vingar,
impondo-nos sofrimentos.
Paulo, o apóstolo, se manifestou a respeito desse tema dizendo o seguinte: "Gravitar para a unidade
divina, eis o fim da humanidade.
Para atingi-lo, três coisas são necessárias: a JUSTIÇA, o AMOR e a CIÊNCIA. Três coisas lhe são opostas e
contrárias: a ignorância, o ódio e a injustiça.
Pois bem! Digo-vos, em verdade, que mentis a estes princípios fundamentais, comprometendo a idéia
de Deus, exagerando-lhe a severidade.
Duplamente a comprometeis, deixando que no espírito da criatura penetre a suposição de que há nela
mais clemência, mais virtude, amor e verdadeira justiça, do que atribuis ao ser infinito.
Quem é, com efeito, o culpado? É aquele que, por um desvio, por um falso movimento da alma, se
afasta do objetivo da criação, que consiste no culto harmonioso do belo, do bem, idealizados pelo
arquétipo humano, pelo Homem-Deus, por Jesus-Cristo.
Que é o castigo? A conseqüência natural, derivada desse falso movimento; uma certa soma de dores
necessária a desgosta-lo da sua deformidade, pela experimentação do sofrimento.
***
Assim, o que se chama castigo é apenas a conseqüência das leis naturais.
É graças à dor física que a criatura procura o remédio para sua enfermidade. É graças ao sofrimento
moral que a alma busca a própria cura.
O sofrimento só tem por finalidade a reabilitação, o retorno do aprendiz ao caminho reto.
Como podemos perceber, o mal não é de essência divina, é gerado pelas criaturas, ainda imperfeitas.
O sofrimento não é imposto por Deus como castigo, é o efeito natural do falso movimento da criatura, e
que a estimula, pela amargura, a se dobrar sobre si mesma, a voltar ao objetivo traçado pelas leis divinas,
que é a harmonia.
E essas leis são justas, imparciais e amorosas.
Um exemplo disso acontece quando um homem, enlouquecido, assassina várias pessoas, foge e, na fuga,
se fere profundamente.
O que acontece com seu organismo?
Suas células, obedecendo a lei natural, começam imediatamente a se movimentar para estancar o
sangue, cicatrizar a ferida e expulsar os germes que causam infecção.
Se Deus quisesse castiga-lo, derrogaria suas próprias leis e faria com que as células desse indivíduo não
trabalhassem a seu favor, mas se rebelassem e o deixassem morrer.
Afinal, ele é um criminoso!
Mas não é isso que acontece. As leis divinas seguem naturalmente seu curso. O sol brilha, incansável,
sobre justos e injustos, sem se importar com o que acontece sob sua luz.
A chuva cai sobre a mansão e sobre o casebre. O frio fustiga a pobres e ricos. As catástrofes naturais
arrebatam sábios e ignorantes, velhos e crianças, fortes e fracos.
317

Por todas essas razões devemos entender que o Criador não derroga suas próprias leis para nos punir
ou para nos premiar.
***
As nossas ações é que geram efeitos sobre essas leis.
As boas ações geram efeitos positivos, e as infrações às leis geram efeitos desajustados.
Nada mais justo do que esta sentença: "A CADA UM DE ACORDO COM SUAS OBRAS".
Nem castigo, nem perdão. Deus não castiga porque suas leis são de amor, e não perdoa porque jamais
se ofende.
Pensemos nisso, e busquemos atender essas leis soberanas que estão inscritas em nossa própria
consciência.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 1009, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS
***
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318

193 - REFLEXÕES SOBRE A CULPA

A culpa é grave transtorno emocional de consciência que grassa velada ou claramente e aflige a sociedade
contemporânea.
Insidiosa, pode ser considerada como planta parasita que se nutre da seiva do vegetal no qual se hospeda e termina
por matá-lo.
Sob outro aspecto, apresenta-se como negra ave agourenta que abre suas asas sombrias e asfixia perversamente o
indivíduo que a agasalha.
Quase todos os reencarnados carregam no inconsciente alguma forma desse conflito inditoso que se manifesta de
variadas formas e trabalha em favor do seu sofrimento moral e emocional.
Herança macabra dos atos infelizes, procede dos comportamentos omissos ou prejudiciais durante a presente
existência ou as procedentes de outras passadas.
Ninguém consegue evadir-se da sua penosa injunção, por decorrência do desrespeito aos Soberanos Códigos da Vida.
Sorrateiramente explicita-se como complexo de inferioridade ou disfarça-se de narcisismo e empurra aquele que lhe
padece a compressão no rumo dos pântanos da angústia declarada ou transformada em fuga da realidade.
Normalmente o eu consciente procura escamoteá-la, para evitar o enfrentamento direto, que constitui o eficiente
recurso de diluir-lhe a presença punitiva até erradicá-la completamente...
De alguma forma expressa o cumprimento da Divina Justiça que alcança o infrator que se permitiu ludibriá-la.
Quando se instala, faz-se mordaz, porque diminui o ser a ínfima condição, torna-o inferior espiritualmente ou
subestima-o, nivelando-o por baixo na escala de valores morais.
Nessa fase, torna a sua vítima arredia ou prepotente, cínica ou cruel, complexada ou reacionária.
Quando lhe faltam os instrumentos edificantes de caráter ético e moral, transforma-se na sombra enfermiça que
impede as realizações nobilitantes e a aquisição dos valiosos tesouros que contribuem para o autoperdão e a
reabilitação.
Tem raízes no mal que se fez, mas igualmente no bem que se deixou de praticar.
***
Praticar o mal é um mau comportamento, porém, não executar o bem que está ao alcance de todos é um grande mal.
A existência humana está desenhada para a conquista do progresso moral tendo como foco a ser conseguido o estado
de plenitude ou Reino dos Céus.
Qualquer desvio da pauta comportamental estabelecida pelos Celestes Cânones, e o Espírito, ao dar-se conta de que
posterga a responsabilidade ou tenta sepultá-la no inconsciente, constitui-lhe gravame no processo evolutivo que exige
correção.
Nada obstante, ocasião surge em que ressuma por necessidade de iluminação da consciência ultrajada e obscurecida
pelo erro.
Ao deparar-te com esse parasita que se te apresenta, assume responsabilidade para logo providenciares a reparação e,
por fim, a sua remissão.
Quase sempre o motivo gerador da culpa permanece ignorado na área da razão, pois que se apresenta conflitiva na
conduta, exceção quando se opera o imediato despertamento que pode dar lugar ao choque pós-traumático
imobilizador.
O Evangelho de Jesus, nas suas profundas considerações sobre a vida e sua finalidade na Terra, receita
providencialmente a psicoterapia a ser utilizada, que deve ser iniciada mediante o esforço da autoconsciência, isto é,
pelo exame da causa desencadeadora.
Se não se consegue identificá-la de imediato, é necessário que se utilizem os instrumentos oferecidos pelo amor. a fim
de dar-se conta que o equivocar-se é normal no processo evolutivo, porém, manter-se no erro é resultado da falta de
discernimento, da imaturidade psicológica, da presunção ou da soberba.
Identificada a fragilidade pessoal, cabe seja produzida a reparação do delito através dos serviços de engrandecimento
interior, com imediata modificação da conduta íntima sempre para melhor. do auxílio ao próximo e da contribuição em
favor da harmonia da Natureza que serve de mãe generosa e, dessa forma, acalmando a ansiedade.
***
Apoia-te na meditação e renova-te na prece, torna-te útil e sai da concha calcária e escura do eu para o serviço geral
em favor do progresso da humanidade.
319

De imediato sentirás as bênçãos da remissão, isto é, da liberdade e da consciência de paz.


Nunca deixes de usar o amor em qualquer circunstância que se te apresente.
Melhor será que peques por ajudar, do que ser omisso por conveniência pessoal, covardia ou para estares bem no torpe
comportamento social vigente.
A culpa é, também, o anjo bondoso que contribui poderosamente para o autoencontro.
A viagem carnal é compromisso de legitimidade com a evolução espiritual do ser, por cuja experiência a terna presença
de Deus no íntimo se expanda e domine-o durante toda a sua trajetória.
Enfrenta as tuas culpas sem temores, não adies a oportunidade libertadora, nem te justifiques por meio de sofismas
egoísticos e lenitivos equivocados.
A consciência, por mais se encontre entorpecida pelo erro, sempre desperta para a realidade que é a luz condutora da
paz.
***
Allan Kardec, o vaso escolhido para apresentar o Consolador a que Jesus se reportou, esclarece que ante a culpa
existente, fazem-se necessários o arrependimento, a expiação e a reparação. (*)
Sabiamente a proposta do eminente mestre lionês concorda com a compreensão do erro e sua correspondente análise
que dão lugar ao sofrimento, portanto, ao arrependimento e à expiação para, em definitivo, conseguir-se a reparação,
mediante todo e qualquer contributo que dignifique e anule o delito praticado.
Não se torna indispensável que a reparação ocorra em relação àquele que foi prejudicado em decorrência de inúmeros
fatores.
O essencial é a tranquilidade da consciência ultrajada pela culpa ante a atividade reabilitadora.
Nunca te permitas, desse modo, a permanência na culpa inscrita nos teus painéis mentais e nas tuas emoções, cuja
presença pode levar-te a transtornos graves. Ama e serve sempre sem outra qualquer preocupação, exceto o Bem.
Esse é o caminho do Gólgota, mas é também a véspera da gloriosa manhã da Ressurreição.
***
Por: Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 20 de
janeiro de 2014, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
***
#joannadeangelis #culpa #remorso #psicologiaespirita #PsicologiaEspírita #consciencia
#momentosdeconsciencia
320

194 - O MILAGRE DOS BEBÊS


Você já parou para analisar o quanto são interessantes os bebês?
É fascinante perceber como o Criador nos faz voltar ao palco terrestre para uma nova encarnação.
O Espírito velho é revestido por uma embalagem nova, delicada, simpática, que derrete corações e arranca sorrisos em todos
os lugares aonde vai.
Os bebês proporcionam, primeiramente aos pais, uma experiência sem igual.
Esse contato com um ser frágil, que inspira cuidados e atenção constante, desenvolve na alma paterna e materna alguns
sentidos, uma espécie de sensibilidade nova, que antes não possuíam.
Tentar entender um ser que não fala, que não gesticula e que se expressa de maneiras nada convencionais, é um grande
desafio.
Exige que se desenvolva a habilidade da empatia. Exige que se coloque no lugar do outro, que se esqueça um pouco das suas
próprias necessidades, e pense nas do bebê em primeiro lugar.
Isso por si só já opera milagres em muitas famílias, pois é uma mudança de vida significativa.
E os pais que não se deixam levar por essas mudanças saudáveis, que não se entregam de corpo e alma a essa experiência,
acabam perdendo uma das mais maravilhosas oportunidades da existência.
***
O milagre dos bebês é o convite de enxergar a vida de outra forma.
Percebem-se mudanças até no convívio social, nas comunidades onde vemos muitos bebês.
Os adultos se relacionam melhor, conversando entre si sobre suas experiências. Passam dicas, dividem preocupações, mas
sempre entre sorrisos simpáticos e elogios aos pequenos petizes.
A família tem motivos a mais para se reunir, por vezes esquecendo pequenas querelas, implicâncias e atritos mais sérios, pois
o assunto principal passa a ser o nenezinho.
Resumidamente: é uma fase muito importante para a vida de todos. Tanto para os progenitores, familiares, como para o
Espírito que volta à Terra.
***
Se você é pai ou mãe, aproveite bem cada instante. Curta a fase, mergulhe nesse mundo novo de cabeça e sem medo.
Evitemos ter que dizer, algum dia, a triste e preocupante sentença: Meus filhos cresceram e nem percebi!
As crianças são os seres que Deus manda a novas existências. Para que não lhe possam imputar excessiva severidade, dá-lhes
Ele todos os aspectos da inocência.
Não foi, todavia, por elas somente que Deus lhes deu esse aspecto de inocência; foi também e sobretudo por seus pais, de
cujo amor necessita a fraqueza que as caracteriza.
Esse amor se enfraqueceria grandemente à vista de um caráter áspero e intratável, ao passo que, julgando seus filhos bons
e dóceis, os pais lhes dedicam toda a afeição e os cercam dos mais minuciosos cuidados.
Esta é mais uma faceta da Sabedoria Divina, que nos mostra que os mecanismos da natureza são inteligentes e bons.
Tudo existe para que possamos crescer. Tudo funciona, no Universo, buscando a harmonia.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 28, fala sobre as crianças:
Seja gentil com as crianças.
Elas necessitam de oportunidade e de amor para lograrem o triunfo.
Esses cidadãos em formação ignoram as lutas que os aguardam.
Distende-lhes o gesto de simpatia, transmitindo-lhes confiança na humanidade que representas.
Não as atemorizes, nem as maltrates.
Quem visse aquele menino, em Nazaré, no passado, entre outras crianças, brincando descuidadamente, não poderia imaginar
que era o Construtor da Terra, nosso Modelo e Guia.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 385, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e VIDA FELIZ, 28, por Joanna de Ângelis e Divaldo
Franco
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #crianças #infância #reflexão #vida #educação #doutrinaespirita #espiritismo
321

195 - NOSSA SINGULAR NATUREZA


Biologicamente, todos os seres humanos somos classificados como HOMO SAPIENS SAPIENS.
Apesar de fazermos parte da mesma espécie e sermos categorizados de maneira idêntica, são inegáveis as diferenças
entre os seres humanos.
E não nos referimos apenas às diferenças físicas, mas, em especial, às diferenças morais e intelectuais.
Esse campo se torna ainda mais vasto se pensarmos sobre nossos dons e talentos: alguns aparentamos sermos feitos
para as artes; outros, para as ciências exatas e outros, ainda, para as tantas faces das ciências e do conhecimento
humano.
De tal modo, podemos pensar num sem-fim de vocações e possibilidades.
Dessa forma, percebemos que, embora pertencentes à mesma espécie, oriundos da mesma origem físico-espiritual,
possuímos talentos, atributos e dons distintos.
***
Conta-se que, há muitos anos, um homem bastante sábio encontrou em seu caminho uma cobra que fora vítima de
uma armadilha e estava morrendo queimada.
Por ter um coração generoso, ele decidiu tirá-la do fogo.
Todavia, quando assim o fez, a cobra, assustada e sentindo-se em perigo, o picou.
Pela reação da dor que sentiu, o homem a soltou e ela novamente caiu nas labaredas.
Pela segunda vez, o homem tentou tirar a cobra de seu sofrimento e ela o picou, mais uma vez.
Um jovem rapaz, que acompanhava o sábio em sua jornada, o questionou:
- Desculpe pela ousadia, meu bom homem. Mas percebo que o senhor é muito teimoso! Não percebe que, em todas as
vezes que tentar retirar a cobra do fogo, ela irá picá-lo? Esse animal não merece salvação. Deixe que ele queime nas
brasas!
Enquanto fazia uma terceira tentativa de salvar a cobra e, sendo novamente picado, dessa vez salvando-a, redarguiu ao
jovem:
- Meu nobre rapaz, a natureza da cobra é picar. E isso não irá mudar a minha natureza, que é ajudar.
***
Na questão 115 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec questiona aos benfeitores:
- Os Espíritos foram criados uns bons e outros maus?
E eles respondem:
- Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Deu a cada um deles uma missão, com
o fim de os esclarecer e progressivamente conduzir à perfeição, pelo conhecimento da verdade e para os aproximar
dele.
Fomos criados todos da mesma maneira. Todavia, ao longo das oportunidades reencarnatórias que se sucedem, vamos
adquirindo experiências e conhecimentos, uns mais, outros menos, o que nos torna, assim, únicos em nossas
particularidades.
Portanto, somos singulares em nossa natureza íntima e é de nossa singularidade que brotam nossos dons e talentos.
Dessa forma, reflitamos: quais dons, quais talentos, que sentimentos, quais virtudes fazem parte de nós?
Ainda: nossa índole está a serviço de nosso progresso, do progresso do próximo, da prática e aperfeiçoamento do bem,
da paz, do amor, da caridade, da justiça?
Pensemos nisso e recordemos as palavras do grande Victor Hugo: Seja como os pássaros que, ao pousarem um instante
sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 115, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e citação do livro ODES ET POESIES DIVERSES
de Vitor Hugo
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #reencarnação #evolução #reflexão #vida #missão #espiritismo
322

196 - VIGILÂNCIA ANTES DE FALAR...


Você costuma dizer palavrões?
O que você pensa disso?
Para muitas pessoas, dizer palavrões é uma forma de aliviar tensões.
Para outras, um modo descontraído de falar. E, para alguns ainda, um jeito brasileiro de se comunicar.
Tão só pela riqueza de vocabulário que a língua portuguesa nos oferece, o uso de palavrões já seria
dispensável.
Mas, além dos aspectos linguísticos a ressaltar, existem, é claro, objeções espirituais ao uso de
expressões de baixo calão.
***
Tudo na Natureza é uma forma de energia.
Os nossos órgãos de percepção física apenas filtram e interpretam as vibrações energéticas ou fluídicas,
dando-nos a imagem, o som, o cheiro, a luminosidade, a densidade e a cor.
Vejamos o som, por exemplo.
Um objeto qualquer faz vibrar as moléculas do ar.
Essa vibração chega aos nossos ouvidos a uma velocidade de trezentos e quarenta metros por segundo.
De acordo com a sua frequência, o ouvido transmitirá ao cérebro uma informação que será interpretada
como o som de uma buzina, ou a musicalidade de um violino.
Assim como no mundo físico o ar é o veículo do som, no mundo espiritual os fluidos são o veículo dos
pensamentos emitidos.
É fácil entender, então, que além da sonoridade conhecida das palavras, existe uma outra mensagem,
inaudível aos ouvidos humanos, mas que o Espírito sempre capta, de uma forma ou de outra.
Os palavrões, pois, reúnem em si uma dupla problemática: a agressividade sonora, claramente percebida,
e a vulgaridade mental, que atinge quem escuta o palavrão, mas prejudica muito mais a quem o diz.
Prejudica a quem o diz, porque cria em torno da pessoa uma psicosfera negativa, propiciando sintonia
com Espíritos inferiores.
***
Os palavrões são uma maneira infeliz de demonstrar o vazio que as pessoas trazem na alma.
Para aqueles que dizem aliviar tensões pronunciando palavrões, chamamos a atenção para um aspecto
importante.
Ao colocarmos para fora uma violência contida, não estamos nos livrando dela, mas, pelo contrário,
fortalecendo em nossa intimidade o nosso lado agressivo.
Ao nos referirmos à questão dos palavrões, não poderíamos deixar de recordar a lição de um Espírito
amigo:
As palavras carregam consigo a realidade interior de quem as profere.
Os Espíritos se comunicam pela linguagem do pensamento.
Apesar de os menos evoluídos terem a impressão de falar, na verdade é o seu pensamento que faz a
comunicação.
O pensamento produz imagens no mundo espiritual.
São justamente essas imagens que atraem para junto de nós os Espíritos que se afinam com elas.
***
323

E, ressaltando a necessidade de vigiar o que dizemos, e como dizemos, Joanna de Ângelis nos alerta em
VIDA FELIZ, 16:
Substitui, no teu vocabulário, as más pelas boas palavras.
Expressões chulas e vulgares, talvez estejam na moda, porém "envenenam o coração".
A palavra é instrumento da vida para a comunicação, o entendimento, e não arma de agressão, violência
e vulgaridade
O uso irregular das palavras corrompe a mente e rebaixa o homem.
O verbo expressa a qualidade moral do indivíduo.
Porque há pessoas que falam bem e são más, não é justo que sendo bom, te apresentes mal.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: Palavrões)
Referência: Capítulo 16 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #vidafeliz #palavra #vigilância #reflexão #sintonia #PsicologiaEspírita #espiritismo
324

197 - NOSSOS ANJOS DA GUARDA

Quando se mencionam os anjos de guarda, quase sempre nos surgem à mente imagens de seres celestes, com asas brancas
e uma auréola luminosa a envolvê-los.
Foi assim que, através dos tempos, nós mesmos os idealizamos. E os artistas, pintores, escultores dessa forma os consagraram,
perpetuando essa nossa concepção.
No entanto, nossos anjos de guarda, que nos protegem e guardam, são apenas almas mais evoluídas do que nós.
Diga-se, bem mais evoluídas. Nem poderia ser diferente pois que sua missão é velar por seus protegidos.
Eles nos acompanham desde o nascimento até a morte física, podendo continuar conosco por mais tempo.
Têm a missão de nos encaminhar, de forma positiva, em nossas vidas, desde que lhes sejamos dóceis aos bons conselhos.
Eles agem, normalmente, como os pais para com os filhos. Guiam para o bom caminho, auxiliam com seus conselhos,
consolam nas aflições e nos sustentam a coragem frente às provas da vida.
***
Esses amigos espirituais são muito importantes para nós, embora nem sempre lhes saibamos agradecer pelo tanto que nos
ajudam.
No entanto, é importante termos ciência de que, por mais nos auxiliem, não são eles que determinam o rumo de nossas
existências.
Somos todos portadores de LIVRE-ARBÍTRIO, a liberdade de pensar e agir.
Por isso, quando nossas escolhas são negativas, opostas às suas sugestões, eles se afastam, em respeito à nossa liberdade.
Retornam quando lhes rogamos a presença, sempre atentos aos nossos comportamentos.
Esse assunto é tão cativante que deveria converter os mais incrédulos, por seu encanto e por sua doçura.
Pensar que temos sempre ao nosso lado, seres que nos são superiores, que estão ali para aconselhar, sustentar, ajudar a
escalar a montanha escarpada do bem.
Saber que são amigos mais firmes e mais devotados que as mais íntimas ligações que possamos ter na Terra é uma ideia
bastante consoladora.
***
Esses seres estão ali por ordem de Deus, que os colocou ao nosso lado.
Onde quer que estejamos, nosso anjo guardião estará conosco: nos cárceres, nos hospitais, nos lugares dos vícios, na solidão.
Nada nos separa desse amigo que não podemos ver, mas do qual recebemos os mais doces impulsos e os mais sábios
conselhos.
Infelizmente, muitos de nós desconhecemos essa verdade que nos ajudaria nos momentos de crise e nos salvaria de muitas
situações difíceis.
Ideal seria que mantivéssemos ligações com eles, essa terna intimidade que reina entre os melhores amigos!
E que não tentássemos lhes ocultar nada, pois eles são os olhos de Deus e não os podemos enganar!
Consideremos o futuro. Procuremos avançar nesta vida, e nossas provas serão mais curtas, nossas existências mais felizes.
Armemo-nos de coragem! Não estamos sós. Esses bons amigos, que somente desejam que sejamos felizes, têm os olhos
postos em nós.
Busquemos lhes ouvir os conselhos. Atendamos às suas sugestões.
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 491 e 495, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #anjosguardiões #AnjosdaGuarda #protecao #missão #livrearbitrio
#espiritismo
325

198 - ELES SÃO NOSSOS IRMÃOS

A décima sexta edição do Prêmio Innovare, em 2019, premiou a iniciativa da Penitenciária Regional de
Curitibanos, em Santa Catarina.
Com um trabalho iniciado há uma década, o Projeto Ressocialização no Sistema Prisional, conta com o
apoio de onze empresas.
Tudo começa com a aprendizagem de uma profissão.
As fábricas, construídas dentro do presídio, empregam cem por cento dos detentos. Seus salários se
destinam parcialmente à manutenção da unidade prisional.
Os que cursam Ensino Superior à Distância pagam o próprio curso.
Com o tempo empregado entre trabalho e estudo acabaram as tentativas de rebelião e de fuga. Também
com esses itens associados, naturalmente diminui a reincidência no crime.
Trata-se de um ganho para todos: os empresários que investiram na ideia, o Estado, o detento, a
sociedade.
***
Em essência, é o que todos desejamos. Que o ser humano se reformule, seja produtivo, opere para o
bem geral.
Quanto mais seres humanos com as mãos no trabalho, que enobrece a criatura, melhor será a sociedade.
Quem produz para o próprio sustento, para sua família, somente terá olhos no futuro promissor.
E não constituirá peso a ninguém.
***
Deus fez o ser humano para viver em sociedade. Essa é uma lei natural.
Também para o trabalho, lei igualmente natural, divina, que é uma necessidade para o corpo e para o
Espírito.
As leis humanas tendem a se renovar conforme as necessidades, sendo preciso surgir diretrizes para
alcançar novos e positivos resultados em parâmetros mais dignos.
Quando vemos um exemplo, como o relatado, alcançando êxito, alimentamos a esperança de um mundo
mais justo e pacífico, a breve tempo.
Em se falando de progresso sabemos que o homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente. Mas,
nem todos progridem simultaneamente e do mesmo modo.
Por isso, cabe aos mais adiantados auxiliar o progresso dos outros, por meio do contato social.
***
Somos todos irmãos perante Deus e é dando-nos as mãos nesta caminhada, que chamamos de vida na
Terra, que venceremos a jornada.
Vivemos os tempos em que, em breve, deverá reinar a grande fraternidade entre todos os seres humanos.
Cabe-nos trabalhar no sentido de diminuir as diferenças entre nós.
Aos considerados criminosos podemos iniciar lhes enviando o socorro das nossas preces.
E se pudermos fazer algo mais, engajemo-nos em alguma atividade que permita lhes cheguem palavras
de consolo, de encorajamento, de amor.
São, com certeza, criaturas infelizes por se encontrarem no erro.
Nossas preces e nossas atitudes os poderão tocar de arrependimento e levá-los a se transformarem.
Como todas as almas, eles foram, igualmente, criados para o aperfeiçoamento.
326

Compete-nos colaborar para que saiam do lameiro em que se precipitaram.


Trabalhemos nesse sentido, próximos ou à distância.
Afinal, anunciam-se os tempos em que neste planeta reinará a grande fraternidade. Tempos em que
todos obedecerão à lei do Cristo.
Pensemos nisso. Trabalhemos para isso.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 779, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e cap. XI, item 14 de O EVANGELHO SEGUNDO
O ESPIRITISMO
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #solidariedade #fraternidade #trabalho #sociedade #leidesociedade
#espiritismo
327

199 - FALANDO EM TRABALHO

O pai auxilia o filho com a lição de casa. Ao folhear um livro, se depara com fotos das pirâmides do Egito.
- Pai, quem construiu isso?
- Foram os egípcios. - Foi a resposta rápida.
- Isso eu sei. - Diz o esperto garoto. Quero saber quem foi que colocou as pedras umas sobre as outras para
montar as pirâmides.
- Ora, foram os construtores, os trabalhadores, os escravos. - Esclarece o pai.
- Mas qual era o nome deles? Devem ter sido muitos.
- Com certeza. Faz muito tempo e não sabemos os nomes deles. Só ficaram registrados o nome dos faraós
que as mandaram construir e de alguns dos arquitetos que as planejaram.
- Mas pai, isso não é justo. Tinha de ter uma plaquinha com os nomes de todos os que trabalharam duro prá
gente poder agradecer essa belezura que eles fizeram.
Diante do raciocínio do filho, o pai sorriu e pensou em muitas outras obras magníficas feitas por mãos
anônimas.
***
Assim como o ser humano edifica monumentos, também outros seres elaboram obras incríveis, nas quais
muitas vezes nem reparamos.
Pássaros fazem ninhos, simples ou complexos, que acolhem os ovos, protegem os filhotes e acomodam a
família.
Insetos constroem abrigos, casulos e colmeias com intrincados sistemas de organização.
Alguns animais constroem tocas com lascas de madeira, galhos e folhas.
Mesmo os seres que não possuem mobilidade, como árvores e plantas, trabalham ao produzir oxigênio,
flores, frutos e seiva.
Na natureza, o trabalho de construção é incessante. O fruto do trabalho dos seres preserva as espécies e
mantém o equilíbrio das coisas.
Quando pensamos em trabalho, normalmente nos vem à mente uma ação que remunera e provê recursos
para obter bens materiais, pagar contas, manter a vida.
Mas nem todo trabalho envolve dinheiro. Trabalho é, em verdade, toda ocupação útil.
O que define sua utilidade é o que esperamos obter com ele, de acordo com a forma como enxergamos a
vida.
Para alguns, trabalho é obrigação, servidão. Para os escravos egípcios a construção das pirâmides foi um
trabalho forçado, penoso e que custou o sacrifício de suas vidas.
Para muitos trabalhadores, é algo que lhes confere status, dignidade, motivo para acordar de manhã.
Para alguns, trabalhar é fazer algo que possa ser usufruído por outros. Executam seu trabalho com prazer,
cientes de estarem cumprindo com um dever que transcende a matéria. Trabalham conectados a algo maior,
sem se importar com reconhecimento e fama.
***
Quando o objetivo do trabalho é unicamente obter dinheiro para sustentar necessidades e patrocinar
prazeres, não propiciará a plena realização e evolução do ser humano.
Quando se foca no progresso, na construção de um mundo melhor para todos, saindo de uma visão restrita
e egocêntrica, objetivando edificar o melhor para a coletividade, passa a ser prazeroso.
328

Trabalho comprometido com justiça, respeito, qualidade de vida, igualdade e em equilíbrio com a natureza
traz muito mais que resultados materiais. Traz ganhos preciosos que, mesmo sem serem vistos, podem ser
sentidos.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 2, aconselha:
Considera o trabalho o melhor meio para progredir.
Quem não trabalha, entrega-se à paralisia moral e espiritual.
O homem que não se dedica à ação libertadora do trabalho faz-se peso negativo na economia da sociedade.
O trabalho é vida.
***
Extraído do Momento Espírita (título: Ocupação Útil)
Referência: Questão 674 e seguintes de O LIVRO DOS ESPÍRITOS (Lei do Trabalho)
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #trabalho #dinheiro #sociedade #leidotrabalho #espiritismo
329

200 - REFLETINDO SOBRE O PROGRESSO

Algumas notícias nos passam a impressão de que estamos vivendo dentro de filmes de ficção científica.
Poderíamos até nos perguntarmos: Qual o limite do homem? Qual o limite da tecnologia? Se algo pode ser
pensado, será que um dia não poderá ser realizado?
Em pleno ano de 2019 foram testadas as primeiras próteses controladas pelo pensamento.
Um consórcio de engenheiros, neurocientistas e clínicos de um projeto financiado pela União Europeia,
conseguiu inovar, de forma surpreendente, nessa tecnologia revolucionária.
A equipe apresentou o primeiro protótipo e os primeiros testes realizados em um paciente. Trata-se de uma
prótese de mão que também poderá fornecer à pessoa sensações naturais de toque e movimento.
Isso não é incrível? Percebamos o bem que o conhecimento aplicado com fins nobres pode realizar.
***
Por outro lado, temos posições não tão benéficas.
Todos que lidamos com dispositivos eletrônicos como computadores, smartphones, tablets etc, temos
enfrentado ameaças constantes. São os malwares ou vírus.
Hostil, intrusivo e intencionalmente prejudicial, o malware ou software malicioso, invade, danifica ou
desabilita computadores, sistemas de computador, redes e dispositivos móveis.
Esse intruso geralmente assume o controle das operações desses aparelhos, podendo extrair informações e
destruir sua estrutura interna.
Os chamados Cavalos de Tróia, por exemplo, trazem programas que aparentam ser legítimos, mas que
escondem alguma espécie de código que possibilita o cometimento de atividades prejudiciais aos usuários.
Alguns criminosos chegam a pedir resgate on-line pelas informações que, dessa forma, usurparam de
organizações e usuários.
Outros fazem o mal pelo prazer de prejudicar apenas...
Leis específicas tiveram que ser criadas para tipificar tais crimes, que podem levar a grandes desastres.
Assim, podemos refletir sobre o mal que o conhecimento aplicado com fins mesquinhos pode realizar.
É de nos questionarmos: Onde chegamos? Em que ponto estamos da evolução humana?
Tanta inteligência, tanta criatividade, mas ainda utilizadas de formas tão distintas! O bem e o mal como as
escolhas de sempre.
***
Allan Kardec, na obra fundamental do Espiritismo, O LIVRO DOS ESPÍRITOS, indagou à Espiritualidade o
porquê de povos mais esclarecidos serem, por vezes, os mais pervertidos.
A resposta obtida foi de que o progresso completo é o alvo a atingir. Os povos, porém, como os indivíduos,
só passo a passo o atingem. Enquanto não tenham desenvolvido o senso moral, pode mesmo acontecer que
se sirvam da inteligência para a prática do mal. A moral e a inteligência são duas forças que só com o tempo
chegam a se equilibrar.
Percebamos o detalhe: duas forças que só com o tempo chegam a se equilibrar.
Esse é o equilíbrio que devemos buscar, trazendo o senso moral para os mesmos patamares da inteligência.
E é a partir desse ponto que construiremos nossa verdadeira felicidade.
E recordemos que, consoante está no Livro dos Espíritos, item 785, o orgulho e o egoísmo são os maiores
obstáculos ao progresso moral, porque o progresso intelectual continua sempre.
À primeira vista, parece mesmo que o progresso intelectual aumenta a atividade daqueles vícios,
desenvolvendo a ambição e o gosto das riquezas, que, a seu turno, incitam o homem a empreender pesquisas
que lhe esclarecem o Espírito.
330

Assim é que tudo se prende, no mundo moral, como no mundo físico, e que do próprio mal pode nascer o
bem. Porém esse estado de coisas não durará para sempre; mudará à proporção que o homem compreender
melhor que, além da que o gozo dos bens terrenos proporciona, uma felicidade existe infinitamente maior e
infinitamente mais duradoura.
Pensemos a respeito e comecemos hoje nossa proposta de melhoria moral.
***
Extraído do Momento Espírita (título: Onde chegamos)
Referência: Questões 780b e 785 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS (Lei do Progresso)
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #progresso #evolução #sociedade #leidoprogresso #orgulho #egoismo
#espiritismo
331

201 - COMPORTAMENTO HUMANO

Segundo consta de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, 625, Jesus constitui o tipo mais perfeito, oferecido por Deus ao
homem, para lhe servir de Modelo e Guia.
Trata-se de uma afirmativa plena de significados.
Por vezes, as criaturas se declaram desencantadas com aqueles a quem admiravam. E, muitas chegam a
abandonar suas crenças, sob tal justificativa.
Miravam-se em seres frágeis, embora bem intencionados, mas que não resistiram a algumas provações.
Eles podem ser líderes religiosos, políticos, amigos, pais ou irmãos.
Ocorre que a fragilidade é inerente à condição humana.
Apenas Espíritos puros não erram e nem fraquejam.
Todos os demais estão sujeitos a vicissitudes.
Por certo, alguns homens destacados podem servir de inspiração.
Há muitas pessoas honradas e notáveis, mas, como não são perfeitas, por vezes elas erram.
Para que o ideal do bem não pereça, convém admirá-las, mas sem excesso de expectativas.
***
Para o ser humano, no mundo, o modelo a considerar é Jesus.
Em Sua extrema pureza, Ele nunca Se equivocou.
Por toda a Sua vida, pairou acima de hipocrisias e de preconceitos, portando-Se com invariável sabedoria.
Seu Evangelho traz os roteiros a serem considerados, em quaisquer circunstâncias.
Se os homens, ainda frágeis, de vez em quando erram, isso é algo para ser lamentado, e não copiado.
Outra decorrência desse ensinamento consiste na impropriedade de se importar demais com a opinião dos outros.
Nessa linha, Jesus disse:
Ai de vós quando todos os homens falarem bem de vós, porque assim faziam seus pais em relação aos falsos
profetas.
***
Indubitavelmente, muitas pessoas existem de parecer estimável.
A elas se pode recorrer em momentos oportunos.
Mas ninguém deve desprezar a opinião da própria consciência.
A voz de Deus costuma se manifestar nesse santuário Divino.
Por ponderado que pareça um homem, ele corre o risco de se enganar em uma ou outra coisa.
Em caso de dúvida, convém refletir nos exemplos de Jesus e buscar no próprio íntimo a inspiração necessária.
No mais, constitui rematada loucura esperar a aprovação geral.
O alerta do Cristo, quanto ao consenso popular, segue atual e oportuno.
Em um ambiente de ilusões e contrastes como a Terra, não é possível agradar a todos simultaneamente.
A verdade costuma demorar para aparecer e o homem prudente jamais é aplaudido pelos imprudentes.
***
O próprio Cristo, em Sua época, não foi apreciado por toda a gente.
Para Maria Madalena, Ele era o Salvador.
Mas para Caifás, era o revolucionário perigoso.
O tempo foi a única força de esclarecimento geral.
Se você se encontra em serviço edificante e sua consciência o aprova, aquiete-se.
As opiniões levianas ou falsas pouco importam.
332

Não é possível conciliar o dever com a leviandade, nem a verdade com a mentira.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 158, nos apresenta o seguinte raciocínio:
O erro nunca deve ser tomado como exemplo.
Numa época de epidemia gripal, o estado normal de saúde não passa a ser este, somente porque a maioria das
pessoas está infectada.
Vacina-te contra os abusos e permanecerás com a vida em ordem, talvez sem os supérfluos, nunca, porém, com
escassez ou falta.
***
Extraído do Momento Espírita (título: Onde chegamos)
Referência: Questão 625 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e cap. 80 do livro CAMINHO, VERDADE E VIDA
por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #Jesus #evolução #sociedade #comportamento #tempo #consciência
#espiritismo
333

202 - DEPENDEMOS UNS DOS OUTROS

Aprendemos que Deus é infinito em Seus atributos.


Observando a natureza, nos extasiamos com Sua Criação, que nos fala de beleza, de harmonia, que nos oferece
sinfonias e telas de inigualável esplendor.
Porém, é ao olharmos nossa própria vida, que reconhecemos a Sua Sabedoria.
Ele nos fez para vivermos em SOCIEDADE. Para isso, nos dotou da palavra e de outras tantas faculdades, que nos
permitem o inter-relacionamento.
Desde o nascimento, Ele nos convida a apreciarmos essa bendita Lei de Sociedade, que nos diz o quanto somos
interdependentes uns dos outros.
Assim é que o nosso nascimento se dá através de outros, porque nenhum de nós pode dispensar o corpo da mãe
e o auxílio de alguém para vir ao mundo.
Na sequência dos dias, constatamos que um dos atos mais comuns, nossos primeiros banhos, foram dados por
outros.
Alguém nos alimentou, nos aconchegou, nos abrigou do frio e nos acolheu em braços de cuidados.
Recebemos um nome, o meio pelo qual nos identificamos, neste mundo. Ele nos foi dado por outros.
Adentramos os bancos escolares, para a ilustração do intelecto. Foram os outros que nos ensinaram a ler, a
escrever, a contar, a descobrir as maravilhas do Universo.
Crescemos e necessitamos de meios para nos mantermos. Mais uma vez, a nossa renda depende de outros.
Pode ser o nosso empregador, o nosso cliente, o nosso aluno, o nosso paciente. Outros.
São os outros que adquirem o livro que editamos, apreciam o quadro que colocamos em exposição, o agasalho
que tecemos, o bordado que acrescentou um especial detalhe a uma vestimenta.
Quando adoecemos, dependemos dos outros para a medicação, a cirurgia, os cuidados mais básicos, dependendo
do que nos aconteça.
Se nos destacamos na profissão, nas artes, conquistamos honras, ganhamos comendas, prêmios - tudo nos é dado
por outros.
São os outros que nos aplaudem, que nos falam do que estamos realizando bem e do que devemos aprimorar,
colaborando para nosso progresso.
Vivamos poucos dias ou várias décadas no corpo de carne, sem dúvida alguma, registramos que nossos cuidados
finais serão dados por outros.
Seja qual for o motivo que nos leva à morte física, nosso funeral será realizado por outros.
E os bens materiais que acumulamos, que retivemos com ciúme e apego, serão herdados por outros.
***
Em síntese, as diretrizes educacionais do Pai Celestial nos dizem, todos os dias, que dependemos uns dos outros.
Essa é a grande lição da fraternidade. Um semeia, outro colhe. Alguém transporta, comercializa, disponibiliza para
os demais.
Produzimos e nos servimos uns dos produtos dos outros. Os outros, nossos irmãos.
Quando entendermos essa grande lição, haveremos de mais exercitarmos a fraternidade, gratos aos outros pelo
que representam em nossa vida.
Tomaremos do pão e lembraremos do agricultor, do padeiro, da atendente que no-lo ofereceu.
Agradeceremos aos inventores, aos criadores do belo, do bom, do útil, de tudo de que nos servimos.
E nos haveremos de perceber irmanados, unidos, de tal forma que oferecemos o que temos com uma e com a
outra mão recebemos o que nos é ofertado.
***
334

No capítulo 7 da terceira parte do LIVRO DOS ESPÍRITOS nossos irmãos maiores nos explicam que Deus fez o ser
humano para viver em sociedade. E que a palavra e outras faculdades nos foram concedidas para uma vida de
relação com o semelhante.
E que, por, instinto os seres humanos buscam conviver em sociedade que e todos devem concorrer para o
progresso, auxiliando-se mutuamente.
E nos esclarecem que o ser humano que busca se isolar, acaba por se embrutecer e estiolar.
Alertam também que quem busca se isolar, faz isso por egoísmo, pois esquece a Lei de Amor e Caridade para com
o semelhante.
***
Extraído do Momento Espírita (título: Onde chegamos)
Referência: Questão 766 e seguintes de O LIVRO DOS ESPÍRITOS (Lei de Sociedade)
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #sociedade #leidesociedade #comportamento #fraternidade #reflexão
#espiritismo
335

203 - NOSSOS ANJOS GUARDIÕES


Quando se mencionam os anjos de guarda, quase sempre nos surgem à mente imagens de seres celestes, com asas brancas
e uma auréola luminosa a envolvê-los.
Foi assim que, através dos tempos, nós mesmos os idealizamos. E os artistas, pintores, escultores dessa forma os consagraram,
perpetuando essa nossa concepção.
No entanto, nossos anjos de guarda, que nos protegem e guardam, são apenas almas mais evoluídas do que nós.
Diga-se, bem mais evoluídas. Nem poderia ser diferente pois que sua missão é velar por seus protegidos.
Eles nos acompanham desde o nascimento até a morte física, podendo continuar conosco por mais tempo.
Têm a missão de nos encaminhar, de forma positiva, em nossas vidas, desde que lhes sejamos dóceis aos bons conselhos.
Eles agem, normalmente, como os pais para com os filhos. Guiam para o bom caminho, auxiliam com seus conselhos,
consolam nas aflições e nos sustentam a coragem frente às provas da vida.
***
Esses amigos espirituais são muito importantes para nós, embora nem sempre lhes saibamos agradecer pelo tanto que nos
ajudam.
No entanto, é importante termos ciência de que, por mais nos auxiliem, não são eles que determinam o rumo de nossas
existências.
Somos todos portadores de LIVRE-ARBÍTRIO, a liberdade de pensar e agir.
Por isso, quando nossas escolhas são negativas, opostas às suas sugestões, eles se afastam, em respeito à nossa liberdade.
Retornam quando lhes rogamos a presença, sempre atentos aos nossos comportamentos.
Esse assunto é tão cativante que deveria converter os mais incrédulos, por seu encanto e por sua doçura.
Pensar que temos sempre ao nosso lado, seres que nos são superiores, que estão ali para aconselhar, sustentar, ajudar a
escalar a montanha escarpada do bem.
Saber que são amigos mais firmes e mais devotados que as mais íntimas ligações que possamos ter na Terra é uma ideia
bastante consoladora.
***
Esses seres estão ali por ordem de Deus, que os colocou ao nosso lado.
Onde quer que estejamos, nosso anjo guardião estará conosco: nos cárceres, nos hospitais, nos lugares dos vícios, na solidão.
Nada nos separa desse amigo que não podemos ver, mas do qual recebemos os mais doces impulsos e os mais sábios
conselhos.
Infelizmente, muitos de nós desconhecemos essa verdade que nos ajudaria nos momentos de crise e nos salvaria de muitas
situações difíceis.
Ideal seria que mantivéssemos ligações com eles, essa terna intimidade que reina entre os melhores amigos!
E que não tentássemos lhes ocultar nada, pois eles são os olhos de Deus e não os podemos enganar!
Consideremos o futuro. Procuremos avançar nesta vida, e nossas provas serão mais curtas, nossas existências mais felizes.
Armemo-nos de coragem! Não estamos sós. Esses bons amigos, que somente desejam que sejamos felizes, têm os olhos
postos em nós.
Busquemos lhes ouvir os conselhos. Atendamos às suas sugestões.
Pensemos nisso.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 491 e 495, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #anjosguardiões #AnjosdaGuarda #protecao #missão #livrearbitrio
#espiritismo
336

204 - PRUDÊNCIA NO FALAR

Está se tornando comum o palavrão. A pouco e pouco, palavras de baixo calão vão sendo incorporadas ao
vocabulário. Passam a ser utilizadas, habitualmente.
Lá se foram os anos em que o palavrão era utilizado pelas pessoas ditas de má educação. Hoje, atingiu status.
Políticos se permitem utilizá-lo para defesa das suas ideias ou para a própria defesa.
O teatro foi inundado por artistas que fazem dos palavrões meios de comunicação. Tudo em nome de uma
pretensa arte.
A televisão exibe cenas de violência e sexo, manipulando gestos e palavrões. As empresas públicas, que exploram
a telefonia, permitem que, com o simples discar de um número, se ouçam piadas maliciosas e se aprendam mais
alguns palavrões.
Atores e atrizes não se limitam a dizer piadas fortes. Vão além. Fazem também gestos agressivos. E o pior: o público
aplaude. Como se ouvissem frases de efeito que encerrassem uma filosofia ou um ensinamento.
Pais ensinam aos filhos os palavrões. E as ocasiões para os utilizar. Para ofender os brios de alguém. Para irritar
simplesmente. Ou só para desabafar.
Observamos como a linguagem vai se tornando grosseira, grotesca.
***
Em O LIVRO DOS ESPÍRITOS aprendemos que se reconhecem os Espíritos pela linguagem. Entre os Espíritos,
como entre os homens, a linguagem é sempre um indicativo de qualidade moral e intelectual.
Ao abordar a questão da palavra, Jesus foi enérgico: Aquele que disser a seu irmão: "Raca, merecerá condenado
pelo conselho. Aquele que lhe disser: és louco, merecerá condenado ao fogo do inferno."
Raca, entre os hebreus, era um termo desdenhoso. Significava homem que nada vale. Era pronunciado cuspindo
e virando-se para o lado a cabeça.
Ao afirmar que mereceria o fogo do inferno, o que significa intenso sofrimento, Jesus vai bem longe. Como pode
uma simples palavra, louco, se revestir de tanta gravidade que mereça tão severa reprovação?
É que toda palavra exprime um sentimento e vai carregada de vibração correspondente. Desse modo, toda palavra
ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade. Constitui um golpe desferido na
fraternidade.
***
Quando vemos nossa infância e juventude absorvendo tão rapidamente os palavrões, esquecendo as verdadeiras
denominações dos objetos, lamentamos.
Alguns defendem o retorno aos antigos métodos repressores. Da pimenta na boca, palmada nos lábios à censura
ostensiva em todos os veículos de comunicação.
A repressão, a agressão não resolvem o problema. Existem sempre os que afirmam que a lei existe para ser violada.
O problema é, pois, de educação. Educação do pensamento para uso da palavra devida.
A boca fala do que está cheio o coração. A boca expressa os sentimentos. A ideia é uma força criadora e nossas
palavras aderem a ela elaborando formas e coisas.
De maneira simbólica, podemos comparar a palavra ao ferro gusa. Após escorrer do forno da nossa mente se
solidifica nos trilhos, bons ou maus, sobre os quais o comboio da nossa existência seguirá.
***
Habituemo-nos a falar o bem. Não incorporemos ao próprio vocabulário expressões de cunho malicioso ou
grotesco.
Vigiemos o pensamento. Habituemo-nos à boa leitura.
Alimentemos a mente e o coração com o que é belo e bom.
A palavra tem vida. Vitalizemos o bem.
***
337

E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 16, nos adverte:


Substitui, no teu vocabulário, as más pelas boas palavras.
Expressões chulas e vulgares, talvez estejam na moda, porém "envenenam o coração".
A palavra é instrumento da vida para a comunicação, o entendimento, e não arma de agressão, violência e
vulgaridade
O uso irregular das palavras corrompe a mente e rebaixa o homem.
O verbo expressa a qualidade moral do indivíduo.
Porque há pessoas que falam bem e são más, não é justo que sendo bom, te apresentes mal.
***
Extraído do Momento Espírita (título: Onde chegamos)
Referência: Questão 102 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, itens 3 e 4 do cap. IX do EVANGELHO DEGUNDO
O ESPIRITISMO e item 124 de O CONSOLADOR, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #palavra #comportamento #pensamento #reflexão #vigilância
#espiritismo
338

205 - O HÁBITO DA ORAÇÃO

Você tem orado ultimamente?


Você tem o hábito de orar ou só o faz quando a situação é bastante complicada?
Talvez, em momentos de aflição, você tenha descoberto a importância da prece, mas já conseguiu torná-la um
hábito em sua vida?
Não desses hábitos que beiram o automatismo, mas desses que praticamos com a consciência de que nos fazem
bem e são indispensáveis.
Vale a pena refletir sobre esse grande recurso que temos, conforme as palavras de um Espírito amigo:
A PRECE é uma aspiração sublime, à qual Deus concedeu um poder tão mágico, que os Espíritos a pedem
constantemente.
Orvalho suave, é como um refrigério para o pobre exilado na Terra, e uma disposição fecunda para a alma em
prova.
A prece age diretamente sobre o Espírito para o qual é dirigida.
Ela não transforma seus espinhos em rosas, mas modifica sua vida de sofrimentos (nada podendo sobre a vontade
imutável de Deus), imprimindo-lhe esse impulso de vontade que levanta a sua coragem, dando-lhe força para
lutar contra as provas e dominá-las.
Por esse meio é abreviado o caminho que conduz a Deus e, como efeito maravilhoso, nada pode ser comparado
à prece.
Aquele que blasfema contra a prece não passa de Espírito inferior, de tal modo terreno e atrasado que nem mesmo
compreende que deve apegar-se a essa tábua de salvação.
***
Ore, pois a prece é uma palavra descida do céu; é a gota de orvalho no cálice de uma flor; é o sustentáculo do
caniço durante a borrasca; é a tábua do pobre náufrago na tempestade; é o abrigo do mendigo e do órfão; é o
berço para a criança dormir.
A prece nos liga a Deus pela linguagem, chamando sua atenção para nós.
Orar por nós é amá-lO. Suplicar-Lhe por um irmão é um ato de amor dos mais meritórios.
A prece que vem do coração é a chave dos tesouros das bênçãos. É o administrador que oferece benefícios em
nome da misericórdia infinita.
A alma que se eleva para Deus por um desses impulsos sublimes da prece, desprendida de seu envoltório grosseiro,
apresenta-se cheia de confiança perante Ele, certa de obter o que pede com humildade.
Reflita em sua natureza. Conte as suas decepções e seus riscos. Sonde o abismo profundo para onde podem
arrastá-lo as paixões.
Olhe os que caem em torno de você e sentirá a necessidade imperiosa de recorrer à prece. É âncora de salvação
que impedirá o esfacelamento do seu navio, tão sacudido pelas tormentas do mundo.
***
A alma necessita da prece, assim como o corpo necessita de pão.
A oração é o alimento da alma, é o que lhe dá o sustento para o enfrentamento dos desafios inevitáveis dos dias.
A oração é exercício de altruísmo, quando em seus versos estão as súplicas pelas dores alheias.
Tornemos a prece um hábito de higiene espiritual.
Criemos esse momento de diálogo íntimo com nosso Criador.
Nossos dias serão muito mais agradáveis, nossa vida terá mais harmonia, quando mergulharmos realmente nas
benesses da oração.
***
E Joanna de Ângelis recomenda o seguinte sobre a prece (Livro VIDA FELIZ, 27):
339

Não desconsideres o valor e o poder da oração.


O corpo necessita de alimento adequado para manter-se. Assim também o Espírito, que é a fonte de vitalização
da matéria.
A prece constitui um combustível de alta qualidade para a sua harmonia.
Adquire o hábito de orar, incorpora-o aos outros mecanismos naturais da tua existência e constatarás os benefícios
disso decorrentes.
Não te negues o pão da vida, que é a prece sincera e afervorada.
***
Extraído do Momento Espírita (título: Gota de orvalho no cálice de uma flor)
Referência: Mensagem EFEITOS DA PRECE, por Espírito familiar, publicada na REVISTA ESPÍRITA, de
Allan Kardec, de novembro de 1861
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #prece #oração #pensamento #reflexão #espiritismo
340

206 - USAR AS PALAVRAS COM RESPONSABILIDADE

A palavra é faculdade natural que Deus concedeu ao homem. Graças a ela, o homem se expressa no Mundo,
vivendo em sociedade.
Quando bem utilizada, é veículo de bênçãos grandiosas.
Em periódico norte-americano, colhemos a história de um episódio acontecido com um industrial.
Sherman Rogers recebeu o cargo de administrador de um acampamento de madeireiros no Idaho.
Logo conheceu Tony, empregado que sempre vivia de mau humor e, por isso, pensou em despedi-lo.
Tony tinha como função cobrir de areia um morro coberto de gelo, para evitar que troncos de árvores gigantescos
escorregassem sobre os homens e os animais que trabalhavam nas encostas.
O proprietário da empresa abordou Sherman e lhe disse:
- Haja o que houver, aconselho-o a não mexer com Tony. Ele é irritadiço, birrento, impulsivo mas, em 40 anos desse
trabalho, nunca vi melhor empregado. Nunca se perdeu um só homem ou cavalo por negligência dele.
Naquela manhã gélida, Sherman observou Tony de pé, junto a uma fogueira. Mas ele não estava se aquecendo.
Estava aquecendo a areia que ia jogar na colina gelada coberta de neve.
O administrador se aproximou, cumprimentou o empregado e lhe falou:
- O patrão me disse que você é um excelente empregado.
A reação emocional de Tony foi comovedora. Seus olhos se encheram de lágrimas. Apertou demoradamente a
mão de Shermann. Depois, agarrou a pá e foi trabalhar com um vigor redobrado.
À noite, Tony foi o assunto de todas as conversas. Entre risadas, comentou-se que ele jogara tanta areia nas
encostas do morro que daria para cobrir uma dúzia deles.
E, mais: ele rira e fizera brincadeiras o dia inteiro.
Somente o administrador sabia o porquê do comportamento do operário.
Doze anos depois, encontrou Tony trabalhando como Superintendente na construção de uma ferrovia, em um dos
maiores acampamentos de madeireiros do oeste americano.
- Aquele momento em que o senhor me disse aquelas palavras estimuladoras mudou toda a minha vida, confessou
Tony a Sherman Rogers.
***
A palavra tem um poder que ainda estamos longe de aquilatar. Seu uso correto constrói impérios, e incorreto pode
destruir vidas.
SIM ou NÃO são palavras monossilábicas, mas que definem rumos para quem as ouve.
Um SIM pode concordar com a honra, a dignidade. Ou com a corrupção e a ganância desenfreada.
Um NÃO pode significar preguiça, indolência e acomodação. Ou motivar alguém a buscar novos caminhos, ante
aqueles que estão a se fechar.
Na educação da criança, SIM e NÃO têm pesos específicos. O que significará, no futuro, termos no Mundo um
homem de bem ou um corrupto.
***
A palavra adequada estimula, aquece corações, incentiva.
Pensemos nisso! E, na próxima vez que encontrar alguém triste, chateado ou revoltado, lembremos de utilizar a
palavra adequada para o retirar desse estado.
Acrescentemos um sorriso ao vocábulo que emitirmos e transformaremos a tristeza em serenidade.
Adicionemos um aperto de mão, um abraço às palavras de estímulo e conquistaremos amigos.
Agradeçamos às pessoas que estão à nossa volta por existirem.
Expressemos em palavras a gratidão.
Façamos as pessoas saber como elas são importantes na nossa vida, no Mundo.
341

Façamos isso e mudaremos o rumo de muitas vidas.


***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 89, nos recorda:
Se a tua palavra não tiver o objetivo de auxiliar, não a apresentes para criticar.
Há dois tipos de comportamento: O daqueles que fazem e o daqueloutros, que ficam de palanque, apontando
erros, criticando, atormentando a vida das pessoas.
Faze quanto te seja possível, sem aguardar aplauso, nem temer pedradas.
Torna-te membro do grupo que opera e fala com o objetivo superior de ser útil.
Se, os que dizem saber como se fazem as coisas, deixassem de opinar e as executassem, o mundo mudaria de
feição.
***
Extraído do Momento Espírita (título: A palavra que estimula)
Referência: artigo O USO DA PALAVRA, de José Ferraz, da Revista PRESENÇA ESPÍRITA nº 261, ed. Leal.
***
#momentoespirita #palavra #falar #responsabilidade #reflexão #espiritismo #infância #educação
342

207 - AMOR DE MÃE


Quando falamos a respeito do amor materno nos indagamos se será uma virtude ou um simples sentimento
instintivo, comum aos homens e aos animais.
E aprendemos com os luminares espirituais que se trata de uma e outra coisa.
A natureza deu à mãe o amor a seus filhos no interesse da conservação deles. No animal, porém, esse amor
se limita às necessidades materiais. Acaba quando desnecessário se tornam os cuidados.
No homem, persiste pela vida inteira e se traduz em devotamento e abnegação, que são virtudes.
Sobrevive mesmo à morte e acompanha o filho até no além-túmulo.
Trata-se, portanto, de algo bem diferente do que há no amor do animal.
***
Lembramos de um casal que aguardava, cheio de planos, o resultado do ultrassom que revelaria o sexo do seu
bebê.
Foram surpreendidos com a dolorosa notícia de que o seu bebê era anencéfalo, isto é, nasceria sem o cérebro.
Embora a possibilidade legal de abortamento, a jovem mãe optou por levar a gravidez até o final.
A pequenina nasceu em 29 de julho de 2019, com apenas algumas partes do crânio e do cérebro desenvolvidas.
Por um breve e preciosíssimo tempo, o casal pôde abraçar e beijar a filha e lhe dizer o quanto ela sempre seria
amada.
Então, uma hora após o parto, ela morreu.
A morte, todavia, não é o fim. Tanto para os que retornam às moradas do Pai quanto para aqueles que aqui
permanecem, há sempre um recomeço.
E recomeçar, mesmo em meio às lágrimas, foi o que fez aquele coração materno.
Ela sabia que seu corpo produziria leite, pois se preparara para amamentar o seu bebê. Ela se dispôs a coletá-
lo e armazená-lo em potinhos, oferecendo aos recém-nascidos cujas mães não os podiam amamentar.
Dois meses após o falecimento de sua filha, Alexis conseguira mais de mil potinhos de leite.
- Quando descobri a condição de minha filha - falou aquele coração de mãe - eu sabia que não poderia salvá-
la, mas ao menos poderia ajudar a salvar a vida de outros bebês.
Postura de um grande coração materno.
***
Que grande dia será quando tivermos a consciência de que todos podemos colaborar na sacrossanta missão
atribuída à maternidade.
Missão de acolher, de sacrificar interesses pessoais em favor dos que mais precisam.
Todos nos assemelhamos às mães quando damos vida àqueles que vivem à margem dela: os esquecidos, os
abandonados, os que perderam a esperança de dias melhores.
Enfim, quando percebemos que toda a Criação Divina é um grande ato de maternidade.
***
Como são perfumadas as mãos das mães da Terra!
As rosas celestes, perfumes do amor divino, lhes são confiadas pelo Criador e a elas compete a sagrada missão
de distribui-las pela Terra.
Deus nos deu a vida do Espírito e, por meio das mães, estabeleceu que recebêssemos a existência material,
em um autêntico milagre da Criação.
A todas as mães, encarnadas e desencarnadas, pelo zelo, pelos cuidados, pelo amor desinteressado que nos
conduz ao Pai, a nossa infinita gratidão.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 890 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e fatos da Família Mckinleigh.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #mãe #maternidade #amor #familia #família
343

208 - O MAL QUE EU FAÇO...

Não é o mal que me fazem que realmente me faz mal, mas sim o mal que eu faço.
Queixamo-nos muito do mal que nos fazem, daquilo que somos obrigados a suportar das pessoas, dos ataques,
dos comportamentos violentos, das injustiças que sofremos aqui e ali.
Curioso é que esse suposto mal em verdade não nos faz mal.
O mal que fazemos é o que realmente nos faz mal.
Vamos entender melhor.
Consideremos o seguinte: No Universo, comandado por Deus, não há injustiçados. Suas leis perfeitas
permitem que o sofrer só nos chegue quando necessário. E apenas para nos educar - nada mais.
Assim, a violência que nos alcança, as avalanches que nos carregam à força, não estão em verdade nos fazendo
mal. Pois, elas são corrigendas da vida. São provas e expiações. Desafios e reparos à lei anteriormente
desrespeitada.
Embora nos tragam incômodo, prejuízos materiais e momentos de tensão, estão moldando nossa alma.
Em muitos casos, estão nos libertando de um mal que causamos em algum momento.
***
E o mal que deliberadamente causamos a alguém ou a nós mesmos?
Esse sim, nos faz mal... Somos nós infringindo as leis, somos nós trazendo para a vida aflições desnecessárias.
Nesse caso, somos os infratores. Somos nós que estamos adquirindo compromissos. Somos nós que nos
estamos colocando no caminho da necessidade de resgate posterior.
Percebamos a diferença. No primeiro caso, estamos nos libertando do erro, quitando uma dívida, nos
liberando dos compromissos com a lei.
No segundo caso, estamos contraindo dívidas. Estamos nos colocando no começo de um processo doloroso,
que poderia ter sido evitado.
Os mecanismos das leis divinas, muitas vezes, nos colocam na situação daqueles que ofendemos, daqueles
que desvirtuamos, fazendo-nos conhecer o outro lado, como uma grande lição.
Para que não mais façamos ao outro aquilo que não gostaríamos que nos fizessem.
Ninguém, em sã consciência, deseja sofrer, obviamente, mas essa visão nos ajuda a entender melhor porque
o mal nos alcança com tanta veemência.
Essa visão nos ajuda a compreender, a nos resignar e, principalmente, a não devolver o mal recebido.
Devolver significaria iniciar um novo ciclo, que poderia estar acabando ali, naquele instante, se soubéssemos
receber o mal com sabedoria.
Pensemos nisso: se causarmos mal a alguém, causamos a nós mesmos.
O que fizermos ao outro, estamos fazendo conosco. É uma sementeira.
Dessa forma, que tal invertermos tudo isso e semearmos o bem?
***
Pequeninas sementeiras de bondade geram abençoadas fontes de alegria.
O trabalho bem vivido produz o tesouro da competência.
Atitudes de compreensão e gentileza estabelecem solidariedade e respeito, junto de nós.
Otimismo e esperança, nobreza de caráter e puras intenções atraem preciosas oportunidades de serviço,
em nosso favor.
Todo dia é tempo de semear.
Todo dia é tempo de colher.
Não é preciso atravessar a sombra do túmulo para encontrar a justiça, face a face. Nos princípios de causa e
efeito, achamo-nos incessantemente sob a orientação dela, em todos os instantes de nossa vida.
***
Redação do Momento Espírita, com citações do cap. 160, do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB
***
#momentoespirita #fonteviva #semear #semeadura #causaeefeito #justica #bem #mal #justicadivina
#reflexão #doutrinaespirita
344

209 - FAZER O BEM EM CONDIÇÕES ADVERSAS

Ela foi chamada Phillis porque esse era o nome do navio negreiro que a trouxe, aos sete anos, da África para
a América do Norte. E Wheatley, por ser o nome da família da cidade de Boston, que a comprou.
Os filhos da família a ensinaram a ler e a escrever. Ponto importante em seu aprendizado foi o fato do
negociante John Wheatley ser um conhecido progressista.
Aos doze anos, Phillis Wheatley se deliciava lendo os clássicos.
Aos treze anos, escreveu seu primeiro poema. A partir de então, John passou a apoiar ainda mais a sua
educação, tirando-a dos afazeres, que foram delegados a outros escravos.
Para provar que fora ela mesma quem escrevera o poema foi interrogada por um grupo de intelectuais de
Boston, que assinaram atestado da autenticidade da autoria.
Eram tempos difíceis para uma mulher, negra e escrava.
Ela foi a primeira escritora afro-americana a publicar um livro nos Estados Unidos e a segunda mulher a fazê-
lo na América.
Depois da morte de seu benfeitor, ela foi emancipada, conforme registro das suas últimas vontades.
Dificuldades que lhe envolveram a vida, determinaram sua morte aos trinta e um anos de idade.
***
Alguns poderão dizer que ela foi privilegiada por Deus, para fazer o que fez, em tão adversas condições e numa
época de tantos preconceitos.
No entanto, para quem conhece as Leis Divinas e a Sabedoria do Pai, tudo está muito claro.
Tratava-se de uma alma antiga, trazendo, em sua intimidade, conhecimentos antes adquiridos e, tendo a
mínima possibilidade de colocar seu saber em prática, o fez.
Passou por todos os tipos de testes a que os homens a submeteram. Mostrou que, embora nem todos a
respeitassem, pela sua condição, era portadora de uma alma lúcida e nobre.
***
Aprendemos, nas obras espíritas, que o Espírito que progrediu não retrocede.
Poderá escolher para renascer, uma posição mais precária do que as que já teve, para servir-lhe de
ensinamento e ajudá-lo a progredir.
Dessa forma, o saber e moralidade conquistados estarão sempre presentes para ajudar no constante
aprendizado e trabalho a realizar.
As grandes diferenças sociais com as quais o ser humano luta na Terra não partem das Leis Divinas, mas do
orgulho e da conveniência dos homens.
As leis humanas, nas variadas épocas, vão perecendo, se modificando, ao influxo das Leis Divinas.
Quando o egoísmo, o orgulho, a vaidade e os interesses mesquinhos deixarem de existir, desaparecerão os
preconceitos que dividem os seres humanos.
O merecimento será a bússola a que todos se renderão, pois será o fiel da balança respeitado.
Então, nos reconheceremos como filhos de Deus, participantes de uma única e sólida família universal, onde
nosso bem-estar primordial dependerá do bem-estar de nossos irmãos.
Entenderemos que só o Espírito é mais ou menos puro, e isso não depende da cor da pele, da nacionalidade,
da posição social, ou crença religiosa.
Aparência e posições materiais ficarão perdidas no tempo.
Somos Espíritos imortais fadados à perfeição.
Este o grande desafio que nos está proposto: alcançarmos o nosso destino como filhos de Deus.
***
Extraído do Momento Espírita (Título Original: A Pioneira)
Referência: Questão 805 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e dados biográficos de Phillis Wheatley.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #bondade #dificuldades #fazerobem #evolução #comportamento #progresso
#filhosdeDeus
345

210 - NAO SOFRER POR ANTECIPAÇÃO

Hoje um dos maiores problemas da humanidade é o que chamamos sofrer por antecipação.
Pois vira um transtorno com o individuo sofrendo todas alterações físicas por algo que esta só na imaginação e
que ainda nem aconteceu.
A nossa mente subconsciente não sabe o que é real e o que é imaginário, ela vai reagir como se aquilo que está
sendo imaginado estivesse realmente acontecendo.
Muitas vezes as alterações físicas são diarréias, perda do sono ou despertar frequente, tremores, transpiração fria,
ansiedade, nervosismo, ou seja alterações que provocam grande sofrimento a pessoa e o pior sem que aquilo
realmente esteja acontecendo mas sim a imaginação do que possa acontecer e na maioria das vezes nem
acontecerá.
André Luis escreveu:
Não se aflija por antecipação, porquanto é possível que a vida resolva o seu problema, ainda hoje, sem qualquer
esforço de sua parte.
Não é a preocupação que aniquila a pessoa e sim a preocupação em virtude da preocupação.
Antes das suas dificuldades de agora, você já faceou inúmeras outras e já se livrou de todas elas, com o auxílio
invisível de Deus.
Uma pessoa ocupada em servir nunca dispõe de tempo para lembrar injúria ou ingratidão.
Disse um notável filósofo: "uma criatura irritada está sempre cheia de veneno", e podemos acrescentar: "e de
enfermidade também".
Trabalhe antes, durante e depois de qualquer crise e o trabalho garantirá sua paz.
Conte as bênçãos que lhe enriquecem a vida, em anotando os males que porventura lhe visitem o coração, para
reconhecer o saldo imenso de vantagens a seu favor.
Geralmente, o mal é o bem mal-interpretado.
Em qualquer fracasso, compreenda que se você pode trabalhar, pode igualmente servir, e quem pode servir
carrega consigo um tesouro nas mãos.
Por maior lhe seja o fardo do sofrimento, lembre-se de que Deus, que agüentou você ontem, agüentará também
hoje
***
Extraído do Momento Espírita, com base no livro SINAL VERDDE de André Luiz e Francisco Cândido
Xavier
***
#momentoespirita #sofrimento #aflição #vida #problemas #conselhos #ansiedade
346

211- PLANEJAMENTO FAMILIAR

Dentre os problemas que preocupam as criaturas, na face da Terra, está o planejamento familiar.
Apontam-se estatísticas alarmantes, tentando mostrar o fantasma da superpopulação em uma Terra
semi-exaurida, incapaz de alimentar a todas as bocas. Fala-se de miséria e de fome.
É da competência exclusiva do casal estabelecer o número de filhos ideal, o período mais propício para
a gravidez, elegendo, ainda, o método contraceptivo que utilizará.
Importante recordar que a planificação da família se dá no mundo extrafísico, antes do renascimento.
Aqui, na Terra, somente é ratificado pelo marido e mulher.
Como não errar na planificação agora? Basta que o casal, ao limitar o número de filhos que deseje para
si, o faça sob as bênçãos do Evangelho, desprovido do egoísmo, comodismo e vaidade.
E quanto ao período propício, leve em consideração a necessidade do organismo da mulher se recompor
após a gravidez, o parto, a amamentação, bem assim as exigências do bebê nos primeiros anos de vida.
Importante igualmente que não se escolham métodos contraceptivos radicais.
Dada a eventualidade de estabelecermos o número menor do compromisso assumido anteriormente,
chegará o designado pelas vias normais da maternidade.
Se assim não for, poderão nos chegar por via indireta, através de terceiros, por vezes, não como amigos.
***
Os métodos artificiais para a contracepção são muito antigos.
No papiro de Pétri, datado de 1850 a.C. há a descrição de várias misturas de mel e carbonato de sódio,
de fezes de crocodilo, de gomas de árvores para uso intravaginal.
O objetivo era modificar o Ph vaginal, reduzindo a mobilidade dos espermatozoides.
Os antigos hebreus prescreviam substâncias esponjosas para a mulher, entre outros métodos.
Na Grécia e Roma, datam do Século IV a.C. as informações de como evitavam a procriação de certos
animais, utilizando óleo de cedro ou óleo de oliva com incenso.
O condom, a nossa tão falada camisinha, era conhecida dos romanos. Largamente utilizada na Idade
Média, com o objetivo principal de se preservar de doenças sexualmente transmissíveis.
Hoje, além dos métodos de barreiras, químicos ou hormonais, há um elenco de métodos naturais.
De um modo geral, são preteridos por exigirem do casal entendimento e disciplina.
Mas se não conseguirmos colocar disciplina no desejo sexual, como pretendemos que ela se apresente
em outros setores da nossa vida?
Dessa forma, por se entregar ao gozo sexual quando o desejem, muitos preferem os métodos artificiais
que podem apresentar consequências danosas ao físico e ao psiquismo da criatura.
Em 1857, quando do lançamento de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, já encontramos as referências aos
obstáculos à reprodução.
Analisados pelos Espíritos, afirmam esses que, quando tais usos têm por objetivo deter a reprodução,
visando a satisfação da sensualidade somente, demonstram a predominância do corpo sobre a alma e o
quanto o homem está imerso na matéria.
***
Antes de aderires ao entusiasmo reinante para a limitação dos filhos, reparte com o outro cônjuge as
tuas preocupações.
Discute o problema à luz da reencarnação.
347

Não o faças somente considerando fatores econômicos, os da superpopulação.


