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U N I V E R S I DA D E

CANDIDO MENDES

CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA


PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010

MATERIAL DIDÁTICO

METODOLOGIA DO ENSINO DA
GEOGRAFIA

Impressão
e
Editoração

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SUMÁRIO

UNIDADE 1: INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3


UNIDADE 2: O NASCIMENTO DA GEOGRAFIA, HISTÓRIA, CIÊNCIA E CONSTITUIÇÃO DA
DISCIPLINA ESCOLAR ..................................................................................................................................... 4
UNIDADE 3: ENSINO DE GEOGRAFIA .......................................................................................................... 9
UNIDADE 4: DESENVOLVIMENTO DE UMA PRÁTICA DE ENSINO ................................................... 12
UNIDADE 5: RECONHECIMENTO DO PROCESSO COGNITIVO .......................................................... 15
UNIDADE 6: CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS DA GEOGRAFIA ............................................................ 17
UNIDADE 7: PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES ................................................................................... 24
UNIDADE 8: RELAÇÃO ENTRE AS ESCALAS ........................................................................................... 28
UNIDADE 9: A IMPORTÂNCIA DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA ................................................ 29
UNIDADE 10: ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA................................................................................. 31
UNIDADE 11: INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.......................... 37
UNIDADE 12: TRABALHO COM MAPAS .................................................................................................... 48
UNIDADE 13: ESTUDO DO MEIO E INTERDISCIPLINARIDADE ......................................................... 50
UNIDADE 14: CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 55
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 56

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UNIDADE 1: INTRODUÇÃO

Muitos são os desafios relacionados à busca pelo conhecimento, ainda mais


quando se trata de uma disciplina científica que estuda as dinâmicas globais do
espaço geográfico e do planeta terra. Trata-se um verdadeiro exercício de síntese.
Um bom professor deve saber “garimpar”, buscar a verdadeira riqueza escondida na
diversidade do universo do conhecimento. A sabedoria está em saber distinguir o
que de fato é realmente relevante e o que pode ser só mais um acessório.

Nesta busca, procurou-se estruturar esta apostila nos tópicos


reconhecidamente importantes pelos especialistas: a história da ciência geográfica,
a compreensão da didática, conhecimento de experiências e trabalhos da disciplina
e interdisciplinares, metodologias e procedimentos de ensino.

Para auxiliar a compreensão de palavras possivelmente novas, ou o


detalhamento de termos, elaborou-se “notas” (pequena numeração ao lado das
palavras) que apresentam mais dados sobre assuntos menos conhecidos, o
conteúdo das notas pode ser visualizado ao final da apostila.

Contudo, espera-se poder contribuir com a formação do estudante


apresentando novos horizontes, novas paisagens, novos caminhos.

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UNIDADE 2: O NASCIMENTO DA GEOGRAFIA, HISTÓRIA,


CIÊNCIA E CONSTITUIÇÃO DA DISCIPLINA ESCOLAR

O termo “Geografia” nasceu na filosofia grega, como resultado da elaboração


e justificativa do modo de vida, da cultura1, da democracia, da organização do
comércio. A Geografia, certamente contribuiu na construção desta civilização em
Cidades-Estados.

Para o filósofo grego Estrabão, a Geografia nos familiariza com os ocupantes


da terra e dos oceanos, com a vegetação, os frutos e as peculiaridades dos vários
quadrantes da terra. Segundo ele, “o homem que cultiva é um homem
profundamente interessado no grande problema da vida e da felicidade”.

O princípio de uma Geografia científica é atribuído por muitos teóricos às


obras alemãs do naturalista Alexandre Von Humbolt (1769/1859) e do historiador
Carl Ritter (1779/1859), ambas de abordagem positivista e descritiva.

A Geografia alemã de Friedrich Ratzel (1844/1904) irá compreender o Estado2


como um organismo vivo, e define o homem como determinante do meio geográfico.
Para Ratzel, os Estados necessitam de espaço, assim como as espécies, e “nenhum
Estado existe sem o domínio do território”. Sua teoria influenciou e justificou o
processo de unificação alemã, ajudou a legitimar a nação, o Estado alemão e as
ações de expansão territorial.

Durante a II Guerra Mundial, há o renascimento da Geografia Ratzeliana com


um novo nome: a Geopolítica. Nesta época surgem expressões como: “espaço é
forma de vida” e “espaço é poder”.

Com o fim da guerra, o Estado francês incentiva a criação de uma Geografia


francesa contrapondo-se a Geografia alemã. O sociólogo Émile Durkheim elabora
críticas a teoria de Ratzel e Vidal de La Blache criando uma nova teoria3 ainda com
base no positivismo.

Segundo Pontuschka (1999), a pesquisa em Geografia proposta por La


Blache segue os procedimentos: observação de campo, indução a partir de um

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paisagem, particularização da área enfocada (traços históricos e naturais),


comparação entre áreas estudadas, e do material levantado, classificação das áreas
e dos gêneros de vida, em série de tipos genéricos, devendo chegar no final a uma
tipologia.

No Brasil, os primeiros cursos superiores de Geografia nas universidades


adotam o método de Vidal de La Blache. Nos bancos escolares e nos livros didático
as obras de Aroldo de Azevedo caracterizam esta abordagem que influenciou
principalmente o período de 50 a 70 do século XX.

“No ensino, essa Geografia se traduziu (e muitas vezes ainda se traduz)


pelo estudo descritivo das paisagens naturais e humanizadas, de forma
dissociada dos sentimentos dos homens pelo espaço. Os procedimentos
didáticos adotados promoviam principalmente a descrição e a memorização
dos elementos que compõem as paisagens como dimensão observável do
território e do lugar. Os alunos eram orientados a descrever, relacionar os
fatos naturais e sociais, fazer analogias entre eles e elaborar suas
generalizações ou síntese” (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997:22).

Na abordagem da Geografia positivista de La Blache, que ficou conhecida


como Geografia Tradicional, não havia explicação dos fatos, apenas sua descrição,
também não era uma ciência que admitia subjetividades ou ideologias como fatores
de análise.

Em meados do século XX, o Brasil começa a sofrer modificações radicais do


ponto de vista social e econômico. É o início do desenvolvimentismo, caracterizado
pela instalação das indústrias de base e pelas grandes obras (hidrelétricas,
barragens, rodovias, etc.). O país entra no processo de modernização incentivando a
substituição de importações, há intenso processo de urbanização, mecanização e
industrialização da agricultura.

Com o pós-guerra, às disputas passam a ser caracterizadas pelas diferenças


ideológicas e doutrinárias, o socialismo de um lado e do outro o capitalismo. Há
expansão do modo capitalista de produção com a criação das grandes empresas
multinacionais e crescente concentração do capital em cartéis4, monopólios
industriais e financeiros.

A Geografia quantitativa ou teorética tem como base o funcionalismo 5 e o


positivismo, desenvolve-se principalmente nos EUA, na década de 50 do século XX.

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Ela será utilizada para mostrar a globalização do capital, a hegemonia mundial do


capitalismo, além de servir para fins militares e estatísticos. Apesar deste uso, a
Geografia teorética colaborou para muitos avanços no campo da Geografia física.
No Brasil, esta corrente é desenvolvida por Antônio Christofoleti e Lívia Oliveira com
a publicação em 1971, do primeiro boletim de Geografia Teorética. Esta teoria
incorpora a linguagem matemática na Geografia, realizando a descrição da
morfologia da paisagem a partir da objetividade descritiva matemática. Por essas
características, a geografia teorética irá se beneficiar com a chegada da
aerofotogrametria e posteriormente das técnicas de sensoriamento remoto.

O contexto histórico de revoluções tecnológicas, o surgimento de tecnologias


da informação, aeroespaciais, e da informática, mudam bruscamente as formas de
comércio, e aumentam exponencialmente o poder do homem de agir sobre a
natureza. Os satélites lançados no espaço passam a transmitir imagens
proporcionando visão sobre a terra e outros planetas. A tecnologia acaba
proporcionando chance de observações precisas sobre o movimento da terra e os
fenômenos naturais na atmosfera, fornecendo um conhecimento da dinâmica da
natureza para o planejamento e mapeamento do território.

Paralelamente a Geografia teorética, desenvolve-se uma corrente de


pensamento que fará análises sobre os aspectos ideológicos, econômicos e sociais
para compreensão da realidade. Com este fim, uma tendência crítica a Geografia
tradicional surge nos anos 60 com a Geografia marxista que utiliza o método do
materialismo histórico dialético (método proposto pelo marxismo) desenvolvido no
fim do século XIX. A Geografia Marxista teve como preocupação estudar as
relações de trabalho na sociedade, as formas de apropriação da natureza e do
território a fim de compreender as desigualdades na distribuição da renda, da
riqueza e de como se manifestam no espaço. Com a geografia marxista, a ciência
geográfica passou a ter um papel político transformador e desmistificador.

Dentre seus autores mais conhecidos destacamos:

 Pierre George - Faz algumas alterações introduzindo o conceito de situação e


uma abordagem dialética. Nesta abordagem as ações podem ser
contraditórias, moderadas, podem reforçar e sofrer os efeitos de acelerações

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de freios ou de inibição por parte de elementos duráveis no meio ou manter


sequelas das situações anteriores. Com Pierre George a organização do
espaço mundial perde os alicerces clássicos, os continentes, e passa a ser
organizado como sistemas econômicos, uma visão dualista que se repete
ainda hoje6, embora não seja mais válida.

 Yves Lacoste - escreve a obra: “A Geografia – serve em primeiro lugar para


fazer a guerra”. Neste livro afirma que o conhecimento do Estado sobre o
espaço é diferenciado do conhecimento de um cidadão, e essas informações
constituem um poder do Estado sobre os cidadãos. Yves Lacoste considera a
história, o sistema econômico, como determinante das formas de relação do
homem com o meio natural. Os homens vivem em quadros econômicos e
sociais desiguais pela sua história. Para Lacoste a internacionalização do
capital intensificou a proletarização7 da força de trabalho em escala mundial
aguçando a contradição capital e trabalho em nível internacional.

Ambos tiveram grande influência nas transformações teóricas trazidas para


Geografia nos últimos anos. Para compreensão da sociedade herdamos o uso dos
conceitos da teoria marxista: relações sociais de produção, modo de produção,
forças produtivas, formação social, e outros.

Certamente, as mudanças na ciência geográfica não tiveram o mesmo


impacto no ensino médio e fundamental. Na Geografia atual convivem professores e
livros de concepções teóricas distintas, permanecendo ainda abordagens da
Geografia tradicional, mesmo no meio acadêmico.

A Geografia marxista, devido ao seu método, manteve suas análises aos


estudos da organização da sociedade, formas de reprodução da vida, instituições,
determinações econômicas. Não teve como preocupação incorporar as pesquisas
aspectos relacionados à análise da natureza, à percepção do ser humano, a
subjetividade e o imaginário. Essa limitação, apontada pelos críticos da Geografia
marxista, tem como fundamento o avanço teórico de outras áreas do saber, da
sociologia, da psicologia, da psicogenética, da fenomenologia 8, dentre outras;

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declarando a subjetividade e o imaginário como elementos necessários para


compreender esferas mais individualizadas.

A renovação da Geografia vem introduzindo o “espaço” no interior da


sociedade, o espaço geográfico é compreendido como um elemento componente da
sociedade. Além de enquadrar as relações sociais, o espaço geográfico também
incide sobre elas. Esta percepção não é exclusiva dos geógrafos, por exemplo, Henri
Lefèvre, filósofo francês, demonstrou em suas obras que o espaço é uma instância
privilegiada da reprodução das relações de produção da sociedade moderna. Já o
geógrafo Milton Santos afirma que devemos deixar o território falar sobre a
sociedade (Oliva, J. 1999).

Nesta circunstância, a Geografia incorpora novos sistemas teóricos para


poder compreender o espaço dentro da complexidade social, renovando seu
universo linguístico nas universidades, entretanto, modificando de forma lenta a
linguagem no ensino médio.

