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Introdução

Durante o percurso das aulas de Estudos Literários I, foi nos proposto um trabalho com o tema
Divisão triadica dos Géneros Literários, sem no entanto desenvolver a sua perspectiva
histórica. Abordaremos também os subgéneros de cada género literário , tipo de linguagem
usada em cada género literário, entre outros pontos.
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1. A perspectiva histórica dos Géneros Literários

O termo “Género” origina-se do latim genus-eris, que significa nascimento, descendência ou


origem, e refere-se a um conjunto de características temáticas e formais intrínsecas às
manifestações literárias. Sendo por muito tempo dividido em três categorias: Épico, Lírico e
Dramático. Tal divisão foi proposta na Grécia antiga pelos filósofos gregos Aristóteles e
Platão.

Desde muito cedo que o desejo, intrínseco ao espírito humano, de classificar, de estruturar, de
definir o domínio infinitivo do conhecimento se manifestou nas produções literárias. Ao decidir
relacionar as obras e ao decidir atribuir as categorias criadas determinadas denominações, os
históricos da literatura basearam os fundamentos naquilo a que veria se dar o nome de ,<<
poética>>.

1.1. O modelo grego: Platão e Aristóteles

Se tivermos em consideração a questão da sua perspectiva histórica, parece ser claro que o texto
fundador em matéria do género literário, aquele a que pelo menos se reconhece uma maior
autoridade, é o de Aristóteles, a Poética, onde o livro inicia com uma definição dos objectivo a
que se propõe, de como se devem organizar as historias caso queiramos que a composição seja
bem-sucedida e, ainda do numero e da natureza das partes que a constituem e também de todas
as questões que pertence ao domínio da investigação, começando pelo que vem em primeiro
lugar seguindo depois a ordem natural.

Com a palavra <<espécies>>, a que Aristóteles usa no seu livro que de facto recupera as
diferenciações dispersas ao longo de vários diálogos de Platão, introduz de uma forma
elucidativa a ideia de distinção de categorias e de descrição, de uma forma teórica, das regras que
as regem, e o conceito de género parece ter sido assim, pela primeira vez isolado.

Efectivamente, ao que tudo indica, foram os sucessores de Platão e Aristóteles que, através de
uma leitura <<moderna>> dos escritos antigos, contribuíram para que estabelecesse uma
classificação ternária dos géneros. Ducrot e Todorov mencionam a contribuição de Diomedes,
gramática latino do século IV que , <<ao se sistematizar a obra de Platão, propõe as seguintes
definições: lírico = as obras onde o autor é único que fala; dramático = obras onde as
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personagens são as únicas que falam; épico = obras onde o autor e as personagens têm igual
direito a palavra>>.

Esta divisão, indevidamente atribuída a Platão e /ou a Aristóteles, impôs-se como um principio
intangível para o romantismo alemão e sobre tudo para os irmãos Schlegel - sobretudo para
Friederich, que retém, no inicio do século XIX, três formas: lírica, épica, dramática que se
distinguem por sua maior ou menor subjectividade.

2. Divisão dos géneros literários e seus subgéneros

Os géneros literário ,como anteriormente foi dado menção são divididos em três grandes
categorias como:

 Género Narrativo;
 Género Lírico
 Género Dramático.

2.1. Género Narrativo

Texto, oral ou escrito, em que o autor narra acontecimentos, sem se misturar com eles,
descrevendo ambiente e as personagens que tomas parte na acção.

2.2. Categorias da narrativa

 Autor: é a pessoa que escreve o texto ou a obra;


 Narrador: entidade responsável pela narração da historia.
 Acção (Intriga): central e secundária;
 Espaço: local onde decorre a acção;
 Tempo: período em que decorrem os acontecimentos;
 Personagens: elementos intervenientes na história exercendo papeis diversificados.

2.3. Tipos de linguagem

Nos textos narrativos, diferentemente de alguns géneros predomina a linguagem clara, objectiva
e com reduzido recurso a figuras de estilos.
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2.4. Subgéneros narrativo

Epopeia ou Épico: é uma narrativa feita em versos, num longo poema que ressalta os feitos de
um herói ou as aventuras de um povo. Três belos exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões,
Ilíada e Odisséia, de Homero.

Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos de carácter
verossímil.

O romance subdividisse emː

 Romance de aventuras
 Romance históricos
 Romance policial
 Romance psicológico.

Romancista de língua portuguesa são: Eça de Queirós, ferreira de castro, Fernando namora, Jorge
amado, Virgílio ferreira, Lídia Jorge.

Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a


brevidade do conto. O personagem se caracteriza existencialmente em poucas situações. Como
exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A
Metamorfose, de Kafka.

Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações
rotineiras, anedotas e até folclores (conto popular). Caracteriza-se por personagens previamente
retratados. Inicialmente, fazia parte da literatura oral e Boccaccio foi o primeiro a reproduzi-lo de
forma escrita com a publicação de Decamerão.

Crónica: é uma narrativa informal, ligada à vida quotidiana, com linguagem coloquial, breve,
com um toque de humor e crítica.

Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didáctico, expondo ideias, críticas
e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o
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tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjectivo sobre um tema
(humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, literário, etc.), sem
que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de carácter
científico.

3. Género Lírico

Pela definição etimológica, a palavra lírica, vem da palavra ˝ lira˝, um instrumento musical
utilizado pelos gregos para acompanhar os cantos.

O género lírico caracteriza-se por expressar emoções, sentimentos e sensações, sendo um texto
subjectivo.

No texto lírico são frequentes as imagens e outros recursos expressivos, as palavras podem
adquirir vários significados ao mesmo tempo.

Usa uma linguagem plurignificativa, convidando-o a não mais além da nossa linguagem.

Quanto a sua estrutura, são organizadas em versos, estrofes e rima.

3.1. Subgénero lírico

Ode: Teve origem na poesia grega clássica, na sua forma mais característica que são estrofe,
antístrofe e epoclo.

É escrita em estilo elevado e apresenta como temas o louvor de cidadãos ou acontecimento da


vida pública, os prazeres da existência, os encantos da vida rústica e reflexões filosóficas ou
morais.

Elegia: É um poema que exprime sentimentos tristes, em consequência de acontecimentos


desagradáveis como morte, prisão, o exílio ou a guerra, o amor não correspondido, dentre outros.
Do grego, a palavra “elegia” significa “canto triste”.

Alguns poetas que cultivaram a elegia Camões, Rodrigues Lobo e Teixeira de pascoais.

Écloga: É um poema que conta a vida dos pastores e do campo, tendo por cenário, uma natureza
idealizada. Geralmente é um diálogo entre pastores.
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A écloga utiliza-se no bucolismo, uma corrente lírica que elogia a vida simples dos pastores.

Canção: Originalmente é um poema de tom lírico, é erudito da época trovadoresca e destinada


do conto.

Depois no renascimento sobretudo por acção do Petrarca, a canção adopta versos decassílabos
alternando com o hexassílabo.

As estrofes são em número indeterminado e regular. É constituída por um texto e finda, ou


introdução. O tema tratado era o amor.

Numa terceira fase, posterior a canção torna-se um poema, isto é, no sec. XV, torna-se um
poema simples, que pode ser de amoroso, mas também moral ou heróico.

4. Género Dramático

O texto dramático é o que se destina a ser representado por actores (ou por um só actor no caso
do monologo), num momento presente.

Assim, os actores representam ao vivo com diálogos (eu-tu) discurso directo, aqui e agora, tempo
presente, mesmo que se trate de reconstituição de acontecimentos passados.

No entanto, o género dramático, como o próprio nome indica, são os textos literários feitos com
o intuito de serem encenados ou dramatizados. Do grego, a palavra “drama” significa “acção”.

4.1. A linguagem dramática

Tal como todas as expressões artísticas, o teatro utiliza uma linguagem que lhe é apropriada.
Neste caso, o aspecto mas original é o facto de a linguagem ser composta por duas faces
complementares: O texto dramático e os efeitos da produção teatral. O texto dramático é
constituído pelas falas dos autores e é geralmente expresso sob a forma de dialogo (falas ou
tiradas) ou de monologo como é o caso do monologo de Winnie em Dias Felizes de Beckett.
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4.2. Estrutura

Os autores desse tipo de texto são chamados de dramaturgos, que junto aos atores (que encenam
o texto), são os emissores, e por sua vez, os receptores são o público.

