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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR ANHANGUERA

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

LUIZA INCHAUSPE IBALDO FERNANDES

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE


ULCERAS POR PRESSÃO EM PACIENTES CRITICOS

Santana do Livramento / RS

2023
2

LUIZA INCHAUSPE IBALDO FERNANDES

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE


ULCERAS POR PRESSÃO EM PACIENTES CRITICOS

Artigo apresentado como requisito obrigatório para a


conclusão do curso, orientado pelo tutor à distância
do curso de Bacharelado em Enfermagem.
Orientador: Francielly Imazu Gomes

Santana do Livramento / RS

2023
3

SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................. 4
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 6
2. OBJETIVOS ......................................................................................... 8
2.1 GERAL ..................................................................................... 8
2.2 ESPECÍFICOS.......................................................................... 8
3. METODOLOGIA DA PESQUISA.......................................................... 9
4. DISCUSSÃO E RESULTADOS ............................................................ 10
4.1 RESULTADOS .......................................................................... 10
4.1.1 CONHECIMENTO DO PROTOCOLO PARA PREVENÇÃ DA
ÚLCERA POR PRESSÃO....................................................... 10
4.1.2 PRINCIPAIS INTERVENÇÕES ADOTADAS NA
PREVENÇÃO DA UPP........................................................... 11
4.2 DISCUSSÃO ............................................................................. 13
4.2.1 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RISCOS...................... 14
4.2.2 DEFINIÇÃO DE TRATAMENTO DA LESÃO POR
PRESSÃO............................................................................... 16
4.2.3 IMPLEMENTAÇÃO DE TRATAMENTO DA LESÃO POR
PRESSÃO................................................................................ 17
4.2.4 IMPLANTAÇÃO DA SAE – SISTEMATIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ........................................ 19
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 22
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 24

RESUMO
4

A úlcera por pressão é definida como uma lesão cutânea ou de partes moles de etiologia
isquêmica que resulta em morte tecidual. Devido ao seu estado geral o paciente em estado crítico
apresenta maior predisposição para desenvolver esta complicação, além de estar exposto a
inúmeros fatores de risco. A equipe de enfermagem apresenta um papel importante na prevenção
da úlcera por pressão, este profissional deve desenvolver ações para eliminar ou minimizar os
riscos como a inspeção diária da pele, proteção contra excesso de umidade, ressecamento, fricção
e cisalhamento, mudança de decúbito, massagem de conforto, hidratação da pele, além de
nutrição adequada. O presente trabalho busca reunir informações sobre a assistência de
enfermagem na prevenção da úlcera por pressão em pacientes internados em unidade de terapia
intensiva. Busca ainda conhecer a percepção dos enfermeiros acerca da prevenção de úlceras por
pressão no contexto da segurança do paciente. É uma pesquisa qualitativa desenvolvida através
de pesquisa bibliográfica, procedendo consultas de materiais na WEB, bem como leitura de
autores com obras relativas ao tema. Os dados foram coletados através de buscas em bases de
dados virtuais em saúde especificamente na Biblioteca Virtual em Saúde – (BVS), Sistema
Latino- Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde, (LILACS) e National
Library of Medicine – MEDLINE, (Scielo). Tal estudo revelou o desconhecimento da existência
de protocolos de prevenção de úlceras pelos profissionais, e os que utilizavam não faziam
frequentemente. A mudança de decúbito foi a conduta mais referida. Há disparidade entre as
condutas realizadas na prevenção de úlceras e nas bases científicas, e isso pode acarretar danos ao
tratamento. Faz-se necessário a padronização das condutas por meio de instrumentos gerenciais a
fim de proporcionar cuidado seguro.

Palavras-Chave: Úlcera por pressão, prevenção, assistência de enfermagem,


Pacientes críticos.

RESÚMEN

La úlcera por presión es definida como una lesión cutánea o de partes blandas de etiología
isquémica que resulta en muerte tisular. Debido a su estado general, el paciente en estado crítico
5

presenta mayor predisposición para desarrollar esta complicación, además de estar expuesto a
inúmeros fatores de riesgo. El equipo de enfermería presenta un papel importante en la
prevención de úlcera por presión; este profesional debe desarrollar acciones para eliminar o
minimizar los riesgos como la inspección diaria de la piel, protección contra exceso de humedad,
resecamiento, fricción y cizallamiento, cambio de decúbito, masaje de confort, hidratación de la
piel, además de nutrición adecuada. El presente trabajo busca reunir informaciones sobre la
asistencia de la enfermería en la prevención de la úlcera por presión en pacientes internados en
unidades de terapia intensiva. Busca además conocer la percepción de los enfermeros acerca de la
prevención de úlceras por presión en el contexto de la seguridad del paciente. Es una
investigación cualitativa desarrollada a través de búsqueda bibliográfica, realizando consultas de
materiales en la Web, así como lecturas de autores con obras relativas al tema. Los datos fueron
colectados a través de búsquedas en bases de datos virtuales en salud, específicamente en la
Biblioteca Virtual en Salud – (BVS), Sistema Latinoamericano y del Caribe de Información en
Ciencias de la Salud (LILACS) y National Library of Medicine – MEDLINE (Scielo). Dicha
investigación ha revelado el desconocimiento de la existencia de protocolos de prevención de
úlceras por los profesionales, y los que los utilizaban, no lo hacían frecuentemente. El cambio de
decúbito fue la conducta más referida. Hay una disparidad entre las conductas realizadas en la
prevención de úlceras y en las bases científicas, y eso puede llevar a daños en el tratamiento. Se
hace necesaria la estandarización de conductas por intermedio de instrumentos gerenciales con el
objetivo de proporcionar cuidado seguro.

