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15/05/2023

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR II
PROFESSOR: CAP BM FERNANDA CERQUEIRA
CAP VASCONCELLOS

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15/05/2023

Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro


Diretoria de Socorro de Emergência
Seção de Ensino Treinamento e Pesquisa

Trauma na Gestante

Avenida Prefeito Sílvio Picanço, 1533, Charitas


Niterói-RJ, cep 24370-005
Tel: (021) 2715-7362
e-mail: dse.setep@cbmerj.rj.gov.br

Trauma na Gravidez
• Desafios únicos
– Vulnerabilidade da paciente grávida com trauma
– Lesões potenciais em crianças não nascidas
• Papéis duplos
– Prestar atendimento à mãe
– Prestar atendimento ao feto

dieferenças em uma gestante

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Trauma na Gravidez
• Principal causa de morbidade e mortalidade na gravidez
– 6 a 20% das gestações experimentam algum grau de trauma
• 1 em cada 12 acidentes de trauma significativos
– Principais causas
• Colisões de veículos motorizados
• Quedas
• Abuso e violência doméstica
• Lesões penetrantes
• Queimaduras
• Suicídio
• Homicídio

Fatores que afetam a mortalidade


e morbidade fetal
• Hipóxia
• Infecção
• Efeitos de drogas
• Nascimento Prematuro

• Os efeitos do trauma na gestação podem ser influenciados


por:
– Idade gestacional do feto
– Tipo e gravidade do trauma
– A extensão da interrupção da fisiologia uterina e fetal
normal

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Paciente grávida
• Aumento do risco de trauma
– Síncope, hiperventilação, excesso de fadiga
comumente associado à gravidez precoce
– Equilíbrio e coordenação afetados por mudanças ao
longo da gravidez

Desenvolvimento do feto
3 Meses 8 meses

Cordão
umbilical

Saco
amniótico

Útero

Cérvix

Cordão umbilical

Osso púbico

Bexiga
Cérvix

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Alterações Fisiológicas
• Sistema respiratório
– Diafragma elevado devido ao tamanho do útero
– Diminuição do volume da cavidade torácica
– Alcalose relativa devido ao aumento da taxa
respiratória
– Predisposto à hiperventilação
• Anemia na gravidez
• Anemia absoluta
• Diminuição da mobilidade gástrica

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Alterações Fisiológicas
Alterações fisiológicas durante a gravidez

Parâmetro monitorado Mulher normal Mudança

Volume sanguíneo 4.000ml tr Aumento de 40 a 50%

Frequência cardíaca 70bpm Aumento de 10 a 15%

Pressão arterial 110/70 mmHG Diminuiu de 5–15 mmHg

Débito cardíaco 4-5 l/min Aumento de 20 a 30%

Hematócrito/hemoglobina 40/13 Diminui

PCO2 38 mmHg Diminui

Motilidade gástrica Normal Diminui

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Sinais vitais na gravidez

• Não confunda sinais vitais normais de gravidez com


sinais de choque
– Pulso normal: 10-15bpm mais rápido
– Pressão arterial: 10–15 mmHg mais baixa
– Perda de 30 a 35% do sangue (1500ml) antes de uma
mudança significativa na pressão arterial
• Fique atento a todos os sinais de choque
– Exames de Reavaliação frequentes

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Resposta à Hipovolemia
• Vasoconstrição e taquicardia
– Redução do fluxo sanguíneo uterino em 20-30%
– A frequência cardíaca fetal e o fluxo sanguíneo
diminuem
– O feto se torna hipoxêmico
• O alto fluxo de oxigênio 100% é essencial
– Choque materno tem taxa de mortalidade fetal de 80%

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Trauma na Gravidez
• Avaliações Primária e Secundária
• Otimizar o débito do feto e da gestante
– Alto fluxo 100% oxigênio rapidamente administrado
• Hipóxia fetal ocorre antes da hipóxia materna
– A administração do fluido deve ser rápida
• Estabeleça acesso venoso e administre fluidos

• Otimizar o débito do feto e da gestante


– Exames de Reavaliação Frequente
• Mortalidade do feto relacionada ao tratamento materno
• O cuidado ideal do feto é o tratamento adequado da mãe

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Trauma na Gravidez

• Otimizar o débito do feto e da gestante


– Exames de Reavaliação Frequente
• Mortalidade do feto relacionada ao tratamento
materno
• O cuidado ideal do feto é o tratamento adequado
da mãe

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Hipotensão supina

• Retorno venoso diminui 30% na posição supina com útero de


20 semanas ou maior comprimindo a veia cava inferior
– Hipotensão materna aguda
– Síncope
– Bradicardia fetal

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Deslocamento uterino esquerdo

• Posição de transporte
– Eleve o quadril direito de 10 a 15 c m com toalha e
entí etros

desloque manualmente o útero para a esquerda


– Se a restrição de movimento da coluna e a prancha for
necessária, incline ou gire a prancha de 15 a 30 graus
para a esquerda do paciente
– Não deixe o paciente na prancha por mais tempo do
que o necessário

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Decisão de Transporte
• Posição de transporte
– Melhor estabilizado com a
maca a vácuo
– Cuidado ao prender os
cintos
– O deslocamento uterino
esquerdo deve ser
mantido o tempo todo
durante a ressuscitação e
transporte

trata somente a mãe

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Lembre-se

Um trauma abdominal relativamente menor pode causar a


morte do feto

A morte da gestante é a causa mais comum de morte fetal

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Trauma Abdominal
• Mudanças fisiológicas
– Diminuição da sensibilidade
• Alongamento gradual
• Alterações hormonais
• Útero muito vascularizado
• Apresentação Clínica
– Proteção, rigidez, resposta
de recuperação ausente
• Trauma abdominal na
gestante requer avaliação
obstétrica

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Lesões penetrantes
• Ferimentos por armas de fogo e facadas
– Entrada abaixo do fundo
• O útero absorve a força e protege os órgãos da
mãe
• Alta taxa de mortalidade fetal: 40% por lesão por
arma branca e com maior taxa devido aos
ferimentos por armas de fogo (40-70%)
• Menor taxa de mortalidade materna: 4 a 10%
– Entrada acima do fundo
• Lesão intestinal devido ao deslocamento

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Violência doméstica

• Um grande número sofre de violência doméstica durante a


gravidez
• Ocorrência de 1 em 10 durante o 2º e 3º trimestre
– Lesões proximais e médias
• Rosto e pescoço mais comuns
– Pouco peso ao nascer
– Abusada pelo cônjuge ou namorado: 70-85% (EUA)

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Quedas

• Lesão por quedas


– Aumento com progressão da gravidez
• Centro de gravidade alterado
– Proporcional à força e parte do corpo impactada
– Lesões pélvicas
• Desprendimento da placenta
• Fraturas do feto

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Queimaduras
• O volume de fluidos necessário aumenta
– Mortalidade e morbidade
• Mortalidade materna igual a da pessoa que não
está grávida
• Mortalidade fetal aumenta com >20% SCQ
• Exposição ao CO aumenta o risco para o feto
• Requer 100% de oxigênio por máscara
– Gestantes intoxicadas por CO devem ser
transportadas para o centro hiperbárico, se
possível

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Resumo

• Trauma na gravidez
– Conhecimento de mudanças fisiológicas
• Hipotensão e hemorragia facilmente negligenciadas
– Avaliação rápida e intervenções para estabilizar
• Administração agressiva de oxigênio
• Ressuscitação agressiva de fluidos
– Prevenir a hipotensão supina
• O cuidado fetal depende do cuidado materno

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