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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM
GERONTOLOGIA

GILANNE DA SILVA FERREIRA

GERENCIAMENTO DO CUIDADO AO IDOSO FRÁGIL EM DOMICÍLIO:


CAPACITANDO CUIDADORES E FAMILIARES

JOÃO PESSOA
2022
GILANNE DA SILVA FERREIRA

GERENCIAMENTO DO CUIDADO AO IDOSO FRÁGIL EM DOMICÍLIO:


CAPACITANDO CUIDADORES E FAMILIARES

Dissertação submetida ao Programa de Pós-graduação em


Gerontologia (Modalidade Profissional), da Universidade
Federal da Paraíba, para defesa.

Área de Concentração: Gerontologia

Linha de pesquisa: Envelhecimento e Tecnologias


Inovadoras para o Cuidado à Pessoa Idosa.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Adelaide Silva Paredes


Moreira

JOÃO PESSOA/PB
2022
FICHA CATALOGRÁFICA
(Obs: verso da folha de rosto)

No verso da folha de rosto devem constar autorização para reprodução e ficha


catalográfica. Ver Diretrizes (Biblioteca UFPB) para apresentação de dissertações
(OBRIGATÓRIO).
Para a lombada também consultar Diretrizes (OBRIGATÓRIO).
GILANNE DA SILVA FERREIRA

GERENCIAMENTO DO CUIDADO AO IDOSO FRÁGIL EM DOMICÍLIO:


CAPACITANDO CUIDADORES E FAMILIARES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Gerontologia


(ModalidadeProfissional) da Universidade Federal da Paraíba para obtenção de
Título de Mestre em Gerontologia.

Aprovada em 29 de julho de 2022.

COMISSÃO JULGADORA

________________________________________________
Profª. Dra. Maria Adelaide Silva Paredes Moreira
Presidente da comissão ou Banca (Orientador)
Programa de Mestrado Profissional em Gerontologia – UFPB

________________________________________________
Profª. Drª. Haydêe Cassé da Silva
Membro Externo Titular
Casa de Passagem do Idoso – Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania
Prefeitura Municipal de João Pessoa

Profª. Drª. Susanne Pinheiro Costa e Silva


Membro Interno Titular
Programa de Mestrado Profissional em Gerontologia – UFPB
Dedico este trabalho à minha Família, em
especial aos meus grandes mestres da vida,
meus avós, Maria José de Figueiredo, Manuela
Ferreira e João Silva e minha amada mãe, Jane
Ferreira.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por todo amor, pela proteção diária e,


principalmente, por ter me proporcionado saúde, sabedoria, resiliência e dicernimento para
que eu pudesse concluir esta nova etapa. Agradeço ao Divino Espírito Santo e a Nossa
Senhora por iluminar meus caminhos, trazendo paz ao meu coração e serenidade.
Agradeço aos meus pais, Jane Ferreira e Gilvan Ferreira que são a minha maior
fonte de inspiração, e acima de tudo o meu maior exemplo de coragem, determinação e de que
tudo na vida se alcança com esforço, coragem e dedicação.
Agradeço aos meus irmãos, Gilvan Júnior, Gianne Ferreira, Gilanna e Gilvan
Lopes por sempre acreditarem no meu potencial e sempre me motivarem com palavras de
carinho e força.
Agradeço também ao meu esposo, Luciano Vieira, que também é uma das pessoas
que acreditaram no meu potencial. Ao meu filho, Miguel Ferreira, por ser a minha inspiração
e a maior fonte do amor de Deus por mim.
Agradeço à minha orientadora, a querida Profª. Dra. Maria Adelaide Silva
Paredes, que foi uma excelente professora para mim, como sua orientanda, sempre muito
atenciosa, carinhosa e solícita, bucando sempre alternativas para que pudessemos concluir
esse trabalho com êxito. Agradeço do mesmo modo à querida e amada, Profª. Drª. Haydêe
Cassé da Silva, por ter me despertado e me estimulado a gostar da área da saúde da pessoa
idosa e por todos os ensinamentos e toda atenção e dedicação a mim e ao meu trabalho.
Agradeço imensamente pelo incentivo pessoal e profissional. Não poderia deixar de agradecer
à Dra. Karoline Lima Alves e à Profª. Drª. Susanne Pinheiro Costa e Silva pelas
contribuições de extrema relevância para o meu trabalho.
Agradeço à Universidade Federal da Paraíba, à coordenação do Programa de
Mestrado Profissional em Gerontologia (PMPG) e ao Serviço de Secretaria, na pessoa de
Luiz, Vanessa e Maria das Graças Duarte Miguel, por todo apoio, atenção e preocupação.
Agradeço a todos os professores que fazem parte do PMPG e toda a equipe por contribuir
para a formação de profissionais capacitados para atuarem de forma exemplar na área da
gerontologia, proporcionando assim uma melhor qualidade na vida da pessoa idosa.
Agradeço imensamente as maiores incentivadoras (minhas mestres) para que eu
engressasse nesse mestrado, Lucineide Vieira e Simone Lins. Sem a motivação de vocês e
todo apoio emocional, jamais teria conseguido vencer esta etapa tão importante da minha
vida. Minha eterna gratidão!
Agradeço aos amigos especiais, Lívia Thaís, Jonas Júnior, Emmanuella Azevedo,
Felype Nogueira, Claudia Calixto e Gabriela Vieira por todo o apoio tecnológico, psicológico
e atenção.
Por fim, não poderia deixar de agradecer aos meus colegas de turma, com quem
compartilhei esses dois anos de muitos aprendizados, em especial a minha amiga Erika
Correia, com quem dividi madrugadas de estudos. Agradeço imensamente a todos pela troca
de saberes e ensinamentos durante este período enriquecedor de nossas vidas. Minha eterna
gratidão!
““O amor supera todos os obstáculos, todos os
sacrifícios. Por mais que fizermos, tudo é pouco
diante do que Deus faz por nós””.
Irmã Dulce
Gerenciamento do cuidado ao idoso frágil em domicílio: capacitando cuidadores e familiares.
2022. 126f. (Dissertação) Programa de Mestrado Profissional em Gerontologia – Centro de
Ciências da Saúde, Universidade Federal de Paraíba, João Pessoa, Paraíba, 2022.

RESUMO

Introdução: O processo de cuidado ao idoso frágil transita entre o suporte de cuidadores e/ou
familiares, além do suporte de equipe de multiprofissional da atenção domiciliar, que vislumbra
a oferta do cuidado integral, a partir de saberes técnicos, interdisciplinares e de cunho afetivo, na
busca de potencializar a qualidade de vida da pessoa idosa. Objetivos: Buscar as evidências
científicas sobre cuidados ao idoso frágil; analisar as queixas de familiares e/ou cuidadores
quanto aos cuidados com idosos frágeis e construir uma capacitação de cuidados para familiares
e/ou cuidadores de idosos frágeis. Método: Tratou-se de um estudo de cunho quanti-qualitativo,
dividido em três etapas: construção de revisão sistemática, pesquisa de campo, além de
construção de produto tecnológico. Resultados: A pesquisa foi realizada com 30 cuidadores e
30 profissionais do SAD-JP. Os cuidadores apontaram dificuldades na mobilização do idoso
restrito ao leito, manuseio e higienização de uma forma geral, relatando a necessidade de receber
orientações, capacitações e treinamentos pelos profissionais de saúde do SAD-JP. Percebeu-se a
prevalência do gênero feminino no perfil dos cuidadores, em sua maioria inseridas na dupla
jornada trabalho, por terem outros vínculos empregatícios, o que pode facilitar o índice de
adoecimento mental nesse público. No questionário aplicado com profissionais do SAD-JP, a
pesquisa envolveu a equipe multiprofissional. Os profissionais apontaram a dificuldade do
cuidador em promover o cuidado integral ao idoso, devido à sobrecarga de trabalho, pois além
do cuidado assistencial existem as tarefas domésticas que precisam ser realizadas, destacando
ainda a insuficiência de insumos ofertados pelos serviços públicos de saúde para os idosos, mas
também a eficácia do trabalho de profissionais e cuidadores, potencializando a reabilitação do
idoso frágil. Por fim, os profissionais ressaltaram que as patologias prevalentes no idoso frágil
ocorrem nos sistemas cardiovasculares (cardiopatias), osteomuscular (fraturas e traumas em
geral) e neurológico (Acidente Vascular Encefálico e Doença de Alzheimer). Percebendo a
necessidade de fomentar, por meio da estratégia de educação permanente, saberes acerca do
cuidado ao idoso frágil, o produto tecnológico foi consolidado em vídeo-aulavideoaulas, de
forma didática e lúdica, com as temáticas: Administração de medicamentos; Posicionamentos e
mobilizações no leito; Orientações sobre como prevenir lesões de pele ocasionadas pela
permanência do idoso no leito; Higienização e cuidados com o corpo; Alimentação oral, dietas
especiais e uso de sondas; Cuidados com o traqueóstomo; Relações sociais do idoso frágil e
Saúde mental do idoso frágil e do cuidador: autocuidado. Considerações Finais: Espera-se que
este trabalho venha a contribuir para otimizar a qualidade de vida do idoso frágil como também
no lidar diário com o cuidador e/ou familiar instrumentalizando-os com ferramentas de educação
em saúde, promovendo assim um cuidado integral e humanizado.

Descritores: Cuidador familiar; Cuidadores; idoso, idoso fragilizado; assistência domiciliar;


pacientes domiciliares; cuidado domiciliar.
Gestión del cuidado del anciano frágil en el hogar: training caregivers and family members.
2022. 126 p. (Dissertation) Professional Master's Program in Gerontology – Health Sciences
Center, Federal University of Paraíba, João Pessoa, Paraíba, 2022.

ABSTRACT

Introduction: The process of caring for the frail elderly patient transits between the support of
caregivers and/or family members, in addition to the support of the multiprofessional home
care team, which aims at offering integral care, based on technical, interdisciplinary and
affective knowledge, in the search for enhancing the quality of life of the elderly person.
Objectives: To search for scientific evidence on the care of the frail elderly; to analyze the
complaints of family members and/or caregivers regarding the care of frail elderly people and
to build a care training program for family members and/or caregivers of frail elderly people.
Method: This was a quanti-qualitative study, divided into three stages: construction of a
systematic review, field research, and construction of a technological product. Results and
Discussion: The research was carried out with 30 caregivers and 30 professionals from the
SAD-JP. The caregivers pointed out difficulties in the mobilization of the elderly restricted to
the bed, handling and hygiene in general, reporting the need of receiving orientations,
capacitation and training by the health professionals of SAD-JP. It was noticed the prevalence
of the female gender in the caregivers' profile, most of them inserted in the double workday, for
having other jobs, which can facilitate the mental illness rate in this public. In the questionnaire
applied with professionals from the SAD-JP, the research involved the multiprofessional team.
The professionals pointed out the difficulty of the caregiver to promote the integral care to the
elderly, due to work overload, because besides the care assistance there are household chores
that need to be performed, also highlighting the insufficiency of inputs offered by public health
services for the elderly, but also the effectiveness of the work of professionals and caregivers,
enhancing the rehabilitation of the frail elderly. Finally, the professionals pointed out that the
prevalent pathologies in the frail elderly are in the cardiovascular (heart diseases),
osteomuscular (fractures and trauma in general), and neurological (stroke and Alzheimer's
disease) systems. Realizing the need to promote, through the continuing education strategy,
knowledge about caring for the frail elderly, the technological product was consolidated in
video lessons, in a didactic and playful way, with the following themes Drug administration;
Positioning and mobilizations in bed; Guidelines how to prevent skin lesions caused by the
elderly's stay in bed; Hygiene and body care; Oral feeding, special diets and use of probes; Care
of the tracheostomy; Social relations of the frail elderly and Mental health of the frail elderly
and the caregiver: self-care. Final Considerations: It is hoped that this work will contribute to
the quality of life of the frail elder as well as to the daily dealings with the caregiver and/or
family members, providing them with health education tools, thus promoting integral and
humanized care.

Descriptors: Family caregiver; Caregivers; elderly, frail elderly; home care; home patients;
home care.
Management of care for the frail elderly at home: formación de cuidadores y familiares. 2022.
126 h. (Disertación) Programa de Maestría Profesional em Gerontología – Centro de Ciencias
de la Salud, Universidad Federal de Paraíba, João Pessoa, Paraíba, 2022.

RESUMEN

Introducción: El proceso de cuidado del ídolo frágil transita entre el apoyo de los cuidadores y/o
familiares, además del apoyo del equipo multiprofesional de atención domiciliaria, que vislumbra la
oferta de cuidado integral, a partir de conocimientos técnicos, interdisciplinares y de cuna afectiva, en
busca de potencializar la calidad de vida de la persona ídolo. Objetivos: Buscar las evidencias científicas
sobre los cuidados a los seres frágiles; Analizar las necesidades de los familiares y/o cuidadores en
relación con los cuidados a los seres frágiles y Construir una capacidad de cuidados para los familiares
y/o cuidadores de los seres frágiles. Método: Se trata de un estudio cuantitativo y cualitativo, dividido en
tres etapas: construcción de una revisión sistemática, investigación de campo y construcción de un
producto tecnológico. Resultados y discusión: La investigación se realizó con 30 cuidadores y 30
profesionales de SAD-JP. Los cuidadores señalaron dificultades en la movilización de los ancianos
restringidos a la cama, el manejo y la higiene de manera general, informando la necesidad de recibir
orientaciones, capacitación y entrenamiento por parte de los profesionales de la salud del SAD-JP. Se
observó la prevalencia del género femenino en el perfil de los cuidadores, la mayoría de ellos insertados
en la doble jornada, porque tienen otros trabajos, lo que puede facilitar la tasa de enfermedad mental en
este público. En el cuestionario aplicado a los profesionales Del SAD-JP, la investigación involucró al
equipo multiprofesional. Los profesionales señalaron la dificultad del cuidador para promover la atención
integral al anciano, debido a la sobrecarga de trabajo, ya que además de la asistencia asistencial hay que
realizar tareas domésticas, destacando también la insuficiencia de los insumos ofrecidos por los servicios
públicos de salud para el anciano, pero también la eficacia del trabajo de los profesionales y cuidadores,
potenciando la rehabilitación del anciano frágil. Por último, los profesionales destacaron que las
patologías prevalentes en los ancianos frágiles se encuentran en los sistemas cardiovascular
(enfermedades del corazón), osteomuscular (fracturas y traumatismos en general) y neurológico (ictus y
enfermedad de Alzheimer). Al darse cuenta de la necesidad de promover, a través de la estrategia de
educación continua, el conocimiento sobre el cuidado de los ancianos frágiles, el producto tecnológico se
consolidó en lecciones de video, de manera didáctica y lúdica, con los siguientes temas Administración
de fármacos; Posicionamiento y movilizaciones en la cama; Pautas de cómo prevenir las lesiones
cutáneas causadas por la permanencia del anciano en la cama; Higiene y cuidados corporales;
Alimentación oral, dietas especiales y uso de sondas; Cuidados de la traqueostomía; Relaciones sociales
del anciano frágil y Salud mental del anciano frágil y del cuidador: autocuidados. Consideraciones
finales: Se espera que este trabajo contribuya a la calidad de vida del anciano frágil, así como al trato
diario con el cuidador y/o la familia, proporcionándoles herramientas para la educación sanitaria,
promoviendo así una atención integral y humanizada.

Descriptores: Cuidador familiar; Cuidadores; ancianos, ancianos frágiles; atención domiciliaria;


pacientes domiciliarios; atención domiciliaria
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Componentes da pergunta de pesquisa, seguindo-se o anagrama 37


PECOS.
Tabela 2 Dados sociodemográficos dos familiares e/ou cuidadores de idosos, 47
N=30, João Pessoa, PB, 2022.
Tabela 3 Dados sociodemográficos dos profissionais de saúde do SAD, N=30, 54
João Pessoa, PB, 2022.
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Quadro 1. Síntese dos artigos incluídos. João Pessoa, PB, Brasil, 2022 29
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Seleção dos Artigos 38


Figura 2 Seleção dos Artigos mediante à Base de Dados 39
Figura 3 Dendograma representativo da categoria dos cuidadores de idosos de 49
acordo com o software IRaMuTeQ, João Pessoa, PB, 2022.
Figura 4 Dendograma Representativo das Categorias dos Profissionais de Saúde 57
do Serviço de Atenção Domiciliar de acordo com o software IRaMuTeQ,
João Pessoa, PB, 2021.
ABREVIATURAS E SIGLAS

RAS Rede de Atenção à Saúde


OMS Organização Mundial de Saúde
ESF Estratégia Saúde da Família
NAF-AB Núcleo Ampliado da Atenção Básica
SAD Serviço de Atenção Domiciliar
AD Atenção Domiciliar
SUS Sistema Único de Saúde
PNPI Política Nacional da Pessoa Idosa
PNAB Política Nacional da Atenção Básica
VD Visita Domiciliar
RUE Rede de Urgência e Emergência
EMAD Equipe Multiprofissional de Atenção Domiciliar
EMAP Equipe Multiprofissional de Apoio
AD1 Atenção Domiciliar tipo 1
AD2 Atenção Domiciliar tipo 2
AD3 Atenção Domiciliar tipo 2
USF Unidade de Saúde da Família
UBS Unidade Básica de Saúde
UPA Unidade de Pronto Atendimento
AB Atenção Básica
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
CEP Comitê de Ética e Pesquisa
CCS Centro de Ciências da Saúde
UFPB Universidade Federal da Paraíba
PTS Projeto Terapêutico Singular
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 17
1. INTRODUÇÃO 19
2. REVISÃO DE LITERATURA 21
2.1. Idoso Frágil e o Cuidado 21
2.2. Atenção Domiciliar na Assistência à Pessoa Idosa 24
2.3 Evidências CientificCientíficas sobre os Cuidados ao Idoso Frágil 28
3. PERCURSO METODOLÓGICO 36
3.1. Tipo de Estudo 36
3.2. Etapas do Estudo 36
3.3 Local da Pesquisa 43
3.4 43
População e Amostra
43
3.5 Instrumentos e procedimentos para coleta dos dados 44
3.6 Análise dos dados 45

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 47
4.1. Resultados e discussão sobre os dados obtidos na ppesquisa 47
4.2. Apresentação do Produto 61
CONSIDERAÇÕES FINAIS 102
REFERÊNCIAS
104
APÊNDICES 111
ANEXOS 115
17

APRESENTAÇÃO

Sou fisioterapeuta de formação,; conclui minha graduação no Centro Universitário de


