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PARA O SÉCULO 21
O desenvolvimento pleno na
formação para a autonomia
APRESENTAÇÃO
Caro leitor,
Boa leitura!
sumário
EDUCAÇÃO INTEGRAL:
1 UM DIREITO QUE SE CONSOLIDA
Educação Integral na Contemporaneidade
REFERÊNCIAS
3 BIBLIOGRÁFICAS
6
7
10
13
28
30
50
1 eDUCAÇÃO INTEGRAL: UM DIREITO QUE
SE CONDOLIDA
Qual é a diferença entre direito à educação e direito à Educação Inte-
gral? Essa distinção é fundamental para a compreensão das discussões
atuais que acontecem em setores acadêmicos, nas organizações da so-
ciedade civil, no âmbito dos formuladores das políticas públicas, na mí-
dia e, é claro, nas escolas.
6
A expressão em destaque determina que não é qualquer tipo de educa-
ção que deve ser oferecida durante o ciclo básico, mas uma que tenha
como objetivo o desenvolvimento pleno de crianças, adolescentes e jo-
vens. É sobre ela, a Educação Integral, e o porquê de sua importância nos
dias de hoje, que versam as próximas páginas deste texto.
7
No histórico brasileiro, muitos projetos e políticas trataram o tema pelo
viés da ampliação do tempo, com intencionalidades que variaram da
esfera da assistência social (manter as crianças e jovens longe das ruas),
à oferta de atividades lúdicas ou culturais que não se articulavam como
um currículo.
8
Para qualificar essa reflexão introduzida pela Base, faz-se necessário relati-
vizar algumas visões e práticas de Educação Integral ainda correntes, como:
9
Uma visão contemporânea de Educação Integral busca ressignificar seu
propósito maior, cuja finalidade é a formação para a autonomia. Assim,
o desafio para todos aqueles que se interessam pelos rumos da educa-
ção no Brasil é o de ampliar verdadeiramente a discussão acerca das
concepções de Educação Integral, considerando os entendimentos pau-
tados somente pela ampliação de tempos e espaços e alargando a dis-
cussão em direção à qualidade e ao propósito da Educação Integral que
queremos para nosso país.
1
Um levantamento realizado por 17 pesquisadores brasileiros, que resultou no documento “Caminhos
para melhorar o aprendizado”, indicou que uma escola que aumente o tempo, mas não diversifique as
oportunidades educativas para os estudantes, não tem impacto na aprendizagem.
10
Para desenvolver práticas e parâmetros mais alinhados com o desenvol-
vimento integral, o que se espera é encontrar, em políticas públicas e es-
colas de Educação Integral, um currículo integrado. Isso permitiria, por
um lado, ter uma visão clara dos avanços que se pretende promover na
aprendizagem e no desenvolvimento dos estudantes e, por outro, expli-
citar, de modo objetivo, quem é esse estudante que se propõe a formar.
11
No entanto, quando se pensa naqui- as maior autonomia e mobilização
lo que deve ser desenvolvido anu- de competências para acessar, se-
almente na escola, o que costuma lecionar e construir pontos de vis-
aparecer em primeiro plano é o co- ta frente ao volume substancial de
nhecimento, ou mesmo o conteúdo informações e conhecimentos dis-
disciplinar, não o estudante. Uma poníveis, elaborando soluções cria-
proposta contemporânea de Edu- tivas para os problemas e fazendo
cação Integral inverte essa posição, escolhas coerentes com seus proje-
trazendo para o centro de sua pro- tos de vida e com o impacto delas
posta o estudante, em uma posição no seu entorno social.
de protagonismo que contribui para
Um desafio central dessa visão
nortear os conhecimentos e com-
qualitativa da Educação Integral
petências fundamentais do currícu-
é o de superar a fragmentação,
lo pensado e praticado nas redes.
a abstração, o conteudismo, e a
Nessa perspectiva, a organização
massificação que predomina nos
curricular em áreas de conhecimen-
currículos escolares. Essa superação
to, o uso intencional das tecnologias
implica em dar relevância e intencio-
digitais, a proposição de projetos e
nalidade a uma dimensão essencial
todas as outras práticas de ensino
da aprendizagem que tem sido
são como pontes para o desenvol-
suprimida, a dimensão socioemo-
vimento integral do estudante, não
cional. Nas últimas décadas, essa
um fim em si mesmas.
temática tem inspirado estudos que
É com essa chave de compreensão articulam áreas como a educação e
da Educação Integral que se passa a psicologia. As evidências científi-
da expansão de tempos e espaços cas no mundo e no Brasil apontam,
escolares à ampliação das fronteiras de forma contundente, o impacto
da qualidade da educação. Essa do desenvolvimento socioemo-
abordagem responde, de modo cional na formação integral de
mais adequado, ao cenário mundial crianças, adolescentes e jovens. É
complexo, multifacetado e incerto, o que será apresentado no próximo
que atualmente exige das pesso- capítulo.
