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Especialização em Língua Portuguesa e Matemática

numa Perspectiva Transdisciplinar

Módulo Metodologia do ensino:

II da Interdisciplinaridade à
Transdisciplinaridade

Unidade

2
Transdisciplinaridade e complexidade

Autora

Nedja Lima de Lucena


GOVERNO DO BRASIL ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA
E MATEMÁTICA NUMA PERSPECTIVA
Presidente da República TRANSDISCIPLINAR
DILMA VANA ROUSSEFF Metodologia do ensino: da Interdisciplinaridade à
Transdisciplinaridade
Ministro da Educação Unidade 2: Transdisciplinaridade e complexidade
ALOÍZIO MERCADANTE
Professor Pesquisador/conteudista
Diretor de Educação a Distância da CAPES NEDJA LIMA DE LUCENA
JOÃO CARLOS TEATINI
Diretora da Produção de
Reitor do IFRN Material Didático
BELCHIOR DE OLIVEIRA ROCHA ROSEMARY BORGES

Diretor do Câmpus EaD/IFRN Coordenador da Produção de


ERIVALDO CABRAL Material Didático
LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA
Diretora Acadêmica do Câmpus EaD/IFRN
ANA LÚCIA SARMENTO HENRIQUE Revisão Linguística
ELIZETH HERLEIN
Coordenadora Geral da UAB /IFRN
ILANE FERREIRA CAVALCANTE Coordenador de Design e Projeto Gráfico
LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA
Coordenador Adjunto da UAB/IFRN
JÁSSIO PEREIRA Diagramação
MARÍLIA PAIVA
Coordenadora do Curso a Distância da
Especialização em Língua Portuguesa e Ilustração
Matemática numa Perspectiva Transdisciplinar GEORGIO NASCIMENTO
MARÍLIA GONÇALVES
UNIDADE

2
Transdisciplinaridade e complexidade

APRESENTANDO A UNIDADE

Caro aluno:

Na aula anterior, estudamos como ocorreu a fragmentação das disciplinas e introduzimos


os conceitos de multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade e interdisciplinaridade. Vimos
que a interdisciplinaridade se configura como uma ponte para a transdisciplinaridade.
Nesta aula, faremos uma discussão acerca da transdisciplinaridade e da complexidade,
uma vez que elas estão conectadas. Ao final desta aula, você deverá:

• apropriar-se das principais noções que permeiam a transdisciplinaridade;

• compreender a relação entre transdisciplinaridade e complexidade;

• reconhecer como a transdisciplinaridade pressupõe a religação dos saberes.

A beleza não está nem na luz da manhã


nem na sombra da noite,
está no crepúsculo,
nesse meio tom, nessa incerteza.

(Lygia Fagundes Telles)

Especialização em Língua Portuguesa e Matemática numa Perspectiva


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Transdisciplinar
Unidade 2
Transdisciplinaridade e complexidade

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

CONSIDERAÇÕES SOBRE A TRANSDISCIPLINARIDADE

Para iniciarmos esta aula, faremos a leitura de um trecho da introdução do livro


“Transdisciplinaridade”, escrito por Ubiratan D’Ambrosio. Esse texto será o ponto de partida
para a nossa discussão.

A transdisciplinaridade não constitui uma nova filosofia. Nem


uma metafísica. Nem uma ciência das ciências e muito menos, como
alguns dizem, uma nova postura religiosa. Nem é, como insistem em
mostrá-la, um modismo. O essencial na transdisciplinaridade reside
numa postura de reconhecimento onde não há espaço e tempo
culturais privilegiados que permitam julgar e hierarquizar - como mais corretos ou
mais verdadeiros – complexos de explicação e convivência com a realidade que nos
cerca.
Repousa sobre uma atitude aberta, de respeito mútuo e humildade em relação
a mitos, religiões, sistemas de explicações e conhecimento, rejeitando qualquer tipo
de arrogância ou prepotência. Na sua essência, a transdisciplinaridade é transcultural.
As reflexões transdisciplinares navegam por ideias vindas de todas as regiões do
planeta, de tradições culturais diferentes. Repousam sobre as ideias de indivíduos de
formação e experiências profissionais as mais diversas.
A essência de sua mensagem é o reconhecimento de que a atual proliferação das
disciplinas e especialidades, acadêmicas e não acadêmicas, conduz a um crescimento
incontestável do poder associado a detentores desses conhecimentos fragmentados.
Essa fragmentação agrava a crescente ineqüidade entre indivíduos, comunidades,
nações e países. Além disso, a transdisciplinaridade entende que o conhecimento
fragmentado dificilmente poderá dar a seus detentores a capacidade de reconhecer e
enfrentar situações novas, que emergem de um mundo a cuja complexidade natural
acrescenta-se a complexidade resultante desse próprio conhecimento - transformado
em ação – que incorpora novos fatos à realidade, através da tecnologia.
A humanidade é apenas uma dentre as milhões de espécies vivas que vêm
surgindo e se extinguindo na Terra há muito tempo. Esta espécie, a nossa, já
está ameaçada de extinção por meios desenvolvidos por ela própria. Acumulou
conhecimento e capacidade de ação sobre a realidade, que resultam num enorme