Palabras Clave: Asistencia de enfermería; Pacientes críticos; Prevención; Úlcera por presión.

INTRODUÇÃO

Os pacientes em estado crítico, normalmente estão em estado grave de saúde


ou são considerados potencialmente graves, necessitando de cuidados especiais da
equipe de enfermagem direcionados ao seu problema e evitando surgimento de
complicações que venha a comprometer o estado geral do mesmo. Para oferecer uma
assistência de qualidade e que atenda às necessidades especificas de cada paciente
6

os profissionais de saúde buscam especializar-se cada vez mais no intuito de aumentar


a sobrevida destes pacientes e beneficiando a sua reintegração na sociedade.
Devido à exposição de inúmeros fatores de risco, pacientes em situação crítica
apresentam maior predisposição a complicações como o surgimento de úlcera por
pressão (FERNANDES; TORRES; VIEIRA, 2008).
Inúmeros fatores podem propiciar o desenvolvimento de úlcera por pressão em
pacientes hospitalizados, sendo a pressão considerada o principal causador desta
complicação. Os fatores de risco para úlcera por pressão estão divididos em intrínsecos
e extrínsecos. Os fatores intrínsecos são considerados inerentes ao indivíduo e estão
relacionados ao estado físico do paciente, como imobilidade ou mobilidade diminuída,
déficit sensorial, perfusão tissular diminuída, idade avançada, desidratação e
desnutrição, anemia e infecção. Os fatores extrínsecos estão relacionados ao
mecanismo de lesão e independem do indivíduo, englobam a pressão, umidade, força
de cisalhamento e o atrito (ROCHA et al, 2009; FERNANDES et al, 2010; ALVES et al,
2008).
A úlcera por pressão é qualquer lesão cutânea ou de partes moles, podendo ser
superficial ou profunda, de etiologia isquêmica causada por pressão, cisalhamento ou
fricção que resulta em morte tecidual. São consideradas feridas crônicas e ocorrem em
áreas de proeminências ósseas como sacro, ísquio, trocânter, calcâneo, região
occipital, dorso do pé, maléolo e patela. Essas lesões podem se desenvolver em 24
horas ou levar até 5 dias para se manifestar (PAIVA, 2008; MEDEIROS; LOPES;
JORGE; 2009; FERNANDES; TORRES; VIEIRA, 2008).
As lesões de úlcera por pressão podem desencadear consequências sérias,
sendo um problema tanto para o paciente como para a instituição hospitalar. Os
pacientes hospitalizados acometidos por úlcera por pressão podem ter o tempo de
internação aumentado, afastar-se do convívio familiar, aumento dos custos
hospitalares, além de diversas outras complicações (ALVES et al, 2008; FERNANDES;
TORRES; VIEIRA, 2008).
A prevenção da úlcera por pressão deve envolver não só a equipe de
enfermagem, mas todos os profissionais que atuam direta ou indiretamente com o
cuidado ao paciente, tendo estes profissionais que possuírem o conhecimento das
7

causas e fatores de risco para o desenvolvimento desta complicação permitindo a


implementação de medidas preventivas eficazes. Sendo a úlcera por pressão uma
consequência de múltiplos fatores, os profissionais de saúde que prestam assistência
ao paciente devem conhecer todos esses fatores e buscar preveni-los, beneficiando
não só o paciente e seus familiares como também toda a equipe de saúde.
Buscou-se nesta pesquisa elucidar quais as ações de enfermagem na
prevenção de úlcera por pressão em pacientes em estado crítico.
A relevância deste estudo está no fato da investigação das ações de
enfermagem na prevenção da úlcera por pressão em pacientes críticos possam
contribuir para a melhoria na qualidade da assistência de enfermagem e ainda diminuir
a exposição do pacientes a fatores de risco para o desenvolvimento da úlcera por
pressão.

