Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Grupo Bauru: Uma Unidade Continental Do Cretáceo No Brasil - Concepções Baseadas em Dados Micropaleontológicos, Isotópicos e Estratigráficos
Grupo Bauru: Uma Unidade Continental Do Cretáceo No Brasil - Concepções Baseadas em Dados Micropaleontológicos, Isotópicos e Estratigráficos
Resumo
A combinação de informações de afloramentos e de sub-superfície, incluindo dados micropaleontológicos, estudos de fácies, estrati-
grafia de sequências e análises isotópicas de oxigénio, permite apresentar um novo quadro evolutivo para os sedimentos continentais
cretácicos avermelhados do Grupo Bauru, Brasil. São reconhecidos 38 taxa, incluindo 29 espécies de ostracodes e 09 espécies de caró-
fitos. Novas sete espécies e três sub-espécies de ostracodes são aqui formalmente descritas. As associações de "Chara" barbosai -
Ilyocypris cf. riograndensis (Formação Adamantina) e de Amblyochara sp. - Neuquenocypris minor mineira nov. subsp. (Formação
Marflia, Membro Ponte Alta) compõem dois grupos distintos que se relacionam, respectivamente, aos intervalos Turoniano-
Santoniano e Maastrichtiano (provavelmente Neomaastrichtiano). Assim, um hiato de mais de 11 Ma separa as duas mencionadas for-
mações.
Da base para o topo, quatro ciclos deposicionais foram reconhecidos ao longo do Grupo Bauru no oeste paulista: ciclos 1 e 2
(Formação Caiuá: fácies fliívio-lacustres e lacustres na região de Presidente Prudente), ciclo 3 (Formação Santo Anastácio e parte infe-
rior da Formação Adamantina: fácies fluviais e lacustres, respectivamente), ciclo 4 (parte superior da Formação Adamantina: fácies
ílúvio-lacustres). Uma discordância erosiva separa as formações Caiuá e Santo Anastácio (entre os ciclos 2 e 3). A Formação Marília,
que não ocorre no oeste paulista, distribui-se em áreas descontínuas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e
Goiás, sendo uma unidade distinta do conjunto subjacente.
Ao longo da história deposicional do Grupo Bauru (?Aptiano-Maastrichtiano) o chma foi quente e árido a semi-árido. Lagos rasos,
com salinidades variáveis (águas doces a salobras) no tempo e no espaço, episodicamente apresentavam expansão (fases mais úmidas)
e contração (períodos de longa estiagem). Na fase de deposição da Formação Adamantina (Turoniano-Santoniano), longos períodos
de seca provocavam a segmentação de lagos maiores em função de irregularidades topográficas no substrato basáltico, ocorrendo, não
raramente, a exposição dos fundos lacustres; sob água, tais pisos eram colonizados por prados de carófitos monotípicos. Lagoas
efémeras, pequenas, com instabilidade hidroquímica e com fundos cobertos por prados de carófitos multi-específicos, foram palco da
deposição de margas e lamitos do Membro Ponte Alta (Maastrichtiano, Neomaastrichtiano?).
Levando-se em conta as datações micropaleontológicas apresentadas, as idades das camadas de cinzas vulcânicas neocretácicas que
ocorrem nas bacias costeiras do sudeste do Brasil, o posicionamento estratigráfico dos analcimitos do centro-norte de Estado de São
Paulo e suas relações com as manifestações magmáticas neocretácicas ocorridas no interior do país, sugere-se, aqui, uma idade
Neoconiaciano-Santoniano para lavas e tufos do centro-norte do Estado de São Paulo, Triângulo Mineiro e sudoeste de Goiás.
Palavras chave
Cretáceo continental. Grupo Bauru, Brasil, Ostracoda, Charophyta, Estratigrafia, Paleoecologia.
^ Universidade Estadual Paulista, UNESP, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Departamento de Geologia
Aplicada, CP. 178, CEP 13506-900, Rio Claro ~ SP, Brasil. E-mail: dimasdb@ms.rc.unesp.br;
jocastro@ms.rc. unesp. br
^ APGSJ/UNPSJB, Ciudad Universitária, Km 4, (9000), Comodoro Rivadavia, Argentina. Pesquisador Visitante na
UNESP apoiado pela Agência Nacional do Petróleo. E-mail: aldo@unpbib.edu.ar
^ Secretaria do Meio Ambiente, Instituto Geológico, Seção de Paleontologia e Estratigrafia, Av. Miguel Stéfano, 3900,
Agua Funda, CEP 04301-901, São Paulo - SP Brasil
Universidade Estadual Paulista, UNESP, R. Benjamin Constant, 116, CEP 19030-010, P Prudente - SP Brasil
^ Centro de Pesquisas da Petrobrás, CENPES, Divisão de Exploração, I . Fundão, Cid. Universitária, CEP 21949-900,
Rio de Janeiro - RJ, Brasil. Universidade Estadual do Rio de Janeiro-UERJ. E-mail: rene@cenpes.petrobras.com.br
* Projeto de Pesquisa apoiado pela FAPESP (1998/1598-5) e pelo Programa de Recursos Humanos da Agência
Nacional do Petróleo (PRH-ANP/MME/MCT). O primeiro autor é bolsista do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (Brasil).
246 D . D I A S - B R I T O et al
Abstract
The Bauru Group: a continental Cretaceous unit i n Brazil - concepts based on micropaleontological, oxygen isotope and
stratigraphical data. - The integration of outcrop and subsurface information, including micropaleontological data, fácies and
sequence stratigraphic studies, and oxygen isotope analysis, allow us to present a new stratigraphic model for the Cretaceous conti-
nental deposits of the Bauru Group, Brazil. Thirty-eight fóssil taxa were recovered from these deposits, including 29 species of ostra-
codes and 9 species of charophytes. Seven of these ostracode species and three subspecies are new and formally described here. The
associations of "Chara" barbosai - Ilyocypris c f riograndensis, found in the Adamantina Formation, and Amblyochara sp. -
Neuquenocypris minor mineira nov. subsp., found in the Marília Formation, Ponte Alta Member, represent two distinct groups that
are respectively Turonian-Santonian and Maastrichtian (probably Late Maastrichtian) in age. Therefore, a hiatus, encompassing more
than 11 Ma, separates those two formations.
From bottom to top, four depositional cycles were recognized in the Bauru Group in western São Paulo: cycles I and 2 belong to
Caiuá Formation (fluvio-lacustrine and lacustrine deposits in the Presidente Prudente region), cycle 3 to the Santo Anastácio and lower
Adamantina Formation (respectively fluvial and lacustrine deposits), and cycle 4 to the upper Adamantina Formation (fluvio-lacus-
trine fácies). An erosional unconformity separates the Caiuá and Santo Anastácio Formations (between cycles 2 and 3). The Marília
Formation is a distinct unit from the underlying succession; it does not occur in western São Paulo, but is found in restricted áreas of
São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul and Goiás States.
During the deposition of the Baum Group (Aptian? to Maastrichtian) the climate was hot and arid-semiarid. Shallow lakes underwent
fluctuations in expansion (wet phases) and contraction (dry phases), as well as variations in salinity. During the deposition of the
Adamantina Formation (Turonian-Santonian) there were long, dry periods that caused segmentation of large lakes (due to topographic
irregularities in the basaltic substrate) and sometimes exposures of the lake floors; when flooded these lake floors were colonized by
extensive meadows of single species of charophytes. Small ephemeral ponds, that were hydrochemically unstable and colonized by
multiple species of charophytes, were the depositional sites for the marls and mudstones of Ponte Alta Member (Maastrichtian, Late
Maastrichtian?).
Our micropaleontological age control, combined with the Late Cretaceous ages of volcanic ashes found in the southeasteam Brazil
coastal basins, and the stratigraphic position of analcimites from the Jaboticabal-SP region, suggest a Late Coniacian-Santonian age
for important magmatic events occurred in the interior of Brazil (north-central São Paulo State, Triângulo Mineiro, and southwestern
Goiás State).
K e y words
Résumé
Le groupe Bauru: une unité du Crétacé continental - conceptions basée sur la micropaléontologie, risotope de Toxygène et
les données stratigraphiques. - Uintégration des données micropaléontologiques, du faciès, des études stratigraphiques séquen-
tielles, et des analyses de Tisotope de Toxygène, permet de présenter une nouvelle carte des sédiments rougeâtres et continentaux du
Crétacé du groupe Baum au Brésil.
38 taxons ont été identifiés, comprenant 29 espèces d'Ostracodes et 9 de Charophytes. De nouvelles espèces d'Ostracodes (sept) et
de sous-espèces (trois) y sont décrites complètement. Les associations de "Chara" barbosai - Ilyocypris c f riograndensis (Formation
Adamantina) et de Amblyochara sp. - Neuquenocypris minor mineira nov. subsp. (Formation MaríKa; Membre Ponte Alta) représen-
tent deux groupes distincts qui sont respectivement assignés aux intervalles du Turonien-Santonien et du Maestrichtien (probablement
Maestrichtien supérieur). Pourtant une lacune de 11 Ma separe ces deux formations.
Quatre cycles de dépôt ont été reconnus, de bas en haut, dans le groupe Bauru; les cycles 1 et 2 appartiennent à la Formation Caiuá
(des dépôts fluvio-lacustres et lacustres dans la région de Presidente Prudente), le cycle 3 appartient aux formations Santo Anastácio
et Adamantina (la partie inférieure) (respectivement des dépôts fluviaux et lacustres), et le cycle 4 appartient à la partie supérieure de
la Formation Adamantina (un faciès fluvio-lacustre). Des discordances dues à Térosion séparent aussi bien les formations de Caiuá et
de Santo Anastácio que celles de Adamantina et de Marília.
Pendant Thistoire du dépôt des sédiments du groupe Bauru (?Aptien-Maestrichtien), le climat était chaud et aride-semi aride. Des lacs
peu profonds, d'une salinité variable (non salé à saumâtre) selon Tendroit et Tépoque avaient des phases d'expansion (période
humides) et de diminution (phases sèches). Durant les dépôts de la Formation ^Adamantina (Turonien-Santonien), i l y eut des périodes
longues et sèches qui causèrent le découpage du plus grand lac (à cause des irrégularités topographiques dans le substratum basal-
tique) et parfois des expositions du fond du lac; sous Teau, ces fonds ont forme des prairies de charophytes monotypiques. Petits,
saumâtres et instables hydrochimiquement, ces étangs éphémères étaient des sites de dépôt pour les mames et Targile du Membre
Ponte Alta (Maestrichtien, Maestrichtien supérieur?).
En prenant en compte la datation paléontologique, la position stratigraphique des analcimites du centre nord de Tétat de S. Paulo et
de Tâge des cendres volcaniques des bassins de la cote sud-est du Brésil, i l est possible de placer dans le Coniacien supérieur-
Santonien les manifestations magmatiques qui eurent lieu dans Tintérieur du pays: le centre nord de Tétat de S. Paulo, Triangulo
Mineiro dans Fouest de Tétat du Minas Gerais, et dans le sud-ouest de Tétat de Goiás.
Mots clés
Crétacé continental, Groupe Baum, Brésil, Ostracodes, Charophytes, Stratigraphic, Paleoécologie.
Grupo Bauru: uma unidade continental do C r e t á c e o no Brasil 247
Fig. 1 : Distribuição em superfície do Grupo Bauru (área aproximada de 350.000 Km^). Mod. de FERNANDES & COIMBRA (1996).
Fig. 1: Surface distribution of the Bauru Group (total area of more than 350.000 km2) Mod. from FERNANDES & COIMBRA
(1996).
54'
-5S1.
LOCAIUACKO
m* é v »• «'
A - E : setores investigados
Caiuá "S-"
O 50 lOOkm
f -2 3 4 5 6 7
do-se diretamente aos basaltos Serra Geral, em contato camadas m a c i ç a s ou em aleitamentos plano-paralelos
discordante erosivo. A F o r m a ç ã o Adamantina representa incipientes, mostrando, com freqiiência, níveis com mar-
um pacote rochoso largamente oxidado. E, entre todas as cas de onda, l a m i n a ç ã o cruzada e gretas de ressecamen-
unidades do grupo, a mais extensamente distribuída e to. C i m e n t a ç ã o calcífera ou discretos níveis calcretiza-
que c o n t é m as mais expressivas e x p o s i ç õ e s lacustres da dos ocorrem localmente. Os pacotes mais espessos da
d e p r e s s ã o Bauru. Apresenta c o n s i d e r á v e i s v a r i a ç õ e s f o r m a ç ã o encontram-se na faixa mais ocidental do
faciológicas {e.g., fácies A r a ç a t u b a , mais pelítica) e Estado de S ã o Paulo, onde atingem valores da ordem de
expressa u m conjunto quase sempre avermelhado de are- 150m; em direção à borda nordeste da bacia h á um adel-
nitos feldspáticos finos a muito finos, com intercalações g a ç a m e n t o generalizado da unidade (SOARES et ai,
de siltitos argilosos e argilitos/folhelhos cinzentos ou 1980; SOARES, 1981). Localmente, lavas alcalinas
esverdeados. Os arenitos, que são dominantes, expres- analcimíticas ocorrem entremeadas na parte superior da
sam-se como bancos m é t r i c o s , m a c i ç o s ou estruturados, F o r m a ç ã o Adamantina ( C O U T I N H O et ai, 1982). Os
com estratificações cruzadas de porte variado e plano- sedimentos da f o r m a ç ã o acumularam-se em ambientes
paralelas horizontais. As fácies pelíticas d i s p õ e m - s e em fluviais, lacustres rasos e aluviais. O clima teria sido
Grupo Bauru: uma unidade continental do C r e t á c e o no Brasil 249
quente com p e r í o d o s de semi-aridez ou secas prolonga- do Grupo Bauru resultavam de coletas acidentais e sem
das (e.g., S U G U I O & B A R C E L O S , 1983; E T C H E - controle estratigráfico, dificultando assim sua utilização
B E H E R E et ai, 1990), ou quente e ú m i d o (e.g., para a crono-bioestratigrafia. A inexistência de um con-
SOARES etal., 1980). trole bioestratigráfico das áreas de ocorrência dos fós-
O conteiído fóssil dos sedimentos Adamantina é princi- seis da Bacia Bauru torna assim bastante duvidoso o
palmente representado por vertebrados (entre outros, res- intervalo temporal de sedimentação nesta bacia."
tos de crocodilomorfos, dinossauros, q u e l ô n i o s , anuros, A i n v e s t i g a ç ã o m i c r o p a l e o n t o l ó g i c a dos estratos da
peixes, ofídios, e t c ) , vegetais (Charophyta), moluscos F o r m a ç ã o Adamantina tem sido pouco expressiva. A t é
(bivalves e g a s t r ó p o d e s ) , c o n c h o s t r á c e o s e ostracodes. meados dos anos 90 do século X X , ficou resumida à des-
Tal conteíido tem merecido a a t e n ç ã o de vários pesquisa- c r i ç ã o de uma e s p é c i e de Charophyta (PETRI, 1955;
dores desde a primeira d é c a d a do século X X . Todavia, o vide t a m b é m B A R B O S A , 1955) e a notícias acerca da
estabelecimento de uma idade mais precisa para a o c o r r ê n c i a de ostracodes n ã o identificados ( M E Z Z A -
F o r m a ç ã o Adamantina (e t a m b é m para a F o r m a ç ã o L I R A , 1959; 1966, M E Z Z A L I R A , 1989; S U A R E Z ,
M a r í l i a ) tem sido dificultado pelas características intrín- 1973) ou apenas incompletamente classificados
secas de suas a s s o c i a ç õ e s fossilíferas, parte de um regis- [llCandona sp. - B A R B O S A (1955); Candona ? e/ou
tro continental amplamente oxidado e isolado de qual- Cyprisl - MEZZALIRA (1974); Cypridinae,
quer influência marinha. Este fato, somado a outros I l y o c y p r i d i n a e (Ilyocipris), Candoninae, Eucypris e
(como a falta de controle estratigráfico sobre os níveis Eucandona - C U N H A & M A C E D O (1986)]. Alegando
contendo m a c r o f ó s s e i s , freqiientemente a l ó c t o n e s ) , tem dificuldades de identificação impostas por processos dia-
imposto barreiras à fixação de uma acurada determi- g e n é t i c o s , M A C E D O (1987) sugere a p r e s e n ç a de g é n e -
n a ç ã o b i o c r o n o l ó g i c a para estas rochas no contexto dos ros que lembram Ilyocipris, Eucypris e Eucandona no
andares internacionais. extremo oeste paulista.
Na última d é c a d a , estudos com base em vertebrados e A partir da segunda metade da d é c a d a de 90 o processo
especificamente em r e l a ç ã o a estratos da F o r m a ç ã o de interesse investigativo pelos m i c r o f ó s s e i s da
Adamantina, apontaram as seguintes idades: Senoniano F o r m a ç ã o A d a m a n t i n a f o i aquecido. S U A R E Z &
( B A R C E L O S & B E R T I N I , 1990); ?Cenomaniano- C A M P O S (1995) chamam a a t e n ç ã o para a numerosa
Campaniano ( B E R T I N I et ai, 1993); A l b i a n o / p r e s e n ç a de ostracodes na F o r m a ç ã o Adamantina na
Coniaciano ( B E R T I N I et al., 1997); Coniaciano ? r e g i ã o de Presidente Prudente, incluindo, entre outras
(CARVALHO & BERTINI, 1999); Santoniano- formas, membros das f a m í l i a s Eucandonidae e
Campaniano/Maastrichtiano ( B E R T I N I & C A R V A L H O , Cyprididae, a l é m de carófitas. D I A S - B R I T O et al.
