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Paisagismo e Paisagem
Paisagismo e Paisagem
Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2
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NOSSA HISTÓRIA
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PAISAGISMO: CONCEITOS E APLICAÇÕES
Como atividade profissional no Brasil, ainda não existe a profissão
regulamentada do paisagista como existe na França.
Por que não retomar com afinco essa análise apaixonante do espaço?
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ideias inovadoras como essas, que integram a ecologia à paisagem, percebe-se
o enorme potencial que se tem ao cruzar conhecimentos de domínios diferentes.
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As diversas disciplinas científicas e mesmo o senso comum têm uma
explicação própria do que seja paisagem. Há variações do conceito, conforme a
disciplina que o elabora, mas também há parâmetros mais ou menos comuns
mantidos nas definições.
Os jardins, em geral, eram como oásis trazidos para dentro das cidades
fortificadas. Os muros protegiam contra as ameaças externas que tanto podiam
vir de outros povos, como de forças naturais, ainda desconhecidas.
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milhares de anos na região dos rios Tigre e Eufrates e foram percebidas mais
tarde nos jardins de influência moura em Granada, Córdoba e Toledo, na
Espanha. Unindo utilitarismo e estética ao reorganizar a paisagem, eram
escolhidos os elementos benéficos de um ambiente silvestre considerado hostil
na maioria das vezes (ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI, 1991).
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São concebidos para proporcionarem contato com a natureza, paz e
conforto espiritual. Aqui, também a natureza é trazida para um espaço seguro.
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Do centro para o exterior, ficavam as naturezas civilizada, rústica e
selvagem. Assim eram os jardins “à francesa” (ROUGERIE e
BEROUTCHATCHVILI, 1991).
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REPRESENTAÇÃO DA PAISAGEM
Dois fatos marcaram o início da observação e representação consciente
da paisagem a partir do concreto no mundo ocidental: escritos de Montaigne,
relatando sua viagem à Itália no século XVII, e aquarelas do holandês Albrecht
Dürer, produzidas em sua viagem aos Alpes austro-italianos, de 1495 a 1505.
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Aproximadamente nesta época, Dokoutchaev, na Rússia, definiu o
“Complexo Natural Territorial” (CNT), que era também uma forma de
identificar as estruturas da natureza.
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Para C. Sauer, autor do artigo “A morfologia da paisagem”, que em
1925 marcou a Escola de Berkeley, nos Estados Unidos, a paisagem
é como um organismo complexo, resultado da associação de formas
que podem ser analisadas.
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tratar do conflito de abordagens objetiva e subjetiva (ROUGERIE e
BEROUTCHATCHVILI, 1991).
CONCEITOS DE PAISAGEM
Os significados do termo paisagem se diversificam a cada definição de
dicionário e tornam-se mais complexos, conforme os usuários.
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LEMOS (1989), em sua dissertação de Mestrado sobre uso e manejo
de cambissolos, considera a paisagem como o resultado da interação
entre os fatores de formação do solo, e que, portanto, deve ser
considerada a posição do solo na paisagem.
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O CONCEITO DE PAISAGEM EM GEOGRAFIA
Entre os geógrafos há um consenso de que a paisagem, embora tenha
sido estudada sob ênfases diferenciadas, resulta da relação dinâmica de
elementos físicos, biológicos e antrópicos. E que ela não é apenas um fato
natural, mas inclui a existência humana. Tanto a escola alemã, como a francesa,
que influenciaram a geografia brasileira, dão ênfase a aspectos diferentes da
paisagem.
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No nível industrial, Dansereau considera como objeto da pesquisa a
influência exercida pelo homem sobre a natureza, comunidades
vegetais e animais. O material a ser estudado é a paisagem.
Para este autor, não seria a simples junção de elementos geográficos que
resultaria em uma paisagem, mas a combinação dinâmica, instável, dos
elementos físicos, biológicos e antrópicos, porque a paisagem não é apenas
natural, mas é total, com todas as implicações da participação humana.
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As próprias escolas alemã e francesa, que tanto influenciaram a geografia
brasileira, são enfáticas em aspectos diferentes.
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Outro aspecto sólido na concepção geográfica de paisagem diz respeito
ao aspecto visual, como cenário, ou resultado, dos eventos naturais e sociais.
São as fisionomia e morfologia, de interesse da geografia e que ocupam
determinado espaço.
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Durante muitos anos foi utilizada uma compartimentação do relevo
brasileiro, elaborada pelo geógrafo e professor Aroldo de Azevedo, em 1940
(apud ROSS, 1985).
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sobre a evolução da paisagem geomorfológica do médio vale do Paraíba do Sul,
sob um enfoque geohidroecológico.
