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Emergências de grande magnitude demandam diversos esforços para serem contidas,

sendo objeto de preocupação de várias equipes, inclusive de mais de uma organização.


Segundo a FEMA (1995), “onde fontes de dados e/ou decisões são volumosas englobando uma
grande área geográfica e cobrindo uma gama de entidades organizacionais, a coleta e a fusão
de informações podem ser assustadoras”. Em casos assim, é necessário que se tenha uma forte
estrutura de coordenação e comunicação

Entretanto, notam-se ainda deficiências relacionadas a comunicação e coordenação


entre organizações durante a fase de resposta. Falhas na comunicação interorganizacional
podem levar a resultados indesejados. O artigo de Dwyer, Flynn e Fessenden (2002) a respeito
da tragédia do 11 de setembro dizia que “a polícia e os bombeiros que guiavam os esforços de
resgate não se falaram durante a crise”. Declarações similares podem ser encontradas no
relatório produzido pela National Commission on Terrorist Attacks Upon the United States
(2002). Um outro problema reside na insuficiência dos meios de comunicação intra-
organizacional. Em uma simulação de incêndio descrita por Dugdale e Pavard (2002), os
bombeiros preferiram gritar a usar o rádio para se comunicar

Desenvolvimento e Avaliação de um Sistema para Coleta, Análise e


Transmissão Imediata de Informações Inerente às Necessidades do Posto de
Comando no CBMERJ.

2 Estado da arte

2.1 Sistemas

Os sistemas apresentam características próprias. O aspecto mais importante do


conceito de sistema é a ideia de um conjunto de elementos interligados para
formar um todo. O todo apresenta propriedades e características próprias que
não são encontradas em nenhum dos elementos isolados. É o que chamamos
emergente sistêmico: uma propriedade ou característica que existe no sistema
como um todo e não existe em seus elementos em particular. Fonte:
Chiavenato (2004, p. 491)

2.1 Sistema de informação

Um sistema de informação (SI) pode ser qualquer combinação organizada de


pessoas, hardware, software, redes de comunicação, recursos de dados e
políticas e procedimentos que armazenam, restauram, transformam e
disseminam informações em uma organização de acordo com O’Brien (2013, p.
2)

2.2 Dados

São fatos ou estatísticas. Fonte: Chiavenato (2004, p. 470).

2.3 Informação
É um conjunto de dados com um significado específico. Fonte: Chiavenato
(2004, p. 439).

2.2 Rede de comunicação

Padrões ou cadeias de comunicação. Fonte: Chiavenato (2004, p. 129)

2.1 Hardware

Termo da linguagem dos computadores e da literatura científica. Não é


traduzível. Significa a totalidade dos componentes físicos de um sistema. Pode
ser utilizado mais restritivamente para significar o equipamento em oposição a
"software". Fonte: Chiavenato (2004, p. 477)

2.2 Software

Inclui todos os conjuntos de instruções de processamento de informação. Esse


conceito genérico de software inclui não apenas os conjuntos de instruções
operacionais chamados programas, que controlam diretamente o hardware do
computador, mas também os conjuntos de instruções de processamento de
informação denominados procedimentos de que as pessoas necessitam de acordo com
O’Brien (2013, p. 2).

2.2.1 Software de sistema

É um programa de sistema operacional, o qual controla e


suporta as operações de um sistema de computador. Microsoft
Windows e Unix são apenas dois exemplos de sistemas operacionais
comuns de computadores. Fonte: O’Brien (2013, p. 2)

2.2.2 Software de aplicativo

São programas que orientam o processamento de determinado


uso de computadores por usuários finais. Como exemplo, temos
programas de análise de vendas, de folha de pagamento e de
processamento de texto. Fonte: O’Brien (2013, p. 2)

2.2.3 Procedimentos

São instruções de operação para as pessoas que usarão um


sistema de informação. Exemplos disso são as instruções para o
preenchimento de um formulário ou uso de um pacote de software.
Fonte: O’Brien (2013, p. 2)

2.2.1 Características do produto

Manutenibilidade: O software deve ser escrito de forma que possa


evoluir para atender às necessidades dos clientes. Esse é um atributo
crítico, porque a mudança de software é um requisito inevitável de um
ambiente de negócio em mudança (Sommerville, 2011).

Confiança e proteção: A confiança do software inclui uma série de


características como confiabilidade, proteção e segurança. Um
software confiável não deve causar prejuízos físicos ou econômicos no
caso de falha de sistema. Usuários maliciosos não devem ser capazes
de acessar ou prejudicar o sistema (Sommerville, 2011).

Eficiência: O software não deve desperdiçar os recursos do sistema,


como memória e ciclos do processador. Portanto, eficiência inclui
capacidade de resposta, tempo de processamento, uso de memória etc
(Sommerville, 2011).