1999); Campaniano, eventualmente eomaastrichtiano (1998) publicam os resultados preliminares do estudo
( B E R T I N I et al., 1999). Mais recentemente B E R T I N I et ora apresentado, revelando, e n t ã o , uma fauna constituída
al. (2000), fazendo uma breve síntese sobre a biocrono- por 22 e s p é c i e s de ostracodes podocopidos e 02 espécies
logia do Grupo B a u r u , apontam uma idade Cam- de carófitos. Tais autores posicionaram os estratos
paniano/Maastrichtiano para a F o r m a ç ã o Adamantina, Adamantina (incluindo suas partes inferior e superior,
explicitando que esta unidade n ã o poderia ser mais anti- vide C A S T R O et al, 1999) no intervalo Turoniano-
ga que o Campaniano. Respostas ao p o r q u ê de tais flu- Santoniano. Indicaram, ainda, com base em dados isotó-
tuações b i o c r o n o l ó g i c a s (que t a m b é m t ê m afetado a picos preliminares obtidos a partir de c a r a p a ç a s de ostra-
F o r m a ç ã o Marília) podem estar nos seguintes textos da codes, que as á g u a s lacustres rasas que contiveram os
nota de B E R T I N I (1995, p. 78): "The vertebrates ofthe c r u s t á c e o s teriam sido doces, num contexto de clima
El Molino Formation (Bolivia), Vilquechico Group quente e relativamente mais ameno que aquele dominante
(Peru), Los Alamitos Formation (Argentina), and em tempos albo-cenomanianos. G O B B O - R O D R I G U E S
Guichon arui Ascendo formations (Uruguay) are, paleo- e parceiros t a m b é m ofereceram resultados de sua pes-
biologically speaking, the closest to those of the Bauru quisa em torno dos ostracodes da F o r m a ç ã o Adamantina.
Group." Eis as idades das referidas unidades sul-ameri- C o m base em um mesmo conjunto de dados, formado
canas, fornecidas na mesma nota de B E R T I N I : por quatro e s p é c i e s de ostracodes, tais autores sugeriram:
F o r m a ç ã o E l M o l i n o , Neocampaniano a Neo- a. uma idade Campaniano-Eomaastrichtiano para a
maastrichtiano; Grupo V i l q u e c h i c o , Coniaciano a s e q u ê n c i a inferior da f o r m a ç ã o ( G O B B O - R O D R I G U E S
Eomaastrichtiano; F o r m a ç ã o Los A l a m i t o s , Ceno- et al., 1998); b. uma idade Campaniano-Eomaas-
maniano? a Eomaastrichtiano; f o r m a ç õ e s Guichon e trichtiano para o nível estratigráfico que c o n t é m duas
Ascencio, Coniaciano ? a Eomaastrichtiano. Ainda, espécies identificadas de Ilyocypris (GOBBO
prossegue aquele autor: "...the endemic character of ali R O D R I G U E S et al., 1999 a, c ) ; c. uma idade
aspects ofthe Bauru Group biota, and the occurrence of Campaniano-Eomaastrichtiano para a formação
possible geographic barriers (elevated blocks), may be ( G O B B O - R O D R I G U E S et ai, 1999b). D a í , deduz-se
problems in developing ... correlations". Finalmente vale que tais autores e s t ã o apontando uma idade
lembrar trechos do artigo de C A R V A L H O & B E R T I N I Campaniano-Eomaastrichtiano para a F o r m a ç ã o
(1999, p. 85): "PRICE (1950) já indicava que os fósseis Adamantina.
250 D . D I A S - B R I T O et al.
Fig. 2 : Bacia do Paraná no Estado de São Paulo. Quadros indicam os setores (A-D) investigados.
Fig. 2: Paraná Basin in São Paulo State and the investigated sectors (A-D).
51 w SOVJ 49 w 48 W
Coberturas cenozóicas
22 S 45 W
^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^
M ^ ^ i ^ ^ -23S
Localidade microfossilífera
Cidades
superior do ciclo 3 e ciclo 4), tomando-se como referên- 3.1.1.1 Sistemas Deposicionais
cia a proposta original de P A U L A E S I L V A et al. (1994). Sistemas fluviais e flúvio-lacustres: fácies atribuídas a
Os ciclos assemelham-se às seqilências deposicionais de sistemas fluviais s ã o observadas na p o r ç ã o superior da
V A N W A G O N E R et al. (1988), provavelmente refletin- F o r m a ç ã o Santo A n a s t á c i o e na p o r ç ã o superior da
do um curso completo de descida e subida do nível lacus- F o r m a ç ã o Adamantina. N o primeiro caso referem-se a
tre. Isto é particularmente sugerido pelos três ciclos infe- arenitos grossos a finos com estratificação cruzada e
riores, inclusive c o m a identificação de superfícies de l a m i n a ç ã o paralela e a níveis ricos em rizolitos ( L 9 e
i n u n d a ç ã o m á x i m a (maximum flooding surfaces) próxi- L 2 3 ) . N a F o r m a ç ã o Adamantina, nota-se, da base para o
mo ao topo dos ciclos (Fig. 4 ) . O ciclo 4 n ã o apresenta topo, o afinamento característico dos arenitos grossos
as rochas do sistema lacustre em sua parte superior; pro- com estratificação cruzada que gradam para arenitos
vavelmente foram erodidas. finos/muito finos com l a m i n a ç ã o cruzada clino-ascen-
Os dados de sub-superfície foram calibrados com as dente, passando a silfitos m a c i ç o s . Sotopostos aos d e p ó -
seções aflorantes da área, correspondentes ao topo da sitos fluviais podem ocorrer arenitos finos, com lami-
F o r m a ç ã o Santo A n a s t á c i o e à F o r m a ç ã o Adamantina. n a ç ã o paralela horizontal ou de baixa i n c l i n a ç ã o , ricos
Foram caracterizados sistemas fluviais e fliivio-lacustres em intraclastos argilosos, bioclastos de vertebrados e, às
correspondentes, respectivamente, à parte inferior do vezes, ostracodes e carófitos ( L 2 , L 1 8 e L 1 9 ) .
ciclo 3 (Santo A n a s t á c i o ) e à parte inferior do ciclo 4
(Adamantina superior); sistemas lacustres dominam na Sistemas lacustres: siltitos e folhelhos marron-averme-
parte superior do ciclo 3 (Adamantina inferior). Ihados constituem a principal litofácies do sistema lacus-
tre raso correspondente à parte inferior da F o r m a ç ã o
252 D . D I A S - B R I T O et al
l?v7
ICAIUÁ P R E S . V E N C E S L A U SANTO EXPEDITO 0AMELIÔPOLIS
O 14
•"•PIQUEROBI
122
STO. ANASTÁCIO
Í22V30 20
COSTA MACHADO
O
MIRANTE DO
PARANAPANEMA
10
Adamantina. Outras seis fácies foram identificadas, dando a folhelho, contendo l a m i n a ç ã o ondulada truncan-
sendo duas de contexto de frente deltaica e quatro rela- te {microhummocky), L 8 e L I O ; (c) ritmito ( d e c i m é t r i c o )
cionadas a retrabalhamento por ondas e organismos: I . de arenito muito fino gradando a folhelho, contendo
fácies de frente deltaica - (a) ritmito areno-argiloso em l a m i n a ç ã o cruzada por ondas e b i o t u r b a ç ã o vertical nos
estratos tabulares (espessura 0,1 a l,Om), com aleitamen- termos arenosos e freqiientes gretas de ressecamento no
to gradacional e l a m i n a ç ã o cruzada clino-ascendente topo do ritmito (L14); (d) corpos (espessura 0,3m) de
(ripple drift cross lamination), e, localmente, greta de arenito muito fino a siltito arenoso, calcífero, intercala-
ressecamento no termo síltico-argiloso; a fração arenosa do com siltito, apresentando l a m i n a ç ã o cruzada clino-
pode apresentar b i o t u r b a ç ã o vertical, com tubos de até ascendente ou retrabalhamento por ondas, intraclastos de
0,3m ( L I , L 3 , L 5 , L 6 , L 7 , L 8 , L I 3 e L I 4 ) ; (b) corpos folhelho, b i o t u r b a ç ã o e, localmente, gretas de resseca-
sigmoidais (espessura m é t r i c a ) de arenitos finos a muito mento ( L I , L 2 , L I O e L 2 0 ) .
finos, intercalados com siltitos. Clastos de folhelho ocor-
rem na base erosiva das s i g m ó i d e s e algum retrabalha- 3.1. 2. Setor D - (L26, r e g i ã o de I b i r á , V i l a Ventura)
mento pode ocorrer no topo (níveis calcíferos com bival- O afloramento de Vila Ventura, m u n i c í p i o de Ibirá (Fig.
ves); as L 3 , L 4 , L 5 e L13 amostraram esta fácies; 2. 2), está exposto em uma ravina que corta uma colina
fácies de retrabalhamento - destacam-se: (a) siltito par- suave: são cerca de 40m de d e p ó s i t o s da p o r ç ã o superior
dacento com abundante b i o t u r b a ç ã o vertical, associado a da F o r m a ç ã o Adamantina, contendo, pelo menos, três
corpos lenticulares (espessura d e c i m é t r i c a ) de arenito ciclos fluviais e raros níveis de retrabalhamento lacustre.
fino, bem selecionado, com l a m i n a ç ã o paralela e cruza- Os d e p ó s i t o s fluviais apresentam uma base erosiva e a
da por ondas, calcífero, fossilífero (ostracodes, fragmen- seguinte s u c e s s ã o faciológica, da base para o topo: are-
tos de vertebrados). Ocorre nas localidades 7, 8 e 10; (b) nito conglomerático com abundantes seixos arredonda-
ritmito delgado (centimétrico) de arenito muito fino gra- dos de folhelho e de arenito, portando estratificação cru-
Grupo Bauru: uma unidade continental do C r e t á c e o no Brasil 253
Fig. 4 : Perfis Raio-Gama e Elétrico dos Poços RF15 e A M 1 3.2. F o r m a ç ã o Marflia no T r i â n g u l o Mineiro: Setor E
e identificação de ciclos, ambientes e formações. (Fig. 5)
(Localização dos poços na Fig. 3).
Fig. 4 : Gamma ray and electric profiles of the wells RF 15
N o T r i â n g u l o M i n e i r o , a F o r m a ç ã o M a r í l i a está assenta-
and A M 1, with Identification of cycles, environments
da sobre as f o r m a ç õ e s Uberaba e Adamantina. Nesta
and formations. (Location of wells in Fig. 3).
r e g i ã o , de acordo com F U L F A R O & B A R C E L O S
(1991), a F o r m a ç ã o Marília está representada por três
• Intervalo de máxima expansio lacustre,
a: profundidade em metros.
membros c o m elevado grau de i n t e r d i g i t a ç ã o : a)
M e m b r o E c h a p o r ã (de S U G U I O & B A R C E L O S , 1983)
- o Marflia típico - que t a m b é m ocorre em áreas dos
estados de S ã o Paulo, G o i á s e M a t o Grosso; b) M e m b r o
Ponte A l t a (de S U G U I O & B A R C E L O S , 1983); e c)
M e m b r o Serra da Galga (de B A R C E L O S & S U G U I O ,
1987). Estes líltimos autores apontam que as duas i l l t i -
mas unidades, circunscritas à região de Uberaba-MG,
aparecem como pacotes super-impostos, estando o
Ponte A l t a sob o Serra da Galga; tal par f o i , e n t ã o , tido
c o m o parcialmente cronocorrelato ao Membro
E c h a p o r ã . Aportando novas i n f o r m a ç õ e s , F U L F A R O &
B A R C E L O S (1991) ressaltam uma efetiva interdigi-
t a ç ã o lateral entre os membros Ponte A l t a e Serra da
Galga, mas destacam uma c o n s p í c u a cobertura de sedi-
mentos Serra da Galga por sobre o M e m b r o Ponte A l t a ;
o par litológico é, ademais, apresentado como em boa
parte cronocorrelato ao Membro E c h a p o r ã (vide p. 65
daquele trabalho). Mais recentemente, F E R N A N D E S &
C O I M B R A (1999) t a m b é m destacaram o aspecto inter-
digitado do par, enquanto que A N D R E I S et al. (1999)
consideraram-no como unidade indivisa.
Pelo fato do M e m b r o Ponte A l t a conter uma importante fácies de folhelhos carbonáticos, brancos esverdeados.
a s s o c i a ç ã o microfossilífera, aqui pela primeira vez des- Tais autores (vide t a m b é m G O L D B E R G & G A R C I A ,
crita, u m pequeno resumo sobre tal unidade é apresenta- 2000) retomaram, implicitamente, as primeiras ideias de
do. Segundo S U G U I O & B A R C E L O S (1983) e que a calcretização foi de caráter p e d o g e n é t i c o , tendo
B A R C E L O S & S U G U I O (1987) a unidade inclui vários atuado ao longo do processo deposicional do M e m b r o
tipos de calcretes que parecem estar associados, lateral e Ponte A l t a .
verticalmente, a calcários acumulados em playa lakes
(ambiente t a m b é m j á anteriormente postulado por 3.2.1 Pedreira Partezan - novas o b s e r v a ç õ e s
B A R B O S A et al, 1970), sob clima s e m i - á r i d o ; medidas U m intervalo de margas e rochas siliciclásticas, cuja
de afloramento e de p o ç o s apontam uma espessura m é d i a espessura a l c a n ç a 20m, recobre o calcário (calcrete) de
de cerca de 8.0m para os d e p ó s i t o s de calcrete tipo hard- lavra na Pedreira Partezan. A p o r ç ã o inferior do interva-
pan (lenticulares), incluindo o calcário lacustre associa- lo é formada por margas m a c i ç a s , que estão contidas em
do. C A M P A N H A et al (1992) referem-se ao M e m b r o estratos ondulados de espessura d e c i m é t r i c a a m é t r i c a ;
Ponte A l t a , na Pedreira Partezan, como sendo constituí- apresentam clastos c a r b o n á t i c o s dispersos ou concentra-
do de arenitos grossos a c o n g l o m e r á t i c o s , calcários dos em níveis c o n g l o m e r á t i c o s (espessura c e n t i m é t r i c a ) ,
a r e n o - c o n g l o m e r á t i c o s , siltitos e lamitos esverdeados. nos quais s ã o observados fragmentos ó s s e o s de vertebra-
E T C H E B E H E R E et al. (1999) interpretam os calcários dos. As margas apresentam uma intercalação de lamito
m a c i ç o s do M e m b r o Ponte A l t a como efeito de uma cal- cinza-esverdeado. Tais rochas s ã o portadoras de ostraco-
c r e t i z a ç ã o freática induzida por fluxos de á g u a subterrâ- des e carófitos. A s e ç ã o siliciclástica sobreposta é forma-
nea (vide t a m b é m S I L V A et al, 1994), tendo como pro- da por conglomerado polimicto, com intensa cimen-
tolito a F o r m a ç ã o Uberaba. A N D R E I S et al (1999) tam- t a ç ã o calcífera no topo, sucedido por arenito fino, bio-
b é m interpretam como calcretes freáticos tais níveis car- turbado, por silex laminado, com vugs horizontais, e por
b o n á t i c o s . G O L D B E R G & G A R C I A (1994), investigan- arenito fino, argiloso, com trama reticular de cimen-
do as v a r i a ç õ e s litológicas do M e m b r o Ponte A l t a a par- t a ç ã o calcífera (calcrete). Este intervalo superior é de o r i -
tir de 4 pedreiras da r e g i ã o de Uberaba, identificaram gem fluvial, representando a c u m u l a ç õ e s sob clima semi-
três fácies: 1) fácies de conglomerados e brechas asso- árido e sujeitas a processos p e d o g e n é t i c o s (Fig. 6).
ciados com calcários impuros; 2) fácies de margas e 3)
Fig. 6 : Perfil vertical observado na Pedreira Partezan, rodovia BR 50-km 50, Uberaba-Uberiândia (L 35).
Fig. 6 : Vertical profile of the Partezan Quarry, BR 50, K m 50, between Uberaba and Uberlândia cities (L 35).
Arenito/siltito róseo,pedogênico.
Silex laminado.
AA
CO
ooooo CO
Lamito esverdeado.
Calcários (calcrete).
rO
distinção dos dois taxa separados. Futuros estudos com ventralmente e muito comprimida a t é os bordos anterior
base em materiais mais abundantes e melhor preservados e posterior. E x p a n s ã o m é d i a bem desenvolvida, com
permitiriam verificar se estes dois taxa s ã o , em realida- forma de U muito larga, na qual se insere u m sulco ante-
de, morfotipos ecologicamente diferenciados. ro-dorsal; tal e x p a n s ã o forma uma asa na parte ventral
m é d i a - p o s t e r i o r com fraca i n c l i n a ç ã o para diante.
