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PSICOLOGIA EDUCACIONAL ra EdicGo fl JOHN Wg SANTROCK Historias Ruth Sidney Charney Ruth Sidney Charney 6 professora ha mais de 35 anos. Ela desenvolveu uma abordagem de sala de aula responsiva para ensino e aprendizagem, um método que enfatiza o reforco positive do bom comportamento dos estudantes. A seguir estio alguns de seus pensamentos sobre o uso do reforgamento na aprendlizagem dos alunos. (Chemey, 2005 p. 1-2}: Para reforear o comportamento das criancas precisamos ‘obsery-las. Notamos os detalhes pessoais que as ctiangas trazem para a escola © seus esforcos para se comportat © aprender... Eloglamos os cinco exercicios coretos no traba- to de matematica (contra apenas dovs corretos na semana passada, a sentenca extra na redacio, os adjetivos adequa- ‘dos, 0s dez minutos sem infagies em um jogo, Reforgaremos a0 notar as inicativas posttvas das crian- ‘gas em seguir as regeas © atingir as expectativas da aula, Reforgaremos quando as criangas estiverem praticando rnovas habildades ou quando demonstrarem comportamen- tos recentemente modelados, Exemplos de notar e roforgarestudantes incluem: E hoje, ndo 6? A professor cochicha para Hector. Ele sort para ela todos curmprimentam pela apresenta¢30 solo que far no coro da igja “Bolas novas?”, a professora pergunta a Leila, enquanto la faz exibicdes pela sala. Olbvigada por ajuda Tess a vletar, Notel que voc deus boas dieas para ela conseguir soletrar as paavtassozinha” Vi que hoje levou muito menos tempo para vocés for: marem a fila. Vcés perceberam..2” Notel que voe8 fez seu exercicio de matemética hoje sem interupcoes, Isso exit muita concenitagio. ” Obvigada pela eficente arumagio que voe® fez hoje. Vi ‘que os matcadores esto todos tampacos, os lips guardados ‘om as pontas para baixo, nenhum papel no chao...” *Voeés encontraram uma maneira realmente interessante de resolver © problema e terminar o trabalho juntos.” Introdugao Todos nés concordamos que ajudar os estudantes a aprender & uma fun- ¢a0 importante da escola. No entanto, nem todos concordam sobre a melhor maneira de aprender. Iniciamos este capitulo examinando o que envolve a aprendizagem ¢ depois nos voltamos para as principais abordagens com- ortamentais da aprendizagem. Em seguida, exploranos como os prineipios comportamentais sio aplicados na educagiio dos estudantes. Na seca final, discutimos as abordagens saciocognitivas da aprendizagem. @ 0 aue € aprendizagem? ‘O que € apren T ‘Abordagens da aprendizagem ) gem € 0 que nao € A aprendizagem é 0 foco central da psicologia educacional, Quando perguntamos is pes- soas para que servem as escolas, uma resposta comum é"Para ajudar as criangas aprender’ que € aprendizagem e 0 que nao é Quando as criangas aprendem a utilizar © computador, elas cometem alguns erros a0 longo do processo, até que se habituem aos procedimentos Fequeridos para utilizar 0 com pputador com efciéncia,Ascriangas passirto de pessoas que no conseguem utilizar o computador vn mbhecomisanteduse para seem pessos que conseguem, Ua ver que aprenderam, nto perdem ess habiidade E-como aprender a dirigin Uma ver que aprends, nao precisa aprender de novo Portanto, .aprendizagem pode ser defnida como uma inlaéneis reativamente permanente no com- portamento, conhecimento eno racocinio, adquirda por mio da experi, Nem tudo 0 que sabemos¢ aprendio, Herdamos algumascapacidades~ elas sto con- nits ou inatas, nao aprendidss, Por exemplo, nao precisamos aprender a engoli of ge tar.ou piscar quando um abjeto chega muito perto de nosss olhos. No entanto, a maior «dos comportamentos humanos nto evolve apenas a hereitaiedade. Quando as criangas ttilizam um computador deuma novs maneira, se exforsam para resolver problemas, fazem perguntas mais bem elaboradas, explicam ima resposta deforma mais lgica, ow ouvem, ‘om mais atengaosa experiencia de aprendizagem esti em ao. ‘O escopo da aprendizagem é amplo (Chance, 2006; Doman, 2006; Martin e Pea, 2007: ‘Watson e Tharp, 2007). Envolve comportamentosacadémicos © nio-academicos. Ocorre nas escolas¢em todos os higares onde as criansisvvenciam seu mundo, Abordagens da aprendizagem Diversas abordagens da aprendizagem jd foram propostas. A seguir, exploraremos as abordagens comportamental e cognitiva Comportamental As abordagens da aprendizagem que discutimos na primeira parte deste capitulo sto chamadas comportamentais.O behaviorismo radical é uma visio de que ‘6 comportamento deve ser explicado por Varidveis externas, e ndo por processos mentais do individuo. Para os behavioristas, comportamento € tudo 0 que fazemos, tanto de maneira verbal como nio-verbal, que podem ou no ser diretamente observavel uma crianga criando ‘um cartaz, um professor explicando algo para uma crianga, um aluno provocando outro «etc, Processos mentais sao tratados por psicdlogos behavioristas radicais como eventos no observaveis (privados), nao causais, mas que devem ser estudados (tais como, pensamentos, sentimentos ¢ motivos que cada um de nés experiencia, mas que nao podem ser observados pelos outros). Embora nao possamos ver diretamente pensamentos, sentimentos e motivos, ‘les ndo sto menos reais. Os eventos privados