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15/09/2019 Currículo e educação integral - Educação&Participação | Educação Integral

TEMÁTICAS DA EDUCAÇÃO INTEGRAL

Currículo e educação integral


Assim como há diferentes concepções de currículo, e este é um
tema em constante mutação, também não existe uma visão
acabada do que vem a ser um currículo na perspectiva da
educação integral.

Entretanto, na medida em que propõe o pleno desenvolvimento


de crianças, adolescentes e jovens, a educação integral precisa
dialogar intimamente com propostas curriculares que
contemplem ampliação e integração de saberes; território;
tempos e espaços; e gestão democrática.

Este material pretende refletir sobre o que ensinar, como


ensinar, por que ensinar, além de outras questões que
envolvem o tema.

4(htt (htt Curtir 120 Imprimir (/tematica/curriculo-e-educacao-integral/?impressao)


ps: ps: envie seu relato FAVORITAR
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O que ensinar, como ensinar, por que
ep ep
arti arti
cip cip ensinar: o que é currículo?
ac ac
ao. ao.
A especialista em currículo e docente da Faculdade de Educação da
org org
Universidade de São Paulo (FE-USP) Cláudia Galian (2016) pontua que, no
.br/ .br/
cotidiano,
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se trabalha com várias concepções de currículo: das puramente
técnicas,
ma ma que consideram currículo apenas como um documento que define
tica tica
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os conteúdos
rric rric a serem ensinados, às que englobam a prática do professor
em contato
ulo ulo com o aluno e o conhecimento, ou mesmo todas as práticas que
acontecem
-e- -e- na escola.
ed ed
No entanto,
uc uc fato é que “quando nos voltamos à discussão sobre currículo,
estamos
ac acno âmbito das decisões concernentes a quais conhecimentos
devemao-ser
ao- ensinados, o que deve ser ensinado e por que ensinar este ou
int int
aquele conhecimento. Diríamos melhor: mais do que ensinados, o que deve
egr egr
ser aprendido
al/ al/
e por que aprendê-lo” (PADILHA, 2012).
? Sendo
? assim, falar de currículo é falar de uma seleção cultural de
sh conhecimentos,
sh saberes e práticas de ensino-aprendizagem que,
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produzidos em contextos históricos determinados, precisam ser
=t =fa
ensinados pela escola a fim de garantir aos educandos o direito aos
witt ce
er& conhecimentos,
bo produzidos socialmente, aos quais não teriam
nb acesso
ok por outras vias (SILVA, 2010).
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Isso,
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evidentemente, não encerra a questão. Como diz o teórico
Tomaz Tadeu
1) da Silva (2010), as diferentes teorias do currículo decidem
quais conhecimentos precisam ser selecionados e buscam justificar por que
“estes” e não “aqueles” devem estar na seleção. Para isso, recorrem a
discussões sobre a natureza humana, a natureza da aprendizagem ou sobre
a natureza do próprio conhecimento, da cultura e da sociedade, inclusive
diferenciando-se entre si na ênfase que dão a esses elementos.
Já o sociólogo Michael Young (2007) defende que é importante haver uma
distinção entre currículo e pedagogia. O currículo, segundo Young, encerra o
conhecimento poderoso, que é aquele que dota o aluno da capacidade de
compreender o mundo de forma mais plena; já a pedagogia inclui, entre
outros aspectos, a didática. Na visão do autor, não cabe, no documento
curricular, informar como o professor deve ensinar, pois esse aspecto refere-
se ao âmbito do conhecimento profissional do docente. Ainda que, para o
professor, não haja essa divisão na prática cotidiana, ela precisa estar clara
para quem elabora o documento curricular.
Ora, o fato de existirem diferentes teorias indica que há diferentes posições
na discussão sobre o currículo, não somente conceituais, mas também
político-sociais e ideológicas, o que lhe confere um caráter dinâmico e
temporário. “O currículo, por definição, nunca será definitivo. Nunca se
chegará a um currículo que seja o ‘ponto final’”, disse Cláudia Galian, em
palestra no Cenpec.