O Senhor dispõe de recursos de que não cogitas.
Acolhe, da melhor maneira, os filhos que baterem à porta do coração.
Da forma como os receberes dependerá serem amigos generosos ou adversários rudes de que não te
libertarás com facilidade.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 694 e 725 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e Cap. 14 do livro LEIS MORAIS DA VIDA,
por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #planejamentofamiliar #familia #FAMÍLIA #filhos #doutrinaespirita
#espiritismo #apendizado
348

212 - FALANDO DE PROIBIÇÕES


Quando somos crianças, ouvimos muito a palavra NÃO.
- Não ponha o dedo na tomada.
- Não morda seu irmão.
- Não tome friagem.
- Não vá lá que é perigoso.
- Não faça isso.
- Não faça aquilo.
Os pais usam uma lista de proibições para poupar e proteger seus filhos de males que os poderiam alcançar, como
consequência de determinadas ações.
Quanto mais nova a criança, menor sua condição de compreender a extensão que certas atitudes podem gerar.
Os pais, então, não negociam. Impõem proibições para preservar de perigos e sofrimentos, tanto a elas mesmas
quanto a quem as cerca.
À medida que a criança cresce e amadurece, vai ampliando sua capacidade de compreensão.
Quanto mais madura, maior é a noção da relação entre causa e efeito.
O não ponha o dedo na tomada passa a fazer sentido porque o choque causado por essa ação provoca dor. E o
ser humano não aprecia a dor.
O não morda seu irmão é compreensível porque, além de provocar dor no outro, pode haver revide.
O não tome friagem protege de adoecer e ficar acamado.
Assim, aquela lista de proibições passa a ter um caráter de preservação da dor e do mal, sinal de que os pais se
importam com ela. E se importam porque amam seus filhos.
***
Quando a Humanidade estava na sua infância, saindo da barbárie, Deus, Pai de infinito amor, enviou, por meio de
Moisés, uma lista de regras para uma vida mais equilibrada e um convívio harmônico na Terra.
Essa lista contém os DEZ MANDAMENTOS e, entre eles, diversas proibições:
- Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.
- Não matarás.
- Não cometerás adultério.
- Não furtarás.
- Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
- Não desejarás a mulher do próximo.
- Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem
outra coisa alguma que lhe pertença.
Naquela época, a Humanidade não conseguia compreender o alcance dessas regras.
Também não tinha conhecimento de que esses mandamentos traziam a essência da Lei Divina, a única necessária
à felicidade do homem, pois lhe indica o que deve fazer ou não fazer, e ele se torna infeliz porque dela se afasta.
Da mesma forma que algumas crianças desafiam os pais e transgridem as regras, vindo a sofrer depois, muitos de
nós também nos negamos a seguir a Lei Divina.
***
O sofrimento que nossa imaturidade e rebeldia nos causam se reflete também nos que nos cercam.
Assim a Humanidade segue, tendo em seu seio pessoas que vivem às turras com a lei, causando para si e para
outros variados sofrimentos.
Também aquelas que não veem essas proibições como autoritarismo, mas sim como prova de amor.
Essas não brigam com Deus, não O desafiam, pois sabem que isso lhes irá causar sofrimento.
349

Compreendem que Deus é um Pai amoroso, aguardando que Seus filhos tenham maturidade para entender as
Leis que regem o Universo.
E Deus sabe que quando isso acontecer, nenhuma proibição será necessária, pois os seres humanos agirão com
consciência, visando sempre ao bem de tudo e de todos.
***
E Jesus, quando de sua vinda, resumiu os DEZ MANDAMENTOS a apenas 2, onde afirmou: Amarás ao Senhor Deus
sobre todas as coisas e ao próximo como a tí mesmo.
E emendou: Nestes dois mandamentos estão contidas toda a Lei e todos os profetas...
Aí fica a pergunta: Estamos nos esforçando para praticar estes mandamentos?
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 614 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e Cap. 1 de O EVANGELHO SEGUNDO O
ESPIRITISMO, por Allan Kardec.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #evangelhosegundooespiritismo #dezmandamentos #educação
#evolução #aprendizado
350

213 - VISÃO ESPÍRITA DA INFÂNCIA


As crianças são os seres que Deus manda a novas existências.
Para que não lhe possam imputar excessiva severidade, dá-lhes Ele todos os aspectos da inocência.
Ainda quando se trata de uma criança de maus pendores, suas más ações são cobertas com a capa da
inconsciência.
Essa inocência não constitui superioridade real com relação ao que eram antes, não. É a imagem do que deveriam
ser.
***
Já paramos para pensar que cada criança é um Espírito como nós?
A criança é um outro ser, que retorna à Terra com objetivos muito claros, trazendo uma bagagem rica de diversas
experiências anteriores.
Parece estranho, num primeiro momento, pois ela se nos apresenta completamente nova, como um ser que nunca
conheceu o que é viver antes.
Precisa aprender tudo, depende de todos e não traz lembranças de um suposto passado.
Se abrirmos a mente um pouco enxergaremos mais uma das grandes propostas do Criador para nossa existência
espiritual.
Trata-se do projeto de renovação chamado REENCARNAÇÃO.
Cada vez que tornamos a habitar um planeta precisamos estar com a roupagem adequada. Um novo corpo, que
moldamos de acordo com nossas possibilidades e necessidades.
Nesse projeto de renovação está incluso o esquecimento do passado, para que nada atrapalhe os novos planos.
Incluído também o mecanismo minucioso que nos permite retornar à carne, que vai desde a fecundação dos
gametas, passando pela importante gestação, até chegar ao nascimento propriamente dito.
Sem exceção, todos chegamos nas encarnações como bebês. Um corpo pequeno, delicado, frágil. Incapaz de
sobreviver sozinho. Sempre dependerá de alguém que o cuide.
***
Aí vemos uma das grandes lições da reencarnação: já dependemos de alguém, nossa vida esteve nas mãos de
outras pessoas e elas possibilitaram que chegássemos onde estamos hoje.
Poucos não nos encantamos com os bebês. Eles inspiram amor, carinho, cuidados, naturalmente.
Imaginemos se retornássemos à Terra crescidos, adultos, cheios de costumes, vícios e pensamentos pré-
formatados, sem necessidade dos aprendizados básicos, sem depender de outros, como seria difícil, ou até,
impossível, esse projeto grandioso do Criador.
Ainda, durante os primeiros sete anos de vida, em especial, temos outro projeto extraordinário - a infância.
A delicadeza da infância nos torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que nos devem fazer
progredir.
Nessa fase é que se pode reformar os caracteres, trabalhando os maus pendores e reforçando as tendências
positivas.
Há algo de mágico na infância, pois de certa forma ela representa a imagem do que deveríamos ser. Não nos
referimos aos aspectos da inexperiência ou falta de conhecimento das coisas, mas sim à pureza de alma.
A infância exala singeleza, simplicidade, uma certa inocência...
É o Criador nos mostrando o perfil do futuro. Uma parte do que deveremos nos tornar tão logo aprendamos a
amar.
Percebamos os projetos do Criador para nós. Percebamos quanto somos importantes e todo o cuidado que
recebemos para que nossa evolução possa acontecer.
***
E Joanna de Ângelis, ciente da importância da fase infantil, em VIDA FELIZ, 195, nos aconselha:
351

Quem aspira por um futuro melhor para a Humanidade, deve contribuir para a educação e a vida infantil.
O que se aplique na criança, será devolvido com juros.
O investimento de amor retornará em forma de bênçãos salvadoras e o de abandono volverá como delinquência
e desgraça.
Se te faltam recursos mais específicos para auxiliar a criança, oferece-lhe palavras lúcidas, que não corrompem, e
exemplos que as estimulem a ser verdadeiros cidadãos mais tarde.
Constrói hoje os teus dias de amanhã.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 384 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #evolução #aprendizado #infância #crianca #reencarnação
#doutrinaespirita #espiritismo
352

214 - QUANDO SEREMOS CIVILIZADOS?


Conta-se a respeito de um estrangeiro que, certa vez, entrou numa estação de metrô em Estocolmo, na Suécia.
Ele notou que havia, entre muitas catracas comuns, uma de passagem grátis e livre.
Curioso, questionou à vendedora de bilhetes o porquê daquela catraca permanentemente liberada, sem nenhum
segurança por perto.
Ela explicou, com naturalidade, que aquela era destinada às pessoas que, por qualquer motivo, não tivessem
dinheiro para o bilhete da passagem.
Com sua mente incrédula, estranhando a resposta, não conteve a pergunta que para ele parecia óbvia: E se a
pessoa tiver dinheiro, mas simplesmente não quiser pagar?
A vendedora espremeu os olhos límpidos e azuis, num sorriso de pureza constrangedora, e respondeu, objetiva:
- Mas, por que ela faria isso?
Atônito, o estrangeiro pagou o bilhete e passou pela catraca comum, seguido de uma multidão que também havia
realizado o mesmo procedimento que ele.
A catraca livre continuou vazia.
***
A HONESTIDADE é um valor libertador para um povo. É condição fundamental para que seja considerado civilizado.
Indagados os Espíritos superiores a respeito dos sinais pelos quais podemos reconhecer uma civilização completa,
responderam:
"Vós a reconhecereis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque tendes feito
grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis melhor do que os selvagens.
Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade
houverdes banido os vícios que a desonram, e quando viverdes como irmãos, praticando a caridade cristã.
Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que percorreram a primeira fase da civilização".
Fica evidente que estamos construindo uma civilização na Terra. Somos apenas povo esclarecido, na grande
maioria.
***
A corrupção, a desonestidade e a mentira ainda desonram nossas sociedades. São vícios morais graves que nos
têm trazido consequências desastrosas.
Queixamo-nos de nossos líderes afirmando que são incapazes, egoístas e inescrupulosos. Porém, esquecemos
que são apenas amostra do povo que os elege, que os têm como representantes.
A conquista da civilização completa se dá dentro de cada um de nós, quando, individualmente, assumimos uma
nova postura.
Se o outro não mudou, a responsabilidade e as consequências são dele. Se aguardarmos a transformação do outro
para realizar a nossa, nunca sairemos do estágio moral onde ainda nos encontramos.
Como nação, seremos civilizados, quando cada um de nós, como indivíduo, assim se tornar.
Agir de acordo com o bem comum e não apenas em função do que é melhor para nós; respeitar os limites do nosso
próximo e enxergá-lo como irmão de caminhada, são passos iniciais na construção dessa civilização plena por
todos sonhada.
Construamos um ser civilizado em nós; depois, através do exemplo, edifiquemos uma família civilizada; essa
família honrada, por sua vez, influenciará mais um tanto de pessoas que desfrutam de sua convivência salutar; e
assim por diante, até regenerar o mundo todo.
O mundo se transforma, quando nós somos a transformação que desejamos ver nele.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 192, diante da degradação dos valores morais em nossa sociedade, assim se
pronuncia:
353

Generaliza-se a idéia falsa de que o homem honesto e trabalhador é um idiota.


Assim afirmam diante da prosperidade material da injustiça e do furto, da ignomínia e do suborno, que assumem
proporções devastadoras no organismo social.
Não têm, porém, razão aqueles que assim pensam e agem, porquanto, a abundância material sem a dignidade
perverte os costumes, desorganiza o homem e envilece a alma.
Só a honra prevalece, e o bem subsiste a tudo.
Continua sábio, agindo com elevação.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 793 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #evolução #civilização #honestidade #responsabilidade #futuro
#doutrinaespirita #espiritismo
354

215 - CORAGEM PARA DEFENDER O QUE É CERTO

Existem pessoas que se confundem ao meio em que vivem a tal ponto que perdem a própria identidade. É a esse
tipo de criaturas que Jesus chama raça de víboras.
Pelo mimetismo, capacidade que certos animais possuem de tomarem a cor e a configuração dos objetos em cujo
meio habitam, a víbora se confunde, por assim dizer, ao meio, tornando difícil a sua localização.
Muitos de nós, em situações adversas, preferimos nos deixar confundir com o meio do que sermos taxados de
piegas ou moralistas indesejáveis.
Se estamos no meio dos corruptos, aplaudimos a corrupção.
Se nos encontramos entre os viciados, apoiamos o vício.
Se estamos com os sexólatras, louvamos a sexolatria.
Se estamos rodeados por pessoas honestas e dignas, enaltecemos a honestidade e a dignidade.
Falta-nos a coragem moral para nos posicionarmos de conformidade com a nossa consciência, independente do
meio em que nos achemos.
Como cristãos, sabemos qual é a postura correta, mas preferimos nos deixar levar pela maioria pensando enganar
a própria consciência. Esquecemos a recomendação do Homem de Nazaré: Seja o seu falar sim, sim, não, não.
Todo mundo faz! Este é o argumento com o qual alguns de nós tentamos justificar os atos indignos.
***
No momento em que Jesus se refere aos fariseus como raça de víboras, enfatiza também que todo pecado ou
blasfêmia nos serão perdoados, exceto os cometidos contra o Espírito, contra a consciência.
O que o Cristo quis dizer é que os equívocos cometidos por ignorância, não serão contabilizados pelas leis maiores
como infração, mas como tentativa mal sucedida.
Mas as infrações cometidas com conhecimento de causa, ou seja, contra a consciência, essas não serão perdoadas,
e o infrator responderá por elas diante das leis que regem a vida.
Assim, a desculpa de que todo mundo faz, não nos isentará da responsabilidade pessoal, pois a cada um será dado
conforme suas obras, e não conforme as obras da maioria, pois o mérito ou demérito são individuais e
intransferíveis.
Dessa forma, por mais que tentemos nos confundir com o todo ou com a maioria, não impediremos que as leis
divinas nos localizem e registrem as nossas mais secretas intenções.
Deixemos o mimetismo para os animais e tomemos a postura cristã onde quer que estejamos, sem receio.
Sejamos firmes em nossas decisões nobres, sem nos preocuparmos em agradar as massas, mas com a única
preocupação de agradar a Deus.
***
Allan Kardec, ao codificar a Doutrina Espírita, teve oportunidade de perguntar aos Espíritos:
- Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
Os benfeitores responderam:
- Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem,
preponderarão.
Esta e outras tantas questões estão em O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
Aproveite para conhecê-lo, neste ano em que completa cento e cinquenta e seis anos de esclarecimento e consolo.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 158, nos alerta:
Os negócios escusos dão rendimentos venenosos.
Muitas pessoas justificam-nos e exaltam os lucros deles advindos, informando que são frutos da época e todos
devem aproveitar a ocasião.
355

Como a moral está desgovernada, não te deixes conduzir por ela, antes controla os abusos e excessos que te
cheguem, a fim de corrigires a situação caótica.
O erro nunca deve ser tomado como exemplo.
Numa época de epidemia gripal, o estado normal de saúde não passa a ser este, somente porque a maioria das
pessoas está infectada.
Vacina-te contra os abusos e permanecerás com a vida em ordem, talvez sem os supérfluos, nunca, porém, com
escassez ou falta.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 932 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #coragem #comportamento #honestidade #responsabilidade #fariseus
#doutrinaespirita
356

216 - REENCARNAÇÃO SEM ACOMODAÇÃO


Quando a temática da multiplicidade das vidas é trazida à discussão, ouvem-se observações estranhas.
Imaginam alguns que o fato de saber que tornaremos a reencarnar pode nos conduzir à acomodação, deixando
para a próxima existência a solução de dificuldades do presente.
Tal forma de pensar nada tem a ver com o verdadeiro ensino dos espíritos.
O retorno a um novo corpo obedece sempre a lei do progresso. O objetivo é de melhoramento contínuo.
Nada de estagnação, portanto.
Conscientizados de que a felicidade está na conquista da perfeição relativa, é natural que os espíritos primem por
galgar com rapidez os degraus evolutivos.
Dívidas a saldar? Por que não ressarci-las logo? Não é este o nosso proceder perante prestações e contas a pagar?
Como nos sentimos aliviados ao concluir o pagamento de um bem adquirido! Como nos satisfazemos com a nota
promissória ou duplicata quitada, em mãos!
Não é diferente no que diz respeito a débitos do passado.
Ansiamos por resgatá-los desde que, libertos da problemática, poderemos estabelecer metas mais arrojadas de
crescimento.
Conquistar a sabedoria, progredir é o que almejamos.
Nesse compasso, nosso empenho é sempre crescer, aprender mais. Aqueles que pensamos de forma diversa, mais
cedo ou mais tarde, nesta vida ou na espiritual, nos daremos conta do tempo perdido.
Exatamente como o aluno relapso que, chegado ao fim do ano letivo, e não tendo conquistado as notas devidas,
sente-se entristecido ante a perspectiva de ter que repetir o mesmo aprendizado que desprezou.
***
Nada na lei de Deus que não seja perfeito.
O planejamento divino estabeleceu para todos nós uma escalada de progresso e venturas. Ninguém que escape
ao contexto.
E quanto mais nos adiantarmos na vida presente, menos longas e penosas nos serão as existências futuras. A cada
dia construímos o nosso amanhã.
Os que desejam chegar antes ao topo da montanha, certamente não se permitem descanso exagerado,
comodismo ou desculpismo.
Trabalharemos com afinco para galgar com maior rapidez os degraus da ciência e do amor, do saber e do
sentimento.
***
Você sabia que a marcha dos espíritos, através das várias existências corporais, é sempre progressiva?
E que a vida corporal é uma espécie de filtro, de depurador pelo qual passam os espíritos para chegarem à
perfeição que lhes cabe?
Isto quer dizer que a vida do espírito se constitui de uma série de experiências corporais, como cada vida humana
se constitui de uma série de dias, nos quais o homem adquire maior experiência e instrução.
***
E Joanna de Ângelis, no livro ESTUDOS ESPÍRITAS, no capítulo RENASCER, nos explica:
Foi Jesus, indubitavelmente, quem melhor afirmou a necessidade da reencarnação, a fim de que o homem possa
atingir o Reino de Deus.
Em seu diálogo com Nicodemos, em João, 3:1-15, asseverou iniludivelmente que o retorno à organização física
para reparar e aprender, nascendo "do corpo e do espírito", repetindo as experiências que a necessidade impõe
para a própria redenção. Não obstante Nicodemos interrogar: como tal seria possível, retornar ao ventre materno?,
o Senhor assegurou-o, interrogando-o, a seu turno: como seria crível que ele, doutor em Jerusalém, ignorasse
aquilo, que era conhecido pelos estudiosos e profetas?!
357

Interpretou-se por longos anos, erradamente, que o batismo produziria o renascimento do homem.
O Senhor, porém, foi incisivo quanto ao retorno à vida física.
Os modernos conhecimentos científicos atestam que as primeiras formas de vida, desde a concepção, se fazem
em ambiente aquoso, seja a própria constituição do gameta feminino como o masculino, de cuja fusão (água)
nasce o novo corpo, que, adquirindo personalidade diversa da que possuía antes (espírito), recomeça o cadinho
purificador, expungindo males e sublimando experiências para "entrar no Reino dos Céus".
E, no mesmo capítulo a nobre mentora espiritual nos lembra que:
A reencarnação é a mais excelente demonstração da Justiça Divina, em relação aos infratores das Leis, na
trajetória humana, facultando-lhes a oportunidade de ressarcirem numa os erros cometidos nas existências
transatas.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 191 e 195 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e livro ESTUDOS ESPÍRITAS, capítulo
RENASCER
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #reencarnação #evolução #progresso #doutrinaespirita #espiritismo
358

217 - O PAPEL DA DOR EM NOSSAS VIDAS


Você já parou para pensar na razão da existência da dor, do sofrimento, em nossas vidas?
Talvez num daqueles momentos de extrema angústia, em que o coração parece apertar forte, você tenha
pensado em Deus, na vida, e gritado intimamente: Por quê?!
Os benfeitores espirituais vêm nos esclarecer que a dor é uma lei de equilíbrio e educação.
Léon Denis, reconhecido escritor francês, em sua obra O problema do ser, do destino e da dor, esclarece que
o gênio não é somente o resultado de trabalhos seculares; é também a apoteose, a coroação de sofrimento
De Homero a Dante, a Camões, a Tasso, a Milton, todos os grandes homens, como eles, têm sofrido.
A dor lhes fez vibrar a alma, lhes inspirou a nobreza dos sentimentos, a intensidade da emoção que souberam
traduzir com os acentos do gênio, e que os imortalizou.
***
É na dor que mais sobressaem os cânticos da alma.
Quando ela atinge as profundezas do ser, faz de lá saírem os gritos sinceros, os poderosos apelos que comovem
e arrastam as multidões.
Dá-se o mesmo com todos os heróis, com todas as pessoas de grande caráter, com os corações generosos, com
os espíritos mais eminentes. Sua elevação se mede pela soma dos sofrimentos que passaram.
Ante a dor e a morte, a alma do herói e do mártir se revela em sua beleza comovedora, em sua grandeza trágica
que toca, às vezes, o sublime, e o inunda de uma luz inapagável.
A história do mundo não é outra coisa mais que a sagração do Espírito pela dor. Sem ela, não pode haver
virtude completa, nem glória imperecível.
Se, nas horas da provação, soubéssemos observar o trabalho interno, a ação misteriosa da dor em nós, em
nosso eu, em nossa consciência, compreenderíamos melhor sua obra sublime de educação e aperfeiçoamento.
A dor é um dos meios de que Deus se utiliza para nos chamar a si e, ao mesmo tempo, nos tornar mais
rapidamente acessíveis à felicidade espiritual, única duradoura.
***
É, pois, realmente pelo amor que nos tem que Deus nos envia o sofrimento.
Fere-nos, corrige-nos como a mãe corrige o filho para educá-lo e melhorá-lo. Trabalha incessantemente para
nos tornar dóceis, para purificar e embelezar nossas almas, porque elas não podem ser completamente felizes,
senão na medida correspondente às suas perfeições.
A todos aqueles que perguntam: Para que serve a dor? a Sabedoria Divina responde: para polir a pedra,
esculpir o mármore, fundir o vidro, martelar o ferro.
A dor física é, em geral, um aviso da natureza, que procura nos preservar dos excessos. Sem ela,
abusaríamos de nossos órgãos até ao ponto de os destruirmos antes do tempo.
Quando um mal perigoso se vai insinuando em nós, que aconteceria se não lhe sentíssemos logo os efeitos
desagradáveis? Ele nos invadiria cada vez mais, terminando por secar em nós as fontes de vida.
É assim que, em nosso mundo, para o nosso crescimento, a dor ainda se faz necessária.
***
No livro VIDA FELIZ, 72, Joanna de Ângelis nos aconselha sobre a dor:
Abençoa com alegria cada oportunidade evolutiva.
A dor enfrentada com resignação diminui de intensidade, tanto quanto suportada em silêncio passa com
mais rapidez.
Nunca te alcançam os sofrimentos que não mereças, assim como não passarás pela Terra, em regime de
exceção, sem os enfrentares.
As Leis de Deus são iguais para todos.
Substituindo o amor que escasseia, a dor é a mestra que impulsiona ao avanço.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. XXVI, do livro O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR de Léon Denis
***
#momentoespirita #leondenis #dor #sofrimento #evolução #progresso #doutrinaespirita #PsicologiaEspírita #psicologiaespirita
359

218 - SOFRIMENTO E AMOR


A nossa dor, o nosso problema pode, no momento, parecer tão insuportável ao nosso coração, que nem
queremos comentá-lo.
Muitas vezes, a experiência de vida na Terra nos exige muito esforço para superarmos determinadas provas.
Não esmoreçamos! Elevemos nosso pensamento àquele que sabe de todas as coisas, e confiemos.
Abracemos com coragem nossas obrigações, e façamos das nossas atividades o escudo que nos protegerá na
caminhada.
A oração nos renova as energias, e o trabalho nos permite a bênção de ocupar o tempo de forma honesta e
digna.
Tenhamos em mente: Deus não nos abandona. É justamente nos momentos mais difíceis que Ele nos carrega
nos braços.
Façamos a nossa parte e esperemos com fé e paciência. Deus usa meios de ação que desconhecemos.
Direcionemos nosso olhar para frente e continuemos.
O horizonte nos reserva surpresas incríveis, e é necessário que não desistamos da jornada.
Logo mais, quando menos esperarmos, oportunidades novas surgirão nos surpreendendo positivamente.
Quando nos sentimos enfraquecidos e desanimados, Deus está nos sustentando com Seu amor de Pai,
esperando que renovemos nossas energias e mudemos o rumo de nossos pensamentos.
***
Cuidemos de nossas palavras, analisemos nossas emoções, desenvolvamos novas atitudes.
Observemos com atenção que o perdão que doarmos, a compreensão que manifestarmos, a amizade que
ofertarmos serão nossa maior fortaleza na travessia da vida.
Não podemos esquecer que as dores e sofrimentos, que experimentamos, são matérias de aprendizado
fundamental em nosso currículo, nesta escola bendita que é a Terra.
Somos seres individuais carregando a bagagem única das experiências vividas, encontrando-nos na busca de
novos aprendizados.
A lei maior nos ensina que toda ação provoca uma reação correspondente, da mesma forma que todo
plantio resulta em colheita idêntica à espécie semeada.
Como já vivemos centenas de experiências a plantar espinhos, o momento é de colher com paciência. E
começarmos uma semeadura de bons grãos, para termos colheitas futuras mais gratificantes.
Se não nos sentimos felizes neste momento, e ainda não sabemos suavizar nossos males, busquemos usar a
moeda especial do amor desinteressado.
***
Somos Espíritos enfermos com ficha especificada, nos gabinetes de tratamento, instalados nas esferas
superiores.
De lá, nossos instrutores e benfeitores nos acompanham e analisam ações e reações.
Porém, ninguém pode nos salvar nem auxiliar, se persistirmos em fugir do remédio.
Esse remédio é a nossa transformação íntima se fazendo paulatinamente, através de nossos pensamentos,
palavras e ações.
A felicidade completa não existe na Terra, mas nada impede que comecemos a plantar hoje mesmo as
sementes que produzirão nossa felicidade amanhã.
Substituir nossos vícios por virtudes, estudar as Leis Divinas e vivenciá-las, praticar a caridade, enriquecer
nossa paciência, nossa resignação e persistência no bem.
Abençoar, ajudar, iluminar...
E como nada se resolve sem o ingrediente sagrado do amor, vamos amar sempre, sem cessar!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 78 de O LIVRO DA ESPERANÇA, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #leondenis #dor #sofrimento #evolução #progresso #doutrinaespirita #espiritismo
360

219 - FALANDO DE ESPIRITISMO E DE ESPÍRITOS


O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica.
Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia,
compreende todas as conseqüências morais decorrentes dessas relações.
***
Os Espíritos não são, como muitas vezes se imagina, seres à parte na criação; são as almas dos que viveram
na Terra ou em outros mundos.
As almas ou Espíritos são, pois, uma só e mesma coisa; donde se segue que quem quer que creia na existência
da alma, por isso mesmo crê na dos Espíritos.
Negar os Espíritos seria negar a alma.
Em geral se faz uma idéia muito falsa do estado dos Espíritos.
Eles não são, como alguns pensam, seres vagos e indefinidos, nem chamas, nem fantasmas como nos contos
de aparições.
São seres semelhantes a nós, possuindo um corpo como o nosso, mas fluídico e invisível a nós em estado
normal, denominado perispírito.
Quando a alma está unida ao corpo durante a vida, tem um envoltório duplo: um pesado, grosseiro e
destrutível, que é o corpo físico; outro fluídico, leve e indestrutível, chamado perispírito.
O perispírito é o laço que une a alma ao corpo; é por seu intermédio que a alma faz o corpo agir e percebe
as sensações que este experimenta.
A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o ser humano. A alma e o perispírito,
separados do corpo, constituem o ser chamado Espírito.
A morte consiste na destruição do invólucro corporal. A alma o abandona como quem deixa uma roupa usada,
ou como a borboleta, que deixa a sua crisálida; mas conserva o seu corpo fluídico, seu perispírito.
***
O Espiritismo é muito claro ao revelar aos seres humanos fenômenos naturais aos quais sempre se submeteu,
mas que nunca antes pode analisar e entender.
Essa ciência de observação faz com que os fatos e verdades apresentados sejam irrefutáveis.
Essa doutrina filosófica dispõe regras de bem proceder, orientando os seres para uma conduta rumo à sua
própria felicidade.
Regras que têm por alicerce maior a mensagem cristã, insuperável e inquestionável em todos os tempos.
Colocando-nos em contato com o Criador ainda, mostra-se como a religião por excelência, no mais puro
significado deste vocábulo.
***
O fim essencial do Espiritismo é tornar melhores os homens.
Nele encontraremos o que possa concorrer para o seu progresso moral e intelectual.
A crença no Espiritismo só é proveitosa àquele de quem se pode dizer: Vale mais hoje do que ontem.
Isso implica entender que toda doutrina filosófica, toda religião, só fará sentido se promover o homem, se
auxiliá-lo em sua melhoria.
Se servir apenas de fuga da realidade, de status social, de cabedal intelectual, de nada servirá.
Estamos aqui, na Terra, para o aprimoramento íntimo. Para sermos melhores do que já fomos. Para
crescermos um tanto mais no amor.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Item I do cap. II do livro O ESPIRITISMO EM SUA VERSÃO MAIS SIMPLES, de Allan Kardec
***
#momentoespirita #espiritismo #espiritos #evolução #progresso #aprendizado #doutrinaespirita
361

220 - DESTINO, A FATALIDADE E O LIVRE ARBÍTRIO

Quem não deseja saber como modificar o seu próprio destino? Quem não aspira obter revelações sobre
o futuro para, de posse destes informes, construir com mais segurança a sua própria caminhada? Quem
não almeja tomar de maneira absoluta as rédeas de sua própria vida e seguir conforme seus anseios, ao
sabor de seus próprios ventos, segundo apenas o seu livre arbítrio? O tema é palpitante.
Evidentemente, a temática considera apenas os espiritualistas, os crentes em um ou muitos deuses e
igualmente na continuidade da vida, visto que não há qualquer sentido em se debater o tema sob a óptica
puramente materialista, considerando se que, para se acreditar em destino, dever-se-á crer igualmente
em uma entidade superior, delineando, segundo seus princípios e desejos, os nossos particulares rumos.
Para iniciar uma breve reflexão sobre assunto tão importante, seria preciso primeiramente avaliar se
do ponto de vista espírita há destino. Os nossos dicionários, enciclopédias das palavras, de modo
geral, definem destino como um conjunto de acontecimentos alcançando-nos de modo inevitável,
inexorável, como sinônimo de fatalidade, sina, sorte.
Dentro desta linha de entendimento, em princípio, não poderíamos alterar o desfecho de nossa existência,
pois não teríamos como modificar as circunstâncias, ou conjunção de fatos, a nos atingir fatalmente,
mais cedo ou mais tarde.
Graças ao Bom Deus, assim não se dá!.
Com efeito, se assim fosse, não haveria mérito, tampouco responsabilidade sobre qualquer ato,
considerando não ser possível escapar ou enganar o implacável destino. Tudo que fizéssemos, de bom ou
de mau, seria tempo perdido, pois nada mudaria a nossa sorte, muito menos a daqueles a quem
endereçássemos nossos esforços e ações.
Outrossim, perguntamos:
- Por qual razão possuímos livre arbítrio?
Esta faculdade que tem o Espírito para determinar sua própria conduta, construída cuidadosamente ao
longo de numerosas encarnações, seria totalmente inútil e ineficaz, uma vez que o seu exercício se
mostraria impotente para alterar a implacável realidade futura.
Adicionalmente, a Lei do Progresso não faria mais nenhum sentido: afinal, progredir para quê, se o
futuro está delineado? Ademais, pela prece podemos louvar, agradecer ou pedir. Em relação à última
possibilidade, se tornaria uma ação na maior parte dos casos inócua, porquanto nada obteríamos em
resposta às nossas súplicas, por mais fervorosas fossem, pois, de modo geral solicitamos mudanças e
benesses para o futuro no quadro material de nossas existências e dos que nos cercam, exceção feita às
petições de ordem moral, quando pertinentes, que poderiam ser atendidas normalmente.
A ideia de um destino preestabelecido está relacionada à fatalidade, sendo oportuno conhecer as
pouquíssimas propriamente ditas fatalidades.
Elencamos aquelas recolhidas até o momento da consoladora Doutrina:
• Atingir a plenitude da evolução, representada pela aquisição de uma perfeição relativa, ou seja, o
fatalismo da evolução é para o equilíbrio, a ordem, o bem, e a destinação é para a felicidade, quando
consolidaremos a vitória definitiva sobre nós mesmos e trabalharemos mais próximos de Deus,
contribuindo para o cumprimento de seus sábios desígnios.
• O instante da morte é uma fatalidade, uma vez que, dele, não se pode escapar, e o momento em
que devemos reaparecer também o é.
• Vivenciar provas, expiações ou missões, previamente selecionadas e discutidas na erraticidade,
conjugando as deliberações do livre-arbítrio e as ponderações dos Espíritos responsáveis pela nova
reencarnação, tudo baseado no mapa de realizações construído em existências passadas do futuro
reencarnante. Como exemplos destas escolhas temos: gênero ou causa da morte, doença específica que
surgirá em determinado momento de nossa próxima existência, significativo revés econômico,
dificuldade familiar de monta, grandes dores morais como resultado de infortúnios diversos, limitação
física de nascença oriunda de uma deficiência perispiritual, ou seja, alguns aspectos materiais na
existência podem constituir fatalidades.
Um ponto importante sobre as decisões e opções tomadas antes de reencarnar é que este ajuizamento
conjunto com os Espíritos mais sábios ocorre quando o reencarnante possui uma bagagem de evolução
362

tal, viabilizando ser frutífera esta interação; caso contrário, os grandes marcos da vida são
inteiramente determinados pelos responsáveis por esta nova existência na Terra.
Esta realidade nos faz perceber estar a fatalidade tão mais presente na vida do Espírito quanto menos
evoluído ele se encontrar.
Contudo, vale a pena lembrar, as consequências da vivência destas escolhas ou determinações dependem
da forma como o Espírito enfrenta estas situações, ou seja, os efeitos morais dos acontecimentos nunca
são fatais.
É interessante ponderar que mesmo estes grandes marcos materiais em nossa existência podem sofrer
pequenos ajustes, podem ser replanejados, dependendo de como vivemos, da forma como aproveitamos
as oportunidades oferecidas pela vida. Desta forma, a época ou gênero da morte poderia ser alterada caso
estivéssemos: praticando muita caridade, buscando fazer apenas o bem ao próximo, levando uma vida
produtiva do ponto de vista moral, pessoas estivessem dependendo de nossa ajuda. Desta forma, o
momento da desencarnação poderia ser adiado, não por muito tempo, raro mecanismo em mundo de
provas e expiações conhecido por moratória; por outro lado, caso conduzamos a nossa existência da
forma "padrão", sem grandes sacrifícios e conquistas morais, observando conforme o dito popular
apenas o nosso umbigo, os grandes marcos se farão presentes e impostergáveis.
No entanto, cumpre ainda notar sempre existir no homem a liberdade de optar pelos atos da
vida moral e como reagir às tentações, um campo totalmente aberto, incerto e imprevisível, sujeito
às escolhas de conduta de cada um, ou seja, à vontade individual.
• Há considerável fatalidade nos reinos mineral e vegetal; nestas fases da evolução quase tudo acontece
segundo as leis básicas que regem a matéria - químicas, físicas e biológicas -, considerando que há certa
imprevisibilidade na natureza subatômica da matéria.
É pertinente esclarecer sobre o uso do conceito de fatalidade pela mídia e a sociedade, pois em linhas
gerais está completamente desvirtuado. Os acidentes espetaculares causando mortes de pessoas não
estão nos desígnios de Deus, quando o autor estava: embriagado ou drogado, dirigindo em velocidades
acima do permitido, com veículo adulterado em seus componentes básicos, não possuía habilitação,
entre outras causas, ocorrendo nestes casos apenas a imprudência do agente; e se este não for julgado
pela sociedade da forma correta, o será pelas Leis Divinas.
Se estes acidentes fossem fatais, predeterminados, o responsável teria renascido com a "missão" de matar
um semelhante, impondo Deus previamente uma conduta absurda ao causador do desastre. Este
entendimento representa um absoluto despropósito em relação ao amor de Deus por todas as suas
criaturas.
Além de classificar por fatalidade os acidentes espetaculares do cotidiano, criamos uma outra fatalidade
para justificar a morte "prematura" pela chamada bala perdida. O espírita está ciente de que não há acaso
nas Leis Divinas, nenhum imprevisto existe regendo ocorrências, ainda mais deste tipo; sendo assim, a
bala jamais estará perdida, esta interpretação sugere que Deus não estaria ciente do que viria acontecer,
estava "desatento", e que a morte do atingido pela bala perdida se deu sem controle, antecipadamente,
ou seja, o indivíduo morreu antes da hora esperada.
A onisciência e onipotência de Deus se chocam frontalmente com esta incorreta hipótese.
Ninguém há que acreditar ter nascido sob a sina de uma má ou boa estrela, vivendo desta forma sob uma
fatalidade considerada imerecida em relação à primeira estrela.
Quando os acontecimentos possuem uma característica repetitiva em termos de fracassos e sucessos,
respectivamente, devem-se em alguns casos aos acertos prévios que fizemos na erraticidade antes de
para a Terra voltarmos. Continuadas aparentes desgraças ou repetidos triunfos, nada mais representam
do que verificações de aprendizado, talvez sejam provas, que devem ser encaradas naturalmente,
solicitando, ao considerarmos as primeiras, muita paciência e perseverança; quanto aos segundos,
jamais nos imaginarmos privilegiados, não permitindo que o orgulho ou a vaidade nos alcancem na
infantil suposição de que tudo que fazemos dá certo e de que fomos agraciados pelo dedo de Deus ao
nascer. Além disso, continuados fracassos podem ser resultado do despreparo e inaptidão do indivíduo,
e seguidos sucessos podem caracterizar uma pessoa inteligente e perspicaz para só se lançar em
empreitadas em que vislumbre maiores chances de êxito: não há azar tampouco sorte no ordenamento
celestial.
A propósito, jamais deveremos bater às portas dos chamados magos, bruxas, videntes ou adivinhos, os
auto-intitulados profetas, para nos informar sobre o que está por vir, qual seria o nosso "glorioso e
esplendoroso" destino.
363

De modo geral estes exploradores da fé e da ignorância popular nada mais são do que aplicados
aproveitadores, astutos interlocutores, a maioria nem sequer é médium, não possuindo qualquer dom
para nos instruir sobre o porvir. Habilmente treinados, muitos sabem o que as pessoas desejam conhecer,
seus anseios, dúvidas ou apreensões e, por meio de perguntas simples, vão delineando as expectativas
do particular consulente, finalizando por dizer exatamente aquilo que mais agrada ao incauto. Ao final,
aguardam ávidos alguma recompensa monetária devida aos seus espontâneos préstimos "mediúnicos".
Como resultado, todos ficam muito satisfeitos, o iludido e o falso iluminado.
Informações sobre o futuro, quando úteis, são apresentadas de forma natural, sem que a pessoa
pergunte ou mostre interesse em conhecer. Às vezes, podem ser reveladas, mas em caráter particular
e sem qualquer expectativa de remuneração.
Conclui-se, pelos exemplos citados anteriormente, que o conceito de fatalidade não se prende apenas a
um desfecho ruim, conforme alguns acreditam; a fatalidade pode conduzir a um bom resultado sem
deixar de ser fatal, sendo apenas a resultante da Lei de Causa e Efeito. Este justo postulado divino é
neutro, não comporta preferências nem tendências.
Como se denota, as fatalidades são em número muito reduzido, relacionando-se a acontecimentos e não
a resultados, e não poderia ser diferente; se assim não fora, seríamos "autômatos" sem qualquer controle
sobre as nossas existências. Contudo, não nos iludamos, há certos compromissos assumidos antes de
reencarnar, poucos, que não podem ser alterados. Sendo assim, a visão espírita no que tange a este
fascinante tema é intermediária entre os extremos do tudo está escrito e do seu oposto, nada está escrito,
tendendo para o último, ou seja, pouco está escrito.
Então, em resumo, podemos alterar o destino?
Sem sombra de dúvida! Trabalhando dedicadamente agora no presente, esforçando-nos para aprender
e agir corretamente, criamos condições de esperar um futuro melhor e diverso de qualquer leviano
prognóstico que porventura nos tenha sido informado, porquanto, com a existência do livre-arbítrio e da
razão há sempre parcial fatalidade, e, se esta fosse absoluta, não poderia haver responsabilidade,
tampouco mérito pelos atos praticados, sejam estes quais forem.
A obra divina é perfeita, suas leis são justas e equilibradas, razão por que há harmonia e estabilidade
entre conceitos aparentemente tão antagônicos, tais como: destino, fatalidade e livre-arbítrio, o
último possuindo por esteio a razão.
Somos Espíritos imortais, já tivemos e ainda teremos inúmeras existências.
Comparando este conjunto de vivências corporais que individualizam a caminhada evolutiva dos
Espíritos a um livro, a introdução e os capítulos iniciais já estão preenchidos pela história passada de
cada qual, não podendo mais ser alterados, muito menos apagados, influenciando por largo tempo a
trajetória de cada um.
Em seguida, ainda considerando esta alegoria, há vários capítulos em branco, em que qualquer um deles
contempla pelo menos duas previstas fatalidades - o nascimento e a morte - e, no derradeiro, há
poucas linhas escritas, descrevendo a fatalidade maior: o nosso destino, a aquisição da perfeição relativa.
Como a maior parte das páginas do nosso livro da vida ainda não foi preenchida, cabe-nos "recheá-las"
caprichosamente e com sabedoria, tendo como modelo e guia os inesquecíveis exemplos do incomparável
Amigo Celestial.
***
Revista Reformador Abril 2020 / Rogerio Miguez / rogmig55@gmail.com
***
#Reformador #Fatalidade #livrearbitrio #destino #doutrinaespirita
364

221 - SER ÚTIL EXERCITANDO A PRÁTICA DO BEM

"Haverá quem, pela sua posição, não tenha possibilidade de fazer o Bem?”
“Não há quem não possa fazer o Bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações
com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o Bem, e não há dia da existência que não ofereça, a quem não se
ache cego pelo Egoísmo, oportunidade de praticá-lo. Porque, fazer o Bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso,
mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário”
(Resposta da questão 643 de O Livro dos Espíritos)
***
Com efeito, TODOS estamos em condições de fazer o Bem, E fazer o Bem, ao contrário do que à primeira vista possa parecer,
não é somente doar um pedaço de pão a quem tem fome, um par de sapatos a quem está descalço, um agasalho a quem
não tem onde se abrigar ou, como é mais comum, repassar algum dinheiro para as necessidades mais urgentes de outrem,
conquanto tudo isso seja excelente e deveras importante, servindo também, no mínimo, de treinamento para o desapego
dos bens materiais, que ninguém levará para o outro lado da vida, a vida espiritual, de onde todos proviemos e para onde
todos retornaremos, e, simultaneamente, valendo como exercício da caridade que, no dizer do apóstolo Paulo de Tarso, “é o
amor em ação”.
Fazer o Bem é ser útil, na medida do possível; é doar-se, doando um pouco do seu tempo, da atenção, do carinho, da amizade,
do respeito, da compreensão, do amor…
E todos, sem exceção, podemos ser úteis, doando-nos, como, por exemplo, quando ouvimos com atenção e interesse o
interlocutor aflito, desejoso de conhecer outra opinião ou, pelo menos, de desabafar, aliviando-se da angústia ou da
ansiedade.
Por igual, quando conseguimos impor silêncio à tentação de reclamar, o que seguramente aumentaria a confusão, pacificando
quanto possível o ambiente em que nos encontramos, optando pelo entendimento, sempre.
Também podemos ser úteis no dia-a-dia, nas mínimas coisas, prestando informação correta a quem não seja da cidade;
auxiliando um cego a atravessar a rua; visitando um doente que esteja hospitalizado, levando-lhe uma palavra de esperança;
oferecendo-nos para a realização de trabalhos diversos, nos mais variados campos, sem esperar pela convocação;
trabalhando, enfim, com capricho em tudo o que fizermos, nas tarefas simples ou nas complexas, cumprindo por esse modo
a nossa parte e contribuindo para a harmonia e o equilíbrio das relações sociais, uma vez que vivemos em regime de
interdependência, vale dizer, dependemos uns dos outros.
***
Não praticar o mal, portanto, é um bom começo, mas não é por si suficiente.
Não basta.
É preciso, é absolutamente indispensável, que haja a prática do Bem. E, a despeito das aparências em contrário, só o Bem é
real e permanente!
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 116, tem um conselho bastante oportuno para nos auxiliar na prática do bem:
Com certeza não solucionarás todos os problemas do mundo.
Não obstante, podes e deves contribuir para que isto aconteça.
Se não impedes a guerra, tens recursos para evitar as discussões perturbadoras que te alcançam; se não consegues alimentar
a multidão esfaimada, possuis uma côdea de pão para oferecer a alguém; se não dispões de saúde para brindar aos enfermos,
logra socorrer um padecente; se não solucionas os dramas humanos, concorre para acalmar uma pessoa; se não tens meios
para liderar grupos acelerando mudanças que se devem operar no mundo, modifica-te, interiormente, enobrecendo-te na
ação do bem e da solidariedade.
***
Extraído do Jornal Mundo Espírita de Junho de 1998
Referência: Questão 643 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e cap. 116 de VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e
Divaldo Franco
***
#espiritismo #livrodosespiritos #vidafeliz #bem #aprendizado #doutrinaespirita #problemas #comportamento
#conselhos
365

222- REVERÊNCIA À VIDA

Os ecologistas, no mundo inteiro, lutam pela vida. Asseveram que se o homem não cuidar do meio ambiente, zelando
pela fauna e a flora, a natureza lhe responderá, pela própria lei de ação e reação, de forma agressiva, e a vida se tornará
inviável na Terra.
É assim que lutam pela não extinção das baleias, pelo respeito aos golfinhos, ao mico-leão dourado, e outros tantos
espécimes ameaçados, cuja existência já se encontra comprometida, por causa da atuação predadora do homem.
Observam-se grupos lutando, no mundo inteiro, para saciar a fome, que infelicita comunidades e nações. E as imagens
televisivas nos sensibilizam, conclamando-nos ao auxílio, mostrando-nos crianças esquálidas, seios sem leite, sugados
com avidez por bebês mirrados, homens e mulheres em incrível situação de penúria.
***
Ao lado de tantos que assim batalham pela vida, existem os que lutam contra ela. São os defensores do abortamento,
apresentando seus motivos, que vão desde as questões do comodismo a dificuldades financeiras, preconceitos e filhos
indesejados.
Se soubessem tais defensores como se opera o milagre da vida e do empenho do Espírito que deseja renascer, quiçá
pudessem reverter suas propostas.
Pois tudo começa na doce intimidade da trompa feminina, como uma doce esperança, uma delicada primavera.
Como se fosse um planeta perdido no espaço, o óvulo é ejetado pelo ovário na Trompa de Falópio, e ali permanece
fértil por um período de vinte e quatro horas.
Um halo luminoso o circunda. São as células nutrientes que alimentam a semente de vida.
Enquanto isso, os espermatozoides utilizam suas caudas, agitando-as com rapidez e cerca de cem deles chegam até à
célula feminina.
Eles removem, febrilmente, as células nutrientes que envolvem o óvulo e agitando, ainda vigorosamente, suas caudas,
giram como uma broca, na tentativa de furar a parede externa do óvulo.
Embora quase uma dúzia de espermatozoides esteja prestes a furar o invólucro, ao mesmo tempo, quando um deles
consegue, ocorre um fato extraordinário: a mulher concebe.
É neste momento exato que o Espírito se une à célula ovo e, desde então, há vida.
Eis porque interromper a gravidez, em qualquer momento, é sempre crime. É por esse mesmo motivo que as sensíveis
aparelhagens ecográficas nos mostram o pequenino ser, lutando no interior do útero, pela vida, quando se sente
ameaçado.
***
É por isso mesmo que os Espíritos Superiores nos conclamam a lutar sempre e sempre pela vida, defendendo esses
pequeninos seres que se preparam para nascer e procuram o melhor lugar: o útero materno.
Local que deveria ser sempre sua melhor defesa e que, por vezes, se transforma em um palco de guerra, com
combatentes armados somente de um lado, enquanto do outro, permanece a vítima, indefesa, sem ninguém que lhe
possa ouvir os gritos silenciosos de horror e de agonia.
Você sabia que há crime sempre que se transgride a Lei de Deus?
E que uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento,
por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando?
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 358 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #ecologia #aborto #vida #direitoavida #aborto #doutrinaespirita
#espiritismo
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223 - A SABEDORIA DE JESUS


Era a noite de quinta-feira. Logo mais, Jesus seria preso, julgado às pressas, supliciado e condenado à morte.
O que faz Ele, nessas catorze - dezoito horas antes de morrer? Ele se reúne com os Apóstolos e ceia com eles.
Com certeza, terá feito inúmeras refeições com eles, ao longo dos Seus três anos de messianato.
No entanto, essa é diferente. Ele sabe que vai morrer. É extraordinário observar o comportamento dEle. Ninguém
conseguiria manter seu apetite intacto sabendo que dentro de algumas horas iria sofrer intensamente e morrer.
Possivelmente, o comum dos homens entraria em choro e desespero. Quando se está na proximidade de sofrer
um grande trauma, o tempo não passa, cada minuto é uma eternidade.
Todavia, Jesus Se reuniu com Seus discípulos para tomar a Sua última refeição. O chão ruía aos Seus pés, mas Ele
permanecia inabalável.
Comeu o pão, o cordeiro pascal. Seus inimigos O conduziriam por longas sessões de torturas, mas a impressão
que se tem é que Ele não tinha inimigos.
De fato, para Ele não havia inimigos. Ele só sabia fazer amigos, não Se deixava perturbar pelas provocações que
Lhe faziam. Não Se deixava abater pelas ofensas e agressividades que O rodeavam.
Era seguro e livre no território da emoção. O mundo à Sua volta podia conspirar contra Ele. Ainda assim, Ele
transitava como se nada estivesse acontecendo.
Por isso, Se alimentou na noite anterior à Sua morte, não Se deixando abater antes da hora.
***
O Carpinteiro de Nazaré teria motivos para ficar abatido. Seu corpo seria sulcado com açoites e pregado num
madeiro. Todavia, Sua emoção se embriaga de uma serenidade arrebatadora.
Não Se deixa perturbar e discursa sobre Sua missão e sobre o modo como seria cortado da Terra dos viventes.
Ele fala de forma espontânea sobre a morte. Estava absolutamente certo de que a venceria. Para Ele, a morte não
significava o nada, a perda irrecuperável da consciência, mas abriria as portas da eternidade.
E assim, mais do que comer e realizar Seu longo discurso de despedida, consolando os amigos por Sua ausência
física, Ele canta com eles.
A canção era alegre, e conhecida de todos. Um hino, diz o Evangelista Mateus.
O Mestre de Nazaré era um excelente gerente da Sua inteligência. Ele administrava com extrema habilidade Seus
pensamentos e emoções.
Não sofria por antecipação, embora tivesse todos os motivos para pensar no drama que, em algumas horas, se
iniciaria no Jardim das Oliveiras.
Jesus era tranquilo e sereno. Sua emoção era tão rica que Ele teve a coragem de dizer que Ele mesmo era uma
fonte de prazer, de água viva, para matar a sede da alma.
A sabedoria e a poesia habitavam intensamente na alma de Jesus e com elas inaugurou uma nova forma de viver
e de se relacionar.
***
Jesus é apontado pelos Mensageiros Celestes, na obra O Livro dos Espíritos, como nosso Modelo e Guia.
Do nascimento à morte Ele passou pelas mais amargas situações de sofrimentos. Entretanto, irradiava alegria e
tranquilidade.
Sem violência, causou a maior revolução da História. As sementes que plantou germinaram na mente, no coração
e no espírito dos homens e incendiaram o mundo.
A Sua é a mensagem da esperança que, ao observar a queda da última folha do inverno, consegue visualizar as
flores da primavera.
***
E Joanna de Ângelis, no livro JESUS E O EVANGELHO À LUZ DA PSICOLOGIA PROFUNDA, no capítulo JESUS HOJE,
afirma:
367

Jesus é o diamante que se tornou estelar, mantendo o brilho interior, sem permitir-se ofuscar, clareando
consciências e amando-as. Todo o Seu é ministério de esperança e de amor, de compaixão de auxílio,
movimentado pela ação do Bem, único recurso para minimizar ou anular as ocorrências dos infortúnios ocultos
Conhecendo cada pessoa que dEle se acercava, graças à capacidade de penetrar o insondável do coração e da
mente, sem humilhar ou jactar-se, conseguia oferecer combustível de amor para a transformação interior que se
deveria operar, e quando essa não ocorria, assim mesmo estimulava ao seu prosseguimento, pois que um dia seria
alcançada...
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 625 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e cap. 4, do livro O MESTRE DA SENSIBILIDADE,
de Augusto Cury
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #Jesus #vida #autoconhecimento #comportamento #esperança
#doutrinaespirita #sabedoria
368

224 - SE EU FOSSE DEUS


Certo dia, lemos uma poesia, cujos versos se referiam à hipótese de um ser humano ser Deus por uma semana.
Se eu fosse Deus, escreveu o poeta, um minuto seria suficiente para tomar uma única decisão.
Na qualidade de Deus, chamaria o meu anjo-secretário e ditaria os dois artigos singelos da minha lei:
Artigo primeiro - A partir deste instante, ficam abolidos, em todos os quadrantes do terceiro planeta do Sistema
Solar, na periferia da Via Láctea, a miséria, o desamor, a injustiça, a doença, a ignorância, a guerra e a morte.
Artigo segundo - Revogam-se as disposições em contrário.
***
Certamente muitos de nós, como o poeta, faríamos a mesma determinação, eliminando, para sempre, a miséria,
o desamor, a injustiça, a doença, a ignorância, a guerra e a morte.
Mas, se observarmos bem, veremos que Deus, que é a Inteligência Suprema do Universo, já decretou isso nas
Suas soberanas leis.
É só uma questão de tempo para que essa situação se torne realidade.
Isso porque o Criador, que é a Sabedoria Suprema, não pode violentar o livre-arbítrio de Seus filhos, impondo
uma perfeição que ainda estamos longe de alcançar.
Se Deus nos houvesse criado perfeitos, nenhum mérito teríamos para gozar dos benefícios dessa perfeição.
Onde estaria o merecimento sem a luta? Além disso, a desigualdade existente entre as criaturas é necessária às
suas personalidades.
Tudo isso colaborando com a harmonia do Universo.
***
Se todos os homens podem chegar às mais altas funções, seria o caso de perguntarmos por que o governante de
um país não faz de cada um de seus soldados um general?
Por que todos os empregados subalternos não são funcionários superiores? Por que todos os colegiais não são
mestres?
Isso não é possível porque cada um dos seres humanos é único, tem suas próprias qualidades.
Por isso mesmo, cada um de nós tem missões diferentes sobre a Terra, conforme os graus de evolução em que
nos encontramos.
Se todos os Espíritos encarnados na Terra estivessem no nível de Ghandi, Chico Xavier, Madre Teresa, Irmã Dulce,
não haveria necessidade de nenhum decreto proibindo a miséria, o desamor, a injustiça, a doença, a ignorância e
a guerra.
Somos filhos do Senhor do Universo e somente nos cabe fazermos a nossa parte para que, um dia, a Terra seja
um planeta ideal, onde reinem a paz e a felicidade.
Todos fomos criados simples e sem nenhum conhecimento, mas todos, sem exceção, temos como destino final a
perfeição.
Portanto, todos nós seremos anjos um dia, só depende da nossa vontade. E essa vontade também inclui a busca
das verdades que regem a vida, ou seja, as leis divinas.
***
A miséria, o desamor, a injustiça, a doença, a ignorância e a guerra, são problemas criados por nós mesmos.
Portanto, não precisamos ser Deus para abolir todas as misérias que nos causam dor e sofrimento.
Basta que queiramos, que nos empenhemos para isso, que estabeleçamos uma corrente firme, dando-nos as
mãos, todos nós, com esse único propósito.
***
Joanna de Ângelis, no capítulo 5 do livro FILHO DE DEUS, nos recorda:
Considerando-se a tua ascendência divina, já te destes conta de que és HERDEIRO DE DEUS?
369

Ele criou o Universo e a vida, enriqueceu a Sua Obra de sabedoria e beleza, colocando-te, por amor, como parte
integrante dessas maravilhas e facultando-te fruí-las todas.
Por direito natural possuis tudo que é d'Ele, bastando somente que desenvolvas os dons em ti latentes, a fim de
que possas desfrutar de toda essa opulência e grandeza.
Amado por Deus, és também herdeiro das idéias sublimes, que te proporcionam conquistar espaços, penetrar o
mecanismo da vida e decifrar os enigmas desafiadores que te aguardam.
O teu dever é fazeres-te receptivo ao Pensamento Divino em tudo e em todos presente, de modo a captá-lo e pô-
lo em ação à medida que o conquistes.
Pensemos nisso! E coloquemos em prática essas sugestões.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 119 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e artigo de João Manuel Simões, publicado no Jornal
Gazeta do Povo, de Curitiba, Paraná, em 11 de março de 2003.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #Deus #HerdeiroDeDeus #liderança #reflexão #aprendizado
#joannadeangelis #FilhoDeDeus
370

225 - SEJA MEUS OLHOS

A tecnologia a serviço do bem é capaz de proporcionar revoluções belíssimas.


O aplicativo BE MY EYES é um bom exemplo disso.
BE MY EYES significa SEJA MEUS OLHOS. A proposta do aplicativo é manter uma
comunidade global de pessoas cegas ou com visão limitada, em conjunto com voluntários sem
deficiência visual.
BE MY EYES captura o poder da tecnologia e a conexão humana para levar a visão para
pessoas que não têm esse sentido.
Através de uma chamada de vídeo, voluntários dão auxílio visual em situações que vão desde
combinar cores até checar se as luzes estão acesas ou preparar o jantar.
Além de tudo, o aplicativo é gratuito.
***
Vejamos como funciona este aplicativo
Quando um usuário cego ou com visão limitada solicita ajuda através do aplicativo, BE MY
EYES manda uma notificação para vários voluntários.
O aplicativo funciona conectando um usuário que necessita de auxílio com um voluntário que
consegue ver, baseado na língua que eles falam e no fuso horário.
O primeiro voluntário a responder à solicitação é conectado àquele usuário específico e recebe
uma transmissão de vídeo ao vivo da câmera traseira do smartphone do usuário.
A conexão de áudio permite que o usuário e o voluntário resolvam a tarefa juntos.
Que bela forma de unir as pessoas! Que maneira criativa de colocar a tecnologia a serviço do
bem, do trabalho voluntário, mesmo à distância.
***
Allan Kardec, o Codificador da DOUTRINA ESPÍRITA, escrevendo sobre a LEI DO
PROGRESSO e a civilização em O Livro dos Espíritos, afirma:
De duas nações que tenham chegado ao ápice da escala social, somente pode considerar-se
a mais civilizada, na legítima acepção do termo, aquela onde exista menos egoísmo, menos
cobiça e menos orgulho;
Onde os hábitos sejam mais intelectuais e morais do que materiais; onde a inteligência se puder
desenvolver com maior liberdade; onde haja mais bondade, boa-fé, benevolência e
generosidade recíprocas;
Onde menos enraizados se mostrem os preconceitos de casta e de nascimento, por isso que
tais preconceitos são incompatíveis com o verdadeiro amor do próximo;
Onde as leis nenhum privilégio consagrem e sejam as mesmas, assim para o último, como para
o primeiro; onde com menos parcialidade se exerça a justiça; onde o fraco encontre sempre
amparo contra o forte; onde a vida do homem, suas crenças e opiniões sejam melhormente
respeitadas;
Onde exista menor número de desgraçados; enfim, onde todo homem de boa vontade esteja
certo de lhe não faltar o necessário.
***
Que possamos ser os olhos para alguém quando for necessário.
Que sejamos a voz dos que não falam, que sejamos um pouco de luz para os que vivem na
escuridão.
371

Que possamos ser o olhar de alegria e otimismo quando todos só enxergarem tristeza.
Que consigamos cantar quando o mundo opressor nos queira calar.
Que possamos nos sentir como os braços do Criador, atuando no mundo com afeto e
segurança, não permitindo que ninguém, que passe pelo nosso caminho, permaneça
desamparado.
Sejamos os olhos de alguém.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 793 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e artigo de João Manuel Simões, publicado no
Jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, Paraná, em 11 de março de 2003.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #LeidoProgresso #progresso #evolução #solidariedade #caridade
#fraternidade #comportamento #doutrinaespirita #espiritismo #civilização
372

226 - AS QUEIXAS
Você costuma se queixar?
Poucas coisas são tão desagradáveis quanto a queixa sistemática, mas a pessoa queixosa perturba muito mais a si
mesma do que às outras que a cercam.
Deve-se reconhecer que a vida é difícil, que a luta diária pela sobrevivência requer muito esforço e esse esforço
redunda, não poucas vezes, insuficiente para vencer todos os compromissos que a sociedade impõe.
Entretanto, essa é a situação de mais da metade do povo brasileiro.
O queixoso não se dá conta disso, e julga-se o único atingido pelas vicissitudes da existência.
***
Conta-se que uma senhora adentrou desesperada numa sociedade espírita. Imediatamente foi atendida naquilo
que chamamos Diálogo Fraterno.
Em particular, ela recebeu a atenção de um senhor muito prestativo e sorridente. Relatou-lhe, então, a razão de sua
angústia, entremeando a narrativa com lágrimas muito sentidas.
O senhor não imagina o meu sofrimento. Acontece que, há vinte anos, o meu marido me deu um anel de brilhantes
como presente de aniversário. Isso foi bem antes de ele morrer e me deixar viúva.
Continue, encorajou-a o homem, interessado.
Pois veja o senhor meu sofrimento: nesta manhã, dei-me conta que o anel havia sumido... O senhor não é capaz
de imaginar o tamanho da minha dor.
Será que vocês, aqui no Centro Espírita, não podiam localizar meu anel? É a única recordação que tinha da minha
felicidade com meu marido!
Revelando compaixão e serenidade, o homem atencioso esclareceu-a, explicando que os centros espíritas não se
prestavam a tais serviços. Mas que ela deveria confiar na bondade de Deus, pois, talvez, antes do que pudesse
acreditar, teria a alegria de encontrar o anel, caído em algum canto da casa.
A seguir, falou-lhe da beleza da vida e das lembranças emotivas que deveria guardar, com otimismo, em relação ao
marido que, apesar de morto para a realidade física, prosseguia vivendo no mundo invisível.
A mulher, finalmente, se acalmou.
Somente na despedida, quando foi agradecer pela atenção recebida, é que ela pôde perceber que o homem que a
tranquilizara pela perda de um anel não tinha os dois braços.
***
De modo algum podemos cerrar os olhos para as verdades dolorosas da existência, contudo, essas dores se
tornam muito mais amenas quando paramos para pensar e socorrer aqueles que suportam pesos ainda maiores
do que os nossos.
Assim, espanquemos a nuvem da queixa com os instrumentos de segurança plena, e apaguemos a fogueira da
impulsividade que nos impele aos atos impensados, afastando-nos dos deveres para com a vida.
A queixa pode ser comparada a um ácido perigoso que sempre produz dano.
Antes de nos lamuriarmos, olhemos para trás e contemplemos os que estão na retaguarda.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 86, nos alerta:
Dilui a queixa sistemática, que te torna uma pessoa de difícil convivência.
È muito desagradável a companhia de alguém que está sempre a reclamar, vendo defeitos em tudo e desejando
que o mundo gire na sua órbita e de conformidade com a sua maneira de ver as coisas.
Não poderás modificar os outros, porém, deves empenhar-te para conseguir a própria transformação para
melhor.
Se tudo te desagrada e estás, costumeiramente, reclamando, cuidado, porquanto esta é uma atitude de quem está
de mal com a vida e vive mal consigo mesmo.
É necessário que te toleres, aprendendo a ser tolerante com o próximo.
***
Extraído do Momento Espírita
Referências: Verbete QUEIXAS do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, V.2, por Joanna de Ângelis e Divaldo
Franco
***
#momentoespirita #vida #queixas #reclamações comportamento #reflexão #doutrinaespirita #psicologiaespirita
373

227 - ATITUDES CONTROVERSAS


Observando a imensa diversidade de capacidades que encontramos na Humanidade, nos perguntamos como,
afinal, fomos criados.
Terá Deus outorgado alguns dons a uns e a outros não? Há privilégios na natureza, sendo uns melhores que outros?
Considerando a coerência da Justiça Divina, chegamos naturalmente à resposta: todos fomos criados iguais, isto
é, simples no sentir, e ignorantes no intelecto.
Assim, tudo o que dispomos e que nos distancia dessa simplicidade e ignorância, é conquista individual, resultante
do esforço e das escolhas efetuadas a partir do livre-arbítrio, o que determina para cada qual um nível diferente
na escala evolutiva.
Nessa caminhada, grande parte dos Espíritos que habitamos a Terra, já conquistamos a capacidade de discernir o
bem do mal, o certo do errado, conforme os parâmetros das leis divinas.
É por essa razão que a maioria de nós não pratica deliberadamente o mal, evita prejudicar ou agir de maneira
violenta para com os demais.
Porém, mesmo com esse nível de consciência e com a vontade de acertar que já nos caracterizam, é comum nos
descobrirmos cometendo erros.
***
Nós nos propomos ser indulgentes para com os erros alheios, e nos pegamos tecendo comentários críticos, dando
asas à fofoca e à maledicência.
Comprometemo-nos a ser mais pacíficos, e nos flagramos irritados, insultando os outros no trânsito e nas lides
cotidianas.
Propomo-nos a ser pacientes e compreensivos e, no primeiro atrito familiar, erguemos a voz e chegamos a
agressões verbais.
Desejamos ouvir mais e falar menos e, no entanto, não conseguimos ouvir toda a fala do outro, que nos parece
não ter fim e o interrompemos para apresentar nossa opinião.
Por que agimos assim? Por que essa dificuldade em nos corrigirmos, em superarmos a nós mesmos?
Essa mesma angústia afligia o Apóstolo Paulo, a tal ponto que declarou para a comunidade cristã de Roma:
- Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço.
***
Esses diferentes aspectos que percebemos em nós, são resquícios de hábitos e valores que um dia alimentamos
em nossa intimidade.
Acontece que, diante dos longos milênios do nosso existir, faz pouco tempo que passamos a direcionar os nossos
esforços para valores mais nobres.
Amadurecemos intelectualmente e a razão nos esclarece a respeito dos caminhos a percorrer.
Porém, ainda não conseguimos mudar nossos hábitos milenares.
Por isso, inúmeras vezes, nas lutas cotidianas, nos vemos fazendo o que não gostaríamos de fazer.
Nós nos envergonhamos de algumas atitudes, nos arrependemos de outras, gostaríamos de nunca ter feito tantas
coisas...
É natural que assim ocorra. Estamos todos em processo de aprendizado.
Dessa forma, não permitamos que esses tropeços nos desanimem ante a luta de nos tornarmos seres humanos
melhores.
Entendamos que errar, sem satisfazer-se com o erro, é processo de crescimento.
Logo mais, com o continuado esforço e a disciplina de bem agir, as dificuldades de hoje se dissiparão e novas
conquistas se apresentarão em nossa jornada.
***
374

Joanna de Ângelis, no livro RUMOS LIBERTADORES, nos ajuda a entender porque, muitas vezes, adotamos
atitudes conflitantes:
Constrangido a atuar mediante aparelhagem nervosa deficiente, o espírito que defraudou as leis do equilíbrio
universal ressurge, na Terra, sob a injunção de conflitos inquietantes.
O ser humano que padece de conflitos íntimos continuados é alguém alcançado pela imutável Lei da justiça divina.
Quase todos nós, transitando na carne ou habitando os círculos espirituais de suas proximidades, carregamos
conflitos íntimos de vário porte. Isto, porque, procedemos das sombras do erro em que nos comprazíamos,
rumando para a madrugada de paz que nos comove e incita ao avanço.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: Diferentes aspectos)
Referências: livro RUMOS LIBERTADORES, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #comportamento #conflitos #disciplina #conhecimento #evolução #psicologiaespirita #PsicologiaEspírita
#doutrinaespirita
375

228 - REFLETINDO SOBRE O TEMPO


Você já teve a impressão de que os dias se passam cada vez mais céleres? Já passou pela
sensação de Natais cada vez mais próximos uns dos outros, ou de semanas que passam tão
corridas, que nem notamos os dias que escoam?
Esses são dias de pressa, de correria, de intensidade. São dias onde as necessidades, deveres
e compromissos se avolumam, e dias, noites, semanas são ocupados intensamente, e já não
vemos o tempo passar.
Já não mais nos debruçamos na janela da vida, para ver a vida passar. Não há tempo, com tão
pouco tempo, para ver a vida. Só nos sobra tempo para vivê-la.
Com a mente constantemente ocupada, o pensamento está sempre no próximo compromisso,
no dever seguinte, no compromisso que se aproxima.
Passa-se a viver o tempo dos nossos compromissos, o tempo da agenda cheia de datas, o
tempo de fora.
E o nosso tempo de dentro? O tempo de nossos sentimentos, do nosso corpo, das
necessidades internas, será ele o mesmo tempo de fora?
Ao nos atrelarmos a tanto e a tudo, os olhos, mente e preocupações ficam com as coisas de
fora e esquecemos das coisas de dentro.
O tempo que nos impusemos para viver, não é o tempo do nosso organismo e de nossas
emoções.
Quantas vezes as refeições são engolidas ao atropelo, quando não esquecidas, prejudicando
o aparelho digestivo?
E a mente exigida intensamente, o controle emocional sob pressão constante, os sentimentos
sempre em desafio não encontram espaço para serem cuidados.
***
Vivemos como se tivéssemos somente um mundo externo a cuidar, sem preocupações com o
corpo, descomprometidos com a alma.
Como resultado, doenças que se instalam precoces, níveis de stress ou fobias se instalando
em nós, sinalizando que algo está errado.
É verdade que a vida é feita de desafios, e que devemos cumprir nossas obrigações
profissionais, buscar melhorar nossa condição de vida, dar conta dos compromissos assumidos.
Mas nada disso nos impede de vivermos como alguém que não esqueceu que tem alma, e que
o corpo é somente veículo de que essa se utiliza, buscando aprendizado.
Desta forma, não se deixe envolver tão intensamente pelas coisas do mundo, já que ele é
passageiro, e de eterno, somente sua alma.
Coloque na sua agenda também o seu tempo de oração, os momentos de meditação, as horas
de reflexão tão necessárias para a vida de dentro.
Dê a si mesmo a oportunidade de almoçar com o prazer de sentir o gosto da comida, de
desfrutar da companhia de quem compartilha a mesa, de respeitar o tempo de dentro.
Mesmo que a vida nos exija muito, e o tempo fique exíguo, as coisas de dentro terão sempre
tanta importância quanto as coisas de fora.
***
Joanna de Ângelis tem um conselho bem oportuno sobre o que fazer com nosso tempo:
Transforma as tuas horas num rosário de bênçãos.
Aproveitando-as com sabedoria, no trabalho edificante, formarás um patrimônio de felicidade,
o qual não podes imaginar.
Desperdiçando-as, não conseguirás recuperá-las.
376

A hora que passa não retorna, qual a água que corre sob a ponte.
A eternidade é feita de segundos, e o tempo medido pelas horas é a concessão de Deus para
te proporcionar bem-estar.
Trabalha sem desânimo e acumula as tuas horas de ação benéfica.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: Dias de pressa)
Referências: Cap. 79 do Livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #comportamento #tempo #passagemdotempo #reflexão #psicologiaespirita
#PsicologiaEspírita #doutrinaespirita
377

