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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU


INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

TDAH E O ENSINO DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: O


DESAFIO DE CONVIVER COM ALUNOS COM DÉFICIT DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE NUMA SALA DE INGLÊS NO ENSINO FUNDAMENTAL I

Por: Aline da Silva Paes Pereira

Orientador
Prof. Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro
2009
2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES


PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

TDAH E O ENSINO DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: O


DESAFIO DE CONVIVER COM ALUNOS COM DÉFICIT DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE NUMA SALA DE INGLÊS NO ENSINO FUNDAMENTAL I

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do


Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Psicopedagogia
Por: Aline da Silva Paes Pereira
3

AGRADECIMENTOS

A todos os familiares, professores e


amigos que contribuíram de alguma
forma a confecção deste trabalho.
4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu amado


marido pela compreensão, apoio e
carinho ao longo desta jornada. Também
aos meus pais e irmã pelo constante
amor e interesse.
5

RESUMO

O presente trabalho aborda as principais dificuldades em trabalhar com


alunos com TDAH numa sala de aula de inglês. Aponta que é realmente um
desafio conviver com alunos com transtorno do déficit de atenção com
hiperatividade numa sala de inglês no Ensino Fundamental I. As aulas de
inglês são hoje repletas de atividades dinâmicas, com uso do lúdico e outras
estratégias, que buscam a construção do conhecimento através de distintas
metodologias. Por ser um ambiente altamente dinâmico, há freqüentemente a
dificuldade em lidar com um aluno que seja portador de TDAH. Como o
professor de inglês como língua estrangeira pode lidar com um aluno com
TDAH é o foco deste trabalho. Após uma reflexão do panorama atual do
ensino de inglês como língua estrangeira, são tecidas considerações sobre o
transtorno em si para que sejam apontadas as principais dificuldades e as
melhores sugestões para trabalhar com este tipo de aluno. O presente
trabalho apresenta uma reflexão sobre como os profissionais que atuam no
ensino de inglês como língua estrangeira no Ensino Fundamental I podem lidar
com alunos com TDAH em suas salas de aula. São verificadas, portanto, quais
são as melhores estratégias a serem aplicadas com crianças com TDAH neste
contexto.
6

METODOLOGIA

As idéias para o desenvolvimento deste estudo partiram principalmente


de pesquisa bibliográfica e sites relacionados ao ensino de inglês como língua
estrangeira e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com hiperatividade).
Foram também utilizados artigos de revistas especializadas em educação e
anotações de aulas do curso de Psicopedagogia.
7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Ensino de Inglês como língua estrangeira 10

CAPÍTULO II - TDAH 20

CAPÍTULO III – Como trabalhar com alunos com TDAH


na aula de inglês? 31

CONCLUSÃO 39

ANEXO 40

BIBLIOGRAFIA 43

WEBGRAFIA 44

ÍNDICE 45

FOLHA DE AVALIAÇÃO 47
8

INTRODUÇÃO

A educação é sem dúvidas um dos temas mais discutidos na sociedade


brasileira. É um assunto amplamente estudado e pesquisado, porém,
infelizmente, esta “popularidade” não acontece pelo grande sucesso do nosso
sistema educacional. Este destaque se faz, geralmente, negativamente, pelos
grandes problemas que habitam nossas salas de aulas e corredores escolares.
Por isso, pensar a educação, mais do que nunca, apesar de recorrência do
assunto, se faz essencial.

Existem diferentes tipos de problemas que alunos e profissionais de


educação enfrentam dia-a-dia dependendo do contexto em que estão
inseridos. É claro que há grandes diferenças de escola para escola,
dependendo de vários fatores tais como: o tipo de instituição (se é uma
instituição pública ou privada), a sua localidade, a série, etc.

Movendo o foco da escola e passando ao aluno, há também diferentes


tipos de dificuldades que atingem nosso alunado, muitas dificuldades, tanto de
natureza interna quanto externa: financeiras, familiares, físicas, emocionais,
etc.

Neste trabalho o contexto a ser focado é o de ensino de inglês como


língua estrangeira no Ensino Fundamental I. Primeiramente será apresentado
um panorama de como está o ensino desta disciplina, o que vem sendo feito e
pensado em relação ao ensino da língua inglesa como língua estrangeira: as
tendências, as principais dificuldades, a realidade.

Num segundo momento, o foco será uma das muitas dificuldades que
nossos alunos estão sujeitos a enfrentar: o TDAH (Transtorno de Déficit de
Atenção com Hiperatividade). O que é, quais são seus sintomas,causas,
tratamento.