Currículo em processo
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Galian adota a concepção de currículo


em processo, que evoca o trabalho de
José Gimeno Sacristán.
Para Sacristán, o currículo é um
processo muito complexo, que envolve
múltiplas dimensões e só pode ser
compreendido quando se observa a
articulação entre elas.
Na visão do autor, o documento
curricular é apenas uma dessas
dimensões, uma “carta de intenções”
que, por sua vez, apresenta escolhas
marcadas por relações de poder e que
visam à formação de um determinado
sujeito.
Essas dimensões do currículo, que
não esgotam todas as possibilidades,
são:

Currículo prescrito: é o documento com a proposta curricular em si. O


currículo prescrito tem um significado prático, uma vez que vai pautar a
alocação de recursos e a produção de materiais, criar uma base para o
trabalho do professor ou educador e, assim, influenciar as demais
dimensões. Ele também tem um significado simbólico, porque resulta de

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discussões, embates e interesses diversos – e, assim, vai


evidenciar aqueles que tiveram mais força para se expressar na sua
formulação;
Currículo planejado: é a própria produção dos materiais pedagógicos
com base no currículo prescrito e que também vai atender a outros
interesses e interpretações, notadamente mercadológicos e das editoras:
livros didáticos, guias curriculares etc.;
Currículo organizado: compreende o conjunto de escolhas que a escola
faz a partir da interpretação do documento curricular e do currículo
planejado. Como dividir o tempo? Como utilizar espaços? Como localizar e
trazer para a escola saberes da comunidade?
Currículo em ação: compreende o que acontece, na prática, entre o
professor e os alunos. É o conjunto de escolhas que o professor ou
educador faz para desenvolver suas práticas de ensino e que está
marcado pelas dimensões anteriores;
Currículo avaliado: o conjunto dos conhecimentos que se determina que
garanta a aprendizagem. Compreende a avaliação realizada pela escola e
as avaliações externas. Nesta dimensão, ocorre uma “revisão” de todo o
processo: verifica-se se o currículo prescrito “funcionou”. Assim, o currículo
avaliado tende a influenciar o currículo prescrito.
> Em 2015, o Cenpec (http://www.cenpec.org.br/) e a Fundação Victor
Civita (http://www.fvc.org.br/) publicaram um estudo que analisou
23 currículos prescritos no Brasil e detectou forte influência das
políticas de avaliação. Saiba mais aqui
(http://www.cenpec.org.br/2015/08/26/pesquisa-do-cenpec-e-da-fvc-
analisa-os-curriculos-das-redes-estaduais/).

Que sujeito queremos formar?


Como essas particularidades do currículo se relacionam à educação
integral? O currículo pode comportar uma dimensão filosófica que reflete
sobre o sujeito que se quer formar e sobre qual é o papel da escola para que
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isso aconteça.
Na perspectiva da educação integral, busca-se garantir o pleno
desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens e se reconhece que
isso só é possível quando se observam diferentes dimensões: física, afetiva,
cognitiva, ética, estética e política, em uma proposta multidimensional e
integrada (veja mais na temática Educação integral: um conceito em
busca de novos sentidos
(https://educacaoeparticipacao.org.br/tematica/educacao-integral-um-
conceito-em-busca-de-novos-sentidos/)).
Essa opção pelo pleno desenvolvimento e por uma ampliação de repertórios
não é neutra: reconhece crianças, adolescentes e jovens como sujeitos de
direitos e opta pela cidadania, um conceito que, segundo Jaime Pinsky
(2003), se traduz pelo exercício de direitos civis, políticos e sociais – direito à
vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei; direito a participar
no destino da sociedade; direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à
saúde, a uma velhice tranquila, entre outros.
Para a educação integral, o sujeito precisa ser respeitado e considerado em
sua integralidade, inserido na sociedade sob uma perspectiva cidadã e
autônoma, de exercício de plenos direitos. Uma discussão que antecede a
proposta curricular. Dessa forma, uma primeira relação que se estabelece
entre educação integral e currículo está no âmbito da questão: que sujeito
se quer formar?
Cláudia Galian comenta esse ponto no depoimento abaixo.