Aceitabilidade: O software deve ser aceitável para o tipo de usuário


para o qual foi projetado. Isso significa que deve ser compreensível,
usável e compatível com outros sistemas usados por ele (Sommerville,
2011).

2.3 Desastre

Resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem sobre um


cenário vulnerável, causando grave perturbação ao funcionamento de uma comunidade ou
sociedade envolvendo extensivas perdas e danos humanos, materiais, econômicos ou
ambientais, que excede a sua capacidade de lidar com o problema usando meios próprios.
Fonte: Manual de Salvamento em Desastres (2022, p. 20).

2.5 Incidente

É um evento que sua ocorrência resulta em dano à saúde de pessoas, à


propriedade ou ao meio ambiente (ABNT 2005)

2.6 Sistema de Comando de Incidentes

É uma ferramenta de gerenciamento padronizado de incidentes, independente


da natureza, amplitude e/ou complexidade do evento, permitindo ao seu usuário o emprego
de uma estrutura organizacional integrada capaz de suprir as adversidades e demandas dos
incidentes. Fonte: Manual de Sistema de Comando de Incidentes de Goiás (2017, p. 1)

2.7 Posto de Comando

É o local a partir de onde as funções de comando são exercidas e onde o


Comandante do Incidente deve estar durante a maior parte do tempo. Fonte: Manual de
Sistema de Comando de Incidentes do Paraná (2009, p. 24)

Muitas instituições e especialistas destacam a importância de aprimorar a gestão de


crises. Embora cada um tenha seu enfoque específico, em geral, concordam com a necessidade
de desenvolver ferramentas mais eficazes para facilitar a comunicação e colaboração entre as
organizações encarregadas de lidar com emergências.
Um exemplo deste pensamento compartilhado foi relatado em um seminário
promovido pelo Crisis Management Initiative (2002), que procurava melhores soluções para o
gerenciamento de crises global, principalmente operações de paz. Neste seminário foi dito que
“sistemas de informação e comunicação integrados, projetados para apoiar a tomada de
decisões e comunicação em operações de paz, são uma importante ferramenta”. Similarmente,
Smith (2003) sustenta que a troca de dados e a cooperação entre organizações são
indiscutivelmente cruciais para o êxito na gestão de emergências.

Ele propõe um conjunto de requisitos baseados no ICS (Incident Command System)


para uma solução de gestão de emergências. Alguns dos requisitos são: monitorar múltiplas
fontes de informação, rápida comunicação de riscos e disseminação de alertas.

Os exemplos acima ilustram como há em todo mundo preocupações acerca de


aspectos de cooperação em gestão de emergências e no CBMERJ não é diferente

No entanto, os problemas não estão apenas em fazer a informação chegar até as


pessoas, mas também na qualidade destas informações. A solução apontada por ele foi um
conjunto de recomendações, como um investimento em um framework para treinamento e
incentivos para o pessoal ser mais rigoroso na coleta e uso dos dados, aplicando mecanismos
de filtro. Embora as iniciativas supramencionadas evidenciem os problemas existentes neste
domínio, elas não apresentam soluções computacionais implementadas, no máximo propõem
alguns requisitos. Isto não significa que não existam sistemas de informação implementados
com o intuito de auxiliar na solução destes problemas.

Como visto acima, existe uma grande preocupação em assegurar que as informações
cheguem aos decisores. As abordagens baseadas em sistemas procuram de alguma forma
realizar esta tarefa, almejando em última instância dar mais subsídios à tomada de decisões.

Referências

Sommerville, Ian. Engenharia de Software – 9ª edição. São Paulo: Addison Wesley, 2011.

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da Administração – 7ª edição. São Paulo: McGraw-Hill,


2004.

O’BRIEN, James A. Administração de sistemas de informação – 15ª edição. Porto Alegre:


AMGH, 2013.

CBMERJ. Manual de Salvamento em Desastres. Rio de Janeiro: Estado-Maior Geral do CBMERJ.

CBMPR. Manual de Sistema de Comando de Incidentes do Paraná. Paraná: CBMPR.

CBMGO. Manual de Sistema de Comando de Incidentes de Goiás. Goiás: Comando Geral de


Goiás.
https://www.ehstoday.com/emergency-management/article/21903941/interagency-
collaboration-and-consequence-management-an-allhazard-approach-to-emergency-incident-
response (esse site é só para eu achar depois a publicação do Smith,S)

SMITH, S.. Inter-Agency Collaboration and Consequence Management: An All-Hazard Approach


to Emergency Incident Response. In: TOWARD AN INTERNATIONAL SYSTEM MODEL IN
EMERGENCY MANAGEMENT, 2003. Anais... Public Entity Risc Institute, 2003

Adam, Frederic. Encyclopedia of Decision Making and Decision Support Technologies – Volume
I. New York: Information Science Reference.

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