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A Vinda da Família Real para o Brasil

A vinda da família real portuguesa para o Brasil ocorreu em 1808. O refúgio no Brasil foi uma manobra inédita do príncipe
regente D. João para garantir que Portugal continuaria independente quando foi ameaçado de invasão por Napoleão Bonaparte.
Com a medida, Portugal passou à condição de colônia do Brasil e o reino jamais seria conquistado pelos franceses. Para
garantir o êxito da transferência, o reino de Portugal teve apoio da Inglaterra, que também auxiliou na expulsão das tropas
napoleônicas.
Em 1806, Napoleão Bonaparte decretou o bloqueio continental e determinou que os países europeus fechassem os portos para
os navios da Inglaterra.
Portugal não aderiu ao bloqueio devido à longa relação comercial com os ingleses e, por este motivo, Napoleão ordenou a invasão,
que ocorreu em novembro de 1807.
Antes disso, em 22 de outubro de 1807, o príncipe regente D. João e o rei da Inglaterra Jorge III assinaram o decreto que
transferia a sede monárquica de Portugal para o Brasil.
As tropas inglesas se instalaram na Ilha da Madeira e o governo português comprometeu-se em assinar um tratado de
comércio com a Inglaterra após fixar-se no Brasil.
O príncipe regente, então, determinou que toda a família real seria transferida para o Brasil. Também viajariam os ministros e
empregados, totalizando 15,7 mil pessoas que representavam 2% da população portuguesa.
Foram necessários oito naus, três fragatas, três brigues e uma escuna para o transporte. Outros 300 navios mercantes da
esquadra inglesa acompanhavam a corte. Enquanto isso, Portugal ficou sob a regência de cinco fidalgos.
Além das pessoas, foram embarcados no dia 29 de novembro de 1807, todas as riquezas que Portugal acumulou. A população
que ficou, a maioria, foi aconselhada a receber de maneira pacífica os invasores para evitar derramamento de sangue.
A viagem durou 54 dias em condições insalubres até o porto de Salvador, no hoje Estado da Bahia, onde a corte desembarcou
no dia 22 de janeiro de 1808. Na capital baiana foram recebidos com festas e ali permaneceram por mais de um mês.
No período em que esteve na Bahia, o príncipe regente assinou a abertura dos portos às nações amigas. No dia 26 de
fevereiro, a corte partiu para o Rio de Janeiro, que seria declarada capital do Império.
A chegada no Rio de Janeiro ocorreu em 7 de março de 1808. Havia poucos alojamentos disponíveis para acomodar a
comitiva palaciana e muitas residências tiveram em sua fachada a inscrição P.R., que significava Príncipe Regente e indicava a saída
dos moradores para disponibilizar o imóvel. Por este motivo, a população interpretou a sigla como "Ponha-se na Rua".
Quartéis e conventos também foram usados para acomodar a corte que, além de desalojar a população, contribuiu para
significativas mudanças no Rio de Janeiro. A arquitetura da cidade passou a seguir o padrão europeu.
O mesmo ocorreu com o mobiliário e a moda. O comércio foi diversificado, passando a oferecer serviços, até então, escassos,
e outros mesmo inexistentes, como cabeleireiros, joalheiros, modistas. O suporte para a vaidade feminina garantiu a oferta de lojas de
roupas de luxo, chapéus e cosméticos.
A cultura, contudo, está entre os setores que mais recebeu impacto da transferência da corte. A biblioteca do rei foi toda
transferida de Lisboa para o Rio de Janeiro. O acervo inicial, de 60 mil volumes, deu base para a atual Biblioteca Nacional. Eram
livros, mapas, manuscritos, estampas e medalhas.
D. João também abriu a Imprensa Régia, de onde surgiu a Gazeta do Rio de Janeiro. Foram criadas as escolas de cirurgia, a
Academia da Marinha, a Academia Militar, o Observatório Astronômico, o Jardim Botânico e o laboratório de Química.
Para o entretenimento dos integrantes da corte, foi fundado em 1813 o Teatro São João, que hoje é Teatro João Caetano.
Foram criadas, ainda, a Missão Francesa e a Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil.
Foi dessa maneira que em 1808 o Pacto Colonial, um acordo comercial entre a colônia e a metrópole, chega ao fim. Nesse
ano, Dom João instituiu a “Carta Régia”, a qual permitia a abertura dos portos a outras nações amigas, inclusive a Inglaterra.
Diante disso, a economia do país alavancou, no entanto, impediu o desenvolvimento das manufaturas no Brasil. Isso porque
grande parte dos produtos eram importados da Inglaterra.
Os produtos ingleses tinham uma menor taxa alfandegária em relação aos outros países. Eles pagavam 15%, enquanto as
outras nações cerca de 24%.
Além da economia, o país, e sobretudo a capital, que até então era o Rio de Janeiro, sofreram diversas mudanças.
Muitas obras de caráter público foram erigidas nesse período, por exemplo, a casa da moeda, o banco do Brasil, o
jardim botânico, dentre outras.
Na educação e na cultura, esse período marcou diversos avanços nessas áreas. Isso porque muitos investimentos foram feitos,
o que podemos confirmar com a construção da Biblioteca Real, da Academia Real de Belas Artes, da Imprensa Real, além das
escolas de medicina.
Esse período da história do Brasil influenciou diretamente no processo de independência do país.
Isso porque em 1815 a administração do governo joanino extingui a condição de colônia ao Brasil. Foi assim que o páis
recebeu o título de “Reino Unido de Portugal e Algarves”, tornando-se a sede administrativa de Portugal.
Esse fato deixou muito descontentes os portugueses que estavam em Portugal. Com isso, eles exigiam o retorno de Dom João
IV, que por fim, retorna à Portugal para a Revolução Liberal do Porto, em abril de 1821. Esse evento marcou o fim do período
joanino.
Em seu lugar permanece seu filho, Dom Pedro I. O príncipe regente governou o país de 1822 a 1831, estabelecendo em
1824, a primeira Constituição do país.
Quando Portugal exigiu seu retorno, ele se recusou a voltar para a metrópole. Sendo assim, no dia 07 de setembro de
1822, ele declara a Independência do Brasil.

