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Referências
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Autoras:
Alice Firmino
Gleyce Mendes
RESUMO: Fundamentos Históricos do Serviço Social
Antecedentes

O Serviço Social surge como profissão no Brasil na década de 1930, no seio da


Igreja Católica, num cenário de desigualdades, fruto do processo de industrialização.
Desse modo, faz-se necessária a compreensão dos antecedentes desse processo para que
se possa entender a importância do Serviço Social como profissão inserida na divisão
sociotécnica do trabalho.

Historicamente, o desenvolvimento do sistema capitalista gerou progresso,


desenvolvimento e desigualdade. É nesse contexto que surge o Serviço Social como
profissão inscrita na divisão social e técnica do trabalho, na década de 1930, tendo o
impacto das mobilizações de trabalhadores operários no período, exigindo a presença do
Estado no enfrentamento dos problemas sociais. O Estado sai, assim, da fase
concorrencial para fase monopólica, aliando-se ao grande capital, mas, ao mesmo tempo,
tendo que dar uma resposta à população diante dos agravos sociais. Desse modo, o
Serviço Social surge com vias ao controle social.

Nas suas primeiras décadas, o Serviço Social tinha um caráter moralizador e


disciplinador, comportamento advindo de uma relação direta com suas bases teóricas e
filosóficas. A Igreja Católica visava sua hegemonia social através de ações de uma
reforma social e a profissão nasce em seu seio, pois, através de um grupo de moças
religiosas com a justificativa de preocupação com a Questão Social, é fundado o CEAS
(Centro de Estudo e Ação Social) que, com o objetivo de difundir as ações da igreja junto
ao proletariado, desenvolvia ações sociais. Algumas das suas fundadoras foram
responsáveis pela organização e criação do Serviço Social no Brasil numa perspectiva
doutrinária.

No fim do século XIX, auge do capitalismo, o Papa Leão XIII publicou a Encíclica
Rerum Novarum, que trazia uma crítica ao capitalismo sem deixar de apoiar a propriedade
privada e criticar o socialismo. Na sequência, por conta dos problemas sociais e
econômicos da Grande Depressão, é criada a Encíclica Quadragésimo Anno, ao final da
década de 1920 até final da década de 1930, que fazia críticas ao capitalismo e ao
socialismo. O discurso da Igreja era tido como humanista, mas trazia conteúdos
conservadores e fascistas, comuns ao período. Essas, portanto, foram as bases filosóficas
do Serviço Social.

Quando a profissão passa a refletir e questionar o seu fazer sob a influência das
técnicas americanas, pode-se dizer que ocorre a influência do Positivismo no Serviço
Social, com forte atuação da sociologia e da psicologia. Essa corrente filosófica acredita
que os fatos sociais são baseados em acontecimentos da natureza. Não há uma reflexão
sobre as causas ou origem dos fatos sociais, mas sim sobre suas relações. Sendo assim,
teve uma grande importância para a prática do Serviço Social de ajustamento e controle
social, com vias ao apoio das ações do Estado e do discurso de desenvolvimento do
sistema capitalista. Os problemas sociais eram vistos como disfunções e o homem deveria
ser ajustado à sociedade. Não havia críticas ao sistema capitalista e as pessoas eram
responsáveis pelos seus problemas, pela sua condição de vida no mundo.

A perspectiva funcionalista também traz forte influência ao Serviço Social no


período que vai de suas primeiras décadas até a década de 60, quando surgem outras
correntes teóricas que influenciam a profissão. Sendo assim, tanto o homem como a
sociedade eram tomados em seus aspectos do imediato e vistos de forma fragmentada.
Essa corrente explica a sociedade através de suas funções, dentro de uma lógica sistêmica
na qual as partes estão interligadas. Os problemas sociais eram vistos como disfunções e
o trabalho moralizador e disciplinador do Serviço Social visava o ajustamento moral das
pessoas. Essas duas correntes ainda oferecem influências ao Serviço Social mesmo na
contemporaneidade.

Considera-se como o marco para as principais transformações sociais um fenômeno


chamado Revolução Industrial, que ocorreu inicialmente na Europa no século XIX e
XX, tendo como principais características a substituição da manufatura pelo trabalho
assalariado e uso de máquinas no processo de produção. Com essas mudanças, o produtor,
que antes produzia o que consumia e tinha o controle do processo (século XVIII), passa
a vender a sua força de trabalho para recebimento de salário.

Inicialmente, a produção era basicamente artesanal e os países que se destacaram


nesse período foram a França e Inglaterra. Os trabalhadores (artesãos) realizavam suas
atividades de forma coletiva, sendo subordinados aos proprietários das manufaturas
existentes. Como consequência desse processo de trabalho e posterior desenvolvimento
industrial, vários problemas sociais começaram a surgir, tais como jornada de trabalho de
mais de 15 horas diárias, acidentes de trabalho, mulheres e crianças no mercado de
trabalho por se constituírem mão de obra barata, urbanização desorganizada e intenso
êxodo rural, doenças epidêmicas etc.

Esse quadro de desigualdades sociais, tendo a compreensão do papel do Estado e


desenvolvimento das forças produtivas, vai constituir a Questão Social, objeto de trabalho
do assistente social. Sendo assim, a profissão surge posteriormente para tratar de forma
técnica, dentro do aparelho do Estado, o enfrentamento dessas desigualdades, numa
perspectiva não crítica, mas de controle social. Vale ressaltar que a Igreja e as damas da
sociedade eram responsáveis pelo trabalho social desenvolvido no período, uma vez que
ainda não existiam formalmente instituições sociais no seio do Estado para enfrentamento
de tais desigualdades oriundas do desenvolvimento do capitalismo.

