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PERSPECTIVAS: LÍNGUA PORTUGUESA

GÊNEROS TEXTUAIS; GRAMÁTICA

™ Resumo
A série Perspectivas: Língua Portuguesa é baseada nos conteúdos do
Programa Gestão da Aprendizagem Escolar (Gestar II) e traz uma nova
proposta de ensino para Língua Portuguesa. Neste programa, serão vistos e
discutidos apenas dois de seus episódios: “Gêneros textuais” e “Gramática”.
Ambos encontram-se interligados, uma vez que o segundo pode ser visto
como desdobramento do trabalho proposto pelo primeiro.

Os dois episódios partem de uma visão interacionista do conceito de língua,


em que é voltada ao uso comunicativo, e como uma atividade do homem que o
define histórica e socialmente. Dessa forma, nos dois vídeos, o que se verá
são trabalhos com Língua Portuguesa, em sala de aula, voltados para a prática
da língua e ampliação dos conhecimentos linguísticos dos alunos por meio do
uso e da reflexão e não da simples memorização de regras.

Partindo dos textos que circulam no cotidiano dos alunos, os trabalhos


apresentados nos dois episódios da série tratam o ensino da língua materna
como o desenvolvimento de competências e habilidades de forma prática,
prazerosa e lúdica.

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As atividades desenvolvidas pelos professores, presentes nos dois
episódios, podem servir de base para que sejam criadas outras atividades que
tenham os mesmos fundamentos teóricos.

Nos dois vídeos, há sempre uma reflexão dos alunos após as tarefas
executadas, o que pode servir de norte para o trabalho com Língua
Portuguesa, dentro dessa perspectiva de reconhecimento, uso, ampliação e
reflexão.

™ Palavras - chave
Gêneros textuais; tipologia textual; gramática; Língua Portuguesa; uso e
reflexão; discurso e comunicação.

™ Nível de ensino
A série de episódios é voltada para a formação e capacitação de
professores de Língua Portuguesa que lidem com alunos das séries finais do
Ensino Fundamental, do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos.

™ Modalidade
Formação de professores.

™ Componente curricular
Didática da Língua Portuguesa.

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™ Disciplinas relacionadas
Linguística aplicada; Literatura.

™ Aspectos relevantes do vídeo


Os vídeos desta série são dinâmicos e fazem a passagem teoria/ prática de
forma simples para o professor. Os conceitos comentados pelos professores
quando fora da sala da aula aparecem, no decorrer dos episódios, vivenciados
sempre pelos alunos, demonstrando a qualidade que pode atingir um trabalho
de ensino de Língua Portuguesa que parta da realidade linguística que cerca
os alunos e do uso que estes fazem da língua.

São vídeos que apresentam, ao professor que assista a eles, situações


reais de sala de aula e sugestões de trabalho bastante criativas e de acordo
com as mais recentes correntes teóricas quanto ao conteúdo apresentado: a
questão dos gêneros textuais em sala de aula e o ensino da gramática.

Cabe salientar que, em ambos os vídeos, o enfoque dado ao trabalho com


a língua em sala é o de sempre partir da percepção do gênero textual ou da
ocorrência gramatical, para, depois, manipulá-los, extraindo intuitivamente as
semelhanças e diferenças entre eles, e, então, produzir novos textos que
enfoquem os aspectos observados. Após todas as atividades, os professores
abrem um debate, em sala, com os alunos, a fim de que estes possam, então,
refletir sobre as diferentes situações linguísticas a que foram expostos e, daí,

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retirarem suas conclusões. Dessa forma, pode-se perceber que o aluno é o
agente de sua produção de conhecimento e o professor é aquele que amplia o
repertório de seus alunos, trazendo novas modalidades textuais e
questionando o aluno a partir de seus conhecimentos prévios sobre a língua.

™ Duração da atividade
O ideal é que o professor formador ou capacitador possa utilizar os dois
vídeos, já que um complementa o outro, ampliando as possibilidades de
trabalhos com importantes aspectos da língua portuguesa. Como no primeiro
vídeo são discutidos dois aspectos importantes no ensino da língua materna,
— a distinção entre gêneros e tipos textuais, e a intertextualidade —, o ideal é
que, para facilitar didaticamente o aproveitamento dele, a sua exibição seja
dividida em duas partes, entremeadas por atividades práticas. Já o segundo
vídeo apresenta inicialmente uma parte mais reflexiva e teórica e, depois, a
aplicação dos conteúdos de forma prática e lúdica em sala de aula.

Dessa forma, sua exibição também pode ser interrompida, para que ocorra
uma atividade mais reflexiva antes da exibição da segunda parte. Com vistas a
que, após a exibição dos vídeos, o professor regente possa vivenciar o que
aprendeu nos vídeos, talvez fosse interessante uma terceira aula, apenas
prática, em que os professores criariam jogos para trabalhar determinados
conceitos gramaticais de forma lúdica em suas salas de aula. Assim, o ideal de
duração para as atividades seria entre seis e oito horas-aula, de acordo com a

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intenção e a necessidade do professor formador e do grupo de professores
que estão sendo capacitados.

™ O que o aluno poderá aprender com essa aula


O professor de Língua Portuguesa perceberá o quão producente será este
material para o desenvolvimento de suas atividades em sala de aula, pois
aprenderá (ou poderá rever) noções fundamentais para o ensino de língua
materna, tais como a distinção entre gênero textual e tipo textual; as
classificações e as etapas no trabalho com os distintos gêneros textuais; a
intertextualidade; a variação linguística e o preconceito linguístico; a gramática
reflexiva, fundamentada pela experiência linguística dos alunos.

™ Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno


É importante, para o melhor aproveitamento destes episódios da série, que
sejam dirigidos a professores de Língua Portuguesa já com alguma experiência
em sala de aula no 2º segmento do Ensino Fundamental, no Ensino Médio ou
na EJA, ou ainda que já tenham, ao menos, cumprido o estágio referente à sua
formação. Com isso, ficará mais fácil ao professor compreender e aplicar os
conceitos abordados no decorrer da série.

Indicamos alguns livros e textos teóricos que podem ser úteis tanto ao
professor formador quanto àqueles que aproveitarem os vídeos para sua
formação continuada.

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BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BRASIL. Secretaria de educação fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
Língua Portuguesa. SEF: Brasília, 1997.
BRITTO, Luiz Percival Leme. A sombra do caos: ensino de língua X tradição
gramatical. Campinas: ALB/ Mercado das Letras, 1997.
FARACO, Carlos Alberto (org.). “Português: um nome, muitas línguas.” Boletim do
Salto para o Futuro. MEC/ Secretaria de Educação a Distância: Ano XVIII boletim
08 - Maio de 2008. In:
http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/164032Port_ling.pdf, acessado em
maio de 2010.
JOLIBERT, Josette (coord.). Formando crianças produtoras de textos. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1994.
MARCUSCHI, Luis Antônio. “Gêneros textuais: definição e funcionalidade.” In:
DIONÍSIO, Ângela P.; MACHADO, Anna R.; BEZERRA, Maria A. (orgs.). Gêneros
textuais e ensino. 2 ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
PAULINO, Graça. Intertextualidades: teoria e prática. Belo Horizonte: Editora Lê,
1995. (Coleção Letras)
PAULIOKONIS, Maria Aparecida Lino; GAVAZZI, Sigrid. (orgs). Da língua ao
discurso: reflexões para o ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007.
______________________________; SANTOS, Leonor Werneck dos.
(orgs.).Estratégias de leitura: texto e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006.
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas: ALB/
Mercado das Letras, 1997.

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TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática: Ensino plural. 2 ed. São Paulo: Cortez,
2004.

™ Estratégias e recursos da aula/descrição das atividades


Sugerimos que os vídeos sejam apresentados aproximadamente entre seis
a oito horas-aula, entremeadas por atividades que levem o professor de Língua
Portuguesa a refletir sobre situações acerca do contexto abordado nos dois
episódios, com as quais já deparou em sala de aula durante sua atividade
docente.

Apresentaremos, aqui, sugestões voltadas para o professor do 2º segmento


do EF, do EM ou do EJA que vá trabalhar, em sala de aula, com esses temas,
uma vez que os vídeos são bastante didáticos, o que facilita a apresentação
deles para os professores que estarão sendo capacitados. Além disso, o que
nos interessa, sobretudo, é o destinatário final deste material: os alunos de
nossas escolas de EF, EM e EJA.

Os gêneros textuais podem ser apreendidos como ferramentas


indispensáveis de socialização, usados para compreender, expressar e
interagir nas diferentes formas de comunicação social de que participamos.
Diante de tal situação, pode-se argumentar que o trabalho com gêneros
propicia aos alunos um envolvimento concreto em situações reais de uso da

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linguagem, de maneira que possam escolher meios adequados aos fins que se
almeja alcançar na produção de gêneros.