Atualmente, a Geografia se tornou bastante abrangente tratando


compreender o espaço: nas esferas da vida cotidiana, na representação mental, na
experiência vivida, no imaginário social e na interface homem/natureza. Contribuindo
de modo significativo na elaboração de avanços nas ciências humanas. Constrói-se
hoje uma Geografia acadêmica eclética que busca resposta aos problemas em
diversas áreas do conhecimento científico construindo conhecimentos cada vez mais
interdisciplinares e indispensáveis no mundo contemporâneo.

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UNIDADE 3: ENSINO DE GEOGRAFIA

Para desenvolver a prática pedagógica, deve fazer parte do acervo cultural do


profissional, professor de Geografia, conhecimentos da psicologia da aprendizagem,
da história da educação, a história da disciplina geográfica, de linguagens e métodos
a serem usados em sala de aula (Pontuscka, 1999).

As propostas teóricas e metodológicas da antiga Geografia tradicional, de


fundamentação positivista, não garantiam a participação ativa por parte do aluno no
processo de construção do saber geográfico. Nessa abordagem o papel do
professor consistia em dirigir de forma rigorosa o discurso compromissado com suas
verdades absolutas. Toda e qualquer dúvida deveria ser sanada, cabendo ao aluno
ouvir e registrar. Era negada ao aluno a possibilidade de qualquer posicionamento
crítico.

A prática em sala de aula da proposta tradicional positivista de visão de


ensino desconhecia a diversidade cognitiva entre os alunos. Em vez de sugerir,
pontificavam. O professor era considerado dono da verdade, o único depositário do
saber e o aluno um receptáculo passivo que deveria assimilar suas verdades
prontas.

Novas abordagens, com as propostas teóricas e metodológicas da Geografia


Crítica e da nova Geografia Humanista contribuíram para a compreensão do saber
geográfico como algo construído, e permitem ao professor um ensino no qual o
aluno possa interagir com sua individualidade e criatividade, não somente para
compreender as impressões do professor sobre o mundo, mas permitem que o aluno
construa o seu saber sobre esse mundo.

Atualmente a matéria de ensino de Geografia corresponde ao conjunto de


saberes dessa ciência e de outras que não tem lugar no ensino fundamental e médio
como Astronomia, Economia, Geologia, convertidos em conteúdos escolares a partir
da seleção e organização daqueles conhecimentos tidos como necessários à
educação em geral (Cavalcanti, 1996). Em razão disto as atribuições didático-
pedagógicas de um professor de Geografia tornaram-se mais complexas. Mas, o

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que é realmente necessário e complexo é a tarefa de escolha do currículo, segundo


sua experiência com os alunos em conjunto com demais professores da escola,
além da preparação das atividades.

Destaca-se como uma das atribuições do professor a organização de


atividades de aprendizagem capazes de promover não só a aquisição de
conhecimentos específicos, como também o desenvolvimento cognitivo motor,
social, cultural, e afetivo dos alunos (Guerrero, 2005).

Deve-se ter bem claro o objetivo do ensino de Geografia para não se perder
na diversidade de conteúdo. Muitos autores definem como o principal objetivo da
Geografia no ensino: a alfabetização do aluno na leitura do espaço geográfico, em
suas diversas escalas e configurações.

Acrescenta-se a reflexão: “O ensino de Geografia no século XXI, portanto


deve ensinar, ou melhor deixar o aluno descobrir, o mundo em que vivemos
com especial atenção para a globalização, e as escalas local e nacional,
deve enfocar criticamente a questão ambiental e as relações sociedade-
natureza (...), deve realizar constantemente estudos do meio (...) e deve
levar os educando a interpretar textos, fotos, mapas,
paisagens”(Vesentini,1995:16).

Tudo isso resume-se ao que é defendido pelo PCN’s, “a Geografia é uma


área de conhecimento comprometida em tornar o mundo compreensível
para os alunos”( 1998: 42).

Numa perspectiva em que o ensino que é capaz de trabalhar a partir da


realidade e experiência dos alunos, o professor precisa fazer uma leitura da
realidade específica de seus alunos, daquilo que conhecem sobre o espaço
geográfico, deve compreender de onde se originou seu conhecimento e suas
representações elaboradas pelo senso comum. O professor deverá questionar
sempre se os conteúdos ensinados e os métodos utilizados estão em acordo com a
realidade do aluno, é desta forma que será construído o verdadeiro processo de
ensino-aprendizagem.

As atuais formas de abordar o ensino de Geografia tem buscado práticas


pedagógicas que permitam colocar os alunos em diferentes situações de vivência
dos lugares, de modo que possam construir compreensões novas e mais complexas
a seu respeito. Espera-se que, dessa forma, eles desenvolvam a capacidade de

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identificar e refletir sobre diferentes aspectos da realidade, compreendendo a


relação sociedade/natureza.

Essas práticas envolvem procedimentos de problematização, observação,


registro, descrição, documentação, representação e pesquisa dos fenômenos
sociais, culturais ou naturais que compõem a paisagem e o espaço geográfico, na
busca de hipóteses e explicações das relações, permanências e transformações que
aí se encontram em interação (PCN´s, op. cit.).

O ideal é que o professor construa o seu próprio trabalho pedagógico com a


Geografia e não fique restrito a propostas prontas, e sim que aproveite o seu olhar e
de outros professores e alunos para realizar um plano político pedagógico
(formulação de um currículo), selecionando o que é realmente relevante e adequado
aos alunos.

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UNIDADE 4: DESENVOLVIMENTO DE UMA PRÁTICA DE


ENSINO

Independente de qual seja a concepção de aprendizagem e opção de ensino,


estas deverão estar voltadas para a formação plena do educando.

A simples relação criteriosa dos conteúdos a serem ensinados não representa


uma garantia por si mesma para a formação plena do aluno. Cada pessoa
representa um mundo de experiências vividas diferentes. Essas experiências
influenciam na leitura e compreensão desse conteúdo, cada um interage, e
responde de forma diferente.

Os desafios da sala de aula deverão ser encarados pelo professor com


profissionalismo onde cada experiência deverá ser avaliada, para forjar em si um
espírito científico crítico capaz de aceitar suas próprias falhas e construir as
possibilidades de acerto.

O profissionalismo do professor consiste em ele desviar-se das atitudes


padronizadas, que congelam a variedade de situações da relação professor/aluno e
a área do conhecimento que atua.

O professor poderá adotar uma atitude de mediador nas interações


educativas com seus alunos. Outras vezes, poderá estar, junto com eles, criando
desafios perante os conteúdos apresentados, que por sua vez poderão revelar a
realidade do mundo do aluno. Nesse momento deverá ter a clareza dos limites de
sua intervenção para não anular a criatividade e a iniciativa dos alunos.

Ao assumir a atitude de sugerir caminhos para o educando no processo de


aprendizagem dos conteúdos ministrados, o professor deverá ter cuidado para que
não ultrapasse as fronteiras entre o ato de sugerir e o de determinar, que muitas
vezes são pouco transparentes.

Muitos são os fatores que compõe o universo da sala de aula, desde o campo
de afetividade entre os alunos e deles com a escola e o professor, o nível de
maturidade e individualidade de cada um dos alunos, assim como o nível de
conhecimento prévio que cada um carrega consigo, da natureza, do espaço físico,
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dos materiais, recursos didáticos usados na sala de aula, até eventuais


acontecimentos cotidianos de fora da escola, que poderão ocorrer com os alunos e
seus familiares.

Por essas razões torna-se fundamental desenvolver em sala de aula, as


recomendações sugeridas também nos PCN`s:

1) desenvolver um clima de aceitação e respeito mútuo, em que o erro seja encarado como
desafio para o aprimoramento do conhecimento e construção de personalidade e que todos
se sintam seguros e confiantes para pedir ajuda;

2) que a organização da aula estimule a ação individualizada do aluno para que possa
desenvolver sua potencialidade criadora, mas que, também, esteja aberto a compartilhar
com o outro suas experiências vividas na escola e fora dela;

3) oferecer oportunidades, por meio das tarefas organizadas para a aula, em que vários
possam ser os pontos de vista, permitindo ao aluno um posicionamento autônomo,
fortalecendo, assim, sua auto-estima, atribuindo alguns significados ao produto do seu
trabalho intelectual.

Esses fatores, que estimulam a reflexão sobre as interações educativas na


sala de aula, deverão estar associados àqueles referentes às estratégias adotadas
no processo de ensino e aprendizagem e seleção dos conteúdos a serem
ministrados nesse sentido.

Para que o professor possa obter melhores resultados na realização do seu


trabalho, é importante a adequação entre a quantidade de informações selecionadas
para as aulas e a disponibilidade de tempo. Relacionando a isso os diferentes
potenciais dos diferentes alunos no trabalho com esses conteúdos. O tempo de
amadurecimento difere de aluno para aluno e isto deverá ser levado em
consideração, o que significa dizer que a organização das aulas e dos programas
deve contemplar essa diversidade, inclusive o grau de dificuldade que cada tipo de
conteúdo apresenta para ser trabalhado pelos alunos.

Além dessa preocupação em relação para a adequação de quantidade e


natureza das informações contidas nos conteúdos curriculares e a escala de tempo
pessoal com a qual cada aluno trabalha, deve-se, ter preocupação com a natureza

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dos materiais curriculares a serem utilizados: Os materiais curriculares serão mais


ou menos eficazes na medida em que permitam diferentes graus de leitura ou
utilização. Isso justifica a adoção de diversos recursos (visuais, sonoros...) que
ofereçam múltiplas possibilidades de utilização em função das necessidades de
cada situação e momento.

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UNIDADE 5: RECONHECIMENTO DO PROCESSO


COGNITIVO

Segundo o Filósofo Bachelar (1996), o desenvolvimento do pensamento


humano científico segue uma lógica, ao delinear os fenômenos e ordenar em série
os acontecimentos de uma experiência, passa primeiramente pela representação
geométrica com base em um realismo ingênuo, mas que implica leis topológicas
menos nítidas e relacionadas as relações métricas aparentes. Para construir
entendimento de um fenômeno, o pensamento exige um processo de geometrização
e depois uma passagem para a forma abstrata. O processo de desenvolvimento do
pensamento e da construção de conceitos envolve fatores externos e internos
desencadeando na representação mental dos sujeitos.

A vivência deste processo cognitivo implica na criação de situações


problematizadoras, em que o professor terá como o objetivo o desenvolvimento da
paciência científica. Trata-se de simular as condições psicológicas necessárias para
o desenvolvimento científico no aluno. Este irá desenvolver o gosto em fazer ciência
diante dos obstáculos cognitivos, apresentando dificuldades e bloqueios. Estes
obstáculos cognitivos, dificuldades apresentadas na elaboração conceitual pelo
aluno, dentre outros elementos, fazem parte do desenvolvimento de funções
psicológicas superiores, estudadas por Vygotsky (Guerrero, 2005).

Ainda segundo este autor, as funções psicológicas superiores se


desenvolvem em situações sociais, no caso do ensino, as situações de ensino
previamente elaboradas, e a interação dos alunos atuando individualmente ou em
grupos é de grande importância no processo de aprendizagem no qual o professor
tem um papel chave. Para Vygotsky, a construção do saber em sala de aula implica
em uma relação estreita entre as atividades individuais dos alunos e as conjuntas,
aluno e professor, sendo esta relação mediada pelo planejamento e estudo de
conteúdos escolares, pelos quais, as habilidades cognitivas motoras e afetivas são
desenvolvidas.

