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© 2023 Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas — Fapespa


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Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas — Fapespa

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Diretor-Presidente
Marcel do Nascimento Botelho

Diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural


Márcio Ivan Lopes Ponte de Souza

Diretora de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação


Walenda Tostes do Mar Pimentel

Diretora de Pesquisas e Estudos Ambientais


Atyliana do Socorro Leão Dias dos Santos

Elaboração Técnica
Atyliana do Socorro Leão Dias dos Santos
Elisandro Ribeiro da Costa
Gabrielly Camile de Oliveira Venancio
Gilson Pereira Prata
John Assunção de Souza
Lucas dos Santos Cabral de Sá
Maiara de Oliveira Cordeiro
Márcio Ivan Lopes Ponte de Souza
Maria Glaucia Pacheco Moreira
Marcel do Nascimento Botelho
Marcelo Santos Chaves
Raimundo Victor Oliveira Santos
Raymundo Nonnato da Frota Costa Júnior
Rudilea Ramos Cavalcante da Silva
Silvia Caroline Salgado Pena
Walenda Tostes do Mar Pimentel

Elaboração de Mapas
Rudilea Ramos Cavalcante da Silva
SUMÁRIO

1 Introdução ......................................................................................................................................... 4
2 Caracterização Geral ........................................................................................................................ 5
3 Caracterização Econômica ............................................................................................................ 12
3.1 Mineração de Garimpo .............................................................................................................. 13
3.1.1 Garimpo e Terras Indígenas ............................................................................................ 17
3.2 Exploração Florestal Extrativista ............................................................................................... 18
3.3 Ocupação .................................................................................................................................. 21
3.4 Produto Interno Bruto – PIB ...................................................................................................... 23
3.4.1 Principais Atividades Econômicas na formação do Valor Adicionado Municipal .... 25
3.4.2 Administração Pública ..................................................................................................... 26
3.4.3 Fluxos Mercantis – Nota Fiscal Eletrônica (NFe) .......................................................... 26
3.5 Comércio Exterior ...................................................................................................................... 27
4 Caracterização Demográfica ......................................................................................................... 33
5 Caracterização Social .................................................................................................................... 38
5.1 Mercado de Trabalho Formal .................................................................................................... 38
6 Caracterização Ambiental ............................................................................................................. 43
Referências Bibliográficas ............................................................................................................... 49
Anexo I - Questionário GT-MEA Fev/2023....................................................................................... 51
Anexo II – Anexo de tabelas e figuras ............................................................................................. 63
1 Introdução

O Estado do Pará, considerado o segundo maior estado da federação em extensão


territorial, 1.248.042 km² de extensão, representa 16,66% do território brasileiro e 26% da
Amazônia. Encontra-se dividido em 144 municípios, com população estimada em 8.442.962
(última prévia IBGE, 2022) o que representa 47% da população da região norte. Ao mesmo
tempo, dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por
Satélite (PRODES, 2023), revelam que o desmatamento no Estado é o maior entre os
estados que compõem a região Amazônica. No ano de 2022, o Pará desmatou 4.141 km²,
enquanto que a Amazônia Legal teve 11.568 Km² de área desmatada, portanto, o Estado do
Pará foi responsável por 35,8% do total dessa área.

É sabido que o desmatamento é um fenômeno mundial, contudo, ele ocorre com


muito mais frequência e intensidade nos países subdesenvolvidos e emergentes. A atuação
do homem sobre o território no desenvolvimento das atividades produtivas é a principal
causa do desmatamento, essas atividades removem a vegetação natural pelo corte e
limpeza do solo e exploração da matéria prima que a floresta possui. A legislação brasileira
regulariza a exploração da floresta, contudo, essa prática de desmatamento se agrava com
o desmatamento e o garimpo ilegal, atividades essas que se intensificaram nos últimos
anos.

No Pará, 15 municípios são responsáveis por 75,4% da área desmatada no ano de


2021, são estes: Altamira, Anapu, Itaituba, Jacareacanga, Medicilândia, Novo Progresso,
Novo Repartimento, Pacajá, Placas, Portel, Rurópolis, São Félix do Xingu, Senador José
Porfírio, Trairão e Uruará. Esses municípios somam um total de 521. 436 Km², equivalente a
41,85% do território paraense (IBGE, 2022).

A partir desse recorte espacial e da realidade agravada nos últimos anos, o Governo
do Estado do Pará, através do Decreto Estadual nº 2.887 de 07 de fevereiro de 2023,
declara em estado de emergência ambiental nesses municípios. E a partir do Decreto nº
2.890, de 8 de fevereiro de 2023, institui o Grupo de Trabalho para estudos voltados a
soluções sociais para a inclusão dos trabalhadores das atividades ilegais de extração
mineral e de exploração florestal no Estado do Pará. Esse grupo é formado por 18 órgãos e
instituições estaduais sobre a coordenação da Vice-Governadoria do Estado.

Coube a Fapespa elaborar o presente diagnóstico apresentando os aspectos


demográficos, socioeconômicos, socioeconômicos e ambientais dos 15 municípios, visando
subsidiar a tomada de decisão, para implementação de politicas publicas de amparo e
inclusão aos trabalhadores envolvidos nessas atividades ilegais no Estado do Pará.

4
2 Caracterização Geral

Os 15 Municípios em Emergência Ambiental – MEA: Altamira, Anapu, Itaituba,


Jacareacanga, Medicilândia, Novo Progresso, Novo Repartimento, Pacajá, Placas, Portel,
Rurópolis, São Félix do Xingu, Senador José Porfírio, Trairão e Uruará somam uma área de
521.436,07km², o que equivale a aproximadamente 41,85% da área total do Estado do Pará.
A Figura abaixo caracteriza espacialmente a localização desses municípios no Estado do
Pará.

Figura 2.1 – Mapa de Localização dos Municipios em Emergência Ambiental – 2023.

Fonte: FAPESPA, 2023.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

A tabela a seguir mostra a quantidade em quilômetros quadrados de áreas


protegidas dos MEA, caracterizando às áreas em Unidade de Conservação Estadual,
Unidade de Conservação Federal e Terras Indígenas. Nos 15 municípios um total
331.522,03 km² são de áreas protegidas, equivalente a 63,58%. Os municípios com maiores
áreas protegidas são: Altamira (81,52%), Itaituba (79,05%) e Jacareacanga (78,75%). O

5
município de Pacajá não apresenta nenhuma área protegida, conforme as fontes oficiais
consultadas.

Tabela 2.1 – Estimativa de áreas protegidas por tipo dos MEA – 2023.
Unidade de Unidade de Total Geral
Terra Área % de Área
Municípios MEA Conservação Conservação de Áreas
Indígena Territorial Protegida
Estadual Federal Protegidas
Altamira 10.245,02 41.971,97 77.839,18 130.056,17 159.533,31 81,52
Anapu - 5.169,06 5.169,06 11.895,27 43,45
Itaituba - 44.897,34 4.144,68 49.042,03 62.042,47 79,05
Jacareacanga - 11.426,05 30.553,76 41.979,82 53.304,56 78,75
Medicilândia - 302,37 302,37 8.272,63 3,66
Novo Progresso - 14.713,01 14.713,01 38.162,00 38,55
Novo Repartimento 2.685,46 2.133,11 4.818,57 15.398,72 31,29
Pacajá - - - - 11832,323 -
Placas - 197,15 1.282,72 1.479,87 7.173,19 20,63
Portel - 1.913,50 1.913,50 25.384,96 7,54
Rurópolis - 1.254,58 1.254,58 7.021,32 17,87
São Félix do Xingu 11.041,56 5.111,37 45.127,73 61.280,67 84.212,90 72,77
Senador José Porfírio 40,00 10.172,07 10.212,07 14.419,92 70,82
Trairão - 8.169,19 196,63 8.365,82 11.991,09 69,77
Uruará - 934,50 934,50 10.791,41 8,66
Total MEA 24.012,04 129.654,17 177.855,82 331.522,03 521.436,07 63,58
Fonte: FAPESPA/MMA-Painel Unidades de Conservação Brasileiras/ ISA-Unidades de Conservação no Brasil/PRODES, 2023.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

No que concerne à jurisdição estadual, o total dessa área é de 237.938,12 km²,


41,03% da área territorial do MEA. Essa área especificamente seria a diferença do total do
território menos as áreas protegidas, com exceção das Unidades de Conservação estadual,
que também fazem parte da jurisdição em questão. Ou seja, 58,97% desse território é de
jurisdição federal. A figura abaixo mapeia as áreas protegidas nos MEA.

6
Figura 2.2 – Mapa das Áreas Protegidas nos Municípios em Emergencial Ambiental – 2023.

Fonte: FAPESPA/MMA-Painel Unidades de Conservação Brasileiras/ ISA-Unidades de Conservação no Brasil/PRODES, 2023.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

7
Em relação ao desmatamento, observando a figura a seguir, percebe-se o mesmo
comportamento temporal na série, entre o Estado do Pará e os MEA, demostrando a
influência que os 15 municípios possuem no total desmatado. A série apresenta uma queda
do incremento de desmatamento a partir do ano de 2012, mantendo um baixo crescimento
até 2018, porém a partir de 2019 esse incremento quase duplica, chegando a 4.469,3 km²
de desmatamento no Estado, um total de 65,4% de aumento; nos MEA esse incremento em
2019 foi de 3.430,7 km², um crescimento de 76,25% em relação a 2018. Nas duas séries, o
crescimento do desmatamento continua até ano 2021, com o Estado alcançando um total de
5.149,8 km² e o MEA 3.885,2 km² de áreas desmatadas.

Figura 2.3 - Incremento do Desmatamento (km²), Pará e MEA, 2010-2021.


6.000,0
5.149,8

5.000,0 4.624,0
4.469,3
Incremento (km²)

4.000,0
3.344,3
3.885,2
2.744,3 2.701,9
3.000,0 2.603,5 3.451,2
2.419,5 2.308,4 3.430,7
2.090,7
1.714,4 1.786,9
2.000,0

1.931,4 1.946,5
1.612,4 1.726,9
1.000,0 1.432,1 1.517,8
1.288,9
1.043,5 1.123,2

0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Ano
Pará MEA
Fonte: PRODES, 2022.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

No Pará o número de pessoas inscritas no CadÚnico ultrapassa 5,4 milhões, um total


de 61,5% da população total do Estado. Nos MEA esse total é de 494.277 pessoas inscritas,
representando 61,7% do total da população desses municípios.
Em relação às famílias inscritas no CadÚnico que recebem Auxílio Brasil, o Pará
apresentou 60,2% de famílias que são beneficiarias, nos MEA esse percentual é maior,
alcançando 63% de famílias que recebem o auxilio.
Um destaque da tabela 2.2, são as pessoas inscritas no CadÚnico com cor/raça
Indígena, onde o Pará, no ano de 2022, apresentou um total de 39.347 indígenas. Nos MEA,
esse total chegou a 20.486 indígenas, chegando a 52% do total de indígenas inscritos no
CadÚnico no Pará.

8
Tabela 2.2 – População; Pessoas e Famílias inscritas no Cadúnico; Famílias Inscritas no
CadÚnico que recebem Auxílio Brasil (%); e Pessoas inscritas no CadÚnico com cor/raça
Indígena (2022).
Famílias
Pessoas
Inscritas no
Pessoas Famílias inscritas no
Famílias no CadÚnico que
UF/MEA/Municípios População Inscritas no Inscritas no CadÚnico com
Auxílio Brasil recebem
CadÚnico CadÚnico cor/raça
Auxílio Brasil
Indígena
(%)
Pará 8.777.124 5.402.731 2.274.075 1.370.323 60,26 39.347
MEA 801.244 494.277 191.303 120.560 63,02 20.486
Altamira 117.320 71.183 29.500 15.800 53,56 4.089
Anapu 29.312 26.958 12.204 8.840 72,44 40
Itaituba 101.541 76.363 31.382 17.618 56,14 1.260
Jacareacanga* 6.952* 17.315 4.826 3.768 78,08 11.626
Medicilândia 32.347 23.288 10.117 7.413 73,27 18
Novo Progresso 25.769 16.643 6.979 2.678 38,37 599
Novo Repartimento 78.488 40.799 16.635 10.310 61,98 888
Pacajá 49.110 34.755 13.062 9.388 71,87 24
Placas 32.325 15.685 5.459 3.754 68,77 21
Portel 63.831 47.489 14.069 9.681 68,81 27
Rurópolis 52.473 20.749 8.233 5.132 62,33 14
São Félix do Xingu 135.732 43.887 16.434 10.643 64,76 1.646
Senador José Porfírio 11.305 16.063 6.161 4.622 75,02 150
Trairão 19.344 12.069 4.458 2.887 64,76 64
Uruará 45.395 31.031 11.784 8.026 68,11 20
Fonte: IBGE - Estimativas Populacionais/CadÚnico
Elaboração: FAPESPA
*Nota: População judicial do município de Jacareacanga-PA: 41.487 habitantes.
Processo Judicial nº 798-41.2011.4.01.3902, Seção Judiciária de Itaituba-PA.
População Estimada 2021 de Jacareacanga = 6.952.

No total da População em Idade Ativa (18 a 59 anos) no Pará, cerca de 1,1 milhão se
encontram em empregos formalizados, cerca de 21% da população nessa faixa etária. Nos
MEA, esse percentual é bem menor do que o apresentado pelo Estado, um total de 12,5%
de formalização da população ativa. Abrindo para os municípios, os destaques estão em
Novo Progresso (24,7%) e Itaituba (24,1%), que apresentaram percentuais maiores que o
Pará. Os municípios de São Felix do Xingu (6,1%), Medilcilândia (6,5%) e Rurópolis (6,7%),
apresentaram os menores números de formalização (Tabela 2.3).

9
Tabela 2.3 – População em Idade Ativa (18 a 59 anos) e Percentual da População em Idade
Ativa que tem Vínculo Empregatício no Mercado Formal – Pará e MEA – 2021.
População Mercado de Trabalho Formal
UF/MEA/Municípios
18 a 59 anos % Vínculos %
Pará 5.255.138 59,87 1.105.590 21,04
MEA 481.143 60,05 60.186 12,51
Altamira 70.223 59,86 14.674 20,90
Anapu 16.917 57,71 1.567 9,26
Itaituba 61.214 60,29 14.738 24,08
Jacareacanga 3.917 56,34 756 19,30
Medicilândia 19.740 61,03 1.286 6,51
Novo Progresso 14.477 56,18 3.576 24,70
Novo Repartimento 45.685 58,21 4.220 9,24
Pacajá 28.897 58,84 2.831 9,80
Placas 19.153 59,25 1.393 7,27
Portel 31.717 49,69 3.232 10,19
Rurópolis 31.691 60,39 2.133 6,73
São Félix do Xingu 92.583 68,21 5.692 6,15
Senador José Porfírio 6.526 57,73 885 13,56
Trairão 11.860 61,31 864 7,28
Uruará 26.543 58,47 2.339 8,81
Fonte: RAIS, 2022.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

Quanto ao comportamento de sustentabilidade dos municípios inseridos no Decreto


de Emergência Ambiental, a ferramenta para análise foi o Barômetro da Sustentabilidade, a
qual apresenta através da mensuração de duas dimensões o Bem-Estar Humano (BEH) e o
Bem-Estar do Ecossistema (BEE), o nível de sustentabilidade municipal, para isso é
utilizado o acompanhamento de 26 indicadores, todos construídos de acordo com fontes
oficiais, sendo 20 na dimensão BEH, distribuídos em cinco temáticas: Equidade,
Comunidade, Conhecimento e Cultura, Riqueza e Saúde e População, na dimensão BEE
são 6 indicadores distribuídos nas temáticas: Utilização de Recursos Naturais, Ar, Água e
Terra.