E tal como num tecido, onde as linhas são entrelaçadas, os dois pontos
anteriormente serão relacionados levantando a seguinte questão. Como
9

trabalhar com alunos com TDAH na aula de inglês? Como o professor formado
em letras pode lidar com os problemas que podem surgir ao ter alunos com
este transtorno? O que pode ser feito para tentar superar os prováveis
obstáculos?
10

CAPÍTULO I

ENSINO DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA

É inquestionável o fato de que a Língua Inglesa ocupa hoje uma posição


destacada em relação às outras línguas do mundo. Porém, ao fazermos uma
viagem pelo tempo, vemos que a Língua Inglesa não é a pioneira. Esta posição
já foi ocupada por outras línguas ao longo da história mundial. Línguas tais
como o Latim, o Francês e até mesmo a nossa língua, o Português. Conforme
vemos no site www.portatilmagalhães.com:

“O inglês conseguiu o estato de ser invariavelmente


a alternativa à língua de origem de qualquer país, depois
de há décadas atrás, o Francês estar à frente nessa
corrida, ou mesmo o Português e o Castelhano terem
sido artistas primários da globalização... “(s/p)

A língua inglesa é hoje uma das línguas mais aprendidas no mundo por
não-nativos, ou seja, por pessoas que não nasceram em países cuja língua
materna é o inglês. É a língua de comunicação entre pessoas de diferentes
nacionalidades em diferentes contextos. Contextos variados como, por
exemplo, a internet. Um outro bom exemplo é o seu uso em eventos que
recebem pessoas de diferentes lugares do mundo tais como seminários e
congressos internacionais. Esta importância é ressaltada ainda no mesmo
artigo da internet no site wwwportatailmagalhães.com:

“Actualmente, é de uma importância extrema o


domínio escrito e falado da Língua Inglesa. O inglês
constitui, embora formalmente assim não seja enunciado
como tal, o idioma universal, aquele que qualquer um, em
qualquer parte do mundo, deverá dominar, se quiser ter
sucesso nesta era de globalização.” (s/p)
11

Sabe-se que esta posição de prestígio não está sendo ocupada hoje por
uma mera fatalidade. Há motivos para tal, e não são razões lingüísticas, mas
sim, políticas, sociais, históricas. Para entender o porquê desta situação há
dois pontos primordiais a serem considerados neste caso. Primeiramente, a
língua inglesa está hoje nesta posição, graças ao papel que os Estados Unidos
vêm desempenhando no cenário mundial nas últimas décadas. Vale lembrar a
importância da Segunda Guerra Mundial para entender o momento presente.
O porquê dos Estados Unidos estarem nesta posição, como chegaram aqui,
entre outras questões, apesar de extremamente importantes e interessantes,
não serão discutidas neste trabalho afinal, este não é o foco. Há também, um
outro aspecto importante que não pode deixar de lado, que é a globalização.
Esta também é inquestionavelmente uma das razões do inglês estar nesta
posição.

No artigo da internet O que é globalização? no site www.


portaldafamilia.org.br, José Ramos coloca que:

“Globalização é um processo, e um processo que


ocorre no tempo. A origem etimológica lembra globo.
Globalização seria um processo de integração global, ou
seja, dos habitantes do planeta terra que habitamos. (...)
A comunicação, por sua vez, exige um meio de
comunicação. No caso humano é a linguagem. As línguas
favorecem o relacionamento entre as pessoas e servem
para estabelecer elos. (...) Por isso uma língua universal
permite a integração. É o papel que o inglês está
desempenhando no mundo moderno.” (s/p)

A questão da globalização, da existência de uma língua que permita o


desenvolvimento deste processo, estas e outras questões decorrentes estão
sem dúvidas ligadas a nossa vida de alguma forma. Envolve o âmbito familiar,
profissional, político, e a educação não poderia, portanto, deixar de sofrer
influências.
12

Há alguns anos atrás muitas escolas ensinavam aos seus alunos


línguas estrangeiras diferentes das oferecidas hoje, principalmente latim e
francês. E hoje? O inglês e o espanhol ocupam seus lugares.

As escolas atualmente oferecem aos seus estudantes pelo menos uma


língua estrangeira: inglês, espanhol ou francês, pois já faz parte do currículo
segundo a lei, para as instituições de ensino com classes de ensino
fundamental II e ensino médio. E nas instituições que oferecem o ensino
fundamental I, ou seja, do 1o ano 5o ano? A língua estrangeira é oferecida? É
matéria obrigatória?

1.1- Ensino Fundamental I – O que diz a lei?

Segundo a lei 9394 de 1996, no trecho que tece considerações sobre o


Ensino Fundamental I, os currículos devem ser definidos pela comunidade
escolar tendo como guia o seguinte preceito:

Art 26. Os currículos no ensino fundamental e médio


devem ter uma base nacional comum, a ser
complementada, em cada sistema de ensino e
estabelecimento escolar, por uma parte diversificada,
exigida pelas características regionais e locais da
sociedade, da cultura, da economia e da clientela.