incluem o pensar de de criar 6 melhor cartaz, 0 sentirse satisfeito por parte do professor com o empenho das criangas ¢ a motivagao interior das criangas para controlar seus comportaments. ara os behavioristas radicais,esses pensamentos, sentimentos e motivos no so causas apropriadas para a ciéncia do comportamento porque nao podem ser manipulados (Ter- +, 2006). O condicionamento clissico e o condicionamento operante, duas relagdes com: portamentais que discutiremos brevemente, si0 adotados por essa visio quando discute a aprendizagem. Ambos descrevem 0 pareamento de estimulos, que consiste em tornar dois ‘eventos conectados ou associads. CognitivaCognigio significa “pensamento’ ¢ a psicologia se tomou mais cognitiva ow ‘comezou a focar mais no pensamento no final do século 20. énfase cognitiva permanece atual- ‘mente e €a base para numerosis abordagens da aprendizagem (Bransford e outros, 2005; Golds tein, 2006; Sawyer, 2006; Sternberg, 2006). Neste livro,discutimos quatro abordagens cognitivas principais da aprendizagem: sociocognitva, processamento cognitivo da informagio, cognitiva ‘construtivistae socioconstrutivista. As abordagens sociocognitis, que enfatizam convo os fatores ‘comportamentas, ambientais e pessoas (cogntives)interagem para influenciar a aprendizagem, sero apresentadasadiante neste capitulo (Bandura, 2005, 2006). O segundo conjunto de aborda- gens, procesamento cognitiv da informagio,foca em como as criangas processam 2 informagDes por meio da atengio, meméria, pensamento e outros processos cognitivos (Munakata, 2006; Siegler, 2006), © terceiro conjunto de abordagens, cagritivo construtivsta,enfatiza a construgio ‘cognitiva do conhecimento e entendimento da crianga, © terceiro conjunto de abordagens,scio- construtvista,foca na colaborasio com outros para produ conhecimento e entendimento. Somando essas quatro abordagens cognitivas abordagem comportamental, chegamos as cinco principais abordagens do conhecimento discutidas neste livro: comportamental, sociocognitiva, processamento cognitivo da informagio, cognitiva construtivista e socio- que éaprendizagem? 227 aprendizagem Infuénclareatve- ‘mente permanente no compotamento conhecimento eno racic, adguitida ‘or meio da experi ‘behaviorismo radical € 2 visio de que © comprtamento deve se explicado ‘or valves externas ao individu, processos mentais (eventos Drivados) Pensamentossentimentos ‘motives que cada um de ns experienta, ‘mas que no podem ser observads eos outros, pareamento de estimulos A coneio sistemateaenve dais evntasfestinuos 228 capitulo 7 Abordagenssociocognitiva¢comportamental Enfase nas conseqlén- Enfase na interagéo ‘em como as, Enfasenaconstrupio _Enfase na colaboravo Seamer | enelore otro | Ieameecceetal RAMEE feonoer tres reforgamento ¢ puni¢do _mentais, ambientais © informag6es pormeio mento entendimento _produzirconhecimento coma determinantes do pessoais (cogntivos) da atengo, meméria, da crianga ‘eentendimento comportamento/ como determinantes da__raciocinio e outros aprendizagem ‘prencizagem pprocessos cognitivos Prim ree _ m eeTny} or eon FIGURA 7.1 Abordagens da aprendizagem. _ucr, Estimulo neutro —S= Sem reeposta nova Comida na boca canpsia Sa as ‘o ie = | Ld STS Enimlonauro + Us UCR cs Campainha ‘Comida na boca eae ‘Campainha a~ |, a \ [de =| X | FIGURA 72 Condicionamento clissico de Pavlov, Em um experimento, Pavlov apresenton wm estilo neuteo (Campanha) imeditamente antes de wm estimuloincondicional(comih na boca). © estilo neutotornox-se um estilo condiconal aps ter sido sistematcamentepareado com um estilo inondiional que eliciava a salivagio do cachorr. Subsequentemente, oetimulo condconal (campainha) por sf capaz de elciar a salivagto do cachoro. As criangas podem desenvolver medo da sala de aula se a associarem a critcas dessa forma, sala deaula se toma um CS do medo. O condicionamento clissico também pode estar envolvido naansiedade durante provas.Por exemplo, uma crianga vai male criticada por iso, que produ ansiedade. A critica tomou-se um CS porque, na historia passada dessa crianga, ela foi pareada com algum estimulo dolorido ou com a perda de regalias (por exemplo, surra de seus pais ou ficar «de castigo no final de semana); posteriormente a crianga em situagio de provas sente ansiedade, a prova passa a ser um CS que eliciaansiedade (veja a Figura 7.3), Problemas de satide de algumas criangas também podem envolver 0 condi- FIGURA 7.5 Esquemas de reforcamento € diferentes padres de resposta [Nessa figura, cada marca indica a liberagao do teforgo. Note que os esquemas variveis (0 refargo & dado aps tum nimero médio de respostas 03 para 8 primeira resposta aps um periodo rmédio de tempo) produzem taxas mais las de resposta que os esquemas fixos (0 forgo ests associado & primeira resposta apts um periodo determinado de tempo decorrido ox a um mtimero determinado de reposts). A previibidade de wm reforgo também ¢ importante no sentide de que um esquema fixo produ2 uma tana de resposta menor do que am esquema imprevisivel(varéve), contratar Fspecifiear as contingéncias do eforgamento por esito. 238 capitulo 7 Abordagenssociocognitiva¢comportamental

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