O encontro das dimensões dispostas no gráfico dentro de um plano cartesiano e


mensurado por cinco níveis de sustentabilidade que são identificados pelas cores: Azul para
Nível Sustentável, Verde para Nível Potencialmente Sustentável, Amarelo para Nível
Intermediário de sustentabilidade, Laranja para Nível Potencialmente Insustentável e
Vermelho para Nível Insustentável.

Os quinze municípios foram analisados e dispostos na Figura 2.3 onde se encontram


10 municípios a Nível Potencialmente Insustentável, cor laranja, sendo: Pacajá, Portel,
Uruará, Anapu, Rurópolis, Jacareacanga, Placas, Novo Repartimento, Medicilândia e São
Félix do Xingu, a Nível Intermediário, cor amarela: Trairão, Senador José Porfirio, Itaituba,
Altamira e Novo Progresso.

10
Figura 2.3 - Barômetro da Sustentabilidade dos municípios em emergência ambiental -
2022.

Fonte: FAPESPA (2023).


Elaboração: FAPESPA/Diretoria de Pesquisas e Estudos Ambientais, 2023.

A FAPESPA juntamente com este diagnóstico, realizou um levantamento (através de


questionários, via Google Forms) junto aos 15 municípios em emergência ambiental, a fim
de complementar este, e ter acesso a informações em nível municipal que não estão
disponíveis em fontes oficiais e nem nos sites das prefeituras, dados importantes que irão
contribuir para a tomada de decisão em soluções sociais e para inclusão dos trabalhadores
das atividades consideradas ilegais de extração mineral e de madeira no Estado do Pará.

Uma informação que pode ser considerada como um indicador importante, declarada
na pesquisa foi a “quantidade de trabalhadores na atividade de extração mineral
(garimpo) e na atividade de extração madeireira nos municípios”, no total 14
municípios retornaram com os questionários preenchidos, nesses somam-se um total de
126.671 pessoas ocupadas nessas atividades, estando 96.200 na atividade de garimpo e
30.471 nas atividades de extração madeireira e de serraria.

A pesquisa na integra encontra-se no Anexo I.

11
3 Caracterização Econômica

A Declaração de Emergência Ambiental exarada oficialmente pelo Governo do


Estado tem como principal motivador os impactos sociais e ambientais, acentuadamente
negativos, que atividades de uso intensivo do solo vem promovendo no bioma amazônico
paraense, a exemplo do vem sendo noticiado a respeito da atividade de garimpo nessa
região, que em 2021 representou cerca de 73% de toda área destinada a mineração no
Estado (Figura 3.1).

Figura 3.1 – Composição (%) da área destinada à mineração por categoria, Pará (2021).

Fonte: MAPBIOMAS, 2021.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

O fenômeno do desmatamento também é um dos motivadores da Declaração de


Emergência Ambiental emitida pelo poder executivo estadual, uma vez que, nos últimos 21
anos a área total desmatada no bioma do Estado cresceu cerca de 49,6%, enquanto que as
áreas de florestas paraense reduziram -14,2% no mesmo período (Figura 3.2).

Figura 3.2 – Composição (%) do bioma amazônico paraense, (2001 e 2021).

Fonte: INPE/PRODES, 2021.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

12
Isto posto, esta seção tratará de dimensionar a evolução histórica da atividade
mineradora de garimpo e da exploração florestal madeireira, tendo como foco central os 15
Municípios com Declaração de Emergência Ambiental (MEA).

Base de Dados Utilizada

Os dados empregados nas análises descritivas estão associados aos níveis de


atividade mineradora garimpeira e de exploração florestal, e foram obtidos da Agência
Nacional de Mineração (ANM), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
Plataforma Estatísticas de Comércio Exterior (Comex Stat), Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) e Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil
(MAPBIOMAS).

Sobre esta última fonte de dados, é importante destacar que optou-se pelo emprego
da mesma, tendo em vista três motivações: primeiramente a descontinuidade em 2015 do
Projeto Terraclass, parceria entre INPE e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(EMBRAPA) para monitoramento e caraterização do uso do solo, em todas as áreas
desflorestadas da Amazônia Legal brasileira; o segundo motivo é o fato do Painel de
Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra do Brasil, de responsabilidade do IBGE, não
dispor de dados espaciais referentes à exploração mineradora no Pará, como também não
dispor de dados com detalhamento a nível municipal, fato este que inviabiliza um exame
mais acurado na espacialidade dos municípios alvos do Decreto Estadual nº 2.887/23; e o
terceiro motivo reside no fato de que, pela descontinuidade do Terrasclass e as limitações
no Painel de Monitoramento do IBGE, o governo federal, para abordar a questão da
garimpagem no país, vem recorrentemente tomando como referência os dados do
MAPBIOMAS em seu site oficial governamental.1

3.1 Mineração de Garimpo


Para os fins do presente diagnóstico, o setor da mineração foi subdividido em duas
atividades: mineração industrial e de garimpo. A primeira conforma o emprego e
diversificação de maquinários no processo produtivo, por outro lado, o garimpo é uma forma
mais rudimentar da mineração, a qual não se configura em escala industrial, efetuando-se
de maneira mais simples e, por vezes, artesanal. É imperativo destacar que, de acordo com
a ANM, a atividade de garimpo de caráter ilegal é aquela realizada em áreas maiores que 50
hectares ou incidente em terras indígenas.

1 Informação pode ser constatada em: IBAMA (2018); ICMBio (2018); MPEG (2022); IBAMA (2023).

13
Examinando os dados da maior série histórica que se tem disponível (1985 a 2021) a
respeito da mineração no Brasil e Pará, percebe-se que o Estado do Pará vem
acompanhando a tendência histórica de crescimento das áreas destinadas às atividades de
mineração no país, onde nacionalmente se verificou uma expansão dessas áreas de 565%
e no âmbito estadual de 1.050%. Essa evolução explosiva no Estado fica clara na
composição da área total destinada à mineração no país, onde 1.560 dos 3.663 km²
identificados nacionalmente são de exploração mineral no Pará (Figura 3.3).

Figura 3.3 – Evolução da área destinada à mineração, Brasil x Pará (1985-2021).


4.000 (Km²) 3.663
3.500

3.000

2.500

2.000
1.560
1.500

1.000

500

Brasil Pará
Fonte: MAPBIOMAS, 2021.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

Quando subdividimos o setor mineral analisado em mineração industrial e garimpo,


percebemos a inclinação paraense à esta segunda prática. De 1985 a 2021, a área total
destinada à mineração cresceu 1.050%, deste total a área destinada à mineração industrial,
evoluiu 815,09%, de 86 para 422 km², no primeiro e último ano da série, enquanto que a
atividade de garimpo no Estado cresceu 1.172%, no mesmo período, de 89 para 1.138 Km²
entre os anos de 1985 e 2021, demonstrando o maior uso destas áreas para a atividade
garimpeira no Pará (Figura 3.4).

14
Figura 3.4 – Evolução da área destinada à mineração por categoria de exploração, Pará
(1985-2021).
1.200 (Km²) 1.138

1.000

800

600
422
400

200

Garimpo Industrial
Fonte: MAPBIOMAS, 2021.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

Com base nas informações anteriores, e revelada a abrangência territorial da


atividade do garimpo, torna-se necessária uma análise mais específica em relação à essa
atividade, sobretudo acerca de sua predominância nas cidades paraenses, em especial nos
MEA. Dessa forma foi identificado que, dos 15 municípios que compõe os MEA, somente 6
registraram áreas destinadas à atividade de garimpo, com destaque para o município de
Itaituba que, em 2021, correspondeu a 50,3% no total de áreas do estado destinadas à esta
prática, e um crescimento de 1.701% em relação ao ano de 1985. O município citado é
seguido por Jacareacanga, com participação de 13,4%, e São Félix do Xingu, com 7,1%, os
outros três municípios do grupo representam uma participação de 3,3% (Tabela 3.1).

15
Tabela 3.1 – Desagregação da área destinada ao garimpo (em Km²), Pará x MEA (1985-
2021).
Território 1985 2021 Var.(%) Part.(%) 2021
Pará 89 1.138 1.172 100
MEA 54 844 1.454 74
Altamira 2 24 1.065 2
Anapu - - - -
Itaituba 32 572 1.701 50
Jacareacanga 9 153 1.675 13
Medicilândia - - - -
Novo Progresso 1 8 773 1
Novo Repartimento - - - -
Pacajá - - - -
Placas - - - -
Portel - - - -
Rurópolis - - - -
São Félix do Xingu 11 81 645 7
Senador José Porfírio - - - -
Trairão 0 6 - 0
Uruará - - - -
Outros 35 294 736 26
Fonte: MAPBIOMAS, 2021.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

Embora os dados ilustrados na Tabela 3.1 apontem para não ocorrência de atividade
de garimpo no município de Anapu, a prefeitura desse município informa que existe tal
atividade no território do município, no entanto a comercialização e geração de renda,
decorrentes dessa atividade é realizada predominantemente no município de Novo
Repartimento, que segundo a prefeitura de Anapu é por onde é realizada toda logística de
transporte e obtenção de suprimentos. Ainda segundo a prefeitura, estimasse que até 2014,
mensalmente, eram lavrados entre 70 e 100 kg de ouro mensalmente no território do
município.

16
Figura 3.5 – Evolução da área destinada ao garimpo, Pará x MEA (1985-2021).
1.200 (Km²) 1.138

1.000
844
800

600

400

200

Pará MEA
Fonte: MAPBIOMAS, 2021.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

3.1.1 Garimpo e Terras Indígenas

Uma das maiores incidências que tem se noticiado é a ocorrência da atividade de


garimpo em Terras Indígenas (TI’s) no país, especialmente na região amazônica. Tendo em
vista tal fenômeno, torna-se imperativo ilustrar os padrões de espacialização econômica
dessa atividade em TI’s circunscritas nos limites político-administrativos do Pará.
Segundo a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o Estado do Pará comporta
aproximadamente 287 mil km² de TI’s. A partir das imagens de satélites do MAPBIOMAS, as
áreas de garimpo em TI’s em 1985 correspondiam a 10 km² (ou 11%) de toda área de
garimpo existente no Estado. Em 2021 esse espaço correspondia 167 km² (ou 15%) de todo
território de exploração garimpeira do Pará (Figura 3.6).

17
Figura 3.6 – Evolução das áreas de garimpo: Estado do Pará versus garimpo em Terras
Indígenas do Pará (1985-2021).
1200 (Km²) 1.138

1000

800

600

400

200 167

Garimpo Pará Garimpo em TI do PA

Fonte: MAPBIOMAS, 2021.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

3.2 Exploração Florestal Extrativista


Entre 2001 e 2021 observou-se uma acentuada retração no extrativismo madeireiro
no país, saindo de 78 milhões para 38 milhões de toneladas, o que representa uma queda
de -51,5%. Nesta mesma tendência recessiva encontra-se o extrativismo madeireiro do
Estado do Pará, que registrou uma baixa de -64,8% no mesmo período, saindo de um
patamar de 17 milhões para apenas 6 milhões de toneladas no mesmo período. Tal quadro
aponta para um franco processo de declínio na atividade no período (Figura 3.7).

Figura 3.7 – Evolução do extrativismo madeireiro2, Brasil x Pará (1986-2021).


90 Ton (Milhões)
80
70
60
50
38
40
30
20
10 6
-

Brasil Pará
Fonte: PEVS/IBGE, 2021.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

2Para fins metodológicos, considerou-se como produto madeireiro: madeira, lenha e carvão vegetal. Adotou-se conversão
1M³ = 1.100 kg = 1,1 T.

18
Examinando o processo de declínio da exploração florestal extrativista no Estado por
categorias de explorações, entre 2001 e 2021, a produção de madeira em tora retraiu cerca
de -63,6%, saindo de 12 milhões para 4 milhões de toneladas no período. O dado que
chama mais atenção neste exame é que a produção de carvão vegetal foi praticamente
erradicada da estrutura produtiva do Estado do Pará, saindo de pouco mais de 670 mil
toneladas em 2001 para ínfimas 74 mil toneladas em 2021, queda de quase 90% (Figura
3.8).

Figura 3.8 – Evolução da produção florestal por categoria de exploração, Pará (2001-2021)
14 Ton (Milhões)

12

10

6
4
4
2
2
0,07
-

Carvão vegetal Lenha Madeira em tora


Fonte: PEVS/IBGE, 2021.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

Aprofundando a análise do extrativismo madeireiro para os MEA, em que pese o


mesmo ter atingido em 2018 uma participação relativa de 30% de toda produção do Estado,
no movimento geral da série história ampla, a mesma sofre forte retração produtiva nesse
bloco de municípios, saindo de 2,6 milhões para 0,9 milhões de toneladas, entre 2001 e
2021, o que representou uma queda produtiva da ordem de -63,3% (Figura 3.9).

19
Figura 3.9 – Evolução da produção florestal, Pará x MEA (2001-2021).
20,0 Ton (Milhões)
18,0
16,0
14,0
12,0
10,0
8,0
6,1
6,0
4,0
2,0 0,9
0,0

MEA Pará
Fonte: PEVS/IBGE, 2021.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

Desagregando a grande produção dos MEA entre os municípios que o compõe,


observa-se que Portel deteve no período em exame o maior volume de produção, contudo,
contraindo uma queda da ordem de -58% entre 2001 e 2021. No entanto, um outro detalhe
que merece destaque é a expansão dessa atividade em Jacareacanga, que em 2001
ostentava cerca de 28 mil toneladas e me 2021 contabilizou pouco mais de 47 mil toneladas
de produção florestal extrativista, aumento de 71% no período (Tabela 3.2).

20
Tabela 3.2 – Desagregação da produção florestal (ton), Pará x MEA (1985-2021).
Território 2001 2021 Var.(%) Part.(%) 2022
Pará 28.435.024 6.053.637 -79 100,0
MEA 2.586.230 948.682 -63 15,7
Altamira 377.026 37.609 -90 0,6
Anapu 26.960 15.466 -43 0,3
Itaituba 66.095 91.820 39 1,5
Jacareacanga 27.726 47.422 71 0,8
Medicilândia 19.480 24.481 26 0,4
Novo Progresso 228.831 121.959 -47 2,0
Novo Repartimento 534.869 0 -100 0,0
Pacajá 32.901 19.447 -41 0,3
Placas 20.906 41.889 100 0,7
Portel 951.000 403.287 -58 6,7
Rurópolis 28.624 26.028 -9 0,4
São Félix do Xingu 93.799 25.763 -73 0,4
Senador José Porfírio 45.658 1.969 -96 0,0
Trairão 75.473 39.624 -47 0,7
Uruará 56.882 51.919 -9 0,9
Outros 25.848.795 5.104.955 -80 84,3
Fonte: PEVS/IBGE, 2021.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

3.3 Ocupação
De modo geral, não á dados oficiais sistematizados e disponíveis, a nível nacional e
estadual, que apresentem um detalhamento em relação as condições gerais de ocupação, a
nível municipal, para o estado do Pará. Aliado a esta realidade, a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Continua (PNAD Contínua), não dispõe de informações sobre
ocupação relativas aos municípios paraenses, à exceção da Região Metropolitana de
Belém. Entretanto, em resposta a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas
(FAPESPA) via formulário eletrônico de fev/2023, as prefeituras municipais que compões os
MEA informaram existirem cerca de 126.761 pessoas ocupadas na atividade de garimpo e
exploração florestal em seus territórios.