Década de 30

Diante do processo de desenvolvimento do sistema capitalista e mudanças no modo


de produção, várias alterações ocorrem no cotidiano profissional e pessoal dos
trabalhadores. O processo de urbanização sem planejamento gerou inúmeras
desigualdades e problemas oriundos do ambiente de trabalho, considerando sua
intensificação, péssimas condições para execução de atividades, ausência de leis
trabalhistas que possibilitassem atividades com remuneração justa, visto que o trabalho é
a centralidade da vida humana e a partir dele outras relações sofrem significativa
influência por não satisfazer as necessidades materiais e imateriais dos trabalhadores.

A Questão Social, nesse contexto, apresenta-se então em suas diversas


possibilidades e os trabalhadores começam a apresentar intensa insatisfação com as
péssimas condições de trabalho em que viviam. Em 1920, a Velha República no Brasil
começa a dar sinais de declínio diante da crise econômica e movimentos sociais no
período, culminando na Revolução de 30. Cabe destacar a crise de 1929, que foi a queda
da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Vale destacar também que foi um período marcado
por reivindicações da burguesia por maior participação política no governo. Mesmo num
período marcado por forte repressão policial, a classe trabalhadora, com apoio de
sindicatos, passa a reivindicar seus direitos trabalhistas. Essas mobilizações sociais
passam a serem vistas pela elite como “casos de polícia”.
Diante de um cenário com tantas reivindicações de trabalhadores por melhores
condições de trabalho e pressão por uma efetiva intervenção do Estado, o Serviço Social
surge como profissão, com base católica, para intervir nos conflitos sociais, a partir da
ótica de regulação do Estado. Getúlio Vargas foi presidente do Brasil de 1930 a 1945 e
esse período foi caracterizado por muitas manifestações sociais, culminando com a
criação do salário mínimo e carteira de trabalho.

O processo de Institucionalização do Serviço Social foi muito importante, pois


significou o trabalho estruturado da profissão no âmbito do Estado, o que, de certa forma,
acabou sendo uma resposta às manifestações sociais, em potencial dos trabalhadores.
Porém, é importante destacar que as primeiras décadas de existência da profissão foram
marcadas por teorias e metodologias conservadoras, prescritivas e normativas. O
compromisso da profissão nesse período era de apoio ao desenvolvimento do país do
ponto de vista do Estado e instituições de cunho capitalista (privado), não do
compromisso com a classe trabalhadora.

A Institucionalização da profissão significou também a ampliação do espaço de


trabalho profissional. Destaca-se o trabalho desenvolvido pelo Serviço Social no CEAS
(Centro de Estudos e Ação Social), LBA (Legião Brasileira de Assistência), SESI
(Serviço Social da Indústria), SENAI (Serviço Social de Aprendizagem Nacional) e
Fundação Leão XIII.

Década de 60

A Questão Social é o objeto de trabalho do Assistente Social e não se reduz às


expressões de desigualdades. Para se compreender a Questão Social, faz-se necessário
compreender o papel do Estado e do capital, além das demais instituições e mobilizações
sociais. Essa reflexão ocorre num momento em que a produção é cada vez mais coletiva,
com exploração e intensificação do trabalho, gerando lucros que não são socializados,
pelo contrário: privados por uma parcela da população que detém os meios de produção.

Para se compreender a trajetória do Serviço Social, é importante conhecer a sua


historicidade, ou seja, de que forma os homens se desenvolveram no mundo do trabalho,
centralidade da vida humana. O homem deve ser visto, então, como um sujeito histórico
e toda a análise parte de uma sociedade capitalista, desigual e dinâmica. Isso não significa
que o sistema capitalista só proporciona desigualdade. O progresso e desenvolvimento
social também são oriundos do desenvolvimento do capitalismo. A questão é que a
riqueza produzida por esse sistema, como não é socialmente distribuída, gera as
desigualdades sociais.

As décadas de 60 e 70 do século XX foram caracterizadas por intensas mobilizações


sociais e repressão policial. Se na década de 30 houve uma predominância de mobilização
oriunda dos trabalhadores operários das fábricas, as décadas de 60 e 70 se caracterizaram
por mobilizações das mais diversas que incluíram: operários, trabalhadores da área de
saúde e educação, juventude católica, mulheres, negros, homossexuais, entre outros. Foi
um período também caracterizado por forte crise econômica e política. Os movimentos
sociais do período cobravam a presença do Estado no que se refere aos direitos sociais:
saúde, educação, habitação, segurança, entre outros. Havia também intensa participação
de sindicatos e partidos de esquerda.

Diante desse cenário, o Serviço Social também passou a questionar suas bases, o
que significou repensar sua teoria e metodologia conservadora e positivista a serviço do
controle social e interesses do capital. No final da década de 70, o Serviço Social passou
também a receber influência de uma leitura crítica marxista e, dessa forma, fazer uma
análise mais crítica da sociedade, relacionando as expressões da Questão Social ao
desenvolvimento do sistema capitalista. Esse fato tem um marco que foi o Congresso da
Virada, ocorrido em 1979, período marcado pela crítica ao conservadorismo na profissão,
marcado pela renovação do Serviço Social ou tentativa de ruptura do Serviço Social com
suas bases conservadoras.