Este artigo mostra como é importante hoje a idéia de adaptação do


ensino à realidade do aluno defendida por muitos estudiosos da área da
educação como, por exemplo, Paulo Freire. É fundamental que a escola atual
prepare seus alunos para o mundo real e não para o ideal. O Brasil é um país
de dimensões continentais e esta geografia favorece a diversidade. É preciso
considerar estas questões ao organizar os currículos das escolas. Um bom
exemplo seria pensar em uma escola que estivesse localizada próxima a uma
13

fronteira com qualquer um dos nossos países vizinhos. Sabe-se que o


espanhol é a língua materna em todos eles. Para estes alunos o que seria
mais útil? O que seria mais coerente e voltado para a sua realidade? Aprender
inglês, francês ou espanhol como língua estrangeira?

Ainda considerando o que está previsto pela lei, temos o quinto


parágrafo do artigo 26, que prevê o seguinte:

Na parte diversificada do currículo será incluído,


obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de
pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja
escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das
possibilidades da instituição.

Portanto, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, o


ensino de uma língua estrangeira é apenas obrigatório a partir da quinta série
(atual 6° ano). Porém, muitas escolas oferecem principalmente o inglês antes
do 6o ano, pois entendem a importância de saber esta língua hoje, e o fazem
também para que as crianças tenham mais facilidade quando começarem a ter
a língua estrangeira como matéria obrigatória, ou seja, para evitar qualquer
dificuldade em assimilar uma nova língua.

Por não ser uma matéria obrigatória no ensino fundamental I, há


algumas dificuldades que são enfrentadas pelos professores que a ministram
neste segmento. Primeiramente sabe-se que pouco tempo é reservado para
estas aulas. Em geral, as escolas separam um tempo de aula, que varia de
acordo com a instituição, mas que em média, tem entre 40 a 50 minutos. Como
o professor pode trabalhar com estes alunos neste curto período de tempo
tendo que fazer controle da presença dos alunos, fazer a correção do livro ou
pelo menos a verificação dos livros e/ou cadernos em tão pouco tempo? E a
quantidade de alunos? Será que é possível realizar um bom trabalho de ensino
de língua estrangeira em turmas com mais de 30 crianças?
14

É possível levar esta reflexão ainda mais além. Pensando neste cenário,
qual ou quais são seus objetivos? Qual é a meta a ser alcançada? Qual seria o
melhor método? A seguir encontraremos algumas respostas para estas
questões e outras.

1.2 - Tendências pedagógicas no ensino da língua


estrangeira no Ensino Fundamental I

Uma tendência atual na área da educação é a questão da significação.


Acredita-se hoje que para que ocorra uma aprendizagem bem sucedida é
preciso que o conteúdo ensinado seja importante para a vida do indivíduo que
o aprende. E mais ainda, que dentro do possível, este processo de
aprendizagem seja gratificante, prazeroso.

Seguindo esta linha de pensamento, muito do que era pregado pelas


pedagogias tradicionais, não é mais utilizado nas salas de aula. Novas
maneiras de ensinar foram e ainda vem sendo pensadas, novos métodos,
abordagens, novas estratégias para que o processo de ensino-aprendizagem
seja o mais bem sucedido possível.

Na área de ensino de inglês como língua estrangeira, a tendência atual


é a abordagem comunicativa. Esta abordagem é reflexo do pensamento de
que a aprendizagem deve estar mais vinculada a realidade do aprendente.
Deve haver mais significado do que forma.

A seguir algumas considerações sobre a origem desta abordagem:

“A abordagem comunicativa então, inspirada pela


nova teoria lingüística do norte-americano Noam
Chomsky e pelas novas teorias de psicologia cognitiva de
Piaget e Chomsky, e motivada pela crescente demanda
de métodos de ensino de línguas mais eficazes, (...)
(www.sk.com acessado em 21/ 06 /2009)
15

Na abordagem comunicativa, segundo Schütz (2007) “a aquisição


requer interação significativa na língua alvo – comunicação natural-” (s/p)

Considerando, portanto, a visão de que a aprendizagem deva ser


significativa, como trabalhar com as crianças do ensino fundamental I? Como
trazer para a realidade do aluno uma língua estrangeira de países distantes?
Como tornar a aula de inglês prazerosa e proveitosa? Acredita-se que uma das
respostas para esta questão esteja na utilização do lúdico como metodologia
de ensino.

Mas o que é o lúdico? Em poucas palavras, o lúdico é uma maneira de


ensinar, desenvolver a criatividade, adquirir novos conhecimentos, ou seja,
aprender através de atividades prazerosas, significativas para os alunos. As
atividades lúdicas são atividades que envolvem jogos, música, vídeos e hoje,
até diferentes formas de tecnologia, tais como a internet, determinados
aparelhos como ipods e até mesmo quadros interativos.

Alguns exemplos de atividades comumente usadas nas aulas de língua


estrangeira no Ensino Fundamental I são jogos tais como forca, batata-quente,
jogo da velha, etc. Há também atividades que são mais interessantes de serem
realizadas fora da sala de aula, tais como amarelinha, corrida, galinha choca,
etc.