Nível tipo: F o r m a ç ã o Adamantina. C r e t á c e o Superior,
G é n e r o Paralimnocythere C A R B O N N E L , 1965 no intervalo Turoniano-Santoniano.
R e l a ç õ e s : o g é n e r o Paralimnocythere é bem representa-
E s p é c i e - t i p o : Paralimnocythere bouleigensis CAR- do por e s p é c i e s viventes, tendo, atualmente, sua distri-
B O N N E L , 1965. b u i ç ã o geográfica conhecida para o hemisfério norte e
N o v a Z e l â n d i a ; seu registro fóssil é tido como a partir do
Mioceno ( M A R T E N S , 1992). O g é n e r o f o i definido
Paralimnocythere? hasuii nov. sp.
tendo como base tanto as partes moles do organismo
E s t . I , figs. 13-16
como a c a r a p a ç a . Como no g é n e r o de referência, a pre-
sente e s p é c i e possui uma c a r a p a ç a muito comprimida
1998. Limnocythere sp. D I A S - B R I T O et ai; p. 9.
nas partes anterior e posterior. Ademais, a zona m é d i a
está inflada, mostrando um aspecto sub-alar na zona p r ó -
Origem do nome: E m homenagem ao Prof. Dr. Yociteru
ximo-ventral. A p r e s e r v a ç ã o deficiente do material recu-
Hasui (Universidade Estadual Paulista, U N E S P - Brasil)
perado n ã o permite, a t é o momento, estudar a morfolo-
por sua c o n t r i b u i ç ã o ao estudo t e c t ô n i c o do C r e t á c e o
gia interna das valvas, incluindo a natureza dos poros
continental do Brasil .
normais e os detalhes da o r n a m e n t a ç ã o .
Material e p r o c e d ê n c i a : 15 c a r a p a ç a s procedentes da
F o r m a ç ã o Adamantina. Localidade tipo em Pacaembu
Subfamflia Limnocytherinae? K L I E , 1938
(L41).
G é n e r o Wolburgiopsis M U S A C C H I O , 1978
Repositório e dimensões:
C A L
E s p é c i e tipo: Wolburgia? neocretacea B E R T E L S , 1972.
UNESPÀ -BUS (fig. 15; Parátipo) 480 265
UNESPÀ-BU9 (Parátipo) 560 295
O b s e r v a ç õ e s : O g é n e r o Wolburgiopsis f o i proposto para
UNESPÀ -BUIO (Parátipo) 560 280
u m conjunto de espécies cretácicas n ã o - m a r i n h a s da
U N E S P À - B U l l (figs. 13-14; Holotipo) 650 325 345
P a t a g ô n i a c o m algumas s e m e l h a n ç a s com Wolburgia
A N D E R S O N , 1966, procedente do Wealden inglês, em
Descrição: C a r a p a ç a de tamanho mediano a pequeno,
particular com Wolburgia atherfieldensis ANDERSON,
com paredes delicadas e valvas quase iguais, muito com-
1966. Estas e s p é c i e s da Argentina s ã o de ambiente con-
primida nas zonas anterior e posterior, fortemente expan- tinental e misto, fracamente salobro. A s mesmas estão
dida na parte m é d i a . O r n a m e n t a ç ã o grossa, caracterizada caracterizadas por uma c a r a p a ç a pequena a mediana, o
por u m sulco antero-dorsal, sub-vertical, no meio da que mostra u m aspecto vagamente semelhante a
zona m é d i a expandida. Esta e x p a n s ã o tem forma gros- Limnocythere B R A D Y , 1868. N ã o obstante, a charneira
seira de U e alcança a zona p r ó x i m o - v e n t r a l , onde desta- é forte e tem u m desenho p r ó x i m o ao plano antimeri-
ca-se em forma de asa, c o m p r o e m i n ê n c i a globosa mais donto e uma o r n a m e n t a ç ã o grossa e fina, geralmente des-
que afilada. Esta e x p a n ç ã o alar, limitada à zona m é d i a , é tacada. Como outros limnociteridos, mostra u m destaca-
mais arredondada que filosa e inclina u m pouco para do polimorfismo/polifenismo caracterizado por tubércu-
diante, formando uma inflexão brusca na t e r m i n a ç ã o los ocos, espinhos e e x p a n s ã o alar, em p o p u l a ç õ e s pre-
póstero-mediana. sumivelmente estacionais.
Contorno sub-retangular c o m â n g u l o s cardinais bem O g é n e r o Wolburgiopsis, muito bem representado nas
marcados, embora n ã o muito acuminados, e bordo dorsal a s s o c i a ç õ e s cretácicas de P a t a g ô n i a , está t a m b é m pre-
quase reto, quase paralelo à base da c a r a p a ç a . B o r d o sente no Brasil (este registro na F o r m a ç ã o Adamantina;
anterior continuamente arredondado, mais destacado na ver t a m b é m D I A S - B R I T O , 1998: p á g . 9) e na África
( C O L I N et al, 1996).
zona antero-ventral; bordo posterior continuamente arre-
dondado, mais fortemente na zona m é d i a sub-dorsal.
Bordo ventral c ô n c a v o , modificado na parte m é d i a ante- Wolburgiopsis cf. neocretacea ( B E R T E L S , 1972)
E s t a m p a I I ; figs. 1-3
rior pela e x p a n s ã o sub-alar.
Contorno na vista dorsal lanceolado e lateralmente com-
cf 1972. Wolburgia ? neocretacea B E R T E L S ; p. 181,
primido na zona anterior, sobretudo na caudal. Superfície
est. I , figs. 8 a-b, f i g . text. 2.
externa lisa ou sem detalhes de uma possível ornamen-
cf 1978. Wolburgiopsis neocretacea ( B E R T E L S ) . -
tação fina que n ã o f o i preservada no material estudado.
U L I A N A & M U S A C C H I O ; p. 178, Est. I I ,
Definição: carapaça atribuída tentativamente a figs. 41-44.
Paralimnocythere C A R B O N N E L , 1965, com forma lan- 1998. Wolburgiopsis c f neocretacea (BERTELS).-
ceolada, contorno romboidal em vista dorsal, achatada D I A S - B R I T O etal.,-p. 9.
258 D . D I A S - B R I T O et al.
1 1998. Wolburgiopsis cf. neocretacea (BERTELS).- quino, por mostrar um retículo destacado, ausente em W.
G O B B O - R O D R I G U E S etal, p. 15. sarunata. Recentemente, G O B B O - R O D R I G U E S et al.
? 1999. Wolburgiopsis cf. neocretacea (BERTELS).- (1999a: 147-148), em nota breve, a t r i b u í r a m a
G O B B O - R O D R I G U E S etal, p. 147 - 148. Wolburgiopsis neocretacea ( B E R T E L S , 1972) algumas
c a r a p a ç a s encontradas na F o r m a ç ã o Adamantina, locali-
R e f e r ê n c i a s adicionais: Wolburgia? neocretacea dade de C ó r r e g o do Cedro, p r ó x i m o a Presidente
BERTELS, 1972 = Wolburgiopsis neocretacea Prudente - S P
(BERTELS) em M U S A C C H I O in U L I A N A &
M U S A C C H I O , 1 9 7 8 , p. 127, est. I I , figs. 41-44. Wolburgiopsis cf. vicinalis M U S A C C H I O , 1978
Material e p r o c e d ê n c i a : 8 e s p é c i m e n s procedentes da E s t a m p a I I , fig. 4
F o r m a ç ã o A d a m a n t i n a , Estrada de Ferro, Ramal
Dourados, K m 734 ( L 7 ) , ao sul de Presidente Prudente e cf 1978. Wolburgiopsis vicinalis M U S A C C H I O em
de Á l v a r e s Machado ( L 2 ) . U L I A N A & M U S A C C H I O , 1978, p. 127-
Repositório e dimensões: 128, est. I I , figs. 32-40.
C A L 1998. Wolburgiopsis c f vicinalis M U S A C C H I O . -
U N E S P À - B U 1 2 (figs. 1-2) 370 200 185 D I A S - B R I T O et al., p.9.
? 1998. Wolburgiopsis vicinalis MUSACCHIO em
D e s c r i ç ã o : c a r a p a ç a pequena, bem calcificada, com G O B B O - R O D R I G U E S et al., p. 15.
o r n a m e n t a ç ã o destacada e uma d e p r e s s ã o antero-dorsal ? 1999a. Wolburgiopsis vicinalis M U S A C C H I O em
que mostra dois pequenos sulcos, sub-verticais, como em G O B B O - R O D R I G U E S etal. , p. 147-148.
W. neocretacea. Zona "ocular" destacada, coincidindo
com o â n g u l o cardinal anterior. Valvas sub-retangulares Referências adicionais: Wolburgiopsis vicinalis
quase iguais; a c a r a p a ç a tem um aspecto lanceolado em M U S A C C H I O em U L I A N A & M U S A C C H I O , 1 9 7 8 , p.
vista dorsal, que termina acuminada ou comprimida nos 127-128, est. I I , figs. 32-40.
extremos. Material e p r o c e d ê n c i a : quatro e s p é c i m e n s procedentes
Contorno sub-retangular com â n g u l o s cardinais bem da F o r m a ç ã o Adamantina na localidade de Á l v a r e s
marcados. Bordo dorsal sub-retilíneo e quase paralelo ao Machado ( L 2 ) .
ventral; este ú l t i m o u m pouco c ô n c a v o na parte m é d i a . Repositório e dimensões:
Bordo postero-dorsal truncado, inclinado para atrás e C A L
bordo póstero-ventral continuamente arredondado e pro- U N E S P À - B U 1 3 (fig. 4) 375 220 170
nunciado. O bordo anterior m a n t é m - s e , por outro lado,
continuamente arredondado até o bordo ventral. O b s e r v a ç õ e s : a p r e s e r v a ç ã o defeituosa do material recu-
A o r n a m e n t a ç ã o externa é formada por u m retículo sub- perado apenas permite atribuir este ostracode ao g é n e r o
poligonal e uma crista sub-periférica extra-cardinal. O Wolburgiopsis. No material, a o r n a m e n t a ç ã o fina, se
retículo é relativamente c o n t í n u o e regular; é formado existiu, n ã o ficou preservada. O tamanho e a largura rela-
por paredes fortes e elevadas que delimitam fóssulas tiva desta e s p é c i e são menores que aqueles registrados
sub-poligonais distribuídas sobre a superfície externa de em adultos de W. vicinalis. Esta última e s p é c i e foi des-
ambas as valvas, com um desenho i s ó t r o p o ou sem orien- crita pela primeira vez a partir de material da P a t a g ô n i a
t a ç ã o ; contam-se aproximadamente 7-8 fóssulas para um argentina, sendo proveniente dos "Estratos com dinos-
traço vertical i m a g i n á r i o e 14-16 para um traço horizon- sauros" da P r o v í n c i a de Mendoza, onde ocorre associada
tal. A crista sub-periférica está um pouco separada da a Ilyocypris riograndensis MUSACCHIO & SIMEONI,
margem externa das valvas e segue mais ou menos con- 1991. Seria n e c e s s á r i o dispor de um material melhor pre-
tínua ao longo do bordo extra-cardinal da c a r a p a ç a e servado para proceder a c o m p a r a ç õ e s adequadas com o
delimita a ampla zona interna reticulada. Na zona ante- material da Argentina. Recentemente, GOBBO-
rior, a crista associa-se a um sulco paralelo em direção ao R O D R I G U E S et al. (1999a: 147-148), em nota breve,
interior; este se mostra i n c o n s p í c u o na parte posterior; a atribuíram a Wolburgiopsis vicinalis ( M U S A C C H I O em
o r n a m e n t a ç ã o deste sulco n ã o ficou bem impressa no U L I A N A & M U S A C C H I O , 1978) algumas c a r a p a ç a s
material recuperado, mas parece que é atravessado por encontradas na F o r m a ç ã o Adamantina, localidade de
finas costelas sub-perpendiculares à crista e separadas C ó r r e g o do Cedro, p r ó x i m o a Presidente Prudente -SP.
entre si da mesma forma que as fóssulas do retículo.
Relações: diferencia-se de W. neocretacea do
Campaniano neuquino da F o r m a ç ã o Anacleto por ser Subordem Cypridocopina J O N E S , 1901
menor e mostrar uma menor densidade de fóssulas no Superfamflia Cypridoidea B A I R D , 1845
retículo da parede externa. Diferencia-se de Famflia Ilyocyprididae K A U F M A N N , 1900
Wolburgiopsis sarunata MUSACCHIO & G é n e r o Ilyocypris B R A D Y & N O R M A N , 1889
P A L A M A R C Z U C K , 1975, do Barremiano-Aptiano neu-
Grupo Bauru: uma unidade continental do C r e t á c e o no Brasil 259
D e s c r i ç ã o : c a r a p a ç a de tamanho mediano, com valvas cf. 1991. Ilyocypris riograndensis nov. sp.
quase iguais e paredes bem calcificadas, mostrando uma M U S A C C H I O & S I M E O N I ; p. 157-158, F i g .
o r n a m e n t a ç ã o grossa (heavy ornamentation), como na Text. 5, Est. 7, figs. 4, 7 e 9.
e s p é c i e de referência /. wichmanni. A característica prin- 1998. Ilyocypris cf. riograndensis D I A S - B R I T O et
cipal desta o r n a m e n t a ç ã o é uma grande e x p a n s ã o lobu- al; p. 9.
lâT, alargada e oca, situada na zona dorsal-posterior; tal 1998. Ilyocypris riograndensis (non M U S A C C H I O
e x p a n s ã o tem u m extremo que coincide com o tubérculo & S I M E O N I , 1991).- G O B B O - R O D R I G U E S
T3 e continua alargada e curvada segundo o bordo dor- et ai; p. 15.
sal-posterior, seguindo paralela ao contorno da c a r a p a ç a 1999. Ilyocypris riograndensis (non M U S A C C H I O
neste setor. Ademais, a o r n a m e n t a ç ã o grossa inclui & S I M E O N I ) G O B B O - R O D R I G U E S et al;
t u b é r c u l o s , T I e T 2 , e sulcos sub-dorsais, S I e S2, todos p. 13, esf 1, fig. A .
bem desenvolvidos.
Contorno sub-retangular a elipsoidal c o m uma r e l a ç ã o Material e p r o c e d ê n c i a : vários milhares de e s p é c i m e n s
C / L de aproximadamente 1.4. Â n g u l o cardinal anterior na F o r m a ç ã o Adamantina. Esta e s p é c i e aparece em
bem marcado e uma zona cardinal posterior amplamente quase todas as localidades amostradas, sendo uma das
arredondada. Bordo dorsal quase reto e pouco inclinado integrantes mais c o n s p í c u a s da a s s o c i a ç ã o .
para trás. Bordo ventral c ô n c a v o . B o r d o anterior ampla- Repositório e dimensões:
mente arredondado, regularmente destacado na parte C A L
antero-ventral. B o r d o posterior arredondado. UNESPÀ-BUI6 (figs. 8-10) 640 355 325
Superfície externa lisa a finamente r e t í c u l o - p o n t u a d a . O U N E S P À - B U 1 7 (figs. 9-11) 595 335 340
retículo, quando aparece, é m u i t o delicado e forma uma
trama delicada, grosseiramente orientada segundo o con- D e s c r i ç ã o : c a r a p a ç a de tamanho pequeno, bem calcifi-
torno; este retículo está melhor impresso na parte inferior cada, c o m valvas quase iguais ( V E > V D ) as quais mos-
das valvas, mas n ã o aparece impresso sobre os sulcos e tram uma o r n a m e n t a ç ã o grossa {heavy ornamentation) e
os t u b é r c u l o s dorsais. fina {fine ornamentation) com detalhes semelhantes aos
A variabilidade está principalmente ligada ao grau de que caracterizam Ilyocypris riograndensis MU-
arredondamento postero-dorsal que se correlaciona com SACCHIO & SIMEONI, I99I.
a magnitude e a p o s i ç ã o do centro de curvatura do arre- O t u b é r c u l o T l é de forma hemisférica a mamilar, com
dondamento postero-dorsal. T a m b é m é variável a inten- base circular; o T 2 é c o n s p í c u o em diferentes "popu-
sidade da o r n a m e n t a ç ã o fina ( r e t í c u l o - p o n t u a d a ) , sempre l a ç õ e s " , mostrando, geralmente, forma mamilar-hemis-
delicada, ausente ou n ã o preservada em algumas "popu- férica; o T3 tem forma hemi-elipsoidal em vista externa
l a ç õ e s " fósseis. e base com uma figura de contorno elíptico-subcircular;
Relações: esta forma deve ser incluída dentro do grupo o t u b é r c u l o m é d i o T 2 é geralmente destacado, mesmo
260 D . D I A S - B R I T O et al.
para baixo na zona postero-ventral. B o r d o ventral varia- E s p é c i e tipo: Candona striatula S W A I N , 1946.
velmente convexo.