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Transdisciplinar
Unidade 2
Transdisciplinaridade e complexidade

poder concentrado em cada um de nós. Tal situação pode definir um paraíso ou um


inferno para a nossa efêmera existência. Vê-se que o ritmo de crescimento dessas
capacidades acelera-se, trazendo junto o risco igualmente acelerado de perdermos
a visão do todo, à medida que nos aprofundamos cada vez mais nas minúcias e
detalhes associados a disciplinas, subdisciplinas e especialidades.
A ameaça associada a uma aparente irreversibilidade do processo é
compensada por uma tomada de consciência da fragilidade desse estilo de aquisição
de conhecimentos e capacidades. A própria evolução do modelo ameaçador nos
revela suas inadequações, suas distorções. Sua impossibilidade de uma visão global,
holística, do homem como integrante da totalidade cósmica.
A única alternativa que nos resta é nos integrarmos nessa totalidade cósmica por
etapas, a começar pela nossa integração pessoal, como indivíduos. Mente e corpo,
consciente e inconsciente, material e espiritual, nosso saber e fazer, constituem um
repertório de dicotomias com as quais nos habituamos e aceitamos como normalidade.
Temos que superar essas dicotomias.

(D’AMBROSIO, 1997, p. 9-11)

No fragmento acima, o autor inicia elencando o que a transdisciplinaridade não é:


uma filosofia, uma metafísica, uma ciência, uma postura religiosa, nem um modismo. Assim
como os conceitos estudados na aula anterior, não há um consenso entre os autores acerca
da transdisciplinaridade. Desse modo, é comum encontrarmo-la definida como uma teoria
(SANTOS; SOMMERMAN, 2009), um princípio (SANTOS; SOMMERMAN, 2009) ou um
paradigma (TRONCA, 2006). Embora compreendamos que há diferenças teóricas entre
esses termos, nesta aula, tratá-los-emos como sinônimos.

No dicionário Aurélio, encontramos as seguintes definições:

Princípio: s.m. Começo, origem, fonte. / Física. Lei de caráter geral que rege um
conjunto de fenômenos verificados pela exatidão de suas conseqüências: princípio
da equivalência. / S.m.pl. Regra da conduta, maneira de ver. / Regras fundamentais
admitidas como base de uma ciência, de uma arte etc.

Teoria: s.f. Conhecimento especulativo, ideal, independente das aplicações. /


Conjunto de regras, de leis sistematicamente organizadas, que servem de base a uma
ciência e dão explicação a um grande número de fatos. / Conjunto sistematizado
de opiniões, de idéias sobre determinado assunto. / Fam. Utopia, irrealidade.

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Transdisciplinaridade e complexidade

Paradigma: s.m. Modelo, padrão, norma; exemplo. / Gramática Conjunto de


flexões de uma palavra dada como modelo: paradigma dos verbos da 1conjugação;
paradigma dos substantivos da 1declinação latina. / Lingüística Conjunto de formas
que se associam por um traço lingüístico permanente, denominador comum de
todas elas, traço na base do qual se estabelecem correlações e oposições.

Fonte: http://www.dicionariodoaurelio.com/
Acesso em 25 mar. 2013.

Vamos nos valer da afirmação de D’Ambrosio acerca da essência da


transdisciplinaridade: “reside numa postura de reconhecimento onde não há espaço
e tempo culturais privilegiados que permitam julgar e hierarquizar [...] complexos de
explicação e convivência com a realidade que nos cerca” (grifo nosso). De acordo com
o autor, a transdisciplinaridade está fundamentada numa perspectiva que reconhece as
diferenças como inerentes à vida.
A primeira menção da palavra transdisciplinaridade é atribuída a Jean Piaget
(1970, apud SOMMERMAN, 2006, p. 44) na ocasião do I Seminário Internacional sobre
a Pluridisciplinaridade e a Interdisciplinaridade em 1970, na França. É dele também a
primeira definição do conceito:

à etapa das relações interdisciplinares, podemos esperar ver sucedê-la a


uma etapa superior que seria ‘transdisciplinar’, que não se contentaria
em encontrar interações ou reciprocidades entre pesquisas especializadas,
mas situaria essas ligações no interior de um sistema total, sem fronteira
estável entre essas disciplinas.

Nesse sentido, a transdisciplinaridade seria um avanço em relação à


interdisciplinaridade.
A partir de 1970, a reflexão e discussão sobre a transdisciplinaridade se fizeram
presentes em vários eventos. Em 1991, a UNESCO realizou o congresso Ciência e Tradição:
Perspectivas Transdisciplinares para século XXI. Neste, foi elaborado um documento
conhecido como “Ciência e Tradição”, que discute o conceito, e é considerado um marco
na consolidação dessa perspectiva.

Leia mais sobre este documento acessando o texto “Inter ou


Transdisciplinaridade? Da fragmentação disciplinar ao novo diálogo entre os
saberes” de Américo Sommerman (2006).

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Transdisciplinar
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Transdisciplinaridade e complexidade

Outro marco crucial para a transdisciplinaridade é a organização da Carta da


Transdisciplinaridade, em 1994, no I Congresso Mundial da transdisciplinaridade. A carta
contém 14 artigos, assinados por representantes de diversos países.
Vejamos o artigo 3:

Leia a Carta da Transdisciplinaridade na íntegra, acessando os textos


norteadores desta aula.

Artigo 3 - A transdisciplinaridade é complementar à aproximação disciplinar: faz


emergir da confrontação das disciplinas dados novos que as articulam entre si; oferece-nos
uma nova visão da natureza e da realidade. A transdisciplinaridade não procura o domínio
sobre as várias outras disciplinas, mas a abertura de todas elas àquilo que as atravessa e as
ultrapassa.
Nota-se que o Artigo fortalece a ideia de que a transdisciplinaridade não pressupõe
uma disciplina superior ou inferior a outra. Nessa ótica, as disciplinas são organismos
abertos que interagem de modo a complementar um organismo maior.
Fonte: Japiassú (1976, p. 74)

Figura 01 - Esquema Transdisciplinaridade.

Vamos relembrar o esquema mostrado na aula passada sobre a transdisciplinaridade:


O esquema é uma tentativa de mostrar que os diversos campos do conhecimento
possuem o mesmo grau de importância para a composição do todo. Cada elemento está
alicerçado numa dimensão, de maneira que o panorama transdisciplinaridade compreende
todas as dimensões. De acordo com esse aspecto, dizemos que a transdisciplinaridade é
multidimensional.

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Transdisciplinar
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Transdisciplinaridade e complexidade

Das definições de transdisciplinaridade, não podemos deixar de mencionar aquela


que, de certa maneira, sistematiza o conceito:

A transdisciplinaridade como o prefixo ‘trans’ indica, diz respeito àquilo


que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes
disciplinas e além de qualquer disciplina. Seu objetivo é a compreensão
do mundo presente para o qual um dos imperativos é a unidade do
conhecimento. (NICOLESCU, 1999, p. 22)

Nicolescu (1999) explica que há algo entre as disciplinas que as faz interagir de algum
modo. Ele argumenta que a principal diferença reside no fato de que a pesquisa disciplinar
está enraizada em apenas um “nível de realidade”, enquanto que a transdisciplinaridade
tem interesse em compreender a dinâmica dos diferentes níveis.
Um avanço da pesquisa de Nicolescu (1999) está pautada na lógica do terceiro termo
incluído. Essa ideia se opõe à lógica clássica, de característica binária, que apresenta pares
contraditórios, por exemplo: bonito x feio, verdadeiro x falso, normal x anormal, entre
outros. Essa lógica clássica classifica as entidades do universo a partir da ideia do que “é ou
não é”, ou seja, por oposição. Nicolescu explica, a partir dos dados da física quântica, que
entre o primeiro termo (aquilo que é) e o segundo (aquilo que não é) há uma interação que
resulta na inclusão de um terceiro termo, isto é, ultrapassa-se o nível de realidade.
O autor também esclarece que a transdisciplinaridade passa pela pesquisa
disciplinar, de modo que não há antagonismo entre transdisciplinaridade e esta, e, sim,
complementação.

Para aprofundar os estudos, leia o Manifesto da transdisciplinaridade, escrito por


Barsarab Nicolescu, disponibilizado na página do curso.

Nessa perspectiva, existe a busca pela totalidade perdida a partir da fragmentação


dos saberes. No texto inicial da nossa aula, podemos ver que

A transdisciplinaridade entende que o conhecimento fragmentado


dificilmente poderá dar a seus detentores a capacidade de reconhecer
e enfrentar situações novas, que emergem de um mundo a cuja
complexidade natural acrescenta-se a complexidade resultante desse
próprio conhecimento. (D’AMBROSIO, 1997, p. 9)

A perspectiva transdisciplinar emerge e se alimenta da concepção de complexidade.


Esta, por sua vez, também se alimenta da transdisciplinaridade, de maneira que ambas
estão imbricadas. Para conhecermos mais acerca dessa relação, vejamos o próximo tópico.

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Transdisciplinar
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Transdisciplinaridade e complexidade

Assista ao vídeo do Café Filosófico, com


wp-content/woo_uploads/61-
canalbaraogeraldo.com.br/

Viviane Mosé. No programa, são discutidos


os desafios atuais para a educação. Essa
discussão é demasiado pertinente para o
Fonte: http://

nosso estudo e atividades.


cafe.jpg

com/_AD-sjDJ58U0/SgRyjDEGL3I/
AAAAAAAACNg/hnuRQbweN58/
Figura 02 - Café Filosófico.

Fonte: http://1.bp.blogspot.

S240/viviane+mose.jpg
Figura 03- Viviane
Mosé.

COMPLEXIDADE E TRANSDISCIPLINARIDADE

A teoria da complexidade tem como expoente o francês Edgar Morin. Em suas obras,
o pesquisador mostra que somos parte de um universo complexo, cuja natureza e nosso
próprio corpo do mesmo modo o são.