Entrevista: Cláudia Valentina Assu…


Assu…

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Uma proposta em construção


Feita a opção por uma educação integral para formar um sujeito de direitos,
cidadão e autônomo, cabe indagar quais conteúdos, saberes e práticas
precisam ser contemplados em uma proposta curricular que objetiva o
desenvolvimento desse sujeito.
Para a pedagoga e ex-secretária de Educação de Diadema (SP) e Embu das
Artes (SP) Lucia Couto
(https://educacaoeparticipacao.org.br/acontece/seminario-educacao-integral-
nao-e-uma-modalidade-mas-um-conceito-uma-nova-abordagem-curricular/),
a educação integral seria, em si mesma, “um conceito, uma nova
abordagem curricular. Essa abordagem sintetiza o que queremos para uma
sociedade”. Nesse sentido, concordamos que não cabe falar de currículo na
educação integral ou para a educação integral, mas falar de currículo e
educação integral.
No currículo considerado sob a perspectiva da educação integral, podem
caber tanto os conteúdos expressos em propostas de currículo prescrito
quanto o currículo oculto: aquele que está presente no cotidiano escolar sob
a forma de aprendizagens não planejadas e que resulta das relações
interpessoais desenvolvidas na escola, da hierarquização entre
administradores, direção, professores e alunos e da forma como os alunos
são levados a se relacionar com o conhecimento (SANCHOTENE, 2006).
Podem caber ainda as atividades oferecidas, tempo e frequência com que
são ofertadas, as instituições envolvidas, os espaços utilizados na
aprendizagem e os espaços de discussão e de gestão em uma arquitetura
contextualizada, singular e “pertinente quando as escolhas curriculares são
coerentes com as demandas e necessidades das crianças e dos
adolescentes do território e não foram determinadas apenas pela
disponibilidade de recursos existentes” (CENPEC
(https://educacaoeparticipacao.org.br/materiais/tendencias-para-a-educacao-
integral/), 2011, p. 92).
Podem caber a abertura da escola a novos conhecimentos e sua
integração em uma proposta de democratização dos conhecimentos.
Finalmente, podem caber todas as demais dimensões do currículo definidas
por Sacristán e citadas por Cláudia Galian.
Não existe uma fórmula única de ofertar educação integral. Portanto,
também não existe uma “proposta curricular integral” única, fechada. Assim
como o conceito de currículo em si, o currículo na perspectiva da educação
integral é, também, uma proposta em construção.

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História do currículo e a perspectiva da


educação integral
Conheça o histórico desse debate no vídeo Currículo e educação
integral: fluxos e refluxos na história do Brasil.

Currículo na perspectiva da educação integral: luxos e re uxos na história…


história…

Estar em construção significa que não há


pressupostos?
O currículo na perspectiva da educação integral está em construção – mas
isso não significa ausência de pressupostos.
Na educação integral, os diversos campos de aprendizagem se
complementam, uma vez que, na vida cotidiana, se mesclam educação
intencional (aprendidos na escola e nas organizações da sociedade civil –
OSCs) e não intencional (vividos no cotidiano).

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Para que essa complementação ocorra, é necessário tanto ampliar tempos e


espaços de aprendizagens quanto integrar os diferentes campos.
O Guia Políticas de Educação Integral
(http://guia.educacaoeparticipacao.org.br/),
por exemplo, defende que a chamada
parte diversificada do currículo – que
constitui a oferta de conteúdos
condizentes com as necessidades dos
diferentes territórios – se integre às
aprendizagens já oferecidas, constituindo
um currículo uno e organizado.
Ora, isso somente é possível em um
contexto de gestão democrática, porque é
necessário que os profissionais
envolvidos tenham alguma forma de
comunicação, diálogo e troca, além de
evitarem hierarquizar as áreas do saber e reconhecerem a importância de
todas as ações desenvolvidas com crianças, adolescentes e jovens em seu
cotidiano. Na verdade, o ideal é mesmo trazer essas crianças, adolescentes
e jovens, bem como a comunidade e as famílias, para a discussão sobre o
currículo.
Ampliação e integração de saberes; território; ampliação e qualificação dos
tempos e espaços; e gestão democrática constituem, portanto, aspectos que
devem ser considerados em propostas curriculares na perspectiva da
educação integral. É o que você verá nos blocos a seguir.