Alguns grandes pensadores da educação já discursaram sobre a


temática do lúdico na educação. A seguir uma consideração feita por Vygotsky
sobre a importância da brincadeira na vida da criança. As maiores aquisições
de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro
tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade. (Vygotsky, 1989)

Além de Vygotsky, outros pesquisadores que estudaram a criança


também teceram comentários sobre o uso do lúdico. Segundo Piaget (1998), a
atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança,
sendo por isso, indispensável à prática educativa.
16

O lúdico aproxima o idioma da realidade das crianças, familiariza e


aumenta as condições de aprender a língua estrangeira. Através destas
atividades, os alunos conseguem absorver os conteúdos abordados com maior
facilidade. Em geral, os alunos conseguem memorizar as informações mais
rapidamente e as aulas são, sem dúvidas, muito mais agradáveis, tanto para
os alunos como também para os professores.

Infelizmente há uma grande distância entre a teoria e a prática. Com


certeza utilizar o lúdico é eficaz e muito proveitoso, porém há ainda muitas
dificuldades para trazer para a sala de aula todas estas idéias preciosas. A
seguir, serão abordadas quais são as principais dificuldades encontradas pelo
profissional que ensina a língua inglesa como língua estrangeira no ensino
fundamental I, ou seja, nos anos iniciais do ensino fundamental.

1.3 - Dificuldades do dia-a-dia

Nem sempre é tão fácil aplicar a teoria à prática. No dia-a-dia, há


dificuldades que impedem que determinadas idéias sejam aplicadas à
realidade. São obstáculos que variam muito também de acordo com o
ambiente escolar no qual professor e alunos estão inseridos. De acordo com a
escola e sua direção, alguns dos problemas considerados aqui ocorrem ou
não. Vale ressaltar que a realidade brasileira da educação é extremamente
heterogenia, logo, é preciso pensar em diferentes contextos.

Um dos grandes problemas que vem assolando as escolas de ensino


fundamental I é a quantidade de alunos numa mesma classe. Muitas vezes
estes números estão muito além do que é o recomendado, ou até mesmo do
que é permitido pela lei. Por questões financeiras, algumas instituições
matriculam muitos alunos numa mesma classe, quando em algumas situações
o correto seria ter duas turmas pequenas ou médias, ao invés de uma turma
lotada. Uma evidência de que este é um problema que atinge nossas
escolas é a existência de um projeto de lei criado pelo deputado Jorginho
17

Maluly que está tramitando na Câmara e propõem um número máximo de


alunos por sala de aula. Segundo o artigo de Newton Araujo Jr. no site da
Câmara dos deputados:

“De acordo com a proposta, esse número não


ultrapassará 25 alunos na educação infantil e nos quatro
anos iniciais do ensino fundamental, e 35 alunos nos
quatro anos finais do ensino fundamental e no ensino
médio.

O projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases da


Educação (LDB – Lei 9.394/96), que atualmente deixa a
cargo do respectivo sistema de ensino estabelecer o
número máximo de alunos em sala de aula, observando
as condições disponíveis e as características regionais e
locais onde se encontra o estabelecimento de ensino.”
(s/p)

A quantidade elevada de alunos é um problema, pois, é difícil realizar


determinadas atividades lúdicas com um número muito grande de crianças,
seja pela questão de atingir o objetivo lingüístico, como também, pelo lado da
disciplina. Nem todos os alunos tem a oportunidade de praticar e dependendo
da turma, fica muito difícil para o professor ter o mesmo domínio sobre os
alunos.

Uma outra questão que dificulta trabalhar com o lúdico é a falta de infra-
estrutura para a realização de determinadas atividades. Sabemos que nosso
país é muito diversificado e não há a mesma estrutura em todos os lugares.
Não que trabalhar com o lúdico exija grandes materiais, mas sabemos que
muitas vezes há a falta de recursos simples. Alguns exemplos de material para
este trabalho com o lúdico seriam: aparelho de som, bola, televisão, vídeo
cassete ou DVD, espaço externo como um pátio ou quadra, fotocópias.
Infelizmente nem todas as escolas disponibilizam este material ao professor.
Porém, quando o profissional está realmente empenhado em seguir esta linha,
ele tende a buscar maneiras alternativas de realizar seu trabalho. Por exemplo,
se não há aparelho de som disponível na escola, o professor pode
18

simplesmente cantar a música. Ou até mesmo se falta algum material é


possível utilizar material reciclável. Certamente os objetivos serão também
alcançados apesar das dificuldades.

Mas, os problemas não param por aqui. Há também outras questões.


Sabe-se hoje que muitos alunos apresentam dificuldade para aprender por
diversas razões. Há alunos que não conseguem acompanhar as aulas e/ou
apresentam resultados abaixo do esperado? Mas, quais são estes problemas
que prejudicam alguns de nossos alunos? Problemas que muitas vezes não só
dificultam como chegam até mesmo a impedir a aprendizagem.