O b s e r v a ç õ e s e r e l a ç õ e s : no g é n e r o Paracypria são cf. Reconcavona? ultima K R O M M E L B E I N &
incluídos, com reservas, u m conjunto de formas, presu- W E B E R , 1971
mivelmente relacionadas entre sí, que mostram u m E s t a m p a V; figs. 10-12
amplo espectro da variabilidade quanto à forma, contor-
no e desenvolvimento da p o r ç ã o marginal antero-ventral. cf. 1971. Reconcavona? ultima K R O M M E L B E I N &
Entre estas, pode-se diferenciar uma forma mais acumi- W E B E R , I 9 7 I ; p. 47, est. 9, fig. 39.
nada na zona posterior (Estampa I V , fig. 7). E m outros 1998. Reconcavona? cf. ultima K R O M M E L B E I N
e s p é c i m e n s e s b o ç a - s e uma e x p a n s ã o antero-ventral, a & W E B E R . - D I A S - B R I T O et al, p. 9.
qual, sem diívida, n ã o chega a delinear uma estrutura
labial como em Talicypridea K H A N D , 1977. A presente Material e p r o c e d ê n c i a : Mais de 150 e s p é c i m e n s , todos
e s p é c i e lembra Paracypria elongata C A R M O , 1998, articulados, procedentes da F o r m a ç ã o Adamantina.
encontrada na F o r m a ç ã o Alagamar, Bacia Potiguar, Material principalmente estudado tem origem em V i l a
Aptiano do Brasil. N o material desta líltima bacia, os Ventura, Ibirá (L26).
presentes autores t a m b é m observaram u m amplo dese- Repositório e dimensões:
nho de variabilidade, que inclui e s p é c i m e n s c o m uma C A L
leve e x p a n s ã o labial antero-ventral, similar à estrutura U N E S P À - B U 3 1 (figs. 11-12) 625 340 285
observada em Talicypridea. U N E S P À - B U 3 2 (fig. 10) 450 290
da V E para a r e g i ã o antero-ventral. Se bem que a forma texto 5 daquele autor (p. 38). "Hourquia" salitrensis
brasileira possui u m mesmo tipo de recobrimento ( V E > K R O M M E L B E I N & W E B E R , 1971, se compara muito
V D ) , difere da e s p é c i e africana por mostrar um contato bem com a presente quanto à forma e o contorno da cara-
inter-cardinal (dorsal) entre as valvas em um sulco estrei- paça. A p r e s e n ç a de um rebordo marginal (fringe),
to. Ademais, o contorno da V D (a menor) é amplo e con- semelhante ao que caracteriza a presente e s p é c i e da
tinuamente arredondado nos bordos anterior e posterior, Formação Adamantina, é aspecto destacado por
em lugar de acuminado ou anguloso na parte antero-ven- A N D E R S O N (1966), p. 436, para caracterizar o g é n e r o
tral, particularmente na antero-ventral, como se observa Mantelliana. Na d e s c r i ç ã o original do g é n e r o , tal t á x o n
na forma africana de referência. inclui três espécies do J u r á s s i c o e C r e t á c e o Inferior
inglês que foram conhecidas com muita anterioridade na
bibliografia britânica. MUSACCHIO & PALA-
Subfamflia Cypridinae, B A I R D , 1845 MARCZUCK (1975) descreveram e ilustraram
G é n e r o Mantelliana A N D E R S O N , 1966 Matelliana ulianai nov. sp., do Aptiano neuquino, atri-
buindo esta e s p é c i e ao g é n e r o de referência pela pre-
s e n ç a de um delicado rebordo marginal que t a m b é m
Espécie tipo: Candona mantelli JONES, 1888 (em
caracteriza a da P a t a g ô n i a . Posteriormente, f o i observa-
A N D E R S O N , 1966; p. 436, F i g . Text. I , 9).
do o mesmo aspecto em uma e s p é c i e n ã o descrita, muito
p r ó x i m a a M.ulianai, em rochas aptianas da F o r m a ç ã o
Mantelliana sp.
M a r i z a l , no nordeste brasileiro.
Estampa V ; figs. 13-18
trica K R O M M E L B E I N & W E B E R , 1971 {nom. transi), inclinado para trás, e â n g u l o s cardinais curvados pouco
por ser de maior tamanho e por possuir u m contorno marcados.
mais claramente elipsoidal. Superfície externa lisa, às vezes brilhante. E m algumas
" p o p u l a ç õ e s " aparece u m leve e sutil retículo, apenas
visível na parte dorsal posterior.
G é n e r o Brasacypris K R O M M E L B E I N , 1965 N í v e l tipo: F o r m a ç ã o Adamantina, C r e t á c e o Superior,
no intervalo Turoniano-Santoniano.
Espécie tipo: Brasacypris ovum KROMMELBEIN, R e l a ç õ e s : a presente e s p é c i e se relaciona c o m
1965. "Brasacypris" morigerata M U S A C C H I O , 1973, conhe-
cida para a F o r m a ç ã o Anacleto dos "Estratos com dinos-
Brasacypris fulfaroi nov. sp sauros", p r ó x i m o a C. Cordero (localidade 3 de
E s t a m p a V I ; figs. 9-14 M U S A C C H I O , 1973). A c a r a p a ç a da e s p é c i e nova tem
maior tamanho e seu contorno é mais claramente ovala-
V. 1960. Gen. et sp. indet. G R E K O F F , 1957.- do que sub-ovalado, algo trapezoidal, como em B. mori-
G R E K O F F , 1960; p. 32-33, f i g . 2, est. 6, figs. gerata. A maior altura está na parte m é d i a da V E .
37-38. A presente e s p é c i e se parece c o m Cypridacea gen. et sp.
1998. cf. Gen. et sp. indet. G R E K O F F , 1957.- indet. G R E K O F F , 1957, u m grande c i p r i d á c e o de aproxi-
D I A S - B R I T O et al, p. 9. madamente 2 m m de comprimento, discutido posterior-
mente, pelo mesmo autor, ao analisar materiais proce-
Origem do nome: E m homenagem ao Prof. Dr. Vicente dentes de N ' D e k e , p r ó x i m o ao R i o Tshuapa (amostra
Fulfaro (Universidade Estadual Paulista - U N E S P / R.G. 12.060), e Kanguba (amostra R.G. 12.521), da parte
Universidade de Guarulhos/UnG, Brasil) por sua contri- alta da " s é r i e 3" na sondagem Samba, Bacia do Congo
b u i ç ã o à estratigrafia do Grupo Bauru. ( G R E K O F F , 1960). C o m este t á x o n a presente e s p é c i e
Material e p r o c e d ê n c i a : 120 c a r a p a ç a s adultas e algu- compartilha o contorno elipsoidal da V E e o grande
mas juvenis procedentes da F o r m a ç ã o Adamantina em tamanho. Por outro lado, se diferencia dele porque as
diferentes localidades (Fig. 7). Localidade tipo: Ramal valvas s ã o algo mais desiguais nas respectivas margens
Dourados da Estrada de Ferro FEPASA, k m 734 ( L 7 ) . externas (confrontar com as ilustrações de G R E K O F F ) .
Repositório e dimensões:
C L E Brasacypris subovatum C A R M O , 1998, do Aptiano da
UNESPÀ-BU45 (figs. 11-14, Holotipo) 2.160 1.340 1.115 F o r m a ç ã o Alagamar (Bacia Potiguar, Brasil), tem u m
UNESPÀ-BU46 (Parátipo) 2.160 1.380 1.040 contorno parecido ao morfotipo comprido da presente
UNESPÀ-BU47 (Parátipo) 2.330 1.430 1.150 e s p é c i e (ver abaixo em Variabilidade); o tamanho é, con-
tudo, menor; ademais, a zona frontal é muito mais redu-
D e s c r i ç ã o : c a r a p a ç a muito grande, de forma ovoidal, zida j á que a inflexão d o r s a l - m é d i a , coincidente com o
algo c o m p r i m i d a no sentido lateral, c o m a largura maior ponto de maior altura na V D , está situada mais adiante.
na parte m é d i a - p o s t e r i o r e extremos arredondados. Variabilidade: s ã o incluídos neste taxon duas formas
Parede das valvas fortemente calcificada com superfície difíceis de serem separadas à luz do conhecimento mor-
externa lisa a t é muito levemente reticulada. A s valvas f o m é t r i c o estatístico atual. U m deles mostra u m contor-
são apreciavelmente desiguais; a V E sobrepassa a V D no relativamente mais elipsoidal e tem maior tamanho
em toda sua e x t e n s ã o , salvo na zona cardinal, muito relativo. Embora a superfície seja geralmente lisa e às
curta, onde ambas as margens colocam-se sem sobrepor- vezes brilhante, alguns poucos e s p é c i m e n s mostram u m
se mutuamente em u m sulco muito débil; maior recobri- delicado retículo melhor preservado na zona dorsal pos-
mento na zona ventral. E m algumas " p o p u l a ç õ e s " c o m terior. Esta forma está melhor representada pelo material
parede fortemente calcificada, o bordo externo da V E se tipo. U m a segunda forma tem u m contorno mais elipsoi-
distancia da V D , sobretudo no bordo antero-ventral. dal, algo trapezoidal, e menor tamanho relativo; está
Contorno da V E (a maior) subovalado, algo elipsoidal, melhor representada pelos materiais recuperados na
sempre arredondado; o bordo ventral é quase retilíneo na localidade L 7 .
parte m é d i a , passando continuamente arredondado até
Definição: c a r a p a ç a de grande tamanho e paredes lisas,
aos bordos anterior e posterior; estes estão regularmente
até muito levemente reticulada, tentativamente atribuída
arredondados e s ã o relativamente simétricos entre si; a
ao G é n e r o Brasacypris K R O M M E L B E I N 1965, com
maior altura da V E é aproximadamente coincidente com
contorno subovalado, algo elipsoidal, com a maior altu-
a linha que divide o comprimento ao meio; a parfir do
ra aproximadamente na parte m é d i a . Valvas desiguais
ponto de maior altura, o bordo anterior inclina para dian-
( V E > V D ) na zona extracardinal muito ampla. Â n g u l o s
te, com uma pendente u m pouco maior que a pendente
cardinais i n c o n s p í c u o s na V E e u m pouco mais leve-
que segue para trás. O contorno da V D (a menor) tem
mente marcados na V D , onde delimitam um zona cardi-
forma sub-ovalada, u m pouco mais trapezoidal que a V E ,
nal muito curta, a qual se inclina suavemente para trás.
com um curto bordo charneiral, amplamente curvado e
Grupo Bauru: uma unidade continental do C r e t á c e o no Brasil 269
cf. 1977. Porochara globosa GRAMBAST & Material e p r o c e d ê n c i a : oito girogonites procedentes da
G U T I E R R E Z , nov. sp.; p. 7-8, est. I , figs 1- Pedreira T r i â n g u l o (L36).
14; est. X I V , figs. 1-2. Repositório e dimensões:
nv LPA LED ISI AND ANI pa pb ace
Subordem Cypridocopina J O N E S , 1901 t a ç ã o grosssa muito atenuada como a presente; seu con-
Superfamflia Cypridoidea B A I R D , 1845 torno é, todavia, mais elipsoidal e a superficie das valvas
Famflia Ilyocyprididae K A U F M A N N , 1900 é lisa. Neuquenocypris (Alleniella) sp. M U S A C C H I O &
G é n e r o Ilyocypris B R A D Y & N O R M A N , 1889 S I M E O N I , 1991. nom. tras. (previamente ilustrada como
Cypridacea Gen. et sp. indet. em M U S A C C H I O & M O R O N I
E s p é c i e tipo: Cypris gibba R H A M D O H R , 1808. (1983, p. 30-31, EsL 3, figs. 9 a 11), tem algumas semel-
h a n ç a s s com a presente e s p é c i e , principalmente a a u s ê n -
Ilyocypris setembrinopetrii nov. sp. cia de uma o r n a m e n t a ç ã o grossa m u i t o marcada.
E s t a m p a I X ; figs. 1-3 Todavia, o cobrimento da V E sobre a V D relaciona o
t á x o n aqui descrito c o m Ilyocypris BRADY &
O r i g e m do nome: E m homenagem ao Prof. D r . ROBERTSON.
Setembrino Petri (Universidade de S ã o Paulo - USP,
Brasil) por seu estudo pioneiro dos carófitos do Grupo Ilyocypris sp. 1
Bauru e suas c o n t r i b u i ç õ e s à micropaleontologia brasi- E s t a m p a I X ; fig. 4
leira.
Material e p r o c e d ê n c i a : seis c a r a p a ç a s e valvas desarti- Material e p r o c e d ê n c i a : uma valva direita, pertencente
culadas na Localidade tipo. Pedreira Partezan ( L 3 5 ) . presumivelmente a uma c a r a p a ç a j u v e n i l , da Pedreira
Repositório e dimensões: Partezan (L35).
C A L Repositório e dimensões:
UNESPÀ-BU64 (figs. 2-3, Holotipo) 755 340 245
UNESPÀ -BU65 (Parátipo, VE) 735 320 C A
U N E S P À - B U 6 6 (fig. 4 , V D ) 480 310
D e s c r i ç ã o : c a r a p a ç a de tamanho mediano, muito com-
primida no sentido lateral, com o r n a m e n t a ç ã o grossa D e s c r i ç ã o : c a r a p a ç a reniforme c o m uma o r n a m e n t a ç ã o
pouco destacada. Valvas desiguais ( V E > V D ) . N o mate- grossa muito destacada, formada por t u b é r c u l o s ocos
rial, ambas as valvas mostram u m rebordo marginal cujo desenho é muito semelhante ao de Ilyocypris wich-
externo achatado e destacado, disposto ao longo da peri- manni M U S A C C H I O , 1973. A e x p a n s ã o postero-dorsal
feria extra-cardinal, salvo na zona ventral; este rebordo que segue em continuidade com o T3 chega até à zona
pode expandir-se ainda mais na parte a n t e r i o r - m é d i a , em postero-ventral, de onde segue destacada e fortemente
forma de uma orelha (lappet) antero-mediana, acumina- curvada e globosa. T l e T 2 muito destacados. S I e S2
da e afilada (Est. I X , fig.2). c o n s p í c u o s . S ã o característicos desta forma dois t u b é r c u -
Contorno sub-retangular, algo elipsoidal, c o m linhas de los muito destacados, posicionados na parte m é d i a - i n f e -
tangencia aos bordos dorsal e ventral dispostas paralelas rior; os mesmos n ã o mostiam uma base bem delimitada
entre si; bordos dorsal e ventral c ô n c a v o s no meio, mais em seu contato com a superfície da valva. O t u b é r c u l o
fortemente o ventral. Â n g u l o s cardinais arredondados. subvential-anterior está localizado sob S I . Este t u b é r c u -
Bordos anterior e posterior truncados. lo subvential anterior, juntamente com o T I , ficam
Lamela interna m u i t o delicada, prolongada t a m b é m no ambos separados de uma e x p a n s ã o sub-marginal ante-
rebordo periférico, incluindo delicadas listas distancia- rior, transversal, suavemente convexa, mediante u m
das da margem. Charneira muito simples, retilínea. sulco, muito suave e amplo, paralelo ao mesmo bordo
O b s e r v a ç õ e s : a superfície externa está mal preservada anterior. O t u b é r c u l o posterior, com base mais estreita
no material d i s p o n í v e l ; a o r n a m e n t a ç ã o fina parece ser que o anterior, aparece bem separado do extremo poste-
reticulada incluindo, t a m b é m , várias papilas conjuntivas ro-ventral, o qual - segundo se observou - está t a m b é m
pequenas. expandido.
Definição: e s p é c i e do g é n e r o Ilyocypris BRADY & Contorno aproximadamente elipsoidal, com â n g u l o s car-
NORMAN, 1889, c o m c a r a p a ç a muito comprimida late- dinais arredondados e forte concavidade ventral. A
ralmente, com o r n a m e n t a ç ã o grossa presente, embora e x p a n s ã o postero-dorsal modifica u m pouco o contorno,
que pouco destacada. Contorno elipsoidal, com bordos o que n ã o permite perceber facilmente que o bordo dor-
dorsal e ventral c ô n c a v o s , mais fortemente o ventral. A o sal inclina u m pouco para trás.
largo do margem extra-cardinal, as valvas desenvolvem O r n a m e n t a ç ã o fina, mal preservada no material, presu-
um rebordo c o m p r i m i d o , variavelmente expandido. mivelmente formada por várias pequenas p ú s t u l a s , den-
N í v e l tipo: Maastrichtiano. samente distribuídas sobre a superfície.
R e l a ç õ e s : A presente e s p é c i e é melhor comparada c o m R e l a ç õ e s : o presente ostracode difere de /. wichmanni (s.
Ilyocypris bauruensis bauruensis nov. sp. et nov. subsp. s.) principalmente pela p r e s e n ç a dos tubérculos muitos
da qual se diferencia por ser mais achatada e pela pre- destacados na zona média-inferior. Apesar destas dife-
s e n ç a do rebordo marginal extra-cardinal em ambas as r e n ç a s , as relações de parentesco entre ambas formas
valvas. Ilyocypris triebelli B E R T E L S , 1972, do parecem muito estreitas.
