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Pictures, Logic, and The Limits of Sense
Pictures, Logic, and The Limits of Sense
ii) JUIZO MULTIPLO: Veremos que esse não é o caso se nos debruçarmos em como
Russell lida com um problema que ele menciona em SMP (p. 91) como um dos que mais
necessita da descoberta das formas lógicas envolvidas (descoberta essa que é viabilizada
pela aplicação da analise), o problema da teoria do juízo. ESSE É UM PROBLEMA
CENTRAL RICKETTS Uma exposição de uma teoria do juízo é feita nos Problems
of Philosophy. Russell (POP) inicia a exposição de tal teoria por vias de defender uma
teoria da verdade correspondentista. A primeira preocupação de Russell acerca de uma
teoria da verdade não é como podemos saber se uma crença é verdadeira ou falsa, mas o
que significa questionar sobre verdade ou falsidade. Ao contrário do nosso
conhecimento de coisas, nosso conhecimento de verdade tem um contrário, o erro.
Desse modo, um julgamento não pode ser meramente uma relação direta de uma
proposição a um fato, pois um julgamento falso, sendo também um julgamento, não
teria um fato a se relacionar. “A necessidade de admitir a falsidade torna impossível
considerar a crença como uma relação da mente com um objeto simples, do qual se
pode dizer que é o que se acredita” (POP, p. 67). Isso leva Russell a afirmar que uma
teoria que busca contemplar a natureza da verdade deve satisfazer aos três seguintes
requisitos:
1. Uma teoria da verdade deve ser capaz de admitir seu oposto, a falsidade.
2. A verdade e a falsidade não são propriedades de fatos, mas de crenças e de
enunciados.
3. Ainda assim, mesmo que a verdade e a falsidade sejam propriedades de crenças,
elas são propriedades que dependem de relações de crenças com outra coisa, e
não de alguma propriedade interna das crenças. A verdade ou a falsidade sempre
dependem de alguma coisa externa à própria crença.
Esse terceiro requisito é o que levará Russell a adotar que a verdade consiste em
alguma forma de correspondência entre a crença e o fato. Mas, como já afirmado, a
crença não pode ser uma relação da mente com um objeto simples, devido a necessidade
de admitir falsidades. Há, novamente, por de trás – fundando a epistemologia em que
essa teoria se baseia – a distinção russelliana entre conhecimento direto, ou
conhecimento por familiaridade, e conhecimento por descrições, baseada em uma
ontologia fundada por dados sensoriais, que por serem indubitáveis, forneceriam o
ponto de partida para o conhecimento.
Russell prossegue apresentando uma teoria do juízo que o toma como uma
relação entre a mente e vários objetos relacionados que ocorrem separadamente. Ele
afirma: “Um ato de uma crença ou de juízo é a ocorrência entre certos termos em um
tempo determinado da relação de acreditar ou julgar” (RUSSELL, 2005, p. 67) e dá
prosseguimento: “Quando ocorre um ato de acreditar, existe um complexo no qual
“acreditar” é a relação unitiva, e o sujeito e os objetos são colocados numa certa ordem
por meio do “sentido” da relação de acreditar” (Ibid. p. 69). Desse modo, uma crença é
verdadeira quando ela corresponde a um determinado complexo, e é falsa quando não
corresponde. Isso permite Russell a chegar em uma definição de verdade e de falsidade: