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Geneses Do Serviço Social - Mapa Mental
Geneses Do Serviço Social - Mapa Mental
Mapas Mentais
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Referências
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Autoras:
Alice Firmino
Gleyce Mendes
RESUMO: Fundamentos Históricos do Serviço Social
Antecedentes
No fim do século XIX, auge do capitalismo, o Papa Leão XIII publicou a Encíclica
Rerum Novarum, que trazia uma crítica ao capitalismo sem deixar de apoiar a propriedade
privada e criticar o socialismo. Na sequência, por conta dos problemas sociais e
econômicos da Grande Depressão, é criada a Encíclica Quadragésimo Anno, ao final da
década de 1920 até final da década de 1930, que fazia críticas ao capitalismo e ao
socialismo. O discurso da Igreja era tido como humanista, mas trazia conteúdos
conservadores e fascistas, comuns ao período. Essas, portanto, foram as bases filosóficas
do Serviço Social.
Quando a profissão passa a refletir e questionar o seu fazer sob a influência das
técnicas americanas, pode-se dizer que ocorre a influência do Positivismo no Serviço
Social, com forte atuação da sociologia e da psicologia. Essa corrente filosófica acredita
que os fatos sociais são baseados em acontecimentos da natureza. Não há uma reflexão
sobre as causas ou origem dos fatos sociais, mas sim sobre suas relações. Sendo assim,
teve uma grande importância para a prática do Serviço Social de ajustamento e controle
social, com vias ao apoio das ações do Estado e do discurso de desenvolvimento do
sistema capitalista. Os problemas sociais eram vistos como disfunções e o homem deveria
ser ajustado à sociedade. Não havia críticas ao sistema capitalista e as pessoas eram
responsáveis pelos seus problemas, pela sua condição de vida no mundo.
Década de 30
Década de 60
Diante desse cenário, o Serviço Social também passou a questionar suas bases, o
que significou repensar sua teoria e metodologia conservadora e positivista a serviço do
controle social e interesses do capital. No final da década de 70, o Serviço Social passou
também a receber influência de uma leitura crítica marxista e, dessa forma, fazer uma
análise mais crítica da sociedade, relacionando as expressões da Questão Social ao
desenvolvimento do sistema capitalista. Esse fato tem um marco que foi o Congresso da
Virada, ocorrido em 1979, período marcado pela crítica ao conservadorismo na profissão,
marcado pela renovação do Serviço Social ou tentativa de ruptura do Serviço Social com
suas bases conservadoras.
Década de 80
Manifestações
O marxismo trouxe uma nova dimensão ao Serviço Social, que passa a ter um olhar
mais crítico sobre a realidade social, considerando as suas contradições, tomando o
trabalho como consequência de análise, pois, através do trabalho, os homens satisfazem
suas necessidades materiais e imateriais. Porém, nesse período inicial, a apropriação da
teoria marxista é considerada “Marx sem Marx”, visto que os textos trazidos para o Brasil
no período não eram os originais do autor, mas releituras. A teoria marxista será, nas
décadas seguintes, a teoria hegemônica no Serviço Social, pois possibilitou, juntamente
com outros aspectos da realidade do período, uma tentativa de ruptura com o
conservadorismo na profissão.
Para o Serviço Social, foi um período de aprofundar a reflexão sobre sua teoria e
metodologia, aproximar-se e apoiar os movimentos sociais. Tem como marco o
Movimento de Reconceituação, que ocorreu no final da década de 70. Esse Movimento
foi uma tentativa de ruptura com o conservadorismo na profissão, um repensar de
referenciais teóricos e metodológicos que refletissem sobre uma realidade social concreta,
a partir da leitura crítica de uma sociedade capitalista.
A. Positivismo.
B. Fenomenologia.
C. Marxismo.
D. Neotomismo.
Alternativa A: CORRETA. O Positivismo, ou Filosofia social positivista, foi criado por Augusto
Comte, conhecido como pai da Sociologia. O Positivismo chegou ao Brasil em 1930 como uma
filosofia social de interpretação e intervenção da realidade social, a fim de realizar uma leitura
da sociedade e do indivíduo. Com a influência do Positivismo a prática profissional, adota-se
um modelo controlador em busca dos ajustes de conduta dos indivíduos na sociedade,
culpabilizando-o por suas condições de vida, uma vez que a visão positivista de análise da
sociedade é restrita e superficial, passando a ser questionada no Movimento de
Reconceituação.
B. O que os indivíduos são não coincide, portanto, com a sua produção, isto é, tanto com
aquilo que produzem como a forma como produzem. Aquilo que os indivíduos são depende,
portanto, das condições materiais de sua produção.
D. Ao adquirir novas forças produtivas, os homens mudam seu modo de produção, e com
o modo de produção mudam as relações econômicas, que não eram mais que as relações
necessárias daquele modo concreto de produção.
Alternativa C: CORRETA. Todo fenômeno cultural ou social tem característica própria, ou seja,
é condizente com o seu tempo e costuma atualizar-se e se adaptar às necessidades
econômicas e sociais constantemente. Desta maneira, conforme o homem avança no processo
de produção do qual também faz parte, as formas econômicas igualmente se modificam,
exigindo cada vez mais dos indivíduos.
A. Representações sociais.
B. Percepções e motivações.
C. Relações econômicas.
Alternativa B: INCORRETA. Por ser uma corrente tradicional, a Fenomenologia não buscava
com suas análises dos fenômenos contribuir com percepções e motivações dos indivíduos para
que fossem capazes de expor pensamentos, ideias e comportamentos tidos como
inadequados, negando o princípio da alienação, o qual era presente no processo de produção
da sociedade.
Alternativa C: CORRETA. Destacam-se também as Relações econômicas, uma vez que também
são analisadas com base no estudo dos fenômenos sociais que regem a organização da
sociedade, apesar da Fenomenologia não buscar transformação da realidade que muitas vezes
é influenciada pelas relações econômicas. Isso pode ser compreendido com o fato desta
corrente não abordar a historicidade dos fenômenos.
B Na criação das primeiras escolas de serviço social, prezava-se pelo caráter caritativo do
profissional, o que impediu a transformação dos assistentes sociais em força de trabalho a ser
comprada no mercado.
E O serviço social de casos individuais foi o método central aplicado para realizar o
conjunto de trabalho necessário para o reajustamento dos indivíduos às condições normais de
vida.
Alternativa C: INCORRETA. Com o surgimento das primeiras escolas de Serviço Social, por
influência europeia, as assistentes sociais são chamadas a atuar inicialmente como comissárias
de menores em São Paulo, no reajuste e enquadramento de famílias com distribuição de
auxílios materiais e formação moral, entre outras ações. No Rio de Janeiro, as assistentes
sociais atuavam inicialmente vinculada à Medicina e ao Direito.
Alternativa E: CORRETA. O serviço social de casos individuais foi o método central aplicado
para realizar o conjunto de trabalho necessário para o reajustamento dos indivíduos às
condições normais de vida, visto que a atuação profissional era focalizada em demandas
específicas. Isto é, o Serviço Social não considerava a situação dos indivíduos vinculada a
motivos externos a eles; as situações de mazelas eram tidas como responsabilidades dos
indivíduos, por isso deveriam ser resolvidas por eles, mesmo com o auxílio do Estado.
D As primeiras intervenções do serviço social nas favelas do Rio de Janeiro indicavam que
o motivo da favelização era o desemprego.
C A aproximação das pautas desse movimento com as ideias expressas nas obras originais de
Karl Marx levou ao rompimento definitivo do serviço social com o conservadorismo.
D ética pautada em valores democráticos, cujo foco está nos direitos e formação política do
profissional.
Alternativa D: INCORRETA. A ética era pautada em valores morais e cristãos, segundo os quais
os comportamentos dos indivíduos, assim como dos próprios profissionais de Serviço Social,
deviam respeitar normas morais estabelecidas com base na religiosidade e não com foco em
direitos e formação política do profissional.
Alternativa E: INCORRETA. Para criação das políticas sociais, o Estado deve se valer da criação
de leis que promovam essas políticas e estejam organizadas pelo aparato do Estado,
analisando a organização da sociedade a fim de atender os que necessitam dessas ações,
promovendo o bem-estar dos indivíduos que vivem privados do acesso a bens sociais e
qualidade de vida, que é resultado do processo de exploração do capitalismo.
REFERÊNCIAS
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