Década de 80

A década de 80 foi considerada como a “década perdida”, pois foi um período


caracterizado por crise econômica, alta taxa de desemprego, recessão e hiperinflação. Isso
gerou falência de algumas instituições capitalistas, incluindo instituições bancárias e
retração da produção industrial, baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e
aumento da dívida externa, do déficit público e das desigualdades sociais. Como resposta
do Estado, vários planos econômicos foram criados (Plano Verão, Plano Bresser e Plano
Cruzado), mas foram incapazes de conter a crise.
Ainda no final da década de 80, por conta dos movimentos sociais, têm-se a
promulgação da Constituição Federal em 1988. Isso significou a consolidação no país da
democracia após várias décadas de regime militar. Significou, também, o compromisso
oficial com pautas historicamente trazidas pelos movimentos sociais no que se refere à
saúde, educação, habitação, justiça, trabalho, entre outros. Desse modo, o Estado assume
as desigualdades sociais referentes à sua obrigação de intervenção, considerando a
complexidade de um país com dimensões continentais e com tanta diversidade social.

Para o Serviço Social a promulgação da Constituição de 1988 foi um marco


importante da relação da profissão com a luta pela efetivação de direitos. Desse modo,
uma parcela significativa da profissão compreende a importância de uma intervenção
crítica baseada nos princípios de justiça social e equidade. O serviço Social repensa suas
bases conservadoras e tem-se o Movimento de Reconceituação, que não foi uma ruptura
com suas bases conservadoras. Na prática, significou um momento de maturidade
intelectual, haja vista que os profissionais passaram a refletir e sistematizar sua prática.

A década de 90 traz para a profissão uma inserção no mercado de trabalho com


outras exigências sociais. O Assistente Social passa a ser requisitado pela iniciativa
privada com novas exigências e atribuições: necessitava-se de um profissional polivalente
e que tivesse novas habilidades. O trabalho de assessoria gerencial foi uma das novas
atribuições colocadas aos profissionais. Isso significou ampliação do mercado
profissional e também novas formas de precarização e intensificação da força de trabalho.
É criado o Código de Ética de 1993 que, desde então, serve como base de referência para
a atuação profissional.

Manifestações

Com o agravamento da Questão Social na década de 60, marcada pela crise


financeira no Brasil surgem movimentos sociais organizados formados por diversos
setores da sociedade (operários, trabalhadores da saúde, educação e comunicação,
juventude, negros, homossexuais, justiça) em busca de leis que possibilitassem melhores
condições de vida e de trabalho para a população. Havia uma forte reivindicação da
população ao Estado na área de saúde, educação, habitação e justiça. Os movimentos
sociais contaram ainda com a presença de artistas, partidos de esquerda e religiosos da
Igreja Católica que tinham se aproximado de uma teoria crítica socialista.
Os movimentos sociais não ocorriam só no Brasil, mas em toda a América Latina.
Para tentar conter os movimentos sociais, o Brasil e demais países em questão sofreram
forte repressão policial, fato considerado como Ditadura Militar. No bojo desse
movimento, o Serviço Social sofre impactos e parte dos profissionais do período
passaram a questionar sua teoria e sua metodologia. Os assistentes sociais, sob a
influência marxista, começaram a ter um entendimento mais crítico da sociedade e
relacionar as desigualdades sociais ao desenvolvimento do capitalismo. O marxismo é
uma corrente filosófica que tem como precursor Karl Marx, historiador, filósofo e
economista que apresentava críticas ao capitalismo numa reflexão sobre sociedade,
economia e política.

O marxismo trouxe uma nova dimensão ao Serviço Social, que passa a ter um olhar
mais crítico sobre a realidade social, considerando as suas contradições, tomando o
trabalho como consequência de análise, pois, através do trabalho, os homens satisfazem
suas necessidades materiais e imateriais. Porém, nesse período inicial, a apropriação da
teoria marxista é considerada “Marx sem Marx”, visto que os textos trazidos para o Brasil
no período não eram os originais do autor, mas releituras. A teoria marxista será, nas
décadas seguintes, a teoria hegemônica no Serviço Social, pois possibilitou, juntamente
com outros aspectos da realidade do período, uma tentativa de ruptura com o
conservadorismo na profissão.

Fundamentos Teóricos do Serviço Social

A década de 70 foi marcada pela efervescência dos movimentos sociais que


cobravam a presença do Estado no que se refere aos direitos sociais na área de saúde,
educação, habitação, segurança, entre outros. Um movimento marcante do período foi o
Movimento de Reforma Sanitária que se constituía num movimento da sociedade, com
ampla participação dos trabalhadores da área de saúde, em busca de transformações
necessárias nessa área. Esse Movimento culminou com a criação da Lei 8.080/190 – SUS
(Sistema Único de Saúde).

Do ponto de vista econômico e financeiro, a década de 70 ainda foi marcado por


crise no Brasil e no mundo, principalmente no período que vai de 1971-1973 por conta
do petróleo, gerando alta da inflação, e que também serviu para a busca de outras fontes
de combustíveis como o álcool. Ainda houve uma outra crise do petróleo ainda nos anos
1970. Com isso, as desigualdades sociais só se agravaram e, consequentemente, as
expressões da questão social, aliadas ainda a um período de repressão: a ditadura militar,
que ainda era presente no Brasil.