12
2 competências para o século 21 E
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS
Promover o desenvolvimento ple- cioemocionais (ou como ele as
no requer considerar o desenvol- nomeou, competências não cog-
vimento de todas as dimensões nitivas) são um poderoso recurso
humanas. Baseada nas concep- para melhorar a qualidade da
ções da ciência moderna, a escola educação e diminuir as desigualda-
construiu os alicerces da forma- des dentro do sistema educativo.
ção do estudante com base nos Diversos países do mundo, como
fundamentos do conhecimento Canadá, Austrália e Singapura,
científico, pelo qual a razão deti- passam a priorizar esse tema como
nha o privilégio sobre o conhecer. pauta de suas políticas públicas de
educação, a partir da reestrutura-
Entretanto, recentemente, estudos
ção de seus currículos e programas
diversos vêm gerando evidências
de formação de professores. Para
sobre algo que todo professor in-
o economista Ricardo Paes de
tui e em alguma medida pratica: os
Barros, é importante que as com-
aspectos socioemocionais estão
petências socioemocionais sejam
profundamente ligados à aprendi-
intencionalmente desenvolvidas na
zagem e às realizações na vida.
escola. Desta forma, a educação
O economista James Heckman2 passa a considerar a diversidade
trouxe grande influência e contri- humana e suas idiossincrasias,
buição na agenda de estudos e de reforçando um posicionamento de
formulação de políticas públicas intolerância à desigualdade social.
sobre como as competências so-
2
Em 2000, Heckman recebe o Prêmio Nobel por sua contribuição na criação de métodos estatísticos que
ajudaram a medir com mais precisão o impacto de políticas públicas. Um de seus estudos foi a pesquisa
longitudinal empreendida que atestou o impacto das chamadas competências não-cognitivas em fatores
13
Outros pesquisadores consideram que as competências para o século
21 são aquelas que têm se mostrado fundamentais para estudar, viver e
trabalhar no contexto atual. Nesse sentido, já foram identificadas mais
de 160 competências, como: curiosidade, autoconfiança, organização,
pensamento crítico, integridade, resiliência e resolução de problemas.
Esse conjunto de competências é bastante híbrido, ou seja, abrange
competências com maior espectro socioemocional e outras com maior
carga cognitiva, como é o caso do pensamento crítico.
14
Em meio a tantas competências, tornou-se uma tarefa importante iden-
tificar quais estão mais relacionadas entre si e possuem maior impacto
comprovado para a educação na escola e para a vida. É por essa razão
que são encontrados diferentes frameworks, ou matrizes, cujo objetivo
é fornecer modelos organizativos para a compreensão do impacto das
competências marcadamente socioemocionais, assim como, gerar evi-
dências empíricas que sirvam de suporte à tomada de decisão dos for-
muladores de políticas públicas.
15
AS COMPETÊNCIAS
SOCIOEMOCIONAIS E
O IMPACTO NA VIDA
ABERTURA AO NOVO
Avanço na escolaridade (LIERAS, 2008)
Crescimento mais acelerado de suas habilidades cogniti-
vas (CUNHA et al, 2010)
Menor absenteísmo na escola (LOUNSBURY et al, 2004)
Aumento de notas escolares (DUCKWORTH et al, 2011)
Aumento do desempenho acadêmico (BARROS, COUTI-
NHO, GARCIA, & MULLER, 2016; PRIMI et al., 2016; SAN-
TOS e PRIMI, 2014)
Aumento do desempenho acadêmico em português, his-
tória, geografia, física e biologia (SANTOS, PRIMI & MI-
RANDA, 2017)
AUTOGESTÃO
Avanço na escolaridade (LLERAS, 2008; VITARO et al,
2005; (BARROS, COUTINHO, GARCIA, & MULLER, 2016)
Aumento de notas escolares e em avaliações externas
(BARROS, COUTINHO, GARCIA, & MULLER, 2016; PRIMI
et al., 2016; JOHN, PRIMI, DE FRUYT, & SANTOS, 2016)
Aumento do desempenho acadêmico em matemática
(SANTOS & PRIMI, 2014; SANTOS, PRIMI e MIRANDA,
2017) e química (SANTOS, PRIMI e MIRANDA, 2017)
16
RESILIÊNCIA EMOCIONAL
Aumento do desempenho acadêmico (JOHN, PRIMI,
DE FRUYT, & SANTOS, 2016)
AMABILIDADE
Resultados educacionais (conclusão do ensino
médio de estudantes menos agressivos) (DUNCAN e
MAGNUSSON, 2010)
17
ABERTURA AO NOVO
CURIOSIDADE
PARA APRENDER
Ser capaz de demonstrar interesse em ideias e
paixão por aprender, entender e explorar temas
intelectualmente. Ter uma mentalidade ques-
tionadora, que facilita o pensamento crítico e a
resolução de problemas.