Maastrichtiano n o r t e - p a t a g ô n i c o , tem uma ornamen-
Grupo Bauru: uma unidade continental do C r e t á c e o no Brasil 273
N
274 D . D I A S - B R I T O et al
Candonopsis sp.
E s t a m p a X ; fig. 9 G e n . et sp. indet. 2
E s t a m p a X ; figs. 9-14
Material e p r o c e d ê n c i a : 16 c a r a p a ç a s articuladas, com-
pletas, bem preservadas, procedentes da Pedreira Material e p r o c e d ê n c i a : 4 c a r a p a ç a s , fragmentos de
Partezan (L35). valvas procedentes da Pedreira T r i â n g u l o (L36)
Repositório e dimensões: R e p o s i t ó r i o do material e d i m e n s õ e s :
C A C A L
U N E S P À -BU75 ( f i g . 9) 570 315 U N E S P À - B U 7 7 ( f i g . 10, V D ) 980 610
U N E S P À - B U 7 8 (figs. 11-12) 965 590 555
D e s c r i ç ã o : c a r a p a ç a pequena, de forma ovoidal-alonga-
da, afilando-se lateralmente para o bordo antero-ventral.
D e s c r i ç ã o : c a r a p a ç a grande com forma vagamente tra-
A altura da c a r a p a ç a é maior que a largura. Valvas assi-
pezoidal, u m pouco destacada na parte anterior m é d i a e
métricas ( V E > V D ) , com parede lisa.
276 D . D I A S - B R I T O et al.
algo expandida na parte caudal posterior baixa; quase geográfica, e, presumivelmente, t a m b é m temporal, que
duas vezes mais alta que larga; fortemente inequivalva existe entre as diferentes localidades, o desenho popula-
( V E > V D ) , com amplo cobrimento ventral. Paredes for- cional que ambas e s p é c i e s mostram é relativamente
tes. Superficie externa das valvas brilhante e ornamen- constante. A variabilidade "intra-populacional" pode ser
t a ç ã o fina fraca, mas c o n s p í c u a , sobretudo p r ó x i m o da grande, sobretudo para "Chara " barbosai, encontrando-
margem anterior em ambas valvas, onde aparecem papi- se, sempre, formas de transição entre os extremos da
las alinhadas ao bordo; papilas similares foram encontra- v a r i a ç ã o . Entretanto, o par mostra relativa c o n s t â n c i a na
das muito p r ó x i m o do extremo caudal. r e p e t i ç ã o deste desenho de variabilidade. Os ostracodes
Contorno da V E sub-trapezoidal arredondado, c o m que acompanham "Chara" barbosai,foram apresenta-
bordo dorsal fortemente convexo, algo d e s c o n t í n u o , dos em u m trabalho anterior ( E . A . M . em D I A S - B R I T O
a l c a n ç a n d o a maior altura na parte m é d i a . A partir deste et al, 1998 e em C A S T R O et al, 1999). Entre estes, n ã o
ponto de maior altura, o bordo frontal passa, c o n t í n u a e se encontrou nenhuma e s p é c i e do g é n e r o Cypridea
muito amplamente arredondado, ao bordo anterior; na B O S Q U E T ; este ú l t i m o é u m c o n s p í c u o representante
parte m é d i a , o contorno se destaca para diante, coinci- das a s s o c i a ç õ e s e o c r e t á c i c a s sul-americanas. Nas apre-
dindo com u m curvamento mais forte do bordo anterior- s e n t a ç õ e s p r é v i a s referidas, foram reconhecidas as 24
m é d i o ; segue para baixo em continuidade, embora retra- e s p é c i e s (22 de ostracodes e 02 de carófitos), que s ã o
ído (ou sub-truncado) na parte antero-ventral. Bordo agora descritas, mesmo quando sua p o s i ç ã o sistemática
ventral convexo. O bordo posterior sub-ventral se pro- n ã o tenha sido resolvida em todos os casos.
longa em uma suave, embora sempre curvada, e x p a n s ã o
caudal que aponta para trás. Bordo postero-dorsal trun- 5.1.1 Sobre as r e l a ç õ e s b i o g e o g r á f i c a s da F a u n a de
cado, a t é m u i t o fracamente c ô n c a v o . Ilyocypris cf. riograndensis
Superfície fracamente ornamentada, com papilas e piís- Nos ostracodes desta a s s o c i a ç ã o da Formação
tulas dispersas; estas líltimas s ã o mais destacadas quan- Adamantina é possível encontrar afinidades com faunas
do formam uma fila seriada sub-marginal na parte conhecidas de diferentes r e g i õ e s g e o l ó g i c a s , mesmo
m é d i a - a n t e r i o r coincidindo com o engrossamento sub- quando estas correspondam a idades diferentes. E m
periférico anterior, acima referido. Charneira adonte D I A S - B R I T O (1998, p. 9), foi reconhecida a e x i s t ê n c i a
(adont), fortemente calcificada. Zona marginal com lis- de afinidades c o m faunas da África, Brasil e P a t a g ô n i a .
tas muito delicadas, pelo menos na parte anterior.
S ã o incluídas na d e s c r i ç ã o desta e s p é c i e c a r a p a ç a s que Afinidades com faunas africanas: aproximadamente 1/3
poderiam ser de representantes juvenis, encontradas na das e s p é c i e s da F o r m a ç ã o Adamantina pode ser melhor
Pedreira Partezan (L35), em margas e lamitos j á referi- comparada com outras da Zona de A s s o c i a ç ã o 10 de
dos anteriormente. Elas s ã o piriformes, a s s i m é t r i c a s e Grekoff, 1957. Esta a s s o c i a ç ã o corresponde à F o r m a ç ã o
fortemente inequivalvas, com bordo antero-ventral trun- L o i a e outras equivalentes do Congo, incluindo a Série 3
cado e bordo dorsal inclinado para trás. A o r n a m e n t a ç ã o (245-251 m) da sondagem Samba 1, e do nível posicio-
fina consiste de uma fina g r a n u l a ç ã o , sobretudo na parte nado a 65 m na sondagem Dekesse. Estes ostracodes
anterior. E m alguns e s p é c i m e n s , na V D aparece u m africanos s ã o atribuídos atualmente ao intervalo Albiano-
c o n s p í c u o espinho formado por material de aspecto Cenomaniano ( c f C O L I N et al, 1996; C O L I N &
vítreo, c o m á p i c e arredondado, localizado na parte pos- D E P Ê C H E , 1997).
tero-ventral, o qual aponta para trás.
Afinidades com faunas brasileiras: pelo menos cinco
e s p é c i e s da F o r m a ç ã o Adamantina s ã o c o m p a r á v e i s ,
5. A S P E C T O S P A L E O B I O L Ó G I C O S , B I O G E O - embora com diferentes graus de s e m e l h a n ç a s , a taxa
GRÁFICOS E BIOESTRATIGRÁFICOS DA aptiano-albianos conhecidos previamente para o nordes-
ASSOCIAÇÃO MICROFOSSILÍFERA D O te do Brasil ( f o r m a ç õ e s Santana e Alagamar) e outras
G R U P O B A U R U (E. A. M U S A C C H I O ) bacias costeiras.
5.1. Características da A s s o c i a ç ã o de "Chara" barbosai Afinidades com faunas patagônicas: vários g é n e r o s que
- Ilyocypris cf. riograndensis (IXironiano-Santoniano) foram previamente reconhecidos nos "Estratos com
dinossauros" das províncias de N e u q u é n e Mendoza, na
As e s p é c i e s que d ã o nome a esta a s s o c i a ç ã o estão pre- Argentina, estão representados na fauna da F o r m a ç ã o
sentes de forma associada em quase todas as localidades Adamantina. Pelo menos sete e s p é c i e s pertencentes a
microfossilíferas da F o r m a ç ã o Adamantina (vide Fig. 7). Ilyocypris, Neuquenocypris, Wolburgiopsis e
E s t ã o , por outro lado, representadas por uma p r o p o r ç ã o Paralimnocythere"? mostram estreitas s e m e l h a n ç a s com
geralmente alta de indivíduos com r e l a ç ã o às outras formas da F o r m a ç ã o Adamantina, embora as afinidades
e s p é c i e s com as quais se associam. Apesar da s e p a r a ç ã o estejam em graus diferentes. Entre as espécies, várias
\
Grupo Bauru: uma unidade continental do C r e t á c e o no Brasil 277
<
< O o O
TAXA 3 j 3 J
oo
00 j 3 3 s
ro
V
278 D . D I A S - B R I T O et al.
pertencem ao g é n e r o Ilyocypris. O caso de Ilyocypris creve pela primeira vez (ver abaixo), parece trazer casos
riograndensis M U S A C C H I O & S I M E O N I , 1991, bem similares de estase. Neste ú l t i m o caso, todavia, o peso
representado em sedimentos p r é - c a m p a n i a n o s ao sul de relativo dos poucos elementos "velhos" ou "residuais"
Mendoza, tem particular interesse. Formas semelhantes a parece fraco frente às novidades que traz consigo a fauna
esta liltima apareceram no Brasil, tal como a presente dos d e p ó s i t o s do M e m b r o Ponte A l t a da F o r m a ç ã o
Ilyocypris cf. riograndensis no Estado de S ã o Paulo {in Marília (Associação de Amblyochara sp. -
D I A S - B R I T O et al, 1998) e na Chapada do Araripe. Neuquenocypris minor mineira).
Para esta última localidade, B E R T H O U et al (1994, est.
I : 11-13) ilustraram uma e s p é c i e de Ilyocypris presente
em sedimentos aptianos-^eoalbianos? do M e m b r o Crato 5.2. C a r a c t e r í s t i c a s da A s s o c i a ç ã o de Amblyochara
( F o r m a ç ã o Santana), t a m b é m semelhante, embora talvez sp. - Neuquenocypris minor mineira nov. subsp.
n ã o c o - e s p e c í f i c a c o m a e s p é c i e da F o r m a ç ã o (Maastrichtiano)
Adamantina. Trata-se, portanto, de u m grupo de formas,
presumivelmente aparentadas, com ampla d i s t r i b u i ç ã o A flora de carófitos encontrada nas pedreiras T r i â n g u l o e
geográfica. Se, por u m lado, parecem pouco apropriadas Partezan inclui 7 (sete) o r g a n o - e s p é c i e s , acompanhadas
para o tratamento da cronologia, em função de sua esta- por 9 e s p é c i e s de ostracodes n ã o - m a r i n h o s . Estes micro-
bilidade m o r f o l ó g i c a no tempo, por outro sugerem uma fósseis s ã o agora pela primeira vez descritos e ilustrados
boa a d a p t a ç ã o a u m amplo bioma, plano, geologicamen- e s ã o provenientes de algumas poucas amostras coleta-
te estável, p r ó p r i o da etapa de sag que caracterizou este das nas duas localidades. Embora tais localidades te-
setor continental naquela fase, com extensos corpos de nham sido incipientemente exploradas até agora, esta
á g u a s doces e salobras. Finalmente, é de interesse des- a s s o c i a ç ã o do M e m b r o Ponte Alta parece guardar, para
tacar a p r e s e n ç a de uma forma que antecipa a Ilyocypris futuros estudos, uma maior diversidade t a x o n ô m i c a e
ex gr. wichmanni A presente /. cf. wichmanni, encontra- t a m b é m uma maior diversidade de ambientes subordina-
da em Ibirá, V i l a Ventura (L26), mostra a e x p a n s ã o pos- dos, com r e l a ç ã o à relativa monotonia que exibe a asso-
tero-dorsal T3 bem delineada, embora menos inflada c i a ç ã o da F o r m a ç ã o Adamantina. Nos níveis que agora
que na forma das a s s o c i a ç õ e s do C r e t á c e o terminal na est ão sendo estudados, os microfósseis mostram sinais
P a t a g ô n i a (Est. I I I , figs. 5-6). claros de autoctonia: s ã o muitas as c a r a p a ç a s de ostra-
codes que est ão articuladas, que n ã o mostram s e l e ç ã o de
tamanhos (incluem as mudas) e que conservam, bem pre-
5 . 1 . 2. Sobre a idade da A s s o c i a ç ã o "Chara" barbosai servados, detalhes delicados da o r n a m e n t a ç ã o . E m
- Ilyocypris cf. riograndensis alguns casos, aparecem aspectos fenotípicos peculiares:
Anteriormente a fauna da F o r m a ç ã o Adamantina foi grandes espinhos nas mudas como econtrados nas faunas
posicionada no intervalo Turoniano-Santoniano de á g u a s geradoras de diatomitos. Abundam, t a m b é m , as
( M U S A C C H I O em D I A S - B R I T O , 1998, p á g . 9): c a r a p a ç a s e os girogonites bem calcificados de parede
"The calcareous microfossils of the Adamantina forte.
Formation herein studied are assigned to the Late
Cretaceous and the interval suggested is post- 5. 2 . 1 . Sobre a idade da A s s s o c i a ç ã o Amblyochara sp.
Cenomanian to pre-Campanian (Turonian - Santonian). - Neuquenocypris minor mineira nov. subsp.
The assumption of a long vertical range for this assem- Entre os carófitos, as e s p é c i e s Porochara cf. globosa
blages is the reflex for the above mentioned faunal G R A M B A S T & M A R T Í N E Z e Amblyochara sp. i n d i -
inconsistencies and the remarkable low diversity of the cam uma idade Maastrichtiano. P. globosa foi descrita
charophytes. The ostracod assemblages exhibit both para o Maastrichtiano da F r a n ç a ; Amblyochara sp. é bem
Albian-Cenomanian and Campanian-Maastrichtian affi- comparada à forma descrita e ilustrada por
nities. This apparent incongruity can be explained by the M U S A C C H I O (1972) em n í v e i s a t r i b u í d o s ao
permanence (stasis) of ancient stocks of morphotypes to Maastrichtiano da F o r m a ç ã o Yacoraite do norte da
which were added new morphs which anticipated the Argentina. N o conjunto, a a s s o c i a ç ã o de carófitos é me-
conspicuous uppermost Cretaceous species. The low lhor comparada com a microflora da F o r m a ç ã o Mariano
diversity of the Adamantina Charophytes is not typical Boedo (sondagem S a i r á do YPF, na p r o v í n c i a de
for South American Campanian-Maastrichtian. The C ó r d o b a - Argentina), que é muito p r ó x i m a ao limite
well-known uppermost Cretaceous flora (Porochara gil- K/T.
demeisteri-Assemblage) which occurs in countries of Entre os ostracodes se destaca a p r e s e n ç a de uma forma
South America in stratigraphic units that follows the estreitamente relacionada com Neuquenocypris minor
Peruvian Orogeny, were not found in this assemblage. " M U S A C C H I O & S I M E O N I do Maastrichtiano da
C o m r e l a ç ã o ao possível caso de estase (stasis) sugerido P a t a g ô n i a . Ademais, h á uma e s p é c i e a t r i b u í d a a
para alguns elementos "velhos" da Formação Altanicypris australis nov. sp., que lembra A. sczchezu-
Adamantina, a fauna maastrichtiana, que agora se des- rae do Maastrichtiano asiático, e, finalmente, Ilyocypris
Grupo Bauru: uma unidade continental do C r e t á c e o no Brasil 279
Tabela I : Dados de ô ' 8 0 e de ôi^C das f o r m a ç õ e s M a r í l i a e Adamantina. Dados de rocha total: Pedreira Partezan ( 5 i 8 0 =
-5,72; ô i 3 C = -9,48); Pedreira T r i â n g u l o (ôi^O = -6,01; ô i 3 C = -9,61).
Table : ô 180 and 13C data for the M a r í l i a and Adamantina formations. B u l k samples data: Partezan Quarry (S'80 =
-5,72; ô 13C = -9,48; T r i â n g u l o Quarry (ôi^O = -6, 0 1 ; ô I 3 C = -9,61).