Para o Serviço Social, foi um período de aprofundar a reflexão sobre sua teoria e
metodologia, aproximar-se e apoiar os movimentos sociais. Tem como marco o
Movimento de Reconceituação, que ocorreu no final da década de 70. Esse Movimento
foi uma tentativa de ruptura com o conservadorismo na profissão, um repensar de
referenciais teóricos e metodológicos que refletissem sobre uma realidade social concreta,
a partir da leitura crítica de uma sociedade capitalista.

Ao longo do processo de desenvolvimento de afirmação do Serviço Social como


profissão, várias correntes teóricas fizeram e fazem parte de sua formação (neotomismo,
positivismo, funcionalismo, fenomenologia e marxismo). O Serviço Social não é uma
ciência e, portanto, busca através das ciências sociais suporte teórico para reflexão da
sociedade.

A fenomenologia busca dar ênfase à vida cotidiana; considera o fenômeno como


integrante da consciência e realidade, tomando como ponto de partida a observação.
Realiza uma crítica ao objetivismo da ciência, propondo a subjetividade. Não considera
na sua análise os fenômenos estruturais, conflitos de classes, questões relacionadas ao
poder nem a historicidade dos fatos sociais. Uma corrente de influência para o Serviço
Social que se apresenta inclusive na contemporaneidade.

O Serviço Social se aproxima da corrente marxista ainda na década de 60, mas


tomando como referência autores que discutiam sobre o tema como Louis Althusser
(nascido em 1918, contribuiu na reflexão sobre o Estado e sua concepção de aparelhos
ideológicos, bem como sobre o sistema de produção capitalista).

A influência marxista se constituiu como hegemônica na profissão nos anos


seguintes, a partir de um amadurecimento intelectual da profissão, período marcado pela
criação do Código de Ética de 1986 e, posteriormente, o de 1993 (referência atual com
algumas atualizações). A principal característica da teoria marxista no Serviço Social é
considerar as expressões da Questão Social frutos das consequências do desenvolvimento
capitalista. Considera o homem enquanto sujeito histórico, com suas vivências, formas
de atuação no mundo do trabalho e valores socialmente construídos. Essa influência
marxista fará parte da construção do Projeto Ético Político do Serviço Social enquanto
compromisso da profissão com a classe trabalhadora, atrelada aos princípios
constitucionais. Outras teorias surgiram a partir da década de 90, numa perspectiva pós-
contemporânea, mas ainda não se constituem como influências significativas no que se
refere ao suporte teórico no Serviço Social.
MAPA MENTAL
QUESTÕES COMENTADAS
1. (ASSISTENTE SOCIAL – PREF. DE ÁGUAS DE CHAPECÓ – CURSIVA – 2017) Marque a opção
que não faz referência às primeiras influências e matrizes teóricas e metodológicas do Serviço
Social brasileiro em seu surgimento:

A. Positivismo.

B. Fenomenologia.

C. Marxismo.

D. Neotomismo.

Grau de dificuldade: Intermediário.

Alternativa A: CORRETA. O Positivismo, ou Filosofia social positivista, foi criado por Augusto
Comte, conhecido como pai da Sociologia. O Positivismo chegou ao Brasil em 1930 como uma
filosofia social de interpretação e intervenção da realidade social, a fim de realizar uma leitura
da sociedade e do indivíduo. Com a influência do Positivismo a prática profissional, adota-se
um modelo controlador em busca dos ajustes de conduta dos indivíduos na sociedade,
culpabilizando-o por suas condições de vida, uma vez que a visão positivista de análise da
sociedade é restrita e superficial, passando a ser questionada no Movimento de
Reconceituação.

Alternativa B: CORRETA. A Fenomenologia, assim como o Positivismo, é uma das primeiras


influências teóricas na história de Serviço Social. Contudo, esta corrente, diferentemente do
Positivismo, apesar de também ser conservadora, estuda um conjunto de fenômenos
considerando a importância do indivíduo no processo de construção do conhecimento. Porém,
com relação ao processo de trabalho do Serviço Social, esta corrente não aborda conflitos de
classe ou mudanças estruturais, tendo seus princípios baseados em crenças e religiosidade.

Alternativa C: INCORRETA. A influência do Marxismo na história do Serviço Social surge no


processo de ruptura da profissão com o conservadorismo, momento de renovação e reflexão
sobre a sua prática profissional. Mesmo que inicialmente, a aproximação com o marxismo
ocorreu por outras fontes muitas vezes com interpretações equivocadas sobre esta corrente,
havendo confusão entre dimensão política e militância política.

Alternativa D: CORRETA. Corrente filosófica tradicional, o Neotomismo surge na Itália no


século XIII, através de Tomás de Aquino como doutrina cristã inspirada na dignidade da pessoa
humana. Esta doutrina influenciou o Serviço Social na Europa onde se reforçavam os
ensinamentos baseados na Igreja Católica, através da caridade e no amor ao próximo. Assim,
para desenvolver a própria profissão era necessário atender alguns requisitos como
religiosidade, capacidade de devotamento, entre outros.