1.4 - Alunos com dificuldades de aprendizagem

Como visto anteriormente são muitas as barreiras a serem superadas


para o sucesso dentro do ensino de inglês no ensino fundamental I. Dentre
elas, uma das mais difíceis deve ser a dificuldade em lidar com crianças com
problemas de aprendizagem.

Segundo Nery Neto no site www.dificuldadesdeaprendizagem.com “a


dificuldade de aprendizagem refere-se a um distúrbio que pode ser gerado por
uma série de problemas cognitivos, orgânicos ou emocionais, podendo afetar
qualquer área da aprendizagem.” (s/p)

Dentre os problemas mais comuns que afetam as principalmente as


crianças nas séries iniciais estão a dislexia, a dislalia, o autismo e o TDAH (
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade).

Logo, além de lidar com uma turma grande, de às vezes faltar material
para desenvolver algumas atividades, e lidar com diferentes problemas, o
professor ainda precisa estar atento às diferentes dificuldades de
aprendizagem que podem estar afetando seus alunos. Muitas vezes, a
dificuldade de aprender não é apenas não gostar da matéria, ou achá-la difícil,
19

algumas vezes esta dificuldade é causada por problemas complexos que


precisam ser cuidadosamente identificados, para que seja possível entender o
que se passa com o aluno e tentar, se possível, encontrar maneiras de ajudá-
lo para que a aprendizagem ocorra.

No próximo capítulo, o TDAH, Transtorno de Déficit de Atenção com


Hiperatividade, que é uma das mais estudadas dificuldades de aprendizagem,
será caracterizado para que possamos entender melhor como o professor de
língua estrangeira pode trabalhar com alunos que apresentam este tipo de
dificuldade.

Para termos a dimensão de que como este é uma questão


importantíssima, a seguir estão algumas considerações que estão no site
www.autistas.org.br/tdah feitas por Ronald Reeve que é Ph. D. e faz parte do
departamento de psicologia da universidade da Virginia nos Estados Unidos.

“Na idade escolar, crianças com TDAH apresentam


uma maior probabilidade de repetência, evasão escolar,
baixo rendimento acadêmico e dificuldades emocionais e
de relacionamento social. Supõe-se que os sintomas do
TDAH sejam catalisadores, tornando as crianças
vulneráveis ao fracasso nas duas áreas mais importantes
para um bom desenvolvimento - a escola e o
relacionamento com os colegas.” (s/p)
20

CAPÍTULO II

TDAH

Os problemas na educação brasileira vêm sendo muito discutidos nas


últimas décadas. Muitos estudiosos da área da Educação e de outras áreas
relacionadas vêm dedicando suas pesquisas e trabalhos a encontrar razões
para tantas reprovações e um número tão expressivo de evasão escolar.
Como muito bem comentou Jussara de Barros (2009) no site
www.brasilescola.com:

“A área da educação nem sempre é cercada


somente por sucessos e aprovações. Muitas vezes, no
decorrer do ensino, nos deparamos com problemas que
deixam os alunos paralisados diante do processo de
aprendizagem (...)” (s/p)

Nesta busca por explicações, percebeu-se que muitos alunos


apresentavam dificuldades de aprendizagem, ou seja, problemas de distintas
naturezas, internas e externas, que interferiam diretamente no desempenho
dos alunos na escola. Alunos que não conseguiam aprender ou apresentavam
desempenho muito aquém do ideal. No mesmo texto, Jussara de Barros
(2009) complementa que as dificuldades podem advir de fatores orgânicos ou
mesmo emocionais e é importante que sejam descobertos a fim de auxiliar o
desenvolvimento do processo educativo.

Muitos estudos foram realizados e ainda estão sendo desenvolvidos na


área das dificuldades de aprendizagem, também denominada Psicopedagogia.
Dentre estas “dificuldades” que interferem diretamente no processo de ensino-
aprendizagem, foram identificados alguns transtornos com diferentes sintomas
e com várias causas. Um dos transtornos identificados mais freqüentemente
nas crianças em idade escolar, principalmente na primeira infância, é o TDAH
– Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Em inglês, Attention-
deficit/hyperactivity disorder (AD/HD or ADHD).
21

1.1 - O que é TDAH?

TDAH é o transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. É um


dos transtornos mais bem estudados pela medicina. É também um dos
transtornos mais comuns no período infantil, mas que também pode ser
identificado em adultos. Ele é geralmente detectado no Ensino Fundamental I,
especialmente na classe de alfabetização, 1o ano ou até mesmo nos anos
seguintes.

