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TERAPIA
DE CASAL
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SOBRE A PROFESSORA
Como se não bastasse, teve o desejo de levar adiante seu conhecimento sobre
a psicologia e atualmente atua como professora da ElloCursos Psicologia.
SUMÁRIO
Introdução
..............................................................................................................................................................................................................7
Referências Bibliográficas
..........................................................................................................................................................................................................73
TERAPIA
DE CASAL
1 Introdução
A história
Em meados dos anos 40, a Europa e Estados Unidos passam a reconhecer, por
meio de estudos sociológicos, psicológicos, psiquiátricos e de assistentes sociais, a
importância dos distúrbios nos relacionamentos humanos como contribuinte para
as doenças apresentadas pelas pessoas e a sociedade.
Como exemplo, destaca-se um artigo publicado na Inglaterra durante a década
de 1940, intitulado «The study and reduction of group tensions in the Family» (em
tradução livre: «O estudo e redução das tensões em grupo na família»). Este artigo,
publicado por Bolwby, apresentou uma pesquisa pioneira envolvendo famílias e
sua relação com materiais individuais. O estudo foi uma contribuição significativa
para o desenvolvimento das terapias de casal, pois explorou os fenômenos de
tensão e conflito que ocorrem no contexto familiar. Ao investigar esses aspectos,
o autor reconheceu a importância das interações familiares e sua influência na
saúde emocional e nos relacionamentos conjugais.
A pesquisa de Bolwby envolveu observações sistemáticas das dinâmicas
familiares, analisando como os membros da família interagiam entre si e como
essas interações afetavam a coesão e o funcionamento do sistema familiar. O
estudo também investigou como essas interações podiam resultar em tensões e
conflitos no núcleo conjugal. Uma das principais contribuições desse estudo foi a
ênfase dada aos materiais individuais, referindo-se aos elementos e características
pessoais de cada membro da família. Esses materiais individuais podem incluir
histórias pessoais, experiências de vida, traumas, habilidades de comunicação,
estilos de apego e expectativas relacionais.
Ao considerar os materiais individuais, Bolwby sugeriu que as interações
familiares e conjugais são influenciadas por fatores internos de cada membro da
família. Esses fatores internos podem criar expectativas, crenças e comportamentos
que afetam a dinâmica relacional. Portanto, ao compreender e abordar esses
materiais individuais, seria possível reduzir as tensões e promover a saúde
Exemplo de caso:
Um exemplo chamou nossa atenção: uma mulher em torno de 30 anos,
que já havia sido agredida várias vezes, passou mais de um mês na UTI, por
causa de uma facada na região do tórax, próxima ao coração. Em sua primeira
versão, a lesão não foi intencional, pois o marido tropeçou e caiu em cima dela.
Tal hipótese veio abaixo quando, em atendimento posterior, vimos saber que ela
estava adormecida no quarto do casal quando o “acidente” aconteceu. O fator
provocador foi ciúme, porque ela chamou atenção na rua em função da roupa
que estava usando durante uma atividade de lazer do casal na noite do episódio.
3.1.7. Infertilidade
Desde pequeno o desejo de ser mãe geralmente é introduzido na vida da criança,
mesmo que não se tenha consciência, por exemplo nas brincadeiras, fazendo papel
de mãe das bonecas, de esposo e esposa. Durante o desenvolvimento, a pessoa
cresce, namora, casa, vem a vontade de ter filhos, suspende o anticoncepcional
e a família vive a expectativa da chegada de um novo membro. Então a dúvida
começa a pairar: “Podemos ou não podemos ter filhos?”. Várias tentativas
acontecem e nada das expectativas serem correspondidas. É aí que vem o choque
de frustração, saber que o casal é infértil os levam a uma crise existencial. Leva
tempo para desconstruir aquilo que desde a infância foi construído, enquanto isso
é como se um fantasma amedrontasse o casal, em especial as mulheres.
A sociedade cobra dos casais que se tenham filhos, diante de um namoro
4 A terapia de casal na
prática clínica
4.1. Como acontece, na prática, a terapia de casal e o
papel do psicólogo
4.2.1. Questionários
Dentro da abordagem Cognitiva Comportamental, utiliza-se questionários
padronizados para obter informações sobre o casal e a família, sendo possível
adquirir informações sobre a forma de pensar de cada membro sobre si e sobre a
dinâmica do relacionamento. Essa ferramenta é útil, ainda mais quando o tempo
do terapeuta é limitado em cada sessão. O terapeuta, geralmente pede que o
casal ou a família responda o questionário antes da entrevista inicial, para que ele
possa pedir informações adicionais sobre as respostas do questionário durantes
os contatos iniciais. A utilização dos questionários, possibilitam posteriormente,
explorar com mais profundidade determinados assuntos, além da análise
comportamental do casal.
Os inventários e questionários, ajudam também a determinar a motivação
dos cônjuges com relação a mudanças no relacionamento. O tratamento bem
Nenhuma técnica utilizada com casais tem bom efeito quando utilizada
para manipulação. O momento certo de utilizar as técnicas é quando houver
necessidade de novos movimentos na relação do casal. Se o processo terapêutico
estiver fluindo bem, não há necessidade de incluir técnicas.
As técnicas são utilizadas como um instrumento que facilita a dinâmica do
casal, jamais deve ser utilizada como um foco principal dentro de uma sessão
terapêutica. Sendo assim, quando o tratamento terapêutico está se desenvolvendo
bem, não há porque utilizar facilitadores.
As técnicas trazem a oportunidade de se trabalhar alguma questão que o
paciente/cliente precisa aprender, assim também como possibilitar o treinamento
de alguma ação, por exemplo: aprender a lidar com regras, com comportamentos
agressivos, compreender momentos lúdicos, promover afetos, etc.. Além disso,
possibilitam também o trabalho com a mágoa, raiva, ciúmes, inveja e dor, a fim de
compreender o que está por trás do sentimento.
Também é possível trabalhar o real, ou seja, as coisas concretas: listar, fazer;
com o simbólico: desenho, jogo, escultura; ou fantasia: imaginação, desejos,
vontades. Tudo isso por meio da utilização de técnicas.
Importante destacar, que as técnicas também são instrumentos de apoio
para o próprio terapeuta, pois o ajudará a não tomar partido em determinadas
situações.
É importante que a escolha da técnica seja feita de acordo com o objetivo
da vivência que o casal está tendo, caso isso não seja assertivo, será uma perda
de tempo no processo terapêutico. O bom resultado depende do cuidado em que
Referências Bibliográficas
BOWEN, Murray. Family Therapy in Clinical Practice. Jason Aronson, 1978.
CALIL, Vera Lucia Lamanno. Terapia familiar e de casal. São Paulo: Summus,
1987.
GOTTMAN, John; SILVER, Nan. Sete princípios para fazer o casamento funcionar.
Editora Objetiva, 2011.
SÁ, Eleonora Jabur de. Casal e família: desafios e intervenções. Editora Alínea,
2007.