No entanto, não á como saber quanto desse total encontra-se atuando em atividades
de garimpo e desmatamento ilegal. Porém, se considerarmos que o perfil da grande massa
de trabalhadores envolvidos nas atividades de garimpo e desmatamento ilegais nos MEA,
são de pessoas de baixa renda e atuando na informalidade, é possível inferir que esta
massa populacional, em sua maioria, se encontre inscrita no Cadastro Único para
Programas Sociais (CadÚnico), para obtenção de benefícios sociais. Esta base

21
governamental dispõe de dados sobre ocupações a nível municipal apenas para a parcela
da população de baixa renda, inscrita em seu cadastro nacional. Desse modo, vejamos o
que a base de dados do CadÚnico tem a nos informar sobres as condições de ocupação de
seus cadastrados, residentes nos MEA (Tabela 3.3).

Tabela 3.3 – Detalhamento do número de ocupados inscritos no CADUNICO, MEA


(Dez/2022).
Outras Total de
Extrema Pobreza Part.(%) Part.(%)
Ocupação condições de Ocupados
Pobreza (A) (B) (A/C) (B/C)
Baixa Renda3 (C)
Total MEA 78.143 12.929 20.316 111.388 70 12
Trabalhador por conta própria (bico,
49.040 7.483 7.208 63.731 77 12
autônomo)
Trabalhador temporário em área rural 21.396 2.589 2.504 26.489 81 10
Empregado sem carteira de trabalho
1.836 792 1.658 4.286 43 18
assinada
Empregado com carteira de trabalho
864 686 3.796 5.346 16 13
assinada
Trabalhador doméstico sem carteira
1.724 448 296 2.468 70 18
de trabalho assinada
Trab. doméstico com cart. de trab.
87 47 239 373 23 13
assinada
Trabalhador não-remunerado 2.237 260 735 3.232 69 8
Militar ou servidor público 886 584 3.768 5.238 17 11
Empregador 12 9 51 72 17 13
Estagiário 32 9 23 64 50 14
Aprendiz 29 22 38 89 33 25
Fonte: CADUNICO, 2021.
Elaboração: FAPESPA, 2023.
Nota: para fins metodológicos, retirou-se da tabela o quantitativo total de 354 mil pessoas do item “sem resposta”, uma vez que
no mesmo está incluso as crianças e adolescentes das famílias inscritas no CadÚnico.

Considerando as informações trazidas pela Tabela 03, é possível inferir haverem um


total de 111.388 ocupados nos MEA inscritos no CadÚnico. Isto posto, se consideramos
nessa base as condições de informalidade; se consideramos as condições de pobreza e
extrema pobreza; se considerarmos que os tipos de perfis de ocupação que mais se
encontram suscetíveis à atuação nas atividades de garimpo e desmatamentos ilegais são os
de: trabalhador por conta própria (bico, autônomo); trabalhador temporário em área rural; e
empregado sem carteira de trabalho assinada; e se consideramos o total de ocupados no
garimpo e na exploração florestal informados pelas prefeituras dos MEA, é possível estimar
que devam existir que cerca de 83 mil trabalhadores potencialmente ligados as atividades
de garimpo e desmatamento ilegais, ou algo próximo dessa média, passiveis de serem
atendidos por políticas de inclusão social. Dito de outro modo, estimasse que cerca de
65,6% do total de ocupados informados pelos municípios dos MEA estão potencialmente

3
Esta categoria compreende pessoas que possuem rendimento per capita acima da faixa de pobreza e extrema pobreza.

22
ligados ao garimpo e desmatamento ilegais, passiveis de serem atendidos por políticas de
inclusão social.

3.4 Produto Interno Bruto – PIB


Em 2020, o Estado do Pará apresentou PIB de R$ 215,9 bilhões. Considerando
somente os Municípios em Emergência Ambiental (MEA) eles totalizam um PIB de R$ 14,0
bilhões, que correspondeu a 6,5% da economia paraense. Entre esses municípios, os que
mais contribuíram foram: Itaituba (18,7%), Altamira (18,2%) e São Félix do Xingu (11,3%),
que juntos já somam 48% do PIB do MEA.

Tabela 3.4 - Indicadores PIB - Municípios em Emergência Ambiental 2020 – Pará.


(Milhões R$)
PIB Per Setores e Administração Pública
Município PIB
Capita (R$) Agropecuária Indústria Serviços Adm. Pública
PARÁ 215.936 24.847 19.731 84.174 56.395 37.614
MEA 14.022 17.721 3.692 1.735 3.927 3.597
Altamira 2.556 22.044 324 349 1.071 547
Anapu 522 18.233 203 19 127 135
Itaituba 2.626 25.900 140 588 1.124 475
Jacareacanga 576 75.937 53 277 55 177
Medicilândia 876 27.409 511 31 160 130
Novo Progresso 827 32.079 177 119 289 142
Novo Repartimento 940 12.171 288 27 215 346
Pacajá 723 14.941 315 27 128 219
Placas 309 9.761 118 9 46 124
Portel 880 13.986 419 32 108 301
Rurópolis 416 8.070 81 33 87 188
São Félix do Xingu 1.578 11.939 602 170 249 470
Senador José Porfírio 199 17.358 85 8 34 66
Trairão 276 14.419 96 11 65 84
Uruará 717 15.782 280 35 169 194
Fonte: IBGE e FAPESPA, 2022.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

Ao analisar a distribuição do valor adicionado entre os setores econômicos, verifica-


se que os Serviços contribuíram com 30% na formação do Valor Adicionado (VA) do MEA,
seguido da Agropecuária com participação de 29%, da atividade da Administração Pública
(28%) e da Indústria (13%). No decorrer da série a Indústria se apresentou como setor
predominante em 2013 e 2014, em função do empreendimento da usina de Belo Monte no
município de Altamira.

23
Figura 3.10 - Participação Setores e Adm. Pública no Valor Adicionado - Municípios em
Emergência Ambiental - 2010-2020
100%
90% 30% 30% 27% 24% 21% 24% 25% 28% 27% 28% 28%

80%
70% 25% 27% 30%
27% 31% 32% 33% 33% 30%
25% 25%
60%
50%
26% 28%
40% 16% 18% 21% 19% 13% 13%
13% 14% 14%
30%
29% 31% 29%
20% 27% 25% 25% 27% 28% 26% 25%
24%
10%
0%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA SERVIÇOS ADM. PÚBLICA

Fonte: IBGE e FAPESPA, 2022.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

Em termos de PIB per capita, o Pará obteve valor de R$ 24.847, em 2020. Para os
Municípios em Emergência Ambiental o PIB per capita foi de R$ 17.721, sendo inferior ao
valor do Estado no decorrer da série em análise (2010-2020). Entre os municípios
pertencentes ao MEA, os que apresentaram os maiores valores foram: Jacareacanga (R$
75.937), devido, em grande medida, pelo aumento da atividade de geração de energia com
a instalação da hidrelétrica de São Manoel; seguido de Novo Progresso (R$ 32.079); de
Itaituba (R$ 25.900); e Altamira (R$ 22.044).

Figura 3.11 - PIB Per capita Pará e Municípios em Emergência Ambiental (MEA) 2010-2020.
30.000
24.847
25.000
20.735
18.554 18.952
20.000 15.948 16.629
15.154 15.372
12.793 13.694
15.000 17.721
10.836 16.063
14.350 14.727 15.408
10.000 13.900 13.730
11.613
9.518
5.000 7.925
6.622
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

PARÁ MEA

Fonte: IBGE e FAPESPA, 2022.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

24
3.4.1 Principais Atividades Econômicas na formação do Valor Adicionado Municipal

Em 2020, entre as atividades divulgadas em Contas Regionais, sem considerar a


atividade da Administração Pública, para os Municípios em Emergência Ambiental, foi
possível observar a predominância do setor agropecuário em 12 municípios, desses a
Agricultura se apresenta como principal atividade em 8 municípios, seguida da Pecuária,
que foi a principal atividade em 4 municípios. No setor de Serviços, a única que se
apresenta como principal atividade foi o Comércio, em 2 municípios (Altamira e Itaituba). A
Indústria com a Produção e distribuição de eletricidade e água foi a principal atividade em
Jacareacanga.

Tabela 3.5 - Principais Atividades no Valor Adicionado, excluindo a Administração Pública –


Municípios MEA – Pará 2020.
Principais Atividades
Prod. e
Comércio e
Indústria Atividades distribuição de
Pará manutenção de Agricultura
extrativa imobiliárias eletricidade e
veículos
água
Prod. e
Comércio e
Atividades distribuição de
MEA Agricultura Pecuária manutenção de
imobiliárias eletricidade e
veículos
água
Produção e
Atividades
Altamira Comércio distribuição de Pecuária Agricultura
imobiliárias
eletricidade e água
Atividades
Anapu Agricultura Pecuária Comércio Construção civil
imobiliárias
Transporte,
Indústria Atividades
Itaituba Comércio armazenagem e Construção civil
extrativa imobiliárias
correio
Prod. e
distribuição de Atividades
Jacareacanga Agricultura Pecuária Comércio
eletricidade e imobiliárias
água
Atividades
Medicilândia Agricultura Comércio Pecuária Construção civil
imobiliárias
Novo Atividades Indústria de
Pecuária Comércio Agricultura
Progresso imobiliárias transformação
Produção
Novo Atividades
Pecuária Comércio Agricultura Florestal, Pesca e
Repartimento imobiliárias
Aquicultura
Atividades
Pacajá Agricultura Pecuária Comércio Construção civil
imobiliárias
Atividades
Placas Agricultura Pecuária Comércio Construção civil
imobiliárias
Produção
Atividades
Portel Agricultura Florestal, Pesca e Construção civil Comércio
imobiliárias
Aquicultura
Atividades Indústria
Rurópolis Pecuária Agricultura Comércio
imobiliárias extrativa
Comércio e
São Félix do Indústria Atividades
Pecuária Agricultura manutenção de
Xingu extrativa imobiliárias
veículos
Produção
Senador José Atividades
Agricultura Pecuária Florestal, Pesca e Comércio
Porfírio imobiliárias
Aquicultura
Produção
Atividades
Trairão Agricultura Pecuária Comércio Florestal, Pesca e
imobiliárias
Aquicultura
Atividades
Uruará Agricultura Pecuária Comércio Construção civil
imobiliárias
Fonte: IBGE e FAPESPA, 2022.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

25
3.4.2 Administração Pública

O cálculo do Valor Adicionado (VA) por esta atividade é feito a partir do consumo
final do governo, visto que, diferentemente das outras atividades do setor de serviços, a
maior parte do que é ofertado pela Administração Pública é não mercantil, ou seja, não é
comercializado. Por definição, essa atividade compõe o setor de Serviços, no entanto, para
efeito de análise, foi considerada separada desse setor, devido a sua relevância nas
economias municipais.

Em 2020, o VA dessa atividade, para os Municípios em Emergência Ambiental,


registrou R$ 3.597 milhões, que correspondeu com 28% de todo valor adicionado na
economia do município no referido ano, acima o valor do Estado do Pará que foi de 19%.

O município de Rurópolis se apresenta na primeira posição no ranking dos


municípios mais dependentes da administração pública, onde 48% de todo Valor Adicionado
à economia local veio dessa atividade.

Figura 3.12 - Participação da Administração Pública no Valor Adicionado - Municípios em


Emergência Ambiental -2020
60%
48%
50%
42%
39%
40% 35% 34%
31% 32% 31% 33%
28% 29% 28%
30% 24%
19% 20% 20%
20% 16%

10%

0%

Fonte: IBGE e FAPESPA, 2022.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

3.4.3 Fluxos Mercantis – Nota Fiscal Eletrônica (NFe)

Utilizando como fonte de informação as notas fiscais eletrônicas do ano de 2018,


disponibilizadas pela Secretaria da Fazenda do Estado (SEFA), foi possível observar os
fluxos mercantis dos MEA com os demais municípios do Estado e com o resto do Brasil,
estando excluídos os fluxos mercantis com o resto do mundo.

26
Considerando os valores mais expressivos da transação comercial dos MEA como
emissor de mercadorias, tem-se como principais atividades o comércio de combustíveis e de
cacau; a geração de energia; e de frigoríficos – abate de bovino. Essas atividades
correspondem por 49,5% do valor total das mercadorias comercializadas dos MEA.

Ao destacar as atividades ligadas aos setores de Mineração e Madeira, têm-se os


segmentos de Extração de minério de metais preciosos e de Serrarias com desdobramento
de madeira em bruto com os maiores fluxos em valor dentro desses setores, 3,9% e 1,9%
respectivamente.

Tabela 3.6 - Principais Atividades tendo Municípios MEA como Emissor da Mercadoria - NFe
2018.
Participação
Descrição do CNAE Valor (R$) no Total
CNAE Principais 5.024.199.497,41 49,5%
Comércio atacadista de álcool carburante, biodiesel, gasolina e demais derivados
de petróleo, exceto lubrificantes, não realizado por transportador retalhista (TRR) 1.721.236.083,80 17,0%
Geração de energia elétrica 1.358.879.928,72 13,4%
Comércio atacadista de cacau 783.397.445,08 7,7%
Frigorífico - abate de bovino 642.975.554,95 6,3%
Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores 517.710.484,86 5,1%
CNAE Mineração e Madeira 611.201.563,65 6,0%
Extração de minério de metais preciosos 307.703.977,76 3,0%
Serrarias com desdobramento de madeira em bruto 189.079.980,02 1,9%
Extração de madeira em florestas nativas 68.447.395,34 0,7%
Fabricação de artefatos diversos de madeira, exceto móveis 20.933.384,32 0,2%
Serrarias sem desdobramento de madeira em bruto - Resserragem 17.128.613,71 0,2%
Beneficiamento de minério de metais preciosos 7.908.212,50 0,1%
Total MEA 10.151.028.761,64
Fonte: SEFA, 2020.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

3.5 Comércio Exterior


Esta seção se propõe a apresentar um panorama geral sobre a comercialização
externa dos MEA, de maneira a examinar os níveis de pressão que a demanda do setor
externo exerce sobre os produtos primários e semielaborados produzidos por esses
municípios.
Desde o início da série histórica (1997) até o ano de 2022, a Plataforma Estatísticas
de Comércio Exterior (Comex Stat), de responsabilidade Ministério da Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), da conta de que a economia paraense registrou um crescimento da ordem
de 851% nas exportações para o resto do mundo. Neste contexto, a economia dos
municípios que compõe o MEA observaram suas exportações crescerem em 942%, saindo

27
de US$ 16 milhões em 1997 para US$ 170 milhões em 2022, com um pico de US$ 260
milhões em 2020. No entanto, é importante ressaltar que, embora tenha registrado forte
impulso neste tipo de comercialização, as exportações do MEA não representaram mais que
1,7% do total das exportações do Estado nesse período (Figura 3.13). Isto se deve ao fato
da grande produção mineral do estado não residir na exploração de garimpo de ouro e
estanho, produtos típicos dos MEAS, e sim na extração de minérios de ferro, cobre, alumínio
e alumina calcinada, que são as principais commodities do estado. Portanto, é importante
não confundir o tamanho da área destinada à mineração (de maior domínio do garimpo e
produção artesanal) com o patamar de produção industrial em toneladas dessas
commodities. A titulo de ilustração, em 2022 os municípios do estado produtores de ouro
obtiveram um montante de apenas R$ 57 milhões a titulo de royalties, enquanto que os
produtores de minero de ferro auferiram a cifra de R$ 2,6 bilhões no mesmo ano, segundo
dados da Agência nacional de Mineração (ANM).