Muitos estudiosos na área de neurobiologia, psicopedagogia e outras


áreas afins definem o TDAH de formas distintas. Segundo o site da ABDA,
Associação Brasileira do Déficit de Atenção, esta é a definição de TDAH:

“O Transtorno do Déficit de Atenção com


Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de
causas genéticas, que aparece na infância e
freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua
vida. Ele se caracteriza por sintomas de
desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é
chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de
Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD,
ADHD ou de AD/HD.”(www.tdah.org.br acessado em
14/06/2009)

É possível também definir o que é TDAH enfatizando suas causas como


foi feito por Renata Skalaski (2008) no artigo “Vilão Fantasma” na revista
Profissão Mestre:

“Em poucas palavras, o TDAH é um transtorno


neurobiológico com bases genéticas que resulta em
disfunções em alguns neurotransmissores, como a
dopamina e a noradrenalina, localizados no lobo frontal
do cérebro. Normalmente o transtorno se mostra durante
a primeira infância - antes dos sete anos de idade,
quando a criança inicia o processo de alfabetização.”
(p.24)
22

Segundo Oliver (2007) em sua obra sobre Distúrbios de aprendizagem e


de comportamento, o TDAH pode ser definido como um “transtorno
multifatorial associado a fatores ambientais e genéticos.”.(s/p)

Já Jussara de Barros(2009) no site www.brasilescola.com, apresenta a


seguintes definição de TDAH: “O Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade é um problema de ordem neurológica, que trás consigo sinais
evidentes de inquietude, desatenção, falta de concentração e impulsividade.”
(s/p)

Apesar de cada uma das definições apresentadas focarem um


determinado aspecto do transtorno, todas estas considerações tecidas são,
sem dúvida, complementares e permitem um melhor entendimento do se trata
este transtorno.

Através destas definições é possível compreender o que é o TDAH,


mas, como identificar o transtorno, como saber se um dos alunos que vem
apresentando problemas na escola pode ser diagnosticado como portador de
TDAH?

Para melhor compreender o TDAH, ao longo do capítulo serão


abordados os principais sintomas do transtorno, serão verificadas quais são
suas causas, será abordada a questão do diagnóstico e conseqüentemente as
formas de tratamento.

1.2 - Principais sintomas de um portador de TDAH

Os principais sintomas do TDAH são: a desatenção, a hiperatividade e a


impulsividade. Estes são os três sintomas principais que podem ocorrer em
diferentes graus e combinações em cada indivíduo.
23

É importante ressaltar a questão do grau dos sintomas, pois há a


tendência de achar que qualquer criança agitada é “hiperativa”. Porém, é
preciso considerar que há diferenças entre uma criança agitada não portadora
do transtorno e uma outra portadora. Muitas vezes uma criança apresenta
alguns sintomas, mas, não num grau e freqüência que a enquadre no
transtorno. A questão sobre o diagnóstico correto será retomada no item 1.4 –
Diagnóstico.

Para entender o transtorno é preciso saber que há uma classificação em


3 subtipos: desatento, hiperativo-impulsivo e o combinado. Segundo o site
www.tdah.org.br “Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e
impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos.” Esta informação é
dada pelo site porém não é justificada. Outro fato interessante que vale ser
destacado é que 65% das crianças com TDAH possuem o tipo combinado.
(Mattos,2008).

Ainda segundo Mattos (2008), para compreender cada subtipo, a seguir,


estão os principais sintomas de cada um deles:

1.2.1 - Sintomas de desatenção

Os sintomas mais freqüentes deste subtipo são:

− prestar pouca atenção a detalhes e cometer erros por falta de atenção;

− dificuldade de se concentrar tanto nas tarefas escolares quanto em


jogos e brincadeiras;

− parece estar prestando atenção e outras coisas numa conversa;

− dificuldade em seguir instruções até o fim ou deixar tarefas e deveres


sem terminar;

− dificuldade de se organizar para fazer algo ou planejar com


antecedência;

− relutância ou antipatia em relação a tarefas que exijam esforço mental


24

por muito tempo(tais como estudo ou leitura);

− perder objetos necessários para realizar as tarefas ou atividades do


dia-a-dia;

− distrair-se com muita facilidade com as coisas à sua volta ou mesmo


com os próprios pensamentos. É comum que os pais e professores se
queixem de que estas crianças parecem “sonhar acordadas”;

− Esquecer coisas que deveria fazer no dia-a-dia.

1.2.2 – Sintomas de hiperatividade e impulsividade

Neste subtipo os sintomas mais freqüentes são:

− ficar mexendo as mãos e pés quando sentado ou se mexer muito na


cadeira;

− dificuldade de permanecer sentado em situações em que isso é


esperado (sala de aula, mesa de jantar, etc.);

− correr ou escalar coisas, em situações nas quais isto é inapropriado


(em adolescentes e adultos pode se restringir a um sentir-se inquieto
por dentro;

− dificuldades para se manter em atividades de lazer (jogos ou


brincadeiras) em silêncio;

− parecer ser “elétrico” e a “mil por hora” ;

− falar demais;

− responder à perguntas antes mesmo destas serem concluídas. É


comum responder à pergunta sem ler até o final;

− não conseguir aguardar sua vez (nos jogos, na sala de aula, em filas,
etc;
25

− interromper as pessoas ou se meter nas conversas alheias.