2 OBJETIVOS
8

Busca estre trabalho trazer à luz a importância do enfermeiro na prevenção da


úlcera por pressão, para isto são propostos os seguintes objetivos:

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar as ações de enfermagem na prevenção de úlcera por pressão em


pacientes.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

A fim de atingir o objetivo geral, faz-se necessário trabalhar e entender os


seguintes objetivos específicos:
 Identificar os fatores de risco para desenvolvimento de úlcera por pressão em
pacientes críticos;
 Identificar os cuidados de enfermagem implementados aos pacientes críticos,
para prevenção de úlcera por pressão;
 Definir os cuidados de enfermagem na prevenção da úlcera por pressão em
pacientes críticos;

3 METODOLOGIA
9

Existem várias metodologias que podem ser uilizadas na elaboração de


trabalhos científicos. Neste utilizaremos a pesquisa bibliográfica.
A pesquisa bibliográfica é elaborada a partir de material já publicado,
constituído principalmente de: livros, revistas, publicações em periódicos e
artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses,
material cartográfico, internet, com o objetivo de colocar o pesquisador em
contato direto com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa.
(PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 54)

Este trabalho consiste de um estudo exploratório e descritivo, compreendendo


períodos de 2018 a 2021, realizado por meio de uma revisão integrativa da literatura,
que é um estudo bibliográfico. Compreende-se a revisão integrativa da literatura como
sendo uma pesquisa onde são empregadas diferentes metodologias, permitindo assim,
a sintetização dos resultados de diferentes estudos relacionados ao tópico de interesse.
Quanto ao estudo bibliográfico, é a revisão da literatura sobre as principais teorias que
orientam o trabalho científico, onde são realizadas pesquisas em periódicos, livros,
artigos científicos, sites da Internet entre outras fontes.
Com a finalidade de analisar o material coletado, foi elaborado vários tipos de
leituras conforme orienta a metodologia de pesquisa bibliográfica, sendo a leitura
exploratória, que permite tomar conhecimento do que se tratavam os artigos. A leitura
seletiva, a fim de selecionar o material adequado quanto à sua relação com o tema, e
por último a leitura reflexiva que busca as definições conceituais sobre a ulcera por
pressão, e a sua prevenção.
Quanto às intervenções de enfermagem específicas, busca-se considerar
estudos que tratem sobre a prevenção da ulcera por pressão em pacientes críticos.
A discussão será realizada de forma qualitativa e descritiva para análise das
abordagens, com embasamento nos autores utilizados no estudo.

4 DISCUSSÃO E RESULTADOS
10

O presente capítulo aborda a discussão das diretrizes, dos procedimentos, bem


como as dificuldades encontradas pelos profissionais da enfermagem na prevenção de
ulceras por pressão em pacientes críticos. Cabe ressaltar que para fundamentar a
discussão e os resultados, foram utilizadas algumas citações de autores em
bibliografias pesquisadas ao longo do estudo.

4.1 RESULTADOS

A percepção dos enfermeiros acerca da importância da prevenção das úlceras


por pressão para a segurança do paciente, é demonstrada no estudo. Espera-se a
seguir, mostrar mais claramente os resultados encontrados.

4.1.1 CONHECIMENTO DO PROTOCOLO PARA PREVENÇÃO DA ÚLCERA POR


PRESSÃO

Através do estudo, percebe-se que a maioria dos enfermeiros não tem o


conhecimento da existência do protocolo sobre prevenção de UP, inclusive aqueles que
já estão na instituição por mais tempo. É de grande relevância a padronização e
introdução de protocolos e outras ferramentas capazes de orientar os procedimentos
assistenciais por parte do enfermeiro com a finalidade de reduzir as complicações da
internação na UTI, otimizar o tempo de internação e promover a segurança do paciente.
Assim, a aplicação prática de protocolos é necessária, uma vez que sistematiza e
qualifica o trabalho em enfermagem, melhorando os cuidados prestados, fato que
contribuirá para o aumento da sobrevida dos pacientes com redução da prevalência de
Úlcera Por Pressão (Rogensky; Kurcgant, 2012).

Por meio deste estudo, percebe-se também que poucos enfermeiros têm uma
base técnica e científica que direcione suas intervenções durante a prática clínica. Os
autores afirmaram a inexistência ou a inutilização do protocolo de prevenção das UPPs,
em sua maioria por instituições públicas, pois tinham outras bases de conhecimento
que norteavam suas condutas, como os treinamentos ofertados pelas empresas que
11

comercializavam os produtos para curativos, os conhecimentos adquiridos durante a


Graduação e as capacitações oferecidas pelo serviço.

Percebe-se, então, a falta de uniformização e sistematização das medidas


preventivas adotadas por esses profissionais, posto que não há um consenso entre as
ideias dos mesmos, dificultando, assim, o trabalho em equipe. É de suma importância
que os profissionais de saúde estejam preparados para atender os pacientes de risco e,
para isso, é necessário que haja uma uniformização do conhecimento por meio de
educação permanente ou padronização de procedimentos pelos profissionais acerca
das medidas de prevenção das Úlceras por pressão (Miyazaki; Caliri; Santos, 2010).

