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TRANSTORNOS DA DEPENDÊNCIA DE
INTERNET

CARLOS ALBERTO SILVA


 

OLIVEIRA MG
2017
CARLOS ALBERTO SILVA

ESPECIALISTA EM GESTÃO DA
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

TRANSTORNOS DA DEPENDÊNCIA DE
INTERNET
 

OLIVEIRA MG
2017
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
 

BYOD. Bring Your Own Device - Traga Seu Próprio Dispositivo.


PSI. Política de Segurança da Informação.
TI. Tecnologia da Informação.
SUMÁRIO
 

APRESENTAÇÃO
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
1.1. A INTERNET
1.2. REDES SOCIAIS E JOGOS VIRTUAIS
1.3. DISPOSITIVOS MÓVEIS
1.4. TRANSFORMAÇÕES E RISCOS
CAPÍTULO 2 EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
2.1. APLICATIVOS PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS
2.1.1. DISPOSITIVOS MÓVEIS
2.1.2. APLICATIVOS
2.1.3. FUNCIONALIDADES
2.2. REDES SEM FIO
2.3. REDES SOCIAIS
2.4. CONCLUSÃO
CAPÍTULO 3 MUDANÇA CULTURAL
3.1. TRANSFORMAÇÃO, INFORMAÇÃO E INSTABILIDADE
3.2. PERDA DA INDIVIDUALIDADE OU PRIVACIDADE
3.3. A INSTANTANEIDADE
3.4. TRANSPARÊNCIA E PERDA DE MÁSCARAS
3.5. CRIMES NA INTERNET
3.5.1. ROUBOS
3.5.2. BULLYING
3.5.3. PEDOFILIA
3.6. ENSINO
3.7. INFÂNCIA
3.8. TRABALHO
3.9. CONCLUSÃO
CAPÍTULO 4 DEPENDÊNCIA DE INTERNET
4.1. VÍCIO
4.2. DEPENDÊNCIA DE INTERNET
4.3. CAUSAS
4.3.1. AUSÊNCIA DOS PAIS E IRMÃOS
4.3.2. INSENSATEZ DE PAIS E EDUCADORES
4.3.3. POPULARIZAÇÃO DO USO DE INTERNET E TECNOLOGIA
4.3.4. BAIXA AUTOESTIMA
4.3.5. FUGA DA REALIDADE
4.4. CONSEQUÊNCIAS
4.4.1. DEPRESSÃO
4.4.2. QUEDA DO NÍVEL DE APRENDIZAGEM
4.4.3. NOITE DE SONO PREJUDICADA
4.4.4. ACIDENTES
4.4.5. CONSEQUÊNCIAS DIVERSAS
4.5. CONCLUSÃO
CAPÍTULO 5 TRANSTORNOS DA DEPENDÊNCIA DE INTERNET
5.1. RELAÇÕES FAMILIARES
5.2. RELAÇÕES AFETIVAS
5.2.1. RELAÇÕES AMOROSAS
5.2.2. RELAÇÕES DE AMISADE
5.3. RELAÇÕES PROFISSIONAIS
5.4. RELAÇÕES PESSOAIS
5.5. CONCLUSÃO
CAPÍTULO 6 COMBATE A DEPENDÊNCIA DE INTERNET
6.1. AUSÊNCIA DE PAIS E IRMÃOS
6.2. RESPONSABILIDADE DE PAIS E EDUCADORES
6.3. FERRAMENTAS DE CONTROLE PARENTAL
6.4. CONSCIÊNCIA
6.5. AÇÕES PREVENTIVAS
6.6. TRATAMENTO
6.7. CONCLUSÃO
CAPÍTULO 7 PADRÕES DE USO DA INTERNET
7.1. CRIANÇAS E ADOLESCENTES
7.2. ADULTOS
7.3. IDOSOS
7.4. CONCLUSÃO
CAPÍTULO 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
 
A PRESENTAÇÃO
 

A tecnologia e seus avanços alteraram a vida de todas as pessoas e


as relações do mundo corporativo. Ao mesmo tempo em que não há
mais espaço para a organização que não investe em tecnologias
constantemente, também não há espaço para quem não busca
aprender a utilizar os recursos tecnológicos existentes. O mundo
passa por transformações todos os dias e a velocidade com que as
transformações ocorrem é assustadora. Organizações e pessoas
precisam cada vez mais da internet para realizar suas ações, mas o
uso excessivo desse recurso se torna um grave problema de saúde.
Nos dias de hoje, é difícil encontrar alguém que passe um dia inteiro
sem utilizar a rede mundial de comunicação. As pessoas estão
conectadas o tempo todo, seja por motivos profissionais ou por
razões pessoais, por isso o mundo virtual se confunde com a vida
real. O número de informações recebido todos os dias é gigantesco e
os usuários se deparam com um cenário onde são obrigados a
entender novos recursos constantemente.
Por outro lado, o uso descontrolado da tecnologia está criando
diversos transtornos nas relações humanas, situação que pode
acabar com empregos, destruir famílias e desfazer amizades
construídas durante anos. Muitos usuários se esquecem do mundo
real e desejam estar conectados o tempo todo, realidade que cria um
ambiente fértil para conflitos. Esta preocupação excessiva com a
internet e o isolamento do mundo real caracterizam o vício em
tecnologias, um mal que faz milhões de vítimas no mundo todo.
Este livro tem por objetivo apresentar as transformações realizadas
pela tecnologia e seus impactos nas relações pessoais e profissionais.
Apresenta ainda os problemas decorrentes do uso excessivo de
recursos tecnológicos, suas causas, conseqüências e transtornos que
o dependente de internet normalmente enfrenta.
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
 

Internet, redes sociais, jogos virtuais e dispositivos móveis,


representam um gigantesco ambiente de entretenimento, trabalho e
estudos, que transformou nos últimos anos, continua realizando
transformações e provavelmente irá transformar ainda mais a vida
de todos. A tecnologia traz os mais variados benefícios para o homem
e cria oportunidades surpreendentes. Por outro lado, quando o uso de
recursos tecnológicos se torna exagerado, o usuário pode se deparar
com graves conseqüências, que vão desde o desenvolvimento de
doenças até a geração de conflitos sociais e profissionais.
A vida real se confunde com a vida virtual, se é que ainda se pode
separar vida virtual e real. Ambientes virtual e real se misturam e
assim, também lazer e trabalho não possuem mais data e horários
exatos. Tudo se torna incerto, as transformações são de proporções
inimagináveis e a única certeza que cada pessoa pode ter é de que as
transformações vão continuar.
A tecnologia altera a vida de todos e não há mais espaço para quem
não tem interesse em aprimorar suas habilidades e promover melhor
relação com seus familiares e amigos. No que se refere às relações de
trabalho, também não há mais espaço para o profissional que não
busca aprender todos os dias, que não possui iniciativa, que não
procura se envolver com os processos organizacionais e que não sabe
trabalhar em equipe. Quanto ao mundo organizacional, certamente
não há espaço para a organização que não busca obter novas
tecnologias para aprimorar seus processos, que não procura dar
qualidade a seus produtos ou serviços, que não se envolve com seus
funcionários e até mesmo com a comunidade na qual está inserida e
que não procura oferecer conhecimentos e promover treinamentos
para seus colaboradores constantemente.
Assim como altera a vida de cada pessoa, a tecnologia tem papel
fundamental no mundo corporativo e se relaciona diretamente com as
estratégias de negócios e tomadas de decisão de cada empresa. Aliás,
empresas que não valorizam seus profissionais de tecnologia da
informação (TI) e que não visam alinhar seus planos de negócio aos
projetos e planos de TI certamente irão ao fracasso.
 

1.1. A INTERNET
 

A internet atualmente representa algo fundamental na vida de todos.


Através da rede mundial de comunicação pessoas podem fazer
compras, trabalhar, estudar, entreter, dentre outras ações. Este
mundo online tornou-se imprescindível para as organizações também
e não é possível a sobrevivência de qualquer negócio sem que o
mesmo faça uso da internet no decorrer de seus processos diários.
Pode-se dizer então que pessoas e organizações estão reféns da
internet, da tecnologia e dos inúmeros recursos que ambas
proporcionam?
Talvez sim. O número de dados com os quais cada pessoa ou
organização lida hoje em dia é gigantesco, ao mesmo tempo em que a
cada dia surgem novos aplicativos que apresentam diferentes
funcionalidades. Esses cenários provocam uma dependência da
internet por organizações e pessoas, uma vez que a tecnologia
facilita muito o dia-a-dia. Mas a dependência de tecnologias só é
interessante na medida em que traz mais comodidade para seus
usuários e agilidade para os processos organizacionais. Quando o
usuário faz uso de recursos tecnológicos de maneira exagerada, ou
quando a organização exige que seu colaborador faça uso constante
da tecnologia, isso se pode tornar um grande problema para ele e
para quem está a seu redor.
Além da possibilidade de trabalho, entretenimento, estudo e
comodidade, a internet traz outras duas possibilidades, que se não
forem utilizadas de maneira equilibrada podem causar inúmeros
transtornos, que nesse contexto representam o uso de redes sociais e
jogos virtuais. Claro que desequilíbrios podem ser gerados em
qualquer âmbito, por isso não se pode excluir dessa possibilidade o
trabalho, estudo, ou outras ações em excesso por meio da rede
mundial de comunicação.
As plataformas virtuais existentes possibilitam que pessoas realizem
compras em qualquer lugar e a qualquer hora; Por meio da internet
há o ensino a distância, no qual cada pessoa não precisa enfrentar
trânsito intenso, pode adequar seus horários de estudo e tem a
oportunidade de agendar suas avaliações; Pessoas trabalham na
comodidade de seus lares, participam de todos os processos
organizacionais e tomam decisões por meio de ambientes virtuais;
Dentre outros benefícios que a internet disponibiliza para seus
usuários.
 

1.2. REDES SOCIAIS E JOGOS VIRTUAIS


 
As relações humanas e até mesmo profissionais passaram por
transformações profundas nos últimos anos em decorrência do uso de
redes sociais, ambientes nos quais cada pessoa tem acesso a uma
infinidade de informações. Todos fazem uso de alguma rede social,
tal como Facebook, Whatsapp, Twitter, Linkedin, dentre outras. E
quem não possui conta em alguma dessas redes é pressionado por
familiares, amigos ou pela empresa na qual trabalha a criar um perfil
virtual. Situação que parece dizer a cada pessoa: “Se você não possui
conta em redes sociais, não tem identidade.”.
As redes sociais fazem parte do dia-a-dia de qualquer pessoa nos
tempos de hoje e trazem inúmeras vantagens. Dentre os benefícios
disponibilizados pelas redes sociais estão a comunicação rápida, a
aproximação de pessoas geograficamente distantes, a possibilidade
de manifestação sobre qualquer assunto e a oportunidade de obter
diversas informações. Nesse mesmo sentido, os jogos virtuais
proporcionam vários benefícios como a aprendizagem de saber perder,
o estímulo da imaginação, além da possibilidade de entretenimento.
 

1.3. DISPOSITIVOS MÓVEIS


 

Faz-se necessário destacar que todos esses benefícios não são


trazidos apenas pela internet. É importante salientar que a
popularização do uso de dispositivos móveis, como smartphones ou
tablets, tem um papel fundamental nesse meio, pois permite o acesso
à rede mundial de comunicação em qualquer lugar. Além disso,
dispositivos móveis disponibilizam vários aplicativos repletos de
diferentes funcionalidades, que utilizam a internet e trazem para
seus usuários comodidades das mais variadas formas.
O crédito facilitado e as lojas online são dois fatores que
contribuíram muito para a popularização dos smartphones e tablets.
Ao comprar um dispositivo móvel, muitas lojas oferecem ao
consumidor diversas formas de pagamento e prestações com custo
baixo ao mês, o que torna esses produtos muito atraentes para o
consumidor. Além disso, em decorrência do crescimento da atividade
comercial por meio das lojas virtuais, ao decidir comprar um
smartphone, por exemplo, o cliente pode escolher realizar sua compra
pela internet, meio pelo qual ele tem a oportunidade de acessar
diversas lojas, comparar preços e comprar o produto que deseja por
um custo relativamente baixo.
A popularização de dispositivos móveis também decorre das
inúmeras funcionalidades que seus aplicativos oferecem a seus
usuários. Uma pessoa ao fazer uso de um smartphone, por exemplo,
ela tem a oportunidade de se comunicar rapidamente com qualquer
pessoa de forma rápida e praticamente gratuita, só não é por causa
do custo da internet, através do Whatsapp ou qualquer outra rede
social. Além disso, existem aplicativos para localização, para ouvir
rádios, para interação com programas de televisão, para acesso a
várias redes sociais, para a realização de transações bancárias,
dentre outras funções.
 

1.4. TRANSFORMAÇÕES E RISCOS


 
A tecnologia e suas ferramentas provocaram uma mudança
gigantesca nos hábitos de cada pessoa nos últimos anos. Trata-se de
uma mudança cultural, na qual as pessoas se comunicam muito
mais, pessoas lêem e escrevem o dia todo, estudo e trabalho em
algumas situações se tornaram mais individuais, cada pessoa recebe
uma enxurrada de informações todos os dias e trabalho e lazer se
confundem.
Porém, o uso desequilibrado da internet e de suas funcionalidades,
tais como redes sociais, games ou outros ambientes virtuais pode
gerar inúmeros problemas. Isso geralmente ocorre quando uma
criança ou um adolescente não quer realizar as brincadeiras que
gostava antes, passa muitas horas conectado à internet, se relaciona
pouco de maneira presencial com seus amigos, não possui interesse
em conversar com ninguém, ou quando alguém adulto começa a
prejudicar suas relações pessoais ou profissionais, não quer sair de
casa, chega atrasado no trabalho e começa a se afastar de quem lhe é
mais próximo.
Para evitar situações como as que foram citadas anteriormente, no
caso das crianças e adolescentes os pais devem acompanhar seus
filhos, tentando promover uma educação digital, com o objetivo de
evitar que o uso de tecnologias e da rede mundial de comunicação se
torne um problema. Por outro lado, no caso de pessoas adultas, a
família tem papel fundamental nesse sentido. Os familiares ou até
mesmo amigos devem ficar atentos no caso de mudanças de hábitos e
indícios de que algo não vai bem, como ausências ao trabalho, deixar
de fazer algo que antes gostava muito, ou outras ações que gerem
suspeitas.
Conforme descrito anteriormente, a internet, as redes sociais e os
dispositivos móveis permitem maior comodidade para seus usuários e
podem trazer inúmeras facilidades, por isso nos últimos anos os
hábitos e as relações vêm passando por uma profunda
transformação. Mas, quando o usuário inicia um processo de
dependência da tecnologia, ou seja, quando o mesmo não consegue
mais ficar algum tempo desconectado, isso se torna um vício, que
pode contribuir para conseqüências devastadoras na vida de
qualquer pessoa, seja ela criança, adolescente, adulta ou idosa.
 
CAPÍTULO 2 EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
 

A tecnologia nos últimos anos apresenta uma gigantesca evolução e


a população mundial se vê cada vez mais conectada. Atualmente o
usuário tem a seu dispor diversos ambientes virtuais, que
proporcionam para cada pessoa maior agilidade das tarefas diárias,
mais comodidade, comunicação rápida, dentre outros benefícios. É
importante destacar que toda a comodidade oferecida pela tecnologia,
decorre principalmente por causa de 3 fatores: aplicativos para
dispositivos móveis, que apresentam enorme variedade de funções;
Redes sem fio, que possibilitam qualquer pessoa se conectar à rede
mundial de comunicação onde quer que esteja; E redes sociais, que
oferecem comunicação extremamente rápida para seus usuários.
 

2.1. APLICATIVOS PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS


 

Sem dúvida alguma, os aplicativos para dispositivos móveis, tais


como smartphones e tablets, criam um novo cenário para o ambiente
tecnológico, no qual usuários se deparam com um mundo virtual
repleto de funcionalidades. Esses aplicativos trazem uma grande
variedade de entretenimento, agilizam a comunicação e oferecem
muitos benefícios para a realização de atividades que fazem parte do
dia-a-dia de cada pessoa.
 
2.1.1. DISPOSITIVOS MÓVEIS
 

Pode se dizer que um dispositivo móvel é um aparelho eletrônico que


possui um sistema operacional, apresenta diversos aplicativos,
possui acesso à internet, funciona durante muito tempo sem conexão
à rede elétrica e é fácil de ser transportado. Atualmente, cada usuário
tem a sua disposição diversos dispositivos móveis, que possuem
diferentes tamanhos, tais como Smartphones, notebooks, tablets,
netbooks, dentre outros.
Com a popularização de smartphones e tablets ocorrida nos últimos
anos, cada pessoa tem a oportunidade de utilizar tecnologias o dia
todo, onde quer que esteja. Esses dispositivos apresentam custo
relativamente baixo e são fáceis de serem transportados, situação que
leva muitos usuários a maior preferência por dispositivos móveis a
computadores.
A realidade virtual na qual cada pessoa está inserida hoje em dia,
exige que cada usuário consulte seus e-mails, mensagens em redes
sociais ou outras informações de diferentes plataformas virtuais, ao
menos uma vez por dia, por isso dispositivos móveis tem papel
fundamental nesse contexto, uma vez que oferecem maior mobilidade
do acesso aos recursos tecnológicos.
Ao contrário da realidade de 10 ou 15 anos atrás, na qual usuários
de sistemas informatizados precisavam sempre estar em frente a um
computador para checar seus e-mails e mensagens, com a utilização
de smartphones ou tablets, não há mais essa necessidade. Em
virtude do uso de dispositivos móveis, cada pessoa não só tem a
possibilidade de checar informações o dia todo e onde quer que
esteja, mas também pode compartilhar suas experiências do
cotidiano com seus amigos, familiares ou qualquer outra pessoa.
 

2.1.2. APLICATIVOS
 

Pode-se dizer que aplicativo é um programa para computador ou


dispositivo móvel que possui uma função específica. Ou seja, um
aplicativo representa qualquer ferramenta tecnológica que permite ao
usuário realizar algo quando está utilizando um computador ou um
dispositivo móvel. É importante salientar que programas aplicativos
sempre são instalados em um sistema operacional, programa que o
próprio nome diz, sistema que permite a operacionalização de um
dispositivo eletrônico.
Como exemplo de programas aplicativos, pode-se destacar
navegadores de internet, editores de texto, antivírus, dentre outras
ferramentas. Esses programas estão presentes tanto em
computadores de mesa quanto em dispositivos móveis e apresentam
diferentes funcionalidades.
No que se refere aos dispositivos móveis, os aplicativos, conhecidos
também como aplicativos móveis, podem ser baixados e instalados
por qualquer pessoa. Essas aplicações estão disponíveis para
download em lojas virtuais, como a Windows Phone Store, a App
Store ou a Google Play.
 

2.1.3. FUNCIONALIDADES
 
São inúmeras as funcionalidades que aplicações móveis oferecem
para cada usuário. Os dispositivos móveis estão repletos dessas
aplicações, que facilitam muito o dia-a-dia de qualquer pessoa, pois
auxiliam profissionais de diversas áreas, oferecem formas de
entretenimento, trazem informações importantes como a situação do
trânsito, dentre outros benefícios. Desenvolvidas por diversos
profissionais, as aplicações móveis são disponibilizadas para
download nas lojas online e novos aplicativos surgem
constantemente.
 
2.1.3.1. COMPRAS
 
A tecnologia mudou profundamente os hábitos das pessoas nos
últimos anos e muitas tarefas do cotidiano das pessoas que
antigamente eram realizadas de forma lenta e trabalhosa,
atualmente contam com o auxílio de ferramentas tecnológicas.
Segundo reportagem publicada pelo portal de notícias da Globo, G1,
em 29 de novembro de 2016, o Governo do Paraná lançou um
aplicativo que permite o usuário verificar o menor preço de um
produto antes de ir as compras. Chamado de “Menor Preço”, o
aplicativo está disponível para download e pode ser utilizado em
dispositivos móveis com sistema operacional Android e iOS. A
reportagem diz ainda, que a ferramenta informa os menores preços
perto da localização do usuário e quando uma pessoa escolhe qual é
o estabelecimento comercial em que deseja comprar o produto, a
aplicação informa também o caminho para chegar ao
estabelecimento.
No mesmo sentido de facilitar a vida do consumidor, um morador de
Goiânia criou um aplicativo que lista os supermercados da capital
que possuem os menores preços. De acordo com informações
publicadas no site O Popular, em 25 de maio de 2016, A ferramenta
móvel que se chama “Melhor Preço Goiânia”, pode ser instalada
gratuitamente em dispositivos que trabalham com o sistema Android.
Nas duas situações relatadas anteriormente, nota-se que a tecnologia
possui papel fundamental na vida do consumidor, uma vez que
economiza tempo e dinheiro para o mesmo no momento de ir às
compras. A pessoa que não faz uso de um desses aplicativos precisa
ir a vários estabelecimentos comerciais, anotar os preços e comparar
onde uma compra pode se tornar mais barata se quiser economizar,
ou se não tem tempo, o consumidor às vezes se vê obrigado a
comprar um produto mesmo que seu custo esteja elevado.
Estes aplicativos móveis auxiliam até mesmo quem precisa comprar
medicamentos, é o que mostra o site de notícias Tribuna PR.
Conforme reportagem publicada em 23 de agosto de 2016, um
morador de Curitiba, Daniel Ropelatto, desenvolveu um aplicativo que
informa a seus usuários os medicamentos com custo mais baixo. A
reportagem afirma ainda que a aplicação, conhecida por
“HelpRemedios” pode ser instalada nos sistemas Android e iOS. Além
de apresentar o custo mais baixo de medicamentos, o programa
informa se a farmácia entrega ou não o produto em casa, destaca
qual é o preço máximo que um medicamento pode ser comercializado
e permite o pagamento via cartão de crédito.
 