229 - CULTIVAR A GRATIDÃO


A ingratidão é o fruto amargo da árvore do egoísmo. O homem, porque possui a faculdade de pensar, atribui-
se direitos que está longe de merecer, embora por vezes os tenha.
Como consequência, tudo aquilo que recebe da vida lhe parece insignificante em relação ao que espera
conquistar.
Facilmente se afasta do afago gentil, do coração generoso, da família, esquecido de ser grato.
Uma senhora americana, de nome Faith Bedford conta como sempre se esmerou para cultivar a gratidão no
coração dos seus filhos.
Toda vez que eles recebiam um presente, via correio, ela insistia para que escrevessem, de próprio punho,
uma frase de agradecimento à pessoa que o enviara.
Chegou a marcar, certo dia, com as crianças, o tempo que se leva para sair de casa, tomar o carro, chegar ao
shopping e escolher um presente para alguém.
Depois, o tempo gasto para fazer o embrulho, endereçar e levar ao correio. Chegou ao tempo de duas horas
e 34 minutos.
Ela mesma se recorda de seu tio Arthur. Embora não o conhecesse, todo Natal ele lhe mandava um presente.
Era um cheque de 5 dólares, preenchido por uma sobrinha, pois que ele era cego.
Faith sempre escrevia, agradecendo e dizendo como gastara o dinheiro. Já crescida, foi estudar em
Massachusetts e teve oportunidade de visitar tio Arthur.
Cego e idoso ele lhe falou de como gostava de receber os seus cartões de agradecimento.
Pediu para que ela apanhasse a caixa com o maço de cartas guardadas e foi falando das que mais lhe
agradavam.
Faith encontrou, então, entre tantas, uma carta sua que leu em voz alta:
Querido tio Arthur: estou debaixo do secador, no salão de beleza, escrevendo para o senhor.
Hoje à noite é o baile de fim de ano da escola e estou gastando seu presente de Natal fazendo o cabelo para
a festa. Muito obrigada.
Sei que vou ter uma noite maravilhosa, em parte por causa da sua gentileza. Com carinho. Faith.
Hoje, ao narrar este fato aos seus filhos, Faith recorda que naquela noite, naquele baile, ela encontrou um
belo jovem que lhe entregou um buquê.
Ele foi seu par naquela noite e continua a ser até hoje, depois de 36 anos de um casamento, em que geraram
três filhos.
Sim, ela diz, devo ser muito grata ao tio Arthur. Foi mesmo um baile muito especial para minha vida.
***
A gratidão é sentimento que demonstra que a criatura passou do estágio de primitivismo espiritual para os
patamares da razão.
Lembrar-se de agradecer sempre pelos benefícios recebidos dos amigos, irmãos, pais e mestres é sinal de
bom senso moral.
Mas a verdadeira gratidão é aquela que não esquece, no tempo, os que serviram no anonimato, os que
permitiram o nosso crescimento individual, os que contribuíram para nossa formação.
Mesmo que, em algum momento, por algum motivo, eles tenham buscado outros caminhos, distantes e
diversos dos nossos.
Onde estejam, não esqueçamos de lhes traduzir gratidão por tudo que representaram em nossas vidas.
***
378

Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 33, ressalta a importância da Gratidão:


Tem piedade dos ingratos. Eles asfixiaram os sentimentos nobres nos vapores da soberba.
A gratidão é o sentimento digno que deve viger no homem que recebe benefícios da vida.
Todos a devemos a alguém ou a muitas pessoas que nos socorreram nos momentos graves da existência.
A ajuda na hora certa é responsável por tudo de bom que te venha a acontecer, impelindo-te ao
reconhecimento perene.
Sê grato em todas as situações.
***
Extraído do Momento Espírita
Referências: artigo UMA NOVA ATITUDE DE GRATIDÃO, de Faith Andrews Bedford, publicado na Revista
SELEÇÕES READER'S DIGEST, maio/2000 e no cap. 42 do livro SUAVE LUZ NAS SOMBRAS, por João
Cléofas e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #comportamento #gratidão #gratidao #reflexão #egoismo #doutrinaespirita
379

230 - PROGRESSO E REENCARNAÇÃO


Já pensamos, alguma vez, sobre o que existe além do véu que separa o visível do invisível?
Pensamos sobre o que acontecerá com o nosso pensamento, após a morte do corpo físico?
Embora este assunto seja de grande importância para todos nós, poucos nos detemos a pensar nele.
Vendo na morte física uma eterna adversária, evitamos qualquer cogitação quanto ao que nos está reservado
para lá das suas fronteiras.
Todavia, quem de nós pode contemplar a grandeza do Universo sem acreditar que há um plano e um Arquiteto?
Se prestarmos atenção, perceberemos que esse planejamento é evidente em todos os fenômenos que ocorrem
com a natureza, dentro dos limites da nossa acanhada percepção.
***
Tomemos, por exemplo, o fenômeno das estações climáticas que se dão, naturalmente.
No outono, as folhas adquirem colorido variado e vão caindo docemente ao chão, não para serem destruídas, mas
para serem recolhidas pela natureza e aproveitadas futuramente.
O inverno chega e estende suas cores nostálgicas. O verde alegre desaparece para dar lugar ao cinza melancólico.
Mas, e a vida estuante terá desaparecido? Ou será que nos planos do Arquiteto há um objetivo maior?
Não demora muito e a resposta se manifesta na folhagem verdejante que arrebenta exuberante.
Das mãos do Grande Arquiteto vem a inevitável carícia da primavera para trazer vida e cor, fragrância e beleza à
terra ávida.
O calor do verão é bálsamo bendito que permite a germinação e a frutificação que garantirá a perpetuidade das
espécies que dele necessitam.
E esse ciclo se repete infinitamente...
Caem as folhas, secam as árvores, entristece a paisagem, mas a vida jamais fenece...
***
Por mais limitado seja o nosso raciocínio lógico, não podemos conceber que esse arquiteto perfeito tenha traçado,
para os seres humanos, destino diferente.
Assim como acontece com as estações, nós também passamos pelo outono e nos despojamos da vestimenta
carnal.
Baixam as cortinas do inverno e nos retiram de cena, no mundo visível.
Será o fim?
Não, nós apenas mergulhamos no hemisfério invisível onde a vida continua exuberante...
Logo mais surge uma nova primavera... Um corpo novo e pleno de vida nos é ofertado pelo Criador para que
possamos continuar a crescer e aprender.
Novamente o calor do verão, em forma de afeto, nos aconchega num novo lar, onde aprenderemos a amar e
ampliar os laços da fraternidade.
***
A natureza é uma lição de serviço à vida.
Serve o ar, sem o qual nada sobrevive.
Serve o verme, sustentando a vida.
Serve o gérmen, renovando a vida.
O vento passa em doce musicalidade e, conduzindo o pólen da flor, fecunda outras espécies vegetais, perpetuando
a vida.
Serve o animal nas diferentes expressões da escala evolutiva em que se demora.
Serve a água preservando a vida, em todas as suas manifestações.
380

Serve o sol, mantendo o equilíbrio geral e, graças ao seu tropismo, se realizam os programas divinos na Terra e no
sistema que a sustenta.
Não terá, então, o Arquiteto Maior um plano para o homem, ao qual deu domínio sobre todas as coisas vivas?
Pensemos nisso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 8, do livro HERANÇAS DE AMOR, pelo Espírito Eros, psicografia de Divaldo Pereira
Franco, ed. LEAL.
***
#momentoespirita #vida #vidaaposamorte #conhecimento #reencarnação #reflexão #doutrinaespirita
#aprendizado
381

231 - JAMAIS DESISTIR


Cada um de nós tem desafios diferentes. A vida é feita de desafios diários.
Para quem não dispõe de movimentos nas pernas, transportar-se da cama para a cadeira de rodas, a cada manhã,
é um desafio.
Para quem sofreu um acidente e está reaprendendo a andar, o desafio está em apoiar-se nas barras, na sala de
reabilitação, e tentar mover um pé, depois o outro.
Para quem perdeu a visão, o grande desafio é adaptar-se à nova realidade, aprendendo a ouvir, a tatear, a
movimentar-se entre os obstáculos sem esbarrar. É aprender um novo alfabeto, é ler com os dedos, é adquirir
nova independência de movimentos e ação.
Para o analfabeto adulto, o maior desafio é dominar aqueles sinais que significam letras, que colocados uns ao
lado dos outros formam palavras, que formam frases.
É conseguir tomar o lápis e escrever o próprio nome, em letras de forma. É conseguir ler o letreiro do ônibus,
identificando aquele que deverá utilizar para chegar ao seu lar.
Cada qual, dentro de sua realidade, de sua vivência, apontará o que lhe constitui o maior desafio: dominar a
técnica da pintura, da escultura, da música, da dança.
Ser um ás no esporte. Ser o primeiro da classe. Passar no vestibular. Ser aprovado no concurso que lhe garantirá
um emprego. Ser aceito pela sociedade. Ser amado.
Para vencer um desafio é preciso ter disciplina, ser persistente, ser diplomático, saber perdoar-se e perdoar aos
outros.
É ser otimista quando os demais estão pessimistas. Ser realista quando os demais estão com os pensamentos na
lua. É saber sonhar e ir em frente.
É persistir, mesmo quando ninguém consiga nos imaginar como um prêmio Nobel de Química, um pai de família,
um professor, prefeito ou programador.
Acima de tudo, o maior desafio para deficientes, negros e brancos, japoneses e americanos, brasileiros e
argentinos, para todo ser humano, é fazer.
Fazer o que promete. Dar o primeiro passo, o segundo e o terceiro. Ir em frente.
***
Com que frequência se escutam pessoas dizendo que vão fazer regime, que vão estudar mais, que vão fazer
exercício todo dia, que vão ler mais, que vão assistir menos televisão, que vão...
Falar, reclamar ou criticar são os passatempos mais populares do mundo, perdendo só, talvez, para o passatempo
de culpar os outros pelo que lhe acontece.
Então, o maior desafio é fazer. E não adianta você dizer que não deu certo o que pretendia porque é cego, ou
porque é negro, ou porque é amarelo, ou porque você é brasileiro. Ou porque mora numa casa amarela. Ou
porque não teve tempo.
Aprenda com seus erros. Quando algo não der certo, você pode tentar de maneira diferente. Agora você já sabe
que daquele jeito não dá.
Você pode treinar mais. Você pode conseguir ajuda, pode estudar mais, pode se inspirar com sábios amigos. Ou
com amigos dos seus amigos.
Pode tentar novas idéias. Pode dividir seu objetivo em várias etapas e tentar uma de cada vez, em vez de tentar
tudo de uma vez só.
Você pode fazer o que quiser. Só não pode é sentir pena de si mesmo. Você não pode desistir de seus sonhos.
***
Problemas são desafios. Dificuldades são testes de promoção espiritual.
Insucesso é ocorrência perfeitamente natural, que acontece a toda e qualquer criatura.
Indispensável manter o bom ânimo em qualquer lugar e posição.
382

O pior que pode acontecer a alguém é se entregar ao desânimo, apagando a chama íntima da fé e caminhar em
plena escuridão.
Assim, confia em Deus, e, com coragem, prossegue de espírito tranquilo.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 190, diante dos desafios da vida, nos recorda:
Toda pessoa que pensa, enfrenta problemas, porquanto a vida no corpo transcorre sob a ação de variadas
situações difíceis.
Aprende a conviver com eles, tentando resolvê-los, quanto possível, sozinho. Se não o conseguires, busca a
experiência de outrem e luta até solucioná-los no momento próprio.
Não os transfiras para os outros, que também os têm, embora não o demonstrem.
É desrespeito sobrecarregar o próximo com os nossos problemas, sem considerar as aflições que, certamente, lhe
pesam sobre a existência.
Um problema hoje solucionado é lição para os que estão por vir.
Aprende a resolvê-los, para viver em paz.
***
Extraído do Momento Espírita (título original: O MAIOR DESAFIO)
Referência: Cap. 9 do livro CONVITES DA VIDA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco e carta endereçada
a um cego, de nome Juliano, em Curitiba.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #LeidoProgresso #progresso #evolução #solidariedade #caridade #fraternidade
#comportamento #doutrinaespirita
383

232 - REFLETINDO SOBRE SER ESPÍRITA


Ouve-se, vez ou outra, alguém responder, quando indagado acerca da sua religião: Estou tentando ser espírita,
quer dizer, ainda não posso me chamar espírita.
A afirmativa deixa no ar uma dúvida: Pode-se ser meio espírita?
Interessante que, somente na Doutrina Espírita, encontramos esse receio de se intitular o seguidor de Doutrina
religiosa.
Vejamos então o que nos ensina o Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec: Os adeptos do Espiritismo serão
os espíritas, ou, se o quiserem, os espiritistas.
Logo se vê que não há porque ficar procurando outra denominação ou temer usar a correta. Se é adepto da
Doutrina Espírita é espírita.
***
Quanto a ser o adepto fiel ou não dos princípios espíritas, é ainda o mestre francês Allan Kardec que ensina. Entre
as diversas categorias dos que se convenceram por um estudo direto, se destacam:
Primeiro, os que simplesmente creem nas manifestações dos Espíritos, os que consideram o Espiritismo apenas
uma série de fatos mais ou menos curiosos. São os espíritas experimentadores.
Aqueles que se detêm no fenômeno, acham maravilhosa a mediunidade, admiram o que os Espíritos fazem. São
os espíritas de superfície.
A segunda categoria é a dos espíritas imperfeitos. Esses vão além dos fatos.
Compreendem a parte filosófica da Doutrina e admiram a moral. Mas continuam a ser o que sempre foram:
ciumentos, invejosos, avarentos, ociosos.
Admiram as mensagens, se extasiam com as palestras e exposições espíritas, cumprimentam palestrantes e
expositores com entusiasmo, mas não modificam a conduta.
Trabalhar na Casa Espírita, servir ao próximo, renunciar aos seus prazeres? De forma alguma.
Esses passam anos e anos frequentando os Centros Espíritas, comprando livros, até por acharem as capas muito
bonitas, vistosas, mas não se deixam penetrar pela mensagem renovadora do Espiritismo.
São os que entram na Doutrina, sem permitir que ela lhes adentre a intimidade.
Temos depois os Espíritas Cristãos. São os VERDADEIROS ESPÍRITAS.
Os que estudam, se aprofundam no conhecimento espírita, convencidos de que a existência na Terra é passageira,
que é oportunidade de crescimento. Esses aproveitam todos os momentos para adentrarem na senda do
progresso.
Esforçam-se por fazer o bem e por dominar os seus maus pendores. A caridade é sua linguagem e sua regra de
proceder.
Finalmente, os ESPÍRITAS EXALTADOS.
Esses aceitam tudo o que vem dos Espíritos, sem exame, sem verificação.
Até as coisas mais absurdas aceitam, sem contestar.
São também esses os que tudo consideram obra dos Espíritos.
Graças à sua confiança cega são iludidos facilmente e explorados por Espíritos mistificadores e homens de má fé.
Esse tipo de espíritas, sem o saberem, dão armas aos incrédulos, aos zombadores, que desejam ridicularizar o
Espiritismo.
Com tal divisão, é possível detectarmos que tipo de espíritas somos.
E trabalhar para nos tornarmos os espíritas cristãos, os verdadeiros espíritas, pois somente assim se estará
aproveitando a belíssima chance que o Senhor Jesus nos concede: conhecer o Seu evangelho à luz dos ensinos
dos Espíritos.
***
384

Você sabia que, na cidade de Colônia, na Alemanha, um jovem, recém integrado no estudo do Espiritismo, pediu
ao Departamento Federal do Serviço Social do seu país para não servir ao exército?
Não gostaria de lutar contra a violência, falou, porém, colocar-me à disposição da paz. Ofereceu-se para prestação
de serviço social, nesse período, desejando ser útil de forma diferente.
O órgão federal alemão autorizou o jovem a recursar o serviço militar armado.
***
O Espiritismo convida o ser humano para ser hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje. Seu
objetivo é a REFORMA ÍNTIMA da criatura.
Kardec escreve no Capítulo 27, ítem 4 do EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO que se reconhece o VERDADEIRO
ESPÍRITA pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Introdução de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Item 28 do LIVRO DOS MÉDIUNS e Revista
PRESENÇA ESPÍRITA de maio/junho de 1995.
***
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#espiritismo #evangelhosegundooespiritismo #doutrinaespirita
385

233 - O SOFRIMENTO MAIOR


Conta-se que quando Inácio de Antioquia foi preso, foi levado a Roma e colocado em um subterrâneo, onde encontrou
amigos de fé.
Ali ele se recordou de Jesus e, por várias horas, falou-lhes a respeito das bem-aventuranças do reino de Deus.
Uma semana depois, milhares de espectadores lotaram o circo e a arena se encheu de feras vindas de várias partes do mundo.
Elas não tinham sido alimentadas por uma semana. Para lhes aguçar o paladar, pedaços de carne ensanguentados lhes foram
atirados.
Naquela arena, os cristãos foram lançados e os animais, de forma rápida, despedaçaram os corpos frágeis de anciãos, homens,
mulheres e crianças, que não se intimidavam diante da morte.
Contudo, de uma forma estranha, Inácio, que se encontrava entre eles, não foi tocado. Esperou que uma patada no tórax lhe
despedaçasse os ossos e os músculos. Entretanto, nenhuma fera lhe arrebentou o corpo.
Vendo que os cadáveres dos seus companheiros já estavam sendo rejeitados pelas feras saciadas, ele se ajoelhou na arena
ensanguentada e orou a Jesus: Por quê? Por que fui poupado? Por que não tive a honra de morrer?
Então, um ser espiritual se apresentou à visão psíquica e lhe respondeu:
- Inácio, morrer é muito fácil. Perder o corpo numa só vez é um testemunho pequeno para ti. Tu, que amas tanto Jesus, mereces
algo mais penoso. Tu viverás. Viverás entre pessoas que não te compreendem, que desconfiarão de ti. Estar firme no ideal,
Inácio, no momento das dificuldades, este é o sacrifício maior. O Mestre deseja que vivas, para que a Sua mensagem saia da
tua boca e experimentes a perseguição continuada, sem desanimar. A morte na arena é uma morte muito rápida para os que
são bons e fiéis.
***
Inácio teve sua vida poupada. Os cristãos supuseram que ele houvesse negado o Cristo e prestado sacrifício aos deuses de
Roma, para se salvar.
A calúnia, a maledicência e a intriga semearam na comunidade cristã toda sorte de desconfianças.
Ele jamais se defendeu, porque quem ama Jesus não tem tempo a perder com defesas improdutivas.
Jamais se justificou, porque ele deveria prestar contas ao seu rei, Jesus, e não aos seus pares, súditos como ele.
Não disse uma palavra. Os anos demonstraram a sua grandeza. Ele passaria a ser o modelo do cristão verdadeiro, o modelo
daquele servidor primitivo de Jesus, elevado à categoria de bem-aventurado, por seu testemunho de amor.
***
Se servimos a Jesus, não nos perturbemos com as querelas que nos circundam as ações.
Atendamos sempre com amor. Sirvamos sem cansaço. Trabalhemos e, como o Apóstolo de Antioquia, demos conta dos
nossos atos a Jesus, nosso Mestre e Senhor.
Vivamos cada dia no bem, aplicando a caridade plena que é benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições
dos outros e perdão das ofensas.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 184, atenta aos problemas da calúnia e maledicência nos aconselha:
No teu local de trabalho descobrirás, talvez, conspiradores da tua paz.
O mundo é uma arena ampliada, e as pessoas desprevenidas, ao invés de se amarem umas às outras, armam-se umas contra
as outras.
Em algumas circunstâncias tornam-se feras inconscientes que apenas reagem, sempre assumindo posturas inadequadas à
sua situação de humanidade, buscando tomar o lugar dos outros, derrubar, ver sofrer...
Evita essa competição criminosa, essa disputa desequilibradora, atuando com retidão e consciência.
A tua parte ninguém tomará, nem o teu mérito calúnia alguma ofuscará.
Age, pois, com correção e fica tranquilo.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 886 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e artigo O HOLOCAUSTO MAIOR de Rogério Coelho,
na revista REFORMADOR, de março de 2001.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #sofrimento #calunia #maledicencia #vigilância #PsicologiaEspírita
#doutrinaespirita
386

234 - A FUGA
Num desses dias agitados, em que se tem mil coisas diferentes para fazer, encontramos Justin, o filho de 4
anos de idade de um jovem casal.
O garoto não parava de fazer bagunça e, depois de ouvir seu pai pedir por várias vezes para que sossegasse
um pouco, acabou ficando de castigo no canto da sala.
Justin chorou, esperneou, emburrou e finalmente disse: Vou fugir de casa.
A primeira reação da mãe foi de surpresa que, irritada, falou: Ah, vai?
Quando ela virou-se e o olhou, ele parecia um anjo, tão pequeno, encolhido ali no canto, com um ar tão
triste...
Ela decidiu largar tudo que estava fazendo e parou.
Com o coração partido, ela lembrou-se de uma passagem de sua própria infância, quando ela também quis
fugir de casa porque se sentia rejeitada e incompreendida.
Ela sabia que ao anunciar Vou fugir de casa, Justin estava dizendo: Por favor, prestem mais atenção em mim.
Eu também sou importante. Por favor, façam com que eu me sinta desejado e amado incondicionalmente.
Tudo bem, Justin, você vai poder fugir de casa, falou a mãe baixinho para ele, enquanto começava a pegar
umas roupas em seu armário e colocar numa sacola.
Mamãe, ele perguntou, o que você está fazendo?
Ela respondeu: Se você vai fugir de casa, então mamãe vai com você, porque não quero ver você sozinho
nunca. Gosto muito de você, Justin.
Ela então o abraçou, e ele perguntou, surpreso: Por que você quer ir comigo?
Ela olhou-o com carinho e disse: Porque eu gosto muito de você e vou ficar muito, muito triste se você for
embora. E também quero tomar conta de você para que nada de mal aconteça.
Papai também pode ir? - Perguntou ele, com uma voz acanhada.
Não, papai tem que ficar com seus irmãos, e papai tem de trabalhar e tomar conta da casa quando nós não
estivermos aqui.
O meu hamster pode ir?
Não, ele também tem que ficar aqui.
Justin parou um instante para pensar e disse: Mamãe, podemos ficar em casa?
Claro, Justin, podemos ficar em casa.
Mamãe. - Disse ele suavemente.
O que é, Justin?
Eu amo você.
Eu amo você também, querido, muito, muito, muito. Que tal me ajudar a fazer pipoca?
Oba! Tudo bem. - E lá se foi Justin com sua mãe.
Naquele instante ela se deu conta da maravilhosa dádiva que é ser mãe. De como somos fundamentais
quando levamos a sério a responsabilidade sagrada de ajudar uma criança a desenvolver o sentido de
segurança e o amor-próprio.
Abraçando Justin, ela percebeu que em seus braços tinha o tesouro inestimável da infância, uma pessoinha
que dependia do amor e segurança que recebesse, do atendimento de suas necessidades, do
reconhecimento de suas características únicas para tornar-se um adulto feliz.
Ela aprendeu que, como mãe, jamais deveria fugir da oportunidade de mostrar aos seus filhos que eles são
amados, desejados e importantes - o presente mais precioso que Deus lhe deu.
***
387

Não te poupes esforços na educação dos filhos.


Os pais assumem, desde antes do berço, com aqueles que receberão na condição de filhos, compromissos e
deveres que devem ser exercidos, desde que serão, também, por sua vez, meios de redenção pessoal perante
a consciência individual e a Cósmica, que rege os fenômenos da vida, nos quais todos estamos mergulhados.
***
Extraído do Momento Espírita
Referências: cap. A fuga, de Lois Krueger, do livro Histórias para aquecer o coração, v. 2, de Jack
Canfield e Mark Victor Hansen, ed. Sextante e no cap. Deveres dos pais, do livro S.O.S Família, por
Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
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388

235 - BUSCAR CONSTRUIR A FELICIDADE


Não há no mundo quem não deseje uma vida de felicidades. Sonhamos e desejamos que nossos dias sejam de
alegrias intensas e plenas.
Anelamos que o sorriso nos venha fácil, que os dias nos sejam leves e que seja de venturas o nosso caminhar.
É natural que assim seja. Somos seres fadados à felicidade e esse é o sentimento que encontra na alma os mais
profundos significados.
Porém, na ânsia da felicidade, imaginamos que temos que buscá-la em algum ponto, que a encontraremos em
algum momento, que a atingiremos em um dia determinado.
***
Lembramos o soneto do poeta Vicente de Carvalho que afirma que a felicidade é uma árvore de dourados
pomos, porém que não a alcançamos, porque sempre está onde a pomos e nunca a pomos onde nós estamos.
Ao imaginar a felicidade como uma meta a alcançar nos esquecemos que, na verdade, a felicidade é caminho
a se traçar, é trilha a se percorrer, é história a se construir.
Quando imaginamos que a felicidade chegará um dia, perdemo-nos nos dias e não enxergamos a felicidade
que nos chega.
Ou não será felicidade poder deparar-se com um pôr-de-sol tingindo de vermelho um céu que há pouco era
de um azul profundo? Há tantos que desejariam ver um pôr-de-sol...
Quanta felicidade pode haver em escutar as primeiras palavras de um filho, uma declaração de amor de quem
queremos bem, ou ainda, o assovio do vento chacoalhando suave as folhas da árvore? Há tantos que nada
escutam, nem ouvem ou percebem...
Como somos felizes por poder pensar, criar, sonhar e, num piscar de olhos, viajar no mundo e no espaço,
conduzidos pela imaginação, guiados pela mente! São tantos que permanecem carcereiros de si mesmos em
suas distonias mentais, nos desequilíbrios emocionais...
Preocupamo-nos tanto em buscar a felicidade, que nos esquecemos que já temos motivos de sobra para
sermos felizes.
E, efetivamente, não nos damos conta que a felicidade não está em chegar, mas que ela mora no próprio
caminhar.
***
Ser feliz é ter o olhar de gratidão perante a vida, de entendimento do seu propósito, da percepção de que ela
se mostra sempre generosa a cada um de nós.
Ser feliz não é negar que na vida também haverá embates, lutas e desafios cotidianos. Afinal, esses são
componentes de nosso viver e, naturalmente, podem trazer dificuldades e dissabores.
Porém, ser feliz é também perceber que os embates produzem amadurecimento, que as lutas nos fazem mais
fortes e nos oferecem aprendizado.
Assim, de forma alguma vale a pena ficarmos esperando o dia em que nossa felicidade se completará.
Ser feliz é compromisso para hoje, que se inicia pelo olhar para as coisas do mundo, passa pelo coração em
forma de reconhecimento pelos presentes que nos chegam, completa-se em gratidão, oferecendo à vida o que
ela nos dá em abundância.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 43, nos recorda:
A tua felicidade é possível.
Crê nesta realidade e trabalha com afinco para consegui-la.
Não a coloques nas coisas, nos lugares, nem nas pessoas, a fim de que não te decepciones.
A felicidade é um estado íntimo, defluente do bem-estar que a vida digna e sem sobressaltos proporciona.
Mesmo que te faltem dinheiro, posição social de relevo e saúde, podes ser feliz, vivendo com resignação e
confiança em Deus.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 43, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #felicidade #comportamento #gratidão #evolução #difculdades
389

236 - O MAIOR MANDAMENTO


Dentre as maravilhas ensinadas por Jesus de Nazaré, o Homem que dividiu a História da Humanidade,
está a caridade.
Um costume muito comum aos fariseus, era o de tentar o Mestre, fazendo-lhe perguntas que julgavam
embaraçosas. Todavia, Jesus a todas respondia, com presteza e sabedoria.
Certo dia, um deles, que era doutor da lei, propôs a seguinte questão:
Mestre, qual o grande mandamento da lei?
Jesus lhe respondeu: Amarás o senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o
teu espírito. Esse o maior e o primeiro mandamento.
Eis o segundo, que é semelhante ao primeiro: amarás o teu próximo, como a ti mesmo. E acrescentou:
Toda lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.
Como é fácil perceber, Jesus sintetizou a lei e todos os ensinos dos profetas nestes dois mandamentos:
Amar a Deus e ao próximo.
Se um não for cumprido, o outro também não será, ou seja, não se pode amar a Deus, sem amar Seus
filhos, ou amar os filhos sem amar o Pai.
Podemos compreender com isso, que Jesus falava da CARIDADE, pois na sequência da resposta Ele
narrou a parábola do bom samaritano.
A parábola faz referência a três pessoas que se depararam com um homem ferido no caminho, e ressalta
que quem se compadeceu e o socorreu foi um samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor
ao próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade.
Percebemos nos ensinos de Jesus, que a prática da caridade é uma condição para a conquista da
felicidade.
***
Vejamos que a caridade não é somente dar coisas, mas doar-se ao próximo, condição que não requer
recursos financeiros nem influência social. Todos podemos fazê-la.
O Apóstolo Paulo fala da CARIDADE com as seguintes palavras: Ainda que eu tivesse a linguagem dos
anjos; tivesse o dom da profecia que penetrasse todos os mistérios; tivesse toda a fé possível, até ao
ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou.
E prossegue dizendo: E, quando houvesse distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse
entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria.
Está bem claro, nos ensinos de Paulo, que o fato de distribuir os bens materiais não é suficiente, ou não
é só nisso que consiste a verdadeira caridade.
A caridade material é apenas uma faceta, a outra é a caridade moral.
Não basta ter fé, não precisa ser profitente desta ou daquela religião, é preciso ter caridade como a
entendia Jesus: Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das
ofensas.
É, em resumo, fazer ao próximo todo o bem que desejamos que o próximo nos faça.
Nos caminhos claros da inteligência, muitas vezes, as rosas da alegria completa produzem os espinhos
da dor, mas, nas sendas luminosas da caridade, os espinhos da dor oferecem rosas de perfeita alegria.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 35, atenta à importância da caridade em nossas vidas, nos recomenda:
390

Reserva algum período do teu tempo ao serviço sem remuneração à caridade fraternal, à ação em favor
da comunidade.
A "hora vazia" é sempre espaço mental perigoso. Oferece-a ao teu próximo, a alguma Sociedade ou
Agremiação que se dedique à benemerência, à construção de vidas.
Pequenas ajudas produzem os milagres das grandes realizações.
Jamais te escuses a este mister de ajuda desinteressada, não retribuída.
Há muita aflição esperando socorro e compreensão.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, cap. XV, item 4, e verbete CARIDADE do livro
DICIONÁRIO DA ALMA, Espíritos Diversos e psicografia de Chico Xavier.
***
#momentoespirita #caridade #comportamento #amor #evangelhosegundooespiritismo #espiritismo
391

237 - SOMOS TODOS IGUAIS


As mulheres têm alma? Esta foi uma questão que, em certa época, chegou a ser posta em deliberação, em um Concílio da
Igreja dominante.
Durante milênios e, ainda hoje, em alguns países, as mulheres sofrem preconceito e não têm direitos assegurados. A sua
posição é de total submissão e dependência do homem.
Contudo, ao longo do tempo, elas demonstraram e venceram barreiras pela inteligência e criatividade.
Algumas pioneiras tiveram que usar pseudônimos masculinos, para se fazerem visíveis à sociedade.
Um exemplo marcante foi Amandine Dupin, que se tornou famosa como George Sand.
Nasceu em julho de 1804 e, ainda criança, ficou aos cuidados da avó.
Durante sua infância, passava os dias brincando e estudando, com um preceptor, junto a um meio irmão.
Preocupada com sua educação, a avó a matriculou no Couvent des Anglaises, em Paris.
A menina apreciou a vida silenciosa e introspectiva e até desejou ser freira. Ali também passou a se interessar por música e
teatro.
Decidiu criar pequenas peças de teatro e montar um grupo de meninas para representá-las.
Foi um sucesso.
Aos dezoito anos, se casou e teve dois filhos. Assombrou a sociedade da época, ao se divorciar, depois de pouco mais de duas
décadas de matrimônio, devido a infidelidade e alcoolismo do marido.
Ela começou a escrever para o jornal Le Figaro. Contudo, para ser aceita no meio literário, tomou o pseudônimo masculino de
George Sand.
Sua produção foi extensa e alguns dos seus romances se transformaram em filmes e séries de TV.
Foi considerada a maior escritora francesa e a primeira mulher a viver de direitos dos seus escritos.
Amiga de Vitor Hugo, por ocasião de sua morte, escreveu ele: Choro uma morta e saúdo uma imortal.
***
Deus outorgou tanto ao homem como à mulher a inteligência do bem e do mal, bem como a faculdade de progredir.
Essa pretensa inferioridade da mulher, considerada ainda hoje em determinados países, provém do predomínio injusto e
cruel que sobre ela assumiu o homem.
O progresso das luzes resgatou a mulher, que se afirmou pela inteligência, afrouxando os laços da tutela.
A natureza fez o sexo feminino mais frágil porque a delicadeza das formas é apropriada às funções da maternidade.
Em espírito somos todos iguais, pois não existem duas espécies de alma.
O Espiritismo abriu a era da emancipação legal da mulher, como abre a da igualdade e da fraternidade.
***
Todos somos Espíritos, fadados ao progresso incessante que conquistamos vida após vida, na Terra.
À medida que evoluímos em saber e moral, derrubamos os tabus e os mistérios que nos impediam de ver a luz.
Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 817 e seguintes de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e artigo AS MULHERES TEM ALMA, da
REVISTA ESPÍRITA, de Allan Kardec de janeiro de 1866.
***
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#doutrinaespirita
392

238 - ALÉM DA VIDA


O que nos espera depois da morte física? Esta é uma pergunta que muitos se fazem. ante o
desconhecimento do que os aguarda, alimentam o terror da morte. Pessoas há que sequer ousam mencionar
a palavra, como se isso fosse atrair o fato para si ou para os seus.
Mas isso não impede que a morte chegue. O medo de morrer está muito em função do desconhecimento de
que para além da vida corporal existe a verdadeira, a vida espiritual.
Embora alguns ainda duvidem, é uma certeza. Dr. Raymond Moody Jr, com residência na Escola de Medicina
da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, possui larga experiência sobre o assunto. Com vários livros
publicados, ele relata os casos de pacientes que tiveram experiências de quase morte. Isto é, pessoas
que sofreram problemas graves, que quase lhes assinalaram a morte e retornaram, contando o que lhes
aconteceu naquele período. Embora alguns tratem tais relatos como alucinação, não se pode conceber que ao
retornarem ao corpo, após a morte aparente, tais criaturas relatem fatos, situações, quase sempre confirmados.
Mais recentemente, Dr. Moody passou a analisar o caso de crianças que sofreram morte aparente.
Porque, diz ele, se o adulto teve tempo para ser influenciado e modelado pelas experiências de sua vida e
crenças religiosas, as crianças não estão profundamente influenciadas pelo ambiente cultural e nelas a
experiência adquire um certo frescor.
É o caso da garota de sete anos que, ao atravessar um trecho congelado do rio, caiu e bateu a cabeça. Desmaiou
e permaneceu inconsciente por doze horas. Durante esse tempo, o médico não sabia se ela iria morrer ou viver.
A garota se viu em um jardim extraordinariamente belo, com flores semelhantes a dálias enormes. Olhou em
volta e viu um ser. Sentiu-se amada e acalentada pela sua presença. Foi uma sensação deliciosa, como jamais
experimentara em sua vida.
O ser então lhe perguntou: você vai voltar?
E ela respondeu: sim.
Ele perguntou porque ela queria retornar ao seu corpo e ela disse: porque minha mãe precisa de mim.
Depois disso, sentiu-se descendo por um túnel. Acordou na cama, levantou-se e disse: oi, mamãe.
Essa é uma boa evidência de que há vida depois da morte.
Prosseguiremos a viver sim, porque o espírito é imortal e haverá de retornar, muitas vezes ainda, ao cenário
da Terra, até sua completa depuração.
***
Você sabia que, quando as crianças relatam suas experiências de quase morte, constata-se que um número
surpreendente delas se vêem em corpos espirituais adultos?
Tal fato está levando expoentes da psiquiatria, da psicologia e da psicanálise à conclusão de que o homem não
é um ser físico, vivendo experiências espirituais, mas um ser espiritual, temporariamente ligado a um corpo
físico.
É a ciência levando o homem a reconhecer as verdades já propaladas desde a remota Antigüidade e
vulgarizadas pelo Cristo.
***
Joanna de Ângelis, em Vida Feliz, 60, nos aconselha:
Vez que outra, dedica algum tempo para meditar a respeito da morte.
A morte arrebata os inimigos, os afetos, e te chegará num momento qualquer.
Prepara-te todo dia, como se ele fosse o teu último na Terra.
Acostumando-te a pensar na morte, ela não te ferirá quando passe pela tua porta ou conduza alguém que
te seja amado.
São Francisco de Assis aguardava-a com a tranquilidade com que "capinava o jardim".
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. 3 do livro A Luz do Além, de Raymond Moody, Jr., Ed. Nórdica.
***
#momentoespirita #vida #vidaaposamorte #desencarne #reflexão #Alem
393

239 - SUA VIDA RELIGIOSA


Como tem sido sua vida religiosa?
Tem você mantido as aparências graciosas da fé, enquanto alimenta azedumes, invejas, mágoas e rapina
no coração, ou tem se esforçado por ser, intimamente, o que Deus espera de você?
Vida religiosa nada tem a ver com as atitudes artificiais ou piegas por muitos adotadas.
Ela se vai concretizando, em verdade, quando passamos a compreender que a religião verdadeira não passa
obrigatoriamente pelas aparências de fora, mas sempre será uma realidade vibrante no íntimo dos seres.
Manter contato mais próximo com Deus, com Cristo ou com os prepostos da Luz Divina, pela capacidade de
transformar velhas inclinações perturbadoras em novas posturas de trabalho renovador, por dentro e por
fora de nós, isso sim é a base para a realização religiosa.
A sua vida religiosa precisa ter o aroma das reais virtudes, que crescem aos poucos, mas que não estão
ausentes da vivência dos religiosos verdadeiros.
Nas lutas e renúncias de Gandhi, vemos sua vida religiosa ativa, laboriosa e útil.
Nas pelejas e renúncias de Lincoln, achamos sua vida religiosa corajosa, desafiadora e útil.
Nos esforços e renúncias de madre Teresa, encontramos os sinais inquestionáveis da sua vida religiosa
dedicada, transformadora e útil.
Se, na condição de pessoa religiosa, os seus atos não forem enobrecidos e úteis a ninguém, tenha a certeza
de que eles são vazios e sem qualquer valor para a vida interior.
Pense e repense acerca da sua vida religiosa.
Transforme-se para o bem o quanto possa.
Desenvolva-se no amor o quanto puder, porque somente assim a sua atuação na esfera religiosa espalhará a
luz do Cristo e o fará realmente feliz.
***
Em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec faz um questionamento fundamental, no que diz respeito à
diversidade de doutrinas e crenças.
- Todas as doutrinas têm a pretensão de ser a única expressão da verdade. Como se pode reconhecer a que
tem o direito de se posicionar assim?
A resposta dos Espíritos é bela e profunda:
- Será aquela que produza mais homens de bem e menos hipócritas, ou seja, pela prática da lei de amor e
de caridade em sua maior pureza e sua aplicação mais abrangente.
Por esse sinal reconhecereis que uma doutrina é boa, pois toda doutrina que semear a desunião e
estabelecer uma demarcação entre os filhos de Deus só pode ser falsa e nociva.
Notemos dois detalhes: o primeiro, associando a religiosidade à prática, à transformação moral do
indivíduo, senão de nada ela lhe serve.
O segundo, deixando claro que não precisamos de uma que se sobreponha às demais. Basta que ela conduza
ao bem, que ligue os homens ao Criador, e ela terá cumprido sua função primordial.
Não há mais porque escolher uma entre várias, ou tentar dizer que esta é melhor do que aquela, senão
voltaremos a cair nos problemas que geramos, ao longo dos tempos, segregando pessoas por crença, cor,
raça.
Cada doutrina atende a um tipo de necessidade, a um tipo de alma, num determinado estágio evolutivo, e
sempre terá seu valor, desde que mantenha seu compromisso com o amor e a caridade.
Não há apenas um caminho. O amor e o bem têm diversas vias, podem estar pintados de cores diferentes,
mas sempre serão o amor e o bem.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 842 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e cap. 12, do livro PARA USO DIÁRIO, de Raul Teixeira, pelo Espírito
Joanes, ed. Fráter
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #religião #religiosidade #comportamento #virtudes #doutrinaespirita
394

240 - TEMPOS DE OMISSÃO


Vivemos na Terra tempos muito difíceis. A maldade de alguns indivíduos é audaciosa e intimidadora.
Parece que a humanidade está retrocedendo aos tempos de barbárie e nada se pode fazer para deter esse estado
de coisas.
Em quase todos os setores da sociedade vamos encontrar vestígios da violência em suas mais variadas expressões.
E por que isso acontece? Será que a humanidade é formada, em sua maioria, por pessoas más?
Onde estão as pessoas de bem?
Em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec propôs a seguinte questão aos Sábios do espaço:
- Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
E os benfeitores responderam:
- Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem,
preponderarão.
***
A resposta nos faz perceber claramente porque a humanidade está como está.
Os maus são intrigantes e audaciosos e por isso intimidam os bons.
A timidez dos bons é a grande responsável pelo atual estado de coisas da nossa sociedade terrena.
Impressionante como as pessoas de bem se deixam levar por essa onda de violência intrigante.
O depoimento de algumas pessoas publicado em uma revista de grande abrangência em nosso país, por ocasião
do atentado na Rússia, fala-nos dessa realidade.
Uma mãe chegou a desabafar:
- Diante de tantas atrocidades cometidas contra nossas crianças, só me resta pedir desculpas aos meus filhos.
Coloquei-os no mundo e agora não tenho como protegê-los de tanta violência."
É compreensível o desespero dessas pessoas, pois esse é o efeito esperado e premeditado pelos maus.
***
E quando falamos dos maus não nos referimos unicamente aos terroristas.
Existem muitos indivíduos maus se aproveitando dessas situações.
O pavor e o desespero gerado na população é o componente perfeito para a ação dos maus.
Um povo intimidado, desesperado e impotente é tudo o de que precisam os que querem tirar proveito disso.
No entanto, os benfeitores espirituais, que percebem a realidade de um ponto de vista abrangente, sabem que a
solução depende dos bons, ao afirmarem: "quando estes o quiserem, preponderarão."
Só que muitos dos que se dizem bons, e alguns religiosos de várias crenças estão ocupados em defender o seu
"bem" exclusivo, atirando fora todo bem que não seja praticado pelos de sua religião.
OU OS BONS ASSUMEM A SUA BONDADE OU NÃO SÃO BONS
***
Jesus jamais se omitiu diante de qualquer situação. Sempre se posicionou favorável ao bem, sem se importar com
quem o praticava.
Em resposta aos discípulos que haviam proibido um homem que expulsava os demônios em nome de Jesus mas
não o acompanhava, Jesus disse-lhes, com sabedoria: "não o proíbam, porque quem não é contra nós, é por nós".
Isso é levantar a bandeira do bem acima de tudo. O bem é o bem. Apenas isto.
Quem prega o contrário, não pode estar movido por boas intenções.
São chegados os tempos em que precisamos assumir a nossa posição. Precisamos mostrar de que lado estamos:
do lado de Deus ou de Mamom.
Em tempos de tanta violência, corrupção e falta de ética, não temos o direito de permanecer em cima do muro.
Precisamos nos decidir.
395

Se dizemos confiar em Deus, é momento de assumir essa confiança. A confiança de que toda árvore que nosso
pai não plantou será arrancada, conforme ensinou Jesus.
E a violência certamente não é árvore plantada pelo Criador.
Portanto, é hora de fazer luz. É hora de somar as boas qualidades e fazer valer o bem que desejamos.
É hora de altear bem alto a bandeira do bem, para que o bem sobrepuje o mal. Para que a luz afugente as trevas.
Pensemos nisso e consideremos que basta apenas querer o BEM.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 932 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e Evangelho de Lucas, cap. 9, versículo 50
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #bomdade #humanidade #bem #maldade #comportamento #virtudes
#doutrinaespirita
396

241 - OS DESAFIOS
Desafio é considerado como aquilo que é difícil, perigoso. Todos temos nossos desafios diários. Uns, maiores do
que outros. E, na pauta das nossas realizações, cada qual encara o desafio de uma maneira diferente.
Alguns o creditam à conta das dificuldades, estancam o passo e se dão por derrotados, sem combater.
Outros tantos enfrentam os desafios e se tornam vencedores.
Diz-se que o General Mac Arthur foi recusado na Academia Militar de West Point, não uma, mas duas vezes.
Tentou uma terceira vez, foi aceito e graduou-se como primeiro aluno, no ano de 1903.
Já na reserva, durante a Segunda Guerra Mundial, foi chamado à ativa e marchou para os livros de História.
Recebeu a capitulação japonesa em 1945 e comandou as tropas de ocupação até 1950.
Nesse ano, foi convocado para chefiar as tropas, sob a bandeira da ONU, na Coreia.
Albert Einstein foi qualificado por sua professora como mentalmente lerdo, não sociável e sempre perdido em
devaneios tolos.
Ele não deu ouvidos às referências nem às dificuldades com aprendizagem, nos primeiros anos escolares.
Doutorou-se na Universidade de Zurique, ofereceu ao mundo a Teoria da Relatividade e foi Prêmio Nobel de Física
de 1921.
Alexander Graham Bell, ao inventar o telefone, em 1876, não tocou o coração de financiadores com o aparelho.
Houve quem comentasse: É uma invenção extraordinária, mas quem vai querer usar isto?
No entanto, o telefone lhe valeria o Prêmio Volta, do Instituto francês.
O dinheiro do prêmio serviu-lhe para montar um laboratório em Washington, legando à Humanidade, entre outras
tantas invenções, o ouvido artificial, capaz de registrar sons e o pulmão de aço para respiração artificial.
Ludwig Van Beethoven teve uma vida marcada por amarguras, por causa da perda progressiva da audição, que
teve início aos 31 anos.
Aos 44 anos, ficou completamente surdo, o que não o impediu de continuar a compor sonatas para piano,
variações sobre uma valsa de Diabelli, a Nona Sinfonia.
Sua música, naquele período, se tornou abstrata, diferente.
Winston Churchill foi um estudante medíocre. Seu pai o transferiu para um colégio militar e ele concluiu o curso
com brilho.
Perdeu a primeira eleição que disputou. Sua carreira política somente se iniciou depois de sua fuga de um campo
de prisioneiros na África do Sul.
Seria sucessivamente derrotado em três eleições, e sua maior contribuição ao mundo se daria quando já era
cidadão idoso.
Foi jornalista, escritor, pintor, orador e político, numa sucessão de perdas e recomeços, até alcançar o que o
mundo considera sucesso, reconhecimento público.
Informando-nos a respeito dos feitos e das lutas incessantes de homens como esses, com certeza nos
perguntaremos:
Qual a diferença entre eles e nós? Por que eles conseguiram vencer?
E a resposta é que eles acreditaram em si mesmos. Não desistiram ante as derrotas ou insucessos, não deixaram
de lutar contra o desânimo, o fracasso, nem se deixaram levar pelas observações apressadas de pessoas sem visão
de futuro.
***
Todos somos portadores de dificuldades. O grande desafio é vencê-las, quando e onde se apresentem.
Para o cristão, o maior dos desafios será viver fielmente os princípios que esposa, num mundo onde quem mais
tem, é melhor considerado.
Contudo, tem por modelo o maior de todos os vencedores: Jesus. Ele venceu o desafio do abandono dos amigos,
a solidão nas horas mais amargas e a morte vergonhosa que Lhe impuseram.
397

Um dos Seus mais belos exemplos é o de que o homem tudo pode, quando movido pela certeza das verdades que
carrega.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 50, nos aconselha, com relação aos desafios da vida:
Deus dotou-te de força de vontade.
Se te parece fraca, é porque nâo a tens exercitado.
Toda e qualquer função orgânica ou moral necessita de exercício a fim de atender com rapidez aos comandos
mentais.
Treina-a nos pequenos hábitos viciosos, buscando corrigi-los, e, lentamente, vai passando para desafios mais
expressivos.
Através de uma vontade disciplinada conseguirás atingir os objetivos máximos da tua atual existência.
Não desistas, se, de início, fracassares.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Capítulo 50 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo P. Franco
***
#momentoespirita #desafios #problemas #dificuldades #comportamento #vontade #doutrinaespirita
398

242 - TESOUROS OCULTOS


Uma das cartas que, recentemente, recebemos nos trouxe uma indagação sui-generis: Os Espíritos
podem nos fornecer os números da loto ou da sena para que se ganhe o prêmio?
A pergunta é curiosa, com certeza, considerando-se que nos dias em que foi redigida, a sena estava
acumulada e a soma era tentadora.
Já no Século XIX, quando foi codificada a Doutrina Espírita, se indagou aos Espíritos: Podem os
Espíritos fazer que se descubram tesouros? A resposta foi clara e sensata:
Os Espíritos superiores não se ocupam com essas coisas.
Os zombeteiros, muitas vezes, indicam tesouros que não existem, ou se divertem em dizer que estão
em um lugar, quando se acham em lugar oposto.
Se a Providência Divina reserva tesouros para alguém, esse os achará naturalmente. De outra forma,
não.
***
Isso nos recorda da história de um homem que, certa vez, teve oportunidade de falar a um Espírito
e lhe pedir que o ajudasse achar um tesouro oculto.
Ele havia ganho um grande terreno, como herança de um tio que morrera recentemente.
O tio era tido na localidade como homem de muitas posses.
Comentava-se que ele enterrara ouro e pedras preciosas, mas ninguém sabia, ao certo, onde o fizera.
O sobrinho resolveu pedir ao Espírito que o ajudasse.
Onde estava o tesouro? Na casa? No terreno? Em que local do imenso terreno?
O Espírito, calmo, lhe deu as primeiras orientações para que cavasse em determinado ponto.
Como ali o rapaz nada encontrasse e o Espírito lhe apontasse outras e outras diretrizes, ele foi
cavando, cavando... Foram dias de trabalho árduo.
Finalmente, desanimado e um tanto chateado com o Espírito, que assim parecia brincar com ele,
falou:
- Já cavei em todas as direções. O terreno está cheio de buracos a espaços quase regulares. E não
achei nada. Nadinha mesmo. O que faço agora?
Novamente o Espírito tranquilo, lhe falou:
- Meu filho, pois agora aproveite todo o seu esforço e plante laranjeiras. O ouro que você busca se
multiplicará nos braços carregados das árvores frutíferas. A verdadeira riqueza está no trabalho.
***
É isso mesmo. Quantos de nós desejamos ganhar na loteca, na sena, na loteria para não precisar
mais trabalhar, obedecer horários, submeter-se à chefia, suportar pessoas difíceis etc.
A própria mídia, ao falar de prêmios em dinheiro, nessa ou naquela promoção milionária, mostra os
desejos das pessoas de não fazer mais nada, além de passear, viajar, se divertir, gozar a vida. Um
dolce far niente.
No entanto, feliz é quem pode dizer ao fim do dia: Trabalhei honestamente.
Ganhei o meu dia com dignidade. Graças a Deus posso ter minha mente, minhas mãos no serviço
honrado.
***
Você sabia que os Espíritos também trabalham? Pois é. Suas ocupações são proporcionadas ao seu
grau de adiantamento.
Uns percorrem os mundos, instruindo-se e se preparando para uma nova encarnação.
Uns tomam sob sua tutela indivíduos, famílias, aglomerações humanas, cidades e povos dos quais
se tornam anjos da guarda, gênios protetores e Espíritos familiares.
Outros presidem aos fenômenos da natureza, tornando-se seus agentes diretos.
E os Espíritos comuns se intrometem nas ocupações e divertimentos dos homens.
399

***
Cada Espírito é o que aprendeu, o que realizou, o quanto conquistou.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 584 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS e item 295 de O LIVRO DOS MÉDIUNS, por Allan Kardec
***
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#doutrinaespirita
400

243 - COMBATER O EGOÍSMO


O EGOÍSMO é a fonte da maioria absoluta dos males que assolam a Humanidade.
A exagerada preocupação com os próprios interesses faz com que qualquer coisa que os contrarie tome
desmedida importância.
Essa forma equivocada e rasteira de perceber a vida a todos prejudica.
Primeiro, tira a paz do próprio egoísta, que se angustia em suas tentativas de submeter o mundo aos seus
interesses.
Segundo, causa danos à sociedade, que não pode ser harmônica enquanto seus integrantes se digladiam.
Já a solidariedade e a preocupação com o bem-estar coletivo disseminam a felicidade.
***
Tome-se como exemplo a questão da segurança.
Os habitantes das grandes cidades vivem em estado de alerta, com medo de serem molestados.
Quem pode contrata serviço de vigilância para sua residência, pois há preocupação constante com os filhos e os
parentes em geral.
Se a preocupação com os próprios interesses fosse menor, poderiam ser encontradas formas de resolver o
problema.
Mas para isso o objetivo das criaturas não poderia ser fazer crescer a qualquer custo o próprio patrimônio.
É bom e natural que os homens se preocupem em conquistar bens que lhes garantam uma vida digna, e fomentem
o progresso.
Mas quando a busca das coisas materiais é exacerbada, ela causa grandes problemas.
Numa sociedade em que a grande maioria está despreocupada com o bem-estar coletivo, as disparidades crescem.
É impossível que todos conquistem exatamente o mesmo nível de conforto.
Os homens são diferentes em talentos e habilidades.
Mas é necessário assegurar condições para que todos conquistem o mínimo indispensável a um viver digno.
Quando o homem consegue ver o próximo como um semelhante, torna-se solidário.
A dor do outro dói tanto quanto a sua.
A miséria e o desemprego na casa do vizinho são tão trágicos como se fossem na sua residência.
***
Imagine como seria bom viver em uma sociedade segura.
Sair tranquilo na rua, mesmo à noite.
Mandar seus filhos para a escola, certo de que ninguém os molestaria.
Está nas mãos de todos adotar as providências iniciais para uma REFORMA SOCIAL.
Essa reforma principia pela modificação do próprio comportamento.
A REFORMA ÍNTIMA é uma dura batalha.
É mais fácil vencer os outros do que a si mesmo.
Mas não há equívocos no Universo, que é regido pela Sabedoria Divina.
Cada qual vive no meio que lhe é mais adequado.
Se você deseja viver em paz, comece a burilar o seu interior.
Preste atenção em todas as suas atitudes que revelam EGOÍSMO.
Esse egoísmo pode ser pessoal, familiar ou de classe.
Analise o que você deseja para você, para sua família ou para sua classe profissional.
Há como estender tais vantagens para os outros?
O custo de suas regalias não é excessivamente alto para os semelhantes?
401

Certamente vale a pena moderar um pouco os próprios anseios, em prol de uma vida harmoniosa.
De nada adianta enriquecer causando o empobrecimento alheio.
Não é possível viver em paz em meio à miséria e à dor dos semelhantes.
A genuína felicidade surge quando se aprende a compartilhar.
Quem experimenta a ventura da solidariedade jamais volta atrás.
***
Allan Kardec, preocupado com os principais obstáculos ao progresso da sociedade, perguntou aos imortais:
- Qual o maior obstáculo ao progresso?
E os irmãos espirituais responderam:
- O ORGULHO e o EGOÍSMO. Refiro-me ao progresso moral, porquanto o intelectual se efetua sempre. À primeira
vista, parece mesmo que o progresso intelectual duplica a atividade daqueles vícios, desenvolvendo a ambição e
o gosto das riquezas, que, a seu turno, incitam o homem a empreender pesquisas que lhe esclarecem o Espírito.
Assim é que tudo se prende, no mundo moral, como no mundo físico, e que do próprio mal pode nascer o bem.
Porém esse estado de coisas não durará para sempre; mudará à proporção que o homem compreender melhor
que, além da que o gozo dos bens terrenos proporciona, uma felicidade existe infinitamente maior e infinitamente
mais duradoura.
E Kardec, logo depois explica que há duas espécies de progresso, que uma a outra se prestam mútuo apoio, mas
que, no entanto, não marcham lado a lado: o progresso intelectual e o progresso moral.
O progresso intelectual está relacionado com os avanços da ciência e tecnologia.
Já o progresso moral tem a ver com a melhoria comportamental dos cidadãos de uma sociedade. E temos de
concordar que ainda há muito por se fazer nesta área. Portanto, comecemos por nós.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 785 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, por Allan Kardec
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #orgulho #egoísmo #progresso #leidoprogresso #leismorais
#doutrinaespirita
402

244 - COMEMORAÇÃO DOS MORTOS


Dois de novembro. Em todos os cemitérios, o número de pessoas para a visitação é bastante
expressivo.
Pessoas viajam quilômetros para vir depositar flores ou acender velas nos túmulos dos familiares ou
amigos.
Alguns dedicam este dia para passá-lo no cemitério, quase o dia todo. Afirmam que ali estão ao lado
dos seus amores.
O fenômeno não é novo e se repete a cada ano. Época que os vendedores de flores e de velas festejam.
A comemoração dos mortos é de iniciativa gaulesa. A Gália ocupava o território que hoje
corresponde a França.
Os gauleses festejavam no dia primeiro de novembro a Festa dos Espíritos, que se realizava não nos
cemitérios mas sim em cada habitação, onde os videntes e médiuns da época evocavam as almas dos
defuntos.
No seu entender, os bosques e as áreas de pouca vegetação eram povoadas por Espíritos errantes.
Os gauleses não honravam os cadáveres. A vida verdadeira era a espiritual, a imortal.
Os despojos dos guerreiros mortos, diziam, nada mais eram que invólucros gastos. Para surpresa
dos seus inimigos, eles os abandonavam nos campos de batalha, como indignos de atenção.
Comunicavam-se com o mundo invisível. O seu templo era a floresta secular. Os murmúrios do vento,
o barulho das folhas, produziam em tudo acentos misteriosos, que impressionavam a alma e a
levavam à meditação.
O visco, sempre verde, era o símbolo da Imortalidade.
***
Deles podemos colher algumas lições, como seja, de lembrar os nossos afetos ditos mortos como
seres vivos que se movimentam na Espiritualidade.
Despojaram-se da carne, mas prosseguem vivos. Portanto, não os devemos procurar nas tumbas
frias. Não são habitantes dos jazigos, nem dos cemitérios.
As horas que vivem são distribuídas para o estudo e o trabalho. Nenhuma ociosidade desde que o
não fazer nada é extremamente penoso.
Se os Espíritos vão aos cemitérios? Naturalmente e, neste dia, em maior número, pois as pessoas os
chamam através das lágrimas, as exclamações, as oferendas.
Comparecem aos cemitérios como o fariam a qualquer outro lugar, em que um ou mais corações os
chamassem.
Da parte dos que estão encarnados, comparecer ou não aos cemitérios, neste dia, é decisão pessoal.
O importante é se conscientizar de que os nossos amores não estão encerrados nos caixões.
Prosseguem em atividades ou recuperação.
Merecem-nos respeito como respeitamos o convalescente no hospital ou o executivo em seu
escritório, às voltas com suas tarefas.
Se os quisermos honrar, falar da nossa saudade, a melhor comunicação é o diálogo dulcificado pela
oração.
***
O Espírito do poeta português Camilo Castelo Branco, narrando suas experiências após a morte
física, diz da sua surpresa ao observar desenhado em uma tela, qual projeção cinematográfica, o
perfil de pessoas que por ele oravam na Terra.
Isto o reconfortava e o auxiliava a superar as dores que o atormentavam.
Deste modo, como as nossas palavras e recordações atingem e influenciam os Espíritos, o amor
verdadeiro nos dirá que os vocábulos que saírem das nossas bocas deverão ser tranquilizadores.
Que as evocações mentais sejam sempre as da alegria, das felizes recordações.
403

Não mentalizemos os que se foram como se estivessem gélidos e imóveis nas urnas funerárias. Ao
contrário, pensemos neles ativos, lúcidos, vivendo a nova realidade.
Não deixaram de nos amar. Como nós, têm saudades. Ansiariam estar conosco.
Mas como o aprendizado em que se encontram é de suma importância, não sejamos nós a lhes opor
obstáculos e criar algemas.
Se algo lhes desejamos ofertar, que seja a prece sentida e vivida.
Prece que dulcifica a saudade, aproxima as almas e reconforta o Espírito.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 4, parte 1, do livro DEPOIS DA MORTE, por Leon Denis, Ed. FEB
***
#momentoespirita #vidaaposamorte #vida #morteevida #morte #VidaContinua #imortalidade #finados
#doutrinaespirita
404

245 - E SE A MORTE...
E se a morte for apenas uma passagem, como um portal, para um outro ambiente, para outro local, onde tudo
muda, porém continuamos a ser a mesma pessoa?
Analisando assim, a morte não seria o fim, o término, o ponto final. Apenas passagem.
E se a morte for apenas uma viagem? Dessas em que nos despedimos de quem vai para muito longe, sentimos
saudades, lembramos sempre, sabendo que o outro está seguindo a vida.
Não nos desesperamos, só choramos baixinho de saudades, porque sabemos que não é uma viagem sem volta,
ou uma partida sem reencontro.
Amanhã, também viajaremos, e nossos amores, nossos amigos, estarão no cais do porto para se despedirem e
assistir ao nosso embarque.
Assim considerada, a morte não seria a separação sem fim, um destino incerto. Seria apenas uma viagem.
E se a morte for apenas uma mudança de casa? A mudança do vizinho amigo, que morava há anos ao nosso lado,
e se foi...
É verdade que a casa permanece vazia, sem vida, sem alegria, porque ele não se encontra ali. Nossa amizade já
não se faz no contato diário, nas conversas ao pé do muro.
Mas, sabemos que ele está em outro lugar, em outro local, em outra casa.
Pensando assim, a morte não é o abandono, o desaparecer, o não existir. Apenas uma mudança.
E se a morte for o voltar para casa, depois de longa viagem, dessas onde se percorrem estradas, se visitam
localidades, aprendem-se lições e vivências acontecem?
Então, o término da viagem seria a alegria do viajor que retorna para o lar, enquanto outros companheiros de
viagem ainda têm trechos a percorrer.
Trechos que, logo mais, eles também concluirão e estarão conosco.
Por esse ângulo, a morte não é a conclusão, o epílogo, o fechamento de uma história. Apenas o retomar da vida
em outras paragens, para mais um capítulo.
***
Em verdade, assim é a morte: a mudança, a passagem, a transição, a viagem ou o retorno.
Mas, todos continuaremos. A vida prossegue tão ou mais pujante mesmo quando a consideramos encerrada.
Isso porque não somos o corpo físico, que um dia abandonaremos.
Ele é apenas a vestimenta física, em caráter de empréstimo pela Providência Divina, a fim de vivenciarmos as
lições de que carecemos.
Concluído o que aqui viemos fazer, apartamo-nos dele, e prosseguimos a viver.
Por isso, a morte não deve se constituir na dor pungente do adeus. Apenas nas saudades do até logo.
Além disso, não permanecemos isolados totalmente de nossos amores que nos antecederam na saída do corpo.
Eles comparecem em nossos sonhos, nos visitam para amenizar as saudades, ou para nos aconselhar, ou nos
atender em alguma circunstância.
Quantas vezes demonstram suas presenças invisíveis com um abraço caloroso, palavras doces, que nos levam a
recordá-los, senti-los, emocionando-nos até às lágrimas?
Dessa forma, se as saudades nos apertam o coração, tenhamos paciência.
Não tarda o dia em que todos aportaremos no lado de lá, a fim de continuarmos a vida, sepultando
definitivamente a morte.
***
Joanna de Ângelis, no livro APÓS A TEMPESTADE, escreve sobre a morte:
Não há morte, ninguém se equivoque.
Só há vida, onde quer que se detenha o pensamento.
405

Da decomposição pestilencial da matéria surgem multiplicadas, complexas formas de vida.


Morre a lagarta em histólise de desagregação para surgira borboleta em histogênese admirável...
Morre a semente para libertar a planta...
Morre o sêmen para formar o corpo...
Morre o corpo para que se liberte o Espírito que dele se utiliza como de um veículo em romagem purificadora.
Sem dúvida, a morte constitui dor inominável quando arrebata o ser querido, retirando-o da convivência e da
ternura dos que o amam...
Desencarnar é desembaraçar-se da carne.
Morrer, literalmente, significa cessar de viver.
Do ponto de vista espiritual, porém, morte é vida e vida no corpo pode afigurar-se como morte transitória da
liberdade e da plenitude da lucidez.
Vive, pois, de tal forma que, advindo a morte ou desencarnação, estejas livre e prossigas feliz.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro APOS A TEMPESTADE, pg. 121 a 123, 3a. edição, por Joanna de Ângelis e Divaldo
Franco
***
#momentoespirita #vidaaposamorte #vida #morteevida #morte #VidaContinua #imortalidade
#doutrinaespirita
406

246 - ENFRENTANDO A MORTE


O Apóstolo Paulo, ao lecionar sobre a imortalidade da alma, reportou-se à morte, perguntando: Onde está, ó
morte, a tua vitória? Onde está o teu aguilhão?
Para os que creem na transitoriedade da vida física e na perenidade da vida espiritual, a morte é encarada com
serenidade.
Há algum tempo, um companheiro espírita passou pelo difícil lance da desencarnação de sua esposa.
Naturalmente que o coração ficou dolorido. Era a separação física, após multiplicados anos de um matrimônio de
muito amor.
Juntos, eles construíram o lar, recebendo os filhos, um após o outro, sempre com renovada ternura.
Juntos, observaram os filhos, um a um, formarem seus próprios lares, coroando-lhes a existência com vários netos.
Juntos, choraram as dores dos filhos, resolveram as dificuldades próprias da vida terrena, e se alegraram com as
pequenas e grandes conquistas da sua prole.
Juntos, comemoraram muitos aniversários, dos filhos, dos netos, do seu casamento, muitos Natais de luzes e paz.
Juntos, gozaram férias, foram à praia e ao campo, sempre lado a lado, ano após ano.
Agora, ela partira. Mas, apoiado na fé e na certeza da imortalidade, embora com as lágrimas a lhe invadirem os
olhos, ele tomou as providências que se faziam necessárias.
O corpo da esposa foi levado para o lar, para as homenagens da família e dos amigos. Tudo simples. O caixão, e
nada mais.
Entretanto, à medida que os familiares e amigos iam chegando para os adeuses, algo inusitado lhes chamava a
atenção, na ampla sala de visitas.
Em vez de se deterem frente ao caixão, que estampava a morte, seus olhares eram atraídos para a parede da sala
onde estavam afixadas várias fotos de quem se fora. Fotos de sua juventude, fases da maternidade, fotos de
alegria e de convivência familiar.
Em meio a elas, escritos e desenhos de crianças. Todos os que ela guardara, com carinho, ao longo dos anos, feitos
por seus netos: os primeiros rabiscos, as primeiras letras, os ensaios de gravuras.
Um verdadeiro louvor à vida que nunca perece, ao Espírito que se fora, cumprida a tarefa.
Na hora de baixar o corpo à sepultura, as netinhas, num coral espontâneo, cantaram uma doce canção para a avó.
E filhos e netos soltaram balões coloridos que, rapidamente, encheram de colorido o céu, numa clara mensagem
de liberdade.
Por fim, uma salva de palmas ao Espírito que, vitorioso, abandonou o casulo da carne, retornando ao mundo
espiritual.
Para quem participou, foi emoção pura. Para quem se deteve em observação, uma lição de vida no enfrentamento
da morte.
Para quem crê, a certeza de que a vida prossegue, e o ser amado se encontra em pé, aguardando os amores que
ficaram, até o término da sua própria jornada.
***
Quase sempre a desencarnação de alguém é considerada infortúnio por aqueles que permanecem ainda na Terra.
Certamente é uma questão grave, mas não desgraça real, exceto para quem não creia na vida verdadeira, que se
estende para além da aduana da morte, adentrando pelas largas e iluminadas portas da Espiritualidade.
Sabendo-se enfrentar esse fenômeno natural, dele se pode retirar valiosos bens que felicitam a criatura.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 169, nos convida a reflexionar sobre a morte:
Vez que outra acompanha um féretro, a fim de aprofundares reflexão no fenômeno biológico da vida e no da
morte.
Diante da ocorrência com os outros, poderás despertar para o que te irá suceder, inevitavelmente.
407

A eternidade é do Espírito, enquanto a experiência do corpo é transitória e breve.