Figura 3.13 – Evolução do valor exportado e participação nas exportações do Estado, MEA
(1997-2022).
300 (Milhões US$) (%) 2,0
1,8
250
1,6
1,4
200
1,2
150 1,0
0,8
100
0,6
0,4
50
0,2
- 0,0

MEA (Milhões US$) Part.(%) MEA/PA

Fonte: Comex Stat/MDIC, 2022.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

Dimensionado a demanda externa pelos municípios que compõe o MEA, percebe-se


que Itaituba e São Félix do Xingu concentram a maior parcela das exportações do bloco,
com uma participação de 85% e 13%, nesta ordem. Sobre Itaituba, o mesmo registrou entre
1997 e 2022 um crescimento na demanda externa por seus produtos da ordem de 1.165%,
ou seja, o município multiplicou em 13 vezes o tamanho de seu valor exportado. Em São
Félix do Xingu a situação foi ainda mais aguda, uma vez que o município saltou de zero
exportações 1997 para US$ 21,3 milhões em 2022 (Tabela 3.7).

28
Tabela 3.7 – Desagregação das exportações por municípios, MEA (1997-2022).
Território 1997 (US$) 2022 (US$) Var.(%) Part.(%) 2022
Pará 2.263.399.451 21.515.318.367 851 100
MEA 16.273.077 169.517.594 942 0,8
Altamira 1.369.027 94.754 -93 0,0004
Anapu - - - -
Itaituba 11.456.641 144.909.147 1.165 0,7
Jacareacanga - - - -
Medicilândia - - - -
Novo Progresso 792.594 2.596.039 228 0,01
Novo Repartimento 234.546 - - -
Pacajá - 29.542 - 0,0001
Placas - - - -
Portel 1.804.302 - - -
Rurópolis - - - -
São Félix do Xingu - 21.288.629 - 0,1
Senador José Porfírio 2.936 - - -
Trairão - - - -
Uruará 613.031 599.483 -2 0,0003
Outros 2.247.126.374 21.345.800.773 850 99,2
Fonte: Comex Stat/MDIC, 2022.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

Dimensionado a demanda externa por produtos exportados pelos municípios que


compõe o MEA, percebe-se que soja, minério de cobre, carne bovina e ouro concentram a
maior parcela das exportações do bloco, com uma participação de 40%, 14%, 12% e 11%,
nesta ordem. Sobre a soja, a mesma não existia na pauta de exportações do MEA em 1997,
porém em 2022 o bloco contabilizou US$ 68 milhões de demanda externa por sua soja. O
mesmo ocorreu com o minério de cobre e carne bovina produzida oriunda do bloco, onde
ambos saltaram de zero exportações para US$ 24,4 milhões e US$ 20,3 milhões, nesta
ordem, em 2022 (Tabela 3.8).

29
Tabela 3.8 – Desagregação das exportações por produto, MEA (1997-2022).
1997 2022 Part.(%)
Território Var.(%)
(US$) (US$) 2022
Código
SH4 Pará 2.263.399.451 21.515.318.367 851 100
MEA 16.273.077 169.517.594 942 0,8
1201
Soja, mesmo triturada - 68.009.201 - 0,3
2603
Minérios de cobre e seus concentrados - 24.376.843 - -
0202 Carnes de animais da espécie bovina,
congeladas - 20.340.207 - 0,1
7108 Ouro (incluído o ouro platinado), em formas
brutas ou semimanufaturadas, ou em pó 9.939.791 18.228.435 83,4 -
4409
Madeira perfilada 85.501 18.219.033 21.209 -
1005
Milho - 8.000.857 - 0,04
2609
Minérios de estanho e seus concentrados - 7.712.458 - -
4407
Madeira serrada 4.410.937 1.993.372 -54,8 0,01
2615 Minérios de nióbio, tântalo, vanádio ou de
zircónio, e seus concentrados - 1.155.000 - -
0206 Miudezas comestíveis de animais das espécies
bovina, suína, ovina, caprina, cavalar, asinina e
muar - 823.745 - -
0504 Tripas, bexigas e estômagos de animais, exceto
peixes - 533.244 - -
4408 Folhas para contraplacados ou compensados ou
para outras madeiras estratificadas 414.117 91.516 -77,9 0,0004
1502 Gorduras de animais das espécies bovina, ovina
ou caprina - 30.341 - -
2208 Álcool etílico não desnaturado, com um teor
alcoólico em volume inferior a 80 % vol. - 3.238 - -
7112 Desperdícios e resíduos de metais preciosos ou
de metais folheados ou chapeados de metais
preciosos - 50 - 0,0
2617
Outros minérios e seus concentrados - 44 - 0,0
4415 Caixotes, caixas, engradados, barricas e
embalagens semelhantes, de madeira - 10 - 0,0
-
Outros 2.247.126.374 21.345.800.773 850 99,2
Fonte: Comex Stat/MDIC, 2022.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

Dimensionado a demanda externa pelos produtos exportados dos municípios que


compõe o MEA, considerando toda a série histórica do MDIC (1997-2022), percebe-se que o
crescimento exponencial da soja, ao que parece, é um fenômeno recente nestes 26 anos de
série. A mesma registrou um crescimento significativo nos MEA a partir de 2019, em 2020
atingiu sua máxima histórica, com um valor exportado explosivo de US$ 120,5 milhões, em
2021 teve um refluxo expressivo nesta operação onde exportou apenas US$ 889 mil, e
voltou à carga em 2022 atingindo a marca de US$ 68 milhões. O mesmo padrão de
comportamento pode se dizer em relação ao ouro exportado pelo MEA, onde registrou forte
impulso nos anos de 2020 e 2021, porém retraindo significativamente em 2022 (Figura
3.14).

30
Figura 3.14 – Evolução do valor exportado dos principais produtos, MEA (1997-2022).
140.000.000 (US$)

120.000.000

100.000.000

80.000.000

60.000.000

40.000.000

20.000.000

Carnes bovina Minérios de cobre Ouro Soja

Fonte: Comex Stat/MDIC, 2022.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

A importação é uma operação comercial que possibilita dimensionado a demanda da


economia do Estado e dos MEA pelos produtos oriundos do resto do mundo. Em se tratando
do modelo econômico primário-exportador do Estado, é esperado que a pauta de
importados se configure relativamente em bens de capital e insumos destinados à atividade
primária como mineração e agropecuária. Considerando o contexto de forte expansão
produtiva dos setores primário e extrativo mineral do Estado, entre 1997-2022, percebe-se
um crescimento de 1.155% nas importações do Estado. Neste mesmo sentido, os MEA
ampliaram suas importações em 2.180%, com destaque para os bens de capital como pás
mecânicas, maquinários para terraplanagem e veículos para transporte de mercadorias
(Tabela 3.9).

31
Tabela 3.9 – Desagregação das importações por produto, MEA (1997-2022).
Códig Part.(%)
Território 1997 2022 Var.(%)
o SH4 2022
Pará 218.334.489 2.739.424.145 1.155 100
MEA 855.948 19.517.955 2.180 0,7
8429 Bulldozers, angledozers, niveladoras, raspo-
transportadoras (scrapers), pás mecânicas - 7.577.361 - 0,3
8704 Veículos automóveis para transporte de
mercadorias - 6.569.810 - 0,2
8430 Outras máquinas e aparelhos de terraplanagem,
nivelamento - 2.612.420 - 0,1
8546
Isoladores de qualquer matéria, para usos elétricos - 1.121.654 - 0,04
8802 Outros veículos aéreos (por exemplo: helicópteros,
aviões); - 550.000 - 0,02
8431 Partes reconhecíveis como exclusiva ou
principalmente destinadas às máquinas e aparelhos
das posições 8425 a 8430 - 139.169 - 0,01
8467 Ferramentas pneumáticas, hidráulicas ou de motor
(eléctrico ou não eléctrico) incorporado, de uso
manual - 108.700 - 0,0
8474 Máquinas e aparelhos, para selecionar, peneirar,
separar, lavar, esmagar, moer, misturar ou amassar
terras, pedras, minérios - 94.571 - 0,0
9027 Instrumentos e aparelhos para análises físicas ou
químicas (por exemplo: polarímetros,
refractómetros, espectrómetros, analisadores de
gases ou de fumos) - 77.035 - 0,0
8421 Centrifugadores, incluídos os secadores
centrífugos, aparelhos para filtrar ou depurar
líquidos ou gases - 68.919 - 0,0
3802 Carvões ativados; matérias minerais naturais
ativadas; negros de origem animal, incluído o negro
animal esgotado - 68.006 - 0,0
8407 Motores de pistão, alternativo ou rotativo, de ignição
por faísca (motores de explosão) - 46.853 - 0,0
8482
Rolamentos de esferas, de roletes ou de agulhas - 46.449 - 0,0
3917 Tubos e seus acessórios (por exemplo: juntas,
cotovelos, flanges, uniões), de plástico 357.694 45.444 -87,3 0,0
2930
Tiocompostos orgânicos - 41.280 - 0,0
-
Outros 357.694 19.167.671 5.259 0,7
Fonte: Comex Stat/MDIC, 2022.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

32
4 Caracterização Demográfica

A população dos Municípios em Emergência Ambiental (MEA) cresceu ao longo do


período analisado entre os anos de 2010 e 2021. Em 2010 residiam aproximadamente 684
mil habitantes nesta área, apresentando um crescimento populacional constante ao longo do
tempo, até atingir pouco mais de 801 mil habitantes em 2021, o que representou um
aumento de 17% no período observado. Houve também um crescimento na
representatividade populacional desta região em relação ao contingente paraense, que em
2010 era de 8,81% e em 2021 chegou a 9,13% do total (Figura 4.1).

Figura 4.1 - População do total dos Municípios em Emergência Ambiental e o percentual que
representam no total da população do Estado do Pará – 2021.
820.000 9,20

800.000
9,10
780.000

760.000
9,00
740.000
População

720.000 8,90

%
700.000
8,80
680.000

660.000
8,70
640.000

620.000 8,60
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Pop. MEA 683.964 695.528 706.765 717.669 728.655 739.660 750.041 760.253 770.759 781.093 791.255 801.244
% Pará 8,81 8,85 8,88 8,91 8,94 8,97 9,00 9,03 9,05 9,08 9,10 9,13

Fonte: IBGE/FAPESPA, 2023.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

A população dos Municípios em Emergência Ambiental (MEA), em 2021, estava na


ordem de 801 mil habitantes, dos quais 23,2% eram crianças, 9,4% classificados como
adolescentes, 23% de jovens, 37% de adultos e 7,3% de idosos. Altamira ainda tinha o
maior contingente populacional de crianças dessa área, porém, quando se observa a
proporção de cada classe em relação ao município, Portel é o que apresentou o maior
percentual de crianças, com 33,6% do total de sua população. Sobre a classificação da
população adolescente, em Altamira também se concentrava na época a maior quantidade
de moradores em relação ao total da área dos MEA. Pessoas classificadas como jovens
eram mais numerosas no município de São Félix do Xingu, com cerca de 34 mil habitantes
em 2021. Da população total de adultos neste ano, a maior concentração também estava

33
em São Félix, com aproximadamente 58,5 mil habitantes. O número de idosos era maior em
Altamira, com pouco mais de 11 mil habitantes nesta região.

Tabela 4.1 - População e percentual por faixa etária da população do Pará e dos Municípios
em Emergência Ambiental, segundo sua classificação – 2021.
Até 12 Anos 13 a 17 anos 18 a 29 anos 30 a 59 anos 18 a 59 anos 60 anos ou mais
UF/MEA/Municípios Total
População % População % População % População % População % População %
Pará 1.895.583 21,60 801.842 9,14 1.914.543 21,81 3.340.595 38,06 5.255.138 59,87 824.561 9,39 8.777.124
MEA 185.997 23,21 75.329 9,40 184.284 23,00 296.859 37,05 481.143 60,05 58.775 7,34 801.244
Altamira 24.799 21,14 11.041 9,41 25.806 22,00 44.417 37,86 70.223 59,86 11.257 9,60 117.320
Anapu 7.620 26,00 2.838 9,68 6.474 22,09 10.443 35,63 16.917 57,71 1.937 6,61 29.312
Itaituba 20.943 20,63 9.180 9,04 23.558 23,20 37.656 37,08 61.214 60,29 10.204 10,05 101.541
Jacareacanga 1.770 25,46 847 12,18 1.595 22,94 2.322 33,40 3.917 56,34 418 6,01 6.952
Medicilândia 6.900 21,33 2.975 9,20 7.078 21,88 12.662 39,14 19.740 61,03 2.732 8,45 32.347
Novo Progresso 6.435 24,97 2.931 11,37 6.205 24,08 8.272 32,10 14.477 56,18 1.926 7,47 25.769
Novo Repartimento 19.650 25,04 7.315 9,32 17.561 22,37 28.124 35,83 45.685 58,21 5.838 7,44 78.488
Pacajá 11.917 24,27 4.448 9,06 10.700 21,79 18.197 37,05 28.897 58,84 3.848 7,84 49.110
Placas 8.075 24,98 3.168 9,80 7.458 23,07 11.695 36,18 19.153 59,25 1.929 5,97 32.325
Portel 21.446 33,60 7.175 11,24 14.434 22,61 17.283 27,08 31.717 49,69 3.493 5,47 63.831
Rurópolis 12.280 23,40 4.756 9,06 12.075 23,01 19.616 37,38 31.691 60,39 3.746 7,14 52.473
São Félix do Xingu 26.123 19,25 11.376 8,38 34.057 25,09 58.526 43,12 92.583 68,21 5.650 4,16 135.732
Senador José Porfírio 2.854 25,25 1.041 9,21 2.488 22,01 4.038 35,72 6.526 57,73 884 7,82 11.305
Trairão 4.323 22,35 1.680 8,68 4.407 22,78 7.453 38,53 11.860 61,31 1.481 7,66 19.344
Uruará 10.862 23,93 4.558 10,04 10.388 22,88 16.155 35,59 26.543 58,47 3.432 7,56 45.395
Fonte: IBGE/DATASUS, 2023.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

Com relação à evolução das faixas de idade da população dos Municípios em


Emergência Ambiental (MEA) se observa que a quantidade de crianças vem decaindo ano
após ano, passando de 24,7 mil habitantes em 2010 para 22,6 mil em 2021. A faixa de
adolescentes iniciou o período em uma linha de crescimento até 2015, apresentando uma
queda a partir deste ano até 2021. As faixas de jovens, adultos e idosos apresentaram
crescimento durante este período, resultado este que acompanha a tendência mundial, onde
a classe infanto-juvenil indica um declínio, em contrapartida ao acréscimo registrado nas
classes mais envelhecidas. Este cenário incide diretamente no aumento gradativo da
População em Idade Ativa (PIA), como mostra a figura.

Figura 4.2 – Evolução das faixas etárias da população nos Municípios em Emergência
Ambiental, segundo sua classificação – 2010 a 2021.

Crianças Adolescentes

205000 80000
79000
200000
Ppopulação (13 a 17 anos)
Ppopulação (0 a 12 anos)

78000
195000 77000
76000
190000
75000
185000 74000
73000
180000
72000
175000 71000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

34
Fonte: IBGE/DATASUS, 2023.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

Em 2021 a população dos MEA era em sua maioria do gênero masculino (51,9%).
Observando-se as classificações das faixas etárias, crianças e adolescentes também são na
maioria do gênero masculino. Nas faixas de jovem, adulto e idoso se concentram um maior
número de mulheres. Apesar das diferenças, na observação das classificações etárias e
gêneros, estes não são discrepantes, ou seja, não possuem diferenças significativas.

