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A atividade económica e a ciência económica

Migrações: é a deslocação de uma população, 1.2 Fenómenos Sociais e Fenómenos


temporária ou definitiva, de uma área para a outra. Económicos
Podem ser:
Fenómenos sociais e fenómenos económicos: é a
Internas - Deslocações dentro do país; partir da interdisciplinaridade que podemos
Externas - Deslocações de um país para o outro, compreender os fenómenos sociais na sua
dividindo-se em: complexa unidade.

Emigrações - Deslocações de um individuo, do A economia estuda a dimensão económica dos


seu país para um país estrangeiros, para trabalhar fenómenos sociais conjugando os diferentes
ou residir; contributos de outras ciências sociais.

Imigrações - Deslocações de um estrangeiro para Se o fenómeno for apenas económico, então é


o nosso país, pode ser por motivos a trabalho, resolvido pela economia com a ajuda das ciências
procura de melhores condições de vida ou mesmo extas, como a matemática ou a estatística.
os conflitos no seu país de origem (ex: guerra)

1.3 A economia como ciência e o seu


1.1 Realidade social e ciências socias objeto de estudo
Ciências sociais: A economia é uma ciência porque:
 Economia  Tem um objeto de estudo;
 Sociologia  Tem conceito e terminologia própria;
 Demografia  Utiliza o método cientifico ou de pesquisa;
 Historia  Tem uma teoria própria, ao pretender
 Política compreender a dimensão da realidade
 Direito social económica, explica-la e fazer
 Psicologia previsões.
 Antropologia Objeto de estudo da economia: Fenómenos
 Religião sociais, ou seja, a economia estuda assuntos
A realidade social: relacionados com a vida e o bem-estar da
humanidade e como aplicar os recursos escassos
 É pluridimensional, porque não se encontra a necessidades ilimitadas.
confinada a uma só ciência social
 Deve ser vista segundo varias analises O problema económico: necessidades ilimitadas
face à escassez de recursos, o que conduz à
como a económica; sociológica;
necessidade de fazer escolhas.
demográfica, etc…
Custo de oportunidade: É o valor do “preço” que
Interdisciplinaridade: conjugação dos diferentes
temos de suportar pelas nossas opções. Sempre
contributos das varias ciências sociais que permite
que abandonamos algo, estamos a suportar um
compreender os fenómenos sociais na sua
custo de oportunidade.
complexa unidade.
1.4 A atividade económica e os
agentes económicos
Atividades económicas:
1. Produção - fase responsável pela
elaboração dos produtos ou serviços.
2. Distribuição - a ênfase maior é composta
por duas fases: o transporte dos bens
produzidos para o seu posto de venda; e a
comercialização.
3. Repartição de rendimentos - a todos os
profissionais é paga uma remuneração.
4. Consumo - esta face é a “devolução” do
dinheiro de novo para as empresas.
5. Acumulação ou poupança - ocorre no final
do ciclo do consumo e permite que cada
pessoa saiba se gastou mais ou menos do
que aquilo que recebeu. Se conseguiu que
sobrassem rendimentos dá-se a poupança.

Agentes económicos: toda a entidade


autónoma com capacidade para tomar operações
económicas e tomadas de decisão. Tem ainda a
capacidade de obter valores económicos.
Famílias - agente económico responsável pelo
consumo.
Empresas não financeiras - tem como principal
atividade a produção de bens e serviços não
financeiros.
Instituições financeiras - prestam serviços
financeiros (bancos).
Administração publica/estado - é responsável
pela satisfação das necessidades coletivas
(saúde; justiça) o estado também é
responsável pela repartição de rendimentos.
Resto de Mundo - trocar bens, serviços e
capitais.
3. Terciárias - necessidades completamente
dispensáveis, normalmente são bem de

Necessidades e consumo luxo.

2.1 Necessidades - noção e


classificação
Necessidade - é um estado de carência que deve
ser ultrapassado ou satisfeitos.
Quando os recursos para a satisfação das
necessidades são escassos estas são múltiplas A classificação das necessidades é uma
temos um problema económico. “classificação relativa” tanto no tempo como no
espaço.
A resolução dos problemas económicos, implicam
escolhas que a ciência económica ajuda a
resolver.
Pirâmide de Maslow

Características das necessidades


1. Multiplicidade - as necessidades são Realização Pessoal

múltiplas, parecendo não haver limites para


elas. Reconhecimento por terceiros

A mobilidade social e o aparecimento de


Emocionais
novos bens criam novas necessidades,
então as necessidades renovam-se sempre
sendo assim múltiplas. Segurança

2. Substituibilidade - as necessidades podem


ser satisfeitas por outros bens que Fisiológicas

possibilitem a satisfação da mesma


necessidade.
3. Saciabilidade - a intensidade com que uma
necessidade é sentida vai diminuindo à
medida que é satisfeita, acabando por
desaparecer.  Quanto ao facto de vivermos em
4. Relatividade - as necessidades variam no coletividades as necessidades podem ser
tempo e no espaço (geograficamente), ou individuais ou coletivas.
seja, as necessidades são relativas ao  As necessidades individuais dizem respeito
tempo e a geografia. á pessoa e a à sua satisfação individual. A
satisfação das necessidades individuais
centra-se no próprio indivíduo e
normalmente são satisfeitas por bens
Classificação de necessidades
privados.
Quanto a sua importância as necessidades podem  A necessidades coletivas dizem respeito a
ser: primárias, secundárias e terciárias. todos os membros da sociedade.
 Quando nos lembramos da segurança, da
1. Primárias - as necessidades primárias são
justiça, da defesa ou da saúde estamos a
todas as necessidades que nos permitem
falar de necessidades coletivas.
“estar vivos”.
Exemplos: alimentação, saúde, habitação,  As necessidades coletivas são
vestuário, etc genericamente satisfeitas por bens
2. Secundárias - é um tipo de necessidade públicos, não motivam muito a iniciativa
que não é vital, mas também não é privada e cabe ao estado providenciar a
dispensável. disposição destes bens ou serviços.
alem do produto (ato económica) tem
também acesso a vários aspetos
importantes sobre o produto.

Bens privados Bens públicos


Tem a característica da Tem a característica
Tipos de consumo
exclusividade. da não exclusividade. a) Consumo essencial e consumo supérfluo
Pertencem em Ninguém pode ser Um bem é essencial quando a necessidade
exclusivo aos sus excluído de beneficiar satisfeita é fundamental para a nossa vida,
proprietários. A lei de um bem publico.
ou seja, são bens indispensáveis à nossa
reconhece o direito de
sobrevivência;
propriedade, impedindo
os que não são Os bens de consumo supérfluos das
proprietários de o usar. nossas necessidades essenciais.
Normalmente são chamados bens de luxo.
Tem a característica da Tem a característica b) Consumo privado e consumo público
rivalidade. O uso de um da não rivalidade. O O consumo privado é feito pelas famílias,
bem privado afasta o uso de um bem empresas não financeiras e intuições
beneficio dos publico não diminui o financeiras;
indivíduos que não o beneficio do uso de As despesas correntes da administração
possuem. outras pessoas. pública são um consumo público.
c) Consumo individual e consumo coletivo
São pagos São cobradas à O consumo é individual, quando sabemos
individualmente porque coletividade porque o quem vai consumir, ou seja, o beneficiário
o seu beneficio é seu benéfico é
do consumo está perfeitamente
individual. coletivo.
identificado;
Exemplos: Refeição, Exemplos: iluminação No consumo coletivo o beneficiário é a
vestuário, viagens… publica, saúde publica, coletividade e normalmente está ligado à
defesa nacional… saúde, justiça, defesa, educação e
transportes público.
d) Consumo final e consumo intermédio
Um bem é de consumo final quando foi
usado diretamente na satisfação de uma
2.2 Consumo - noção e tipos de necessidade.
Um bem é de consumo intermédio quando
consumo entra no fabrico de outros bens.
Noção de consumo
 Quando temos uma carência significa que
2.3 Padrões de consumo - diferenças e
esta a nascer em nós uma necessidade.
Essa necessidade é satisfeita através de fatores explicativos
um consumo que, ao ser feito, satisfaz a Padrões de consumo - são modelos específicos
necessidade (estado de satisfação). a que o consumo obedece. Varia em função da
 O ato de consumir dá origem a uma ordem época do ano, da localização geográfica, da
de produção, esta dá origem á produção, cultura dos povos, dos rendimentos das famílias,
mas para produzirmos temos que ter da religião, da sensibilidade com a preservação do
trabalhadores, então estamos também a ambiente, entre outros.
aumentar o emprego. Ao aumentar o
emprego estamos a fazer subir o Fatores de que depende o consumo - em
rendimento disponível. termos económicos o consumo depende do
 O consumo enquanto ato social tem uma rendimento dos consumidores, dos preços dos
enorme atenção à origem dos produtos, às bens, da inovação tecnológica do bem e da
condições que os produtos foram feitos, á facilidade de acesso ao crédito. Fatores
poluição que originou a produção daqueles extraeconómicos: idade, sexo, moda, publicidade,
produtos, ou seja, o futuro consumidor para pressão social e tradição.
Patentes - os benefícios de uma inovação devem
ser propriedade quem nela inventou. Ao
registarmos esta inovação chamamos-lhe patente.
Uma patente é assim um titulo de propriedade de
um bem material ou imaterial.