A implantação do protocolo de prevenção de UP significa uma decisão


estratégica de fortalecimento das melhores práticas assistenciais. Essa iniciativa
liderada pelo enfermeiro representa um esforço institucional que integra várias equipes
profissionais. Diante da efetividade e aplicabilidade deste instrumento de prevenção de
UP, verifica-se a importância da inserção deste protocolo na prescrição de
enfermagem. Porém a competência técnica e a habilidade clínica do enfermeiro para
avaliar os itens da escala são indispensáveis para o exercício do cuidado com
excelência.

4.1.2 PRINCIPAIS INTERVENÇÕES ADOTADAS NA PREVENÇÃO DA UPP

Em relação às intervenções para a prevenção de úlceras por pressão, as


mudanças de decúbito foram citadas peçaa maioria dos autores estudados,
primeiramente por ser, possivelmente, a medida mais difundida, em se tratando de
prevenção de UPP. Quanto a isso, sabe-se que a mobilidade no leito contribui
substancialmente para a prevenção deste evento no âmbito da internação (Gomes et
al., 2011).

Ainda sobre cuidados de enfermagem, buscou-se identificar as intervenções


prioritárias a fim de prevenir a ocorrência de Úlcera por Pressão, entre as quais foram
citadas: controle da pressão, supervisão da pele, cuidados da pele-tratamento tópico,
posicionamento e o aporte nutricional (Bavaresco; Lucena, 2012).
12

Em relação aos fatores de riscos intrínsecos houve ênfase na alteração do


estado nutricional, enquanto que entre os fatores extrínsecos os principais
mencionados foram os cuidados com a roupa de cama, fricção e falta de mobilização.
Entre as medidas de prevenção para Úlcera por Pressão mais citadas pelos
enfermeiros, estão a mudança de decúbito e massagem,

Os profissionais da enfermagem participam ativamente da gerência do cuidado


dos pacientes internados na UTI com mobilidade reduzida e risco de formação de lesão
por pressão. As principais ações preventivas citadas foram, em ordem decrescente:
mudança de decúbito, exame físico diário da pele, hidratação da pele, uso de coxins,
suporte nutricional, uso de colchão piramidal e massagens de conforto. Conforme
Bavaresco; Lucena (2012), os profissionais relataram que medidas para garantir a
segurança do paciente são imprescindíveis para prevenir as lesões cutaneomucosas.

No presente estudo, ainda foram observadas as ações voltadas para a


prevenção das seguintes lesões: lesão por pressão, lesões orais, lesões na pele e
mucosa associadas a sondas de alimentação e cateter nasal, lesões associadas ao
cateter venoso periférico, lesões ao uso de fraldas e lesões em pacientes com cateter
vesical de demora.

Comenta Busanelo et. all (2015), que os enfermeiros afirmam que desenvolvem
ações para a prevenção de lesão por pressão, especialmente: mudança de decúbito a
cada duas horas; hidratação da pele com o uso de hidratantes ou óleo mineral; higiene
corporal; massagem de conforto e; proteção das proeminências ósseas. As fissuras e
lesões orais podem surgir nos pacientes que fazem uso de dispositivo invasivo na via
aérea, por permanência prolongada do tubo orotraqueal (TOT) ou por uma inadequada
assistência da equipe de Enfermagem.

Em relação aos principais cuidados de prevenção, foram: higiene oral, fixação


adequada do cadarço, aspiração, hidratação oral, alternância de posição do TOT e
proteção da pele contra o atrito do TOT.
13

4.2 DISCUSSÃO

A percepção dos enfermeiros acerca da importância da prevenção das úlceras


por pressão para a segurança do paciente, foi descoberta no estudo. O estudo revela,
através de pesquisas bibliográficas, que a maioria dos profissionais da enfermagem,
não tem o conhecimento da existência do protocolo sobre prevenção de Úlcera por
Pressão, inclusive aqueles que já estão na função por mais tempo.
É de grande relevância a padronização e introdução de protocolos e outras
ferramentas capazes de orientar os procedimentos assistenciais por parte do
enfermeiro com a finalidade de reduzir as complicações da internação na UTI, otimizar
o tempo de internação e promover a segurança do paciente. Assim, a aplicação prática
de protocolos é necessária, uma vez que sistematiza e qualifica o trabalho em
enfermagem, melhorando os cuidados prestados, fato que contribuirá para o aumento
da sobrevida dos pacientes com redução da prevalência de Úlcera por Pressão
(Rogensky; Kurcgant, 2012).
Percebe-se com este estudo que os enfermeiros têm como base técnica e
científica em suas intervenções preventivas o protocolo, além de treinamentos,
capacitações e atualizações. Por meio deste estudo, no entanto, foi possível perceber
que poucos enfermeiros têm uma base técnica e científica que direcione suas
intervenções durante a prática clínica. Os entrevistados que afirmaram a inexistência ou
a inutilização do protocolo de prevenção das UPPs tinham outras bases de
conhecimento que norteavam suas condutas, como os treinamentos ofertados pelas
empresas que comercializavam os produtos para curativos, os conhecimentos
adquiridos durante a Graduação e as capacitações oferecidas pelo serviço. Percebe-se,
então, a falta de uniformização e sistematização das medidas preventivas adotadas por
esses profissionais, posto que não há um consenso entre as ideias dos mesmos,
dificultando, assim, o trabalho em equipe. É de suma importância que os profissionais
de saúde estejam preparados para atender os pacientes de risco e, para isso, é
necessário que haja uma uniformização do conhecimento por meio de educação
permanente ou padronização de procedimentos pelos profissionais acerca das medidas
de prevenção das UPs (Miyazaki; Caliri; Santos, 2010).
14