Nele, o usuário pode conferir o preço do medicamento que necessita,
quantas farmácias cadastradas existem na sua região e se a
farmácia entrega em casa. “O aplicativo usa o localizador e faz a
comparação de preços. Com ele, o usuário pode conferir, inclusive, o
valor sugerido pelo fabricante”, explica Ropelatto. (SANTANA, 2016).
 

Como visto, existem diversos aplicativos para dispositivos móveis que


ajudam muito o consumidor no momento de comprar algum produto.
Além de evitar que uma pessoa tenha que sair de casa para comparar
preços em vários estabelecimentos, o consumidor pode ter a
oportunidade de realizar uma compra onde quer que esteja, como no
caso do aplicativo “HelpRemedios”. A possibilidade de verificar de
forma virtual onde se encontra algum produto com menor preço é
ótima para qualquer pessoa, mas se torna ainda mais importante
para um paciente. A pessoa que está doente normalmente não tem
condições ou disposição para sair pesquisando preços de
medicamentos e quase sempre possui urgência no momento da
compra. Nesse sentido, a aplicação “HelpRemedios” se torna ainda
mais útil, pois agiliza a compra de um medicamento, que além disso
possui baixo custo.
 
2.1.3.2. EDUCAÇÃO
 
As ferramentas para dispositivos móveis estão presentes em várias
áreas, por isso ajudam seus usuários em diversas ações do cotidiano.
Nesse contexto, diversos aplicativos são desenvolvidos para auxiliar
estudantes no momento de assimilar algum conteúdo e se preparar
para avaliações. Essas ferramentas trazem exercícios e aulas em
vídeo para aprender um novo idioma, para se preparar para o ENEM
e auxiliar no processo de aprendizagem de alguma disciplina, na qual
estudantes possuem maior dificuldade.
Segundo artigo publicado no site TechTudo, em 30 de janeiro de
2017, o aplicativo móvel “Duolingo”, que encontra-se disponível para
Android e iOS, ajuda usuários a aprender um novo idioma. O artigo
também afirma que essa ferramenta estimula o aluno a desenvolver
habilidades de escrita, pronúncia e compreensão.
Claro que muitas pessoas possuem dificuldades de aprender novos
conteúdos sozinhas, mas a ferramenta apresentada anteriormente,
pode ser utilizada pelo usuário como um meio de auxílio no momento
de aprender um novo idioma. Ou seja, o aplicativo “Duolingo” pode
ser utilizado como algo complementar ao curso que o usuário realiza.
Assim como o “Duolingo”, existem outros aplicativos que auxiliam no
estudo de um novo idioma, mas há também ferramenta de dispositivo
móvel que auxilia alunos no momento de estudar para o ENEM.
Conforme reportagem publicada pelo site
guiadoestudante.abril.com.br, em 22 de fevereiro de 2016, o
aplicativo “EDU.app”, traz para cada estudante exercícios, aulas em
vídeos e dicas de avaliação, mas está disponível apenas para
dispositivos com sistema Android.
O uso de uma ferramenta como essa é muito interessante
principalmente porque permite ao aluno estudar em qualquer lugar.
Isso pode ajudar muito no processo de aprendizagem, pois o
estudante tem a oportunidade de escolher um lugar mais agradável
para se preparar para o ENEM e não precisa passar horas estudando
sentado em uma cadeira e enfrente a uma mesa.
As ferramentas móveis ajudam até mesmo alunos que possuem
dificuldades no aprendizado de algum conteúdo específico. Como
exemplo, para muitos alunos, conteúdos sobre matemática, física e
química são difíceis de assimilar. No sentido de auxiliar estudantes
de física, existe um aplicativo que traz diversos conteúdos sobre essa
disciplina. Segundo a mesma reportagem que apresenta o aplicativo
“EDU.app”, o aplicativo “Física Interativa” disponibiliza para seus
usuários resumos, aulas e um banco de questões resolvidas em vídeo,
porém pode ser instalado somente em sistema Android.
Conclui-se que os aplicativos móveis podem prestar grande auxílio no
processo educacional. Ao contrário do que muita gente pode pensar, a
tecnologia quando é bem utilizada se torna uma importante aliada
ao processo de ensino. Por meio desses aplicativos, cada aluno tem a
oportunidade de estudar um conteúdo visualizado em sala de aula,
que aborda o mesmo tema de diferentes maneiras. Ou seja, o
conteúdo aprendido em sala de aula talvez não tenha ficado claro
para algum aluno, mas quando esse estudante utiliza aplicativos
móveis como um meio complementar de seu aprendizado, abordagens
diferentes sobre o tema apresentado em sala de aula podem tornar o
conteúdo mais fácil de ser entendido.
 
2.1.3.3. TRÂNSITO E TRANSPORTE
 
Com a correria do dia-a-dia e com o acúmulo de tarefas a serem
realizadas, como buscar os filhos na escola, ir trabalhar, ir a uma
reunião, estudar após sair do trabalho, principalmente nas grandes
cidades torna-se difícil administrar tudo isso todos os dias. Nesse
contexto, as pessoas cada vez mais querem se livrar de trânsitos
intensos e nesse sentido, existem diversos aplicativos móveis que
buscam facilitar a vida de quem precisa dirigir ou utilizar algum
transporte público.
Um dos aplicativos para dispositivos móveis que prestam ajuda a
motoristas se trata do “Waze”, que informa a cada usuário situação
do trânsito. Ou seja, o aplicativo demonstra onde o trânsito está
mais intenso e informa certos problemas também. Com a opção de
alertas, cada usuário pode compartilhar diversas situações do
trânsito com outras pessoas, ao criar um alerta informando ruas em
obra, acidentes, vias interditadas, automóvel em acostamentos,
dentre outros empecilhos. Dessa forma, os usuários do aplicativo
colaboram uns com os outros, uma vez que ao dirigir, cada pessoa
pode acessar e criar alertas do trânsito, funcionalidade que permite
ao motorista escolher outros trajetos e ganhar tempo. Além disso, o
aplicativo oferece a opção de troca de mensagens entre usuários,
recurso que pode ser utilizado para troca de informações.
Outro recurso tecnológico que auxilia o transporte de pessoas, se
trata do “Moovit”, aplicativo que ajuda pessoas que utilizam ônibus,
trem e metrô. Ao acessar a ferramenta, o usuário pode ser informado
quando deve descer do ônibus por exemplo, a hora de chegada e
quantas paradas o ônibus irá fazer durante todo o percurso. Assim
como no aplicativo “Waze”, a pessoa que utiliza o “Moovit” tem a
possibilidade de criar alertas e informar acidentes, mudanças de
linha de transporte ou outras situações que podem prejudicar a
locomoção. Quando um usuário informa seu destino, o aplicativo
apresenta as linhas de transporte próximas à localização da pessoa,
a rota de cada linha, horários de pegar o transporte e horário
provável de chegada ao destino.
Como visto, para o funcionamento das duas ferramentas
apresentadas anteriormente, é preciso que cada usuário alimente seu
banco de dados. Ou seja, as informações sobre transporte são
apresentadas a cada usuário de acordo com a utilização de outras
pessoas.
Quanto ao aplicativo “Moovit”, nota-se que é uma ferramenta
extremamente importante para quem viaja muito ou mora em uma
grande cidade. A pessoa que precisa viajar constantemente, ao
chegar a uma cidade desconhecida, não tem nenhuma informação
sobre as linhas de transporte e sua locomoção se torna muito difícil.
Mas, ao utilizar esse recurso tecnológico, o usuário pode ir a vários
lugares com segurança, como qualquer outra pessoa que já conhece a
cidade.
 
2.1.3.4. TELEVISÃO
 
Com o intuito de se adaptarem aos novos hábitos da sociedade, que
permanece cada vez mais conectada à internet, redes de televisão
estão desenvolvendo aplicativos que oferecem para usuários de
dispositivos móveis acesso a diversos conteúdos, além da
possibilidade de interação com atrações em tempo real.
Conhecida como “The Voice Brasil”, a Rede Globo apresenta a cada
ano uma atração que representa um show de talentos, na qual ocorre
uma competição entre vários cantores, que se caracteriza pela
valorização da voz de cada competidor. Com o objetivo de envolver o
público na atração, a Rede Globo criou um aplicativo que possibilita
a interação das pessoas com o programa.
Ao utilizar a ferramenta que possui o mesmo nome da atração, “The
Voice Brasil”, o usuário pode obter informações dos bastidores,
receber conteúdos exclusivos, votar no seu competidor favorito e
decidir quem continua na competição. Ou seja, durante a exibição
dos episódios ao vivo, o público pode interagir com a atração e
ajudar seu cantor preferido chegar à fase final do programa.
Com o desenvolvimento desse recurso tecnológico, a Rede Globo
oferece uma experiência nova para cada usuário. Agora, as pessoas
não apenas assistem uma atração, mas também participam
ativamente do programa e acessam conteúdos variados sobre o
mesmo.
Para tornar sua programação mais acessível, o SBT também possui
um aplicativo que apresenta uma grande variedade de conteúdo para
cada usuário. Conhecido como “TV SBT”, a ferramenta permite ao
telespectador assistir coberturas especiais, compartilhar conteúdos
em redes sociais, receber lembretes de início de algum programa na
TV e obter detalhes da programação.
Outra rede televisiva que também se adaptou aos novos hábitos da
sociedade, se trata da TV Cultura. Considerado um grande programa
de entrevistas da televisão Brasileira, o Roda Viva é exibido pela TV
Cultura semanalmente e visa entrevistar pessoas que trazem
informações relevantes para a população, no qual vários temas são
abordados, diversas idéias são apresentadas e reflexões são
realizadas, de forma que a atração busca sempre dar para a
sociedade uma visão ampla sobre os fatos. Com a finalidade de
promover maior interatividade da população com o programa, a TV
Cultura desenvolveu um aplicativo, que dentre outras funções, o
usuário tem a oportunidade de assistir ao vivo a atração.
 
Pelo app, é possível assistir ao vivo a atração exibida semanalmente,
participar de enquetes e acompanhar as charges do cartunista Paulo
Caruso, que integra a bancada fixa. Comandada pelo jornalista
Augusto Nunes, a atração é exibida sempre às segundas-feiras, na TV
Cultura [...] (UOL, 2015).

As ferramentas apresentadas neste subcapítulo são muito


interessantes, uma vez que a sociedade nem sempre encontra tempo
para se sentar em frente a uma TV. Assim, com a utilização desses
aplicativos, cada pessoa pode acompanhar atrações televisivas em
qualquer lugar e a qualquer hora, situação que elimina a
obrigatoriedade do telespectador ter que se sentar em frente à TV, na
data e horário exatos da exibição de qualquer atração por um canal
de televisão.
 
2.1.3.5 SAÚDE
 
Outra área em que a tecnologia vem ganhando espaço por meio de
aplicativos móveis é a saúde. Usuários de dispositivos móveis se
deparam com funcionalidades que ajudam de maneira preventiva e
até mesmo prestam auxílio na hora de procurar um médico.
Segundo reportagem publicada pelo portal de notícias da Globo, G1,
em 02 de janeiro de 2017, uma ferramenta para dispositivos móveis
desenvolvida por estudantes universitários e cedida para a
prefeitura, auxilia a população de Bom Despacho MG no combate ao
mosquito Aedes aegypti, uma vez que moradores podem realizar
denúncias a prefeitura sobre possíveis criadouros do mosquito. A
reportagem destaca ainda que ao baixar a aplicação, o usuário
assiste um vídeo que traz orientações com o intuito de conscientizar
a população.
 
Há dois meses Bom Despacho conta com mais uma ferramenta contra
o mosquito da Aedes aegypti, que transmite dengue e outras doenças.
O aplicativo "100 aedes" permite que moradores denunciem focos do
mosquito através do celular com internet. Segundo o coordenador de
vigilância epidemiológica do município, Fernando Clemente do Couto
Junior, o aplicativo somará às demais ações contra a dengue na
cidade. (SILVA, 2017).

 
Claro que a principal maneira de combater o Aedes aegypti é a
conscientização das pessoas, tendo em mente que é preciso eliminar
qualquer recipiente que pode se tornar um criadouro do mosquito em
suas próprias residências, mas a ferramenta apresentada
anteriormente pode ser utilizada como um meio complementar nesse
combate. Ao ter a sua disposição um recurso tecnológico que
possibilita realizar denúncias sobre criadouros do mosquito, a
sociedade promove maior agilidade das ações do poder público no que
se refere à eliminação de espaços que propiciam o desenvolvimento do
Aedes aegypti.
No mesmo sentido de ajudar as pessoas a cuidarem da saúde, de
acordo com reportagem publicada pelo portal UOL, em 31 de julho de
2016, outro recurso que auxilia usuários de dispositivo móvel, se
chama “Beep Saúde”. O aplicativo pode ser utilizado por quem deseja
realizar consultas em seu próprio domicílio e solicitar a visita de um
médico. O pagamento da consulta é realizado por meio do aplicativo,
que está disponível para Android e iOS.
O recurso tecnológico apresentado é muito útil para o paciente que
deseja um atendimento rápido e eficiente, pois não precisa enfrentar
filas em locais de atendimento emergencial, além da oportunidade de
ser atendido no conforto de seu lar e solicitar a visita de um
profissional a qualquer hora.
Pode-se compreender que a tecnologia tem grande utilidade para as
pessoas no momento de cuidar da saúde. Nesse sentido, o aplicativo
“100 Aedes” permite que as pessoas atuem de maneira preventiva, ao
informar possíveis criadouros do mosquito, evitando assim o
aumento do número de pessoas atingidas por doenças como dengue,
chikungunya e zika. No mesmo contexto, a pessoa que faz uso do
“Beep Saúde” se depara com a oportunidade de receber visita médica
no conforto de seu lar e cuidar de sua saúde com maior comodidade.
 

2.2. REDES SEM FIO


 

Se por um lado o desenvolvimento de aplicações para dispositivos


móveis contribui muito para o aumento de pessoas conectadas no
mundo todo, as redes sem fio também possuem igual importância.
Hoje em dia qualquer usuário de tecnologias pode estar conectado em
qualquer lugar, seja em sua casa, no trabalho ou em outros
estabelecimentos públicos, tais como bares, restaurantes, cinemas,
supermercados, shoppings, dentre outros. Esse fenômeno possibilita
que as pessoas utilizem a tecnologia o tempo todo, com diversas
finalidades, por exemplo, realizar compras, estudar, comunicar com
clientes, conversar com familiares e amigos, ou outras ações.
Neste mundo tecnológico em que cada pessoa está inserida nos dias
atuais, um número gigantesco de recursos informatizados está à
disposição de qualquer usuário, basta comprar e saber utilizar. Por
exemplo, qualquer pessoa hoje em dia pode comprar um roteador,
realizar algumas configurações e promover o acesso à internet por
meio da conexão sem fio em poucos minutos. Ou seja, com base nas
informações do fabricante, ou através de uma simples consulta na
rede mundial de comunicação, muitos usuários conseguem montar
uma rede doméstica sem a necessidade do auxílio de um técnico.
A partir do momento em que a rede doméstica é estabelecida, todos os
moradores de uma residência podem acessar a internet, em qualquer
lugar e a qualquer hora. Ou seja, a rede sem fio permite maior
flexibilidade no que se refere ao uso de tecnologias e distribui o
acesso à rede mundial de comunicação para todas as pessoas que
estão autorizadas a acessarem a rede.
A flexibilidade criada pela comunicação sem fio também se encontra
presente em diversas organizações, nas quais qualquer colaborador
tem acesso ao mundo virtual em diversos espaços do ambiente
empresarial. Nesse sentido, a conexão wireless não favorece apenas o
colaborador, a comunicação sem fio também atende os interesses
corporativos. Há um conceito conhecido como BYOD, que significa
Bring Your Own Device, ou traga seu próprio dispositivo, que
representa uma tendência das organizações em utilizar dispositivos
móveis de seus colaboradores para fins profissionais. Ou seja, em
diversas organizações, o profissional é solicitado a utilizar seu
dispositivo móvel para trabalhar com os processos corporativos.
Ao fazer uso de seu próprio dispositivo para fins profissionais, o
colaborador obtém mais flexibilidade dentro do ambiente de trabalho
e agiliza suas ações, mas a organização que trabalha dessa maneira,
precisa sempre desenvolver mecanismos que impeçam incômodos ao
profissional após sair do trabalho. Ou seja, a organização deve tomar
medidas no sentido de evitar que o colaborador se envolva com
processos organizacionais durante momentos de descanso e lazer.
Além dos ambientes doméstico e corporativo, o usuário tem acesso a
conexão wireless em outros lugares, como shoppings, bares e
restaurantes, situação que possibilita a qualquer pessoa estar
conectada o tempo todo. Ou seja, onde quer que vá, o usuário de
dispositivos móveis sempre tem acesso ao mundo virtual.
 
2.3. REDES SOCIAIS
 

Outro fenômeno que faz parte do conjunto de mecanismos


tecnológicos que evoluiu muito nos últimos anos, se trata das redes
sociais. Estes ambientes virtuais nos quais as pessoas se relacionam
no mundo todo, permitem acesso a diversas informações e usuários
podem se comunicar constantemente.
Ao contrário de alguns anos atrás, em que as pessoas se
comunicavam por meio de ligações telefônicas, cujo custo ainda é
relativamente alto, atualmente a humanidade vem deixando de
utilizar esse meio de comunicação dia após dia. Ou seja, as pessoas
preferem utilizar o Whatsapp ou o Facebook para conversar com
alguém, em vez de realizar uma ligação.
A comunicação via redes sociais apresenta diversas vantagens, tais
como: o usuário não tem praticamente nenhum custo sobre essa
comunicação, as pessoas não precisam enfrentar o desconforto de
uma ligação não atendida ou encaminhada para caixa de mensagens
e não é preciso parar imediatamente de realizar alguma atividade
para atender o contato de alguém. Tudo isso promove uma
comunicação intensa entre pessoas e aproxima quem está
geograficamente distante.
Outra contribuição importante que o uso de redes sociais traz para a
vida das pessoas, se trata do acesso amplo a diferentes informações.
Ao acessar uma rede social, qualquer usuário tem acesso a diversas
notícias compartilhadas por seus amigos, nas quais são abordados
diversos temas, tais como: situação econômica do país, ações de
políticos, manifestações, acidentes, cuidados com a saúde, dentre
outras. Além disso, a pessoa que utiliza alguma rede social tem a
oportunidade de acompanhar e participar, mesmo que de forma
virtual, de parte das experiências vividas por seus amigos e
familiares, como uma viagem de férias, um sonho realizado, um
passeio no fim de semana, dentre outras situações.
Pode-se entender que o uso de redes sociais facilita muito a
comunicação, na medida em que permite maior flexibilidade e
menores custos, ao mesmo tempo em que proporciona maior
aproximação de pessoas que estão geograficamente distantes.
 

2.4. CONCLUSÃO
 

Nota-se que a integração de redes sociais, conexão sem fio e


aplicativos móveis traz grande comodidade para cada pessoa e
facilita muito a vida do usuário no ambiente profissional, em seu lar
ou quando está em algum estabelecimento público. A tecnologia
móvel faz parte do dia-a-dia de qualquer pessoa, pois auxilia em
várias atividades e quando bem utilizada, permite que o usuário
tenha maior tempo de descanso e lazer.
Os aplicativos móveis dão maior agilidade na execução de algumas
tarefas, tais como dirigir, realizar compras, passar por uma consulta
médica, dentre outras e essa agilidade possibilita maior comodidade
para as pessoas. No mesmo sentido de oferecer comodidade ao
usuário, a disponibilidade de conexão wireless em qualquer ambiente,
seja o mesmo privado ou público, possibilita que cada pessoa realize
atividades que antigamente só seriam possíveis se estivesse em sua
casa ou em um escritório. É importante destacar ainda a importância
das redes sociais, que aproximam as pessoas e proporcionam maior
conhecimento aos usuários, uma vez que diversos assuntos são
compartilhados, abordados e debatidos nesses ambientes virtuais.
 
CAPÍTULO 3 MUDANÇA CULTURAL
Nos últimos anos, a tecnologia, composta por diversos sistemas,
aplicativos e hardwares, que integrados produzem dispositivos das
mais variadas formas para uma infinidade de funções, transformou e
irá transformar ainda mais a vida de cada pessoa.
 