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Para a teoria da atividade, desenvolvida inicialmente por Leontiev, considera-


se que o desenvolvimento indivíduo é regido por diversos tipos de atividades de
estrutura idênticas no psiquismo humano, comandadas por aspectos cognitivos. O
processo de apropriação do mundo, e da cultura é mediada por ações motoras e
mentais. Na educação, esta abordagem propõe como método de ensino a
formulação de problemas de aprendizagem, a resolução de problemas concretos e
práticos nos quais seja possível pensar em uma solução a partir do método de
generalização (processo lógico que vai do particular ao geral). Nesse método, o
pensamento do aluno irá realizar a sua classificação, caracterização separando o
objeto de análise do todo, mas tornando-o uma parte que caracteriza a totalidade de
análise. O processo de generalização deverá permitir que o aluno compreenda e
selecione os atributos fundamentais do objeto de análise. Esses atributos
fundamentais permitem a formação de um conceito (abstração comum,
representação mental) sobre o objeto, o que consiste em um método intuitivo
(direto), permite uma generalização empírica que vai do particular ao geral.

De modo geral o processo de aprendizagem na teoria da atividade, envolve


ações interdependentes, combinadas, acordos coletivos, parcerias, divisão do
trabalho e busca comum de resultado. É importante destacar, ao organizar as
atividades de aprendizagem, que elas devem ser capazes de promover não só a
aquisição de conhecimentos específicos, como também o desenvolvimento cognitivo
motor, social, cultural e afetivo dos alunos. A resolução de problemas e outros
procedimentos desencadeadores do processo de ensino e aprendizagem permitem
que os sujeitos se modifiquem e que modifiquem conceitos e as representações que
deles fazem mentalmente, e que ensinem e aprendam ao agir (Guerreiro, op cit.).

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UNIDADE 6: CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS DA


GEOGRAFIA

O estudo da Geografia compreende as relações homem/natureza, o processo


histórico na formação das sociedades humanas, além do funcionamento da
natureza, seja pela leitura do lugar, do território ou a partir da paisagem.

Trabalhar com as categorias de análise da Geografia é um item fundamental


de qualquer currículo e são defendidos também nos PCN’s. Constituem categorias
fundamentais: “espaço geográfico”, “território”, “lugar”, “paisagem” e “região”.

O “espaço geográfico”, segundo Milton Santos (1997) é produto da história,


cristalização de experiências passadas, do indivíduo e da sociedade corporificadas
em formas sociais (sistemas de objetos e ações) e também configurações espaciais
(território).

O termo espaço refere-se à materialidade (sucessivas relações localizadas


entre homem e natureza) e as relações sociais. O termo território refere-se ao
domínio sobre a materialidade e relações sociais (por exemplo, território brasileiro é
um limite de atuação do Estado e de suas leis). A paisagem é o elemento que
apresenta as diferenças morfológicas, entre os espaços, lugares e territórios. Para
Milton Santos (op. cit.) o espaço hoje, pelo seu conteúdo técnico tornou-se um
regulador da história. Espaço e território conformam-se como arranjos e frações, por
exemplo: redes9 , lugar, região área, zona, cidade, campo, bairro, Estado Nação,
continente, mundo. São escalas das ações humanas e das formas de organização
do espaço que são: frações, limites dos domínios territoriais.

Para Moreira (in: Couto 2005) a construção do entendimento das categorias


espaço, território e paisagem partem do eixo: homem-meio. Tudo começa pela
criação do espaço pelos princípios lógicos: localização que se converte em
distribuição, conexão se converte em distância, a delimitação que se converte em
recorte espacial, e em escala. O território é definido como recortamento do espaço
em âmbitos de domínio, e paisagem define-se como plano visual da percepção dos

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recortamentos territoriais do espaço. Esta concepção apenas ilustra uma forma de


explicar a primeira definição proposta por Milton Santos, somando-se a ela.

Definição histórica do termo território

A categoria território foi originalmente formulada nos estudos biológicos do


final do século XVIII. Nessa definição inicial, o território É área de vida em que a
espécie desempenha todas as suas funções vitais ao longo do seu desenvolvimento.

Na concepção ratzeliana de Geografia, esse conceito define-se pela


apropriação do espaço, ou seja, o território, para as sociedades humanas,
representa uma parcela do espaço identificada pela posse, dominado por uma
comunidade ou por um Estado. Na Geopolítica, o território é o espaço nacional ou
área controlada por um Estado-nacional: é um conceito político que serve como
ponto de partida para explicar muitos fenômenos geográficos relacionados a
organização da sociedade e suas interações com as paisagens. O território é uma
categoria fundamental quando se estuda a sua conceitualização ligada a formação
econômica e social de uma nação. O trabalho humano é que irá qualificar o território
como produto do trabalho social. (PCN’s, 1998)

O entendimento da categoria território favorece a compreensão da existência,


em um mesmo espaço, da diversidade de tendências, ideias, crenças, sistemas de
pensamento e tradições de diferentes povos e etnias. As diferenças coexistem e por
vezes se influenciam reciprocamente formando, por exemplo, o território brasileiro,
composto por diversidades.

Logo, pode-se compreender que o território define-se como porção do


espaço, é lugar historicamente produzido pelo homem à medida que se organiza
econômica e socialmente. O ser humano é o sujeito produtor do espaço imprimindo
seus valores, sociais culturais e políticos.

Definição da categoria paisagem

Podemos afirmar, por exemplo, que o território brasileiro é composto por


diversas paisagens. A paisagem é criada por diferentes formas do homem se

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apropriar da natureza, são distinções visíveis. No entanto se diferencia do senso


comum, pois a paisagem é uma unidade visível do território, diferenciada por fatores
sociais, culturais e naturais, contendo elementos do tempo passado e do presente.

Para o geógrafo Milton Santos (1997: 83,84,87):

“A paisagem se caracteriza por uma dada distribuição de formas-objetos


providas de um conteúdo técnico específico. (...) um sistema material
relativamente imutável, considerada em si mesma é apenas abstração”.

Definição de lugar

O processo de globalização, e o surgimento de acordos comerciais e políticos


entre os países, unificando-os em grandes blocos, contraditoriamente desencadeou
processos de reafirmação do nacional e do local. São os lugares que interagem
solidariamente na busca de uma autonomia e identidade.

Atualmente, na Europa, está se retomando o debate em torno de termos


como nação e identidade, justamente devido a União Européia e a adoção de uma
única moeda, o “Euro10”. As moedas antes traziam símbolos de seus países
representavam suas paisagens seus monumentos. Hoje com uma moeda única, os
antigos símbolos nacionais são substituídos e seus habitantes ainda não têm um
elemento comum da União Européia que os represente.

Lugares são os espaços com os quais as pessoas têm vínculos afetivos.


“(...) O lugar é onde estão as referências pessoais e sistemas de valores
que direcionam as formas de perceber e construir o espaço geográfico. O
lugar é onde ocorre a relação homem-mundo” (Santos, 1997:111).

O lugar pode ser definido como espaço e território, o lugar reúne as duas
qualidades, é uma realidade efetiva, histórica, cotidiana.

Para completar esta reflexão Milton Santos apresenta uma análise sobre o
processo histórico de avanço global do capitalismo (globalização) e os
acontecimentos do “lugar”:

“Todos os lugares, existem em relação com o tempo do mundo, tempo do


modo de produção dominante, embora nem todos os lugares sejam,
obrigatoriamente atingidos por ele. Ao contrário, os lugares se diferenciam
seja qual for o período histórico, pelo fato de que são diversamente
alcançados, seja quantitativamente, seja qualitativamente, por esses tempos
do mundo. O tempo do mundo seria o mais externo e abrangente de todos

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os espaços, independentemente da escala. Haveria, nessas hierarquia e


nessa ordem, tempos do Estado- Nação e tempos dos lugares.” (1997:111)

Definição de região

A palavra “região” assume diversos significados ao longo da história. Essa


palavra aparece com destaque nos estudos sobre as diferenças e contrastes da
superfície da terra, que foi denominado, pelos gregos, de estudo corográfico
(Lencioni, 1999).

O primeiro a traçar um mapa mundi, foi Hecateu de Mileto (550-475, a.C.), ele
fez a primeira regionalização da Terra em cinco zonas climáticas (zona tórrida, uma
temperada, duas frias e uma zona tropical). Mas, é Estrabão( 63,a.C.-25 d.C.) que
realiza ações que irão caracterizar os parâmetros da Geografia regional. Ele irá
estabelecer recortes a partir de parâmetros humanos, segundo a composição
territorial das civilizações. (Lencioni, op.cit)

Na Geografia anti-historicista o entendimento de região é influenciado por


modelos matemáticos, com interesse de estimar projeções e organizar o espaço. O
agrupamento de objetos em classe segundo semelhanças passou a ser definido
como ato de regionalizar. O interesse desse método estava em analisar e definir a
ocorrência de fenômenos espaciais regulares, e não os particulares.

Numa visão historicista de Geografia, a região é um produto da história e da


cultura. É uma construção mental, individual, mas sujeitas a coletividade e grupo
social. A região, antes econômica e social, passa a ser compreendia também como
uma construção subjetiva, resultado do sentimento das pessoas de pertencer à
região.

A região é um importante instrumento para reconhecer as diferenças


enfatizando o traço heterogêneo de um acontecimento, deste modo criando uma
região. Mesmo em um mundo que provoca processos de homogenização com o
processo de globalização, as diferenças resistem.

Embora o uso da ideia de região tenha se difundido como subespaço


longamente elaborado, uma construção estável (Santos,1997), ainda há regiões,
mesmo que de pouca duração, há resistência aos movimentos de intercâmbio de

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mercadorias, divisão internacional do trabalho. Assim, a região permanece mesmo


ocorrendo mudanças em seu conteúdo.

A noção de região, segundo Lencioni (1999), é importante para a


compreensão do recorte espacial e se constitui ainda numa importante categoria de
análise da Geografia.

O estudo destas categorias no ensino fundamental justifica-se como uma


forma de:

- Trabalhar diferentes noções: espaciais e temporais

- Fenômenos sociais e culturais característicos de cada paisagem.

- Entendimento dinâmico da paisagem sob os aspectos:

- físicos

- biológicos

- sociais

Para que ocorra o aprendizado, como procedimento o professor de deverá


buscar formas para que o aluno chegue a explicação para as categorias e não
apenas descrição.

Ao tratar os temas para explicação de fenômenos locais ou globais deve-se


lembrar que ambas as escalas interagem mutuamente e não seguir uma abordagem
hierárquica e determinista. Por exemplo, ao tratar do debate sobre os impactos
causados pela modernização da agricultura que ocorre no mundo. Pode-se analisar
o que vem acontecendo localmente quanto aos impactos ambientais, adotando
medidas para sanar os danos, mas não determinar que uma localidade sozinha faça
uma mudança global. O global é o conjunto de todas as localidades.

Ideias hegemônicas passadas como positivas para o mundo podem estar na


realidade mascarando relações abusivas de exploração, este foi o caso da
modernização da agricultura através da adoção de insumos químicos e agrotóxicos,
vendida com o rótulo: revolução verde. Este tipo de agricultura foi e ainda é
incentivada globalmente como boa para atender aos interesses do mercado, mas

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não atende as necessidades vitais da população local, não considera a importância


dos recursos naturais locais como: água limpa viver, e um solo fértil onde se possa
plantar.

Embora muitas vezes a mídia passe a ideia de irreversibilidade, e de uma


história com fim previamente definido, deve-se questionar profundamente sempre o
porquê dos fatos e lembrar que a história muitas vezes é escrita, ou televisionada
por uma classe dominante, com interesses políticos e econômicos regido pela
difusão de informações.

Podemos afirmar que o capitalismo mundial através das exigências feitas


pelas empresas multinacionais, pelo mercado, pelas mídias as economias nacionais,
locais e aos indivíduos, constituem uma ordem global.

“A ordem global busca impor, a todos os lugares, uma única racionalidade.


E os lugares respondem ao mundo segundo diversos modo de sua própria
racionalidade. (...)
A ordem global é “desterritorializada”, no sentido que separa o centro de
ação e a sede da ação. Seu espaço, movediço e inconstante é formado de
pontos, cuja existência funcional é dependente de fatores externos. A ordem
local, “reterritorializa”, (...) porque reúne numa mesma lógica interna todos
os seus elementos: homens, empresas, instituições, formas sociais e
jurídicas e formas geográficas. O cotidiano imediato localmente vivido, traço
de união de todos esses dados, é a garantia da comunicação ”(Santos,
1997: 272).