Tabela 4.2 – População total, por faixa etária, classificação de faixa etária e gênero dos
Municípios em Emergência Ambiental no Estado do Pará - 2021.
Masculino Feminino
Faixa Etária Classificação Total
Pop. % Pop. %
Até 12 Anos Criança 185.997 94.655 50,9 91.342 49,1

13 a 17 anos Adolescente 75.329 38.020 50,3 37.309 49,7

18 a 29 anos Jovem 184.284 93.807 49,9 90.477 50,1

30 a 59 anos Adulto 296.859 156.835 49,8 140.024 50,2

60 anos ou mais Idoso 58.775 32.678 49,0 26.097 51,0

Total 801.244 415.995 51,9 385.249 48,1


Fonte: IBGE/DATASUS/FAPESPA, 2023.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

A figura a seguir mostra a distribuição percentual da população por gênero nos MEA,
com destaque para a participação de adultos, que em 2021, foi de 37,05% do total da
população dos municípios, sendo 19,57% do sexo masculino e 17,48% do sexo feminino.
Os menores percentuais são da faixa de idosos, que juntos somam 7,34%, sendo 3,26% do
sexo feminino e 4,08% do sexo masculino. Embora a de idosos seja a menos faixa, observa-

35
se novamente a Figura 4.2, que mostra a evolução do total da população de pessoas de 60
anos ou mais.

Figura 4.3 – Participação relativa da classificação de faixa etária por gênero da população
dos Municípios em Emergência Ambiental no Estado do Pará - 2021.

3,26%
Idoso
4,08%

17,48%
Adulto
19,57%
Classificação

11,29%
Jovem
11,71%

4,66%
Adolescente
4,75%

11,40%
Criança
11,81%

0% 5% 10% 15% 20% 25%


Percentual

Feminino Masculino

Fonte: IBGE/FAPESPA, 2023.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

Observa-se o gradativo declínio dos indicadores Razão de Dependência Total e


Infantil nos MEA, fato diretamente relacionado ao processo de transição demográfica
verificado na maioria dos países, com a diminuição gradual das taxas de natalidade e
mortalidade ao longo do tempo (Lucci, 2005).

A redução dos níveis de fecundidade devido a vários fatores, como um maior acesso
a métodos contraceptivos ou o elevado custo de vida nas cidades, principalmente nas áreas
da educação e saúde, leva à diminuição das taxas de natalidade, implicando no decréscimo
progressivo do contingente infanto-juvenil. Por outro lado, avanços na ciência e na medicina,
associados a outros fatores, contribuem para o aumento da longevidade, permitindo que a
população idosa aumente sua participação relativa no total da população.

36
Figura 4.4 – Evolução da Razão de Dependência Total, Infantil e do Idoso nos Municípios
em Emergência Ambiental no Estado do Pará – 2010 a 2021.
70,00

60,00
Razão de Dependência (%)

50,00

40,00

30,00

20,00

10,00

-
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
RD Total 65,92 64,16 62,41 60,70 59,18 57,83 56,57 55,45 54,51 53,63 52,83 52,16
RD Infantil 56,77 54,90 53,03 51,18 49,50 47,98 46,53 45,20 44,03 42,93 41,90 41,00
RD Idoso 9,16 9,26 9,38 9,52 9,68 9,85 10,04 10,25 10,47 10,70 10,93 11,16

Fonte: IBGE/DATASUS/FAPESPA, 2023.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

37
5 Caracterização Social

5.1 Mercado de Trabalho Formal


O número de estabelecimentos formais, tanto no Pará como nos Municípios em
Emergência Ambiental, apresentam como setor de atividade prevalente o comércio,
alcançando em 2021 um total de 29.406 no Estado, e 3.199 nos MEA (correspondendo a
43,71% do Pará e 47,67% dos MEA). Em segundo lugar, o setor de serviços, com 22.376
(33,26%) e 1.507 (22,46%), no Pará e MEA, respectivamente, seguido de serviços (Pará,
33,26% e MEA, 22,46%) e agropecuária/ext. vegetal (Pará, 10,99 e MEA, 19,48%) (Figura
5.1). O setor de agropecuária, extração vegetal, caça e pesca, fica em terceiro lugar nos
MEA, com 1.307, representando 19,48% dos estabelecimentos formais nos municípios. O
setor de atividade com menor número de estabelecimentos formais foi o da Indústria
Extrativa Mineral, com 40 (0,59%) de empresas formais.

Figura 5.1 - Número de Estabelecimentos por Setor de Atividade IBGE, no emprego formal,
no Estado do Pará e dos Municípios em Emergência Ambiental – 2021.
35.000 3.500

30.000 3.000

Estabelecimentos - MEA
Estabelecimentos - Pará

25.000 2.500

20.000 2.000

15.000 1.500

10.000 1.000

5.000 500

- -
Agropecuári
Servicos
Indústria de a, Extração
Extrativa Industriais Construção Administraç
Transforma Comércio Serviços Vegetal,
Mineral de Utilidade Civil ão Pública
ção Caça e
Pública
Pesca
Pará 155 4.158 285 2.933 29.406 22.376 564 7.396
MEA 40 362 38 211 3.199 1.507 47 1.307

Fonte: RAIS, 2022.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

Desagregando por mais Atividades dos Subsetores IBGE, o número de vínculos


empregatícios formais teve destaque no subsetor da administração pública, com 23.333
vínculos, totalizando 37,29% dos vínculos empregatícios nos MEA, seguido do subsetor do
comércio varejista, com 13.879 vínculos (22,18%). Em relação ao estabelecimentos formais,
a administração pública deixa de ser destaque, perdendo o protagonismo para o subsetor do
comércio varejista (2.841 estabelecimentos), que corresponde a 42,33% do total de

38
estabelecimentos dos MEA, seguido do subsetor agricultura (1.307 estabelecimentos) com
19,48%, como mostra a tabela a seguir.

Tabela 5.1 – Número de Vínculos Empregatícios e Estabelecimentos no Emprego Formal,


por ranking no Subsetor de Atividade IBGE, no Estado do Pará e nos Municípios em
Emergência Ambiental – 2021.
Vínculos Empregatícios Estabelecimentos
Ranking IBGE Subsetor
Total % Total %
Total MEA 62.564 100,00 6.711 100,00
1º Administração Pública 23.333 37,29 47 0,70
2º Comércio Varejista 13.879 22,18 2.841 42,33
3º Agricultura 4.141 6,62 1.307 19,48
4º Adm Técnica Profissional 4.125 6,59 446 6,65
5º Transporte e Comunicações 2.828 4,52 249 3,71
6º Aloj Comunic 2.582 4,13 405 6,03
7º Comércio Atacadista 1.998 3,19 358 5,33
8º Médicos Odontológicos Vet 1.581 2,53 237 3,53
9º Construção Civil 1.444 2,31 211 3,14
10º Extrativa Mineral 1.274 2,04 40 0,60
11º Alimentos e Bebidas 1.234 1,97 86 1,28
12º Madeira e Mobiliário 1.107 1,77 116 1,73
13º Ensino 808 1,29 100 1,49
14º Instituição Financeira 664 1,06 70 1,04
15º Serviço Utilidade Pública 602 0,96 38 0,57
16º Prod. Mineral Não Metálico 437 0,70 40 0,60
17º Indústria Metalúrgica 152 0,24 41 0,61
18º Elétrico e Comunic 86 0,14 7 0,10
19º Indústria Mecânica 80 0,13 16 0,24
20º Papel e Gráf 72 0,12 17 0,25
21º Material de Transporte 55 0,09 15 0,22
22º Indústria Química 31 0,05 3 0,04
23º Indústria Têxtil 27 0,04 14 0,21
24º Borracha, Fumo, Couros 24 0,04 7 0,10
25º Indústria Calçados 0 0,00 - 0,00
Fonte: RAIS, 2022.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

Aplicando um filtro mais especifico, por CNAE Grupo e CNAE Subclasse, destacando
as atividades madeireiras e de garimpo, foram encontrados 425 estabelecimentos formais
relacionados à produção florestal, desdobramento de madeira e extração de minerais
metálicos não-ferrosos, no Estado do Pará, destes 106 estabelecimentos (24,94%)
encontram-se nos MEA. Com relação apenas às atividades madeireiras (Produção Florestal
e Desdobramento de Madeiras), dos 404 estabelecimentos do Pará, 93 estabelecimentos
(23,02%) encontram-se nos MEA, e tratando-se de extração e beneficiamento de metais
preciosos, dos 21 estabelecimentos no Pará, 13 estabelecimentos (61,90%) estão nos MEA.

Analisando os vínculos empregatícios formais relacionados às atividades madeireiras


e de garimpo, dos 9.299 vínculos no emprego formal nessa área, 2.011 vínculos (21,63%)
encontram-se nos MEA. Com relação apenas às atividades madeireiras (Produção Florestal
e Desdobramento de Madeiras), dos 8.234 vínculos no emprego formal do Estado, 965

39
vínculos (11,72%) encontram-se nos MEA, e tratando-se de extração e beneficiamento de
metais preciosos, dos 1.065 vínculos no Pará, desses 98,22% estão nos MEA, um total de
1.046 vínculos empregatícios.

Tabela 5.2 – Estabelecimentos e Vínculos Empregatícios relacionados às Atividades


Madeireiras e de Garimpo, no Emprego Formal, no Estado do Pará e dos Municípios em
Emergência Ambiental – 2021.
Vínculos
CNAE 2.0 Grupo CNAE 2.0 Subclasse Estabelecimentos
Empregatícios
PARÁ
Produção Florestal - Extração de Madeira em Florestas Nativas 64 985
Florestas Nativas Produção de Carvão Vegetal - Florestas Nativas 12 395
Serrarias com Desdobramento de Madeira em
296 6.076
Bruto
Desdobramento de Madeira
Serrarias sem Desdobramento de Madeira em
32 778
Bruto Resserragem
Sub-total Floresta/Madeira 404 8.234
Extração de Minerais Extração de Minério de Metais Preciosos 20 1.064
Metálicos Não-Ferrosos Beneficiamento de Minério de Metais Preciosos 1 1
Sub-total Minério 21 1.065
TOTAL PARÁ 425 9.299
MEA
Produção Florestal - Extração de Madeira em Florestas Nativas 12 204
Florestas Nativas Produção de Carvão Vegetal - Florestas Nativas - -
Serrarias com Desdobramento de Madeira em
73 714
Bruto
Desdobramento de Madeira
Serrarias sem Desdobramento de Madeira em
8 47
Bruto Resserragem
Sub-total Floresta/Madeira 93 965
Extração de Minerais Extração de Minério de Metais Preciosos 13 1.046
Metálicos Não-Ferrosos Beneficiamento de Minério de Metais Preciosos - -
Sub-total Minério 13 1.046
TOTAL MEA 106 2.011
Fonte: RAIS, 2022.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

Desagregando as atividades econômicas por CNAE Subclasse e por município, a


figura 5.2 apresenta os estabelecimentos e vínculos formais na Produção Florestal –
Floresta Nativas e Desdobramento de Madeira, onde 12 municípios destacam-se com essas
atividades, ficando de fora os municípios de Anapu, Medicilândia e Placas. O município de
Itaituba destaca-se nessas atividades com o maior números de estabelecimentos (22) e de
vínculos (406), para o ano de 2021; em segundo Altamira com 17 estabelecimentos e 87
vínculos formais; seguido por Novo progressos com 16 e 130, estabelecimentos e vínculos
respectivamente.

40
Figura 5.2 – Número de Estabelecimentos e Vínculos por CNAE Subclasse nas Atividades
Madeireiras (Produção Florestal – Floresta Nativas e Desdobramento de Madeira) – 2021.
25 450

400
20 350
Nº de Estabelecimentos
300
15

Vínculos
250

200
10
150

5 100

50

- -
Senad
Novo Sao
Jacare Novo or
Altami Itaitu Repar Rurop Felix Traira Uruar
acang Progr Pacaja Portel Jose
ra ba timen olis do o a
a esso Porfiri
to Xingu
o
Estabelecimentos 17 22 1 16 4 1 10 7 2 1 3 7
Vínculos Empregatícios 87 406 8 130 4 3 196 33 4 21 3 70

Fonte: RAIS, 2022.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

Em relação aos vínculos empregatícios e estabelecimentos nas atividades de


garimpo, por CNAE Subclasse Extração de Minerais Metálicos Não-Ferrosos, somente 03
municípios apresentaram atividades formais: Altamira, Itaituba e Jacareacanga. O município
de Itaituba é destaque nessa atividade entre os demais, concentrando em seu território 10
estabelecimentos (77%) e 965 vínculos (92,3%).

Figura 5.3 – Número de Estabelecimentos e Vínculos por CNAE Subclasse nas Atividades
de Garimpo (Extração de Minerais Metálicos Não-Ferrosos) – 2021.
12 1.200

10 1.000
Nº de Estabelecimentos

8 800
Vínculos

6 600

4 400

2 200

- -
Altamira Itaituba Jacareacanga
Estabelecimentos 2 10 1
Vínculos Empregatícios 61 965 20

Fonte: RAIS, 2022.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

41
Desagregando as atividades CNAE que estão relacionadas ao garimpo e a
exploração madeireira, dando ênfase ao tamanho do estabelecimento pelo número de
empregados, nos MEA, dos 93 estabelecimentos da Atividade Madeireira (Extração de
madeira em florestas nativas e Desdobramento de Madeira), destes 45 estabelecimentos
(48,4%) possuem de 1 a 4 vínculos no seu quadro de funcionários, essa classe possui a
maior concentração de empregados. Já os estabelecimentos da Atividade de Garimpo
(Extração de minério de metais preciosos), dos 13 estabelecimentos existentes nos MEA, o
maior número de empregados de concentra nas classe de 1 a 4 empregados e de 5 a 9
empregados, com 3 estabelecimentos em cada (Figura 5.4).

Figura 5.4 – Número de Estabelecimentos por Atividade e Número de Empregados, no


emprego formal, nos Municípios em Emergência Ambiental – 2021.
50 4

45

Estabelecimentos da Atividade
40
Estabelecimentos da Atividade

3
35

de Garimpo
30
Madeireira

25 2

20

15
1
10

0 0
0 De De
De 1 a De 5 a De 10 De 20 De 50
Empre 100 a 500 a
4 9 a 19 a 49 a 99
gado 249 999
Atividade Madeireira 5 45 14 13 13 3
Ativade de Garimpo 2 3 3 0 1 2 1 1

Fonte: RAIS, 2022.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

42
6 Caracterização Ambiental

A caracterização ambiental tem como base os dados obtidos pelo Barômetro da


Sustentabilidade dos anos de 2021 a 2022. O uso dessa ferramenta tem o intuito de mapear
a variação dos níveis de sustentabilidade dos municípios inseridos no Decreto de
Emergência Ambiental do Estado do Pará. Para mensurar seus níveis de sustentabilidade,
foram utilizados 26 indicadores, divididos em 9 temáticas, agregadas em duas dimensões
diferentes, Bem Estar Humano (BEH) e Bem Estar do Ecossistema (BEE).

Figura 6.1 - Barômetro da Sustentabilidade dos Municípios em Emergência Ambiental -


2021.