3.1. TRANSFORMAÇÃO, INFORMAÇÃO E INSTABILIDADE


 

Mais que disponibilizar variadas maneiras de trabalho, compras,


lazer, estudos e entretenimento, a tecnologia gera por hora no mundo
todo uma quantidade gigantesca de informações, situação que
permite a cada ser humano acesso a diversos assuntos. Tal acesso
oferece a cada usuário a oportunidade de obter conhecimentos,
analisar as situações por vários ângulos e formar um pensamento
crítico e uma visão abrangente sobre os fatos.
Mas a construção de uma visão ampla sobre os fatos e pensamento
crítico nem sempre é fácil de se realizar, sendo que a enxurrada de
dados produzida pela tecnologia torna o mundo mais incerto e as
pessoas passam a questionar tudo e ter dúvidas sobre os mais
variados temas. O que talvez fosse exato há 20 ou 30 anos atrás,
pode não ser mais nos dias de hoje, pois a internet traz variados
pontos de vista para seu usuário sobre um determinado assunto.
Para se ter uma idéia do quão a tecnologia torna o mundo de cada
pessoa instável, basta observar o que é postado nas redes sociais
sobre a política brasileira. Há argumentos contra e a favor em relação
a uma decisão tomada pela câmara, há argumentos que criticam ou
que parabenizam alguma ação praticada por um senador, há
opiniões diferentes sobre a atuação dos poderes do país, há opiniões
contrárias e favoráveis à atuação do presidente no comando da
nação, dentre outros. Essa situação gera muitas informações e por
vezes acaba confundindo os cidadãos. Ou seja, o número de
informações recebido por uma pessoa durante um dia é tão grande,
que ao final desse dia, a pessoa se perde em meio a tudo isso e pode
ter dificuldades em formar sua própria opinião.
Entretanto, não se pode dizer que a causa desse ambiente instável se
deve apenas ao grande número de informações gerado pela
tecnologia. Esse meio incerto se deve também as evoluções
tecnológicas, no qual novas tecnologias surgem constantemente, o
que induz cada pessoa a aprender todos os dias. Além disso, o
avanço tecnológico provoca instabilidade no mundo corporativo, pois
os processos organizacionais se transformam em uma velocidade
assustadora, novos empregos são criados e inúmeras vagas de
trabalho deixam de existir, porque a função de algum colaborador foi
substituída por um sistema.
Nos dias de hoje cada profissional deve buscar conhecimentos
constantemente por diversos motivos: a busca de conhecimentos
evita o desemprego, novos conhecimentos dão ao profissional maiores
condições de trabalho com novas tecnologias, mais conhecimentos
permitem aos gestores melhor tomada de decisão, amplos
conhecimentos dão ao gestor capacidade maior de orientar seus
subordinados.
Conclui-se que a tecnologia traz um grau elevado de informações
para as pessoas, mas que nem todos estão preparados para receber e
administrar esse enorme volume de dados que recebem todos os dias.
Nota-se também que ao mesmo tempo em que ferramentas
tecnológicas oferecem desenvolvimento em vários sentidos, a mesma
causa perdas como é o caso da substituição de funções humanas por
rotinas automatizadas, o que exige de cada profissional grande
capacidade de adaptação aos novos tempos.
 

3.2. PERDA DA INDIVIDUALIDADE OU PRIVACIDADE


 

As redes sociais estão presentes na vida de todos e como dito


anteriormente, parece que o mundo quer dizer a quem não possui
conta em redes sociais, que o mesmo não possui identidade. Ou seja,
você só é alguém, se tem uma conta no Facebook ou em qualquer
outra rede social.
As pessoas postam, comentam, curtem e compartilham a todo o
momento, conversam com inúmeras pessoas ao mesmo tempo e
muitas vezes não dão atenção a quem está a seu lado. Mais que isso,
diversas pessoas que possuem perfil em uma rede social acabam com
sua privacidade e individualidade.
Existem pessoas que perderam a capacidade de viver o momento, a
capacidade de pensar apenas no que está vivendo. O maior interesse
dessas pessoas é mostrar o que está fazendo, divulgar suas
experiências. Para essas pessoas o interessante não é viajar com a
família, tomar um sorvete com seus filhos, ou jantar com amigos.
Divulgar o jantar, a viagem e o momento de lazer com os filhos talvez
seja o mais importante. E o momento no qual teria a participação de
poucos, se torna um momento onde todos participam, ainda que de
maneira virtual, uma vez que diversas pessoas irão comentar,
compartilhar e visualizar o que foi postado.
Estas pessoas que desejam postar em redes sociais tudo que fazem,
não estão preocupadas em fazer desses encontros momentos
agradáveis, isso para elas não é interessante. O importante mesmo é
tirar fotos, fazer vídeos, postar esses conteúdos em suas redes sociais
e receber muitos likes pelo que foi postado. Ou seja, o interessante é o
que a imagem provoca, se tem aceitação por parte da sociedade.
Antes do surgimento das redes sociais, as pessoas não eram tão
transparentes e havia mais privacidade. Momentos de lazer como
viagens de férias ou encontros com amigos, conquistas como um
novo emprego, ou a conclusão de algum curso eram situações pouco
divulgadas. Claro que as pessoas produziam fotos e vídeos também,
mas esses conteúdos só eram visualizados por poucos, geralmente
amigos íntimos ou familiares.
Sem dúvida alguma, as redes sociais representam uma ferramenta de
entretenimento, trabalho e informação, na qual pessoas desejam
realizar manifestações, postar momentos de lazer, dentre outras
ações, mas isso não pode se tornar excessivo. Quando uma pessoa
passa a dar mais importância ao que pode postar, a suas
experiências de vida, isso se torna um problema. Ou seja, a
incapacidade de se desconectar se transforma em vício.
Então, a internet e as redes sociais acabaram com a privacidade?
Isso representa algo irreversível? É importante lembrar que por traz
da tecnologia há um ser humano, quem manipula a tecnologia é uma
pessoa, portanto o controle está nas mãos de cada pessoa. Num
almoço de domingo com a família ou numa viagem de férias com
amigos, cada usuário tem a liberdade de escolher o que deseja postar
em suas redes sociais. Ou até mesmo, aquele que faz uso da internet
pode decidir não postar nada sobre esses momentos.
Portanto, não se pode dizer que uma rede social como o Facebook, o
Twitter ou outras representem um problema. Pelo contrário, são
ferramentas ótimas, que estão aí para facilitar a vida de todos, redes
sociais existem para aproximar pessoas, facilitar a comunicação,
proporcionar conhecimentos, dentre outros benefícios. O problema
reside no uso excessivo de internet e ambientes virtuais que a
compõe. Além disso, a rede mundial de comunicação não retira a
privacidade das pessoas, o uso que cada um faz da tecnologia é que
determina se sua vida terá privacidade ou não.
 

3.3. A INSTANTANEIDADE
 

A tecnologia e seus avanços trouxeram uma rapidez surpreendente


para a comunicação e não há nada que aconteça do outro lado do
mundo que não se torne notícia em poucos minutos. Essa rapidez se
faz presente também nas relações humanas por meio do uso de redes
sociais.
E a velocidade de comunicação é tão grande, que quase ninguém hoje
em dia tem paciência para esperar a resposta de um e-mail ou uma
mensagem enviada a algum amigo ou familiar. Quem envia uma
mensagem a alguém fica observando constantemente se há uma
resposta do que foi enviado. Tem pessoas que não conseguem esperar
minutos e se a resposta demora mais que uma hora, outra mensagem
é enviada por essa pessoa com o objetivo de obter uma resposta
rapidamente sobre a mensagem enviada anteriormente.
A instantaneidade da comunicação atinge até as redes de televisão.
Há redes de TV que possuem transmissão ao vivo de seu conteúdo
pelo Youtube, com canais específicos para cada atração, como é o
caso da TV Cultura, na qual a um canal para seu jornal diário e outro
para um programa semanal, que se chama Roda Viva. Além disso, o
telejornalismo foi profundamente afetado. Um telejornal que é exibido
à noite não pode apresentar notícias de algo que ocorreu de manhã.
Se isso ocorrer, sua credibilidade cai, porque as pessoas que o
assistem já viram isso em outros veículos de comunicação durante o
dia.
Nesse sentido, o telejornalismo precisa cada vez mais procurar
realizar transmissões ao vivo dos fatos e buscar opiniões de
especialistas sobre os mesmos, visando dar a população informação
ampla e crítica sobre cada notícia apresentada. Ou seja, não basta
apenas informar.
Os programas de TV objetivam se adaptar cada vez mais ao avanço
da tecnologia, por isso muitos programas estão aliando seu conteúdo
à participação de seu público, desenvolvendo aplicativos para
dispositivos móveis, nos quais cada pessoa tem a oportunidade de
votar em participantes, ou até mesmo comentar o que é discutido
naquele momento pelos convidados de alguma atração. Essa
integração também ocorre por meio de redes sociais, nas quais o
público se interage com os participantes de um programa televisivo,
enviando seus comentários ou suas dúvidas.
Nota-se que a tecnologia tem alterado todo o sistema de TV e hoje em
dia não é mais possível medir até mesmo o nível de audiência de
algum programa ou novela. Atrações de uma rede de TV são
assistidas ainda por muita gente através da televisão, mas
especialmente os mais jovens, já não usam a TV para acesso a esses
conteúdos.
Entende-se então que as ferramentas tecnológicas transformam o
comportamento das pessoas, cada indivíduo acostumado com a
instantaneidade exige do meio onde vive mais rapidez e a paciência
se torna escassa. Ou seja, cada vez mais, menos pessoas estão
dispostas a se sentarem em frente a uma televisão e ficar ali
assistindo seu conteúdo por horas. Também não estão dispostas a
esperar muito pela resposta de uma mensagem ou e-mail, e
necessitam que a comunicação em qualquer meio seja rápida.
 

3.4. TRANSPARÊNCIA E PERDA DE MÁSCARAS


 

A sociedade faz das redes sociais um meio para divulgar suas


conquistas, seus momentos de lazer, suas indignações com algum
fato, mas, além disso, várias pessoas usam as redes sociais para
escancarar quem realmente é. Idéias e opiniões que até então eram
apenas reveladas a poucos, ou talvez a ninguém, são descarregadas
na rede e isso permite apenas que as máscaras de qualquer pessoa
caiam de vez. Aliás, diversas organizações consideram o perfil de
uma pessoa nas redes sociais, que é candidata a algum cargo, o
ambiente perfeito para obter conhecimentos sobre essa pessoa.
Por meio das redes sociais se tem a oportunidade de identificar
pessoas racistas, intolerantes, preconceituosas, homofóbicas,
inteligentes, sábias, determinadas, dentre outros perfis. A
identificação é fácil de ocorrer, é preciso apenas ler o que essas
pessoas escrevem, verificar o que compartilham e observar suas fotos
ou vídeos. Agora é possível saber o que se passa na mente de cada
um.
Nos perfis de usuários de redes sociais, ao mesmo tempo em que se
torna possível identificar pessoas que desejam um mundo mais justo,
um ambiente que se torne mais fácil de viver, há pessoas também que
pregam a criminalização de tudo, o preconceito contra deficientes ou
idosos e a homofobia.
Há muita gente que usa as redes sociais para promover
conhecimentos, posta apenas conteúdo interessante, promove debates
econômicos, políticos e sobre outros temas, respeita a idéia do outro e
o convida para uma discussão, que leva ambos a uma maior
abrangência do tema evitando intolerâncias. Essas pessoas fazem
uso da internet em busca de um mundo melhor, objetivam um país
mais justo e visam diminuir as desigualdades sociais e econômicas.
Esse tipo de pessoa entende que as redes sociais podem representar
excelentes ferramentas para a construção de um ambiente melhor,
depende apenas da maneira como cada pessoa as utiliza.
Por outro lado, também tem gente que faz uso das redes sociais
apenas para criar um ambiente de confronto. Essas pessoas se
posicionam sobre vários temas e se o outro não segue praticamente
suas opiniões, se torna um inimigo. Criou-se então um ambiente de
intolerância, onde as idéias do outro quando contrárias as minhas
não devem ser respeitadas. Mais que isso, aqueles que pensam
diferente de mim devem ser eliminados, bloqueados ou deletados, o
que acaba com amizades construídas durante anos, destrói namoros
ou até mesmo casamentos, ou afasta pessoas que até então eram
muito próximas.
A internet juntamente com as redes sociais dá liberdade a cada
pessoa de se expressar como deseja, revelando o que há de mais
profundo na mente humana. Hoje em dia se descobre que aquele
colega de trabalho ou vizinho, que parece ser uma pessoa tão
educada, agradável e até mesmo sábia, faz uso de suas redes sociais
para defender o linchamento de negros, agressão a homossexuais, a
idéia de que bandido bom é bandido morto, a pena de morte para
diversos crimes, a intolerância a qualquer diferença, ou o preconceito
contra deficientes e idosos. Entretanto, não para por aí. Essas
pessoas justificam suas atitudes afirmando que estão apenas
exercendo a liberdade de expressão. E muitos não conhecem a
diferença entre liberdade de expressão e falta de respeito.
Muitas pessoas perderam o cuidado de suas palavras e se esquecem
de que o que é dito nas redes sociais sempre poderá ser lembrado por
alguém. Uma palavra lançada ao vento não tem volta, mas talvez
possa ser esquecida. Nas redes sociais isso não existe. Nesses
ambientes está tudo documentado e não se pode ter a ilusão de que
ao apagar uma postagem ou comentário, tudo estará eliminado. O
cuidado com o que é escrito ou dito nas redes sociais não existe, pelo
contrário, o cuidado que se toma é de certificar que o conteúdo
chegou a seu destino, que o que foi dito foi visualizado pela pessoa
ou organização atacada.
Para concluir, as redes sociais representam um conjunto de
ferramentas que muitos usam de maneira equilibrada e através de
seus perfis tentam construir um mundo melhor, denunciam injustiças
e procuram apresentar sempre algo interessante para aqueles que os
acompanham. Mas, ao mesmo tempo, existem pessoas que fazem uso
desses ambientes apenas para a criação de um cenário de guerra,
para o desenvolvimento de um ambiente de destruição e intolerância,
para a construção de um lugar onde o diferente deve ser agredido e
eliminado, para incitar qualquer tipo de violência e para a
propagação do ódio.
 

3.5. CRIMES NA INTERNET


 

Os recursos tecnológicos criados pelo homem ao longo dos últimos


anos e a internet alteraram a vida de todos, nesse sentido, alterou
até mesmo a rotina dos criminosos. A prática de crime migrou de
ambientes reais para os ambientes virtuais. Mais que isso, as
ferramentas tecnológicas se tornaram um recurso a mais para
bandidos cometerem seus crimes e dificultar investigações. Roubos,
pedofilia e incitação à violência, são apenas alguns dos crimes
praticados por bandidos na internet.
 

3.5.1. ROUBOS
 

Os roubos agora não são apenas praticados nas ruas, em


propriedades particulares ou nos estabelecimentos públicos. Pela
internet é possível roubar dinheiro de muitos usuários e isso ocorre
constantemente. Através do roubo de informações como dados de
cartão de crédito ou contas bancárias, criminosos conseguem obter
grandes ganhos financeiros, desviando pagamentos para contas de
bandidos e realizando compras no nome de suas vítimas.
Estes criminosos que se valem da tecnologia para praticarem seus
roubos, instalam programas maliciosos nos dispositivos de vários
usuários, que representam os vírus. Esses programas possuem a
exata função de coletar informações pessoais de suas vítimas,
situação que permite aos bandidos realizar suas ações com os dados
sigilosos coletados por esses softwares. Há ainda situações em que
criminosos criam páginas falsas de lojas virtuais, direcionam o
usuário a esses ambientes e várias pessoas realizam compras
imaginando que se trata de uma loja virtual verdadeira.
Segundo reportagem exibida pelo jornal Bom Dia Brasil da Rede globo
no dia 24 de janeiro de 2017, criminosos utilizaram dados pessoais
como CPF e identidade de uma pessoa para tentar fazer uma compra
e depois contrataram pacote de internet em uma operadora de
celular. A reportagem apresenta ainda o número de tentativas de
fraudes ocorridas no país de janeiro a novembro de 2016.
 
Infelizmente, esse não é um caso isolado. Entre janeiro e novembro do
ano passado, foram 1.655.628 tentativas de fraude em todo o país.
Os números são do Indicador Serasa Experian e indicam quando
alguém usa dados de outra pessoa para tentar fechar negócios ou
conseguir empréstimos. Só em novembro foram 160 mil. E a maioria
dos casos foi para fazer compras no setor de telefonia (35,5%); em
segundo lugar, bancos e financeiras (29,3%). (BOM DIA BRASIL,
2017).

Existem meios para evitar roubos pela rede mundial de comunicação,


mas dependem muito da ação de cada usuário. A instalação de um
bom antivírus, não clicar em qualquer link, realizar compras somente
em lojas confiáveis, são ações que podem diminuir ou até mesmo
evitar a atuação de bandidos. Além disso, ao preencher o formulário
de compra, no qual dados sigilosos são informados, o usuário deve
sempre observar se o endereço da página se inicia com https. Isso
indica que a página é segura e evita o roubo dessas informações.
O roubo no ambiente profissional também ganha novas
características decorrentes de sistemas informatizados. Em vez de
roubar algum objeto valioso da organização em que trabalha, o
funcionário pode roubar senhas, conteúdo de e-mails ou informações
secretas e tentar vendê-las para outras pessoas.
Nesse contexto, se faz necessário que todo ambiente corporativo
tenha uma boa política de segurança da informação (PSI), que
representa um documento, no qual há diversas regras ou diretrizes
sobre o uso da informação corporativa por todos os colaboradores de
uma organização.
A PSI contribui para que uma organização tenha controle de suas
informações e tenha condições de treinar seus colaboradores sobre o
uso correto de dados corporativos. Assim, uma organização que
possui uma PSI, pode classificar suas informações no que se refere ao
grau de sigilo, pode definir quais são as informações públicas, pode
estabelecer quem deve ter acesso a cada informação, pode treinar
seus colaboradores sobre o uso adequado de sistemas de informação,
pode desenvolver programas de uso consciente de dados e sistemas
informatizados, pode criar barreiras físicas para a proteção de dados
sigilosos, e mais que isso, por meio deste documento que é a PSI, a
organização possui a oportunidade de evitar a prática do roubo de
dados organizacionais.
Como visto, o roubo através da internet e de meios tecnológicos pode
ocorrer em diversos ambientes, mas existem ações simples que
permitem a cada pessoa e organização evitar que isso ocorra. Para
impedir a ação desses criminosos basta apenas que cada indivíduo
ou ambiente corporativo faça uso da tecnologia de maneira adequada
e consciente.
 

3.5.2. BULLYING
 

Bullying, termo que se refere à prática de ofender outra pessoa, ao


uso de apelidos pejorativos ou à utilização de expressões
discriminatórias mais de uma vez, ganha outra dimensão com o uso
das redes sociais. Agora a prática de bullying não ocorre somente de
maneira presencial, em ambientes de trabalho, escolas ou outros
espaços de convívio social. O bullying está presente na internet e
causa problemas graves as suas vítimas.
A legislação Brasileira estabelece o que é a prática de bullying,
conforme o disposto na Lei Nº13.185, de 6 de novembro de 2015, que
cria o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, mas não cria
punições aos envolvidos. Quando a prática de bullying efetivamente é
punida, a justiça Brasileira aplica as punições previstas no código
penal, como difamação, ameaça ou outras.
A prática de bullying já é algo grave em qualquer ambiente, mas ao
acontecer em redes sociais a situação se torna mais grave ainda.
Quando uma criança ofende a outra verbalmente, essa ofensa pode
ser esquecida ou ressignificada, principalmente se mais tarde o
agressor pede desculpas ao agredido. Mais que isso, palavras
lançadas ao vento talvez possam ser esquecidas. Como exemplo, uma
pessoa adulta pode não se lembrar de uma ofensa recebida na escola
quando tinha 8 ou 10 anos. Por outro lado, ao sofrer bullying na
internet, isso pode marcar alguém a vida toda, por caracterizar uma
situação de exposição social. Postagens e comentários em redes
sociais que caracterizam bullying são replicados facilmente, o
número de agressores é maior e o poder judiciário não possui
condições de eliminar totalmente da rede mundial de comunicação
conteúdos como esse.
No combate ao bullying, educadores, gestores e pais possuem papel
fundamental para o alcance do sucesso dessa ação. Esse combate
deve ser preventivo, já que prevenção é bem melhor que a tentativa de
reparar erros cometidos. A prática de bullying tende a ganhar mais
espaço nas redes sociais que em ambientes físicos, o que torna essa
ação mais grave, pois conteúdo na internet é praticamente
incontrolável após ser postado.
Pais e educadores precisam conversar. Não basta apenas que cada
um faça sua parte. Se a escola desenvolve campanhas educativas
para combater o bullying e pais afirmam que monitoram seus filhos
na rede mundial de comunicação e conversam sobre bullying com
eles, sem que escola e família não estejam envolvidas, essas ações
não chegam a lugar algum.
Por exemplo, não faz sentido algum que educadores ensinem uma
criança a respeitar o coleguinha, se em casa a família dessa criança
não respeita ninguém. Da mesma forma, também não faz o menor
sentido que uma criança seja educada sobre bullying em sua casa por
seus pais, se a direção escolar e professores não estão nem um pouco
interessados em abordar esse assunto com seus alunos.
Quanto ao bullying praticado em organizações, gestores precisam se
empenhar no combate do mesmo. Um líder não é apenas aquele que
dá ordens e cobra se as mesmas foram cumpridas. É preciso que o
líder de uma equipe organizacional se envolva com todos os membros,
que procure entender os problemas de cada colaborador e
principalmente, que desenvolva no ambiente profissional uma cultura
de respeito entre todos e cooperação mútua. É importante destacar
também que a cúpula de uma organização deve dar o exemplo, ou
seja, a cultura de respeito entre colaboradores somente pode ser
desenvolvida por cada um de seus líderes, se a alta direção respeita
seus colaboradores, reconhece o trabalho de cada um e busca
constantemente a valorização de seus funcionários.
Pode-se compreender que o combate ao bullying é mais importante
que seja realizado de maneira preventiva e que desenvolver uma
cultura de respeito entre todos em qualquer espaço de convívio social
é extremamente importante. Ou seja, cada pessoa precisa aprender a
se relacionar em equipe, a pensar sempre se algo a ser praticado é ou
não ético e a respeitar cada pessoa como ela é.
 