Marcas - a marca é o conjunto de sinais


visualmente percetíveis associados a um produto
que o permitem distinguir de outros. As marcas 2.5 A sociedade de consumo
representam identidade e estatuto, mais do que
Sociedade de consumo:
consumir um bem o consumidor procura prestígio
pessoal e valorização social.  Uma sociedade em que a oferta excede a
procura, o que implica o recurso a
Estrutura de consumo - é a forma como as
estratégias de marketing para escoar a
despesas de consumo das famílias são repartidas
produção;
pelos diferentes grupos de bens de consumo.
Mais do que saber o que as pessoas consomem é  Uma sociedade de oferta de bens
fundamental saber que tipos de bens consomem. normalizados, produzidos a baixos custos
que resultam da produção em série, atrativo
Lei de Engel - de acorde com esta lei, quanto e de duração efémera pois as
menor for o rendimento de uma família maior necessidades de produzir e escoar são
tenderá a ser a proporção dos seus rendimentos permanentes;
gastos em alimentação, e menor será a proporção  Uma sociedade com padrões de consumo
dos rendimentos gastos em: saúde, cultura, lazer, massificados devido ao tipo de oferta (bens
habitação, etc. Logo que estejam satisfeitas as padronizados) e tipo de pressões exercidas
necessidades básicas, os aumentos do sobre o consumidor (a publicidade sugere
rendimento tendem a aumentar a proporção de modelos de comportamento a seguir).
gastos em cultura ou lazer, ou seja, quanto maior
for o rendimento menor é o peso de consumo em
bens essenciais.
Coeficiente orçamental - representa a Características dos Características dos
produtos de “ontem” produtos de “hoje”
percentagem de uma classe de despesas de
consumo em relação ao total das despesas do
consumo de uma família. Longa duração, Duração cada vez
 As famílias com maiores rendimentos servindo geralmente mais curta (inferior a
utilizam grande parte deles na aquisição de varias gerações 10 anos) a dificuldade
de reparação
bens e serviços nem sempre essenciais,
indicadores de um certo nível de vida.
 As famílias com menores rendimentos Pouco numerosos Numerosas e variados
despendem grande parte do seu quanto à marca e
rendimento na satisfação de necessidades qualidade
básicas.

Técnicas de fabrico Técnicas de fabrico


simples e evoluindo cada vez mais
pouco sofisticadas e
evoluindo rapidamente

Proximidade entre o O fabricante cada vez


artesão e o mais afastado do
consumidor consumir, devido aos
numerosos
intermediários
Decisão de compra
Decisão de compra cada vez mais
sempre racional irracional, motivada,
sobretudo, pelo
“matraquear”
publicitário

Consumismo: é uma prática de consumo


irracional, impulsivo, indiscriminado, sem olhar as
consequências, baseado em valores materiais e
na ostentação.

2.6 O consumerismo e a
responsabilidade social dos
consumidores
Consumerismo: é o resultado da intervenção
social de indivíduos ou grupos. Exprimem os
direitos dos consumidores, aprofundam e
legitimam os direitos de consumidores, defendem
a qualidade de vida dos cidadãos e pretendem
renovar o sistema de valores sociais. Baseiam-se
num consumo racional, controlado, seletivo,
baseado em valores sociais e ambientais e no
respeito por gerações futuras.
O consumerismo pretende:
 Criar o equilíbrio entre consumidores,
produtos e distribuidores;
 Participar nas decisões económicas e
sociais que afetam os consumidores;
 Intervir no sentido da preservação do meio
ambiente;
 Informar e proteger o consumidor.
A consagração do direito a um ambiente saudável
acompanhou outros direitos coletivos como o
direito ao desenvolvimento, o direito à paz e o
direito ao usufruto do património da humanidade.
Este conjunto de direitos é designado por direitos
de 3ª geração.
Constituem medidas económicas e ecológicas
para um desenvolvimento sustentável: o
desenvolvimento de energias alternativas, as boas
praticas relativas à reciclagem, a redução e a
reutilização, os ecoprodutos, as industrias verdes
e a agricultura biológica.
A produção de bens e serviços

3.1 Bens - noção e classificação


Definição de bens - são bens todos os meios
através dos quais satisfazemos uma necessidade.
Classificação dos bens
 Quanto ao seu custo:  Quanto à sua duração:
Bens livres: todos os bens que nos são Bens duradouros: permitem mais do
fornecidos pela natureza e não têm qualquer que uma utilização, normalmente
custo. associados às empresas.
Bens económicos: todos os bens que para Não duradouros: só permitem uma
os obtermos temos de suportar um custo. utilização.

 Quanto à sua natureza:


Materiais: têm existência física (matéria)  Quanto à reciprocidade:

Imateriais ou serviços: não têm matéria, tem Bens sucedâneos: são alternativas a
no entanto valor técnico, ou seja, serviços. outros bens.
Bens complementares: bens que
 Quanto à sua função:
complementam outros.
Bens de consumo: todos os bens
consumidos pelas famílias.
Bens de produção: todos os equipamentos e Horizontal - bens de consumo
bens envolvidos na produção industrial.
Vertical - bens de produção

Equipamentos Bens de consumo

Máquinas
Matérias primas Matérias subsidiárias
(ex: forno da
padaria) (farinha) (sal e fermento)
Quanto mais desenvolvida é uma economia maior
é a responsabilidade do setor terciário e menor é a
responsabilidade do setor primário.

3.2 Produção e processo produtivo.


Setores de atividade económica
3.3 Fatores de produção - noção e
Produção - é a atuação do homem sobre a
classificação
natureza com vista à obtenção dos bens e dos
serviços necessários á satisfação das suas Fatores de Produção - são os elementos
necessidades. indispensáveis à produção dos bens e serviços.
Engloba a força de trabalho (MO - mão de obra), o
Processo Produtivo - todo o processo de
capital e os recursos naturais.
combinação de fatores produtivos.
Capital - equipamentos (edifícios, máquinas, etc)
Setor Primário - atividades relacionadas com a
e as matérias-primas utilizadas no processo
extração de produtos do mar, do solo e do
produtivo bem como a energia.
subsolo.
Setor Secundário - abrange as industrias
transformadoras das matérias-primas fornecidas SÍNTESE:
pelo setor primário. Exemplo: produção de água,
Os Três fatores de produção são: a natureza, que
gás e eletricidade.
fornece os recursos naturais; o trabalho,
Classificação das indústrias: corresponde à mão de obra; o capital, onde
podemos encontrar as matérias-primas, matérias
 Ligeiras, nas quais predomina o fator
subsidiárias e equipamentos.
trabalho (indústrias alimentares, vestuário,
calçado e de eletrodomésticos). No processo produtivo existem objetos de trabalho
 Pesadas têm como fator principal os que são as matérias-primas e as matérias
equipamentos e são por exemplo as subsidiárias e os meios de trabalho.
metalúrgicas, produção de cimento,
construção naval e produção de energia. Fatores de produção
 Também podemos classificar as indústrias
tradicionais, se utilizarem pouca tecnologia.
 Indústrias modernas se utilizam tecnologias
mais avançadas e atuais. Força de trabalho Meios de produção ou
(MO) capital
Setor Terciário - é o responsável pela distribuição
(transporte comercialização) dos bens, pelo setor
financeiro, comunicação social, serviços prestados Objetos de Meios de
pela administração pública, turismo, etc. Também trabalho trabalho
podemos dizer que todas as atividades que não se (MP+Msub) (máquinas e
enquadram no setor primário ou no setor equipamentos
secundário fazem parte do setor terciário.

Relação entre o nível de desenvolvimento


e a expressão dos setores na economia
algumas pessoas ao local de trabalho.
Estas pessoas têm normalmente uma baixa
qualificação.

Recursos naturais: podem ser renováveis ou não


renováveis.