A partir de um trabalho dos diferentes gêneros que constituem um jornal, o


que, em si, já suscita uma ótima discussão em sala, pois é importante que os
alunos percebam que a riqueza da leitura de jornais reside justamente no
contato com a diversidade de gêneros ali constante, é possível organizar
diferentes atividades lúdicas e que permitirão aos alunos praticarem e
refletirem sobre os diferentes usos da língua de acordo com a intenção dos
falantes.

Atividade 1- Horóscopos
Os alunos, distribuídos em pequenos grupos, devem estar com jornais
diferentes, de preferência, com a parte do horóscopo. Eles deverão ler os
horóscopos e observar: a) que tipo de linguagem é empregado (coloquial,
formal, entre outras); b) como o autor do texto se dirige ao leitor; c) o emprego
dos tempos verbais; d) o emprego de adjetivos e locuções adjetivas; e) o
emprego dos marcadores de lugar e tempo. Essas observações podem ser
feitas oralmente, para que os alunos de cada grupo compartilhem com o
restante da turma as suas observações. O professor não precisa usar a
nomenclatura gramatical descritiva; deve apenas realçar como se manifestam
os aspectos intencionais dos textos.

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Após essa etapa, os alunos podem ser levados a produzir horóscopos.
Primeiro, seguindo o modelo apresentado nos jornais. E, depois, numa
segunda etapa, devem ser desafiados a escrever horóscopos engraçados, com
aspectos de nonsense ou apocalípticos, com a intenção de transformar o
gênero inicial num gênero híbrido com os textos de humor, as paródias.

Atividade 2- Classificados
a) Os alunos deverão recortar diferentes tipos de anúncios presentes nos
classificados e observar como se constitui esse gênero textual dentro de
sua intencionalidade. Após essa etapa, eles devem ser levados a criar
um produto que desejem vender ou alugar, elaborando um texto
descritivo, em que apareçam as principais características desse produto.
Na terceira etapa, os alunos criarão o anúncio classificado desse produto
inventado. Essa atividade trabalha com dois gêneros textuais e explora a
criatividade dos alunos.
b) Dentro de uma perspectiva intertextual, os alunos devem ler o livro
Classificados poéticos de Roseana Murray e observarem como a autora
se serve das marcas textuais do gênero classificados para trabalhá-las
dentro de uma perspectiva poética. Os alunos podem ser desafiados a
escolher algo com o a esperança, ou o amor, ou a paz, para anunciar em
um classificado poético.
c) Ainda com o gênero classificados, uma atividade divertida é levar os
alunos a criarem, agora individualmente, anúncios de jornal vendendo

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um membro de sua família. Os anúncios devem ser lidos para a turma e
os “motivos” para a venda desse parente serem problematizados pelo
grupo.

Atividade 3
Para trabalhar com textos instrucionais, pode-se dar para os alunos o
seguinte texto retirado do livro Texto e leitor de Ângela Kleiman:

Mãos à obra
O procedimento é muito simples. Primeiro, você separa as coisas em
grupos diferentes. É claro que uma pilha pode ser suficiente, dependendo
de quanto há por fazer. Se você precisar ir a outro lugar por falta de
equipamento, então esse será o segundo passo. Se não precisar, pode
começar. É importante não exagerar. Isto é, é melhor fazer umas poucas
coisas de cada vez do que muitas. Isto pode não parecer importante
imediatamente, mas as complicações podem começar a surgir. Um erro
pode custar caro. No início, o procedimento poderá parecer complicado.
Logo, porém, ele será simplesmente mais um fato da vida. É difícil prever
algum fim para a necessidade desta tarefa, mas nunca se sabe. Depois de
o procedimento ter sido completado, você deverá agrupar os materiais
em diferentes pilhas novamente. Em seguida, eles podem ser guardados
nos lugares apropriados. Um dia, eles serão usados mais uma vez e o
ciclo então terá que ser repetido. Contudo, isso faz parte da vida.

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Após a leitura, os alunos devem ser questionados acerca da finalidade do
texto, tentando encontrar semelhanças com outros textos instrucionais. Eles
deverão responder se, a partir da leitura do texto, podem dizer que “coisas” são
as citadas no texto; a que “procedimento” o autor se refere; que “complicações”
podem começar a surgir. O fato de não conseguirem responder deve levar os
alunos a concluírem que o texto não é eficaz quanto à intenção de instruir, uma
vez que os substantivos empregados são generalistas e dão o caráter de
imprecisão ao texto.

Ao mesmo tempo, os alunos podem ser levados a refletir sobre qual é a


intencionalidade do texto, uma vez que ele não “instrui” verdadeiramente,
apesar do modo de organização textual ser injuntivo. Uma atividade de escrita
que pode surgir dessa leitura é fazer os alunos marcarem no texto os termos
que o tornam vago e reescrevam-no, substituindo esses termos por outros, a
fim de que o texto cumpra a intencionalidade desse gênero.

Após essa atividade, os alunos podem ler o poema “O artista


inconfessável”, de João Cabral de Melo Neto, e comparar a questão da
imprecisão nos dois textos e verificar, que, na linguagem poética, ela atinge
seu objetivo comunicativo e o porquê dessa diferença.

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O artista inconfessável
João Cabral de Melo Neto
Fazer o que seja é inútil.
Não fazer nada é inútil.
Mas entre fazer e não fazer
mais vale o inútil do fazer.
Mas não, fazer para esquecer
que é inútil: nunca o esquecer.
Mas fazer o inútil sabendo
que ele é inútil, e bem sabendo
que é inútil e que seu sentido
não será sequer pressentido,
fazer: porque ele é mais difícil
do que não fazer, e difícil-
mente se poderá dizer
com mais desdém, ou então dizer
mais direto ao leitor Ninguém
que o feito o foi para ninguém.

Apesar de a temática ser passível de ser cotejada entre os dois textos, é


importante frisar com os alunos as marcas linguísticas do poema, e,

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sobretudo, a liberdade do poeta de ser vago, o que não se aplica ao primeiro
texto.

Atividade 4
Uma atividade lúdica para as séries iniciais do 2º segmento do EF é
trabalhar com textos do repertório popular, como parlendas, trava-línguas,
provérbios e observar tanto as marcas textuais desses gêneros quanto à
variação linguística ali presente. A sugestão que apresentamos é que os
alunos assistam ao vídeo da seguinte cantiga popular do tipo “história
acumulativa”, A Velha a fiar, disponível em:
http://br.youtube.com/watch?v=nCPAlQiNQVg

Depois de analisar o modo como se organiza a cantiga, pode ser proposto


aos alunos que façam um exercício do tipo de “decalque” partindo de outra
premissa criada pelos próprios alunos, como, por exemplo: “Estava o garoto
no campo de futebol, veio...”

Provavelmente, sairão histórias engraçadas, e será importante que os


alunos as apresentem para a turma. Essa atividade deve ser feita em duplas,
proporcionando uma maior interação e discussão sobre os fatos da língua
entre os alunos. Após a atividade de escrita, eles podem produzir uma
história em quadrinhos apenas com linguagem não verbal para ilustrar seu
texto, trabalhando, assim, com textos imagéticos, tão ricos em sala de aula.

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Atividade 5
Uma última sugestão de atividade engloba tanto a questão de gêneros
textuais quanto a da variação linguística e sua adequação. Pode ser dado
aos alunos o seguinte trecho de um poema de Joaquim Manuel de Macedo:

Mulher, irmã, escuta-me: não ames.


Quando a teus pés um homem terno e curvo
Jurar amor, chorar pranto de sangue,
Não creias, não, mulher: ele te engana!
As lágrimas são galas da mentira
E o juramento manto da perfídia.

Os alunos deverão perceber que se trata de um poema, por meio de suas


marcas textuais características do gênero, e que o eu-lírico dirige-se a uma
mulher amiga, uma mulher irmã, alertando-a quanto às mentiras que os
homens pregam. É importante questioná-los acerca da linguagem, se é
formal ou informal, atual ou antiga, enfim, a que variação pertence esse texto.
Somente depois do levantamento das hipóteses dos alunos, o professor
deverá contextualizar o autor e sua época. A atividade derivada dessa leitura
pode ser a de propor aos alunos que transformem o poema num e-mail
escrito por um jovem de 16 anos à sua melhor amiga. Os alunos poderão ler
seus textos em voz alta e compará-los com o original.

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Uma observação importante se faz necessária aos professores que
decidirem empregar essas atividades em sala de aula. Há que se diferenciar
claramente para os alunos dois tipos de hibridismo textual: o intencional e o
que pode, em alguns casos, revelar a falta de domínio de alguns gêneros.

™ Questões para discussão


• De que forma o trabalho com gêneros textuais nas aulas de Língua
Portuguesa podem contribuir como meio de desvelar os valores e
ideologias que estão subjacentes às diferentes práticas sociais?
• Como lidar com a diversidade linguística no processo de aquisição das
formas de expressão escrita?
• O que é, afinal, ensinar a língua a seus falantes nativos?
• Cabe somente ao professor de Língua Portuguesa preocupar-se com o
trabalho com gêneros textuais na escola? Por quê?

Consultor: Antonella Catinari

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