João Pessoa (UNIPÊ) em 2004 e, durante toda a minha trajetória acadêmica, entre àas
disciplinas que sempre me identifiquei destaco àas que tratavam da saúde do idoso. Fiz
algumas pós-graduações, como Saúde da Família, Saúde Pública, Ciências da Educação,
Fisioterapia em UTI e Gestão e Política do Cuidado em Saúde, – esta última pela
Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Em minha trajetória profissional, ingressei enquantoatuei como primeira fisioterapeuta
domiciliar da Prefeitura municipal de João Pessoa (PMJP), em 2006, onde realizava
atendimentos no município de João Pessoa-PB voltados para idosos acamados. Atuei
aindainda no âmbito nda PMJP, fui enquanto diretora técnica do Distrito Sanitário III e como
e Diretora geral da Policlínica Municipal de Mangabeira, onde contribuí npara a formação e
na construção das Equipes de Saúde da Família e do Núcleo de Apoio em Saúde da Família
(NASF).
Fui Professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Paraíba no curso de
enfermagem durante cinco anos e da Faculdade Internacional da Paraíba (FPB) durante oito
anos, onde na qual lecionei emministrei diversos cursos da área de saúde, inclusive voltados
para a saúde da pessoa idosa.
Atualmente, estou à frente da Coordenação do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD)
do município de João Pessoa(PB), desde sua implantação em 2011. No SAD, a maior
população assistida pelos profissionais de saúde, são é de os idosos. Diante disso, surgiu meu
interesse em buscar novas formas de práticas do cuidado em relação aà pessoa idosa frágil que
se encontra domiciliada, e consequentemente ajudar aos familiares e cuidadores a melhorar
suas práticas de cuidado com essa população. A partir da minha vivência com esse público
surgiu o interesse em ingressar no Mestrado Profissional em Gerontologia na UFPB.
Acredito que o Mestrado Profissional em Gerontologia (PMPG), por integrar um
espectro do saber ser uma área que estuda fenômenos fisiológicos, psicológicos, políticos e
sociais da pessoa idosa, apresentou-se como uma excelente oportunidade para ampliar meu
olhar sobre essa população e concretizar meu objetivo que foi o de construir desenvolver um
produto tecnológico que pudesse contribuir npara a qualidade de vida não só do idoso frágil,
mas também de seus familiares e cuidadores, gerenciando os cuidados e melhorando suaas
práticas do cuidado com estesem favor dos pacientes.
18

A dissertação está estruturada emnas etapas, conforme apresentadoas a seguir:


A primeira etapa apresenta a introdução do Estudo; contextualização do problema da
pesquisa; construção do objeto do estudo, questões norteadoras, justificativa e objetivos.
A segunda etapa contempla o revisão de literatura, com descrição dos seguintes itens:
Idoso Frágil e o cuidado; Atenção domiciliar nas assistência à pessoa idosa e Evidências
CientificCientíficas sobre os Cuidados ao Idoso Frágil.
A terceira parte consta o percurso metodológico com os seguintes tópicos: tipo de
estudo; etapas; local; amostra; instrumentos e análise dos dados. Já a A quarta etapa
contempla os resultados e a discussão dos dados.
E pPor fim, as considerações finais do estudo foram apresentadas, com destaqueca para o
produto tecnológico resultante dessa pesquisa – correspodendo aà construção de um curso de
capacitação para cuidadores de idosos frágeis por meio de nove vídeo-aulavideoaulas cujo teor traz
informações importantes sobre o Cuidado com idoso frágil no domicílio.
19

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, o envelhecimento faz parte da realidade da maioria das sociedades. Esse


processo ocorre de forma heterogênea em diferentes países do mundo (BRASIL, 2007). O
processo de envelhecimento pode ser entendido como um processo natural no qual a reserva
funcional do indivíduo diminui gradativamente, termo conhecido como senescência. A
senilidade retrata o processo onde o indivíduo adoece quando, em condições de sobrecarga
adoece. Portanto, o envelhecimento é marcado por mudanças que podem ou não aumentar a
fragilidade, dependendo dos hábitos de vida que o indivíduo apresenta (BRASIL, 2007).
O processo de envelhecimento não é originário de doença, e os idosos geralmente são
capazes de realizar atividades externas. Outros idosos resistiram de suporte e adaptação para a
realização das atividades, tornando-se, por vezes, dependentes de cuidados continuados
(BRASIL, 2018).
A Ffragilidade é definida como uma inevitável consequência do envelhecimento,
caracterizando, assim, uma síndrome multidimensional que aumenta a vulnerabilidade da
pessoa idosa (BORNADI, MORAES, 2017; AL SNIH S; GRAHAM, et al., 2009).
Quanto aà Incapacidade Funcional, de acordo com a Organização Mundial de Saúde
(OMS), está relacionadoa aà dificuldade que o indivíduo possui aode realizar atividades
comuns, sendo a incapacidadede modo que integra um dos fatores responsáveis pela condição
de dependência que sofre do idoso. (OMS, 2019).
A Organização Mundial da Saúde enfatiza que as redes de atenção à saúde (RAS) têm
a responsabilidade de promover ações e serviços de saúde aliados ao cuidado contínuo,
integral, de qualidade, responsável e humanizado ao idoso frágil (BRASIL, 2018).
A abordagem do idoso relacionado não deve se limitar a comportamentos ou a uma
doença ou a um grupo de doenças e agravos, mas deve focar nas autonomias, na dependência
de familiares e/ou cuidadores para atividades cotidianas (BRASIL, 2018). Idosos podem
esperar uma atuação da equipe multiprofissional, fundamental para a prestação de cuidados de
forma contínua, integral e humanizada, proporcionando, aos cuidadores e familiares,
segurança e conhecimento sobre o cuidado prestado (BRASIL, 2016 )
Diante desse contexto, surge a Atenção Domiciliar (AD), que é como uma ferramenta
importantíssima integrada porcom ações direcionadas para o cuidado destinado ao idoso
20

frágil. Essa modalidade de assistência é fundamental para a integralidade do cuidado,


caracterizada por um conjunto de ações no domicílio, centrado nas necessidades do usuário de
maneira continuada e integrada à rede assistencial do Sistema Único de Saúde – SUS
(BRASIL, 2014).
Frente àas necessidades do idoso frágil, surge a atenção domiciliar, por meio das
visitas domiciliares realizadas pelos profissioais de saúde, como uma potente ferramenta que
pode auxiliar os cuidadores e/ou familiares deste público. A visita domiciliar é uma técnica de
intervenção em saúde que possibilita a aproximação (criação de vínculo) da família e/ou
cuidador com o serviço de saúde e com o profissional de referência para que o cuidado seja
efetivo ao indivíduo que se encontra vulnerável (MELLO, et al., 2017).
Diante das necessidades do idoso frágil, o qual apresenta limitações e dependências
necessitando de maior cuidado devido àas especificidades do processo de envelhecimento,
surgem neste contexto, algumas problemáticas: a presença do cuidador qualificado para
contribuir para na melhora da qualidade de vida deste idoso; as equipes de assistência à
saúde da atenção domiciliar devem contribuir para a capacitação e treinamento do cuidador e
as Redes de Atenção à Saúde devem promover a integração de ações e serviços de saúde com
atenção contínua, de boa qualidade e humanizada.
Face à abordagem dada ao idoso restrito ao leito ou com dificuldade de locomoção,
partimos para a seguinte problemática: De que forma ocorre o cuidado domiciliar ao idoso
frágil por parte de seus familiares e/ou cuidadores?
Para responder tais questionamentos este estudo tem os seguintes objetivos:
a) Buscar as evidências científicas sobre cuidados ao idoso frágil;
b) Analisar as queixas de familiares e/ou cuidadores quanto aos cuidados com idosos frágeis;
c) Construir uma capacitação de cuidados para familiares e/ou cuidadores de idosos frágeis.

.
21

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 IDOSO FRÁGIL E O CUIDADO

O envelhecimento está se tornando uma realidade para a maioria das sociedades em


todo o mundo. As pessoas estão envelhecendo e ainda possuem todas as informações sobre a
melhor forma de manter sua saúde ou qualidade de vida (POZZOLI, CECILIO, 2017).
Nos últimos anos, devido ao aumento da expectativa de vida e ao declínio da taxa de
natalidade, o processo de envelhecimento da população mundial vem se acelerando. Esse fato
se reflete no estado de saúde, morbidade e limitações funcionais, aumento da incidência de
doenças e incapacidades e possíveis alterações nas dependências físicas, cognitivas e
emocionais, o que pode levar à necessidade de cuidados de longa duração em idosos e,
portanto, à necessidade de cuidados de enfermagem e ajuda dos pais/familiares. Nesse
sentido, idosos que alimentaram de ajuda nas atividades de vida diária quando não conseguem
tomar decisões e administrar sua própria vida Nesse sentindo, existem idosos com fragilidades
que precisarão de auxílio para realizar suas atividades de vida diárias como também de ajuda
para alimentar-se. Este público muitas vezes não consegue tomar decisões e administrar sua
própria vida. (IBGE, 2017; KLOMPSTRA, et al., 2019). Comentado [MCCdO1]: Reescrita sinalizada via Zap.

Ferreira (2015) defende que a maioria dos idosos sofre de doença cróônica ou
disfunção orgânica, mas é importante notar que esta condição não significa necessariamente
que as suas atividades, participação social ou cumprimento de papéis sociais sejam limitados.
O envelhecimento está associado à cronicidade e ao aparecimento progressivo de doenças,
apresentando grandes desafios para o cuidado, principalmente quando falamos de idosos
frágeis (FERREIRA, 2015).
O termo fragilidade tem sido utilizado por profissionais nos últimos 20 anos no
contexto do diagnóstico e tratamento das manifestações mórbidas geriátricas e, mais
especificamente, para caracterizar os idosos mais frágeis e vulneráveis. A partir da década de
1980, o termo fragilidade surgiu na literatura para se referir a indivíduos em estado de
funcionamento instável. Desde então, a bibliografia sobre o tema cresceu exponencialmente,
de algumas, no início daquela década, para centenas a cada ano (POZZOLI, CECILIO, 2017).
Originalmente, associado a incapacidades funcionais e comorbidades, hoje se sabe que
é uma entidade à parte e nem todo indivíduo frágil é incapacitado ou possui comorbidades e
vice-versa (FERREIRA, 2015).
22

A fragilidade é definida como uma consequência inevitável do envelhecimento


associada a diferentes processos de doenças crônicas não transmissíveis, caracterizando assim
uma síndrome multidimensional de maior vulnerabilidade no idoso, resultando em redução
das reservas fisiológicas e aumento do declínio funcional. Com múltiplas alterações físicas
(BORNADI, MORAES, 2017; AL SNIH S; GRAHAM, et al., 2009).
Embora ainda não haja consenso na literatura sobre esse conceito, há consenso de que
a fragilidade afeta os domínios físico, biológico, psicológico e social, levando a desequilíbrios
nas reservas homeostáticas e aumento da vulnerabilidade a estressores com muitas
consequências prejudiciais na vida dos idosos, como quedas, incapacidade e imobilidade,
hospitalização, internação e comorbidades, e até a morte (ANJOS et al., 2020).
Diante do cuidado ao idoso fragilizado, o conjunto de políticas públicas e de serviços
médicos que compõem a rede de atenção à saúde (RAS) deve promover a integração das
ações e serviços médicos em um sistema que ofereça assistência contínua, integral, de
qualidade e com responsabilidade e humanitário, em prol do Acesso, equidade e benefícios
clínicos, sanitários e econômicos. As RAS, assim como os profissionais de saúde, são
responsáveis diretas pelo alcance das metas estabelecidas na Política Nacional de Saúde do
Idoso (PNPI), cabendo-lhes a busca contínua de conhecimento para uma assistência
sistematizada e de qualidade ao idoso (BRASIL, 2018).
O PNPI é instituído pelo Ministério da Saúde por meio da Portaria n. 2.528/2006, em
consonância com a Constituição de 1988. Nesse sentido, estabelece como meta a assistência à
saúde adequada e digna do idoso brasileiro, levando em consideração o estado funcional,
entendendo que as incapacidades funcionais e as limitações físicas, cognitivas e sensoriais não
são consequências inevitáveis do processo de envelhecimento, embora reconheça que a
prevalência de incapacidade aumenta com a idade e que este fator, por si só, não prevê
incapacidade (BRASIL, 2016).
Cuidar é um conceito multifacetado e complexo que envolve múltiplas disciplinas. Ao
considerar sua singularidade, observam-se diferentes definições existentes, cada uma delas
explorando uma perspectiva diferente e complementar às demais (CHEN et al., 2017). Os
autores Zang, Clarke e Rhynas (2020) acreditam que o papel do cuidador é muito mais do que
suplanta um simplesmente observar de suas atividades diárias;, falta-lhes muitas vezes o
preparo necessário. O cuidador é, sem dúvida, fundamental para a reabilitação e satisfação das
necessidades diárias da pessoa idosa frágil, nomeadamente no que diz respeito às orientações
relativas à saúde, bem-estar, segurança, conforto, respeitando e incentivando a estimulação, a
autonomia e a independência (JONG et al., 2019).
23

No Brasil, as mudanças na estrutura familiar, devido à entrada da mulher no mercado


de trabalho e à diminuição dos filhos, levaram a um número menor de familiares que
poderiam atuar como cuidadores, levando à dependência explícita dos idosos. No entanto, é
importante ressaltar que uma das estratégias que os cuidadores/familiares podem utilizar
refere-se a outras pessoas (geralmente familiares) dando ajuda e apoio na realização das
atividades, evitando sobrecarga e estresse (TARALLO; NERI; CACHIONI, 2017).
Nos países em desenvolvimento, o cuidado dos idosos tem sido delegado a pessoas
com baixo nível de escolaridade e pouca experiência profissional. No entanto, essa realidade é
diferente no Japão, onde os cuidadores são categorizados por grau profissional. Também na
França, o cuidador possui avanço técnico e científico, esta é categorizada como profissão pelo
Ministério do Trabalho, ou seja, o cuidador é considerado da mesma importância quetão
valorizado como qualquer outra profissão e sua atuação é consideradoa de suma importância
importância para os idosos fragilizados (FIGUEIREDO, et al., 2021).
No estudo realizado por Figueiredo et al., (2021), podemos observar as dificuldades
que os cuidadores relatam ao cuidar de idosos dependentes, tais como: alterações de humor,
depressão e esgotamento. Percebe-se que a prestação por um longo período d estse cuidado ao
idoso por um longo período, sem o descanso necessário, pode levar as ações exaustivas, tanto
na assistência ao idoso, como nos demais afazeres domésticos. Estes podem repercutir
negativamente, tanto na saúde física quanto e psíquica dos cuidadores.
Nesse mesmo estudo, apesar de alguns cuidadores indicarem sentimentos negativos,
observou-se que alguns destes avaliam sua situação em relação ao cuidar de um idoso, de
forma positiva, ou seja, relataram sentimento de resiliência, por terem a necessidade de ter
paciência e de aceitar o cuidado como uma missão de vida (FIGUEIREDO, et al., 2021).
Outra questão que nos desafia no campo do cuidado em saúde é a sustentabilidade,
pois a ocorrência de várias doenças crônicas acarreta custos elevados no tratamento de
patologias, fato este que desencadeia alto impacto, especialmente em momentos de crise
econômica. Um dos pilares da estratégia para o enfrentamento das doenças crônicas é a
integração do cuidado, ou seja, tentar adequar a organização dos serviços de saúde sob as
novas necessidades dos idosos. No entanto, o serviço público deve se organizar para fornecer
todos os insumos ao idoso frágil todos os insumos, tais como medicamentos e materiais
necessários para que aconteça, de fato, oum cuidado integral e humanizado (MUNIZ et al.,
2017). Comentado [MCCdO2]: Trecho enviado por zap no dia
20fev 17h46.

2.2 ATENÇÃO DOMICILIAR NA ASSISTÊNCIA À PESSOA IDOSA


24

Nos serviços de saúde, as demandas advindas dos idosos são crescentes e complexas e
têm relação com o envelhecimento da população, exigindo atenção multiprofissional e
interdisciplinar que contemple suas necessidades de saúde. Os idosos apresentam
necessidades específicas decorrentes de características clínicas, funcionais e sociofamiliares
próprias desse grupo. Dianteadas dessas características, os modelos de atendimento a essa
população precisam ser centrados na pessoa (MUNIZ et al., 2017).
Portanto, uma das ações que os serviços de saúde podem realizar para o idoso frágil é
a atenção domiciliar (AD). É o alicerce da integralidade do cuidado, e permeia uma série de
atuações no domicílio do usuário de forma contínua e se integra à rede de atenção do SUS. As
condições clínicas mais comuns entre os usuários de cuidados domiciliares são aquelas
condições agudas ou crônicas que levam o indivíduo a perder autonomia e independência para
o autocuidado e/ou atividades diárias (BRASIL, 2016).
É importante ressaltar que o atendimento efetivo ao idoso requer serviços que
proporcionem acessibilidade e hospitalidade de forma adequada. Portanto, os profissionais de
saúde devem estar capacitados em conhecimentos, habilidades e atitudes para poder atender a
essa população de forma adequada, humanizada e holística (PICCINI et al., 2006).
Segundo Duarte e Diogo (2005), a atenção domiciliar (AD) foi originalmente
desenvolvida criada em países desenvolvidos com base na ideia de que levar os cuidados de
saúde para o domicílio representava redução de custos e ganhos de eficiência, principalmente
no atendimento ao paciente. Pacientes com doenças crônicas, portanto, são mais direcionados
para cuidados agudos quando saem do hospital.
No Brasil, a partir da década de 1990, tais serviços foram ofertados incisivamente,
principalmente por meio das empresas privadas que ofertam o cuidado domiciliar nos grandes
centros urbanos. O cuidado domiciliar realizado por meio dos serviços privados são
estimulados por seguradoras e operadoras de planos de saúde, nas quais foram identificadas
como estratégias para reduzir a demanda de pacientes internos em hospitais, transferindo,
portanto, a responsabilidade e os custos para as famílias. Já nNo setor público, por sua vez, a
atenção domiciliar também se desenvolveu ao longo dos anos, embora a oferta permaneça
aquém da demanda (FEUERWERKER; MERHY, 2018). Comentado [MCCdO3]: Excerto enviado pelo Zap em
20fev às 17h56min.
No SUS, as ações assistenciais ou domiciliares começaram no início dos anos 2000,
mas, na época, a ação se baseava-se principalmente em iniciativas hospitalares ou do setor
saúde e não incentivava e regulamentava o financiamento de sua política (BRASIL, 2013).
Apesar da inclusão, na Lei 8.080/90 de 2002, de um artigo destinado a "“regulamentar a
25

atenção domiciliar do SUS"” e em 2006 de normas destinadas a ampliar esse escopo, apenas
por meio do Art. 1º Por Decreto, a Política Nacional de Atenção Domiciliar foi estruturada
para coincidir com o lançamento do programa Better At Home. Posteriormente, a política foi
atualizada pela Portaria nº 825 de 25 de abril de 2016.
Nesse contexto, a atenção domiciliar, especialmente a partir do pressuposto da
Estratégia Saúde da Família (ESF), foi introduzida como um modelo de atenção capaz de
abordar ou reduzir os problemas de saúde dos idosos segundoem uma perspectiva holística,
ou seja, onde eles ocorrem no cenário. Suas principais relações pessoais e sociais, e onde ele
interage em maior medida com fatores que afetam sua saúde, doença e recuperação. Diante
dessas especificidades, os serviços de saúde são desafiados e permanecem despreparados para
atender às novas necessidades dessa população. A atenção domiciliar (AD) é de grande
relevância e pode ser uma estratégia bem-vinda com vistas ae ampliar o acesso à saúde do
idoso, dada a situação de saúde e o cenário em que está inserido (RAMOS et al., 2021).
A atenção domiciliar é um conjunto de ações realizadas por uma equipe
interdisciplinar no domicílio do usuário/família a partir do diagnóstico de sua realidade, de
suas potencialidades e limitações. Descreve a promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e
reabilitação para facilitar o desenvolvimento e a adaptação de suas funções para restaurar sua
independência e preservar sua autonomia (MUNIZ et al., 2017).
Conforme a Portaria Ministerial 825/2016 (p.01), a Atenção Domiciliar (AD):

é uma modalidade de atenção à saúde integrada às Rede de Atenção


à Saúde (RAS), caracterizada por um conjunto de ações de
prevenção e tratamento de doenças, reabilitação, paliação e
promoção à saúde, prestadas em domicílio, garantindo continuidade
de cuidados (BRASIL, 2016).

De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica – PNAB (2017), a Atenção


Domiciliar utiliza as visitas domiciliares para possibilitar, aos profissionais da Equipe de
Saúde Domiciliar, a compreensão de sua formação e sua inserção em determinada
comunidade. A prática de enfermagem, com esses atributos, requer uma compreensão mais
ampla dos processos saúde-doença e intervenções do que apenas procedimentos técnicos. A
ESF utiliza a visita domiciliar como importante ferramenta para a prática operacional no nível
da atenção primária à saúde, sendo sua abordagem fundamental para o acompanhamento dos
usuários do SUS e facilitação do cuidado domiciliar aos usuários impossibilitados de se
locomover.
26

Durante as visitas domiciliares, é importante desenvolver instrução, educação,


levantamento de possíveis soluções de saúde, e fornecer subsídios educacionais para que os
receptores possam se tornar independentes. Também pode servir de orientação o fato de se
Oobservar a realidade do paciente em casa, seus antecedentes familiares, as estruturas físicas
e os materiais ou relações intrafamiliares também podem servir de orientação (SILVA;
VIANA, 2019).
A atenção domiciliar também pode organizar os serviços de saúde e ajudar a manter a
autonomia daqueles que dependem de cuidados de longa duração. Atualmente, no Brasil,
desde agosto de 2011, a Atenção Domiciliar integra a Rede de Urgências e Emergências
(RUE), intitulada Programa Melhor em Casa, atualmente regulamentada pela Portaria
GM/MS nº 825 de 25 de abril de 2016. em Dentre as modalidades citadas, a assistência
domiciliar é considerada "“[…] uma forma de atenção à saúde integrada à rede de atenção à
saúde (RAS) que prevê medidas preventivas, tratamento de doenças, reabilitação, cuidados
paliativos e promoção da saúde no domicílio"” (BRASIL, 2016).
A atenção domiciliar é uma alternativa próspera à hospitalização no Brasil devido às
mudanças sociais e econômicas ocorridas no país, principalmente a partir de 1950. Essas
mudanças levaram a uma série de mudanças no perfil epidemiológico de sua população,
conforme mencionado anteriormente, com foco no aumento da população idosa e, portanto,
no aumento do número de idosos em atendimento domiciliar (SILVA; VIANA, 2019).
Os cuidados domiciliáarioes incluem práticas de cuidados de saúde que substituem ou
complementam as práticas de cuidados de saúde existentes e caracterizam-se pela oferta de
um conjunto de ações de promoção da saúde, prevenção e tratamento de doenças e
reabilitação no domicílio e garantem a continuidade dos cuidados de saúde integrados nos
cuidados de saúde rede (ANJOS et al., 2020). Comentado [MCCdO4]: É assim mesmo?

O Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) faz parte do Programa Melhor em Casa


do Ministério da Saúde e é regido pela Portaria nº 825/2016. É constituído por uma Equipae
Multidisciplinar de Cuidados Domiciliários (EMAD) e uma Equipae Multidisciplinar de
Apoio (EMAP). O plano divide a atenção domiciliar em três níveis: Atenção Domiciliar Tipo
1 (AD1) para pacientes com condições crônicas de baixa complexidade, onde profissionais da
Estratégia de Saúde Domiciliar e equipe multidisciplinar da ESF devem atendê-los
mensalmente; Atenção Domiciliar Tipo 2 (AD1) AD2 ) para pacientes com complexidade
moderada que necessitam de acompanhamento mais frequente para TAS; e Categoria 3 Home
Care (AD3) para pacientes com necessidades complexas que estão em uso de algum
dispositivo (oxigenoterapia) e recebem assistência mais intensiva com TAS (BRASIL, 2016).
27

Como critérios de entrada no SAD, os usuários do SUS devem estar acamados,


necessitar de assistência no mínimo uma vez por semana e ter cuidador responsável. O
programa considera, como cuidador, a pessoa, com ou sem vínculo familiar com o usuário,
capaz de auxiliá-lo em suas necessidades e atividades de vida diária, devendo estar presente
nos serviços domésticos de acordo com a capacidade funcional e quadro clínico (BRASIL,
2016).
As visitas domiciliares realizadas pelo SAD têm como objetivo avaliar o grau de
dependência do paciente e a capacidade da equipe de enfermagem para prestar os cuidados
necessários, as condições iniciais para admissão no programa e a tarefa de acompanhar os
dependentes de cuidados prolongados até a alta do programa por cura, hospitalização ou
morte (BRASIL, 2016).
O SAD, no Municiípio de João Pessoa, é um órgão público que está ligado àa
Secretaria de Saúde e ao Ministério da sSaúde; foi , inaugurado nas moldes do Programa
Melhor em Casa em 12 Novembro de 2012, onde cujo principal objetivo é a realização de
desospitalização dos usuários do SUS para seus domicílios. A Assistência ofertada por este
serviço visa contribuir para a diminuição do tempo de permanência dos usuários nos hospitais
e nas unidades de pronto atendimento. O usuário do SUS recebe alta do ambiente hospitalar,
estando desde que esteja em estabilidade clínica, sendo ofertado pela equipe do SAD toda a
assistência, garatindo a continuidade dos cuidados em casa. Atualmente, a Equipe SAD -–
João Pessoa é composta por 7 EMADs ( cada equipe apresenta: médico, enfermeiro,
fisioterapeuta e técnico de enfermagem) e 3 EMAPs (fonoauddioólóogo, assistente social,
nutricionista, psicológo e farmacêutico) atendendo a uma média mensal de 300 pacientes,
onde dos quais, em média, 60% são idosos frágeis. Neste sentido, quando a equipe SAD-JP
realiza a admissão do usuário no domicílio, é fundamental a presença de um cuidador para
que este assine um termo de responabilidade e compromisso, garatindo que aceita as
intervenções da equipe em relação aos cuidados com o usuário e sua co-rresponsabilidade
com a continuidade do cuidado no domíclio (PMJP, 2021).
Carmo (2014) diz que quem cuida do idoso normalmente é um familiar, vizinho,
amigo ou mesmo um cuidador informal contratado pela família para cuidar do idosofazê-lo.
Nesse sentido, esteo cuidador do idoso deve estar preparado e sintonizado com as orientações
recebidas pelas equipes multiprofissionais, deve ter habilidade, apoio emocional, paciência e,
principalmente, paixão pelo que faz para prestar um cuidado adequado. Ainda, o autor afirma
que, para cada paciente acamado em casa, a equipe multidisciplinar tanto da atenção básica
quanto da atenção domiciliar deve elaborar um plano de cuidados para o idoso acamado, deve
28

também levar em consideração todas as orientações e desenvolver habilidades doe cuidador


para assumir a assistência complexa necessária nos cuidados diários (CARMO, 2014).
O cuidador desses idosos assume, muitas vezes, responsabilidades no domicílio em
que seriam realizados pela equipe de saúde, uma vez que os mesmos seus pacientes são
dependentes de cuidado a longo prazo, pós alta hospitalar. Portanto, a atenção domiciliar
como modelo assistencial proporciona que o cuidado seja realizado em espaço conhecido,
com significado afetivo para o idoso e que, minimamente, preserve a autonomia deleo
mesmo. Dessa forma, é necessário que a pessoa idosa esteja sendo cuidada de forma correta e
de maneira integral (LACERDA, 2010).
Alguns estudos têm documentado o valor da equipe multidisciplinar, que auxilia o
idoso, a compreender a síndrome da fragilidade e suas consequências negativas. Apontando o
significado e a importância dos gestores e profissionais de saúde em repensar o modelo de
atenção ao idoso no contexto da fragilidade (PINTO JÚNIOR et al, 2015; JESUS et al, 2017;
LOURENÇO et al, 2018; LINK; CROSSETTI, 2011).

2.3 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SOBRE OS CUIDADOS AO IDOSO FRÁGIL

Inicialmente, a pesquisa foi construída e estruturada diante da prática profissional da


autora relacionando com a temática abordada. Após a pergunta norteadora, foi desenhado o
estudo, sendo este cadastrado na plataforma do Prospective Register of Systematic Reviews
(PROSPERO). Em seguida, foi realizada uma estratégia de busca das evidências científicas e
estruturadas na plataforma Endnote.
A revisão sistemática foi intitulada em: Perfil do cuidador e as dificuldades na
assistência domiciliar ao idoso frágil. As perguntas que nortearam a realização da pesquisa
foram: Qual o perfil do cuidador de idosos em domicílio e quais as dificuldades e ferramentas
de cuidado na assistência são imprescindíveis ao idoso no domicílio?
Foi utilizadoa uma estratégia de busca e construído na plataforma do Endnote para a
seleção dos artigos, onde se realizou-se a busca na literatura científica nacional e
internacional, em seguida, foram feitaos a remoção de artigos duplicados, a seleção dos
estudos, e, por fim, a extração e sumarização dos dados.
Diante dessas diretrizes e do banco de dados do Endnote, foram realizadoas as leituras
dos resumos dos 212 artigos que se encontravam na referida plataforma, e de acordo com a
pergunta norteadora e os elementos do PECOS. Foram analisadas as publicaçãoões dos
artigos entre o período de 2017 a 2021, versão em português, inglês e espanhol. Após a
29

leitura de todos os artigos que se encontravam no Endnote, foram selecionados 16 artigos para
a construção da revisão sistemática referente ao perfil do cuidador e as dificuldades na
assistência domiciliar ao idoso frágil.
Para a seleção dos Artigos, foiram utilizados alguns critérios: a identificação da
temática levando em conta os descritores,; em seguida, foi feita uma triagem, utilizando
critérios de elegibilidade e, por fim, foram incluídos artigos originais que hfavziam referência
com aà temática abordada e, em sequência, selecionados os estudos. Em seguida, foi
construído um quadro baseado nos 16 artigos selecionados para o estudo, exposto a seguir:

Quadro 1. Síntese dos artigos incluídos. João Pessoa, PB, Brasil, 2022

Autoria Título/ Base


Nº Desenho Metodológico Principais Resultados
Ano/País CientificCientífica

01 Dementia awareness, As experiências de Emergiram cinco temas:


beliefs and barriers among cuidadores familiares de conhecimento e
family caregivers in pessoas com demência no conscientização; estigma;
Pakistan/ CINAHL Paquistão foram importância da religião e
exploradas por meio de dever de cuidar; utilização
entrevistas de creches e ajuda
semiestruturadas. Os domiciliar; e barreiras. O
cuidadores entrevistados dever religioso de cuidar da
tinham entre 35 e 80 anos família influenciou as
Balouch, S. et al.
(14 mulheres). A maioria decisões de cuidar. Os
2021/ Paquistão
dos cuidadores no estudo cuidadores também queriam
eram instruídos e atividades extracurriculares
abastados para pessoas com demência,
grupos de apoio para
cuidadores e melhor
treinamento para a equipe
de saúde.

02 The effectiveness of a Foi aplicado um Protocolo Avaliar a viabilidade de


nurse-led intervention to de estudo para os uma intervenção estruturada
support family caregivers in cuidadores um estudo de suporte liderada por
Becqué, Y. N. et al., end-of-life care: Study controlado randomizado enfermeiros e seus efeitos
2020/ Holanda protocol for a cluster em cluster. em cuidadores familiares
randomized controlled trial/ em cuidados de fim de vida
Pubmed em casa.
03 Experiences of being a O estudo tem um desenho Os serviços de atenção
family member to an older descritivo qualitativo. De domiciliar consideraram as
Bendixen B. E. et al.
person with diabetes maio a agosto de 2015, habilidades de
2018/ Malden,
receiving home care foram entrevistados oito autogerenciamento dos
Massachusetts
services/ CINAHL familiares. As entrevistas pacientes e o conhecimento
foram analisadas por meio dos familiares sobre o
30

da análise de conteúdo diabetes como aspectos-


qualitativa. chave para limitar as
experiências de sobrecarga
quando o idoso com
diabetes apresenta
deterioração da saúde. Os
resultados ressaltam que a
interação com o pessoal de
atendimento domiciliar
especializado no controle
do diabetes ajuda os
membros da família a se
sentirem seguros.
04 Cuidado domiciliar a idosos Pesquisa realizada com o Obteve-se que o idoso
dependentes de cuidadores método da grounded dependente com
familiares com sobrecarga e theory, da qual necessidades de cuidados
desconforto emocional/ participaram nove no domicílio estimulou
Lilacs cuidadores, considerando- movimento na família, pelo
se a saturação teórica. Os qual um familiar tornou-se
dados foram coletados em cuidador. Com a vivência
visita domiciliar por desse papel, desenvolveu
entrevista aberta e sobrecarga, desgaste
analisados pelos processos emocional, repercutindo na
Couto, Caldas,
de codificação, aberta, qualidade de vida,
Castro,
axial e seletiva. demandando atenção, apoio
2019/ Brasil
e capacitação. Produziu
saberes e experiências de
cuidado ao persistir no
desempenho do papel.
Conclusões: Cuidadores
familiares necessitam de
recursos assistenciais do
sistema de saúde, suporte
emocional e aprendizagem
de processos.
05 Informal and formal care Uma abordagem de O resultado do estudo foi
preferences and expected métodos mistos será usada explorar as preferências por
willingness of providing para explorar as serviços de cuidados
elderly care in Germany: preferências de cuidados e informais e formais na
protocol for a mixed- a disposição esperada de população geral alemã, bem
methods study/ prestar cuidados aos como a disposição esperada
Web of Science idosos na população geral de prestar cuidados a
alemã. Uma revisão idosos.
Jong, et al.
sistemática da literatura
2019/ Alemanha
será realizada para
fornecer uma visão geral
da literatura acadêmica
atual sobre o tema. Serão
realizadas entrevistas
qualitativas com
cuidadores informais,
consultores de cuidados e
31

pessoas sem experiência


prévia de cuidado.
06 Minimizing Social Isolation Implantação de um projeto Resultou na construção de
in Low-income IDI/mCARE comoposto um Programa de
Communities: Practice, and de cinco fases para capacitação para cuidadores
Implementation Strategies solucionar problemas de de idosos que lida com
for Dementia Care/ tratamento de demência vários aspectos dos
Proquest programas de demência,
implementação de
intervenção e promoção
política. As cinco fases do
de Mol Van Otterloo, projeto IDI/mCARE são as
Nils 2019/ Califórnia seguintes: 1) financiamento,
2) capacitação, 3)
Implementação do currículo
““Train the Trainers””,
programa de
conscientização sobre
demência e necessidades
avaliação, 4)
implementação do cuidado
e 5) medições de resultados.
07 A Faith-based Program to Criação de um programa O objetivo deste projeto é
Promote Soul Care for baseado na fé para criar uma oficina para
Family Caregivers of Older promover o cuidado da cuidadores familiares
Favela, Adults/ Proquest alma para cuidadores informais de idosos que
2018/ Califórnia familiares de idosos forneça ferramentas práticas
para manter o cuidado da
alma enquanto "“amar o
próximo"”.
08 Caring for Our Aging in Criação de um programa Os idosos com problemas
Place Seniors Will Lose Out para cuidadores, atarvés da crônicos de saúde
because of U.S. contratação de cuidadores geralmente precisam da
Immigration Policies domiciliares (diretos) para ajuda de outras pessoas para
Women/ Pubmed. ajudar seus entes queridos desfrutar de uma vida
pode ser uma solução saudável, ativa e
eficaz para facilitar suas independente. Eles se
responsabilidades de voltam principalmente para
cuidado. os familiares,
principalmente mulheres e
Golant, S. M geralmente suas filhas,
2019/ Estados Unidos noras ou esposas. Mas
cuidar de idosos frágeis
tornou-se mais exigente e
complexo, e esses membros
da família muitas vezes se
sentem física e
emocionalmente
sobrecarregados e
esgotados. A contratação de
cuidadores domiciliares
(diretos) para ajudar seus
32

entes queridos pode ser uma


solução eficaz para facilitar
suas responsabilidades de
cuidado

09 Self-Organizing Teams in Implementação de equipes Os cuidados de saúde e


Elderly Care in Finland: auto-organizadas em três sociais para idosos na
Experiences and organizações finlandesas Finlândia são cada vez mais
Opportunities/ Pubmed de saúde pública e prestados nas casas das
assistência social pessoas, levando a um
Jantunen, S. et al., grande número de casos de
2020/ Finlandia pacientes de alta
dependência para
prestadores de cuidados
domiciliários, cujas
condições de trabalho se
deterioraram.
10 Bathing frail seniors at Oito trabalhadores de A exposição à flexão severa
home: Home care providers' apoio pessoal do tronco e altas cargas nas
approaches/ Pubmed comunitários (auxiliares costas induzidas pela
de atendimento domiciliar) postura foi maior durante as
auxiliaram um idoso frágil transferências para dentro e
(ator) a tomar banho em para fora da banheira. Em
um banheiro simulado em particular, levantar as
King, E. C. et al., casa. As gravações em pernas sobre a borda da
2020/ Canadá vídeo da atividade foram banheira, ajudar o cliente a
codificadas de acordo com se deslocar pelo banco de
as posturas dos transferência do banho e
profissionais e para cuidar das pernas e dos pés
caracterizar as técnicas de envolvia o prestador de
atendimento. cuidados passar um tempo
substancial em posturas
altamente flexionadas.
33

11 Variation in the health um estudo de coorte A prevalência de fragilidade


outcomes associated with retrospectivo usando variou pouco por sexo
frailty among home care bancos de dados clínicos e (19,3% mulheres, 19,9%
clients: relevance of administrativos de saúde homens), apesar das
caregiver distress and client de base populacional diferenças significativas
sex/ BMC vinculados para todos os entre os sexos nas
clientes de cuidados características
domiciliares de longa sociodemográficas e de
permanência ( (n = saúde dos clientes. Em
Maxwell, C. J. et al. 234.552) com mais de 66 ambos os sexos, a
2018/ Canadá anos avaliados durante fragilidade foi
abril de 2010–2013 em significativamente
Ontário, Canadá. associada a todos os
desfechos, particularmente
a colocação de NH (RR =
3,84, IC 95% 3,75–3,93) e
morte (RR = 2,32, IC 95%
2,27–2,37), embora as
razões de risco fossem
maiores para as mulheres
12 Effects of home-based Este estudo transversal O estudo revelou que a
long-term care services on incluiu uma amostra assistência de enfermagem
caregiver health according aleatória simples de domiciliar esteve
to age/ Pubmed beneficiários de cuidados significativamente
e seus cuidadores. Os associada à saúde dos
beneficiários de cuidados cuidadores com 65 anos ou
usaram serviços LTC no mais; entretanto, cuidadores
Chen, M. C. et al. âmbito do Ten-Year Long- com menos de 65 anos que
2017/ China Term Care Project utilizaram cuidados
(TLTCP) em Taiwan. Os domiciliares de
dados foram coletados por enfermagem, reabilitação
meio de questionários ou cuidados temporários
autoaplicáveis no período apresentaram pior saúde do
de setembro de 2012 a que aqueles que não
janeiro de 2013. utilizaram esses serviços.
34

13 Entre Estado, sociedade e estudo transversal A maioria dos cuidadores


família: o cuidado de descritivo, com 45 eram mulheres (95%) que
mulheres cuidadoras/ Scielo cuidadores de idosos realizavam atendimento
acompanhados por domiciliar em diversos
Serviços de Atenção locais e incorporavam
Domiciliar. Os dados equipamentos hospitalares
foram coletados por meio ao cotidiano. São
de um roteiro cuidadores há quatro anos e
Souza, I. D. Pereira, J. estruturado. A discussão meio, trabalhando em média
A. Silva, M. S. foi elaborada à luz dos 18 horas por
2018/ Brasil trabalhos "“ Cuidado e dia; apresentavam idade
cuidadoras: as várias média de 55 anos; 82%
faces do trabalho do estavam doentes e 43% não
'cuidado'"” e "“ Gênero e tinham renda.
trabalho na França e no
Brasil"” (Gênero e
trabalho na França e no
Brasil).

14 A thematic analysis of baseado em dados a maioria dos chineses mais


Chinese people with qualitativos coletados de velhos e frágeis foi cuidada
dementia and family 24 pessoas com demência em casa por suas
caregivers' experiences of e cuidadores familiares famílias. Estudos anteriores
home care in China/ recrutados em um centro argumentaram que ser
Pubmed de saúde mental na cuidado em casa contribui
província de Shandong, na positivamente para o bem-
China. Foram encontrados estar e qualidade de vida
Zang, X. Clarke, C. L. três temas principais e dos idosos e para o custo
Rhynas, S. J. nove subtemas: o cuidado econômico. No entanto,
2018/ China domiciliar pode criar uma devido às mudanças
sensação de isolamento socioculturais, econômicas
social; o cuidado e demográficas na China, os
domiciliar é um idosos e seus cuidadores
fardo; atendimento familiares enfrentam muitos
domiciliar versus desafios à medida que
atendimento institucional. 'envelhecem' em casa.

15 The Lived Experience of Estudo examinou as Os participantes


Male Caregivers to Aging experiências vividas por descreveram experiências
Family Members/ ProQuest cuidadores masculinos de relacionados a temas como
familiares idosos. Dez experiência inicial de
os participantes foram estresse, definição pessoal
entrevistados por meio de do termo (estresse), vida
Green, H. I. 2020/ 10 perguntas abertas. colocada
Califórnia em espera, mudança de foco
devido ao cuidado,
sentimentos de egoísmo,
sensação de opressão,
relacionamentos com os
outros, tempo e cuidados no
futuro
35

16 The Perceptions of Video Uma amostra de 9 Os resultados do estudo


Surveillance and Its cuidadores domiciliares de ajudam a destacar
Influence on Cargiver idosos foi recrutada do estratégias de intervenção
Stress in the Home Care United Jewish Council of eficazes com base nos
Setting/ Scholarworks the East Side Home estressores específicos e
Asuncion Neri- Attendant Service Corp. apaziguadores de estresse
Candelaria identificados, servindo para
2017/ Nova York reduzir o potencial de abuso
e negligência de idosos no
ambiente de atendimento
domiciliar.

Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

Os artigos deste estudo foram categorizados em 3 eixos: o perfil do cuidador, as


ferramentas utilizadas pelo cuidador e as dificuldades associadas ao cuidado. Em relação ao
perfil demográfico do idoso cuidador dos estudos, os pesquisadores observam que a maioria
dos cuidadores são mulheres. Mesmo com o acréscimo das mulheres ao mercado de trabalho,
elas ainda têm a responsabilidade primária de cuidar dos idosos dependentes.
Tradicionalmente, as mulheres sempre foram responsáveis por cuidar da casa ou dos filhos,
ou mesmo de familiares doentes (JANTUNEN et al., 2020; KING, et al., 2020; MAXWELL
et al., 2018; CHEN et al., 2017).
No contexto dos desafios enfrentados pelos cuidadores, a maioria dos artigos
analisados mencionou vários desafios que podem surgir na experiência dos cuidadores
domiciliares de idosos. As principais causas de dificuldade são: a responsabilidade constante e
de longo prazo, juntamente com tarefas que exigem esforço físico, acompanhadas de outras
tarefas domésticas, isso causa uma sobrecarga. Outro obstáculo para o cuidador é a falta de
estrutura física no domicílio que facilite a locomoção do idoso com necessidades especiais,
isso pode trazer prejuízos para o idoso e para o cuidador (SOUZA; PEREIRA; SILVA, 2018;
ZANG; CLARKE; RHYNAS, 2018; GREEN, 2020).
Quanto aos recursos disponíveis para o cuidador, existem estratégias eficazes que
podem ser empregadas para atender às necessidades primárias do cuidador e do idoso, isso
permitirá que ambas as partes participem mais plenamente do cuidado, o que, por sua vez,
promoverá a compreensão doa doença e dos cuidados necessários a mitigar seus efeitos
(BALOUCH et al., 2021; BECQUÉ et al., 2020; BENDIXEN et al., 2018; COUTO,
CALDAS, CASTRO, 2019)
36

3.PERCURSO METODOLÓGICO

3.1 Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo metodológico de caráter quantitativo e qualitativo, com três


etapas: a primeira etapa envolveu uma revisão sistemática do objeto de estudo. A segunda
etapa envolveu uma pesquisa de campo que utilizou um questionário semiestruturado para ser
aplicado aos profissionais de saúde do Serviço de Atenção Domiciliar e aos cuidadores de
idosos fragilizados. Na terceira etapa, foi produzidoa uma capacitação em forma de vídeos
educativos (totalizando nove vídeos) para os cuidadores/familiares sobre o cuidado ao idoso
frágil no domicílio.

3.2 Etapas do Estudo

3.2.1 Etapa 1 – Revisão Sistemática

A revisão sistemática é uma metodologia vantajosa na área da saúde, pois permite a


identificação das evidências mais efetivas e sua síntese, contribui significativamente para a
identificação das evidências mais precisas cientificamente e sua incorporação nas práticas
assistenciais dos profissionais dos serviços, ensinando , gestão e formulação de políticas de
saúde (DE-LA-TORRE-GUANILO, TAKAHASHI, BERTOLOZZI, 2014).
Foi realizada uma revisão sistemática intitulada ““Perfil do Cuidador e as
Dificuldades na Assistência Domiciliar ao Idoso Frágil””, que seguiu as diretrizes
metodológicas do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and MetaAnalyses
(PRISMA) (MOHER et al., 2021).
Esta revisão percorreu as seguintes fases: (1) elaboração da pergunta norteadora,; (2)
busca na literatura científica nacional e internacional,; (3) remoção de artigos duplicados,; (4)
seleção dos estudos,; (5) extração e sumarização dos dados,; (6) avaliação do risco de viés e
(7) relatório de resultados.
Um protocolo de estudo foi elaborado e registrado no
Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO, Centro de Revisões e
Disseminação, Universidade de York; e o Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde), sob o
número 276263. A fim de orientar a formulação da questão da pesquisa, convencionou-se
estruturá-la segundo os componentes do acrônimo PECOS (BRASIL, 2014), onde cada letra
37

representa um componente em questão: P (população): Cuidador; E (exposição): ação e


prática do cuidado; C (controle): não ação e não prática; O (Resultados): sobrecarga de
trabalho, estresse emocional, ansiedade, entre outros; S (Desenho do Estudo): observacionais
analíticos, prospectivos, transversais e de coorte, estudos qualitativos, quantitativos,
descritivos e longitudinais ou caso-controle. Conforme pode ser visualizado na tabela 2:
38

Tabela 1- Componentes da pergunta de pesquisa, seguindo-se o anagrama PECOS.

DESCRIÇÃO ABREVIAÇÃO COMPONENTES DA


PERGUNTA
Participantes P cuidador
Exposição E ação e prática do cuidado
Controle C não ação e não prática
Resultados O Sobrecarga de trabalho,
estresse emocional,
ansiedade, entre outros
Desenho do estudo S Observacionais analíticos
prospectivos, transversais e
de coorte, estudos
qualitativos, quantitativos,
descritivos e longitudinais
ou caso-controle
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

Formulou-se, assim, a seguinte questão norteadora: ““Qual o perfil do cuidador de


idosos em domicílio e quais as dificuldades e ferramentas de cuidado são imprescindíveis na
assistência ao idoso no domicílio?
Os critérios de inclusão consistiram de evideências científicas de artigos originais que
abordaram o perfil do cuidador de idosos em domicílio, suas dificuldades na assistência e as
ferramentas de cuidado. Foram excluídos artigos que não estão relacionados com os
cuidadores no âmbito domiciliar.
Foi organizada uma estratégia de busca, onde forami utilizados os seguintes
descritores indexados nos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS): Cuidador familiar
(family caregivers); Cuidadores (caregivers); idoso (aged/ elderly), idoso fragilizado (frail
elderly); assistência domiciliar (home nursing); pacientes domiciliares (homebound persons);
cuidado domiciliar (home care services) e com os booleanos AND e OR.
Baseado no banco de dados da Plataforma do Endnote, foram realizadoas as leituras
dos 212 artigos que se encontravam na referida plataforma. Após a leitura de todos os artigos
que se encontravam no Endnote, foram selecionados 16 artigos para a construção da revisão
sistemática referente ao perfil do cuidador e as dificuldades na assistência domiciliar ao
idoso frágil. Podemos observar, a seguir, na Figura 1, as bases de dados e o quantitativo de
artigos selecionados.
39

Figura 1- Seleção dos Artigos

Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

A busca na literatura foi realizada por dois pesquisadores independentes, considerando


os artigos com corte temporal de 2017 a 2021, nos idiomas português, inglês e espanhol, nas
bases de dados (MEDLINE/PubMed), (Scopus), Web of Science, (CINAHL), Literatura
Latino-Americana e do Caribe (LILACS), (ProQuest), utilizando-se o gerenciamento de
dados do Endnote, conforme elencados no fluxograma a seguir:
40

Figura 2: Seleção dos Artigos mediante à Base de Dados

Fonte: dados da pesquisa, 2022

Os artigos selecionados foram lidos na íntegra e categorizados nos seguintes aspectos:


a) autor; b) tipo de estudo e ano de publicação; c) país; d) características dos participantes
(tamanho amostral, sexo e idade); e) dificuldades na assistência; f) ferramentas de cuidado.
Os artigos selecionados pelos revisores independentes tiveram suas informações cruzadas e
apresentadas a um terceiro revisor, e qualquer discordância foi discutida entre eles.

3.2.2 Etapa 2 – Pesquisa de campo

Refere-se a uma pesquisa de campo com abordagem mista, que foi realizada no
Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) e no domicílio dos familiares e/ou cuidadores
assistidos pelo SAD, localizado no município de João Pessoa – PB. Esse local foi escolhido
para a realização do estudo por ser serviço de referência à assistência domiciliar ao idoso
frágil. Sendo assim, a referida instituição recebe um número expressivo de idosos com
necessidades de assistência domiciliar referenciados pelas unidades de saúde da família
41

(USF), unidade básica de saúde (UBS), Policlínicas públicas, unidades de pronto atendimento
(UPAS) e hospitais do município.
A coleta dos dados foi realizada de forma presencial nos meses de agosto a dezembro
de 2021, utilizando todo protocolo de distanciamento social recomendado pela Secretaria de
Saúde da Prefeitura Municipal de João Pessoa em respeito ao momento pandêmico da
COVID-19. Para tanto, foi utilizado um questionário semiestruturado, onde o mesmoque foi
aplicado de forma individual, utilizando o instrumento elaborado pela pesquisadora.
Assim, a partir da autorização dos gestores da Secretaria Municipal de Saúde de João
Pessoa e do Serviço de Atenção Domiciliar- SAD, a pesquisadora entrou em contato com
cada profissional do SAD, explicando os objetivos e procedimentos da pesquisa e solicitando
a colaboração para agendamento da aplicação do questionário semiestruturado (APÊNDICE
B). Quanto aos profissionais de saúde, buscou-se identificar quais as melhores estratégias com
base nos seus conhecimentos para abordar o cuidado em saúde junto aos familiares e/ou
cuidadores de idosos frágeis. No segundo momento, foi aplicado o questionário
semiestruturado com os familiares e/ou cuidadores para identificar as principais queixas
quanto ao cuidado e manejo do idoso frágil (APÊNDICE C).
A pesquisadora responsável esclareceu quanto aos objetivos e procedimentos do
estudo aos candidatos participantes da pesquisa, informando-lhes que seria aplicado um
questionário semiestruturado de forma individual e com duração de 20 a 30 minutos, bem
como a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)..
Desta forma, a partir do consentimento do voluntário recebido antes da aplicação do
questionário com a devida assinatura (TCLE – Apêndice A), os instrumentos foram
apresentados (apresentação do instrumento, apêndice B ou C) antes de serem aplicados ao
participante, respeitando os possíveis obstáculos e, para não causar cansaço ou fadiga,
considerou-se a distribuição uniforme dos itens contidos no instrumento, sendo-lhe facultado
o desejo de retirar-se da pesquisa em qualquer momento, sem qualquer
explicação/justificativa.
Por fim, as informações coletadas por meio do questionário tanto com os profissionais
quanto com os familiares e/ou cuidadores seguiram para a análise dos dados.

3.2.3 Etapa 3 – Construção do Produto Tecnológico (Vídeoaulas)

Nesta fase, o recurso digital foi construído para atingir o objetivo pretendido,
utilizando hipertextos, imagens, vídeos, sons, animações, ambientes virtuais, entre outros
42

recursos. Os procedimentos para capacitação foram delineados por meio de pesquisa e análise
de dados de inquéritos junto a profissionais de saúde, cuidadores e/ou familiares (Apêndice B
e C).
Entende-se que a base para construir uma capacitação para cuidadores e/ou familiares
de idosos frágeis é ocorre por meio de uma boa comunicação. A comunicação é um processo
transformador que envolve a compreensão, a troca de mensagens, e as próprias mensagens e o
método de troca afetam o comportamento dos envolvidos a curto, médio e longo prazo. A
comunicação pode ocorrer em nas formas verbais e não verbais. A comunicação verbal é a
linguagem falada e escrita, assim como a comunicação não verbal, que se expressa por meio
de postura, gestos, expressão facial, tom de voz, afeto e contato visual (CORIOLANO-
MARINUS et al., 2014).
Segundo os autores supracitados, a comunicação em saúde está centrada em pesquisas
e métodos para informar e influenciar decisões individuais e coletivas que beneficiem a saúde.
A eficácia dos programas de educação em saúde depende da correta divulgação da mensagem
e do, seu embasamento científico, devendo estar associada à credibilidade da fonte e à
utilização de métodos familiares para atingir o público-alvo. A comunicação em saúde tornou-
se um meio de promoção da saúde, pois possui a capacidade de aumentar o conhecimento e a
conscientização sobre questões, preocupações e soluções de saúde; influenciar percepções,
crenças, atitudes e normas sociais; demonstrar habilidades; demonstrar os benefícios da
mudança de comportamento; reforçar conhecimentos, atitudes e mudanças de
comportamento; refutar equívocos e defender preocupações de saúde ou populações
(CORIOLANO-MARINUS et al., 2014).
A comunicação pode ser veiculada por meio de mensagens escritas, seja na forma de
material impresso ou recursos audiovisuais, seja por outros meios: comunicação de massa
(TV, rádio, revistas, jornais, vídeos, internet),; comunicação relacionada à cultura popular
(bonecos, canções, contadores de histórias) e por meio de relacionamentos interpessoais
(CORIOLANO-MARINUS; et al., 2014).
Após a pesquisa, verificou-se que o meio de comunicação (instrumento) mais eficaz
relatado na opinião dos cuidadores e/ou familiares dos idosos frágeis para orientações
específicas sobre o ato de cuidar foi o WhatsApp, vídeo e as palestras de forma presencial.
Neste sentido, demos início aà construção de um programa de educação permanente por meio
de vídeo educativo relacionado aos cuidados ao idoso frágil no domicílio.
43

Os vídeos educativos (videoaulas) foram construídos editados com base nos resultados
do estudo sistemático e da pesquisa de campo feita com 30 cuidadores de idosos acamados do
SAD e 30 profissionais da saúde que nele atuam no SAD.
Para a elaboração dos vídeos, foram seguiu-sedas as recomendações de Kindem e
Musburger (2005), que sugerem as fases de pré-produção – construção da sinopse, argumento,
roteiro e storyboard, produção – construção edição dos vídeos e pós-produção – edição das
videoaulas .
O programa de educação permanente (capacitação) para os cuidadores e/ou familiares
se dará a partir de vídeos educativos de acordo com as temáticas em que elesos mesmos
apresentem maiores dificuldades no ato de cuidar, com duração da capacitação prevista para
um período de dois (2) meses. Cada semana será abordada uma temática específica para um
grupo de whatasap (de cuidadores/familiares) por meio de uma videoaula, o qual, após assisti-
los, poderão tirar eventuais dúvidas com os profissionais do Serviço de Atenção Domiciliar.
As principais temáticas a serem abordadas, são:

Informações e orientações sobre:


1.Administração de medicamentos;
2. Posicionamentos e mobilizações no leito;
3. Orientações como prevenir lesões de pele ocasionadas pela permanência do idoso no leito;
4. Higienização e cuidados com o corpo;
5. Alimentação oral, dietas especiais e uso de sondas;
6. Cuidados com o traqueóstomo;
7. Relações sociais do idoso frágil;
8. Saúde mental do idoso frágil e do cuidador: autocuidado.
Um protótipo foi criado pela autora usando o Microsoft Office PowerPoint 2007 em
seu próprio computador. O desenvolvimento do conteúdo ocorreu em 9 telas que possuíam as
seguintes estruturas: boas-vindas,; objetivo do vídeo,; informações sobre o vídeo,; tema
abordado (importância do tema e informações úteis) e referências.
Após finalizada a análise do protótipo, acima descrito, a versão final das videoaulas foi
criada em Adobe Flash Player 10®, por um profissional da área de tecnologia com supervisão
do autor.
44

3.3 Local da Pesquisa

A pesquisa foi realizada no Serviço de Atenção Domiciliar (SAD-JP) e no domicílio


dos familiares e/ou cuidadores assistidos pelo SAD, localizado no município de João Pessoa –
PB. Esse local foi escolhido para a realização do estudo por que os serem serviços prestados
são de referência à assistência domiciliar ao idoso frágil. Sendo assim, a referida instituição
recebe um número expressivo de pacientes referenciados pelas unidades de saúde da família
(USF), unidade básica de saúde (UBS), Policlínicas Municipais e unidades de pronto
atendimento (UPAS) e hospitais do município para um olhar integral desta população com
idade igual ou superior a 60 anos onde existem idosos domiciliados.