No tipo combinado a criança vai apresentar algumas características de


cada um destes dois grupos apresentados.

É importante ressaltar que nem sempre a criança apresentará todos os


sintomas de um dos grupos, que um deles será predominante, ou seja, há a
forma predominantemente desatenta, predominantemente hiperativa/
compulsiva e a combinada.

Outro aspecto importante para que o professor possa entender o que é


TDAH é pesquisar suas causas. É preciso entender o que leva uma criança a
desenvolver estes determinados comportamentos, sintomas. O porquê do
transtorno. A seguir serão destacadas as causas do TDAH.

1.3 – As causas do TDAH

Muitos estudos já foram realizados e ainda estão sendo desenvolvidos


para melhor compreender as causas do TDAH. É importante relembrar que
este é um transtorno de ordem neurobiológica e de causa genética, como já
mencionado anteriormente.

O que ocorre na criança com TDAH é uma disfunção em alguns


neurotransmissores. O controle de liberação de dopamina e noradrenalina é
afetado. Estes neurotransmissores que são extremamente importantes estão
localizados na região do lobo frontal do cérebro.

Esta região conhecida como lobo frontal e suas conexões estão ligadas
a capacidades importantíssimas como exposto por Mattos(2008):

a) capacidade de manter a atenção;


26

b) capacidade de se estimular sozinho para fazer as coisas;

c) capacidade de manter essa estimulação sem “perder o gás” (sem


perder a energia e o interesse;

d) capacidade de fazer um planejamento, estabelecendo objetivos;

e) capacidade de verificar ao longo do tempo se os planos estão saindo


conforme o desejado e modifica-los se for o caso;

f) capacidade de “filtrar” as coisas que não interessam para aquilo que


se está fazendo no momento, sejam elas externas(ambiente), sejam
internas(pensamentos);

g) capacidade de controlar a movimentação corporal, aos atos motores;

h) capacidade de controlar impulsos;

i) capacidade de controlar as emoções e não permitir que elas


interfiram muito no que se está fazendo;

j) memória que depende da atenção.

Como mencionado antes, há ainda muitas pesquisas sendo


desenvolvidas para verificar se há outras possíveis causas para o TDAH. No
site da Associação Brasileira do Déficit de Atenção, são expostas causas que
foram investigadas tais como a hereditariedade, a ingestão de substâncias tais
como drogas durante a gravidez, o sofrimento fetal, exposição ao chumbo,
problemas familiares, e outras causas tais como a ingestão de corantes ou
deficiências, porém, “todas estas possíveis causas foram investigadas
cientificamente e foram desacreditadas.” (s/p)
27

1.4 – Diagnóstico

Quando há a suspeita de que uma criança seja portadora de TDAH,


devemos levar em consideração os sintomas anteriormente apresentados para
que se pense em qual dos subtipos a criança se enquadra.

Como já destacado neste capítulo é geralmente na primeira infância,


antes dos sete anos de idade, que é possível perceber mais claramente este
transtorno. Esta é fase em que a criança está geralmente cursando as séries
o o
inicias do Ensino Fundamental I (1 e 2 ano). Por isso, a professora é muitas
vezes quem percebe que a criança é portadora. Além disto, muitas vezes a
família apenas acha que a criança é muito agitada até mesmo por ignorância
da existência deste transtorno.

Uma das formas de fundamentar esta desconfiança, que é levantada


pela escola e/ou pela família, é o uso de um questionário chamado SNAP que
1
foi desenvolvido pela Associação Americana de Psiquiatria. O questionário
apresenta 18 comportamentos, ou seja, sintomas do transtorno. Se a criança
apresentar cerca de metade dos comportamentos com a intensidade “demais”,
é bastante provável que a criança em questão seja portadora. Porém, este
primeiro resultado deste questionário não é determinante para o diagnóstico.
Segundo as orientações do próprio questionário é preciso considerar além dos
sintomas relacionados, outros fatores tais como: se os sintomas estão
presentes antes dos sete anos de idades, se estes sintomas são apresentados
em pelos menos dois contextos diferentes dentre outros.

É importante saber que não é o professor o responsável pelo


diagnóstico, porém, ele pode fazer junto aos profissionais da escola um
encaminhamento mais seguro. Por isso é essencial que o profissional que está
em sala de aula, esteja ciente das possíveis dificuldades que seus alunos
possam apresentar para que possa ajudá-los com encaminhamentos corretos

1 Vide Anexo I
28

e fundamentados. Algumas escolas oferecem aos professores o suporte de um


psicopedagogo que é um profissional especialista nestes problemas, o que
facilita bastante este diagnóstico precoce, um encaminhamento adequado e
um futuro tratamento correto na escola.

