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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ENG 220 – MÁQUINAS OPERATRIZES

DOCENTE: PEDRO CARDOSO

FERNANDA ALVES SILVESTRE

FERNANDO GUSMÃO

VICENTE PENIDO

PROJETO DE DE SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE


MOVIMENTO E MUDANÇA DE VELOCIDADE PARA TORNO
MECÂNICO

SALVADOR

2023

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Sumário

1. Introdução ................................................................................................... 3
1.1. Apresentação do projeto ............................................................................. 3
2. Variáveis de entrada para o projeto ............................................................ 3
3. Sistema de transmissão de movimento e mudança de velocidades ............ 7
3.1. Sistema 1 – Mudança de velocidade do motor pro eixo árvore via polias e
correias 7
3.2. Sistema 2 – Mudança de velocidade através de sistema de engrenagens
deslizantes sobre eixo estriado ......................................................................................... 9
3.3. Sistema 3 – Mudança de velocidade do motor pro eixo árvore via polias e
correias na caixa de avanço ............................................................................................ 10
4. Diagramas de rotações para os sistemas de transmissão de movimento e
mudanças de velocidade ................................................................................................. 10
4.1. Eixo-árvore ............................................................................................... 10
4.2. Caixa de avanço ........................................................................................ 11
5. Referências ............................................................................................... 11

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1. Introdução

1.1. Apresentação do projeto


O relatório em questão irá abranger o projeto de um sistema de transmissão de
movimiento e mudança de velocidades para uma máquina operatriz do tipo torno
mecânico.

Para projetar um sistema de transmissão de movimento e mudança de velocidade


para um torno mecânico, é necessário considerar vários aspectos, como a faixa de
velocidade necessária, o tipo de transmissão, o rendimento e a potência do conjunto.

A mesa deve ser movimentada por um fuso e/ou uma cremalheira, e para o início
do projeto algumas variáveis precisam ser definidas, como por exemplo, diâmetro
admissível, velocidades de corte, rotações, avanços, degraus, etc. Esses tópicos serão
abordados nos capítulos seguintes.

2. Variáveis de entrada para o projeto


Tendo em vista que o torno projetado é um torno de pequeno porte, o diâmetro do
eixo árvore (D1) fica limitado a 500 mm.

A ferramenta a ser utilizada no torno será uma ferramenta de corte de aço rápido,
e de acordo com a tabela 1, as velocidades de corte podem variar de acordo com o material
a ser usinado, portanto, escolhendo o alumínio como material a ser usinado, as
velocidades de corte mínima e máxima (Vmin e Vmax) serão definidas pelos valores
mínimo e máximo da tabela, que são 30 e 90 m/min, respectivamente, permitindo assim
as operações de desbaste, acabamento e rosca/recartilhamento.
Tabela 1. Velocidades de corte para torno mecânico (m/min)

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Geralmente, a velocidade mais baixa do eixo-árvore em tornos mecânicos fica em
torno de 30 a 50 rotações por minuto (RPM). Essa faixa de velocidade é adequada para
operações que exigem alta potência, como o desbaste de materiais duros. A velocidade
média do eixo-árvore em tornos mecânicos normalmente varia de 150 a 400 RPM. Essa
faixa de velocidade é adequada para operações de usinagem gerais, como corte,
faceamento e acabamento. Portanto, para o parâmetro de menor rotação para o eixo árvore
(n1) será definido como 50 RPM. As velocidades médias e mais altas podem ser obtidas
com o sistema de transmissão de movimento e mudanças de velocidades.

Para os avanços mínimo e máximo, podemos consultar a tabela 2, e considerando


os menores e maiores diâmetros admissíveis no torno, os avanços podem ser definidiso
como 0,05 mm/rot para o avanço mínimo (af1) e 0,6 mm/rot para o avanço máximo (afmf)

Tabela 2. Avanços recomendados para operações em tornos.

Para esse torno em específico, será permitido a combinação de engrenagens


possibilitando 9 rotações diferentes, ou seja, 9 degraus para o eixo-árvore (ma). Já para o
avanço do carro longitudinal será permitido a combinação resultante em 4 rotações.

A motorização será feita por um motor Weg F56H 1F IC01 de 2 cv, nas
especificações mostradas nas Figura 1, Figura 2 e Figura 3.

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Figura 1. Motor selecionado.

Figura 2. Especificações detalhadas.

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Tem-se então, um motor de 2 cv de potência, com 2 pares de polos (4 polos),
escorregamento (s) de 4,0% e rotação (n) de 1500 RPM.