Um recurso é renová vel quando é


permanentemente renovado ou é renovada Da riqueza para o capital
nem curto período de tempo
Quando as famílias abdicam de parte da sua
riqueza para pôr ao serviço do processo produtivo
Desenvolvimento sustentável - é o modelo de estão a transformá-la em capital. O capital não é
desenvolvimento que não põe em causa a vida apenas a parte financeira, ou seja, meios
das futuras gerações. monetários, o capital são todos os meios que
No desenvolvimento sustentável há que ter muito estão à disposição do processo produtivo.
cuidado com a desflorestação, que acontece pelos
Próprio
seguintes motivos: Financeiro
 Novas terras para fins agrícolas; Alheio
Capital
 Novas terras para a pecuária;
 Extração de madeira para a industria; Fixo
 Procura de madeira para combustível; Técnico
 Fogos florestais Circulante

População ativa - é toda a população que está Capital natural


em condições físicas ou intelectuais para exercer Cada vez mais é importante a relação das
uma profissão. É composta pela população unidades produtivas com os recursos naturais e
empregada e desempregada. com a natureza. Relativamente aos recursos
naturais as unidades produtivas devem privilegiar
energias limpas, consumo de bens não poluentes
Tipos de desemprego: e respeito pelo ambiente. Devem ainda ter boas
práticas no interior da empresa por forma a que na
 Desemprego tecnológico - Este medida do possível as empresas se tornem
desemprego é causado pela evolução completamente competitivas com o mundo que as
tecnológica, pondo locais de trabalho em rodeia.
causa.
 Desemprego de longa duração (maior ou Capital humano
igual a 1 ano) - este tipo de desemprego é
O capital humano tem muito a ver com a
caracterizado pela duração superior a 1
produtividade dos trabalhadores e a produtividade
ano. Está normalmente relacionado com
tem tudo a ver com as habilitações académicas e
pessoas em fim de carreira.
com a natureza profissional. Em conclusão,
 Desemprego repetitivo - caudado pela investir em educação é elevar a produtividade dos
pouca aptidão ou desadaptação de trabalhadores.
 Adaptabilidade - deverá ser ajustada a
quantidade de fatores de produção, bem
como as suas características à quantidade
que pretendemos produzir.
 Complementaridade - os fatores trabalho e
capital são complementares, não havendo
produção sem a intervenção destes dois
fatores.
 Substituibilidade - significa que na
produção, contando sempre com os fatores
trabalho e capital, estes podem variar em
número.
 Divisibilidade - por vezes devemos dividir
tarefas mais complexas em varias tarefas
mais simples, conseguindo assim, um
aumento da produtividade.

3.4 A combinação dos fatores de


produção
Função da produção
Num processo produtivo é a conjugação do fator
trabalho com o fator capital que nos permite
chegar à produção.

P - Produção
K - Fator capital
T - Fator trabalho
P de 100 janelas
Cada unidade do fator capital:
8u.m
Cada unidade do fator trabalho:
20u.m

Capital Trabalho
Custo
total
A 10x80=800 5x20=100 900u.m
B 3x80=240 15x20=300 540u.m
C 2x80=160 30x20=600 760u.m

Características dos fatores de produção


É muito importante para rentabilizar o investimento
com fator capital que este esteja ajustado ao fator
trabalho.
As características dos fatores de produção são:
devemos comprar os equipamentos adequados ao
nível de produção que temos.
Quando é feito um investimento, este só é
compensador (quer em recursos humanos, quer
em recursos matérias) se o resultado obtido, a
prazo, for superior ao valor investido.

Lei dos rendimentos decrescentes


A partir de um determinado nível de produção,
mantendo fixa a quantidade de um dos fatores
produtivos, ir-se-ão verificar acréscimos de
produção resultantes da utilização de unidades
sucessivas do outro fator produtivo (produtividade
marginal) cada vez menores.

A produtividade - é a relação entre a produção Sistematização da lei dos rendimentos


(quantidade produzida ou valor da produção) e os decrescentes
fatores de produção envolvidos para o obter.
1. Quando investimos em unidades de
Produtividade total = quantidade do produto ÷ trabalho ou unidades de capital, verificamos
quantidade de fatores de produção que o primeiro impacto é sempre com um
acréscimo na produção;
Produtividade média do trabalho = valor do
2. Na fase seguinte verificamos que a partir de
produto ÷ quantidade de trabalho
determinado momento o acréscimo na
Produtividade média de capital = valor do produto produção é cada vez menor. E tende a ser
÷ stock de capital fixo zero;
3. Verificamos assim que a produtividade
Numa perspetiva de curto prazo, a combinação
marginal é tendencialmente decrescente a
ótima dos fatores produtivos é dada pelo valor
partir de determinado momento.
mais alto da produtividade marginal (o aumento da
produção gerado quando se aumenta uma Concluindo, as unidades de produção (empresas)
unidade do fator produtivo variável). devem, então, fazer a conjugação perfeita entre o
fator capital e o fator trabalho por forma a otimizar
Produtividade marginal = acréscimo de produção
os custos de produção.
÷ acréscimo de uma unidade de fator produtivo

Economias de escala
Fatores que permitam elevar a
produtividade Existem economias de escala quando atras de um
determinado ato de gestão conseguimos baixar o
Para melhorar a produtividade nos fatores de custo médio unitário de cada produto produzido.
produção devemos melhorar a formação
profissional, a atualização cientifica e técnica, as Existem dois tipos de concentração: horizontal e
condições de trabalho, a justiça na atribuição de vertical
remunerações, entre outros.
 Dizemos que a concentração é horizontal
No fator capital: a utilização de máquinas quando uma empresa encorpa outra que é
adequadas a novas tecnologias, matérias-primas sua concorrente;
próprias, manutenção de máquinas com elevada
qualidade. Quando investimos no fator capital
 Dizemos que a concentração é vertical  Com crescimentos muito rápidos, a nível
quando uma empresa compra outra que da exportação, podemos ter dificuldade a
poderia ser sua fornecedora ou cliente. cumprir prazos de entrega e quantidades
negociáveis.

Custos de produção
Fixos Não se alteram com a quantidade
produzida
Exemplo: rendas, amortizações de
equipamentos, salários com mão de
obra fixa

Variáveis Alteram-se de forma


proporcional (ou quase) de
acordo com as quantidades
produzidas.
Exemplo: M.P, M. Subsidiárias,
energia, mão de obra não fixa.

Há economias de escala quando o


aumento do rendimento é superior ao
aumento do investimento.

Economias de escala
As empresas têm como objetivo a maximização do
lucro. Assim, e atendendo à prioridade que deve
ser dada no baixar dos custos unitários de
produção, as empresas têm várias estratégias
para conseguir:
 Aumentar a quantidade produzida;
 Fazer concentrações horizontais de
empresas concorrentes;
 Fazer concentrações verticais de empresas
que nos fornecem entradas ou saída de
material

Deseconomias de escala - é um aumento do


custo unitário de um bem resultante de um
aumento da quantidade produzida para alem do
ponto de dimensão ótima. As deseconomias de
escala correspondem a rendimentos à escala
decrescente.
As causas principais das deseconomias de escala
são as seguintes:
 Má organização da produção;
 Distribuição do produto;
Este tipo de circuito poderá ter mais ou
menos intermediários, normalmente os
bens importados requerem circuitos de
distribuição mais longos.
Nota: neste canal, a figura antes do
consumidor é sempre o retalhista.

Retalhista: Intermediário que vende aos


consumidores produtos por unidade.
Grossista: Intermediário que vende a outros
grossistas e a retalhistas produtos a grosso (em
grande quantidade)

A decisão por um determinado tipo de circuito de


distribuição deverá ser tomada em função das
características que melhor se adaptem ao tipo de
produto a comercializar e ao tipo de mercado.

Comércio e moeda
A distribuição é a atividade que liga a produção ao Tipos de comércio
consumo, normalmente é representada por:
 Comércio independente - integra
 Transporte comerciantes que detêm a propriedade dos
 Armazenagem seus estabelecimentos, não estando
 Comércio ligados juridicamente a produtores e
intermediários, atuando, assim, de forma
Circuito de distribuição - conjunto de independente. É, por exemplo, o
comerciante retalhista que não tem ligações
intermediários que promovem a circulação do
a grossistas nem a outros retalhistas.
produto, fazendo-o chegar às mãos dos
consumidores.  Comércio integrado - caracteriza-se pela
kkk Á distribuição cabe a tarefa de distribuir os existência de vínculos entre vários
bens produzidos colocando-se à disposição dos intermediários que atuam no circuito de
consumidores nas quantidades desejadas, na distribuição: produtor, grossista e retalhista.
altura em que deles necessitem e nos locais mais Estes atuam como um todo, uma vez que
acessíveis. os interesses são comuns e a gestão das
atividades da distribuição é centralizada
Tipo de circuito de distribuição num dos elementos do circuito. No
comércio integrado encontram-se vários
 Ultracurto - não tem existência de
exemplos de integração: integração
intermediários, ou seja, o produtor vende
empresarial, comércio associado e
diretamente ao consumidor.
franchising.
 Curto - neste tipo de circuito existe um
intermediário entre a produção e o Integração empresarial: na integração empresarial
consumo. A esse intermediário chama-se a figura do retalhista, pela sua dimensão,
retalhista. consegue ter relações privilegiadas com os
 Longo - neste tipo de circuito existem vários grossistas e com os produtores, quando não são
tipos de intermediário. os próprios os produtores. (ex: zara)
Comércio associado: forma de comércio especializa-se num produto, num tipo de
constituída por comerciantes independentes entre cliente, nem conjunto de produtos afins ou
si (grossista ou retalhista), que juntam recursos e num determinado tema/assunto.
esforços para fazer face à concorrência das
grandes cadeias de distribuição, comprando
grandes quantidades de produtos e beneficiando Métodos de distribuição
de preços mais vantajosos. As centrais de compra
constituem um exemplo deste tipo de comércio.  Venda direta - o comerciante vende os seus
produtos ou presta os seus serviços
Franchising: consiste num contrato em que uma diretamente ao cliente, estando, assim, em
empresa, a quem vamos chamar, o “franchisador”, contacto com o consumidor.
cede a outra empresa, a quem chamamos o
 Venda à distância – não há contacto direto,
“franchisado”, o direito de se apresentar sob a sua
físico, entre vendedor e comprador, sendo
marca para vendar produtos ou serviços em
as vendas normalmente realizadas através
contrapartida de um pagamento.
de via postal, assumindo as formas de
venda por correspondência, por catálogo ou
através da internet como o comércio
eletrónico.