18
IMAGINAÇÃO
CRIATIVA
Ser capaz de gerar novas maneiras de pensar e agir por meio da
experimentação e da brincadeira, aprendendo com seus erros.
INTERESSE
ARTÍSTICO
Avaliar, apreciar e valorizar as manifestações do design e da arte,
experimentando esteticamente formas variadas, como a escrita, a
música e as artes visuais e performáticas.
19
AUTOGESTÃO
FOCO
Ser capaz de focar a atenção,
concentrar-se nas tarefas e evi-
tar distrações, mesmo ao reali-
zar tarefas repetitivas.
RESPONSABILIDADE
Ter habilidades de se autorre-
gular para completar as suas
responsabilidades, cumprir
seus compromissos, agir de
maneira confiante e consis-
tente e inspirar confiança.
Essa faceta tem uma conexão
com Amabilidade e deve ser
importante para predizer o
envolvimento cívico e compro-
metimento.
20
ORGANIZAÇÃO
Ter habilidades
organizacionais e atenção
meticulosa a detalhes
importantes para
planejamento e execução
de planos para objetivos de
longo prazo.
PERSISTÊNCIA
Ser capaz de superar obstá-
culos para atingir objetivos
importantes, implementar,
persistir e terminar as ações
planejadas. A ênfase está em
completar tarefas já iniciadas,
em vez de procrastinar ou
desistir. Está relacionado a
conceitos de perseverança e
esforço.
DETERMINAÇÃO
Ser capaz de estabelecer ob-
jetivos e metas para si mesmo,
motivar-se, trabalhar duro e
entregar-se plenamente ao
trabalho, tarefa ou projeto que
deve completar. É um lado
proativo da autogestão.
21
RESILIÊNCIA
EMOCIONAL
TOLERÂNCIA
AO ESTRESSE
Saber regular a ansiedade e a resposta ao es-
tresse, não se preocupar excessivamente e ser
capaz de resolver problemas com calma.
22
AUTOCONFIANÇA
Sentir-se realizado consigo
mesmo e com sua vida, ter
pensamentos positivos e man-
ter expectativas otimistas,
antecipar o sucesso em suas
ações, ter uma mentalidade
de crescimento e proativa,
não ficar ruminando fracassos
ou frustrações.
TOLERÂNCIA À
FRUSTRAÇÃ0
Ter estratégias efetivas para
regular frustração, raiva e ir-
ritação. Ser capaz de manter
a tranquilidade e serenidade
diante a frustrações. Não ser
volátil.
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ENGAJAMENTO
COM OS OUTROS
INICIATIVA
SOCIAL
Ser capaz de abordar outras pessoas e conectar-se
com elas, seja com amigos, ou com pessoas
desconhecidas. Iniciar, manter e apreciar o contato
social, ser habilidoso em trabalhos de grupo, in-
cluindo a expressividade comunicativa
(falar em público, por exemplo).
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ASSERTIVIDADE
Ser capaz de falar o que acredita e expressar suas opiniões,
necessidades e sentimentos. Mobilizar as pessoas, ser preciso e
firme, saber defender uma posição e confrontar outras pessoas,
caso necessário. Ter coragem.
ENTUSIASMO
Ser capaz de demonstrar paixão e empolgação pela vida, ir ao
encontro de suas atividades diárias com energia, entusiasmo e
uma atitude positiva.
25
AMABILIDADE
EMPATIA
Ser capaz de assumir a perspectiva dos outros
e de utilizar habilidades para entender suas ne-
cessidades e sentimentos, agindo com gene-
rosidade e consideração. De acordo com essa
percepção, construir relacionamentos próximos,
ajudar, apoiar e dar assistência, tanto material
quanto emocional a outras pessoas. Ser uma
pessoa generosa e de fácil convívio.
