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UNIVERSIDADE DE UBERABA – UNIUBE

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO – PROPEPE


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
ESTUDOS INTERDISCIPLINARES E EDUCAÇÃO
PROFESSOR DOUTOR GUSTAVO ARAÚJO BATISTA

DEWEY, John. Democracia e Educação: introdução à filosofia da educação. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
1979.

____________. Experiência e Educação. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979.

ESQUEMATIZAÇÃO:

DEMOCRACIA E EDUCAÇÃO:

* Capítulo 9: O desenvolvimento e a eficiência social como objetivos:


1. O objetivo fornecido pela natureza:
- A educação não tem um objetivo que subordine a si mesmo todos os demais;
- Os objetivos educacionais variam de época para época e de lugar para lugar;
- A educação é um processo de desenvolvimento de acordo com a natureza (Rousseau); reação contra o
escolasticismo educacional;
- O erro de tal concepção está no fato de que ela por vezes ignora as noções de aperfeiçoamento e de previsão,
coisas que a inteligência pode fazer;
- Exame do conceito de Educação da Natureza de Rousseau: segundo Dewey, Rousseau acredita em um
desenvolvimento natural dos órgãos e das faculdades individuais; porém, Dewey sublinha que tal
desenvolvimento requer o exercício dos mesmos órgãos e faculdades, ou seja, não há desenvolvimento
espontâneo de órgãos e faculdades, como pensava Rousseau;
- O conceito de Natureza de Rousseau, para Dewey, parece vago;
- Dewey, por outro lado, não descarta o pensamento de Rousseau por completo, pois nele encontra “elementos
de verdade”, quais sejam:
1. O desenvolvimento natural como objetivo educacional chama a atenção para a saúde física;
2. É preciso fazer com que o educando exercite suas aptidões físicas através do manejo de brinquedos e de jogos;
3. É preciso levar em consideração as diferenças individuais dos educandos;
4. Observação da origem, do crescimento e do declínio das preferências e interesses dos indivíduos.
2. A eficiência social como o objetivo da educação:
- “O valor do ideal de eficiência social está em grande parte em seu protesto contra os pontos que a teoria do
desenvolvimento natural tratou erradamente, ao passo que se torna defeituoso quando esquece o que existe de
verdade naquela concepção”.
1. Em objetivos específicos, o objetivo geral de eficiência social revela a importância da capacidade industrial ou
econômica, ou seja, é preciso que se eduque para que o indivíduo se sustente a si mesmo e aos seus
dependentes; deve-se, porém, atentar para o perigo de fazer de tal objetivo o mais importante, possibilitando a
perpetuação de privilégios econômicos, geradores de injustas privações;
2. A eficiência cívica, ou a qualidade de bom cidadão. Trata-se de colocar a educação a serviço do
desenvolvimento das relações recíprocas entre as pessoas, ou seja, a capacidade individual para compartilhar
do dar e receber da experiência comum.
3. A cultura como o objetivo da educação. O conceito de cultura é polissêmico, podendo ter ou não relação com
a eficiência. De qualquer forma, Dewey não admite uma educação que se desvincule da partilha da experiência
interpessoal, que propicie o acesso à cultura somente a uma pequena parcela da sociedade, fato próprio não de
sociedades democráticas, mas sim de sociedades aristocráticas. A eficiência da educação consiste, para Dewey,
no acesso de todos os indivíduos à experiência comum, fruto das contribuições de cada um.

A tarefa da educação contempla vários objetivos que, quando focalizados parcialmente, entram em conflito uns
com os outros; contudo, se forem enfocados sob um prisma mais abrangente, pode-se perceber que há entre eles
uma relação de interdependência.

EXPERIÊNCIA E EDUCAÇÃO:

II – Necessidade de uma teoria de experiência:


• Existe um elo entre educação e experiência pessoal, mas não são termos que se equivalem;
• Dizer que a educação se consuma na experiência não significa dizer que as experiências são genuínas
e igualmente educativas, uma vez que há experiências que não educam;
• A falha da educação tradicional não é deixar de oferecer experiências, mas sim não estabelecer
conexão entre elas;
• A tarefa da educação é selecionar as experiências que propiciem novas experiências futuras e conexas
com as antigas;
• Dewey insiste em uma filosofia da educação associada a uma filosofia da experiência para fazer
crescer a educação progressiva;
• Dewey também pretende reformular o conceito de organização na educação progressiva para que o
mesmo não se confunda com o conceito de educação da escola tradicional;

III – Critérios de experiência:


• A continuidade – trata-se de selecionar as experiências educativas, que são contínuas, das
experiências não-educativas, que são descontínuas;
• A democratização – trata-se de colocar a experiência em contato com todos os indivíduos, cuja
liberdade propicia o enriquecimento da experiência;
• O hábito – trata-se de um processo de modificação da experiência, tanto por parte de quem a faz
quanto por parte da própria experiência;
• A Aplicabilidade universal – trata-se de tornar a experiência algo que seja universalmente válido,
dadas as condições e as circunstâncias semelhantes de sua produção.
• A interação – trata-se de fazer da experiência um fator que propicie à escola um contato maior com o
ambiente extra-escolar, ou seja, associar a escola à situação que lhe é exterior;
• Os princípios da continuidade e da interação (situação) são inseparáveis, constituem os aspectos
longitudinais e transversais da experiência. Assim, a preocupação do educador é, direta e
imediatamente, com a situação em que a interação se processa;
• Dois fatores imprescindíveis ao bom êxito do processo educativo: o indivíduo (com suas necessidades
e capacidades) e as condições objetivas (meios fornecidos pelo educador tendo em vista as
necessidades e as capacidades do educando);
• Os valores, os objetivos e os métodos tradicionais não são absolutos e abstratos; pelo contrário: são
relativos e concretos. Assim, o erro da educação tradicional foi o de considerar seus valores, objetivos
e métodos como algo absoluto e abstrato;
• A escola não deve encerrar o processo educativo do indivíduo; muito pelo contrário: deve formá-lo
para que deseje continuamente aprender sempre mais, oferecendo-lhe condições que lhe possibilitem
a aquisição de experiências futuras e nunca postulando que o que se aprende no presente só terá
aplicação no futuro (combate à noção de “preparação”, isto é, a escola deve educar não
exclusivamente para o futuro, mas principalmente para o presente).

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