4.2.1 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RISCOS

A identificação dos fatores de risco para o desenvolvimento de lesão por pressão


é um dos pré-requisitos para o planejamento de ações para prevenção. Em relação aos
fatores intrínsecos os principais cuidados dos profissionais de enfermagem estão nas
alterações do estado nutricional, presença de infecções ou sepse com alteração
metabólica e instabilidade hemodinâmica. Em relação aos fatores extrínsecos os
principais cuidados dos profissionais de enfermagem estão relacionadas com o cuidado
da roupa de cama do paciente, as forças de cisalhamento e a fricção, e umidade na
pele (ROLIM et al., 2013).
Stein et al. (2012) afirma que a avaliação do risco ao desenvolvimento de lesões
de pele pode ser um indicador utilizado para elaboração dos cuidados assistenciais, e
afirma que esta avaliação deve ser realizada de forma individualizada com base no
exame físico diário da pele priorizando as regiões de proeminências ósseas.
Na diretriz Prevenção e Tratamento de Úlcera por Pressão: Guia Rápido de
Referências, é recomendada uma avaliação estruturada, em período máximo de oito
horas após a admissão do paciente na unidade de saúde, sendo necessária uma
reavaliação constante, considerando as condições de saúde do indivíduo. Deve incluir
uma inspeção completa da pele, com foco nas áreas cutâneas subjacentes as
proeminências ósseas, em todas as avaliações para detectar qualquer alteração da sua
integridade.
Ao realizar a avaliação, o enfermeiro também deve diferenciar a causa e grau do
eritema, utilizando as técnicas de pressão com o dedo ou do disco transparente por três
segundos para definir se há ou não branqueamento. Em todos os exames,
principalmente em pacientes com tons de pele escuras, deve ser considerada a
temperatura, presença de edema e alteração na consistência do tecido em relação a
área circundante (NPUAP; EPUAP; PPPIA, 2014).
A diretriz também afirma que todas as avaliações devem ser devidamente
registradas, o que pode se constituir em um grande desafio para a enfermagem. Em
estudo realizado por Santos et al. (2013) constatou-se que apenas 3% dos pacientes
que apresentaram LPP receberam notificação e somente 10% tiveram registro nos
prontuários, gerando subnotificações e interferindo diretamente na qualidade da
15

assistência prestada e na prevenção, pois as informações não registradas


adequadamente podem gerar falsos indicadores. Também recomenda-se a implantação
de indicadores para auxiliar as instituições de saúde a implementar e supervisionar
suas estratégias de prevenção e tratamento, avaliando o desempenho organizacional
(NPUAP; EPUAP; PPPIA, 2014).
Sabe-se que as UTI’s são ambientes nos quais o paciente necessita de cuidados
e tecnologias mais complexas. De acordo com Stein et al. (2012) o ritmo e o volume
das atividades deste setor se constitui em um desafio na qual a enfermagem enfrenta.
Entretanto a utilização de escalas de predição de risco, como a Escala de Braden e o
desenvolvimento de protocolos para acompanhamentos podem facilitar o trabalho do
enfermeiro a médio e a longo prazo.
Barbosa, Beccaria e Poletti (2014) afirmam que a Escala de Braden permite a
padronização da avaliação e da documentação do risco para LPP, devendo ser
compartilhada pelos profissionais para a identificação dos fatores de risco e
consequentemente na prescrição de cuidados preventivos.
A diretriz recomenda que em caso de utilização desses instrumentos para uma
avaliação de risco estruturada, fatores adicionais como perfusão, condição da pele e
outros riscos relevantes devem ser considerados como parte da avaliação completa. Ou
seja, o avaliador não deve confiar apenas nos resultados adquiridos pelo instrumento, é
necessário reconhecer outros fatores de acordo com o seu juízo clínico. Além disso, o
instrumento tem que ser adequado para a população, validado e fiável (NPUAP;
EPUAP; PPPIA, 2014).
Quanto a escolha da Escala de Braden, em estudo de Bavaresco, Medeiros e
Lucena (2011) realizado em uma UTI, foi evidenciado que a utilização desse
instrumento para predição e avaliação é viável e permite conhecer as características
dos pacientes em risco. No mesmo estudo, houve um índice de 39,1% do não
preenchimento da escala, em decorrência da falta do domínio na utilização pelos
enfermeiros, recomendando-se estratégias para adesão da equipe como: realização de
reuniões, supervisão e capacitação periódica.
Corroborando com este pensamento, Barbosa, Beccaria e Poletti (2014) afirmam
que é necessário um treinamento inicial e depois periódico com os profissionais de
16