Por este momento tens a sensação de que tudo está bem e será duradouro. Até quando, porém? E qual a garantia
que tens, a respeito do prazo que te está concedido? Assim, vive bem; entretanto, não descartes a possibilidade
do teu retorno, o que, aliás, é o mais seguro de todos os acontecimentos.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 169 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #vidaaposamorte #vida #morteevida #morte #VidaContinua #imortalidade
#doutrinaespirita
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247 - UMA HISTÓRIA DE AMOR


Em 2005, nasceu Gabriel Donegar. Prematuro, com apenas um quilo, o parto ocorreu quando a
gestação contava cinco meses e meio.
Aos dez meses de idade, foi diagnosticado com paralisia cerebral. Os médicos acreditavam que
seu estado seria vegetativo e que, restrito a uma cama, não iria falar e nem caminhar.
Dedicados, seus pais procuraram ajuda para o filho e, pouco a pouco, o menino foi se
desenvolvendo. Assim, embora de forma restrita, ele é capaz de se movimentar e de se expressar.
Em 2019, a mãe de Gabriel engravidou e, no dia 6 de fevereiro de 2020, nasceu a pequena
Rafaela.
Desde que o bebê chegou à família, tudo o que Gabriel desejava era segurar a irmãzinha no colo.
Buscando atender a vontade do filho, cujos olhos brilhavam todas as vezes que via a pequena,
Antônio, pai das crianças, ajudou Gabriel a tomar a pequena ao colo.
Nesse instante, para surpresa de todos, mesmo com suas dificuldades, Gabriel afirmou o quão
linda é Rafaela, emocionando-se. Copiosas lágrimas brotaram de seus olhos.
Esse acontecimento foi gravado pelo pai. O vídeo foi postado nas redes sociais, tendo mais de
quatro milhões de visualizações.
Pessoas de diversas partes do globo se emocionaram com o profundo gesto de amor de Gabriel
pela irmã, o qual prova, sem sombra de dúvidas, de que onde há amor, não há limites, não há
barreiras, não há dificuldades que não possam ser superadas.
***
Verdadeira e imortal ligação ocorre entre dois seres quando o amor é o laço que os une. Esse
laço é indestrutível, capaz de superar distâncias e limitações.
O amor, dentre todos os sentimentos, é o mais nobre. É aquele que condensa em si todas as
virtudes: caridade, paciência, benevolência, humildade, mansidão.
Todos nós, que nos encontramos em marcha de progresso e ascensão espiritual, possuímos
mazelas morais que são típicas do atual estado evolutivo em que estagiamos.
Orgulho, vaidade, egoísmo, falta de caridade são deficiências morais que, em maior ou menor
grau, trazemos em nosso foro íntimo.
Por essa razão, somos alertados pelos Espíritos do bem de que o orgulho e o egoísmo são os
maiores obstáculos ao nosso progresso.
Jesus, aquele que conhece toda a Humanidade e a cada um de nós em particular, indicou-nos o
amor como caminho verdadeiro que nos conduz à perfeição: Amai-vos uns aos outros, assim
como eu vos amei.
Se Jesus nos ofereceu convite tão gentil, é porque sabia que, mesmo imperfeitos, somos capazes
de aceitá-lo. E mais do que aceitá-lo: pô-lo em prática, transformando-nos por meio dele e
estabelecendo vínculos profundos para com os outros.
***
Estendamos hoje os nossos braços. Doemos e recebamos amor. A tarefa não é fácil. As
deficiências morais que nos limitam são grandes. Todavia, se o convite nos foi estendido pelo
Mestre dos mestres, é porque a tarefa nos é possível de ser realizada.
Para ela, digamos sim. Cultivemos o amor, sempre o amor.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 160, reforça a importância do AMOR:
Não te canses de amar.
É possível que a resposta do amor não te chegue imediatamente.
Talvez te causem surpresa as reações que propicia. É possível que as haja desencorajadoras.
409

Sucede que, desacostumadas aos sentimentos puros, as pessoas reagem por mecanismos de
autodefesa.
Insistindo, porém, conseguirás demonstrar a excelência desse sentimento sem limite e
mimetizarás aqueles a quem amas, recebendo de volta a bênção de que se reveste.
Ama, portanto, sempre.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: Tomando o Amor ao colo)
Referência: Questão 785 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, por Allan Kardec, Biografia da Família Donegar e livro VIDA FELIZ, 160,
por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #orgulho #egoísmo #progresso #amor #vida #leidoprogresso #leismorais #doutrinaespirita
410

248 - TRABALHO E REPOUSO


Muitos pais enfrentam dificuldades a cada manhã, quando precisam despertar os filhos para seguirem para suas
obrigações.
Quando pequenos, há os que escondem a cabeça debaixo das cobertas ou do travesseiro, como se isso os pudesse
liberar do que devem fazer.
Viram para um lado, viram para o outro e pedem mais cinco minutos. Ou só mais um minutinho.
Quando maiores reclamam por precisarem levantar cedo, principalmente nos dias frios, invernosos. E, entre
resmungos, dizem que o que mais desejam na vida é ficarem ricos, muito ricos, para não precisarem mais estudar,
trabalhar.
Enfim, poderem ficar na cama pela manhã o quanto quiserem, e não terem com que se preocupar. Também não
terem que enfrentar o frio e a chuva, nos dias de inverno.
Em verdade, não são somente as crianças ou jovens que assim pensam.
Alguns de nós, adultos, muitas vezes ficamos desejando ganhar na loteria, ou quem sabe, uma herança, que nos
liberte das horas incômodas de trabalho.
Sem falar nos que ficamos contando, ano a ano, o tempo que falta para a aposentadoria...
***
Importante termos em mente que a vida não é um eterno período de férias.
A Terra é a grande escola do Espírito, onde com trabalho e disciplina auxiliamos no progresso do planeta e nós
mesmos progredimos.
Estamos submetidos a leis físicas que regem o mundo: lei do magnetismo, lei de atração, lei da eletricidade, lei da
gravidade...
Também estamos submetidos a leis morais, que regem o mundo da alma, da consciência, da ética.
É nesse grande mundo das leis morais que vamos encontrar uma lei importantíssima.
Trata-se da lei do trabalho, que estabelece que toda ocupação útil é trabalho. Ela nos impulsiona a evoluir, a
crescer.
Trabalhar, portanto, não nos deve ser um problema. Importante estarmos ativos.
É certo que o repouso faz parte das divinas leis, sendo necessário para o corpo e para a mente.
No entanto, em demasia, se torna ociosidade, preguiça, nos impedindo de aprender e evoluir.
Muito tempo sem atividades intelectuais e físicas violentam o caráter do homem, enfraquecem seus músculos e
nervos, que foram destinados ao movimento e à ação.
O trabalho nos proporciona troca de experiências, conhecimentos, aprendizados que a alma armazena, dentro de
si, no decorrer das várias vidas na Terra.
***
Seja qual for nosso saber, sempre teremos algo a ensinar e muito a aprender.
Quando oferecemos nossas capacidades laborativas, a sociedade nos devolve em forma de salário.
Salário que revertemos no custeio de nossas necessidades e até pequenos prazeres.
Os mensageiros celestes, em suas orientações ao Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, prescreveram
que o limite do trabalho é o limite de nossas forças.
Dessa forma, respeitando nossos limites, estabeleçamos períodos alternados de atividades e de repouso, evitando
desgastes excessivos ou estresse.
A sabedoria está, exatamente, em chegar ao equilíbrio que nos possibilite excelente produção, ao tempo que,
igualmente, nos permitamos o repouso, o lazer, a descontração.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 24 nos fala sobre os cuidados com o repouso:
O repouso é necessário para o corpo e para a mente.
411

Tem cuidado, porém, a fim de que ele não se te converta em ociosidade, em preguiça.
È justo que, ao trabalho suceda o refazimento de energias, através da variação de atividade ou do repouso, do
sono.
As muitas horas de descanso, todavia, violentam o caráter moral do homem e desarticulam as fibras e músculos
orgânicos destinados ao movimento, à ação.
Repousa, pois, o tempo suficiente e não em demasia.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 682 e 683 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, por Allan Kardec, e VIDA FELIZ, 24, por
Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #trabalho #repouso #leidotrabalho #leismorais #doutrinaespirita
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249 - UNIÕES DURADOURAS


Embora as transformações na forma de viver, ocorridas ao longo dos tempos, as pessoas ainda enfrentam dificuldades para
encontrar a própria felicidade.
Entre essas, apresenta-se a formação de um novo lar.
Aprendemos que o casamento é um progresso na marcha da Humanidade e que a sua abolição seria uma regressão à vida
dos animais.
Isso deixa claro que a união de um casal é uma Lei Natural, uma lei divina.
***
Na atualidade existem várias modalidades de união, no entanto, percebe-se que o mais importante é o convívio diário.
Algumas pessoas optam por nenhuma cerimônia, outras escolhem realizar uma cerimônia tradicional, com pompa, banquete
ou recepção requintada, música ao vivo, registros em vídeos e fotos.
Entretanto, temos que convir que o mais importante para o relacionamento de um casal não é nenhum desses itens.
A grande e real diferença, aquela que definirá a boa qualidade do convívio a dois, está entre estar preparado e saber ou não
saber viver em harmonia.
***
Por vezes, casamos entre festas e roupas elegantes, partimos para uma viagem inesquecível, montamos nossa casa com
capricho e somos felizes.
De outras vezes, acontece que, mesmo fazendo tudo isso, ao retornar da lua de mel, nos damos conta de que assim que a
festa acabou, nada restou. Tudo eram aparências, inclusive o respeito e o amor.
Portanto, o mais importante é construirmos o novo ninho entrelaçando sonhos e ideais, de forma constante e prazerosa no
dia a dia.
É concretizarmos juntos um ideal de vida que pode ser simples e modesto, mas que traga a marca de quatro mãos na sua
construção.
É saber somar e dividir tanto as contas como os sentimentos. É saber cobrar e ceder, nas tarefas e nos carinhos.
É chorar e sorrir juntos, e juntos resolver problemas e comemorar os sucessos.
É compartilhar ideias, o trabalho, as dores, os receios, as alegrias.
É plantar flores juntos e colhê-las ainda juntos.
É prepararmos aquele jantar muito especial, em noites de chuva e frio.
É contabilizarmos as frustrações e juntos buscarmos novas alternativas.
É nos conhecermos um ao outro, um pouco mais a cada dia, doando-nos sempre.
É perdoarmos e sermos perdoados em nossos pequenos deslizes.
É ajudarmos e sermos ajudados em nossas dificuldades.
É sabermos respeitar e sermos respeitados, sempre.
Tudo isso nada tem a ver com a forma nem a pompa de uma união.
***
O que conta, realmente, é a sinceridade dos sentimentos e a vontade de juntos construir um futuro de realizações maiores.
É sermos parceiros, solidários em qualquer circunstância.
É sermos felizes, construindo a felicidade a dois.
É amarmos no sentido mais nobre do termo, sem cobranças nem exigências.
É respeitarmos o cônjuge escolhido, com seus limites e possibilidades próprias.
É oferecermos a maior e melhor parte de nós para o ninho de amor ser aconchegante e feliz.
O casamento ideal é feito sempre de doação, porque o verdadeiro amor não é o que se recebe, mas sim o que se doa.
Façamos de nossa união o ninho acolhedor com que sonhamos.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 695 e 696 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, por Allan Kardec
***
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#leismorais #doutrinaespirita
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250 - VESTIMENTA ESPIRITUAL


Durante muito tempo, o homem foi considerado uma dualidade: corpo e alma. Difícil era conceber que algo
tão material, como o corpo, pudesse lhe ter unida a alma, totalmente de essência espiritual.
Em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, obra básica da Doutrina Espírita, encontramos, que o homem é formado
de três partes essenciais.
Primeiro, o corpo ou ser material. Semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital.
Segundo, a alma, Espírito encarnado, que tem no corpo a sua habitação. Terceiro, o perispírito.
Princípio intermediário. Liga a alma ao corpo.
É uma substância semimaterial, vaporosa para os olhos humanos. Temos no ser humano, uma organização
semelhante à do fruto: o gérmen, a alma; o perisperma, o perispírito e a casca, o corpo.
A existência de um outro corpo, além do corpo físico, que subsiste à morte, é conhecida desde os tempos mais
recuados. Paulo de Tarso, na Primeira Epístola aos Coríntios comenta: Há corpos celestes e corpos terrestres.
Na Segunda Epístola aos Coríntios, diz: Conheço um homem em Cristo, que há quatorze anos foi arrebatado
ao céu. Se no corpo não sei. Se fora do corpo não sei.
Referia-se o Apóstolo Paulo aos seus deslocamentos em corpo espiritual, enquanto sua máquina física dormia.
Os mentores amigos o conduziam a esferas superiores a fim de receber preciosas orientações.
Semelhantes deslocamentos não constituem privilégio dos santos. Todas as criaturas humanas os realizam.
Durante o sono. Quando registram fragmentos de tais viagens, têm sonhos.
A natureza dessas excursões é determinada pelas atividades na vigília. Por isso o homem comum, preso a
interesses imediatistas e prazeres, não tem a mínima condição para experiências sublimes como a de Paulo.
***
É com esse corpo perispiritual que, após a morte, transitaremos na esfera invisível.
Esse invólucro tem várias funções. Sendo o laço de união entre o Espírito e o corpo, é responsável pela
organização da forma física. Podemos lhe chamar modelo organizador biológico.
Está unido ao corpo célula a célula. Conduz para o corpo físico os impulsos internos da alma. E para a alma,
as reações nervosas do corpo de carne.
É o veículo imprescindível para a mediunidade, na Terra. É através dele que são acionadas as estruturas
neurológicas do médium. De acordo com a zona do sistema nervoso central que o perispírito faz vibrar, pela
atuação do Espírito comunicante, teremos os fenômenos de vidência, audiência, escrita etc.
No processo da morte, desligados os laços, o perispírito livre se locomove. É com esse corpo perispiritual que
os Espíritos podem ser vistos. Ele conserva a individualidade do ser e suas características. Por sua qualidade
plástica, o Espírito pode modelar a forma que mais lhe fale ao coração. Eis porque, nas aparições, vemos os
Espíritos com porte esbelto, jovens. De outras vezes, maduros, com barbas, cicatrizes, marcas. Natural que o
Espírito não tem cicatrizes ou marcas. Ele as reproduz no perispírito para que seja melhor reconhecido.
***
Foi com Seu corpo perispiritual que Jesus transitou pela Terra, após Sua morte. Nota-se que é um corpo
diferente.
Penetra no cenáculo totalmente vedado. Desaparece aos olhos dos discípulos de Emaús. Aparece à beira do
lago, na Galileia. Ascende aos céus, ante o testemunho de mais de quinhentos seguidores.
É a veste nupcial de que o próprio Cristo falou. A veste apropriada para ingressar no reino do Espírito.
Brilhante ou opaco, de acordo com as virtudes ou desmandos das criaturas.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 93 e seguintes de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, por Allan Kardec e livro QUEM TEM
MEDO DA MORTE, por Richard Simonetti
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #Perispirito #corpoespiritual #vidaaposamorte #VidaContinua
#doutrinaespirita
414

251 - O UNIVERSO NUMA CASCA DE NOZ


Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar rei do espaço infinito. - Assim disse Hamlet, o inesquecível
personagem de Shakespeare.
Stephen Hawking, o célebre astrofísico inglês, inicia exatamente com esta ideia, sua obra O UNIVERSO NUMA CASCA DE NOZ.
No livro, o matemático explica, com uma linguagem acessível, os princípios que controlam o Universo.
Porém, primeiramente, Hawking apresenta-se como profundo admirador desse misterioso cosmos, questionando se ele
realmente é infinito, ou apenas enorme.
Se ele é eterno ou apenas tem uma longa vida. E como nossas mentes finitas poderiam compreender um Universo infinito.
O autor acredita que ainda existam muitas coisas a serem descobertas.
A casca de noz de Hamlet representa a pequenez de nossa compreensão, da extensão de nossas forças.
Também demonstra a capacidade do ser humano de utilizar sua mente para explorar todo esse Universo.
E avançar, audaciosamente, por ele, por onde até mesmo Jornada nas estrelas teme seguir.
***
Por enquanto, somos os encantados com tantas descobertas. Encantados com a grandeza de Deus e Suas leis, que fazem com
que tudo esteja onde deva estar, e no tempo certo.
Vejamos quantas maravilhas:
O planeta Júpiter, o maior do nosso sistema, que comportaria em seu interior mil planetas Terra, quando foi criado, poderia
ter se transformado em estrela.
Caso isso tivesse ocorrido, teríamos dois sóis, ao invés de um, e um dia permanente, sem noite alguma, o que impossibilitaria
a vida neste mundo.
Podemos falar sobre as distâncias do espaço, que certamente nos deixarão desnorteados.
Tomemos, por exemplo, a estrela mais próxima da Terra, depois do sol, Alfa Centauri.
Ela está a apenas quatro anos luz da Terra. Parece pouco, não? Porém, se tomarmos um foguete na Terra, viajando na
velocidade de cem mil quilômetros por hora, rumo a essa nossa vizinha, teríamos uma jornada de cerca de vinte e quatro mil
e seiscentos anos para alcançá-la.
***
Não é surpreendente?
Devemos nos sentir insignificantes perto de tudo isso, desses bilhões de galáxias existentes?
Certamente que não. Ao contrário, devemos nos sentir privilegiados por viver num Universo tão grandioso, de fazer parte
dele como Espíritos em evolução constante.
A próxima conclusão, sábia e racional, será a de que não podemos ter a pretensão de nos imaginarmos sozinhos nesse espaço
sem fim.
Seria um imenso desperdício de espaço, como afirma o cientista Carl Sagan.
Assim, temos nesse macrocosmo mais uma prova da existência de uma Inteligência Suprema, de uma causa primária de todas
as coisas, que rege nossas vidas, através de leis perfeitas.
***
Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos esses seres para o objetivo final da providência.
Acreditar que só os haja no planeta que habitamos fora duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa alguma inútil.
Certo, a esses mundos há de ele ter dado uma destinação mais séria do que a de nos recrearem a vista.
Nada há, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ela goze
do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 55 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, por Allan Kardec e livro O UNIVERSO NUMA CASCA DE
NOZ, de Stephen Hawking, ed. Mandarim
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #universo #vidaextraterrestre #Deus #conhecimento #sistemasolar #SabedoriaDeDeus
#doutrinaespirita
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252 - NÃO DESISTIR DO CAMINHO DO BEM


Por vezes nos sentimos impotentes diante das próprias limitações.
Desejamos fazer tanta coisa, de mudar as situações que nos infelicitam e fazem sofrer aqueles que nos rodeiam,
mas não logramos sequer dar o primeiro passo.
Os problemas do mundo são tantos que temos a impressão de que não há nada que possamos fazer,
considerando a nossa pequenez.
Talvez já tenhamos pensado em desistir do bem e deixar que as coisas sigam ao sabor dos ventos...
No entanto, nunca desistamos do bem.
***
Há dias em que desejamos ser um grande e produtivo pomar para atender a fome de muitos.
Ante a dificuldade de consegui-lo, tornemo-nos uma árvore frondosa e acolhedora, que produza flores e frutos.
Por vezes, pensamos em como seria bom sermos uma fonte cristalina.
Não podendo, transformemo-nos num vaso de água fresca e aplaquemos a sede de alguém.
Desejamos ser uma montanha elevada a apresentar horizontes infinitos ao homem que a conseguisse escalar.
Diante da impossibilidade, sejamos um degrau humilde para a ascensão de quem ambiciona a glória estelar.
Pretendemos ter um sol no coração, a fim de clarear a estrada dos viajantes da noite.
Em face do impedimento, acendamos uma lâmpada de esperança no caminho de um desalentado.
Almejamos ser um jardim de bênçãos para o enriquecimento da paisagem dos homens.
Não o conseguindo, convertamo-nos numa flor, abençoando com nosso perfume, a estrada dos desesperados.
Ambicionamos as gemas preciosas do seio generoso da terra, a fim de diminuir a dor e a miséria dos
caminhantes da aflição.
Não as possuindo, distendamos a palavra de renovação como pérola de inigualável valor, erguendo quem se
recusa a levantar para prosseguir na luta.
Pensamos em escrever poemas de engrandecimento à vida, enriquecendo as mentes e os corações com painéis
de luz e sabedoria.
Na impossibilidade de fazê-lo por nos faltarem os requisitos essenciais, escrevamos uma mensagem singela
com expressões de amor, a quem se encontra na curva da queda e perdeu a confiança na afeição dos outros.
Esperamos a melhoria das criaturas e do mundo...
Decepcionados por não poder alcançar essa difícil meta, coloquemos no altar dos sentimentos um santuário
à fraternidade e ao dever superior.
***
Não desistamos do bem, não desfaleçamos no bem, não duvidemos da vitória do bem.
Sejamos uma expressão do bem em triunfo, mesmo convertidos num grão de mostarda que, todavia,
produzirá estímulos vigorosos para o bem de todos.
Seja qual for a situação, jamais desistamos de fazer o bem.
Jamais duvidemos da força do bem, porque o mal não tem vida própria. Ele só se insinua quando o bem não
está presente.
O mal, assim como a sombra, bate em retirada aos primeiros raios de luz.
Façamos o bem em toda parte com as mãos e com o coração, orando e esclarecendo, a fim de que o trabalho
da verdade fulgure em nossos braços como estrelas brilhantes.
Ampliemos as nossas disposições íntimas, dirigindo-as para o bem e não nos preocupemos senão com a
semeadura de bênçãos, pelo caminho.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. 8, do livro MOMENTOS DE DECISÃO, por Marco Prisco, e no verbete, BEM, do livro REPOSITÓRIO DE
SABEDORIA, v. I, por Joanna de Ângelis, ambos, psicografia de Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #bem #bondade #esperança #coragem #vontade #conselhos #doutrinaespirita
416

253 - A ERA DA ANSIEDADE


Respire fundo. Feche os olhos. Expire sem pressa.
Você é capaz de estar aqui, presente por completo, durante estes cinco minutos?
Poucos de nós conseguimos. A mente e o coração andam agitados demais e, se o corpo não respirasse sozinho
teríamos dificuldade até para inspirar e expirar.
Muitos andamos sobrecarregados emocionalmente. Incertezas, preocupações, medos - são tantos os nomes que
aprendemos a dar.
O mundo nos exige muito: competição desenfreada, satisfações a todos, padrões que mudam toda hora.
Por isso, a raiva surge sem ser convidada e com frequência incômoda. A impaciência está presente quase sempre.
O mau humor parece que veio para ficar.
Tudo nos incomoda. Difícil tolerar as pequenas coisas, as pequenas adversidades, os pequenos tropeços dos
outros e também os nossos.
Difícil agradar. Difícil estar sempre bem. Difícil atender as expectativas...
Alguns pedimos ajuda. Resolvemos fazer terapia, tratamentos mais profundos, buscando alguém que nos ensine
a nos conhecer e a desacelerar.
Muitos só estamos toleráveis para nós e para os que vivem ao nosso redor graças à medicação.
Vivemos a era dos medicamentos, que atuam no reequilíbrio das emoções, que auxiliam a reorganizar a mente,
que se perdeu de uma forma preocupante.
Vivemos a era da ansiedade.
***
Então, o que podemos fazer por nós? Como conquistar o equilíbrio em meio ao caos de dentro e de fora?
Somente uma reanálise da existência e seus verdadeiros propósitos é capaz de organizar o Espírito em agonia.
Recordar que somos Espírito numa experiência temporária no corpo. Assim, os ideais espiritualistas, o
conhecimento da sobrevivência à morte física, tranquilizam o homem, fazendo com que considere a
transitoriedade do corpo e a perenidade da vida.
Buscar aplicar o tempo na aquisição de recursos imortais, de tudo aquilo que levaremos conosco, que nos propicie
beleza da alma, que nos traga paz e perfeição.
Guardar, disciplinadamente, intervalos para a meditação diária, mesmo com dificuldade, nos primeiros momentos
desse exercício.
Ter a oração como higiene espiritual indispensável, várias vezes ao dia.
Alimentar-se de conteúdos enriquecedores na área da cultura, das artes, dos estudos. Toda boa palavra ressoando,
seguidamente, nas paredes da alma vai lhe alterando os padrões vibratórios.
Desligar-se dos eletrônicos, desconectar-se de tudo que é fonte de ansiedade, a partir de determinado horário do
dia, favorecendo a preparação para uma boa noite de sono.
***
Se desejamos aproveitar melhor o momento do desligamento temporário da noite, quando o Espírito estará em
atividade no mundo espiritual, preparemo-nos melhor, programando os sonhos com mais seriedade e
compromisso renovador.
Por fim, são válidas ainda, para este momento de ansiedade, de insatisfação, de tormento, as lições do Cristo
sobre o amor ao próximo, a solidariedade fraternal e a compaixão.
Com elas, mudamos as energias em torno de nós, instalamos o otimismo renovador, sintonizamos com Espíritos
que nos renovam as forças e nos resgatam das armadilhas dos pensamentos ansiosos.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 81, apresenta oportunos conselhos com relação à ansiedade:
417

Jesus disse: "Não se turbe o teu coração", ensinando que a calma e a confiança em Deus devem ser o lema de
toda criatura que deseja encontrar a felicidade.
Nunca faltam motivos para preocupações, inquietando o coração, perturbando a vida.
A existência humana é uma oportunidade de valorização dos bens eternos e de iluminação íntima.
Se colocas as tuas ansiedades em Deus e Lhe confias a tua vida, tudo transcorre normalmente, e, se algo
perturbador acontece, a serenidade assume o controle da situação e age com acerto.
Deste modo, não te permitas turbar o coração nem a mente, ante as ocorrências malsucedidas.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. 1, do livro O HOMEM INTEGRAL, e livro VIDA FELIZ, 81, por Joanna de Ângelis e Divaldo
Pereira Franco
***
#momentoespirita #PsicologiaEspírita #psicologiaespirita #ansiedade #comportamento #conselhos
#doutrinaespirita
418

254 - BUSCAR CONSTRUIR A FELICIDADE


Não há no mundo quem não deseje uma vida de felicidades. Sonhamos e desejamos que nossos dias
sejam de alegrias intensas e plenas.
Anelamos que o sorriso nos venha fácil, que os dias nos sejam leves e que seja de venturas o nosso
caminhar.
É natural que assim seja. Somos seres fadados à felicidade e esse é o sentimento que encontra na
alma os mais profundos significados.
Porém, na ânsia da felicidade, imaginamos que temos que buscá-la em algum ponto, que a
encontraremos em algum momento, que a atingiremos em um dia determinado.
Lembramos o soneto do poeta Vicente de Carvalho que afirma que a felicidade é uma árvore de
dourados pomos, porém que não a alcançamos, porque sempre está onde a pomos e nunca a pomos
onde nós estamos.
Ao imaginar a felicidade como uma meta a alcançar nos esquecemos que, na verdade, a felicidade é
caminho a se traçar, é trilha a se percorrer, é história a se construir.
***
Quando imaginamos que a felicidade chegará um dia, perdemo-nos nos dias e não enxergamos a
felicidade que nos chega.
Ou não será felicidade poder deparar-se com um pôr-de-sol tingindo de vermelho um céu que há
pouco era de um azul profundo? Há tantos que desejariam ver um pôr-de-sol...
Quanta felicidade pode haver em escutar as primeiras palavras de um filho, uma declaração de amor
de quem queremos bem, ou ainda, o assovio do vento chacoalhando suave as folhas da árvore? Há
tantos que nada escutam, nem ouvem ou percebem...
Como somos felizes por poder pensar, criar, sonhar e, num piscar de olhos, viajar no mundo e no
espaço, conduzidos pela imaginação, guiados pela mente! São tantos que permanecem carcereiros
de si mesmos em suas distonias mentais, nos desequilíbrios emocionais...
Preocupamo-nos tanto em buscar a felicidade, que nos esquecemos que já temos motivos de sobra
para sermos felizes.
E, efetivamente, não nos damos conta que a felicidade não está em chegar, mas que ela mora no
próprio caminhar.
***
Ser feliz é ter o olhar de gratidão perante a vida, de entendimento do seu propósito, da percepção
de que ela se mostra sempre generosa a cada um de nós.
Ser feliz não é negar que na vida também haverá embates, lutas e desafios cotidianos. Afinal, esses
são componentes de nosso viver e, naturalmente, podem trazer dificuldades e dissabores.
Porém, ser feliz é também perceber que os embates produzem amadurecimento, que as lutas nos
fazem mais fortes e nos oferecem aprendizado.
Assim, de forma alguma vale a pena ficarmos esperando o dia em que nossa felicidade se completará.
Ser feliz é compromisso para hoje, que se inicia pelo olhar para as coisas do mundo, passa pelo
coração em forma de reconhecimento pelos presentes que nos chegam, completa-se em gratidão,
oferecendo à vida o que ela nos dá em abundância.
***
E Joanna de Ângelis também fala sobre este momentoso assunto da FELICIDADE, no livro VIDA
FELIZ, 43:
A tua felicidade é possível.
Crê nesta realidade e trabalha com afinco para consegui-la.
Não a coloques nas coisas, nos lugares, nem nas pessoas, a fim de que não te decepciones.
419

A felicidade é um estado íntimo, defluente do bem-estar que a vida digna e sem sobressaltos
proporciona.
Mesmo que te faltem dinheiro, posição social de relevo e saúde, podes ser feliz, vivendo com
resignação e confiança em Deus.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 43, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #PsicologiaEspírita #psicologiaespirita #felicidade #comportamento #conselhos #doutrinaespirita
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255 - DESCOBRINDO A SIMPLICIDADE


Aos dez anos, aquele garoto viajou ao interior do país na companhia da família de um amigo.
Nascido e criado em uma grande metrópole, já havia estado em outras pequenas cidades durante
viagens com sua família, mas sempre em breves passagens.
Dessa vez foi diferente.
O convite era para que ele passasse uns dias na casa da avó do amigo, em uma cidadezinha sem grandes
atrativos turísticos.
Pela primeira vez teve a oportunidade de vivenciar a rotina de uma vida no interior.
No retorno, a alegria estava estampada nos seus olhos. O sorriso era largo, espontâneo, parecia que
tinha a alma leve.
Obviamente que o passeio lhe fizera muito bem. Contou à família alguns episódios divertidos que
vivenciara, sempre enfatizando que havia gostado muito da viagem.
Nos dias seguintes ao seu regresso, todas as vezes que surgia uma oportunidade, o garoto comentava
sobre a alegria de ter passado alguns dias naquele lugar e que se pudesse, voltaria quantas vezes fosse
convidado.
Mas ele mesmo não sabia explicar os motivos para tanto entusiasmo.
Lembrava de outras viagens maravilhosas que havia feito e das quais tinha ótimas recordações, mas
nenhuma delas remetia a esse sentimento que agora experimentava.
Passados mais alguns dias, o menino abordou a mãe com certa aflição, pois havia encontrado os motivos
de estar encantado com a viagem que fizera e queria dividir com ela a sua descoberta.
Quase que num desabafo infantil, ele disse que havia gostado tanto do lugar que conhecera porque lá
era tudo muito simples.
Segundo ele, as pessoas não corriam para todos os lados o dia inteiro. Elas paravam para conversar
quando encontravam algum conhecido e ficavam olhando nos olhos umas das outras, com atenção.
Andavam a pé pelas ruas. As famílias almoçavam e jantavam reunidas. E as casas estavam sempre cheias
de visitas de parentes e amigos.
A impressão que ficou gravada foi a de que as pessoas não estavam perdendo tempo ao fazer tudo aquilo
e sim, aproveitando a vida.
Essa observação, vinda de um olhar infantil, nos leva a uma profunda reflexão sobre a forma como
estamos vivendo nas grandes cidades e sobre os valores que estamos passando para nossos filhos.
Sob essa ótica, ele observou o quanto faz bem ao coração uma vida calma, onde há tempo para as coisas
mais simples. Vida na qual existem momentos para construir e consolidar os relacionamentos.
***
É comum vivermos presos aos ponteiros do relógio, não nos permitindo cultivar as coisas simples e
importantes.
Por mais que estejamos atarefados e envolvidos com os compromissos assumidos, é indispensável
fazermos uma revisão de nossas ações.
Procuremos conduzir as horas com tranquilidade.
Façamos com que nossos dias sejam luminosos, aproveitando-os com sabedoria e transformemos nossas
horas em um rosário de bênçãos.
***
E Joanna de Ângelis, no livro CONVITES DA VIDA, nos convida à SIMPLICIDADE:
421

Resguarda-te na simplicidade.
Evita as aparências fulgurantes e malsinadas.
Reflete na lição do Senhor em torno dos lírios do campo e sua beleza comovedora, insuperável, medrando
a esmo, do lodo, exteriorizando aroma penetrante.
Ele próprio, Nosso Divino Senhor, cantando e vivendo as excelsas belezas do Reino Celeste, se utilizou da
simplicidade de tal modo que o Seu Evangelho continua como um hino de luz tecido com as melodias
inspiradas no povo simples e sofredor de todos os tempos.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro CONVITES DA VIDA, capítulo CONVITE À SIMPLICIDADE, por Joanna de Ângelis e
Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #convitesdavida #comportamento #conselhos #simplicidade #doutrinaespirita
422

256 - EVITAR O JULGAMENTO PRECIPITADO


Quantas vezes já aconteceu?
Um servidor dedicado, após anos de trabalho irrepreensível, comete um deslize. Logo, todos os tantos
anos de dedicação são esquecidos.
Sobre ele recaem acusações, desconfianças.
Um amigo de infância, adolescência, juventude, alguém com o qual rimos, choramos, confiamos, comete
uma pequena falha.
Diz-nos um não. É o suficiente.
Anos de convivência são sepultados de um só golpe.
Um voluntário que serve dedicada e perseverantemente meses, anos, sempre sorridente, feliz, um dia,
por algo que lhe ocorre e o perturba, se exaspera, fala mais alto.
Logo, tudo que fez até então é esquecido e somente aquele gesto de um momento de irreflexão é apontado,
falado, julgado.
***
São retratos da vida. Ocorrem em muitos lugares.
E nos fazem recordar de uma história muito interessante.
A de um pai que desejava ensinar aos seus quatro filhos a respeito de julgamentos.
Assim, a cada um enviou em uma estação diferente do ano a uma terra distante para observar uma
determinada árvore.
O primeiro filho chegou no inverno, o segundo na primavera, o terceiro no verão e o quarto no outono.
O primeiro informou que a árvore era feia, além de seca e toda distorcida.
O segundo disse que, ao contrário, a árvore estava carregada de botões, cheia de promessas.
O outro filho contestou aos dois irmãos e afirmou que viu a árvore coberta de flores. Que elas tinham um
cheiro tão doce e eram tão bonitas, que ele arriscaria dizer que eram a coisa mais graciosa que ele jamais
havia visto.
Finalmente, o quarto filho falou que a árvore estava tão cheia de frutas, tão carregada de vida, que
chegava estar arqueada.
O pai, ponderado, explicou que todos estavam certos, no entanto, cada um deles julgara a árvore
exatamente pela época do ano em que a havia visto.
Na vida, continuou, também é assim: Quase sempre somos precipitados nos julgamentos.
***
Para julgar com acerto, compete-nos observar com atenção, colher informações detalhadas.
Dessa forma, não julguemos situações e pessoas por um momento apenas.
Consideremos que todos passamos pelos dias desolados do inverno. Dias de tristeza, de solidão, de
problemas superlativos.
Nessa estação da vida, parecemos árvores de galhos retorcidos.
Contudo, quando a esperança faz morada na intimidade, carregamo-nos de promessas, de botões prontos
a explodirem em flores.
Então, acenamos com cores vibrantes, flores perfumadas, graciosas que, logo mais, se transformarão em
produção abundante de frutos.
Pensemos nisso e não façamos julgamentos precipitados de situações, de pessoas, de companheiros, de
amigos.
Verifiquemos, antes, em que estação do ano estagia a alma de quem vamos julgar.
E, se descobrirmos que o inverno envolve aquela criatura, estendamos a contribuição do sol da nossa
amizade, o adubo do nosso auxílio, a proteção do nosso carinho.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #julgamento #espiritismo #comportamento #conselhos #julgamentos
423

257 - APRENDER COM OS ERROS


A perfeição ainda é um estado muito distante da Humanidade.
Todos os habitantes da Terra possuem fissuras morais e cometem equívocos.
Na verdade, errar não é um escândalo, no contexto das Leis Divinas.
Deus não criou as criaturas perfeitas, mas perfectíveis.
Os Espíritos encarnam e reencarnam infinitas vezes para desenvolver as virtudes cujo potencial
trazem em seu íntimo.
A fim de que cresçam em vontade, sabedoria e amor, dispõem de livre-arbítrio.
Caso não pudessem fazer opções, seriam simples marionetes.
Como podem optar, é natural que nem sempre sejam felizes em seus atos.
O outro lado desse processo de aprendizado é a responsabilidade.
Ao desenvolver a consciência e a vontade, a influência dos instintos primitivos declina e a liberdade
se expande.
A criatura torna-se cada vez mais responsável por seus atos e pensamentos.
***
Os equívocos são naturais para quem transita da ignorância para a sabedoria.
Apenas é necessário reparar todos os estragos causados.
Justamente por isso constitui sinal de imaturidade recusar-se a admitir os próprios erros.
A humildade constitui pressuposto do aprendizado.
Quem se imagina infalível e superior a todos mantém-se estagnado.
Para entrar em sintonia com a vida, impõe-se atentar para a Lei do Progresso.
O Universo todo é dinâmico.
As espécies animais e vegetais aperfeiçoam-se incessantemente.
Mesmo a configuração física da Terra não é estática.
Da mesma forma que as espécies inferiores, o homem possui um papel a desempenhar no concerto
da Criação.
Ele está inserido na natureza e deve ser um agente do progresso.
Mas para impulsionar o progresso é necessário estar sempre evoluindo.
***
Assim, para não trair a missão de sua existência, proponha-se a ser cada vez melhor.
Admita sua imperfeição, mas não se acomode com ela.
Por vezes você erra, mas isso é normal.
Cuide para aprender com seus erros, a fim de não repeti-los inúmeras vezes.
E também assuma as consequências, boas ou más, de seus atos.
Repare todos os estragos que eventualmente causar.
Pague suas dívidas, peça desculpas, recomponha-se perante seus semelhantes.
Sem dúvida é necessário algum esforço para reconhecer um equívoco e retificar o próprio caminho.
Mas você viverá para sempre.
Certamente você deseja, algum dia, ser uma pessoa sábia e pacificada.
Como ninguém fará o seu trabalho, esforce-se desde já para ser assim.
Ao se recusar a admitir um equívoco, você retarda a realização de seu luminoso destino.
Compenetre-se em seu papel de aprendiz e demonstre boa vontade para com a vida.
424

Não se apegue a coisas pequenas, como a vaidade e o orgulho, pois tais fissuras morais somente o
infelicitam
Aprenda a fazer o bem sem qualquer interesse pessoal ou sentimento oculto.
Ame e respeite a vida, seja nobre e solidário.
No início pode ser necessária alguma disciplina, mas com o tempo você incorporará esse modo de
viver e será uma pessoa maravilhosa.
Eis uma meta pela qual vale a pena lutar.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #leidoprogresso #comportamento #conselhos #progresso #aprendizado #doutrinaespirita
425

258 - APRENDAMOS A EDUCAR AS EMOÇÕES


Cada momento da vida guarda lições e aprendizados muito especiais.
No trabalho da educação da mente, reside uma grande dificuldade para a maioria das pessoas.
Quando você esteja à frente de alguém que lhe é apresentado, ou alguém que esteja vendo por primeira vez, é
comum a excitação das conjecturas.
Há momentos em que você é tomado por grandes simpatias, à primeira vista, entregando-se, totalmente, ao
amigo novo.
Em nome do bom senso, será recomendável que você trate a todos com fraternidade, deixando, porém, a
maior abertura do coração para depois do devido entrosamento, do necessário conhecimento recíproco, o que
a convivência cuidadosa permite.
Agindo assim, trabalhará com simpatia, sem se queixar de frustrações ou decepções, decorrentes do
estouvamento e invigilância tão comuns em muitas almas.
Há circunstâncias, porém, nas quais você marca o novo conhecido por tremenda antipatia, prevendo ou
prejulgando-lhe o caráter, fazendo-se enormemente fechado, frio e antipático, cerrando qualquer chance de
maior aproximação do outro.
Não há nenhuma necessidade de tanta frieza emocional.
Pode-se ter cuidados e manter cautelas, com gestos fraternos, com espírito de cooperação, devidamente
equidistante dos arroubos entusiásticos e das posições de gelo.
Evite tachar as pessoas, antes de as conhecer melhor.
Como é perfeitamente natural que você tenha o seu parecer inicial sobre qualquer pessoa, e isso é inevitável,
pelo menos reserve espaço para mudar de opinião e de postura, na medida do maior contato, para que não
peque por excesso ou por falta, guardando-se em clara maturidade emocional.
***
Nunca suponha que estará deixando de ser bom cristão se tiver cautelas emocionais. Não, não é assim.
"Descobri que fulano não era quem eu pensava."
Mas, era você que pensava, e não o fulano que afirmou ser o que você pensava.
"Sofri decepção com beltrano." - Falam outros.
A verdade é que a decepção não foi bem com o beltrano, mas sim consigo mesmo, que fez um juízo avantajado
do outro, sem considerar que o outro é igualmente falível, porque é gente.
Dessa forma, lembre-se de educar as emoções relativamente ao contato humano. Você só terá a crescer,
aprendendo a descobrir as suas reais afinidades da alma, identificando aqueles que não lhe sejam tão
amistosos, conseguindo, não obstante, conviver e ser útil a todos.
Há muitas pessoas que assumem a postura de suposta sinceridade e transparência nos relacionamentos,
encobrindo assim seu comportamento anticristão, de cordialidade e respeito ao próximo.
Muito cuidado para não acreditar que ser honesto e sincero é ferir a suscetibilidade de alguém.
Muito cuidado para não ser exigente demais, e assim afastar de sua vida as pessoas.
Lembre-se que, antes de tudo, deve existir a caridade. E caridade, nesse caso, é sinônimo de tolerância, de
paciência e simpatia.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 9, alerta para a importância do controle das emoções:
Mantém o teu controle emocional em todas as situações.
Sistema nervoso alterado, vida em desalinho.
Se dificuldades ameaçarem o teu equilíbrio, utiliza-te da oração.
A prece é medicamento eficaz para todas as doenças da alma.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. 22, do livro PARA USO DIÁRIO, pelo Espírito Camilo, psicografia de J. Raul Teixeira
***
#momentoespirita #autoconhecimento #autocontrole #comportamento #conselhos #emoções
#doutrinaespirita
426

259 - LIDERAR COM SABEDORIA


Conta-se que, certa vez, um jovem político assumiu o governo de um distrito que até a gestão anterior
havia sido muito próspero. Mas, desde que ele assumiu, os negócios não iam bem.
Confuso, o rapaz procurou um grande mestre da região para que o ajudasse a resolver o problema.
Ao encontrá-lo, explicou-lhe a situação e esperou a resposta do mestre. Mas ele não disse nada. Deu
um pequeno sorriso e com um gesto o convidou a acompanhá-lo.
Caminharam até chegar à beira de um rio muito largo. Depois de meditar olhando as águas, o mestre
preparou uma fogueira e fez com que o moço se sentasse ao seu lado.
Ambos ficaram ali por longas horas observando o fogo enquanto as labaredas crepitavam. Quando
as chamas já não dançavam mais, o mestre apontou para o rio e falou:
- Agora você entende por que é incapaz de fazer como seu antecessor fez para sustentar a grandeza
do seu distrito?
O rapaz respondeu:
- Desculpe, mestre, mas não compreendi.
O ancião, então, falou:
- Reflita, meu jovem, sobre a natureza do fogo que queimava à nossa frente. Era forte e poderoso.
Nenhuma grande árvore ou animal poderia igualar-se em força. Com facilidade, poderia ter
conquistado tudo ao seu redor.
Em contrapartida, observe o rio. Começou como um pequeno filete nas montanhas distantes. Às
vezes rola macio, às vezes rápido, mas não se detém, tomando as terras baixas como seu curso. E
contorna qualquer obstáculo e abraça qualquer fenda. A água quase não pode ser ouvida. Quando
a tocamos, percebemos que ela dificilmente pode ser sentida, tão gentil é sua natureza.
E, no final, o que sobrou daquilo que foi o fogo poderoso? Somente um punhado de cinzas.
Por ser tão forte, ele destrói tudo a sua volta, mas também se torna vítima, consumindo sua
própria força.
O rio, não. Ele é calmo e quieto. Assim, ele vai rolando, crescendo, ramificando-se, tornando-se
mais poderoso a cada dia, na sua jornada em direção ao imenso oceano. Ele provê a vida e sustenta
a todos.
Da mesma maneira que ocorre com a natureza, acontece com os líderes. Há aqueles que são como
o fogo: orgulhosos, poderosos e autoritários.
E os que são humildes como a água. Donos de uma força interior de grande alcance e capazes de
conquistar o coração das pessoas a quem lideram.
Os primeiros nada constroem. Espalham temor e afastam as pessoas. Os segundos trazem uma
primavera de prosperidade para suas províncias.
Reflita, meu jovem, sobre o tipo de líder que você é, e talvez encontre aí a resposta para seus
problemas.
***
A lição do sábio ancião é válida para todos aqueles que estão investidos na função de dirigir empresas,
conduzir pessoas, governar.
A comparação que o mestre faz entre o fogo, que espalha suas labaredas e assusta com seu poder
devastador, e o rio que, com perseverança, contorna obstáculos para atingir seus objetivos, são
extremamente significativas para quem exerce a difícil tarefa da liderança.
Caso você esteja enfrentando dificuldades dessa natureza, vale a pena meditar sobre a tática que
vem empregando e talvez encontre também uma resposta capaz de solucionar os seus problemas.
Liderar com sabedoria é saber conquistar a amizade dos seus liderados, criando um clima de
confiança mútua e companheirismo.
***
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Jesus foi o exemplo máximo de liderança. Seus ensinos e orientações ultrapassaram as fronteiras
de Sua terra natal e influenciaram o mundo todo.
Mesmo sem ter sido conhecido pessoalmente pelos cristãos da atualidade, continua servindo de
Modelo e Guia para boa parte da Humanidade.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #lideranca #liderança #liderancadeequipe #Jesus #exemplo #comportamento
#comportamentohumano
428

260 - VIVER O AGORA


Este é o teu momento de viver intensamente a realidade da vida.
Desnecessário recordar que, agora, o teu momento presente é relevante para a aquisição dos bens inestimáveis
para o Espírito eterno.
Há muito desperdício de tempo, que se aplica nas considerações do passado como em torno das ansiedades do
futuro.
A tomada de consciência é um trabalho de atualidade, de valorização das horas, de realização constante.
***
A vida é para ser vivida agora.
Postergar experiências significa prejuízo em crescimento na economia da vida.
Antecipar ocorrências representa precipitação de fatos que, talvez, não sucederão, conforme agora tomam curso.
As emoções canalizadas em relação ao passado ou ao futuro dissipam ou gastam a energia vital, que deve ser
utilizada na ação do momento.
Se vives recordando o passado ou ansiando pelo futuro perdes a contribuição do presente, praticamente nada
reservando para hoje.
O momento atual é a vida, que resulta das atividades pretéritas e elabora o programa do porvir.
Encoraja-te a viver hoje, sentindo cada instante e valorizando-o mediante a consciência das bênçãos que se
encontram à tua disposição.
***
A vida é um sublime dom de Deus.
Naturalmente, quando recebes um presente de alguém sentes o desejo irrefreável de agradecer, de louvar, de
bendizer.
Desse modo, agradece a Deus o sublime legado, que é a tua vida, por Ele concedido fazendo uma prece:
Deus, nosso Pai de infinita justiça e bondade!
Como é bom agradecer pela vida, por esta oportunidade sem igual de fazer parte de Teu Universo resplandecente.
Brilha meu coração quando, ao observar o cântico da Tua natureza, percebe que tudo é feliz e cumpre seu papel
resignadamente.
Brilha meu coração quando compreendo Tuas leis perfeitas a reger o cosmo; das leis que equilibram os corpos no
espaço às leis morais que harmonizam as relações humanas.
Brilha meu coração ao saber que todos rumamos para a felicidade e que, embora acampemos agora em campos
de aflição e dúvida, o passar das eras está construindo em nós as bases de dias felizes.
Brilha meu coração, hoje, agora, enquanto me dou conta de Ti, de mim, de meu próximo e percebo que estamos
todos entrelaçados, e que a felicidade depende de como cuido de Ti, de mim e de meu próximo.
Brilha meu coração que é Teu, Pai amado. E a luz que ele emite é a gratidão da criatura para com o Seu Criador.
É um despertar decisivo para a verdadeira vida, agora, aqui, na imensidão de minha alma encantada ao descobrir-
Te, gradual e definitivamente.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 17 do livro ALEGRIA DE VIVER por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #autoconhecimento #vida #comportamento #agradecer #prece #Deus #leisdivinas
429

261 - A IMPORTÂNCIA DAS PESSOAS EM NOSSA VIDA

Você já imaginou se todas as pessoas fossem idênticas a você, neste mundo?


Todos tivessem pensamentos iguais, sentimentos iguais, gostos iguais aos seus?
Ninguém para lhe contrapor uma idéia, ninguém que contrariasse seus desejos, e muitos que agissem exatamente
como você.
E se todas as pessoas gostassem dos mesmos filmes, dos mesmos alimentos, das mesmas festas, dos mesmos
times de futebol, dos mesmos carros, e de frequentar os mesmos lugares?
Será que a vida teria graça?
Ou será que isso seria um real motivo para a infelicidade?
Imagine se todos vestissem roupas das mesmas cores, dos mesmos modelos, da mesma marca. Isso causaria tédio.
Se todos fôssemos idênticos não haveria graça nem crescimento.
***
Nós precisamos uns dos outros para sermos felizes. Precisamos de pessoas que pensem diferente, que sintam
diferente, que ajam diferente, porque é a soma das diferenças que produz a felicidade.
Precisamos trocar experiências, discutir idéias, concordar e discordar.
É essa dinâmica da vida que nos dá motivos para viver e crescer realmente.
Por isso as diferenças são salutares, são incentivo e estímulo para o nosso progresso.
A felicidade é uma propriedade do Espírito, mas só é conquistada na vida de relação.
As emoções que sentimos só são possíveis porque existe o outro.
Se não houvesse o outro não teríamos como avaliar nossos sentimentos.
Sem o inter-relacionamento seríamos ilhas, isoladas, e a vida não teria sentido.
Podemos afirmar, então, que a felicidade é uma conquista social.
Por tudo isso, vale a pena pensar na importância das pessoas em nossa vida, por mais problemáticas que elas
sejam.
São elas que dão significado à vida e nos permitem a felicidade. Portanto, as pessoas são mais importantes que
os bens materiais e o dinheiro.
Imagine que você tivesse muito dinheiro, a casa de seus sonhos, com a mobília mais sofisticada possível, roupas
maravilhosas e comida abundante.
Mas tudo isso ao preço de nunca mais ver ou ser visto por qualquer ser humano. Você ficaria contente? Ou será
que enlouqueceria?
***
Só se é feliz em sociedade.
Como disse o poeta Antônio Carlos Jobim, é impossível ser feliz sozinho.
De que adianta ter beleza, dinheiro, bens, se não tiver olhos para contemplar a beleza, companhia para gastar o
dinheiro e alguém para admirar nossos bens?
Assim também acontece no campo dos sentimentos.
De que adianta ter a mente mais brilhante, o coração mais afetuoso sem ninguém para dividir esses tesouros?
E somente podemos interagir dessa forma com outras pessoas. Não podemos trocar idéias com coisas ou animais.
As coisas não interagem e os animais não trocam idéias... Restam os seres humanos.
É com eles que construímos e dividimos a nossa felicidade.
Por isso é importante que o outro seja diferente. Não há crescimento sem antagonismos. Se todos fôssemos iguais
não haveria progresso.
É na harmonia dessas diferenças que está a beleza da relação entre os seres racionais. Do homo sapiens.
Pense nisso. Analise sua vida de relação. Observe como o contato com as outras pessoas lhe possibilita ser feliz.
E lembre-se sempre: as pessoas não são e nem podem ser idênticas a você. Cada um está em seu estágio evolutivo!
430

***
Conforme os Imortais nos explicam no LIVRO DOS ESPÍRITOS (766), Deus fez o homem para viver em sociedade.
É por isso que temos a faculdade da palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.
É por instinto que os seres humanos buscam a sociedade e todos devem concorrer para o progresso, auxiliando-
se mutuamente.
Como precisamos uns dos outros, precisamos viver em sociedade e não isolados. Pois, no insulamento, o ser
humano se embrutece e estiola.
Pensemos nisso.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 766 e seguintes do LIVRO DOS ESPÍRITOS e seminário coordenado por Cosme
Massi, realizado na Federação Espírita do Paraná, em 19/04/2004
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #leidesociedade #comportamento #sociedade #felicidade #leisdivinas
#doutrinaespirita
431

262 - VISÃO ESPÍRITA DA MÃE DE JESUS

É sabido que as religiões cristãs reverenciam, com profunda gratidão, a figura ímpar de Maria de Nazaré.
Sua elevação espiritual sempre foi tida como parâmetro maior, por ter recebido de Deus a missão de ser
Mãe do Messias.
Intimamente, trazia o compromisso de colaborar para que o Divino se fizesse Homem entre os homens.
Aceitou a tarefa e cumpriu-a de maneira extraordinária.
Quando a dor maior invadiu seu coração, na hora do martírio, exclamou: Meu filho! Meu amado filho!
E ouviu a resposta significativa, enquanto Jesus indicava o Apóstolo João: Mãe, eis aí teu filho!
Ela compreendeu que era o momento da renúncia maior da sua alma.
Era a lição da família universal colocada em prática pelo filho amado que se fazia substituir pelo amigo
querido.
Maria! Alma santificada pela dor, pelo silêncio, pela renúncia, mas essencialmente pelo amor.
***
A Doutrina Espírita, através da mediunidade responsável, tem permitido que nos cheguem relatos
biográficos de Maria de Nazaré.
Os autores espirituais buscam os dados originais nos arquivos fieis do mundo espiritual.
Foi assim que o Espírito Humberto de Campos nos trouxe, através de Chico Xavier, informações mais
detalhadas, além das contidas nos Evangelhos.
Atendendo à promessa que fizera ao Mestre, aos pés da cruz, tão logo pôde, o Apóstolo João foi buscar
Maria e a levou a Éfeso, onde residia.
Ali, durante o dia, ele saía para cuidar de seus afazeres e da divulgação da Boa Nova, enquanto Maria
passou a atender os caminhantes necessitados.
Com o passar do tempo, aquela casa se tornou um ponto de referência para quem quisesse ouvir falar a
respeito de Jesus.
O Apóstolo Lucas, por orientação de Paulo de Tarso, foi até Éfeso. Seu objetivo era entrevistar a Mãe de
Jesus, a fim de poder escrever a biografia do Mestre, segundo as suas lembranças.
Idosos, doentes, mães infortunadas a buscavam para serem por ela abençoados.
Sentia-se um pouco mãe daquelas criaturas sofridas, e lhes falava de Jesus e de Seus ensinamentos como
uma mãe fala aos seus amores.
Acalmava os corações sofridos com palavras amigas, onde se destacava um quase refrão: Isso também
passa.
Certa feita, um doente, sentindo alívio em suas chagas, ao beijar-lhe as mãos, murmurou:
Senhora, sois a Mãe de nosso Mestre e a nossa Mãe Santíssima.
Desde então, a sua casa passou a ser conhecida como a casa da Mãe Santíssima.
Um dia, em que a saudade do filho era muito grande, ela atendeu a um peregrino.
Com mais intenso sentimento, ela falou daquele Jesus, que se fora da Terra, há alguns anos. E disse da
sua imensa saudade.
Então, o peregrino retirou o capuz, e com a voz que ela conhecia muito bem, disse: Minha mãe!
Ela se emocionou. O coração começou a bater mais forte. E ele completou:
Vim te buscar porque meu Pai quer que sejas, no meu reino, a rainha dos anjos!
Naquela noite, João, retornando das atividades, lhe assistiu aos últimos momentos.
Ela partiu, mansamente. E como uma estrela, de intenso brilho, adentrou a Espiritualidade.
***
Fonte: Redação do Momento Espírita, com base nos capítulos 2 e 30 do livro Boa Nova, Irmão X, com o
título MÃE SANTÍSSIMA
***
#momentoespirita #Maria #maedejesus #espiritismo #doutrinaespirita #boanova
432

263 - PLANEJAMENTO PARA ADMINISTRAR MELHOR O TEMPO

O tempo não anda para trás.


O tempo é remédio para todos os males.
Tempo perdido não volta mais.
É preciso dar tempo ao tempo.
Estes são provérbios populares, que estamos habituados a ouvir, quando a questão é o tempo.
O tempo é um recurso fundamental em nossas vidas, por isso, é importante nos perguntarmos como o temos
utilizado.
Bom pensarmos se estamos fazendo tantas coisas, durante o nosso dia, de forma atribulada, ao ponto de
nem conseguirmos parar para pensar porque as estamos fazendo.
Ou se somos dos que fazemos muito pouco porque achamos que temos muito tempo e vamos adiando para
o futuro.
Talvez sejamos dos que nos deixamos dominar pela preguiça, que nos impede de agir e aproveitar o nosso
tempo.
***
Não desperdicemos o tempo com horas vazias, nem o ocupemos com coisas de importância alguma.
Tornemos úteis as horas do dia. Que elas nos sejam de proveito, de construção positiva.
Aproveitemos para preenchê-las com atividades edificantes.
Comecemos o dia com uma oração, agradecendo pela oportunidade da vida que se renova.
Planejemos nosso dia, dividindo as horas.
Vejamos se podemos dedicar um tempo para servir ao próximo.
Um tempo para o estudo de algo referente à nossa profissão ou à doutrina que professamos.
Uma leitura que nos alimente o cérebro e o coração.
Um tempo para cuidar do nosso corpo, programando exercícios físicos, alimentação saudável, higiene
pessoal.
Um tempo para organização e limpeza de nossa casa.
Um tempo para saber como estão nossos amigos, nossos familiares mais distantes.
***
Talvez nos perguntemos como podemos realizar tantas tarefas, atender tantos compromissos, sem falhar.
O segredo está na virtude da disciplina.
Disciplina não é algo que venha de fora, mas algo que cada um de nós pode desenvolver dentro de si.
Por isso, o planejamento diário se faz de importância. Listar o que tenhamos a fazer. Definir urgências e
prioridades.
Determinar horários para cada uma das tarefas e realizá-las, sem afobação, sem ansiedade.
Toda tarefa, por mais insignificante que nos possa parecer, deve nos proporcionar bem-estar, satisfação em
sua realização.
Eventuais tarefas incômodas, não agradáveis, que tenhamos no rol das nossas obrigações, busquemos
realizá-las, sem enfado, sem má vontade.
A pouco e pouco, quem sabe, poderemos descobrir como torná-las menos penosas.
Aprendamos a viver cada jornada, com todas as suas atribuições, como se fosse nosso último dia sobre a
Terra.
Dessa forma, o viveremos com intensidade, sobretudo não criando problemas que venham a se refletir no
futuro.
433

E, se iniciamos o dia, sob a luz da oração, o concluamos, de igual forma, agradecendo tudo que foi realizado,
o amigo reconquistado, a voz fraterna ouvida, a nova aquisição intelectual.
Agradeçamos pela iluminação da mente e a paz do coração.
Valorizemos nosso tempo! Ele nos é dado para a construção do melhor, sempre.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 10, nos aconselha:
Organiza a tua agenda, a fim de ganhares o tempo com propriedade.
Cada tarefa deve ser exercida no seu respectivo momento.
O tumulto na realização, não apenas prejudica a ordem, mas também, a sua qualidade.
Um após outro, com calma e continuamente, realiza os teus deveres.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 5, do livro MOMENTOS DE DECISÃO por Marco Prisco e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #tempo #planejamento #comportamento #trabalho #preguiça #ociosidade #disciplina
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264 - BUSCANDO A FELICIDADE


O ser humano corre diariamente de um lado para outro desde a aurora até bem depois do pôr do sol, com passos
apressados nas calçadas, cruzando ruas, olhando sempre o relógio ou o celular.
Parece sempre atrasado, à procura de algo muito importante.
Nunca tem tempo para nada.
Está sempre em alerta, como se um único descuido seu fosse suficiente para arruinar para sempre a consecução
de seus objetivos.
Mas, afinal, o que busca o ser humano na luta cotidiana da vida?
Para onde dirige seus passos?
O que espera ele encontrar?
Sabe, realmente, o que quer?
***
Seria por demais simplista dizer que a resposta para tais questionamentos seja: "A BUSCA DA FELICIDADE".
Pois, momentos de felicidade permeiam sua existência, mas são como sopros suaves de brisa que cessam sem
aviso prévio e que passam rapidamente.
Fala-se tanto em felicidade, mas se sabe tão pouco a seu respeito.
Diz-se "estar feliz" quando tudo o que se deseja acontece.
Quando o amor é correspondido.
Quando o dinheiro é suficiente para garantir as compras tão sonhadas.
Quando o emprego almejado é obtido.
Quando um título é alcançado.
Quando tudo parece conspirar para satisfazer os mais íntimos desejos.
Nessas ocasiões, uma euforia ímpar toma conta do ser que sai pelas ruas estampando um sorriso largo na face.
Canta e sente uma vontade de erguer os braços aos céus gritando: "Consegui! Venci!".
Como se o mundo inteiro tivesse se curvado às suas necessidades e reconhecido seu valor como pessoa, a partir
daquela oportunidade.
***
Mas isso é apenas uma ilusão.
A fragilidade daquela sensação fará com que sua duração seja efêmera e, por isso mesmo, por vezes, quase
frustrante.
Por pouco, pouco mesmo, sorrisos abandonam rostos até então eufóricos.
O retorno à realidade pode decorrer da sensação de que a vida continua, não obstante aquela parcial vitória.
A luta continua.
Não pode o homem abandonar o combate porque novas provas vão se apresentar, novos obstáculos vão surgir.
Outra vez será necessário empenhar esforços para prosseguir na jornada.
Nessas horas, quando o homem percebe que suas conquistas não lhe garantem um bem-estar eterno, muitas
vezes ele se entrega ao desânimo.
Tem a sensação de que caminha sempre em direção ao horizonte e que este, por mais que ande, distancia-se
inelutavelmente dele.
Sempre há algo por fazer, por aprender, por conquistar.
Sempre.
Percebe-se o quão verdadeiro é o ensinamento de que "a felicidade não é deste mundo."
***
435

O que busca você?


O que seria capaz de fazer estampar em seu rosto um sorriso sincero?
O que você acredita ser suficiente para fazê-lo feliz?
Não se iluda, no entanto, com as promessas enganosas do mundo.
Satisfações materiais não saciam por muito tempo o corpo, tampouco a mente que deseja a paz.
Por outro lado, as virtudes adquiridas ao longo do tempo podem auxiliar concedendo equilíbrio e lucidez.
A consciência tranqüila e a franca sensação de dever cumprido permitem que se repouse a cabeça no travesseiro
todas as noites.
São situações em que se pode desfrutar de felicidade, quando, então, ela pode ser efetivamente alcançável e
duradoura, até mesmo neste mundo.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 43, falando sobre FELICIDADE, nos explica:
A tua felicidade é possível.
Crê nesta realidade e trabalha com afinco para consegui-la.
Não a coloques nas coisas, nos lugares, nem nas pessoas, a fim de que não te decepciones.
A felicidade é um estado íntimo, defluente do bem-estar que a vida digna e sem sobressaltos proporciona.
Mesmo que te faltem dinheiro, posição social de relevo e saúde, podes ser feliz, vivendo com resignação e
confiança em Deus.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 43, do livro VIDA FELIZ por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #vida #vidafeliz #comportamento #felicidade #trabalho
436

265 - NÃO DEIXAR O AMOR ACABAR


De repente, o que era luz se faz sombra. A época do namoro, as delicadezas e olhares apaixonados dão lugar à
amargura, à aridez dos dias.
E muita gente afirma: O amor acabou!
Uma sentença que cai pesada sobre os ombros de quem ouve. O fim do amor talvez seja a mais triste notícia para
um ser humano. Afinal, o amor move o mundo e enche a vida de alegria.
Mas, será que o amor acaba? Afinal, é um sentimento tão forte que ultrapassa a barreira dos relacionamentos
pessoais e deságua nas relações sociais.
Onde há um grupamento humano há a necessidade de amor.
Amor de pais, de filhos, de amigos. Amor entre um homem e uma mulher. Que importa de que tipo é o amor?
Basta que ele exista para que seu perfume imediatamente transforme os ambientes, ilumine os olhos, torne o ar
mais leve.
E se é tão essencial o amor, por que o deixamos acabar? Por que permitimos que ele se amesquinhe e seja
sufocado?
É que nem sempre sabemos priorizar o que realmente é importante. Nem sempre sabemos cuidar das pessoas
que mais amamos.
Por vezes tratamos mal justamente aqueles a quem mais queremos bem. São nossos pais, irmãos, esposos e filhos...
Eles deveriam ser nossa prioridade, mas parecem estar sempre em último lugar. Para eles deveríamos guardar os
gestos de delicadeza, os afagos, as palavras gentis.
***
Pior ainda é quando permitimos que os abismos e silêncios aconteçam em nossa casa.
É como um câncer, que começa devagarzinho, vai se instalando e se torna incontrolável.
E tudo começa porque deixamos de conversar, de trocar experiências, de compartilhar o espaço que chamamos
lar. E assim vamos nos afastando dos seres amados.
E ainda há a negligência. Deixamos de falar, de sorrir, de dar atenção aos de casa.
Concentrados em pessoas com as quais temos contato meramente social, aos poucos substituímos o grupo
familiar pelos amigos, colegas de trabalho e até por gente que acabamos de conhecer.
Assim vamos deixando a vida seguir. De repente, quando percebemos, o tempo passou, os filhos estão adultos,
os irmãos casaram, os pais morreram.
Ou estão idosos demais sequer para ter uma conversa divertida num fim de tarde. O trem da vida seguiu e nós
nem o vimos passar.
É quando chega o arrependimento, a saudade, a vontade de ficar junto mais um pouco.
Nem sempre é preciso esperar: alguém que morre repentinamente, um acidente, uma doença inesperada.
E percebemos, então, que desperdiçamos o tempo que estivemos ao lado daquela pessoa especial; daquele filho
divertido; daquela mãe dedicada; daquele pai amoroso; daquele companheiro que estava bem ao lado,
caminhando junto.
***
Não. O amor não morre. Nós o deixamos murchar, apagar-se. É nosso desleixo, desatenção e preguiça que sufocam
o amor.
Mas basta regar com cuidado, sorrisos e carinho, para que ele reviva.
Como planta ressequida, o amor bebe as palavras que lhe dirigimos e se reergue.
O amor não morre nunca. Mesmo que acreditemos que ele está morto e enterrado, que desapareceu, ele apenas
aguarda que um gesto o faça reviver.
Experimente! Olhe para as pessoas de sua família, para o seu amor, e lembre-se das belas coisas que viveram.
Não deixe que as más lembranças o contaminem. Focalize toda a sua atenção nos momentos mais felizes.
Abrace, afague, sorria junto, diga o quanto os ama.
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E se, de repente, seu coração acelerar, seus olhos ficarem úmidos e uma indescritível sensação de felicidade tomar
conta de você, não tenha dúvida: são os efeitos contagiantes e deliciosos do amor.
***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 21, tem uma mensagem oportuna sobre O AMOR:
O amor é tônico da vida.
Quando se centraliza nos interesses inferiores do sexo e das paixões primitivas, torna-se cárcere e deixa de ser o
sentimento elevado, que dignifica - libertando.
Examina os teus sentimentos, na área afetiva e observa se eles te desarmonizam ou tranquilizam.
Através da sua qualidade, detectarás, se amas ou apenas desejas.
O verdadeiro amor supera o egoísmo e trabalha sempre em favor da pessoa querida.
Ama, portanto, sem escravizar aquele a quem te devotas, não se lhe escravizando também.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 21 do livro VIDA FELIZ por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #vida #vidafeliz #comportamento #amor #família #familia #relacionamento #casamento
438

266 - PRATICAR O EXERCÍCIO DO PERDÃO


Certa vez, perguntaram a um filósofo se Deus perdoa. Após refletir um tanto, ele respondeu com outro
questionamento:
- Para perdoar é necessário sentir-se ofendido?
De pronto o interlocutor respondeu:
- Sim. Se não há ofensa, como haveria perdão?
O filósofo então, calmamente respondeu:
- Logo, Deus não perdoa!
Embora a resposta nos pareça estranha, traz em si reflexões de grande monta.
A primeira delas é a de que muito melhor que perdoar, é não se sentir ofendido. E para isso, é necessário
que a indulgência esteja em nossa mente, que a benevolência esteja em nossas ações.
Porém, quem já não se sentiu ofendido? Ainda trazemos muitas dificuldades na alma. O orgulho, a
vaidade, a pretensão, todos reunidos na alma, nos fazem criaturas com grande dificuldade em não se
ofender.
Às vezes, o ofensor nem percebe que nos magoou, quando acontece de não conseguir avaliar as nossas
limitações emocionais. Outras tantas, percebe, tenta remediar, mas o mal já está feito... A ofensa já nos
atingiu.
Assim, se ainda nos ofendemos, devemos aprender a perdoar. Porque será o perdão que conseguirá tirar
a nódoa da ofensa dos tecidos de nossa alma.
Se a ofensa nos pesa no coração, atormenta a alma e perturba a mente, o perdão nos fará leves novamente,
tranquilizando a alma e sossegando a mente.
Dessa forma, todo esforço para perdoar deve ser levado em conta, sem economia de nossas capacidades
emocionais e racionais.
É claro que o perdão não se instaura imediatamente, e ainda, quanto mais magoados e ofendidos, maior
a intensidade das dores. Talvez, mais esforço nos seja demandado.
***
Assim, comecemos o exercício do perdão assumindo que a raiva, a mágoa, a ofensa existem em nosso
coração. Enquanto fingirmos que perdoamos, apenas pelos lábios, sem passar pelo coração, nada
acontecerá.
Em seguida, busquemos compreender a atitude do outro, daquele que nos ofendeu. Talvez tenha sido
um mau dia para ele. Ou esteja passando por uma fase difícil. Ou ainda, talvez ele mesmo seja uma pessoa
com grandes feridas na alma. Por isso, mostra-se tão agressivo.
Após compreender, exercitemos pequenos passos de aproximação. Primeiramente, suportemo-lo,
enfrentando os sentimentos ruins que poderão brotar em nossa alma, nesse primeiro instante. Mas,
persistamos na convivência, por alguns instantes que seja.
Em seguida, demos espaço para a tolerância, ensaiando os primeiros passos do relacionamento, mesmo
que distante e ainda um tanto frio.
Em seguida, estreitemos um pouco mais o relacionamento, através da cordialidade e do coleguismo.
Não tardará para que sejamos capazes de retomar a fraternidade e administrar o ocorrido, em nossa
intimidade.
Afinal, o perdão exige o esquecimento. Porém, não esqueceremos o fato, aquilo que nos causou a mágoa,
já que isso se mostra quase impossível.
O esquecimento que o perdão provoca é o da mágoa, da ofensa. Quando pudermos olhar nos olhos
daquele que nos magoou, com tranquilidade e paz no coração, aí estará implantado em nossa alma, o
perdão.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 52, nos aconselha sobre o perdão:
O perdão real é sempre acompanhado pelo esquecimento do mal recebido.
439

Se perdoas, porém te referes ao acontecimento, estás vitalizando o erro.


Trabalha a inferioridade pessoal que se fixa na lembrança do sofrimento experimentado e agradece a
oportunidade de perdoar.
Como evoluir sem os testes de aprimoramento moral?
O perdão, que agora concedes, será o teu padrinho amanhã quando necessites da benevolência e da
desculpa de outra pessoa.
Perdoar é sempre melhor para quem o faz. Age sempre assim e viverás.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 52 do livro VIDA FELIZ por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #perdão #vidafeliz #comportamento #perdoar #ofensas #magoa #relacionamento
440

267 - SOMOS HUMILDES OU ORGULHOSOS?


Você já deve ter ouvido muitas vezes a palavra humildade, não é mesmo?
Essa palavra é muito usada, mas nem todas as pessoas conseguem entender o seu verdadeiro significado.
O termo humildade vem de húmus, palavra de origem latina que quer dizer terra fértil, rica em nutrientes e
preparada para receber a semente.
Assim, uma pessoa humilde está sempre disposta a aprender e deixar brotar no solo fértil da sua alma, a boa
semente.
A verdadeira humildade é firme, segura, sóbria, e jamais compartilha com a hipocrisia ou com a pieguice.
A humildade é a mais nobre de todas as virtudes pois somente ela predispõe o seu portador, à sabedoria real.
O contrário da humildade é o orgulho, porque o orgulhoso nega tudo o que a humildade defende.
O orgulho é soberbo, julga-se superior e esconde-se por trás da falsa humildade ou da tola vaidade.
***
Alguns exemplos talvez tornem mais claras as nossas reflexões.
Quando, por exemplo, uma pessoa humilde comete um erro, diz: Eu me equivoquei, pois sua intenção é aprender,
crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: Não foi minha culpa, porque se acha acima de
qualquer suspeita.
A pessoa humilde trabalha mais que a orgulhosa e por essa razão tem mais tempo.
Uma pessoa orgulhosa está sempre muito ocupada para fazer o que é necessário. A pessoa humilde enfrenta
qualquer dificuldade e sempre vence os problemas.
A pessoa orgulhosa dá desculpas, mas não dá conta das suas obrigações e pendências. Uma pessoa humilde se
compromete e realiza.
Uma pessoa orgulhosa se acha perfeita. A pessoa humilde diz:
- Eu sou bom, porém não tão bom como eu gostaria de ser.
A pessoa humilde respeita aqueles que lhe são superiores e trata de aprender algo com todos. A orgulhosa resiste
àqueles que lhe são superiores e trata de pôr-lhes defeitos.
O humilde sempre faz algo mais, além da sua obrigação. O orgulhoso não colabora, e sempre diz:
- Eu faço o meu trabalho.
Uma pessoa humilde diz:
- Deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir.
A pessoa orgulhosa afirma:
- Sempre fiz assim e não vou mudar meu estilo.
A pessoa humilde compartilha suas experiências com colegas e amigos, o orgulhoso as guarda para si mesmo,
porque teme a concorrência.
A pessoa orgulhosa não aceita críticas, a humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a reter as
melhores.
Quem é humilde cresce sempre, já quem é orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posição de superioridade.
O orgulhoso é cheio de certezas pois acredita saber mais que as pessoas ao seu redor. O humilde reverencia ao
Criador, todos os dias, porque sabe que há muitas verdades que ainda desconhece.
Uma pessoa humilde defende as ideias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham. A pessoa
orgulhosa defende sempre suas ideias, não tanto porque acredite nelas, mas, sim, porque são suas.
Enfim, como se pode perceber, o orgulho é grilhão que impede a evolução das criaturas, a humildade é chave que
abre as portas da perfeição.
***
Você sabe por quê o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso?
É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios.
441

Sabendo receber, tornou-se grande.


Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente
estaria isolado.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 54, nos fala sobre a humildade:
Sê gentil e bondoso, sem te tornares servil.
A humildade é uma virtude nobre que não convive com as situações vis.
Íntegra, enriquece o homem de valores espirituais, que o tornam forte, na sua aparente fraqueza e poderoso na
sua pobreza.
Sócrates, Cristo e Gandhi são os exemplos máximos da humildade e os expoentes mais belos da evolução.
Abatidos por homicidas loucos, preferiram morrer a ceder, permanecendo imortais na sua grande vitória.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 54 do livro VIDA FELIZ por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #humildade #orgulho #comportamento #sabedoria #relacionamento
442

268 - EVITAR DISCUSSÕES E AGRESSÕES


Como você costuma se comportar diante das agressões?
Você as valoriza ou não?
O seu cotidiano será sempre marcado por situações de variados níveis de gravidade.
Você estará sempre a braços com as correntezas diárias de satisfação ou de tormento que o alcançam para
fazê-lo crescer para Deus.
Em meio aos episódios todos que você vivencia está a agressão entre os indivíduos, que se esbarram a todo
momento pelas vias comuns.
Sem dúvida, você também participa de um modo ou de outro dessa verdadeira tomada humana, cabendo-lhe,
no entanto, realizar esforços por superar essas ondas perturbadoras.
***
Tenha cuidado com o mau humor de familiares, de amigos próximos, do chefe ou do empregado. Não lhes
passe recibo.
É muito comum que a pessoa deseje dar ou receber explicações em situações assim. Os resultados costumam
ser desastrosos.
Quando veja alguém nas crises de mau humor, ore por ele e busque entender como tratá-lo, como abordá-
lo, para que não haja desentendimentos desnecessários. Você sairá sempre feliz desses episódios, se adotar
essas providências.
Nessas horas, fale o mínimo, module com tranquilidade a própria voz. Não esqueça, porém, de vibrar pelos
que estão mal sintonizados.
Quando receba agressões no movimento de veículos, no trânsito, não revide, pense no bem e avance em seu
caminho. Evite discutir, evite explosões temperamentais, evite atirar ameaças em nome da irritação.
Você nunca sabe com quem está falando, se é com uma alma serena que cometeu, por um momento, algum
equívoco, que se calará frente à sua irritação. ou se está se dirigindo a alguém de temperamento também
explosivo, que resolve tudo no braço ou com o uso de armas.
Recorde-se de que Jesus exaltou a mansuetude e a paz, ao enunciar as bem-aventuranças.
Busque tranquilizar-se, fazendo esforços por não sintonizar com níveis de fluidos corrompidos onde se
vinculam entidades de péssima índole, sejam encarnadas ou não.
Procure preservar boa relação com seus patrões, com seus empregados, com seus companheiros da oficina de
trabalho.
***
Nada consegue recompensar a alegria e a paz íntima que você sente, cada vez que doma a si mesmo,
demonstrando superioridade espiritual, pela capacidade de não valorizar o mal.
Em cada situação complexa, em qualquer área ou momento da sua vida, aja sempre da melhor forma,
evocando o equilíbrio que você quer desenvolver pensando nas bênçãos da paz almejadas.
Passados os momentos das ocorrências, sejam quais forem, você sentirá saudável atmosfera de harmonia
e de segurança espiritual, com a alma iluminada pelo ideal do bem, sem guardar remorsos, sem reter
mágoas, sem se perturbar.
Confie no bem e faça o bem, a fim de que você se transforme num polo de equilíbrio a balizar a marcha humana
de tanta gente.
O homem, que no mundo ocupa elevada posição, não se julga ofendido com os insultos daquele a quem
considera seu inferior. O mesmo se dá com o que, no mundo moral, se eleva acima da Humanidade material.
Esse compreende que o ódio e o rancor só o rebaixariam.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #discussoes #agressoes #comportamento #conselhos #vidasocial
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269 - COMO PRESERVAR A AMIZADE


O ser humano é um ser gregário por natureza.
Ele sente necessidade de convívio e contato com os semelhantes.
Justamente por isso, estabelece vínculos ao longo de sua vida.
Muitos desses vínculos são praticamente automáticos, como os que decorrem da estrutura familiar.
Contudo, algumas ligações originam-se apenas de afinidade e simpatia.
A AMIZADE é uma forma de afeto muito peculiar.
Habitualmente, afirma-se que os amigos são a família que se escolheu.
A nobreza da amizade foi revelada pelo próprio Cristo.
Em determinada passagem do Evangelho, o Mestre afirmou que não mais chamava os Apóstolos
de servos.
Chamava-os de amigos, pois lhes havia dado a conhecer o que ouvira do Pai.
Jesus ofertara a Seus discípulos o que de melhor possuía: a luz de Seus ensinamentos e o calor de
Seu afeto.
Isso é o que caracteriza a amizade: a partilha do melhor de nosso ser.
***
A amizade não envolve posse, exclusivismos ou busca de vantagens.
Nada obriga a manutenção dos laços de amizade.
É a expressão mais fraterna dos sentimentos.
Procura-se estar próximo ao semelhante apenas pelo prazer de sua companhia.
Por ser tão precioso, esse vínculo deve ser bem cuidado.
Conquistar amigos pode ser mais fácil do que preservá-los.
Na aquisição de afetos, o carisma pessoal auxilia bastante.
Mas a manutenção do vínculo exige dedicação.
É necessário dispor-se a gastar algum tempo no cultivo do afeto que se granjeou.
Entretanto, o comportamento nobre e leal também se faz imprescindível.
A manutenção dos amigos pouco tem a ver com lições de etiqueta ou boas maneiras.
Tais recursos muitas vezes apenas escondem o real caráter de quem aparenta afabilidade.
***
Relevante mesmo é burilar o próprio modo de ser, desenvolvendo nobreza e cordialidade.
Considerando essa realidade, há inúmeras atitudes que se devem evitar no trato com os amigos.
A agressividade, em palavras ou gestos, surpreende negativamente nossos afetos.
A negligência, consistente em dar pouca importância à presença e à palavra dos companheiros, faz
com que não mais nos procurem.
A irritação contínua torna nossa companhia enfadonha.
A lamentação constante também converte nossa presença em um fardo pesado.
É preciso considerar que os outros também têm problemas.
Importa, pois, cultivar a jovialidade.
Ocultar as próprias dores, para não afligir inutilmente os semelhantes, é uma forma de caridade.
***
Assim, reflita sobre a importância dos amigos em sua vida.
Pense como eles lhe trazem alegria e tornam seu viver mais leve.
Lembre-se do exemplo do Cristo, que deu o melhor de Si aos companheiros que escolheu.
Não gaste os preciosos momentos que passa com seus amigos em futilidades, reclamações ou
baixezas.
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Dê-lhes o seu melhor.


Torne sua companhia uma fonte de equilíbrio, alegria e bem-estar.
Mostre-se confiável e disposto, quando necessitarem de você.
Ame-os, com pureza e desinteressadamente.
Afinal, amigos leais e calorosos são um dos maiores tesouros que se pode conquistar.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 7 do livro LEIS MORAIS DA VIDA por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #amizade #fraternidade #comportamento #sabedoria #relacionamento #conselhos
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270 - QUANTO CUSTA QUERER TER SEMPRE RAZÃO?

Quanto custa ter sempre razão?


Em algum momento, paramos para analisar esta questão? Já pensamos quais são as consequências de sempre querer
provar que estamos certos?
É claro que defender um ponto de vista é corriqueiro. Colocar nosso posicionamento ou nossas ideias perante um fato,
de maneira sensata, é mesmo saudável.
Trocar ideias a respeito de um tema, argumentar a favor de um conceito no qual acreditamos, são posturas naturais e
comuns nas nossas relações cotidianas.
Porém, quando essa atitude supera todas as barreiras, está sempre como ponto de honra de nossa palavra, quando se
torna fundamental ter a razão, qual o preço a ser pago?
***
Quantas vezes nos aborrecemos com alguém pelo simples fato de querermos convencê-lo de que ele está errado em
sua forma de pensar?
Quem de nós não se pegou transformando uma discussão tranquila em um afrontamento pessoal?
Ou ainda, quantas vezes não elevamos o tom da conversa, nos tornamos ríspidos no enfrentamento de ideias?
Defendemos nosso ponto de vista como acreditamos ser o mais adequado. E, naturalmente, temos nossa maneira de
ver a realidade, conforme nossos valores, conceitos e capacidades.
***
Quatro pessoas, cegas de nascença, ao serem colocadas junto a um elefante vão conseguir relatar o que puderem tocar
do animal.
Se não lhes derem a oportunidade de perceber as diferenças entre orelha, cauda, tromba, corpo, terão apenas uma
ideia parcial.
Não estarão erradas, apenas cada uma terá somente parte da razão.
Muitas vezes isso acontece nos nossos relacionamentos. Temos a nossa percepção, a nossa capacidade de análise.
Não quer dizer que estejamos errados ou que não tenhamos razão em nossos argumentos.
Porém não podemos esquecer de que o outro tem sua própria forma de ver, seus valores, suas ideias.
Enfrentar-se nessas situações, será o duelo de ideias, a briga de argumentos, em que, quase sempre, o que existe, de
verdade, é o desejo de impor nosso raciocínio, nossa argumentação.
Inúmeras vezes, em nome de desejarmos provar que a razão nos pertence, usamos nossa palavra como quem está
numa batalha, não desejando nunca perder.
***
Ter sempre razão às vezes custa o preço de uma amizade.
Buscar impor aos outros nossos argumentos, repetidamente, pode ocasionar o desgaste da relação.
Querer estar sempre certo, no campo das ideias e reflexões, pode causar fissuras nas relações familiares.
Assim, antes de buscarmos ter razão, melhor buscarmos a preservação da harmonia.
Antes de querermos ser vencedores em nossa argumentação, melhor que tenhamos paz de espírito.
A verdade, mais dia, menos dia, se fará presente, duradoura, perene.
Assim, mesmo quando toda a razão nos pertença, vale refletirmos se devemos continuar nossos duelos de ideias.
Talvez, o melhor, em determinadas situações, seja utilizarmos nossa capacidade pensante, nosso senso de validação
para buscar compreender o próximo.
Ao assim procedermos, poderemos entender o porquê dos argumentos alheios, de sua forma de agir, facilitando e
aprofundando nossas relações.
Dessa maneira, evitaremos o granjear de atritos e dissabores, pesos desnecessários ao nosso coração.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 23, tem um conselho oportuno com relação a eventuais discussões:
Evita as contendas, sempre inúteis.
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Entre contendores a razão é sempre de quem não se envolve em discussões infrutíferas.


Nessas lutas verbais e alterações violentas, surgem males de difícil reparação.
As palavras que a ira põe na boca do altercador, raramente expressam o que ele pensa.
Traduzem-lhe o estado de desarmonia e a necessidade de esmagar o antagonista.
Esclarece com calma e argumenta serenamente. Se o outro não leva em consideração os teus conceitos, silencia e
entrega-o ao tempo que a todos nos ensina sem pressa.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 23 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #discussão #dialogo #contenda #comportamento #sociedade #relacionamento #calma #debate
447

271 - COMO FAZER DURAR UM CASAMENTO?


Uma das causas apontadas para as separações conjugais tem sido o tédio. Aos poucos, a relação que era cálida, doce,
vai assumindo um caráter de mesmice, cansaço e rotina.
Os dias do namoro parecem longínquos, quase apagados, surgindo na tela mental como lembranças ligeiras, vez que
outra.
São os filhos que surgem, exigindo cuidados e atenções. É o trabalho profissional que requisita redobrado empenho.
São as tarefas domésticas, repetitivas e cansativas.
Com tudo isto, cada cônjuge vai realizando o que lhe compete, qual se fosse um autômato, um robô.
Nada que escape à rotina das horas e dos dias. Até o lazer do final de semana, as visitas aos pais de um e de outro
seguem programação prévia, com dia e hora marcados.
Não é de admirar que os anos tragam para o aconchego do casal o tédio. Com ele, o desinteresse pelo outro, o
relaxamento nas relações e a frieza.
***
Observando, no entanto, essas relações conjugais duradouras, que completam bodas de prata, de ouro, temos que
convir que é possível manter acesa a chama do amor, no transcorrer dos anos.
O amor pode ser comparado a delicada flor, necessitada de cuidados constantes a fim de não fenecer.
O romantismo que caracteriza o período do namoro deve ser mantido.
Importante não abandoná-lo à conta de conceitos como isto é para os jovens. Ou já passou o meu tempo.
Existem atitudes mínimas que dão um especial sabor e um quê de novidade ao relacionamento.
Um telefonema, em plena tarde, inesperado, somente para indagar: Como passa minha amada?
Uma flor colhida no jardim, no frescor da manhã e colocada à mesa do café. Um toque diferente.
Levantar-se antes do outro, preparar uma bandeja com carinho e servir o café na cama. Quantas mulheres sonham com
tal deferência!
Um final de semana inédito. Por que não deixar as crianças com os avós ou com a babá e sair para um passeio a dois,
redescobrindo a lua, contando estrelas, a ver se o bom Deus já não providenciou outras tantas, desde a época do
namoro...
Surpreender o afeto com uma declaração de amor, uma observação gentil ao cabelo, ao traje.
Pequeninas coisas. Quase insignificantes. Mas que fazem a grande diferença entre a rotina e o delicado e perene
tempero do amor que nunca fenece.
***
Aproveite as horas enquanto você segue lado a lado com seu amor e fale-lhe do que sente, de como ele é importante
em sua vida.
Não permita que o tempo transcorra sem um gesto de carinho, uma palavra de ternura.
Decida-se por reviver os dias do namoro, sempre novos, uma descoberta constante do outro.
Não deixe para amanhã, nem programe para o dia do aniversário.
Execute hoje, agora, enquanto é tempo pois que ninguém sabe a hora da partida, quando ficarão somente muitas
palavras não ditas, muitos abraços não dados e uma saudade de tudo que não se demonstrou para o outro em
afetividade, amor e dedicação.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: Eterno namoro)
***
#momentoespirita #amizade #fraternidade #comportamento #sabedoria #relacionamento #conselhos
#casamento
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272 - BUSCANDO NOS TORNAR PESSOAS MELHORES

Como podemos nos tornar pessoas melhores? Como retirar do coração e da mente sentimentos e valores que
não apreciamos mais, que não nos fazem bem?
Com certeza esse tipo de pensamento, esse desejo, essa preocupação nos ocorre, com certa frequência.
Perdemos a calma quando desejaríamos ter muita paciência.
Falamos rispidamente quando teríamos preferido não alterar a voz.
Utilizamos palavras rudes quando melhor seria que mantivéssemos a gentileza e os bons tratos.
Quantas vezes isso ocorre? Quantas vezes não nos vemos exatamente nessas situações?
Depois que os momentos de fúria passam, sentimos como que uma ressaca moral a nos maltratar, arrependidos
por termos agido de forma tão desagradável.
Nesse momento, voltamos a nos perguntar: Como nos tornarmos pessoas melhores? Como nos modificarmos de
dentro para fora?
***
Esse é o grande desafio de todos nós: conquistar o progresso moral, insculpindo em nossa intimidade valores
nobres.
Porém, logo nos perguntamos: Como aprender aquilo que ainda não sabemos? Como nos alfabetizarmos nas
lições que ainda não dominamos?
A lógica nos diz que, para um bom aprendizado, é necessário um bom mestre e uma boa cartilha.
Para se iniciar em um campo que desconhecemos, busquemos o melhor exemplo, a melhor referência.
E, quando falamos de progresso moral, da busca de virtudes que nos farão melhores, qual a melhor referência?
Quando questionados a respeito do tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de guia
e modelo, os Espíritos superiores responderam a Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, em uma síntese
perfeita: Jesus.
É por isso que, sem sombra de dúvida, afirmamos que Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que podemos
aspirar na Terra.
Não há melhor Mestre para nos ensinar as virtudes do que Ele, o pastor das nossas almas.
Amoroso sem perder a firmeza, compreensivo sem ser complacente, Jesus oferece em Suas lições o melhor roteiro
para as dificuldades morais que ainda atravessamos.
Reflitamos sobre as bem-aventuranças...
Quantos de nós investimos nossa vida, ou educamos nossos filhos para que sejamos todos misericordiosos, ou
mansos ou pacíficos?
Quantos acreditamos que é uma ventura ter sede e fome de justiça ou ainda chorar e ser pobre de espírito?
***
Sabedor das nossas dificuldades e mazelas, foi Jesus quem nos indicou buscá-lO, quando estivéssemos cansados
e aflitos pois Ele nos aliviaria.
Ensinando que Seu fardo é leve e suave o Seu jugo, esclareceu que o grande alívio da alma é Sua proposta de amar.
Portanto, quando cansados de nós mesmos, quando fartos de repetir os mesmos erros e tropeçar nas mesmas
dificuldades, busquemo-lO.
Seja na reflexão em torno de Seu Evangelho, seja na prece a nos conectar com Ele, buscar Jesus será sempre a
terapia maior para nossa alma.
Quando, corajosamente, O adotarmos como o Modelo e Guia para nossos dias, alegrias e venturas terão morada
permanente em nossos corações.
E, finalmente, alcançaremos a reforma interior que tanto desejamos.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 15 nos oferece este excelente conselho para nossa melhoria íntima:
449

"Somente lobos caem em armadilhas de lobos" - leciona o Evangelho de Jesus.


Desse modo, jamais te permitas o espinho da humilhação ou da desonra, quando agredido ou malsinado.
És o que vives interiormente e não aquilo de que te acusam.
Não te tornarás melhor, porque estás elogiado ou ficarás pior, porque combatido.
Permanece, honrado e discreto, sendo tu mesmo, em busca do aprimoramento intimo.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questão 625 do LIVRO DOS ESPÍRITOS e Cap. 15 do livro VIDA FELIZ por Joanna de
Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #virtudes #progresso #irritação #comportamento #sabedoria #conselhos
#autoconhecimento #psicologiaespirita
450

273 - PRESERVAR A HARMONIA


A harmonia íntima é um estado de alma dos mais almejados pelo ser humano, mas também um dos mais difíceis de
ser alcançado.
No entanto, esse bem-estar requer investimento, disposição e muita força de vontade.
A harmonia só pode ser conquistada, com esforço constante, nas mais variadas situações do quotidiano, até naqueles
mais adversos.
Talvez adivinhando esse nobre desejo dos homens, e com intuito de ajudar, o Espírito Joanna de Ângelis, através do
ilustre médium Divaldo Pereira Franco, escreveu uma mensagem que intitulo Convite à Harmonia.
Eis o seu carinhoso convite:
- Como hábito, uma que outra vez com regularidade, altera o ritmo das atividades do quotidiano, a fim de haurires na
comunhão da Natureza a necessária harmonia para o prosseguimento dos labores abençoados.
- Uma evasão da cidade agitada na direção do bosque;
- Uma excursão a um local bucólico e ameno;
- Uma jornada aos campos dos arredores;
- Uma caminhada pela orla marinha;
- Um piquenique na montanha...
- Paisagens novas, pouco habituais à contemplação, ao exercício, à reflexão.
Neste recanto uma delicada flor oscilando em haste tênue; de um local mais alto, visão ampliada, superando detalhes
e vencendo distâncias; em volta o ar rarefeito, suave, respirável; margaridas rasteiras salpicando o verdor de todos os
tons; o pulsar do corpo gigante do mar; búzios e algas variados pelas praias, despertando atenção; painéis coloridos, o
céu, o sol, a vida...
***
Detém-te um pouco a considerar a harmonia que palpita em toda parte, ausculta o coração da Natureza, deixa-te
arrastar...
Refaze programações, renova o entusiasmo, desasfixiando-te, eliminando tóxicos, miasmas que te excitam no dia-a-dia
ou te entorpecem na maior parte das horas...
Nada de complexas e exaustivas arrumações: barracas, farnéis, guloseimas, isto, aquilo...
Algumas horas nada são. Não devem ser complicadas, de modo a não se converterem em nova inquietação, diferente
ansiedade.
Se, todavia, acreditares não dispor de tempo, de oportunidade, de meios, de recurso nenhum, senão disposição, abre
a janela, à noite e fala às estrelas, escuta os astros fulgurantes e harmoniza-te.
Harmonia é também pão e medicamento. Não a dispenses se pretendes lograr êxito.
Mesmo Jesus, após as atividades de cada dia, ao lado dos amigos, refugiava-se, longe das multidões, no contato com a
Natureza, orando, para prosseguir em harmonia com o Pai.
Existem muitos livros de mensagens escritas pelos Espíritos superiores para nos ajudar a encontrar a felicidade que
tanto desejamos.
São nossos irmãos em humanidade que, do outro lado da vida, se compadecem das nossas árduas lutas e nos enviam
seus sábios conselhos através de médiuns abnegados.
São mensagens esclarecedoras e que trazem consolo aos corações sofridos.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro CONVITES DA VIDA por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #convitesdavida #virtudes #harmonia #comportamento #sabedoria #reflexão #conselhos
#autoconhecimento
451

274 - SUGESTÕES PARA MELHORAR O RELACIONAMENTO HUMANO

1 - Procure colocar-se na situação de seu interlocutor para entendê-lo acertadamente.


Esforce-se por entender o companheiro menos esclarecido. Nem sempre você dispõe de recursos para
compreender como é indispensável.
2 - Não seja um rigoroso defensor da sinceridade. Dê sua opinião sem palavras ou entonações agressivas.
Observe seus métodos de cultivar a verdade. Muitas pessoas que se presumem verdadeiras, são veículos de
perturbação e desânimo.
3 - Não seja o "dono da verdade".
Seja leal, mas fuja da franqueza descaridosa. A pretexto de ser realista, não pretenda ser mais verdadeiro que
Deus, somente de cuja Autoridade Amorosa recebemos as revelações de cada dia.
4 - Estimule as pessoas à prática do bem. Descubra o lado positivo de cada um. Seja otimista.
Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê
graça aos que a ouvem (Paulo ´Efésios 4,29).
Lembre-se que o mal não merece comentários em tempo algum.
Sua conversação dirá das diretrizes que escolheu na vida.
O otimismo (...) é manancial de força para seus dias de luta.
5- Deixe os outros falarem também. Saber escutar é uma habilidade passível de desenvolvimento.
Evite a verbosidade avassalante; quem conversa sem intermitência, cansa a quem ouve.
Pense muito. Medita mais. Fale pouco.
Fale o menos possível, relativamente a você e a seus problemas.
A palavra é de prata; o silêncio é de ouro (dito popular).
6 - Respeite idéias contrárias às suas. Não queira impor sua opinião.
Não encarcere seu vizinho no seu modo de pensar, dê ao companheiro oportunidade de conceber a vida tão
livremente quanto você.
7 - Aprenda a expressar-se corretamente, sem o uso de gírias, jargão profissional, palavreado ou gestos vulgares.
Fala - construindo.
Guarde cuidado no modo de exprimir-se, em várias ocasiões as maneiras dizem mais que as palavras.
8 - Use a palavra como instrumento de auxílio. Evite zombarias.
Ajude conversando. Uma boa palavra auxilia sempre.
Evite assuntos desconcertantes para o ouvinte. Todos temos zonas nevrálgicas no destino, sobre as quais
precisamos fazer silêncio.
***
Extraído de Folheto da FEB para a área de Atendimento Espiritual da Casa Espírita.
Baseado no Livro Agenda Cristã
***
#relacionamento #entendimento #respeito #fraternidade #comportamento #espiritualidade #caridade
#agendacristã
452

275 - NÃO SE ENTREGAR À MELANCOLIA


Dentre os vários problemas com que se debate a Humanidade, está a melancolia.
A MELANCOLIA é um estado d'alma de difícil definição, porque se manifesta nas profundezas do sentimento.
Sabemos que não nos encontramos pela primeira vez na Terra. Já vivemos aqui em outras épocas, em outros
países, na companhia de outras pessoas.
Viajores que somos da Eternidade, trazemos em nós as marcas das experiências vividas nas várias existências.
Hoje estamos na Terra novamente, num corpo diferente, talvez nesse país por primeira vez, numa situação social
diversa da vivida em outras épocas.
Assim sendo, vez que outra nos deparamos com situações que tocam pontos guardados nos porões da nossa alma,
e sentimos uma saudade de algo que não sabemos o que é.
Ou, ainda, sentimos uma vaga tristeza, uma depressão injustificável.
***
Fatos, situações, pessoas, música, perfume são indutores dessas incursões inconscientes no passado e, conforme
tenha sido a experiência, será o sentimento.
Se o registro é de uma experiência feliz, nos sentiremos bem. Se, ao contrário, foram experiências malfadadas,
teremos o sentimento correspondente.
Existem pessoas que, quando se deparam com o tempo nublado, frio e cinzento, sentem-se deprimidas.
Outras, o tempo chuvoso as faz sentirem-se muito bem.
Outras, ainda, quando ouvem uma música, sentem-se transportadas imediatamente de um estado d'alma a outro
completamente inverso.
Por vezes, pessoas do nosso relacionamento nos dizem alguma coisa que nos deixa tristes, melancólicos, sem que
exista motivo para tanto. Mas o problema não está no que dizem, e sim em como dizem.
***
Quando nos percebermos mergulhados em melancolia, devemos fazer esforços para mudar o clima psíquico,
através da leitura edificante, de uma prece, da companhia de alguém que nos ajude a sair dela.
Jamais deveremos dar asas a esse tipo de sentimento, para que não mergulhemos nele ainda mais, a ponto de
perdermos o controle da situação.
Nos momentos de depressão, quando inconscientemente mergulhamos no passado, Espíritos infelizes ou antigos
comparsas podem tentar nos envolver nas mesmas teias dos equívocos por nós cometidos anteriormente,
levando-nos a estados de difícil retorno.
Por essa razão é que não devemos nos entregar aos braços da melancolia ou da depressão.
É imperioso que façamos esforços, que busquemos com muita vontade mesmo, mudar nosso clima mental,
buscando a sintonia com nossos Benfeitores Espirituais, que sempre nos amparam e auxiliam em todos os
momentos da nossa existência.
Agindo assim, guardemos a certeza que logo mais, num amanhã feliz, saberemos o quanto valeu a pena passarmos
por essas situações com coragem e dignidade, porque, então, nos aguardarão de braços abertos, os afetos dos
quais tanta saudade sentimos.
Expulsemos a melancolia da nossa alma fazendo luz íntima. Acendamos a lâmpada do Evangelho na nossa mente.
***
Joanna de Ângelis, no livro ESPÍRITO E VIDA, capítulo 58, nos aconselha:
Expulsa a melancolia da tua alma, essa hóspede teimosa que te envolve no dossel de mil amarguras, segredando
desânimo e desassossego.
Ninguém está a sós na sua dor.
Melancolia é também enfermidade ou síndrome de obsessão.
Olhos vigilantes contemplam tua aflição; ouvidos discretos registram os apelos da tua soledade.
453

Espera mais, alenta o bom ânimo!


Enxuga as tuas lágrimas e busca aquele Consolador preconizado por Jesus, que viria restabelecer a verdade na
Terra, e ficaria, em Seu nome, ao lado dos homens até a consumação dos evos.
Abraçado a esse sublime consolo da Doutrina Espírita, que te amplia, além dos horizontes da vida, as perspectivas
da eternidade, sonha com o teu amanhã ridente e confia no reencontro mais tarde, depois que as sombras da
morte se abatam sobre tuas células cansadas e o sol glorioso da vida te aponte o céu sem fim da felicidade.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, cap. VIII, item 25 e cap. 58 do livro
ESPÍRITO E VIDA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #evangelhosegundooespiritismo #melancolia #comportamento #conselhos #autoconhecimento
#pensamento #psicologiaespirita
454

276 - APRENDENDO A CULTIVAR AMIZADES


Por onde nos movemos no mundo, vemos almas atormentadas pelo sentimento de solidão, pela sensação
de abandono em que se veem, ansiosas por conseguir formar vínculos de amizade, embora não saibam como
fazê-lo.
Em casos assim, faz-se necessário maior cuidado, uma vez que a ansiedade costuma precipitar
negativamente as coisas na vida.
É comum que, na ânsia por fazer amigos, a pessoa se envolva com gente de maus costumes morais, viciada
ou portadora de graves complicações.
É assim na procura de amizades como na busca de par para o casamento.
De nenhum modo vale a pena.
Muito coerente o dito popular que afirma: Antes só do que mal acompanhado.
Quando alguns ansiosos preferem a má companhia à solidão, acabam por envolver-se em tormentos de tal
monta que não tardam a se arrepender do mau investimento.
***
Por isso, quando, apesar da sua boa vontade, apresentar-se a dificuldade em conseguir bons amigos, aguarde
um pouco mais, sem desanimar.
Fique atento e tranquilo, pois o tempo não decepciona a quem sabe esperar trabalhando.
Seja você o melhor amigo de si mesmo.
Não se corrompa. Não crie problemas para remorsos depois. Leia bons livros. Cultive boa música, artes e
esportes.
Viva em contato mais amplo com a natureza. Alimente-se e beba o que lhe convenha à saúde, sem guardar
remorsos.
Você verá que, com essa pauta de comportamento levada a sério, será muito difícil não encontrar em seus
caminhos outras pessoas que cultivem os mesmos bons ideais, e que estejam dispostas a estreitar laços e se
tornarem suas amigas.
Tudo terá que começar por você.
Onde quer que você esteja, descubra, na convivência dos dias, os corações transparentes ou as almas simples,
a fim de aproximar-se delas.
Procure distender o bem que leva em si na direção de outros seres, lembrando-se de que, conforme afirmou
Jesus, é do bom tesouro do nosso íntimo que conseguimos extrair as coisas boas que dizemos e fazemos.
***
Quem deseja ter bons amigos precisa ser, antes de tudo, um bom amigo.
A relação de amizade é uma via de mão dupla, certamente, onde ofertamos e recebemos. Porém, a postura
do homem de bem tem que ser sempre aquela de quem deseja ofertar ao outro em primeiro lugar.
A retribuição será consequência natural para o coração desvelado e bom, sem haver necessidade deste
persegui-la como objetivo.
Reflita sobre suas relações de amizade, perguntando a si mesmo:
- Estou sendo um bom amigo? Estou pensando no outro antes de pensar em mim, nas minhas necessidades
e aflições?
É sempre tempo de mudar, de melhorar, sem medo, sem constrangimento.
Surpreenda seus amigos hoje com um gesto inesperado, com uma pergunta jamais feita, com um abraço
mais forte do que o usual.
A amizade é um tesouro que carregamos no coração.
455

***
E Joanna de Ângelis, no livro VIDA FELIZ, 11, tem um conselho oportuno sobre cultivar amizades:
Torna-te amigo de todas as pessoas.
A amizade é um tesouro do espírito, que deve ser repartido com as demais criaturas.
Como um sol, irradia-se e felicita quantos a recebem.
Há uma imensa falta de amigos na Terra, gerando conflitos e desconfianças, desequilíbrio e insegurança.
Quando a amizade escasseia na vida, o homem periga em si mesmo.
Sê tu o amigo gentil, mesmo que, por enquanto, experimentes incompreensão e dificuldades.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: Seja amigo de sí mesmo)
Referência: Cap. 11 e 15, do livro AÇÕES CORAJOSAS PARA VIVER EM PAZ, pelo Espírito Benedita
Maria, psicografia de Raul Teixeira
***
#momentoespirita #amizade #vigilância #comportamento #reflexão #solidão #autoconhecimento
#pensamento #psicologiaespirita #PsicologiaEspírita
456

277 - ESCOLHER ENTRE UMA VIDA CURTA OU LONGA

Um simples adesivo, fixado num vidro de carro, revela uma filosofia de vida muito perigosa.
Diz assim: A vida é curta. Quebre algumas regras.
Precisamos analisar essa cultura do Aproveite a vida, pois ela é curta, com bastante cuidado.
Percebemos que esse tipo de entendimento circula pelo mundo fazendo muitos adeptos que, por vezes, caem em
armadilhas terríveis, sem perceber.
Parece haver em muitas pessoas uma aversão a regras, a leis, mesmo quando essas servem apenas para regular
a vida em sociedade. Por isso, tão necessárias.
É a repulsa à responsabilidade que ainda encontra forças em tantas mentes que teimam em não crescer.
Quebrar regras simplesmente por diversão ou por achar que a vida está muito certinha – como se fala – é atitude
infantil, imatura e perigosa.
Basta, por exemplo, uma única vez, extrapolar na velocidade na condução de um automóvel para se comprometer
uma vida toda.
Uma brincadeira, um simples pega, pelas vias de uma cidade, para se colocar em risco um grande número de vidas,
inclusive a própria.
Assim, não é um tipo de regra que pode ser quebrada de quando em vez.
Por que quebrar regras para se aproveitar a vida? Quem disse que para se curtir cada momento da existência com
alegria, precisamos infringir leis?
Aproveitar a vida não significa fazer o que se quer, quando e onde se queira. Esta é a visão materialista, pobre e
imediatista do existir.
Aproveitar a vida consiste em fazer o que se deve fazer, determinado pela consciência do ser espiritual, que sabe
que está no mundo por uma razão muito especial.
O ser maduro, consciente, encontra no caminho do bem, da família, do amor, sua curtição, sem precisar sair por
aí quebrando regras e infringindo leis.
***
A vida é curta ou longa. A escolha está em quem vive.
Ela é curta para os que desperdiçam tempo na ociosidade. Longa para os que se dedicam a uma causa nobre.
A vida é curta para os que acompanham os filhos crescerem de longe. Longa para os que aproveitam cada instante,
cada beijo de bom dia, cada beijo de boa noite.
A vida é curta para os que acham que os vícios não fazem mal. Longa para os que desenvolvem hábitos sadios
para seus dias.
A vida é curta para os que acham que a vida é uma só. Longa para os que já descobriram que o Espírito é imortal,
já existia antes desta vida e continuará existindo depois.
A vida é curta para quem não perdoa. A mágoa mata mais cedo. É longa para os que buscam a reconciliação,
evitando a vingança destruidora.
A vida é curta para quem não sorri. A depressão mata mais cedo. É longa para quem cultiva o bom humor perante
as situações difíceis da existência.
A vida é curta para os vilões. Longa para os heróis.
A vida pode ser curta ou longa. Cabe a você escolher.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #vida #comportamento #Responsabilidade #disciplina #disciplinaefoco #livrearbitrio
#psicologiaespirita
457

278 - EXERCITAR O AMOR PERANTE A INDIGNIDADE

É comum o cristão experimentar a angustiante sensação de que não está à altura da crença que esposa.
Ele pensa que não se esforça o bastante para viver o que acredita.
Ou que seus esforços não dão os resultados que gostaria.
Uma triste dúvida por vezes lhe baila na mente: será que ele é apenas um hipócrita, enamorado de belos ideais,
mas sem colocá-los em prática?
O modelo cristão é bastante elevado.
Trata-se da figura do Cristo, sublime sob todos os aspectos.
Embora em constante contato com seres ignorantes e transviados, preservou Sua pureza.
Ensinou, curou e exemplificou as mais excelsas virtudes.
Submetido às maiores violências, perdoou imediatamente.
Rigorosamente paciente com os simples e ignorantes, soube usar de energia ao tratar com os poderosos e os
sábios de coração vazio.
***
Jesus alterou a História e os valores da Humanidade. Com ele, a palavra amor ganhou uma nova acepção.
Não mais se tratava apenas de erotismo ou de amizade, conforme o legado dos filósofos gregos.
Tinha-se doação incondicional, sem qualquer expectativa de retorno.
Surgiu a concepção de que o semelhante deve ser amado apenas porque existe, independentemente de seus
valores e de seus atos.
Aí reside um fator de dificuldade para uma boa parte dos cristãos.
A figura de Jesus cintila em Suas perfeições. O relato de Seus feitos provoca um intenso desejo de segui-Lo, de
imitar-Lhe a conduta.
Mas para isso é preciso desenvolver um amor desinteressado e abrangente.
Entretanto, a Humanidade parece tão lamentável e suscita tão pouca simpatia!
Pessoas genuinamente boas são raras no Mundo.
Já os desonestos são tão abundantes e ardilosos!
As notícias sobre políticos corruptos não colocam o coração humano em disposição amorosa. Os criminosos
sempre estão a conseguir um modo de sair da cadeia. Vê-se por todo lado a esperteza, a desonestidade e o
egoísmo.
Parece que todo mundo está à cata de vantagens e de privilégios.
Fala-se mais em greves do que em serviços eficientemente prestados.
***
Amar uma Humanidade assim parece uma tarefa bem difícil, quase impossível ...
Entretanto, Jesus é o Modelo e conviveu com homens ainda mais rudes e os amou.
Um fator importante a considerar é que cada qual recebe conforme suas obras.
A Justiça Divina preside a harmonia universal.
Não é necessário gastar tempo com atitudes de revolta e inconformismo
As leis humanas são falhas e freqüentemente são burladas
Mas as Leis Divinas são incorruptíveis e infalíveis.
Todo ato, seja digno ou indigno, tem naturais e automáticas repercussões.
Assim, os que se permitem viver no mal devem apenas ser lamentados.
Eles estão semeando dores em seus destinos.
***
458

Conforme afirmou o Mestre na cruz, eles não sabem o que fazem.


Ciente dessa realidade, não deixe que a miséria moral alheia seja um obstáculo à sua piedade e ao seu amor.
Mesmo que você não consiga fazê-lo com perfeição, esforce-se em amar seu semelhante.
Os ignorantes e indignos são apenas os mais necessitados de compreensão e auxílio.
***
Joanna de Ângelis, em mensagem mediúnica tece uma oportuna reflexão sobre o amor perante a incompreensão
e indignidade:
Sofres, porque anseias pela harmonia e acalentas o sonho da plena solidariedade, que se te apresenta muito
distante...
Não te esqueças, porém, de que os santos e serafins transitaram também no corpo e alcançaram esse nível de
evolução porque enfrentaram equivalentes ou mais ásperas refregas.
Ninguém atinge o altiplano sem a caminhada pelas baixadas sombrias e difíceis de acesso.
Revigora-te na luta, sendo tolerante para com todos e exigente para contigo mesmo.
O reino dos céus é construído com os materiais da renúncia e da compaixão, da bondade e da comiseração, sob o
patrocínio do amor.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Mensagem de Joanna de Ângelis, através de Divaldo Franco, recebida em 16 de dezembro de
2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
***
#momentoespirita #amor #compreensão #comportamento #reflexão #Jesus #autoconhecimento #psicologiaespirita
#PsicologiaEspírita #justicadivina
459

279 - CULTIVAR A PAZ SOCIAL


A Humanidade vive uma época de esplendor intelectual.
A razão ilumina os mais variados setores da vida social.
A informática acelera e democratiza o fluxo das informações.
A medicina torna mais efetivo e humano o tratamento das mais diversas enfermidades.
Contudo, estranhamente, não se tem paz.
Países permanecem guerreando.
Inovações tecnológicas são utilizadas para disseminar vírus, pornografia e intolerância.
O desemprego aumenta.
Pobres morrem à míngua.
Crianças são prostituídas e exploradas.
Políticos mentem, furtam e fraudam.
Autoridades são coniventes com a criminalidade.
Empresários sonegam tributos e lesam seus concorrentes e auxiliares.
Empregados simulam doenças para não trabalhar e lesam, dessa forma, aos seus patrões.
As facilidades da vida moderna são inacessíveis a um enorme contingente de pessoas.
***
É de nos perguntarmos qual a causa para esse estado de coisas.
E a resposta é que a Humanidade atual é rica de intelectualidade, mas muito carente de moralidade.
O progresso intelectual é precioso e pleno de possibilidades.
Mas ele é apenas uma primeira fase do avanço geral da raça humana.
O intelectualismo é impotente para promover a regeneração da Humanidade.
Quanto mais inteligente é um homem, mais mal ele pode fazer, se não for moralizado.
O crime organizado é um exemplo disso.
Esse tipo de organização dissemina violência, corrupção e desagrega o tecido social.
Certamente seus dirigentes são inteligentes, mas utilizam muito mal o próprio potencial.
O intelecto apartado da ética produz armas tecnológicas, bombas sofisticadas, desgraças incontáveis.
Para que o progresso humano se consolide, importa combater o egoísmo.
Esse vício é que faz a criatura pensar unicamente em seus interesses.
O egoísta não se preocupa com a dor que espalha, mas apenas em levar vantagem.
Tudo está bem se suas paixões são satisfeitas.
A miséria que o rodeia não lhe diz respeito.
Ocorre que as consequências da desagregação social atingem a todos, mais cedo ou mais tarde.
Ela produz ódio, violência, insegurança.
É muito triste desconfiar permanentemente da intenção dos outros.
***
Seria maravilhoso viver em um mundo composto por pessoas honestas, justas e bondosas.
Está nas mãos de cada um adotar medidas para que a situação atual seja alterada.
Qualquer transformação social sempre começa no indivíduo.
Importa, pois, combater o próprio egoísmo.
Lutar contra a vaidade, que se funda na importância demasiada dada à própria personalidade.
Aprender a ser feliz com o sucesso alheio, sem despeito.
460

Esforçar-se em pensar no bem-estar do próximo.


Sentir-se responsável pelo país e pelo planeta em que se vive.
Dar exemplos de ação desinteressada.
Não calcular as perdas e ganhos de cada ação.
Aprender a servir ao próximo, pelo prazer de causar alegria.
Incutir noções de solidariedade nas crianças.
O progresso moral é mais difícil de se trabalhar do que o intelectual.
Mas apenas a disseminação de uma nova moral, fundada na solidariedade, pode produzir a paz social.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #compreensão #comportamento #reflexão #conselhos #paz #pazsocial #orgulho
#egoísmo #leidesociedade
461

280 - VALORIZAR SEMPRE A VIDA


Quando as notícias nos chegam de que o Estado do Paraná registra um enorme salto nos casos de suicídio, nos
últimos seis anos, sentimo-nos chocados.
Verdade que tivemos um grave problema pandêmico, que abalou estruturas familiares, de empresas, da
sociedade, em geral.
Tivemos que nos reinventar como familiares, como profissionais, como seres humanos.
Sim, existe muito luto, desconforto, alterações profundas na vida de muitos de nós.
No entanto, lembramos dos que estiveram nos campos de concentração e lutaram, em condições subumanas,
para sobreviver.
E, depois dos horrores vividos, recomeçaram suas vidas. Mais do que isso, falam de amor e respeito à vida.
O que nos faz, então, termos tal descaso por esse bem inigualável, que se chama vida, nos levando à terrível
estatística de um suicídio a cada doze horas?
Por que desistir de viver? Muitos fogem da vida porque pretendem com isso acabar com a dor das perdas, do
abandono, da solidão...
***
Por isso, é justamente nas páginas de uma heroína que vive na capital paranaense, que colhemos dados sobre
perdas... e ganhos.
Jovem, bonita, culta, ativa, advogada por profissão, aos quarenta e um anos sentiu os primeiros sintomas da
Esclerose Lateral Amiotrófica - ELA.
Trata-se de uma síndrome neurodegenerativa, progressiva e incurável.
Começou com fraqueza, paralisia dos membros superiores e inferiores. Depois, a incapacidade de falar, de deglutir
e de respirar.
Onze anos depois do diagnóstico, Maria Lúcia Saldanha vive. Comanda a casa, a família e a vida. Apenas com o
olhar, graças a um programa especial de computador.
Presa a uma cadeira de rodas, alimentada por sonda gástrica e ligada a um ventilador mecânico para poder respirar,
Maria Lúcia vive.
Quando lhe chegou o diagnóstico, ela poderia ter simplesmente se entregado ao desenrolar drástico da
enfermidade, que conduz à morte, num período máximo de dois a cinco anos.
Ela optou por lutar. Lutar para viver. Lutar para ver seu filho se formar, na Marinha Mercante. Mesmo que não o
tenha podido abraçar senão com o coração, desde que os braços não lhe obedecem ao comando da vontade.
Por isso, onze anos depois, ela continua lecionando experiências de vida.
Ela sai de casa, passeia com sua cadeira de rodas especial na canaleta do ônibus expresso, porque o trepidar da
cadeira, em nossas calçadas, a maltrata em demasia.
Ela usa táxi, ônibus, vai ao shopping. Foi ao Rio de Janeiro para a formatura do filho.
Um exemplo de vida. Escreveu sobre suas experiências com a ELA, incentivando a outros que não se permitam
abater.
***
Viver é uma experiência que não deve ser desconsiderada.
Maria Lúcia escreve que, desde 2010, perdeu os movimentos dos dedos, das mãos, dos braços.
Perdeu a capacidade de andar. Perdeu o equilíbrio, a fala, a capacidade de comer, de respirar sozinha.
Mas confessa:
Perdi muito mais do que isso, perdi o desespero, a impaciência, o desânimo, o egoísmo.
Perdi a inveja, o orgulho, a ganância.
Por fim, perdi a raiva.
Então, concluo que foram muitas perdas. Também muitos ganhos.
462

Reflitamos. Vale a pena viver. Vivamos!


***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 191, tece oportunas considerações sobre a vida:
A tua vida possui um alto significado.
Descobrir o sentido da existência e para que te encontras aqui, eis a tua tarefa principal.
Muitos indivíduos, por ignorância, colocam os objetivos que devem alcançar nas questões materiais e, ao
consegui-los, ficam entediados, sofrendo frustrações e tão infelizes quanto aqueles que nada lograram.
Se observas a questão espiritual da vida, a necessidade de te iluminares com o pensamento divino, toda a tua
marcha se realizará segura e frutuosa.
Ninguém pode sentir-se completado, se não estiver em constante ligação com Deus, a Fonte Geradora do Bem.
Pensa nisso e segue o rumo da vida permanente.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: No balanço das perdas e dos ganhos)
Referência: Livro VIDA FELIZ, 191, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco e cap. PERDAS do livro A
VIDA É BELA - COMO APRENDER COM ELA, de Maria Lúcia Wood Saldanha.
***
#momentoespirita #vida #comportamento #reflexão #conselhos #valores #viver #coragem
463

281 - ESTÁ NA HORA DE DESPERTAR


Na epístola de Paulo aos Efésios, capítulo 5, versículo 14, lemos: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te
dentre os mortos e o Cristo te esclarecerá.
A quem se dirigirá o Apóstolo?
Quem são os que dormem?
Observando a grande massa que se afirma religiosa, a caminhar como se sonâmbula fosse, simplesmente
conduzida, podemos entender que as palavras de Paulo de Tarso se referem ao homem que vive na Terra.
A esse homem que ouve e fala em Deus, em fé e espiritualidade, mas respira a estranha atmosfera de um
pesadelo.
O homem que, apesar de ouvir os ensinos do Cristo, acusa dificuldades no seu entendimento e na sua
aplicação.
A criatura que se encanta com a poesia das letras do Evangelho mas depressa as relega ao esquecimento.
É que o coração e a mente não cedem ao convite. Incapazes de analisar, portanto de compreender,
dormem amortecidos.
Os estudiosos que se referem à questão da consciência no homem afirmam que ele passa a maior parte
de sua vida em estado de sono.
Nesse estado, ele vive no mundo qual um robô, conforme as regras que lhe são impostas. Convenhamos,
nem sempre equilibradas.
A sua opinião depende do que pensam os outros. Ele assume esta ou aquela postura face à tradição.
Cultiva hábitos sem mesmo saber por quê.
Em todos os tempos o ser humano tem sido informado da necessidade de acordar e dos perigos que o
sono representa.
Nos Evangelhos de Lucas e de Mateus encontramos as advertências de Jesus: Por que estais dormindo?
Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação. E também: Então, nem uma hora pudestes velar
comigo?
***
A ideia de despertamento não é, portanto, novidade.
Conta-se que, certo dia, perguntaram a Buda: O senhor é Deus? E ele respondeu: Não.
Então, é um anjo, afirmaram. Ele voltou a esclarecer: Também não.
E por que é tão nobre, tão puro e fulgurante? Indagaram.
Calmamente ele disse: Porque estou desperto.
Despertar é começar a pensar em si mesmo, o que faz, o que deseja, quais os propósitos que almeja
atender em sua vida e a que finalidades se destinam.
É urgente, assim, examinar-se e realizar o esforço pessoal para se levantar do estado em que se encontra,
permitindo-se plenificar pela luz que emana do Cristo.
***
Dentre os seres que podemos citar que despertaram em plenitude se encontram Sócrates, o filósofo
grego; Francisco e Clara de Assis; o Apóstolo Paulo de Tarso; Allan Kardec.
Nos Evangelhos também encontramos exemplos de criaturas que tiveram dificuldades em acordar
plenamente, a princípio, conseguindo-o na sequência: Nicodemos, os Apóstolos Tomé e Tiago.
A Doutrina Espírita propõe O DESPERTAR EM TOTALIDADE ao nos convidar à transformação
moral, que é um processo libertador.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: Despertar Espiritual)
Referência: Cap. 68 do livro PÃO NOSSO, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #vida #comportamento #reflexão #conselhos #despertar #vida #paonosso
#psicologiaespirita
464

282 - PACIFICADORES
Cada vez maior é o número daqueles assustados pela violência social.
As ocorrências que pareciam distantes, no noticiário, hoje são fatos em nossas relações sociais e familiares.
Somos todos tocados pela violência, senão pessoalmente, através de alguém do nosso círculo familiar ou de
amigos.
Deixou de ser apenas um comentário abstrato para ser realidade a se conviver.
Temendo-a, muitos nos trancamos em casa, fechamo-nos em nós mesmos e para o mundo.
Vitimados pela violência, alguns aderimos a ela, tornando-nos agressivos, num mecanismo do instinto animal de
defesa.
Armamo-nos, programamos vinganças, planejamos reações frente a um possível roubo, a uma invasão familiar,
ou a uma abordagem na via pública.
Vítimas que nos sentimos da violência, nos utilizamos dela mesma para o que alegamos ser nossa autodefesa.
Sem nos darmos conta de que assim agindo, apenas engrossamos as fileiras dos violentos, passamos a atuar como
agentes do mal.
***
Porém, muitos nos cansamos da violência, não suportando mais viver nessa interminável troca de sermos
agredidos e revidar, sermos vítima e algoz.
Exauridos e um tanto mais amadurecidos, percebemos ser necessário encontrar outros mecanismos para o
combate eficaz contra ela.
Somos os que elegemos a paz como o grande antídoto, não nos limitando à sua definição, ao seu conceito ou em
somente a citá-la em frases de efeito.
Somos os que nos tornamos pacificadores, pois que passamos a vivenciar, cultivar e multiplicar a paz.
Nossas ações deixam de ser reativas e passam a ser proativas.
Não nos permitimos ser alvos fáceis da violência alheia, mas também não lhe fazemos coro, nem nos deixamos
contaminar por ela.
Somos homens e mulheres que decidimos que nosso falar e nosso agir devem ser de paz e para a paz.
Somos as pessoas que, maltratadas no trânsito pela grosseria alheia, agimos com gentileza.
Quando atingidas pela falta de urbanidade de alguns, no trato cotidiano, optamos por oferecer atitudes de
cidadania e respeito.
E quando enfrentamos achaques, mau humor e grosseria de um familiar ou de um colega de trabalho, guardamo-
nos no silêncio da paz que cultivamos, aguardando momento oportuno para retomar o diálogo.
Somos os pacificadores do mundo. Somos os que estamos transformando a Terra em um mundo de paz.
Somos os que conseguimos entender a proposta franciscana e a ela aderimos: Onde houver violência, que eu leve
a paz.
***
Unamo-nos nessa proposta de busca da paz!
Façamos de nossas ações, atitudes, diálogos, um hino à paz.
Se nos deparamos com a violência no mundo, que possamos oferecer atitudes de paz.
Será apenas dessa forma, com uma invasão de pacificadores que a violência será banida, não encontrando mais
lugar na sociedade.
Que essa mudança parta de nós, que sejamos dos primeiros a aderir à pacificação, tornando-nos seus artífices
mais dedicados e valiosos.
Ante o vozerio dos agressivos, sejamos a voz da serenidade.
No tumulto, nos asserenemos e convoquemos os demais à pacificação, cujos efeitos mais imediatos são a
tranquilidade, a harmonia, em fomento da paz.
465

***
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 8, tem um conselho singelo sobre a busca da Paz:
Vive sempre em paz.
Uma consciência tranquila, que não traz remorsos de atos passados, nem teme ações futuras, gera harmonia.
Nada de fora perturba um coração tranquilo, que pulsa ao compasso do dever retamente cumprido.
A paz merece todo o teu esforço para consegui-la.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 8 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #vida #comportamento #reflexão #conselhos #vida #pacificadores #paz
466

283 - PENSAR, AGIR E AUTOCONHECER-SE


Pensar e agir são duas atitudes que caminham entrelaçadas em nossas vidas.
Importante observarmos nossos pensamentos, analisando se eles nos ajudam a clarear ao nosso redor, ou de criar
mais sombras em nós.
Visto que tudo começa no pensamento, necessário se faz manter essa fonte geradora de energias em potencial o
mais positiva possível.
Falar e sentir também são atitudes que podem andar juntas, mas que nem sempre estão de acordo entre si,
dependendo da nossa maneira de ver a vida.
***
Ao enfrentarmos alguma situação recorrente, muitas vezes nos sentimos indecisos e nos permitimos pensar em
demasia, sem atentarmos que as pessoas são diferentes, os acontecimentos nunca são iguais.
É importante nos conhecermos intimamente para ponderarmos a respeito dos nossos reais desejos.
Ao ignorarmos nossa realidade interior nos sentimos indecisos, inseguros e podemos deixar passar oportunidades
que nos fariam felizes.
Se a razão nos aponta uma necessidade, avaliemos se é compatível com nossos anseios íntimos e não nos
neguemos a modificar velhas atitudes, e decisões passadas.
Todo recurso ativo que dispomos é bênção que ajuda na solução de nossos próprios desafios e problemas.
Portanto, direcionemos nossas energias para a realização do que é verdadeiramente bom e nos faz felizes.
***
Vivemos envoltos nos fluidos, nas energias que criamos ou alimentamos pelos nossos pensamentos.
Somos verdadeiras usinas de forças vibrantes onde e como estivermos.
Mantenhamos nossos corações abertos e alimentemos sentimentos capazes de projetar luz, paz e amor, para uma
reconstrução pessoal melhor.
Desde que palavras e ações materializam nossos pensamentos e sentimentos, construamos o bem, o bom e o
belo por onde passarmos, deixando marcas de alegria e de progresso.
Saibamos construir nossa felicidade, não nos negando a olharmos o dia, as situações, as pessoas, sem julgamentos
precipitados.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, nos aconselha:
Mantém os teus pensamentos em ritmo de saúde e otimismo.
A mente é dínamo poderoso.
Conforme pensares atrairás respostas vibratórias equivalentes.
Quem cultiva doenças, sempre padece problemas dessa natureza.
Quem preserva a saúde, sempre supera as enfermidades.
Pensa corretamente e serás inspirado por Deus a encontrar as soluções melhores.
O pensamento edificante e bom é também uma oração sem palavras, que se faz sempre ouvida.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 17 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #pensamentos #pensamentopositivo #vigilância #comportamento #psicologiaespirita
#agir #autoconhecimento
467

284 - APRENDER COM OS ERROS


A perfeição ainda é um estado muito distante da Humanidade.
Todos os habitantes da Terra possuem fissuras morais e cometem equívocos.
Na verdade, errar não é um escândalo, no contexto das Leis Divinas.
Deus não criou as criaturas perfeitas, mas perfectíveis.
Os Espíritos encarnam e reencarnam infinitas vezes para desenvolver as virtudes cujo potencial trazem em seu
íntimo.
A fim de que cresçam em vontade, sabedoria e amor, dispõem de livre-arbítrio.
Caso não pudessem fazer opções, seriam simples marionetes.
Como podem optar, é natural que nem sempre sejam felizes em seus atos.
O outro lado desse processo de aprendizado é a responsabilidade.
Ao desenvolver a consciência e a vontade, a influência dos instintos primitivos declina e a liberdade se expande.
A criatura torna-se cada vez mais responsável por seus atos e pensamentos.
Os equívocos são naturais para quem transita da ignorância para a sabedoria.
Apenas é necessário reparar todos os estragos causados.
Justamente por isso constitui sinal de imaturidade recusar-se a admitir os próprios erros.
***
A humildade constitui pressuposto do aprendizado.
Quem se imagina infalível e superior a todos mantém-se estagnado.
Para entrar em sintonia com a vida, impõe-se atentar para a Lei do Progresso.
O Universo todo é dinâmico.
As espécies animais e vegetais aperfeiçoam-se incessantemente.
Mesmo a configuração física da Terra não é estática.
Da mesma forma que as espécies inferiores, o homem possui um papel a desempenhar no concerto da Criação.
Ele está inserido na natureza e deve ser um agente do progresso.
Mas para impulsionar o progresso é necessário estar sempre evoluindo.
***
Assim, para não trair a missão de sua existência, proponha-se a ser cada vez melhor.
Admita sua imperfeição, mas não se acomode com ela.
Por vezes você erra, mas isso é normal.
Cuide para aprender com seus erros, a fim de não repeti-los inúmeras vezes.
E também assuma as consequências, boas ou más, de seus atos.
Repare todos os estragos que eventualmente causar.
Pague suas dívidas, peça desculpas, recomponha-se perante seus semelhantes.
Sem dúvida é necessário algum esforço para reconhecer um equívoco e retificar o próprio caminho.
Mas você viverá para sempre.
Certamente deseja, algum dia, ser uma pessoa sábia e pacificada.
Como ninguém fará o seu trabalho, esforce-se desde já para ser assim.
***
Ao se recusar a admitir um equívoco, você retarda a realização de seu luminoso destino.
Compenetre-se em seu papel de aprendiz e demonstre boa vontade para com a vida.
Não se apegue a coisas pequenas, como a vaidade e o orgulho.
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Tais fissuras morais somente o infelicitam


Aprenda a fazer o bem sem qualquer interesse pessoal ou sentimento oculto.
Ame e respeite a vida, seja nobre e solidário.
No início pode ser necessária alguma disciplina.
Mas com o tempo você incorporará esse modo de viver e será uma pessoa maravilhosa.
Eis uma meta pela qual vale a pena lutar.
***
No livro VIDA FELIZ, 20, Joanna de Ângelis nos proporciona um excelente conselho com relação a este assunto:
Jamais te comprazas no mal feito.
Concede-te o direito de errar, porém, exige-te o dever de corrigir.
O azedume, a ira, a violência, devem ceder-te lugar à alegria, à bondade, à paz.
Reencarnaste para crescer e ser feliz.
Abandona os caminhos da viciação emocional e galga os degraus que te alçarão ao patamar da vitória sobre ti
mesmo.
Quem não doma as más inclinações, torna-se vítima do desregramento a que elas conduzem.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 20 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #evolução #comportamento #emoções #vícios #leideprogresso #conselhos #humildade #psicologiaespirita
#PsicologiaEspírita
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285 - A MEDIUNIDADE EM NOSSAS VIDAS


Na República Dominicana nasceram duas meninas xifópagas, isto é, siamesas. Unidas pelo fígado, eram ainda
portadoras de deficiência cardíaca.
Os médicos chegaram a afirmar que as meninas, de nome Clara e Alta, não viveriam.
A mãe as levou para casa dizendo que tinha certeza que tudo se arranjaria com o tempo. Dois anos depois, as
meninas ainda estavam unidas, mas a mãe continuava otimista.
Nessa altura, o cirurgião Everett Koop, em sua residência na Filadélfia, nos Estados Unidos, passou a sonhar
que realizava delicada intervenção cirúrgica de separação de duas meninas xifópagas.
O sonho se repetia, com certa regularidade. Ele sentia que alguém lhe mostrava a mesma cena, em sonho.
Mas onde?
Num dos seus sonhos ele ficou sabendo que as meninas haviam nascido na República Dominicana. Escreveu
ao Consulado Americano e logo nas primeiras pesquisas, confirmou a existência de Clara e Alta.
Os médicos do Hospital de San José de Ocoa mandaram relatórios e até fotografias.
Confirmados os seus sonhos, o cirurgião escreveu diretamente à mãe das garotas.
Ela vibrou de alegria. Era a carta e a oportunidade que ela esperava.
As meninas foram levadas para a Filadélfia. O jornal de Madrid, Espanha, que narra os detalhes diz que
durante a operação, o médico deu mostras de faculdades extraordinárias.
Os assistentes disseram: Atuou de forma impressionante, com uma segurança espantosa. Sua habilidade foi
a de sempre. Suas mãos se moviam a grande velocidade. Suas ordens eram precisas. Unicamente, em certos
momentos fechava os olhos como a recordar-se de algum detalhe. Em seguida prosseguia. A intervenção
durou várias horas. No momento crucial, foi feita a separação do fígado.
O cirurgião não se separou um momento das pequeninas pacientes.
Tudo estava bem. As radiografias revelaram o enorme fígado convertido em dois, trabalhando as duas partes
perfeitamente, em cada um dos organismos das meninas.
***
Como se depreende do fato, Deus tem formas extraordinárias de atender os Seus filhos.
A uma mãe dá a certeza do êxito, sem situar no tempo. Ela é paciente e aguarda.
Convoca um exímio cirurgião e através do sonho, o convida à tarefa.
Verdadeiramente, a Providência Divina não se restringe a espaço, tempo ou crença.
E cada criatura no mundo pode lhe ser o instrumento dócil, bastando guardar no coração o desejo de fazer o
bem.
***
OBSERVAÇÕES:
A mediunidade não é privilégio dos que se afirmam espíritas.
É uma faculdade de que são portadores quase todos os homens.
Por isso mesmo, através da intuição, o homem serve a Deus servindo a seu irmão.
Para ser médium do amor basta desejar auxiliar o próximo.
***
O SONHO
O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. […]
A liberdade do Espírito é julgada pelos sonhos.
O Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando
este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.
Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se
do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potencialidade e pode pôr-se em comunicação com
os demais Espíritos, quer deste mundo, quer do outro. Estando entorpecido o corpo, o Espírito trata de
quebrar seus grilhões e de investigar no passado ou no futuro. O sono liberta a alma parcialmente do corpo.
Quando dorme, o homem se acha por algum tempo no estado em que fica permanentemente depois que morre.
470

Os Espíritos adiantados, quando dormem, vão para junto dos que lhes são iguais ou superiores. Com estes
viajam, conversam e se instruem. Trabalham mesmo em obras que se lhes deparam concluídas, quando
volvem, morrendo na Terra, ao mundo espiritual. O sonho deles traduz-se por lembranças agradáveis e felizes.
Os Espíritos mais imperfeitos vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas
afeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que aqui tanto se deleitam. (2) Os seus sonhos
são pesados, confusos, atormentados, muitos deles sob a forma de pesadelos.
***
TELEPATIA
A telepatia ou transmissão do pensamento é um faculdade anímica que ocorre entre as pessoas,
independentemente de estarem dormindo ou acordadas. O Espírito comunica-se telepaticamente porque ele
não se acha encerrado no corpo como numa caixa; irradia para todos os lados. Segue-se que pode comunicar-
se com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília, sem bem que mais dificilmente. A telepatia, linguagem
inarticulada do pensamento, é uma forma de comunicação que dá causa a que duas pessoas se vejam e
compreendem sem precisarem dos sinais ostensivos da linguagem. Poder-se-ia dizer que falam entre si a
linguagem dos Espíritos.
***
BICORPOREIDADE
Na bicorporeidade, o Espírito afasta-se do corpo, tornando-se visível e tangível. Enquanto isso, o corpo
permanece adormecido, vivendo a vida orgânica.
Isolado do corpo, o Espírito de um vivo [encarnado] pode, como o de um morto, mostrar-se com todas as
aparências da realidade. Demais […] pode adquirir momentânea tangibilidade. Este fenômeno, conhecido
pelo nome de bicorporeidade, foi que deu azo às histórias de homens duplos, isto é, de indivíduos cuja
aparição simultânea em dois lugares diferentes se chegou a comprovar. Antônio de Pádua, padre português
canonizado pela igreja católica, e Eurípedes Barsanulfo, espírita mineiro de Sacramento, são dois grandes
exemplos de Espíritos que, quando encarnados, possuíam, em grau de elevado desenvolvimento, esse tipo de
fenômeno anímico.
***
DUPLA VISTA OU SEGUNDA VISTA
É […] a faculdade graças à qual quem a possui vê, ouve, e sente além dos limites dos sentidos humanos.
Percebe o que existe até onde estende a alma a sua ação. Vê, por assim dizer, através da vista ordinária e como
por uma espécie de miragem. No momento em que o fenômeno da segunda vista se produz, o estado físico do
indivíduo se acha sensivelmente modificado. O olhar apresenta alguma coisa de vago. Ele olha sem ver. Toda
a sua fisionomia reflete uma como exaltação. Nota-se que os órgãos visuais se conservam alheios ao fenômeno,
pelo fato de a visão persistir malgrado à oclusão dos olhos.
***
Extraído da Revista O Espírita de out/dez 1995 – pág. 8.
***
Sugestão bibliográfica:
01.KARDEC, Allan. Dos médiuns escreventes ou psicógrafos. In:_. O livro dos médiuns. 53. ed. Rio de
Janeiro:FEB, 1986. pt. 2, cap. XV, itens 180, 182, 183.
02.FRANCO, Divaldo Pereira. Mediunidade socorrista. In:_. Depoimentos vivos. Por diversos autores
espirituais. Salvador:LEAL, 1975. cap. 15.
03.__. A grande usina.In:_. Op. cit. cap. 23.
04.__. Mediunidade. In:_. Estudos espíritas. Pelo espírito Joanna de Ângelis. Rio de Janeiro:FEB, 1982. cap.
18.
05.__. Exercício consciente da mediunidade. In:_. Terapêutica de emergência. Salvador:LEAL, 1983. cap.
28.
06.PERALVA, Martins. Mediunidade com Jesus. In:_. Estudando a mediunidade. 5. ed. Rio de Janeiro:FEB,
1971. cap. I.
07.__. Mandato mediúnico. In:_. Op. cit. cap. XXIV.
08.XAVIER, Francisco Cândido. Vida. In:_. O consolador. Pelo espírito Emmanuel. 5. ed. Rio de Janeiro:FEB,
1970. pt. 2, cap. I, perg. 122
***
#mediunidade #espiritismo #telepatia #sonhos #bicorporiedade #medium #espiritismo #doutrinaespirita
471

286 - ESCOLHENDO A EMPATIA


Aprendemos que empatia é o processo no qual nos colocamos no lugar do outro, procurando sentir o que ele
está sentindo.
No entanto, como não podemos sentir exatamente o que sente o outro, podemos nos identificar com o que
essa pessoa está vivenciando.
Esse processo tem a ver com nossa vontade de querer ou não criarmos empatia.
Quando vemos uma pessoa experimentando momentos de dificuldade, temos a escolha de nos deixar afetar
pela situação e procurar ajudá-la.
Ou podemos escolher não nos aproximar, ignorar a pessoa, o seu drama. E irmos embora.
Quando escolhemos nos identificar com o outro, buscamos nos aproximar emocionalmente e oferecer apoio.
A ajuda que podemos oferecer vai depender da situação, da pessoa e das nossas possibilidades.
Não existe uma regra que determine o comportamento ou a ação. O que se cria com a empatia são pontes.
E para que essas pontes se estruturem, um elemento é essencial: saber ouvir o que o outro tem a nos dizer.
Escutar é uma maneira de se aproximar e de estabelecer um vínculo.
***
Jesus, sempre Modelo e Guia, vivenciou a empatia, em diversas situações, conforme relatos dos Evangelistas.
O Evangelista João narra o episódio, em que o Mestre, depois de dois dias de viagem, chega à casa de Marta
e Maria, após a morte do irmão Lázaro.
Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu
estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, perturbou-se.
E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê. E Jesus chorou.
O choro de Jesus não se deu porque Ele não acreditava na vida após a morte. Muito falara Ele sobre o Reino
de Deus e a vida além do cenário físico.
Podemos pensar que as lágrimas de Jesus expressaram a identificação dEle com o sofrimento que Marta e
Maria vivenciavam naquele momento de luto.
Ele ouviu as palavras de dor e conectou-se emocionalmente com Suas amigas do coração.
Senhor dos Espíritos, Ele, que afirmara que a doença de Lázaro não era para a morte mas para a glória de
Deus, chama-o de retorno ao palco terrestre.
***
Ter empatia é criar pontes.
É ouvir com atenção. É buscar compreender a situação que o outro está vivenciando.
É procurar colocar-se no lugar de quem padece, de quem se lamenta, de quem reclama da dor, da vida, da
dificuldade.
Se tivermos ouvidos de ouvir, coração para sentir, haveremos de entender o porquê de muitas lágrimas, de
muito desespero que vige no mundo.
Talvez nunca tenha necessitado o mundo, como um todo, de tanta empatia para que a solidariedade, a
fraternidade se exteriorizem, de forma ampla.
A pandemia enlutou famílias. Enchentes e deslizamentos destruíram patrimônios pequenos ou maiores, como
num passe de mágica.
Amigos falam de enfermidades ousadas que lhes invadem as vidas.
Aflições se multiplicam.
Em toda parte clama a dor, a saudade. É hora de exercitarmos a empatia para estender pontes entre nós e o
outro.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Evangelho de João, cap. 11, vers. 32 a 36.
***
#momentoespirita #evangelho #comportamento #empatia #conselhos #relacionamento #psicologiaespirita
#PsicologiaEspírita
472

287 - ACORDANDO DA ILUSÃO


Desde cedo, Fernando pensava em se tornar alguém que detivesse posses.
Queria crescer, ter dinheiro, ser diferente do que era sua família, sempre às voltas com dificuldades para pagar o
aluguel, para sustentar a todos, para comprar roupas novas.
Tão logo alcançou a maioridade, deixou o lar paterno e buscou, em outras terras, o sucesso almejado.
Foi trabalhador braçal, faxineiro, vendedor ambulante.
E foi precisamente nesse último labor, que se lhe aguçou a ideia de montar um pequeno negócio e lucrar, na
compra e venda de mercadorias.
O tino para os negócios logo o fez prosperar. Ele não media esforços para o trabalho, dedicando-se horas infindas
do dia.
Ele era capaz, destemido e resoluto naquilo que se propunha.
Não se dispôs a um casamento para não ter que dividir tempo e dinheiro.
A solidão era sua companhia constante.
Sua firmeza nos propósitos abraçados era irredutível e sua conta no banco somente crescia.
Passaram-se os anos, a velhice começou a marcar sua presença.
Ele foi se dando conta de que companheiros das lutas, funcionários e clientes antigos foram desaparecendo.
A clientela se renovava, o dinamismo dos negócios agora era diferente. Tudo se alterara, no transcorrer dos anos.
E, de repente, ele se viu só.
O que teria acontecido com os familiares, dos quais simplesmente esquecera?
***
Quando a pandemia bateu à sua porta, desejando abraçá-lo, ele sentiu medo. Medo de morrer, sozinho.
Ele não cultivara nenhum afeto. E toda sua vida se concentrara em ter sempre mais.
Perguntava-se agora de que lhe valia tudo aquilo. Ele poderia morrer a qualquer momento e nem mesmo tinha
descendentes para legar o que conquistara.
Deu-se conta que ajuntara tanto, mas não semeara bênçãos em seu caminho.
Nem mesmo se permitira usufruir de alguns benefícios que o dinheiro poderia lhe proporcionar: ilustrar a mente,
viajar, conhecer novos lugares, auxiliar alguém.
E, porque ouvisse dizer que seria bom pensar em algo mais além do estritamente material, ele procurou a velha
e esquecida bíblia, entre os seus guardados.
***
Foi nos apontamentos do Evangelista Lucas que Fernando encontrou a parábola do Senhor Jesus:
A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância. Ponderava ele entre si, dizendo: que farei? Não
tenho onde recolher os meus frutos.
E disse: farei isto: derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas
novidades e os meus bens.
E direi a minha alma: alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos. Descansa, come, bebe e folga.
Mas Deus lhe disse: louco! Esta noite te pedirão a tua alma. E o que tens preparado, para quem será?
Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.
E completou Jesus: Portanto vos digo: não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo
corpo, sobre o que vestireis.
Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes.
Surpreso com o que lera, nessa mesma noite, Fernando iniciou a elaboração de um plano para distribuir benefícios,
antes que a morte o abraçasse, triste e só.
***
473

Joanna de Ângelis tem um conselho oportuno, em VIDA FELIZ, 90, para quem busque se isolar, não importa o
motivo:
Não te isoles, no círculo social onde te encontras.
A solidão aconselha mal.
Quem se afasta do convívio familiar, do trabalho, da comunidade, se perturba.
A fuga do mundo gera distrofia da razão, apresentando uma visão desfocada a respeito das pessoas e das coisas.
Os homens existem para viver em sociedade, ajudando-se reciprocamente e aprendendo uns com os outros.
Na luta diária e na atividade humana aferem-se os valores, que se devem desenvolver e aprimorar.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Lucas, cap. 12, vers. 16 a 23 e livro VIDA FELIZ, 90, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
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#psicologiaespirita #PsicologiaEspírita
474

288 - O TESOURO DA ORAÇÃO


Francisco Osuna, sacerdote místico espanhol do período renascentista - séculos quinze e dezesseis - na sua grande
obra “Abecedário terceiro”, afirma que:
“A primeira forma de orar, a que se situa no plano da fé, é como escrever a um amigo.
A segunda forma de orar, situada no plano da esperança, é como escrever a um amigo e esperar por uma resposta.
A terceira maneira de orar, situada no plano do amor, é como se fôssemos pessoalmente à casa desse amigo.”
***
A antiguidade do conceito - mais de quinhentos anos - é de grande utilidade, porque esse amigo é Deus, cuja oração
deve ser-lhe dirigida.
Trata-se de um grito emocional na hora da aflição encaminhado ao Pai Criador, como um ato de irrestrita confiança.
Noutras vezes, é uma descarga de angústias que necessita de socorro imediato e, por fim, é um enlevo de gratidão
em delícia de emoção.
Por isso a oração, de maneira alguma se circunscreve apenas ao ato da rogativa. Também é instrumento de louvação
e, por fim, de júbilo pelo bem alcançado, em forma de reconhecimento.
Orar é romper as barreiras mentais limitadoras das emoções e necessidades imediatas para alcançar os altiplanos
da vida.
Nem sempre é tão fácil a oração assinalada pela perfeita integração da criatura com o Criador.
A falta do hábito salutar interrompe o fluxo do pensamento e ideias extravagantes interferem no ato, dificultando
a sintonia.
A insistência disciplinadora, mediante a criação de novo programa, termina por facultar a doce interação entre
quem ora e o destinatário.
Quando a fé ora, uma vibração ascendente superior rompe as cristalizações mentais e abre o psiquismo ao Senhor.
Quando a esperança ora, há uma natural comunhão que devolve a onda de luz que beneficia quem faz a solicitação.
Quando é o amor que ora, sucede uma fusão de psiquismos que culminam no êxtase.
***
Ainda associamos a oração a um ritual externo, a um endereçamento de palavras rebuscado, repleto de
formalidades. São séculos e séculos de cultura arraigada na alma antiga.
Oramos a um Senhor que tememos, não conhecemos, e que achamos que mora muito longe...
Porém, quando desconstruirmos essa ideia – aos poucos, é claro – e transformarmos esse ato numa conversa de
respeito, amizade e encanto, perceberemos que o Criador nunca esteve longe como imaginávamos. Nós é que
criamos tal distância...
***
A palavra religião pode ter duas principais raízes.
Para alguns pensadores, o termo latino religare teria criado a palavra religião, numa alusão à necessidade de uma
religação com o Criador.
Para outros, o termo pode ter vindo da palavra relegere, que significa reler, revisitar, retomar o que estava largado.
Que nossa oração aprenda a encurtar caminhos.
Que nossa oração nos faça perceber o Pai em tudo e em todos.
Que nossa oração seja, por si só, remédio para os pensamentos deletérios que ainda reinam em nossas mentes
agitadas e confusas.
Que nossa oração – tesouro que temos – nos possibilite caminhar com os pés limpos, mesmo ainda pisando os
pântanos do mundo.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 20 do livro SEJA FELIZ HOJE, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
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475