Fonte: FAPESPA, 2023.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

Levando em consideração o gráfico bidimensional, pode-se perceber o deslocamento


dos municípios do MEA no Barômetro da Sustentabilidade entre os anos de 2021 a 2022,
pois no primeiro apenas os municípios de Altamira e Novo Progresso estavam ao nível
intermediário (Fig. 6.1), ressaltando os municípios de Pacajá e Portel, além de serem os
piores posicionamentos entre os quinze municípios do decreto emergencial, também são os
mais baixos entre os 144 que compõem o Estado do Pará, tendo tanto o BEH e o BEE em
níveis potencialmente insustentável.
No ano de 2022 (Fig. 6.2), cinco municípios atingiram o nível intermediário de
sustentabilidade, sendo Trairão, Senador José Porfírio, Itaituba, Altamira e Novo Progresso.

43
Pode-se observar que ocorreu movimenta no posicionamento dos municípios como um todo,
mas em uma escala muito baixa, sendo ainda em sua maioria permanecido ao nível de
potencialmente insustentável além de Pacajá ainda na última posição levando em
consideração as duas dimensões de bem estar que definem o BS como um todo.

Figura 6.2 - Barômetro da Sustentabilidade dos municípios em emergência ambiental -


2022.

Fonte: FAPESPA, 2023.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

44
Figura 6.3 – Dimensões do Barômetro da Sustentabilidade dos municípios em emergência
ambiental - 2022.

Altamira 62
44
Anapu 40
35
Itaituba 50
42
Jacareacanga 42
39
Medicilândia 49
39
Novo Progresso 54
48
Novo Repartimento 45
38
Pacajá 26
33
Placas 38
41
Portel 40
32
Rurópolis 41
38
São Félix do Xingu 58
40
Senador José Porfírio 47
41
Trairão 44
43
Uruará 44
35

0 10 20 30 40 50 60 70

BEM ESTAR ECOSISTÊMICO BEM ESTAR HUMANO

Fonte: FAPESPA, 2023.


Elaboração: FAPESPA, 2023.

45
Quadro 6.1 – Indicadores de Sustentabilidade, Fontes de Coleta, Valores Reais e
Categorização dos Níveis de Sustentabilidade com Base na Escala do BS dos Municípios
em Emergência Ambiental - 2022.
Novo Novo Senador
Jacareaca Medicilâ São Félix
Indicador Fontes Altamira Anapu Itaituba Progress Repartim Pacajá Placas Portel Rurópolis José Trairão Uruará
nga ndia do Xingu
o ento Porfírio
Mortalidade na
DATASUS 19,33 15,25 21,25 34,64 6,93 11,40 26,82 20,19 10,14 13,94 24,77 24,51 19,76 24,19 16,88
infância
Mortalidade
DATASUS 198,22 0,00 90,42 230,95 230,95 0,00 167,64 155,28 0,00 132,80 225,23 94,25 0,00 0,00 259,74
materna
Número de
DATASUS 1,28 0,31 0,72 0,43 0,19 0,78 0,32 0,18 0,15 0,17 0,19 0,22 0,44 0,16 0,31
médicos
Leitos
DATASUS 3,13 1,64 5,75 0,80 1,45 1,67 0,71 0,77 1,30 0,47 0,88 1,08 2,21 1,34 1,78
hospitalares
Gravidez na
DATASUS 23,34 32,54 23,24 32,56 25,87 22,64 29,00 21,89 29,73 26,83 24,77 26,86 34,78 26,21 21,30
infân. e adoles.
Extrema pobreza MC-SAGI 31,48 73,24 45,21 31,85 51,45 15,75 26,21 56,34 36,50 52,21 28,09 20,03 109,50 40,80 49,16
Taxa de
IBGE Censo 67,97 70,69 63,53 56,64 62,58 76,35 59,16 54,33 60,98 59,45 58,25 56,10 63,73 62,12 62,27
atividade
Trabalho infantil IBGE Censo 9,24 26,95 7,94 10,60 18,61 14,31 12,96 12,50 20,20 16,06 13,00 10,93 12,31 18,67 17,91
PIB (per capita ) FAPESPA/IBGE 24250,13 14926,79 20214,09 63853,08 20744,58 27175,33 10977,74 14223,20 8367,13 12703,78 7450,48 11288,26 14017,34 15103,00 13431,86
Renda (per
IBGE Censo 492,05 266,28 440,60 289,16 345,44 658,31 256,37 231,91 231,94 195,22 242,49 423,85 219,97 322,61 353,67
capita )
Analfabetismo IBGE Censo 12,49 19,19 13,85 27,41 18,35 8,90 20,58 21,53 17,29 30,10 17,78 11,59 22,80 19,77 15,11
Ideb (séries
INEP 5,70 4,20 4,60 3,50 4,30 5,60 4,40 4,20 4,80 3,60 4,80 4,00 4,10 4,60 4,50
iniciais)
Ideb (séries
INEP 4,80 3,80 4,20 3,30 3,60 4,50 3,40 3,40 3,70 3,30 4,40 2,90 4,40 4,10 3,90
finais)
Evasão escolar
no INEP 0,30 7,90 8,50 6,80 0,70 1,20 0,60 8,60 0,20 0,10 6,60 0,10 2,40 0,10 3,00
ens.fundamental
Evasão escolar
INEP 0,10 0,00 0,90 0,00 1,40 1,20 0,00 0,50 13,60 0,00 9,60 0,50 1,10 0,00 1,60
no ens.médio
Acesso à internet IBGE Censo 9,44 4,02 9,18 3,39 2,42 14,91 2,83 4,81 0,00 4,06 2,69 3,04 1,80 4,71 4,33
Roubos SEGUP/SIAC 603,61 464,92 325,46 26,51 206,41 263,91 148,94 57,83 44,22 382,87 34,95 73,41 78,40 67,82 253,11
Homicídios SEGUP/SIAC 43,11 69,91 48,33 31,34 28,15 73,74 42,74 76,42 12,63 20,65 3,88 30,27 87,11 31,30 46,22
Acesso à energia
IBGE Censo 92,81 75,50 94,58 85,15 86,56 94,71 87,86 72,70 71,98 71,78 62,89 83,19 69,84 78,99 77,79
elétrica
Índice de Gini IBGE Censo 0,56 0,58 0,57 0,69 0,61 0,54 0,59 0,65 0,59 0,64 0,57 0,62 0,54 0,55 0,57
Cadastro
SEMAS 72,02 86,33 55,49 64,63 91,37 84,96 85,90 88,56 86,45 85,61 82,55 88,32 90,07 68,36 84,79
Ambiental Rural
Desmatamento PRODES 799,10 112,60 273,00 89,00 64,50 363,20 155,30 247,90 85,80 190,00 98,80 608,40 147,70 82,40 133,50
População em
domicílios com IBGE Censo 86,79 84,69 85,39 68,44 76,29 92,52 78,96 79,89 76,33 62,51 79,87 89,01 75,20 76,93 79,48
água encanada
População em
domicílios com
IBGE Censo 65,31 24,33 54,43 20,50 37,87 80,18 31,97 26,99 32,47 32,19 27,71 50,41 28,69 37,72 47,60
banheiro e água
encanada
Focos de calor INPE Queimadas 18,39 29,09 18,26 13,06 26,96 52,41 25,59 53,50 39,03 28,99 32,33 25,93 27,39 26,94 30,49
Coleta de lixo IBGE Censo 91,05 74,44 93,05 68,44 77,56 94,63 88,20 61,48 79,77 88,79 79,03 92,73 91,92 82,51 86,10

Níveis de
Sustentabilidade
Sustentável
Potencialmente
Sustentável
Intermediário
Potencialmente
Insustentável
Insustentável
Fonte: FAPESPA, 2023.
Elaboração: FAPESPA, 2023.

De uma maneira geral, os indicadores que mais impactam de negativamente na


sustentabilidade dos 15 municípios são: Mortalidade Materna, números de profissionais
Médicos, Gravidez na infância, crianças e adolescentes em situação de Trabalho Infantil e
na adolescência, Acesso à internet (Censo 2010) e População em domicílios com banheiros
e água encanada (Censo 2010).

46
Já quando nos debruçamos sobre a melhora do nível de sustentabilidade dos
municípios do decreto de emergência ambiental, os indicadores que mais contribuem com
este desempenho positivo são: Mortalidade na infância, Evasão escolar no ensino
Fundamental, Evasão escolar no ensino médio e Cadastro ambiental rural, apresentando
níveis mais sustentáveis ou potencialmente sustentáveis.

Figura 6.4 – Mapa Nível de Sustentabilidade dos municípios em emergência ambiental -


2022.

Fonte: FAPESPA, 2023.

47
Figura 6.5 – Mapa Nível de Sustentabilidade da Dimensão do Bem-Estar Humano dos
municípios em emergência ambiental - 2022.

Fonte: FAPESPA, 2023.

Figura 6.6 – Mapa Nível de Sustentabilidade da Dimensão do Bem-Estar do Ecossistema


dos municípios em emergência ambiental - 2022.

Fonte: FAPESPA, 2023.

48
Referências Bibliográficas

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ilegal, destruição e luta em terras Munduruku. Luísa Molina, Luiz Jardim Wanderley –
Brasília, DF:, 2021.

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Municípios 2020. Disponível em: <https://tinyurl.com/3yc8v3fp>. Acesso: 23/02/2023.

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Estado do Pará 2022. Disponível em: <https://www.fapespa.pa.gov.br/anuario-estatistico-do-
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Sustentabilidades dos Municípios do Pará 2022. Disponível em:
<https://tinyurl.com/3yc8v3fp>. Acesso: 23/02/2023.

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Sustentabilidades dos Municípios do Pará 2021. Disponível em:
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Disponível em: <https://www.fapespa.pa.gov.br/node/201>. Acesso: 23/02/2023.

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Regiões de Integração 2022. Disponível em: <https://www.fapespa.pa.gov.br/radar-de-
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ferramenta-aprimora-controle-do-desmatamento-ilegal>. Acesso em 22 fev. 2023.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Áreas Territoriais. Disponível em:


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dos-municipios.html>. Acesso: 23/02/2023.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativas Populacionais. Disponível


em:<https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9103-estimativas-de-
populacao.html?=&t=resultados>. Acesso: 23/02/2023.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção da Extração Vegetal e da


Silvicultura. Brasília: IBGE, 2021. Disponível em:
<https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pevs/quadros/brasil/2021>. Acesso em: 19 fev. 2023.

ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Estratégia fortalece


conhecimento sobre os biomas. Brasília, ICMBio, 2018. Disponível em:
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49
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Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES). Brasília: INPE, 2021. Disponível
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LUCCI, E. A., et al. Território e sociedade no mundo globalizado: Geografia Geral e do


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MAPBIOMAS - Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil.


Estatísticas. São Paulo: MAPBIOMAS, 2021. Disponível em:
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MDS - Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.


Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Brasília: CADÚNICO, 2022. Disponível
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Ministério da Indústria, comércio Exterior e Serviços - MIDC. Estatística do Comercio Exterior


Brasil. Brasília: MDIC, 2022. Disponível em: <http://comexstat.mdic.gov.br/pt/home>. Acesso
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MMA - Ministério do Meio Ambiente. Painel de Unidades de Conservação Brasileira.


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br/arquivos/noticias/garimpo-ilegal-e-o-avanco-da-pratica-na-terra-indigena-kayapo>. Acesso em
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MPEG - Museu Paraense Emílio Goeldi. Museu - O que a história da Amazônia pode ensinar
aos líderes do nosso tempo. Brasília, MPGE, 2022. Disponível em:
<https://www.gov.br/museugoeldi/pt-br/a-instituicao/difusao-cientifica/museu-na-midia/clipping-
de-noticias/museu-o-que-a-historia-da-amazonia-pode-ensinar-aos-lideres-do-nosso-tempo-1>.
Acesso em 19 fev. 2023.

RAIS - Relação Anual de Informações Sociais. Relatório de Informações Socioeconômicas.


Disponível em: < https://bi.mte.gov.br/bgcaged/login.php>. Acesso: 23/02/2023.

Secretária de Estado da Fazenda – SEFA – Nota Fiscal Eletronica (NFe). Ofício nº 056/
Gabinete-Fapespa/2021. Belém, 25/07/2021.

VEJA Política. Candidatos do garimpo: o potencial eleitoral da exploração da Amazônia.


VEJA, 2020. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/politica/candidatos--do-garimpo-o-
potencial-eleitoral-da-exploracao-da-amazonia/> Acesso em 26 fev. 2023.

50
ANEXO I - QUESTIONÁRIO GT-MEA FEVEREIRO 2023

Os municípios que responderam o questionário foram: Portel, Novo Repartimento, Novo


Progresso, Anapu, Itaituba, Jacareacanga, Placas, São Félix do Xingu, Altamira, Rurópolis,
Medicilândia, Uruará e Pacajá, faltando apenas o município de Trairão.

Figura 01 –Atividade de Extração Mineral (Garimpo) nos Municípios do Decreto de Emergência


Ambiental- 2023

Fonte: FAPESPA, 2023.

Quadro 01- Quantidade de Trabalhadores e o Impacto Econômico da Atividade de Extração


Mineral (Garimpo) nos Municípios do Decreto de Emergência Ambiental - 2023
Município Quantidade de Trabalhadores Impacto Econômico
Portel 100 famílias Em torno de dois milhões por mês
A extração mineral representa mais
de 50% da economia de Novo
Progresso, pois além da atividade
dentro do território municipal, temos
a garimpagem na reserva do
Novo Progresso Aproximadamente 1.500 pessoas
Tapajós que fica no território de
Itaituba, mas tem cerca de 5000
garimpeiros que são residentes em
Novo Progresso e atuam nesta área
em Itaituba.
Apesar de está localizado no
território de Anapu a
comercialização, renda, compra e
Segundo dados da Secretaria de
venda advindos dessa atividade é
Gestão do Meio Ambiente e
realizada predominantemente no
Turismo de Anapu (SEMMAT), em
município de Novo Repartimento por
2014 estimavam-se cerca de 800
Anapu onde é feito a logística de transporte
(oitocentas) pessoas trabalhando
e suprimentos. Mas segundo dados
no Garimpo Manelão, localizado
da SEMMAT (2014), estimasse que
na Terra Indígena Trincheira
mensalmente são lavrados entre 70-
Bacajá.
100 kg de ouro mensalmente. Em
valores atuais em reais pode variar
entre 24 e 35 milhões de reais.

51
Município Quantidade de Trabalhadores Impacto Econômico
Secretaria do Meio Ambiente Cerca de 60% da economia do
Itaituba estima em torno de 80 (oitenta mil município, em média 6 bilhões de
pessoas) reais por ano.
Arrecadação em torno de R$ 300,00
Em torno de 1.200 pessoas de
Jacareacanga mil, só que os danos é impossíveis
forma direta ou indireta
mensurar.
São Félix do Xingu 12.000 500 milhões por ano
Altamira 500 R$1.000.000,00
Não Dispomos, Sendo
Não Dispomos, Sendo Necessário
Senador José Porfirio Necessário fazer um
fazer um Levantamento.
Levantamento.
Não há meios de quantificar o
Não há como estimar esse
numero de pessoas que
impacto, haja vista, que nem todos
Pacajá trabalham ou trabalharam, visto
tem licenciamento ambiental
que esses dados são efeitos do
concluído.
ministério do trabalho e IBGE.

Tabela 01 –Atividade de Extração Figura 02 – Atividade de Extração


Madeireira nos Municípios do Decreto de Madeireira nos Municípios do Decreto
Emergência Ambiental- 2023 de Emergência Ambiental- 2023

SIM NÃO
Portel Altamira
Novo Repartimento
Novo Progresso
Anapu
Itaituba
Jacareacanga
Placas
São Félix do Xingu
Rurópolis
Medicilândia
Uruará
Senador José Porfirio
Pacajá
Fonte: FAPESPA, 2023.