Percebe-se que ampla maioria dos taxa da F o r m a ç ã o inferior, com espessura a l c a n ç a n d o 40m, está em u m
Adamantina f o i tolerante a algum nível de o s c i l a ç ã o salí- contexto de amplo lago raso episodicamente exposto
nica. Todavia alguns deles parecem ter tido, em u m (como indicado por níveis c o m gretas de ressecamento),
extremo, p r e f e r ê n c i a por á g u a s mais doces ( M 1 4 ) e sob c o n d i ç õ e s oxidantes (sedimentos marron-avermelha-
outros, em outro extremo, por á g u a s c o m alguma salini- dos, mesmo em subsuperficie). As margens de tal lago
dade ( M 9 , M 1 2 , M 2 2 ) . Chama a t e n ç ã o t a m b é m o fato de posicionavam-se a oeste de Santo A n a s t á c i o e a sul de
que M 2 3 , "Chara" barbosai, n ã o ocorra em duas das três Tarabai; para A m e l i ó p o l i s o fundo lacustre sujeitava-se a
amostras apontadas como acumuladas sob corpo d ' á g u a e x p o s i ç õ e s mais significativas (soleira deposicional ao
doce. C o m referência aos microfósseis do M e m b r o Ponte norte do setor B ?). A parte mais profunda do lago loca-
A l t a , todos parecem ter vivido sob c o n d i ç õ e s de á g u a s lizava-se entre as localidades de A . Machado,
doces a levemente salobras (?). Pirapozinho e Regente Feijó e o corpo d ' á g u a provavel-
mente extendia-se para leste. O preenchimento lacustre
inclui sedimentos deltaicos na forma de lobos de sus-
7. O A M B I E N T E D E D E P O S I Ç Ã O D A S p e n s ã o , bem como d e p ó s i t o s retrabalhados por ondas e
FORMAÇÕES ADAMANTINA E MARÍLIA por organismos ( b i o t u r b a ç õ e s ) . As i n f o r m a ç õ e s isotópi-
cas sugerem que nesta fase havia sensíveis v a r i a ç õ e s
7.1. F o r m a ç ã o A d a m a n t i n a salínicas no ambiente deposicional (de á g u a doce a salo-
bra, estando os valores de ô^^ O situados entre -7,8 a
De acordo c o m as análises estratigráficas e f a c i o l ó g i c a s , - 1 , 3 ) e, provavelmente, ao longo da história deposicional
a F o r m a ç ã o Adamantina consiste de dois intervalos dis- do intervalo. Isto pode ser indicativo de que embora
tintos: o intervalo inferior, dominado por lamitos, e o amplo, o lago esteve sujeito, em fases de extrema aridez,
superior com arenitos e folhelhos. a seccionamentos p e r i ó d i c o s em corpos menores separa-
Particularmente estudado no setor B (Fig. 3), o intervalo dos por irregularidades topográficas no substrato basálti-
Grupo Bauru: uma unidade continental do C r e t á c e o no Brasil 281
Fig. 8 : Tendência de variação salínica nas diferentes localidades como sugerida pelos estudos isotópicos de carapaças de ostracodes
e de girogonites de carófitos (a precisão biocronoestratigráfica não permite definir a relativa posição estratigráfica das amos-
tras entre si) (Fig. 8A).
e Distribuição dos ostracodes e carófitos ao longo de "trend" de variação salínica (Fig. 8B).
Fig. 8 : Trends in salinity for different localities as suggested by ostracode and charophyte oxygen isotope data (Fig. 8A). Distribution
of ostracods and charophytes along a salinity gradient (Fig. 8B).
-8
.5 S^^O ^ -3 -2
8A
-L
TAX4* Incremento de salinidade
M7
MU
MI3
M14
MI9
M20
Ml
M3
M4
M5
M8
MIO
M15
M16
M17
M18
M21
M23
M9
M12
M6
M22
M24
M25
M26
M27
M2g
M29
M30
M31
M32
M33
M34
M35
M36
M37
M38
Jvi2_
* M I a M38 de acordo com a Fig. 7. 8B
282 D . D I A S - B R I T O et al
CO. É particularmente n o t á v e l a i n d i c a ç ã o de que a área lagoas salobras e f é m e r a s (brackish ponds). Isto é sugeri-
de F l ó r i d a Paulista-Pacaembu ( L 4 0 e L 4 1 ) tenha regis- do pela c o m b i n a ç ã o dos dados isotópicos (valores de S'»
trado os mais altos valores salínicos. N ã o distante desta O de -5,93 a - 5 , 6 7 ) com a c o n s t a t a ç ã o de que as margas
á r e a , foram descobertas numerosas e c o n s p í c u a s freqiientemente apresentam feições em p a d r ã o reticular,
o c o r r ê n c i a s de moldes de cristais interpretados como provavelmente produzidas por efeitos p e d o g e n é t i c o s em
produzidos por minerais salinos ( E T C H E B E H E R E et zona vadosa. Tais efeitos teriam, talvez, produzido as
al, 1990; C A B R A L etal, 1990). d e f o r m a ç õ e s em Feistiella cf. globosa , como discutido
O intervalo superior da F o r m a ç ã o Adamantina é repre- no item 3.2.1. Os dados m i c r o p a l e o n t o l ó g i c o s sugerem,
sentado por ciclos de g r a n o d e c r e s c ê n c i a ascendente, com base na diversidade e nas peculiaridades m o r f o l ó g i -
desde arenitos c o n g l o m e r á t i c o s (com abundantes clastos cas anotadas (vide item 5.2), que o meio sofria variações
argilosos) a t é folhelhos, atribuídos a um ambiente fluvial h i d r o q u í m i c a s (flutuação no grau de alcalinidade e sali-
meandrante. Tais d e p ó s i t o s encontram-se comumente nidade). Tais v a r i a ç õ e s denotariam importantes
intercalados c o m arenitos finos, laminados, calcíferos, v a r i a ç õ e s p l u v i o m é t r i c a s , como t a m b é m sugerem os epi-
com clastos argilosos e p r e s e n ç a de ostracodes e raros s ó d i c o s fluxos de lama acima referidos.
bivalves, associados a u m p r o v á v e l retrabalhamento por
ondas em margem de lago. Assim, justifica-se a interpre-
t a ç ã o fltivio-lacustre para essas a s s o c i a ç õ e s que c o m p õ e 8. D I S C U S S Õ E S
o Adamantina superior. Os valores isotópicos para este
intervalo indicam d e p o s i ç ã o sob á g u a salobra ( L 2 e Os novos dados levantados por esta pesquisa t ê m impor-
L26). tantes i m p l i c a ç õ e s para a história estratigráfica (s.l.) do
Sob a perspectiva microfossilífera n ã o foi detectada, Grupo Bauru. Vejamos:
neste estudo, nenhuma relevante d i f e r e n ç a entre o Admitindo-se o topo da F o r m a ç ã o Uberaba como prati-
Adamantina inferior e o superior. O conteíido microfos- camente s í n c r o n o ao topo da F o r m a ç ã o Adamantina
silífero, embora revelando particularidades em algumas (aquela, em líltima análise, uma variação faciológica
localidades (como j á discutido no item anterior), é essen- desta) deduz-se que as d a t a ç õ e s aqui apresentadas reve-
cialmente representado por uma línica a s s o c i a ç ã o que lam u m expressivo hiato entre as f o r m a ç õ e s Adamantina
mostra estabilidade nos desenhos populacionais. e M a r í l i a ( M e m b r o Ponte A l t a ) , certamente com mais de
"Chara" barbosai e Ilyocypris cf. riograndensis é um 11 M a . (ref. Carta Estratigráfica Internacional U N E S -
par que está representado em quase as localidades. A C O / I U G S , R E M A N E et al, 2000). Se forem válidas as
variabilidade " i n t r a - p o p u l a c i o n a l " pode ser grande, r e l a ç õ e s litoestratigráficas que apresentam o par Ponte
sobretudo para "Chara " barbosai, o que se expressa por A l t a & Serra da Galga (parte) e o M e m b r o E c h a p o r ã
formas de t r a n s i ç ã o entre os extremos da v a r i a ç ã o . como crono-correlatos, como postulado por vários auto-
Todavia, tais taxa mostram relativa c o n s t â n c i a na repe- res, e n t ã o o hiato identificado teria caráter regional, mar-
tição do desenho de variabilidade, fato que sugere que cando o limite de duas seqilências: a inferior, que tem seu
eles estiveram bem adaptados, colonizando com êxito l i m i t e superior equivalente ao topo da F o r m a ç ã o
um extenso bioma. E m prados subaquosos, formados Adamantina (Turoniano-Santoniano), e a superior, repre-
por u m tapete de carófitos m o n o t í p i c o s que colonizaram sentada pela F o r m a ç ã o M a r í l i a [Maastrichtiano
o piso lacustre, v i v i a uma a s s o c i a ç ã o de ostracodes c o m (Neomaastrichtiano?)]. Por outro lado, os dados de sub-
moderada diversidade. A c o n s t â n c i a do conjunto micro- superfície da r e g i ã o de Presidente Prudente (Setor B )
biótico ao longo da d e p o s i ç ã o da F o r m a ç ã o Adamantina sugerem a existência de uma descontinuidade dentro do
estaria a indicar uma paisagem relativamente m o n ó t o n a , p r ó p r i o Adamantina, quebrando-a em inferior e superior;
fruto de uma correlativa estabilidade geológica. tal elemento seria expresso pelo limite dos ciclos 3 e 4,
j á apresentados. Esta eventual descontinuidade intra-
Adamantina teria sido ligada a um soerguimento ocorri-
7. 2. F o r m a ç ã o M a r í l i a (Membro Ponte Alta): fácies do em tempos turonianiano-coniacianos, seguido de
de margas e r o s ã o , correspondendo"a uma importante d i s c o r d â n c i a
na Bacia de Santos (limites da seqilências deposicionais
A parte do M e m b r o Ponte A l t a que c o n t é m ostracodes e K 8 0 - K 9 0 , vide P E R E I R A & F E I J Ó , 1994). É importan-
carófitos é representada por estratos de margas com te ressaltar que os dados m i c r o p a l e o n t o l ó g i c o s n ã o per-
intercalações l a m í t i c a s , que estão imediatamente acima mitiram perceber esta descontinuidade, talvez indicando
de u m espesso banco de calcrete com espessura m é d i a de que, caso a descontinuidade tenha se verificado, o tempo
6 m . A s margas s ã o estratificadas e internamente nela envolvido foi relativamente curto.
m a c i ç a s , revelando que fluxos de lama, trazendo detritos O hiato entre a F o r m a ç ã o Adamantina e a F o r m a ç ã o
siliciclásticos, fragmentos calcários e soluções c a r b o n á - M a r í l i a deve ter tido origem relacionada a soerguimentos
ticas, penetravam episodicamente nos corpos a q u á t i c o s . tectónicos ocorridos em tempos campanianos a eomaas-
Tais sedimentos teriam sido depositados em pequenas trichtianos, seguidos de erosão. Tal m o v i m e n t a ç ã o está
Grupo Bauru: uma unidade continental do C r e t á c e o no Brasil 283
refletida de forma marcante na Bacia de Santos, onde - 1983; S A A D et ai, 1988; F U L F A R O & B A R C E L O S ,
considerando ajustes da carta P e t r o b r á s ( P E R E I R A & 1991; F E R N A N D E S & C O I M B R A , 1996). U m aspecto
E E I J Ó , 1994) c o m as novas e correntes cronologias das especulativo do quadro é a a t r i b u i ç ã o de uma idade
biozonas P e t r o b r á s para o C r e t á c e o daquela bacia - s ã o Aptiano-Albiano para o C a i u á e Cenomaniano para o
registrados 03 importantes d i s c o r d â n c i a s erosivas no Santo A n a s t á c i o . Embasa-se tal c o n c e p ç ã o em dois
Campaniano (duas no eocampaniano - limites das fatos: (a), a fauna de ostracodes da F o r m a ç ã o
s e q u ê n c i a s deposicionais K 9 0 - K 1 0 0 e K I O O - K I I O , res- Adamantina, como j á mencionado anteriormente, con-
pectivamente - e uma cortando sedimentos campania- t é m u m importante conjunto de elementos "velhos",
nos terminais - l i m i t e K 1 1 0 - K 1 2 0 ) . N a Bacia de afins a taxa aptianos, albianos e cenomanianos; isto
Campos, por outro lado, o Campaniano está largamente seria indicativo da existência de camadas dessas idades
erodido (vide R A N G E L et ai, 1994). J á na Bacia do sob a F o r m a ç ã o Adamantina; (b). nas bacias costeiras do
P a r a n á , a s u p e r p o s i ç ã o de tais e p i s ó d i o s de e r o s ã o , pro- sudeste do Brasil, o intervalo Aptiano-Albiano caracteri-
vocados pelos tais sucessivos pulsos ascencionais, pro- zou-se por ser quente e seco ensejando a expressiva
vocaram a completa retirada do registro campaniano, d e p o s i ç ã o de evaporitos (Aptiano) e calcários em meios
sendo que o i i l t i m o deles retirou t a m b é m d e p ó s i t o s hipersalinos (Albiano), os quais, paulatinamente, passa-
eomaastrichtianos. Tais reajustes t e c t ó n i c o s , atuantes em ram a margas e folhelhos cenomanianos sob lenta e pro-
â m b i t o da placa sul-americana, particularmente se mani- gressiva u m i d i f i c a ç ã o , mas ainda sob clima árido (vide
festaram no oeste de Minas Gerais e sul de G o i á s : a l i , os D I A S - B R I T O , 1982; 1996). A s características litológi-
movimentos ascencionais campanianos e eomaastrich- cas da s u c e s s ã o C a i u á - S a n t o A n a s t á c i o s ã o c o m p a t í v e i s
tianos intensificaram a m o v i m e n t a ç ã o p r é v i a de soergui- com uma d e p o s i ç ã o acontecida sob clima quente e á r i d o ,
mento do A l t o Paranailja, que j á vinha sendo marcada mais amena para o topo, em c o n d i ç õ e s mais estressantes
por atividade v u l c â n i c a neoconiaciana-santoniana, que aquelas verificadas na zona costeira. O hiato sugeri-
como abaixo discutido, em fase com importantes mani- do pelos estudos de perfis elétricos para o contato C a i u á
festações registradas nas bacias costeiras do sudeste - Santo A n a s t á c i o t a m b é m j á f o i proposto por S O A R E S
( C A D D A H et al, 1994, 1998; A L V E S , 1998, 1999, (1981), p. 298, que escreveu "... a distribuição destas
2000). Tais movimentos cessaram suas atividades antes unidades, o ambiente eólico passando para fluvial e a
da d e p o s i ç ã o da F o r m a ç ã o Marília. Esta i n t e r p r e t a ç ã o , abundante o c o r r ê n c i a de sedimentos texturalmente tipo
referente ao A l t o Paranailja, expressa, em e s s ê n c i a , as C a i u á na parte inferior do Santo A n a s t á c i o sugerem uma
ideias de H A S U I & H A R A L Y I (1990; 1991), apenas discontinuidade na s e d i m e n t a ç ã o , com retrabalhamento
indicando-se, aqui, as idades dos eventos. U m dos resul- da F o r m a ç ã o C a i u á durante a d e p o s i ç ã o do Santo
tados mais importantes da m o v i m e n t a ç ã o ascencional A n a s t á c i o , originando um contato erosivo". Este limite
teria sido a p r o d u ç ã o do hiato aqui quantificado crono- seria exatamente a base do ciclo 3 de C A S T R O et al.
logicamente. E m u i t o interessante observar que (1999) e, possivelmente, estaria relacionado a uma dis-
F U L F A R O & B A R C E L O S ( I 9 9 I ) postularam um hiato, c o r d â n c i a que marca a passagem do Albiano para o
ao discutirem a passageím da e n t ã o denominada " p l a n í - Cenomaniano nas bacias de Santos e Campos.
cie Uberaba/Adamantina" para o M a r í l i a , com suas três Por outro lado, bastante consistente é a relação entre a
fácies. Por outro lado, a c o n s t a t a ç ã o da descontinuidade datação micropaleontológica para a Formação
entre a F o r m a ç ã o Uberaba e o M e m b r o Ponte A l t a invia- Adamantina (Turoniano-Santoniano), as caracterísiticas
biliza a proposta de E T C H E B E H E R E et al. (1999) que faciológicas deste pacote rochoso e o contexto c l i m á t i c o
interpretam o membro como efeito da c a l c r e t i z a ç ã o da desta fase. C o m o muito bem reconhecido pelos estudos
F o r m a ç ã o Uberaba. Ademais, se é correta a a f i r m a ç ã o p a l i n o l ó g i c o s , em r e l a ç ã o à margem sudeste do Brasil,
de S A D et al. (1971) de que "tufos v u l c â n i c o s inques- somente depois do Santoniano os p ó l e n s efedróides se
tionavelmente intercalam-se c o m os calcários de Ponte tornaram raros; isto indica que apenas a partir deste
A l t a , em P e i r ó p o l i s , de modo que a contemporaneidade momento a aridez ^fetivamente d i m i n u i u ( M . A R A I ,
é posta fora de dtívida", haveria duas h i p ó t e s e s para com. escrita). Assim, embora menos árido que a etapa
explicar o fato: a) os níveis tufíticos seriam produto de anterior (fase C a i u á - S a n t o A n a s t á c i o ) , ainda prevalecia
retrabalhamento da F o r m a ç ã o Uberaba incorporado ao no interior continental um clima quente, s e m i - á r i d o .