Sugestão de atividade para trabalhar com as categorias território e espaço


geográfico:
Um elemento de análise pode ser a percepção espacial, a memória das
pessoas, o que demonstra também que estabelecemos laços afetivos e referências
sócio culturais com o espaço. Compreende-se como referência sócio-cultural, por
exemplo, a concessão de títulos para determinados prédios, locais e monumentos
que ganharam importância histórica para sociedade e são denominados: Patrimônio
Histórico da humanidade.

No entanto, além desses monumentos históricos há também relações afetivas


que se determinam pela importância que cada indivíduo imprime ao lugar. Há
pessoas que conhecem cada canto de sua cidade e podem fazer descrições
primorosas sobre a vida e o passado da cidade. Os alunos poderiam entrevistar

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pessoas da cidade indagando: Como era a vida no passado? Quais as atividades


econômicas? O que mudou? O que continuou igual?

Com isso o professor estará não só realizando a atividade de ensinar sobre a


formação do território, sobre a construção do espaço geográfico, mas estará
permitindo que os alunos atuem buscando conhecimento, aplicando os
procedimentos científicos de análise, interpretação de dados a partir da realidade.

Sugestão de como trabalhar com a categoria paisagem, território,


espaço geográfico:
Através da leitura de textos de autores brasileiros consagrados e que
oferecem uma interessante descrição sobre o Brasil sua diversidade social, cultural e
natural, como é sugerido nos PCN´s (1998). Obras como de Jorge Amado,
Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, podem ajudar a descrever
paisagens, caracterizar aspectos naturais e também mostrar as diferenças culturais
e sociais entre os lugares e classes sociais que formam o país. O professor pode
usar trechos destas leituras mostrando aspectos regionais, fenômenos naturais (ex:
seca no nordeste), organização social e política, além de localizar nos mapas as
descrições as quais os autores se referem. (ex: o cerrado de Guimarães Rosa, o
sertão de Graciliano Ramos, etc...)

A paisagem, o lugar, o território e o espaço podem ser trabalhados com o


apoio de fotos, pinturas, mapas, filmes e músicas.

Por exemplo, no caso da música, pode-se pedir para que o aluno pesquise
diversos elementos, desde lugares, paisagens, até caracterizar o meio rural e o meio
urbano. É muito fácil encontrar descrições do nordeste nas músicas de Luiz
Gonzaga.

Com isso é possível fazer uma atividade que envolva os alunos com
diferentes universos de linguagem (visual e sonora). Além disso, dependendo das
habilidades e contexto social é possível que o aluno faça busca na internet das
músicas, faça downloads11, e até mesmo se houver estrutura e o aluno tiver
disposição pode-se organizar uma apresentação musical.

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UNIDADE 7: PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES

Em pesquisa sobre aprendizagem escolar, Couto (2005) elaborou uma oficina


para trabalhar conceitos geográficos utilizando: fotos aéreas de aldeias indígenas
Paikan e Yanomami, figuras jornais mostrando planta de apartamentos, textos de
jornal sobre o conflito entre Israel e Palestina, e um texto de livro de Geografia
definindo paisagem e território, de onde retirou as os conceitos chaves. A atividade
consistiu em deixar que os alunos, a partir de diferentes elementos, concluíssem por
si mesmo as definições das categorias geográficas (paisagem e território). Cada um
dos elementos foi descrito e introduzido gradualmente.

Para realizar atividades de ensino é essencial fazer anteriormente um


planejamento da aula. Este procedimento é importante para que o professor trace
uma linha de objetivos, registre sua forma de atuação visualizando o seu trabalho
com os alunos. Posteriormente poderá revê-las e avaliá-las notando se foi pertinente
ou não quanto aos objetivos a serem alcançados.

Como um exemplo de atividade planejada, será apresentado os passos da


pesquisa realizada por Couto (op.cit.).

Primeiro foi proposto um debate sobre a importância social da Geografia,


anotando-se todas as respostas na lousa. A partir disso construiu a oficina que
estruturou da seguinte forma:

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Objetivo: debater a importância social da Geografia com base na análise


de diferentes documentos (matérias 1,2,3).

Metodologia: a partir do problema proposto (qual a importância social da


Geografia), cada grupo fará a análise/descrição do conteúdo desses materiais,
seguindo as orientações a seguir. Após o termino da descrição e da
problematização do conteúdo desses materiais serão mostradas três palavras
chaves (conceitos). Todos os grupos trabalharão com três materiais selecionados
e, além da identificação de cada palavra com o respectivo material, buscarão
distinguir a questão comum a todas elas.

Material 1: Observe e descreva a situação 1 e 2 e responda como vivem


as pessoas.

 Situação 1: (planta de apartamento classe média com três suítes,


dependência de serviço, sala de jantar, living, home teather, dormitório,
lavabo.

 Situação 2 (fotos aéreas de aldeias indígenas Paikan e Yanomami )

Material 2 : Qual a razão dos conflitos (guerras) tratado no texto? (texto de


jornal sobre o conflito Israel Palestina)

Material 3: texto 1 ( artigo cientifico falando sobre a importância da


Geografia na observação dos fenômenos da superfície da terra) texto 2 ( texto
científico definindo o conceito de paisagem, e do qual foi suprimido o conceito)

Atividade: Após a leitura do texto 1 e 2 escolha algum item(ns) que possam


ser observados e, assim, servir à explicação da realidade em que se situa a sua
escola. Cada grupo deverá fazer suas anotações em folha separada, para ser
entregue no final da atividade. Vencidas as etapas anteriores, cada grupo
formulará uma conclusão final sobre o problema proposto.

Para construir a sua oficina Couto (op.cit) utilizou o método proposto por
Vygotsky (1989), esse se origina na ideia de que o material sensorial e a palavra são
partes indispensáveis à formação de conceitos. É o que o autor chama de método
de dupla estimulação, pois dois estímulos são apresentados ao sujeito, um como

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objeto de sua atividade e o outro como signo12 que pode servir para organizar esta
atividade.

Somente no final da análise, da descrição e da problematização apresentou-


se uma última atividade vinculando os diversos materiais. Apresentaram-se os
conceitos, como palavras chaves, e pediu-se que os alunos selecionassem qual
deles mais se adequava com os materiais que tinham em mãos. O primeiro conceito
apresentado e entregue escrito em um papel foi: “espaço” (organização do espaço,
espaço organizado), o segundo: “território”, a terceira: “paisagem”. Cada material
escolhido expressava mais diretamente apenas um conceito. Inicialmente
relacionaram o material 1 diretamente com a palavra espaço, mas depois de
apresentado os demais foram feitas comparações e testes. Ao final da atividade os
alunos associaram a palavra “espaço” com material 1, “território” com o material 2 e
“paisagem” com o material 3.

È importante destacar todo o processo que o pesquisador adotou para


oferecer aos estudantes caminhos que o pensamento deve percorrer para a
formação do conceito. Segundo Couto (2005), a existência de um problema ou a
memorização de palavras associadas ao objeto não é suficiente para formação do
conceito. Para que o processo se inicie é preciso criar oportunidades para este
desenvolvimento, formulando problemas que só possam ser resolvido com a
aquisição de novos conceitos, é preciso delinear os caminhos para sua solução. É
importante também adequar os materiais pedagógicos aos diferentes níveis
intelectuais dos alunos. Os estudos de Vygotsky e Rimat, consideram que a
verdadeira formação de conceitos excede a capacidade dos alunos de 11/ 12 anos,
e só tem início na puberdade. Mas, antes disso, há o uso de habilidades do
pensamento que auxiliam o complexo de construção dos conceitos, esta estrutura de
combinação das funções intelectuais, é, segundo o autor, dirigida pelo uso das
palavras como meio de centrar ativamente a atenção, abstrair determinados traços,
sintetiza-los e simboliza-los por meio de um signo (Vygotsky, in: Couto, op. cit.).

Para explicar o processo de aquisição do conhecimento verificamos que a


palavra, como linguagem desempenha um importante papel na construção do

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conceito por serem elementos de comunicação além de exigir e expressar o


desenvolvimento das funções intelectuais superiores.

A proposta de trabalho de Couto (2005) ilustra uma forma de trabalho a partir


da paisagem sugerida pelos PCN´s:

“Ao se introduzir a leitura da paisagem, a comparação das diferentes


leituras de um mesmo objeto é muito importante, pois permite o confronto
de ideias, interesses, valores socioculturais, estéticos, econômicos, enfim,
das diferentes interpretações existentes e a constatação das
intencionalidades e limitações daquele que observa.”(p.137)

Além disso, possibilita a elaboração de questionamentos fundamentais sobre


o que prevalece numa paisagem, pois sua história é marcada pelas decisões que
venceram e determinaram a sua imagem.

É importante comparar uma mesma paisagem em tempos diferentes e


descobrir como e por que mudou, quem decidiu mudar, a quem beneficiou
ou prejudicou. No trabalho comparativo sobressaem às intencionalidades
daqueles que agiram.”(p.138)

O sucesso de seu experimento, com a resposta positiva dos alunos,


demonstra que a adoção de materiais e instrumentos para estimular processos
mentais são fatores que promovem uma aprendizagem eficiente.

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UNIDADE 8: RELAÇÃO ENTRE AS ESCALAS

É importante que o professor tenha consciência das escalas que estará


trabalhando com os alunos, se local, regional, nacional ou Internacional. É essencial
a compreensão da relação entre as diferentes escalas, de diferentes realidades e
respectivos conteúdos: um contexto social, político e econômico interage de modo
diferente com outras dimensões.

Todos nós ao fazermos um percurso geográfico, podemos observar que os


temas da Geografia pertencem ao nosso cotidiano. Com esta observação confirma-
se uma Geografia assentada no saber popular.

Ao perceber que os lugares estabelecem entre si relações e conferem


unidade ao espaço de existência do homem, pode-se concluir que a Geografia é
também uma realidade objetiva. Esta pode ser representada pelo exercício de mapa
mental.

Ex:

país mundo
Homem fábrica
universo
cidade

Geografia, neste sentido, também é o saber vivido a respeito do espaço,


apreendido pela vivência e que nos coloca em contato direto com a terra e com cada
um de seus elementos ao mesmo tempo.

O espaço nesta concepção é também é a sociedade, produzida e reproduzida


na história dos homens pelo processo de trabalho.

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UNIDADE 9: A IMPORTÂNCIA DA CARTOGRAFIA NA


GEOGRAFIA

A Geografia deve trabalhar com uma pluralidade de espaços e lugares com


recortes muito variados, alguns mais próximos, outros mais distantes do observador.
Para oferecer a noção dos diversos fatores que constituem uma realidade e as
várias escalas de análise, os diversos referenciais possíveis na análise de um fato
(pontos de vistas diferentes), há como instrumento os mapas. A representação
cartográfica pode oferecer níveis de interesses diferentes no aprofundamento dos
elementos caracterizadores desses espaços. Esse recurso técnico e didático é de
grande importância para o estudo e pesquisa da Geografia.

A cartografia possibilita ter em mãos representações dos diferentes recortes


desse espaço e na escala que interessa para usuário. A representação da
espacialização das informações com localização precisa de fenômenos e objetos é
possível por meio da linguagem gráfica/cartográfica.

É fundamental, sob o prisma metodológico, que se estabeleçam as relações


entre os fenômenos, sejam eles naturais ou sociais, com suas espacialidades
definidas.

O aprendizado por meio de diferentes formas de representações e escalas


cartográficas deve estar contemplado no momento em que se inicia o aluno nos
estudos geográficos, é claro levando-se em consideração as diferentes fases de
desenvolvimento em que se encontram.