3.5.3. PEDOFILIA
 

Outro crime que passou por mudanças nos últimos anos e que
bandidos usam a internet como meio de atrair suas vítimas se trata
da pedofilia. Por meio de perfis falsos em redes sociais, criminosos
buscam atrair crianças ou adolescentes, se passando por pessoas da
mesma idade que suas vítimas, ou ainda se passando por alguém
que é muito educado, gentil e agradável. Esses bandidos procuram
conhecer o dia-a-dia de seu alvo, conversam com ele somente
assuntos que despertam seu interesse, prometem brinquedos ou
presentes caso ocorra algum encontro presencial, dentre outras ações.
As redes sociais se tornam ferramentas extremamente importantes
para pedófilos agirem aparentemente de forma oculta. Antes do
surgimento das mesmas, pessoas que praticavam esse crime
precisavam observar atentamente a rotina de suas vítimas para
conseguir realizar a abordagem de crianças e adolescentes de forma
segura, quando sua presença pudesse passar de maneira
despercebida por adultos. A abordagem era realizada em espaços
públicos, por exemplo, na porta de uma escola, em alguma rua ou em
um supermercado. Por meio da rede mundial de comunicação, um
pedófilo tem a sensação de que tudo está oculto, imagina que
dificilmente será descoberto e possui mais coragem para abordar
suas vítimas, já que parece se esconder por meio de perfis falsos e
telas de computador ou qualquer outro dispositivo eletrônico.
Por que se pode dizer que quando um pedófilo aborda alguma vítima
pela internet sua ação é aparentemente oculta? É oculta
aparentemente porque se a vítima utiliza tecnologias orientada por
seus pais, ou se os pais da vítima fazem uso de algum software
parental para acompanhar seu filho na rede mundial de
comunicação, certamente os pais tomarão conhecimento do que está
havendo. Além disso, crimes praticados pela internet deixam rastros,
o caminho do crime em ambientes virtuais costuma ser bem
pavimentado e por meio de boas investigações é possível alcançar o
criminoso.
Entretanto, existem pedófilos que nem se dão ao trabalho de criar um
perfil falso na internet, agem de maneira natural e oferecem dinheiro
ou outros benefícios em troca de relações sexuais ou fotos e vídeos
pornográficos.
Situação como essa aconteceu em São Paulo, conforme reportagem
exibida pelo programa Fantástico da Rede Globo, que foi ao ar em 23
de março de 2014. A reportagem apresenta o caso de um professor de
matemática que trocou diversas mensagens com um adolescente de
15 anos. O professor ofereceu nota sem a realização de provas,
dinheiro e outros objetos, desde que o aluno trouxesse imagens e
tivesse relação sexual com ele. Nesse caso a irmã do menor
desconfiou, vasculhou o computador, descobriu tudo e denunciou o
pedófilo a polícia.
 
O professor e o aluno são de uma escola estadual em Guarulhos, na
Região Metropolitana de São Paulo. O professor confessou, em
depoimento à polícia, que fez sexo com o adolescente. As
investigações apontam que ele se relacionou também com pelo menos
outros três jovens de 15 e 16 anos que também estudam no local. O
professor recebia fotos íntimas dos estudantes, antes de se encontrar
com eles. (FANTÁSTICO, 2014).

Nesse caso houve a prisão do criminoso porque as mensagens não


foram apagadas pela vítima. Em casos como esse, mensagens
trocadas entre vítima e pedófilo representam documentos
extremamente importantes para levar bandidos à punição.
A internet só no Brasil possui milhões de usuários e como em uma
rua, existem pessoas boas, honestas e que procuram respeitar o
outro. Por outro lado, assim como em qualquer rua, em ambientes
virtuais existem criminosos, que estão dispostos a tudo para
praticarem seus crimes. Por isso a presença da família é
fundamental. Pais devem conversar com seus filhos e promover uma
educação digital com o objetivo de evitar a prática de crimes na rede
mundial de comunicação, ou punir atos de criminosos em ambientes
virtuais.
 

3.6. ENSINO
 

A maneira de estudar e de ensinar também vem passando por


transformações nos últimos anos decorrentes de novas tecnologias.
Hoje em dia alunos de qualquer idade estão sempre conectados e o
processo educacional se torna um desafio para educadores. Por outro
lado há o ensino a distância, que traz diversas vantagens para
alunos e professores.
No que se refere às salas de aula presencial, cada aluno faz uso de
um smartphone ou tablet e o desafio de cada professor é integrar
esses dispositivos ao processo de aprendizagem. O professor agora
não é mais o único detentor do conhecimento e seu trabalho passa a
ser de um mediador. Ou seja, por meio desses dispositivos, cada
aluno tem acesso a inúmeras informações, talvez alunos encontrem
temas mais interessantes que os abordados em sala de aula pelo
professor, alunos trazem muita informação para a sala de aula e se
tornam mais questionadores e detentores do conhecimento.
Nesse sentido, professores precisam estar preparados para lidar com
esses questionamentos, para promover a construção do conhecimento
entre todos em sala de aula, para criar espaços de debates e reflexão
e para integrar a tecnologia aos processos de aprendizagem.
Existem escolas que já fazem uso de sistemas em nuvem e professores
e alunos possuem acesso a diversos conteúdos. Como exemplo de um
desses sistemas, é a plataforma virtual chamada Google for
Education. Uma ferramenta virtual que permite armazenamento
ilimitado de conteúdos de salas de aula, oferece a oportunidade de
realizar trabalhos em grupo e qualquer aluno ou professor tem acesso
a todo o conteúdo disponível na plataforma a qualquer hora e de
qualquer lugar.
Conforme reportagem publicada pelo site Novo Notícias, em 15 de
fevereiro deste ano, uma escola particular em Natal, Rio Grande do
Norte, adotou o uso da Google for Education no processo de ensino de
seus alunos. Segundo a reportagem, ao adotar a proposta de ensino
oferecida pelo Google, as salas de aula não possuem carteiras, alunos
e professores se espalham pelas salas sentados em almofadas e todos
direcionam seus olhares para tecnologias, situação que torna difícil
identificar quem é o professor.
 
“Enxergamos o potencial de aprendizagem nesse ambiente diferente
para o ensino. Mais importante que o uso de tecnologia, é a
construção de um novo conceito de interação entre professores e
estudantes, sem carteiras enfileiradas”, explica Irany Xavier de
Andrade, diretora da escola, que acredita na capacidade do espaço de
tornar temas ainda tidos como complexos em fáceis e acessíveis.
(NOVO NOTÍCIAS, 2017).

Mas, em escolas que não dispõe de muitos recursos, também é


possível integrar o processo de ensino a tecnologias. Cada aluno
atualmente possui um dispositivo móvel e acesso à internet. Esses
dispositivos trazem inúmeras ferramentas que podem ser usadas
para a educação, como a utilização de imagens, gravação de vídeos
ou áudios e grupos em redes sociais. Ao integrar essas ferramentas, o
professor tem a oportunidade de promover maior interação entre
alunos, conhecer melhor habilidades e dificuldades de cada estudante
e consequentemente consegue envolver mais os alunos no processo
educacional.
Claro que o ensino não deve contar apenas com o uso de tecnologias.
A tecnologia é importante na medida em que torna o aprendizado
mais participativo, mas não deve ser o único recurso em sala de aula.
Cada pessoa precisa aprender a escrever corretamente, a construir um
bom texto, a refletir sobre o que está lendo, dentre outras habilidades
que o ensino tradicional traz para cada aluno.
Além de provocar alterações em salas de aula presencial, a tecnologia
traz a oportunidade do ensino a distância para as pessoas,
modalidade educacional que oferece diversos benefícios para alunos e
professores.
Plataformas de ensino a distância que oferecem cursos online,
representam verdadeiras salas de aula e esse meio de ensino costuma
envolver muito o aluno no processo educacional. Nessas plataformas
cada aluno tem acesso a fóruns de discussão, a atividades com prazo
para conclusão, a vídeos com explicações sobre o conteúdo, a
apostilas, além da oportunidade do envio de mensagens internas
diretamente ao professor para esclarecer dúvidas.
O ensino a distância permite que cada aluno escolha qual é o melhor
horário para estudar, datas e lugar de aprendizagem. Mais que isso,
alunos de cursos a distância não precisam enfrentar trânsito intenso,
dias chuvosos e podem estudar no conforto de seus lares.
Através do que foi abordado, é possível perceber que a tecnologia em
salas de aula presencial pode se tornar uma ferramenta poderosa
para professores dar qualidade ao ensino, obter conhecimentos sobre
cada aluno e tornar o processo de ensino mais participativo. A
tecnologia está presente na vida de todos e não há mais espaço para
escolas que tentam proibir o uso da mesma em salas de aula. É
preciso que professores desenvolvam novas metodologias de aula,
visando sempre o uso da tecnologia para o aprendizado naquilo que é
possível. Cada professor deve ainda refletir com seus estudantes como
a tecnologia pode ser mais bem utilizada, estabelecer regras de uso e
prazos para a conclusão de tarefas. Ao mesmo tempo, a tecnologia se
torna principal aliada do ensino a distância e oferece diversas
ferramentas para a interação entre alunos e professores.
 

3.7. INFÂNCIA
 

Assim como na vida de todos, a tecnologia também ganhou espaço no


mundo infantil e a vida das crianças se transformou. Muitas
crianças preferem passar o dia todo conectadas à internet, acessando
redes sociais ou utilizando jogos virtuais, em vez de jogar bola,
correr, pular corda, nadar ou outras brincadeiras. Ao mesmo tempo
em que a tecnologia traz alguns benefícios para algumas crianças e
tal uso muitas vezes se torna inevitável, por outro lado, crianças que
usam tecnologias constantemente e não costumam brincar com seus
amigos podem contribuir muito para o sedentarismo infantil e
prejudicar sua socialização.
Nesse mesmo sentido, qualquer adulto sabe que uma criança requer
de seus pais muito tempo. Crianças querem sempre realizar algo,
querem encontrar atividades de entretenimento, por isso muitos pais
passam horas brincando com seus filhos. Mas, os pais também
precisam de tempo para cuidar da casa, trabalhar e nesses
momentos, é importante que seus filhos encontrem algo para se
entreterem. Dessa forma, muitos pais encontram na tecnologia um
espaço de entretenimento para suas crianças e as deixam por horas
utilizando redes sociais e jogos virtuais.
A internet pode ser representada por uma cidade e os sites
representam as ruas dessa cidade. Assim como uma criança com 8
anos ou menos não pode ir a rua sozinha, como pode utilizar a rede
mundial de comunicação por horas e sem a presença de seus pais?
Talvez o ideal seja que uma criança só possa ter acesso a qualquer
tecnologia, a qualquer dispositivo móvel e a internet, a partir de 8 ou
9 anos de idade, desde que o acesso a tecnologias se dê aos poucos e
sempre com o acompanhamento da família.
Entretanto, existem famílias que permitem que crianças de 2 anos
usem smartphone, tablet ou qualquer outro dispositivo o dia todo.
Isso tem um impacto profundo na vida dessas crianças e pode causar
inúmeros problemas futuramente, físicos e psicológicos.
A tecnologia pode ser interessante como forma de entretenimento ou
meio para o processo educacional na vida das crianças, mas uma
criança com 5, 6, 7 anos de idade ou menor ainda, não está
preparada para o uso da internet, da tecnologia e de suas
ferramentas. Crianças precisam correr, andar de bicicleta, jogar bola,
subir em árvores, pular corda, nadar, mais que isso, qualquer criança
precisa se movimentar e não deve ficar parada por horas utilizando
tecnologias.
 

3.8. TRABALHO
 
Em decorrência da tecnologia, as relações profissionais passaram por
transformações nos últimos tempos e certamente ainda irão passar
por mais mudanças nos próximos anos. Os sistemas informatizados
permitem maior flexibilidade de trabalho, tanto no que se refere ao
espaço profissional, quanto no que se refere aos horários e datas de
realização de atividades profissionais. Por outro lado, a flexibilidade
oferecida pela tecnologia gera dúvidas quanto às relações entre
profissional e empregador.
Hoje em dia muitos profissionais não precisam mais sair de suas
casas para trabalhar. Os processos organizacionais podem ser
realizados em vários lugares e o colaborador não precisa estar em
uma organização para desempenhar suas atividades profissionais.
Agora as pessoas se deparam com a oportunidade de trabalhar no
conforto de seus lares, de adequar seus horários de trabalho e até
mesmo de escolher quais são os dias em que desejam trabalhar. Essas
pessoas estão inseridas num conjunto de regras estabelecidas entre
colaborador e empregador, a organização passa tarefas a serem
cumpridas, informa prazos para o término de cada atividade e o
funcionário tem apenas que realizar seu trabalho de acordo com
prazos e regras estabelecidas previamente.
Em situações como as que foram apresentadas anteriormente, a
organização não se preocupa em observar quantas horas seu
colaborador trabalhou durante uma semana, tão pouco se interessa
em saber se seu funcionário trabalha ou não todos os dias. Para essa
organização o importante é que cada colaborador siga prazos e
regras acordadas.
Outro impacto que os sistemas informatizados trouxeram para a vida
de muitos profissionais, se trata de alterações nas relações de
trabalho entre colaborador e empregador. As organizações fazem uso
de diversas ferramentas e inclusive de redes sociais, visando dar
maior agilidade na comunicação e bom andamento dos negócios.
Diante dessa situação, o profissional além de estar conectado o
tempo todo se comunicando com a organização, parceiros da mesma
e clientes, ao sair do trabalho, o colaborador se sente na obrigação de
responder algum e-mail ou uma mensagem que se relaciona com
algum processo organizacional em que esteja envolvido.
Ou seja, o ambiente profissional se confunde com o lar do
colaborador, torna-se difícil separar momento de trabalho de
momentos de lazer ou descanso, o profissional se sente
sobrecarregado e daí, surgem as dúvidas: Aquele colaborador que se
comunica com clientes ou parceiros da organização em que trabalha,
fora do horário de trabalho deve ser remunerado? O colaborador deve
responder qualquer e-mail ou mensagem recebida fora da
organização? Como estabelecer alguma remuneração ao funcionário
que se envolve com processos organizacionais fora da organização?
É preciso que cada organização desenvolva regras sobre essas
situações, que converse com cada colaborador sobre o uso de
sistemas de comunicação e que tenha acordos entre profissional e
empregador. Assim, esses acordos devem estabelecer regras que visem
trazer respostas às dúvidas expostas anteriormente.
Pode-se entender que ao mesmo tempo em que a tecnologia possibilita
maior flexibilidade de horário e local, quando se trata de
profissionais que exercem suas atividades na modalidade a
distância, a integração de redes sociais aos processos corporativos
gera muitas dúvidas sobre como empregador e colaborador podem
lidar com o uso de dispositivos móveis fora do ambiente
organizacional.
 

3.9. CONCLUSÃO
 

Ao longo deste capítulo, foram apresentadas diversas transformações


ou mudanças decorrentes dos avanços tecnológicos ocorridos nos
últimos anos. Nota-se que a tecnologia está presente na vida de todos
e às vezes é até difícil imaginar como seria a rotina de cada um, se a
mesma não estivesse presente nos dias de hoje. Sem dúvidas, os
benefícios que o mundo tecnológico traz para pessoas e organizações
são gigantescos, fato que faz da tecnologia da informação e
comunicação algo fundamental para a continuidade dos negócios em
uma organização, ao mesmo tempo em que é fundamental para a
continuidade dos projetos de vida de cada pessoa.
A tecnologia provocou mudanças na humanidade que há 15 ou 20
anos atrás seriam inimagináveis. A internet permite a aproximação
de pessoas geograficamente distantes, ao mesmo tempo em que o uso
descontrolado da rede mundial de comunicação afasta pessoas que
estão geograficamente próximas; As pessoas tornam-se mais
transparentes, já que revelam seus pensamentos mais profundos em
redes sociais para qualquer pessoa; O processo de ensino se depara
com um grande desafio, que é integrar ferramentas tecnológicas ao
aprendizado de crianças e adolescentes; As relações de trabalho se
deparam com diversas dúvidas, ao mesmo tempo em que traz maior
flexibilidade em todos os sentidos e organizações são obrigadas a
estabelecerem regras claras sobre o uso da tecnologia por parte de
seus colaboradores; Profissionais percebem que precisam se capacitar
o tempo todo, pois a tecnologia provoca alterações assustadoras e os
obriga a aprender todos os dias; E neste meio virtual todos precisam
aprender a se protegerem, pois até mesmo os bandidos aproveitam as
facilidades que a tecnologia proporciona a cada usuário.
 
CAPÍTULO 4 DEPENDÊNCIA DE INTERNET
 

De acordo com o que foi apresentado no capítulo anterior, a


tecnologia traz inúmeros benefícios se bem utilizada e gera muitas
facilidades na vida de cada pessoa. Como exemplo, os sistemas
informatizados permitem que uma pessoa trabalhe no conforto de seu
lar, estude a distância, se comunique com outra pessoa em qualquer
lugar e a qualquer tempo, dentre outros benefícios. No entanto, como
em qualquer outro ambiente, na internet existem pessoas que são
honestas e éticas, mas também tem pessoas que apenas querem
prejudicar usuários desse meio virtual. Dessa maneira, criminosos
fazem uso de ambientes virtuais para cometer roubos, ofender
pessoas, invadir dispositivos alheios e outros crimes.
Assim, o uso da internet está presente na vida de todos e dificilmente
uma pessoa consegue realizar suas tarefas diárias sem o uso da
tecnologia e suas inúmeras ferramentas. Mas, o uso excessivo de
tecnologias e da rede mundial de comunicação pode se tornar um
vício e afetar de forma negativa a vida de qualquer pessoa.
Atualmente, existe usuário de internet que não consegue mais se
desconectar em nenhum momento, esse usuário acorda com seu
smartphone na mão e só o deixa quando vai dormir. Mais que isso,
existem pessoas que perdem noites inteiras de sono por não
conseguirem deixar de utilizar a internet. Esse tipo de usuário se
isola do mundo real, se afasta das pessoas e pensa que existe apenas
o mundo virtual.
 
4.1. VÍCIO
 

O vício se caracteriza pelo desequilíbrio do comportamento humano


em relação a algo que faz ou utiliza, situação que leva a pessoa a
enfrentar conflitos em suas relações sociais e profissionais. Ou seja,
uma pessoa viciada é aquela que não consegue viver sem praticar a
ação que origina seu vício, desde quando acorda até o momento de
dormir.
Uma pessoa não se torna viciada em algo de um dia para o outro e
geralmente apresenta diversos sinais que indicam a probabilidade da
ocorrência do vício. Ou seja, a dependência de algo ocorre aos
poucos, cada dia mais a pessoa sente necessidade daquilo que a
vicia, até que isso se torne algo incontrolável. Ou seja, para que se
possa caracterizar um vício, é preciso que a pessoa perca o controle
sobre algo. Tempo em alguma atividade ou quantidade de ingestão de
alguma substância, não são suficientes para caracterizar um vício.
Por exemplo, uma pessoa que se vicia em trabalho, o processo de
vício se deu aos poucos. A cada dia essa pessoa foi buscando mais
coisas para fazer, foi aumentando seu tempo de trabalho, foi
assumindo mais responsabilidades. No decorrer do tempo, essa
pessoa assume tanto trabalho, que mesmo que queira, não consegue
mais parar de trabalhar. Esse ser humano não consegue ficar com
sua família sem pensar em trabalho, não consegue ir a um jantar e
não conversar sobre trabalho e se sente mal em qualquer lugar
quando não está trabalhando. Ou seja, essa pessoa passa a ser
dependente do trabalho, configurando uma fixação.
Cada pessoa pode se viciar em uma substância como o álcool, pode
ser dependente de alguma ação como o trabalho, ou pode ainda se
viciar em algum objeto, por exemplo, um smartphone. Dessa forma, a
pessoa ao ingerir uma substância, ao realizar uma ação ou ao
utilizar algum objeto, se sente empoderada. E ao se sentir bem, esse
objeto, substância ou ação passa a ser o foco principal da pessoa
viciada.
Qualquer vício causa inúmeros transtornos e exclui a pessoa do
convívio social. Uma pessoa viciada geralmente enfrenta problemas
no trabalho por causa de faltas ou atrasos, tem conflito com sua
família por se tornar ausente, se afasta dos amigos e se isola
somente naquilo que a viciou.
 