3.4 População e Amostra

O Serviço de Atenção Domiciliar é compoto por 76 profissionais de diversas


categorias. A amostra do estudo foi de trinta (30) profissionais de saúde de todos os núcleos
de atuação (dentre eles: quatro médicos,; seis enfermeiros,; seis fisioterapeutas,; seis técnicos
de enfermagem,; duas nutricionistas,; duas fonoaudiólogas,; três assistentes sociais e um
psicólogo) que prestam assistência à idosos por meio do Serviço de Atenção Domiciliar
(SAD) no município de João Pessoa-PB e por trinta (30) familiares e/ou cuidadores de idosos
atendidos por este serviço.
Os critérios de inclusão para os profissionais de saúde foram: profissionais de saúde
que assistem idosos frágeis no domicílio, que atuam no serviço há mais de 3 meses. Já eEm
relação aos cuidadores, inclui-se os familiares e/ou cuidadores dos Idosos residentes no
município de João Pessoa e que estes idosos tenham mais de três (03) meses de restrição ao
leito / dificuldade de locomoção. Foram excluídos os profissionais de saúde que trabalham no
SAD no período inferiorhá menos ade três meses e que não realizam assistência aos idosos
frágeis. Já eEm relação aos familiares e/ou cuidadores, utilizou-se, como critério de
exclusão, aqueles com idade inferior a 18 anos.

3.5 Instrumentos e procedimentos para coleta dos dados

A coleta de dados ocorreu presencialmente no período de agosto a dezembro de 2021,


após lograda a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da
Universidade Federal da Paraíba (CEP/CCS/UFPB), e a subscrição do termo de anuência à
45

Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa (ANEXO B) e Serviço de Atenção Domiciliar


de João Pessoa (ANEXO C).
Durante toda a pesquisa foi utilizando todo protocolo de distanciamento social
recomendado pela Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de João Pessoa em respeito ao
momento pandêmico da COVID-19 vivido à época. Para tanto, foriam utilizados dois
distintos questionários distintos semiestruturados, onde o mesmoque foiram aplicados de
forma individual, tanto para os profissionais de saúde (APÊNDICE B), quanto para os
cuidadores (APÊNDICE C).
Os questionários semiestruturados foram previamente preparados pela pesquisadora.
Em relação aos profissionais, o questionário teve com intuito identificar se os profissionais de
saúde realizam treinamento/ capacitação com os cuidadores dos idosos. Já em relação aos
familiares e/ou cuidadores, o objetivo foi observar suas principais dificuldades no seu dia a
dia ao cuidar do idoso frágil no domicílio, bem como, se o mesmo ele se sente preparado para
o ato de cuidar e se tem interesse de receber orientações especiíficas sobre o cuidado.

3.5.1 Aspectos Éticos do Estudo

Quanto às questões éticas, o estudo seguiu os requisitos da resolução normativa nº


466/2012 e nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, que
especifica os critérios e procedimentos para a realização de pesquisas que envolvam seres
humanos.
O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da
Saúde da Universidade Federal da Paraíba (CEP/CCS/UFPB), que seguiu os princípios éticos
em pesquisa com seres humanos conforme estabelece a Resolução 466/2012. A pesquisa foi
Aaprovadoa sob os nºs de controle 4.863.857 e CAAE 48791121.1.0000.5188 (ANexo A).
Priorizou-se o respeito dos participantes, bem como o esclarecimento do termo de
consentimento livre e esclarecido e o sigilo das informações disponibilizadas com privacidade
(ANEXO A).
Desta forma, para respeitar os princípios de autonomia, beneficência, não
maleficência, equidade e justiça dos participantes, elencados na resolução 466/2012 e
510/2016, foi consideradoa a participação voluntária das pessoas, informando-lhes sobre os
propósitos e procedimentos a serem realizados, por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), conforme o modelo contido no apêndice A.
46

Após a assinatura do TCLE de forma virtual, os profissionais de saúde do SAD, bem


como os familiares e/ou cuidadores que participaram da pesquisa, foram submetidos
convidados a responder um questionário semiestruturado elaborado pela pesquisadora
(Apêndices B e Apêndice C).
A pesquisa em campo foi realizada após a devida aprovação e liberação do Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP) e da Gerência de Educação em Saúde, assim como, após o
recebimento do registro de consentimento por assinatura do TCLE (Apêndice A).
Conforme consta no termo de compromisso, o pesquisador responsável comprometeu-se
a utilizar todos os dados coletados, unicamente para fins deste estudo, preservando o sigilo e
privacidade dos participantes dos coletados; não sendo utilizado o sistema de arquivo das
informações no formato virtual (nuvem), apenas em meio físico digital (pendrive).

3.6 Análise dos dados

As informações foram processadas pelo software IRAMUTEQ (uma interface para R


que trata de texto multidimensional e análise de questionário), por meio da análise textual.
(CAMARGO, 2005).
A utilização de programas de computador como o IRAMUTEQ facilita o
desenvolvimento de técnicas analíticas que são benéficas para o estudo do fenômeno. Isso
justifica sua utilização. Este software foi criado por Pierre Ratinaud, e, para entender a análise
textual, é importante explicar os conceitos que são importantes para ela: o corpus é a coleção
de textos a serem analisados. 2) Texto é cada entrevista que constitui o Corpus. Se um estudo
tiver que investigar as respostas de "“n"” pessoas a uma pergunta aberta, cada resposta será
um texto separado e teremos "“n"” textos. 3) Os segmentos de texto são normalmente
compostos por três linhas de texto, que o próprio software dimensionará. Assim, o corpus, os
textos e segmentos de textos são objeto de análise no IRAMUTEQ (CAMARGO; JUSTO,
2013).
Após a aplicação dos questionários aos cuidadores e profissionais com TAS, as
respostas foram transcritas, sendo os dados organizados em um corpus e, posteriormente,
processados com o software IRaMuTeQ versão 0.7 alpha 2, que é um programa de
caracterização de amostras que as agrupa amostras em unidades de significado, as quais que
compreendem a descrição e a discussão apresentada nesta pesquisa.
O corpus foi organizado em níveis de acordo com a Classificação Hierárquica
Descendente (CHD),. lLexicograficamente,, o conteúdo textual foi analisado por meio de
47

vocabulários e segmentos de texto, de modo que as classificações e agrupamentos foram


baseados no significado semântico das palavras. As variáveis sociodemográficas dos
cuidadores foram identificadas como C (cuidador 1, 2...), Sexo (1 para feminino e 2 para
masculino), Idade, (18-30 -1; 31-59 -2; acima de 60 – 3) Prof. (profissão 1- cabelereiro;
profissão 2- estudante; profissão 3- Do lar; profissão 4 – técnico de enfermagem, profissão 5-
aposentada; profissão 6-cuidadora; profissão 7- professora; profissão 8- jornalista) e resp
(resposta 1,2,3...). Já para os profissionais de saúde foram identificados P (profissional 1, 2, 3,
4 ...), Sexo (para feminino e 2 para masculino), Idade, Prof (profissão: 1 para médico; 2 para
fisioterapeuta, 3 para enfermeiro, 4 para técnico de enfermagem, 5 para fonoaudiólogo, 6 para
nutricionista, 7 para assistente social e 8 para psicólogo) e resp (resposta 1,2,3...).
Os dados obtidos deste processamento e desta análise subsidiaram a construção
de uma capacitação para os familiares e/ou cuidadores de idosos frágeis. Esta capacitação será
voltada aos cuidados com o idoso frágil, tendo em vista que ainda não existe, no
Munícipioicípio de João Pessoa, nenhum projeto de capacitação para esse público-alvo.
48

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Resultados e discussão sobre os dados obtidos na pesquisa

4.1.1 Perfil dos cuidadores de idosos frágeis

Participaram do estudo 30 cuidadores de idosos frágeis, sendo 25 do sexo feminino


equivalendo a 83% da amostra e cinco cuidadores do sexo masculino, correspondendo a 17%.
As idades dos participantes variaram entre 18 e 72 anos. A profissão que mais prevaleceu
entre os cuidadores, foi do lar, com 40%, conforme se vê na Tabela 3:

Tabela 2 – Dados sociodemográficos dos familiares e/ou cuidadores de idosos, N=30, João
Pessoa, PB, 2022.
Variáveis N %
Sexo
Masculino 05 17
Feminino 25 83
Faixa etária
18-30 anos 05 17
31-59 anos 20 66
Acima de 60 anos 05 17
Profissão
Cabelereiro 01 3,33
Estudante Universitário 03 10
Do lar 12 40
Técnico de Enfermagem 04 13,36
Aposentado 05 16,66
Cuidador Formal 02 6,66
Professor 02 6,66
Jornalista 01 3,33
TOTAL 30 100
Fonte: Dados da pesquisa, 2022

Podemos observar, na tabela acima, que a maior porcentagem dos cuidadores que
participaram da pesquisa estava no intervalo de idades de 31 a 59 anos correspondendo a
66%, ou seja, de pessoas em idades produtivas, que podem ou não estar no mercado de
trabalho, além de exercerem a função de cuidadores de idosos. A idade média desta pesquisa
corresponde àa de outros estudos com idosos que recebem assistência domiciliar (RAMOS et
al., 2021).
49

Quanto ao sexo, houve prevalência de mulheres, condizendo com dados de outros


estudos, que relacionam comsegundo os quais há o fenômeno dea feminização da velhice.
Quanto à renda, quase metade relataram ser do lar, o que corrobora com o estudo de Couto,
Caldas e Castro (2020), cujos dados analisados envolveram umacom amostra composta por
31 cuidadores de idosos, onde a cuja maioria era de mulheres com média de idade de 46,7 (±
12,7) anos, casadas, com ensino médio completo, renda entre dois e três salários mínimos e
possuíam a função de cuidador há mais de 12 meses.
É significativo que essa condição de vulnerabilidade econômica e social se combine
com a possibilidade de fragilidade associada a uma vida mais longa, fatores que podem exigir
maior envolvimento da população, mulheres idosas em todo caso, sejam elas prestadoras de
cuidados de saúde ou integrantes de programas sociais (BURLÁ; CAMARANO, 2013).
A investigação realizada em Florianópolis teve como objetivo conhecer o perfil da
família que cuida do doente e/ou idoso fragilizado, vivendo em diferentes contextos
socioculturais,; dos 115 familiares pesquisados, a maioria era do sexo feminino (84,3% ), e a
idade média foi de 48,5 anos (58,2%). Esses atributos também são semelhantes a outras
investigações (SOUZA; PEREIRA; SILVA, 2018).
No tocante à ocupação/profissão, prevaleceu os cuidadores que eram profissionais do
lar (40%), seguido pelos cuidadores aposentados (16,66%), com a maior parte do sexo
feminino (83%). Alguns destes, além da responsabilidade de cuidador do idoso, tem a
profissão de: cabelereiro, estudante universitário, técnico de enfermagem, cuidador formal,
professor e jornalista, relatos que referendam outros estudos como os de Crawford et al.,
(2020) onde apontam que os cuidadores, além de trabalhar com cuidandos dae idosos, (73%),
acabam acumulando tais funções com as tarefas domésticas.

4.1.2 Classificação Hierárquica Descendente (CHD) dos cuidadores/familiares

Dos dados processados pelo software IRaMuTeQ®, emergiram da CHD, 77


Unidades de Contexto Elementares (UCE’s), 3.247 ocorrências, 168 formas ativas e
aproveitamento de 81,91%, organizado em duas classes que formaram três classes interligadas
entre si, conforme demonstrado na Figura 3:
50

Figura 3 – Dendograma dos cuidadores/familiares de idosos de acordo com o software


IRaMuTeQ, João Pessoa, PB, 2022.

77 segmentos classificados em 94 (81,91%)

Classe 3 Classe 2 Classe 1


Dificuldades no cuidado Ferramentas para o cuidado Perfil do cuidador
24 segmentos de texto 27 segmentos de texto 26 segmentos de textos
(31,17%) (35,06%) (33,77%)
Palavras f X2 Palavras f X2 Palavras f X2
Encontrar 24 77 Orientação 27 77 Curso 26 77
Dia 24 77 Receber 27 77 Sexo 26 77
Dificuldade 24 77 Treinamento 21 53,47 Equipe 26 77
Leito 21 63,77 Profissionais 16 37,40 Atender 26 77
Restrito 21 63,77 Vídeo 14 31,69 SAD 30 46,98
Manuseio 12 31,39 Cartilha 9 18,87 Profissão 25 72,61
Higienização 9 22,51 Cuidar 48 12,49 Aposentado 5 10,49
Mobilização 9 15,83 Presencial 6 12,05 Estudante 3 6,12

Fonte: Dados da pesquisa, 2022

4.1.3. Discussão acerca das categorias de acordo o dendograma representativo dos


cuidadores/familiares.

Classe 1: Perfil do cuidador

Essa categoria demonstrou características a respeito do perfil do cuidador. |Observa-se


que a maioria dos cuidadores/familiares eram do sexo feminino, do lar e exerciam outra
profissão além do ato de cuidar do idoso. Grande parte dos cuidadores/familiares não tinham
realizado curso voltado aos cuidados com ode idosos. A maioria dos participantes da pesquisa
ressaltou que a equipe do SAD realiza assistência a estes idosos, além de orientações pontuais
quanto aos cuidados de forma geral.
A ação de cuidar do idoso é eminentemente feminina e doméstica, evidenciando o
perfil de cuidadoras de idosos, profissionais do lar e aposentados.
51

É fundamental que o cuidador entenda as necessidades da pessoa para poder atendê-


las, mesmo quando não é possível dizê-las. A responsabilidade de cuidar de alguém
normalmente é delegada a um familiar, em casos raros, é contratado um profissional que
assume a responsabilidade de proteger e cuidar do indivíduo vulnerável (BECQUE et al.,
2020).
No estudo de Figueiredo et al. (2021), são significativas as dificuldades sentidas pelos
cuidadores, principalmente pelas mulheres cuidadoras. Considerando que devem cuidar
também dos idosos dependentes, que por vezes têm uma necessidade de cuidados por um
longao prazo, repetitiva, cansativa, crescente e variada, à medida que aumentam as perdas de
força e emoção do idoso, a situação torna-se mais complexa. Praticamente todas as mulheres
(mais de 92% das participantes) têm jornadas de trabalho exaustivas, que não são valorizadas,
nem recebem remuneração de suas famílias, e muitas vezes carecem de apoio de sua rede
familiar. (FIGUEIREDO et al., 2021).
Para que o cuidado adequado seja administrado no domicílio, é fundamental o preparo
e a escolha correta do cuidador, o que requer uma forte estrutura familiar. Hoje, o número de
idosos cuidando de idosos está aumentando e, muitas vezes, os próprios cuidadores têm
doenças debilitantes (RAMOS et al., 2021).
A atenção deve ir além do corpo físico, incluindo o estado emocional e os sentimentos
da pessoa cuidada (CRAWFORD et al., 2020; CHEN et al., 2017). Cuidar não é prover o
outro, mas auxiliá-lo quando ele precisa, estimulando o ser cuidado a conquistar sua
independência, mesmo em tarefas simples (BENDIXEN et al., 2017; KING et al., 2020).
A discussão sobre a função do cuidador no processo de saúde na sociedade brasileira
tornou-se corriqueira, uma vez que a população envelhece com maior frequência, resultando
em um percentual significativo de pessoas necessitando de cuidados (FREITAS, et al., 2012).
Nos últimos anos, as famílias sofreram modificaçãoões em sua estrutura, mediante a
partir da inserção dase mulheres no mercado de trabalho e da redução da taxa de natalidade
(Giacomin; Duarte; Camarano; Nunes, 2018). Apesar dessa modificação, as mulheres
continuam no topo como as principais cuidadoras. É importante ressaltar que também houve
a diminuição do número de familiares disponíveis para serem cuidadores, evidenciando assim
uma problemática, que seria a dependência de idosos, fazendo com que outros membros da
família, ou até mesmo cuidadores contratados pela família possam exercer o cuidado dao
idoso frágil.
52

Dessa forma, para que o cuidado ao idoso frágil aconteça de forma eficaz e adequada,
independentemente da profissão que o cuidador exerce, torna-se necessário que estle se
comprometa com seu papel na atenção, carinho e responsabilidade.

Classe 2: Ferrramentas para o cuidado

Nesta Categoria, destacam-se as ferramentas necessárias para o cuidado prestado ao


idoso frágil, haja vista que onde os cuidadores relataram a necessidade de receber orientações
dos profissionais de saúde do SAD, além de capacitações e treinamentos específicospelos
profissionais de saúde do SAD. Quanto aà educação permanente, as mais citadas foram:
vídeos,; cartilhas e forma presencial.
O procedimento de educar e orientar os cuidadores de idosos deve fazer parte dos
serviços de atenção domiciliar. Martins et al cols. (2019) documentaram as inquietações dos
cuidadores de idosos em um serviço de atenção domiciliar no estado de Santa Catarina. Seis
dos cuidadores foram entrevistados. A partir das entrevistas, os cuidadores demonstraram
interesse em orientações sobre doenças e cuidados com a saúde. Nenhum dos cuidadores que
participaram do estudo recebeu treinamento para cuidar de idosos, o que os levou a não querer
utilizar métodos de educação em saúde conduzidos por profissionais. As informações sobre o
atendimento devem ser disponibilizadas nos serviços públicos desde o início da atenção
básica, de modo que essas informações devem estar acessíveis durante todo o processo de
atendimento. (MARTINS et al., 2019).
Um dos principais métodos de cuidado é a promoção, prevenção e tratamento da
saúde. No entanto, essas ações dependem de uma formação educação em saúde de longo
prazo para cuidadores e familiares, bem como do desenvolvimento de habilidades dos
profissionais de saúde no processo de cuidado integral, perspectiva que envolve trabalho em
equipe e colaboração interprofissional para a melhoria do cuidado. para idosos dependentes
(NOGUEIRA; BALDISSERA, 2018).
O cuidador tem um papel de muita importância para a pessoa idosa, têm um papel de
muita importância, principalmente para os idosos que possuem déficit cognitivo e que ainda
demandam ajuda para desempenhar suas atividades diárias (RAMOS et al., 2021).
Alguns cuidadores/familiares sentem-se despreparados para as demandas que podem
vivenciar e enfrentar (MAXWELL et al., 2018) e não se sentem apoiados pela equipe de
saúde (JONG et al., 2019). Profissionais de saúde, incluindo os enfermeiros, tendem a não
envolver os cuidadores/familiares no processo de cuidar, distanciando-os do cuidado.
(BENDIXEN et al., 2017; KING et al., 2020; COUTO; CALDAS; CASTRO, 2019).
53

Acredita-se que a participação de familiares ou cuidadores em grupos de formação,


apoio ou convivência deva ser incentivada, pois esses espaços facilitam experiências no
processo de cuidar de familiares ou cuidadores, além disso, trocam-se experiências, o que
ajuda a superar as dificuldades associadoas ao cuidado prestado aosde idosos (JANTRENEN
et al., 2020).
Compreende-se que compartilhar experiências, podem proporcionar, aos cuidadores,
alívio aà sobrecarga e desconforto emocional, assim como, promover o bem-estar ao
cuidador, favorecendo, assim, uma rede de apoio entre seus integrantes (CRAWFORD et al.,
2020; CHEN et al., 2017).