Território
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Gestão democrática

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Ampliação e integração de saberes

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Tempos e espaços

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Em debate
O que cabe no currículo

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Não existe um consenso sobre o que cabe ou não cabe no currículo. Para
alguns, o currículo é apenas um documento, uma listagem. Para outros, em
oposição, engloba todas as práticas que acontecem, por exemplo, dentro da
escola – ou, se o foco for a educação integral e sua perspectiva de
ampliação de espaços, também o que acontece fora da escola, em outros
espaços educativos.
O currículo responde a uma seleção de conhecimentos e à tomada de uma
postura, que pode ser tanto no sentido de restringir o acesso a esses
conhecimentos como, de acordo com o que defende a educação integral,
democratizá-los.
Finalmente, há, na discussão sobre o currículo, aquilo que se ensina que
está expresso e aquilo que está oculto, assim como temas que respondem
ao mundo contemporâneo e que ora entram nas propostas curriculares, ora
delas são retirados, como as questões de gênero, raça e etnia, sexualidade
etc.
Ouça o comentário de Cláudia Galian e manifeste-se: para você, o que uma
proposta de currículo na perspectiva da educação integral deve englobar?

Educação&Participação

Cláudia Valentina Assumpção Galian: … Compartilhar

Política de Cookies

Qual currículo?
Discutir currículo, vimos, é discutir escolhas. Significa entender que haverá
vozes que serão ouvidas e vozes caladas ou distorcidas. Significa também
compreender que uma proposta curricular sempre pautará um tipo de sujeito
que se quer formar.

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Dito isso, qual proposta de currículo devemos defender na educação


integral? Um currículo flexível (http://www.cenpec.org.br/2016/03/08/um-
rumo-para-o-ensino-medio/) para o Ensino Médio
(https://educacaoeparticipacao.org.br/acontece/educacao-integral-no-ensino-
medio-os-desafios-de-uma-proposta-para-o-jovem-que-conclui-a-educacao-
basica/), por exemplo, ou um currículo nacional comum?
As propostas contidas em documentos como a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Naciona (LDB
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm)), o Plano Nacional de
Educação (PNE (https://educacaoeparticipacao.org.br/acontece/planejar-e-
integrar-os-desafios-da-educacao-integral-nos-pmes-e-pees/)) e os
macrocampos do Mais Educação
(https://educacaoeparticipacao.org.br/acontece/mais-educacao-desafios-e-
conquistas/) são suficientes? Assista ao que diz Cláudia Galian sobre as
relações de poder e comente.

> A segunda versão da Base Nacional Comum Curricular


(http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/inicio) trouxe avanços no
sentido de garantir uma perspectiva integral à Educação Básica brasileira.
Entre as alterações, destacam-se a definição de objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento, que mencionam a formação humana
integral, e a organização da Base por etapas. Saiba mais
(https://educacaoeparticipacao.org.br/acontece/nova-versao-da-bn-
formacao-integral-de-criancas-adolescentes-e-jovens/).

Entrevista: Cláudia Valentina Assumpção Galian

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Entre o querer e o fazer


A discussão sobre currículo e educação integral não pode ser dissociada
das condições objetivas que se encontram no território, tampouco daquelas
que estão no interior da unidade escolar.
Embora, como vimos, seja necessário observar o potencial educativo do
território, por vezes, essas mesmas condições também se traduzem em
dificuldades e desafios: falta de acesso a bens culturais, problemas de
infraestrutura da escola, formação insuficiente de professores etc. – e, no
contexto político atual, corte de verbas.
Como lidar com esses desafios? Como transitar da proposta de um currículo
ideal na perspectiva da educação integral para um currículo possível diante
das condições materiais? A proposta curricular sozinha pode dar conta
desses dilemas?
Como enfrentar o desafio do baixo investimento na educação? É possível
encontrar propostas curriculares criativas que consigam driblar as
dificuldades financeiras e de infraestrutura e se traduzam em melhorias na
aprendizagem dos alunos? Ouça o comentário da professora Cláudia Galian
e entre nesse debate.