A cartografia pode oferecer uma variedade enorme de representações para o


estudo dos lugares e do mundo. Fenômenos naturais e sociais poderiam ser
estudados de forma analítica e sintética. É interessante ensinar os alunos a realizar
estudos analíticos de fenômenos separando os mapas temáticos, tais como: clima,
vegetação, solo, cultivos e agrícolas, densidades demográficas, indústrias etc. Ao
mesmo tempo, realizar analogias entre esses fenômenos e construir excelentes
sínteses. A possibilidade de realizar associações entre esses fenômenos nos
permitir uma melhor caracterização dos espaços geográficos. Isso também pode

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garantir a explicação e a compreensão não somente dos lugares isolados e


próximos, mas também da pluralidade dos lugares do mundo.

A cartografia no ensino de Geografia obteve grandes avanços teóricos e


metodológicos. Dentro da perspectiva de uma Geografia tradicional e positivista, a
cartografia significava muito mais uma técnica da representação voltada para a
leitura e a explicação do espaço geográfico onde o leitor comportava-se como
sujeito. Atualmente, comprometida com as novas correntes do pensamento de uma
Geografia da percepção e fenomenológica, o aluno passou a ser orientado a
desenvolver uma consciência crítica em relação ao mapeamento realizando em sala
de aula. Isso significa dizer que existe sempre uma perspectiva subjetiva na escolha
do fato a ser cartografado, marcado por um juízo de valor. O aluno deixou de ser
visto como um mapeador mecânico para ser um mapeador consciente, de um leitor
passivo para um leitor crítico dos mapas.

A linguagem cartográfica dos mapas possibilita sintetizar informações,


expressar conhecimentos, estudar situações, contribuindo para a compreensão da
produção do espaço: sua organização, e a distribuição dos fenômenos.

A cartografia representa diferentes informações para diferentes finalidades:


mapas de turismo, mapas de planejamento, mapas rodoviários, mapas minerais,
entre outros. (Simieli, 1999)

As noções da cartografia atendem as mais diversas necessidades, das mais


cotidianas (chegar a um lugar que não se conhece), e mais específicas (como
delimitar áreas de plantio).

É importante que a escola crie oportunidades para que os alunos construam


conhecimentos sobre essa linguagem para que possam aprender a representar e
codificar o espaço e aprendam a ler as informações expressas pela cartografia.

Para que isso ocorra é preciso abandonar o ensino equivocado através de


cópias de mapa e entender efetivamente como se constrói uma alfabetização
cartográfica.

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UNIDADE 10: ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA

Para que se construam os conhecimentos necessários, tanto para ler mapas


como para representar o espaço geográfico, é preciso partir da ideia de que a
linguagem gráfica é um sistema de símbolos e envolve, proporcionalidade, uso de
signos ordenados e técnicas de projeção.

Simieli (1996) em sua metodologia propõe três níveis para o trabalho com
cartografia:

1. Localização e análise – o aluno localiza e analisa um determinado


fenômeno no mapa.

2. Correlação – ele correlaciona duas, três ou mais ocorrências.

3. Síntese – o aluno analisa, correlaciona aquele espaço e faz uma


síntese de tudo.

Com alunos de 1° a 5° série deve-se trabalhar primeiramente a alfabetização


cartográfica, para que o aluno trabalhe primeiramente os elementos da
representação cartográfica.

Esta etapa exige que o aluno seja educado para uma visão cartográfica, para
isso deve-se considerar o interesse que as crianças e jovens tem pelas imagens,
atitude fundamental na aprendizagem cartográfica. Os desenhos, as fotos, as
maquetes, as plantas, os mapas, as imagens de satélites, as figuras, as tabelas, os
jogos, enfim tudo aquilo que representa a linguagem visual continua sendo os
materiais e produtos de trabalho que o professor deve utilizar nesta fase.

Mas, para alcançar os objetivos da alfabetização cartográfica, todos esses


recursos devem ser examinados e os alunos devem encontrar significados,
estimulando a busca de informações que as imagens contêm. O objetivo do trabalho
é desenvolver a capacidade de leitura,comunicação oral e representação simples do
que está impresso nas imagens, desenhos, plantas, maquetes, entre outros

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instrumentos. O aluno precisa apreender os elementos básicos da representação


gráfica/cartográfica para que possa, efetivamente, ler o mapa.

Algumas noções são básicas na alfabetização cartográfica devem ser


desenvolvidas nesta etapa, tais como:

- a visão obliqua e a visão vertical,

- a imagem tridimensional e a imagem bidimensional,

- o alfabeto cartográfico (ponto, linha e reta),

- a construção da noção de legenda,

- a proporção e a escala,

- a lateralidade, referências e orientação espacial.

Nesta fase, deve-se trabalhar grandes escalas, para que o aluno possa se
situar melhor em seu espaço de vida, garantindo-lhe maior detalhamento dos fatores
que caracterizam o espaço de vivência no seu cotidiano. Ou seja, o espaço da sala
de aula, o espaço da escola, o espaço do bairro.

Para trabalhar o reconhecimento da bidimensionalidade pode-se pedir para


que o aluno faça croquis. Nesta atividade o aluno estará representando uma
realidade tridimensional transformando-a em bidimensional. O croqui é uma
representação esquemática dos fatos geográficos. (...) é uma escolha amadurecida
dos elementos essenciais da questão a ser tratada (Simieli, op.cit.). O que interessa
num primeiro nível de aprendizado é o croqui cuja as informações são representadas
de forma mais simplificada, estilizada.

O trabalho sugerido para que o aluno perceba a passagem da bidimensão


para tridimensão é a confecção de maquetes. A maquete possibilita que o aluno
perceba as diferentes formas topográficas, diferentes altitudes de um determinado
espaço, o uso antrópico13 do espaço físico, dentre outras informações que se
correlacionam a esta forma topográfica.

A partir da 5° série o aluno estará em condições de trabalhar com


análise/localização e com a correlação.

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Como o conhecimento da cartografia nem sempre é linear, alunos da sexta


série podem ter dúvidas quanto as noções básicas de alfabetização cartográfica o
que exige um retorno aos antigos conteúdos.

Para desenvolver as competências necessárias para tornar o aluno um leitor


crítico e mapeador consciente, pode-se introduzir o trabalho em dois eixos, uma para
leitura e outro para formação de um mapeador consciente.

O segundo nível de análise cartográfica pode ser trabalhado nesta fase


correlacionando diferentes variáveis como: latitude, longitude, vegetação, clima e
uso do solo. Pode-se pedir também nesta fase que o aluno faça croquis
relacionando duas ou mais variáveis, do mesmo espaço. Esta seleção das
ocorrências mais significativas deve ser feita pelo aluno.

Ainda neste nível, Simieli (op. cit.) sugere a elaboração de mapas mentais. Na
realidade, os mapas mentais são representações gráficas que permitem verificar se
o aluno tem uma percepção efetiva da ocorrência de um fenômeno no espaço e
condições de fazer a sua transposição para o papel.

No ensino médio, teoricamente, o aluno já teria condições de trabalhar com


os três níveis de alfabetização cartográfica: análise/localização, correlação e síntese.

O desenvolvimento dessas noções contribui para a desmistificação da


cartografia como propositora de mapas prontos e acabados no ensino fundamental e
médio. O objetivo das representações dos mapas e dos desenhos é transmitir
informações, e não simplesmente objeto de reprodução.

Os PCN´s sugerem-se os seguintes itens para trabalhar este tema:

- os conceitos de escala e suas diferenciações e importância para as análises espaciais nos


estudos de Geografia;

-pontos cardeais, utilidades práticas e referenciais nos mapas;

- orientação e mediação cartográfica;

- coordenadas geográficas;

- uso de cartas para orientar trajetos no cotidiano;

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- localização e representação em mapas, maquetes e croquis;

- localização e representação das posições na sala de aula, em casa, no bairro e na cidade;

- leitura, criação e organização de legendas;

- análise de mapas temáticos da cidade, do estado e do Brasil;

- estudo com base em plantas e cartas temáticas simples;

- a utilização de diferentes tipos de mapas: mapas de itinerário, turísticos, climáticos, relevo,


vegetação etc.;

- confecção pelos alunos de croquis cartográficos elementares para analisar informações e


estabelecer correlação entre fatos.

Os mapas oferecem a possibilidade de compreensão e estudos comparativos


das diferentes paisagens e lugares. A rigor todos os temas geográficos podem ser
espacializados. Por isso a cartografia pode-se tornar um recurso rotineiro em sua
sala de aula. Mas é fundamental que a utilização dos mapas e outros recursos
gráficos não sejam banalizados. Por exemplo, é muito comum usar o Atlas para
localizar a ocorrência de um fenômeno, o que é reduzir o papel dos mapas a
possibilidade de compreensão e explicação dos estudos geográficos.

Os diversos tipos de mapas devem ser utilizados para questionar, analisar,


comparar, organizar e correlacionar dados que permitam compreender e explicar as
diferentes paisagens e lugares. Nesse sentido a prática da leitura crítica e do
mapeamento consciente permite algumas aquisições metodológicas em três níveis
(SIMIELLI, 1996):

Aquisições simples
- Conhecer e identificar os pontos cardeais.

- Saber se orientar com uma carta.

- Encontrar um ponto sobre uma carta com as coordenadas geográficas

ou com o índice remissivo.

- Saber se conduzir com uma planta simples.

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- Extrair de plantas e cartas simples apenas uma série de fatos.

- Saber calcular altitude e distância.

- Saber se conduzir com um mapa rodoviário ou com uma carta topográfica.

Aquisições médias
-Medir uma distância sobre uma carta com uma escala numérica.

- Estimar uma altitude por um ponto da curva hipsométrica.

- Analisar a disposição das formas topográficas.

- Analisar uma carta temática representando um fenômeno

(densidade populacional, relevo etc.).

- Reconhecer e situar as formas de relevo e de utilização do solo.

- Saber diferenciar declives.

- Saber reconhecer e situar tipos de clima, massas de ar, formações vegetais,

distribuição populacional, centros industriais e urbanos e outros.

Aquisições complexas

- Estimar uma altitude entre duas curvas hipsométricas.

- Saber utilizar uma bússola.

- Correlacionar duas cartas simples.

- Ler uma carta regional simples.

- Explicar a localização de um fenômeno por correlação entre duas cartas.

- Elaborar uma carta regional com os símbolos precisos.

- Saber elaborar um croqui regional simples (com legenda fornecida pelo professor)
e posteriormente com legenda elaborada pelo aluno.

- Saber levantar hipóteses reais sobre a origem de uma paisagem.

- Analisar uma carta temática que apresenta vários fenômenos.

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- Saber extrair de uma carta complexa os elementos fundamentais.

Sugerem-se os seguintes itens como parâmetros para trabalhar este tema:

- a importância dos sistemas de referência nos estudos das paisagens, lugares e


territórios;

- cartas de relevo de diferentes paisagens e medidas cartográficas (altitude e


distância);

- análises de cartas temáticas (densidade populacional, relevo, vegetação etc.);

- estudo das cartas das formas de relevo e de utilização do solo;

- estudo das cartas de tipos de clima, massas de ar, formações vegetais, distribuição
populacional, centros industriais, urbanos e outros;

- mapear e desenhar croqui correlacionando cartas simples;

- leitura de cartas sintéticas;

- leitura e mapeamento de cartas regionais com os símbolos precisos;

- estruturação da legenda pelos alunos com seleção dos elementos, hierarquia e


agrupamentos a partir de fotos aéreas;

- elaboração de croquis com legendas fornecidas pelo professor ou elaboradas pelos


alunos;

- análise de cartas temáticas que apresentam vários fenômenos;

- identificar, compilar e produzir mapas intermediários dos elementos fundamentais a


partir de uma carta complexa.

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UNIDADE 11: INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO DO


ESPAÇO GEOGRÁFICO

Dentre as atribuições do professor e da matéria de Geografia destaca-se a


tarefa de compreender e ensinar a construir relações entre aspectos semelhantes de
distintos lugares da terra, em diferentes escalas espaciais e temporais, buscando
explicações para esses aspectos e fenômenos.