Vantagens para o “franchisador”: Troca direta é a troca de um produto por outro


 Facilidade de acesso rápido ao mercado; produto.
 Bom controlo do canal de distribuição; Problemas da troca direta
 Investimento reduzido;
 Risco repartido com o “franchisado”;  Dificuldades em ajustar as nossas
 Motivação acrescida do retalhista necessidades às necessidades dos outros;
“franchisado”.  Dificuldades em trocar bens não
fracionados;
Vantagens para o “franchisado”:  Dificuldades em estabelecer um acordo de
 Benefício de comercializar produtos com transação.
notoriedade; Troca indireta - a moeda começou a ser utilizada
 Crescimento rápido do seu negócio; como intermediário nas trocas.
 Acesso a formatações mercadológicas
Produto - moeda - produto
tecnologicamente avançadas.

 Comércio tradicional - esta forma de O que é a moeda?


comércio a retalho está situada nos bairros A moeda é um bem de aceitação generalizada
residenciais, em lojas de pequena área de que se utiliza como intermediário nas trocas e que
venda, com poucos empregados que permite a troca indireta.
comercializam essencialmente produtos
alimentares, de higiene e de limpeza da Formas de moeda
casa. Pela sua localização e pequena  Moeda-mercadoria - foi o primeiro tipo de
dimensão consegue estabelecer uma moeda que apareceu e estava padronizada
relação mais personalizada com os em função de um artigo (cereais, sal,
clientes, constituindo o chamado comércio animais)
de proximidade. (ex: pastelarias e talhos)  Moeda metálica - veio substituir a moeda-
 Comércio especializado - este tipo de mercadoria e era feita com metais nobres
comércio, tal como o nome indica,
ou muito valiosos (ferro, cobre, prata e
ouro)
O Euro - é a moeda usada na grande maioria dos
 Moeda-papel - a moeda papel veio
países da União Europeia, tendo sido criado com
substituir moeda metálica e veio
o objeto maior de unificar a Europa e colocar a
acrescentar outros valores: mais prática,
Europa com uma moeda forte a par dos dólares
mais transportável, mais durável.
nos EUA e do Yuan na China.
Moeda de papel representativa - a moeda de
Critérios de convergência: para adotar o euro
papel constituída por notas de banco, começou
qualquer país da UE tem de cumprir os seguintes
por ser moeda representativa, pois à quantidade
critérios:
de notas em circulação equivalia igual valor de
ouro ou prata retido nos cofres dos bancos. As  inflação controlada (inferior a 2%);
notas podiam, assim, ser convertidas.  défice orçamental inferior a 3% do PIB;
Moeda fiduciária - este tipo de moeda vem  dívida pública inferior a 60% do PIB;
introduzir um grande conceito de confiança,  estabilidade das taxas de câmbio nos dois
porque os bancos não tinham em ouro e prata últimos anos (antes da entrada no euro).
todo o valor de moedas que correspondia à Vantagens do euro:
moeda em papel que circulava num país.
 facilitar as trocas entre os países com a
Papel-moeda - a moeda já não é mais conversível mesma moeda;
em ouro e prata e o Estado impõe a sua  possibilitou maior estabilidade de preços, o
aceitação. que permitiu uma redução das taxas de
juros;
 maior transparência nos mercados,
facilitando a comparação de dados entre
diversos países.

 Moeda escritural - é constituída pela Desvantagens do euro:


movimentação dos depósitos bancários, ou  perda de autonomia em matéria de política
seja, e a moeda que nos permite fazer monetária;
operações bancários (ex: cheques,
 a maior transparência do mercado, pode
transferências bancárias, cartões de
gerar choques assimétricos entre regiões;
crédito, cartões de débito)
 restrições em matéria orçamental, que
dificultam a condução de políticas
económicas dentro de cada estado
Funções da moeda
membro.
Quando estamos a pagar com qualquer tipo de
moeda, esta representação um meio de
pagamento. Preço de um bem
A moeda serve para hierarquizar o valor dos bens Quantidade de moeda que é necessário
ou serviços, neste caso a moeda é uma unidade despender para obter um determinado bem ou
de conta ou medida de valor. serviço.
Se retivermos moeda uma despesa futura, neste O preço de cada bem é atribuído em função das
caso a moeda é uma reserva de valor. características do próprio bem e da utilidade que
os consumidores conferem. Jjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjj jjjjjjjjjjjj
Desmaterialização da moeda
Por vezes acontece que os consumidores
A moeda foi perdendo o seu conteúdo material. O associam preços elevados a características como
incremento das trocas e o desenvolvimento da qualidade ou prestígio, estando assim dispostos a
atividade económica são responsáveis pelo pagar mais por certos bens, dos quais associam
progressivo recurso à moeda escritural, que torna uma determinada imagem de marca.
o processo de transação mais fácil e mais rápido.
Então para definirmos o preço de um produto Desinflação - a desinflação é a desaceleração da
devemos tomar em atenção entre outros o inflação.
seguinte:
Estagflação - é uma situação em que uma inflação
 custos de produção; elevada que é associada à estagnação da
atividade económica. Kkkkkkkkkkkkkkk
 encargos com a distribuição;
kkkkkkkkkkkkkkkk Ou seja, à uma subida
 número de compradores (clientes e galopante do nível dos preços, acompanhada de
potenciais clientes) e de produtores um elevado nível de desemprego.
(concorrentes);
 tipo de tecnologia; Consequências da inflação
 a margem de lucro definida pela estrutura  depreciação do poder de compra;
comercial das empresas.  desvalorização do valor da moeda.
O aumento dos preços é a primeira consequência,
o consumidor com o mesmo dinheiro compra
Inflação - é o aumento continuo, generalizado e
menos produtos.
por vezes inesperado dos preços e dos produtos.
Para combatermos a depreciação do poder de
As causas da inflação são:
compra, temos que assistir a um aumento dos
 excesso de procura; salários.
 aumento dos custos de produção;
 a inflação esperada.

Índice de preço nos consumidores - é um


Excesso de procura - um excesso de procura indicador que mede a evolução dos preços de um
relativamente à oferta, o que origina o aumento conjunto de bens e serviços.
dos preços.
IPC = (preço do “cabaz” no ano n / preço do
Aumento dos custos de produção - com o “cabaz” no ano n-1) X 100
aumento dos custos de produção, origina subida
dos salários e leva à subida dos preços. Interesse do IPC

A inflação esperada - estes comportamentos por  calcular o consumo das famílias


antecipação de uma subida de inflação irão  negociar contratos de trabalho
provocar uma subida imediata da inflação.  indexar pensões de reforma
 calcular a inflação
Tipos de inflação:
Índice de poder de compra = (índice de
 moderada (até 10%) rendimentos / IPC) X 100
 galopante (entre 10% e 1000%) Se o indicador do poder de compra for superior a
100 estamos a subir o nível de vida (padrão de
 hiperinflação (acima de 1000%)
consumo), mas se for inferior a 100 estamos a
ex: 1992 - Alemanha (5000%) descer o nível de vida, ou seja, estamos a diminuir
1985 - Bolívia (10000%) o padrão de consumo.
1999 - Argentina (3100%)
1993 - Brasil (2100%) Taxa de inflação
Deflação - descida generalizada, contínua dos A taxa de inflação homóloga é calculada
preços. comparando os custos dos cabazes ou do IPC de
um mês do ano n, com o mesmo mês do ano privada que constitui um dos fundamentos das
anterior. economias capitalistas. O estudo deste
mecanismo, a que se deu a designação de
OU
mecanismo de trabalho.
TI = também podemos obter a taxa de inflação
calculando a média aritmética das 12 taxas de
variação mensal anual calculadas de forma Procura - é a relação entre os preços e as
homóloga. quantidades que os consumidores estão dispostos
a consumo.
Procura individual - é o que cada consumidor
IHPC - índice harmonizado de preços no
individualmente está disposto a consumir por
consumidor.
produto.
Na área do euro a inflação dos preços no
Procura agregada - a soma de todas as procuras
consumidor é medida pelo IHPC. O termo
individuais.
harmonizado vem do facto de todos os países da
zona seguirem a mesma metodologia, o que Lei da procura - a lei da procura afirma que a
assegura que os dados relativos a um país podem quantidade procurada de um bem varia na razão
ser comparados com os dados referentes a outro do respetivo preço.
país da zona euro.