289 - TONS DA PAZ


Muita gente deseja viver em paz convivendo, paradoxalmente, com situações que a tornam impossível.
Ninguém consegue viver em paz, desrespeitando os direitos alheios.
Não se vive em paz cultivando na alma os corrosivos da mágoa, da inveja, da prepotência, da ingratidão, do desrespeito.
A paz consciente é incompatível com a ignorância e com o descaso.
Não se pode construir a paz nas bases da indiferença moral, nem nos alicerces da violência íntima disfarçada de
autenticidade.
Muita gente deseja viver em paz convivendo, no entanto, com situações que a tornam impossível.
A paz que não está sedimentada na razão e no mais profundo sentimento de amor ao próximo, não é paz, é ilusão.
Quem observa a superfície calma das águas de um charco, por exemplo, pode ter a ilusão de vislumbrar a mansuetude,
mas se sondar as profundezas, encontrará miasmas pestilentos e odor fétido de podridão.
Para que a nossa paz não passe de mera ilusão, nossas atitudes precisam ser iluminadas pela luz da razão e aquecidas
pelo sol do sentimento.
***
Certa vez alguém escreveu:
Paz é suave melodia, extraída da alma pelos dedos invisíveis da consciência tranquila.
É canção que cala a voz da violência, que desperta consciências e dulcifica quem a possui.
A paz tem a singeleza e o perfume de flores silvestres, cultivadas no solo fértil da lucidez, pelas mãos habilidosas da
razão e do sentimento.
E é nesse jardim da alma que brotam as sementes da ternura e da compaixão, do afeto e da mansuetude.
Um coração sem paz é como uma orquestra sem tons nem sons, sem flores nem perfumes, sem leveza e sem harmonia.
A vida sem paz é como embarcação que navega sem luz, que desconhece o caminho e se perde na imensidão do breu.
A paz, ao contrário, enobrece os dons da alma e acarinha a vida...
Tem a suavidade da brisa, ao amanhecer... E os vários tons multicores que despertam a aurora.
Possui o vigor da mais pujante sinfonia e a sutileza entre tons e semitons.
Paz: a sinfonia perfeita cuja maior nota é o amor.
Quando essa sinfonia ecoa nos corações, produz tons e sons na mais perfeita harmonia...
Para extrair da alma a melodia da paz é preciso afinar os acordes da razão e do sentimento, as duas asas que nos
guindarão para a luz inapagável, que a todos nos aguarda no limiar do Infinito.
***
A paz em nós nasce da compreensão e é mantida pela tolerância para com os erros alheios.
Também pela auto-aceitação dos nossos próprios erros, de modo a sabermos corrigi-los sem tumulto e sem perda de
tempo.
Em síntese, é fácil a conquista da paz!
Basta que não tenhamos ambição em demasia. Que corrijamos os ângulos da observação da vida. Que amemos e que
perdoemos. Que nos entreguemos às mãos de Deus que cuida das "aves do céu" e dos "lírios do campo" e que, por
fim, cumpramos fielmente com nossos deveres.
Falemos de paz. Cultivemos a paz em nós. Ofertemos paz aos que nos rodeiam, nos servem, nos amam, nos desejam o
bem.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Verbete PAZ do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, vol II, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco e cap.
PAZ EM NÓS, do livro CALMA, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier.
***
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476

290 - O EXERCÍCIO DA TOLERÂNCIA


Muitas vezes, no nosso dia-a-dia, costumamos reclamar de algumas pessoas que nos atendem em
lojas, supermercados, ao telefone, enfim, aquelas que nos atendem de alguma forma.
O que não nos damos conta é que também estamos entre essas pessoas. E que, como elas, também
estamos nos relacionando com várias outras pessoas.
Devemos pensar duas vezes antes de nos irritarmos.
A irritação, a intolerância, fazem com que provoquemos males ainda maiores na sociedade em que
vivemos.
São os pequenos desentendimentos que geram os grandes conflitos da Humanidade.
Por isso, não negue consideração e carinho diante de balconistas fatigados ou irritadiços. Pense nas
provações que, sem dúvida, os atormentam nas retaguardas da família ou do lar.
A pessoa que se revela mal humorada, em seus contatos públicos, provavelmente carrega um fardo
pesado de inquietação e doença.
Aprender a pedir um favor aos que trabalham em repartições, armazéns, lojas ou bares é obrigação.
Embora estejam sendo pagos para cumprir suas tarefas ou sejam subordinados a nós, são seres
humanos como nós mesmos.
Lembre-se que todas as criaturas trazem consigo as imperfeições e fraquezas que lhes são peculiares,
tanto quanto, ainda desajustados, trazemos também as nossas.
Muitas vezes, nós mesmos, atormentados por algum problema a resolver, tratamos mal alguém que
nos venha pedir um favor com delicadeza.
O que aconteceria se essa pessoa também nos tratasse mal? Ficaríamos ainda mais irritados. No
entanto, se essa pessoa, apesar da nossa má vontade, nos tratasse bem, com cortesia e gentileza,
pensaríamos melhor no que estamos fazendo, podendo até mudar de atitude.
***
Em muitos casos, o que nos falta é um pouco de tolerância.
Ter tolerância é ter paciência e saber entender os problemas alheios.
A tolerância deve ser aplicada indistintamente entre todos e em qualquer lugar. É lição viva de fé
e elevação e não pode ser esquecida.
Tolerar, no entanto, não significa conivir.
Desculpar o erro não é concordar com ele. Entender e perdoar a ofensa, não representa ratificá-
la, mas sim ser caridoso e compreensivo.
É indispensável não entrar em área de atrito, quando puder contornar o mal aparente a favor do
bem real.
Perdoe as ofensas e tente entender os problemas alheios sem julgá-los preconceituosamente.
Faça aos outros o que gostaria que fizessem para você.
Seja uma pessoa amistosa para com todos.
Contribua sempre com um pouco de amor para vencer o mal do mundo.
***
Tolerância é caridade em começo. Exercitando-a, em regime de continuidade, você defrontará com
os excelentes resultados do bem onde esteja, com quem conviva.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. 56 do livro CONVITES DA VIDA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco e cap. 14, do
livro SINAL VERDE, por André Luiz e Francisco Cândido Xavier.
***
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#doutrinaespirita
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291 - VALORIZAR O NOSSO DIA


Valorize o seu dia!
Cada dia corresponde a uma nova página escrita no livro da sua vida, onde você deverá escrever as
melhores memórias.
Assim, quando desperte, dirija ao infinito a sua prece. Agradeça pela noite superada e rogue ao Pai do Céu
as indispensáveis bênçãos para o período iniciante.
Erga-se e alegre-se com a oportunidade renovada de manter seu corpo físico para os empreendimentos do
progresso.
Busque ocupar-se com algo nobre, algo que dignifique a sua existência na Terra.
À frente dos transtornos e contratempos, que surgem nos caminhos de todos, invariavelmente, não se deixe
conduzir pela irritação, pelo agastamento ou pelo azedume.
Procure compreender que nada lhe ocorre sem que tenha um sentido útil para o seu crescimento geral.
Perante as ocorrências de violência e diante dos quadros de agressões que veja em sua rota, realize o
melhor que possa, sem revolta nem desespero.
***
Você está no mundo que fez por merecer, com as situações que caracterizam a sua quadra evolutiva e com
as pessoas do seu mesmo patamar moral, com ligeiras diferenças, facilmente observáveis.
Onde esteja, semeie alegria e jovialidade, atendendo à recomendação do Apóstolo Paulo para que demos
graças a Deus por todas as coisas da vida.
Busque fazer novos amigos, mantendo, com carinho, os velhos companheiros.
A amizade, no mundo, é como o beijo solar iluminando as flores, sem o qual elas tendem a murchar e fenecer.
Alimente-se com moderação. Não é preciso passar fome, contudo, é bom que não transforme o estômago
em tonel de venenosas misturas, capazes de intoxicar, de lhe acumular indevido colesterol nas artérias ou
de lhe provocar disfunções hepáticas.
Afaste-se das pseudonecessidades alcoólicas. O álcool de que você precisa para a digestão a Divindade já
fez constar do seu programa de produção orgânica.
Fora disso, a ingestão dessa substância corresponderá sempre a consciente envenenamento que lhe
perturbará a saúde aos poucos.
Procure ser comedido nas brincadeiras, a fim de não constranger os amigos, gerando afastamentos e
inimizades.
Ou para não perder seu precioso tempo com intermináveis lorotas e banalidades.
Sorria, seja prazenteiro, uma vez que o Evangelho de Jesus, que você afirma conhecer, é fonte inesgotável
de alegrias.
E quando chegar ao fim o seu dia, vivido com maior ou menor dificuldade, ponha-se em meditação.
Verifique onde é que você poderia ter sido melhor, em que itens deveria ter agido melhor.
E, sem remorsos prejudiciais, faça projetos de renovação para o dia seguinte, procurando levá-los a sério.
Ore e entregue-se uma vez mais ao Supremo Senhor, construindo, dia a dia, a própria felicidade, a sua
própria luz.
***
Valorize o seu dia.
Não o desperdice remoendo mágoas ou destilando tormento, mas aprenda a cultivar a alegria de viver,
apesar das lutas e limitações que carregue.
Valorize o seu tempo na Terra e prossiga, decidido pelo bem, para que, no serviço do Senhor, você continue
crescendo em busca do encontro consigo mesmo.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 2, do livro PARA USO DIÁRIO, pelo Espírito Joanes, psicografia de Raul Teixeira.
***
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292 - USO DO TEMPO, UMA QUESTÃO DE ESCOLHA

Quanto tempo você dispensa ao seu filho, em um dia? Quanto tempo você dedica para uma
leitura edificante, que lhe traga elevados objetivos e lhe retempere o ânimo?
Quanto tempo você dedica à oração?
Será você um daqueles que afirma não ter tempo para nada e leva a vida de roldão? Uma
verdadeira roda viva. Um turbilhão.
Tempo é uma questão de escolha. Equacionar as horas de forma a tudo resolver, sem
desequilíbrio, esquecimentos e correrias é questão de administração.
***
Existem criaturas que surpreendem, pelo tanto que realizam, nas mesmas vinte e quatro horas
em que nada fazemos além de reclamar da falta de tempo.
Um consagrado escritor, James Michener, que morreu em outubro de 1997, era uma dessas
pessoas que sabia exatamente como lidar com o tempo.
Foi professor, revisor de livros, alistou-se na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, teve
histórias suas adaptadas para musicais na Broadway.
Certa vez, uma garotinha de oito anos, acompanhada de seu pai, o visitou em sua residência.
Levou-lhe um livro que continha uma história que ela mesma escrevera.
O homem ocupado com tantas coisas dispôs de tempo para se sentar no sofá junto à pequena,
abrir a primeira página e ler em voz alta: Focas, por Hana Grobel.
Enquanto prosseguia a leitura, o telefone tocou. Ele atendeu e ao interlocutor explicou: Estou
lendo os originais de uma jovem escritora. Pediu licença e atendeu a ligação em outra sala.
Depois tornou a sentar-se ao lado de Hana e prosseguiu a leitura.
Esse homem inacreditável fora uma criança rejeitada. Jamais soube quem foram seus pais. Foi
recolhido por uma viúva, por ela criado e amado. Jamais descobriu o local e a data do seu
nascimento.
Passou toda sua vida ajudando discretamente a quem desejasse estudar, reconhecendo que
sua instrução foi o que de mais precioso sua mãe adotiva lhe dera.
Dispunha de tempo para tudo e para todos. Até mesmo para uma criança que escrevera uma
história minúscula em um pequeno livro.
A história é muito boa, foi seu comentário, porque no final todos ficam felizes.
Incentivar as gerações futuras era uma missão que considerava importante e a que se dedicava.
Atender uma criança de oito anos que buscava estímulo, um estudante de engenharia que lhe
vinha agradecer a bolsa de estudos, atender ligações de instituições de ensino que lhe
solicitavam recursos.
Dez dias antes de sua morte, com os rins falhando, teve tempo para oferecer a uma jovem a
oportunidade de estudar na Universidade do Texas, disponibilizando-se para lhe custear a
primeira anuidade escolar.
Mesmo lhe restando poucos dias o seu tempo era para fazer o bem.
***
Valorizemos o tempo, usando-o com propriedade. Não menosprezemos o tesouro dos minutos
porque a eternidade é feita de segundos.
Utilizemos os valores do tempo e conquistemos méritos, não nos permitindo a sua
desvalorização em atitude morna e inútil.
O tempo nos é dado pela Divindade para a realização da grande tarefa de transformação de
nós mesmos, na jornada da perfeição.
***
479

Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 10, nos aconselha, com relação ao tempo:
Organiza a tua agenda, a fim de ganhares o tempo com propriedade.
Cada tarefa deve ser exercida no seu respectivo momento.
O tumulto na realização, não apenas prejudica a ordem, mas também, a sua qualidade.
Um após outro, com calma e continuamente, realiza os teus deveres.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Verbete TEMPO do livro REPOSITÓRIO DE SABEDORIA, Vol. II, por Joanna de Ângelis e
Divaldo Franco e artigo MEU TIPO INESQUECÍVEL: James Michener, de SELEÇÕES DE READER'S
DIGEST, de outubro de 1998.
***
#momentoespirita #tempo #compreensão #autoconhecimento #psicologiaespirita #PsicologiaEspírita
#doutrinaespirita
480

293 - A SURPRESA
A família estava se mudando para um bairro, do outro lado da cidade.
Os amigos aconselharam a ter muito cuidado, a trancar as portas, o portão, coisas que não tinha o hábito de
fazer. Afinal, ali eram todos amigos. Os vizinhos cuidavam uns dos outros.
O caminhão da mudança foi à frente e os carregadores receberam instruções de trancar a casa. Mas,
esqueceram desse detalhe.
Quando a família chegou, assustou-se. A porta estava aberta. Entrou cuidadosamente na casa, o pai à frente,
em atitude defensiva.
Logo constataram que alguém havia estado ali, naquele curto período de tempo.
Os intrusos tinham deixado um cartão de visita. Sobre o balcão da cozinha, havia um bule de café recém coado,
um bolo de chocolate, um vidro grande de doce e todos os ingredientes para uma refeição de boas-vindas ao
bairro.
***
A desconfiança, muitas vezes, nos faz sermos infelizes. A violência que vemos, no mundo, nos faz esquecer
que existem corações bondosos, criaturas prestativas e generosidade crescente.
Não nos permitamos erguer muros na alma. Se a segurança física nos exige que tranquemos portas, janelas e
tenhamos sistemas de alarme em nossas casas e em nossos carros, não nos permitamos fazer o mesmo com
as portas dos nossos corações.
Num mundo onde a solidão é tão grande, onde as pessoas passam com rapidez sem olhar para o lado,
permitamo-nos o sorriso espontâneo, o gesto gentil.
Experimentemos entrar no elevador, cada manhã e saudar a todos com um Bom dia!
Acostumemo-nos a indagar dos vizinhos, ao cruzar com eles, na rua, ou ao passar em frente a suas casas, como
está sua saúde.
Habituemo-nos a dizer Olá, Oi, Como vai?
Exercitemos o agradecimento a funcionários que nos abram a porta do carro no estacionamento, em locais de
trabalho. Eles não são robôs, nem máquinas eletrônicas. São criaturas que amam, têm família, sentimentos e
apreciam um agradecimento, um sorriso.
Alonguemos o exercício a caixas de supermercados, que ficam longas horas em trabalho mecânico e exaustivo,
quase sempre recebendo somente reclamações.
Utilizemos, com frequência: Por favor... Pode fazer a gentileza de... Seria possível me dizer... Poderia me
informar?
A tecnologia cada dia nos oferece maior conforto material, contudo não nos tornemos nós também técnicos
no relacionamento interpessoal.
Não nos esqueçamos de que somos seres humanos, a caminho da angelitude. Não nos tornemos máquinas de
raciocinar, porque toda vez que o coração deixa de abraçar o cérebro, o mundo enlouquece.
O Mestre de Nazaré ensinou: Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei.
O amor começa e termina nas coisas mais simples, pequenas e insignificantes.
Comecemos hoje nosso exercício de amar.
***
Em toda parte a astúcia, a violência e o crime se apresentam vitoriosos. Estes são dias de insensatez e cálculo
para o mal.
Certamente, há uma avalanche de loucura ameaçadora.
Mas, jamais houve tanto amor e tanta bondade na Terra.
Inumeráveis pessoas acreditam e trabalham pelo seu próximo, promovendo a era da felicidade.
Unamo-nos a esses heróis anônimos do bem e projetemos o homem, ajudando-o a ser livre e ditoso.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 193 de VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco e cap. O DIA DA MUDANÇA, do livro
HISTÓRIAS PARA O CORAÇÃO DA MULHER, por Alice Gray, United Press.
***
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294 - SUPERSTIÇÕES
O que você faz quando um gato preto lhe atravessa o caminho? E se derramar sal, sem querer?
Você acredita que plantas, como arruda e guiné, são segura proteção ao mal?
É interessante observar como no Século de tanta tecnologia, em que o homem conquistou a lua, envia
naves para investigar o Cosmo, ainda se entretém com coisas da ignorância.
É comum visitar-se um doente e encontrar debaixo da cama tesouras abertas, carvões acesos.
Na era em que a medicina realiza extraordinárias cirurgias, devassando a intimidade do ser humano,
ainda mesmo antes dele nascer.
Os supersticiosos são almas infantis. Preferem o temor ao amor, sufocam a esperança na desconfiança.
Ao invés de combater os inimigos de dentro, acreditam ser mais fácil se utilizar de subterfúgios.
Para o sucesso, a cor certa, o amuleto devido. Há os que falam em começar o dia com o pé direito. Oxalá
Deus nos permita dispor dos dois - o que nos facilita a locomoção, não é mesmo?
Os que se deixam enlear pelas superstições acabam vítimas de enganadores da Terra e do Além, que os
exploram. Basta lembrar das inúmeras cestinhas da fortuna à venda, dos gnomos da sorte, das bruxinhas,
das flores exóticas ou populares para atraírem isso ou aquilo.
Também se tornam excessivamente preocupados, infelicitando-se.
***
O cristão que estuda e aprende sobre a LEI DE CAUSA E EFEITO sabe que nenhum mal o atingirá, se
não estiver incurso nessa Lei como devedor. Por ter fé, confia na Providência Divina, que nunca
desampara Seus filhos e a ela se entrega.
Se busca o êxito nos seus empreendimentos, esforça-se no estudo e no trabalho, caminhos que o
conduzem ao progresso, sem dúvida.
As superstições e os supersticiosos são heranças da insensatez e do obscurantismo. É próprio do homem
que prefere a treva à luz, o sofrimento ao amor, a piedade ao respeito.
Os que apregoam amuletos e fórmulas mágicas são criaturas que ainda se mantém presas ao pretérito da
Humanidade.
Ninguém conceberia chamar Deus a um homem somente porque descesse de um avião.
Não se pode conceber que uma fita, uma planta, uma estátua possa nos modificar a vida. Seria jogar por
terra conquistas intelectuais e morais já realizadas.
Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. A frase de Jesus tem mais de vinte séculos de existência.
Continua atual. O convite persiste. Vamos ler e nos instruir?
Vamos movimentar nossas energias mentais nos pensamentos positivos na oração fervorosa?
Isso sim é libertar-se.
***
Você sabia que aquilo que convencionamos chamar de SORTE representa uma situação natural no mapa
de serviços do Espírito reencarnado?
Não há necessidade de intervenção dos Espíritos para a execução das experiências pessoais.
A chamada sorte é também uma prova de responsabilidade, pois cada um responde pelo que recebe,
na vida.
Pensa em prosperidade, abundância, mas não só de valores materiais, e sim, dos demais bens de Deus,
que são essenciais à vida para sempre.
Pensa e viverás consoante a onda mental que emitires.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 20 do livro APÓS A TEMPESTADE, e cap. 15 do livro FILHO DE DEUS, por Joanna de Ângelis e Divaldo
Franco e item 215 do livro O CONSOLADOR, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #causaeefeito #justiça #sorte #superstição #responsabilidade #doutrinaespirita #leidecausaeefeito
482

295 - DISCIPLINAR O PENSAMENTO


Você consegue imaginar quantos pensamentos temos por dia?
Estudiosos informam que temos entre sessenta a noventa e cinco mil pensamentos em vinte e quatro horas.
É uma quantidade realmente muito grande...
Isso significa, por exemplo, que durante esta mensagem poderemos chegar a ter entre duzentos a trezentos e trinta
pensamentos!
Trazemos então uma primeira reflexão:
- Quantos desses tantos pensamentos diários são bons, úteis?
- Quantos são maus, inúteis?
Infelizmente a maioria deles ainda não pode ser classificada como pensamentos saudáveis e construtivos, porém,
existem formas de se disciplinar o pensar, pois bem pensar é a elevada forma de se viver.
***
Aqui vão alguns ensinamentos importantes a respeito da disciplina do pensamento.
Se meditarmos em assuntos elevados, na sabedoria, no dever, no sacrifício, nosso ser impregna-se, pouco a pouco, das
qualidades de nosso pensamento.
É por isso que a prece improvisada, ardente, o impulso da alma para as potências infinitas, tem tanta virtude.
É preciso aprender a fiscalizar os pensamentos, a discipliná-los, a imprimir-lhes uma direção determinada, um fim nobre
e digno.
Cada tipo de pensamento tem que ter a sua hora, o seu lugar. Não devemos estar em casa, com a família, e com os
pensamentos em outro lugar, como, por exemplo, no ambiente de trabalho.
Cada vez que surja um mau pensamento, essa fiscalização fará com que um alerta se acenda em nós, e tomemos alguma
atitude para expulsá-lo o mais rápido possível.
É bom também viver em contato, pelo pensamento, com escritores de gênio, com os autores verdadeiramente grandes
de todos os tempos e países, lendo, meditando sobre suas obras, impregnando o nosso ser da substância de suas almas.
É necessário escolhermos com cuidado nossas leituras, depois amadurecê-las e assimilar-lhes a quintessência. Em geral
lê-se demais, lê-se depressa e não se medita.
***
O estudo silencioso e recolhido é sempre fecundo para o desenvolvimento do pensamento. É no silêncio que se
elaboram as obras fortes.
Há também a prática de meditar. Na meditação o Espírito se concentra, volta-se para o lado grave e solene das coisas.
A luz do mundo espiritual banha-o com suas ondas.
Evitemos as discussões ruidosas, as palavras vãs, as leituras frívolas.
Sejamos sóbrios de jornais, TV e Internet. O contato com essas mídias, fazendo-nos passar continuamente de um
assunto para outro, torna o Espírito ainda mais instável.
A alma oculta profundezas onde o pensamento raras vezes desce, porque mil objetos externos ocupam-no
incessantemente.
Disciplinar os pensamentos significa disciplinar a vida, e escolher caminhos mais seguros.
Na nascente de todos os atos, palavras e ideias estão os pensamentos. Mudemos a matriz e teremos uma vida renovada
e mais feliz.
Lembremo-nos: bem pensar é a elevada forma de viver!
***
Extraído do Momento Espírita
***
#autoconhecimento #disciplina #pensamento #comportamento #momentoespirita #pensamentos
483

296 - SE ARREPENDIMENTO MATASSE...


Ah! Se arrependimento matasse...
O que está implícito nesse lamento costumeiro de nossas vidas é: se o fato de estar me arrependendo,
acabasse com minha vida agora, eu estaria morto.
Como ainda consideramos, erroneamente, a morte como o que de pior pode nos acontecer,
associamos algo de muito ruim a ela. Nesse caso, o arrependimento.
Não gostamos de ter feito algo e depois nos arrependermos, essa é a verdade.
Se pudéssemos voltar atrás, voltaríamos. Se pudéssemos fazer diferente, faríamos.
Por isso nos penitenciamos, nos autoculpamos e alguns até nos autoflagelamos – lembrando dos
que agridem a si mesmos, nessas circunstâncias.
***
Precisamos, porém, modificar nossa maneira de pensar.
Arrependimento é bom. Muito bom. Arrepender-se é abrir-se para o bem.
Só quando descobrimos que erramos é que podemos iniciar a ação reparadora.
Só quando descobrimos onde falhamos é que podemos estudar como conseguiremos melhorar na
próxima oportunidade.
Aquele que nunca se arrepende está ainda cego, iludido, vagando por uma realidade por vezes
muito frágil.
Aquele que não se arrepende permanece na letargia do primarismo com a consciência adormecida,
vivendo o período do pensamento instintivo.
Nele predomina a herança da fase inicial de que ainda não se libertou, ou que prefere não superar.
Notemos que, por vezes, quando estamos numa dessas situações do SE ARREPENDIMENTO
MATASSE, estamos encarando um acontecimento inevitável que, num primeiro momento, não
parece bom. No entanto, ainda faz parte da escola desse mundo.
Criamos expectativas falsas de esperar resultados maravilhosos de onde eles nunca viriam de
qualquer jeito.
***
Arrependimento, de todas as formas, é aprendizado, é autoconhecimento, pois identificar algo que,
numa outra situação, faríamos diferente, é muito importante.
Deveríamos ter conosco, nesses momentos, um instrumento de gravação ou de anotação, para
registrar, com todas as letras e sons, as impressões e sentimentos, e não mais seguirmos por aquele
caminho.
É o primeiro passo rumo à possibilidade da reparação, que é o ajuste, o conserto. Colocar no lugar o
que nós mesmos tiramos.
Se tratamos mal alguém e nos arrependemos, imaginando que poderíamos ter escolhido melhor as
palavras, que poderíamos ter utilizado um tom um pouco mais ameno, a reparação deve se dar na
forma de um pedido sincero de desculpas, um reconhecimento do excesso cometido.
Também podemos oferecer algum gesto a mais de generosidade para essa pessoa. Devemos sempre
pensar em substituir um mal que fizemos por um bem.
Esse é apenas um exemplo. Cada um de nós encontrará a sua maneira, como o coração sentir e
indicar.
***
Conhecendo a realidade, cultivemos a coragem de identificar o erro, de nos arrependermos dele e,
ato contínuo, façamos a reparação.
Com a mente elevada às fontes sublimes da vida, desfrutemos emoções e pensamentos ideais, que
nos auxiliarão a não errar. Mas, se tal acontecer, eles ajudarão a nos arrependermos e recompormos,
reparando qualquer mal que tenhamosfeito, liberando-nos assim da culpa.
***
484

Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 41, tem uma reflexão oportuna com relação ao
arrependimento:
Depois que cometas um erro e tenhas consciência dele, começa a reabilitação.
Nada de entregar-te ao desalento ou ao remorso.
Da mesma forma como não deves insistir no propósito inferior, não te podes deixar consumir pelo
arrependimento.
Este tem somente a função de conscientizar-te do mal feito.
Perdoa-te, encoraja-te e dá início à tarefa de reequilíbrio pessoal, diminuindo e reparando os
prejuízos causados.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 9 do livro DESPERTE E SEJA FELIZ e cap. 41 de VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #arrependimento #perdão #autoperdão #remorso #responsabilidade #doutrinaespirita #psicologiaespirita
485

297 - SEGURANDO AS CORDAS


Há alguns anos, uma equipe de botânicos, desejando realizar uma experiência muito especial, se dirigiu à região dos
Alpes à procura de novas espécies de flores.
Depois de muitos dias de pesquisa, através de binóculos, eles encontraram uma flor extremamente rara, com valor
incalculável para a ciência.
Porém, havia uma dificuldade. Ela estava na parte inferior de uma encosta muito inclinada. Para pegá-la, alguém
precisaria descer amarrado a uma corda. Era, sem dúvida, uma tarefa de certo risco.
Buscando nas redondezas, os botânicos encontraram um menino e lhe perguntaram se, em troca de um bom
pagamento, ele não se proporia a buscar a flor. O garoto foi até o precipício, com seus olhos infantis mediu a boca
enorme da fenda, pensou um pouco e respondeu:
Se vocês esperarem um pouco, eu lhes darei a resposta. Volto logo.
Algum tempo depois ele retornou, seguido por um senhor com os cabelos já grisalhos. Aproximando-se do chefe da
expedição científica, ele disse:
Agora, estou pronto para descer e pegar a flor, se este homem segurar a corda. Ele é meu pai.
***
Confiança no Pai. Tão salutar para as nossas vidas seria se vivêssemos com confiança em Deus, nosso Pai. Confiança
que nos permitiria viver mais tranquilos, guardando a certeza de que a barca do planeta não anda à deriva. O Divino
Pai a conduz, atento e compassivo.
Se existem aparentes injustiças, guerras e rumores de guerra, fome e dor - o Pai está atento, tudo providenciando no
momento certo e oportuno, colocando as criaturas nos lugares exatos das suas necessidades espirituais.
Confiança que nos ensina que não devemos nos afadigar na precipitação, pois que há tempo da sementeira como há o
tempo da colheita.
Confiança que nos oferece forças para solucionar problemas em vez de afastá-los. Que nos permitiria olhar a dor com
outra configuração. Não como o espinho do resgate, mas a força-estímulo para a vida, desafio para o avanço e a
autorrealização.
Confiança que é dínamo gerador de poderosas energias, mediante as quais se estabelecem os contatos com as augustas
fontes da vida, donde fluem e refluem as forças que movem as montanhas das dificuldades.
Confiança que permite ao homem investir todos os valores e recursos de que pode dispor na programática que traça a
bem de si mesmo.
Confiança que lhe permite superar os receios, graças à luz que espanca todas as sombras.
Confiança que se transforma em coragem, nesse ardor que impele o homem a realizar alguma coisa e a algo fazer, em
benefício alheio.
Confiança em Deus, o Pai, que zela por nós e governa as nossas vidas.
***
Nos dias de luta, recordemos que Jesus, o doce Rabi Galileu, nos ensinou que tudo que pedíssemos ao Pai, em nome
dEle, o Pai nos concederia.
Recordemos ainda mais que o mesmo Jesus lecionou que nenhum pai dá uma pedra ao filho que lhe pede pão. Assim
também nosso Pai nos atenderá as rogativas, velando pelos nossos destinos.
Pensemos nisso e sigamos mais tranquilos na vida, guardando a certeza de que Deus é Pai e segura as cordas da sua
vida, de todas as nossas vidas.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 42 do livro CELEIRO DE BENÇÃOS, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco e cap. 45
do livro TERAPÊUTICA DE EMERGÊNCIA, por espíritos Diversos e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #confiança #fé #Deus #responsabilidade #prece #oração
486

298 - PROCURANDO VIRTUDES


Você acredita que ter virtudes é importante para um bom relacionamento?
E você costuma procurar virtudes nas pessoas com as quais convive?
Talvez você acredite que ter virtudes é importante e até as procure nas pessoas de sua relação, mas se
questione se essas qualidades não são escassas em alguns indivíduos.
Bem, se você está com essa problemática, talvez possamos pensar juntos sobre como tentar resolver esse
impasse.
Já houve algum momento em que você se interessou por algo, e passou a notar esse algo com mais frequência?
Por exemplo: se você resolve comprar um veículo de tal marca e tal modelo, começa a notar muitos desses
veículos circulando pelas ruas, o que não acontecia antes, não é mesmo?
Pois bem, isso é fruto do interesse, da atenção que você presta no objeto que procura.
Algo semelhante pode acontecer também com os defeitos, os vícios, as qualidades, os valores, as virtudes dos
indivíduos.
Se você observa uma pessoa à procura de defeitos, certamente vai perceber só defeitos, pois esse é o foco da
sua atenção.
Nem sempre isso quer dizer que a pessoa tenha os defeitos que você nota, mas suas lentes estão ajustadas
para ver defeitos.
Ao contrário, quando você ajusta seu olhar para detectar virtudes perceberá, sem dúvida, muitas delas.
***
Experimente fazer isso com alguém do seu círculo de relacionamento em quem você nunca percebeu nenhuma
virtude. Comece a observar com olhos de ver e encontrará virtudes.
Isso fará com que seu conceito sobre essa pessoa se modifique para melhor.
Esse é um bom exercício para quem deseja tornar sua vida de relação mais harmônica.
Não existe uma pessoa no mundo que não tenha pelo menos uma virtude, uma qualidade. Basta procurar.
E quando passamos a ver qualidades nas pessoas que convivem conosco, o relacionamento se torna mais
agradável.
Para ajudar nessa procura por boas qualidades, vamos citar algumas delas:
Paciência, pontualidade, boa vontade, alegria, otimismo, responsabilidade, organização, respeito, espírito de
equipe, discrição, lealdade, honestidade, senso de justiça, disposição, sinceridade, tolerância.
Às vezes, implicamos com uma pessoa apenas porque ela pensa diferente de nós e por isso a rotulamos e a
excluímos do nosso círculo de amizades.
Outras vezes, o simples fato de não simpatizarmos com alguém já basta para nos afastar e evitar aproximações.
E se viver em sociedade é condição natural dos seres humanos, importante que procuremos viver bem com as
demais pessoas.
***
Façamos esse importante exercício de procurar virtudes.
E o mérito será maior quanto mais difícil for para encontrá-las e lhes dar o devido valor.
Afinal, virtudes são como jóias valiosas, é preciso descobri-las e saber apreciá-las.
Que tal essa proposta?
Pense nisso, afinal, você não tem nada a perder. Pelo contrário, tem muito a ganhar.
Como? Ora, tornando sua vida de relação mais agradável e contribuindo com seu tijolo de otimismo nessa
construção chamada sociedade.
Um dia, um Sábio de Nazaré disse: Quem tem olhos de ver, veja.
Pense nisso, ajuste suas lentes, e seja um garimpeiro de virtudes!
***
Extraído da Redação do Momento Espírita
***
#momentoespirita #virtudes #defeitos #autoconhecimento #autodescobrimento #comportamento
#paciência #responsabilidade
487

299 - ESCOLHER ENTRE RAZÃO OU CORAÇÃO


O Espiritismo ensina que todos os Espíritos são criados por Deus em estado de ignorância e simplicidade.
Eles possuem o embrião de todas as virtudes. Mas necessitam das experiências da vida para desenvolver o
seu infinito potencial.
No Universo não há privilégios ou injustiças.
Cada qual ocupa uma posição adequada ao seu estágio evolutivo e às suas necessidades de aprendizado.
Na jornada para a plenitude, as asas do conhecimento e da moralidade gradualmente despontam em toda
criatura.
Mesmo quem hoje parece um pervertido adquirirá a máxima pureza. Tudo é uma questão de tempo e de
esforço.
A criatura que parece privilegiada pela vida, na verdade, trabalhou mais o seu interior.
Talvez seja mais velha do que as demais, por ter sido criada antes. Mas, certamente, já trabalhou muito.
Afinal, o mero passar do tempo pouco ensina.
É o que ocorre em uma escola.
De nada adianta o aluno ser mais velho do que os demais de sua classe. Se não aprende a lição, não é
promovido para a etapa seguinte.
A angelitude é um estado de consciência de quem muito conhece e muito ama.
***
Frequentemente, se ouve falar de embates entre a razão e o sentimento.
Em face de determinada situação, a criatura não sabe qual rumo tomar.
Seu coração anseia por determinada solução, mas a razão aponta para outra saída.
Esse gênero de dúvida revela a pouca compreensão que ainda temos da finalidade da vida.
Ninguém nasce a passeio ou apenas para realizar fantasias.
Todos trazemos uma programação a cumprir, que invariavelmente visa a nossa evolução, o nosso
aperfeiçoamento.
O objetivo de nossa vida sempre será o desabrochar do anjo que em nós reside.
Esse objetivo identifica-se com a aquisição da sabedoria e do amor.
Ocorre que amor não é sinônimo de desejo.
Essa sublime energia rege o Universo.
Ela desperta em nós o ideal de auxiliar o próximo a ser feliz.
Mas a razão nos diz que a felicidade depende do dever bem cumprido.
Ninguém pode ser genuinamente feliz com a consciência pesada.
Assim, o coração e a razão nunca entram em contradição, para quem compreende o seu real papel em face
da vida.
***
Nossos amores não nos pertencem.
Eles são filhos do Divino Pai, que os criou para uma meta transcendente e maravilhosa.
Nosso papel é o de ajudá-los a atingir essa meta tão sublime.
Amar não implica ser conivente ou livrar o próximo do trabalho que lhe compete.
Amar não significa manter o ser amado ao nosso lado, quando ele deseja viver outras experiências.
Amar é auxiliar a ser feliz, a ser melhor, a crescer para Deus.
A RAZÃO lúcida ilumina e dirige o coração.
488

O CORAÇÃO que aprendeu a amar suaviza e dulcifica o raciocínio.


A sabedoria e o amor são duas energias que se complementam, na perfeita harmonia da vida.
Nem determinações duras e implacáveis, nem pieguice e conivência com equívocos.
Quem ama e sabe, educa e ampara.
Acalenta, mas liberta.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 115 e seguintes do LIVRO DOS ESPÍRITOS, por Allan Kardec
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #evolução #espiritos #razão #compreensão #amor #doutrinaespirita
489

300 - NÃO SEJAMOS DE VIDRO


O MELINDRE costuma causar estragos nas relações humanas, por excesso de sensibilidade, amizades são
rompidas e grupos se desfazem.
Existem pessoas que se ofendem com muita facilidade, pois identificam intenções ofensivas nas coisas mais
corriqueiras.
Uma simples brincadeira ou uma palavra mal escolhida podem fazê-las se sentirem gravemente ofendidas.
Criaturas assim ficam sempre atentas aos atos e dizeres dos outros.
Se encontram qualquer coisa, remotamente parecida com uma crítica, se melindram.
Esse modo específico de sentir revela uma grande vaidade.
Essas pessoas se imaginam o centro das atenções aonde quer que se encontrem.
Justamente por isso, acreditam que tudo o que é feito ou dito à sua volta se refere a elas.
Porém, a realidade é que investimos muito pouco tempo nos preocupando com os demais.
Cada um de nós tem sua vida e seus problemas.
Portanto, a não ser que a pessoa seja uma sumidade em determinada área, um artista, desportista, ou figura
social de destaque, provavelmente, os que a rodeiam não se preocupam, particularmente, com seus atos.
***
Fora do nosso grupo familiar, raramente alguém se detém a esmiuçar nosso proceder.
E quando o faz, é por breve tempo.
Então, não nos imaginemos o centro do mundo.
Os outros não falam ou agem com o firme propósito de nos agredir, de nos ofender.
Eles nem pensam muito em nós.
Não sejamos de vidro no trato com os semelhantes.
Não vejamos ofensas onde elas não existem.
Preocupemo-nos, sim, com a essência das coisas.
O corre-corre do mundo moderno nem sempre permite que tudo seja dito ou feito com a suavidade desejável.
Certamente, nós também, inúmeras vezes, proferimos palavras sem desejar que firam a quem quer que seja. Mas
acontece.
Muitos de nossos atos e palavras podem ser mal interpretados.
***
Ocorre que quem procura razão para se sentir ofendido certamente vai acabar encontrando.
Pois isso se trata, principalmente, de um estado de espírito.
Conscientizemo-nos dessa realidade.
Não nos imaginemos mais importantes do que somos.
Vivamos com leveza.
Se alguém criticar algo que tenhamos feito, não nos ofendamos.
Não tornemos tudo pessoal.
A crítica nem sempre é destrutiva.
Aceitemos que, às vezes, erramos. As observações dos amigos podem nos auxiliar a sermos melhores.
Procuremos tolerar sem melindre, mesmo alguma observação maliciosa a nosso respeito.
Em um ambiente descontraído, com frequência, alguém é motivo de piadas.
Trata-se de uma dinâmica especial de certos locais.
E a intenção raramente é ofender.
490

Tanto é assim que se altera constantemente o alvo da troça. É necessário que os participantes de um grupo ou
meio social tenham certa liberdade uns com os outros.
Evidentemente, sem ultrapassar limites.
Sem uma certa dose de sinceridade e espontaneidade, resta somente a formalidade e a hipocrisia.
Em um clima hipócrita, nada de real se cria e ninguém se sente seguro e à vontade.
Assim, sejamos leves em nosso viver.
Não nos ofendamos a todo instante, por tudo e por nada.
Isso apenas nos isolará dos demais, sem qualquer resultado útil.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 75, tem um conselho oportuno sobre O MELINDRE:
Afugenta o melindre da área do teu comportamento pessoal.
Sempre encontrarás pessoas simpáticas como inamistosas pelo caminho por onde segues.
Não vale a pena melindrar-se, remoendo insatisfação.
Toda marcha está sujeita a tropeços e dificuldades, que constituem desafio e emolução para o avanço.
Uma jornada sem problemas torna-se monótona e desmotivadora.
Tu cresces em razão das lutas que enfrentas.
Permanece, pois, de bom humor sempre, mesmo diante das pessoas congeladoras ou agastantes.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 75, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #comportamento #melindre #sinceridade #conselhos #emoções #psicologiaespirita
#PsicologiaEspírita #sentimentos
491

301 - CULTIVAR A BOA VONTADE E A SIMPATIA


Um homem adquiriu uma fazenda, e dias depois encontrou-se com um de seus novos vizinhos.
- O senhor comprou esta propriedade? - Perguntou-lhe o vizinho em tom quase agressivo.
- Comprei-a sim, meu amigo!
- Pois sinto lhe dizer que vai ter sérios aborrecimentos. Com as terras, comprou também uma questão
nos tribunais.
- Como assim? Não compreendo!
- Vou explicar. Existe uma cerca, construída pelo proprietário anterior, fora da linha divisória. Não
concordo com a posição dessa cerca. Desejo defender os meus direitos, e assim irei fazer!
- Peço-lhe que não faça semelhante coisa - pediu o novo vizinho - acredito na sua palavra. Se a cerca
não está no lugar devido, iremos e consertaremos tudo de comum acordo.
- O senhor está falando sério? - Exclamou o antigo morador.
- É claro que estou!
- Pois se é assim - respondeu o reclamante - deixemos a cerca onde está. O senhor é um homem honrado
e digno. Faço mais questão de sua amizade do que de todos os alqueires de terra.
Assim, os dois vizinhos tornaram-se amigos inseparáveis.
***
Que virtude magnífica é a BOA VONTADE!
Quantos conflitos poderão ser evitados, se nosso coração aprender a ouvir, a entender um pouco o outro.
Que virtude magnífica é a simpatia! Essa maneira alegre e respeitosa de receber as pessoas, quando
podemos exercitar a gentileza, quando podemos exercitar o sorriso.
Tais virtudes estão dentro de uma maior, a MANSIDÃO.
A mansidão que não permite que a ira encontre guarida em nossa alma.
A mansidão que não se enfada por bagatelas, e nem toma como ofensa o que na realidade não é.
A mansidão que nos prepara para o perdão, evitando qualquer pensamento de vingança.
A mansidão que nos ensina a ser afáveis, gentis com todos, para que assim possamos colher bons frutos.
Aqueles que são simpáticos, aqueles que são gentis, naturalmente são mais amáveis, isto é, mais fáceis
de serem amados.
Aqueles que procuram resolver as crises através do diálogo equilibrado, da boa vontade, facilmente
escapam de criar para si inimigos, e assim vivem mais felizes.
Dessa forma, recebamos sempre com simpatia e boa vontade aqueles que se aproximam de nós.
Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra.
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.
Jesus foi a lição maior de brandura, de mansuetude.
Seu bondoso coração encontrou resistências sem fim na alma dos homens da Terra. Foi injuriado,
desrespeitado, agredido, mas conservou-se sempre pacífico e calmo.
Que seu exemplo possa inspirar a modificação de nossas vidas, direcionando-as para a conquista de mais
essa virtude.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. BOA VONTADE, do livro LENDAS DO CÉU E DA TERRA, de Malba Tahan, ed. Record, e
cap. XI, do livro O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO de Allan Kardec
***
#momentoespirita #evangelhosegundooespiritismo #comportamento #boavontade #conselhos #pacíficos #pacificos
#bemaventurados #bemaventuranças #bemaventurancas
492

302 - AGIR SEMPRE COM BOM SENSO


Como você costuma buscar a solução para os problemas que surgem na sua vida?
Talvez esta pergunta pareça tola, mas o assunto é de extrema importância quando desejamos corrigir
o passo e evitar novos tropeços.
O que geralmente acontece, quando desejamos resolver algum problema, é fazer exatamente o
caminho mais difícil.
No entanto, como o sucesso da ação depende do meio utilizado ou da estratégia criada para a solução,
vale a pena pensar um pouco sobre nossa forma de agir.
Por vezes, nos movimentamos freneticamente para um lado e para o outro, e esquecemos de que
movimentos desordenados não nos levarão a lugar nenhum.
Movimentar-se nem sempre significa agir com discernimento.
Comumente confundimos a urgência com a pressa, e atropelamos as coisas.
A situação pode exigir atitudes urgentes, o que não significa apressadas.
Quando agimos apressadamente, sem fazer uso da razão, é mais fácil o equívoco. Quando agimos sob
o domínio da emoção, o resultado é quase sempre desastroso.
***
A emoção não é boa conselheira, quando se trata de resolver questões urgentes.
Um exemplo pode tornar mais fácil a nossa compreensão.
Se uma cobra venenosa nos morde e inocula seu veneno em nosso corpo, o que fazer?
Uns saem correndo atrás da víbora para matá-la, e acabar de vez com o problema, numa atitude insana
de vingança.
Seria essa a decisão acertada?
A movimentação só faria o veneno se espalhar rapidamente pela corrente sanguínea, piorando as coisas.
No entanto, a ação mais eficaz seria buscar ajuda o mais breve possível, para evitar danos maiores.
Mas nem sempre a ira nos permite agir sensatamente.
Se uma pessoa nos ofende ou nos contraria frontalmente, geralmente revidamos ou mantemos o efeito
do veneno durante dias, meses ou anos...
Ressentimento quer dizer sentir e voltar a sentir muitas vezes.
Quando isso acontece, a mágoa vai se tornando cada vez mais viva e mais intensa.
A ação mais acertada, neste caso, não seria tratar de eliminar o veneno de nossa intimidade?
***
Para tomar decisões lúcidas, é preciso fazer uso da razão, e não se deixar levar pela emoção.
Quando a emoção governa nossas ações, geralmente o arrependimento surge logo em seguida.
Assim sendo, é importante pensar bem antes de agir para evitar que, em vez de solucionar os problemas,
os compliquemos ainda mais.
Se, num momento crítico, a emoção nos tomar de assalto, é melhor sair de cena por alguns instantes,
ou deixar que os ânimos se acalmem, antes de qualquer atitude.
Quando agimos com calma, fazendo uso da razão, é mais fácil encontrar soluções definitivas, em vez
de piorar as coisas.
Lembre-se de que, em vez de correr atrás da cobra que nos mordeu, é mais racional buscar a solução
do problema.
Quando você estiver às voltas com um problema qualquer, lembre-se de que a solução ou a
complicação dependerá da sua ação.
Por isso, busque tomar a decisão mais favorável à resolução.
Lembre-se, ainda, de que a pressa nem sempre é boa conselheira e procure agir com sabedoria, que é
sinal de bom senso.
***
493

Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 95, tem conselhos oportunos no sentido de cultivarmos o Bom
Senso:
Refreia os impulsos, que procedem dos instintos desgovernados, e age sob o comando da razão.
É verdade que o sentimento bom deve derreter o gelo da lógica racional, no entanto, muitas vezes, a
frieza da emoção ou a sua loucura agressiva necessitam da vigilância do raciocínio.
Cérebro e coração devem atuar juntos, proporcionando as vantagens do equilíbrio e do comedimento,
em favor de uma vida sadia.
Ouve com o sentimento e age com a razão, dosando bem a participação de cada um.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA FELIZ, 95, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #calma #comportamento #prudencia #conselhos #bomsenso #bemaventurados
#equilibrio #autocontrole
494

303 - QUANDO TOMAR DECISÕES?


Tomamos decisões a todo instante.
Escolhas, palavras, ações, multiplicam-se em nosso dia a dia.
Curioso como a grande maioria delas precisamos tomar assim, no calor do momento, sem pensar muito, deixando,
muitas vezes, que a força das circunstâncias decida por nós.
Aqui vai um grande alerta, um conselho dos que viveram mais do que nós, dos que estiveram nas mesmas estradas
que agora trilhamos:
Não tomes decisões quando estejas emocionalmente alterado, sem o discernimento próprio para esse desiderato,
porque o resultado será sempre perturbador.
A precipitação é companheira do desastre.
Primeiro, acalma-te, para depois assumires o comportamento compatível com a ocorrência em pauta.
Dessa forma, busquemos em nossa alma todo o conhecimento que já detenhamos, toda orientação moral que
recebemos até este momento.
Busquemos, em nós mesmos, os conselhos da consciência, da voz das leis divinas.
Procuremos os mais sábios. Aqueles em quem confiamos. Todos os temos em nossas vidas.
Sempre haverá quem nos ofereça uma boa palavra, apresentará uma visão mais ampla de uma situação que, por
vezes, enxergamos apenas por um ângulo muito pessoal.
***
A hora certa das decisões é a hora da ponderação, a hora do pensamento que refletiu com seriedade, e não o
momento do impulso, da agitação, das emoções à flor da pele.
Percebamos no mundo quantas decisões imprudentes, tomadas em segundos, levaram a dores de séculos.
Sofrimentos desnecessários, que poderiam ter sido evitados se houvesse um pouco mais de autocontrole no
espírito humano.
Palavras que foram pronunciadas na hora indevida, com vibração incorreta. Gestos que feriram, que ocasionaram
inimizades, conflitos que dificilmente serão esquecidos. Ações que nos colocam em ciclos de ódio e de vingança
por tempos indeterminados.
Não culpemos os instintos. Não culpemos o outro. Não culpemos nem a nós mesmos.
Culpa apenas prende. Culpa apenas cristaliza sentimento nocivo.
Tomemos conta de quem somos. Sejamos senhores de nossas emoções. Assumamos as rédeas de uma vez por
todas.
A hora certa das decisões é a hora da oração, do humilde pedido de auxílio a Deus, que sempre nos envia resposta
e socorro no momento preciso.
A hora certa das decisões é a hora da cabeça boa, nem quente nem fria, mas entendedora da vida e de seus
mecanismos.
***
Esta é uma vida de lutas, de provações, de aprendizados. Evitemos criar as expectativas ingênuas de uma vida
sem embates, sem desafios e contrariedades.
As situações hodiernas sempre irão nos testar, sempre irão nos apresentar cenários, situações-problema, como
se estivéssemos em constante prova.
Este é o panorama do Planeta Terra de hoje. A escola das provas e das expiações.
Saber decidir com sabedoria é uma arte - poderíamos muito bem afirmar.
A hora certa das decisões é a hora do coração em paz e da mente lúcida.
Aguardemos, ponderemos, sempre que possível.
Acostumemo-nos a agir e deixemos de reagir.
A hora certa de tomar decisões é aquela que nos aproxima do bem.
495

***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 62, tem conselhos oportunos para quando precisamos tomar decisões:
Tua experiência é um valor que logras através do tempo, vivendo as lições da vida, no teu processo de evolução.
Estrada percorrida, caminho conhecido.
Face a tal conquista, descobres que há uma grande distância entre a teoria e a prática.
Medita mais, antes de agires, tomando decisões tranquilas e alentadoras.
Quando ages por impulso, estás sujeito a erros graves.
Há acontecimentos que sucedem no momento próprio, no entanto, é o homem sábio quem estabelece a hora para
as realizações superiores.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Livro VIDA PLENA, 3, e livro VIDA FELIZ, 62, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #calma #comportamento #prudencia #decisoes #bomsenso #decisões #equilibrio
#provas #autocontrole
496

304 - CULTIVAR A FÉ E O DEVER


A fé em Deus é imensamente comum.
Embora sob distintas denominações e formas, a imensa maioria dos homens afirma crer na Divindade,
contudo, seu agir e seu sentir nem sempre espelham essa crença.
Deus é a suprema e soberana inteligência, ilimitado em Seus poderes e virtudes e, também, é
infinitamente poderoso, sábio, justo e bondoso.
Saber que a Divindade está no controle de tudo possui o condão de modificar a percepção de
prioridades das criaturas.
Como a Justiça Divina é perfeita e impera no Universo, cada qual receberá o que necessita e merece.
Assim, não é necessário passar a existência na intransigente defesa do próprio espaço.
Sem dúvida, não é viável ser ingênuo ou preguiçoso e deixar de cuidar de si.
Apenas não é necessário angustiar-se pelas contingências da vida.
***
Quem crê em Deus tem condições de desenvolver tranquilidade interior.
Afinal, é convicto de que o Soberano poder impõe ordem no Universo.
Deposita fé na bondade e na justiça Divinas e sabe que sem a permissão celeste nada ocorre.
Justamente por isso, a atenção do crente deixa de estar em seus direitos para residir em seus deveres.
Por saber que o mérito preside os destinos das criaturas, cuida de ser o melhor possível.
Tem fé no futuro, razão pela qual coloca os bens espirituais acima dos materiais.
Sabe que as vicissitudes da vida são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Possuído do ideal da fraternidade, faz o bem sem esperar recompensas.
Encontra satisfação em ser útil e bondoso, em fazer ditosos os outros.
É benevolente para com todos, independentemente de credo, cor ou raça, pois sabe que todos os
homens são filhos de Deus e Seus irmãos.
Respeita as convicções sinceras dos semelhantes e não condena quem pensa diferente.
***
Quando ofendido, procura perdoar por compreender as dificuldades dos irmãos de jornada.
Jamais se vinga, ciente de que toda justiça repousa nas mãos do Criador.
É indulgente para as fraquezas alheias, por saber que também necessita de indulgência.
Não se ocupa dos defeitos alheios, mas dos seus.
Estuda as próprias imperfeições, a fim de se melhorar.
Consciente do olhar de Deus sobre si, cuida de ser digno em todos os momentos de sua vida, mesmo
os mais íntimos.
Usa, mas não abusa, de seus bens, por ser consciente de que são apenas empréstimo da Divindade.
Utiliza seu tempo livre em atividades úteis, fazendo-se um agente do progresso no mundo.
***
Talvez esses deveres pareçam excessivos, mas não representam um peso para quem realmente
acredita em Deus.
Constituem consequência natural da certeza da existência de um ente superior, pleno de bondade,
justiça e poder.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Item 3 do cap. XVII do livro O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO de Allan Kardec
***
#momentoespirita #evangelhosegundooespiritismo #comportamento #dever #fé #bondade #equilibrio
#autocontrole #justicadivina #Deus
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305 - A ESCOLHA DE JESUS


Segundo a narrativa evangélica, pouco antes de ser preso, Jesus deu várias instruções a Seus discípulos.
Alertou-os sobre os perigos da jornada, incentivou-os, orientou-os.
Em dado momento, Judas Tadeu indagou-Lhe:
- Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós e não ao mundo?
A perplexidade do Apóstolo tinha razão de ser.
Um dos fatos mais surpreendentes do Cristianismo é a posição escolhida pelo Salvador.
A fim de anunciar as verdades eternas, Jesus não busca posição de destaque.
Ele não aparece em decretos sensacionais ou em troféus revolucionários.
Não surge no mundo em um palácio, tendo príncipes por pais.
Sequer na riqueza procura Se colocar.
Imagina-se que uma posição privilegiada lograria favorecer Sua tarefa.
Mas Jesus chega em paz à manjedoura simples.
Exemplifica o trabalho e conversa com alguns homens obscuros de uma aldeola singela.
Apenas com isso, prepara a transformação da Humanidade inteira.
***
Para o mundo incrédulo e materialista, todavia, a pergunta de Tadeu ainda é de plena atualidade.
As criaturas vulgares só entendem os que se impõem aos demais.
Apenas compreendem espetáculos que ferem a visão.
Impressionam-se tão só com os gestos teatrais dos que dominam por um dia.
Contudo, esquecem-se de que o poder mundano sempre possui a marca da transitoriedade.
Todos os que o exercem caminham para o túmulo e para o esquecimento.
Jesus, todavia, falou à alma imortal.
Além disso, provou não ser necessária a evidência social ou econômica para o serviço de utilidade a Deus.
Com reduzidos recursos externos, modificou o mundo.
Para tal, bastaram-lhe os princípios edificantes e simples, uma aldeota sem nome e alguns poucos amigos.
***
O homem de boa vontade sabe que foi esse o material com que o Cristo iniciou a remodelação da vida
terrestre.
Essa constatação enseja vastas reflexões.
Muitas vezes, as criaturas clamam contra a Providência.
Reclamam que possuem pouco ou são muito exigidas.
Sustentam desejar fazer e viver o bem, mas que a vida não as auxilia.
Entendem que somente com grandes facilidades conseguiriam cumprir o papel que lhes cabe.
Em sua visão, apenas com dinheiro, beleza e benefícios, os mais diversos, poderiam seguir um caminho
ascendente.
Entretanto, olvidam-se do exemplo de Jesus.
Ele demonstrou ser necessário bem pouco para fazer o que realmente importa.
Assim, quem exige ou espera grandes recursos está focado em questões transitórias.
Embora o discurso possa ser outro, desejam atender seus apetites e brilhar no mundo.
Caso desejem realmente ser úteis, os recursos de que dispõem são suficientes.
Para aprender a perdoar, a servir e a entender, as necessidades não são vastas.
Para fazer o genuinamente importante, pouco costuma bastar.
Pensemos nisso.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: Basta Pouco)
Referência: Cap. 134 do livro CAMINHO, VERDADE E VIDA por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #Jesus #comportamento #dever #natal #bondade #equilibrio #perdão #entendimento
498

306 - UM CONTO DE NATAL


A história é simples, mas comovedora. Tudo começou porque Mike odiava o Natal. Claro que
não era o verdadeiro sentido do Natal, mas seus aspectos comerciais.
Os gastos excessivos, a corrida frenética na última hora para comprar presentes para alguém
da parentela de que se houvesse esquecido.
Sabendo como ele se sentia, certo ano a esposa decidiu deixar de lado as tradicionais
camisetas, casacos, gravatas e coisas do gênero. Procurou algo especial só para Mike.
A inspiração veio de uma forma um tanto incomum. O filho Kevin, que tinha doze anos na época,
fazia parte da equipe de luta livre da sua escola.
Pouco antes do Natal, houve uma disputa especial contra uma equipe patrocinada por uma
Associação da parte mais pobre da cidade.
Esses jovens usavam tênis tão velhos que a impressão que passavam é de que a única coisa
que os segurava eram os cadarços.
Contrastavam de forma gritante com os outros jovens, vestidos com impecáveis uniformes
azuis e dourados e tênis especiais novinhos em folha.
Quando a competição acabou, a equipe da escola de Kevin tinha arrasado com eles.
Foi então que Mike balançou a cabeça triste e falou:
- Queria que pelo menos um deles tivesse ganho. Eles têm muito potencial, mas uma derrota
dessas pode acabar com o ânimo deles.
Mike adorava crianças. Todas as crianças. E as conhecia bem, pois tinha sido técnico de times
mirins de futebol, basquete e vôlei.
***
Foi aí que a esposa teve a ideia. Naquela tarde, foi a uma loja de artigos esportivos e comprou
capacetes de proteção e tênis especiais que enviou, sem se identificar, para a Associação que
patrocinava aquela equipe.
Na véspera de Natal, deu ao marido um envelope com um bilhete dentro, contando o que tinha
feito e que esse era o seu presente para ele.
O mais belo sorriso iluminou o seu rosto naquele Natal. No ano seguinte, ela comprou ingressos
para um jogo de futebol para um grupo de jovens com problemas mentais.
No outro, enviou um cheque para dois irmãos que tinham perdido a casa em um incêndio, na
semana anterior ao Natal.
O envelope passou a ser o ponto alto do Natal daquela família.
Os filhos deixavam de lado seus brinquedos e ficavam esperando o pai pegar o envelope e
revelar o que tinha dentro.
As crianças foram crescendo. Os brinquedos foram sendo substituídos por presentes mais
práticos, mas o envelope nunca perdeu o seu encanto.
Até que Mike morreu. Chegou a época do Natal e a esposa estava se sentindo muito só. Triste.
Quase sem esperanças.
Mas, na véspera do Natal, ela preparou o envelope como sempre.
Para sua surpresa, na manhã seguinte, havia mais três envelopes junto dele. Cada um dos
filhos, sem um saber do outro, havia colocado um envelope para o pai.
***
O verdadeiro espírito do Natal se chama amor e no momento especial em que se reprisa, nos
quadros da Terra, nos possibilita o exercício da nossa capacidade maior de doação.
499

Muito além dos presentes, da ceia, do encontro familiar, comemorar o Natal significa viver a
mensagem do Divino Aniversariante, lançada há mais de dois mil anos e que até hoje
prossegue ecoando nos corações...
***
E Joanna de Ângelis, no livro ESPÍRITO E VIDA, 60, nos aconselha, com relação ao NATAL:
O Natal é dádiva do Céu à Terra como ocasião de refazer e recomeçar.
Detém-te a contemplar as criaturas que passam apressadas. Se tiveres olhos de ver percebê-
las-ás tristes, sucumbidas, como se carregassem pesados fardos, apesar de exibirem tecidos
custosos e aparência cuidada. Explodem facilmente, transfigurando a face e deixando-se
consumir pela cólera que as vence implacavelmente.
Todas desejam compreensão e amor, entendimento e perdão, sem coragem de ser quem
compreenda ou ame, entenda ou perdoe.
Espalha uma nova claridade neste Natal, na senda por onde avanças na busca da Vida.
Engrandece-te nas pequenas doações, crescendo nos deveres que poucos se propõem
executar.
Desde que já podes dar os valores amoedados e as contribuições do entendimento moral,
distribui, também, as jóias sublimes do perdão aos que te fizeram ou fazem sofrer.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 60 do livro ESPÍRITO E VIDA, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #Jesus #comportamento #compreensão #natal #bondade #equilibrio #entendimento
#caridade
500

307 - A LUZ DO NATAL


Cintilância não é sinônimo de harmonia e paz.
Há claridade nos incêndios destruidores que consomem vidas e bens.
Resplendor sinistro transparece nos bombardeios que trazem a morte.
Reflexos radiosos surgem do lança-chamas.
Relâmpagos estranhos assinalam a movimentação das armas de fogo.
No Evangelho, porém, é diferente.
Comentando o Natal, o Evangelista Lucas assevera que o Cristo é a luz para iluminar as nações.
O Mestre não chegou impondo normas ao pensamento religioso.
Não interpelou governantes e governados sobre processos políticos.
Não disputou com os filósofos quanto às origens do homem.
Também não concorreu com os cientistas na demonstração de aspectos parciais e transitórios
da vida.
Contentou-se em fazer luz no Espírito eterno.
Seu ministério endereçava-se aos povos de todo o mundo.
Mas Ele não marcou Sua presença com expressões coletivas de poder.
Absteve-se de movimentar e formar exércitos e sacerdócio, armamentos e tribunais.
Preocupou-se com o que de fato interessava.
Trouxe claridade para todos, projetando-a de si próprio.
Revelou a grandeza do serviço à coletividade por intermédio da consagração pessoal ao bem
infinito.
***
Nas reminiscências da época do Natal, medite sobre o roteiro que você elegeu.
A quê ele o conduz?
Você tem luz suficiente para a marcha?
Que espécie de claridade está acendendo em seu caminho?
Fuja ao brilho fatal dos curtos-circuitos da cólera.
Não se contente com a lanterninha da vaidade que imita o pirilampo de voo baixo dentro da
noite.
Apague a labareda do ciúme e da discórdia que atira corações aos precipícios do crime e do
sofrimento.
Também não confunda o período natalino com o brilho dos enfeites das lojas.
Em breve, essa cintilação se extinguirá, mas você permanecerá em sua jornada.
Aproveite a habitual pausa de final de ano para refletir com profundidade sobre sua vida.
Identifique as opções que lhe orientam os caminhos.
Raciocine sobre os hábitos por você mantidos e que revelam seu mundo íntimo para os
semelhantes.
Estarão eles de acordo com os ensinamentos do Divino Mestre?
***
Jesus disse que Seu jugo era leve e ofereceu a Sua paz.
Na sequência, revelou-se como o Caminho da verdadeira vida, e fez o convite.
Quem quisesse, deveria tomar sua cruz e segui-lO.
Tomar a própria cruz e caminhar com o Mestre significa imitar Seus luminosos exemplos.
Não há felicidade nos distúrbios e no erro.
Os resplendores da vida terrena bem cedo produzem enfado.
501

***
Se você procura o Mestre Divino e a experiência cristã, para além das ilusões do mundo, pare
e reflita.
Lembre-se de que há na Terra clarões que ameaçam, perturbam, confundem e anunciam
arrasamento.
Ser cristão, desfrutar de Sua sublime paz, implica cooperar com Ele.
Para isso, é necessário dispor-se a extinguir as trevas, acendendo em si próprio aquela sublime
luz para iluminar.
É indispensável dispor-se a amar e servir, fazendo disso um hábito, pela repetição incessante.
Pensemos nisso.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 44 do livro SEGUE-ME!, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier
***
#momentoespirita #Jesus #comportamento #compreensão #natal #bondade #equilibrio #entendimento
#caridade
502

308 - DOAÇÃO DE ÓRGÃOS


O doador é alguém que esquece de si mesmo para pensar no outro.
Existem doações de todas as espécies. Desde aquelas que nos levam a doar o que abunda em
nossos armários, sejam roupas, calçados, utensílios, alimentos.
Até aquelas mais especiais em que nos devotamos a doar algo que nos pertence, ao menos
temporariamente, de uma forma mais íntima.
Um dos exemplos é a doação de sangue, elemento sempre necessário para atendimentos
médicos de variada ordem.
Certa vez, um senhor que estava voltando do laboratório onde costumava doar sangue, foi
chamado ao telefone, no seu escritório.
Era a esposa lhe informando do acidente ocorrido com o filho, que estava fora de perigo graças
à atuação rápida do setor de emergência. E uma transfusão de sangue.
Naquele momento, o homem se comoveu, agradecendo ao doador anônimo o seu
desprendimento. E também ao pensar nas outras vidas que o seu próprio sangue poderia vir a
salvar, em algum momento.
***
Juntamente com as transfusões sanguíneas, os transplantes de órgãos constituem um dos
avanços mais significativos da medicina.
Devido ao progresso tecnológico, é possível o transplante de córnea, ossos, pele, cartilagens,
vasos e até mesmo de rins, pulmão, fígado e coração.
Algumas pessoas se mostram preocupadas com a situação do doador após a morte.
Temos aprendido que o Espírito sobrevive à morte e mantém sua aparência, sua psicologia,
sua individualidade.
Isso faculta alguns questionamentos:
- O Espírito sentirá dores na retirada de órgãos para a doação?
- O seu corpo espiritual, o perispírito, ficará mutilado?
Normalmente, o ato cirúrgico não implica em dor para o Espírito desencarnado.
O processo da morte impõe uma espécie de anestesia geral ao doente, com reflexos no Espírito,
que tende a dormir nos momentos cruciais da grande transição.
Além disso, o perispírito não sofre mutilação alguma com a doação de órgãos.
Se pensarmos em doar córneas, por exemplo, não fiquemos receosos de nos encontrarmos cegos,
no mundo espiritual, pois isso não acontece.
***
O único cuidado que se deve tomar na questão do transplante, é o de não acelerar a morte clínica
dos acidentados no desejo de salvar outras vidas.
Os Espíritos nos ensinam que cada segundo de vida no corpo físico é um instante precioso para
o Espírito encarnado.
Pensemos um pouco nas vidas que podemos ajudar a salvar, ao doar sangue regularmente, ou
ao permitir que, após a nossa morte, partes do nosso corpo venham a ser úteis para outras
pessoas.
Lá pelos idos de 1982, indagado a respeito da doação de órgãos, esclareceu Chico Xavier:
- Sempre que a pessoa cultive desinteresse absoluto em tudo aquilo que ela cede para alguém;
sem perguntar ao beneficiado o que fez da dádiva recebida, sem desejar qualquer
remuneração; nem mesmo aquela que a pessoa humana habitualmente espera com o nome de
compreensão; sem aguardar gratidão alguma, isto é, se a pessoa chegou a um ponto de
503

evolução em que a noção da posse não mais a preocupa, esta criatura está em condições de
doar.
Pensemos nisso.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. DOAÇÃO DE ÓRGÃOS do livro CHICO DE FRANCISCO, de Adelino da Silveira
***
#momentoespirita #doador #doacaodeorgaos #caridade #vidaaposamorte #aprendizado #reflexão
#transplante
504

309 - SER ÚTIL PARA ALGUÉM


Você já se sentiu alguma vez como um zero à esquerda, ou seja, sem valor algum?
Você pode responder que não, mas outras tantas pessoas já tiveram o seu dia de baixa autoestima.
São aqueles dias em que a gente olha ao redor e não consegue ver nada em que possamos ser úteis.
No entanto, e por essas mesmas razões, há sempre alguém que precisa de você.
Há pessoas caladas que precisam de alguém para conversar.
Há pessoas tristes que precisam de alguém que as conforte.
Há pessoas tímidas que precisam de alguém que as ajude a vencer a timidez.
Há pessoas sozinhas que precisam de alguém para conversar.
Há pessoas com medo que precisam de alguém para lhes dar a mão.
Há pessoas fortes, mas que precisam de alguém que as faça pensar na melhor maneira de usar a sua força.
Há pessoas habilidosas que precisam que alguém as ajude a descobrir a melhor maneira de usar sua habilidade.
Há pessoas que julgam não saber fazer nada e que precisam de alguém que as ajude a descobrir o quanto
podem fazer.
Há pessoas apressadas que precisam de alguém que lhes mostre tudo o que não têm tempo para ver.
Há pessoas impulsivas que precisam de alguém que as ajude a não magoar os outros.
Há pessoas que se sentem perdidas e precisam de alguém que lhes mostre o caminho.
Há pessoas que se julgam sem importância alguma e precisam de alguém que as ajude a descobrir como são
valiosas.
E você, que muitas vezes pensa não ter nenhuma utilidade, pode ser justamente a pessoa que alguém está
precisando agora...
***
É claro que você não precisa, nem pode ser a solução para todos os problemas, mas faça o melhor ao seu
alcance.
Se não puder ser uma árvore frondosa no topo da colina, seja um arbusto no vale - mas seja o melhor arbusto
do vale.
Se não puder ser um arbusto, seja um ramo - mas seja o ramo mais exuberante a enfeitar a paisagem.
E se não puder ser um ramo, seja um pequeno tapete de relva para dar alegria a algum caminhante...
Se deseja ser um lindo ramalhete de flores perfumadas, e não consegue, seja uma singela flor silvestre - mas
seja a mais bela.
E nesse esforço de ser útil a alguém que precisa de você, irá cada vez se tornando mais forte e mais confiante.
E todos as alegrias que espalhar pelo caminho serão as mesmas alegrias que encontrará na própria estrada.
Por mais difícil que esteja a situação, nunca deixe de lembrar que alguém precisa de você. E o mais importante:
você pode ajudar alguém.
A Terra é uma grande escola, onde o Criador nos matriculou para que aprendamos a ser felizes.
A grande maioria das pessoas que habita este planeta não é completamente feliz.
Somos todos caminheiros da estrada chamada evolução, e, num momento ou noutro pode ser que precisemos
de alguém.
Assim sendo, como sempre estamos rodeados de pessoas, é importante que você fique alerta, pois ao seu lado
pode estar alguém que precise de você, neste exato momento.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 135, nos convida a sermos úteis onde estivermos:
Enquanto disponhas de recursos, cultiva a solidariedade.
505

És um ser social e necessitas da convivência com o teu próximo, a fim de colimares as metas para as quais
renasceste.
A solidariedade é um dos instrumentos mais valiosos para o êxito do tentame.
Torna-te útil, sé gentil, esparze a bondade, e, em compensação jamais te encontrarás a sós.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. 135 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #solidariedade #fraternidade #caridade #conselhos #aprendizado #reflexão #vidafeliz
506

310 - RAÍZES DA INSEGURANÇA


Aquela parecia ser mais uma cena corriqueira, no amplo estacionamento do supermercado.
O filho desobediente, preso no carrinho que serve para transportar as mercadorias, gritava
desesperadamente, tentando sensibilizar a mãe, o pai e o irmão que se afastavam sorrindo, dizendo que
iriam deixá-lo ali, sozinho.
O garoto, aparentando uns quatro anos de idade, certamente não sabia que era apenas uma tentativa
dos pais de fazê-lo obedecer da próxima vez, e que não iriam realmente abandoná-lo.
Seus gritos de desespero eram de causar angústia ao coração mais endurecido, mas os pais entraram no
carro, indiferentes.
Só depois que a criança não tinha mais fôlego, e dava mostras de que iria desfalecer, a mãe retornou e
a retirou do carrinho.
***
Talvez muitos pais acreditem que uma atitude dessas possa ajudar na educação dos filhos, fazendo-os
refletir sobre os próprios atos.
No entanto, esse tipo de comportamento por parte de pais e educadores, só causa pavor e gera
insegurança.
Uma criança nessa idade ainda não tem capacidade de entender, de forma subjetiva, essa tentativa de
corrigenda. O máximo que conseguirá sentir é pânico de ser abandonada por aqueles que, no seu
entender, deveriam ampará-la e protegê-la sempre.
A criança, nessa idade, acredita cegamente no que os adultos lhe dizem ou lhe demonstram através dos
seus atos.
E, por essa razão, uma atitude desse tipo se constitui em um infeliz ato de violência, de agressão contra
um ser completamente indefeso e dependente.
***
Não podemos nos admirar quando a criança tem atitudes infantis, pois ela é infantil. Mas nada justifica
que os adultos ajam como criança, salvo os casos de retardamento mental.
É muito comum se observar pais ameaçando abandonar filhos em parques de diversão, em lojas, em
praças etc., por não conseguirem convencê-los com atitudes sensatas.
Também não é raro perceber pais ameaçando ir embora de casa e dizendo que nunca mais voltarão,
provocando desespero e pânico nos corações infantis.
Esses pais não se dão conta de que estão plantando, no solo fértil do coração infantil, as raízes da
insegurança. Lançam mão de chantagens emocionais, por falta de argumentos capazes de convencer
uma criança a atender, de boa vontade, suas orientações.
É preciso que pais e educadores compreendam muito bem o papel que lhes cabe junto aos seus
educandos. É preciso que entendam claramente que estão na condição de orientadores.
E um orientador jamais deverá tentar esmagar com agressões físicas ou psicológicas seus tutelados.
Um bom orientador é aquele que tem sempre uma palavra convincente, um gesto de carinho, um olhar
de ternura, uma mão estendida para bem conduzir aqueles que estão sob sua responsabilidade.
E, por fim, um bom educador é aquele que tem consigo a mais eficaz de todas as armas: a autoridade
moral.
E a autoridade moral se resume em agir bem sempre, ensinando pelo exemplo, pois só o exemplo possui
a magia de arrastar seus seguidores, sem violência e sem pieguice.
507

***
A criança é, sem contestação, a base do amanhã da Terra, e, como você está destinado a retornar à Terra,
amanhã, pela inderrogável Lei da reencarnação, atenda bem a sua criança de agora, para que ela bendiga
seus passos e sua existência no mundo, futuramente.
E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 28, nos aconselha:
Sê gentil com as crianças.
Elas necessitam de oportunidade e de amor para lograrem o triunfo.
Esses cidadãos em formação ignoram as lutas que os aguardam.
Distende-lhes o gesto de simpatia, transmitindo-lhes confiança na humanidade que representas.
Não as atemorizes, nem as maltrates.
Quem visse aquele menino, em Nazaré, no passado, entre outras crianças, brincando descuidadamente,
não poderia imaginar que era o Construtor da Terra, nosso Modelo e Guia.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 10, do livro VEREDA FAMILIAR, por Thereza de Brito, psicografia de José Raul Teixeira
***
#momentoespirita #infância #criança #educação #comportamento #conselhos #aprendizado #reflexão #psicologiaespirita
#PsicologiaEspírita #educacaoinfantil
508

311 - O MAL EXISTE?


