Instituto de Ensino Superior Ibeco
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Tratamento a laser para cicatrizes de acne
Brenda Rodrigues 1 ; Camila da Silva 1; Francielly Alexandra 1; Sabrina Leandro 1; Eugênio Santomauro 2
(1) Alunas do curso de graduação em Estética da Faculdade Ibeco ; (2) Professor do curso de Graduação em Estética da Faculdade Ibeco
Introdução
A acne é uma doença inflamatória crônica da
unidade pilossebácea que resulta em
cicatrizes em aproximadamente 1% dos
pacientes com acne 1,2. A presença de
cicatrizes tem um impacto profundamente
negativo na qualidade de vida do indivíduo,
pois ele vivencia perda de confiança em sua
aparência física, sentimentos de exclusão por
parte dos outros e depressão, o que afeta sua
vida profissional e pessoal 3. A fisiopatologia
que impulsiona o desenvolvimento de
cicatrizes de acne é atribuída a uma resposta
alterada de cicatrização de feridas iniciada
pela inflamação cutânea, levando a um
desequilíbrio na degradação da matriz e
na biossíntese de colágeno. O resultado final
é excesso ou diminuição da deposição de
colágeno, que corresponde à presença de
cicatrizes de acne hipertróficas/queloides ou
atróficas, respectivamente 4,6. A maioria das
cicatrizes de acne (80–90%) são atróficas,
enquanto uma minoria são cicatrizes
queloides ou hipertróficas 7,8.
As cicatrizes possuem uma classificação:
podem ser do tipo "boxcar" (vagão, em
inglês) são identificadas pelo aspecto
aprofundado da pele no centro, serem
pequenas e terem o formato arredondado.
As cicatrizes "ice pick" (picador de gelo, em
inglês) consistem em linhas estreitas de
tecido aprofundado. As lesões se estreitam
conforme avançam profundamente e podem
atingir o tecido subcutâneo. Existe uma
variedade de estratégias de tratamento para
tratar cicatrizes de acne, e dispositivos
baseados em energia, principalmente
luz/lasers e radiofrequência, surgiram como
uma opção não invasiva atraente para esta
indicação. A absorção de energia térmica
pelos cromóforos presentes na
epiderme/derme estimula a remodelação da
matriz extracelular, produção de colágeno e
elastina e, dependendo do comprimento de
onda selecionado, redução de pigmento e
eritema. 11,12 Apesar do potencial terapêutico
dos lasers, garantir resultados clínicos ideais
tem sido um desafio, uma vez que a eficácia é
frequentemente agravada por efeitos
secundários, particularmente no caso dos
primeiros lasers ablativos. Por outro lado, os
lasers não ablativos têm efeitos adversos mais
leves, mas requerem múltiplas sessões de
tratamento e produzem resultados clínicos
mais modestos.
Objetivo
Realizar uma revisão integrativa abrangente da
literatura científica atualizada sobre o tratamento
a laser para cicatrizes de acne em populações
adultas, visando analisar a eficácia, segurança e
tendências na aplicação dessa terapia.
Material e Métodos
Esta revisão integrativa foi realizada com base em
buscas nas bases de dados eletrônicas PubMed,
Scopus e Web of Science, abrangendo o período
de janeiro de 2018 a setembro de 2023. Foram
utilizados os seguintes termos de busca:
"tratamento a laser", "cicatrizes de acne", "terapia
a laser para acne". Foram incluídos estudos
originais, revisões sistemáticas e meta-análises
que investigaram o uso de tratamento a laser para
cicatrizes de acne em populações adultas.
Discussão
Existe uma grande variedade de modalidades de
laser para tratar cicatrizes de acne, e estudos
clínicos revisados por pares demonstram que
todas as tecnologias podem ser mais ou menos
eficazes dependendo dos parâmetros e técnicas
utilizadas. Estudos comparativos também foram
concluídos para avaliar a eficácia relativa de
diferentes lasers no tratamento de cicatrizes
atróficas de acne 8.
Resumindo, os lasers ablativos, como os lasers
CO2 e Er:YAG, são mais eficazes para cicatrizes
atróficas graves, enquanto os lasers não ablativos,
como o laser fracionário de 1550 e 1540 nm ou o
laser com duração de pulso de picossegundos de
755 nm, podem ser considerados em pacientes
com leve/ cicatrizes moderadas. Os lasers PDL 585
nm e Alexandrite 755 nm e 1064 Nd:YAG podem
ser utilizados para cicatrizes com
eritema/pigmento, pois podem ter como alvo a
hemoblogina e a melanina. Para pacientes com
tipos de pele mais escuros, como os lasers Er:YAG
produzem menos lesões térmicas que os lasers de
CO2, eles são mais seguros e menos propensos a
colocar os pacientes em risco de hiperpig-
mentação e hipopigmentação, sem comprometer
os resultados.
Lasers fracionários não ablativos como o de 1540
nm também são adequados para o tratamento de
cicatrizes em pacientes de pele escura. Usar
configurações de energia mais baixas e vários
tratamentos de três a quatro pode minimizar o
risco de qualquer efeito colateral.
(a) homem de 27 anos ( pele tipo III ) com cicatrizes antes e (b) 12
meses após 3 tratamentos mensais com 1550 nm fracionado (35 mJ) 8
Os objetivos e expectativas do paciente
podem auxiliar na personalização da seleção
das modalidades de laser, uma vez que o
estilo de vida e os limites de dor podem
alterar a decisão clínica quando se leva em
consideração os tempos de recuperação e os
efeitos adversos. Terapias combinadas com
preenchimentos, peelings ou medicamentos
tópicos devem ser consideradas para
pacientes com tipos mistos de cicatrizes, e
essas modalidades auxiliares que podem ser
utilizadas para tratar cicatrizes de
acne merecem a composição de outro artigo
de revisão. Estudos clínicos contínuos e
rigorosos para as novas modalidades de
laser que entram no mercado são
fundamentais para garantir sua segurança e
eficácia no tratamento da acne e no
desenvolvimento de protocolos terapêuticos
adequados.
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