Classe 3: Dificuldades no cuidado

Podemos observar, no dendograma da categoria 3, que o estudo instigou a atenção


despertou para algumas dificuldades que o cuidador do idoso frágil apresenta no lidar diário,
tais como: dificuldade na mobilizaçao do idoso restrito ao leito, manuseio (mudanças no
posicionamento), higienização de uma forma geral (desde o banho no leito até a limpeza do
ambiente que o idoso fica).
As principais dificuldades encontradas pelos cuidadores e relacionados na literatura,
foram a falta de paciência e ausência de experiência prévia com o processo de cuidar
(JANTRENEN et al., 2020). Quando as tarefas básicas e instrumentais do cuidado diário são
delegadas ao cuidador, este se sente ameaçado pelo desconhecimento total ou
desconhecimento parcial de determinadas atividades, como a administração de medicamentos
(CHEN et al., 2017; CRAWFORD et al., 2020).
O estudo de King et al., (2020) sugere que, embora o atendimento domiciliar possa
trazer benefícios sociais e psicológicos, também pode ser uma barreira para a construção de
conexões sociais. Os autores afirmam que cuidadores/familiares que prestam cuidados de fim
de vida, experimentam um fardo pesado associadaso à prestação deos cuidados. Eles têm que
lidar com a perda iminente de um membro da família, de modo que tal serviço pode ser uma
fonte de estresse e cuidar em si pode ser uma fonte de estresse (KING et al., 2020).
Aproximadamente 25% dos cuidadores familiares vivenciam sofrimento emocional
relacionado à morte do paciente ou à sua experiência de cuidar (Crawford et al.,
2020). Estudos apontam que a sobrecarga dos cuidadores familiares pode ser uma causa chave
para internações hospitalares (agudas) do paciente e os cuidadores familiares que se sentem
menos sobrecarregados demonstraram ser mais capazes de fornecer cuidados de fim de vida
em casa até o momento da morte (KING et al., 2020; BENDIXEN et al., 2017).
54

Para Jantrenen et al., (2020), a presença do sofrimento ou sobrecarga do cuidador,


requer uma avaliação do impacto do cuidado prestado.
Em estudo realizado por Couto, Caldas e Castro (2019), os cuidadores prestaram em
média quase 2,5 horas de cuidados por dia, o que aumentou para 3,5 horas para idosos frágeis,
apontando que quase metade destes tinham cuidadores angustiados. Dessa forma, com
mudanças contínuas de cuidados institucionais para cuidados comunitários e níveis
aumentados de complexidade clínica e fragilidade entre os idosos que recebem cuidados
domiciliares, a prevalência de sofrimento do cuidador provavelmente aumentará (KING et al.,
2020).
Os prestadores de cuidados domiciliares muitas vezes apresentam altas taxas de
distúrbios músculo-esqueléticos, particularmente na parte inferior das costas (Becque et al.,
2020). A ausência de orientação ou apoio dos serviços de saúde foi identificada como fator
contribuinte para o surgimento de sentimentos de sobrecarga e desconforto na família do
cuidador, com isso, a demanda de tempo e a insegurança aumentaram devido às dificuldades
associadas ao cuidado sem o conhecimento necessário para cada situação (BENDIXEN et al.,
2017; KING et al., 2020).
As necessidades de cuidado são alteradas de acordo com o grau de dependência do
idoso cuidado. No estudo de Nunes et al., (2018), observou-se que a maioria dos idosos
frágeis era totalmente dependente de cuidados, o que fazia com que a rotina dos cuidadores
fosse semelhante: mudança de decúbito do idoso, realização de higiene pessoal, locomoção,
administrar medicamentos e alimentos e realizar atividades diárias (NUNES et al., 2018).
Figueiredo et al. (2021) relataram que alguns cuidadores afirmaram sentir-se
sobrecarregados, pois tinham que cuidar do idoso acamado juntamente com outras tarefas
domésticas. Alguns estudos demonstraram que as condições de saúde dos cuidadores seriam
prejudicadas em decorrência dos cuidados diários com os idosos fragilizados, além de terem
que participar de outros afazeres domésticos.
Os relatos descrevem alterações de humor, tristeza, solidão, depressão, cansaço físico
e exaustão. Observa-se que esse cuidado prolongado, sem descanso adequado,
complementado por um conjunto exaustivo de ações, tanto na assistência ao idoso quanto no
desempenho de outras tarefas domésticas, repercute negativamente na saúde física, mental e
emocional dos cuidadores (FIGUEIREDO, et al, 2021).
Embora os cuidadores, em sua maioria, tivessem apresentaramdo um déficit no
cuidado específico com o idoso, onde relataram dificuldade no lidar diário, observa-se que
mesmo com os desafios do cuidado, eles os mesmos procuram aprender e sentem a
55

necessidade de receber orientações e submeter-se a capacitações para melhorar suas


habilidades no ato de cuidar (FIGUEIREDO, et al, 2021).
Dessa forma, se faz necessário o apoio emocional a esse cuidador como também aà
rede de apoio, seja aem nível familiar ou até mesmo quanto ados serviços públicos que
podem ser ofertados e assegurados através do Estatuto do Idoso e da Política Nacional da
Pessoa Idosa.

4.1.4. Perfil dos profissionais de saúde do SAD

No segundo momento, o instrumento semiestruturado foi aplicado com trinta (30)


profissionais de saúde que atuam no Serviço de Atenção Domiciliar e que realizam assistência
ao idoso restrito ao leito ou com dificuldade de locomoção. A pesquisa envolveu diversos
núcleos de atuação profissional, dentre eles: quatro médicos,; seis enfermeiros,; seis
fisioterapeutas,; seis técnicos de enfermagem,; duas nutricionistas,; duas fonoaudiólogas,; três
assistentes sociais e um psicólogo.

Tabela 3 – Dados sociodemográficos dos profissionais de saúde do SAD, N=30, João Pessoa,
PB, 2022.

Variáveis N %
Sexo
Masculino 02 6,66
Feminino 28 93,33
Faixa etária
25-45 anos 20 67
46-66 anos 10 33
Profissão
Médico 04 13,35
Enfermeiro 06 20
Fisioterapeuta 06 20
Técnico de enfermagem 06 20
Nutricionista 02 6,66
Fonoaudiólogo 02 6,66
Assistente Social 03 10
Psicólogo 01 3,33
TOTAL 30 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2022

Em relação aos profissionais de saúde do SAD que participaram da pesquisa, 28 eram


do sexo feminino, o que correspondem a 93,33 % e apenas 02 profissionais eram do sexo
56

masculino, correspondendo a 6,66%. Em relação àa faixa etária, cerca de 67% dos profissionais
tinham idades entre 25 a 45 anos, e apenas 33 % tinham idades entre 46 a 66 anos.
Em relação à equipe multiprofissional que integra o SAD, fica evidente, na literatura,
que o cuidado integral recebido pel que o idoso recebe deve ser pautado em suas necessidades
e direitos,; este deve ser específico e preciso para prevenir e iniciar o tratamento o mais
precocemente possível, o idoso deve ser alvo de práticas de cuidado específicas às suas
necessidades. (MUNIZ et al., 2017).
A assistência prestada pela equipe multidisciplinar é descrita por Novaes et al. (2018)
como uma série de ações que uma equipe interdisciplinar realiza na casa do usuário e/ou
família, a partir do diagnóstico de sua situação atual, suas potencialidades e fragilidades.
A equipe multiprofissional facilita o desenvolvimento e alteração de funções, o que
promove maior autonomia e independência do paciente. Em geral, a equipe é composta por
médico, enfermeiro, psicólogo, dentista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, farmacêutico,
nutricionista e assistente social na AD (COUTO; CALDAS CASTRO, 2019).
Em relação aos profissionais que participaram dessa pesquisa, os que se encontraram
em maior número foram, os enfermeiros, os fisioterapeutas e os técnicos de enfermagem, cada
um correspondendo a cerca de 20 % da amostra.
As responsabilidades da enfermeira em cuidados domiciliares incluem prestação de
cuidados, administração e educação. Na função assistencial, o enfermeiro identifica,
diagnostica e prescreve a prestação de cuidados de saúde de enfermagem ao cliente e família,
organiza, planeja e coordena os serviços prestados pela equipe de enfermagem (ZHANG;
CLARK; RHYANAS, 2020).
Contrariando os achados deste estudo, os achados de Couto, Caldas e Castro (2019)
indicaram que a participação dos auxiliares e técnicos de enfermagem durante as visitas
domiciliares foi mínima, porém, é importante reconhecer que muitos usuários, principalmente
os idosos, não conseguem diferenciamr os membros da equipe de enfermagem por considerá-
los todos enfermeiros. É fundamental notar que mais de um terço das visitas domiciliares são
acompanhadas por outros profissionais de saúde, o que chamamos de interconsulta.
No estudo de Souza, Pereira e Silva (2018), observaramou-se que, em relação à
demanda de trabalho, notou-se que a maior demanda é por profissionais médicos, seguidos
por fisioterapeutas, assistentes sociais e nutricionistas, e também que a importância desses
profissionais no acompanhamento do idoso no domicílio se deve ao fato de que seus pacientes
sãorem portadores de doenças crônicas e de problemas de saúde (SOUZA, PEREIRA,
SILVA, 2018).
57

Outros serviços do setor de laboratório e radiologia, psicoterapia, oxigenoterapia,


equipamentos e serviços de esterilização, farmácia, transporte de pacientes e equipamentos e
atendimento domiciliar, conforme documentado por Muniz et al., 2017, também incluem
esses outros serviços.
Os artigos referenciados na literatura relatam a satisfação com a equipe profissional do
SAD pelo cuidado continuado ao idoso. Um dos motivos dessa satisfação é que os idosos não
precisam se deslocar até os serviços de saúde. Quando há necessidade de deslocamento, o
serviço organiza, junto com a família, organiza o transporte do idoso para o atendimento das
outras demandas que eventualmente surjam durante a sua vinculação ao serviço, a
exemploque podem ser de exames ou consultas de especialidade (COUTO; CALDAS
CASTRO, 2019).

4.1.5 Classificação Hierárquica Descendente (CHD) dos profissionais de saúde

Após o processamento emergiram, da CHD, 172 Unidades de Contexto Elementares


(UCE’s), 6.098 ocorrências, 485 formas ativas, com ≥ 3:151 de frequências das formas ativas
e um aproveitamento de 86,.05%, sendo organizado em cinco classes interligadas entre si
(Figura 4).
A partição do corpus, originouaram-se cinco categorias, organizadas conforme ordem
crescente de percentual dos segmentos de textos: Classe 3- Dificuldades na Assistência:
demonstra as dificuldades que o profissional de saúde observa nos cuidadores na assistência
ao idoso frágil; Classe 1- Intervenção Profissional diz respeito àa intervenção dos
profissionais do SAD em relação àa evolução clíinica dos idosos, principais patologias nas
quaisque os profissionais observam quse o idoso obteve melhora após a intervenção; Classe 5
– Perfil dos Profissionais do SAD – diz sobre o núcleo profissional quanto ao tempo de
atuação dos profissionais de saúde no SAD e àa formação complementar dos profissionais; Classe 2-
Demanda do Atendimento – retrata o perfil epidemiológico mais prevalente nos idosos
frágeis da atenção domiciliar, bem como, os sistemas mais acometidos que requererem maior
demanda por atendimento; Classe 4 – Orientação no Cuidado – aponta para as orientações
que dos profissionais de saúde dirigem aos cuidadores/familiares de idosos frágeis.
58

Figura 4 – Dendograma Representativo das Categorias dos Profissionais de Saúde do Serviço de Atenção Domiciliar de acordo com o software
IRaMuTeQ, João Pessoa, PB, 2021.

148 segmentos classificados em 172 (86,05%)

Classe 3 Classe 1 Classe 4 Classe 2 Classe 5


Dificuldades na Intervenção Profissional Orientação no Cuidado Demanda do Atuação dos Profissionais
Assistência 31 segmentos de texto 32 segmentos de texto Atendimento do SAD
32 segmentos de texto 21,06%) (15,05%) 23 segmentos de texto 30 segmentos de texto
(21.06%) (20,09%) (20,03%)

Palavras f X2 Palavras f X2 Palavras f X2 Palavra f X2 Palavra f X2


Promover 30 136.4 Orientar 88 120.3 Perfil 30 142 Atuar 30 148
Cuidado 30 136.7 Clínica 28 125.1 Orientação 78 111.7 Epidemiológico Atenção 30 148
Integral Bom 27 119.7 Higiene 14 84.04 Assistir 30 142 Domiciliar
Idoso Frágil 31 130.6 83.6 Mais comum 28 130.3
Intervenção 17 69.62 Alimentação 16 Multiprofi 40 101.5
Dificuldade 32 125.3 Sistema 15 63.0
Atender 45 43.94 Cuidado 43 58.6 ssional
cardiovascular
Sobrecarga 12 47.34 Melhora 07 26.63 Administração 10 58.29 Pós- 20 90.96
Sistema 13 53.79
Insumo 07 26.63 Situação 04 14.9 de Osteomuscular graduação
medicamentos Trabalhar 17 75.54

Fonte: Dados da pesquisa, 2022.


59

4.1.6 Discussão acerca das categorias de acordo o dendograma representativo dos


profissionais do SAD

Classe 3- Dificuldades na Assistência

Podemos observar, nesta categoria, as dificuldades que o profissional de saúde observa


nos cuidadores durante na assistência prestada ao idoso frágil. O cuidador por diversas vezes
tem dificuldade de promover o cuidado integral ao idoso; eles . Os mesmos relatam aos
profissionais de saúde que há, dificuldades no lidar diário, no ato deo cuidar em si e isso em ,
devidocorrência da sobrecarga de trabalho, pois além do cuidado assistencial ao idoso,
existem as tarefas domésticas que precisam ser realizadas, e há, ainda, os casos deos
cuidadores que exercem outra ocupação além de ser cuidador.
Estudos mostram que, muitos cuidadores queixam-se de sobrecarga e que podem
apresentar quadros de tristeza, solidão, depressão, estresse e ansiedade. A maior parte deles,
deixam de lado, sua profissão, suas atividades de lazer e autocuidado, para poder se dedicar
inteiramente ao cuidado prestado ao idoso dependente. Essas situações que podem ocorrer
com o cuidador, podem levar a promover prejuízos na qualidade de vida tanto do próprio
cuidador como quanto dotambém no cuidado prestado ao idoso (SOUZA, et al., 2015).
Souza et al., (2015) relatam, ainda, que a sobrecarga de trabalho por parte do cuidador
deve ser enfatizada como um conceito multidimensional, pois engloba os aspectos
biopsicossocialis, resultando na busca de equilíbrio entre as seguintes variáveis: tempo
disponível para o cuidado, recursos sócio-econômicos, condições psicológicas, físicas,
atribuições e rede de apoio familiar (distribuição de atribuições com outros membros da
família em relação ao cuidado ao idoso).
Dessa maneira, o ato de cuidar do idoso tem sido conceituado como importante fator
estressor e, somado ao caráter crônico e sem um tempo definido para a sua duração, encontra-
se associado a repercussões negativas do cuidar, provocando interferências na saúde física e
psicológica do próprio cuidador. Por isso, a importância do cuidador em praticar o
autocuidado (SOUZA, et al., 2015).
Outro fator relevante nesta categoria, é o relato feito por alguns profissionais ao se
tratar do quantitativo de insumos que são ofertados pelos serviços públicos de saúde para os
idosos, que não são suficientes, por muitas vezes, não são suficientes para a prestação de umo
cuidado digno dos mesmoseficaz, o que pode levar até a piora do quadro clínico e/ou a uma
internação hospitalar desnecessária.
60

Classe 1- Intervenção Profissional

A intervenção dos profissionais do SAD em relação aà evolução clínica dos idosos,


demonstram uma melhora após a intervenção. Grande parte dos profissionais observaram que
após admitir o idoso no SAD, e após as intervenções terapêuticas, tanto o idoso quanto o
cuidador, relataram uma melhor condição. Por parte dos idosos, pode-se observar melhora
no quadro clínico. Em relação ao cuidador, observa-se uma maior segurança no lidar diário,
após receber informações e orientações especiíficas para cada caso.
Nesse sentido, destaca-se que uma boa intervenção por parte dos profissionais do SAD
juntamente com a cor-responsabilidade do cuidador é a chave para o sucesso no cuidado,
melhorando, assim, a qualidade de vida do idoso.
Como resultado, a prática de cuidar de idosos tem sido considerada de impacto
importante e, além de seu caráter crônico e falta de duração específica, está associada a
consequências negativas do cuidado que causam interferência na saúde física e psicológica
dos idosos. O cuidador também é um paciente., Aassim sendo, a importância do cuidador na
prática do autocuidado é primordial (JESUS; MULLER; MACHADO, 2018).

Classe 5 – Atuação dos Profissionais do SAD

A Categoria 5, retrata o tempo de atuação dos profissionais de saúde no SAD e a


formação complementar dos mesmoseles. Cerca de 80% dos profissionais atuam na atenção
domiciliar há mais de cinco anos e 90 %% possuem pós-graduação na área de saúde pública
ou saúde da família, além de residências nas áreas de cuidado da atenção domiciliar, como
também em áreas especiíficas.
A equipe é composta por médicos clínicos e um geriatra, enfermeiros, técnicos de
enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, nutricionistas e psicólogos.
Todos esses profissionais trabalham na perspectiva do trabalho multiprofissional e
interdisciplinar. Essa composição da equipe multiprofissional é baseada de acordo com as
diretrizes do Programa Melhor em Casa, Portaria 825/2016, que faz parte do Ministério da
Saúde em parceria com o Município de João Pessoa (BRASIL, 2016).
Quando todos os membros da equipe de saúde têm uma profissão bem organizada e
interdependente, o cuidado que prestam ao idoso é mais qualificado, eficaz e seguro. Além
disso, é possível viabilizar diferentes ações que levem a benefícios clínicos, humanísticos e
61

financeiros para o setor público. É de suma importância que haja uma associação singular
entre os profissionais da saúde e a participação de todos em estratégias mais efetivas. O
trabalho em equipe pode se tornar especializado, o que leva a um atendimento mais
abrangente e personalizado (GUERRA; COSTA, 2017).