4.2. DEPENDÊNCIA DE INTERNET


 

A dependência de internet se caracteriza pelo uso excessivo e


descontrolado de tecnologias, situação em que o indivíduo não
consegue mais se desconectar por nenhum momento. Dessa forma, o
dependente de internet procura sempre estar conectado e passa horas
navegando em redes sociais ou jogando. Como qualquer outro
viciado, o dependente digital se afasta das pessoas e prejudica suas
relações familiares, profissionais, afetivas e pessoais.
Assim como o dependente de álcool, que precisa cada vez mais ingerir
maior quantidade de bebida alcoólica para se satisfazer, o
dependente de internet precisa a cada dia de um tempo maior de
conexão para se satisfazer também. Ou seja, a pessoa viciada em
tecnologias, inicialmente se satisfaz passando 3 ou 4 horas
utilizando a internet, no decorrer dos dias, 4 horas não são
suficientes e essa pessoa aumenta o tempo de conexão. Existem casos
de pessoas que não vão ao banheiro por não conseguirem deixar a
tecnologia nem por 1 minuto.
A necessidade do uso de tecnologias pelo dependente tecnológico é
tão grande, que ele não consegue ir ao trabalho, viajar ou estar em
qualquer outro lugar sem seu smartphone ou tablet. Essa pessoa
precisa usar algum dispositivo eletrônico o tempo todo e se por
esquecimento deixa seu dispositivo móvel em casa, apresenta alto
grau de irritabilidade, ansiedade, dentre outros sintomas. O usuário
dependente de internet leva seu dispositivo móvel a qualquer lugar
que vai, até mesmo quando vai ao banheiro. Esse usuário costuma
fazer suas necessidades e tomar banho ao mesmo tempo em que se
comunica em redes sociais ou utiliza jogos virtuais.
 
Qualquer padrão de compulsão, seja para droga, alimento ou
internet, envolve um neurotransmissor chamado dopamina. Com a
falta dele, os sintomas de abstinência aparecem, até para os
dependentes da web. Ele começa a ter agressividade, agitação,
tensão, taquicardia, dor de cabeça, mudança de percepção. (MULLER,
2016).

Como visto, a pessoa dependente de internet apresenta preocupação


excessiva em fazer uso da mesma e não consegue se afastar da
tecnologia nem por alguns minutos. Quando alguém sai de casa para
ir ao trabalho e esquece seu smartphone em casa, é natural que essa
pessoa queira buscar seu dispositivo eletrônico na hora do almoço,
por exemplo. Entretanto, quando alguém vai a algum lugar, deixa seu
dispositivo móvel em casa e passa mal por tal esquecimento, isso
sinaliza que essa pessoa já se tornou alguém viciada em tecnologias.
Segundo reportagem publicada em 22 de julho de 2015 pelo portal de
notícias da Globo, G1, pessoas dependentes de internet utilizam
tecnologias como se fossem droga. A reportagem destaca ainda o
número de viciados em aplicativos para celular no mundo todo.
 
Um estudo da Flurry, consultoria do Yahoo, apontou que há 280
milhões de “viciados” em aplicativos para celular no mundo, mas não
tem base médica. No entanto, muitos brasileiros, 10% do total de
internautas segundo especialistas do Hospital das Clínicas (SP), já
foram diagnosticados com um vício real: é a dependência de
tecnologia, que faz suas vítimas passarem até 12 horas conectadas e,
quando estão off-line, tremerem, suarem, terem taquicardia e, em
casos extremos, chegarem até a tentar suicídio. (GOMES, 2015).

Então uma pessoa que passa 3 horas ou mais utilizando internet


todos os dias está viciada? É importante entender que o número de
horas ou a quantidade de tempo que uma pessoa passa conectada à
internet, não determina se essa pessoa é ou não dependente digital.
Muitas pessoas, por diversos motivos, trabalho, estudo ou outros,
ficam conectadas à internet durante o dia todo. Ou seja, em
decorrência do avanço tecnológico ocorrido nos últimos anos,
diversas pessoas fazem uso de tecnologias o dia todo, mas nem
sempre todas essas pessoas estão viciadas em ferramentas
tecnológicas.
A dependência de internet é identificada quando se observa uma
pessoa que por causa do uso excessivo de redes sociais ou jogos
virtuais, deixa de lado outros afazeres. O viciado em dispositivos
móveis ou computador normalmente deixa de dormir, trabalhar,
estudar, sair com seus amigos, conversar com sua família, dentre
outras ações que tornam a pessoa ausente do mundo real. Enfim, o
viciado em internet apresenta preocupação constante com a
tecnologia e procura cada vez mais estar conectado à internet onde
quer que esteja.
 

4.3. CAUSAS
 

Existem diversas causas que levam a uma pessoa se viciar em


tecnologias. A dependência de internet geralmente é dada como o
primeiro diagnóstico, mas pode ser que esse vício esconda outros
problemas que o dependente tecnológico enfrenta ou já enfrentou ao
longo de sua vida. Por exemplo, é comum a necessidade de
reconhecimento por parte dos amigos entre adolescentes. Por isso,
essas pessoas costumam realizar várias postagens em redes sociais
ao longo de um só dia, visando receber muitos likes por cada
postagem. Há casos também em que uma pessoa enfrenta alguma
crise num relacionamento amoroso, ou não está satisfeita com seu
trabalho, mas não pode deixar esse emprego. Assim como a ingestão
de álcool ou drogas é um meio encontrado por várias pessoas para se
refugiar desses problemas, a internet se torna outro meio de refúgio e
ao passar horas navegando por redes sociais ou em jogos virtuais, o
indivíduo tenta esquecer algum problema.
Atualmente há a dúvida entre especialistas se a depressão decorre do
uso desequilibrado da internet, ou se o vício em tecnologias é
originado por depressão. Talvez existam as duas realidades. A pessoa
que enfrenta alguma depressão encontra em ambientes virtuais uma
fonte de prazer e o prazer gerado pela internet faz com que essa
pessoa se sinta melhor quando utiliza recursos tecnológicos, a cada
dia precisa de um tempo maior de conexão para obter satisfação e
tudo isso leva a pessoa ao vício da internet. Por outro lado, ao
navegar por redes sociais, o usuário se depara com uma vida
aparentemente maravilhosa de seus amigos. Então essa pessoa passa
a comparar sua vida com a vida apresentada por pessoas com as
quais se relaciona nas redes sociais, se lembra dos desafios que ela
precisa enfrentar todos os dias e se sente alguém menor perante seus
amigos. Tal situação no decorrer do tempo leva essa pessoa a
depressão.
 

4.3.1. AUSÊNCIA DOS PAIS E IRMÃOS


 

As transformações ocorridas nas últimas décadas e o avanço


tecnológico trouxeram novos desafios para as pessoas em geral. No
que se refere a família, poucos são os casais que querem ter mais de
um filho e crianças crescem sem irmãos, Mas não para por aí. O alto
número de divórcios, que obriga a mãe ou pai se ausentar o dia todo
de casa para ir em busca de trabalho; A independência da mulher,
que ganhou o mercado de trabalho e causa a ausência dos pais para
crianças e adolescentes; O aumento da criminalidade que impede
crianças e adolescentes conversarem ou brincarem com amigos na
porta de suas casas; dentre outras situações, contribuem muito para
que cada criança ou adolescente tenha uma vida solitária.
Diante dessa situação, os filhos muitas vezes não possuem a atenção
que deseja de seus pais, por se ausentarem o dia todo. Então, a
criança ou adolescente encontra na internet uma forma de
entretenimento e fonte de prazer, por isso passa horas trancado no
quarto utilizando seu smartphone, tablet, ou qualquer outra
tecnologia. Ou seja, essa pessoa encontra nos games ou nas redes
sociais uma maneira de suprir a falta de atenção que ela sente todos
os dias.
Mas nem sempre é a criança ou o adolescente que procura estar o dia
todo conectado. Muitas vezes os pais, sem terem idéia do mal que isto
pode causar no futuro, induzem seus filhos a se trancarem no quarto
e utilizarem a internet por horas.
Ao chegarem a suas casas, depois de um dia todo de trabalho, os pais
estão exaustos e ainda precisam talvez realizar algumas tarefas
domésticas, ou resolver coisas comuns do cotidiano de qualquer
pessoa. Ao mesmo tempo, seu filho quer sua atenção para brincar,
para esclarecer alguma dúvida sobre um trabalho que precisa
apresentar a um professor no dia seguinte, ou até mesmo para contar
algo que aconteceu com ele durante o dia na escola. Dessa forma, o
pai ou a mãe, por exemplo, se depara com uma situação desafiadora:
conciliar as obrigações domésticas e dar atenção para seu filho.
Como isso nem sempre é possível, a mãe, por exemplo, pede a seu
filho que vá assistir televisão, ou conversar com seus amigos na
internet, que mais tarde eles conversam ou brincam. O tempo passa,
a mãe não dá a atenção que prometeu a seu filho, chega a hora de
dormir e no dia seguinte começa tudo de novo.
Então, o filho, que pode ser uma criança ou um adolescente, encontra
em ambientes virtuais pessoas que aparentemente dão atenção a ele.
Mais que isso, a internet passa a ser o único ambiente em que esse
indivíduo se interage e com o tempo, ele se esquece que existe o
mundo real. O resultado é possível imaginar, essa pessoa se torna
dependente de internet e quando os pais descobrem, a situação já
está incontrolável.
 

4.3.2. INSENSATEZ DE PAIS E EDUCADORES


 

Se é fato que a tecnologia está presente na vida de todos, é fato


também que cada pessoa precisa aprender fazer uso de recursos
tecnológicos e educar crianças e adolescentes. Ou seja, o uso
consciente de tecnologias por parte de crianças e adolescentes passa
pela responsabilidade e capacidade de professores e pais em ensinar
esse uso correto. Ocorre que muitos pais não possuem a mínima
noção do mal que o uso descontrolado de tecnologias pode trazer
para seus filhos, ao mesmo tempo em que vários professores
consideram quase impossível dar aulas para essa geração conectada,
esses educadores não buscam promover uma educação digital, a
direção das escolas não procura integrar as tarefas de sala de aula a
tecnologias e crianças e adolescentes fazem uso de sistemas
informatizados como bem entendem.
Atualmente, muitas crianças praticamente já nascem com um
smartphone na mão. Crianças de 2 ou 3 anos já possuem algum
dispositivo móvel, ou quando não possuem, essas crianças utilizam
algum smartphone ou tablet de seus pais. Existem crianças de 4 ou 5
anos que dominam melhor a tecnologia que um adulto. Dessa forma,
a tecnologia entra cada vez mais cedo no mundo infantil e contribui
para o aumento do número de viciados em internet.
 
A realidade virtual vem progressivamente confundindo seus limites
com o mundo real no cotidiano de crianças e adolescentes. Hoje em
dia, eles já nascem imersos no meio digital. Basta lembrar que uma
das primeiras providências dos pais ao terem um bebê é postar suas
fotos nas redes sociais. Não à toa, essa é a chamada geração digital.
(BARROS, 2016, grifo do autor).

Nesse contexto, existem pais que não estão nem um pouco


preocupados com o uso excessivo da internet pelos filhos, dão tablets
e smartphones como presentes de aniversário, não educam seus filhos
sobre o uso correto da tecnologia e também não monitoram o uso que
crianças e adolescentes fazem da internet. Assim, a criança se
encanta com os inúmeros ambientes virtuais existentes e se envolve
cada vez mais com a tecnologia. Os pais não estabelecem regras e
tempo de uso e os filhos passam horas na internet todos os dias.
Esses pais pensam que se seus filhos estão dentro de casa, trancados
no quarto e navegando por ambientes virtuais, está tudo bem. Mais
que isso, para muitas famílias, o tempo é escasso, por causa do
trabalho, estudo e outras atividades, contexto que impede os pais de
verem que crianças e adolescentes se tornam cada dia mais
dependentes da internet.
Claro que existem famílias nas quais os filhos usam a tecnologia de
maneira consciente e segura, os pais estabelecem regras e tempo de
uso e as ações de crianças e adolescentes na internet são
acompanhadas por seus pais constantemente. Mas, muitas famílias
vão na direção contrária disso e só percebem algo quando o uso de
recursos tecnológicos se torna incontrolável.
No mesmo sentido, há escolas que ainda possuem um método de
ensino tradicional, a direção não faz esforço para inovar a
metodologia de ensino e professores tentam de qualquer maneira
proibir o uso da tecnologia por alunos. Assim, cria-se um problema:
os alunos não deixam a tecnologia e diminuem o interesse pelas
aulas, enquanto os professores enxergam a tecnologia em sala de
aula como um desafio insuperável.
Esses educadores não conseguem ver que a tecnologia pode se tornar
uma aliada no processo de ensino. Eles tentam dar aulas como se
ainda estivessem no século XX e acreditam que alunos que fazem uso
da tecnologia em sala de aula devem ser punidos de alguma forma.
Ao mesmo tempo, os alunos não entendem os motivos dessa
restrição, não recebem nenhuma orientação de seus educadores e
usam seus dispositivos móveis constantemente.
Assim como no caso dos pais que buscam promover uma educação
digital para seus filhos, há escolas que se esforçam para integrar a
tecnologia ao processo de ensino, além de promover uma educação
digital, com o objetivo de apresentar aos alunos os riscos existentes
sobre o uso descontrolado da internet e como navegarem de maneira
segura. Porém, várias escolas não entendem que o uso desequilibrado
de ferramentas tecnológicas por crianças e adolescentes pode ser
evitado, quando educadores desenvolvem uma educação digital.
 

4.3.3. POPULARIZAÇÃO DO USO DE INTERNET E


TECNOLOGIA
 
A popularização da internet e da tecnologia, como dispositivos
móveis: tablets e smartphones, certamente contribui para o aumento
do número de dependentes de internet em todo o mundo. Atualmente
qualquer pessoa que possui um dispositivo móvel tem acesso à rede
mundial de comunicação em qualquer lugar, redes sem fio estão
disponíveis em todos os ambientes.
As pessoas passam o tempo todo conectadas onde quer que estejam.
Diversos estabelecimentos públicos ou privados oferecem acesso à
internet sem fio gratuitamente, mas se algum estabelecimento não
oferece acesso gratuito ao mundo virtual, seus visitantes navegam
por redes sociais utilizando um pacote de internet oferecido por sua
operadora de telefonia móvel. Ou seja, gratuitamente ou não, as
pessoas não deixam de acessar a rede mundial de comunicação.
Este acesso ao mundo virtual quase que ilimitado, oferece a cada
pessoa a oportunidade de se comunicar sempre que quiser, uma
comunicação virtual que leva os usuários a se esquecerem de quem
está fisicamente perto. Mais que isto, as pessoas estão tão
acostumadas a se comunicarem via redes sociais, que mesmo ao lado
de alguém, muitas vezes se comunicam com esse alguém via
whatsapp.
Esta facilidade de comunicação trazida pelas redes sociais, integrada
a tecnologia e internet móvel, transforma a vida de muita gente e faz
com que esses usuários não deixem de se comunicarem por nenhum
momento. Desde o momento em que acordam até a hora que vão
dormir, essas pessoas enviam e recebem inúmeras mensagens e
muitas vezes deixam de lado afazeres do mundo real. Mais que isso, o
número de informação com que essas pessoas lidam durante o dia é
tão grande, que o cérebro tem dificuldade de administrar isso e
outras tarefas do dia-a-dia passam a ser comprometidas, já que a
capacidade de concentração diminui. Quando tudo isso acontece,
sinaliza que a pessoa não tem mais controle sobre a tecnologia e a
tecnologia passa a ter domínio sobre ela.
Pode-se entender então que a popularização da internet e da
tecnologia trouxe inúmeras facilidades para cada pessoa,
principalmente no que se refere a comunicação. No entanto, se
usuários desses sistemas informatizados passam a se comunicarem
cada vez mais e ao mesmo tempo se afastarem de compromissos
diários, esses usuários se tornam pessoas dependentes da tecnologia,
como um dependente de álcool ou drogas.
 

4.3.4. BAIXA AUTOESTIMA


 

A baixa autoestima, situação em que a pessoa tem dificuldades de


acreditar em si mesma e em seu potencial, pode ser uma das causas
que induz o indivíduo ao vício da internet. Essa pessoa busca nas
redes sociais um reconhecimento ou uma atenção que talvez imagine
não ter na vida real, por isso passa horas conectada todos os dias.
Ao navegar por redes sociais, as pessoas postam apenas parte do que
elas realmente são, geralmente são postagens que revelam uma vida
feliz, uma vida de aparências e sem problemas. Isso não é diferente
para a pessoa com baixa autoestima. Ela posta aquilo que atrai mais
a atenção de seus amigos nas redes sociais, sempre posta o que gera
mais comentários e mais likes.
Para tentar atrair mais a atenção das pessoas, o indivíduo com baixa
autoestima passa a postar coisas em seu perfil cada vez mais. Isso
gera para essa pessoa uma sensação de bem estar, uma idéia de que
nesse ambiente ela é reconhecida, um ambiente em que muitos
concordam com ela e não há conflitos. Não há conflitos em redes
sociais, porque as relações não são obrigatórias. Se ao postar algo,
outra pessoa faz um comentário negativo sobre tal postagem, o
usuário simplesmente deleta. E mais que isso, além de deletar um
comentário que não gostou, a pessoa ainda pode decidir não se
relacionar mais com aquela pessoa que realizou um comentário
negativo.
Nesse sentido, a pessoa com baixa autoestima se afasta aos poucos
do que ela vivencia e começa a dar mais importância ao que pode
postar na internet. Para essa pessoa o importante não é o que ela
pensa, não é o que ela vive, não é se envolver verdadeiramente com
as pessoas a sua volta. O que é interessante é postar textos, vídeos e
fotos que atraem mais público.
Ao se submeter ao que é interessante para os outros nas redes
sociais, a pessoa insegura ou com baixa autoestima deixa de ser
quem ela realmente é, se transforma em alguém que as pessoas
desejam que ela seja, se afasta do convívio social e se torna uma
pessoa extremamente dependente da internet, porque imagina que
esse ambiente é o único lugar no qual ela é alguém, onde ela é
valorizada, espaço onde ela é reconhecida, ambiente no qual as
pessoas gostam dela.
 

4.3.5. FUGA DA REALIDADE


 
A internet para muitos representa um meio para fugir da realidade.
Assim como o alcoólatra consome álcool com o objetivo de esquecer o
que lhe faz mal, o viciado em tecnologias está sempre conectado para
esquecer o mundo a seu redor. Ao navegar por redes sociais, sites de
notícias, ou outros ambientes virtuais, a pessoa se isola do mundo
real.
Dentre as situações que induzem uma pessoa a se refugiar em redes
sociais, pode-se destacar crise no casamento, insatisfação com o
trabalho, depressão, perda de algum parente ou outras causas. Ao
navegar pela internet, a pessoa se sente bem e se esquece do mundo
real.
Por exemplo, alguém que enfrenta uma crise em seu casamento, ao
sair do trabalho e chegar em casa, pode preferir se conectar à
internet e ficar navegando por redes sociais ou outros ambientes
virtuais o tempo todo, em vez de enfrentar a situação como ela é.
Entretanto, com o decorrer do tempo, essa pessoa terá necessidade de
permanecer mais tempo conectada.
O mesmo ocorre com muitas pessoas que perdem alguém que ama
muito. Em vez de tentar administrar o luto e aceitar a realidade,
essas pessoas preferem passar horas na internet num gesto de negar
os fatos. Aparentemente o uso de tecnologias parece resolver o
problema, pois ao se conectar, essas pessoas se esquecem do mundo
real. Mas, quando estão desconectadas a dor de ter perdido alguém
volta, por essa razão essas pessoas sentem necessidade de estarem
conectadas o tempo todo.
Pode-se entender que para muitas pessoas o mundo virtual funciona
como um meio de negar os fatos e fugir da realidade. O mundo digital
passa para essas pessoas uma sensação de prazer e as induz ao
esquecimento de situações mal resolvidas. Por outro lado, quando
essas pessoas não estão conectadas, elas se deparam novamente com
seus conflitos ou problemas que não conseguem administrar. Assim,
as pessoas se tornam cada vez mais dependentes da tecnologia e de
internet, o que resulta em um grave problema de saúde.
 

4.4. CONSEQUÊNCIAS
 

Conforme o que foi apresentado anteriormente, a dependência de


internet é gerada por diversos motivos, tais como popularização da
tecnologia, ausência de educação digital, dentre outros. Por outro
lado, o vício em recursos tecnológicos também gera várias
conseqüências, que contribuem para o desenvolvimento de outros
problemas de saúde. As conseqüências muitas vezes se confundem
com as causas da dependência digital, como depressão e obesidade.
Obesidade ou depressão podem induzir uma pessoa ao vício em
tecnologias, uma vez que essa pessoa tende a se afastar do convívio
social. Ao mesmo tempo, depressão e obesidade são conseqüências da
dependência tecnológica, já que em algumas situações, o viciado em
tecnologias deixa até de sair de casa para passar horas na internet
sem ser incomodado.
 

