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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

INSTITUTO DE PSICOLOGIA

Disciplina: Teorias e sistemas 1


Discentes: Fernando Tatsuya Ferreira Matsumoto
Iara Beatriz Alves da Silva
Jayany Edrielly da Silva
José Railson Peixoto Bezerra
Márcio Gregório Ferreira Filho
Naira Danyelle de Souza Santos
Sara Gonzaga da Silva

Docente: Frederico Costa


Turma: 2023.1
Grupo: 5

PERGUNTAS PARA DEBATE

Pergunta 1
TEXTO I
"Tudo o que recebi, até presentemente, como o mais verdadeiro e
seguro, aprendi-o dos sentidos: ora, experimentei algumas vezes que esses
sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já
nos enganou uma vez."

DESCARTES, R. 1641. Meditações

TEXTO II
"A experiência, para Locke, é a fonte de todas as ideias. Através da experiência e
observação pode descobrir como as ideias das coisas entram no entendimento".

NODARI, Paulo C. A emergência do individualismo moderno no pensamento de John Locke. Belo


Horizonte, 20 de março de 1998.
Nota-se, pelos textos acima, a divergência das teorias de Locke e Descartes sobre a
experiência sensível no processo da formação do conhecimento. Qual a importância
dessa contraposição para o desenvolvimento da psicologia?

R: A partir do uso dos sentidos no empirismo as ideias formadoras de conhecimento


passam a ser pensadas a partir das sensações e não inatas ao indivíduo, assim, a
experiência ganha importância nesse processo. Dessa forma a psicologia destaca-se,
pois seria capaz de explicar como o ser conhece o mundo, uma vez que indivíduo
humano subjetivo, com suas experiências individuais, é valorizado por essa ciência.

Pergunta 2

“Descartes, para chegar à verdade e preservar-se do erro, confia no uso puro da


razão, recolhida dentro de si mesma, funcionando a portas fechadas, desconectada
de todo contato com o mundo da experiência sensível, a fim de que possa fazer
rigorosamente suas deduções partindo das ideias claras e distintas.”

Nodari, P. C. (1998). A centralidade das ideias na gnosologia Lockiana. In _____. A emergência do


individualismo moderno no pensamento de John Locke (pp. 23-47).

“Segundo Kant, a psicologia empírica para se provar como ciência propriamente dita
deveria:
1. descobrir o seu elemento de modo similar à química, para com isto efetuar
análises e sínteses;
2. facultar a esse elemento um estudo objetivo, em que sujeito e objeto não se
misturem como na introspecção;
3. produzir uma matematização mais avançada que a geometria da linha reta,
apta a dar conta das sucessões temporais da nossa consciência (o sentido
interno).” - Princípios metafísicos da ciência da natureza (1786/1989: 32-33)

Ferreira, A. A. L. (2014). A psicologia no recurso aos vetos kantianos. In A. M. Jacó-Vilela; A. A. L.


Ferreira & F. T. Portugal (Orgs.). História da Psicologia: rumos e percursos. (pp. 97-103)
Para os pensadores modernos, como Descartes e Kant, a ciência deveria se abster
da subjetividade, sendo totalmente objetiva. Desse modo, analisando suas
perspectivas acima, como essa visão tarda o desenvolvimento do indivíduo como
objeto de estudo da psicologia?

R: Essa perspectiva objetiva em que a ciência estava se apoiando tarda o


desenvolvimento de um entendimento da subjetividade do indivíduo como parte a ser
levada em consideração, pois não é possível separar completamente os dois e no
campo psicológico é de extrema importância considerar os sentimentos e experiências
do indivíduo no processo de estudo.

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