Para esta tarefa o professor conta com documentos diversos na constituição


de um saber geográfico, desde os convencionais: mapa, bússola, gráficos, tabelas,
literatura, cinema, fotografia, até os mais recentes, como os levantamentos feitos por
imagens de satélite e o uso do computador em sala de aula. Com uso da
informática é possível criar diversas formas de pesquisa e aprendizado da
Geografia. Um instrumento que está se tornando bastante comum e divertido é o
“Google Earth”, um programa de busca Google14 que oferece imagens de satélite de
quase todos os lugares do mundo. É possível localizar até mesmo o telhado da
própria casa, dependendo da cidade onde se encontrar.

Como usar o Google Earth

Para explicar um pouco mais sobre este programa, segue adiante alguns
trechos selecionados do tutorial escrito por Emerson Alecrim (2006) publicado no
site da revista eletrônica Infowester.

Introdução

O Google Earth é um poderoso programa que permite a visualização de


imagens reais capturadas por satélite de praticamente qualquer lugar do mundo.
Trata-se de uma ferramenta útil, divertida e fascinante.

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Requisitos

Infelizmente, o Google Earth não roda em qualquer computador. A


configuração mínima exigida é a de um PC com processador Pentium III 500 MHz ou
equivalente, com 128 MB de memória RAM, 200 MB de espaço em disco, placa de
vídeo 3D com 16 MB e conexão à internet em banda larga.

A versão usada neste tutorial - 3.0.0762 - executava somente nos Windows


2000 e XP. Até o fechamento deste texto, o Google trabalhava em uma versão para
MacOS X. Para baixar o Google Earth, visite o site earth.google.com. A instalação é
feita de maneira simples, dispensando explicações.15

Iniciando o Google Earth

Depois de instalado, é possível acessar o programa por um atalho na Área de


Trabalho (Desktop) do Windows ou pelo menu Iniciar, no item Google Earth. O sub-
menu deste oferece três opções para iniciar o software: Google Earth, Set Google
Earth to DirectX Mode (iniciar usando DirectX) e Set Google Earth to OpenGL Mode
(iniciar usando OpenGL). A primeira opção acessa o Google Earth com sua
configuração padrão, que usa as bibliotecas gráficas do OpenLG.

Algumas placas de vídeo (especialmente com chips da S3) executam melhor


o Google Earth se usadas as bibliotecas gráficas do DirectX. Assim, você pode
escolher "Set Google Earth to DirectX Mode" para testar o uso dessas bibliotecas.

Uma vez que o Google Earth tenha sido carregado, a tela abaixo é exibida.
Note que a visualização foi dividida em quatro partes para facilitar a explicação dos
recursos do software.

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A parte 1 contém os menus do programa. A parte 2 contém os recursos de


localização. A parte 3 é a mais interessante, pois mostra as imagens capturadas. A
parte 4 contém os controles que podem ser usados para a exibição das imagens na
área 3.

Parte 1: menus

Os menus permitem o acesso a funcionalidades básicas do Google Earth. A


versão usada neste tutorial contém as seguintes opções:

File: dá acesso aos botões para salvar uma determinada localização (Save e Save
As) através de um placemark (explicado mais adiante); contém o botão Revert,
usado para voltar pelo caminho que o programa exibiu para chegar de um ponto a
um placemark; oferece o botão Save Image para salvar a imagem vista atualmente
(somente no formato JPEG); dá acesso ao botão de impressão e ao botão Email
View, que permite enviar por e-mail uma foto ou as coordenadas de uma localização
através de um arquivo de extensão .kmz (quem receber esse arquivo, poderá ver o
local rapidamente ao abrí-lo no Google Earth); há ainda o botão Logout, para

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desconectar o programa dos servidores do Google e o botão Exit, para encerrar o


aplicativo;

Edit: dá acesso às opções de recortar (Cut), copiar (Copy), colar (Paste), deletar
(Delete), renomear (Rename) e atualizar (Refresh) placemarks ou outros
marcadores; contém o botão Delete Contents, que permite apagar o conteúdo de
pastas (vistas mais adiante) criadas pelo usuário; oferece o recurso Save to My
Places, que permite adicionar à lista de marcadores do usuário lugares já "pré-
marcados" pelo Google Earth (por exemplo, aqueles pontos em vermelho); contém o
botão Properties, que permite mudar os parâmetros de um placemark ou de outro
marcador após sua seleção; disponibiliza o botão Clear search history, que apaga o
histórico de pesquisa de locais; oferece o recurso Find in Places, para buscar
localidades na lista do usuário.

Views: oferece as opções de visualização do Google Earth. Com o item Full Screen
(também acessível pelo botão F11 do teclado) é possível ver a imagem capturada
em tela inteira; através do item View Size é possível escolher resoluções de
visualização; o botão Compass mostra/esconde uma bússola no canto inferior
esquerdo da área de imagens do programa; o botão Status Bar exibe/esconde a
barra de status; o item Lat/Lon Grid exibe/esconde linhas de grade com informações
de latitude e longitude; o botão Overview Map mostra em formato de mapa o globo
terrestre no canto superior direito; por fim, o botão Play Tur faz com que o programa
percorra os pontos marcados através de placemarks;

Add: a opção Add permite adicionar marcadores às localizações encontradas no


Google Earth. Assim, é possível acessar rapidamente as imagens de seus locais
preferidos. As opções são:

- Placemarks: essa opção permite marcar os lugares de seu interesse. Por exemplo,
a localização de sua casa. Usando essa opção, uma janela (mostrada abaixo)
permitirá adicionar uma marcação, onde você pode inserir um nome, uma descrição
e uma pasta onde o lugar ficará marcado. Clicando em Advanced, é possível
personalizar a marcação através da guia Style, onde pode-se alterar a cor, inserir
ícones, etc. Ainda em Advanced, há a guia Location e View, que permitem obter
informações da localização, tal como latitude e longitude;

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- Folder: através de
Folders (pastas), é
possível agrupar as
localizações por meio de
uma classificação. Por
exemplo, você pode criar
uma pasta de nome
"Estadios" para guardar
todos os placemarks de
estádios de futebol que
você achou;

- Image Overlay: suponha que você tenha achado o prédio da empresa em que
trabalha. Se tiver autorização, você pode inserir uma imagem próximo ao local com o
logotipo da companhia. No exemplo abaixo, uma imagem do InfoWester foi inserida
em um ponto de São Paulo. Você pode colocar a imagem que quiser, desde que
esteja em uma das seguintes extensões: .jpg, .bmp, .tif, .png, .tga ou .gif;

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- Network link: permite adicionar ao programa um link que aponte para um arquivo
local, em rede ou na internet que contenha
parâmetros de uma determinada localização.
Por exemplo, suponha que o site da escola em
que você estuda disponibilize um arquivo do tipo
para que os alunos possam localizar
rapidamente as imagens do campus da instituição. Basta você clicar em Network link
e, na caixa que surgir, inserir o link do arquivo no campo Location;

- Path: permite traçar um caminho sobre o mapa. Esse recurso só está disponível
na versão Plus do Google Earth;

- Polygon: permite a utilização de polígonos para definir marcações mais


detalhadas. Esse recurso também só está disponível na versão Plus do Google
Earth.

Tools: essa opção permite ativar/desativar as ferramentas do Google Earth.


No item “Measures”, é possível traçar uma linha (line) ou um caminho (path) em
qualquer ponto da imagem visualizada e o Google Earth retorna a medida, que pode
ser em metros, quilômetros, milhas, entre outros. É um recurso interessante para
saber a distância de um lugar ao outro ou para saber o tamanho de determinada
localidade. Em GPS Device, é possível usar recursos de GPS (Global Positioning
System). Essa opção somente está disponível na versão Plus do programa. Ha
ainda a opção Web, que integra ao Google Earth um navegador de internet que
possibilita encontrar rapidamente qualquer informação sobre uma localização
determinada. Em Tools também é possível configurar o Google Earth a seu gosto
através de Options;

Help: exibe informações adicionais do Google Earth, como licença de uso,


versão, ajuda, além de uma opção (Check for Updates Online) que permite checar
se há novas versões do programa.

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Parte 2 - recursos de localização

A parte 2 é dividida aqui em três. Na primeira é possível usar os recursos de


localização através dos botões "Fly To", "Local Search" e "Directions". A segunda
parte, denominada “Place”, contém a lista de pastas e “placemarks” do usuário. A
terceira parte,” Layers”, é muito interessante: ela permite visualizar a localização de
uma série de estabelecimentos, como bancos, bares, cinemas, estádios, parques,
estradas, aeroportos, etc. A seguir, uma descrição de cada uma das três divisões:

Fly To, Local Search e Directions: Em Fly To há um único campo onde você
deve digitar o nome de uma localidade. Clique em Search e o Google Earth exibirá a
imagem do local, caso a localize. Nem todas as localidades são encontráveis por
esse meio. Como exemplo, digite sao paulo (sem acento). Também é possível
localizar determinado lugar através da indicação da cidade, província ou estado mais
o país, separando-os por vírgula. Por exemplo: rio de janeiro, brasil. Ainda, pode-se
localizar determinados pontos com precisão através de coordenadas em latitude e
longitude. Por exemplo, digite 33 13 33.10 N 111 35 48.49 W e veja que lugar
curioso é exibido.

Em Local Search é possível localizar estabelecimentos em determinados


lugares. Esse recurso só se mostrou eficiente em países como os Estados Unidos.
No campo “What”, digite o que você deseja encontrar. Em “Where”, informe em que
local a busca deve ser feita. Como exemplo, suponha que você deseja encontrar
hospitais em Nova Iorque. Para isso, digite hospital em What e New York em Where.
Veja os resultados.

Em “Directions” é possível localizar endereços e pedir ao Google Earth para


traçar um caminho de um ponto a outro. Novamente, só funciona bem em países
importantes, como os Estados Unidos. Como exemplo, digite LAX em Start e 711 S
Hope St, Los Angeles em End;

Places: em places é possível acessar rapidamente os placemarks (pontos


marcados) e as pastas definidas pelo usuário. Por exemplo, suponha que você
encontrou todas as estações do Metrô de São Paulo e as organizou numa pasta
chamada "Metrô de São Paulo". Quando você quiser ver a imagem da estação

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Tatuapé, basta clicar na pasta e, em seguida, no nome da estação. Imediatamente o


Google Earth se direciona ao local.

Quando você faz buscas por um determinado lugar, o Google Earth mostra
em Places lugares próximos ou semelhantes;

Layers: o recursos Layers permite a visualização de uma série de


estabelecimentos no mapa visto atualmente. No entanto, esse recurso só funciona
em lugares muito conhecidos16, como os Estados Unidos. Caso queira visualizar
bancos, basta marcar o itens Banks/ATMs (ATM é um caixa eletrônico). Para
visualizar estádios, marque o item Stadiums e assim por diante.

Uma opção muito útil é a Google Earth Community. Ela exibe informações de
determinados locais inseridas por usuários do Google Earth. Graças a isso, lugares
que até então não continham muita informação, acabam sendo beneficiados pelos
próprios usuários. Essa opção é representada por um ícone em forma de "i" nos
mapas. Clicando-se nele, é possível, em alguns casos, acessar um link denominado
"more" que abre um navegador no Google Earth e exibe uma página com mais
informações do local.

Parte 3 - imagens

A parte 3 é a área do
Google Earth que exibe as
imagens capturadas. Nela,
quadrados e círculos
brancos indicam as
grandes cidades e cidade
medianas,
respectivamente. Além
disso, todas os ícones de Layers aparecem aqui. Se qualquer dos pontos indicados
receber dois cliques seguidos do mouse, o Google Earth imediatamente aproxima a
imagem daquele local.