4.4.1. DEPRESSÃO
 
Uma das principais conseqüências da dependência tecnológica é a
depressão. Ao utilizar internet por horas todos os dias, a pessoa
tende a se isolar do convívio social cada vez mais e isso aumenta o
risco do desenvolvimento da depressão. Mais que isso, esse risco pode
ainda ser intensificado para quem usa a tecnologia somente para
navegar em redes sociais.
Basicamente existem dois componentes nas redes sociais que induz o
dependente de internet a depressão: notícias negativas e momentos
felizes de amigos.
Qualquer pessoa, viciada ou não em tecnologias, quando acessa uma
rede social se depara com inúmeros momentos felizes e divertidos de
pessoas com as quais se relaciona. Essas pessoas postam fotos e
vídeos de jantares, viagens, festas, passeios com a família e amigos,
momentos de férias, conquistas ou outras situações. Dessa maneira,
o dependente digital, que é um usuário que passa horas utilizando
tecnologias todos os dias, consequentemente visualiza bem mais
conteúdos como os que foram apresentados, se comparado a um
usuário comum. Ao visualizar estes momentos felizes de maneira
excessiva, esse usuário passa a questionar se sua vida é boa, se ele
tem momentos felizes como seus amigos possuem e isso pode lhe dar
uma sensação de inferioridade e levar esse indivíduo a depressão.
O dependente tecnológico pode se tornar uma pessoa deprimida
também por visualizar muitas notícias negativas. Existem muitas
postagens que trazem notícias em redes sociais, notícias que na sua
maioria são negativas. Estas notícias dão apenas uma visão da
realidade, somente informações que passam a impressão de que o
país ou a humanidade enfrenta crises em vários sentidos. São poucas
as notícias que informam fatos contrários. Esse ambiente negativo
criado por diversas notícias passa a sensação de que todos vivem
tempos difíceis e levar o usuário de internet a desenvolver depressão
futuramente.
Mas, a depressão causada pelo uso excessivo de tecnologias, não se
relaciona apenas com a vida aparentemente feliz das pessoas e com
notícias negativas. Existem outras situações vivenciadas por
dependentes de tecnologias que podem levá-los a depressão, tais
como comentários negativos, poucos likes recebidos e ofensas.
 
A Kaspersky Lab, desenvolvedora do NOD32 e de outro antivírus
homônimo, realizou uma pesquisa com 16.750 pessoas em vários
países sobre o uso de redes sociais e seus impactos. Em grande parte,
as pessoas disseram que usam redes sociais, como o Facebook, para
se sentirem bem, mas na maioria das vezes, o sentimento obtido é o
oposto, de depressão — já que a comparação torna-se inevitável.
(ALENCAR, 2017).

A informação apresentada anteriormente refere-se a um artigo


publicado pelo site TechTudo, em 06 de janeiro deste ano. A
publicação revela ainda que várias pessoas sentem inveja ou tristeza
quando seus amigos recebem mais likes que elas e que se sentem
frustradas ao visualizar fotos de férias ou outros momentos felizes de
seus amigos.
É importante destacar que o dependente digital não se torna uma
pessoa deprimida apenas por utilizar redes sociais. O dependente
tecnológico muitas vezes se transforma em alguém deprimido por se
isolar das pessoas. Como já visto, quem é viciado em internet dedica
muitas horas de seu dia em ambientes virtuais, tais como games,
sites de notícias, ou redes sociais, situação que estimula essa pessoa
a se afastar de sua família, amigos e até mesmo de seus colegas de
trabalho. Essa pessoa se torna um indivíduo solitário, tal solidão
contribui para o desenvolvimento de diversas doenças e uma dessas
se trata da depressão. A pessoa imagina que sua família, amigos e
outras pessoas se afastaram dela e muitas vezes não consegue
perceber que o uso excessivo da tecnologia que ela faz todos os dias
gerou essa solidão.
 

4.4.2. QUEDA DO NÍVEL DE APRENDIZAGEM


 

Atualmente, o nível de aprendizagem de crianças e adolescentes sofre


prejuízos em virtude do uso constante de tecnologias. Responder
mensagens enquanto está em sala de aula, estudar ao mesmo tempo
em que conversa com amigos em redes sociais, realizar trabalhos em
grupo enquanto posta fotos ou vídeos, são ações praticadas por
muitos alunos, principalmente por dependentes de internet. É
inevitável que ao tentarem realizar duas ações ao mesmo tempo,
conforme o que foi apresentado anteriormente, crianças e
adolescentes irão diminuir o nível de atenção para ambas as
atividades, situação que prejudica o processo de aprendizagem.
Em muitas escolas por todo o país, a direção e professores não se
preocupam em promover uma educação digital. Pelo contrário,
tentam proibir o uso de tecnologias em sala de aula constantemente e
punir quem descumpre tal restrição. Esses profissionais não
entendem que o uso de tecnologias hoje em dia é inevitável para
qualquer pessoa e no caso de alunos, isso não é diferente.
Quando a escola adota medidas de restrição nesse sentido, o que
acontece é o inverso. Alunos sem orientação alguma sobre o uso
correto e consciente de tecnologias, utilizam seus dispositivos
eletrônicos o tempo todo, não se interessam pelas aulas que
participam e essa realidade prejudica o processo de ensino. Mas, além
de contribuir para quedas nos níveis de aprendizagem, quando a
direção escolar age desta maneira, também contribui para o aumento
do número de pessoas dependentes da tecnologia.
Para a pessoa que é viciada em recursos tecnológicos a situação é
bem pior. O usuário comum, muitas vezes pode ter sua atenção e seu
aprendizado prejudicados por fazer uso de dispositivos móveis em
sala de aula, mas essa pessoa tem alguma consciência sobre tal uso e
não permanece conectada o tempo todo. No caso do dependente de
internet, seu aprendizado é mais prejudicado, uma vez que esse aluno
não consegue se desconectar por nenhum momento. Nesse contexto, o
aluno dependente de tecnologias enfrenta dificuldades para aprender
quando está em sala de aula, quando precisa estudar para alguma
avaliação, ao se reunir com outros colegas para realizar pesquisas,
dentre outras atividades escolares.
 
Em parte a aprendizagem tornou-se inerente ao uso da internet, pois
a expansão da tecnologia, obviamente, trouxe maior facilidade no
compartilhamento e na coleta de informações. Porém, seu uso
desordenado pode não proporcionar uma aprendizagem eficaz.
Portanto, no momento do estudo é aconselhável se desconectar das
redes sociais para que haja uma melhor compreensão das
informações, pois a múltipla interação e variação constante do foco
da atenção também pode ser indicativo de dependência da internet.
(NÚCLEO PSI, 2016).

Entende-se que a tecnologia pode se tornar uma grande aliada


quando bem utilizada e quando tal uso é bem orientado por pais e
educadores. Mas, o uso indiscriminado da mesma pode levar
crianças, adolescentes e jovens ao vício da internet. Claro que
qualquer pessoa está sujeita a se viciar em tecnologias, mas esse
fenômeno é mais comum em pessoas mais jovens, por estarem mais
habituadas aos recursos tecnológicos. Tal dependência produz
diversas conseqüências e como visto, o aprendizado de qualquer
pessoa pode ser prejudicado quando alguém não consegue se
desconectar nem por um minuto.
 

4.4.3. NOITE DE SONO PREJUDICADA


 

Além de ser um elemento fundamental para a manutenção de uma


boa saúde, física e psicológica, o sono oferece para cada pessoa a
oportunidade de descanso depois de um dia de trabalho e permite
maior disposição no dia seguinte. Mas, no caso do dependente de
internet a situação não é bem assim. A pessoa viciada em tecnologias
passa noites inteiras conectada, ou dorme pouco, o que leva essa
pessoa a prejudicar seu sono constantemente e ter noites mal
dormidas. Em decorrência disso, o dependente tecnológico altera sua
saúde física e mental, apresentando sinais de cansaço, ansiedade,
irritabilidade, pouco comprometimento com tarefas do dia-a-dia,
dentre outros.
O dependente de internet que costuma passar mal e ficar irritado
quando não está conectado, ao ter noites de sono prejudicadas, esses
problemas se tornam ainda mais graves, já que a pessoa passa mal e
se irrita pela abstinência de tecnologias e pelo cansaço físico e
mental. Mais que isso, o dependente digital que costuma se afastar
de sua família, de seus amigos e do trabalho, se afasta ainda mais
quando passa a dormir pouco.
 
Todo mundo sabe de cor as consequências imediatas de uma noite em
claro ou com o sono todo picado. No dia seguinte, os olhos pesam, a
cabeça dói, o trabalho ou o estudo não rendem… Quando isso
acontece, na calada do corpo ocorre um desequilíbrio em uma série de
hormônios. Só que, se essa bagunça interna vira rotina, a falta de
repouso trará repercussões de médio e longo prazo: ganho de peso,
aumento da pressão e, como sinalizam estudos, o aparecimento do
diabete tipo 2. Esse é um alerta que deveria soar bem alto por aqui. O
Brasil já ocupa o quarto lugar entre os países com mais diabéticos,
atrás de gigantes como a China, a Índia e os Estados Unidos —
segundo a Federação Internacional de Diabetes, somamos mais de 14
milhões de casos. Número que pode crescer se as pessoas
continuarem a não dar tanto valor ao próprio sono. (BASILIO, 2016).

4.4.4. ACIDENTES
 

A necessidade de se conectar o dia todo leva o dependente de internet


a sofrer vários acidentes, seja quando está caminhando ou quando
está dirigindo. No caso dos condutores de veículos, além de colocar
em risco sua própria vida, coloca em risco a vida de outras pessoas
também. Os acidentes decorrentes do uso constante de tecnologias
vão desde os mais simples, como queda ao tropeçar em um degrau,
até os mais graves, como acidentes envolvendo veículos.
Por não conseguir deixar seu dispositivo móvel por nenhum
momento, o dependente de tecnologias costuma caminhar navegando
pela internet, quando vai para o trabalho ou volta do mesmo, quando
vai à escola, ou quando precisa caminhar por outros motivos. Ao se
concentrar na tela de um dispositivo móvel, ao mesmo tempo em que
caminha, a atenção da pessoa se reduz e a possibilidade de acontecer
acidentes aumenta. Dessa forma, esse usuário pode tropeçar em
degraus, se esbarrar em postes ou placas, cair em escadas, ou até
mesmo ser atropelado.
O mesmo ocorre com condutores de veículos, que não conseguem
deixar seu smartphone de lado, nem mesmo quando estão na direção
de um automóvel. A pessoa viciada em internet costuma dirigir seu
carro enquanto recebe e envia mensagens pelo whatsapp, ou outra
rede social. Isso diminui sua atenção no trânsito e contribui para a
ocorrência de acidentes, colocando em risco sua própria vida, a vida
de quem está em sua companhia e a vida de outras pessoas também.
Há 8 ou 10 anos atrás, quem fazia uso de algum celular ao volante
comprometia sua atenção em relação ao trânsito, mas sua visão
estava totalmente voltada para a condução do veículo. Porém, hoje
em dia, o usuário que utiliza dispositivos móveis ao conduzir algum
automóvel, não compromete apenas sua atenção, sua visão também é
afetada, já que tais dispositivos estão repletos de aplicativos, que
exigem a visão do usuário.
O mesmo ocorre com pedestres, que utilizam seus dispositivos
olhando para a tela, ao mesmo tempo em que caminham. Assim,
pedestres prejudicam sua visão e acabam cometendo acidentes.
 

4.4.5. CONSEQUÊNCIAS DIVERSAS


 

Existem outras conseqüências que o uso excessivo de internet traz


para o usuário, além das que foram citadas anteriormente. Nesse
sentido pode-se destacar, obesidade, posturas tortas, dores nas
articulações, surdez e visão comprometida.
Posturas tortas decorrem do uso excessivo de tecnologias, pois é
impossível passar horas conectado, em uma postura adequada. No
decorrer do tempo a pessoa se cansa de ficar em uma só posição e
sem perceber acaba adotando posturas que irão gerar dores na
coluna.
Pela necessidade de estar conectado a todo o momento, o dependente
de tecnologias não se interessa por outras atividades e se torna uma
pessoa sedentária. Esta falta de exercícios físicos contribui para o
aumento da obesidade, além de diminuir a qualidade de sua saúde
física.
O uso excessivo de internet também exige que a pessoa digite muito
durante o dia todo, situação que leva essa pessoa a sentir dores nos
dedos e articulações. Em casos mais simples, basta estabelecer horas
de descanso, mas no caso do dependente de internet o descanso é
impossível. Essa situação pode evoluir para casos mais graves, como
tendinite.
Muitos usuários de smartphones ou outros dispositivos móveis
costumam utilizar fones de ouvido durante horas e essa situação não
é diferente para viciados em tecnologias. Mas a surdez não decorre do
uso de fones de ouvido, mas sim do uso desses dispositivos no
volume máximo. Ao passar horas utilizando fones de ouvido no
volume máximo, o dependente de recursos tecnológicos compromete
sua audição gradativamente, levando o usuário a surdez.
Por fim, o dependente tecnológico pode ter sua visão comprometida,
por passar horas na frente de telas de computadores ou dispositivos
móveis todos os dias.
 

4.5. CONCLUSÃO
 

Neste capítulo pode-se compreender que embora a tecnologia e todos


os seus avanços tragam inúmeros benefícios e facilite o dia-a-dia de
cada indivíduo, o uso da mesma de maneira descontrolada, em
excesso e sem orientação pode provocar inúmeros problemas na vida
de cada pessoa. Assim como o dependente de álcool ou drogas perde o
controle de sua vida em todos os sentidos, o usuário que utiliza a
internet de maneira descontrolada também perde o comando de suas
ações e se torna um dependente de tecnologias.
Como visto, são inúmeras as causas desse mal que atinge milhões de
pessoas no mundo todo, dentre as quais se faz necessário destacar:
insensatez de pais e educadores, depressão, crises profissionais ou
pessoais e ausência dos pais na vida de seus filhos por motivos de
trabalho ou outras situações.
As conseqüências desse vício também são inúmeras, dentre as quais
estão: o desenvolvimento de depressão, já que o dependente de
internet se isola do convívio social; Aumento dos riscos de acidente,
pois quem é viciado em tecnologias costuma caminhar e dirigir ao
mesmo tempo em que utiliza dispositivos eletrônicos; Noites de sono
prejudicadas, pois o dependente tecnológico não consegue se
desconectar nem para ir dormir; E outras consequências, tais como
dores nos dedos e posturas tortas.
Alguns fatores representam causas para algumas pessoas e
conseqüências para outras, como é o caso de depressão e noites mal
dormidas. A depressão leva ao vício em internet, pois pessoas que
sofrem dessa doença tendem ao isolamento do convívio social e se
refugiam por meio da tecnologia, ao mesmo tempo em que a
depressão pode se tornar conseqüência da dependência de internet, já
que esta também leva o indivíduo ao isolamento social, ou o convívio
em redes sociais faz com que a pessoa se sinta frustrada ao se
deparar com fotos e vídeos de seus amigos.
Pode-se entender então que causas e conseqüências se confundem
quando se trata da dependência digital, nem sempre o diagnóstico do
vício em tecnologias pode ser considerado o problema principal e essa
situação requer que profissionais de saúde investiguem bem os
conflitos enfrentados por cada pessoa, visando obter um diagnóstico
mais preciso e dar a ela um tratamento mais eficaz.
 
CAPÍTULO 5 TRANSTORNOS DA DEPENDÊNCIA
DE INTERNET
 

Além das consequências apresentadas no capítulo anterior, a


dependência de internet provoca inúmeros transtornos nas relações
pessoais, afetivas, familiares e profissionais, situação que induz o
viciado em tecnologias a enfrentar conflitos ou desentendimentos
com pessoas a seu redor todos os dias. Os desentendimentos se dão
por causa de pouco comprometimento no trabalho ou ausências do
mesmo, falta de atenção com o cônjuge e filhos, afastamento de
pessoas e irritabilidade quando não pode se conectar.
 

5.1. RELAÇÕES FAMILIARES


 

A dependência digital prejudica as relações familiares de maneira


catastrófica e causa discussões entre pais e filhos, entre irmãos e
entre marido e mulher. Ou seja, o dependente de internet além de se
deparar com diversos transtornos, sua família também passa por
transtornos todos os dias e isso muitas vezes causa a destruição de
famílias inteiras. Como já dito, o vício em tecnologias não ocorre da
noite para o dia, a pessoa se vicia em internet aos poucos. E aos
poucos também a convivência no ambiente familiar vai se tornando
insustentável.
No caso de adultos, o pai ou a mãe que se vicia em tecnologias se
afasta da família de maneira gradativa, tornando-se a cada dia mais
ausente na vida de seus familiares. Em casos assim, a pessoa deixa
de realizar obrigações domésticas, vai dormir muito tarde ou talvez
até perca noites inteiras de sono, não consegue se desconectar na
hora do almoço, jantar ou café da manhã, o convívio entre os
familiares cada vez mais se diminui e ao perceberem esta situação, os
familiares começam pedir a essa pessoa que lhes dê mais atenção.
Mas, como o dependente de internet não consegue se desconectar
mais, ele passa a discutir com sua família e o ambiente familiar se
torna um espaço fértil para conflitos. Nesse contexto, o viciado em
tecnologias não se interage com seus filhos e esposa ou marido ao
chegar do trabalho, ao sair de férias, quando vai a um jantar, dentre
outras situações. Mais que isso, existem casos em que o dependente
de internet quer se isolar de tudo e de todos, o que leva a pessoa a
nem mesmo sair de casa.
Ao sair de casa com sua família, quando estão de férias, quando
estão em algum momento de lazer, ou se vão a uma festa, o
dependente tecnológico não consegue participar desses momentos
com sua família. Pelo contrário, a pessoa está fisicamente nesses
momentos com sua família, mas sua atenção está voltada para outro
lugar, que é o ambiente virtual. O viciado em ferramentas
tecnológicas não consegue se desconectar nesses momentos e sua
família entra em conflitos por desejar mais sua atenção.
Quando o dependente digital é uma criança ou adolescente, os
conflitos familiares também são muitos. O filho diminui seu
rendimento escolar, deixa de fazer coisas que até então gostava
muito, não dá atenção ao que seus pais dizem e quer cada vez mais
se trancar no quarto e passar horas conectado. Como ocorre com
adultos também, o adolescente ou a criança viciada em internet não
consegue se desconectar ao sair de casa com sua família, faz suas
refeições e utiliza tecnologias ao mesmo tempo, não conversa com
ninguém e passa a impressão de que está ausente o tempo todo,
apesar de estar fisicamente presente.
Diante dessas situações, os pais cada vez mais entram em conflito
com o filho dependente de internet, pois se sentem incomodados ao
verem que seu filho se transformou em outra pessoa. Esses conflitos
geralmente se dão porque os pais pedem constantemente que seu
filho se desconecte, que lhes dê mais atenção, mas o dependente de
tecnologias não consegue se desconectar. Também ocorrem conflitos,
quando os pais decidem estabelecer limites, porém a situação exige
acompanhamento profissional. A criança ou o adolescente
dependente de tecnologias não aceita os limites que seus pais tentam
estabelecer, não consegue admitir que esteja dependente da
tecnologia, isso gera discussões e a convivência familiar se torna
cada vez mais difícil.
Mas, a dependência digital não se relaciona apenas com pessoas que
querem se isolar, se afastar do convívio social e se trancar no quarto.
Existe também a pessoa viciada em tecnologias que sente
necessidade de se expor o tempo todo, desde a hora em que acorda
até o momento em que vai dormir. Essa pessoa geralmente acorda
dando bom dia em sua rede social, posta tudo que faz durante o dia,
tira fotos de tudo que vê e tudo isso gera conflitos familiares. Os
conflitos com a família ocorrem porque essa pessoa não se expõe
somente, ela também acaba expondo seus pais, irmãos, marido,
esposa e filhos, pois tira fotos para postar em redes sociais quando
com sua família está de férias, está viajando, vai a uma festa, ou até
mesmo faz fotos da rotina diária de seus familiares, revelando a
intimidade e retirando a privacidade de todos na internet.
Pode-se entender então, que a pessoa dependente de tecnologias
passa pelo transtorno de não conseguir se interagir com as pessoas
no ambiente real, para ela o que interessa mesmo é o ambiente
virtual. A tecnologia para essa pessoa está em primeiro lugar e suas
relações familiares são extremamente afetadas. Por outro lado, a
família entra em conflito com o dependente de recursos tecnológicos,
por sentir sua ausência e por não conseguir lidar com o problema.
 

5.2. RELAÇÕES AFETIVAS


 

As relações afetivas também são prejudicadas pelo vício em internet,


resultando em diversos transtornos. E tal vício faz de encontros entre
amigos momentos para alimentar redes sociais, ou de encontros
amorosos momentos para visualizar fotos e vídeos de outras pessoas.
Mais que isso, a necessidade do uso de tecnologias e redes sociais
leva muitos usuários a ações que podem destruir relacionamentos
construídos durante anos, já que as redes sociais tornam tudo bem
transparente para cada pessoa.
 

5.2.1. RELAÇÕES AMOROSAS


 
Ao fazer uso de uma rede social, o usuário tem a oportunidade de
escolher com quem deseja se relacionar e pode se relacionar com um
número enorme de pessoas. Nesse sentido, pessoas que fizeram parte
do seu passado, podem ser encontradas pelo usuário e uma relação
que até então não havia mais contato, volta a ter, nem que seja de
forma virtual.
Ao encontrar esta pessoa que marcou seu passado, o usuário
relembra tudo que viveram, todas as experiências pelas quais
passaram juntos. Essas lembranças podem vir carregadas de amores
mal resolvidos, ou de oportunidades perdidas. Se bem administrada
essa situação, certamente o usuário não terá nenhum problema, não
terá nenhum conflito a enfrentar futuramente. Ou seja, o problema
não está no uso das redes sociais e nos relacionamentos virtuais com
pessoas do passado, mas conflitos ocorrem quando o uso é realizado
de maneira desequilibrada.
Se esse usuário é dependente de tecnologias, por passar horas neste
mundo virtual, um relacionamento em uma rede social que traz
lembranças do passado pode se tornar um problema. Nesse contexto,
o dependente tecnológico começa a conversar por horas com essa
pessoa, eles relembram momentos vividos juntos e tudo isso pode
evoluir para o ambiente real. Se ambos estão solteiros, não há
nenhum problema. Mas se um deles é comprometido, certamente virão
os transtornos, como ciúmes e discussões entre casais, o que pode
chegar até ao rompimento definitivo de relacionamentos.
Ao fazer uso de redes sociais, muita gente pensa que suas ações
nessas redes não possuem impacto na sua vida real e que tudo está
oculto. Esta linha de raciocínio é muito comum entre dependentes de
internet, porque essas pessoas geralmente se esquecem do ambiente
real. E conversas em redes sociais que aparentemente não significam
nada, podem estar repletas de significados, algo que não tem
coragem para dizer em encontros presenciais é dito em redes sociais e
ações que não são tomadas no dia-a-dia são realizadas em ambientes
virtuais, porque muitos usuários se sentem encorajados para fazer o
que desejam nesses ambientes.
Os relacionamentos amorosos também são impactados pela
dependência de internet quando casais se encontram e um dos
membros utiliza seu dispositivo móvel o tempo todo. Ou seja, o
dependente de tecnologias se encontra com sua namorada ou
namorado, marido ou esposa, mas uma conversa entre ambos ou
uma troca de carinhos que poderia existir nesse encontro, é
substituída pelo uso da internet.
 
Na verdade, quando estamos fazendo uma refeição ou até mesmo
conversando sobre como foi o dia, e o parceiro fica navegando no
celular, em vez de prestar atenção e interagir conosco, podemos
interpretar como uma forma de rejeição, e isso é muito tóxico para
qualquer relacionamento. (LIMA, 2017).

Hoje em dia é comum encontrar casais em restaurantes ou bares, que


se sentam para jantar ou comer alguma coisa, mas não trocam uma
palavra. Ficam o tempo todo navegando por redes sociais e o
encontro entre eles deixa de ser vivenciado. Ou seja, a intimidade
entre o casal deixa de existir, cria-se certa distância entre eles e a
tecnologia toma conta da vida do casal.
Diante do que foi exposto, é possível perceber que o uso exagerado de
tecnologias pode impactar profundamente a vida de um casal, uma
vez que o uso de redes sociais pode causar ciúmes, conflitos ou
rompimento de relacionamentos. O uso de dispositivos móveis
também se torna uma barreira na vida do casal e não permite maior
aproximação e intimidade.
 

5.2.2. RELAÇÕES DE AMISADE


 

O uso exagerado de internet prejudica também as relações entre


amigos. A pessoa viciada em tecnologias costuma se afastar dos
amigos por não querer sair de casa, ou sai com seus amigos, mas se
afasta porque fica conectada o tempo todo. Situações como essa leva
os amigos do dependente de tecnologias a exigirem sua atenção, mas
como ele não consegue se desconectar, acaba entrando em conflito.
Como já dito, o dependente digital se esquece do mundo real e cada
vez mais deseja permanecer navegando por ambientes virtuais. Isso
induz o viciado em internet a se esquecer de suas amizades reais e
momentos de lazer com amigos, que até então a pessoa gostava
muito, deixam de ser importantes. O interessante mesmo para essa
pessoa é permanecer conectada o maior tempo possível e suas
relações de amizades se dão apenas por redes sociais.
Os conflitos geralmente ocorrem porque amigos de uma pessoa
dependente de tecnologias percebem o afastamento dessa pessoa,
observam a mudança de comportamento e desejam entender o que
está havendo. Então essas pessoas passam a questionar o
dependente de internet, mas ele não admite que a tecnologia esteja
tomando conta de sua vida e que tenha perdido o controle sobre a
mesma. Por não aceitar essa situação, discussões são freqüentes e
amigos costumam se afastar também da pessoa que se tornou um
dependente de tecnologias.
Entretanto, amizades não são prejudicadas pelo vício em internet
apenas quando a pessoa se isola do convívio social. Existem
situações em que o dependente de tecnologias não se isola das
pessoas, mas por sentir necessidade de estar conectado sempre, esse
indivíduo se torna inconveniente para seus amigos em todos os
momentos. A pessoa sai de casa com seus amigos, mas quer tirar
fotos e fazer vídeos de tudo e de todos, visando postar momentos de
lazer com amigos em redes sociais. Ou seja, o dependente digital não
se isola fisicamente, mas não vive nenhum momento com seus
amigos realmente. Os encontros entre amigos servem apenas para
alimentar redes sociais.
Essa situação induz os amigos do dependente de internet a se
afastarem por diversos motivos. Eles se sentem incomodados por não
terem a atenção que desejam de seu amigo, uma vez que a atenção do
dependente digital está voltada somente para redes sociais; As
pessoas se sentem muito expostas, porque fotos e vídeos são
postados em redes sociais o tempo todo; Momentos de lazer não são
vivenciados verdadeiramente, já que são incomodados por fotos e
vídeos constantemente.
Compreende-se que o vício em internet não só prejudica as relações de
amizade, mas também induz o indivíduo ao isolamento social. Esse
isolamento se dá pelo fato da pessoa não sentir vontade de sair de
casa e permanecer o tempo todo trancada em seu quarto fazendo uso
de games e redes sociais, ou por se tornar alguém inconveniente para
seus amigos, uma vez que não consegue se desconectar e aproveitar
momentos de lazer com as pessoas.
 

5.3. RELAÇÕES PROFISSIONAIS


 

As relações profissionais são prejudicadas em vários sentidos pelo


vício em tecnologias. O profissional que se vicia em internet costuma
se afastar do trabalho ou chegar atrasado para trabalhar;
Geralmente se expõe muito em redes sociais e a organização em que
trabalha se torna exposta também, porque o profissional tira fotos de
tudo e até do ambiente de trabalho; Costuma apresentar baixo
desempenho em suas atividades profissionais, já que sua atenção se
divide entre o trabalho e a internet.
O vício em recursos tecnológicos induz ao isolamento do indivíduo e
tal isolamento ocorre até em relação ao trabalho. Por sentir grande
necessidade de permanecer o dia todo conectado, o profissional
costuma sempre se afastar do trabalho um dia ou outro, mas em
situações extremas, a pessoa deixa o trabalho definitivamente, por
não querer mais sair de casa. Porém, o afastamento definitivo do
trabalho nem sempre é uma decisão única tomada pelo dependente de
internet. A organização muitas vezes se sente incomodada pelas
abstenções ao trabalho e com o decorrer do tempo decide demitir o
colaborador dependente tecnológico.
Outro transtorno que a dependência digital provoca são os atrasos do
profissional quando chega ao trabalho. Por permanecer muitas horas
conectado após sair da organização em que trabalha, o dependente
de internet costuma prejudicar seu sono e vai dormir tarde, ou até
mesmo perde noites completas de sono. Esses fatos não permitem que
o profissional se descanse muito e esteja bem para trabalhar no dia
seguinte. Dessa maneira, os atrasos ao chegar ao trabalho são
constantes, pois o colaborador não consegue acordar na hora certa
ou tem dificuldades para se levantar.
A dependência de internet quando não prejudica suas vítimas fora do
ambiente organizacional, a mesma provoca transtornos dentro do
local de trabalho. Isso se dá quando o colaborador é dependente
tecnológico, mas não se isola fisicamente das pessoas. Assim, o
colaborador está no trabalho, mas não está. Ou seja, o profissional
vai trabalhar, mas deseja permanecer conectado o tempo todo,
alimentando redes sociais. Essa pessoa expõe sua vida e a
organização em que trabalha para todo mundo em redes sociais,
posta textos, fotos e vídeos sobre a organização o dia todo e
compromete seu profissionalismo, tumultua o trabalho de outras
pessoas e arranha a imagem corporativa.
O profissional que se comporta dessa maneira em seu local de
trabalho, além de sofrer advertências que podem chegar até mesmo à
demissão, talvez tenha que enfrentar ações judiciais movidas pela
organização contra ele.
Ao se tornar um dependente de internet, além dos transtornos já
apresentados, o profissional enfrenta o transtorno de baixo
desempenho. Por passar noites inteiras conectado, por ir dormir
muito tarde e por não conseguir se desconectar quando está
trabalhando, o dependente de tecnologias apresenta baixo
desempenho ao realizar suas atividades diárias, porque não consegue
se descansar bem e tenta o tempo todo conciliar suas tarefas
profissionais com suas ações no mundo virtual. Isso induz a pessoa a
ter pouco comprometimento com o que se propõe a fazer, uma vez que
sua atenção está dividida entre o trabalho e a tecnologia.
Em um mundo cada vez mais competitivo, compreende-se que o baixo
desempenho profissional representa um dos principais fatores que
pode levar uma pessoa ao fracasso. Dessa forma, o profissional que
não desempenha bem suas funções, certamente não é bem visto pela
organização em que trabalha e o mesmo pode ser demitido em pouco
tempo.
 

5.4. RELAÇÕES PESSOAIS


 

A dependência de internet traz transtornos para suas vítimas no que


se refere às relações pessoais também, levando a pessoa a se
descuidar de si mesma. Ou seja, como a necessidade de permanecer
sempre conectada impede que o indivíduo dê atenção para a vida
real, a pessoa deixa de ir ao banheiro, de se alimentar corretamente,
de cuidar de sua saúde, enfim, o dependente de tecnologias se
preocupa apenas em estar conectado.
Para quem se vicia em internet, ir ao banheiro talvez não tenha a
menor importância. O interessante mesmo é ganhar mais pontos em
games ou navegar por redes sociais. A pessoa passa horas conectada
e se esquece do ambiente real, não vai ao banheiro e quando precisa
faz suas necessidades ali mesmo, em frente o computador ou
qualquer outra tecnologia.
A alimentação é outro problema enfrentado por dependentes de
internet. A pessoa não se alimenta corretamente por realizar suas
refeições ao mesmo tempo em que utiliza seu smartphone ou tablet,
ou não se alimenta bem por passar horas conectada. Ou seja, o uso
de internet é tão prazeroso para quem é viciado em tecnologias, que a
pessoa se esquece até mesmo de comer, situação que resulta em
graves problemas de saúde.
No entanto, deixar de ir ao banheiro ou não se alimentar bem são
apenas alguns transtornos que a pessoa viciada em tecnologias
costuma enfrentar. Muitas vezes o dependente de internet também
deixa de tomar banho, de escovar os dentes, enfim, de cuidar de sua
higiene pessoal, por desejar cada vez permanecer conectado por
muito tempo ininterruptamente.
 

5.5. CONCLUSÃO
 

No decorrer deste capítulo, nota-se que a dependência de internet


provoca muitos transtornos na vida de suas vítimas, mas em
algumas situações esses transtornos atingem até mesmo quem está
ao redor do dependente tecnológico. A dependência de tecnologias
afeta as relações familiares, uma vez que a atenção do dependente se
volta totalmente para a tecnologia e a família deseja sua atenção,
além de perceber mudanças comportamentais, situação que contribui
para a ocorrência constante de conflitos entre pais e filhos, entre
casais e entre irmãos; O viciado em internet altera suas relações
afetivas, por se ausentar de seus amigos, ou ainda, por passar
muitas horas utilizando redes sociais e dispositivos móveis, situação
que acaba gerando ciúmes e discussões entre casais; A dependência
de tecnologias promove alterações no profissionalismo de suas
vítimas, induzindo-as ao baixo desempenho profissional, à
superexposição de si mesmas e das organizações e aos atrasos
quando vão ao trabalho; E por fim, o vício em internet provoca
transtornos nas relações pessoais, quando o dependente digital deixa
de cuidar de si mesmo, visando apenas permanecer conectado o
maior tempo possível.
 
CAPÍTULO 6 COMBATE A DEPENDÊNCIA DE
INTERNET
 

A dependência de internet representada por um mal que atinge


milhões de pessoas no mundo todo, pode e deve ser combatida sempre
que possível, visando evitar que outras crianças, adolescentes,
jovens, adultos e idosos se viciem. Esse combate é extremamente
importante para impedir que as pessoas passem por transtornos
pessoais, afetivos, profissionais e familiares. Mas, acima de tudo, o
combate ao uso exagerado de tecnologias se faz necessário para
possibilitar boa convivência entre pessoas e recursos tecnológicos.
 

6.1. AUSÊNCIA DE PAIS E IRMÃOS


 

Se uma das causas da dependência de internet se trata da ausência


de pais e irmãos, existem meios para suprir essa ausência e evitar
que crianças e adolescentes se tornem pessoas viciadas em
tecnologias.
Antes de qualquer coisa, é preciso que crianças e adolescentes
tenham um bom diálogo com os pais. Se por um lado, os pais
precisam se ausentar de suas casas o dia todo, por outro lado
também, é dever dos pais procurar manter um bom diálogo com seus
filhos, visando acompanhar o dia-a-dia dos mesmos.
Claro que ao voltarem do trabalho para suas casas no fim do dia, os
pais muitas vezes estão ocupados com outros compromissos, mas é
extremamente importante que os pais estabeleçam momentos nos
quais a família tem a oportunidade de conversar, momentos onde
filhos e pais possam trocar idéias, perguntar como foi o dia de cada
um e ajudar no que for necessário. Ou seja, por mais que sejam
inúmeras as obrigações familiares, profissionais e pessoais, faz-se
necessário que os adultos criem momentos de lazer, momentos de
descanso, visando maior interação com a família.
Outra situação que requer a atenção de pais e adultos, se trata do
uso que os mesmos fazem de tecnologias. É importante lembrar que
não há crianças e adolescentes que não façam uso exagerado de
internet, se toda a família permanece conectada o tempo todo, até
mesmo na hora das refeições. Portanto, é dever da família observar o
uso que faz de tecnologias e dar o exemplo. Se os pais usam
tecnologias de maneira equilibrada, certamente os filhos também vão
utilizar a internet de maneira consciente e sem exageros.
Como visto no capítulo 3, a ausência de irmãos é outro fato que pode
contribuir para o vício em internet. Crianças e adolescentes se sentem
sozinhos pela falta de irmãos e buscam nas plataformas virtuais
uma espécie de companhia, ou uma forma de passar o tempo, já que
se cansam de brincar ou realizar outras tarefas sozinhos. Nesse
sentido, os pais têm papel fundamental para que seus filhos não se
sintam sozinhos. É preciso que responsáveis por crianças e
adolescentes encontrem alternativas que dêem aos mesmos a
oportunidade de tarefas ou brincadeiras em grupo. Ou seja, faz-se
necessário que a família procure integrar seus filhos a seus colegas
ou amigos, de maneira que uns vão a casa dos outros e que estejam
sempre em grupo para desenvolver qualquer atividade em equipe.
Quando uma criança ou um adolescente cresce rodeado de colegas e
amigos, além de evitar que ele se refugie na internet, isso promove
diversas atividades físicas, ensina a importância de saber dividir,
desenvolve a comunicação, dentre outras habilidades que crianças e
adolescentes podem desenvolver em equipe.
Pode-se observar que quando os pais não acompanham seus filhos e
se tornam ausentes sempre, principalmente quando esses pais
decidem ter apenas um filho, a criança ou o adolescente se sente
desvalorizado no mundo real e busca reconhecimento no mundo
virtual. Ou seja, a pessoa que se vicia em tecnologias, seja ela
criança ou adolescente, procura na internet certa companhia, uma
valorização e um reconhecimento que não tem em casa.
 

6.2. RESPONSABILIDADE DE PAIS E EDUCADORES


 

Além dos desafios que sempre existiram quanto à educação de


crianças e adolescentes, a tecnologia trouxe mais um desafio nos
últimos anos. Pais e educadores precisam aprender o uso de
tecnologias, entender quais são os riscos desse uso, buscar
orientações sobre como podem educar e acompanhar seus filhos no
que se refere ao uso equilibrado da internet.
Acima de tudo, os pais devem entender que quando seus filhos estão
expostos no mundo virtual e quando fazem uso da tecnologia sem
nenhum controle, eles estão sujeitos a vários riscos. Ou seja, pode se
dizer que hoje em dia a internet representa qualquer cidade,
enquanto os sites representam as ruas e avenidas de uma cidade. Daí
surgem as dúvidas: por que muitos pais não permitem que seus
filhos fiquem por muito tempo sozinhos em alguma rua ou avenida,
mas não evitam o uso excessivo e descontrolado da internet por
crianças e adolescentes? O ambiente virtual é mais seguro que o
mundo real? Só por causa de uma criança se trancar no quarto e
utilizar tecnologias, pode-se concluir que ela está livre de qualquer
risco e por isso está segura?
Além da possibilidade de se viciar em tecnologias, a criança ou o
adolescente que faz uso sem controle da internet está exposto aos
mesmos riscos do mundo real. A pessoa que usa a internet sem
orientação pode ser vítima de roubo, de pedofilia, de bullying e de
muitos outros crimes. Mais que isso, crianças e adolescentes que
usam tecnologias sem orientação podem se envolver com diversos
crimes, que podem ser praticados somente por ambientes virtuais e
seus pais nem darem conta do que está ocorrendo.
No sentido de educar crianças e adolescentes, visando evitar o vício
em ferramentas tecnológicas, os pais precisam orientar seus filhos
sobre maneiras seguras de se utilizar a tecnologia, sobre os riscos
existentes e quais são os ambientes virtuais que podem acessar. Além
disso, a tecnologia deve ser introduzida na vida de crianças aos
poucos, mas deve-se evitar que crianças menores de 7 ou 6 anos
tenha acesso a qualquer ferramenta tecnológica. Também é muito
importante que o uso da internet pelos filhos não seja ilimitado. É
preciso estabelecer tempo de uso e procurar integrar ao dia-a-dia dos
filhos outras atividades, como brincadeiras e esportes.
Educadores também precisam orientar alunos sobre o melhor uso de
tecnologias, com o objetivo de evitar o vício em internet, promover
maior orientação sobre o uso seguro de ambientes virtuais e integrar
a tecnologia ao processo de ensino. A direção escolar deve treinar
seus professores para que possam integrar a tecnologia à sala de
aula, mas acima de tudo, a escola deve incluir no processo de ensino
orientações sobre o uso equilibrado da tecnologia, deixando claro
para todos os alunos o quão ferramentas tecnológicas podem ser
úteis, mas que seu uso desequilibrado pode trazer graves
conseqüências.
É preciso salientar que a dependência de internet presente na vida de
crianças e adolescentes decorre da irresponsabilidade de pais e
educadores. Ou seja, educadores e pais possuem papel fundamental
no que se refere à educação digital de seus filhos, visando evitar que
os mesmos se tornem pessoas viciadas em recursos tecnológicos. Ao
se deparar com a tecnologia, uma criança não tem noção nenhuma
sobre como utilizar a mesma de maneira equilibrada, por isso, o uso
responsável da tecnologia por parte de crianças e adolescentes, passa
pela responsabilidade de famílias e escolas.
 

6.3. FERRAMENTAS DE CONTROLE PARENTAL


 

Como já dito, os pais possuem papel importante no combate ao vício


em internet, nesse sentido, familiares podem fazer uso de aplicativos
que ajudam limitar o uso de tecnologias por seus filhos. Esses
aplicativos permitem que os pais limitem o uso da internet, recurso
muito útil para evitar a dependência tecnológica, mas também
possibilitam o bloqueio de dispositivos, bloqueio de contatos, dentre
outras funcionalidades.
 
O aplicativo DinnerTime, disponível para Android, é simples e
eficiente para os pais que desejam controlar o quanto os seus filhos
usam o smartphone ou tablet. Por meio deste aplicativo, é possível
bloquear o celular durante um determinado tempo, estabelecer um
limite diário de uso ou até bloquear aplicativos específicos
temporariamente, ajudando a manter as crianças focadas num uso
educativo do dispositivo. (DINO, 2016).

Esse aplicativo é muito útil para os pais que desejam que seus filhos
façam uso saudável da tecnologia e evita que a utilização de internet
se torne um vício. Segundo informações disponíveis na loja virtual do
Google, a Google Play, cujo acesso ocorreu em 20 de fevereiro de
2017, esse software traz funcionalidades como controle em tempo
real, bloqueios durante refeições, bloqueios programados, relatórios
de utilização do dispositivo, dentre outras funcionalidades.
Outro aplicativo que pode ser utilizado para controle do uso de
dispositivos móveis, se trata do “ScreenGuide”, que pode ser
encontrado na Google Play ou na App Store, lojas virtuais de
aplicativos da Apple e da Google. Esse software além de permitir que
pais controlem o tempo de uso de dispositivos móveis por seus filhos,
possibilita também configurar cercas geográficas e receberem alertas
quando seus filhos saem ou entram na localização escolhida.
As ferramentas apresentadas anteriormente se tornam muito
importantes para o combate ao vício em tecnologias, uma vez que os
pais ao fazer uso das mesmas, se deparam com a oportunidade de ter
controle total sobre o uso de dispositivos móveis por seus filhos.
Através dessas ferramentas, os pais podem evitar que crianças e
adolescentes utilizem a internet quando estão em sala de aula,
durante suas refeições, em momentos de estudo, dentre outros.
 