26
RESPEITO
Ser capaz de tratar outras pessoas com respeito e cortesia, da
maneira como gostaria de ser tratado, considerando suas no-
ções próprias de justiça, igualdade e tolerância.
CONFIANÇA
Ser capaz de perceber que outras pessoas têm boas intenções
e de perdoar aqueles que cometem erros. E evitar ser ríspido e
categórico, dar sempre uma segunda chance.
27
O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NAS PRÁTICAS E
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
Se há muito tempo o campo da educação já traz em seus discursos a
importância do desenvolvimento afetivo, pessoal e interpessoal, a novi-
dade é que, cada vez mais, diversas áreas de conhecimento estão co-
locando à disposição evidências que mostram que o desenvolvimento
integral deve ser adotado como um princípio e uma prática de todos os
formuladores de políticas educacionais, gestores e professores.
28
O desenvolvimento socioemocio- cação Integral deve levar em conta
nal, em ambiente escolar, pressupõe as aspirações acerca do estudante
um currículo que explicite: por que, que se quer formar e da sociedade
o que e como formar para autono- que contribui para construir.
mia. Assim, quando incorporadas
Nesse sentido, recomendamos
ao currículo, como objeto intencio-
que uma Matriz de Competências
nal de desenvolvimento das políti-
seja elaborada tendo em vista a
cas e práticas de Educação Integral,
formação para autonomia como
essas dimensões socioemocionais
finalidade última do desenvolvi-
devem se combinar à dimensão
mento integral. Formar crianças,
cognitiva, de modo a se concretizar
adolescentes e jovens autônomos,
numa Matriz de Competências para
ou seja, mais preparados para
o Século 21, que explicite de modo
escolher seus caminhos na escola
objetivo e consistente quem é o es-
e na vida, requer que construam
tudante que se propõe formar.
no processo de aprendizagem um
As escolhas pedagógicas para conjunto de competências que
compor uma Matriz de Competên- incluem a dimensão socioemocio-
cias devem se basear em evidên- nal e vão além dela, para fazer face
cias de impacto na aprendizagem aos desafios de seu tempo e suas
e na vida, sem deixar levar em con- existências.
ta que nem todas as competências
É sobre esse conjunto articulado de
consideradas importantes de serem
competências – socioemocionais e
trabalhadas na escola possuem evi-
cognitivas – que falaremos a seguir.
dências comprovadas em estudos
científicos. Além de evidências em-
píricas, um currículo voltado à Edu-
29
MATRIZ DE COMPETÊNCIAS PARA O SÉCULO 21
A construção de uma Matriz de devem estar à serviço do desenvol-
Competências, em síntese, deve vimento das competências expres-
responder qual criança, adolescen- sas na Matriz.
te e jovem que queremos formar,
Um levantamento nacional e inter-
a partir das aspirações desses es-
nacional feito pelo Instituto Ayrton
tudantes e das evidências cientí-
Senna revela 21 Matrizes de Compe-
ficas. Dessa maneira, propõe-se
tências. Com base nessas Matrizes,
uma ação educativa que considera
nas evidências de impacto sobre
as pessoas na centralidade dos
a aprendizagem e na experiência
processos de desenvolvimento e
acumulada junto à educadores e
a educação como a melhor opor-
jovens no suporte a secretarias de
tunidade para desenvolver os po-
educação, chegamos a um modelo
tenciais que trazem consigo e
de Matriz de Competências para
prepará-las para fazer escolhas.
o Século 21 que tem se mostrado
Conforme mencionado anterior- sinérgica, complementar, flexível e
mente, a Matriz deve articular adaptável a diferentes propostas
aspectos cognitivos e socioemocio- curriculares.
nais com vistas ao desenvolvimento
Esse modelo de Matriz, apresentado
pleno. Nesse sentido, possibilita a
a seguir, foi aplicado em escolas
capacidade de: mobilizar, articular
de Ensino Médio e tornou-se
e colocar em prática conhecimen-
objeto de um rigoroso estudo na
tos, valores, atitudes e habilidades,
Secretaria de Estado de Educação
que promovem: a formação para a
do Rio de Janeiro, entre 2013 e
autonomia (aprender a ser), a partir
2016. Esse trabalho avaliou os
da capacidade de aprender ao
resultados de aprendizagem dos
longo da vida (aprender a apren-
estudantes formados na primeira
der), do exercício colaborativo nas
escola fluminense a trabalhar com
relações (aprender a conviver) e da
um currículo voltado à Educação
preparação para o mundo do tra-
Integral.
balho (aprender a fazer).
