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Holocausto Brasileiro
Holocausto Brasileiro
O Colônia, como é popularmente chamado, foi inicialmente projetado para abrigar 200
pacientes e mantinha critérios médicos quase inexistentes. Assim, de hospital
psiquiátrico, o local foi transformado em um “depósito de indesejados”.
Esses indivíduos eram enviados em vagões de carga, semelhante ao que acontecia nos
campos de concentração, em especial o mais famoso da história, Auschwitz.
Os indivíduos que não conseguiam resistir eram enterrados no cemitério localizado atrás
do hospital, e alguns corpos falecidos eram achados pelas enfermeiras depois de vários
dias, apodrecendo; alguns corpos eram vendidos ilegalmente para faculdades de
medicina.
Até mesmo as vagas para trabalhar no hospital faziam parte de uma estratégia política,
visto que bastava entregar uma carta de algum político da região para conseguir
emprego no local. Dessa forma, presume-se que os funcionários do Colônia eram
inaptos ao trabalho.
Tudo começou a ser descoberto em 1961, quando uma reportagem da então Revista
Cruzeiro denunciou o hospício, até então ninguém sabia das atrocidades que
aconteciam, porém nada foi feito para mudar a situação. No ano de 1970, o psiquiatra
Ronaldo Simões delatou as ocorrências do Colônia no III Congresso Mineiro de
Psiquiatria, e consequentemente perdeu o cargo de chefe de Serviço Psiquiátrico da
Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais. Inaugurou-se museu em 1996, no
antigo edifício do Hospital Colônia, lá se guardam mais de 60.000 mil histórias, de
pessoas e principalmente, de vidas.
As camas eram apenas um amontoado de capim, recolhido pelos funcionários para secar
logo pela manhã e que acumulava urina, fezes e insetos. As doenças eram inevitáveis
devido a esses maus tratos.
Com cinco mil pacientes no local em meados dos anos 30, estima-se que havia dois
funcionários para cada grupo de 400 pacientes. Apesar da verba mais do que suficiente
enviada pelo governo, a estrutura do hospital era precarizada.
II - Pontos Principais: