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Universidade Federal do Pará

Faculdade de Engenharia Elétrica


Curso de Engenharia Elétrica
Instrumentação Eletrônica

DEMODULADORES SÍNCRONOS
André Melo de Morais, 05020004501, andre_mel_mor@hotmail.com
Júlio Lédo Santos, 07020001501, julio.ledo89@gmail.com

Resumo — O presente trabalho visa explanar o princípio de s(t ) por uma onda senoidal gerada localmente e então
funcionamento dos demoduladores síncronos, elementos esses de uso
passando o produto por um filtro passa-baixas, como na Fig 1.
amplamente difundido na área de telecomunicações, mais
precisamente em sistemas de radiodifusão (bradcasting - Presume-se que o sinal do oscilador local seja exatamente
comunicações sem fio utilizando Rádio Frequência). Será também coerente ou sincronizado, tanto em frequência como em fase,
mostrado, de forma sucinta, o funcionamento dos receptores super- com a onda portadora c (t ) utilizada no modulador
heteródinos. multiplicador para gerar s(t ). Esse método recebe o nome de
Palavras Chaves: Demoduladores síncronos; rádiodifusão; detecção coerente ou demodulação síncrona. Considera-se a
rádio frequência; receptor super-heteródino. detecção coerente como um caso especial do processo de
demodulação mais geral usando-se um sinal do oscilador local
INTRODUCÃO que tenha a mesma frequência, mas com uma diferença de fase
Os sistemas de radiodifusão estão de certa forma bem arbitrária φ , medida em relação à portadora c (t ). Então, se o
consolidados. O advento de tecnologias utilizando detectores sinal do oscilador local for A ' c cos ⁡(2 π f c t +φ) e a
síncronos ou demoduladores síncronos, como também é
conhecido, contribuiu para essa afirmação, uma vez que com expressão da onda s(t ) for Ac cos ( 2 π f c t ) m(t) , tem-se,
esse tipo de demodulação é possível obter uma resposta na saída do modulador multiplicador da Fig 1:
confiável no receptor mesmo em condições precárias, como
por exemplo sinal fraco em meio a forte ruído. As vantagens
dessa técnica de processamento de sinais não param por aí,
pois os demoduladores síncronos apresentam ótima
linearidade. Os detectores coerentes, apresentam-se de diversas
formas, dentre as quais vale destacar o uso em receptores
Costas, receptores para demoduação de um sinal modulado em
frequência utilizando PLL (Phase locked loop) e por fim os
receptores do tipo super-heteródinos , empregados
praticamente em todos os receptores de rádio e de TV
atualmente.
METODOLOGIA
Visando a compreensão das técnicas de processamento de
sinais baseadas em demodulação síncrona, a qual sugere o
escopo do trabalho, segue descrito abaixo, de forma sucinta, o
fundamento teórico.
DETECÇÃO COERENTE E RECEPTOR COSTA Figura 1 – Detector coerente para demodulação de onda
Pode-se recuperar o sinal de banda base m(t) de maneira modulada DSB-SC
única a partir de uma onda única DSB-SC (Double Side Band
Por conseguinte, na saída do filtro obtém-se:
– Supressed Carrier) s(t ) multiplicando-se primeiramente
(2) corresponde à que é necessária para o tipo de modulação em
Assim, o sinal modulado v o (t) é, portanto, proporcional a particular que o receptor deve manipular. A saída da seção FI
é aplicada a um demodulador, cuja finalidade é recuperar o
m(t) quando o erro de fase é uma constante. A amplitude sinal banda base final. A combinação do misturador-oscilador
desse sinal demodulado é máxima quando φ=0 e mínima local é chamada de primeiro detector, caso em que o
π demodulador é denominado de segundo detector.
(zero) quando φ=± (efeito de nulo da quadratura). O
2
inconveniente deste tipo de detecção é que o erro de fase varia
aleatoriamente com tempo devido às variações aleatórias do
canal. Para solucionar esta questão, é apropriada a utilização
do receptor Costas exibido na Fig 2. Esse receptor consiste em
dois detectores coerentes alimentados com o mesmo sinal de
entrada, mas com sinais individuais do oscilador local que
estão em quadratura de fases entre si. O detector no caminho
superior é chamado de detector coerente em fase e o do Figura 3 – Diagrama de blocos de um receptor super-
caminho inferior, detector coerente em quadratura de fase. heteródino para recepção de AM.
Esses dois detectores são acoplados para formar um sistema de
realimentação negativa projetado de forma a manter o DEMODULAÇÃO FM COM PLL
oscilador local síncrono com a onda portadora. Basicamente, o PLL consiste em três componentes
principais: um multiplicador, um filtro e um oscilador
controlado por tensão (VCO) conectados em um conjunto na
forma de u elemento de realimentação, como mostrado na Fig
4. O VCO nada mais é, que um gerador senoidal cuja a
frequência é determinada pela tensão aplicada a ele apartir de
uma fonte externa. Com efeito, qualquer modulador de
frequência pode servir como VCO.
Fi

Figura 2 – Receptor Costas.


RECEPTORES SUPER-HETERÓDINOS
É um tipo especial de receptor que cumpre três premissas
básicas: sintonização de frequência da portadora, filtragem e Figura 4 – Diagrama de blocos de um PLL.
amplificação, sendo as duas primeiras realizadas de forma Quando um PLL é usado para detecção coerente, o circuito
elegante e prática. deve primeiramente travar no sinal de entrada e depois seguir
De forma breve, o receptor consiste em uma seção de as variações do seu ângulo de fase com o tempo. O processo
Radiofrequência (RF), um misturador e um oscilador local, de sincronizar a fase do circuito com a entrada é chamada de
uma seção de frequência intermediária (FI), demodulador e aquisição, e o processo decorrente de seguir variações
amplificador de potência. A Fig 3 exibe o diagrama de blocos angulares do sinal de entrada, rastreamento.
de um receptor super-heteródino para modulação em
amplitude. A onda modulada recebida é captada na antena METODOLOGIA EXPERIMENTAL
receptora e amplificada na secção de RF que está sintonizada Para exemplificar o funcionamento dos demoduladores
na frequência de portadora da onda na entrada. A combinação síncronos, foram sugeridas uma aplicação, a descrição breve
de misturador e oscilador local (de frequência ajustável) do experimento segue abaixo:
constitui uma função de heterodinização, na qual o sinal que
chega é convertido para uma frequência intermediária (FI) fixa RECEPTOR COSTAS
predeterminada. De tal forma que: O esquema da Fig 5 apresenta a implementação de um
f FI =f OL −f RF (3) Receptor Costas na ferramenta Simulink (Tollbox do
A seção de FI consiste em uma ou mais etapas de MATLAB). A simulação realizada, ilustra, na prática, a teoria
amplificação sintonizada, tendo uma largura de banda que mostrada a respeito do receptor em questão juntamente com
um PLL
ruído, e poder recuperar a informação de forma fiel ao que foi
transmitido. Detectores baseado em PLL, por exemplo, foram
recursos essenciais, no que tange a transmissão de sinais para
TV à cores, bem como também os receptores super-heteródinos
se fazem presentes em vários rádios AM/FM.

REFERÊNCIAS
Nascimento, Juarez do. Telecomunicações. Makron Books,
São Paulo, 1992.
Haykin, Simon. Communication System - 4ª Ed. John Wiley
& Sons, Inc. New York, 2001.

Figura 5 – Receptor Costas implementado no SIMULINK

Neste caso a modulação utilizada é o BPSK (Binary Phase-


Shift Key), gerada a partir de um gerador binário de bernouli,
um conversos unipolar para bipolar e um multilicador
efetuando a operação entre a inforamação e a portadora. Foi
suposto também que o meio de transmissão extá sujeito a
adição de ruído, sendo considerado aqui o ruído branco
(AWGN – Additive White Gaussian Noise). A Fig 6 mostra os
dados monitorados com o ociloscópio.

Figura 6 – Resposta obtida no ociloscópio para o receptor


Costas BPSK.
CONCLUSÕES
A obra elucidou o funcionamento de alguns dos principais
demoduladores síncronos, sem os quais não seriam possível
realizar tranferência de informação, sobre um canal sujeito ao

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