Assim, os textos dramáticos, além de serem constituídos de personagens (protagonistas,


secundárias ou figurantes), são compostos pelo espaço cênico (palco teatral e cenários) e o
tempo.

Geralmente, os textos destinados ao teatro possuem uma estrutura interna básica, a saber:

 Apresentação: faz-se a exposição tanto dos personagens quanto da acção a ser


desenvolvida.
 Conflito: o momento em que surge as peripécias da acção dramática.
 Desenlace: Momento de conclusão, encerramento ou desfecho da acção dramática.

Além da estrutura interna inerente ao texto dramático, tem-se a estrutura externa do género
dramático, tal qual os actos e cenas, de forma que o primeiro corresponde à mudança dos
cenários necessários para a representação, enquanto o segundo, designa as mudanças (entrada ou
saída) dos personagens.

4.3. Subgéneros Dramático

Tragédia: é a representação de um facto trágico, susceptível de provocar compaixão e terror.


Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma representação duma acção grave, de alguma
extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e
terror”.

Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil,


em geral criticando os costumes. Sua origem grega está ligada às festas populares, celebrando a
fecundidade da natureza.
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Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cómicos. Originalmente,


significava a mistura do real com o imaginário.

Farsa: pequena peça teatral, de carácter ridículo e caricatural, que crítica a sociedade e seus
costumes; baseia-se no lema latino Ridendo castigat mores (Rindo, castigam-se os costumes).

Catástrofe: é o momento à punição implacável dos deuses, ou é uma acção perniciosa, e


dolorosa, como acção as mortes em cena, as dores veementes, os ferimentos e mais casos
semelhantes.

Drama: o drama, como género teatral, aparece no sec. XVIII, e desenvolveu-se no sec. XIX com
os escritores românticos.

Enquanto na tragédia o conflito se desencadeia entre o indivíduo e o destino, perante o olhar


divino, no drama situa-se a nível dos valores sócias, próprio de pessoas que estão integradas que
estão integradas numa sociedade terrena.

A acção é mais livre no drama do que no teatro grego, quanto a unidade de acção de tempo e de
espaço.
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Conclusão

De acordo com o trabalho que nos foi proposto sobre a divisão triádica dos géneros literários,
concluímos que os géneros literários são organizadas ou categorizados em três géneros, sendo
eles, narrativo, lírico e dramático.

Contudo, o género narrativo, caracteriza-se por apresentar personagens, autores, tempos, acção e
usa uma linguagem corrente. E o género lírico organiza-se em versos e estrofes, e a sua
interpretação é subjectiva.

Por último o género dramático representa os factos em forma de um drama.


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Referencias Bibliográficas

EIKHENBAUM, Boris et alii. Teoria da literatura; formalistas russos. Porto Alegre, Globo, 1971.
GAGNEBIN, J. M. História e Narração em Walter Benjamin. São Paulo: Perspectiva, 1994.

Gramática Moderna da Língua Portuguesa.

MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo, Cultrix, 1974.


STALLONI, Yves. Os géneros literários. Editora: publicações Europa-America, 2ª edição. 2009.

Internet

Fontes: http://www.portalsaofrancisco.com.br/literatura/genero-literario
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Índice

Conteúdo Pág.
Introdução........................................................................................................................................2

1. A perspectiva histórica dos Géneros Literários........................................................................3

1.1. O modelo grego: Platão e Aristóteles.......................................................................................3

2. Divisão dos géneros literários e seus subgéneros.....................................................................4

2.1. Género Narrativo......................................................................................................................4

2.2. Categorias da narrativa.............................................................................................................4

2.3. Tipos de linguagem...................................................................................................................4

2.4. Subgéneros narrativo................................................................................................................5

3. Género Lírico............................................................................................................................6

3.1. Subgénero lírico........................................................................................................................6

4. Género Dramático.....................................................................................................................7

4.1 A linguagem dramática.............................................................................................................7

4.2. Estrutura....................................................................................................................................8

4.3. Subgéneros Dramático.............................................................................................................8

Conclusão......................................................................................................................................10

Referencias Bibliográficas.............................................................................................................11
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