1. Coloque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas:


( ) A transferência para o Brasil foi uma solução para que D. João não cedesse às pressões de Napoleão e Portugal aliasse-se a
Inglaterra sem sofrer com o ataque francês.
( ) Interessada na abertura de um grande mercado consumidor dos seus produtos, a Inglaterra aliou-se aos portugueses no plano de
transferência para o Brasil.
( ) Através da abertura dos Portos brasileiros, a Inglaterra não teve privilégios alfandegários.
( ) D. João cria Imprensa Régia e a Caixa Econômica Federal, a inauguração da Real Biblioteca, do Observatório
Astronômico e do Jardim Botânico.
2. Que motivos levaram à transferência da família real portuguesa para o Brasil?

3. Que país europeu colaborou com a vinda da família real para o Brasil? O que este país “ganhava” com esse apoio?

4. Com a chegada de inúmeros portugueses no Brasil, onde estas pessoas foram instaladas?

5. D. João criou uma série de instituições no Brasil a partir de 1808. Cite 5 delas.

6. Explique o motivo pelo qual D. João deixa o Brasil em 1821.

8/-O país que mais se beneficiou com a abertura dos Portos às Nações Amigas foi:
a) Portugal b/França c/Holanda d/Inglaterra
9/CEFET-PR) Os Tratados de “Comércio e Navegação” e de “Aliança e Amizade”, assinados pelo Príncipe Regente D. João
no Brasil, foram inequivocamente favoráveis:
a) a Portugal
b) à França
c) à Espanha
d) à Inglaterra
e) à Alemanha
10-(UFPR-PR) A montagem de fábricas e a organização de indústrias, começaram a desenvolver-se quando em 1847 foi rompido
o acordo comercial que desde 1810 prendia o Brasil a interesses:
a)Norte-americanos b)Argentinos c)Ingleses d)Franceses e)Portugueses

11-A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, encontra-se associada, EXCETO:
a)à submissão lusitana em relação aos interesses ingleses.
b)à expansão napoleônica no continente europeu.
c)à necessidade de recrudescimento do pacto colonial.
d)à busca de segurança para o trono português.

12/O primeiro ato oficial de D. João no Brasil foi:


a)abrir os portos às nações amigas;
b)autorizar o funcionamento das fábricas;
c)elevar o Brasil a Reino Unido;
d/assinar o tratado de Comércio e Navegação.

13/) Foi fator decisivo para a volta de D. João VI a Portugal: a)Derrota de Napoleão.
b)As agitações no Rio de Janeiro.
c) A Revolução Constitucionalista do Porto em 1820.
d)A intenção de dar a D. Pedro a Regência do Brasil.
e) A exigência de Carlota Joaquina.
14 O Bloqueio Continental, em 1807, a vinda da família real para o Brasil e a abertura dos portos em 1808, constituíram fatos
importantes
a)na formação do caráter nacional brasileiro.
b)na evolução do desenvolvimento industrial.
c)no processo de independência política.
d)na constituição do ideário federalista.
e)no surgimento das disparidades regionais.

9-(FGA) A Revolução do Porto de 1820 se caracterizou como um movimento de: a)consolidação da independência do Brasil;
b)retorno a ordem absolutista em Portugal;
c) repulsa a invasão francesa em Portugal;
d)d)descolonização do império português na África;
e) e)revolução liberal e constitucional.

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