A palavra “complexidade” é de origem latina, provém de complectere, cuja raiz


plectere significa trançar, enlaçar. Remete ao trabalho da construção de cestas que
consiste em entrelaçar um círculo, unindo o princípio com o final de pequenos
ramos. [...] Em francês, a palavra “complexo” aparece no século XVI: vem do
latim complexus, que significa ‘que abraça’, particípio do verbo complector , que
significa eu abraço, eu ligo. (MORIN; CIURANA; MOTTA, 2003, p. 43) ]

Edgar Morin, pseudônimo de Edgar Nahoum, nasceu


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em Paris, em 8 de julho de 1921, é um sociólogo e


Fonte: http://i2.listal.com/

filósofo francês.

Pesquisador emérito do CNRS (Centre National de


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la Recherche Scientifique). Formado em Direito,


História e Geografia, realizou estudos em Filosofia,
Figura 04 - Edgar Sociologia e Epistemologia. É considerado um dos
Morin

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Transdisciplinaridade e complexidade

principais pensadores sobre a complexidade. Autor de mais de trinta livros, entre


eles: O método (6 volumes), Introdução ao pensamento complexo, Ciência com
consciência e Os sete saberes necessários para a educação do futuro. Durante a
Segunda Guerra Mundial, participou da Resistência Francesa. É considerado um
dos pensadores mais importantes do século XX e XXI.
Fonte: http://www.edgarmorin.org.br/vida.php
Acesso em 04/09/2013.

O nascimento do pensamento complexo acontece em 1997, quando Morin lança dois


problemas: o desafio da globalidade e a não-pertinência de nosso modo de conhecimento e
de ensino. O primeiro está relacionado a como resolveremos questões globais, planetárias,
multidimensionais a partir de um saber fragmentado e da compartimentalização das
disciplinas. O segundo levanta a problemática da separação das disciplinas e dos objetos de
seu meio que resultam na incapacidade de pensar multidimensionalmente, uma verdadeira
cegueira intelectual (MORIN, 2007). As reuniões do conselho culminaram em jornadas
temáticas, as quais discutiram o mundo, a terra, a vida, a humanidade, as artes, a história,
a cultura e a religação dos saberes.
Ao explicar como se configura o pensamento complexo, Morin, Ciurana e Motta
(2003, p. 44) fazem uma distinção entre complexo e complicado. Eles explicam que “o
que é complicado pode reduzir-se a um princípio simples” enquanto que a “complexidade
é um fenômeno não simplificável e traduz uma incerteza que não se pode erradicar no
próprio seio da cientificidade” (p. 48). Logo, a complexidade implica uma concepção mais
aprofundada do que aparenta ser. Podemos
dizer que da própria complexidade, o que
vemos é a “ponta do iceberg”, abaixo dela
há múltiplas dimensões.
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Para a compreensão da complexidade,


Morin parte da ideia da complexidade da
www.sxc.hu/pic/l/t/te/

natureza. Segundo ele, o nosso universo está


Adaptadade: http://

em constante transformação e é resultado


tanto de uma ordem, quanto de uma
desordem, ou “é desintegrando-se que o
Figura 05 - Universo em
cosmos se organiza” (MORIN, 2002, p. 65).
transformação. Isto é, no próprio processo de desorganização,
há uma lógica organizacional e vice-versa.

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Transdisciplinaridade e complexidade

Você sabia que o planeta Terra está em constante transformação? O planeta


passou por transformações que eliminaram formas biológicas e fizeram surgir
outras. Além disso, a própria superfície terrena modificou-se através das inúmeras
explosões. Por exemplo, de uma colisão com um planetoide, surgiu a Lua, nosso
Satélite natural; de outra colisão com asteroides, a maior parte das águas dos
oceanos se formaram. Outro exemplo é a evolução de bactérias que passam a
produzir oxigênio através da fotossíntese. Ora, o oxigênio é imprescindível a
nossa sobrevivência, mas foi fatal para alguns seres daquela época que viviam
da fermentação, que é só é possível em ambientes onde não há oxigênio. Como
podemos ver, o planeta convive com a ordem e a desordem, ambas em harmonia.

Adaptado de <http://super.abril.com.br/universo/parte-2-vida-morte-terceiro-planeta-735753.shtml

A mesma complexidade que incide no universo está presente nos seres vivos, desde
sua constituição molecular à dinâmica química, desde seu nascimento até a sua morte para
renascer novamente. O pensador chama esse processo de “ecoorganização”, o qual implica
a ideia regeneração. Um exemplo simples desse fenômeno é o ciclo da cadeia alimentar,
no qual o equilíbrio perpassa por ganhos e perdas, nascimento e morte. A complexidade
da vida está arraigada na incerteza, Tronca (2006, p. 26) escreve:

Cada um possui uma identidade desde o nascimento, porém as células


mudam incontáveis vezes durante a vida. Assim, essa contradição pode
ser entendida da seguinte forma: o organismo a longo prazo modifica-
se até a velhice e a até a personalidade evolui sob a influência de novas
experiências. O que não muda é o genoma, apesar de que a hélice pode
ainda sofrer deslocações e desinclinações que a alterem.
Fonte: Nascimento (2013).
Fonte: Nascimento (2013).

Figura 06 - DNA. Figura 07 - Cadeia alimentar.