A constante de correia definida (C) é de 400.

O coeficiente de atrito no fuso (f1) de um torno mecânico pode variar de 0,05 a


0,15, dependendo das condições de operação e do tipo de lubrificação. Geralmente,
utiliza-se lubrificação adequada para minimizar o atrito no fuso e melhorar a eficiência
da transmissão de movimento.

O coeficiente de atrito nas guias (f2) de um torno mecânico pode variar de 0,08 a
0,15, novamente dependendo do material das guias, do acabamento superficial, do tipo
de lubrificação e das condições operacionais. Uma lubrificação adequada é essencial para
reduzir o atrito e o desgaste nas guias, garantindo um movimento suave e preciso da mesa
e do carro transversal.

Para os coeficientes de atrito f1 e f2 vamos admitir o caso médio para ambos, que
é de 0,10.

As cargas paralela e perpendicular às guias vão depender da peça a ser usinada,


então é um parâmetro que fica “em aberto” a ser definido no momento de usinagem.

O diâmetro do fuso do torno é de 150 mm por se tratar de um torno de médio a


grande porte e o passo do fuso de 1 mm.

Compilando todos os parâmetros definidos acima, tem-se a Tabela 3:

Tabela 3. Parâmetros iniciais do projeto.

Parâmetro Valor

D1 500 mm

Vmin 30 m/min

Vmax 90 m/min

n1 50 RPM

af1 0,05 mm/rot

afmf 0,6 mm/rot

ma 9

mf 4

2p 2

6
s 4,0%

C 400 mm

f1 0,10

f2 0,10

Fu ------

G ------

d 150 mm

h 1 mm

3. Sistema de transmissão de movimento e mudança de velocidades

3.1. Sistema 1 – Mudança de velocidade do motor pro eixo árvore via


polias e correias
Esse é o primeiro sistema de mudança de velocidades existente, que é da polia
acoplada ao eixo de rotação do motor e ao eixo-árvore do torno.

Como o motor selecionado tem uma rotação padrão de 1500 RPM, esse primeiro
sistema de polias precisa ter um jogo de polias que permita a rotação mínima definida em
50 RPM e a máxima definida a partir da razão da PG (r) de sequências de rotações do
eixo-árvore em função das velocidades mínima e máxima, e também um par de polias
escalondas na quantidade de 4 degraus (4 rotações permitidas), seguindo o esquema da
Figura 3.

Calculando o r, para Vmin = 30 m/min e Vmax = 90 m/min, tem-se r = 3.

Para calcular os diâmetros da polia, utiliza-se a mesma regra da PG, calculando


assim rotações intermediárias n2 e n3 e a última n4 (nm), para encontrar todos os
diâmetros do projeto.

Dados:

n = 1500 RPM, n1 = 50 RPM, n2 = n1*r, n3 = n2*r, nm = n3*r RPM.

𝑛2 = 𝑛1 ∗ 𝑟 = 50 ∗ 3 = 150 𝑅𝑃𝑀

𝑛3 = 𝑛2 ∗ 𝑟 = 150 ∗ 3 = 450 𝑅𝑃𝑀

𝑛4 = 𝑛3 ∗ 𝑟 = 450 ∗ 3 = 1350 𝑅𝑃𝑀

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Calculando agora os diâmetros das polias motoras, tem-se:

𝐶 400
𝑑′1 = 𝑛 = = 12,9 𝑚𝑚
+ 1 1500
𝑛1 + 1
50
𝐶 400
𝑑′2 = 𝑛 = = 36,4 𝑚𝑚
+ 1 1500
𝑛2 + 1
150
𝐶 400
𝑑′3 = 𝑛 = = 92,3 𝑚𝑚
+ 1 1500
𝑛3 + 1
450
𝐶 400
𝑑′4 = 𝑛 = = 189,5 𝑚𝑚
+ 1 1500
𝑛4 + 1
1350

Para os diâmetros da polia movida, tem-se:

𝑑1 = 𝐶 − 𝑑’4 = 400 − 189,5 = 210,5 𝑚𝑚

𝑑2 = 𝐶 − 𝑑’3 = 400 − 92,3 = 307,7 𝑚𝑚

𝑑3 = 𝐶 − 𝑑’2 = 400 − 36,4 = 363,6 𝑚𝑚

𝑑4 = 𝐶 − 𝑑’1 = 400 − 12,9 = 387,1 𝑚𝑚

Figura 3. Jogo de polias escalonadas.