52
Quadro 02- Quantidade de Trabalhadores e o Impacto Econômico da Atividade de Extração
Madeireira nos Municípios do Decreto de Emergência Ambiental - 2023

Município Quantidade de Trabalhadores Impacto Econômico


Portel é um município extrativista
a população ribeirinha vive da
Portel São milhões
extração madeira mais de 5 mil
famílias
Novo Repartimento SEM ESTIMATIVA R$11.552.226,25
Hoje como a extração florestal esta
Novo Progresso Aproximadamente 1200 pessoas enfraquecida chega a 10% da
economia
Somente folha de pagamento
estimasse o valor de mais de R$
840.000/mês. Sem contabilizar
Aproximadamente 240
outros insumos, como combustível,
funcionários, segundo dados da
alimentação, EPI, torneados,
Anapu Cooperativa Industrial Agro
oficinas, borracharias etc, segundo
Sustentável da Transamazônica
dados da Cooperativa Industrial
e BR 163 - COOIAST.
Agro Sustentável da
Transamazônica e BR 163 -
COOIAST.
Em média 500 milhões de reais por
Itaituba Em média 7 mil pessoas.
ano.
Jacareacanga 48 Impossível mensurar.
Placas Sem estimativa - 300 pessoas Estimativa 500.000,00
São Félix do Xingu 1100 pessoas 150 mil reais por ano
Rurópolis 70 SEM ESTIMATIVA
Medicilândia Não temos estimativa SEM ESTIMATIVA
25.000.000,00 (VINTE E CINCO
Uruará 3.000 pessoas
MILHÕES).
Não Dispomos, Sendo
Não Dispomos, Sendo Necessário
Senador José Porfirio Necessário fazer um
fazer um Levantamento.
Levantamento.
Os impactos econômicos são
grandes, já que esse setor
Não há meios de quantificar o
representa, para o município, um
número de pessoas que
dos setores gerador de emprego
Pacajá trabalham ou trabalharam, visto
grande para a população local.
que esses dados são efeitos do
Em valores ECONOMICOS não
ministério do trabalho e IBGE.
há meios de realizar qualquer
estimativa.

53
Figura 03–Atividade de Serrarias nos Municípios do Decreto de Emergência Ambiental- 2023

Quadro 03- Quantidade de Trabalhadores e o Impacto Econômico da Atividade de Serrarias nos


Municípios do Decreto de Emergência Ambiental - 2023

Município Quantidade de Trabalhadores Impacto Econômico


Portel Trezentos de carteiras assinada Vários milhões
Novo Repartimento NÃO SE APLICA R$119.505.787,50
Já mencionei juntamente com a já estimei juntamente com atividades
Novo Progresso
extração madeireira madeireira
Atualmente contam com 405
O extrativismo da madeira é um dos
funcionários ligados diretamente
principais fatores econômicos que
às serrarias em Anapu, e 3000
movimentam a economia de vários
trabalhadores indiretos, segundo
municípios do Pará, em Anapu,
dados da COOIAST. O Imazon em
segundo IBGE a extração vegetal -
estudo sobre o Setor Madeireiro
Anapu extração em tora é de 3.341,00 (x
na Amazônia estima que para
1000) R$, contudo esse dado pode
cada 1 emprego direto o setor
está subestimado. A indústria
gere 2,06 indiretos, e de acordo
madeireira, serrarias estimasse
com essa pesquisa seriam cerca
19.451,98 (x 1000) R$ ainda
de 835 empregos indiretos no
segundo dados do IBGE 2020.
setor madeireiro em Anapu.
Itaituba Em média 1500 pessoas. Em média 800 milhões por ano.
Jacareacanga 48 2 milhões mensal.
Placas Estimativa: 300 pessoas Estimativa de 500.000,00
São Félix do Xingu 400 100 milhões por ano
Altamira 3000 1.350.000,00
Rurópolis 150 SEM ESTIMATIVA
Medicilândia 10 Não temos estimativa
100.000.000,00 (cem milhões de
Uruará 1.000 (MIL) funcionários.
reais).
Senador José Porfirio 400 pessoas aproximadamente. Sem estimativa

Os impactos econômicos são


grandes, já que esse setor
Não há meios de quantificar o
representa um dos maiores
número de pessoas que
Pacajá trabalham ou trabalharam, visto geradores de emprego do
que esses dados são efeitos do município, para a população local.
ministério do trabalho e IBGE. Em valores não há meios de
realizar qualquer estimativa.

54
Tabela 02 –Existência de Comunidades Figura 04 – Existência de Comunidades
Indígenas nos Municípios do Decreto de Indígenas nos Municípios do Decreto de
Emergência Ambiental- 2023 Emergência Ambiental- 2023
SIM NÃO
Altamira Portel
Novo Repartimento Novo Progresso
Anapu Itaituba
Jacareacanga Placas
São Félix do Xingu Rurópolis
Medicilândia Pacajá
Uruará
Senador José Porfirio
Fonte: FAPESPA, 2023.

Quadro 04- Quantidade de Indígenas e os Impactos Econômicos e Sociais nos Municípios do


Decreto de Emergência Ambiental - 2023

Município Quantidade de Indígenas Impactos Econômicos e Sociais


Portel
Novo Repartimento 1500 Não
Não temos área indígena no
território de Novo Progresso, mas
temos a convivência com
Novo Progresso aproximadamente 1500 indígenas Desconheço
que tem suas terras no município
de Altamira, mas são próximos da
nossa cidade.
Na Terra Indígena Trincheira
Bacajá (TITB) segundo censo do Impactos sociais advindos com ação
DSEI (17/01/2023) estimasse uma de combate ao garimpo ilegal não é
população de 1180 indígenas. conhecido pelo Município de Anapu
Anapu
Sendo composto por 367 devido a restrição de atuação
mulheres, 361 homens e 473 desses entre federativo neste
crianças (sendo 215 meninas e território.
237 meninos)
Uma parte da população indígena
Jacareacanga 12 mil pessoas.
trabalha com garimpo.
Aproximadamente: Homens -
Não foi mensurado impacto até o
São Félix do Xingu 1450; Mulheres - 1750; Crianças –
momento.
2500.
Altamira 2.175 NÃO SE APLICA
Medicilândia Não temos estimativa NÃO SE APLICA
Senador José Porfirio Não temos estimativa Não temos estimativa
07 MULHERES, 07 HOMENS E
Uruará NÃO SE APLICA.
08 CRIANÇAS.

55
Tabela 03 – Satisfação dos municípios por ter Figura 05 – Satisfação dos municípios por
sido incluído no decreto de Emergência ter sido incluído no decreto de Emergência
Ambiental do Estado do Pará - 2023 Ambiental do Estado do Pará - 2023

Grau Satisfação Municípios


Portel, Novo
Progresso, Novo
INSATISFEITO
Repartimento e
Jacareacanga.
MUITO INSATISFEITO Itaituba
Placas, Pacajá,
NEUTRO Anapu e
Medicilândia.
POUCO SATISFEITO Rurópolis
Altamira, São Félix
do Xingu, Uruará e
SATISFEITO
Senador José
Porfirio.
Fonte: FAPESPA, 2023.

Quadro 05 - Ações dos Governos Municipais e Sugestões a Serem Ofertadas aos


Trabalhadores das Atividades Ilegais de extração Mineral e Madeireira nos Municípios do
Decreto de Emergência Ambientais - 2023
Município Ações Municipais Sugestões dos Municípios
Lutar para legalizar os
Portel Que o estado legalize
projetos
O município através da
Melhoria de estrutura local para a
Secretaria Municipal de Meio
implantação do trabalho de ajuda e
Novo Repartimento Ambiente tem orientado os
educação ambiental para as práticas de
produtores em como se
manejo florestal.
regularizar ambientalmente.
hoje nossa estrutura é As atividades que hoje estão sendo
pequena de apoio social, pois feitas de forma ilegal, são por falta de
as ações de fiscalização fazer atuação dos órgãos legalizadores
com que muitas pessoas (INCRA, ANM). Minha sugestão é de
Novo Progresso fiquem desalojadas, que a mesma estrutura que os governos
principalmente as que atual na colocam para os órgãos de fiscalização
área garimpeira e o município e controle, seja colocada a disposição
não tem estrutura para alojar dos órgãos legalizadores, assim
estas pessoas. reduziria a ilegalidade em 80%.

56
Município Ações Municipais Sugestões dos Municípios
O governo municipal pode
Incentivo e modernização da agricultura
contribuir para melhorar a
familiar que representa parte
situação social dos
significativa na geração de renda da
trabalhadores oriundos dessas
população Anapuense, incentivo a
atividades ilegais por meio de:
pecuária intensiva sustentável, com
1) Formação de Recursos
melhor aproveitamento de área e melhor
Humanos; Criação de polos
produção, ambas geram empregos
de viveiros agroflorestais,
diretos e indiretos. Capacitar a
Programa de Garantia de
Anapu população local em prol de melhor
Renda Mínima,
renda e empreendedorismo sustentável
Programa Geração de
com base no processamento de
Emprego e Renda.
matérias-primas da Amazônia para
Estabelecer objetivos
então transformá-las em produtos de
programáticos, que integre as
alto valor agregado, beneficiando os
dimensões econômica, social
diversos elos das cadeias de valor como
e ambiental, de forma realista,
cacau, açaí, cupuaçu, castanha do Pará,
planejada e centrada nas
pescado.
pessoas.
Projeto garimpo sustentável e
projeto de recuperação de
áreas degradadas pela Cadastrar todos os trabalhadores e
atividade garimpeira. Ações frentes de lavras (garimpo), e buscar
Itaituba de fiscalização e alternativas de manejo da atividade que
licenciamento ambiental da reduzam significativamente os impactos
atividade garimpeira, bem ambientais negativos.
como ordenamento da
atividade garimpeira.
Fazer atividade juntamente
como governo estadual e
Inicio das atividades da exploração das
federal. Porém não há
Jacareacanga APPs, apoio ao setor primário e
atividade especifica de
qualificação profissional.
responsabilidade do
município.
Oportunizar os trabalhadores
Placas ao setor secundário e setor Incluir nos setores produtivos primários
terciário
O município não possui
estrutura para absorver as
demandas geradas em
eventuais desmobilizações
das atividades mencionadas. Geração de emprego e renda através de
Não há condições para atração de indústria (verticalização) e
São Félix do Xingu
atendimento hospitalar/saúde, fortalecimento do comércio no
educação (vagas escolares) e município.
habitação (Déficit habitacional
do município está em torno de
17.500 unidades
habitacionais).
Promover a regularização
ambiental dessas atividades, Incentivo à bioeconomia e às indústrias
Altamira intensificação das ações de de outros setores com os quais estas
fiscalização com apoio do regiões tenham mais afinidade.
estado.

57
Município Ações Municipais Sugestões dos Municípios
Existem unidades de conservação que
Regularizar e incluir o setor através de órgão fiscalizadores federais
madeireiro local nas e estaduais poderia produzir de forma
explorações sustentáveis de sustentável o manejo florestal, tendo em
áreas de conservação, na qual vista que esse é a principal e maio
se observa que a maioria da atividade empresarial existente no
atividade legalizada dentro município no momento. Oportunizar e
dessas áreas não gera renda através deste trabalho de manejo em
Rurópolis
para o município e nem unidades de conservação, com uma
oportunidade para os fiscalização e acompanhamento, com
empreendimentos locais, e normas que permitam que o próprio
que se faz parte de impacto empreendedor do setor monitore a
local deveria ser voltado regularidade com pena de perder
exclusivamente para as permanentemente autorização para
empresas locais. atividade nos descumprimentos das
atividades.
Assistência para assegurar os direitos
Fiscalização e Licenciamento
Medicilândia de moradia, alimentação e reinserção no
Ambiental de atividades.
mercado de trabalho.
Cursos de capacitação; Estímulo as atividades legais de
cadastro no SINE; orientação extração de madeira; fomento as
Uruará
para ingressar em outras atividades produtivas agrícolas e
atividades produtivas. pecuárias.
Realizar Levantamento das
Senador José Porfirio Famílias Dependente e Não se Aplica
Inserido no Cadastro Único.
Intensificar as ações de Capacitação em outras atividades que
Pacajá assistência social e educação possam se adequar a realidade dos
ambiental. mesmos.

Quadro 06 - Outras Categorias atingidas por Municípios no Decreto de Emergência Ambientais -


2023
Município Outras Categorias Atingidas
Portel Pecuária
Novo Repartimento Pecuária
Novo Progresso Pecuária
Anapu Pecuária e agricultura
Itaituba Mineração
Jacareacanga Pecuária
Placas Pecuária
São Félix do Xingu Agricultura, mineração, Pecuária e comércio.
Todas as atividades anteriores tiveram algum impacto em Relação à
Altamira
especulação gerada pelo decreto.
Rurópolis Agricultura
Medicilândia Pecuária
Serviços e comércio; pecuária; agricultura; produção De leite e mercado
Uruará
financeiro de gado de corte, cria e recria de peixe.
Senador José Porfirio Comércio e serviços, agricultura e pecuária, mineração.
Pacajá Mercado financeiro de gado de corte, cria e recria, peixe ...

58
Quadro 07- Obras do Governo do Estado por Municípios no Decreto de Emergência Ambientais
– 2023
Município Obras e Estado de Execução
Portel Sim
Sim, existem obras do Estado no município. Atualmente as mesmas se
encontram sem repasse de verba do estado, estando às mesmas
Novo necessitando urgentemente que haja os pagamentos para as empresas
Repartimento executoras. Todas são de alto impacto econômico e especialmente social,
como é o caso do Mercado Municipal de Novo Repartimento, que se
encontra a 5 meses sem repasse.
Sim. As obras que são de execução direta do estado 80% estão paralisadas
(creche, escola tecnológica, asfaltamento CAF). As que são conveniadas
Novo Progresso com município estão 50% em andamento e 50% paralisadas aguardando
liberação de parcela dos convênios. Assim que forem concluídas trarão um
grande ganho social.
Sim, existem obras do Governo do Estado no município de Anapu: 1) Asfalto
por todo Pará na área urbana da cidade de Anapu; 2 ) Reforma e ampliação
Anapu
das escolas estaduais de ensino médio. Projeto Territórios Sustentáveis, não
inclui como obra, mas como ação de programa de governo.
Sim. Estão todas em fases de desenvolvimento e construção. Como
pavimentação de ruas na cidade e nos distritos de Moraes Almeida, Campo
Itaituba Verde e Miritituba. Escolas de ensino médio no distrito de Moraes Almeida e
na sede do município de Itaituba. Todas as obras geram emprego e renda,
são de suma importância para o desenvolvimento econômico e social.
Creche São Pedro, Escola Haroldo Veloso, Afastamento do Bairro União e
Jacareacanga
retomada da rede agua em processo licitatório.
Instalação do Banco BanPará, convênio da construção da prefeitura,
convênio da construção das pontes, convênio da SETRANS, convênio do
Placas
CRAES, convênio da casa abril, convênio da casa de conselhos e convênio
do território sustentável.
Ponte do Rio Fresco - Em execução. Construção da praça pública do setor
São Félix do rodoviário - Em execução. Reconstrução da quadra e praça do triângulo - Em
Xingu execução. Quartel Corpo Bombeiros. Escola de segundo grau Taboca.
Creche Ladeira vermelha
Sim, hospital materno infantil, asfalto por todo o Pará, usina da paz,
Altamira policlínica, entre outras que estão trazendo grande beneficio à população do
município de Altamira.
Existem pequenas obras do governo, mais que o impacto ainda é pequeno
economicamente tendo em vista que muitas vezes as empresas executoras
Rurópolis
são de outros municípios, ficando mais reduzida ainda a oportunidade de
emprego e renda.
Sim, em fase de instalação/construção, com previsão de impacto positivo na
Medicilândia
qualidade de vida dos munícipes.
Sim, existem obras do estado no município que estão em fase de execução.
Uruará Os impactos econômicos e sociais são positivos, haja vista, o valor injetado
na economia aliado a diminuição do desemprego na região.
Sim, Pavimentação e Drenagem de Vias Públicas, Reforma e Construção da
Senador José
Hidroviária, Construção da Câmara Municipal. Em processo de execução. O
Porfírio
impacto positivo.
Sim, varias em andamento: Tais como reformas de escolas, quadras
esportivas, pavimentação. Quanto aos impactos econômicos e sociais se
Pacajá
refletem na geração de emprego e renda para a população em geral da
região.