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Podemos dizer que no universo e na vida operam princípios de estabilidade e


mudança constantes. Esses princípios estão em contínuo (re)fazer-se.
Morin esclarece, ainda, que a complexidade também é encontrada na cultura e no
conhecimento. A cultura envolve a memória coletiva e o conhecimento está atrelado a essa
memória, explica Tronca (2006).
Para compreendermos o que é memória coletiva, em linhas gerais, vejamos:

Os estudos empreendidos por Halbwachs trazem, portanto, uma nova


vertente para a noção de memória e apresenta então os quadros sociais
que compõem a memória. Para ele, mesmo que aparentemente particular,
a memória remete a um grupo; o indivíduo carrega em si a lembrança,
mas está sempre interagindo na sociedade, já que “nossas lembranças
permanecem coletivas e nos são lembradas por outros, ainda que se
trate de eventos em que somente nós estivemos envolvidos e objetos que
somente nós vimos” (HALBWACHS, 2006, apud LEAL, 2012 p. 3)
Fonte: Nascimento (2013).

Figura 08 - Cultura.

Ao mesmo tempo, o indivíduo está no


meio cultural, age nesse meio e sofre influência
dele e de sua organização social e histórica. Dito
Fonte: Nascimento (2013).

de outro modo, os indivíduos são dotados de


verdades, dúvidas, confiança, insegurança, são
seres com pontos de vista diversos, influenciados
pela família, amigos, religião, política etc,
de maneira que essa organização social tem
Figura 09 - Ciência. implicações na própria constituição cognitiva do
indivíduo.
Ainda podemos fazer um link entre complexidade e ciência, na medida em que a
ciência não é detentora de certezas absolutas. Uma teoria existe para explicar um fato até
que outra surja para complementá-la ou derrubá-la. Além disso, a ciência tem visto que há
fenômenos que não podem ser explicados de maneira simples e isolada porque eles fazem
parte de um todo. Morin (2001, p. 20) esclarece que:

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Transdisciplinaridade e complexidade

O conhecimento não é um espelho das coisas ou do mundo externo. Todas


as percepções são, ao mesmo tempo, traduções e reconstruções cerebrais
com base em estímulos ou sinais captados e codificados pelos sentidos.
Daí resultam, sabemos bem, os inúmeros erros de percepção que nos vêm
de nosso sentido mais confiável, o da visão. Ao erro de percepção
acrescenta-se o erro intelectual. O conhecimento, sob forma de palavra,
de idéia, de teoria, é o fruto de uma tradução/reconstrução por meio da
linguagem e do pensamento e, por conseguinte, está sujeito ao erro. Este
conhecimento, ao mesmo tempo tradução e reconstrução, comporta
a interpretação, o que introduz o risco do erro na subjetividade do
conhecedor, de sua visão do mundo e de seus princípios de conhecimento.
Daí os numerosos erros de concepção e de idéias que sobrevêm a
despeito de nossos controles racionais. A projeção de nossos desejos ou
de nossos medos e as perturbações mentais trazidas por nossas emoções
multiplicam os riscos de erro.

A afirmação do autor ratifica a informação de que o universo, os seres vivos, a cultura


e a ciência são componentes complexos. Essa complexidade está relacionada a alguns
princípios, vejamos:

• Princípio hologramático: esse princípio diz respeito à conexão existente entre o todo e
as partes. De modo simples, podemos relacionar as partes ao contexto em que estão
inseridas. Isso significa que é no contexto que elas ganham significação, por sua vez, as
partes dependem do contexto, e este das partes.

• Princípio da complementaridade dos opostos: esse princípio surgiu na física quântica,


quando Niels Bohr propôs que elementos como onda e partícula fazem parte de uma
mesma realidade. O princípio se opôs às categorias binárias ou dicotomias (por exemplo:
bonito e feio, saúde e doença, bem e mal, razão e emoção). A divisão em dicotomias
provoca uma segmentação do próprio ser humano, resultando na “incapacidade de
administrar e articular-se como seres humanos completos e internamente harmônicos”
(SANTOS; SOMMERMAN, 2006, p. 27). A ideia aqui é deixar de lado a contrariedade
para dar lugar à complementaridade.

• Princípio da incerteza: está atrelado ao princípio anterior, uma vez que superada a
dicotomia certeza e incerteza, esta passa a ser complementar àquela. A incerteza
pressupõe a dinâmica das mudanças.

• Princípio da autopoiese: esse princípio diz respeito à autorregulação dos seres vivos
(MATURANA; VARELA; 1995 apud SANTOS; SOMMERMAN, 2006). O ser se adapta e
se autoconstrói nas vivências.

Os princípios arrolados acima estão simbioticamente relacionados. Deles, também


faz parte a transdisciplinaridade. Como já citamos anteriormente, a transdisciplinaridade
e a complexidade são conceitos que interagem. Essa interação pode ser vista na noção de

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Transdisciplinar
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Transdisciplinaridade e complexidade

multidimensionalidade. Acerca dessa noção, Tronca (2006, p. 64) diz: “o conhecimento


é um fenômeno multidimensional porque é ao mesmo tempo físico, biológico, cerebral,
mental, psicológico, cultural e social. Esse fenômeno multidimensional é fraturado pela
organização do conhecimento em nossa cultura.”

