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UNIDADE CURRICULAR: Arte do Ocidente Europeu

CÓDIGO: 31008

DOCENTE: Pedro Flor

A preencher pelo estudante

NOME: Natália da Conceição Proença de Almeida Cruz Nobre

N.º DE ESTUDANTE: 1500751

CURSO: História

DATA DE ENTREGA: 10 de Novembro 2022

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

Arte da Idade Média – Arte Funerária

Claus Slutter foi um importante escultor flamengo, que dedicou a sua vida a
desenvolver uma obra baseada no estilo gótico, mas adotando ao mesmo tempo, um
nível de monumentalidade e naturalismo, que viria a fazer dele o principal escultor do
trecento1 da sua época.

As suas capacidades artísticas e a sua visão da arte, acabariam por fazer dele um
elemento muito importante, na transição do gótico internacional para o estilo
renascentista, mas seguindo a linha do naturalismo. De uma forma mais particular, a sua
influência e o seu trabalho seriam ainda importantes, para o desenvolvimento do
realismo no Norte, fazendo dele, a figura principal da escola de escultura gótica que
seria estabelecida por Filipe o “Ousado”, Duque da Borgonha.

As esculturas de Slutter eram portanto naturalistas e muito expressivas, chegando a ser


consideradas mais de caráter mundano do que idealista, o que fará com que o seu
trabalho na Borgonha venha a revolucionar a estatutária, permitindo dessa forma que a
escultura pudesse conhecer por toda a Europa um grande desenvolvimento tanto no
âmbito da arquitetura, como nos seus detalhes e em que a força física conferida pelas
pregas amplas, que jogavam com a luz, transmitiam uma grande profundidade
psicológica espelhada nos rostos, principalmente no que diz respeito aos sentimentos de
dor e tristeza expressados nas esculturas funerárias.

A escultura tumular gótica, era nesse período, baseada em estátuas jacentes 2 que
representavam o defunto com os olhos abertos e mãos sobre o peito em sinal de oração,
refletindo o respeito pela morte, situação que era normal numa época marcada por
grandes crises. O exemplo mais flagrante seria a sua última obra antes de morrer,
falamos do túmulo de Filipe, Duque da Borgonha, que Slutter não terminaria e onde
seria apenas responsável pelas figuras dos “enlutados”.

O monumento funerário, propriamente dito, seria construído pelo seu sobrinho Claus de
Werve, tendo as caraterísticas únicas do seu estilo sido utilizadas nesta obra, que viria a

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É o período da História da Arte que surge após o período da Idade Média na Itália
2
Era um tipo de escultura funerária, que retratava o falecido em alto-relevo sobre a tampa do seu tumulo

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ter uma grande influência por também abranger a pintura. As figuras dos “pleurants” 3
acabariam por ser adotadas mais tarde em monumentos funerários por outros artistas.

A influência deste novo estilo, acabaria por abrir o caminho para o que viria a ser o
Renascimento, que com a entrada do século XV faria da escultura renascentista, uma
das principais artes do seu tempo, distinguindo-se da gótica por ser um aperfeiçoamento
da mesma. Este movimento seria entendido como um processo de recuperação, do que
tinha sido a escultura da antiguidade clássica, em que os escultores encontrariam nos
vestígios artísticos e nas descobertas de sítios dessa época passada, a inspiração perfeita
para a realização das suas obras.

A escultura no Renascimento tomaria como modelo não só as obras da antiguidade


clássica, mas também a sua mitologia, permitindo que dessa forma se desenvolvesse o
caminho para o pensamento humanista e para a definição da função da escultura na arte.
Nos Países Baixos a Renascença acabaria por surgir somente no século XVI,
nomeadamente em 1500, altura em que as Dezassete Províncias estavam unidas e junto
com as cidades do Condado da Flandres Flamencas, passariam a ser consideradas
centros culturais e econômicos que formavam umas das partes mais ricas da Europa.

Na arte renascentista a escultura ganharia forma e vida, pois normalmente a obra ficava
em cima de uma base para ser apreciada nos seus diferentes ângulos, por quem a
observasse. O corpo humano passaria a ser ligeiramente torneado, com proporções
impecáveis demonstrando todos os seus sentimentos e para o obter o nu passaria a ser
utilizado, para assim se poder demonstrar a ligação ao naturalismo.

Ao contrário da arte grega, o Renascimento deixou de ter necessidade de elaborar para a


escultura uma série de regras comparáveis com as da arquitetura. O que não quer dizer
que faltassem, na escultura renascentista determinadas características em relação ás
formas e tendências.

O Norte da Europa durante o século XVI, seria, porém, profundamente afetado pela
Reforma Protestante e após um período de lutas pelo poder e de profundas crises
religiosas, onde os reis tanto da França como de Espanha acabariam por impor seu
domínio nessa região, que levaria a mudanças no destino de Flandres, que acabariam
por deixar marcas importantes na Arte que ali se iria desenvolver.

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Estátua representativa de uma pessoa a chorar

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Bibliografia

Gombrich, E.H.; A História da Arte. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1988.

Pimentel, A. & All: “A História da Arte – Arquitetura, Escultura e Pintura”, Edições


MinervaCoimbra, 2010; ISBN – 978-972-798-290-5

Webgrafia

https://artsandculture.google.com/entity/m08zc50?hl=pt

https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/jacentes

https://www.biografiasyvidas.com/biografia/s/sluter.htm

http://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-renascentista/renascimento/

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