Os resultados apontaram impacto
Com relação ao currículo, a Matriz
significativo na aprendizagem
deve ser um elemento integrador,
escolar, independentemente da
pois parte-se do pressuposto de
condição socioeconômica dos
que os componentes curriculares
estudantes. Constatou-se que ao
e seus conhecimentos específicos
final do Ensino Médio os alunos
30
ganharam 23,7 pontos em Língua do PISA (Exame Internacional de
Portuguesa e 49,9 pontos em Avaliação de Estudantes realizado
Matemática na escala SAEB. Para pela OCDE nas principais economias
concretizarmos o significado desse mundiais), levaria o Brasil a uma
avanço, uma projeção desses posição privilegiada, junto à
resultados, considerando o ranking Portugal e aos Estados Unidos.
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A seguir, apresentamos uma breve definição sobre cada macrocompe-
tência, sem a pretensão de esgotar o tema. Acompanhe!
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COLABORAÇÃO: A RELAÇÃO COM O OUTRO
Ser capaz de aceitar que o outro tem direito de existir e ser o que é, que
nenhuma vida vale mais que outra, permite o exercício de se colocar
no lugar de outro e entender as diferenças como uma riqueza. Quando
a educação tem o compromisso do desenvolvimento sistemático da
colaboração entre os estudantes, incentivando a capacidade de ser
empático, solidário e de cultivar laços relacionais positivos, expande
também o autoconhecimento de cada jovem e a formação para a
autonomia responsável, já que as construções identitárias são feitas na
relação do eu com o outro.
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COMUNICAÇÃO: A RELAÇÃO COM A LINGUAGEM
Outra dimensão da construção da autonomia passa pelas interações co-
municativas. Aprender a expressar pontos de vista, considerando opi-
niões divergentes, construir argumentações bem fundamentadas, ser
entusiasmado para motivar pessoas a se engajarem em projetos e ideias.
A comunicação envolve saber iniciar, desenvolver e finalizar conversas;
saber ouvir e falar em público de modo seguro e preparado; ter capaci-
dade de usar a linguagem para falar, escrever e ler textos verbais e não
verbais (linguagem corporal, simbólica, pictórica, musical etc.), em dife-
rentes práticas sociais, com diferentes interlocutores e propósitos.
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RESPONSABILIDADE: A RELAÇÃO COM COMPROMISSOS,
PROJETOS E TAREFAS
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ABERTURA PARA O NOVO: A RELAÇÃO COM NOVAS
EXPERIÊNCIAS E COM SITUAÇÕES DE INCERTEZAS E
MUDANÇAS
A construção da autonomia também envolve as relações que estabele-
cemos com o mundo. Em tempos pautados pela conectividade perma-
nente, pelo multiculturalismo e pela globalização, o desenvolvimento da
competência abertura para o novo instaura um posicionamento curioso,
uma atitude de exploração por novos conhecimentos e experiências. En-
volve cultivar interesses e o desejo de aprender, bem como a capacidade
de crescer com as diferenças, rejeitando rótulos e preconceitos.
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RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: A RELAÇÃO COM SITUAÇÕES
COMPLEXAS E A TOMADA DE DECISÃO
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PENSAMENTO CRÍTICO: A RELAÇÃO COM O
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
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CRIATIVIDADE: A RELAÇÃO COM A CRIAÇÃO
A criatividade é considerada uma das macrocompetências mais
importantes a ser desenvolvida neste século. Ela envolve a competência
de resolver problemas de novas maneiras, de inventar novas tecnologias
e de criar novas aplicações para as tecnologias existentes. Por isso, é
importante ter em mente que criar nem sempre significa “partir do zero”,
mas conseguir inovar a partir do que já existe.
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Como é possível observar na Matriz de Competências, a concepção de
Educação Integral está refletida na sua centralidade, buscando a am-
pliação das fronteiras de qualidade. Isso requer modos de ser, conviver
e construir conhecimento no ambiente escolar diferentes daqueles con-
cebidos pela educação que considera apenas o desenvolvimento cogni-
tivo reduzido à transmissão de um conhecimento abstrato, conteudista
e fragmentado.
48
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DOCUMENTOS PARA APROFUNDAMENTO
Relatório: Competências para o Progresso Social – O poder das competên-
cias socioemocionais e Framework P21
O trabalho centrou sua atenção nos fatores que estão sob controle das escolas
e das Secretarias de Educação e que são determinantes do aprendizado dos
alunos, expressos na Meta 3 do Todos pela Educação.
www.paramelhoraroaprendizado.org.br