Você conhece a história da corujinha Julica? Essa história está no


nosso material complementar. Vamos conhecê-la?

No Artigo 6 da Carta da Transdisciplinaridade, já mencionada anteriormente,


encontramos:
Artigo 6 - Com a relação à interdisciplinaridade e à multidisciplinaridade, a
transdisciplinaridade é multidimensional.
Aqui, fica claro que, se comparada à interdisciplinaridade, a transdisciplinaridade vai
além, englobando o caráter multidimensional. Podemos dizer que a multidimensionalidade
deixa cair por terra a ideia de segmentação do conhecimento, uma vez que ele próprio é
plástico, flexível e não definido.
Até aqui, estudamos um pouco sobre a transdisciplinaridade e a complexidade, e
como esses conceitos são complementares. Antes de seguirmos para o último tópico de
nossa aula, retomemos, no quadro a seguir, um trecho do texto de abertura desta unidade:

A transdisciplinaridade não constitui uma nova filosofia. Nem uma metafísica.


Nem uma ciência das ciências e muito menos, como alguns dizem, uma nova
postura religiosa.

Vejamos, ainda, no quadro a seguir, o que diz o Artigo 4 da referida Carta;

Artigo 4:

O ponto de sustentação da transdisciplinaridade reside na unificação semântica


e operativa das acepções através e além das disciplinas. Ela pressupõe uma
racionalidade aberta, mediante um novo olhar sobre a relatividade das noções de
“definição” e de “objetividade”. O formalismo excessivo, a rigidez das definições
e o absolutismo da objetividade, comportando a exclusão do sujeito, levam ao
empobrecimento.

Fonte: http://www.ihac.ufba.br/portugues/wpcontent/uploads/2013/01/
Carta_da_Transdisciplinaridade_19 9 4_I_Congresso_Mundial.pdf-
Acesso em: 04/09/2013.

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Transdisciplinar
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Transdisciplinaridade e complexidade

Os excertos acima nos orientam que a transdisciplinaridade implica abertura. Isso


significa que considerar a transdisciplinaridade como uma noção rígida e estanque foge
da própria ideia de transdisciplinaridade. Do mesmo modo, reduzi-la a uma certeza ou
saída única para os problemas globais também esbarra na sua característica de abertura e
dinamicidade. O mesmo pode ser dito a respeito da complexidade. Morin (2007) elucida
que ela não é uma resposta, e, sim, um desafio.
Por isso, faz parte de uma postura transdisciplinar encarar tanto a complexidade,
quanto a transdisciplinaridade como fenômeno passível de mudança e reformulações
constantes.

Nicolescu ([1997] apud SANTOS; SOMMERMAN, 2009) esclarece que a


transdisciplinaridade e a complexidade se cruzam como ontologia, metodologia
e epistemologia. A primeira diz respeito à natureza complexa da realidade; a
segunda está relacionada ao modo de tratá-la; e a última diz respeito aos modos
de produção e sua relação com a natureza das coisas.

Fique atento a esses termos!

Para finalizar a nossa aula, faremos a seguir algumas considerações sobre os problemas
globais e a religação dos saberes.

OS PROBLEMAS GLOBAIS E A RELIGAÇÃO DOS SABERES

A discussão sobre a complexidade e a transdisciplinaridade têm implicações sérias


para a sociedade, porque elas emergem a partir de problemas globais. No início desta aula,
lemos as palavras de D’Ambrosio (1997, p.9):
“Esta espécie, a nossa, já está ameaçada de extinção por meios desenvolvidos por ela
própria.”
O que nos leva a pensar numa realidade complexa é necessidade de respondermos
a questões que envolvem a nossa própria sobrevivência. O problema do esgotamento
dos recursos do planeta nos trouxe uma
wordpress.com/2012/11/prestige.png

preocupação com a vida e a existência. A


temática do meio ambiente tomou conta das
Fonte: http://pongpesca.files.

discussões na escola, em casa, nos meios de


comunicação. O assunto gera interesse, em
especial, para os jovens que vivem a guisa de
uma ameaça que teria impactos sobre suas
vidas (LÉNA, 2007).
Figura 10 - Catástrofe ambiental.

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Transdisciplinar
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Transdisciplinaridade e complexidade

A situação planetária atual está relacionada


ao acelerado desenvolvimento científico do início
do século, com o crescimento da industrialização
e a ideia de que a terra é fonte inesgotável
de recursos naturais. O potencial humano é
deixado à margem e dá lugar à concepção de um
Fonte:Nascimento (2013).

planeta-máquina, sendo o homem uma de suas


engrenagens (D’AMBROSIO, 1997).
Discussões sobre o esgotamento da água
potável, o aquecimento global, o crescimento
demográfico desordenado, a poluição e o
Figura 11 - Aquecimento global.
depauperamento de matérias-primas uniram
os homens. Isso porque essas questões têm
implicações na vida, na existência e no futuro. D’Ambrosio (1997, p. 49) argumenta que
“a situação atual exige medidas urgente

AAAAAAAACUQ/ToapgdL7oD0/s1600/
em todos os setores – científico, cultural,
econômico e político – além de uma maior