Certo dia, um professor ateu desafiou seus alunos com a seguinte pergunta:
- Deus fez tudo o que existe?
Um estudante respondeu corajosamente:
- Sim, fez!
- Deus fez tudo, mesmo? - Insistiu o professor.
- Sim, professor, respondeu o jovem.
O professor replicou:
- Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe. E, considerando-se que nossas ações são um
reflexo de nós mesmos, e somos a imagem e semelhança de Deus, então Deus é o mal.
O estudante calou-se diante de tal afirmativa e o professor ficou feliz por haver provado uma vez mais que a fé
era um mito.
Outro estudante levantou sua mão e disse:
- Posso lhe fazer uma pergunta, professor?
- Sem dúvida, respondeu-lhe o professor.
O jovem ficou de pé e perguntou:
- Professor, o frio existe?
- Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio?
O rapaz respondeu:
- Na verdade, professor, o frio não existe. Eu não sou especialista no assunto, mas, segundo as leis da Física, o que
consideramos frio é, na realidade, ausência de calor.
Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com
que tal corpo tenha ou transmita energia.
O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o
frio não existe.
Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor.
- E a escuridão, existe? - Continuou o estudante.
O professor respondeu:
- Mas, é claro que sim.
- Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é, na verdade, a ausência da luz. Nós
podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas várias cores de que
se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e
ilumina a superfície que a luz toca.
- Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade
de luz presente nesse local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece
quando não há luz presente.
Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:
- Diga, professor, o mal existe?
Ele respondeu:
- Claro que existe. Como eu disse, no início da aula, vemos roubos, crimes e violência, diariamente, em todas as
partes do mundo. Essas coisas são o mal.
Então o estudante disse:
- O mal não existe, professor, ou, pelo menos, não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência do bem.
O mal, como acontece com o frio e o calor, é um termo que o homem criou para descrever essa ausência do bem.
509

Assim sendo, Deus não criou o mal. Deus criou o amor, a fé, que existem como existe a luz e o calor.
Já o mal é resultado da falta de Deus nos corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão
que acontece quando não há luz.
Diante da lógica da argumentação do aluno, o professor se calou, pensativo.
***
O mal não tem vida própria, é apenas a ausência do bem.
Onde o bem se faz presente, o mal bate em retirada.
Já o amor é de essência Divina, e está presente nos corações de todos os homens, mesmo que em estado latente,
esperando a oportunidade de germinar, crescer e florescer.
***
Allan Kardec, no capítulo das Leis Morais do LIVRO DOS ESPÍRITOS, indagou dos benfeitores espirituais a respeito
do Bem e do Mal e recebeu as seguintes explicações:
O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de
acordo com a lei de Deus; fazer o mal é desrespeitar esta lei.
E após Kardec perguntar sobre se o ser humano pode enganar-se na apreciação do bem e do mal, e crer que
pratica o bem quando em realidade pratica o mal, os benfeitores responderam:
- Jesus disse: Vede o que quereríeis que vos fizessem ou não vos fizessem. Tudo se resume nisso. Não vos enganareis.
E na pergunta 633 os irmãos espirituais lembram que quando comemos em excesso, verificamos que isso faz mal.
E lembram que é Deus quem nos dá a medida daquilo de que necessitamos. Quando excedemos dessa medida,
somos punidos. Em tudo é assim. A lei natural traça para o homem o limite das suas necessidades. Se ele
ultrapassa esse limite, é punido pelo sofrimento. Se atendesse sempre à voz que lhe diz basta, evitaria a maior
parte dos males cuja culpa lança à natureza.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 630 e seguintes de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #leinatural #leismorais #bem #mal #aprendizado #reflexão
#doutrinaespirita
510

312 - A LIÇÃO DO PERDÃO


O que você faria se, de repente, por uma circunstância qualquer, tivesse nas suas mãos a possibilidade
de decidir a respeito do destino de uma pessoa que muito lhe prejudicou?
Alguém que estendeu o manto da calúnia e destruiu o seu bom nome perante os amigos? Alguém que
usurpou, com métodos desonestos, a sua empresa, fruto de seu labor de tantos anos?
Alguém que tenha ferido brutalmente a um membro da sua família?
Será que você lembraria da lição do perdão, ensinada por Jesus? Será que acudiriam à sua mente as
palavras do mestre Galileu: Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia?
Ou, ainda, a exortação a respeito de nos reconciliarmos ainda hoje com nosso adversário?
***
A propósito, conta-se que um escravo tornou-se de grande valor para o seu senhor, por causa da sua
honradez e bom comportamento.
Dessa forma, seu senhor o elevou a uma posição de importância, na qualidade de administrador de suas
fazendas.
Numa ocasião, o senhor desejou comprar mais vinte escravos e mandou que o novo administrador os
escolhesse. Disse, contudo, que queria os mais fortes e os que trabalhassem melhor.
O escravo foi ao mercado e começou a sua busca. Em certo momento, fixou a vista num velho e decrépito
escravo. Apontando-o para o seu senhor, disse-lhe que aquele devia ser um dos escolhidos.
O fazendeiro ficou surpreendido com a escolha e não queria concordar. O negociante de escravos acabou
por dizer que se o fazendeiro comprasse vinte homens, ele daria o velho de graça.
Feita a compra, os escravos foram levados para a fazenda do seu novo senhor.
O escravo administrador passou a tratar o velho com maior cuidado e atenção do que a qualquer dos
outros.
Levou-o para sua casa. Dava-lhe da sua comida. Quando tinha frio, levava-o para o sol. Quando tinha
calor, colocava-o debaixo das árvores de cacau, à sombra.
Admirado das atenções que o seu antigo escravo dispensava a um outro escravo, seu senhor lhe
perguntou por que fazia aquilo.
Decerto deveria ter algum motivo especial: É seu parente, talvez seu pai?
A resposta foi negativa.
É então seu irmão mais velho?
Também não, respondeu o escravo.
Então é seu tio ou outro parente.
Não tenho parentesco algum com ele. Nem mesmo é meu amigo.
Então, perguntou o fazendeiro, por que motivo tem tanto interesse por ele?
Ele é meu inimigo, senhor. Vendeu-me a um negociante e foi assim que me tornei escravo.
Mas eu aprendi, nos ensinamentos de Jesus, que devemos perdoar os nossos inimigos. Esta é a minha
oportunidade de exercitar meu aprendizado.
***
O perdão acalma e abençoa o seu doador.
Maior é a felicidade de quem expressa o perdão. O perdoado é alguém em processo de recuperação. No
entanto, aquele que lhe dispensa o esquecimento do mal, já alcançou as alturas do bem e da solidariedade.
Quando se entenda que perdoar é conquistar enobrecimento, o homem se fará forte pelas concessões de
amor e compreensão que seja capaz de distribuir.
***
Extraído do Momento Espírita
Frases do cap. 18 do livro Trigo de Deus, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira
Franco, ed. Leal.
***
#momentoespirita #perdão #amor #amarosinimigos #perdoar
511

313 - APRENDENDO A VALORIZAR NOSSO DIA


Valorize o seu dia!
Cada dia corresponde a uma nova página escrita no livro da sua vida, onde você deverá escrever as melhores
memórias.
Assim, quando desperte, dirija ao infinito a sua prece. Agradeça pela noite superada e rogue ao Pai do Céu as
indispensáveis bênçãos para o período iniciante.
Erga-se e alegre-se com a oportunidade renovada de manter seu corpo físico para os empreendimentos do
progresso.
Busque ocupar-se com algo nobre, algo que dignifique a sua existência na Terra.
À frente dos transtornos e contratempos, que surgem nos caminhos de todos, invariavelmente, não se deixe
conduzir pela irritação, pelo agastamento ou pelo azedume.
***
Procure compreender que nada lhe ocorre sem que tenha um sentido útil para o seu crescimento geral.
Perante as ocorrências de violência e diante dos quadros de agressões que veja em sua rota, realize o melhor que
possa, sem revolta nem desespero.
Você está no mundo que fez por merecer, com as situações que caracterizam a sua quadra evolutiva e com as
pessoas do seu mesmo patamar moral, com ligeiras diferenças, facilmente observáveis.
Onde esteja, semeie alegria e jovialidade, atendendo à recomendação do Apóstolo Paulo para que demos graças
a Deus por todas as coisas da vida.
Busque fazer novos amigos, mantendo, com carinho, os velhos companheiros.
A amizade, no mundo, é como o beijo solar iluminando as flores, sem o qual elas tendem a murchar e fenecer.
***
Alimente-se com moderação. Não é preciso passar fome, contudo, é bom que não transforme o estômago em
tonel de venenosas misturas, capazes de intoxicar, de lhe acumular indevido colesterol nas artérias ou de lhe
provocar disfunções hepáticas.
Afaste-se das pseudonecessidades alcoólicas. O álcool de que você precisa para a digestão a Divindade já fez
constar do seu programa de produção orgânica.
Fora disso, a ingestão dessa substância corresponderá sempre a consciente envenenamento que lhe perturbará a
saúde aos poucos.
Procure ser comedido nas brincadeiras, a fim de não constranger os amigos, gerando afastamentos e inimizades.
Ou para não perder seu precioso tempo com intermináveis lorotas e banalidades.
Sorria, seja prazenteiro, uma vez que o Evangelho de Jesus, que você afirma conhecer, é fonte inesgotável de
alegrias.
***
E quando chegar ao fim o seu dia, vivido com maior ou menor dificuldade, ponha-se em meditação.
Verifique onde é que você poderia ter sido melhor, em que itens deveria ter agido melhor.
E, sem remorsos prejudiciais, faça projetos de renovação para o dia seguinte, procurando levá-los a sério.
Ore e entregue-se uma vez mais ao Supremo Senhor, construindo, dia a dia, a própria felicidade, a sua própria luz.
Valorize o seu dia.
Não o desperdice remoendo mágoas ou destilando tormento, mas aprenda a cultivar a alegria de viver, apesar
das lutas e limitações que carregue.
Valorize o seu tempo na Terra e prossiga, decidido pelo bem, para que, no serviço do Senhor, você continue
crescendo em busca do encontro consigo mesmo.
***
512

Allan Kardec, no LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão 919, indagou dos benfeitores espirituais qual o meio prático mais
eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal.
E eles aconselharam a buscar o conhecimento de si mesmo.
Aí Kardec perguntou qual o meio de conseguirmos nos conhecer.
E o Espírito de Santo Agostinha tece uma resposta excelente à pergunta 919a, onde nos oferece um roteiro de
meditação ao final do dia para avaliarmos nossos acertos e erros do dia, e o que poderíamos ter feito melhor.
Adicionalmente esclarece que o conhecimento de si mesmo é a chave do progresso individual.
E enfatiza a necessidade desta revisão individual do dia no sentido de buscarmos a melhoria íntima como valor
fundamental para nosso progresso individual.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 919 e 919a do LIVRO DOS ESPÍRITOS e cap. 2, do livro PARA USO DIÁRIO, por
Joannes e Raul Teixeira
***
#momentoespirita #comportamento #responsabilidade #amizade #aprendizado #reflexão #disciplina
#autoconhecimento
513

314 - ANO NOVO ESPERANÇOSO


Percebemos um passar tão rápido do tempo que, por vezes, quase nos assustamos.
Ainda ontem, adentramos um ano novo. Mas, estamos novamente prestes a vivenciar o mesmo fato.
Olhamos para aquele bebezinho que veio alegrar nosso lar, e o pequerrucho já está a correr por todos os cantos,
nos exigindo mais cuidados.
Nossa adolescente cheia de vontades e ciosa de suas coisas, passou no vestibular, e terá que residir longe de
nossos olhos cuidadosos.
Olhamo-nos no espelho e notamos novas rugas que se juntam às existentes, nos fazendo sentir o passar dos
dias, no mapa da nossa face.
A semana mal começa e estamos caminhando para o sábado e domingo, preocupados com o novo período de
trabalho ou de estudo.
Nessa corrida que parecemos empreender, é muito bom guardarmos a esperança de alguns dias mais
tranquilos na rotina acelerada.
Esperança de ver nosso bebê crescer, nossa adolescente se formar, nossa família permanecer unida, embora
cada qual tenha que seguir seu rumo.
Esperança de um Ano Novo repleto de experiências novas, realizações desejadas, cumprimento de deveres.
Esperança de realizações gerais em nível social, onde possamos respirar a paz, a fraternidade, a concórdia.
***
Esperar é uma virtude essencial que necessitamos cultivar em nossos corações, em nossas mentes, em
nossas vidas.
Não simplesmente aguardar. Também agir, realizando nossa parte, por mais singela que seja, em benefício
geral.
Uma gota de água pode parecer uma quantidade irrisória aos nossos olhos, mas poderá ser aquela que
transborde o copo e irrigue ao seu redor.
Um aperto de mão pode ser um gesto simples, no entanto, desde que seja um aperto firme e sincero, pode
transmitir aquela energia que encoraja e levanta um coração titubeante e inseguro.
Um abraço pode nada significar para quem o vê acontecer de longe. Porém, para quem sente o bater de outro
coração junto ao seu, pode representar o impulso do recomeço.
Um sorriso pode ser interpretado e sentido de mil e uma formas. No entanto, pode representar a injeção de
confiança a alguém desalentado.
Alimentar a esperança é dever de todos nós, filhos de Deus, que sempre nos permite o melhor, assinalando a
Sua Providência e a Sua Misericórdia.
O ditado popular assinala que a esperança é a última que morre. Contudo, basta querermos alimentá-la para
que seja também, a primeira a renascer.
Não desistamos dela em circunstância alguma porque ela facilita o nosso entendimento sobre as possíveis
dificuldades que enfrentamos.
Ela nos permite olhar para o futuro, considerando-o portador de condições melhores das que desfrutamos no
presente.
A esperança responde pela aspiração de felicidade e de realização de nossos corações, mantendo o desânimo
à distância.
Que seja sempre mais e mais esperançoso o nosso Ano Novo, com fortes impulsos de solidariedade,
fraternidade e caridade.
Que sejam trezentos e sessenta e cinco dias de trabalho, de realizações, de paz, de alegria contagiante.
***
Fonte: Redação do Momento Espírita
***
#momentoespirita #anonovo #esperança #esperanca #reflexão
514

315 - ESPALHAR O BEM


Quanto bem existirá na Terra?
Quando as manchetes nos enchem os olhos e os ouvidos com as histórias de violência e maldade que atingem
tantas pessoas, nos indagamos se haverá alguém em quem possamos confiar.
Quando ouvimos falar de pessoas simples, que se deixaram enganar, na tentativa de solucionar seus problemas;
quando nos relatam tantas ações ruins que ocorrem, todos os dias, quase desacreditamos que haja pessoas boas
nesta Terra.
E, no entanto, o que falta é a imprensa escrita, falada, televisionada lançar sua atenção para outro lado e focar
nas coisas boas deste mundo. E são muitas.
***
Mesmo quando se descobriu grávida, continuou nas ruas. Embora o ventre fosse mostrando, paulatinamente, a
gestação que avançava, ela não viu diminuírem seus clientes.
Até o dia em que foi abordada por um policial. Estranhamente, ele a convidou para ir à sua casa. E ali lhe ofereceu
abrigo, alimentação, todo o apoio de que precisasse, para ela e para o filho que estava a caminho.
De imediato, lhe disse que estava abrindo as portas do seu lar, para que ela abandonasse a prostituição. Que a
desejava amparada e ao filho.
Deu-lhe as chaves da casa, comprou-lhe roupas, ajudou-a a preparar o enxoval para a criança.
O que ele desejava com essa atitude? Somente que ela mudasse de vida. E Marília se deixou ficar ali. Desconfiada,
de início, que algo ele exigisse, em troca. No entanto, os dias lhe mostrariam o contrário.
O bebê nasceu e ela continuou no lar daquele homem que a vira nas ruas e tivera compaixão dela. Que a vira
como uma filha que precisava ser amparada, cuidada.
Mais tarde, ela conheceu um jovem, namoraram e ela se consorciou, formando o seu próprio lar, levando o filho
consigo.
Quando ela contava sua história, dizia que tudo devia àquele homem, àquele policial que a vira, na noite fria,
ofertando o corpo a quem desejasse, a barriga saliente, demonstrando a gravidez de meses.
Aquele homem fora o bom samaritano em sua vida. Não lhe pedira nada, não lhe exigira nada além de que
abandonasse as ruas e se voltasse para o filho, a nascer, em breve.
***
Sim, existe muito bem espalhado pelo mundo. Pessoas anônimas que amparam aqui, aconselham adiante,
sustentam além.
Pessoas que reconhecem a necessidade quando a veem. E conseguem vislumbrar o ser humano, além da fachada
externa. O ser humano que deseja atenção, apoio, abrigo.
Que precisa de um teto sobre a cabeça, alimento à mesa, um aceno de esperança para os dias futuros.
Quantos de nós somos dessas pessoas que realizam o bem? Quantos de nós desejamos aderir a esse bem, anônimo,
eficiente, propagador de esperança?
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #bem #bondade #fraternidade #caridade
515

316 - A LEI DOS RECOMEÇOS...


A lei dos renascimentos rege a vida universal.
Com alguma atenção poderíamos ler em toda a natureza, como em um livro, o mistério da morte e da
ressurreição.
As estações sucedem-se no seu ritmo imponente.
O inverno é o sono das coisas.
A primavera é o acordar. O dia alterna com a noite.
Ao descanso segue-se a atividade.
O Espírito deixa o corpo físico e adentra as esferas espirituais, para retornar e continuar com forças novas
a tarefa interrompida.
As transformações da planta e do animal não são menos significativas.
A planta morre para renascer, cada vez que a seiva volta. Murcha para reflorir.
A larva, a crisálida e a borboleta são outros tantos exemplos que reproduzem, com mais ou menos fidelidade,
as fases alternadas da vida imortal.
Como seria possível que só o homem ficasse fora do alcance desta Lei?
Se tudo está ligado por laços numerosos e fortes, como admitir que nossa vida seja como um ponto atirado,
sem ligação, para os turbilhões do tempo e do espaço?
Nada antes, nada depois!? Não.
***
O ser humano, como todas as coisas, está sujeito à Lei Eterna da renovação. A natureza não nos dá a morte
senão para nos dar a vida.
A sucessão das existências se apresenta para todos nós como uma obra de capitalização e aperfeiçoamento.
Depois de cada existência terrestre a alma colhe as experiências da vida física e os frutos dela decorridos.
Todos os seus progressos ficam registrados em sua essência.
Assim, o ser, em todas as fases de sua ascensão, encontra-se tal qual a si mesmo se fez.
Nenhuma aspiração nobre é estéril. Nenhum sacrifício é vão. A alma deve conquistar, um por um, todos os
elementos, todos os atributos de sua grandeza.
Para isso precisa de obstáculos que possam lhe oferecer lições, provocando seus esforços e formando suas
experiências.
É indispensável a luta para tornar possível o triunfo e fazer surgir o herói. Só se conhecem e se apreciam os
bens que se adquirem com os próprios esforços.
Para apreciar a claridade dos dias é necessário ter atravessado a escuridão das noites. A dor é a condição da
alegria e o preço da virtude.
Através de sucessivas existências, o ser vai construindo sua individualidade, escalando os caminhos da
felicidade. E assim, nessas contínuas peregrinações, segue à procura das perfeições Divinas.
Somente quando alcançar as regiões superiores, estará livre da Lei dos Renascimentos porque, então, o
corpo físico não será mais para ele uma necessidade.
***
A Doutrina da Reencarnação explica a desigualdade das condições, a variedade das aptidões e dos
caracteres.
Dissipa os mistérios perturbadores e as contradições da vida e resolve o problema do mal.
Aproxima os homens, dizendo que entre eles não há deserdados nem favorecidos.
Esclarece que cada um é filho de suas próprias obras, senhor do seu próprio destino.
A justiça deixa de ser transferida para um domínio distante e desconhecido.
E assim, não há como ignorar que a vontade ativa de cada ser gera efeitos, imediatos ou não, bons ou maus,
que recaem sobre o seu responsável, formando a trama de seu próprio destino.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #reencarnacao #reencarnação #vidaapósmorte #espiritismo #evolução
516

317 - PALAVRAS POSITIVAS PARA UM NOVO ANO


Quando o Novo Ano se aproxima, habitualmente, se escrevem propostas de vida, metas a serem perseguidas nos
dias que virão.
Ano Novo é sempre promessa de eventos promissores. Ele chega acenando esperança. Mesmo que se trate
somente de algo convencionado pela Humanidade, tem seu significado.
Assinala uma etapa nova e, de um modo geral, todos pensam com otimismo no ano que chega. É o momento de
programar a aquisição do imóvel para residência, fazer a viagem tão sonhada, passar no vestibular, concluir o
curso de graduação, ter um filho.
São muitos os sonhos, as metas escritas na mente, no coração e no papel.
O que ocorre é que, por vezes, nenhum dos sonhos idealizados se concretiza nos dias que sinalizamos como meta.
Por que será? Naturalmente, muitos são os fatores mas, talvez se começássemos a nos expressarmos com palavras
positivas, melhores fossem os resultados.
De um modo geral, quando algo ruim acontece, são sempre palavras negativas que brotam dos nossos lábios,
como: Desse jeito não vai, Assim é impossível, ou Tudo dá errado para mim.
Expressões desse gênero marcam fortemente quem ouve e, geralmente, muitos ouvem, até mesmo porque as
repetimos muitas vezes, narrando o fato a amigos, colegas, familiares.
E o Não vai dar certo... Isso é impossível... Não vou conseguir... com seu significado negativo, gravam no cérebro
exatamente uma negação.
E, como se fosse uma bandeira amarela em uma corrida de Fórmula Um, nosso cérebro grava um aviso, um alerta.
***
Assim, toda vez que uma situação se assemelhar à que resultou nas expressões negativas, nosso cérebro fará link
com o fato que as determinou e aquelas marcas ou expressões surgirão imediatamente: Não vai dar... Impossível...
ou Errado.
Trata-se de um sistema de proteção de nosso cérebro contra o que pode vir a acontecer, semelhante ao
movimento instantâneo de levantar os braços que qualquer um faz quando uma bola, por exemplo, venha em sua
direção.
Mesmo que as condições desse novo fato sejam distintas do fato que deu errado, nosso cérebro acionará, em
primeiro lugar, de forma inconsciente, as expressões negativas, anteriormente registradas.
Portanto, que tal começar o Novo Ano modificando algumas das expressões habituais como Assim não dá para
Como posso fazer isso dar certo, ou Assim é impossível para Preciso descobrir como fazer isso, ou ainda, Está tudo
errado para Deve haver um jeito de dar certo.
***
A força da palavra é uma realidade. É do conhecimento geral que uma simples palavra dita em certo momento
pode desencadear crises individuais e coletivas de proporções imensuráveis. A palavra é o veículo do nosso
pensamento e, portanto, do nosso magnetismo pessoal.
No mundo individual, cada um de nós tem que conhecer a força que pode desencadear através da língua e dar
apenas o bom uso para ela, lembrando a sabedoria do rabi Galileu - "O coração está cheio do que sai pela boca".
Dessa forma, comecemos o Novo Ano, com disposição renovada.
Este ano será melhor! Conseguirei vencer! Trabalharei para conseguir o almejado!
Serei feliz, eu, minha família, meus amigos!
Façamos isso.
***
Extraído do MOMENTO ESPÍRITA
Referência: Artigo A EMPRESA POSITIVA PRECISA DE PALAVRAS POSITIVAS, de Roberto Garini, e no cap. 14, do livro A CARTA DE TIAGO, de L.
Palhano Jr., ed. Fráter.
***
#momentoespirita #pensamento #pensamentos #palavras #anonovo #pensamentopositivo #vigilância
517

318 - QUANDO COMEÇA UM NOVO ANO


Primeiro dia do ano. Ano Novo. Novo ciclo se inicia. Um novo tempo.
Mas, o que é o tempo, afinal, senão uma convenção estabelecida pelos que habitamos este planeta?
O tempo é a sucessão das coisas. Está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito.
Suponhamo-nos na origem do nosso mundo, na época primitiva em que a Terra ainda não se movia sob a divina impulsão.
Numa palavra: no começo da Gênese.
O tempo então ainda não saíra do misterioso berço da natureza e ninguém pode dizer em que época de séculos nos
achamos, porquanto o balancim dos séculos ainda não foi posto em movimento.
Silêncio...
Soa na sineta eterna a primeira hora de uma Terra insulada, o planeta se move no espaço e desde então há tarde e manhã.
Para lá da Terra, a eternidade permanece impassível e imóvel, embora o tempo marche com relação a muitos outros
mundos.
Para a Terra, o tempo a substitui e durante uma determinada série de gerações se contarão os anos e os séculos.
***
O tempo é uma gota d´água que cai da nuvem no mar e cuja queda é medida.
Eis então um novo tempo a se apresentar à nossa frente: trezentos e sessenta e cinco dias, que dividiremos em semanas
e meses.
Dias que ansiaremos que cheguem porque assinalam o nosso aniversário, a comemoração do nosso casamento, o
nascimento do nosso filho, a colação de grau tão aguardada.
Dias em que trabalharemos, intensamente, para tornar este mundo melhor, realizando o melhor em nossa profissão.
E há tanto a burilar em nossas instituições públicas, em nossas escolas, nas universidades, nas empresas e pequenos
negócios que nos garantem o sustento honrado de cada dia.
Dias que nos dedicaremos ao nosso próximo, desejando lhes amenizar os sofrimentos mais duros.
E tantas são as necessidades sobre o solo que nos abriga: crianças a conduzir ao alfabeto, idosos a amparar na
enfermidade e solidão que os envolve, jovens e adultos a serem encaminhados a trabalhos que lhes dignifiquem a vida.
Dias em que amaremos aos que já amamos e aprenderemos a amar outros tantos, ainda nem conhecidos agora.
Desfrutar do aconchego da família, abraçar mais, dizer multiplicadas vezes o quanto amamos a cada um.
Permitirmo-nos ampliar o rol das amizades, descobrir a riqueza interior de tantos e enriquecer a nossa família pelos laços
do espírito.
***
Novo Ano. Novos dias.
Respiremos profundamente. Deixemos o ar deste novo dia nos encher os pulmões, renovando-nos.
Oremos ao Senhor da Vida para que esses novos dias que apenas amanhecem, hoje, nos permitam desfrutar de todas as
generosas bênçãos que o amor do Pai nos preparou.
Vivamos como irmãos. Trabalhemos como os residentes de um mesmo e imenso lar. Amemos como o Mestre nos ensinou.
Iniciemos hoje a realizar mudanças positivas em nossa vida.
O passado está concretizado, o presente apenas se esboça, o futuro nos pertence, de forma total.
Pensemos nisso. Porque hoje... hoje é o dia de iniciar a fazer o melhor, neste novo e maravilhoso ano que de nós depende
construir.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Item 2 do cap. 6 do livro A GÊNESE, por Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #anonovo #fraternidade #futuro #conselhos #aprendizado #reflexão #esperança #planos
#promessas
518

319 - CULTIVAR A PAZ


Fechamos o ano passado com chave de ouro. Que tal abrirmos o Novo Ano com a brisa da paz?
Paz em nós. Paz para irradiarmos aos que nos estão próximos. Aos que nos estão distantes.
Paz de profundidade. Real desejo de que o Novo Ano seja diferente. E nos dispormos a colaborar para isso.
Vibrar pelo país, por todos os que aqui vivemos. Pensar em como podemos colaborar para diminuir ondas de ódio
que estão sendo ventiladas.
Pensar em tornar mais pacífico o nosso lar, deixando de discutir por coisas tolas, dando maior importância aos
que vivem conosco do que ao que nos rodeia.
Lembrar de agradecer mais e criticar menos. Lembrar de que temos dois ouvidos, que devem ser acionados para
escutar o outro. E escutar...
Depois, só depois, externarmos nossa opinião, nossa ideia, que pode ser rejeitada. E continuarmos vibrando no
bem.
***
Quantas discussões podem ser diluídas antes mesmo de começar, somente por refletirmos um tanto mais antes
de exteriorizar nossos pensamentos.
Ou de avaliar se a ideia do outro, em verdade, não é melhor do que a nossa.
Deus nos criou para vivermos em sociedade, para que no contato com o semelhante, possamos crescer. Para isso,
precisamos aprender a ouvir, a aceitar, a avaliar sem preconceito.
Colaborar com a paz mundial é isso. Ela inicia na intimidade do lar, e a estendemos onde estivermos: em nosso
trabalho, onde angariamos o pão honrado de cada dia, na escola, que nos ilustra a mente, no meio em que
vivemos.
Tornar cada ambiente um local de paz é iniciar a reforma profunda que desejamos para nosso mundo conturbado,
tão cheio de malquereres.
Paz nas nações, paz entre os homens.
***
Ainda há pouco, nas comemorações natalinas, reprisamos o coro celestial: Glória a Deus nas alturas. Paz na Terra,
boa vontade para com os homens.
Cultivemos a paz. Hoje, neste primeiro dia útil do ano, depois das festividades do ontem, que nos alegraram os
corações, que nos permitiram os abraços de familiares, parentes e amigos.
Paz nas lives, nas manifestações no chat. Paz nas redes sociais, apresentando nossas vontades, nossos desejos e
opiniões.
Expor nossas ideias com ponderação, sem gritos e reclamações. Somos uma ideia. Lembrar que somos bilhões no
mundo, cada qual único, inigualável.
Harmonia das diferenças. Assim se trabalha a paz.
Aprendamos a ouvir, a compartilhar, a ponderar.
Trezentos e sessenta e cinco dias aponta o calendário. Trezentos e sessenta e cinco oportunidades de
reformularmos nossas ações, nossos dizeres pela paz.
Por nossa paz, pela paz do mundo, pela melhoria do nosso planeta.
Somos uma mente geradora de pensamentos, um coração que bate no compasso ritmado da harmonia.
Paz no mundo, paz em nós.
Auxiliemos o planeta a calar os canhões, a depor as armas homicidas, a estender as mãos, entendendo que
compomos uma única família, dividida em lares adotivos, em que se misturam crenças, fé, cultura, idiomas.
Cultivemos a paz, porque o Pai Celestial nos aguarda, no lar verdadeiro, nossa Pátria espiritual.
Aqui estamos somente de passagem.
***
519

E Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 8, nos aconselha:


Vive sempre em paz.
Uma consciência tranquila, que não traz remorsos de atos passados, nem teme ações futuras, gera harmonia.
Nada de fora perturba um coração tranquilo, que pulsa ao compasso do dever retamente cumprido.
A paz merece todo o teu esforço para consegui-la.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: A Brisa da Paz)
Referências: Cap. 8 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #anonovo #paz #sabedoria #comportamento #reflexão #sociedade #pazmundial
520

320 - POBREZA E RIQUEZA


Lá metade do século XX, um filme de suspense de Alfred Hitchcock fez sucesso: O homem que sabia demais.
O filme popularizou uma canção interpretada por Doris Day, que gravou mais de seiscentas, ao longo de sua carreira.
O refrão dizia mais ou menos assim:
O que será, será.
Aquilo que for, será.
O futuro não é nosso para vermos.
Que será, será.
A preocupação sobre as futuras facilidades ou dificuldades a enfrentarmos na vida, sempre nos inquietou.
Desde pequenos, os filhos ouvem de seus pais: Trate de estudar se não quiser ter um emprego ruim.
Como se a felicidade estivesse totalmente presa a um bom emprego, à posse de dinheiro e bens materiais.
***
Observamos na atualidade uma realidade que jamais se cogitou em tempos idos.
Pessoas diplomadas, que se sentem infelizes, deixam cargos e posição social para viver modestamente, mas de forma
gratificante.
Outras, que sempre viveram nas grandes cidades, transferem residência para cidades menores ou para o campo, em busca
de vida simples e saudável para si e seus familiares.
Alguns penduram seus diplomas ou abandonam carreiras de destaque, dedicando-se a trabalhos filantrópicos, desejando se
sentirem realmente úteis.
Quantos desses se realizam junto à natureza, plantando e colhendo o seu sustento e o da família.
Cultivaram a paz interior, o prazer pela vida, o amor pela natureza, a tranquilidade familiar, espalhando essa riqueza ao redor,
pode nos proporcionar aquilo que intimamente almejamos.
***
Pobreza e riqueza, em síntese, são valiosos convites para o crescimento pessoal.
Em ambas as situações, poderemos alcançar o real objetivo de nossa caminhada na Terra.
Na pobreza, temos a sagrada oportunidade de aprender a servir, de exercitar a paciência e a resignação.
Na riqueza, temos a oportunidade de vivenciar a caridade e a abnegação.
Saberemos que estamos enfrentando devidamente a pobreza quando nos adequamos à simplicidade de vida e aceitamos as
renúncias que necessitamos realizar.
Da mesma forma, frente à riqueza, importante é a sensatez no uso de bens e facilidades a que temos acesso.
Todos fomos ou seremos defrontados por uma ou outra situação, ao longo das nossas vidas, a testar nossas capacidades de
administradores de nós mesmos.
Tanto a carência como a fortuna nos desafiam ao crescimento e ao esforço de sublimação.
Uma e outra são oportunidades que nos são oferecidas, para que aprendamos a gerenciar nossa condição de pobreza
material, enriquecendo-nos de bênçãos espirituais.
Ou, sendo ricos materialmente, guardemos a sabedoria de olhar ao nosso redor, notar os menos felizes e utilizarmos nosso
tempo e nossos bens em seu benefício.
Perceberemos que adquirindo compreensão e conhecimento, cultivando luz e paz, independentes da pobreza ou riqueza,
seremos criaturas valiosas e felizes.
Conhecer as Leis Divinas, tê-las como nosso roteiro, nos permitirá direcionar os passos no sentido do bem maior, nos fará
verdadeiros pobres de insensatez e autênticos ricos de solidariedade e amor.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 9 do livro CARIDADE, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed.
IDE.
***
#momentoespirita #comportamento #responsabilidade #caridade #provas #evolução #pobreza #riqueza
#doutrinaespirita
521

321 - VESTIR A COURAÇA CERTA


Lembro, com saudade, daquela companheira de estudos e trabalhos, no grupo religioso que frequentamos por décadas.
Ela se foi, há algum tempo, tendo cumprido sua trajetória de vida, com dignidade.
Era um exemplo ante os percalços que a alcançavam.
Simpática, contava com o carinho e a confiança de todos.
Era comum que quando alguém se sentia perecer, ante as ondas de problemas, a procurasse para conversar.
Ela sempre tinha uma palavra certa para os momentos incertos, e uma linha psicológica surpreendente.
Tinha capacidade de ouvir pacientemente o relato dos desaires e dos problemas alheios.
E com sua voz calma, lembrava de alguma orientação evangélica, de um exemplo de superação.
Quando a questão abordada se repetia algumas vezes, ela tornava o recado mais palpável.
Certa feita, quando vários integrantes do grupo enfrentavam difícil fase de adaptação, ela confeccionou e distribuiu
individualmente um cartão onde desenhara uma couraça.
Com letra caprichada escrevera: É hora de usar a couraça certa.
Não houve quem não ficasse curioso ou intrigado com a frase.
Alguns sequer tínhamos ideia do que era uma couraça e fomos ao dicionário para a consulta, descobrindo o significado.
Couraça é uma armadura feita de metal ou couro, usada por soldados, sobre o peito e as costas, para se proteger de
golpes inimigos.
Por analogia, podemos pensar em proteção para o lado frágil, vulnerável de uma pessoa.
***
E foi em uma epístola do Apóstolo Paulo que encontramos o alerta: Sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e
da caridade e tendo por capacete a esperança.
Fé - armadura que nos auxiliará nos embates, no corpo a corpo das lutas que se nos fazem diárias.
Fé que nos dirá para aguardar o amanhã, porque embora nos sintamos perdendo a batalha, as horas seguintes podem
alterar o quadro vigente.
Fé que nos alenta porque sabemos não transitar no mundo, como quem nada tem.
Somos filhos da luz, filhos do dia. E o Senhor de bênçãos tem os olhos sobre nós.
Por sua vez, a couraça da caridade nos dirá para acionar a paciência quando a irritação, diante da ignorância, nos
desejar tirar do sério.
Também nos dirá para não sermos tão severos com quem ainda não conquistou a disciplina, os bons costumes, a
educação.
E acionarmos a caridade do silêncio frente a alguém que perde o senso e o equilíbrio.
O selo de qualidade da caridade se chama amor.
Para prosseguirmos em nossa caminhada, vencendo a cada passo a dificuldade que se apresente, muitas vezes nos
basta a fé convicta e entusiasmada para nos sentirmos fortes.
Mas para convivermos melhor com nosso irmão, compreendendo que, como nós, ele está às voltas com problemas,
com dúvidas, com incertezas, é imprescindível a presença da caridade.
Não nos esqueçamos, dessa forma, de usar nossa couraça de fé e caridade, em tudo e por tudo dando graças a Deus.
Nas vinte e quatro horas de um dia podemos ter nuvens escuras e chuva caindo torrencialmente.
Também ventos fortes. Mas, vem o sol e enxuga as lágrimas da natureza.
Lembremos que o mesmo Deus de paz a tudo abençoa. Nós e o mundo.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 98 livro FONTE VIVA, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier
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#momentoespirita #comportamento #fé #caridade #aprendizado #amor #vida
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322 - PAIS SEPARADOS


Nós tínhamos um lar...
Tínhamos alegria de viver...
O futuro nos sorria e renovava as nossas esperanças...
Sempre ouvia falar do amor dos pais pelos filhos e sentia uma segurança imensa no amanhã...
Com o coração pleno de afeto, julgava-me a criança mais feliz do mundo. Tinha tudo o que um filho pode desejar:
pai, mãe, carinho, afeto, ternura...
Ouvia falar de pais que se separam, que abandonam os filhos...
Pais vencidos pelo amor próprio que relegam os pequenos, a quem deveriam amar e proteger, e se vão... Se vão
em busca de uma felicidade egoísta que não consigo entender...
Todavia, o tempo passou...
Os anos se dobraram e, um dia... Um dia que gostaria de apagar da memória, eles me comunicaram a triste
notícia...
Desejavam ser felizes... Falaram de incompatibilidade e de ir em busca de uma felicidade que eu pensava que
habitasse em nosso lar.
As lágrimas me embargaram a garganta... Era como se o chão se abrisse e me tragasse num golpe violento...
Meu pai se foi... Eu o vi arrumando suas coisas com tristeza no olhar, mas não entendi porque ele estava triste se
a decisão foi dos dois.
A mamãe não abandonou nossa casa, mas era como se o tivesse feito. Passou a buscar sua felicidade individual e
eu fiquei por conta própria.
Para as pessoas eu não fora abandonado, pois nas leis humanas o abandono afetivo não está catalogado...
Passei a buscar nos amigos, também filhos de pais separados como eu, o consolo que nunca encontrei...
Todos sentíamos um vazio na alma que nada podia preencher. E todos tínhamos algo em comum: a inveja das
crianças que tinham pai e mãe juntos.
O futuro nos parece incerto... E no amanhã só vemos trevas...
É tão triste não poder ter junto de nós as pessoas que amamos...
Na escola aprendi que existe um Deus e que esse Deus atende os nossos pedidos...
Em meu desespero peço a Ele ajuda para continuar amando meus pais...
Que Deus me dê forças para os perdoar, apesar de todas as lágrimas que já derramei desde aquele dia...
Peço a Deus que um dia, quando eles cansarem de ser felizes sem mim, que voltem ao lar novamente, para
preencher o grande vazio que a separação deixou...
E quando a saudade deles me atormenta peço a Deus para não deixar morrer em mim o amor...
Apesar de tudo, eu ainda acredito no amor...
E quando eu crescer, vou pensar muito antes de escolher alguém para casar comigo e ter filhos, para nunca
precisar deixar o lar em busca de uma felicidade distante e fazer sofrer aos que me amam...
Esse foi o tema da lição de casa de um garotinho, filho de pais separados. Deu ao seu desabafo o seguinte
título: "AOS MEUS PAIS SEPARADOS".
***
Quem deseja a verdadeira felicidade há que improvisar a felicidade dos outros.
Realizando a segurança e o contentamento dos que nos cercam, construímos a nossa própria felicidade.
***
Fonte: Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na Palestra proferida pelo Prof. Raul Teixeira,
em Campo Largo-PR.
***
#casamento #separacao #separação #filhos #família #lar #divorcio #divorciocomfilhos
523

323 - BUSCAR O AUTOCONHECIMENTO


O pensador russo Gurdjieff, que morreu em 1949, falou a respeito da importância do Autoconhecimento e de se
saber viver.
Ele estabeleceu algumas regras, que nos merecem reflexões.
Segundo os especialistas em comportamento humano, quem consegue praticar a metade dessas lições, com
certeza, terá mais harmonia íntima e menos estresse.
Escreveu o filósofo:
Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo.
Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.
Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.
Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de
você.
Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se
exaure.
Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo habitual. Por mais que
isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser você mesmo.
Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.
Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os. Eles são pura perda de tempo e ocupam o
espaço mental precioso de coisas mais importantes.
Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias enquanto ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome
o diálogo, a ação.
Saiba que a família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.
Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.
É preciso ter sempre alguém em quem se possa confiar e falar abertamente.
Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância
sutil de uma saída discreta.
Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com isso. Escute o que comentaram de positivo, com
reserva analítica, sem qualquer convencimento.
Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo... Para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.
A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.
Não abandone suas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé.
Por fim, entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: você é o que fizer de você mesmo.
***
Grande número de nós gastamos boa parte do nosso tempo em esforços inúteis e desnecessários.
Uns desperdiçamos horas tentando fazer com que os outros aceitem nossas ideias.
Outros perdemos horas de sono pensando no que iremos dizer, no dia seguinte, numa conversa que não
acontecerá.
Por vezes, nos detemos por longo tempo alimentando ilusões.
Isso prova que fazemos esforços inúteis ou até prejudiciais ao nosso bem-estar.
Assim, anotemos as regras de Gurdjieff e nos preparemos para uma vida de melhor qualidade.
***
O assunto de se conhecer a sí mesmo é tão importante que é também abordado no LIVRO DOS ESPÍRITOS,
questão 919, onde os imortais ressaltam a importância de cada um buscar conhecer a sí mesmo.
E na questão 919a é oferecido um roteiro para nos autoconhecer. O irmão espiritual explica textualmente:
524

"Ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não
faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e
a ver o que em mim precisava de reforma".
E ele também ressalta: "O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual".
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #psicologia #conselhos #autoconhecimento #PsicologiaEspírita #psicologiaespirita
#livrodosespiritos
525

324 - PORQUE EXISTE A FAMÍLIA?


Você já pensou sobre qual é o objetivo da família, na Terra?
Afinal de contas, por que existe a família?
Se Deus, que é o Criador de todas as coisas, criou a necessidade da vida em família, é porque ela tem uma
finalidade importante para o progresso do Espírito.
Vamos encontrar a resposta para essa questão, nos ensinamentos do maior Sábio de todos os tempos.
Jesus recomendou que devemos amar o próximo como a nós mesmos.
Assim, a família é essa escola onde podemos aprender a amar umas poucas pessoas para um dia amar a
Humanidade inteira.
Deus, que é a Inteligência Suprema, sabe que no estágio evolutivo em que se encontra, o homem é incapaz de
amar todos os seres humanos como a si mesmo.
Por essa razão Ele distribui as pessoas nessas pequenas escolas chamadas lares, para que aprendam o amor ao
próximo mais próximo.
É assim que em nossas múltiplas existências vamos aprendendo o amor, nas suas diversas facetas: amor de mãe
para filho, de filho para mãe, de irmão para irmão, de avô para neto, de neto para avô, de tio para sobrinho, de
sobrinho para tio, de esposo para esposa e assim por diante.
E, quando conseguimos amar verdadeiramente um filho, por exemplo, nosso coração se enternece também pelos
filhos alheios.
Quando desenvolvemos profundo amor por uma avó ou pelos pais, toda vez que uma velhinha ou velhinho cruzar
nosso caminho, sentiremos algum carinho, porque nos lembraremos dos nossos queridos velhos.
Assim, os laços de afeto vão se formando, aos poucos, para que um dia possam se estender por toda a grande
família humana.
***
Considerando-se, ainda, a lei da reencarnação, ou seja, das várias existências no corpo físico, vamos solidificando
esses laços de afetividade com um maior número de Espíritos, que nascem sob o mesmo teto que nós.
Dessa forma, nossa família espiritual se amplia e os laços de bem-querer se solidificam a cada nova possibilidade
de convívio.
Podemos constatar essa realidade no amor que nutrimos pelos amigos, que não fazem parte da parentela corporal,
mas com os quais temos laços sólidos de afeição.
Se o amor ao próximo é lei da vida, teremos, mais cedo ou mais tarde, que aprender esse amor. E nada mais lógico
do que começar pelos familiares, que a sabedoria das Leis Divinas reuniu no mesmo lar.
Portanto, viver em família é um grande desafio e, ao mesmo tempo, um importante aprendizado, pois o convívio
diário nos dá oportunidade de aparar as arestas com aqueles que por ventura tenhamos alguma diferença.
Nascendo no mesmo reduto familiar é mais fácil superar as desafeições, pois os laços de sangue ainda se
constituem num ponto forte a favor da tolerância e da convivência pacíficas.
É por essa razão que existe a família: para que aprendamos a nos amar como verdadeiros irmãos, filhos do mesmo
Criador.
***
Kardec, no LIVRO DOS ESPÍRITOS, indagou dos Benfeitores Espirituais, quais seriam as consequências do
relaxamento dos laços de família.
E os irmãos espirituais responderam alertando que teríamos um recrudescimento do egoísmo. E em outra parte
do Livro dos Espíritos alertam que a abolição do casamento poderia levar o ser humano de volta para a barbárie.
A Providência Divina, detentora da máxima sabedoria, organizou a família na Terra para que cada componente
dela disponha de todos os recursos possíveis, tendo como meta a sua evolução e prosperidade espiritual.
No seu âmago, essa célula básica da sociedade reúne todas as condições para que o Espírito reencarnante
desenvolva sua potencialidade rumo à perfeição a que está destinado.
526

Descuidar da família, relaxar em seus propósitos e objetivos será abandonar o educandário, menosprezando a
grande chance que se tem para sair da vida física, rumo à espiritual, em condições bem superiores às que tínhamos
quando aqui chegamos.
Além da afetividade, onde se reúnem os corações afins, a família tem a função de promover o aprendizado ideal
para a correta convivência social, pois que ensina como vencer o orgulho e o egoísmo.
Pensando e agindo uns pelos outros, na defesa do interesse familiar, aprendemos a renunciar, a proteger a quem
amamos e também a nos proteger, a defender os anseios alheios, a calar diante de uma exaltação, a trabalhar
objetivando amparar os que estão sob nossos cuidados, a ser solidários, fraternos..., enfim, aprendemos a viver
em família, fator que nos assegura, também, como viver em sociedade.
***
Olhando a Humanidade como uma grande família, todas as barreiras que separam os povos caem por terra, pois
num outro país, numa outra raça, numa outra religião, pode estar alguém que já foi nosso parente consanguíneo
ou nosso grande amigo numa existência física passada.
Assim, se você entender que isso tudo faz sentido, comece a ver as pessoas que cruzam seu caminho com outros
olhos. Com olhos de quem entende e atende a recomendação do Cristo: Ame o próximo como a si mesmo.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 775 e 696 do LIVRO DOS ESPÍRITOS e palestra de Raul Teixeira
***
#momentoespirita #família #responsabilidade #familia #casamento #reflexão #sociedade #doutrinaespirita
527

325 - SUPERAR O DESÂNIMO


O desânimo é inimigo sutil do ser humano. Instala-se a pouco e pouco, terminando por vencer as resistências
morais, que se sentem desestimuladas por falta de suporte emocional para a luta.
São várias as causas do desânimo. Pode ser resultante de uma enfermidade orgânica, que gera perda de energia,
por consequência, de entusiasmo pela vida.
Pode resultar de estresse decorrente de agitação ou de tensões continuadas. Também por frustrações profundas,
que deixam n'alma um grande vazio.
Contudo, seja qual for a causa, o importante é não se deixar envolver pelo desânimo, desalentador e destruidor
de vidas.
Se a causa é a enfermidade, o estresse ou a frustração, há que se buscar a terapia conveniente.
Por vezes, um pequeno estímulo, um alento é suficiente para se sair de um estado de desânimo para o de
entusiasmo.
***
Um ilustre juiz contou, certa vez, um episódio que transformou toda a sua vida. Aos dezesseis anos de idade, viu-
se obrigado a deixar a escola e a se empregar como varredor numa fábrica.
Quando veio a crise econômica da década de 1930, numa tarde cinzenta, na véspera de Natal, ele foi despedido,
junto com centenas de outros empregados.
Quando saiu para a rua, ao final do turno de trabalho, foi seguindo no meio de uma fila silenciosa e sombria de
operários.
Embora adolescente, ele se sentia envelhecido num mundo sem esperanças.
À sua frente, caminhava um homem magro e mal vestido. Aquele homem também fora despedido. Mas ia
assobiando pelo caminho.
O rapaz se aproximou dele e perguntou:
- O que você vai fazer agora?
E o desconhecido respondeu com naturalidade:
- Acho que vou para a África. Lá, rapaz, as estrelas sobre o deserto são do tamanho de ameixas. Ou talvez eu vá
para o Rio de Janeiro. As luzes ali sobem sem parar da praia até o céu.
- O mundo é bem grande, rapaz, e o que há nele dá de sobra para fazer qualquer homem feliz, desde que não
tenha medo de ir aonde a cabeça e o coração o levarem.
Para o adolescente, aquelas palavras tiveram um grande efeito. Foi como se tivesse sido aberta uma janela na
parede de uma prisão e ele pudesse ver através de milhões de quilômetros.
Foi para casa com a cabeça cheia de planos. Se aquele homem, bem mais maduro do que ele, tinha forças para
tecer planos para o futuro, ele, adolescente, deveria ter muito mais.
E, pensando assim, na semana seguinte não somente conseguiu encontrar um meio de se manter, como se
matriculou numa escola noturna, perseguindo o seu sonho que viria se tornar realidade: formar-se em Direito e
seguir a carreira da magistratura. Ser juiz.
***
Nunca será demais insistir que a oração é arma poderosa para o combate ao desânimo. Ela favorece a canalização
de energias superiores, que vertem da Divindade em direção ao indivíduo que se encontra em atitude receptiva.
Com a prece, a criatura vai sentindo momentos de bem-estar e euforia. São momentos rápidos, mas que pela
constância, vão se fixando na criatura, até se tornarem habituais, preenchendo o vazio interior.
O hábito da oração sincera restitui a alegria de viver, oferecendo ao ser metas saudáveis e renovadoras, que o
enriquecem de paz interior.
***
Joanna de Ângelis, no livro VIDA FELIZ, 155, nos sugere um poderoso preventivo para o desânimo:
528

Irriga o teu organismo com pensamentos saudáveis.


A ação da mente sobre a emoção, o corpo e toda a aparelhagem fisiológica é incontestável.
Grande número de enfermidades se deve à ociosidade mental, ao desânimo, à revolta, às idéias autodestrutivas.
Canaliza o teu modo de pensar para as questões agradáveis, salutares, otimistas, e viverás sob o seu reflexo,
desfrutando do bem estar que se irradiará a outros mimetizando e produzindo paz.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Item CANSAÇO E DESÂNIMO, do cap. A BUSCA, do livro O DESPERTAR DO ESPÍRITO, por
Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #cansaço #desânimo #desanimo #pensamento #reflexão #conselhos #problemas
#doutrinaespirita
529

326 - A BRANDURA
Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra.
Por esta e outras máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei.
Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês que alguém possa usar para com seu
semelhante.
Podemos perceber, dessa forma, que os ensinos de Jesus não são bem compreendidos por nós e, menos ainda, vivenciados.
Prova disso é o nosso comportamento diário, diante de situações e pessoas.
Dia desses, transitávamos, de carro, por uma rua da nossa cidade e paramos no semáforo, quando o sinal fechou para a via
em que nos encontrávamos.
Observamos no veículo ao lado um adesivo com a seguinte citação evangélica: Já não sou eu quem vive, mas o Cristo que vive
em mim.
A frase nos lembrou do Apóstolo Paulo, que a escreveu e chamou nossa atenção pela beleza da ideia que expressa.
Ainda estávamos extasiados pelo belo pensamento quando vimos se aproximar um desses garotos que entregam panfletos
de propaganda nas esquinas.
A senhora que dirigia o veículo, com aquele maravilhoso adesivo, gesticulou, raivosa, espantando o menino.
Mais uma vez nos demos conta de que Jesus tem sido muito divulgado, mas pouco vivido.
***
Para que o Cristo possa de fato viver em nós, é necessário que nos esvaziemos um pouco do egoísmo.
Enquanto estivermos cheios de nós mesmos, certamente não haverá lugar para Ele, em nossa intimidade.
É muito fácil viver os ensinamentos de Jesus dentro dos templos religiosos que frequentamos, onde a situação e as pessoas
nos favorecem.
Quando tudo está calmo e todos se comportam com serenidade, é fácil sermos brandos e pacíficos.
Todavia, os ensinos do Mestre de Nazaré devem ser vivenciados em todas as horas do nosso dia.
É verdade que algumas coisas não são bem como gostaríamos que fossem.
Não nos agrada encher o veículo de papéis e mais papéis, que nos são entregues a cada parada no semáforo. Mas será preciso
agredir com palavras aqueles que os entregam?
Agindo assim, deixamos de lado outro ensino do Cristo: Fazer ao próximo o que gostaríamos que ele nos fizesse.
É importante, antes de agirmos com rudeza, colocarmo-nos no lugar do outro e nos perguntarmos como gostaríamos de ser
tratados se estivéssemos em seu lugar.
Se fizermos isso, com toda certeza não nos equivocaremos mais. Como consequência, estaremos agindo como verdadeiros
cristãos.
***
Os mundos, como as criaturas, igualmente evoluem.
É dessa forma que podemos entender a afirmação de Jesus de que os brandos herdarão a Terra.
Nosso planeta, que é um planeta de expiações e provas, se encontra em transição para mundo de regeneração.
Nele permanecerão os Espíritos que se melhoraram, adaptando-se a essa nova ordem.
Os que persistirmos no mal, iremos para outros planetas, de conformidade com nossa condição evolutiva.
É assim que se expressa a Justiça Divina. A ninguém desampara, mas também a ninguém privilegia. Todos temos as mesmas
chances, basta que saibamos aproveitá-las.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. IX, item 4, de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, ed. FEB.
***
#momentoespirita #evangelhosegundooespiritismo #brandura #evolução #reflexão #conselhos #comportamento
#doutrinaespirita
530

327 - SABER ESCOLHER COM SENSATEZ


A Doutrina Espírita nos ensina que Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem nenhum
saber.
A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à
perfeição, pelo conhecimento da verdade, e para aproximá-los de si.
Nesta perfeição é que eles encontrarão uma felicidade pura e eterna.
Passando pelas provas que Deus lhes impõe, os Espíritos adquirem o conhecimento.
Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa ao seu destino final. Outros só as suportam
murmurando e assim, por sua culpa, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.
Deus concedeu-lhes também o Livre Arbítrio, que se desenvolve a medida que o espírito toma consciência de
si mesmo. Sendo assim, todos somos resultado de nossas escolhas.
***
Nós vivemos com o resultado de nossas escolhas! Temos opções e caminhos a seguir e escolhemos o que nos
convêm.
Não podemos dizer jamais que somos enganados ou que somos inocentes. Temos escolhas! Temos opções!
Temos valores! Temos moral e ética!
Independente de termos ou não uma religião, acreditarmos ou não num Deus, aceitarmos ou não Jesus, temos
uma consciência e ela nos cobra quando agimos em desacordo com as Leis Divinas!
Esta essência existe em nós, queiramos ou não. Está embutido e enraizado em nosso ser, pois Deus escreveu
as Leis Divinas em nossa consciência.
Sabemos o que é certo e o que é errado e seguiremos o caminho que escolhermos.
Sendo ricos ou pobres, sempre temos uma escolha, uma opção e um caminho.
A falta de dinheiro não nos exime da responsabilidade de ser decentes e éticos.
Assim como a riqueza não nos exime de ser honestos e honrados.
***
Não existe meio termo para o bem e para o mal. Ou se é bom ou se é mau.
Ou se escolhe o caminho do bem ou se escolhe o caminho do mal.
Como saber qual é o caminho?
Para quem tem o conhecimento de uma religiosidade, conhece os ensinos de Jesus e procurar vivê-los, seguirá
o caminho do bem.
Para quem não acredita em nada disso, existe a essência de sua própria consciência dentro de si, do que é
certo e do que é errado e também tem condições de escolher o caminho do bem ou do mal.
Assim, dizer que a culpa de nosso país passar por este momento difícil é apenas dos políticos corruptos, não
é totalmente verdade. Precisamos rever nossos valores que estamos acostumados com o antigo bordão do
"rouba, mas faz". Pois os fins não justificam os meios.
Nós não somos marionetes, somos espíritos individuais, e temos o livre arbítrio de escolher o caminho que
achamos correto!
Jesus, há 2000 anos já deixava claro que só devemos fazer ao semelhante aquilo que gostaríamos que os
outros nos fizessem.
Sendo assim, deixemos de culpar apenas quem está lá em cima, e passemos a responsabilizar também a nós
mesmos pelas escolhas erradas que tomamos no meio do caminho.
Sempre temos uma escolha e ela sempre deve ser pautada nos ensinamentos de Jesus! Assim feito, não
erraremos o caminho!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 115 e seguintes do LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, e texto de Rita
Ramos Cordeiro.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #progresso #evolução #reflexão #livrearbitrio #causaeefeito
#doutrinaespirita #saberescolher
531

328 - EFEITOS DO MATERIALISMO NO SER HUMANO

"Crianças materialistas seriam mais propensas à depressão”. Esse é o título de uma matéria que foi publicada
pela rede CNN em março de 2003, em Portugal.
Segundo o autor do artigo, “as crianças que equiparam a felicidade ao dinheiro, a fama e à beleza, são mais
propensas a sofrer de depressão do que outras que não dão tanto valor à riqueza e à aparência, de acordo com
um estudo realizado na Austrália."
A Dra. Helen Street, do Queen Elizabeth Medical Centre, de Perth, disse, numa conferência sobre psicologia, na
Grã-Bretanha, que o fenômeno pode ser notado até mesmo em crianças de 4 anos, acrescentando que até 20 por
cento correm o risco de sofrer da doença no futuro.
Ainda de acordo com Street, as crenças, em uma época da vida tão precoce, sobre felicidade e objetivos poderiam
ser um indício, em crianças pequenas, de sua vulnerabilidade à depressão.
"As crianças que pensam que dinheiro suficiente e popularidade trazem a felicidade correm um risco maior de
depressão do que aquelas que acreditam que o dinheiro pode ser uma coisa boa de ter, mas que sua felicidade
vem de seu desenvolvimento pessoal", declarou a especialista.
O estudo foi realizado com 402 crianças australianas, com idades entre 9 e 12 anos.
A equipe da Dra. Street identificou 16 com sinais de depressão clínica e 112 com risco de sofrer de depressão no
futuro.
As crianças foram incentivadas a revelar seus principais objetivos na vida e o que as tornaria felizes."
Boas relações com a família e os amigos e se sentir bem consigo mesmas apareceram entre os principais objetivos.
As quase 12 por cento disseram que ter muito dinheiro era a coisa mais importante.
Essas crianças foram, também, as que apresentaram maior propensão a sofrer de depressão, de acordo com a
especialista.
Street aconselhou os pais a permanecerem alertas para possíveis sintomas de depressão em crianças, que incluem
mudanças nos hábitos de comer e de dormir, irritabilidade e perda de interesse na escola, nos amigos e nas
atividades favoritas.
Os pais devem também, segundo a especialista, ajudar seus filhos a compreender o que é mais provável que as
faça mais felizes na vida e que nem tudo gira em torno de fama e dinheiro.
Tal é a gravidade desse problema que já mobilizou especialistas, preocupados com o assunto.
***
Infelizmente, a idéia de que riqueza, beleza e fama são condições básicas da felicidade vem se alastrando de forma
generalizada em nossa sociedade.
E essa idéia distorcida da realidade não infelicita somente as crianças, que ainda não tem o discernimento
necessário para entender as leis que regem a vida.
A idéia de que valemos pelo que temos, e não pelo que somos, também tem levado muitos adultos à depressão e
ao suicídio.
Isso tudo é resultado da falta de entendimento das leis de Deus, ensinadas por Jesus.
Os ensinamentos de Jesus são todos voltados para os valores espirituais.
E as conquistas espirituais dependem exclusivamente de cada pessoa. A felicidade não está ligada à beleza física
nem aos bens materiais, e sim na disposição íntima de conquistá-la.
Na Educação está a chave para solucionar esse problema. Se as crianças com idéias materialistas receberem dos
pais e outros educadores, lições que enalteçam os verdadeiros valores da vida, certamente ajustarão seus
sentimentos e aquietarão seus corações aflitos.
Você que é pai, mãe ou responsável por alguma criança, pense com carinho no que está fazendo com esse espírito
que o Criador lhe confiou para que o eduque e proteja.
Lembre-se que o destino dessa criatura de Deus está basicamente em suas mãos.
***
532

Allan Kardec, que questionou os imortais longamente sobre múltiplos aspectos da vida, escrevendo, com base
nestas respostas, as obras da Doutrina Espírita, tece os seguintes comentários sobe o MATERIALISMO:
“Por uma aberração da inteligência, há pessoas que não vêem nos seres orgânicos nada mais que a ação da
matéria, e a esta atribuem todos os nossos atos.
Os materialistas não vêem no corpo humano senão a máquina elétrica; não estudaram o mecanismo da vida
senão no funcionamento dos órgãos; viram-na extinguir-se muitas vezes pela ruptura de um fio, e nada mais
perceberam além desse fio; procuraram descobrir o que restava, e como não encontraram mais do que a matéria
inerte, não viram a alma escapar-se e nem puderam pegá-la, concluíram que tudo estava nas propriedades da
matéria, e que. portanto, após a morte, o pensamento se reduz ao nada.
Triste conseqüência, se assim fosse, porque então o bem e o mal não teriam sentido; o homem estaria certo ao
não pensar senão em si mesmo e ao colocar acima de tudo a satisfação dos prazeres materiais; os laços sociais
estariam rompidos e os mais santos afetos destruídos para sempre. Felizmente, essas ideias estão longe de ser
generalizadas; pode-se mesmo dizer que estão muito circunscritas, não constituindo mais do que opiniões
individuais, porque em parte alguma foram erigidas em doutrina.
Uma sociedade fundada sobre uma base materialista traria em si mesma os germes da dissolução, e os membros
se despedaçariam entre si, como animais ferozes”.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Comentário de Kardec à questão 148 do LIVRO DOS ESPÍRITOS.
***
#momentoespirita #espiritismo #materialismo #depressão #fé #criança #infância #educação
#livrodosespiritos
533

329 - OUTRAS MORADAS


Em um poema recheado de estrelas, acenou o Mestre: Há muitas moradas na casa de meu Pai.
E nos abriu o Universo, com todos seus planetas, astros, sistemas solares. Tantos ainda não descobertos pela
nossa tecnologia.
Giordano Bruno, filósofo italiano, morreu queimado na fogueira por afirmar a infinitude do Universo e a
existência de outros mundos habitados.
Contudo, não poderia ser de outra forma. Para que o Pai Celeste conceberia tantos esplendores senão para
abrigar os seres que continua a criar?
A fala de Jesus é concisa, própria dos grandes sábios. Como excelente pedagogo, Ele lança a ideia e deixa à
Humanidade terrena, no transcorrer dos séculos, a investigação do macrocosmo.
- Há muitas moradas na casa de meu Pai.
Moradas físicas, nas quais as humanidades se agitam, no processo da evolução.
Também moradas espirituais, para as almas, enquanto não estagiam nos planetas.
E nós pensamos para onde iremos ao sair do corpo de carne.
Séculos nos acenaram com céus de delícias. Um local de descanso, um fazer nada, depois das lutas da Terra.
Assinalamos isso nas lápides dos túmulos quando esculpimos Descanse em paz.
No entanto, a pouco e pouco, vamos recebendo as informações daqueles que partiram e vivem nesse outro
mundo.
E descobrimos que é um mundo ativo, com organização e disciplina.
Repouso absoluto seria algo terrível para a nossa Imortalidade.
***
Tarefas nos aguardam, nessa morada do Pai. Possibilidades de estudo, aprimoramento de nossas
faculdades intelectivas, preparando-nos para o retorno a uma morada física, em algum tempo.
Conferências de conteúdos profundos, apresentadas por expositores de esferas superiores, que encantam e
iluminam a inteligência.
Entre estudo, trabalho, também áreas ajardinadas, com vegetação desconhecida para os que somos da Terra.
Brisa aromatizada com a explosão de flores de matizes múltiplos.
Música sublime como que vibra na atmosfera, executada por virtuoses em delicados instrumentos. Música
que penetra os ouvintes deslumbrados.
A música dos imortais, que se ouve uma vez e não se esquece nunca mais, como canta o Poema da Gratidão.
Teatro e dança elevados, que os temos reproduzidos na Terra, pelos que consideramos gênios da beleza, das
artes, nos oferecendo espetáculos de cores, sons e movimentos.
Contatos e diálogos com mensageiros da luz, reencontros com os nossos amores, de muitas vidas.
Oportunidade de rememorar fatos vividos em épocas distintas, que nos engrandeceram o Espírito.
Convívio doméstico, porque ali nos reunimos por afinidades e constituímos comunidades que interagem umas
com as outras.
***
Moradas do Pai. Quantas haverá nem podemos imaginar, desde que Ele cria sem cessar.
Isso nos estimula ao progresso, ao bem, nesta vida, a fim de que possamos subir alguns degraus na evolução
e um dia, quiçá, não muito distante, usufruir de um desses ninhos de amor, no Além.
Extasiar a alma, enchê-la de luz e entusiasmo e depois retornar para esta mesma morada terrena ou para
qualquer outra que nos assinale a Divindade.
Há muitas moradas na casa de meu Pai. E nós, os Seus filhos, somos herdeiros de todas elas.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. 15, do livro REENCONTRO COM A VIDA, por Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo
Pereira Franco
***
#momentoespirita #Moradas #vidaaposamorte #vidaemoutrosmundos #doutrinaespirita #Jesus #reflexão
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330 - VISITAS DO ALÉM

É comum sonharmos com quem já não se encontra na vida física.