Educação&Participação

Cláudia Valentina Assumpção Galian: currículo e educação integral: inf… Compartilhar

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A voz dos estudantes

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“O currículo é monopólio dos especialistas, e a pedagogia é monopólio dos


pedagogos. A alienação começa com os professores: se você pergunta para
o professor por que ele ensina o que ele ensina, ele não faz a menor ideia.”
A frase da educadora e linguista Rosa-María Torres Del Castillo, proferida no
Seminário Internacional sobre Inclusão de Adolescentes e Jovens no Ensino
Médio, em Belo Horizonte (MG), externa a dificuldade de dar voz a
professores, educadores – e educandos – no currículo. “A Base
Curricular está sendo discutida e não podemos participar diretamente dessa
discussão”, diz o jovem José Otávio Pantoja de Azevedo.
Há propostas que buscam esse diálogo, como os grupos de escuta
(https://educacaoeparticipacao.org.br/acontece/grupos-de-escuta-
contribuem-para-a-educacao-integral-em-itabira-mg/) realizados em Itabira
(MG) no âmbito da assessoria para o Plano de Educação Integral, realizada
pela Itaú Social com coordenação técnica do Cenpec, em parceria com a
Secretaria de Educação. Paralelamente, a plataforma
Educação&Participação realizou um especial
(https://educacaoeparticipacao.org.br/tematica/inclusao-de-adolescentes-e-
jovens-no-ensino-medio/) com as demandas dos jovens presentes em Belo
Horizonte. Como dar voz aos estudantes?

Seminário Internacional sobre Inclusão de Adol…


Adol…

Quem pauta o currículo


https://educacaoeparticipacao.org.br/tematica/curriculo-e-educacao-integral/ 13/22
15/09/2019 Currículo e educação integral - Educação&Participação | Educação Integral

“Atualmente, a Finlândia está refazendo seu currículo escolar, e eles têm os


melhores resultados no teste PISA (https://www.oecd.org/pisa/) […]. Quais
são os objetivos da mudança? Dar mais sentido à aprendizagem da criança:
na Finlândia, eles sabem que os estudantes estão mostrando maiores níveis
de insatisfação.”
A palestra de Rosa-María Torres Del Castillo no Seminário Internacional
sobre Inclusão de Adolescentes e Jovens no Ensino Médio trouxe
experiências de outros países, como a que acontece na Finlândia, que, não
obstante os bons resultados em avaliações internacionais, rediscute seu
currículo.
No Brasil, a professora Cláudia Galian destaca os riscos de alguns
posicionamentos que procuram pautar o currículo nos resultados adquiridos
nesses testes e em avaliações internas.
Há outros, como aqueles que procuram atender tão somente o mercado de
trabalho, ou que respondem apenas aos conteúdos interpretados e
distribuídos nos materiais didáticos, a partir das expectativas das editoras.
Afinal, quem vem pautando a discussão de currículo e educação integral?
Ouça o comentário e deixe sua opinião.

Educação&Participação

Cláudia Valentina Assumpção Galian: currículo e educação integral: qu… Compartilhar

Política de Cookies

Currículo e redução das desigualdades


“É preciso considerar que a educação integral pode ser uma oportunidade
estratégica para promover a equidade no contexto da educação brasileira”,
diz a coordenadora técnica do Cenpec, Maria Amabile Mansutti. A
professora Cláudia Galian comenta que a escola, em particular, tem um

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15/09/2019 Currículo e educação integral - Educação&Participação | Educação Integral

papel na redução das desigualdades, ainda que não se possa cobrar dela a
resolução de todas, uma vez que já está inserida numa sociedade desigual,
que em muito extrapola seus muros e seu alcance.
Mesmo assim, a instituição escolar “pode muita coisa” e, para a professora
da USP, uma das maneiras pelas quais ela pode atuar na redução das
desigualdades é por meio do currículo.
Considerar, numa proposta curricular, que os alunos vêm de contextos
muitos diversos rompe ainda com uma noção errônea de meritocracia: a de
que, bastando apenas o aluno se esforçar, ele tudo pode.
Como uma proposta de currículo e educação integral pode ser pensada
para reduzir desigualdades não apenas socioeconômicas, mas também
cognitivas, que subsistem entre os alunos e refletem o contexto social de
onde eles vêm?