Preços e mercados
Noção e exemplos de mercados Curva da procura
O mercado como todo o processo pelo qual
compradores e vendedores chegam a um acordo
ou ponto de equilíbrio, expresso por um preço e
uma quantidade que satisfaz ambas as partes.

Mercado de trabalho
Famílias Preço de mercado Empresas
Mercado - é a situação “ideal” onde se confrontam Características da curva da procura:
as intenções de produção dos produtores- a
“oferta” de um bem- e as solicitações de consumo
 declive negativo
dos consumidores- a “procura” de um bem-, de  decrescente
que resulta o “preço de mercado” para aquele  os preços e quantidades relacionam-se de
bem, isto é, o preço para o qual toda a produção forma inversa.
será vendida e toda a procura será satisfeita.
Fatores determinantes da procurada:
O mecanismo de mercado - este mecanismo
invisível é, afinal, a livre iniciativa ou iniciativa  rendimentos disponível dos consumidores;
 acesso ao crédito; Oferta agregada - representa o comportamento
global, no mercado, dos produtores de
 informação sobre o mercado; determinado bem, tendo em conta a quantidade e
 população; o custo dos fatores produtivos, os recursos e a
tecnologia disponíveis.
 gostos ou preferência dos consumidores;
A oferta depende da relação preço-custo.
 preços dos bens substitutos e
complementares;
 marketing; Lei da oferta - refere que a quantidade oferecida
 expectativas dos consumidores. de um bem varia na razão direta do respetivo
preço

Mantendo-se tudo o resto constante…


...as deslocações ao longo da mesma curva da
procura resultam de variações dos preços.
...as deslocações para outras curvas de procura
resultam da variação de outras variáveis.
Dois bens são substitutos quando o aumento do
preço de um implica um aumento da procura do
outro (mantendo-se tudo o resto constante).
Dois bens são complementares quando o
aumento do preço de um implica a redução da
procura do outro (mantendo-se tudo o resto
constante). As variáveis relacionam-se de forma direta

Variação da procura com o rendimento e tipos de Fatores determinantes da oferta:


bens
 custos de produção
Sempre que há um aumento dos rendimentos os (custos salariais
consumidores tendem a deixar os bens inferiores preço das matérias-primas
e a passar mais bens normais. Quando há um outros custos de produção)
aumento nos rendimentos, há uma diminuição na  alterações tecnológicas
procura dos bens inferiores e há um aumento na  sazonalidade
procura dos bens normais.  condições climáticas
Bens normais - são aqueles cujo o aumento de  expectativas dos produtores
consumo é proporcional ao aumento de
rendimentos (ex: vestuário)
Mantendo-se tudo o resto constante…
Bens inferiores - são aqueles cujo o aumento de
consumo é proporcionalmente inferior à subida de … as deslocações ao longo da mesma curva da
rendimentos (ex: pão) oferta resultam de variações dos preços.
… as deslocações para outras curvas da oferta
resultam da variação de outras variáveis.
Oferta - é a relação entre os preços e as
quantidades que os produtores estão dispostos a
produzir.
Estrutura dos mercados - A curto prazo, os produtores não conseguem
satisfazer esse excesso de procura e, por isso, os
Preço de equilíbrio e quantidade de equilíbrio: preços aumentam.
mercado de concorrência perfeita
- Como os preços sobem, outros produtores
- A formação do preço pela interação da procura e (devido à transparência e informação e ao facto de
da oferta haver mobilidade dos fatores produtivos) vão ser
mecanismo de mercado - compatibiliza a oferta atraídos pela produção do bem que está a
agregada de um bem com a respetiva procura proporcionar lucros anormais, assim, as
agregada. quantidades oferecidas.

- Quanto maior for o preço de um bem, menor - Não havendo controlo sobre a quantidade de
será a quantidade procurada. equilíbrio, a oferta será excessiva, o que obriga os
produtores a descer os preços para escoar esse
- Quanto mais baixo for o preço de um bem, maior excesso de produção.
será a quantidade procurada.
- O processo atrás descrito repetir-se-á até se
- Quanto mais baixo for o preço de um bem, chegar ao ponto de equilíbrio- ponto em que o
menor será a quantidade oferecida desse produto preço e a quantidade representam uma situação
no mercado. de interesse comum para produtores e
- Quanto mais elevado for o preço do bem, maior consumidores.
será a respetiva quantidade oferecida pelos
produtores.
A regulação do mercado - o mecanismo de
mercado atuou como corretor até se obter um
novo equilíbrio no mercado de vestuário acrílico.
Procura
Oferta Deste modo, pode concluir-se que, através das
flutuações de preços, se estabelece, em cada
momento, um equilíbrio entre a quantidade
oferecida e a quantidade procurada de um bem.
O preço torna-se, portanto, o fator fundamental ao
funcionamento de uma economia de mercado sem
que aconteçam, a longo prazo, distorções entre o
que se pretende consumir e o que se produz.
Toda a distorção é, apenas, conjuntural.
Ponto de equilíbrio - resultado da
compatibilidade entre a procura e a oferta.
Em cada momento, o mercado utiliza um
mecanismo de autorregulação que é o mecanismo
de mercado.
O consumidor e a concorrência - as empresas,
ao concorrerem entre si, provocam a descida do
preço dos produtos e a melhoria da sua qualidade,
dado que são obrigadas a inovar os seus
processos de fabrico, no sentido de diminuir os
custos de produção. Nesta situação, o consumidor
beneficia da concorrência entre as empresas, pois
pode comprar bens a um preço mais baixo e de
melhor qualidade.
- Quando o preço é inferior ao preço de equilíbrio,
há excesso de procura porque os consumidores
desejam mais quantidades (dispõem de mais Concorrência bilateral ou perfeita - é uma
rendimento porque os preços são mais baixos). estrutura de mercado em que o elevado número
de vendedores e compradores não permite uma
influência significativa sobre os preços,  Monopólio: existência de apenas uma
observando-se os seguintes propostos, grande unidade de produção. Neste caso, o
simultaneamente: produtor detém o domínio total do mercado
podendo, de certo modo, impor o preço que
 Atomismo: existência de um elevado
desejar.
número de vendedores e compradores,
normalmente, de reduzida dimensão, por  Concorrência monopolista: neste mercado
forma a não poderem influenciar o há um grande número de empresas que
mercado, principalmente o preço. comercializam produtos semelhantes, mas
não homogéneos e que se distinguem por
 Homogeneidade dos produtos: os bens
fatores como a marca, publicidade, ou outra
produzidos apresentam características
característica especifica.
semelhantes, pelo que serão perfeitamente
Neste mercado os vendedores têm algum
substituíveis. Só assim poderá haver
domínio sobre o preço, contudo não é um
concorrência entre as empresas, afinal, a
mercado de entrada difícil, as novas
base para o funcionamento perfeito do
empresas conseguem aceder sem grandes
mecanismo de mercado.
dificuldades.
 Livre entrada no mercado: qualquer  Oligopólio: existência de várias unidades de
empresa que decida produzir um bem
grande dimensão a produzir o mesmo
poderá fazê-lo sem que as empresas já
produto. Neste caso, o preço é o resultado
produtoras desse bem se possam opor.
do acordo que se estabelece entre as
Em consequência, verificar-se-á: grandes produtoras que dividem entre si
clientes e regiões. De certo modo, as
 livre concorrência entre os produtores; empresas oligopolistas vivem uma situação
 o preço dos bens, como resultado do livre próxima do monopólio.
jogo da oferta e da procura, no mercado;
 insistência de qualquer interferência
estranha no mercado (ex: estado)