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Usando o mouse nessa tela, é possível "navegar" pelas imagens. Para isso, clique
com o botão esquerdo do mouse em qualquer ponto e mantenha o botão
pressionando enquanto você movimenta o mouse para qualquer direção (se esse
recurso não estiver funcionando, vá em Tools / Options / Navigation e marque o item
Trackball. Se o mouse tiver uma tecla de rolagem, esta poderá ser usada para zoom,
isto é, para afastar ou aproximar a visualização de determinado ponto.

Parte 4 - controles

Para facilitar a compreensão, nomeados os botões da área de controles,


conforme mostra a imagem a seguir:

A parte A contém atalhos


para alguns itens existentes
em Layers. No caso da
opção Borders, é
interessante mantê-la marcada porque esse recurso mostra as divisas entre os
estados/províncias e países. O botão B funciona como zoom, ou seja, clicando-se no
sinal de mais a imagem visualizada é aproximada. O contrário ocorre se o sinal
negativo for pressionado. O botão C faz com que as áreas vistas se ajustem
automaticamente em direção ao norte. O botão D é um conjunto de quatro setas que
permite ir para os lados, para cima e para baixo na visualização das áreas.
Através dos botões E é possível girar o ponto de vista, fazendo com que as
localidades possam ser vistas em diferentes sentidos. O botão F é muito
interessante: ele permite a visualização da localidade de maneira lateral, ou seja, em
vez de visualizar as imagens totalmente de cima, clicando-se no botão inferior o
ponto de vista vai se aproximando da área visualizada de forma como se você
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estivesse em um lugar bem alto e olhando para frente, isto é, a imagem fica em
relevo. Para compreender melhor, veja a foto abaixo. Mostrando a visualização do
pátio de trens Itaquera do Metrô de São Paulo. Aplicando a visualização lateral, veja
como a localidade é visível:

Por sua vez, o botão G faz com que as alterações feitas através dos botões F seja
desfeitas. Em H há três botões de atalho: um para a criação de placemarks, outro
para ativar a impressão da imagem visualizada e o terceiro para enviá-la por e-mail.

Latitude e longitude

Você já deve ter notado que a maneira de localizar lugares com precisão no
Google Earth é através dos parâmetros de latitude e longitude. Caso você não saiba
ou não se lembra o que é isso, aqui vai uma rápida explicação:

O planeta Terra é dividido em linhas imaginárias chamadas meridianos e


paralelos. Os meridianos são linhas que "cortam" o planeta indo do pólo sul ao pólo
norte (ou vice-versa). Os paralelos são linhas que "cortam" o planeta de leste a
oeste (ou vice-versa).

O meridiano mais conhecido é o Greenwich, que divide o planeta em duas


metades, uma do lado direito e outra do lado esquerdo quando observamos um
globo. Por sua vez, o paralelo mais conhecido é a Linha do Equador, que também
divide o planeta em dois, sendo o lado norte a parte de cima e o lado sul a parte de

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baixo, quando olhamos um globo. Em outras palavras, o meridiano de Greenwich


divide o planeta verticalmente, enquanto que a Linha do Equador divide a Terra
horizontalmente.

Onde latitude e longitude "entram em cena"? Simples: latitude é a distância de


um ponto qualquer do planeta em relação à Linha do Equador. Um ponto localizado
na parte Norte é indicado com N (do inglês north). Um ponto localizado no sul é
indicado com S (do inglês south).

Você já deve ter notado que a longitude é à distância de um ponto qualquer


da Terra em relação ao meridiano de Greenwich. Os pontos localizados no lado leste
são indicados com E (do inglês east), enquanto que os pontos no lado oeste são
indicados com W (do inglês west).

Assim sendo, fica claro que a localização exata de um determinado ponto na


Terra depende do cruzamento das informações de latitude e longitude. Por fim, resta
frisar que as medições de distâncias são dadas em graus.

Como exemplo, digite 34 05 55.24 N 139 30 54.68 E no campo “Fly To” do


Google Earth (não digite símbolos como º e ", informe apenas números).

O uso do google earth é uma realidade me algumas escolas do ensino médio


de São Paulo, no entanto, existem inúmeras maneiras de trabalhar a geografia há
inúmeros recursos gráficos que podem ser adquiridos com mais facilidade como:
mapas, croquis, recorte de revista com paisagem de lugares, propaganda de planta
de apartamentos, recorte de jornais mostrando imagens aéreas. Estes diferentes
recursos não podem ser usados só como mera ilustrações, mas devem auxiliar a
pesquisa geográfica, a reflexão crítica sobre o uso e a produção do espaço.

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UNIDADE 12: TRABALHO COM MAPAS

Em pesquisa realizada por Guerrero (2004), junto aos professores de ensino


médio e fundamental foi proposto atividades com mapas em escalas diversas para
que fosse possível relacionar conceitos geográficos, aspectos da dinâmica natural e
sócio espacial no estudo de temas presentes na Geografia de sala de aula. Foram
utilizados como materiais: Cartas topográficas 1:10.000 (do bairro Campo Limpo), 1:
50.000 ( de Osasco e São Paulo), mapas da região metropolitana de São Paulo em
escala 1:100.000, mapas temáticos em escala 1:500.000 , papel de seda, lápis
preto, lápis de cor, papel sulfite, borracha apontador, durex.

As cartas topográficas 1:10.000 e 1:50:000, foram utilizadas para uma leitura


em escala média. A atividade teve por fim exercícios de localização de objetos
conhecidos (referências geográficas), reconhecimento de elementos representados
(ruas, avenidas, rios...), símbolos utilizados na representação cartográfica em escala
média. Foi realizada a articulação de informações cartográficas para análise
geográfica. ( ex: O clima em tal localidade, a densidade demográfica, a distribuição
de renda...), elaborou-se legenda para esboço geológico, hipsométrico17, foi feita a
confecção de croquis síntese além de texto explicativo da metodologia utilizada nos
croquis.

Uma outra atividade realizada pela mesma pesquisadora consistiu em


oferecer aos estudantes uma cópia reprográfica de carta topográfica 1:100.000
com alguns elementos faltantes. Os procedimentos da atividade pedida foram
detalhados:

-colocar fonte no documento

- colocar o norte geográfico na cópia da carta,

-dividir as folhas em quadrículas, numerar quadrículas de 1-6,

- identificar os elementos representados no mapa e anotá-los numa folha a parte

- iluminar os elementos descritos com respectivas cores (azul: hidrografia, vermelho:


sistema viário, verde: curvas de nível equivalentes a 750m, laranja: pontos de referência
conhecidos).

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A orientação sucinta dos procedimentos é um elemento essencial na prática


de ensino, neste caso norteou a atividade prática dando elementos para apropriação
do conhecimento pelos sujeitos do aprendizado. A construção do conhecimento pelo
educando é o que concretiza a prática construtivista.

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UNIDADE 13: ESTUDO DO MEIO E INTERDISCIPLINARIDADE

A importância da atividade do trabalho de campo em Geografia é presente


desde seu nascimento com as expedições, percorrendo as mudanças no
pensamento continuando presente na Geografia moderna.

No ensino médio e fundamental ele se estabelece como uma prática do estudo do


meio, que segundo Pontushcka (1994) é definido como uma prática interdiciplinar,
onde é objetivado o desenvolvimento de valores e habilidades, que possibilitam o
educando a pensar e agir em sua realidade espacial. Apesar do reconhecimento da
importância deste trabalho para educadores e geógrafos, reconhecemos que:

“Essa atividade vem percorrendo os caminhos da Geografia sem que a


maioria dos autores busque um aprofundamento no debate teórico sobre
as técnicas propriamente ditas e ao método a que estão vinculadas. De
forma geral este tema tem passado tangente nas discussões sobre
metodologia científica em geral. As técnicas propriamente ditas são
abordadas sob aspectos relativos aos procedimentos de execução.
Raramente são analisados sob aspectos ideológicos e epistemológicos
dos procedimentos adotados.” (SANSOLO, 1996:41)

Outro ponto muito importante é a vivência lúdica proporcionada pelo estudo


do meio, especificamente a saída ao campo. Nesta prática, mediada pelos
lugares e situações que surgem ao longo do trabalho pode-se considerar que de
alguma forma há uma unidade entre a racionalidade a subjetividade. A
oportunidade de vivência em grupo, a observação da realidade como forma de
aprendizado proporciona um momento de apreensão do real de forma criativa,
numa interpretação individual do que é apresentado em atividades coletivas.

A avaliação do contexto social no qual surge a necessidade de justificação


teórica do estudo do meio em escolas do ensino médio e fundamental é de
extrema importância para entendermos as componentes ideológicas que
envolvem uma prática educacional. O processo de socialização na sociedade
moderna implica na reflexão sobre as mudanças provocadas com a implantação
dos aparatos tecnológicos em nossas vidas, assim como o predomínio da forma
mercadoria potencializada.

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Para as crianças as mudanças causadas pela adoção das “políticas de


modernização” mostram-se no cotidiano, ou melhor, mascaram-se. Muitas vezes
crianças estão reclusas em suas casas pela realidade violenta ou pela ideologia
do medo e da violência cotidiana, É importante reconhecer o afastamento de
muitas crianças da oportunidade de vivência dos espaços públicos: perde-se o
espaço da rua, o espaço da brincadeira, obrigadas a manter-se muito mais tempo
ocupando-se da televisão ou de jogos eletrônicos, reduzindo a prática do diálogo
e do contato com o outro. Este processo de socialização se diferencia
dependendo da classe social e da família conforme sua formação, seus valores.
Mas de uma forma geral atinge parte da população inserida na escola.

Deste modo, o estudo do meio, pode ser uma forma de valorizar a vivência
dos lugares, uma apropriação diferenciada do espaço, rompendo as formas de
utilização cotidiana do lugar visitado, além disso, apresentando novos lugares e
suas diferentes formas de uso. Nesta prática, inspirada no flâneur do poeta
Baudelaire, nas expedições geográficas, a observação de campo redefine-se:
muda-se o olhar, o contexto histórico, as condições sociais. Os estudos do meio
reaparecem como possibilidade de proporcionar uma reflexão sobre a
experiência18, eleva-se a um patamar de importância singular, merecendo um
lugar específico na criação de uma prática pedagógica.

Nos PCN’s também compartilham da importância da prática do estudo do


meio:

“Saídas com os alunos em excursões ou passeios didáticos são


fundamentais para ensiná-los a observar a paisagem. A observação
permite explicações sem necessidade de longos discursos. Além disso,
estar diante do objeto de estudo é muito mais cativante e prazeroso no
processo de aprendizagem. O trabalho com estudos do meio envolve
outros aprendizados fundamentais na leitura da paisagem, tais como
aprender os procedimentos de pesquisa, desenvolver ou criar projetos
de estudo.
O projeto, enquanto atividade de estudo e busca de novos
conhecimentos, pode ser definido antes do estudo do meio pelo
professor de Geografia ou em conjunto com outras disciplinas. Neste o
professor definirá: os objetivos do estudo do meio, a escolha do lugar e
os fenômenos a serem estudados pelos alunos, os métodos e por fim os
objetivos.”(p.35)

A escola de Aplicação da Faculdade de Educação da Universidade de São


Paulo, a FEUSP, realiza todos os semestres atividades de campo (estudo do

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meio) programadas com os alunos a partir da sétima série. Dentre os


procedimentos adotados, está o roteiro de trabalho que os alunos deverão seguir
uma espécie de guia elaborado por professores das diversas áreas:

 Português e História: com a escolha de textos literários que ajudam a


entender a paisagens, contextos históricos, épocas e também a elaboração
de textos pelos alunos relatando a experiência vivida.

 Geografia: com atividades relacionando um mapa da cidade com um local


observado, exercícios de localização cartográfica, como o desenho de
trajetos percorridos e locais visitados.

 Ciências: com atividades analisando a relação do meio físico e as


diferentes formas de vida animais e vegetais.

 E atividades gerais: como entrevistas com moradores da cidade com


perguntas pré-definidas pelos professores. Há também atividades em
grupo e que seguirá o mesmo durante todo o estudo do meio.