Entrevista: Cláudia Valentina Assumpção Galian

Vídeos: mais sobre currículo e educação


integral
Base Nacional Comum Curricular - Sala Debate …

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Base Nacional Curricular: você é contra ou a fa…


fa…

Estudantes e educadores debatem o currículo …

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Série Educação Integral - Currículo - Jornal Futu…


Futu…

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Jornal Futura 04/07/2013 | Série: Escolas Rurai…


Rurai…

No RS, música está na grade curricular em 81%…


81%…

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15/09/2019 Currículo e educação integral - Educação&Participação | Educação Integral

Referências bibliográficas

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TEXTOao.E ao.
org org João Marinho de Lima Neto e Vanessa Nicolav
CONTEÚDO
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ORIENTAÇÃO
ma ma Solange Feitoza Reis e Julio Neres
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EDIÇÃO Marcia Coutinho R. Jimenez
rric rric
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VÍDEO-e- -e- Vanessa Nicolav
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ARTE uc
E uc
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PESQUISA DE Vanessa Nicolav, Thiago Luis de Jesus e Suélio Victor Reis Nunes e Silva
ao- ao-
IMAGENS
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LEITURA
? ? Maria Amabile Mansutti, Alexandre Isaac e Guillermina Garcia
CRÍTICA
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https://educacaoeparticipacao.org.br/tematica/curriculo-e-educacao-integral/ 19/22
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   

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Total de 2 comentário(s)

() monografis funciona em 04/02/18 08h59

MUUITO BOM !!!

(/perfil/?uid=22) Educação&Participação respondeu em 05/02/18 10h43

Que bom que gostou do material, Robero. No link Temáticas de Educação Integral
(https://educacaoeparticipacao.org.br/tematica/) você encontra outros materiais que abordam o tema. Um
abraço!

(/perfil/?uid=13046) Gislaine em 13/07/17 12h26

Um currículo deve ser construído com cuidado, levando em consideração as leis e normativas nacionais. O
currículo é extermamente importante para pautar o trabalho docente, mas é preciso construir um sistema de
ensino juntamente com o currículo. O currículo e o sistema de avaliação/ensino devem estar em harmonia,
trabalhando em conjunto, se completando.

(/perfil/?uid=22) Educação&Participação respondeu em 25/07/17 14h44

https://educacaoeparticipacao.org.br/tematica/curriculo-e-educacao-integral/ 20/22
15/09/2019 Currículo e educação integral - Educação&Participação | Educação Integral

Gislaine, muito pertinente sua colocação. Obrigado pela participação! No início de agosto, no dia 11/08, a
plataforma realizará um debate virtual justamente com o tema currículo e educação integral, com os
professores da Universidade de São Paulo (USP), Elba Sá Barretto e Romualdo Portela, e a secretária de
Educação de Vitória (ES), Adriana Sperandio. Os participantes da plataforma já podem deixar suas perguntas.
Será um prazer contar com sua presença! Para saber mais, clique aqui
(https://educacaoeparticipacao.org.br/acontece/proximo-debate-virtual-vai-refletir-curriculo-e-
educacao-integral/).

INICIATIVA

(http://www.fundacaoitausocial.org.br/)

COORDENAÇÃO TÉCNICA

(http://www.cenpec.org.br/)

(https://www.facebook.com/educacaoeparticipacao)
(https://www.youtube.com/user/siteeducacaoepartic)

Fale conosco (https://educacaoeparticipacao.org.br/fale-conosco)

EDUCAÇÃO&PARTICIPAÇÃO

Início (https://educacaoeparticipacao.org.br)
Sobre (https://educacaoeparticipacao.org.br/sobre)
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Projetos (/projetos)

CONTEÚDO

Oficinas (https://educacaoeparticipacao.org.br/oficinas)
Acontece (https://educacaoeparticipacao.org.br/acontece)
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Materiais (https://educacaoeparticipacao.org.br/materiais)

INSTITUIÇÕES (HTTPS://EDUCACAOEPARTICIPACAO.ORG.BR/INSTITUICOES)

Iniciativa:

(http://www.fundacaoitausocial.org.br/)

Coordenação Técnica:

(http://www.cenpec.org.br/)

https://educacaoeparticipacao.org.br/tematica/curriculo-e-educacao-integral/ 22/22

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