2. (ASSISTENTE SOCIAL – PREF. DE ÁGUAS DE CHAPECÓ – CURSIVA – 2017) Ao lado de Émile


Durkheim e Max Weber, Karl Marx integra o seleto grupo de clássicos do pensamento
sociológico. Suas formulações teóricas acerca da vida social, especialmente a análise que faz da
sociedade capitalista, tiveram grande incidência na construção do Serviço Social enquanto
profissão. O método de abordagem da vida social que o autor elaborou foi chamado de
materialismo histórico. Acerca dessa matriz teórica, assinale a alternativa incorreta:
A. De acordo com o materialismo histórico, as relações materiais que os homens
estabelecem, o modo como produzem seus meios de vida, formam a base de todas as suas
relações. Mas esse modo de produção não corresponde à mera reprodução física dos indivíduos.

B. O que os indivíduos são não coincide, portanto, com a sua produção, isto é, tanto com
aquilo que produzem como a forma como produzem. Aquilo que os indivíduos são depende,
portanto, das condições materiais de sua produção.

C. Conforme a perspectiva materialista e dialética, todo fenômeno social ou cultural é


efêmero, e a análise da evolução dos processos econômicos e de produção de conceitos deve
partir do reconhecimento de que as formas econômicas sob as quais os homens produzem,
consomem e trocam são transitórias e históricas.

D. Ao adquirir novas forças produtivas, os homens mudam seu modo de produção, e com
o modo de produção mudam as relações econômicas, que não eram mais que as relações
necessárias daquele modo concreto de produção.

Grau de dificuldade: Intermediário.

Alternativa A: CORRETA. O modo de produção além de corresponder a produção física dos


indivíduos, influencia também no seu modo de vida, a maneira como esses homens se
identificam e se relacionam entre si e em sociedade, onde acabam se moldando levando em
consideração suas limitações e possibilidades que são resultado do processo de produção.

Alternativa B: INCORRETA. De acordo com o Materialismo Histórico, os indivíduos se


coincidem com o que produzem e como produzem, pois se tornam alienados de si, passando a
absorver todo o processo de produção que influencia diretamente a sua vida em sociedade, já
que são dependentes das condições materiais da produção.

Alternativa C: CORRETA. Todo fenômeno cultural ou social tem característica própria, ou seja,
é condizente com o seu tempo e costuma atualizar-se e se adaptar às necessidades
econômicas e sociais constantemente. Desta maneira, conforme o homem avança no processo
de produção do qual também faz parte, as formas econômicas igualmente se modificam,
exigindo cada vez mais dos indivíduos.

Alternativa D: CORRETA. As relações econômicas estão intrinsicamente ligadas às forças


produtivas e aos modos de produção, e é o homem que tem a capacidade de alterá-las com o
tempo, de acordo com suas necessidades sociais, de sobrevivência e desenvolvimento. O
homem é o centro de todas as mudanças na sociedade em que vive.

3. (ASSISTENTE SOCIAL – PREF. DE ÁGUAS DE CHAPECÓ – CURSIVA – 2017) Entre a


importância do uso dos estudos fenomenológicos nas ciências sociais e para o Serviço Social,
destacam-se, exceto:

A. Representações sociais.

B. Percepções e motivações.

C. Relações econômicas.

D. Relações sociais – o eu e os outros


Grau de dificuldade: Difícil.

Alternativa A: CORRETA. A Fenomenologia, uma das correntes teóricas tradicionais que


influenciaram o perfil profissional do assistente social, tinha seus princípios baseados no
estudo dos fenômenos sociais. Com relação às representações sociais, essa corrente
considerava a importância dos indivíduos no processo de construção do conhecimento sem
visar mudanças estruturais, quando os sujeitos precisavam ser ajudados através do diálogo e
de ajuda psicossocial.

Alternativa B: INCORRETA. Por ser uma corrente tradicional, a Fenomenologia não buscava
com suas análises dos fenômenos contribuir com percepções e motivações dos indivíduos para
que fossem capazes de expor pensamentos, ideias e comportamentos tidos como
inadequados, negando o princípio da alienação, o qual era presente no processo de produção
da sociedade.

Alternativa C: CORRETA. Destacam-se também as Relações econômicas, uma vez que também
são analisadas com base no estudo dos fenômenos sociais que regem a organização da
sociedade, apesar da Fenomenologia não buscar transformação da realidade que muitas vezes
é influenciada pelas relações econômicas. Isso pode ser compreendido com o fato desta
corrente não abordar a historicidade dos fenômenos.

Alternativa D: CORRETA. A importância do uso dos estudos fenomenológicos nas ciências


sociais e para o Serviço Social se destaca ainda nas relações sociais – o eu e os outros, uma vez
que esta corrente entende que o indivíduo precisa ser ajudado através do diálogo e da ajuda
psicossocial para que tenha condições de resolver sozinho questões que muitas vezes não
depende dele. O Serviço Social é influenciado por essa corrente para desenvolvimento de
atividades que contemplem a visão fenomenológica.

4. (ASSISTENTE SOCIAL – PREF. DE SÃO LUÍS/MA – CESPE – 2017) A respeito do processo


embrionário de institucionalização do Serviço Social no Brasil, a partir da década de 30 do
século XX, assinale a opção correta.

A O desenvolvimento do serviço social por meio da ampliação da assistência social


aconteceu alheio ao Estado, ficando a cargo exclusivo da Igreja Católica.

B Na criação das primeiras escolas de serviço social, prezava-se pelo caráter caritativo do
profissional, o que impediu a transformação dos assistentes sociais em força de trabalho a ser
comprada no mercado.

C Os juizados de família foram pioneiros na solicitação de qualificação profissional a


assistentes sociais.