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-

chaplin_tomie_ohtake_02.jpg
sensibilização de toda a humanidade”..

pqlsOqGhC-8/UWy_IJ_KNrI/
A problemática do meio ambiente é um
dos dilemas globais atuais. Podemos ainda
mencionar a preservação da diversidade
cultural, a violência, entre outros. Esses
problemas nos colocam na posição do agir
para garantir a própria sobrevivência. Nesse Figura 12 - Tempos modernos.
sentido, a ação para o resgate do planeta é
coletiva.
D’ambrosio (1997, p. 9) afirma que a humanidade “acumulou conhecimento e
capacidade de ação sobre a realidade, que resultam num enorme poder concentrado em
cada um de nós.” Isso significa que o terreno para pensarmos soluções nunca esteve tão
fértil. Além do mais, o autor explica que tecnologia e ciência são aliadas no processo de
religação dos saberes.
É inegável que os problemas globais foram a mola propulsora para a discussão da
complexidade e da transdisciplinaridade. Morin (2003) explica que na “era planetária”,
educar perpassa uma reforma que possui três eixos: uma reforma do modo de conhecimento,
uma reforma do pensamento e uma reforma do ensino.
Essas reformas estão imbricadas umas nas outras. Uma reforma do conhecimento
perpassa pela ideia de contextualização, multidimensionalidade e incerteza. Por sua vez,
uma reforma do pensamento significa pensar a condição humana como fazendo parte de
um todo complexo, no qual o pensamento deve unificar e não isolar, que “liga e enfrenta
a incerteza” (MORIN, 2003, p. 92). Uma reforma do ensino significa pensar a escola,
sua segmentação em séries, disciplinas e conteúdos, de modo que os saberes se tornem
comunicantes.

Especialização em Língua Portuguesa e Matemática numa Perspectiva 16


Transdisciplinar
Unidade 2
Transdisciplinaridade e complexidade

Para conhecer melhor o que Morin propõe


Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-

como reforma do pensamento, vamos ler o capítulo


AAAAAAAABwE/TpweXmF5s3k/
rCt0oXE-PmM/UTSpIWPjGaI/

8 do livro “A cabeça bem-feita”, disponibilizado


como texto complementar.
s1600/foto+1.JPG

Figura 13 -
Tempos modernos.

As ideias discutidas até se tornaram centrais para as reflexões pedagógicas atuais. A


religação dos saberes não é responsabilidade única da escola, mas perpassa por ela. Assim,
na próxima aula, voltaremos o nosso olhar para a transdisciplinaridade e o ensino.

Sugestão de vídeo: Uma verdade inconveniente.


Fonte: http://bravonline.abril.com.

EUA, 2006, 100 min


br/blogs/entretantos/files/2010/09/
UmaVerdadeInconveniente.jpg

Direção: Davis Guggenheim

Sinopse: O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al


Gore apresenta uma análise da questão do aquecimento
global, mostrando os mitos e equívocos existentes em
torno do tema e também possíveis saídas para que o
planeta não passe por uma catástrofe climática nas Figura 14 -
próximas décadas. Uma Verdade
Inconveniente.

Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-111289/
Acesso em: 26 de abril de 2013.

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Transdisciplinar
Unidade 2
Transdisciplinaridade e complexidade

RESUMO DA AULA

Nesta aula, estudamos o conceito de transdisciplinaridade e sua relação com a


complexidade. Vimos que essas concepções andam juntas e se retroalimentam. Além disso,
estudamos alguns princípios cooperadores da ideia de complexidade, são eles: princípio
hologramático, princípio da complementaridade dos opostos, princípio da incerteza e
princípio da autopoiese. Também verificamos que atual cenário global, a partir de suas
catástrofes iminentes, foi o ponto de partida para que esses conceitos ganhassem corpo nas
discussões de hoje.

ATIVIDADES

1. No vídeo do Café Filósofico, Viviane Mosé, argumenta sobre a escola como


“fábrica” e apresenta algumas ideias sobre uma escola “nova”. A partir desse vídeo e
das leituras dos textos desta aula, produza um texto dissertativo-argumentativo, no qual
você relacione essas ideias aos conceitos de transdisciplinaridade e complexidade.

2. Leia os textos a seguir:

a) “Tudo está estabelecido para nossa autodestruição, mas tudo também está
estabelecido para uma mutação positiva comparável às grandes reviravoltas da História.
O desafio da autodestruição tem sua contrapartida na esperança do autonascimento.”
(NICOLESCU, 1999, p. 2)

b) “A ameaça associada a uma aparente irreversibilidade do processo é


compensada por uma tomada de consciência da fragilidade desse estilo de aquisição
de conhecimentos e capacidades. A própria evolução do modelo ameaçador nos
revela suas inadequações, suas distorções. Sua impossibilidade de uma visão global,
holística, do homem como integrante da totalidade cósmica.” (D’AMBROSIO, 1997,
p. 11)

Tomando por base os excertos acima, elabore um comentário no qual você


explicite a (não) importância da religação dos saberes para a contribuição nas
discussões globais da atualidade.

