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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


SERVIÇO SOCIAL

INGRID EMANUELE SILVA


VALÉRIA SOUZA

SINTESE – SEMINÁRIO POLÍTICA CLASSICA

Manaus
2024
Sintése - Capitalismo, Estado e política: notas a partir deChasin e do Gramsci de Carlos
Nelson Coutinho
As ideias de Chasin e Coutinho oferecem uma perspectiva crítica e profunda para entender o
capitalismo, o Estado e a política. Eles destacam a importância de superar as estruturas atuais e buscar
uma transformação significativa.

José Chasin desenvolve o conceito de "ontonegatividade da politicidade", que mostra como o


Estado moderno está diretamente ligado à lógica de expansão do capital. Ele enfatiza a necessidade de
uma metapolítica para a verdadeira emancipação humana, propondo uma visão crítica das relações de
poder e da estrutura política existente. Chasin destaca a importância de ir além das questões
corporativas e buscar a formação de uma classe nacional capaz de representar os interesses de uma
maioria histórica, alcançando a hegemonia na sociedade.

Carlos Nelson Coutinho, por sua vez, propõe uma análise que vai além da lógica do capital e
sua forma específica de sociabilidade, colocando a política como elemento central nesse processo. Ele
apresenta uma interpretação de Gramsci que destaca a amplitude da categoria política, identificando-a
com liberdade, universalidade e uma prática consciente voltada para as relações subjetivas e objetivas
como um todo. Coutinho também aborda a importância da catarse política, ressaltando a necessidade
de uma classe social ser capaz de realizar essa catarse para se tornar representante dos interesses de
uma maioria histórica.

Em conjunto, as ideias de Chasin e Coutinho oferecem uma análise crítica e profunda do papel
do capitalismo, do Estado e da política na sociedade contemporânea. Eles apontam para a necessidade
de transformações estruturais e emancipatórias para superar as contradições presentes no sistema
atual.ansformadora e para uma nova visão de mundo.
A ontologia materialista do ser social é muito importante para entendermos as categorias do
capitalismo, Estado e política. Ela nos ajuda a compreender as relações sociais, econômicas e políticas
que moldam a nossa sociedade.
Primeiro, ela tem suas raízes na realidade concreta. Isso significa que ela parte do princípio de
que a realidade social é construída a partir das relações materiais entre as pessoas e as estruturas
sociais. Dessa forma, podemos analisar a sociedade de forma mais próxima da realidade em que
vivemos, evitando ideias abstratas que não refletem as relações de poder e exploração que existem.
Além disso, ao adotarmos uma perspectiva materialista, podemos identificar as estruturas de
poder e dominação presentes no capitalismo e no Estado. Isso nos permite compreender como essas
estruturas são mantidas e reproduzidas ao longo do tempo. É como se tirássemos uma lupa e
conseguíssemos enxergar as relações de poder que muitas vezes estão escondidas.
Outro ponto importante é que a ontologia materialista nos ajuda a analisar as contradições
sociais. Ela nos permite identificar as contradições inerentes ao sistema capitalista, mostrando como as
relações de produção e as relações políticas estão em constante conflito. Essas contradições
impulsionam a mudança social e nos mostram que é possível transformar a sociedade.

Por fim, ao compreendermos a realidade social a partir de uma ontologia materialista,


podemos desenvolver estratégias e práticas políticas que visam a transformação das estruturas
opressivas e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É como se tivéssemos um mapa
para nos guiar na busca por uma sociedade melhor.
As visões de Gramsci propostas por Coutinho e Chasin apresentam algumas diferenças
significativas que influenciam a discussão sobre a transformação social.
Segundo Coutinho, a política desempenha um papel central na transformação social. Ele
destaca a importância de uma longa luta pela hegemonia na sociedade civil para conquistar o poder do
Estado. Em outras palavras, para trazer mudanças sociais, é necessário ganhar influência e apoio das
pessoas na sociedade, de modo a alcançar o poder político. Coutinho também fala sobre a ideia de
"bloco histórico" de Gramsci, que se refere à combinação da infraestrutura material e das
superestruturas político-ideológicas que moldam a sociedade.

Por outro lado, Chasin tem uma visão um pouco diferente. Ele destaca a negatividade da
política e introduz a categoria de "metapolítica" como uma forma de superar a lógica do capital e sua
forma específica de organização social. Em outras palavras, Chasin critica a ideia de que a política é
sempre positiva e propõe uma abordagem diferente para a transformação social. Ele questiona algumas
das conclusões de Coutinho sobre o processo de transformação social e a importância contínua da
política.
Essas diferentes perspectivas de Coutinho e Chasin nos ajudam a entender melhor as ideias de
Gramsci sobre a transformação social. Enquanto Coutinho enfatiza a importância da política e da luta
pela hegemonia, Chasin questiona a positividade da política e busca alternativas para a lógica do
capital. Ambas as visões contribuem para o debate sobre como alcançar uma transformação social
mais justa e igualitária.

Marxismo, a alienação e o tempo histórico da barbárie social do capital


O conceito de autotranscendência positiva da alienação é abordado neste ensaio como sendo o
eixo central da reflexão marxiana nos Manuscritos econômico-filosóficos. Destaca-se a importância de
superar a alienação por meio da formação de sujeitos capazes de autonomia radical e da construção de
um sociometabolismo alheio ao sistema social alienado do capital. A autotranscendência positiva
implica em propor uma alternativa concreta à alienação, criando uma nova ordem sociometabólica que
seja uma alternativa à ordem alienada do capital. Essa positividade radical é propositiva e implica em
transformar as relações sociais que constituem a vida cotidiana, visando à emancipação humana nas
condições da barbárie social do capital , .
Na perspectiva marxista, a problemática da vida cotidiana e o estranhamento estão
intrinsecamente relacionados. A vida cotidiana é vista como o espaço-tempo da espontaneidade de
classe, onde os sujeitos proletários alienados buscam sinais de autotranscendência positiva. Nesse
contexto, a formação do sujeito-de-classe, capaz de negar e superar o capital como metabolismo social
alienado, ocorre na tessitura da vida cotidiana para além da ordem burguesa. A revolução social como
processo de autotranscendência positiva da alienação implica a formação da classe e a construção de
uma nova ordem emancipada do capital, onde a autonomia radical é exercida no devir humano dos
homens, transformando a vida cotidiana em um momento de processos mais amplos de transformação
histórica
O problema de produção dos sujeitos humanos na perspectiva do marxismo radical ao
enfatizar a necessidade de formar e constituir a classe proletária como sujeito histórico capaz de
autotranscendência da alienação. Isso implica na formação de indivíduos livremente socializados,
capazes de exercer o controle consciente e planejado do processo social da vida, resultando na
democratização radical da vida cotidiana. A transição para uma sociedade emancipada requer a criação
de condições materiais de existência ao longo de um processo histórico longo e penoso, onde os
sujeitos humanos se tornam capazes de autotranscendência positiva da alienação. A obstaculização ou
retardamento desse processo é denominado barbárie social, representando o tempo histórico em que
vivemos

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