Alguns de nós, simplesmente dizemos que tudo não passou de um sonho um tanto doido, porque, afinal, quem
partiu, não volta.
Sonho, é bom termos em conta, é a lembrança que guardamos ao despertar, do que nos aconteceu, enquanto
nosso corpo físico dormia.
O escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, Coelho Neto, dizia que o sono é um mergulho na eternidade.
E o padre Antônio Vieira, filósofo do século dezessete, afirmava: O sono é a imagem da morte. Os sonhos são a
imagem da vida.
Os sonhos retratam a vida e alma de cada um, com as cores de sua ação, dos seus propósitos e dos seus desejos.
Não será, portanto, justo que a saudade nos remeta ao encontro dos amores que se foram, quando nos libertamos
parcialmente do corpo, enquanto dormimos?
Parece que nos esquecemos dos tantos relatos históricos de seres que se foram e retornaram para falar com seus
amores.
Estariam todos com problemas mentais, fantasiando o que não existe?
***
Lembramos que o filho de Dante Alighieri sonhou com o pai, que lhe disse onde, exatamente, guardara os treze
cantos do céu, parte final da sua grande obra: A Divina Comédia.
Dificilmente, encontraremos alguém que não tenha sonhado com seu pai, sua mãe, um amigo que já partiu.
Enquanto alguns nos apavoramos, imaginando que esses seres vieram para anunciar nossa própria morte, os que
temos a certeza da Imortalidade, agradecemos esses reencontros.
Sim, verdadeiros reencontros. Quando dormimos, como Espíritos, nos libertamos, parcialmente, do corpo e vamos
ao encontro de amores já vividos, desta ou de outras vidas.
Quando tornamos a ver, em nossos sonhos, nossos pais, amigos, companheiros queridos, é a comprovação de
que a morte não destrói as afeições construídas.
Alguns deles nos visitam em nossas noites, para nos incentivar a prosseguirmos nas lutas.
Vêm para nos dizer que tudo passa, que os problemas terão solução, que a crise se amenizará.
Eles vêm nos falar da sua saudade. E se nos permitirmos sentir seus abraços, confiar em seu incentivo,
despertaremos mais dispostos, menos saudosos, na manhã seguinte.
***
É consolador percebermos que somos Espíritos imortais vivendo, temporariamente, em um corpo material na
Terra.
Maravilhoso e bom é reconhecer que quando nosso corpo não pode mais manter a vida física, nós, Espíritos, nos
desligamos da matéria, que volta ao pó, e continuamos na vida.
Ficaremos admirados ao constatar a recepção por parentes e amigos que nos antecederam na morte.
Verificaremos, então, por nós mesmos, que se a bondade de Deus nos permitir, poderemos frequentar os sonhos
dos nossos amores que ficaram na Terra.
Importante pensarmos na transitoriedade do corpo físico e na vida que prossegue.
Então, faremos coro à poetisa:
Não chore à beira do meu túmulo, eu não estou lá.
Estou no soprar dos ventos, nas tempestades de verão e nos chuviscos suaves da primavera.
Estou no brilho das estrelas e no cantar alegre dos pássaros. Não chore à beira do meu túmulo, eu não estou lá,
eu não morri.
***
Este assunto é tão palpitante que Kardec o trata no LIVRO DOS ESPÍRITOS, no Capítulo VIII, perguntas 400 a 418.
535

Lá nos é informado que o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao
corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com
os outros Espíritos.
É explicado que o espírito conquista esta liberdade pelos sonhos.
Quando o corpo repousa, o Espírito tem mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e
algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potência e pode pôr-se em comunicação com outros Espíritos, quer
neste mundo, quer noutro.
Com o corpo entorpecido, o Espírito consegue investigar o passado e até o futuro, e colocar-se em contato com
outros espíritos.
É explicado também que quando dormimos, estamos, por algum tempo no estado em que ficaremos
permanentemente depois que morremos.
Portanto cultivemos o hábito da prece antes de dormir para atrair boas presenças para perto de nós e entrarmos
em sintonia com espíritos de padrão espiritual melhor.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Questões 401 e seguintes de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, cap. MERGULHO NA
ETERNIDADE, do livro VIVER EM PLENITUDE, por Richard Simonetti e versos do poema NÃO CHORE À
BEIRA DE MEU TÚMULO, da poetisa Mary Elizabeth Frye.
***
#momentoespirita #livrodosespiritos #vidaaposamorte #doutrinaespirita #sonhos #reflexão
536

331 - CONSEQUÊNCIAS DA IRRITAÇÃO


Pedro, Elizabeth e José estavam reunidos a tarde toda, envolvidos no trabalho da Faculdade, que lhes
custara semanas de pesquisa.
Cansados, não viam a hora de terminar e entregar a tarefa.
Elizabeth fazia os últimos retoques quando os colegas tiveram uma controvérsia. Ela recomendou calma
para que tudo acabasse bem, mas os rapazes se alteraram em demasia.
Num momento de irritabilidade, Pedro, ao se levantar da cadeira esbarrou na mesa, derrubando tinta
sobre a pasta do trabalho quase pronto.
O clima ficou demasiadamente tenso. Troca de acusações, desespero porque, afinal, o prazo era curto
para refazer tudo.
Na sequência, houve choro, xingamentos, vozes alteradas.
Teriam que negociar com o professor mais tempo para refazer o trabalho.
Elizabeth disse que os acompanharia, mas que o encargo de falar seria dos dois que causaram o acidente.
Que situação haviam criado!
***
A irritação, que manifestamos repentinamente, é um fator de frequentes conflitos.
Provocando descargas de adrenalina na corrente sanguínea, altera nosso equilíbrio orgânico e,
sobretudo, o emocional.
Muitas vezes, o cansaço é o responsável por essa crise.
Essa inimiga se manifesta em forma de impaciência e nos torna indelicados e rudes.
A expressão dura produz igual reação em quem a recebe e revida com descarga mental de revolta e
antipatia.
A primeira atitude que devemos ter, quando percebermos em nós manifestações de irritação constante,
é examinar-lhe a procedência.
E se o fato se repete e se reprisa, aconselhável buscarmos ajuda especializada antes de perdermos
amizades caras ao coração ou magoarmos aqueles que nos amam.
***
Conhecer nossas emoções sempre nos fará perceber o que precisamos modificar em nós.
Tenhamos em mente que a irritabilidade é espinho cravado nas carnes da emoção, que deve ser
extirpado.
Quanto mais permanece, piora o estado de quem o conduz, gerando infecções duradouras e perniciosas.
Se somos uma pessoa irritável, facilmente demonstramos nosso mau humor e insatisfação. Isso porque
trazemos essas sementes na intimidade, na qualidade de sentimentos agressivos e amargurados.
Nossa conduta se torna intratável e passamos a ser conhecidos como os que estragamos o ambiente em
que nos encontramos.
Tornamo-nos pessoas de difícil trato, nos sentindo felizes quando desagradamos ao outro; quando
vemos os outros em maus lençóis.
Com tais disposições, naturalmente iremos criando uma aura de antipatia ao nosso redor, afastando as
pessoas, que declinarão da nossa companhia, em qualquer circunstância.
***
Tenhamos em mente, portanto, que a verdadeira felicidade não causa dor nem sofrimento.
537

Que os sentimentos doentios gastam mais energias para se manifestar do que aqueles revestidos de
amor verdadeiro.
Que temos liberdade de escolha para nossas opções, mas teremos que responder por todas as escolhas
feitas.
Que é muito mais fácil e gratificante optarmos pelo sentimento que nos conduzirá à convivência feliz.
Como somente o amor tem a função de unir, com a possível brevidade, treinemos humildade e oração.
A humildade fortalecerá nossa paz íntima e a oração nos dará forças para vencermos a fraqueza cruel.
Sigamos nossa caminhada, pacificados, deixando a irritabilidade simplesmente como uma experiência
no nosso passado.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. 146 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #evangelhosegundooespiritismo #brandura #evolução #reflexão #conselhos #comportamento
#doutrinaespirita #irritabilidade #irritação
538

332 - FALANDO DE VÍRUS


Todos estamos sujeitos a certas doenças, as famosas viroses que, de vez em quando, nos infectam. Elas são provocadas
por vírus, algo absolutamente comum em nossa vida.
Deixam-nos com dor de cabeça, mal-estar, febre. Por vezes, os efeitos são tão fortes que nos exigem forçado repouso,
tratamento eficaz.
Nosso corpo está sujeito ao ataque desses organismos vivos.
Mas, nos tempos que vivemos, estamos percebendo que não é somente o nosso corpo que está sujeito a ser
contaminado por vírus. Os nossos computadores, nossas máquinas de trabalho também estão.
É praticamente impossível conhecer alguém que nunca tenha tido problema com algum vírus de computador.
Naturalmente estamos falando de vírus diferentes. Os que agridem nossos corpos nada têm a ver com os das máquinas.
No entanto, possuem o mesmo fim: prejudicar o perfeito funcionamento.
A cura é relativamente simples. Para o corpo existem os remédios prescritos pelos médicos. Uma virose mais forte
chega a exigir a ação benéfica dos antibióticos.
Para as máquinas, necessitaremos de técnicos experientes para a total recuperação dos estragos provocados.
Convenhamos, no entanto, que a prevenção ainda é a melhor solução. Para o corpo é importante manter a saúde em
dia, com uma boa alimentação e alguns cuidados físicos.
Quanto à máquina, um programa antivírus, sempre atualizado, para evitar eventual contaminação.
***
Usando essa nossa definição para vírus, como algo que nos prejudica, podemos dizer, ainda, que existe um terceiro tipo
de vírus que provoca danos bem maiores.
A cura para esse não será encontrada em clínicas, farmácias, ou em lojas e sites de informática.
Referimo-nos às doenças do Espírito, que insistem em continuar vivas em nosso ser, provocando desarmonias íntimas,
prejudicando inclusive aos que nos rodeiam.
Inveja, ódio, teimosia, orgulho, egoísmo, irritabilidade são alguns dos sintomas que nos afetam quando estamos
contaminados.
São essas doenças da alma que fazem proliferar os vírus do corpo e das máquinas de que nos servimos. Afinal, por trás
de cada vírus de máquina há uma inteligência humana criadora, que nada mais é do que uma pessoa que está com o
Espírito em desarmonia, em desequilíbrio.
Estando nosso corpo físico interligado ao Espírito que o comanda, é afetado pelas doenças que trazemos no Espírito,
tornando-se vulnerável às enfermidades.
A cura verdadeira reside em nós mesmos. A busca pela paz, o exercício do amor a si mesmo e ao próximo são vacinas e
remédios eficazes para acabar com os vírus que nos podem provocar as doenças.
***
Para o corpo ou para a máquina, os vírus podem até ser fatais. Não para o Espírito, pois é um ser imortal.
Resta então a pergunta: queremos ficar com esses tipos de vírus conosco para toda a eternidade?
Não seria tempo de nos libertarmos deles?
Para isso basta tomar uma decisão, a de substituir os vírus por virtudes.
Virtudes que nos embelezem a alma e nos garantam saúde física e espiritual.
Pensemos nisso.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #doenças #vigilância #Vigiar #comportamento #psicologiaespirita
539

333 - POR VOCÊ MESMO


No contexto da existência imortal, o nascimento e a morte do corpo são fenômenos que se repetem incontáveis vezes.
Quanto à chegada nos berços do mundo, sabe-se o que ordinariamente acontece, entretanto, a criatura humana
costuma se indagar a respeito de como será sua chegada no plano espiritual.
Por intermédio do fenômeno mediúnico, não faltam relatos a respeito dessa marcante ocorrência.
Conforme a grandeza íntima de quem desencarna, o evento se modifica.
Há os transes angustiosos e os extremamente felizes.
Contudo, em se tratando de Espíritos razoavelmente equilibrados, há um fenômeno um tanto comum.
Muitas vezes, eles são cercados por manifestações do mais puro amor.
Antigos afetos, que o tempo talvez tenha até riscado da memória, ressurgem de improviso.
Amigos, a quem supunham ter prestado pequenos serviços, repontam nesse dia novo, de braços abertos.
Sorrisos espontâneos, por flores de carinho, desabrocham em semblantes luminosos.
Quase sempre, contudo, quem chega se reconhece, nesse festival de pura alegria, como ser obscuro e endividado.
Quanto mais a bondade fulgura em torno, mais ele sente o peso da frustração.
Tem o peito à semelhança de violino quebrado, que não consegue acompanhar a harmonia de júbilo que o rodeia.
Entre a alegria de muitos pelo reencontro, deseja chorar em profundo arrependimento.
Lamenta as lutas recusadas e as oportunidades perdidas.
Deplora a passada rebeldia, ante os apelos do bem.
É que essas lutas benditas lhe teriam granjeado merecimento e luz íntima.
Lamenta também a fuga deliberada aos testemunhos de humildade, que o teriam renovado de modo definitivo.
Percebe-se amparado por indizíveis exaltações de claridade e ternura.
Contudo, por dentro, carrega remorso e necessidade de renovação.
E, por reconhecer que pouco lutou e evoluiu, suplica o retorno a um corpo de carne pois sonha com a redenção e a
consciência tranquila, as quais demandam aquisições de experiência e valor.
***
Se você chora em suas lutas do dia a dia, pense bem antes de reclamar.
Perceba o valor da experiência que lhe lapida com vistas a uma felicidade perene.
Entenda as dificuldades por desafios e as decepções por bênçãos.
Elas impedem que você se perca em fantasias e loucuras, em detrimento de seu objetivo real.
Abençoe o pranto que lava os escaninhos do seu ser.
Execute com paciência o trabalho que a vida lhe pede.
Um dia, os companheiros que o precederam na jornada de luz estarão com você em preces de triunfo.
Viva de modo a merecer estar com eles, livre e vitorioso!
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Cap. 49, do livro JUSTIÇA DIVINA, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier.
***
#momentoespirita #reencarnação #vidaaposamorte #doutrinaespirita #provas #dificuldades #reflexão
540

334 - COMO PROGREDIR MORALMENTE


Todo o viver é um exercício de aprendizagem. E a vida será sempre rica de oportunidades para que a alma se
enriqueça no saber das coisas de Deus.
A oportunidade do estudo, de desenvolver-se intelectualmente é possibilidade de alcançar conhecimento das leis
do mundo físico, obra de Deus.
Estudar botânica, química ou astronomia, seja qual for o ramo das ciências, é sempre uma oportunidade de
progredir intelectualmente, de aumentar o entendimento a respeito das leis do Criador.
E é claro que quanto mais estudamos, mais progredimos intelectualmente.
Porém, a vida também é rica de oportunidades para que cresçamos moralmente, para que possamos entender as
coisas de Deus no campo da moral.
***
Assim como podemos crescer intelectualmente durante uma vida, podemos progredir moralmente.
Sabendo-se que moral é a regra de bem proceder, a regra de agir conforme as leis de Deus, o entendimento dessas
regras pelas vias do coração será a grande conquista para todos nós.
Logo, é natural que a vida oportunize também esse aprendizado, que nos possibilita crescer moralmente.
Se o progresso intelectual se dá nos bancos da escola, pelos livros, pelo exercício da mente e do raciocínio, o
progresso moral se dá pelo enfrentamento do mundo, nos desafios de relacionamento com o próximo e conosco
mesmos.
Sempre que nos deparamos com um parente difícil, é oportunidade de progresso moral, ao desenvolver a
paciência e a indulgência.
Se o chefe irascível é nossa grande dificuldade, ou o ambiente de trabalho desequilibrador, que nos consome em
preocupações, serão essas também oportunidades de desenvolvermos valores de paciente coleguismo.
Se situações difíceis da corrupção e do afrouxamento dos valores morais sucederem sob nossos olhos, ser-nos-ão
convite ao exercício da retidão de caráter e da consolidação da honestidade.
***
Nenhuma situação que nos ocorra será descuido da Providência divina ou cochilo de nossos anjos tutelares.
Tudo está previsto pelo amor de Deus, a proporcionar as situações mais adequadas para que possamos progredir,
intelectual e moralmente.
Dessa forma, jamais desejemos uma vida tranquila, sem desafios e dificuldades a transpor.
Essa vida que muitos desejam, e não poucos se esforçam para assim viver, consome-se no vazio de si mesma, pela
falta do objetivo maior, que é o progresso do ser humano.
Jamais devemos malquerer os dias desafiadores. Serão sempre esses os que provocarão em nós o crescimento de
novas capacidades, o amadurecimento moral, o despertar para valores mais sólidos e perenes em relação à vida.
Nunca deveremos nos esquecer que Deus nos proporciona penas e desafios somente na intensidade e no
montante que nossa estrutura emocional será capaz de enfrentar.
***
Extraído do Momento Espírita
***
#momentoespirita #leideprogresso #progresso #evolução #aprendizado #dificuldades #provações #vida
541

335 - DIANTE DE DESENTENDIMENTOS E CONFLITOS

Os desentendimentos e conflitos são comuns nos relacionamentos humanos.


Eles se fazem presentes nas famílias, nas empresas, nas escolas e onde quer que se reúnam pessoas.
São alimentados e preservados por velhos vícios humanos.
O egoísmo, por exemplo, dificulta a percepção das necessidades alheias, pois faz que pensemos
unicamente em nós mesmos.
O orgulho faz com que demos superlativa importância à nossa própria personalidade.
Nessa disputa de egos, buscamos mais vencer do que convencer. Queremos chegar primeiro, sermos
atendidos de forma prioritária.
Na equipe profissional, desejamos posição de destaque, para ganhar mais e melhor.
Para alcançar esse objetivo, muitas vezes sacrificamos a lealdade e a amizade. Que nos importam os
amigos ou pessoas que nos devotam cuidados?
No âmbito familiar, para não assumir encargos, chegamos a lançar mão de argumentos desonestos e de
chantagens.
Nesse conjunto infeliz, as batalhas se sucedem, mas a guerra nunca termina.
Sorrisos e afagos disfarçam mágoas e revolta.
Talvez alguém seja aparentemente o vitorioso, mas a perda coletiva é grande.
***
Ocorre que a vida a tudo modifica, no transcorrer dos minutos, das horas, dos dias.
O que hoje é importante, pode não significar mais nada, amanhã.
Ao final de todas as lutas e discussões, resta, simplesmente, conviver com a própria consciência.
Mais cedo ou mais tarde, somos chamados a refletir a respeito do que fizemos.
Isso pode se dar pelo aparecimento de uma enfermidade, que nos leva a considerar sobre a
transitoriedade da vida física.
Ou em situação de desemprego, que mostra a nossa dependência de empresas, instituições, dos
recursos que nos faltam para a manutenção do lar.
Ou até de uma tragédia qualquer que nos envolva ou aos nossos conhecidos, familiares ou amigos.
Ou apenas no quase finalizar da vida, quando todas as ilusões se diluem.
Para quem nunca recuou, nunca contemporizou ou pacificou, esse momento pode ser bem difícil.
***
Para não nos arrependermos mais tarde, convém, desde agora, refletir sobre a finalidade do existir.
Recordamos da Primeira Epístola de Pedro, que reflete sobre a conduta cristã em face de situações
desafiadoras.
O Apóstolo Pedro defende que não retribuamos mal por mal ou injúria por injúria.
Ao contrário, diz que devemos bendizer a tudo, porque é para essa vivência que o cristão foi chamado.
Realmente, a fileira dos que reclamam e brigam é sempre numerosa.
Ocorre que renascemos na Terra para vencer nossas dificuldades íntimas e nos aprimorarmos.
Não chegamos no cenário terrestre com o objetivo de vencer debates, fugir de deveres ou termos largas
vantagens.
Os conflitos improdutivos do mundo representam o que deve ser abandonado, a bem da própria paz.
Para que cessem as contendas e as divisões é que fomos chamados a reencarnar.
542

A fim de termos sucesso, precisamos ser um fator de paz e harmonia, onde quer que nos encontremos.
Para sermos fiéis a esse propósito, é importante estarmos dispostos a ceder, a tolerar e a suportar.
No contexto da vida maior, somente se pacifica quem aprende a ceder em favor da paz dos outros.
Pensemos nisso.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: A Razão do Chamado)
Referência: cap. 118, do livro PÃO NOSSO, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier.
***
#momentoespirita #reencarnação #objetivodavida #doutrinaespirita #conflitos #desentendimentos
#reclamações #reflexão
543

336 - JUSTIÇA: FALAR E FAZER


Muitas pessoas costumam discursar a respeito da justiça.
Em geral, o que não agrada é tido como injusto.
Esse hábito em muito se assemelha à forma pela qual as crianças veem o mundo. Pois o discurso infantil
é centrado no atendimento dos próprios desejos.
Qualquer obstáculo é visto como indevido.
Essa infantilidade no modo de perceber o mundo se reflete nos mais variados contextos.
No trabalho, o designado para desempenhar uma tarefa árdua ou dar uma notícia desagradável sente-se
injustiçado.
Dentre os filhos, se um precisa devotar mais tempo a pais velhos ou enfermos, a percepção costuma ser
essa.
Esse sentir focado no egoísmo também assume outros contornos.
Ganha importância na sociedade também a cultura da indenização.
Ao menor transtorno, busca-se responsabilizar o pretenso causador.
Em face de desentendimentos, procura-se colocar tudo em pratos limpos.
É como se ninguém estivesse disposto a compreender, a contemporizar e a perdoar.
Contudo, o discurso da busca de justiça muitas vezes disfarça o sentimento de vingança.
***
No mundo, muitos crimes se praticam sob a justificativa de se estar fazendo ou buscando justiça.
Para quem se afirma cristão, é imperioso refletir um pouco antes de trilhar esse caminho.
Jesus sempre se posicionou com bastante firmeza.
Defendeu a mulher adúltera, em face de quem queria apedrejá-la.
Sustentou com vigor que o templo fosse utilizado de forma santa, em vez de se converter em um mercado.
Ele se mantinha vigilante em todos os atos alusivos à justiça para com os outros.
Nunca lhe faltou coragem e nem capacidade de argumentação.
Contudo, quando encaminhado à cruz, não clamou pela justiça dos homens.
Ao assim agir, sinalizou a grandeza que existe em abdicar das próprias razões, em prol de um objetivo
maior.
Por certo, tal atitude não implicou desconsideração para com o trabalho dos juízes honestos no mundo.
Mas estabeleceu um padrão de prudência para todos os discípulos de seu evangelho.
***
Quando em pauta interesses alheios, é importante atentar para o estrito cumprimento dos imperativos
legais.
Entretanto, quando os assuntos difíceis e dolorosos envolvem o eu, convém moderar os impulsos de
reivindicação.
A visão humana é incompleta para perceber a extensão dos dramas que se apresentam.
Muitas vezes, a aparente injustiça que se vive representa o resgate de graves equívocos do passado.
É difícil ter certeza quanto à própria posição perante a vida, considerada nos termos mais vastos de várias
encarnações.
Na dúvida, a abstenção de reclamos é uma medida a ser considerada.
Antes de discursar contra qualquer injustiça pessoal, pensemos nisso.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: Justiça e Discurso)
Referência: cap. 18, do livro MISSIONÁRIOS DA LUZ, por André Luiz e Francisco Cândido Xavier.
***
#momentoespirita #justiça #tolerância #conflitos #desentendimentos #direitos #deveres #reflexão
544

337 - RAZÃO E COMPREENSÃO


O relacionamento com aqueles com quem convivemos e nos encontramos é sempre um desafio de alto
significado.
O universo que cada um traz consigo, seu mundo particular, suas conquistas e dificuldades são expostas,
gerando, não poucas vezes, conflitos nas relações humanas.
Naturalmente que, quanto mais próximas e frequentes forem essas relações, mais elas exigem de nós.
Assim é que na vida em família, onde o verniz social e as aparências superficiais não se sustentam, os
conflitos se mostram, às vezes, intensos.
Porém, não por acaso, a Providência Divina escolhe, define e, algumas vezes mesmo nos consulta, para
estabelecer com quem e entre quem estaremos iniciando uma nova jornada.
Será no meio familiar que enfrentaremos os maiores desafios de relacionamento, e será ali, inúmeras
vezes, que teremos as mais significativas lições para a vida.
Além do próprio lar, encontraremos outras oportunidades de aprendizado. Será o vizinho um tanto
excêntrico, o chefe pouco tolerante, o colega de trabalho mal-humorado.
Porém, não podemos nos esquecer que será a vida de relação que nos possibilitará o exercício da
compreensão, da tolerância, do amor ao próximo.
Ao entendermos cada ser humano como uma alma em evolução, que renasceu, como nós, mais uma
vez, com bons desafios para enfrentar, veremos que somos todos mais parecidos do que podemos
imaginar.
É claro que cada um traz suas peculiaridades, suas manias, suas falhas. Mas, em essência, somos todos
almas buscando a perfeição.
Assim, quando alguma dificuldade acontece, no relacionamento com alguém, talvez seja melhor não
buscar o enfrentamento.
***
Muitas vezes enfrentamos ao outro, discutimos, brigamos, gerando tensão e nervosismo, para deixar
claro que estamos com a razão, que merecemos um pedido de desculpas.
E para isso, pagamos o preço de perdas de amizade, dificuldades no emprego, tensões familiares
complexas.
Talvez, em nossas dificuldades de relacionamento, devêssemos nos perguntar quem está com a caridade,
quem está com a compreensão, quem está com a humildade, e não quem está com a razão.
Afinal, a vida em sociedade, inevitável para nosso progresso, é a oportunidade de desenvolver valores
morais de que ainda não dispomos.
Assim, o intolerante será nosso professor de paciência, o arrogante nos ensinará a humildade e o
extravagante nos oportunizará o desenvolvimento da compreensão.
Todos aqueles que cruzam nossos caminhos nos trazem lições, de uma ou de outra maneira. Alguns pelo
exemplo que oferecem, outros por aquilo que nos exigem para a convivência.
Nesse sentido, Jesus, o pedagogo por excelência, nos convida a, se alguém nos chamar para
caminharmos mil passos, oferecermo-nos para andar dois mil. E, se alguém nos pedir a capa,
oferecermos a túnica também.
Nessas aparentes perdas que imaginamos ter, aos olhos do mundo, estaremos ganhando, nas questões
da alma, os verdadeiros e mais importantes valores que podemos amealhar para nós mesmos.
***
545

Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 141, traz um conselho oportuno no assunto relacionamentos:
Dosa com cuidado as tuas emoções.
Uma atitude afetada é sempre desagradável, tanto quanto o retraimento injustificável é responsável por
muitas dificuldades no relacionamento social.
A afetação é distúrbio de conduta, e o retraimento é sintoma de insegurança.
Auto-analisa-te com carinho e sinceridade, buscando superar as ansiedades e os temores que respondem
pelo teu comportamento.
Atitudes tranquilas são resultado de realização íntima, que somente conseguirás mediante exercícios de
prece, paciência e meditação.
Assim, o controle das tuas emoções se fará possível.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: cap. 141, do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #conflitos #relacionamento #doutrinaespirita #compreensão #comportamento
#conselhos #reflexão
546

338 - A NECESSIDADE DE CULTIVAR A PAZ


No dia 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos detonaram sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, a primeira
bomba atômica da Segunda Guerra Mundial.
Três dias depois seria a vez da cidade japonesa de Nagasaki sofrer o ataque nuclear.
A primeira bomba caiu a pouco mais de um quilômetro da casa da menina Sadako Sasaki que, na época, tinha
dois anos de idade.
A mãe conseguiu salvá-la da explosão, no entanto, durante a fuga, as duas se encharcaram na chuva radioativa
que caiu.
Sasaki viveu normalmente até os doze anos, quando descobriu que estava com leucemia, devido à radiação
nuclear a que fora exposta.
Em tratamento no hospital, ela recebeu a visita de uma amiga que lhe contou a lenda dos mil Tsurus de papel.
O Tsuru é uma ave grande, de cores contrastantes, plumagem clara, chegando ao branco, com extremos de
fascinante degradê vermelho, e dotada de inigualável encanto.
Na mitologia japonesa, é considerado o pássaro mais velho do planeta, com expectativa de vida de cerca de mil
anos.
A arte do origami, ou seja dobrar papel, se inspirou nessa ave para criar uma de suas mais conhecidas formas,
tanto que muitos consideram o Tsuru como o símbolo dessa arte japonesa.
A lenda diz que se a pessoa dobrar mil origamis de Tsurus, com a mente direcionada para uma necessidade,
garante o desejo realizado.
Sasaki começou a fazer as dobraduras, mentalizando a sua cura. Queria sair do hospital livre da leucemia.
Ela não tinha muito papel. Por isso, usou invólucros de medicamentos e o que mais conseguisse. Visitava os
quartos de outros pacientes para pedir embrulhos dos seus presentes.
Uma versão popular diz que ela morreu pouco antes de atingir seu objetivo. No entanto, uma exibição no Museu
Memorial da Paz de Hiroshima afirmou que pelo fim de agosto de 1955, Sasaki havia atingido seu objetivo e
continuou a dobrar mais trezentos Tsurus.
Ela morreu em 25 de outubro de 1955.
Depois de sua morte, seus amigos e colegas da escola publicaram uma coleção de cartas com o objetivo de
conseguir financiamento para construir um memorial para ela e para todas as crianças que morreram pelos efeitos
da bomba atômica.
Três anos depois, em maio, foi inaugurado em Hiroshima, no Parque da Paz, o Monumento da Paz das Crianças,
com a estátua da menina Sasaki erguendo um origami de Tsuru.
No pé da estátua está a inscrição: Este é o nosso choro. Esta é a nossa oração. Paz no mundo.
A história de Sadako Sasaki é considerada como um dos símbolos da luta pelo fim das armas nucleares.
A vontade de viver da menina japonesa, que se pôs a fazer mil origamis de Tsurus, transformou-se no símbolo da
paz, tanto que todos os anos, no dia 6 de agosto, no qual se comemora o Dia da Paz, milhares de pessoas enviam
Tsurus ao Monumento da Paz das Crianças.
Para os japoneses, depositar Tsurus nos memoriais representa votos de paz ao mundo, uma manifestação pacífica
no intuito de chamar a atenção de todas as nações para que nunca se esqueçam do mal que as armas nucleares
podem causar a um povo.
***
A mudança das velhas estruturas não acontece de um para outro momento. Requer tempo, trabalho e paciência.
A violência, por mais que o deseje, não consegue os resultados desejados. Ao contrário, apenas complica a
situação.
Hábitos equivocados e comodismos sociais não se desfazem a golpes de precipitada determinação. É necessario
recursos e tempo que propicie o seu desgaste.
547

As circunstâncias e os sofrimentos gerais que constringem os homens têm logrado expressivas alterações no
comportamento geral, não, porém, o suficiente para mudar a face egoísta da sociedade.
O trabalho atual é de preparação psicológica e buscar despertar os que dormem na indiferença acerca dos valores
do espírito e da necessidade da paz.
***
Atua, em paz e confiança, sem pressa nem imposição.
A vida se manifesta em ciclos que se traduzem em resultados eficazes.
Há um período para a sementeira e outro para a germinação; hoje é o dia do crescimento, amanhã, o da flor e,
mais tarde, o do fruto...
O embrião espera o tempo para alcançar a plenitude da forma.
Nas realizações morais do espírito, o tempo é, igualmente, fator de sua importância.
Procede com equilíbrio e jamais te desanimes. Um dia os resultados se darão e esses, sim, isso é o que mais
importa.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Capítulo ATUA EM PAZ do livro ROTEIRO DE LIBERTAÇÃO, por Joanna de Ângelis e Divaldo
Franco.
***
#momentoespirita #conflitos #paz #pazmundial #evolução #comportamento #conselhos #sociedade
#mundança
548

339 - O PRECONCEITO

Conta-se que aconteceu num voo internacional.


Uma senhora de cor branca, de uns cinquenta anos, ocupou o assento ao lado de um senhor negro.
Visivelmente perturbada, ela chamou a comissária de bordo.
- Qual é o problema? - Muito atenciosa, indagou a comissária.
- Mas, você não está vendo? - Respondeu a senhora. Você me colocou ao lado de um negro. Eu não
consigo ficar ao lado de gente desta classe. Quero que você me dê outro assento.
- Por favor, acalme-se. Quase todos os lugares deste voo estão tomados. Vou ver se há algum lugar
disponível.
A funcionária solícita se afastou e retornou alguns minutos depois.
- Minha senhora, como eu suspeitava, não há nenhum lugar vago na classe econômica. Conversei com o
comandante e ele me confirmou que não há mais lugar na classe executiva. Entretanto, ainda temos um
assento na primeira classe.
Antes que a senhora pudesse fazer qualquer comentário ou esboçar um gesto, a comissária continuou:
- É algo um tanto extraordinário o fato de a companhia conceder um assento de primeira classe a alguém
da classe econômica. Contudo, tendo em vista as circunstâncias, o comandante considerou que seria
verdadeiramente vergonhoso alguém ser obrigado a se sentar ao lado de uma pessoa intratável.
E, dirigindo-se ao senhor negro que, até aquele momento ficara sempre calado, ouvindo as agressões
da senhora, que parecia tão distinta, a comissária complementou:
- Senhor, se for de sua vontade, faça o favor de apanhar os seus pertences e me acompanhar. Eu o
encaminharei para um assento na primeira classe, que está à sua espera.
E todos os passageiros ao redor, que acompanhavam a cena, muito chocados, levantaram-se e bateram
palmas.
***
O preconceito é próprio dos orgulhosos. Expressa, em verdade, a estreiteza de visão da criatura.
Todos os seres humanos são formados dos mesmos elementos. Têm as mesmas necessidades, como seja
de comer, beber, dormir, amar e sonhar.
A pandemia, que desde 2020 parou o mundo, nos demonstrou que não se preocupou com a cor da pele,
com a condição econômica ou escala social.
Não há, pois, motivo algum para que alguém se julgue mais importante ou superior a quem quer que
seja.
Qual a importância da cor da pele? Se apagarmos as luzes de uma sala cheia de pessoas e nos tocarmos
no escuro, saberemos distinguir os brancos dos negros e estes dos amarelos?
Se chegássemos em uma aldeia indígena, onde os seus componentes jamais tivessem visto um homem
branco, eles nos estranhariam. Reclamariam da palidez da nossa pele e seríamos ali um elemento muito
diferente.
Que se diria se, em um canteiro de rosas viçosas, abertas, perfumadas, as de cor vermelha, aveludadas,
desprezassem as amarelas? Não acharíamos grande tolice?
Pois o mesmo se aplica aos seres humanos.
***
549

Joanna de Ângelis explica que o preconceito é herança do primarismo egoístico do ser humano, de
quando somente almejava todos os frutos de alegria e felicidade para si mesmo, e divide as criaturas e
assinalando-as com o ferrete do desequilíbrio.
O preconceito - esse degradante julgamento antecipado que subestima o que não conhece ou a quem
combate por paixão inferior - é chaga moral que ainda se demora no organismo social e deve ser
combatido com vigor.
Dividindo as pessoas e classificando-as sob padrões que as chancelam, engrandecendo a umas e
estigmatizando a outras indevidamente, o preconceito racial, político, social, tem levado gerações
volumosas à miséria, ao degredo, e até à morte.
O preconceito está presente nas religiões que se destacam pelo fanatismo e os seus fregueses se
apresentam envenenados pelo orgulho, pela ignorância da realidade, prejulgando quem não pertence à
sua religião.
E Joanna de Ângelis lembra que Jesus experimentou preconceito de rabinos e fariseus, apesar de
demonstrar a Sua superioridade moral, intelectual, religiosa, que mais os perturbava, levando-os à trama
covarde culminada na Sua crucificação.
A única superioridade que devemos perseguir, com ardor, é a superioridade moral.
Ela nos conferirá fraternidade, amor e justiça, afastando de nós todo preconceito, egoísmo e orgulho,
porque nos elevará à condição de verdadeiros filhos de Deus.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Artigo RACISMO, de autoria desconhecida e mensagem de Joanna de Ângelis recebida,
através de Divaldo Franco em 07.05.1997, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador-BA
***
#momentoespirita #preconceito #julgamento #comportamento #conselhos #sociedade #sociedade
550

340 - SILÊNCIO PRECIOSO


Afirma a sabedoria popular que todo aquele que cala consente.
Porém, nem sempre essa é a verdade.
O silêncio pode significar muito mais do que simples concordância a algum comportamento ou afirmativa.
Muitas pessoas se calam porque o medo as toma de assalto. Temem atrair para si ou para os seus familiares ações
de vingança ou retaliação.
E existem os silêncios que se fazem para evitar contendas inúteis, discussões áridas ou comprometer a harmonia
de certos ambientes, que objetivam exatamente o bem, o consolo, a paz.
O silêncio representa sabedoria, em momentos em que todos gritam, e ninguém se entende. Aguarda-se o
momento certo para falar.
Silêncios também se fazem quando as pessoas não desejam absolutamente ouvir, querendo simplesmente gerar
discussões e fomentar desentendimentos.
***
Recordamos que Jesus, perante a autoridade que representava o imperador romano na Judeia, o procurador
Pôncio Pilatos, respondeu a algumas questões, de forma direta e simples.
Mas, quando lhe foi indagado O que é a verdade, se manteve em silêncio.
Exatamente porque aquela personalidade, naquele momento, não tinha a mente nem o coração abertos para
receber o conceito correto.
Pilatos é praticamente obrigado ao julgamento de um homem, no qual ele não descobria culpa alguma. Julga
porque deseja preservar seu cargo, sua posição.
Demonstra querer se libertar de uma situação incômoda, julgando de forma apressada e ao sabor da vontade
popular, manifestada na praça.
Não está preocupado com a justiça.
Então, recordemos que há o momento preciso da manifestação lúcida. Também o do silêncio que, ainda segundo
ditado popular, vale ouro.
É o silêncio que impede revelações que poderão ocasionar maior soma de dores, de problemas ou de desavenças.
***
Valioso é o silêncio que evita a discussão vazia, o debate infrutífero, em meio às explosões da insensatez.
A exortação de Jesus é para que ouçam os que têm ouvidos de ouvir. Isso nos dá a exata tônica de que existem
momentos próprios para as explicações.
Quando as pessoas desejam ouvir.
E momentos outros em que o silêncio é a melhor atitude para evitar batalhas sem propósito.
Um mensageiro do bem, certa vez, afirmou que o verdadeiro cristão não tem tempo para se defender das
acusações que lhe fazem, empenhado que se encontra no serviço do bem.
Eis aí mais um silêncio oportuno.
Enquanto acusadores se exaltam e procuram evidenciar mais e mais a sua maldade, encharcando redes sociais
com calúnias, aquele que se encontra a serviço de Jesus, simplesmente prossegue na sua atividade.
Por fim, existem momentos em que precisamos nos calar para ouvir. Ouvir o outro, ouvir a voz da razão. Pensar
para responder de forma adequada.
Momentos de falar. Momentos de calar.
O silêncio somente não é bom quando objetiva ferir o outro com a indiferença ou o desprezo.
Reflitamos a respeito. E pensemos em quantas almas são beneficiadas com cinco minutos de um programa
radiofônico.
E quantas outras serão quando ouvindo e tornando a ouvir, se recolherão para meditar a respeito e, quiçá,
modificar algumas disposições íntimas.
551

***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 40, tem um conselho bastante oportuno sobre este assunto:
Enquanto alguém estiver sendo acusado, mantêm-te em silêncio.
Os acontecimentos quando estouram, têm antecedentes que são ignorados pela maioria dos circunstantes.
As coisas nem sempre são conforme se apresentam, mas consoante são nos seus valores íntimos.
Não faças coro com as acusações expostas.
O delinquente e o infeliz pecador, merecem, quando menos, comiseração e oportunidade de reeducação.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Capítulo 40 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #silêncio #paz #palavra #julgamento #comportamento #conselhos #equilíbrio
552

341 - AS BENÇÃOS DO ALTRUÍSMO


Foi o filósofo francês Augusto Comte quem cunhou, em 1830, a palavra ALTRUÍSMO, para significar comportamento
oposto ao egoísmo.
Se desejável para todos os tempos, tal atitude torna-se de importância capital na atualidade.
Nos momentos que atravessamos, após a pandemia que nos exigiu o isolamento social e deixou inúmeros corações de
luto, é o altruísmo que nos deve despertar as emoções do amor e do perdão, da misericórdia e da caridade.
Saber enxergar as necessidades alheias, atendendo-as com mãos veludosas que não constrangem, nem humilham - eis
uma faceta do altruísmo.
Alguns pessimistas afirmam que o altruísmo somente se encontra entre as pessoas da mesma cultura ou as que
abraçam os mesmos ideais.
No entanto, extraordinária demonstração de altruísmo encontramos na Parábola do Bom Samaritano.
Ele não somente atende a vítima de ladrões impiedosos, que nem era da sua mesma crença, como também altera o
seu próprio roteiro para deixá-lo em uma hospedaria.
Sequer cogita que, se eventualmente, a situação fosse inversa, o outro nem se deteria para o socorrer.
Simplesmente interrompe sua viagem e oferece os primeiros socorros com o que traz consigo.
E, ao entregá-lo ao hospedeiro, adianta o pagamento do que calcula possam custar os dias em que o ferido precisará
ali permanecer.
Mais do que isso, se responsabiliza pelos gastos que poderão ocorrer, em acréscimo.
O Evangelho não lhe registra o nome, embora lhe enalteça o gesto de verdadeiro altruísmo.
Exatamente porque o sábio de Nazaré já instituíra que se deve fazer com uma das mãos sem que a outra tome
conhecimento.
***
Conta-se que, no século XIX, um monge tibetano, de nome Dola Jigme Kalsang, viajava pelas diversas províncias da
China.
Chegando em uma delas, percebeu uma grande aglomeração na praça principal, o que lhe atraiu a atenção.
O sábio se acercou e veio a saber que se tratava de um homem, acusado de roubo, que fora condenado a morrer de
forma cruel: seria colocado no dorso de um cavalo feito de ferro, aquecido até ficar avermelhado.
O condenado, aos gritos, protestava inocência.
O recém-chegado Dola abriu caminho entre a multidão e anunciou: O ladrão sou eu.
Fez-se um grande silêncio. O mandarim, que governava aquela parte do país, voltou-se impassível para o monge e
perguntou:
Você está pronto para assumir as consequências do que acaba de dizer?
Ante a afirmativa de Dola, o condenado foi solto e ele foi posto sobre o ferro em brasa, sucumbindo em poucos minutos
no terrível suplício.
O que motivou a atitude do monge tibetano, senão o altruísmo? Ele apenas chegara àquele lugar.
Poderia ter seguido o seu caminho.
Agiu a partir do altruísmo e de uma benevolência ímpar para com quem sequer teve chance de lhe agradecer o gesto
de lhe salvar a vida.
***
Mas o ALTRUÍSMO é assim mesmo. Não aguarda reconhecimento, não espera aplausos, nem louvores.
Essa foi a atitude de Jesus que doou a sua vida para que todos tivéssemos vida em abundância.
Ele nos ofereceu o mais sublime gesto de altruísmo de que a Humanidade tem notícia.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Capítulo 25 do livro ATITUDES RENOVADAS, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #altruismo #caridade #comportamento #conselhos #benevolencia
553

342 - CAMINHOS PARA ENCONTRAR A FELICIDADE


Muitas são as diretrizes que indicam caminhos para se encontrar a felicidade.
Muitas sugestões e conselhos já foram dados para os que procuram pela felicidade.
Essas iniciativas são positivas, quando nascidas do desejo sincero de ajudar.
E são necessárias porque cada pessoa poderá seguir pela rota que mais lhe seja favorável e que esteja de acordo
com suas forças e entendimento.
Os caminhos para a felicidade são muitos. Uns são mais curtos e mais íngremes e exigem mais esforço e renúncias.
Outros são mais longos e mais planos, mas todos conduzem ao mesmo fim.
A felicidade é, sem dúvida, uma construção diária, que mais se efetiva quanto mais a ela nos dedicamos.
Quanto mais conscientes dos passos que nos levarão ao seu encontro, mais perto dela estaremos.
***
Mas enquanto não conseguimos conquistar a felicidade suprema, podemos ir preparando o caminho com
algumas atitudes fáceis e lúcidas, nos passos de cada dia.
Eis algumas dicas:
Use expressões meigas e cobertas de ternura.
As energias afáveis favorecem uma atmosfera de paz no coração que as exercita.
Busque a visão otimista sobre as pessoas. Enxergue o lado bom que todos nós possuímos.
Pequenos gestos de bondade por dia alicerçam as grandes atitudes do amanhã, sedimentando os nobres e
elevados sentimentos.
Silencie diante das críticas às atitudes infelizes do próximo. Somos nós mendigos do entendimento alheio ante
nossos equívocos repetidos.
Aprenda a deixar fluir a compaixão, quando a dor espelhar-se na alma do próximo.
Condicionará, dessa forma, as próprias forças no caminho da caridade, irradiando o calor da fraternidade por
onde passar.
Sorria ainda que esteja atravessando difíceis momentos na Terra.
O sorriso gera simpatias e afasta invernos escuros, permitindo o brilho do sol da esperança para você e para
tantos que atravessam seu caminho.
Mantenha a calma em qualquer situação.
Quem confia em Deus e está convicto de Sua Providência infalível, sabe que os recursos necessários chegarão
tanto mais rápidos e precisos quanto estivermos em posição positiva na vida.
Tolere o mais que possa. Perdoe sempre. Leve paz onde houver dissensões.
Quem semeia brisas suaves não enfrentará os tufões da agonia em estradas futuras.
Conceda ao irmão do caminho a gentileza de sua sincera alegria pelas conquistas dele.
Demonstre desprendimento natural. Prossiga leve com as aspirações elevadas.
A cada dia coloque-se como instrumento de construção, ciente que Deus nos favorece com a bênção do serviço,
para que Sua presença seja sentida no mundo por nosso intermédio.
***
Você, e somente você é responsável pela sua felicidade ou sua desdita.
Seu caminho para a felicidade só pode ser construído por você, mais ninguém.
Se hoje você encontra em seu caminho pedras e espinhos é porque houve um tempo em que você se descuidou
do seu jardim.
Por isso, é importante não perder mais tempo. Selecione a boa semente e comece agora a reflorir seu caminho
para que possa encontrar, logo mais, o perfume agradável da boa semeadura.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Mensagem do livro AJUDA-TE, pelo Espírito Marta, psicografia de Frederico Menezes, ed.
DPL
***
#momentoespirita #felicidade #comportamento #conselhos #benevolencia
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343 - REFLETINDO SOBRE A CULPA

Você já refletiu sobre o que representa a culpa em nossas vidas?


Não há dúvida de que o sentimento de culpa é um dos grandes responsáveis por nossa infelicidade.
Quando fazemos algo que nos causa um desconforto íntimo pertinaz, é bem provável que seja a culpa se
instalando.
Mas o que fazer para que esse sentimento não se aloje em nossa intimidade e nos traga fortes dissabores?
Parece lógico que a melhor atitude é a que elimina, em definitivo, esse desconforto de nossa alma.
E que atitude poderia ser mais eficaz do que um sincero pedido de desculpas?
Todavia, pedir desculpas significa admitir que nos equivocamos, e isso mexe diretamente com nosso orgulho.
O que geralmente fazemos, então?
Ficamos remoendo o desconforto e buscamos alguém a quem culpar pela atitude que nossa consciência
desaprova.
Não seria mais coerente pedir perdão?
Logicamente seria, mas o orgulho muitas vezes nos impede.
***
O que fazemos, então?
Preferimos nos punir de outra maneira. E geralmente optamos pelas enfermidades...
A consciência nos acusa, mas em vez de resolver a questão com a humildade de um aprendiz, preferimos a
autopunição velada.
Em vez de pedir perdão, optamos pelo sofrimento. Em vez de aliviar a alma admitindo que somos frágeis e nos
equivocamos, preferimos nos esconder sob a máscara de uma perfeição da qual ainda estamos distantes.
Por não admitir as nossas próprias fraquezas, também não as admitimos nos outros, e agimos com um rigor
desmedido, infelicitando-nos e infelicitando os que conosco convivem.
Mais sensato seria reconhecer que somos aprendizes da vida, e que todo aprendiz tem o direito de errar, mas tem
também o dever de corrigir o passo e seguir em frente.
Como aprendizes da vida, não estamos isentos do erro, da queda, das fragilidades que caracterizam a nossa
condição de alunos imperfeitos.
Assim sendo, vale a pena agir como quem deseja crescer, aprender, ser feliz. E para isso é preciso saber pedir
perdão, saber perdoar, saber tolerar...
***
Só não admite erros a pessoa que se julga infalível, perfeita, acima do bem e do mal. E essa, certamente é uma
pessoa infeliz.
Se quisermos aprender a ser mais leves e menos presunçosos, observemos as crianças. Elas não têm vergonha de
pedir desculpas, não guardam mágoa nem rancor.
Quando se machucam, elas choram... Pedem socorro, reconhecem sua fragilidade...
Se não conseguem alcançar algo, pedem ajuda. Para entender as coisas, perguntam várias vezes.
Quando sentem medo, admitem. Pulam no colo mais próximo ou se enroscam no pescoço do amigo ou irmão
mais velho.
Isso se chama humildade, isso se chama pureza. Isso se chama sabedoria.
A pessoa que carrega esse fardo, sofre e não admite ser feliz.
Assim sendo, se você não tem a pretensão de ser infalível, perdoe-se, peça perdão, liberte-se desse lixo chamado
culpa, e siga em frente.
***
Joanna de Ângelis tece alguns conselhos úteis relativos à CULPA, no livro VIDA FELIZ:
555

Nestes dias agitados a angústia caminha com o homem, disfarçada de medo, de ansiedade, de sentimento de
culpa.
Naturalmente, as pressões a que a pessoa está sujeita respondem por tal situação.
A ansiedade pelo prazer exorbitante frustra; os fatores agressivos amedrontam, e a timidez encontra uma forma
de levar ao complexo de autopunição.
Afasta da mente esses fantasmas responsáveis por males inumeráveis.
És filho de Deus, por Ele amado, que te protege e abençoa.
Não te afastes das Suas Leis e se te enganares, ao invés de te entregares a conflitos desnecessários, retorna ao
caminho do dever, sem receio algum.
***
Extraído do Momento Espírita
Referência: Capítulo 187 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco.
***
#momentoespirita #culpa #remorso #autoconhecimento #comportamento #PsicologiaEspírita
#psicologiaespirita
556

344 - PERSEVERAR DIANTE DAS PROVAS


A perseverança é uma virtude que nos protege durante as tempestades da vida, pois, para evoluir, precisamos
passar por dificuldades e desafios.
Elas nos fazem crescer como espíritos, mas é necessário encontrar a luz que nos guiará ante as confusões e
conflitos do caminho.
Muitas vezes a vida pode parecer uma quarto trancado com as janelas fechadas. Não se consegue enxergar a luz
e se tem uma falsa certeza de que o sol não estará lá para nós.
Apesar desta impressão, não nos deixemos ser consumidos pelo medo ou desânimo. Devemos ter perseverança
e permanecer firmes diante dessas dificuldades.
Quando não nos deixamos ser envolvidos pela energia negativa, enxergamos que o quarto apenas está fechado e
de que o sol continua do lado de fora.
***
Nunca pensemos que estamos sozinhos nas provas da vida, porque sempre, por mais inesperado que pareça,
existirá alguém a nos amparar.
A espiritualidade amiga nos auxiliará, seja no plano espiritual, ou através de encarnados que se dispuseram a
servir nas causas de Jesus.
Perseverar é persistir na vida, com humildade de reconhecer nossas faltas e com a insistência de quem não se
deixa abalar com as dificuldades e desafios da encarnação.
Perseverança deve ser a palavra mestra para resistir às provas da vida. Muitas vezes a perseverança se apresenta
como personagens e sonhos que nos movem, sejam eles amigos, familiares ou amores.
Talvez os sonhos sejam o maior combustível para a perseverança, pois eles têm a capacidade de nos tirar da inércia
e agirmos para que aconteçam.
Não importa o quão longe possam parecer, a fé, a crença e a certeza nos sonhos nos faz perseverar e
aproximarmos deles de tal modo que aprendamos e exercitemos nossas faculdades.
Perseverar é acreditar no progresso e se dispor a ele. É aprender a levantar-se com a queda e a seguir as estrelas
que nos guiam, hoje e sempre, para o caminho de aprendizado e evolução inerente a todos os espíritos.
***
Joanna de Ângelis, em VIDA FELIZ, 199, tem conselhos oportunos quanto à paciência e perseverança:
Nunca te apóies no pessimismo para deixar de lutar.
O que os outros conseguem através do trabalho, obterás também, se tiveres paciência e perseverança.
Não pretendas iniciar a vida por onde outros a estão concluindo.
O êxito depende de muitas tentativas que não deram certo.
O fracasso sempre ensina o modo como não se devem fazer as coisas.
Insiste no teu serviço com otimismo e avança com vagar na direção da tua vitória. Cada dia vencido são vinte e
quatro horas que ganhaste.
***
Adaptado de Texto da Rádio Boa Nova
Referências: Capítulo 199 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#trabalho #aprendizado #comportamento #doutrinaespirita #perseverança #paciencia #provas #desafios
557

345 - MEDITAÇÃO: TERAPIA PARA A ALMA


Tudo no mundo precisa de cuidados e conservação.
As flores dos nossos vasos ou dos nossos jardins precisam de água, sol, terra adequada.
Os animais domésticos nos requerem alimento, vacinas, visitas periódicas ao veterinário.
Os pássaros, que nos despertam pela manhã, entre cantos e trinados, nas árvores próximas, necessitam que lhes
providenciemos água e algum alimento, sobretudo nos dias do inverno.
Nossos bens materiais igualmente nos exigem cuidados. A casa precisa ser pintada, eventuais rachaduras sanadas,
consertos variados, lâmpadas queimadas requerem substituição.
Nosso carro precisa ser abastecido com o combustível apropriado, requer revisões regulares para constatar se
tudo está bem: motor, suspensão, freios, filtro de óleo.
E é preciso a calibragem dos pneus, observar o reservatório de água.
Nós também somos uma máquina orgânica, com peças que precisam ser muito bem cuidadas.
Algumas até podem ser substituídas mas dependemos de terceiros para a doação.
E sabemos como as filas por transplantes são enormes.
Nosso corpo é um conjunto de diversas estruturas que se associam e criam uma rede de dependências entre umas
e outras.
O coração bate porque o cérebro envia mensagens de comando para ele.
Por sua vez, o sangue corre em nossas veias e artérias porque é bombeado pelo coração.
O sistema digestivo atua no processamento do alimento, garantindo a absorção dos nutrientes importantes para
o corpo.
Para que tudo funcione bem, para que gozemos de saúde física e mental, precisamos de combustível de primeira
linha.
Pensamentos positivos são essenciais. Os bons sentimentos ajudam no trabalho dos nossos órgãos, gerando
energia, ânimo para nosso dia a dia.
***
A meditação, que até recentemente era considerada prática de caráter religioso, está tendo outro entendimento.
Tanto que a vemos sendo utilizada por personalidades do mundo empresarial e pessoas de renome em variadas
áreas.
Steve Jobs, por exemplo, usava sua última hora do dia para meditar.
Quando terá surgido a prática da meditação não sabemos ao certo.
Terá talvez surgido nas tribos primitivas, em torno da fogueira, olhando o crepitar do fogo?
Ou admirando as estrelas nas noites esplendorosas? Ou no precipitar das águas, provocando sonoridades
estranhas?
A meditação uma prática que engloba relaxamento corporal, diminuição acelerada da respiração, levando a um
estado de paz, calma e tranquilidade.
Considerada fundamental em todos os aspectos sociais, já é admitida em muitas empresas.
Dentre os benefícios estão a redução do estresse, clareza mental, melhoria da qualidade de vida, aumento de
emoções positivas, autoconhecimento.
A meditação estimula o despertamento das faculdades psíquicas.
Meditar, portanto, é uma forma de estabelecer uma conexão com o divino. De alimentar o coração e todos os
sistemas orgânicos.
É realizar essa viagem para nosso interior, voltarmo-nos para nós mesmos.
Se Jesus nos disse que o reino de Deus está dentro de nós, que melhor razão podemos encontrar do que nos
propormos a essa viagem ao interior de nós mesmos?
558

***
Joanna de Ângelis, no livro VIDA FELIZ, nos aconselha:
Num dia extenso com 24 horas, reserva alguns momentos à reflexão.
Quem caminha sem meditar, perde o contato consigo mesmo.
Encurralado nos ponteiros do relógio, ou disparado à frente deles, ou vagarosamente após eles, aturde-se,
esquecendo o rumo...
É indispensável ao êxito fazer periódica revisão de metas e de ações.
Usando a reflexão, repassarás os equívocos e terás tempo de repará-los, reprogramarás os deveres e te renovarás
com mais facilidade.
Fala menos, dorme um pouco menos e medita mais.
Minutos que desperdiças, se os usares para a meditação, se transformarão em pontos luminosos do teu dia.
***
Extraído do Momento Espírita (Título original: Uma viagem salutar)
Referências: Cap. 160 do livro VIDA FELIZ, por Joanna de Ângelis e Divaldo Franco
***
#momentoespirita #meditação #reflexão #autoconhecimento #conselhos #vidafeliz #reformaintima
559

346 - EXERCITAR A SERENIDADE


É verdade que os dias que se sucedem trazem consigo uma série de emoções desequilibrantes e desafiadoras.
Não podemos negar as tribulações e dificuldades morais pelos quais passamos todos nós, de maneira crescente.
Os disparates, os comportamentos inconsequentes, a leviandade parecem ser o roteiro da vida de muitos.
Relacionam-se com o próximo como objeto de uso, em um utilitarismo calculado, para o descarte inconsequente logo
mais.
Comportamentos violentos, desmedidos, infundados permeiam as relações sociais, sem espaço para a compreensão,
paciência e respeito às limitações alheias.
E, não raro, perguntamos para onde irá parar essa sociedade se, coroada pelas conquistas do intelecto, desenvolvida
tecnologicamente, ainda rasteja nas limitações morais em que estagia.
São dias de aflição contínua, como efeito das ações perturbadoras que atingem quase todas as criaturas.
Porém, são esses mesmos dias os mais propícios para se vivenciar princípios nobres, de certa maneira, rígidos, como
aqueles propostos por Jesus.
A insensatez e o desamor têm vida breve e, logo mais, darão espaço, em caráter perene e definitivo, para o equilíbrio,
a paz e a harmonia nas relações humanas.
***
Estes são dias de batalha, de luta não declarada.
Ela acontece no mundo íntimo, entre os vestígios de uma alma doente e um tanto violenta com as novas propostas de
comportamento digno e nobre, que começam a aflorar em nossa consciência.
Também acontecem batalhas na sociedade, entre aqueles já despertos para o bem e a dignidade e os que se
comprazem na desordem e na ignorância.
São dias desafiadores para todo aquele que pretenda construir uma sociedade mais feliz e menos turbulenta.
Cabe a esses desejosos de dias novos, não fazerem cantilena às desgraças ou estimularem os embates.
Será sempre a serenidade perante os fatos a melhor ferramenta para se enfrentar tais dias.
***
Não importa o que nos suceda. Manter a mente tranquila, envolta na serenidade será o desafio daqueles que abraçam
a certeza de que Deus está sempre no comando de tudo.
Assim, se desejas colaborar para que os dias ganhem novos panoramas, mais lúcidos e felizes, faze a tua parte.
Na provocação, mantém a paz. Quando aterrorizado, mantém a firmeza no bem. Se afrontado até o limite, permanece
sem revidar.
Seja o teu o comportamento equilibrado e lúcido daqueles que já perceberam no Cristo o melhor roteiro a ser seguido.
Logo mais, aqueles outros, após exauridos no seu desequilíbrio e insensatez, irão se pautar na tua conduta, buscando
a mesma paz que veem em ti.
Permanece tranquilo e sereno, na fé daqueles que veem estes, apenas como dias do aprendizado necessário para todos
os que ainda não nos convencemos ser o amor a melhor opção para nossas vidas.
***
Extraído do Momento Espírita
Referências: cap. 11, do livro ILUMINA-TE, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
***
#momentoespirita #serenidade #reflexão #autoconhecimento #conselhos #comportamento
560

347 - SABER CONFIAR


O Evangelista Mateus teve oportunidade de assinalar, em seu Evangelho, capítulo seis, versículo trinta e um: Não andeis,
pois, inquietos.
Muitos andamos inquietos nestes dias. Inquietos com a economia, com a política, com a família. Inquietos em relação
ao futuro; inquietos em relação ao passado; inquietos com nós mesmos.
A inquietude da criatura revela, no âmago, a falta de confiança, a falta de fé e, também a falta de conhecimento.
A recomendação de Jesus não incentiva a indiferença nem a irresponsabilidade.
O Mestre, que preconizou a oração e a vigilância, não aconselharia a despreocupação do discípulo ante o acervo do
serviço a fazer.
Ele nos pede o combate ao pessimismo crônico.
Ser pessimista é estar condenado a perder a batalha antes dela mesmo começar. Ser pessimista é boicotar a si mesmo
e aos outros, pois nossas palavras e pensamentos transformam o mundo à nossa volta para o bem ou para o mal.
***
Ainda vivemos os tempos de nos defrontar, inúmeras vezes, com pântanos e desertos, espinheiros e animais daninhos.
São os tempos de transição.
Urge, porém, renovar atitudes mentais na obra a que fomos chamados, aprendendo a confiar no Divino Poder que nos
dirige.
Em todos os lugares há derrotistas intransigentes.
Sentem-se nas trevas, ainda mesmo quando o sol fulgura no zênite.
Enxergam baixeza nas criaturas mais dignas.
Marcham atormentados por desconfianças atrozes. E, por suspeitarem de todos, acabam inabilitados para a
colaboração produtiva em qualquer serviço nobre.
Aflitos e angustiados, desorientam-se a propósito de mínimos obstáculos, inquietam-se, com respeito a frivolidades de
toda sorte e, se pudessem, pintariam o firmamento com a cor negra para que a mente do próximo lhes partilhasse a
sombra interior.
nós precisamos confiar...
***
Não há treva que dure para sempre. Não há coração destinado ao mal. O tempo de escuridão é passageiro, é momento
de aprendizagem, de provas necessárias.
A sabedoria dos mais experientes, Espíritos de escol que aqui estiveram e que ainda nos acompanham do Mundo Maior,
revela que o Universo é regido por uma Inteligência dotada de justiça e bondade.
Dessa forma, como não confiar?
Assim, ao observarmos o mal aparentemente dominante ainda, escandaloso, bulhento, não colaboremos com seu
estardalhaço desproporcional.
Divulgá-lo sem propósito benéfico, propagá-lo sem fim útil, apenas para causar espanto, é dar-lhe mais forças.
O otimista não é aquele que se nega a enxergar o mal à sua frente. É simplesmente aquele que dá mais valor ao bem
do que ao mal que alguém promova.
O otimista é aquele que sempre vê uma saída, que sempre vê um aprendizado em toda experiência, por mais penosa
que tenha sido.
Esses levam a vida com mais leveza e, muitas vezes, confiam sem saber que estão confiando. Têm fé imensa sem saber
que a têm ou sem mesmo precisar dar rótulos a ela.
Lutemos. Perseveremos. Amemos e confiemos sempre.
***
Extraído do Momento Espírita
Referências: cap. SAIBAMOS CONFIAR, do livro VINHA DE LUZ, por Emmanuel e Francisco Cândido Xavier
***
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348 - O CICLO DA VIDA


De forma contínua, os seres humanos se transferem desta vida para o Mais Além. A maioria, sem preparo algum.
Exatamente porque, embora saibamos que a morte é o destino final da vida física, vivemos como se isso não fosse verdade.
Mas, todos temos o mesmo destino. Morando em pequenas cidades ou em capitais famosas, depois de longos períodos de
enfermidade ou de forma repentina, vitimados por acidentes ou fenômenos da natureza.
Ou, ainda, vítimas de guerras, de epidemias...
Ninguém é poupado.
O instrumento afiado, de que se serve a morte, atinge o pequenino, ainda em formação na câmara uterina, como nos
primeiros anos da infância, na idade adulta, na juventude risonha ou na idade avançada.
De uma forma que nos parece estranha, abraça os sadios e deixa os enfermos. Escolhe alguns ricos e poderosos em vez de
pessoas paupérrimas, que padecem toda sorte de necessidades.
Detestada por quase todos, alguns há que a desejam com ansiedade, no intuito de se liberar de dores que acreditam não
mais suportar.
Continua sendo considerada um mistério da vida física e, muitos a ridicularizam, mesmo quando alcança pessoas próximas.
Como se fosse uma brincadeira, sorriem por não terem sido escolhidos por ela... ainda dessa vez.
***
Morte. Cantada por poetas, das mais diversas formas.
Muitas vezes, anuncia a sua visita, e se o viajor estiver atento, se prepara para a inevitável jornada.
Também aparece, inesperadamente, e sem maior consideração, afinal, desde que se nasce, estamos destinados ao seu
encontro.
Para alguns, inspira compaixão. Também oferece saudades e agonia.
Contudo, a grande verdade é que morrer não significa acabar-se. Trata-se, apenas, da transferência de uma situação vibratória
para outra.
Não pensemos em sono que nunca se acaba, nem em um local de delícias infindáveis.
Cada um de nós, ao deixar o corpo físico, encontra exatamente o campo que semeou. Cada morte é conforme a existência.
Nenhum privilégio.
***
Já sentenciou Jesus, há muito tempo: A cada um segundo as suas obras.
Por isso Ele veio viver entre nós e nos ensinar a experiência do amor, a nos libertarmos das más tendências, das heranças dos
sentimentos grosseiros.
Ele desceu das estrelas para conviver no mundo, sem se contaminar, Espírito perfeito que era.
Apresentou-se como o Pastor das nossas almas e, diante da sua afirmativa de que nenhuma de suas ovelhas se perderia,
confiemos nEle.
Preparados ou surpreendidos pela morte, guardemos a certeza de que bons Espíritos, amigos queridos nos virão dar as boas-
vindas.
Saudarão nosso retorno entre abraços e votos de refazimento espiritual.
Alguns descansaremos, de forma breve, como o viajor que realiza uma grande viagem e precisa de alguns momentos para se
refazer.
De todo modo, retomaremos tarefas, reveremos afetos do ontem e de dias mais distantes.
E todos nós, mais cedo ou mais tarde, depois de um breve ou longo período na Espiritualidade, retornaremos para o cenário
terrestre, prosseguindo a crescer.
Ciclo da vida: nascer, viver, morrer, renascer. Finalidade: progresso até a perfeição.
***
Extraído do Momento Espírita
Referências: cap. REENCONTRO COM A VIDA, do livro REENCONTRO COM A VIDA, por Manoel Philomeno de Miranda e
Divaldo Pereira Franco
***
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349 - REENCARNAÇÃO E VIDA


Quando lemos os Evangelhos, nos deparamos com diversas indagações dos Apóstolos a Jesus. Eles
tinham dúvidas, desejavam aprender. Por isso, perguntavam.
Em certa oportunidade, indagaram:
- Por que dizem os escribas que Elias deve vir antes do Messias?
O Mestre esclarece que Elias já viera mas que os homens não o haviam reconhecido. Por isso, haviam
feito com ele o que bem quiseram.
O Evangelista completa seu registro com a frase:
- Então, os discípulos compreenderam que ele falara de João Batista.
Esse texto bíblico não deixa dúvida. A ideia da reencarnação era aceita, desde que os discípulos haviam
conhecido João Batista, e entenderam que ele era Elias reencarnado.
***
Muitas pessoas, por não compreenderem o mecanismo da reencarnação, simplesmente a negam.
Entretanto, homens ilustres, que deixaram seus nomes registrados nas páginas da História,
compreendiam que a reencarnação é a resposta lógica para questões que uma única existência deixa em
aberto.
Vitor Hugo, poeta e romancista francês que viveu no século dezenove, registrou:
"De cada vez que morremos ganhamos mais vida. As almas passam de uma esfera para a outra sem
perda da personalidade, tornando-se cada vez mais brilhante.
Eu sou uma alma. Sei bem que vou entregar à sepultura aquilo que não sou.
O túmulo não é um beco sem saída, é uma passagem. Fecha-se ao crepúsculo e a aurora vem abri-lo
novamente".
Mohandas Gandhi, líder pacifista hindu, falou da pluralidade das existências dizendo:
"A forma está sempre mudando, sempre perecendo, mas o Espírito que a anima jamais muda, jamais
perece.
O verdadeiro amor consiste em se transferir do corpo para o que reside interiormente, e então
compreender, necessariamente, a unidade de toda a vida que habita inumeráveis corpos".
Honoré de Balzac, romancista francês do século dezenove, teve oportunidade de expressar-se a respeito,
afirmando:
"As virtudes que adquirimos, e que se desenvolvem em nós lentamente, são elos invisíveis que ligam cada
uma das nossas existências às outras.
Existências das quais apenas o Espírito tem lembranças, porque a matéria não guarda memória de coisas
espirituais. Somente o pensamento guarda as tradições de uma vida passada".
O filósofo alemão Arthur Schopenhauer dizia que quando morremos, lançamos fora a nossa
individualidade como roupagem usada, e nos regozijamos porque estamos para receber outra, nova e
melhor.
Léon Tolstoi, romancista russo e reformador social, também falou da reencarnação:
"Nossa vida presente é apenas uma das muitas milhares de vidas pelas quais passamos, vindos de outra
vida, mais real, para a qual retornamos após a morte".
***
Pitágoras, assim como Sócrates, Platão e outros filósofos da Antiguidade, tinham a convicção da
multiplicidade das vidas físicas.
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Não se utilizavam do termo reencarnação, mas conheciam e admitiam a sua existência.


A ideia se corporifica com o nome de reencarnação somente no século dezenove, criada pelo francês
Allan Kardec.
A palavra pode nos parecer nova, mas a ideia existe desde tempos remotos.
***
E Joanna de Ângelis, no livro MOMENTOS DE CONSCIÊNCIA, fala sobre a REENCARNAÇÃO:
A reencarnação é instrumento do progresso do ser espiritual. Ora ele expia, quando são graves os seus
delitos, submetendo-se às aflições que constituem disciplinas educativas mediante as quais se fixam nos
paineis profundos da consciência os deveres a cumprir. Noutras vezes são provações que enrijecem: as
fibras morais responsáveis pela ação dignificadora.
Longe de ser uma punição, a dádiva do renascimento corporal é bênção do Amor, auxiliando o Espírito a
desenvolver os recursos que lhe jazem latentes, qual terra arroteada e adubada em condições de
transformar a semente diminuta no vegetal exuberante que nela dorme...
Diante dessa realidade, amplia a tua consciência pela meditação e age com segurança ética, entregando-
te ao compromisso de iluminação desde agora.
***
Extraído do Momento Espírita
Referências: TESTEMUNHOS SOBRE A REENCARNAÇÃO, pt. 2, do livro A REENCARNAÇÃO
ATRAVÉS DOS SÉCULOS, por Nair Lacerda, ed. Pensamento.
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350 - TRABALHANDO O MEDO


O ninho estava colocado bem no alto de um pico rochoso. Abaixo, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos
filhotes.
A águia empurrou gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho. Seu coração se acelerou com emoções conflitantes,
ao mesmo tempo em que sentiu a resistência dos filhotes a seus insistentes cutucões.
Apesar do medo, no entanto, ela sabia que aquele era o momento. Sua missão estava prestes a se completar. Ela tinha
apenas uma tarefa final a cumprir: empurrar os filhotes para fora do ninho.
Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas, não haverá propósito para a vida. Enquanto eles não aprenderem a
voar, não compreenderão o privilégio que é nascer águia.
A águia se encheu de coragem. E, um a um, ela os precipitou para o abismo, o coração aos saltos.
...e um de cada vez, todos eles voaram!
***
Às vezes, em nossas vidas, somos tomados pelo medo. O medo, até certo ponto, é uma reação natural ante o
desconhecido e se expressa de variadas formas no cotidiano.
A expectativa por uma resposta que pode ser negativa, a espera de um acontecimento desagradável, a surpresa em
uma situação que parece insustentável - tudo isso pode se fazer acompanhar de um receio natural, que se transforma
em ansiedade controlada.
Mas, se esse receio aumenta em demasia, em decorrência de acontecimentos de pequena monta ou de meras
expectativas, produzindo taquicardias, sudorese abundante, demonstram desequilíbrio psicológico.
E nessa fase, o organismo se torna suscetível à instalação de doenças, como problemas digestivos, úlceras, distúrbios
cardíacos.
Procurando se libertar desse algoz que é o medo, o homem busca descobrir as causas, as raízes que o alimentam.
E logo descobre que o medo é fruto da insegurança gerada pela violência, pela fragilidade da vida física, receio de
perder alguém querido, a presença invisível da morte.
No entanto, mais importante do que pensar e repensar as causas do medo é a atitude saudável, ante uma conduta
existencial tranquila.
E, para isso, é imprescindível a confiança em Deus. Em Deus que criou a vida, cuja finalidade é o bem.
Confiando em Deus, que é o amor por excelência, o homem se equipa de valores ético-morais para enfrentar as
enfermidades, os dissabores, os insucessos com coragem, eliminando o medo e vencendo a ansiedade.
***
O medo é sentimento que bloqueia as melhores disposições e impede as grandes conquistas. Se a águia se deixasse
dominar pelo medo, não realizaria o ato de empurrar os filhotes para o abismo e eles não aprenderiam a voar.
Se os antigos navegadores tivessem se deixado vencer pelo medo, jamais teriam realizado as grandes descobertas.
Jesus jamais teve medo. Pensemos nEle e O busquemos, libertando-nos do medo e seguindo-O, realizando nossas
conquistas pessoais, de forma serena.
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Extraído do Momento Espírita
Referências: Cap. 11, do livro MOMENTOS DE FELICIDADE e cap. 14, do livro MOMENTOS DE
ILUMINAÇÃO, por Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
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