Transparência no mercado - os intervenientes do Formas de Concorrê- Monopólio Oligopólio Concorrência


mercado cia perfeita monopolística
mercado devem poder dispor de livre acesso a
todas as informações respeitantes ao mercado Número de
produtos
inúmeros um alguns muito

nomeadamente dados sobre os preços e


Controlo sobre nulo total bastante pouco
qualidade dos seus bens. o preço

Mobilidade dos fatores produtivos (deslocalização) Bens homogéne único pouco diferenciados
produzidos os diferencia-
- os fatores de produção devem poder ser os
deslocados de uma unidade produtiva para outra Concorrência muita nenhuma pouca bastante

de modo a ser possível estar em cada momento


na unidade proporciona uma maior rentabilidade.
Concentração de empresas - consiste, no
agrupamento de empresas, devido a diferentes
Mercado de concorrência imperfeita razões técnicas e económicas, e traduz-se sempre
num aumento de poder económico e/ou financeiro
Formas de mercado de concorrência imperfeita:
e, consequentemente, num enfraquecimento do
mercado de concorrência perfeita.
Fusão - associação de duas ou mais empresas,  poder originar situações de monopólio e de
através da incorporação de uma empresa ou da oligopólio onde a vontade dos
concentração das duas empresas. consumidores pode ser “abafada” face aos
A fusão de empresas pode seguir a seguinte interesses e expectativas dos grandes
estratégia: empresários.
 no processo de transnacionalização do
 Concentração horizontal: uma empresa
capital, os interesses das economias
associa outra mais forte do mesmo ramo de
nacionais podem ser “adquiridos” por
atividade (ex: uma empresa concorrente).
empresas estrangeiras com o risco de os
 Concentração vertical: as empresas interesses estrangeiros poderem vir a
agrupadas contribuem no seu conjunto para impor-se como decisivos.
a produção de um certo bem ou serviço,
isto é: o novo grupo económico constituído
controla todas ou grande parte das etapas
da cadeia de produção de um bem.
 Concentração diagonal: verifica-se quando
a empresa “mãe” incorpora outras que lhe
servem de suporte para a sua atividade
principal.

Aquisição - quando uma outra empresa adquire


total ou parcialmente o capital da primeira
empresa.
Este processo concretiza-se através das ofertas
públicas de aquisição, chamada de OPA.
OPA - operações financeiras que permite, a uma
empresa a aquisição de outra, cotada em bolsa,
através de uma proposta pública, aos acionistas
da última, de compra das suas ações a um preço
mais elevado do que o seu valor de mercado.
Vantagens:
 possibilidade de sobrevivência num
mercado global altamente competitivo.
Desvantagens:
suas funções, designa-se, em economia, por
repartição funcional dos rendimentos.
Rendimentos primários: são os rendimentos do
fator trabalho e do fator capital.

Os rendimentos gerados pelo ato produtivo -


rendimentos primários - serão repartidos pelo fator
trabalho (através de salários) e pelo fator capital
(através de rendas, juros e lucros), visto que as
funções desempenhadas por cada um dos fatores
produtivos foram distintas, tendo contribuído de
forma própria e exclusiva para o produto realizado.
A repartição funcional dos rendimentos mostra-
nos que uma parte dos rendimentos criados é
entregue aos trabalhadores, isto é, aos detentores
da força de trabalho, sob a forma de salários,
enquanto a outra parte é entregue aos
proprietários dos meios de produção ou capital,
sob a forma de rendas, juros e lucros.

Rendimentos e repartição de rendimentos


A remuneração do trabalho - o salário
Rendimento - é a soma dos valores Salário - parte do rendimento entregue ao fator
acrescentados pelo conjunto das empresas. trabalho.
Valor acrescentado - é a diferença entre o valor de Como a força de trabalho representa, em grande
venda de um produto e todos os custos de parte dos casos, a única possibilidade de os
produção desse produto. indivíduos participarem no processo produtivo, isto
significa que o salário é, na maioria das famílias, a
sua única fonte de rendimento.
Repartição funcional dos rendimentos
A fixação dos salários pode assumir várias formas,
A repartição dos rendimentos criados durante o sendo a mais comum a que resulta de convenções
processo produtivo pelos dois fatores de coletivas de trabalho estabelecidas entre
produção, tendo em conta a especificidade das sindicatos e empresas. Quando os trabalhadores
não estão organizados em sindicatos, a fixação
Juros Capitalista
dos salários pode resultar da negociação
Lucros Empresário
individual entre o trabalhador e o empresário.
O estado tem também um papel importante nesta
matéria, garantindo através de fixação do salário
mínimo nacional, um rendimento mínimo aos
trabalhadores que funciona, ao mesmo tempo, Repartição pessoal dos rendimentos
como um termo de referência para as outras Os rendimentos pessoais variam em função de:
categorias profissionais e para a instituição do
Rendimento Social de Inserção - rendimento que  Atividade exercida
garante o nível mínimo de subsistência para  Região
famílias que, sem esse meio, viveriam abaixo do  Género
limiar da pobreza.  Profissões
 Qualificação
 Idade
A remuneração do capital - renda, juro e
lucro
Salário nominal - quantidade de moeda que o
Renda, juro e lucro - parte do rendimento entregue trabalhador recebe como resultado do seu
ao fator capital. trabalho. Com o salário que aufere, o
 Renda: é o rendimento que os proprietários trabalhador vai pagar os bens e os serviços de
recebem pelo arrendamento dos seus que necessita (alimentação, habitação, vestuário,
prédios urbanos a terceiros. calçado, transportes, etc)
 Juro: é o rendimento que se obtém quando Salário real - quantidade de bens e de serviços
se empresta dinheiro por um determinado que o trabalhador pode adquirir com o seu salário
período. nominal. Podemos concluir que o salário real
Formula: juro = capital X tempo X taxa de representa o poder de compra dos trabalhadores.
juro
J=C X M X T
C = 240000
M = 7 meses
I = 2,7% /ano
J= 240000 X 7/12 X 0,027
J= 3780 £

Leque salarial - este indicador mede a


 Lucro: é o rendimento conseguido pela desigualdade do rendimento o trabalho nem
empresa. determinado país, comparando o salário mínimo
O lucro é o único rendimento que não é com o salário máximo.
estabelecido previamente, pois depende da forma Salário mínimo: 700£
como é feita a gestão da empresa e dos Salário máximo: 8400£
condicionalismos favoráveis ou desfavoráveis à
atividade económica. salário mínimo NOTA: quanto
= 1/X
Fórmula: lucro = proveitos – custo salário máximo menor é o valor
de X maior é a
700/8400 = 1/X igualdade salarial
Fatores de produção Rendimentos Destinatários X= 8400x1/700
primários

Força de trabalho Salários Trabalhador


X= 12
Rendas Proprietário O leque salarial é 1/12 O salário máximo
Curva de Lorenz - é um diagrama que representa
por percentagem parte do rendimento que é
distribuído pela população, permitindo avaliar as
desigualdades de uma sociedade.

Rendimento Per Capita - é o rendimento médio


por habitante de um determinado pois tem como
objetivo a comparação entre países ou regiões,
permitindo tirar conclusões sobre o
desenvolvimento do país.
RPC = rendimento nacional/população total
Países com maior rendimento per capita da
Europa:
 Luxemburgo
 Noruega
 Irlanda
A diagonal que divide o quadrado corresponde a
 Suíça uma concentração de rendimentos nula, isto é, a
 Dinamarca 10% da população correspondem 10% dos
Rendimento per capita na zona euro: 41000£ rendimentos, a 20% correspondem 20%, etc. Os
rendimentos são, deste modo, distribuídos de uma
Rendimento per capita na UE: 37000£ forma absolutamente igualitária.
Rendimento per capita em Portugal: 25000£ As curvas assinaladas por A e B correspondem,
respetivamente, à distribuição dos rendimentos
onde as assimetrias são maiores e menores e
retratam genericamente a situação nos países
desenvolvidos.
De facto, a concentração dos rendimentos numa
parte reduzida da população é característica de
um menor desenvolvimento, onde é comum a
grande assimetria na distribuição dos
rendimentos. Nos países desenvolvidos, a
concentração não é tao grande, isto é, as referidas
assimetrias são mais atenuadas. Deste modo, é
possível que há uma forte relação entre
desenvolvimento e justiça social.

Limitações do rendimento per capita


1. O rendimento per capita foi obtido por uma
média logo oculta desigualdades;
Índice de Gini - mede as desigualdades
comparando as áreas e apresentando o resultado
2. O rendimento per capita foi obtido apenas
em percentagens.
com base nos rendimentos oficiais, não
registando a economia paralela ou IG = Superfície entre a curva e a diagonal /
informal. superfície do triangulo oxr X 100
O rendimento per capita não traduz
obrigatoriamente o desenvolvimento do
país, pois nele estão registados o sistema
nacional de saúde, as escolas, a cultura,
etc.
 Patrimoniais - origem no patrimônio do
estado.
 Coativas - taxas e impostos (diretos e
indiretos)
 Creditícias - empréstimos feitos ao estado.