enfermagem, visando evitar e corrigir diferenças, erros e discordâncias dos scores, para
que o profissional tenha uma clara compreensão da descrição das subescalas em sua
avaliação.

4.2.2 DEFINIÇÃO DE TRATAMENTO DA LESÃO POR PRESSÃO

Segundo Gonçalves (2019), é imprescindível realizar uma avaliação inicial para o


tratamento das lesões, tendo que ser efetuada individualmente, observando desde
aspectos sistêmicos, como a presença de comorbidades, tabagismo, etilismo, aspectos
nutricionais, idade, seguido pela avaliação da lesão quanto ao estadiamento e presença
de infecção, que orientarão o profissional com relação à melhor conduta a ser
tomada(19). É aconselhado fazer: avaliação, curativo e desbridamento, se for
necessário. Avaliar o risco de úlceras por pressão, realizar a mudança de decúbito de
2/2 horas e o desbridamento, quando necessário.

A avaliação tem como base medir o grau de profundidade da ferida, a partir


dessa observação, deve-se escolher a melhor cobertura a ser utilizada. Depois de ter
feito a avaliação inicial, a equipe de enfermagem escolhe o tipo de cobertura de acordo
com a disponibilidade da instituição. Os produtos mais utilizados para o tratamento da
lesão por pressão são os ácidos graxos essenciais, fibras de alginato, hidrogel,
papaína, carvão ativado e colagenase. Conforme o estágio da lesão, pode-se fazer uso
de diversos produtos, como hidrocolóide, hidrogel em necrose seca, alginato de cálcio
para cavitações ou lesões exsudativas, desbridamento químico e avaliação nutricional.

Dentre os recursos para o tratamento da Lesão por Pressão, o curativo com


diferentes coberturas é considerado um tratamento convencional, porém com benefício
no processo de cicatrização a médio e longo prazo, dependendo da extensão e
profundidade da lesão e das condições do paciente. Assim, novos tratamentos para
acelerar o processo de cicatrização dessas feridas têm sido investigados, dentre os
quais o ultrassom, a ozônioterapia e a laserterapia de baixa intensidade (Low-Level
LaserTherapy – LLLT). Não podemos conceder a cicatrização dessas feridas apenas ao
17

tratamento com curativo. O processo de desenvolvimento das lesões por pressão é


multifatorial, incluindo variáveis ambientais e intrínsecas ao paciente.

A influência das variáveis ambientais pode ser intensificada pelo gerenciamento


de cuidados da equipe de enfermagem e características estruturais da instituição. A
intervenção educacional multifacetada, que incluiu a participação voluntária de
membros da família do paciente, também pode ajudar no auxílio do tratamento da
lesão.

4.2.3 IMPLEMENTAÇÃO DE TRATAMENTO DA LESÃO POR PRESSÃO

Rolim et al. (2013), estuda que um dos principais cuidados citados pelos
enfermeiros é a mudança de decúbito. Na qual o reposicionamento deve ser executado
em todos os pacientes para reduzir a duração e a intensidade da pressão sobre áreas
vulneráveis, como as proeminências ósseas. As mudanças de decúbito devem ser
realizadas em horários programados e sua frequência deve levar em consideração as
condições do paciente, variando em intervalos de 2 ou 3 horas.

Em estudo de Busanello et al. (2015), a mudança de decúbito é citada pelos


profissionais de enfermagem como uma medida imprescindível para prevenção de LPP,
devendo ser realizada a cada duas horas, com o objetivo de redistribuir a pressão sobre
a superfície corporal mantendo a circulação sanguínea, prejudicada pela oclusão dos
vasos durante um intenso período de tempo.

A mudança de decúbito relatada por enfermeiros no estudo de Stein et al. (2012),


foi considerada como principal ação para prevenção de LPP. Entretanto, em relação ao
tempo de alternância de 2/2 horas, afirmam esta ser uma medida inviável, devido a
sobrecarga dos funcionários, ao estado crítico dos pacientes e ao índice de
absenteísmo. Apesar de estarem cientes da recomendação da literatura, na UTI,
avaliada na pesquisa, é utilizado um protocolo com medidas de prevenção e mudança
de decúbito a cada 3 horas, conforme um relógio ilustrado no setor, indicando o horário
e o decúbito a ser realizado.
18

Barbosa, Beccaria e Poletti (2014) evidenciaram que a mudança de decúbito a


cada 2 horas também é uma importante medida de prevenção, entretanto empregada
em apenas 41,05% dos pacientes da UTI, atrás de camas limpas, pacientes limpos e
secos, uso de colchão piramidal e coxins, o que entra em contradição aos resultados
obtidos nas pesquisas anteriormente citadas.

A diretriz internacional recomenda o reposicionamento de todos os indivíduos


que estejam em risco de desenvolver ou que já desenvolveram alguma LPP, caso não
contraindicado (NPUAP; EPUAP; PPPIA, 2014).

Quanto a frequência, além do estado clínico do paciente, a diretriz recomenda


que se considere o tipo de superfície de apoio e no caso de pacientes em cuidados
paliativos devem ser reposicionados a pelo menos cada 4 horas em colchão que
redistribua pressão ou a cada 2 horas em colchão de espuma (NPUAP; EPUAP; PPPIA,
2014).

Em estudo realizado, na Espanha, por Manzano et al. (2014), não houve


diferença significativa na incidência de LPP na comparação entre as frequências de
reposicionamento de 2 e 4 horas em pacientes em ventilação mecânica internados em
UTI. No entanto aumentou a carga de trabalho da enfermagem e os eventos adversos
relacionados aos dispositivos.

Still et al. (2013) demonstrou que a utilização de uma equipe, composta por dois
membros por turno, treinada para realizar mudanças de decúbito a cada 2 horas,
reduziu drasticamente a incidência de LPP. Em consonância com este estudo, em
pesquisa de Walden et al. (2013) sobre prevenção de LPP em pacientes obesos,
constatou que a utilização de uma equipe de mobilidade reduziu em 30% as LPP e em
62% as lesões musculoesqueléticas dos funcionários, consistindo em uma vantagem
tanto para os pacientes, quanto para a equipe de saúde, estando de acordo com a
recomendação da diretriz internacional quanto a utilização de ajuda para transferências
manuais com finalidade de evitar o cisalhamento e fricção.

Na diretriz, entre as principais recomendações estão que o reposicionamento


deva ser realizado de forma que a pressão seja aliviada ou redistribuída, evitando o
19

posicionamento sobre proeminências ósseas que apresentam eritema não branqueável


ou LPP; deve-se evitar sujeira a pele sobre pressão ou forças de cisalhamento,
utilizando ajuda na transferência manual do paciente, não arrastando-o sobre a
superfície; e utilizar a inclinação de 30º no decúbito do paciente (NPUAP; EPUAP;
PPPIA, 2014).

4.2.4 IMPLANTAÇÃO DA SAE – SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE


ENFERMAGEM

Independente do problema de saúde, do diagnóstico ou do tratamento a ser


aplicado no paciente, é de fundamental importância a utilização da sistematização.

A sistematização da assistência de enfermagem visa organizar o serviço da


Enfermagem no Brasil. É disposta sobre a Resolução do Conselho Federal de
Enfermagem (Cofen) nº 358/2009 e deve ser implementada em todas as instituições de
saúde do país, públicas e privadas.

A SAE garante que todos os procedimentos de enfermagem e cuidados com


pacientes sejam feitos de forma padronizada, de acordo com metodologias testadas e
aprovadas. Desde 2009, a sistematização da assistência de enfermagem passou a ser
considerada método organizacional para aplicação do Processo de Enfermagem (PE).

É formada por cinco etapas fundamentais. Veja quais são elas, a seguir!

1- Coleta de Dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem)


Esse processo pode ser realizado com o auxílio de métodos e técnicas
diferentes. Entretanto, é sempre sistemático e contínuo. O exame físico visa obter o
maior número de informações possíveis sobre o paciente, o histórico familiar ou o
coletivo em que o ser humano está inserindo. Também procura obter respostas em
relação à evolução do quadro perante o tratamento ou a doença. As etapas do exame
físico são:

 Inspeção;
 palpação;
 percussão;
20

 ausculta.

2 – Diagnóstico de Enfermagem
A partir dos dados coletados na primeira etapa citada, é necessário agrupá-los e
interpretá-los. Assim como médico faz o diagnóstico da doença, o enfermeiro tem como
responsabilidade diagnosticar os riscos, de que forma a doença se manifesta e quais as
necessidades do paciente a partir daquele quadro. Os tipos de diagnóstico podem ser:

 Diagnóstico de enfermagem real: respostas humanas existentes;


 Diagnóstico de enfermagem de risco: respostas humanas que podem ser
desenvolvidas;
 Diagnóstico de enfermagem de bem-estar: respostas humanas em relação ao
bem-estar;
 Diagnóstico de enfermagem de promoção à saúde: julgamento clínico ou
motivação de elevar o bem-estar e concretizar o potencial de saúde do indivíduo.