D A atuação prática desenvolvida pelos primeiros assistentes sociais era destinada


especialmente aos desempregados, que deveriam ser incluídos em cursos de profissionalização.

E O serviço social de casos individuais foi o método central aplicado para realizar o
conjunto de trabalho necessário para o reajustamento dos indivíduos às condições normais de
vida.

Grau de dificuldade: Moderado.


Alternativa A: INCORRETA. Apesar do Serviço Social surgir para atender um chamado da
burguesia vinculado aos fundamentos religiosos da Igreja, é o Estado o principal empregador
de assistentes sociais, uma vez que atende inicialmente aos interesses do capital. Desta
maneira, é ele que dá respostas a fim de acalmar o clamor da classe trabalhadora, que busca
melhorias em sua qualidade de vida, e é através das políticas públicas que o Estado pretendia
apaziguar a situação de enfrentamento. Para isso, a política de assistência social, entre outras
é imprescindível para atender as solicitações da população, principalmente a de baixa renda.
Assim, o Serviço Social é a profissão que se desenvolve a fim de atender essas demandas
referentes a ampliação da assistência social.

Alternativa B: INCORRETA. A criação das primeiras escolas de Serviço Social no Brasil,


localizadas em São Paulo e Rio de Janeiro, teve influência da ação social católica, ainda com o
caráter caritativo, contudo com a finalidade de formação técnica dos profissionais, para que
fossem capazes de apresentar respostas a várias demandas que surgiram dos conflitos
existentes na sociedade. Por esse motivo, o/a assistente social tem sua força de trabalho
adequada para o mercado de trabalho, tanto assim que é rapidamente absorvida
principalmente pelo Estado, atuando com as políticas públicas.

Alternativa C: INCORRETA. Com o surgimento das primeiras escolas de Serviço Social, por
influência europeia, as assistentes sociais são chamadas a atuar inicialmente como comissárias
de menores em São Paulo, no reajuste e enquadramento de famílias com distribuição de
auxílios materiais e formação moral, entre outras ações. No Rio de Janeiro, as assistentes
sociais atuavam inicialmente vinculada à Medicina e ao Direito.

Alternativa D: INCORRETA. A atuação prática desenvolvida pelos primeiros assistentes sociais


era destinada à atuação doutrinária e assistencial, ou seja, de ajustamento dos trabalhadores e
suas famílias, ainda com a prática muito vinculada à Igreja. Assim, não só destinada aos
desempregados, mas àqueles que tinham vínculo empregatício e apresentavam algum tipo de
insatisfação ou necessidade de assistência social, resolvida com distribuição de alimentos,
vestimentas, cursos, entre outras. Ações focalizadas e superficiais.

Alternativa E: CORRETA. O serviço social de casos individuais foi o método central aplicado
para realizar o conjunto de trabalho necessário para o reajustamento dos indivíduos às
condições normais de vida, visto que a atuação profissional era focalizada em demandas
específicas. Isto é, o Serviço Social não considerava a situação dos indivíduos vinculada a
motivos externos a eles; as situações de mazelas eram tidas como responsabilidades dos
indivíduos, por isso deveriam ser resolvidas por eles, mesmo com o auxílio do Estado.

5. (ASSISTENTE SOCIAL – PREF. DE SÃO LUÍS/MA – CESPE – 2017) Com relação à


institucionalização do serviço social no Estado Novo (1937 – 1945), assinale a opção correta.

A A partir da instituição do Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional (SENAI), as práticas


de intervenção do assistente social foram atualizadas por ações junto às famílias da juventude
operária.

B A adesão ideológica do serviço social à racionalidade capitalista levou à fusão da


composição cristã-humanista do assistente social, com o caráter mais social que assume o
capital.
C As primeiras ações profissionais nas favelas do Rio de Janeiro ocorreram em virtude do
aumento da delinquência urbana e seu consequente reflexo na imagem do governo brasileiro.

D As primeiras intervenções do serviço social nas favelas do Rio de Janeiro indicavam que
o motivo da favelização era o desemprego.

E A criação da Legião Brasileira de Assistência propiciou uma transformação qualitativa no


serviço social ao romper com os tradicionais fundamentos do serviço social de casos individuais.

Grau de dificuldade: Moderado.

Alternativa A: INCORRETA. As práticas de intervenção do assistente social no Serviço Nacional


de Aprendizagem Nacional (SENAI) eram voltadas para os jovens aprendizes com técnicas de
caso e grupo, não só com serviços assistenciais, mas a fim de impulsionar as atividades de
qualificação deste público, identificando ainda algumas necessidades com relação à
alimentação e estrutura familiar que pudessem comprometer o processo de aprendizagem da
juventude operária.

Alternativa B: CORRETA. Levando em consideração que o profissional de Serviço Social é


chamado por ser tecnicamente capacitado para atender as demandas do capital no Estado
Novo vinculado às ações da Igreja Católica, e com base na doutrinação da classe trabalhadora,
a adesão ideológica do Serviço Social à racionalidade capitalista levou à fusão da composição
cristã-humanista do assistente social, com o caráter mais social que assume o capital. Ou seja,
mesmo demandado pelo Capitalismo, o assistente social apresenta uma postura voltada às
necessidades do seu público alvo.

Alternativa C: Incorreta. As primeiras ações profissionais no Rio de Janeiro eram voltadas à


doutrinação das famílias e ajustamento social, destacando que nesse período as mulheres já
compunham parte da classe trabalhadora e que o Juizado de menores e o Serviço de
Assistência ao menor, do setor público, foi o primeiro a inserir assistentes sociais em seu
quadro de funcionários.