Impostos diretos - têm origem no rendimento


(ex: IRC; IRS; IMI; IMT)
Impostos indiretos - são impostos que pagamos
através do consumo (ex: IVA; imposto do
combustível)
Os impostos são pagamentos ao estado, sem uma
contrapartida direta.
As taxas são valores pagas ao estado, mas em
que usufruímos de uma contrapartida.
Políticas sociais - a sua finalidade é atenuar as
desigualdades existentes entre os cidadãos,
garantir a igualdade de oportunidade, o acesso a
meios que permitem a satisfação das
necessidades básicas e prevenir situações de
pobreza e exclusão.
Proteção social - é um apoio e assistência
governamental destinado a garantir que os
membros de uma sociedade possam ter acesso a
direitos humanos básicos.
Princípio da solidariedade social: as contribuições
são proporcionais aos recursos de quem paga, as
prestações recebidas variam em função das
necessidades de quem as recebe.

Segurança social - é uma das instituições


integradas na politica social do estado e destina-
Redistribuição dos rendimentos se, à proteção dos indivíduos na saúde, na
velhice, no desemprego, etc.
O estado tem responsabilidades sociais no sentido
em que devo de corrigir desequilíbrio e que deve
de melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Objetivos da redistribuição dos rendimentos
Uma família em norma recebe, rendimentos
primários, abonos do estado. E têm de pagar  Natureza social - tornar mais justa a
impostos ao estado. repartição dos rendimentos e proporcionar
um nível de bem-estar superior às famílias
Despesa pública - é o conjunto de pagamentos de menores rendimentos
efetuados pelo estado.  Natureza económica - permitir níveis de
Receita pública - é o conjunto de recebimentos consumo superiores a determinados grupos
obtidos pelo estado. sociais, estimulando, através de diversas
formas (subsídios, abonos, cartão jovem,
Receitas do estado: etc), a atividade económica.
 Os rendimentos podem, assim, ser
utilizados em consumo e poupança

Rendimento disponível dos particulares - este Poupança - parte do rendimento disponível que
valor representa o verdadeiro valor disponível de não é gasta no consumo imediato.
cada família obtém-se somando aos rendimentos
primários as transferências internas (abonos,
subsídios, prémios de jogo, etc) às transferências Normalmente, em períodos de maior incerteza
externas (por exemplo remersas de imigrantes) e relativamente ao futuro, particularmente em
subtraindo os impostos sobre os rendimentos e as relação à evolução do seu rendimento ao longo da
contribuições para a segurança social. vida, as famílias tendem a aumentar a sua
poupança com prejuízo do consumo presente. A
poupança depende, assim, do nível de rendimento
e do nível de despesas de consumo.
As decisões de poupança e de consumo por parte
das famílias são também influenciadas pelas
decisões dos governos em matéria de segurança
social e de impostos. Ter expetativas positivas
relativamente ao recebimento de pensões e
reformas no futuro estimula o consumo presente,
desincentivando a poupança; por outro lado, o
agravamento dos impostos sobre os rendimentos
obriga à constituição de poupança para
cumprimento das obrigações fiscais.
Poupança = rendimento disponível – despesas de
consumo
Taxa de Poupança = poupança ÷ rendimento
disponível × 100

Utilização dos rendimentos


7.1 A utilização dos rendimentos - o
consumo e a poupança 7.2 Os destinos da poupança - a
Em resultado da participação na atividade importância do investimento
produtiva, os agentes económicos auferem A poupança dos agentes económicos pode ter
rendimentos, que vão utilizar na aquisição de bens vários destinos:
e serviços indispensáveis à satisfação das suas
necessidades, ou seja, no consumo. Se a  Entesouramento
totalidade dos seus rendimentos não for utilizada  Depósitos e outras aplicações financeiras
no consumo, os agentes económicos estão a  Investimento
constituir uma poupança para utilizar no futuro.
Entesouramento - é a conservação de valores
monetários sob a forma de moeda, ouro, obras de
arte, etc. esta forma de aplicar a poupança é a produção futura, é necessário que a sociedade
considerada improdutiva, na medida em que os poupe parte dos seus rendimentos, renunciando a
valores, ao serem retirados do circuito económico alguns dos consumos imediatos.
e monetário, ano contribuem para o incremento da
Formação de capital - aplicação da poupança em
atividade.
novos bens de produção, através do investimento.
Depósitos bancários e outras aplicações
financeiras - constituem poupança entregues às
instituições financeiras, que depois as lançam no Formação de capital / Investimento:
circuito económico através do crédito concedido.
Estes depósitos e aplicações são remunerados  Formação bruta de capital fixo - ex: pontes,
com juros, que constituem rendimentos para os estradas, máquinas, edifícios, etc
depositantes (aforradores).  Variação de existências - ex: matérias-
primas e subsidiárias, e produtos
Investimento - é a aplicação da poupança na semiacabados
atividade produtiva, através da aquisição de bens
de capital. Aquele que investe espera, Quando a formação de capital ou investimento diz
naturalmente, obter um rendimento. respeito a bens de equipamento designa-se por
formação bruta de capital fixo. A outra
componente de formação de capital é a variação
de existências, que inclui as matérias-primas e
subsidiárias que irão ser transformadas e os
produtos semiacabados que ainda se encontram
em laboração.

A importância do investimento
O investimento, ao aumentar o capital do país,
aumenta as possibilidades de produção no futuro,
cria mais emprego, e gera mais rendimento e
consumo, contribuindo para o crescimento da
economia.

Formação de capital
Funções do investimento
A atividade produtiva exige a utilização de bens de
capital, como máquinas, edifícios e matérias-  Substituição do capital - reposição do
primas. Durante o processo produtivo, estes bens capital gasto no processo produtivo, de
vão-se desgastando pela utilização consecutiva, forma a manter a capacidade produtiva. Por
caso do capital fixo, ou desaparecem, pois são exemplo, aquisição de novas matérias-
transformados e incorporados nos produtos, como primas, reparação de uma máquina,
é o caso do capital circulante. substituição de peças, etc.

Para que a produção possa continuar, será  Formação de novo capital - constituição
necessário repor o capital que se gastou e, caso de novo capital com vista a aumentar a
se pretenda aumentar a capacidade de produção, capacidade produtiva. Por exemplo,
ter-se-á ainda de constituir novo capital. Mas, para aquisição de máquinas modernas,
se formar capital de modo a continuar e aumentar
construção de novo aeroporto, aquisição de competitividade das empresas e das
novos computadores, etc. economias.

 Inovação - desenvolvimento de novas  Investimento financeiro - constituído por


tecnologias, novas técnicas de fabrico, aplicações financeiras das poupanças,
novos produtos que irão contribuir para como, por exemplo, a compra de ações e
uma maior produtividade e competitividade de obrigações. Estas representam para as
das empresas e economias. Por exemplo, a empresas que as emitem um aumento dos
roda, o tear, eletricidade, a automóvel, os recursos financeiros necessários à sua
robôs nas cadeias de montagem, a internet, atividade produtiva e, para os investidores,
a inteligência artificial, etc. Mas, para que a possibilidade de obter um rendimento
uma sociedade possa inovar, é necessário futuro.
desenvolver uma forte atividade na área de
investigação e desenvolvimento (I&D), o
que exige investimentos avultados, que
quer da parte da iniciativa privada, quer da
parte do Estado ou das Universidades. 7.3 O financiamento da atividade
económica - autofinanciamento e
financiamento externo
As inovações tecnológicas originam enormes
benefícios para as sociedades: maior Capacidade e necessidade de
produtividade, maior variedade de produtos, financiamento
melhoria dos níveis de bem-estar e aumento geral
O desenvolvimento da atividade económica e o
da prosperidade.
incremento da produção exigem recursos
Num processo de crescente abertura das monetários. Os agentes económicos podem dispor
economias aos mercados externos a inovação desses recursos, possuindo, dessa forma,
tecnológica, ao possibilitar acréscimos de capacidade de financiamento. Mas, se não tiverem
produção, menores custos de produção e maior os meios monetários suficientes, terão de recorrer
produtividade, constitui um dos fatores mais a outros agentes económicos para os obter. É o
importantes de competitividade. O conjunto das que se designa por necessidade de financiamento.
inovações tecnológicas conseguidas nas
Capacidade de financiamento - os agentes
economias constitui o chamado «processo
económicos, fruto da poupança, possuem os
técnico», motor do crescimento e desenvolvimento
meios monetários necessários à sua atividade.
económico.
Necessidade de financiamento - os agentes
económicos, não possuindo os recursos
monetários necessários à sua atividade, terão de
recorrer ao financiamento disponibilizado por
terceiros.