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3.2. Sistema 2 – Mudança de velocidade através de sistema de
engrenagens deslizantes sobre eixo estriado
Para esse sistema, seria utilizado um jogo de engrenagens com acoplamento
frontal, na possibilidade de 2 mudanças de velocidade, no entanto seria perdido as
rotações originais vindas da polia escalonada. Portanto, para se manter as rotações
originais e adicionar mais 2 rotações para cada “nível”, é necessário o uso de engrenagens
deslizantes sobre eixo estriado (esquema da Figura 4).

Figura 4. Sistema de engrenagem deslizante sobre eixo estriado.

É preciso definir corretamente os parâmetros como distância entre os eixos,


diâmetros e número de rotações, além do número de dentes das engrenagens.
Levando em consideração a Figura 4, é preciso manter as seguintes condições:

𝐷1 + 𝐷2
=𝐼
2
𝐷3 + 𝐷4
=𝐼
2
𝐷5 + 𝐷6
=𝐼
2

E também

𝐷1 𝑛1
=
𝐷2 𝑛
𝐷3 𝑛2
=
𝐷4 𝑛
𝐷5 𝑛3
=
𝐷6 𝑛

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Primeiro, encontra-se os diâmetros das engrenagens. Definindo a distância entre os
eixos em 300 mm, será utilizada uma relação que dobra e uma que divide a rotação do
eixo motor pela metade, tem-se que:
n1 = (D1/D2) * n = ½ n
n2 = (D3/D4) * n = 2 n, e
n3 = (D5/D6) * n = 1 n,
é necessário que D4 seja 2D3 e que D6 seja D5/2.

Portanto, D1 = 200 mm, D2 = 400 mm, D3 = 400 mm, D4 = 200 mm, D5 = D6 =


150 mm.
Vale ressaltar que nesse sistema de engrenagens, as maiores engrenagens devem
ficar no meio.
Definindo agora a quantidade de dentes em cada engrenagem, precisamos definir o
módulo a ser utilizado será 2.
Z = D/m, teremos então:
Z1 = 40
Z2 = 80
Z3 = 80
Z4 = 40
Z5 = 30
Z6 = 30
E todas os dentes atendem à relação: z1 + z2 = 2I/m.

Tendo conhecimento de todas as engrengens, pode-se calcular todas as 8 rotações


disponíveis, conhecendo “n”, que são:
n1 = ½ n
n2 = 2 n
n3 = n

3.3. Sistema 3 – Mudança de velocidade do motor pro eixo árvore via


polias e correias na caixa de avanço
tência e revestidos com ligas duras de níquel-cromo, como a liga Inconel. Esses
revestimentos fornecem resistência adicional ao desgaste e à corrosão.

4. Diagramas de rotações para os sistemas de transmissão de


movimento e mudanças de velocidade

4.1. Eixo-árvore
Como temos 2 sistemas, o diagrama tem 8 possibilidades, que são 4 provenientes
dos degraus da polia escalonada e as outras 2 diferentes rotações provenientes da
engrenagem deslizante sobre eixo estriado, ficando o diagrama da seguinte forma:

Faz-se para cada “n” (n1 – n4) da polia escalonada as novas relações (2 a mais)
quando engrenada a deslizante.

Diagrama de velocidades para o eixo-árvore em RPM


10
n1 = 50

n1 = 50 n5 = 25

n6 = 100

n2 = 150

n2 = 150 n7 = 75

n8 = 300
n = 1500
n3 = 450

n3 = 450 n9 = 225

n10 = 900

n4 = 1350

n4 = 1350 n11 = 675

n12 =
2700

4.2. Caixa de avanço


Para o BOP Os principais padrões e especificações que podem se

5. Referências
NACE MR0175/ISO 15156-1. GENERAL PRINCIPLES FOR SELECTION OF
CRACKING-RESISTANT MATERIALS. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1ucjp7aceOurKsH7dpETQNbBGdDq97N2g/view
USE OF INTERNATIONAL STANDARD NACE MR0175/ISO15156. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1TBbLSCnmhjeSBZyaW3BlwAj_EGtpjs18/view

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ANSI/NACE STANDARD TM0177-96. STANDARD TEST METHOD. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/15HuTvz-t2-SQjuaPR9lzRx2lZP5Ce9mC/view.
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE AS NORMAS NACE PARA APLICAÇÕES DE
GASES ÁCIDOS COM PRODUTOS WIKA. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1EQpZtWqbIbvjfoH3FKanMzap9eN-ThOb/view

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