Ao longo do estudo do meio os alunos realizam os exercícios simples


presentes no guia, o que exigirá do aluno atenção ao longo de toda viagem. No
final do estudo do meio, os alunos terão como resultado uma espécie de
documento histórico sobre a formação territorial do lugar visitado feitos por eles e
que pode ser objeto de avaliação do professor.

O trabalho com projetos como o “estudo do meio” permite tanto o


aprofundamento de determinadas temáticas, conforme as realidades de cada
lugar, como maior flexibilidade no planejamento do professor.

A compreensão e estudo da paisagem rural e urbana se tornam muito mais


ricas se realizados trabalhos de campo para sítios ou fazendas colocando os
alunos em contato com o solo, o clima, a vegetação, a organização da produção,
conhecendo de perto o produtor rural seu trabalho e forma de vida. Desta forma a
aprendizagem se torna um momento de prazer e a Geografia uma forma de
motivação do aluno.

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O físico austríaco Frijof Capra desenvolveu um centro de alfabetização


ecológica, no qual desenvolve uma educação voltada para a natureza, através de
projetos interdisciplinares, colocando as crianças em ambientes abertos, para que
compreendam como se organizam as redes vivas que dão suporte à vida em todo
o planeta. Para explicar o processo que denominou, alfabetização ecológica,
Capra explica o projeto baseado na jardinagem e culinária com os alimentos
cultivados:

"A jardinagem integra e dá vida a todas as atividades da escola. Uma das


características básicas da vida é que a energia flui através dos seres e dos ciclos
ecológicos. Onde se vê vida, se vê redes. Onde se vê redes vivas, se vê ciclos."

A prática da jardinagem e da culinária pelas crianças, as torna conscientes


de o quanto estão integradas nessa rede, ao vivenciarem o processo de plantio,
colheita, processamento dos alimentos, e a compostagem19 das sobras e
novamente o plantio, em um processo que não deixa restos. No jardim pode-se
acompanhar o processo de nascimento, amadurecimento, declínio e morte,
seguidos de um novo nascimento e outro ciclo. "Para as crianças, estar no jardim
é algo mágico. Você pode ensinar qualquer coisa, mas estar ali plantando,
colhendo e cozinhando fica em seus corações para toda a vida", diz Capra.

Avanços recentes das pesquisas científicas demonstram que o cérebro é


um sistema sensível, auto-adaptável e complexo, onde o corpo e a mente
interagem continuamente, explica Capra. O crescimento do cérebro é o
crescimento de um sistema complexo de redes neurais e o crescimento da
criança possibilita infinitas conexões nessa rede. Quais conexões se formarão e
os caminhos e funções desenvolvidas dependerão muito do ambiente da criança.
A rede neural modifica suas conexões conforme o ambiente, especialmente na
tenra idade.

A exposição precoce a um ambiente rico em experiências sensoriais, com


cores, sons, odores e texturas diversos, segundo Frijof Capra, terá efeitos
benéficos duradouros, enquanto a repressão disso significará um prejuízo ao
desenvolvimento. Além das experiências, ele apontou também a importância das
emoções, no processo. “As emoções sempre foram consideradas como separadas do

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pensamento. Mas recentemente os cientistas descobriram que a emoção e a conexão


das redes neurais interagem constantemente.” De acordo com ele, o que aprendemos
é, inclusive, organizado pelas emoções. Durante o desenvolvimento as células do
cérebro se agrupam para adquirir sincronia, em um processo onde as emoções
são essenciais. "Por isso, é crucial uma aprendizagem socialmente segura, pois
toda aprendizagem é fundamentalmente social, como já dizia Paulo Freire".

Um terceiro elemento que considera essencial para a aprendizagem, além


do ambiente sensorial rico e da segurança emocional: comunidades saudáveis.
"Isso sugere o desenvolvimento de um currículo integrado, no qual as diversas
disciplinas estão a serviço de um foco central", explicou, ressaltando a
importância da comunicação e da interação entre os diversos professores, pais e
alunos, formando uma rede que coopera na aprendizagem.

A sugestão do físico, para se atingir esse tipo de ensino é a aprendizagem


baseada em projetos. Essa aprendizagem baseia-se no envolvimento dos alunos
com o mundo real. Para Capra, a adoção desse novo tipo de ensino, integrando
os indivíduos com o meio ambiente, pode levar ao desenvolvimento de uma nova
geração que, consciente do seu papel e de sua integração na teia da vida,
busque alternativas para reverter o processo de degradação que vivenciamos
atualmente.

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UNIDADE 14: CONSIDERAÇÕES FINAIS

Procurou-se ao longo destas reflexões oferecer ao estudante uma síntese


de elementos importantes para o compreensão de metodologias de ensino de
Geografia abordando aspectos do ensino da cartografia, das categorias
fundamentais da geografia, instrumentos e procedimentos de trabalho.

Com a apresentação de exemplos práticos de ensino procurou-se fornecer


a visualização concreta dos conceitos utilizados em educação, principalmente no
que consiste na construção de situações de aprendizagem.

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REFERÊNCIAS

ALECRIM, Emerson. (01/02/2006) Como usar Google Earth. Disponível em:


<www.infowester.com.br>. Data de acesso: 10 de maio de 2007.

BACHELAR, G. A formação do espírito científico. Rio de janeiro: Contraponto,


1996.

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Ministério da Educação e Cultura.


Parâmetros Curriculares Nacionais: Geografia. Brasília. MEC/SEF, 1998.

BENJAMIN, W. Magia Técnica, Arte e Política. Ensaios sobre literatura e história


da cultura. Obras Escolhidas v. I, 4 ed. p. 115. São Paulo: Editora Brasiliense,
1995.

BITTENCOURT, C.M.F.; Kulcsar, R.; Nadai, E.; Pontuschka, N.N.;. O “estudo do


meio” como trabalho integrador das práticas de ensino. In: Boletim Paulista de
Geografia, n 70. São Paulo: AGB, 1994.

OLIVA, J.T. Ensino de geografia um retardo desnecessário. In: Carlos, A.F.A.


(org) A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999.

CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de


conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998.

SANSOLO, D.G. A Importância do Trabalho de Campo no ensino de Geografia e


para Educação Ambiental. São Paulo FFLCH, D.G. / USP. Dissertação de
mestrado, 1996.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 2 ed.


São Paulo: Hucitec, 1997.

SIMIELI, Maria E. R. Cartografia no ensino fundamental e médio. In: Carlos, A.F.


(org) A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999.

COUTO, M.A.C. Pensar por conceitos geográficos. In: Castelar, S.M.(org)


Educação geográfica teoria e práticas docentes. São Paulo: Contexto, 2005.

GUERRERO, A.L.A. Contribuições da teoria da atividade para a formação


continuada de professores de Geografia. In: Castelar, S.M.(org) Educação
geográfica teoria e práticas docentes. São Paulo: Contexto, 2005.

LENCIONI, S. Região e Geografia. A noção de região no pensamento geográfico.


In: Carlos, A.F.(org). Novos caminhos da Geografia. São Paulo: Contexto, 1999.

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PONTUSCHKA, N.N. A Geografia: pesquisa e ensino. In: Carlos, A.F.(org). Novos


caminhos da Geografia. São Paulo: Contexto, 1999.

VESENTINI, José W. O ensino de geografia no século XXI. Caderno Prudentino


de Geografia n 17. Presidente prudente: AGB, jul. 1995.

Bibliografia sugerida:

ANGELO FURLAN, S., NUCCI, J. Conservação de florestas tropicais: pensar e


utilizar com responsabilidade nossas florestas. São Paulo: Atual, 1998.
CASTELAR, S.M.(org) Educação geográfica teoria e práticas docentes. São
Paulo: Contexto, 2005.
MARTINELI, M. Gráficos e mapas: construa-os você mesmo. São Paulo:
Moderna, 1998.
SACHS, I. (org.) Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia das letras,
2001.
VESENTINI, José W.(org.) Ensino de geografia no século XXI. São Paulo:
Papirus, 2005.

1
Pode-se definir cultura, de modo geral, como um sistema unicamente humano de hábitos e costumes
adquiridos extra-somaticamente mantida e vinculada por uma sociedade.
2
Estado é definido pelo historiador Francisco Iglesias como corpo de normas que agem em nome do grupo e
do indivíduo é responsável pelo indivíduo, representando-o, seja para protegê-lo ou puni-lo.
3
A novidade de La Blache foi criar a teoria do possibilismo geográfico em oposição a teoria do determinismo
Geográfico. O Possibilismo refere-se a possibilidade, a vontade que pode existir no homem de dominar o
meio, o espaço que vive. Considera possível a existência de duas culturas diferentes em um mesmo meio,
contestando o determinismo na etnografia que defendia influência recíproca entre homem e meio.
4
Os Cartéis são grupos de empresas que dominam certos mercados (ex:automóveis) estabelecem acordos
para restringir a competição, aumentar a margem de lucro controlando o preço sobre o mercado de
determinado território.
5
Esta teoria separa radicalmente ciência e ideologia buscando a falácia do saber neutro. O teórico desta
abordagem, Manheim (1891-1947) defende o desenvolvimento do saber universitário acima dos embates
ideológicos e das contradições sociais. Segundo ele, só assim seria produzido um saber capaz de estar a
serviço da sociedade e da solução de seus problemas.

6
O dualismo está presente na utilização de análises de relações de oposição como: capitalismo x socialismo
e desenvolvidos x subdesenvolvidos.
7
O proletarização é processo de aumento do número de operários, trabalhadores urbanos assalariados.
8
“ A fenomenologia prioriza a percepção e entende que qualquer ideia prévia que se tenha da natureza dos
objetos deve ser abolida. (...) Ela chama a atenção para o fato de que é por intermédio do vivido que o
indivíduo se põe em contato com o mundo dos objetos exteriores. Por isso, a compreensão racional do vivido,
com sua dimensão subjetiva, distante do mundo objetivo, e abstrato da ciência, é que se alcança a essência
dos objetos tal como eles se apresentam na consciência” ( Lencioni, 1999, p.193).

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58

9
Um exemplo é a rede de transportes, rodovias, ferrovias, e hoje há também as redes de informação pela
internet.
10
O Euro, é uma moeda criada pela União Européia, um acordo com objetivos de desenvolvimento
econômico e político do continente Europeu. Entretanto, os países mais desenvolvidos deste grupo é que
impõe as regras para selecionar os países ingressantes.
11
Download, é o procedimento usado na informática para designar o ato de importar um documento (visual,
sonoro, escrito) disponível uma página na internet para o computador do usuário.
12
Signos podem ser entendidos como representação de um significado, por exemplo: a palavra, símbolos,
figuras e formas.
13
Uso antrópico é o uso pelo ser humano.
14
O site da internet é : www.google.com.br
15
O earth google está disponível grátis para download em alguns sites da internet, como sugestão;
www.superdownloads.com.br
16
As imagens são obtidas por satélites e, de acordo com o Google, podem ter até 3 anos de existência. Além
disso, a maioria das regiões não possui imagens muito definidas. Isso só ocorre, geralmente, em grandes
centros urbanos ou em áreas consideradas mais importantes.
17
Mapa hipsométrico determina a altitude da terra, com referência ao nível do mar.
18
A reflexão sobre o conceito de experiência aqui tenta resgatar o conceito de experiência no sentido
utilizado nas obras de Walter Benjamim: “Uma nova forma de miséria surgiu com esse monstruoso
desenvolvimento da técnica, sobrepondo-se ao homem.(...) Aqui se revela, com toda clareza, que nossa
pobreza de experiências é apenas uma parte da grande pobreza que recebeu novamente um rosto, nítido e
preciso como o do mendigo medieval. Pois qual é o valor de todo o nosso patrimônio cultural, se a
experiência não mais a vincula à nós?” Experiência e pobreza –1933 ( Magia Técnica Arte e Política, Obras
Escolhidas 4 ed. pág. 115)
19
Compostagem é o processo de aproveitamento dos resíduos orgânicos através da decomposição que o
transforma em terra.

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