59
Figura 06 – Secretarias de Meio Ambiente habilitadas para licenciar empreendimentos de
baixo impacto no decreto de Emergência Ambiental do Estado do Pará - 2023

Quadro 08- Sugestões para inclusão da mão de obra das pessoas desempregadas por ações
de fiscalização do Decreto de Emergência Ambientais de acordo com as vocações territoriais –
2023

Município Sugestões de Inclusão Mão de Obra


Portel Que o governo promovesse a legalização dos projetos madeireiros
Deve-se investir em implantação de ajuda e educação ambiental para as
Novo Repartimento
práticas de manejo florestal.
Primeiro seria investimento nos órgãos legalizadores, pois como relatei
Novo Progresso
anteriormente estas atividades são passiveis de legalização.
Politicas públicas baseadas em nova bioeconomia com protagonismo
das comunidades locais na produção de produtos de alto valor
agregado, a partir da valorização cultural e ambiental. Promover os
aspectos técnicos, tecnológicos e o desenvolvimento da capacidade
empreendedora centrada em produtos madeireiros com manejo florestal,
Anapu produtos não madeireiros da biodiversidade amazônica, com ações de
capacitação, realizadas diretamente nas comunidades locais. Exemplo.:
Incentivo a atividades produtivas sustentáveis: 1) Incentivo e treinamento
para recuperação de áreas degradadas em Sistemas Agroflorestais
(SAFS) , incentivo a pecuária sustentável, pesca e aquicultura e manejo
florestal comunitário e familiar Madeireiro e Não Madeireiro.
Normalmente a mão de obra do garimpo é formada por pessoas com
baixo nível de educacional, normalmente analfabetos. Então teria que
Itaituba
pensar numa forma de educação primária ou técnica que possibilita uma
mão de obra mais qualificada.
Inicio das atividades exploração da madeira das APP, apoio ao setor
Jacareacanga
primário e investimento no potencial turístico.
Placas Oportunizar a mão de obra no setor secundário e terciário
Geração de emprego e renda através de atração de indústria
São Félix do Xingu
(verticalização) e fortalecimento do comércio no município.
Para tal haveria necessidade de um estudo socioeconômico
aprofundado nestas áreas, tendo em vista que essas atividades
Altamira
acabaram tornando-se as principais fontes de renda no local, direta e
indiretamente.

60
Município Sugestões de Inclusão Mão de Obra
Quanto ao impacto afetado pelo decreto neste momento, e que muitos
desempregos tem ocorrido devido a fiscalização em empreendimentos
de pequeno porte no setor madeireiro, um viabilidade no empresarial
seria oportunizar o manejo em áreas de conservação. Como a FLONA
Tapajós, a qual faz parte do território de Rurópolis, e que todo seu
manejo esta indo a municípios que nem fazem divisa com esta unidade,
também a reserva Riozinho do Anfrizio que é divisa territorial com o
município de Altamira. Quanto a agricultura familiar que é de fato uma
Rurópolis das impactadas, oportunizar a produção sustentável através de SAFs,
por ser lotes de apenas 1(um) modulo fiscal, esse potencial que as
vezes vem influenciando o desmatamento, pois a pecuária tem se
tornado uma atividade local muito grande, na verdade ao decorrer do
tempo muitos pasto degradado e sem vocação para a pecuária poderia
ser revertido no plantio de cacau. Atividade esta que hoje o município
tem a maio produção por pé da região. Ou seja, ampliar a assistência
técnica e os incentivos fiscais para que possa produzir o "Cacau
Floresta" produção, qualidade, e reflorestamento.
Medicilândia NÃO SE APLICA
Fomentar e estimular o uso sustentável da floresta, através de PMFS e
Uruará outros; fomentar a produção agrícola e pecuária de forma sustentável,
além de buscar agregar valor aos projetos legais.
Sim, as Atividades de Fomento a Agricultura de Subsistência, Plano de
Senador José Porfirio
Manejo Florestal.
Pacajá Capacitação.

Tabela 04 – Aprovação dos municípios Figura 07 – Aprovação dos municípios


por ter sido incluído no decreto de por ter sido incluído no decreto de
Emergência Ambiental do Estado do Emergência Ambiental do Estado do
Pará - 2023 Pará - 2023

Aprovação Município
Pacajá, Medicilândia,
Rurópolis, Altamira, São Félix
Aprova Totalmente
do Xingu, Uruará e Senador
José Porfirio.
Desaprova Portel, Novo Progresso, Novo
Totalmente Repartimento e Itaituba.
Não tenho opinião o Jacareacanga, Placas e
tema Anapu.
Fonte: FAPESPA, 2023.

61
Tabela 05 – Percepção do Nível de Figura 08 – Percepção do Nível de
Sustentabilidade Municipal dos municípios Sustentabilidade Municipal dos municípios
incluídos no decreto de Emergência incluídos no decreto de Emergência
Ambiental do Estado - 2023 Ambiental do Estado - 2023

Nível de Sustentabilidade Municípios


Insustentável Pacajá
Neutro de Sustentabilidade Rurópolis e Anapu
Senador José
Potencialmente Porfirio, Novo
Insustentável Repartimento e
Jacareacanga
Medicilândia,
Altamira, São Félix
Potencialmente Sustentável
do Xingu, Uruará,
Portel e Itaituba.
Novo Progresso e
Sustentável
Placas
Fonte: FAPESPA, 2023.

Tabela 06 – Total de Ocupados nos Municípios em Emergência Ambiental, conforme declaração dos
Gestores Municipais – 2023.
Município Total Garimpo Extração Madeireira Serraria

MEA 126.671 96.200 22.958 7.513


Altamira 3.500 500 0 3.000
Anapu 1.445 800 240 405
Itaituba 88.500 80.000 7.000 1.500
Jacareacanga 1.296 1.200 48 48
Medicilândia 10 0 0 10
Novo Progressso 2.700 1.500 1.200 0
Novo Repartimento 0 0 0 0
Pacajá 0 0 0 0
Placas 600 0 300 300
Portel 10.500 200 10.000 300
Rurópolis 220 0 70 150
São Félix do Xingu 13.500 12.000 1.100 400
Senador José Porfírio 400 0 0 400
Trairão* - - - -
Uruará 4.000 0 3.000 1.000
Fonte: Prefeituras dos MEA, 2023.
Elaboração/Estimativa: FAPESPA, 2023.
Nota: para os dados informados em numero de famílias, mulplicou-se o numero médio de adultos em cada núcleo familiar (2 dois)
pelo numero de famílias informado.
*Município não respondeu ao questionário eletrônico enviado pela DIPEA/FAPESPA.

62
ANEXO II – ANEXO DE TABELAS E FIGURAS

Lista de Tabelas

Tabela 2.1 – Estimativa de áreas protegidas por tipo dos MEA – 2023. .......................................... 6
Tabela 2.2 – População; Pessoas e Famílias inscritas no Cadúnico; Famílias Inscritas no
CadÚnico que recebem Auxílio Brasil (%); e Pessoas inscritas no CadÚnico com cor/raça
Indígena (2022). ................................................................................................................................ 9
Tabela 2.3 – População em Idade Ativa (18 a 59 anos) e Percentual da População em Idade
Ativa que tem Vínculo Empregatício no Mercado Formal – Pará e MEA – 2021. .......................... 10
Tabela 3.1 – Desagregação da área destinada ao garimpo (em Km²), Pará x MEA (1985-
2021)................................................................................................................................................ 16
Tabela 3.2 – Desagregação da produção florestal (ton), Pará x MEA (1985-2021). ...................... 21
Tabela 3.3 – Detalhamento do número de ocupados inscritos no CADUNICO, MEA
(Dez/2022). ...................................................................................................................................... 22
Tabela 3.4 - Indicadores PIB - Municípios em Emergência Ambiental 2020 – Pará. ............. 23
Tabela 3.5 - Principais Atividades no Valor Adicionado, excluindo a Administração Pública –
Municípios MEA – Pará 2020. ......................................................................................................... 25
Tabela 3.6 - Principais Atividades tendo Municípios MEA como Emissor da Mercadoria - NFe
2018. ................................................................................................................................................ 27
Tabela 3.7 – Desagregação das exportações por municípios, MEA (1997-2022). ........................ 29
Tabela 3.8 – Desagregação das exportações por produto, MEA (1997-2022). ............................. 30
Tabela 3.9 – Desagregação das importações por produto, MEA (1997-2022). ............................. 32
Tabela 4.1 - População e percentual por faixa etária da população do Pará e dos Municípios
em Emergência Ambiental, segundo sua classificação – 2021. ..................................................... 34
Tabela 4.2 – População total, por faixa etária, classificação de faixa etária e gênero dos
Municípios em Emergência Ambiental no Estado do Pará - 2021. ................................................. 35
Tabela 5.1 – Número de Vínculos Empregatícios e Estabelecimentos no Emprego Formal,
por ranking no Subsetor de Atividade IBGE, no Estado do Pará e nos Municípios em
Emergência Ambiental – 2021. ....................................................................................................... 39
Tabela 5.2 – Estabelecimentos e Vínculos Empregatícios relacionados às Atividades
Madeireiras e de Garimpo, no Emprego Formal, no Estado do Pará e dos Municípios em
Emergência Ambiental – 2021. ....................................................................................................... 40
Figura 5.3 – Número de Estabelecimentos e Vínculos por CNAE Subclasse nas Atividades
de Garimpo (Extração de Minerais Metálicos Não-Ferrosos) – 2021. ............................................ 41
Figura 5.4 – Número de Estabelecimentos por Atividade e Número de Empregados, no
emprego formal, nos Municípios em Emergência Ambiental – 2021. ............................................. 42
Quadro 6.1 – Indicadores de Sustentabilidade, Fontes de Coleta, Valores Reais e
Categorização dos Níveis de Sustentabilidade com Base na Escala do BS dos Municípios
em Emergência Ambiental - 2022. .................................................................................................. 46

63
Lista de Figuras

Figura 2.1 – Mapa de Localização dos Municipios em Emergência Ambiental – 2023. ................... 5
Figura 2.2 – Mapa das Áreas Protegidas nos Municípios em Emergencial Ambiental – 2023. ....... 7
Figura 2.3 - Incremento do Desmatamento (km²), Pará e MEA, 2010-2021. ................................... 8
Figura 2.3 - Barômetro da Sustentabilidade dos municípios em emergência ambiental - 2022. ... 11
Figura 3.1 – Composição (%) da área destinada à mineração por categoria, Pará (2021). .......... 12
Figura 3.2 – Composição (%) do bioma amazônico paraense, (2001 e 2021). .............................. 12
Figura 3.3 – Evolução da área destinada à mineração, Brasil x Pará (1985-2021). ...................... 14
Figura 3.4 – Evolução da área destinada à mineração por categoria de exploração, Pará
(1985-2021). .................................................................................................................................... 15
Figura 3.5 – Evolução da área destinada ao garimpo, Pará x MEA (1985-2021). ......................... 17
Figura 3.6 – Evolução das áreas de garimpo: Estado do Pará versus garimpo em Terras
Indígenas do Pará (1985-2021). ..................................................................................................... 18
Figura 3.7 – Evolução do extrativismo madeireiro, Brasil x Pará (1986-2021). .............................. 18
Figura 3.8 – Evolução da produção florestal por categoria de exploração, Pará (2001-2021) ...... 19
Figura 3.9 – Evolução da produção florestal, Pará x MEA (2001-2021). ........................................ 20
Figura 3.10 - Participação Setores e Adm. Pública no Valor Adicionado - Municípios em
Emergência Ambiental - 2010-2020 ................................................................................................ 24
Figura 3.11 - PIB Per capita Pará e Municípios em Emergência Ambiental (MEA) 2010-2020. .... 24
Figura 3.12 - Participação da Administração Pública no Valor Adicionado - Municípios em
Emergência Ambiental -2020 .......................................................................................................... 26
Figura 3.13 – Evolução do valor exportado e participação nas exportações do Estado, MEA
(1997-2022). .................................................................................................................................... 28
Figura 3.14 – Evolução do valor exportado dos principais produtos, MEA (1997-2022). ............... 31
Figura 4.1 - População do total dos Municípios em Emergência Ambiental e o percentual que
representam no total da população do Estado do Pará – 2021. ..................................................... 33
Figura 4.2 – Evolução das faixas etárias da população nos Municípios em Emergência
Ambiental, segundo sua classificação – 2010 a 2021. ................................................................... 34
Figura 4.3 – Participação relativa da classificação de faixa etária por gênero da população
dos Municípios em Emergência Ambiental no Estado do Pará - 2021. .......................................... 36
Figura 4.4 – Evolução da Razão de Dependência Total, Infantil e do Idoso nos Municípios em
Emergência Ambiental no Estado do Pará – 2010 a 2021. ............................................................ 37
Figura 5.1 - Número de Estabelecimentos por Setor de Atividade IBGE, no emprego formal,
no Estado do Pará e dos Municípios em Emergência Ambiental – 2021. ...................................... 38
Figura 5.2 – Número de Estabelecimentos e Vínculos por CNAE Subclasse nas Atividades
Madeireiras (Produção Florestal – Floresta Nativas e Desdobramento de Madeira) – 2021. ........ 41
Figura 5.3 – Número de Estabelecimentos e Vínculos por CNAE Subclasse nas Atividades
de Garimpo (Extração de Minerais Metálicos Não-Ferrosos) – 2021. ............................................ 41
Figura 5.4 – Número de Estabelecimentos por Atividade e Número de Empregados, no
emprego formal, nos Municípios em Emergência Ambiental – 2021. ............................................. 42
Figura 6.1 - Barômetro da Sustentabilidade dos Municípios em Emergência Ambiental -
2021. ................................................................................................................................................ 43
Figura 6.2 - Barômetro da Sustentabilidade dos municípios em emergência ambiental - 2022. ... 44
Figura 6.3 – Dimensões do Barômetro da Sustentabilidade dos municípios em emergência
ambiental - 2022. ............................................................................................................................. 45

64
Figura 6.4 – Mapa Nível de Sustentabilidade dos municípios em emergência ambiental -
2022. ................................................................................................................................................ 47
Figura 6.5 – Mapa Nível de Sustentabilidade da Dimensão do Bem-Estar Humano dos
municípios em emergência ambiental - 2022.................................................................................. 48
Figura 6.6 – Mapa Nível de Sustentabilidade da Dimensão do Bem-Estar do Ecossistema
dos municípios em emergência ambiental - 2022. .......................................................................... 48

65

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