Alternativa D: INCORRETA. As primeiras ações profissionais no Rio de Janeiro eram voltadas à


doutrinação e organização das famílias e ajustamento social. O atendimento era voltado e
focado nas famílias operárias, especialmente mulheres e crianças, com distribuição de
materiais e desenvolvimento de cursos, creches, formação moral e trabalhos com higiene. As
informações necessárias eram levantadas através de visitas domiciliares, encaminhamento
para serviços da comunidade, entre outros.

Alternativa E: INCORRETA. A criação da Legião Brasileira de Assistência na verdade propiciou a


transformação quantitativa no serviço social, uma vez que contribuiu para a implantação e
institucionalização do Serviço Social e suas escolas especializadas, sem romper com os
tradicionais fundamentos do serviço social de casos individuais através do inquérito e pesquisa
social, além das visitas domiciliares e visitas sociais. Essas ações eram utilizadas para
encaminhamento dos indivíduos para serviços médicos e liberação de auxílios financeiros.

6. (ASSISTENTE SOCIAL – PREF. DE SÃO LUÍS/MA – CESPE – 2017) Acerca do movimento de


reconceituação do serviço social na América Latina e no Brasil, assinale a opção correta.

A O Brasil foi pioneiro no processo de reconceituação do serviço social na América Latina e


inovou ao ter proposto a melhoria do sistema capitalista por meio de recursos de
modernização tecnológica.

B O debate brasileiro no âmbito da tradição marxista representa um processo de superação do


movimento de reconceituação latino-americano.

C A aproximação das pautas desse movimento com as ideias expressas nas obras originais de
Karl Marx levou ao rompimento definitivo do serviço social com o conservadorismo.

D O início da aproximação do Serviço Social com o marxismo promoveu a delimitação de


espaços para a atuação profissional e espaços para a militância política.

E Na América Latina, ao contrário do Brasil, o movimento foi caracterizado pela homogeneidade


teórica para a compreensão das relações sociais que fundamentam a prática profissional.

Grau de dificuldade: Moderado.

Alternativa A: INCORRETA. O Movimento de Reconceituação surgiu no ano de 1960, por


segmentos profissionais de vários países da América latina que estavam subordinados ao
capitalismo mundial, com críticas ao Serviço Social tradicional, iniciando com a criação da
primeira escola de formação de profissionais no Chile. O Movimento se ampliou com a
participação de sujeitos críticos de outros países latino-americanos como Uruguai, Argentina e
Brasil. O serviço Social brasileiro teve papel importante, principalmente no âmbito da
organização acadêmica e política, através das mudanças no espaço acadêmico, na graduação,
pós-graduação e pesquisa, tendo ainda a participação dos estudantes de Serviço Social na
época.

Alternativa B: CORRETA. O Movimento de Reconceituação é um processo de ruptura com o


conservadorismo das práticas profissionais vinculadas ao patriarcado e à Igreja Católica,
enfraquece-se no período da ditadura militar e, ao seu final, a profissão se aproxima do
marxismo, o que amplia ainda mais as análises conjunturais da sociedade em uma perspectiva
crítica no período democrático do país, com as análises das expressões da Questão Social.

Alternativa C: INCORRETA. A aproximação das pautas do movimento de reconceituação com


as ideias expressas nas obras originais de Karl Marx não rompe definitivamente com o
conservadorismo, uma vez que a categoria se divide no processo, uma parte das profissionais
defendem uma modernização conservadora, apenas com atualização das práticas, e em que o
rompimento não deveria ser total e sim parcialmente; a outra parcela mais adiante se
caracteriza pela intenção de ruptura. E mesmo com as discussões produzidas sobre a
renovação profissional houve ainda o retorno aos pensamentos conservadores da profissão.

Alternativa D: INCORRETA. O início da aproximação do Serviço Social com o marxismo


promoveu muitos equívocos em sua interpretação, através do marxismo vulgar, que ocorreu
na fase de intenção de ruptura com o conservadorismo. Contudo, no início dos anos 80, com o
processo de democratização do país, o Serviço Social se aproxima do marxismo clássico com a
correta interpretação de Marx e após esse processo é possível a delimitação de espaços para a
atuação profissional e espaços para a militância política.

Alternativa E: INCORRETA. Tanto na América Latina quanto no Brasil, o movimento de


reconceituação foi caracterizado pela heterogeneidade teórica para a compreensão das
relações sociais que fundamentam a prática profissional, onde o movimento se baseou em
vários teóricos que influenciaram as produções feitas pelos profissionais de Serviço Social.
7. (ASSISTENTE SOCIAL – PREF. DE SÃO LUÍS/MA – CESPE – 2017) O Neotomismo e o
Positivismo legitimaram concepções acerca do homem e da sociedade que fortaleceram, no
serviço social conservador, a perspectiva a respeito da

A natureza contraditória da prática profissional e sua participação no processo de reprodução


social dos interesses de classes.

B condição de exploração e das relações sociais que sustentam o trabalho alienado.

C profunda desigualdade da sociedade capitalista.

D ética pautada em valores democráticos, cujo foco está nos direitos e formação política do
profissional.

E característica humanitária do Estado e do empresariado.

Grau de dificuldade: Difícil.