Especialização em Língua Portuguesa e Matemática numa Perspectiva 18


Transdisciplinar
Unidade 2
Transdisciplinaridade e complexidade

3. Reflita sobre o princípio da incerteza, em seguida, a partir de sua experiência,


escreva alguns tópicos sobe como esse princípio tem implicações para a nossa atuação
nos diversos papéis sociais que exercemos.

4. Observe a figura:
Fonte:Nascimento (2013).

Figura 15

A partir da leitura da imagem, escreva um comentário estabelecendo uma


relação entre a crítica da imagem e o posicionamento de Morin acerca do ‘desafio
da globalidade’ (MORIN, 2007).

Até a próxima aula!

LEITURAS

LEITURAS OBRIGATÓRIAS:

Carta da transdisciplinaridade. Disponível em: <http://www.cetrans.com.br/textos/


documentos/carta-da-transdisciplinaridade.pdf>. Acesso em 6 fev. 2013.

NICOLESCU, Barsarab. O Manifesto da Transdisciplinaridade. São Paulo: Triom, 1999.

LEITURAS COMPLEMENTARES:

COSTA, Manoel Lopes. Uma história de Julica I. (mimeo.)

MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio


de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

Especialização em Língua Portuguesa e Matemática numa Perspectiva 19


Transdisciplinar
Unidade 2
Transdisciplinaridade e complexidade

REFERÊNCIAS
Carta da transdisciplinaridade. Disponível em: <http://www.cetrans.com.br/textos/
documentos/carta-da-transdisciplinaridade.pdf>. Acesso em 6 de fevereiro de 2013.

D’AMBROSIO, Ubiratan. Transdisciplinaridade. São Paulo: Palas Athena, 1997.

Dicionário aurélio. Disponível em: <http://www.dicionariodoaurelio.com/>. Acesso em:


25 de março de 2013.

JAPIASSÚ, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago,


1976.

LEAL, Luana Aparecida Matos. Memória, rememoração e lembrança em Maurice


Halbwachs. Linguasagem, São Carlos, 18° ed. Set. 2012. Disponível em: <http://www.
letras.ufscar.br/linguasagem/edicao18/artigos/045.pdf>. Acesso em 26 de abril de2013.

LÉNA, Pierre. Nossa visão do mundo: algumas reflexões para a educação.

MORIN, Edgar. A religião dos saberes: o desafio do século XXI. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2007.

_____. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de


Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

_____. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez; Brasília,
DF: UNESCO, 2000.

MORIN, Edgar; CIURANA, Emilio-Roger; MOTTA, Raúl Domingo. Educar na era


planetária: o pensamento complexo como método de aprendizagem no erro e na
incerteza humana. São Paulo: Cortez, 2003.

NICOLESCU, Basarab. The transdisciplinary evolution of learning. Disponível em:


< http://www.learndev.org/dl/nicolescu_f.pdf >. Acesso em: 6 de fevereiro de 2013.

_____. O Manifesto da Transdisciplinaridade. São Paulo: Triom, 1999.

SANTOS, Akiko; SOMMERMAN, Américo. Complexidade e Transdisciplinaridade: em


busca da totalidade perdida. Porto Alegre: Sulina, 2009.

SOMMERMAN, Américo. Inter ou transdisciplinaridade da fragmentação disciplinar


ao novo diálogo entre os saberes. São Paulo: Paulus, 2006.

Especialização em Língua Portuguesa e Matemática numa Perspectiva 20


Transdisciplinar
Unidade 2
Transdisciplinaridade e complexidade

NOGUEIRA, salvador. Vida e morte no terceiro planeta. Disponível em: < http://super.
abril.com.br/universo/parte-2-vida-morte-terceiro-planeta-735753.shtml >. Acesso em:
26 de abril de 2013.

TRONCA, Dinorah Sanvitto. Transdisciplinaridade em Edgar Morin. Caxias do Sul, RS:


Educs, 2006.

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Autoria própria.

Figuras 02 - http://canalbaraogeraldo.com.br/wp-content/woo_uploads/61-cafe.jpg

Figura 03 - http://1.bp.blogspot.com/_AD-sjDJ58U0/SgRyjDEGL3I/AAAAAAAACNg/
hnuRQbweN58/S240/viviane+mose.jpg

Figura 04 - http://i2.listal.com/image/891098/600full-edgar-morin.jpg

Figura 05 - Autoria própria.

Figura 07 - Autoria própria.

Figura 08 - Autoria própria.

Figura 09 - Autoria própria.

Figura 10 - http://pongpesca.files.wordpress.com/2012/11/prestige.png

Figura 11 - Autoria própria.

Figura 12 - http://2.bp.blogspot.com/-pqlsOqGhC-8/UWy_IJ_KNrI/AAAAAAAACUQ/
ToapgdL7oD0/s1600/chaplin_tomie_ohtake_02.jpg

Figura 13 - http://1.bp.blogspot.com/-rCt0oXE-PmM/UTSpIWPjGaI/AAAAAAAABwE/
TpweXmF5s3k/s1600/foto+1.JPG

Figura 14 - http://bravonline.abril.com.br/blogs/entretantos/files/2010/09/
UmaVerdadeInconveniente.jpg

Figura 15 - Autoria própria.

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