Tipos de investimento
 Investimento material - constituído por Financiamento
Capacidade de
bens de produção, como, por exemplo, financiamento
interno, ou
matérias-primas, máquinas, instalações, autofinanciamento

etc. Financiamento
da atividade Necessidade Financi Direto
económica de amento
 Investimento imaterial - constituído por financiamento externo
despesas com a investigação, a educação, Indireto

a formação e a qualificação dos recursos


humanos, e com campanhas publicitárias.
Estas despesas irão contribuir para o
aumento da produtividade e da
Financiamento interno ou  Ações - títulos representativos do capital
autofinanciamento social das sociedades anónimas. O
acionista tem direito a receber uma parcela
Quando os agentes económicos têm a capacidade dos lucros distribuídos anualmente, os
de financiamento significa que têm recursos dividendos;
próprios para financiar o desenvolvimento da sua  Obrigações - títulos representativos de
atividade. Os meios de financiamento próprios uma dívida e que conferem ao seu titular o
resultam da poupança constituída e constituem direito a receber juros e o reembolso do
financiamento interno ou autofinanciamento. Nas capital emprestado;
empresas, os lucros não distribuídos pelos sócios  Fundos de investimento - carteira de
ou acionistas constituem a principal fonte de títulos composta por ações, obrigações,
autofinanciamento. fundos de pensões, entre outros produtos
Financiamento externo financeiros;
 Títulos de dívida pública - estes títulos
Quando os agentes económicos não possuem representam empréstimos concebidos ao
recursos próprios suficientes para financiar a sua estado, sendo remunerados com juros e
atividade terão de obter financiamento junto de reembolsados no final do prazo.
terceiros que possuam capacidade de Certificados de aforro e bilhetes de tesouro
financiamento. Os meios de financiamento são exemplos deste tipo de títulos.
fornecidos por outros agentes económicos
constituem financiamento externo. Financiamento externo indireto

Financiamento externo direto O agente económico que necessita de


financiamento para a sua atividade obtém os
O agente económico que necessita de meios financeiros junto de terceiros de forma
financiamento alheio obtém os meios financeiros indireta, ou seja, através do crédito fornecido
que necessita diretamente junto de terceiros. No pelas instituições financeiras.
caso de o agente ser uma empresa, a fonte de
financiamento é o mercado de títulos ou de O crédito
capitais onde se transacionam títulos como ações No financiamento externo indireto da atividade
e obrigações. A empresa com necessidade de económica, as instituições financeiras funcionam
financiamento emite ações (título representativo como agentes intermediários entre os agentes que
de uma parte do capital da empresa) ou têm necessidade de financiamento e os agentes
obrigações (título representativo de um que possuem capacidade de financiamento. Ao
empréstimo) que, sendo adquiridas por agentes receberem depósitos, as instituições financeiras
terceiros, fornecem às empresas o capital podem canalizar as poupanças dos agentes com
necessário à sua atividade. capacidade de financiamento para os agentes
No mercado de títulos ou de capitais encontram- com necessidade de financiamento, através do
se os agentes económicos que procuram capital crédito.
(têm necessidade de financiamento) e aqueles Os agentes económicos que não possuam
que, tendo capacidade de financiamento, recursos próprios suficientes para satisfazer as
oferecem capital (financiamento externo direto). suas necessidades recorrem assim ao crédito
junto das instituições financeiras. As famílias
pedem empréstimos para adquirir uma casa,
comprar um automóvel, viajar, entre outros
exemplos. As empresas utilizam crédito para
ampliar as instalações, adquirir novas maquinas,
Os produtos transacionados neste mercado são ou seja, para investir.
chamados títulos mobiliários. Conferem ao seu
titular um direito representativo de um valor e
podem ser objeto de transação, podendo ser A obtenção do crédito é acompanhada do
transmitidos a outros titulares. Exemplos de títulos pagamento de um juro que é definido por uma
mobiliários são as ações, as obrigações, os taxa, a taxa de juro.
fundos de investimento ou os títulos de dívida
pública:
Taxa de juro = valor do juro ÷ valor do capital × Os bancos recebem as poupanças dos
100 aforradores sob a forma de depósitos que são
remunerados cm um juro.
 Crédito - cedência temporária de valores
monetários mediante uma remuneração, o As operações de depósito têm a designação de
juro. operações passivas e a taxa de juro do depósito
 Juro - rendimento de quem cede o capital. que é paga pelo banco ao depositante
É calculado com basa na taxa de juro. corresponde à taxa de juro passiva.
 Taxa de juro - relação entre o valor do juro A taxa de juro a pagar pelos bancos é fixada em
a pagar e o valor do capital emprestado. função do tempo de duração do depósito.
Juro = capital depositado × taxa de juro × tempo
Operações ativas e operações passivas A atividade das instituições financeiras é
Ao concederem crédito, as instituições financeiras remunerada com base na diferença entre as duas
estão a financiar a atividade económica taxas, que constitui a base do seu lucro e se
(financiamento externo indireto), disponibilizando, designa por margem de intermediação financeira.
aos agentes económicos com poupança negativa, As taxas de juro ativas têm, assim, de ser
os meios monetários fornecidos pelos agentes superiores às taxas de juro passivas.
económicos com poupança positiva, através dos A taxa de juro e a inflação
depósitos bancários. Estas operações são
designadas por operações ativas e operações As instituições financeiras, ao fixarem o valor das
passivas, às quais estão associadas taxas de taxas de juro (na zona euro o valor da taxa de juro
juros ativas e passivas. de referência, Euribor, é fixado pelo Banco Central
Europeu), têm de ter em conta o valor da inflação
(na zona euro, a taxa de inflação desejável é de
Operações
Operações ativas 2%).
passivas

As taxas de juro dos depósitos deverão cobrir pelo


menos a taxa de inflação, de forma a incentivar a
Crédito Depósitos poupança. Caso contrário, verifica-se um aumento
concedido efetuados
do recurso ao crédito, podendo originar tendências
inflacionistas pelo excesso de procura.
Taxas de juro
Taxas de juro
ativas (a cobrar
passivas (a Como as taxas de juros ativas são superiores às
pagar pelos
pelos bancos)
bancos) taxas de juro passivas (lucro do banco), o seu
valor deve situar-se acima do valor da taxa de
inflação.

Operações ativas A taxa de juro e o acesso ao crédito


As operações de empréstimo dos bancos O valor da taxa de juro influencia o acesso ao
designam-se por operações ativas às quais crédito e, e consequência, o desenvolvimento da
correspondem taxas de juro ativas, a cobrar pelos atividade económica.
bancos junto dos beneficiários do crédito.
Para o investidor, taxas de juro ativas elevadas
A taxa de juro ativa é cobrada em função do risco representarão menor rendibilidade do investimento
do cliente e do tempo do empréstimo dados os custos do empréstimo (amortizações do
capital de juros), o que poderá desincentivar o
Juro = capital emprestado × taxa de juro × tempo
investimento.
Para as famílias que querem contrair
empréstimos, juro altos significam um
agravamento dos encargos (amortização do
capital e juros) e um maior endividamento, em
particular para as de menor rendimento.

Operações passivas
Taxas de juro elevadas dificultam, deste modo, o
acesso ao crédito, mas incentivam a poupança,
dado o juro dos depósitos ser atrativo.

7.4 O investimento em Portugal e o


investimento Português no estrangeiro
O investimento pode ser interno ou externo.
Quando o investimento é realizado por agentes
económicos residentes no território designa-se por
investimento interno. Se os capitais investidos
forem provenientes de agentes económicos
residentes no exterior, o investimento será
designado por investimento externo ou
investimento estrangeiro.
Com a abertura das economias ao exterior e a
crescente globalização, o movimento de capitais
entre os países tem-se intensificado. O
investimento direto constitui um tipo de
investimento realizado entre países.
O investimento direto estrangeiro (IDE) pode ser
feito através da criação de uma empresa de raiz
ou através da aquisição de outra empresa. As
empresas investem em países estrangeiros com a
finalidade de expandir as vendas, obter matérias-
primas e tecnologia, beneficiar de mão-de-obra
barata ou qualificada.
A economia portuguesa, sendo uma economia
aberta e integrada na União Europeia tem
registado um processo de internacionalização
crescente traduzido em movimentos de entrada e
saída de capitais, relativas a investimentos diretos.
O IDE corresponde ao investimento direto do
exterior em Portugal e o IDPE corresponde ao
investimento direto de Portugal no exterior. A
designação IPE também se utiliza, mas
recentemente, é mais utilizado o IDPE.
 Investimento direto - «O investidor tem o
controlo direto (50% dos direitos de voto)
ou indireto (entre 10% e 50% dos direitos
de voto) na gestão de uma empresa de
outra economia. O IDPE (ativos)
corresponde ao investimento feito por
residentes em empresas residentes no
exterior e o IDE (passivos) corresponde ao
investimento de não residentes em
Portugal. O investimento direto inclui
investimento em imobiliário (propriedades e
casas), para uso pessoal e arrendamento.»
(Banco de Portugal).

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