Alternativa A: INCORRETA. O Neotomismo e o Positivismo são correntes tradicionais que


influenciaram as práticas do Serviço Social no surgimento da profissão, que era totalmente
vinculada às doutrinas cristãs e visava atender demandas do capital. Desta maneira, a prática
profissional era de caráter repressor, controlador e de ajustamento dos indivíduos que eram
culpabilizados por suas condições de vida a partir de uma visão restrita na análise social e para
a qual os profissionais deveriam apresentar característica religiosa baseada no moralismo
cristão e reproduzindo as formas de controle do Estado que servia ao capital.

Alternativa B: INCORRETA. O Serviço Social sob a influência do Neotomismo e Positivismo


possui característica conservadora a partir da qual desenvolve suas ações diante dos
indivíduos, com o objetivo de ajustamento social, sem o comprometimento com a
emancipação dos sujeitos e sim de subordinação as regras, mesmo que estas incentivassem o
trabalho alienado, já que a profissão tem suas raízes no ideário cristão, segundo o qual o
homem deve ser subserviente e muitas vezes culpabilizado por suas mazelas.

Alternativa C: INCORRETA. A atuação do Serviço Social influenciada pelas correntes


tradicionais do Positivismo e Neotomismo não era reflexiva sobre a desigualdade da sociedade
capitalista, uma vez que os assistentes sociais eram chamados a atuar atendendo demandas da
classe dominante e capitalista, diante das insatisfações da classe trabalhadora. Desenvolvendo
atividades de ajustamento da classe insatisfeita com o processo de exploração. A característica
vinculada à igreja era ainda de atuar com base na caridade e não na garantia de direitos.

Alternativa D: INCORRETA. A ética era pautada em valores morais e cristãos, segundo os quais
os comportamentos dos indivíduos, assim como dos próprios profissionais de Serviço Social,
deviam respeitar normas morais estabelecidas com base na religiosidade e não com foco em
direitos e formação política do profissional.

Alternativa E: CORRETA. O Serviço Social influenciado pelas correntes do Positivismo e


Neotomismo desenvolveu atividades firmando a característica humanitária do Estado e do
empresariado, que buscavam alinhar o indivíduo às normas do Estado e que em necessidades
recebia deles um auxílio, ajuda para que pudesse desempenhar suas funções sem criar
problemas.
8. (ASSISTENTE SOCIAL – PREF. DE SÃO LUÍS/MA – CESPE – 2017) De acordo com o método
dialético-marxista, as políticas sociais

A são um mecanismo institucional típico da racionalidade legal contemporânea.

B impõem limites ao capital, resultando em ganhos para os trabalhadores dentro da arena


contraditória das lutas sociais.

C resultam de iniciativa exclusiva do Estado, para responder a demandas da sociedade e garantir


hegemonia.

D decorrem exclusivamente da luta da classe trabalhadora.

E promovem a coesão social e evitam o estado de anomia.

Grau de dificuldade: Difícil.

Alternativa A: INCORRETA. No método dialético-marxista, Marx elabora uma abordagem um


método para conhecer a realidade social de onde vivia, investigando e chegando à crítica da
sociedade burguesa de sua época e como esta se organizava, em um processo de exploração
da força de trabalho dos indivíduos. Desta maneira, as políticas sociais são ações tomadas pelo
Estado que, pressionado pela classe trabalhadora, se rebela e não aceita inerte o processo de
exploração pelo capital e era refém do sistema capitalista, que com sua intensificação
contribuiu para o crescimento da pobreza.

Alternativa B: CORRETA. Com o avanço do sistema capitalista, que contribui para o


crescimento de mazelas sociais como a fome, o desemprego, a pauperização da camada mais
pobre da sociedade – que não fica inerte diante desses acontecimentos –, a criação de
políticas sociais para atender demandas da sociedade de fato impõe limites ao capital, pois
possibilita à camada da sociedade mais explorada ter condições de se reorganizar e atender às
necessidades básicas, que são atingidas pelo processo de exploração do capital, resultando em
ganhos para os trabalhadores na contradição de forças através das lutas de classes.

Alternativa C: INCORRETA. De acordo com o método dialético-marxista, as políticas sociais não


resultam de iniciativa exclusiva do Estado, e sim com a participação da classe trabalhadora que
compunha a camada mais pobre da sociedade, e se manifestam contra o processo de
exploração do capital com o apoio do próprio Estado, que atendia aos interesses do próprio
capital. Desta maneira, com a pressão exercida pelos trabalhadores devido ao crescimento da
pobreza e condições indignas de sobrevivência, o Estado se organiza para responder as
demandas da sociedade.

Alternativa D: INCORRETA. A criação de políticas sociais resulta de ações do Estado por


pressão e participação classe trabalhadora, não se mantendo estagnada ao processo de
exploração do capital que resultou no crescimento da pobreza e condições indignas de
sobrevivência. Por este motivo o Estado se organiza para responder a demandas da sociedade,
apesar deste atender desde o início aos interesses do capital e da classe burguesa.

Alternativa E: INCORRETA. Para criação das políticas sociais, o Estado deve se valer da criação
de leis que promovam essas políticas e estejam organizadas pelo aparato do Estado,
analisando a organização da sociedade a fim de atender os que necessitam dessas ações,
promovendo o bem-estar dos indivíduos que vivem privados do acesso a bens sociais e
qualidade de vida, que é resultado do processo de exploração do capitalismo.
REFERÊNCIAS
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