6.4. CONSCIÊNCIA
 

A internet proporciona a cada pessoa uma infinidade de


oportunidades e este mundo virtual costuma ser muito prazeroso.
Mais que isso, as mudanças ocorridas nos últimos anos de certa
forma obrigam cada pessoa a estar conectada por muito tempo todos
os dias e o uso da tecnologia se não for saudável pode causar
inúmeros transtornos. Existem diversas ações preventivas no que se
refere à dependência tecnológica, que vão desde a educação digital de
crianças e adolescentes, até a conscientização do uso equilibrado de
tecnologias por pessoas adultas.
A tecnologia altera as relações profissionais e sociais, mas é preciso
que cada pessoa observe se o uso de dispositivos móveis e internet
não está se tornando um vício. Claro que o mundo virtual oferece
diversos serviços, os quais facilitam muito a vida de qualquer
pessoa. São inúmeros aplicativos, que estão presentes no dia-a-dia de
usuários de dispositivos móveis e as pessoas cada vez mais
dependem da tecnologia para realizar suas ações diárias.
Mas, para evitar que a tecnologia tome conta da vida de qualquer
pessoa e que seus usuários percam o controle sobre a mesma, faz-se
necessário desenvolver um uso equilibrado da internet. As pessoas
precisam separar cada momento e procurar estabelecer horários em
que possam estar desconectadas.
Os usuários devem ter consciência de que muitas vezes o uso da
tecnologia é inevitável no ambiente profissional ou em outros
lugares, mas o mais importante é evitar que as relações ocorram
somente pela internet. Ao chegar do trabalho, por exemplo, cada
pessoa precisa estabelecer momentos de descanso, tempo para
conversar com sua família e horário para realizar outras atividades
que não envolvam meios tecnológicos.
Cada usuário de internet precisa ter consciência de que além do
mundo virtual, existe ali, a seu redor, um mundo real e que suas
ações devem ocorrer por esse mundo também. As redes sociais
permitem que seus usuários se comuniquem o tempo todo, mas a
comunicação entre pessoas não deve ocorrer somente pelo mundo
virtual. Ou seja, o uso da tecnologia possibilita que cada pessoa se
comunique com outra a qualquer hora e em qualquer lugar, de forma
que aproxima pessoas geograficamente distantes, mas sempre é
importante evitar que a tecnologia não torne seu usuário distante de
quem está perto dele.
Em momentos de lazer o uso da tecnologia muitas vezes se torna
inevitável também, pois as pessoas desejam tirar fotos e postar em
suas redes sociais, mas esse uso não deve ocorrer de maneira
excessiva, de forma que possa causar incômodos em viagens de
férias, jantares, festas, encontros entre amigos, dentre outros.
Pode-se compreender que a tecnologia traz inúmeros benefícios para a
humanidade e que a mesma se torna cada vez mais presente na vida
das pessoas. Entretanto, usuários de tecnologias devem ter
consciência de que a utilização equilibrada da internet é
extremamente importante e cada pessoa deve observar sempre, se o
uso que ela faz da tecnologia não está interferindo de maneira
negativa em sua vida.
 
6.5. AÇÕES PREVENTIVAS
 

Para evitar a dependência tecnológica, existem várias ações que


podem ajudar qualquer pessoa a não se tornar um dependente de
internet. São ações simples e fáceis, que podem ser realizadas
constantemente e que possibilitam o uso saudável de tecnologias.
 

1) Estabeleça tempo de uso: o uso ilimitado de tecnologias


representa uma das causas da dependência de internet, por
isso é essencial estabelecer um tempo de uso diário de recursos
tecnológicos. Por exemplo, estabeleça duas ou três horas de
uso por dia e ao atingir esse limite procure se desconectar e
realizar outras atividades;
2) Realize trabalhos voluntários: existem muitas pessoas que
se aposentam e passam muito tempo sozinhas em casa, por
isso a única distração se torna a internet, que resulta em vício
tecnológico. Dessa forma, ações sociais trazem inúmeros
ganhos para a vida de uma pessoa aposentada ou idosa, uma
vez que a realização de algum trabalho voluntário permite
conhecer novas pessoas, faz a pessoa se sentir útil e evita o
uso descontrolado de tecnologias;
3) Crie momentos de pausa no trabalho: atualmente é difícil
encontrar pessoas que não lidam com tecnologias no ambiente
profissional durante o dia todo, principalmente quem trabalha
em escritórios, mas é importante estabelecer momentos de
descanso. Por exemplo, a cada 50 ou 60 minutos, vá dar uma
volta, conversar com alguém, tomar um café, enfim, crie um
intervalo de 5 ou 10 minutos e depois retorne ao local de
trabalho;
4) Remova contas inúteis: muitas pessoas possuem conta em
diversos serviços virtuais, como provedor de e-mail, rede social,
plataforma de divulgação de empregos, dentre outros, mas não
usam estes serviços há muito tempo. Assim, a remoção de
contas não utilizadas evita que o usuário acesse ambientes
online sem importância para ele, que perca tempo ao utilizar
tecnologias e que se torne um viciado em internet;
5) Realize atividades que não envolvam tecnologias:
atividades que não exigem conexão à internet são excelentes
para evitar a dependência digital. Procure caminhar, jogar
bola, frequentar alguma academia, ouvir músicas, ou outra
atividade que não precise de um dispositivo móvel ou um
computador;
6) Use a tecnologia somente para coisas úteis: pare de utilizar
a internet para observar a vida de outras pessoas, para
realizar comparações em redes sociais ou para publicar coisas
que não lhe representam verdadeiramente. A internet só é útil
quando o uso da mesma é realizado para fazer alguma
compra, para se comunicar com alguém, para entretenimento,
para trabalhar ou para estudar.
 

6.6. TRATAMENTO
 

O tratamento da dependência de internet ocorre por meio de


psicoterapia, que pode ser individual ou em grupo. Diferentemente do
tratamento de pessoas viciadas em álcool ou drogas, cujo objetivo é
afastar para sempre o usuário dessas substâncias, o tratamento da
dependência digital não visa afastar o indivíduo da tecnologia, uma
vez que é praticamente impossível a realização de tarefas diárias por
alguém sem a utilização de algum recurso tecnológico.
Conforme salientado nas subseções anteriores, é possível evitar o
vício em internet através de várias ações, mas há casos em que o uso
de tecnologias se torna descontrolado e o usuário acaba se viciando.
Nesse sentido, a pessoa deve buscar tratamento psicoterápico para
que a mesma tenha condições de utilizar recursos tecnológicos de
maneira equilibrada.
O tratamento da dependência de internet visa que o usuário de
tecnologias tenha condições de fazer uso de meios digitais de forma
controlada e consciente, evitando que o indivíduo tenha conflitos em
suas relações por causa do uso da internet. Ou seja, o objetivo do
tratamento da dependência de tecnologias é evitar que o usuário veja
o mundo virtual como um meio de refúgio de seus problemas. O
tratamento procura deixar claro para o dependente de internet que o
uso de recursos tecnológicos só é válido quando o ser humano tem
total controle sobre a tecnologia.
No Brasil, um dos espaços mais conhecidos para o tratamento do
vício em internet é o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da USP, em São Paulo. O usuário que precisa realizar contato com
esse centro de tratamento e deseja alguma ajuda pode acessar o site
www.dependenciadeinternet.com.br. O site oferece uma opção de teste
online para quem quiser verificar se é ou não um usuário viciado em
tecnologias, no qual são apresentadas 20 questões. Ao responder
todas as questões presentes no formulário de teste, o sistema
apresenta uma resposta ao usuário se ele é ou não dependente de
tecnologias.
 

6.7. CONCLUSÃO
 

Ao longo deste capítulo nota-se que o combate ao vício em internet


depende da educação de crianças e adolescentes, mas a prevenção à
dependência de internet pode se tornar efetiva somente se os adultos
tiverem consciência do uso equilibrado e saudável da tecnologia.
Conforme o que foi apresentado, quando os pais ou responsáveis
tomam conhecimentos sobre o vício em tecnologias e buscam orientar
crianças e adolescentes, no sentido de deixar claro para os mesmos, o
mal que o uso exagerado da tecnologia traz para a vida de qualquer
pessoa, abre-se a oportunidade do desenvolvimento de uma boa
convivência de crianças e adolescentes com ferramentas tecnológicas,
evitando assim que mais pessoas se tornem dependentes da internet.
Além disso, é fundamental que qualquer pessoa adulta tenha controle
sobre o uso que faz da tecnologia, de maneira que possa realizar
outras atividades que não envolvam recursos tecnológicos, visando
obter maior interação social e evitar que a tecnologia cause
transtornos em sua vida, tanto em âmbito social, quanto no meio
profissional.
 
CAPÍTULO 7 PADRÕES DE USO DA INTERNET
 

O padrão de uso da internet varia de acordo com a faixa etária.


Crianças e adolescentes normalmente dominam a tecnologia com
enorme facilidade, talvez porque já nascem praticamente inseridos
neste mundo digital. Esses usuários quase sempre acessam a rede
mundial de comunicação para navegar em redes sociais ou para
participar de jogos virtuais. No que se refere aos adultos, a
dificuldade de uso da tecnologia é maior, sendo que muitos a utiliza
para trabalho e lazer. Quanto aos usuários idosos, a tecnologia
representa algo extremamente novo e interessante para esses
usuários, de maneira que a internet representa para os mesmos um
meio de informação e entretenimento.
 

7.1. CRIANÇAS E ADOLESCENTES


 

Não é difícil encontrar crianças e adolescentes que fazem uso de


recursos tecnológicos de maneira extremamente rápida. Com uma
capacidade gigantesca de lidar com o mundo virtual, crianças e
adolescentes parecem dominar a tecnologia melhor que muitos
adultos e torna-se difícil identificar se os mesmos apresentam
dificuldades para utilizar algum aplicativo.
Enquanto muitos usuários com idade hoje em dia entre 30 e 40 anos
precisaram passar por cursos de informática, atualmente um usuário
de 10 ou 13 anos não apresenta dificuldades diante da tecnologia.
Esse fenômeno ocorre porque a internet está cada vez mais presente
na vida das pessoas, situação que torna o mundo virtual algo muito
comum na vida de crianças e adolescentes.
A tecnologia se faz presente na vida de todos e no mundo infantil isso
não é diferente. Porém, muitas crianças estão fazendo uso de recursos
tecnológicos precocemente, situação que pode desenvolver vários
problemas de saúde, como obesidade e até mesmo o vício em internet.
Ao contrário do que muita gente pode pensar, o uso da tecnologia por
crianças e adolescentes não deve ser proibido. Crianças e
adolescentes precisam ter contato com a internet, mas isso deve
ocorrer com muita orientação. Se uma criança tem contato com a
tecnologia, mas o uso que a mesma faz é monitorado por seus pais,
se a criança tem um limite de uso diário, se o acesso a recursos
tecnológicos é realizado de forma saudável, se a criança recebe de
seus pais ou até mesmo educadores orientações sobre o uso seguro da
internet, pode-se dizer que não há problema algum quanto a esse
uso.
A tecnologia somente se torna prejudicial na vida de crianças e
adolescentes, quando os pais permitem o uso de tecnologias para
evitar aborrecimentos, quando o acesso à internet ocorre de maneira
ilimitada, quando os filhos não são orientados sobre o uso seguro da
rede mundial de comunicação, quando a família deixa de conversar e
todos ficam navegando por redes sociais ou qualquer outro ambiente
virtual o tempo todo, ou ainda quando a criança ou o adolescente
não realiza outras atividades, como brincadeiras com amigos ou a
prática de algum esporte.
É recomendável que a tecnologia seja inserida na vida de uma
criança de maneira gradativa. O ideal é que uma criança de 2 ou 3
anos não tenha nenhum acesso a meios tecnológicos. A partir de 3 ou
4 anos, o acesso ao mundo virtual pode até ser liberado, mas precisa
ser monitorado pelos pais e limitado diariamente, por período que
pode variar entre uma ou duas horas. Após 8 ou 9 anos de idade, o
limite de uso pode ser estendido, mas os pais não devem deixar de
monitorar o uso. Na adolescência, por volta dos 13 ou 15 anos, o
usuário pode ter um tempo maior de acesso à internet, que pode
variar entre 3 ou 4 horas, mas esse tempo de uso nunca deve ser
ilimitado.
 

7.2. ADULTOS
 

Ao contrário de crianças e adolescentes, usuários adultos apresentam


grau maior de dificuldade no que se refere à utilização da internet e
outras tecnologias. Esses usuários se deparam com um mundo em
constante transformação e são obrigados a aprender todos os dias. É
comum em muitas famílias, os pais recorrerem a seus filhos para
entender como funciona algum aplicativo.
Os avanços tecnológicos, a popularização de dispositivos móveis e o
gigantesco número de aplicativos para smartphones e tablets, de
certa maneira obrigaram usuários adultos a aprenderem utilizar a
tecnologia constantemente. São aplicativos para transações
bancárias, para ouvir rádio, para interagir com programas
televisivos, dentre outras funcionalidades, que facilitam a vida de
cada pessoa. Dessa forma, todas as funcionalidades disponíveis em
dispositivos móveis, induzem pessoas adultas a buscarem
conhecimentos sobre novas tecnologias.
Mas a obrigatoriedade de saber lidar com a tecnologia, não ocorre
apenas pela necessidade do uso de aplicativos para dispositivos
eletrônicos. Usuários adultos também são obrigados a fazer uso dos
mais variados sistemas no ambiente de trabalho, espaço no qual
cada profissional se depara com situações e funcionalidades
diferentes todos os dias, por isso a busca de conhecimentos
tecnológicos se torna cada vez mais intensa.
Muitas organizações entendem que a tecnologia e seus avanços
representam grandes aliados para a continuidade dos processos de
negócios, de forma que se tornam a cada dia mais reféns dos
sistemas informatizados. Nesse sentido, os processos organizacionais
ganham uma automação assustadora, vagas de trabalho são
extintas e criadas constantemente e cada profissional precisa buscar
conhecimentos de maneira incessante.
Entende-se que por mais que a tecnologia represente algo
extremamente difícil para usuários adultos, muitas pessoas
dependem cada vez mais da internet para realizar suas tarefas
diárias e se sentem forçadas a buscar conhecimentos para lidar com
os inúmeros recursos que surgem todos os dias. O usuário adulto
busca entender como funcionam novas tecnologias, por sentir que o
uso das mesmas pode trazer inúmeros benefícios para sua vida, mas
também, esse usuário procura novos conhecimentos tecnológicos,
porque entende que o meio profissional está muito competitivo e não
há mais espaço para quem não deseja trabalhar com meios digitais.
 

7.3. IDOSOS
 
Os benefícios oferecidos pelo mundo virtual estão atraindo até mesmo
pessoas idosas. A idosa que passava o dia todo fazendo crochê, ou o
idoso que conversava o dia inteiro com seus amigos e conhecidos na
porta de casa, deixam de realizar essas tarefas por causa da internet,
ou estão buscando integrar as mesmas ao uso da tecnologia.
É comum encontrar pessoas que fazem uso de redes sociais para
vender seus produtos, como tapetes de crochê, um meio de negócio
que ajuda a complementar a renda de muitas vovós. Além disso,
esses usuários buscam na internet novos modelos para aquilo que
produzem, tornando os mesmos mais atraentes para os clientes.
Mas, a internet não representa apenas um meio de negócio para
usuários idosos. Muitas pessoas idosas fazem uso da tecnologia para
se comunicarem com seus filhos e netos, além da possibilidade de
conhecer outras pessoas e criar novas amizades.
Segundo reportagem publicada pelo Jornal Hoje da Rede Globo, em 27
de julho de 2016, o número de usuários idosos que acessam a
internet no Brasil aumentou quase 1000% nos últimos 8 anos. A
reportagem apresenta ainda casos como o de uma senhora de 83
anos, que está aprendendo a teclar. Abaixo se apresenta parte desta
reportagem, que conta a experiência de outra senhora, que faz uso de
recursos tecnológicos.
 
A cientista social Elaine Marquezine, de 89, também: “O notebook tô
usando menos, mas pretendo usar mais por causa do Skipe. Como
minhas filhas trabalham, é só a noite, lá pelas 22h, que a gente pode
se comunicar. Não tenho usado porque já fico cansada e quero ir pra
cama. Agora o tablet eu uso pra fazer e-mail, tenho alguns emails de
amigas, gente do interior. Então eu uso o tablet, que é mais fácil pra
carregar e tudo”. (FREIRE, 2016).

 
7.4. CONCLUSÃO
 

É notável como a tecnologia interfere na vida de todas as pessoas,


independentemente da faixa etária, os benefícios decorrentes do uso
da internet são inúmeros. Para crianças e adolescentes a tecnologia
pode ser útil na medida em que esses usuários recebam orientações
de seus pais; Para os adultos a tecnologia possui papel fundamental
no meio profissional, além de trazer benefícios no âmbito pessoal
também; E quanto aos usuários idosos, a tecnologia pode ser usada
como um meio de negócio, entretenimento e comunicação.
Como dito anteriormente, sem dúvidas a tecnologia representa algo
muito importante na vida de qualquer pessoa e às vezes é até difícil
imaginar como seria a vida sem o uso de recursos tecnológicos. Por
outro lado, é preciso estar atento ao uso que é realizado da internet,
pois se o usuário deixa de lado a vida real para permanecer mais
tempo conectado, isso se torna um vício e um grave problema de
saúde.
 
CAPÍTULO 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 

Diante de tudo que foi abordado neste livro, é notável que a


tecnologia e os sistemas informatizados alteraram o cotidiano de
todas as pessoas, as relações pessoais e profissionais, a maneira de
se comunicar e tornou tudo mais rápido e transparente. Embora o
desenvolvimento de recursos tecnológicos, tais como aplicativos e
dispositivos móveis, objetiva facilitar a vida de cada pessoa e oferecer
aos usuários de tecnologias maior tempo de descanso e lazer, nota-se
que na maioria das situações isso não ocorre e muitas vezes o uso da
tecnologia chega a casos graves, em que a pessoa desenvolve
dependência da internet.
Conforme o que é apresentado no capítulo 2, o uso de dispositivos
móveis facilita muito a vida de qualquer pessoa, pois os mesmos
estão repletos de aplicativos que trazem diversas funcionalidades.
Essas funcionalidades auxiliam cada usuário em várias ações de seu
dia-a-dia, tais como estudar, realizar compras, dentre outras.
Ao mesmo tempo em que as ferramentas móveis ajudam as pessoas,
as mesmas tornam a sociedade cada vez mais dependente deste
mundo virtual. Uma dependência que para alguns usuários é
saudável, mas para outros, essa dependência causa inúmeros
transtornos.
A dependência de recursos tecnológicos somente é saudável quando a
pessoa faz uso da internet sem deixar de lado o mundo real, sem
prejudicar suas relações pessoais e profissionais. Por outro lado, na
medida em que uma pessoa utiliza recursos tecnológicos e causa
transtornos para si mesma e para aqueles que estão a sua volta,
identifica-se nessa situação um caso de dependência da tecnologia,
um mal que provoca desequilíbrios em diversas áreas da vida daquele
que é viciado em internet.
A tecnologia ajuda as pessoas em diversos momentos e traz muita
comodidade, mas muitas pessoas ficam deslumbradas com o mundo
virtual e acabam se viciando em internet. Como visto, no mundo em
que cada pessoa vive atualmente, o uso de tecnologias é quase
sempre indispensável. Muitos profissionais trabalham com a
tecnologia o dia todo, pessoas que estão geograficamente distantes
podem se falar todos os dias, trabalho e estudo podem ser realizados
no conforto do lar de cada usuário, mas nem todas as pessoas
conseguem realizar um uso saudável da internet.
Como visto ao longo deste livro, a dependência tecnológica é um mal
que atinge milhões de pessoas no mundo todo. Esse mal se origina
por diversos motivos, tais como insatisfação no trabalho, crises
conjugais, dentre outros fatores, que levam o indivíduo a se refugiar
na internet e se esquecer do mundo real. Nesse mesmo sentido, as
conseqüências do uso desequilibrado de tecnologias são inúmeras,
dentre as quais é importante destacar: o desenvolvimento de
depressão, queda do nível de aprendizagem de crianças e
adolescentes, prejuízos a saúde, dentre outros.
Além das conseqüências citadas anteriormente, a dependência digital
provoca transtornos nas relações profissionais e pessoais, que geram
conflitos familiares, discussões entre amigos, baixo desempenho
profissional, dentre outros. Isso ocorre porque o dependente de
internet não consegue deixar a tecnologia nem por um minuto e
ações do seu dia-a-dia passam a ser prejudicadas.
No que se refere ao combate da dependência tecnológica, por mais
que o uso da internet seja muito útil para qualquer pessoa, é
importante que cada usuário faça uso desse recurso de forma
consciente e equilibrada, visando assim evitar que tal uso se torne
um vício. É importante salientar também que pais e educadores
possuem papel fundamental nesse combate, uma vez que os pais
devem ser mais presentes na vida de seus filhos, ao mesmo tempo em
que educadores devem desenvolver metodologias que possam
promover uma educação digital, com o objetivo de evitar o uso
descontrolado da internet por crianças e adolescentes.
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