3- Planejamento de Enfermagem
A partir do diagnóstico, o planejamento visa determinar quais são os resultados
esperados e como eles serão alcançados, de modo a prevenir, controlar ou resolver os
problemas de saúde do paciente. Lembre-se que todas as etapas citadas,
incluindo essa, devem estar devidamente relatadas no prontuário do paciente.

4- Implementação
É a hora de implementar todas as ações que foram mapeadas nas etapas
anteriores. Ou seja, colocar a mão na massa! Tudo é realizado de acordo com o
prescrito no prontuário, que deve ser atualizado após conclusão de cada ação. As
ações podem ser:

 dar banho;
 mudar de posição;
 avaliar;
 supervisionar;
 conduzir;
 entre outras.
21

5- Avaliação de Enfermagem
É a última etapa da sistematização da assistência de enfermagem. Visa fazer o
acompanhamento de como o paciente está respondendo aos cuidados prestados pela
equipe de enfermagem. Por isso as anotações no prontuário são tão importantes. É
nessa etapa que é determinado se são necessárias mudanças ou adaptações nos
processos anteriores. E o ciclo se repete.
22

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com as pesquisas realizadas na literatura, fica evidente que as lesões por


pressão se constituem em um problema de saúde pública e uma das principais
preocupações da Enfermagem em seu cotidiano, sendo este profissional aquele que
pode de maneira mais efetiva, reduzir o risco do paciente desenvolver este agravo.

Esta revisão possui relevância, pois evidenciou as principais práticas de


cuidados de enfermagem empregados nas unidades de terapia intensiva para
prevenção de LPP, correlacionando com a principal diretriz internacional vigente, com
intuito de verificar sua eficácia.

Analisando os artigos e obras estudadas, observa-se que os principais cuidados


são voltados para as categorias: Avaliação de risco; cuidados com a pele; nutrição na
prevenção de lesão por pressão; reposicionamento e mobilização precoce; utilização de
superfícies de apoio e coxins; e cuidados relacionados a dispositivos.

Em relação aos cuidados para prevenção, os mais citados pelos autores foram:
mudança de decúbito; higiene e hidratação da pele; e a utilização de colchão piramidal
e coxins. Entre os menos citados estavam àqueles relacionados aos dispositivos
médicos, necessitando de uma maior atenção dos profissionais para este cuidado.

Outra questão abordada foi na utilização da Escala de Braden, sendo um


instrumento bastante utilizado pelos Enfermeiros e importante para padronização das
avaliações. Entretanto, nos estudos percebe-se a necessidade de treinamentos
periódicos para a utilização desta escala para que não haja resultados falhos dos
scores, podendo gerar no planejamento um excesso ou falta de cuidados para o
paciente.

Na categoria “Cuidados com a pele”, foram descritos os cuidados com a higiene


e hidratação da pele, sendo considerada pela diretriz como uma importante medida
para prevenção. Entretanto, a intervenção “massagem de conforto”, referenciada em
diferentes estudos, mostrou uma deficiência no conhecimento entre alguns
profissionais, quanto a não recomendação desta medida, podendo inclusive agravar a
23

formação das lesões por pressão. Sendo necessária a implementação de capacitações


dos profissionais em relação as práticas recomendadas e as em desuso.

Em “reposicionamento mobilização precoce” percebe-se que a mudança de


posicionamento no leito é a principal medida empregada, entretanto nota-se
divergências na frequência da mudança de decúbito. Apesar de a literatura afirmar que
2 horas é o tempo suficiente para ocorrer as lesões, na diretriz é recomendado que se
leve em consideração o quadro de saúde do paciente, sendo naqueles em que forem
menos mobilizados, utilizar outros dispositivos como o colchão piramidal e coxins.

Quanto à utilização do colchão piramidal como superfície de apoio e coxins, não


há muitas divergências entre os profissionais de enfermagem, sendo também uma
medida bastante utilizada e indicada.

Em relação aos cuidados com dispositivos, existe um déficit de publicações,


estando os cuidados direcionados exclusivamente para higiene e hidratação do local
onde o dispositivo se encontra. Considerando que é frequente na UTI a utilização de
diferentes dispositivos como sondas, cateteres, drenos, equipamento para
monitorização é necessário que haja uma maior dos profissionais e educação
continuada em relação às medidas para prevenção de Lesões por Pressão
relacionadas a esses dispositivos.

Uma das limitações do presente estudo foi o não detalhamento dos cuidados de
enfermagem nos artigos, sendo em alguns casos apenas citados, comprometendo uma
análise mais detalhada destes com as recomendações da diretriz internacional.
24

REFERÊNCIAS

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úlcera por pressão no paciente hospitalizado. Revista Instituto de Ciência e
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