M e m b r o Ponte A l t a ; b) eles seriam r e c o r r ê n c i a do pro- A l é m do mais, quando da d e p o s i ç ã o da F o r m a ç ã o
cesso v u l c â n i c o em tempos maastrichtianos (neomaas- Adamantina, a Serra do Mar, soerguida no f i m do
trichtianos?). Esta é uma q u e s t ã o aberta à i n v e s t i g a ç ã o . Turoniano ( P E R E I R A , 1992) passou a constituir eficaz
O quadro da Figura 9 apresenta um quadro evolutivo barreira à p e n e t r a ç ã o de massas tímidas oriundas do
para o Grupo Bauru. Para sua c o n s t r u ç ã o f o i relevante a A t l â n t i c o no interior da d e p r e s s ã o Bauru.
utilização de i n f o r m a ç õ e s levantadas anteriormente pelo A análise de fácies e os resultados isotópicos obddos a
esforço de vários autores (e.g., M E Z Z A L I R A , 1974; partir de c a r a p a ç a s de ostracodes e de girogonites de
L A N D I M & S O A R E S , 1976; S O A R E S et al., 1980; carófitos indicam que principalmente na fase "eoada-
A L M E I D A et al., 1981; S U G U I O & B A R C E L O S , manfiniana", lagos ou lagoas rasas, individualizados
284 D . D I A S - B R I T O et al.
Formação Marília (E=Mb. Echaporã; SG= Mb. Serra da Galga; PA=MB. Ponte Alta); An= Analcimito no centro-norte paulista; C l -
C4: Ciclos de CASTRO et al. (1999); A l = Associação de "Chara" barbosai - Ilyocypris riograndensis; A2 = Associação de
Amblyochara sp. - Neuquenocypris minor mineira: 1 = bacias da costa SE (Santos e Campos); 2 = eventos tectónicos & Alto
Paranaíba; 3 = manifestações alcalinas na Bacia do Paraná; 4 = evolução da temperatura das águas marinhas (Q = quente; F = frio);
5 = clima na faixa costeira do Sudeste (informação palinológica); 6 = clima no interior da depressão Bauru.
Estampa I
Fig. 1-6: "Chara" barbosai P E T R I , 1955; girogonite; I : lateral; 2: lateral; 3: lateral; 4: apical inclinado; 5: apical;
6: basal.
Fig. 7: Feistiella sp.; girogonite; lateral ( L 2 6 - Ibirá)
Figs. 8-9: "Metacypris" sp.; c a r a p a ç a ; 8: vista esquerda; 9: vista dorsal.
Figs. 10-12: "Metacypris" cf. polita G R E K O F F , 1957; c a r a p a ç a ; 10: vista esquerda; I I : vista ventral; 12: vista dorsal.
Figs. 13-16: Paralimnocythere hasuii nov. sp. Holotipo ( c a r a p a ç a ) ; 13: vista dorsal; 14: holófipo, vista esquerda da
c a r a p a ç a ; 15: vista esquerda da c a r a p a ç a ; 16: paráfipo, vista posterior da c a r a p a ç a .
Estampa I
286 D . D I A S - B R I T O et al.
sobretudo em fases de secas prolongadas (seccionamen- tente de Classopolís classoides, sugere vigência de clima
to decorrente de irregularidades no substrato basáltico), árido na é p o c a da d e p o s i ç ã o dos estratos em q u e s t ã o "
sofriam v a r i a ç ã o lateral ou temporal de salinidade ( á g u a (com. escrita). Entretanto, ressalta o mencionado espe-
doce a salobra). As gretas de ressecamento observadas cialista, níveis com maior incidência de angiospermas,
nas mais proeminentes s e ç õ e s lacustres da F o r m a ç ã o com queda de e f e d r ó i d e s , ocorrem no topo da seção, o
Adamantina, como na área de Coronel Goulart (ime- que poderia sugerir um evento mais ú m i d o .
d i a ç õ e s da Fazenda Boa Vista), no setor de Presidente Quanto ao Maastrichtiano, parece ter havido, relativa-
Presidente Prudente, evidenciam e p i s ó d i c a s e x p o s i ç õ e s mente ao Turoniano-Santoniano, um certo aumento no
do fundo lacustre. C o m o j á dito anteriormente, o fundo grau de aridez, o que teria causado a maior incidência de
destes lagos c o n s t i t u í a m prados de carófitos habitados c a l c r e t i z a ç ã o na F o r m a ç ã o M a r í l i a e um enriquecimento
por uma fauna de ostracodes de moderada diversidade, generalizado no teor de C a C O , nas rochas desta unidade.
em que boa parte das e s p é c i e s toleravam bem as e p i s ó - Tal a s s u n ç ã o n ã o encontra respaldo na palinologia das
dicas m u d a n ç a s h i d r o q u í m i c a s laterais ou verticais. bacias costeiras, que indica clima mais ú m i d o do
Desta forma, o c e n á r i o retrovisto compatibiliza-se com o Campaniano para o Maastrichtiano. Todavia, s u p õ e - s e ,
de muitos autores p r é v i o s , sendo que alguns deles, base- aqui, que o evento causador do incremento de aridez
ados em a s s o c i a ç õ e s minerais, t ê m indicado a o c o r r ê n c i a maastrichtiana no interior continental tenha sido o co-
de indícios de ambientes salinos quando da d e p o s i ç ã o nhecido resfriamento global das á g u a s o c e â n i c a s ao final
dos sedimentos da F o r m a ç ã o Adamantina {e.g. IPT, do C r e t á c e o ; uma substancial r e d u ç ã o de e v a p o r a ç ã o
1988; E T C H E B E H E R E & SILVA, 1990). produzida por este f e n ó m e n o teria tido efeito direto no
Portanto, a F o r m a ç ã o Adamantina acumulou-se sob clima interiorano e, por c o n s e q u ê n c i a , no registro sedi-
clima mais ameno que aquele vigente na etapa anterior e mentar. Este efeito n ã o teria sido sentido pela v e g e t a ç ã o
a área continental, apesar de quente e semi-árida, passou costeira por causa da maior umidade local.
a ser u m pouco menos estressante. Chuvas torrenciais As d a t a ç õ e s aqui apresentadas e as relações estabeleci-
passaram a acontecer com uma maior freqiiência, possi- das com m a n i f e s t a ç õ e s v u l c â n i c a s ocorridas nas bacias
bilitando u m certo florescimento b i ó t i c o em certas á r e a s costeiras da margem sudeste brasileira t ê m impacto dire-
da d e p r e s s ã o ("ilhas" de maior umidade ?). A ideia de to quanto ao posicionamento estratigráfico dos analcimi-
que teria havido maior umidade nas bordas da d e p r e s s ã o tos de Taiuva, Aparecida do Monte A l t o e Piranji, na
{e.g. F E R N A N D E S & C O I M B R A , 1996) precisa ser região de Jaboticabal-SP. Tais rochas, produto de alte-
melhor investigada. A chave pode estar no estudo pali- r a ç ã o de rochas m a g m á t i c a s potássicas, kamafugíticas
n o l ó g i c o dos d e p ó s i t o s santonianos da Fazenda Nossa (conforme com. escrita de J. C. G A S P A R , U n B , de 17 de
Senhora de F á t i m a , justamente na borda centro-leste da abril de 2001) e que se posicionam na parte alta da
d e p r e s s ã o Bauru, que estão sendo pesquisados pelos F o r m a ç ã o Adamantina, s ã o aqui enquadradas no interva-
autores deste trabalho em c o l a b o r a ç ã o com o Dr. M . lo Neoconiaciano-Santoniano. Considerando-se que,
A R A I , do CENPES, P E T R O B R Á S . A s novas coletas conforme afirmam C O U T I N H O et al. (1982), os analci-
revelam u m conjunto p o l í n i c o dominado por p ó l e n efe- mitos do centro-norte paulista guardam estreita r e l a ç ã o
dróide {Equísetosporites e Gnetaceaepollenites). com as lavas do Grupo Iporá em G o i á s e que tufos corre-
Informa M . A R A I : "Este fato, alidado à p r e s e n ç a consis- lacionáveis ou associados a lavas similares às de S ã o
Estampa I I
Figs. 1-3: Wolburgiopsis cf. neocretacea ( B E R T E L S , 1972); (1-2 mesma c a r a p a ç a ) ; 1: vista direita; 2: vista dorsal; 3:
vista esquerda da carapaça.
Fig. 4: Wolburgiopsis cf. vicinalis M U S A C C H I O , 1978; c a r a p a ç a ; vista direita ( L I , W A.Machado).
Figs. 5-6.' Ilyocypris cf. wichmanni M U S A C C H I O , 1973; mesma c a r a p a ç a ; 5: vista dorsal; 6: vista esquerda. (L26,
Ibirá).
Fig. 7: Ilyocypris cf. bauruensis nov. sp. (morfotipo 1); valva esquerda. Santoniano. Fazenda Nossa Senhora da
F á t i m a ( S ã o Carlos).
Figs. 8-11: Ilyocypris cf. riograndensis M U S A C C H I O & S I M E O N I , 1991; c a r a p a ç a ; 8: vista direita; 9: vista esquerda;
10: vista dorsal; 11: vista ventral.
Estampa 11
288 D . D I A S - B R I T O et al.
Estampa I I I
Estampa I V
Figs. 1-5: Eucandona? sp. (todas c a r a p a ç a s ) ; 1-2: vista dorsais em diferentes c a r a p a ç a s ; 3: vista esquerda; 4: vista d i -
reita; 5: vista direita.
Figs. 6-8: Paracypria? sp. 1 (todas c a r a p a ç a s ) ; 6: vista direita; 7: vista esquerda; 8: vista dorsal.
Figs. 9-11: Paracypridea sp.(todas c a r a p a ç a s ) ; 9: vista direita; 10: vista dorsal; I I : vista direita.
Estampa IV
292 D . D I A S - B R I T O et al.
Estampa V
Figs. 1-3: "Lycopterocypris" c f angulata G R E K O F F , 1960 (todas c a r a p a ç a s ) ; I : vista direita; 2: vista direita; 3:
vista de cima.
Figs. 4-6: "Salvadoriella" sp. (todas c a r a p a ç a s ) ; 4: vista de cima; 5: vista direita ; 6: vista esquerda.
Figs. 7-8: c f "Hourcqia" symmetrica K R O M M E L B E I N & W E B E R , I 9 7 I ( c a r a p a ç a s ) ; 7: vista direita; 8: vista de
cima.
Figs. 9: Candonopsis sp., carapaça, vista direita.
Figs. 10-12: c f Reconcavonal ultima K R O M M E L B E I N & W E B E R , 1962, (todas c a r a p a ç a s ) ; 10: vista direita; I I :
vista dorsal (inclinada); 12: vista dorsal.
Figs. 13-18: Mantelliana sp., todas c a r a p a ç a s ; 13: vista ventral; 14: vista direita; 15: vista direita (juvenil); 16: vista
dorsal; 17: vista direita; 18: vista anterior.
Figs. 19-20: Paracypria? sp. 2, a mesma c a r a p a ç a ; 19: vista direita; 20: vista dorsal ( L 3 3 A , S W Marília).
Estampa V
294 D . D I A S - B R I T O et al
from the Adamantina and Marflia formations, continental CABRAL JR., M . , J. E M . MOTTA, L. C. TANNO & Z.
Upper Cretaceous of the Paraná Basin, southeastem Brazil HELLMEISTER (1990) - Potencial mineral da Bacia
(Parti: Introduction, Testudines, Lacertilia, Crocody- Bauru no Estado de São Paulo. In: 1° Simpósio sobre as
lomorpha). In: DIAS-BRITO, D., F. C. PONTE, J. C. bacias cretácicas brasileiras. Boletim de Resumos, Rio
CASTRO et al (eds.): Boletim do 3° Simpósio sobre o
Claro, Rio Claro: 65-67.
Cretáceo do Brasil Rio Claro, Rio Claro: 97-100.
CADDAH, L. E G., D. B. ALVES & A. M . P M I Z U S A K l
BERTINI, R. J. (1995) - Equivalents of the Upper Cretaceous
(1998) - Turbidites associated with bentonites in the
Baum Group across souther and central South America.
Upper Cretaceous of the Campos Basin, offshore Brazil.
In: IV Simpósio de Geologia do Sudeste, Aguas de São
Sedimentary Geology, 115: 175-184.
Pedro. Rio Claro. Boletim de Resumos: p. 78.
CADDAH, L. E G., D. B. ALVES, M . HANASHIRO & A. M .
BERTINI, R. J. & I . S. CARVALHO (1999) - Distribuição
P M I Z U S A K l (1994) - Caracterização e origem do marco
cronológica dos crocodilomorfos notossúquios e ocorrên-
"3-dedos" (Santoniano) da Bacia de Campos. Boletim de
cias nas bacias cretácicas brasileiras. In: DIAS-BRITO,
Geociências da Petrobrás, 8 (2/4): 315-334.
D., J. C. CASTRO & R. ROHN (eds.): Boletim do 5° CAMPANHA, V.A., M . L. C. ETCHEBEHERE, A. R. SAAD
Simpósio sobre o Cretáceo do Brasil/1'^ Simpósio sobre el & V. J. FULFARO (1992) - O significado paleogeográfi-
Cretácico de América dei Sur, Serra Negra, Rio Claro; co das novas ocorrências fossilíferas do Grupo Bauru, na
517-523. região do Triângulo Mineiro, Minas Gerais. In: 2°
BERTINI, R. J., F E M A N Z I N I & M . BRANDT NETO (1999) Simpósio sobre as bacias cretácicas brasileiras. Resumos
- Novas ocorrências de Baumsuchidae (Sebecosuchia: Expandidos, Rio Claro: 151-152.
Crocodylomorpha) na região de General Salgado, CAMPANHA, V.A., M . L. C. ETCHEBEHERE, A. R. SAAD
Formação Adamantina (Cretáceo Superior) do Gmpo & V. J. FULFARO (1993) - Novas ocorrências fossilíferas
Baum na região noroeste de estado de São Paulo. Acta no Grupo Bauru na região do Triângulo Mineiro.
Geológica Leopoldensia, São Leopoldo, X X I I I (49): 29- Geociências, São Paulo, 12 (2): 353-372.
38. CARMO, D. A. (1998) - Taxonomia, paleoecologia e dis-
BERTINI, R. J., L. G. MARSHALL, V. M . GAYET & P tribuição estratigráfica dos ostracodes da Formação
BRITO (1993) - Vertebrate faunas from the Adamantina Alagamar (Cretáceo Inferior), Bacia Potiguar, Brasil. Tese
and Marília formations (Upper Bauru Group, Late Dout. Univ. Fed. Rio Grande do Sul, Porto Alegre: 116p.
Cretaceous, Brazil) in their stratigraphic and paleobiogeo- CARBONNEL, G. (1965) - Sur un nouveaux genre
graphic context. A'. Jb. Geol Palãont.Abh., Stuttgart, 188 {Paralimnocythere) et une nouvelle espèce {P. bouleigen-
(1): 71-101. sis) d'ostracodes du Tortonien. Archives des Sciences,
BERTINI, R. J., S. R. GOBBO-RODRIGUES & R. M . SAN- Paris, 18 (1): 146-150.
TUCCI (2000) - O Gmpo Bauru e sua biocronologia. In: CARVALHO, 1. S. & R. J. BERTINI (1999) - Mariliasuchus:
SIMÕES, M . G., L. H. C. M E L L O & R. R C H I L A R D I um novo Crocodylomorpha (Notosuchia) do Cretáceo da
(eds): Paleo-2000/SP, Reunião Anual da Sociedade Bacia Baum, Brasil. Geologia Colombiana, Santafé de
Brasileira de Paleontologia, Núcleo de São Paulo. Bogotá, 24: 83-105.
Boletim de Resumos, Botucatu: p. 4. CASTRO, J.C., D. DIAS-BRITO, E. A. MUSACCHIO, J. M .
BERTINI, R. J., W. R. NAVA & I . S. CARVALHO (1997) - SUAREZ, M . S., A. S. MARANHÃO & R. RODRIGUES
Notosuchians (Crocodylomorpha) from the Cretaceous (1999) - Arcabouço estratigráfico do Gmpo Baum no
Baum Group (Marília County, São Paulo state - Brazil). Oeste Paulista. In: DIAS-BRITO, D., J. C. CASTRO & R.
An. Acad. Bras. CL, Rio de Janeiro, 69 (1):142. ROHN (eds.): Boletim do 5" Simpósio sobre o Cretáceo do
BILOTTE. M . & M . MASSIEUX (1988) - Nouvelles espèces Brasil/1° Simpósio sobre el Cretácico de América dei Sur,
de Characeae du Campanien du "Bassin" de Nalzen (Zone Serra Negra, Rio Claro; 509-517.
Nord-Pyrenéenne, Ariège, France) - Revue de COLIN, J-P & E DEPÊCHE (1997) - Faunes des ostracodes
Micropaléontologie, Paris, 31 (1): 3-14. lacustres des basins intra-cratoniques de age albo-aptien
Estampa V I
Figs. 1-8: Talicypridea suguioi nov. sp.; Ia: p a r á t i p o , V E ; I b V E (= Ia, detalhe da zona antero-ventral); 2a: parátipo,
V D ; 2b V D ( = 2b, detalhe da e x t e n s ã o labial antero-ventral); 3: c a r a p a ç a , direita; 4: holotipo, vista direi-
ta da c a r a p a ç a ; 5 carapaça, vista anterior, 6: c a r a p a ç a , vista direita; 7: c a r a p a ç a , vista ventral; 8: c a r a p a ç a ,
vista dorsal.
Figs. 9-14: Brasacypris fulfaroi nov. sp. (todas c a r a p a ç a s ) ; 9: vista ventral; 10: vista posterior; 11: holotipo, vista d i -
reita; 12: vista direita de c a r a p a ç a j u v e n i l ; 13: vista direita de c a r a p a ç a j u v e n i l ; 14: holotipo, vista dorsal.