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econômicos e orgânicos - do espaço geográfico. Este, possui caráter
mais abstrato, de totalidade, enquanto a paisagem lembra parcela e
fração.
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De diferentes formas, a ideologia tende a condicionar um conjunto de
características culturais partilhadas por segmentos da sociedade, as visões de
mundo.
A partir daí, estabelece um pano de fundo para explorar o papel das visões
de mundo na busca da cidade ideal e no paisagismo.
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Argumenta que diferentes modelos de paisagismo valorizam dimensões
diferenciadas da realidade.
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Posteriormente, a ordem universal apareceria também como referência
na criação das cidades, no desenvolvimento de atividades produtivas e nas
relações entre populações de diferentes regiões.
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Em termos sintéticos, a compreensão idealista considera que as ideias
preponderam como fatores de conformação de fenômenos sociais. Esta visão se
baseia na filosofia clássica grega que utiliza conceitos de Demócrito, Sócrates,
Platão e Aristóteles. A visão estética das proposições do idealismo, referência
para o urbanismo e para o paisagismo, foi resgatada e desenvolvida por
Baumgarten, em obra intitulada Aesthetica, publicada originalmente em 1750
(Baumgarten, 1953).
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No entanto, como práticas socioambientais, o paisagismo e o urbanismo
expressam também visões de mundo – os valores sociais e culturais vigentes.
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PAISAGISMO COM ÊNFASE NA ARQUITETURA DA PAISAGEM
O paisagismo de ênfase na arquitetura da paisagem baseia-se em visões
de mundo que valorizam a organização do espaço.
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A arquitetura da paisagem serviu também de base para o
desenvolvimento de muitos dos conceitos e da teoria existentes no paisagismo.
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Esta versão enfatiza a arborização, como elemento bucólico disposto de
maneira naturalística, e gramados, que integram edificações sem barreiras
visuais.
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A ênfase prática desta vertente permite pontes com outras de cunho mais
teórico, como o paisagismo com ênfase na percepção ou mesmo o paisagismo
ambiental.
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percepção. Parece existir uma grande interação de elementos que confirmam
significados e expectativas sociais complexas.
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É evidente o alinhamento dessa vertente na corrente idealista, pois
enfatiza a forma urbana sem considerar aspectos das contradições sociais que
a produziram.
PAISAGISMO AMBIENTAL
A terceira vertente abordada é o paisagismo de cunho ambiental, que
guarda relações com visões de mundo que valorizam a relação sociedade-
natureza e aspectos ecossistêmicos.
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a englobar também conceitos e práticas voltadas para o atendimento de
expectativas de grupos sociais emergentes.
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que este não pode ter sucesso sem a participação dos grupos e das
comunidades locais.
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De um dentre vários quadros referenciais, a temática ambiental passou a
ocupar lugar central na construção de modelos de cidade ideal, como se revela
claramente no caso das propostas de cidades sustentáveis.
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IDEOLOGIA, VISÃO DE MUNDO E PRÁTICAS
SOCIOAMBIENTAIS NO PAISAGISMO
Seguindo a linha da evolução do conservacionismo, Laurie (1985)
observa que essa vertente se iniciou a partir da valorização da estética
natural, ainda no final do século XIX.
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A participação de autores de diversas áreas, cujas obras incorporavam a
temática ambiental, contribuiu na inserção de visões de mundo da ecologia
urbana na construção do paisagismo ambiental.
Por outro lado, outras ciências que tratam das dinâmicas naturais
ajudaram a sedimentar e consolidar o paisagismo ambiental, pois trouxeram
subsídios para o desenvolvimento do planejamento ambiental.
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importante, para a compreensão das práticas ecológicas que influenciaram o
paisagismo, foi dada pelo biólogo Eugene Odum (1988).
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Ao mesmo tempo em que o futuro da sociedade depende das relações
materiais, depende também de um ideário que supere o conteúdo de dominação
presente na ideologia capitalista. Essa superação refere-se não apenas às
relações sociais, mas também às relações sociedade natureza.
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Inova, ao enfatizar a ótica ecológica e a buscar sua integração ao planejamento
de espaços dentro do meio urbano.
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referem a valores artísticos, funcionais e ambientais, cuja produção envolve
planos e projetos.
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Como aspecto visual, frequentemente estético, captado e representado
de maneira objetiva e subjetiva por artistas, a paisagem surgiu no século XV,
com pintores holandeses e italianos.
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Resultam daí feições e condições também dinâmicas, diferenciadas ou
repetidas, o que permite uma classificação, ao agrupar-se os arranjos similares,
separando-os dos diferentes. No todo, forma-se um mosaico articulado.
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