Classe 2- Demanda do Atendimento

Destaca-se,que nesta Categoria, para as princiopais doenças que acometem o idoso


fragil e que demandam por atendimento por parte dos profissionais da Atenção Domiciliar. As
principais patologias que acometem os idosos frágeis, envolvem os sistemas
cardiovasculares (cardiopatias), osteomusculares (fraturas e traumas em geral) e neurológicos
(acidente vascular encefálico e Doença de Alzheimer).
Segundo Carlos e Pereira (2015), aumenta a incidência de patologias crônicas com o
envelhecimento aumenta a incidência de patologias crônicas, principalmente as de longa
duração. As doenças cardiovasculares têm a maior incidência. Estes incluem hipertensão
arterial, ataques cardíacos, angina e insuficiência cardíaca. Ao grupo das doenças
neurológicas juntam-se as doenças degenerativas, das quais as mais comuns sãosendo a
Doença de Alzheimer e os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC's) as mais comuns. Em
relação ao sistema musculoesquelético, a osteoporose e a osteoartrite são as mais comuns. As
doenças pulmonares mais frequentes são pneumonia, enfisema, bronquite e gripe,; estas
doenças são particularmente prevalentes durante os meses de inverno; além dessas, existem
também outras doenças como cancro, diabetes e infecções.

Classe 4 – Orientação no Cuidado

Esta categoria aponta para as orientações dos profissionais de saúde aos


familiares/cuidadores de idosos frágeis. As orientações e informações ofertadas pelos
profissionais, giram em torno do cuidado integral; higiene do idoso e do ambiente;
administração de medicamentos e alimentação (sondas: nasoenteral, nasogástrica e
gastrostomia).
Segundo as diretrizes para o cuidado das pessoas idosas no SUS, a atenção
ao idoso deve ser baseada em suas necessidades, centrada no indivíduo, considerando sua
integração na família e na comunidade, em substituição à atenção do cuidado prescrita e
centrada na doença e suas necessidades de forma integral (BRASIL, 2016).
62

Diante disso, cada profissional de saúde ofertará o cuidado específico e


orientações de acordo com a necessidade e a especificidade de cada idoso, levando em conta o
processo saúde-doença, e o conceito ampliado de saúde, o qual retrata que saúde é o bem estar
físico, psíquico e social, portanto, é fundamental que os profissionais de saúde realizem o
cuidado centrado nas necessidades do idoso.

4.2 Abordagem do Produto Tecnológico

4.2.1 Videoaulas: Curso de capacitação de cuidadores sobre o cuidado com o idoso


frágil no domicílio

O Curso de Capacitação de Cuidadores sobre o Cuidado com o idoso frágil no


domicílio, foi elaborado na forma de videoaulas, cujas orientações e informaçãoes foram
construídas com base nos estudos desenvolvidos, tanto de revisão, quanto de campo, contando
com a participação de cuidadores/familiares de idosos e profissionais de saúde que atuam no
SAD do município de João Pessoa.
A versão final é composta por figuras, frases e narração em áudio, totalizando nove
vídeos, com uma média de 3 a 10 minutos cada, em formato MP4, e armazenada em DVD,
pendrive e drive de armazenamento de notebook. O conteúdo do primeiro vídeo, incluiu:
início do curso,; objetivos e temáticas abordadas.
Cada vídeo conta com uma temática diferente, a saber: Administração de
medicamentos; Posicionamentos e mobilizações no leito; Orientações como prevenir lesões
de pele ocasionadas pela permanência do idoso no leito; Higienização e cuidados com o
corpo; Alimentação oral, dietas especiais e uso de sondas; Cuidados com o traqueóstomo;
Relações sociais do idoso frágil; Saúde Mental do idoso frágil e do cuidador (autocuidado).
A sequência de ilustrações e o conteúdo que compuseram cada cena dos vídeos são
apresentadas no Quadro a seguir:

Sinopse, argumento e roteiro do vídeo educativo

Sinopse do vídeo educativo

As víideo-aulas apresentam as principais temáticas utilizadas no ato de cuidar de um idoso


frágil. Essas aulas irão ajudarão ao cuidador em suas tarefas no dia a dia ao fazê-lo lidar
melhor com o idoso frágil diante de suas necessidades.
63

Argumento do vídeo educativo

Trata-se de um vídeo de intervenção social, construído com base nos conhecimentos técnico-
científicos publicados e de uma pesquisa de campo de abordagem qualitativa com
profissionais da saúde e cuidadores de idosos, acerca da temática. A apresentação de cada
tema é abordada de formas simples e objetiva para que o cuidador e/ou familiar do idoso
frágil tenham noções básicas acerca de como proceder durante dsuas atuações no ato de
cuidar. Cada tema, São apresentadas cada tema sempre evidenciando , por meio de imagens,
traz as informações apresentadas na locução. São apresentadas expostas oito temáticas, por
meio de nove vídeos,; onde a primeira delas explica como acontecerá a capacitação de
cuidadores, bem como, o objetivo do curso. As víideoaulas apresentarão temas como:
administração de medicamentos ao idoso; posicionamento e mobilização no leito; prevenção
de lesões de pele ocasionadas pela permanência do idoso no leito; higienização e cuidados
com o corpo; alimentação oral, uso de dietas especiais e uso de sondas; cuidados com o
traqueóstomo; relações sociais do idoso e saúde mental do idoso frágil e cuidador:
autocuidado. A capacitação tem, por objetivo, orientar o cuidador e/ou familiar do idoso
frágil, nas atividades básicas e no ato de cuidar.

Roteiro do vídeo educativo (víideo aula)

TÍTULO: CURSO DE CAPACITAÇÃO DE CUIDADORES SOBRE O CUIDADO


COM O IDOSO FRÁGIL NO DOMICÍLIO

TEMPO ESTIMADO: Média de 3 a 10 minutos por videoaula.

Apresenta-se abaixo o storyboard das videoaulas, o qual apresenta as ilustrações em


sequência para visualização da obra audiovisual. Forami realizados a construção de gravado
uma vídeo de boas vindas (orientação sobre a capacitação) e oito videoaulas com temas
abordados que auxiliarão o cuidador no lidar diário com o idoso frágil.

Ilustrações e conteúdo que compuseram as cenas das vídeos-aulasvideoaulas: ““Curso


de capacitação de cuidadores sobre o cuidado com o idoso frágil no domicílio ”“. João
Pessoa, PB, Brasil, 2022.
64

AULA DE APRESENTAÇÃO DO CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA CUIDADORES DE


IDOSOS FRÁAGEIS

Cena 1

Cena 2

Comentado [MCCdO5]: No 3º tópico, vc escreveu “acesso


a internet” corrija para “acesso à internet”
Comentado [MCCdO6]: Vc precisa corrigir a ortografia do
termo vídeo-aula (videoaula) nas imagens (não tenho acesso
para fazê-lo).
65

Cena 3

Cena 4
Comentado [MCCdO7]: Substitua “Prof.” por “profª.”
66

AULA : ORIENTAÇÕES QUANTO À ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Cena 1

Cena 2

Cena 3
67

Cena 4
Comentado [MCCdO8]: No item 2, coloque “devido à”
(com crase)

Cena 5
Comentado [MCCdO9]: “Quando se perde”

Cena 6
68

Cena 7

Cena 8

Cena 9
69

Cena 10
Comentado [MCCdO10]: Substitua “Prof.” por “Profª.”
nesta e nas demais imagens do mesmo tipo.

AULA: ORIENTAÇÕES SOBRE O POSICIONAMENTO E MOBILIZAÇÕES NO LEITO

Cena 1

Cena 2
70

Cena 3

Cena 4

Cena 5
71

Cena 6

Cena 7

Cena 8
72

Cena 9

Cena 10

Cena 11
73

Cena 12

Cena 13

Cena 14
74

AULA: ORIENTAÇÕES COMO PREVENIR LESÕES DE PELE OCASIONADAS PELA


PERMANÊNCIA DO IDOSO NO LEITO

Cena 1

Cena 2

Cena 3
75

Cena 4

Cena 5

Cena 6
76

Cena 7

Cena 8

Cena 9
77

Cena 10

Cena 11

Cena 12
78

Cena 13

Cena 14

Cena 15
79

Cena 16

Cena 17

AULA: ORIENTAÇÕES SOBRE HIGIENIZAÇÃO DO IDOSO E CUIDADOS NO


DOMICÍLIO

Cena 1
80

Cena 2

Cena 3

Cena 4
81

Cena 5

Cena 6

Cena 7
82

Cena 8

Cena 9

Cena 10
83

Cena 11

Cena 12

Cena 13
84

AULA: ORIENTAÇÕES SOBRE A ALIMENTAÇÃO ORAL, DIETAS ESPECIAIS E USO DE


SONDAS

Cena 1

Cena 2

Cena 3
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AULA: ORIENTAÇÕES E CUIDADOS COM O TRAQUEÓSTOMO

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AULA: RELAÇÕES SOCIAIS DO IDOSO FRÁGIL

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AULA: SAÚDE MENTAL DO IDOSO FRÁGIL E DO CUIDADOR: AUTOCUIDADO.

Cena 1

Cena 2

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100

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Cena 11

Cena 12
103

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo foi desenvolvido em três etapas, revisão sistemática, pesquisa de campo


com os cuidadores de idosos frágeis e profissionais que atuam no SAD e a construção de
vídeoaulas em relação ao cuidado do idoso frágil, buscando estratégias que fortaleçam as
relações de cuidado com esta população.

Contudo, após o estudo de campo, em relação ao perfil do cuidador, as evidências


desta pesquisa, mostraram que a grande parte dos cuidadores é do sexo feminino, com
profissão do lar e que nunca fizeram nenhum treinamento ou capacitação para cuidar do idoso
frágil. Cerca de 95% dos cuidadores relataram necessitar de capacitação e os meios de
comunicação mais ressaltados foram: vídeos, cartilhas e de forma presencial. Em relação as
dificuldades mais encontradas foram a mobilização do idoso restrito ao leito, manuseio
(mudanças no posicionamento), higienização de uma forma geral (desde o banho no leito até a
limpeza do ambiente que o idoso fica), direitos do idoso, administração de medicamentos e
alimentos (por sonda). É importante salientar que uma das dificuldades além do ato de cuidar,
foi a quantidade de insumos insuficientes disponibilizados para estes idosos, pelo poder
público. Outra problemática encontrada foi o relato de alguns cuidadores ao cuidar do idoso
por um longo período de tempo, relataram sentir cansaço, estresse, sobrecarga física e
mental, tristeza e depressão.

Já em relação ao perfil dos profissionais que fazem assistência ao idoso frágil, grande
parte destes possuem pós-graduação na área de atuação, estão no serviço há mais de 5 anos,
sendo a maior parte do sexo feminino. O SAD possui um médico geriatra que faz atendimento
a este público especifico quando necessário, já que existem outros médicos clínicos. Os
profissionais da equipe multiprofissional relatam realizar durante a visita domiciliar
orientações pontuais quanto aos cuidados com estes idosos para os cuidadores e/ou familiares.

Diante das evidências cientificcientíficas e da pesquisa de campo realizada, foi


pensado um produto tecnológico que auxiliasse os profissionais na educação permanente para
os cuidadores, ao mesmo tempo que beneficiasse diretamente os idosos frágeis e
consequentemente esses cuidadores que tanto necessitam. Portanto, foi construido um Curso
de capacitação para os cuidadores e/ou familiares de idosos frágeis com objetivo de
instrumentalizá-los no lidar diário com este público, para isso foi desenvolvido 9 vídeos-
104

aulasvideoaulas , sendo o primeiro vídeo abordando como se dará o curso de capacitação e os


outros 8 vídeos com várias temáticas inerentes ao cuidado do idoso dependente.
Desta forma este estudo conseguiu atingir os objetivos propostos, pois, buscou
evidências científicas sobre cuidados ao idoso frágil, analisou-se as queixas de familiares
e/ou cuidadores quanto aos cuidados e construiu uma capacitação de cuidados para familiares
e/ou cuidadores de idosos frágeis.
A proposta de um produto de intervenção inovadora de educação permanente em
saúde foi construida de modo que o cuidador tivesse a oportuidade de participar do curso de
capacitação, tirar suas dúvidas com a equipe multiprofissional, por meio da ferramenta do
whatsaap.
Espera-se que esse estudo, por meio do curso de capacitação, auxilie os cuidadores,
potencializando à assistência ao idoso; contribuindo para uma melhor qualidade de vida dos
cuidadores e consequentemente, promovendo um cuidado integral e de qualidade ao idoso
frágil.
105

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112

APÊNDICES
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA


CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GERONTOLOGIA DO CENTRO DE
CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título: Instrumento para o gerenciamento do cuidado ao idoso frágil em


domicílio: capacitando cuidadores e familiares
Pesquisadora: Gilanne da Silva Ferreira
Orientadora: Prof.ª Dra. Maria Adelaide Silva Paredes Moreira

Prezado (a) senhor (a),

Esta pesquisa, intitulada ““Capacitação para o Gerenciamento do Cuidado ao idoso


frágil””, está sendo desenvolvida pela pesquisadora Gilanne da Silva Ferreira, aluna do Curso
do Programa de Mestrado Profissional em Gerontologia do Centro de Ciências da Saúde da
Universidade Federal da Paraíba, sob a orientação da Profa. Dra. Maria Adelaide Silva
Paredes Moreira.
O presente estudo tem como objetivo buscar capacitar os familiares /cuidadores do idoso
frágil para auxiliar no gerenciamento do cuidado no ambiente domiciliar. A finalidade deste
estudo é contribuir para o cuidado integral e humanizado ao idoso frágil no ambiente
domiciliar, evitando comorbidades e complicações, contribuindo para uma melhor qualidade
de vida.
Neste aspecto, o estudo colabora para capacitar os cuidadores/ familiares para que ocorra o
gerenciamento do cuidado em saúde de forma efetiva, integral, contínua e humanizada ao
idoso frágil no ambiente domiciliar.
Solicitamos a sua colaboração para participar de um questionário (em ambiente virtual) que
contem perguntas sobre os dados sociodemográficos (idade, escolaridade, sexo, bairro onde
reside), bem como, sobre a sua visão a respeito do cuidado ao Idoso frágil no ambiente
domiciliar. A sua tarefa está em responder aos questionamentos de forma voluntária em
113

ambiente virtual, espontânea e sincera, não sendo obrigado a responder questões que não
desejar, sem necessidade de explicar-se. Solicitamos ainda, o seu consentimento e sua
autorização para apresentar os resultados deste estudo em eventos da área de saúde e publicar
em revista científica. Por ocasião da publicação dos resultados, seu nome será mantido em
sigilo. Informamos que essa pesquisa não oferece riscos, previsíveis, para a sua saúde. Neste
aspecto, asseguro-lhe que será interrompido o andamento dos questionamentos com o devido
encaminhamento a uma assistência especializada, a partir do seu desejo, de acordo com a
resolução nº 466/12 e nº 510/2016 da CONEP/MS.
Esclarecemos que sua participação no estudo é voluntária e não receberá pagamento para
isto, portanto, o (a) senhor (a) não é obrigado (a) a fornecer as informações e/ou colaborar
com as atividades solicitadas pela pesquisadora. Caso decida não participar do estudo, ou
resolver a qualquer momento desistir do mesmo, não sofrerá nenhum dano, nem haverá
modificação na assistência que vem recebendo na Instituição. A pesquisadora estará a sua
disposição para qualquer esclarecimento que considere necessário em qualquer etapa da
pesquisa.
Atenciosamente,
___________________________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável
Contato da Pesquisadora Responsável:
Caso necessite de maiores informações sobre o presente estudo, favor ligar para a pesquisadora:
Gilanne da Silva Ferreira
Endereço: Rua Cantora Maria da Glória Gouveia de Vasconcelos, n – Jardim Oceania – 151- 902 B,
João Pessoa/PB.
Telefone: (83) 98878-2545. E-mail: gilanneferreira@hotmail.com
Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba
Campus I – Cidade Universitária – 1º Andar – CEP 58051-900 – João Pessoa/PB  (83) 3216-7791 –
E-mail: comitedeetica@ccs.ufpb.br

CONSENTIMENTO
Diante do exposto, declaro que fui devidamente esclarecido(a) e dou o meu consentimento para
participar da pesquisa e para publicação dos resultados. Estou ciente que devo arquivar uma via desse
documento.

______________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa

______________________________________
Assinatura da Testemunha
114

APÊNDICE B
QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO
PROFISSIONAIS DE SAÚDE.
TÍTULO DA PESQUISA: INSTRUMENTO PARA O GERENCIAMENTO DO CUIDADO
AO IDOSO FRÁGIL EM DOMICÍLIO: CAPACITANDO CUIDADORES E FAMILIARES

DADOS PESSOAIS- PROFISSIONAIS DO SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR (SAD)


Nome:
Idade: Sexo: fem ( ) mas ( )
Equipe do SAD: ( ) EMAD ( ) EMAP
Profissão que exerce no Serviço de Atenção Domiciliar:
SOBRE A SUA ATUAÇÃO PROFISIONAL
1. Quanto tempo de formação?
2. Apresenta pós-graduação? ( ) sim ( ) não Qual a área?
Apresenta Mestrado? ( ) sim ( ) não Qual a área?
Apresenta Doutorado? ( ) sim ( ) não Qual a área?

3.Quanto tempo atua no SAD?

SOBRE O PERFIL DOS IDOSOS ASSISTIDOS


4. Quantos idosos você atende na sua equipe de abrangência?

5. Quantos desses idosos atendidos são restritos ao leito?

6. Quantos desses idosos atendidos apresentam dificuldade de locomoção?

7. Na sua concepção, qual é o perfil epidemiológico do idoso assistido pelo SAD encontrado do
domicílio?
Sistema Neurológico ( ) Sistema osteo-mio-articular ( )
Sistema Cardiovascular ( ) Sistema Endócrino ( )
Sistema Respiratório ( ) Sistema Tegumentar ( )
Sistema genitouriário ( )
08. Quais as principais comorbidades encontradas?

SOBRE AS INFORMAÇÕES PARA OS CUIDADORES/ FAMILIARES

09. Na sua concepção quais as maiores dificuldades que o cuidador/ familiar apresenta para promover
um cuidado integral e continuo para esse idoso frágil?

10. Como você costuma orientar osfamiliares e/ou cuidadores de idosos frágeis? Quais os tipos mais
comuns de orientação? Quais as maiores dificuldades que eles encontram no processo de cuidar desses
115

idosos?

11. Você observa alguma evolução clínica dos idosos frágeis atendido por você? Poderia me citar
alguma(s) evolução nestes tipos de casos?
116

APÊNDICE C
ROTEIRO DO QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO
FAMILIARES/ CUIDADORES
TÍTULO DA PESQUISA: INSTRUMENTO PARA O GERENCIAMENTO DO CUIDADO AO IDOSO
FRÁGIL EM DOMICÍLIO: CAPACITANDO CUIDADORES E FAMILIARES

DADOS PESSOAIS- CUIDADORES/FAMILIARES DOS IDOSOS (SAD)


Nome:
Idade: Sexo: fem ( ) mas ( )
Profissão: Fez curso de Cuidador?
É atendido por qual equipe? ( ) EMAD ( ) EMAP

SOBRE O IDOSO
1.Há quanto tempo o idoso encontra-se restrito ao leito ou apresenta dificuldade de
Locomoção?

2. O que levou o Idoso a ficar dependente de cuidados contínuos?

SOBRE O CUIDADO
3. Quais as maiores dificuldades que você encontra no seu dia a dia para cuidar desse idoso?

4. Você se sente capacitado para cuidar do idoso?

1. Os profissionais do SAD fez ou faz algum tipo de treinamento ou capacitação de como lidar
com o idoso frágil no domicílio?

6.Se você recebesse orientações especificas sobre suas dificuldades em relação ao cuidado ao
idoso no Domicílio, você acha que te ajudaria?
( ) Sim ( ) Não

Para você qual seria o meio mais interessante para receber orientações no cuidado ao idoso?

( ) Cartilha ( )Vídeo ( ) WhatsApp ( ) Aplicativo ( ) Palestras de forma


presencial ( ) Outro meio de comunicação_____

________________
117

ANEXOS

ANEXO A- PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA


118

ANEXO B- TERMO DE ANUÊNCIA


119

ANEXO C- ENCAMINHAMENTO DA GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO NA SAÚDE


PARA A PESQUISA NO SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR
120

ANEXO D – COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DO ARTIGO


CIENTIFICCIENTÍFICO
121

ARTIGO
Perfil do cuidador na assistência domiciliar ao idoso frágil: protocolo de revisão
sistemática

RESUMO
Objetivo: analisar o perfil de cuidadores de idosos frágeis em domicílio e suas difculdades.
Realizar o levantamento de ferramentas que são utilizadas na assistência ao idoso frágil no
domicílio.Método: revisão sistemática da literatura onde serão incluídos estudos originais que
abordem o perfil do cuidador e as ferramentas de cuidado. Os artigos deverão compreender o
período de 2017 a 2021. As estratégias de busca serão realizadas em bases de dados abrangendo
a plataforma do Endnote, nos idiomas portugûes, inglês e espanhol. Serão seguidos todos os
passos metodológicos preconizados para as revisões sistemáticas do Manual Joanna Briggs
Institute (JBI®). Resultados: espera-se identificar estudos que apontem o perfil do cuidador do
idoso frágil e ferramentas que auxiliem o cuidador no cuidar diário. Conclusão: este estudo
encontra-se em andamento e o protocolo está aprovado na PROSPERO sob o número
CRD42021276263

DESCRITORES: Revisão Sistemática; Cuidador familiar; cuidadores; idoso; idoso


fragilizado; assistência domiciliar; pacientes domiciliares; cuidado domiciliar.

INTRODUÇÃO
Atualmente, observa-se o acelerado processo de envelhecimento populacional na maioria dos
países do mundo, o que leva ao aumento da expectativa de vida e redução da taxa de natalidade.
O aumento significativo da população idosa em idade avançada, favorece o surgimento de
idosos com doenças crônicas, apresentando limitações físicas e cognitivas (1).
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira
superou a marca de 30,2 milhões de pessoas idosas, correspondendo ao aumento em torno de
18% nos últimos cinco anos, com a perspectiva em torno de 4,8 milhões de novos idosos(2).
Diante do aumento da expectativa de vida, o idoso pode apresentar situações em que há
limitações funcionais e morbidades, elevando assim o aumento de patologias e incapacidades,
que geram a dependência física, cognitiva e/ou emocional, necessitando de cuidados
permanentes, por meio de um cuidador formal ou informal (3). Neste caso, os idosos dependentes
necessitam da presença de outra pessoa que os auxilie na execução de atividades cotidianas,
quando não conseguem tomar decisões e gerir a própria vida(4).
No processo de envelhecimento, há pessoas idosas que permanecem absolutamente capazes de
realizar as suas atividades cotidianas por si mesmas, ainda que apresentem doenças crônicas ou
outras condições importantes de saúde. Já outras pessoas precisam de apoio e adaptações para a
realização de suas atividades e algumas se tornam completamente dependentes de cuidados
122

contínuos e da ajuda de terceiros(5). O idoso frágil necessita de uma abordagem da equipe


multiprofissional capacitada e para que o cuidado aconteça de forma continua, integral e
humanizada, é necessário instrumentalizar os cuidadores e familiares a terem segurança e
(6)
conhecimento em relação ao cuidado que deverá ser prestado . O cuidado prestado ao idoso
exige dedicação exclusiva e quase sempre integral, que muitas vezes leva o cuidador à instalação
de uma nova dinâmica de vida, baseada nas necessidades do ser cuidado (5-6)..
Nas últimas décadas as estruturas familiares sofreram modificação mediante a inserção das
mulheres no mercado de trabalho e a redução da taxa de natalidade. É importante ressaltar que
também houve a diminuição do número de familiares disponíveis para serem cuidadores,
evidenciando assim uma problemática, que seria a dependência de idosos tornando-se
importante em relação à redução do apoio familiar (7-9).
Diante deste contexto, surge a necessidade de cuidadores formais, que na sua maioria, deveriam
ter qualificação e formação profissional para a realização do cuidado permanente de pessoas
idosas frágeis(10-11). Porém, são indivíduos que, além do trabalho doméstico, realizam todo o
cuidado assistencial com os idosos, auxiliando nas suas Atividades Básicas de Vida Diária
(12,
(ABVD) e cuidados específicos, sem que tenham nenhuma qualificação ou preparo para tal
13)
.

Devido a expressiva demanda de cuidados para os idosos, ganha força a necessidade do


cuidador, que se constituiu em um novo ator político e, por consequência, objeto de propostas de
ações e de intervenções governamentais(14).
Neste liame, surge as políticas públicas de saúde, que poderão auxiliar o idoso frágil, assim
também como o cuidador e seus familiares. Nesse sentindo, para que ocorra o cuidado da pessoa
idosa de forma efetiva é preciso disponibilizar serviços que possibilite a acessibilidade e o
acolhimento de forma adequada. Os profissionais de saúde devem estar capacitados em termos
de conhecimentos, habilidades e atitudes que possibilitem assistir a essa população de maneira
humanizada e integral (14) .
Surge assim, a Atenção Domiciliar (AD), como ferramenta de cuidado às pessoas com restrição
ao leito ou com dificuldade de locomoção englobando nesse contexto, a população idosa fágil.
Esse serviço auxilia aos idosos e seus cuidadores no ato de cuidar diário, sendo uma ferramenta
importantissima do Sistema Único de Saúde (SUS) para suprir as necessidades desta população
(5)
.
Diante dessa temática atual e das necessidade do idoso frágil, assim também como as
dificuldades do cuidador, elencaram-se os seguintes questionamentos para nortear este estudo:
Qual o perfil do cuidador de idosos em domicílio e suas dificuldades? Quais as ferramentas de
cuidado que são
123

utilizadas na assistência ao idoso frágil no domicílio?


Selecionou-se a metodologia da revisão sistemática, por ser um metódo útil em saúde,
dado que possibilita identificar as melhores evidências e sintetizá-las, contribuindo
substantivamente para identificar as melhores evidências científicas e incorporá-las à prática
dos profissionais nos serviços, no ensino, na gestão e na formulação de políticas de saúde (15).
Será realizada uma pesquisa preliminar na plataforma Endnote, cujo registro de protocolos
de revisões sistemáticas será o PROSPERO® e nas bases de dados MEDLINE/PubMed e
adaptada para as demais bases, seguindo as especificidades de cada uma, de Revisões
Sistemáticas e no Banco de Dados de Avaliações Sistemáticas e Relatórios de Implementação
do Joanna Brics Institute (JBI®), para elencar artigos originais que abordem desfechos
relacionados ao perfil do cuidador de idosos frágeis como também as dificuldades e
ferramentas utilizadas na assistência domiciliar ao idoso frágil (15).
A revisão sistemática incluirá estudos atualizados no período de 2017 a 2021, nas bases de
dados abrangentes, nos idiomas português, inglês e espanhol, utilizando MEDLINE/PubMed,
Scopus, Web of Science, CINAHL, Literatura Latino-Americana e do Caribe (LILACS),
ProQuest, tendo como base o gerenciamento de dados pela plataforma Endnote. Será incluido
no estudo, pesquisas originais que tenham como temática central o perfil do cuidador do idoso
frágil bem como suas dificuldades no cuidar diário. Verificaremos quais seriam as
ferramentas de cuidado que são utilizadas na assistência ao idoso no domicílio.
Desta forma, o objetivo deste protocolo é analisar o perfil de cuidadores de idosos frágeis em
domicílio e suas difculdades, como também realizar o levantamento de ferramentas que são
utilizadas na assistência ao idoso frágil no domicílio.

MÉTODO

Elegibilidade

Um protocolo de estudo foi elaborado e registrado no


Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO, Centro de Revisões e
Disseminação, Universidade de York; e o Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde), sob o
número CRD42021276263. A fim de orientar a formulação da questão da pesquisa,
convencionou-se estruturá-la segundo os componentes do acrônimo PECOS, onde cada letra
representa um componente em questão: P (população): Cuidador; E (exposição): ação e
prática do cuidado; C (controle): não ação e não prática; O (Resultados): sobrecarga de
124

trabalho, estresse emocional, ansiedade, entre outros; S (Desenho do Estudo): observacionais


analíticos, prospectivos, transversais e de coorte, estudos qualitativos, quantitativos,
descritivos e longitudinais ou caso-controle, conforme recomendação do JBI® (15).
Os critérios de inclusão consistiram de evidências cientificcientíficas de artigos originais que
abordaram o perfil do cuidador de idosos em domicílio, suas dificuldades na assistência e as
ferramentas de cuidado. Serão excluídos artigos que não estão relacionados com os
cuidadores no âmbito domiciliar.

Estratégia de busca

As estratégias de busca desta revisão terão por finalidade encontrar estudos originais
elegíveis para a pesquisa, nos idiomas portugûes, inglês e espanhol, publicados nos anos de
2017 a 2021, a partir da plataforma Endnote utilizando as seguintes bases de dados
eletrónicas: MEDLINE/PubMed, Scopus, Web of Science, CINAHL, Literatura Latino-
Americana e do Caribe (LILACS) e ProQuest. Serão selecionados através do gerenciamento
pela Plataforma do Endnote os estudos encontrados, dentre as bases de dados referenciadas
acima.
Uma estratégia de busca com os termos que serão utilizados para a base de dados
MEDLINE/PubMed será adaptada para cada base de dados específica de acordo com os
descritores recomendados para as buscas. Será utlizados os seguintes descritores indexados
nos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS): Cuidador familiar (family caregivers);
Cuidadores (caregivers); idoso (aged/ elderly), idoso fragilizado (frail elderly); assistência
domiciliar (home nursing); pacientes domiciliares (homebound persons); cuidado domiciliar
(home care services) e com os booleanos AND e OR.

Seleção dos estudos

Os artigos selecionados serão lidos na íntegra e categorizados nos seguintes aspectos: a)


autor; b) tipo de estudo e ano de publicação; c) país; d) caracteristicas dos participantes
(tamanho amostral, sexo e idade); e) dificuldades na assistência; f) ferramentas de cuidado.
Os artigos serão selecionados pelos revisores independentes e terão suas informações
cruzadas e apresentadas a um terceiro revisor, e qualquer discordância será discutida entre
eles.
125

Para análise dos dados que serão obtidos, faremos através de estudos de coorte, odds ratio
para estudos de caso (controle de dados) e estatísticas paramétricas e não paramétricas para
estudos analíticos transversais com I.C de 95% calculado para análise. As análises de
subgrupos serão realizadas de acordo com o tipo de estudo. As estratégias que serão utilizadas
para a síntese de dados é a Joanna Briggs Institute (JBI Sumari) onde os resultados ficarão
agrupados em uma metassíntese. Os dados a serem encontrados como cálculos de
porcentagem serão combinados e aplicados aos dados do estudo(15). A diferença entre os
percentuais será calculada para avaliar a mudança na prevalência de acordo com a categoria
da qualidade do estudo e o ano da coleta dos dados.

Extração dos dados


Os estudos a serem identificados e selecionados serão avaliados de forma crítica e
independente por três revisores no nível de estudo quanto à qualidade metodológica, usando
ferramentas de avaliação crítica padrão do JBI, considerando os tipos de estudo:
observacionais analíticos, prospectivos, transversais e de coorte, estudos qualitativos,
quantitativos, descritivos e longitudinais ou caso-controle.
Dois revisores independentes (1R e 2R) selecionarão os artigos incluídos em duas fases. Em
primeiro lugar (fase-1), os dois revisores avaliarão os títulos e resumos de acordo com os
critérios de elegibilidade; em segundo lugar (fase-2), eles exibirão textos completos e
selecionarão artigos pelos mesmos critérios da fase 1; então, eles cruzarão todas as
informações encontradas. Se surgirem divergências, um terceiro revisor (3R) participará antes
que uma decisão final seja tomada em ambas as fases. Se os dados importantes para a revisão
estiverem faltando ou não, será feita uma tentativa de contato com o autor correspondente do
estudo para resolver ou esclarecer o problema.
Revisores independentes (1R e 2R) coletarão dados dos artigos selecionados. Uma vez
selecionados, eles cruzarão as informações recuperadas com o terceiro revisor (3R). As
informações coletadas serão: autor; tipo de estudo; ano de publicação; país; características dos
cuidadores de idosos (tamanho amostral, sexo e idade); características clínicas. Qualquer
discordância será discutida entre eles.
Os estudos de baixa qualidade metodológica serão excluídos, sendo considerados apenas
estudos avaliados com qualidade moderada a alta. Um estudo que recebe de revisores que
respondem ““sim”” a seis ou mais perguntas na ferramenta de avaliação é considerado de
qualidade moderada ou alta. Se os estudos receberem um ““sim”” para cinco ou menos
questões, serão considerados de baixa qualidade e não serão incluídos.
126

Usando JBI , os resultados serão agrupados em uma metassíntese. Os dados a serem


encontrados serão cálculados a sua porcentagem e combinados, sendo aplicados aos dados do
estudo. A diferença entre os percentuais será calculada para avaliar a mudança na prevalência
de acordo, com a categoria de qualidade do estudo e ano da coleta de dados.

Avaliação de qualidade metodológica


Os estudos selecionados para esta revisão terão a qualidade metodológica avaliada por dois
revisores independentes, utilizando o instrumento padronizado de Checklist para Estudos
(15)
Analíticos Transversais do JBI® . Quaisquer divergências que surgirem serão resolvidas
por meio de um terceiro revisor.

Síntese dos Dados


O estudo proprorcionará o conhecimento sobre o universo dos cuidadores, assim como seu
relacionamento com o idoso, dificuldades encontradas no ato de cuidar, para que a partir do
estudo possa ver quais as ferramentas que poderão ser desevolvidas junto a esse cuidador para
melhorar sua qualidade de vida e consequentemente aprimorar o cuidado ao idoso frágil no
domicílio.
Os tamanhos de efeito serão expressos como risco relativo para estudos de coorte, odds ratio
para estudos de caso (controle de dados) e estatísticas paramétricas e não paramétricas para
estudos analíticos transversais com IC de 95% calculado para análise. As análises de
subgrupos serão realizadas de acordo com o tipo de estudo(15,16).
Usando JBI Sumari, os resultados serão agrupados em uma metassíntese. Os dados
encontrados como cálculos de porcentagem combinados serão aplicados aos dados do
estudo. A diferença entre os percentuais será calculada para avaliar a mudança na prevalência
de acordo, com a categoria de qualidade do estudo e o ano da coleta de dados (15).
Os resultados podem estabelecer o perfil do cuidador de idosos frágeis, assim como subsidiar
a formulação de estratégias de enfrentamento mediante dificuldades na assistência domiciliar.

Análise de subgrupos ou subconjuntos


Neste estudo não será aplicado a análise de subgrupos ou subconjuntos.

REFERÊNCIAS
1. Camarano AA. Estatuto do Idoso: avanços com contradições. Rio de Janeiro: IPEA; 2013.
127

2. Figueiredo MLF, Gutierrez DMD, Darder JJD, Silva RF, Carvalho ML. Cuidadores
formais de idosos dependentes no domicílio: desafios vivenciados. Ciência & Saúde Coletiva
[online]. 2021, 26(1):37-46. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-
81232020261.32462020>. https://doi.org/10.1590/1413-81232020261.32462020.

3.Cruz RR, Beltrame V, Dallacosta FM. Envelhecimento e vulnerabilidade: análise de 1.062


idosos. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. 2019; 22(3):e180212. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/1981-22562019022.180212>. https://doi.org/10.1590/1981-
22562019022.180212.

4. Klompstra L, Ekdahl AW, Krevers B, Milberg A, Eckerblad J. Factors related to health-


related quality of life in older people with multimorbidity and high health care consumption
over a two-year period. BMC Geriatr 2019; 19(1):187. Disponível:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31277674/. https://doi.org/10.1186/s12877-019-1194-z

5. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional da Atenção Domiciliar. Portaria nº 825 de


25 de abril de 2016. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo,
Brasília, DF, 25 de abril de 2016.

6. BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações Técnicas para a Implementação de linha de


cuidado para atenção Integral à Saúde da pessoa idosa no Sistema Único de Saúde. Secretaria
de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e estratégicas. Brasília, DF, 2018.

7. Giacomin KC, Duarte YAO, Camarano AA, Nunes DP, Fernandes D. Care and functional
disabilities in daily activities – ELSI-Brazil. Rev. saúde pública [Internet]. 2019Jan.29 [cited
2022Jul.18];52(Suppl 2):9s. Available from:
https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/154063.

8.Tarallo RS, Neri AL, Cachioni M. Atitudes de idosos e de profissionais em relação a trocas
intergeracionais. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. 2017; 20(3):421-429. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/1981-22562017020.160194>. https://doi.org/10.1590/1981-
22562017020.160194.

9. Minayo MCS. O imperativo de cuidar da pessoa idosa dependente. Cien Saude Colet 2019;
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https://doi.org/10.1590/1413-81232018241.29912018.

10. Jesus ITM, Orlandi AAS, Zazzetta MS. Sobrecarga, perfil e cuidado: cuidadores de idosos
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<https://doi.org/10.1590/1981-22562018021.170155>. https://doi.org/10.1590/1981-
22562018021.170155.

11.Cesari M, Prince M, Thiyagarajan JA, Carvalho IA, Bernabei R, Chan P, Gutierrez-


Robledo LM, Michel JP, Morley JE, Ong P, Rodriguez Manas L, Sinclair A, Won CW, Beard
J, Vellas B. Frailty: An emerging public health priority. J Am Med Dir Assoc 2016;
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cuidadores: aplicação em instituições de longa permanência. REAd 2016; 22(3):360-380.
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Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-2311.09515.57137>.


https://doi.org/10.1590/1413-2311.09515.57137.

13.Debert GG, Oliveira AM. A construção do cuidado do idoso como profissão. Rev Bras
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http://www.en.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1499171796_ARQUIVO_Faze
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14. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2528 de 19 de outubro de 2006. Regulamenta a


Politica Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 19 de outubro de 2006.

15. Aromataris E, Munn Z (Editors). JBI Manual for Evidence Synthesis. JBI Manual for
Evidence Synthesis [Internet]. 2020 [Cited 2020 Aug 25]. Disponível em:
https://synthesismanual.jbi.global.

16.Salazar de Pablo G, Vaquerizo-Serrano J, Catalan A, Arango C, Moreno C, Ferre F etal.


Impact of coronavirus syndromes on physical and mental health of health care workers:
Systematic review and meta- analysis. J Affect Disord [Internet]. 2020 [Cited 2020 Nov
11];275:48-57. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/326588 23/.
https://doi.org/10.1016/jjad.2020.06.022.

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