Estampa VI
T
296 D . D I A S - B R I T O et al.
en Afrique de TOest (Camerun, Tchad) et au Brésil: Resumos, Rio Claro, Rio Claro: 62-63.
cosidérations d'ordre paleoecologique et paléobiogéo- ETCHEBEHERE, M . L. C , V. J. FULFARO, A. R. SAAD &
graphique. Africa Geoscience Review, Paris, 4 (3): 431- J. A.J. PERINOTTO (1999) - O significado estratigráfico
450. da calcretização por água subterrânea no Triângulo
COLIN, J-R, Y. TAMBAREAU & V. A. KRASHENINNIKOV Mineiro, sudoeste do Estado de Minas Gerais, Brasil. In:
(1996) - Ostracodes liminiques et lagunaires dans le DIAS-BRITO, D., J. C. CASTRO & R. ROHN (eds.):
Crétacée Supérieur du Mali (Africa de LOuest: Boletim do 5o Simpósio sobre o Cretáceo do Brasil/ 1°
Systématique, Paleoécologie et affinités paleobigéo- Simpósio sobre el Cretácico de América dei Sur, Serra
graphiques. Revue du Micropaléontologie, Paris, 39 (3): Negra, Rio Claro.-427-431.
211-222. FEIST M . & N. GRAMBAST-FESSARD (1984) - Clé de
COUTINHO, J. M . V., A. M . COIMBRA, M . BRANDT NETO détermination pour les genres de charophytes.
& G. A. ROCHA (1982) - Lavas alcalinas analcimíticas Paleobiologie Continental, Montpellier, 13: 1-28.
associadas ao Grupo Bauru (Kb) no Estado de São Paulo, FERNANDES, L. A. & A. M . COIMBRA (1996) - A Bacia
Brasil. In: Actas dei 5° Congresso Latino-Americano de Baum (Cretáceo Superior, Brasil). An. Acad. Bras. CL,
Geologia, Argentina., I I : 185-195. Rio de Janeiro, 68 (2): 195-205.
CUNHA, L. S. & A. C. M . MACEDO (1986) - Répteis e ostra- FERNANDES, L. A. & A. M . COIMBRA (1999) -
codes associados no Cretáceo de Álvares Machado, SP. Paleocorrentes da parte oriental da Bacia Baum (Ks,
An. Acad bras. CL, Rio de Janeiro, 58 (4): 609. Brasil). In: DIAS-BRITO, D., J. C. CASTRO & R. ROHN
DIAS-BRITO, D. (1982) - Evolução paleoecológica da Bacia (eds.): Boletim do 5° Simpósio sobre o Cretáceo do Brasil/
de Campos durante a deposição dos calcilutitos, margas e ] " Simpósio sobre el Cretácico de América dei Sur, Serra
folhelhos da Formação Macaé (Albiano e Cenomaniano?). Negra, Rio Claro.- 51-57.
Boletim Técnico da Petrobrás, Rio de Janeiro, 25 (2): 84- FULFARO, V. J. & BARCELOS (1991) - Gmpo Baum no
97. Triângulo Mineiro: uma nova visão litoestratigráfica. In:
DIAS-BRITO, D. (1996) - A evolução do geossistema Atas do 2° Simpósio de Geologia do Sudeste, SBG, São
mesocretáceo da margem sudeste-leste do Brasil, como Paulo: 59-66.
sugerida por estudos microfaciológicos. In: DIAS- GARRIDO, A. E., A. E MARCONDES & A. J. V. GARCIA
BRITO, D. R. ROHN & J. A J. PERINOTTO (eds.): (1992) - Caracterização e mapeamento litofaciológico do
Boletim do 4° Simpósio sobre o Cretáceo do Brasil, Gmpo Baum em Peirópolis, Município de Uberaba-MG.
Águas de São Pedro, Rio Claro: 21-32. In: 2° Simpósio sobre as bacias cretácicas brasileiras.
DIAS-BRITO, D., MUSACCHIO, E. A., MARANHÃO, M . S. Resumos Expandidos, Rio Claro: 137-140.
A. S., CASTRO, J. C , SUAREZ, J. M . , & RODRIGUES, GOBBO-RODRIGUES, S. R., S. PETRI & R. J. BERTINI
R. (1998) - Cretaceous non-marine calcareous microfos- (1998) - Possibilities of biotic correlations between Baum
sils from the Adamantina Formation (Baum Group), Group (Paraná Basin, Brazil) and Neuquén Basin
Westem São Paulo, Brasil. In: 3th Ann. Conf., Project 381 (Argentina) in the Upper Cretaceous. In: 3th Ann. Conf.,
(lUCP-IUGS). Boi Asoc. Pai dei G. S. J. Spec. Issue, Project 381 (lUCP-IUGS). BoL Asoc. Pai dei G. S. J.
Comodoro Rivadavia, 2: 8-10. Spec. Issue, Comodoro Rivadavia, 2: 15-16.
ETCHEBEHERE, M . L . C , A. R. SAAD, J. S. T & Z. GOBBO-RODRIGUES, S. R., S. PETRI & R. J. BERTINI
HELLMEISTER JR. (1990) - Moldes de cristais salinos (1999a) - Ocorrências de ostracodes na Formação
no Grapo Baum, Estado de São Paulo: implicações paleo- Adamantina do gmpo Baurii, Cretáceo Superior da Bacia
climáticas e económicas. In: 1° Simpósio sobre as bacias do Paraná, e possibilidades de correlação com depósitos
cretácicas brasileiras. Boletim de Resumos, Rio Claro, isócronos argentinos. Parte I - Família Ilyocyprididae. An.
Rio Claro: 64-65. Acad. Bras. CL, Rio de Janeiro, 71 (1): 146-147.
ETCHEBEHERE, M . L. C. & R. B. SILVA (1990) - Explora- GOBBO-RODRIGUES, S. R., S. PETRI & R. J. BERTINI
ção mineral no Gmpo Baum, Estado de São Paulo. (1999b) - Ocorrências de ostracodes na Formação
Discussão de conceitos e probabilidades. In: 1° Simpósio Adamantina do gmpo Baum, Cretáceo Superior da Bacia
sobre as bacias cretácicas brasileiras. Boletim de do Paraná, e possibilidade de correlação com depósitos
Estampa V I I
Figs. 1-6: Feistiella cf. globosa ( G R A M B A S T & GUTIERREZ, 1977), todos girogonites; I : vista lateral; 2: vista
lateral; 3: vista lateral; 4: vista apical; 5: vista basal; 6: vista apical.
Figs. 7-10: cf. Feistiella costata K O C H & B L I S E N B A C H , 1960, todos girogonites; 7: vista lateral; 8: lateral; 9: basal;
10: apical.
Figs. 11-14: Amblyochara sp., todos girogonites; 11: apical; 12: basal; 13: lateral; 14: lateral.
Estampa VII
298 D . D I A S - B R I T O et al
Estampa V I I I
Figs. 1-2: Nitellopsis? sp.; I : girogonite, vista lateral; 2: girogonite, vista lateral.
Figs. 3-5: Chara? sp., girogonite, lateral; 4: girogonite, vista basal; 5: girogonite com deiscência.
Figs. 6-8: Gobichara (Pseudoharrisichara) sp.; girogonites; 6: vista basal; 7: vista apical; 8: vista lateral.
Figs. 9-12: cf. Gobichara (Pseudoharrisichara) groeberi M U S A C C H I O , 1978; girogonites; 9: vista lateral inclinado;
10: vista lateral; 11: vista basal; 12: vista apical.
Estampa VIII
300 D . D I A S - B R I T O et al
Estampa I X
Figs. 1-3: Ilyocypris setembrinopetrii nov. sp., todas c a r a p a ç a s ; I : vista esquerda; 2: holotipo, vista direita; 3: holotipo,
vista dorsal.
Fig. 4: Ilyocypris sp. I , valva direita (juvenil?).
Figs. 5: c f "Lycopterocypris angulata" G R E K O F F , 1960, c a r a p a ç a , vista direita.
Figs. 6-8: Neuquenocypris minor mineira nov. subsp., todos c a r a p a ç a s ; 6: vista esquerda; 7: holotipo, vista direita; 8:
holotipo, vista dorsal.
Figs. 9-12: Virgatocypris mezzalirai nov. sp.; 9: c a r a p a ç a j u v e n i l , vista direita; 10: p a r á t i p o , valva direita j u v e n i l ; I I :
holotipo, valva direita; 12: p a r á t i p o , valva esquerda j u v e n i l .
Estampa IX
302 D . D I A S - B R I T O et al.
PECK, R. E. (1957) - North American Mesozoic Charophyta. dulçaqilícolas e microfósseis vegetais associados da
Geological Survey Professional Paper 294- A, Formação Marília, Bacia Bauru (Cretáceo Superior),
Washington: 1-44, 8 est. Minas Gerais, Brasil. In: DIAS-BRITO, D., J. C. CAS-
PECK, R. E. & , C. C. REKER (1947) - Cretaceous and Lower TRO & R. ROHN (eds.): Boletim do 5° Simpósio sobre o
Cenozoic Charophyta from Peru. American Museum Cretáceo do Brasil/ 1° Simpósio sobre el Cretácico de
Novitates. 1369, New York: 1-6. América dei Sur, Serra Negra, Rio Claro: 497-500.
PREREIRA, M . J. (1992) - Considerações sobre a estratigrafia SENRA, M . C. E., L. H. SILVA E SILVA & R. M . LISBOA
do Cenomaniano-Santoniano em algumas bacias (2000) - Observações anatómicas e bioestratinômicas em
marginais brasileiras e sua implicação na história tectôni- esporocarpos de Marsileaceae da Formação Marília
ca e sedimentar da margem continental. Boi Geoc. (Cretáceo Superior), Bacia Bauru, Brasil. Revista
Petrobrás 6, Rio de Janeiro, (3/4): 171-176. Universidade de Guarulhos - Geociências, V (n° espe-
PEREIRA, M . J. & E J. FEIJÓ (1994) - Bacia de Santos. Boi cial): 78-80.
Geoc. Petrobrás, Rio de Janeiro, 8 (1): 219-234. SILVA, R. B., M . L. C. ETCHEBEHERE & A. R. SAAD
PETRI, S. (1955) - Charophyta cretácicas de Saõ Paulo (1994) - Groundwater calcretes: uma interpretação alter-
(Formação Baum). Boletim da Sociedade Brasileira de nativa para os calcários da Formação Marília no Triângulo
Geologia, São Paulo, 4 (1): 67-72. Mineiro. In: DIAS-BRITO, D., E C. PONTE, J. C. CAS-
PRICE, L. I . (1950) - Os crocodilídeos da fauna da formação TRO et al (eds.): Boletim do 3° Simpósio sobre o
Baum do cretáceo terrestre do Brasil Meridional. An. Cretáceo do Brasil Rio Claro: 85-89.
Acad. Bras. CL, Rio de Janeiro, 22 (4): 473-490. SOARES, R C , R M . B. L A N D I M , V. J. FULFARO, A. E
POWELL, J. E. (1987) - Morfologia dei esqueleto axial de los SOBREIRO NETO & K. SUGUIO (1980) -
dinosaurios titanosauridos (Saurischia, Sauropoda) dei Caracterização estratigráfica do Sistema Cretácico no
Estado de Minas Gerais, Brasil. In: Anais do X Congresso Estado de São Paulo: Grupo Bauru. Rer Bras. Geoc, São
Brasileiro de Paleontologia, Rio de Janeiro, 1: 155-171. Paulo, 10 (3): 177-185.
RANGEL, H. D., E A. L. MARTINS, E R. ESTEVES & E J. SOARES, R C. (1981) - Esttatigrafia das formações jurássico-
FEIJÓ (1994) - Bacia de Campos. Bacia de Santos. Boi cretáceas na Bacia do Paraná - Brasil. In:
Geoc. Petrobrás, Rio de Janeiro, 8 (1): 203-218. V O L K H E I M E R , W. & E. A. MUSACCHIO (eds.):
REMANE, J., A. FAURE & G. S. ODIN (2000) - Intemational Cuencas Sedimentarias dei Jurásico y Cretácico de
Stratigraphic Chart. UNESCO/IUGS. América dei Sur, Buenos Aires, 1: 271-304.
SAAD, A. R., V. A. CAMPANHA, M . C A B R A L JR., M . L. C. SUAREZ, J. M . (1973) - Contribuição à geologia do extremo
ETCHEBEHERE, R PULEGHINI FILHO, J. E M . oeste do Estado de São Paulo. Tese de Doutoramento. Fac.
MOTTA & E PAULA E SILVA (1988) - Cenários do Fil. Ci. Letr., Presidente Pmdente: 91 p.
Gmpo Baum (K) no Estado de São Paulo. In: Anais do SUAREZ, J. M . & D. A. CAMPOS (1995) - Ostracodes do
XXXV Congresso Brasileiro de Geologia, Belém, 2: 894- Cretáceo Superior do extremo oeste do Estado de São
904. Paulo. In: KELLNER, A. W. A. & C. E V I A N A (eds.):
SAD, J. H. G., R. N . CARDOSO & M . T COSTA (1971) - Atas do XIV Congresso Brasileiro de Paleontologia,
Formações cretácicas em Minas Gerais: uma revisão. Rer Uberaba, Rio de Janeiro; 92-93.
Bras. Geoc, São Paulo, 1: 2-13. SUGUIO, K. (1973) - Calcretes of the Bauru Group
SCHUDACK, M . E. (1993) - Die Charophyten in Oberjura (Cretaceous), Brazil: petrology and geological signifi-
und Unterkreide Westemeuropas. M i t einer phylogenetis- cance. Tese de Livre Docência, IG. USP, Universidade de
chen Analyse der Gesamtgruppe. Berliner São Paulo. 2 v.: 236 p.
Geowissenchaftliche Abhandlungen, Rehie E (8): 169 p.. SUGUIO, K. & J. H. BARCELOS (1983) - Calcretes of the
Estampas 1-20. Baum Group (Cretaceous), Brazil: petrology and geologi-
SENRA, M . C. E. & L. H. SILVA E SILVA (1999) - Moluscos cal significance. Boi IG.USP, São Paulo, 14: 31-47.
Estampa X
Figs. 1-6: Altanicypris australis nov. sp.; I : c a r a p a ç a , vista esquerda; 2: c a r a p a ç a , vista ventral; 3: holotipo, vista dor-
sal da c a r a p a ç a ; 4: c a r a p a ç a , vista esquerda; 5: holotipo, vista direita da c a r a p a ç a ; 6a: parátipo, V D vista
interna; 6b: o mesmo de 6a (detalhe da zona antero-ventral).
Figs. 7-8: Gen. et sp. indet. 1; 7: c a r a p a ç a , vista dorsal; 8: carapaça, vista direita.
Figs. 9: Candonopsis sp., c a r a p a ç a , vista direita.
Figs. 10-14: Gen. et sp. indet. 2; 10: V E , vista interna; 11: carapaça, vista dorsal; 12: carapaça, vista direita; 13: cara-
p a ç a j u v e n i l , vista direita; 14: c a r a p a ç a j u v e n i l , vista direita.
Estampa X
304 D . D I A S - B R I T O et al.
SUGUIO, K., M . BERENHOLC & E. SALATI (1975) - VAN WAGONER, J. C , H.W. POSAMENTIER, R. M .
Composição química e isotópica dos calcários e ambiente M I T C H U M , R R. VAIL, J. E SARG, T S. LOUTIT & J.
de sedimentação da Formação Baum. Boi. IG. USP, São HARDENBOL (1988) - A n overview of the fundamentais
Paulo, 6: 55-75. of sequence stratigraphy and key defmitions. In: W I L -
SWAIN, F. M . (1946) - Middle Mesozoic nonmarine ostraco- GUS, C. K. et al (eds): Sea-level changes: An integrated
da from Brazil and New México. Journ. Pai, Tulsa, 20 approach. SEPM, Special Publication 42, Tulsa : 39-45.
(6): 543-555. VON HUENE, E (1927) - Contribuición a la paleogeografia
SZCZECHURA, J. (1978) - Fresh-water ostracods from the de Sud América. I I . Las relaciones paleogeográficas de
, Nemegt Formation (Upper Cretaceous) of Mongólia; in: Sud América durante el Cretácico Superior. BoL Acad.
Results of the Polish-Mongolian Palaeontological Nac. Cienc, Córdoba, 30: 256-294.
Expeditions, part V I I I . Palaeontologia Polonica, Krakóv: V O N HUENE, E (1939) - Carta de Friedrich von Huene ao Dr.
65-121. Euzébio de Oliveira. Mineração e Metalurgia, Rio de
U L I A N A , M . A. & E. A. MUSACCHIO (1978) - Microfósiles Janeiro, 4 (22): 190.
calcáreos no marinos dei Cretácico Superior en el Zampal,
Província de Mendoza. Argentina. Revista de la
Asociación Paleontológica Argentina, 15(1-2): 111-135.
Accepté mai 2001