O diagnóstico de um indivíduo portador de TDAH bem como de outros


problemas de aprendizagem deve ser feito por um profissional que atue na
área dos problemas de aprendizagem, tal como um psicopedagogo. No site da
Associação Brasileira de Déficit de Atenção há uma nota que destaca a
importância disto: “IMPORTANTE: Lembre-se que o diagnóstico definitivo só
pode ser fornecido por um profissional.”. Após um diagnóstico seguro e
“fechado” pode-se partir para a próxima etapa; o tratamento. Este será nosso
próximo capítulo sobre TDAH.

1.5 – Tratamento

Conforme bem colocado pela psicoterapeuta especialista em clínica e


educação Nazareth Ribeiro (2008) no artigo Vilão Fantasma, “o TDAH é um
transtorno que necessita de um tratamento globalizado, que envolva a família,
a escola e especialistas do assunto,...” (p.26)

Mattos (2008) aponta alguns aspectos importantes e complementares


do tratamento de uma criança (e também de adolescentes) diagnosticados
portadores de TDAH. Os principais pontos são:

- confirmação do diagnóstico e avaliação de outros diagnósticos


associados, o que pode exigir um tratamento diferente do modelo tradicional;

- A estimulação de conhecimento sobre o transtorno pelos pais, que eles


tenham acesso a material especializado sobre o transtorno e que conheçam
organizações ou sites ligadas ao TDAH;

- A utilização de medicação;
29

- Orientação aos responsáveis sobre a melhor forma de lidar com o


TDAH;

-Parceria com a escola, que pode ser feita através da troca de material
sobre o assunto ou até visitas do profissional à escola;

- Psicoterapia.

Outro ponto importante que deve ser estudado pelos profissionais


envolvidos no tratamento de uma criança com TDAH é a presença de
comobirdades, que são doenças ou outros problemas que surgem junto do
transtorno, tais como ansiedade, síndrome do pânico, baixa estima, podendo
chegar até a depressão. As comorbidades tendem a tornar tanto o diagnostico
como o tratamento mais difícil. No site www.vivasemdrogas.com.br há
considerações importantes sobre comobirdades:

O termo comorbidade é formado pelo prefixo latino


"cum", que significa contigüidade, correlação, companhia,
e pela palavra morbidade, originada de "morbus", que
designa estado patológico ou doença.
Assim, deve ser utilizado apenas para descrever a
coexistência de transtornos ou doenças, e não de
sintomas. É considerada tanto a presença de uma ou
mais distúrbios em adição à uma distúrbio primário,
quanto o efeito desses distúrbios adicionais.(s/p)

A questão do uso de medicação no tratamento é ainda muito discutida,


principalmente quando o indivíduo é uma criança. Em geral, algum
medicamento é utilizado concomitante a outros pontos do tratamento desde o
inicio ou pelo menos em alguma parte do tratamento. Existem alguns
medicamentos que são freqüentemente usados tais como Ritalina, Concerta e
Strattera. Cada medicação tem um tempo de duração de seus efeitos.

Um ponto a ser ressaltado em relação à psicoterapia, é que a Terapia


Cognitivo Comportamental é a mais indicada para o tratamento de TDAH.
30

Considerando as considerações tecidas, é claro que um diagnóstico


preciso e um tratamento adequado podem ajudar estas crianças a terem um
desenvolvimento bem sucedido ou pelo menos melhor no processo de
aprendizagem.

O TDAH é um dos problemas dos muitos problemas de aprendizagem


que as crianças podem apresentar e é muito importante que a família e a
escola estejam atentas a estas possibilidades.
31

CAPITULO III

COMO TRABALHAR COM ALUNOS COM TDAH

NA AULA DE INGLÊS?

Quando pensamos em uma sala de aula, cada pessoa a projeta de uma


maneira. A quantidade de alunos, a estrutura física da sala, os própios alunos.
Nunca é vista uma mesma imagem. Nenhuma turma é igual à outra, são
sempre heterogenias. E isso ocorre pelo simples fato de que uma turma é
formada sempre por diferentes indivíduos, alunos que tem histórias únicas,
receberam distintas formações, tem vidas diferentes. Além disto, cada aluno
tem suas características físicas e biológicas.

Para realizar bem o seu papel, o professor precisa considerar toda esta
diversidade. É impossível realizar um bom trabalho docente tratando todos os
alunos como iguais, neste sentido. Uma turma nunca é igual à outra.
Infelizmente, há professores que atuam exatamente ao contrário do ideal.
Ministram suas aulas como se todos os alunos fossem iguais.

Um dos aspectos que deve ser considerado por um professor ao


planejar suas aulas é pensar se algum de seus alunos apresenta algum tipo de
condição que o diferencia dos outros. É muito importante saber se algum dos
alunos já foi diagnosticado com alguma dificuldade, seja um distúrbio ou
transtorno. Somente a partir daí, é possível pensar quais são as melhores
metodologias para atingir a aprendizagem naquele contexto. Com certeza esta
não é uma tarefa fácil. Porém é essencial para o sucesso.

Um exemplo das possíveis dificuldades que podem ser encontradas


pelo professor é trabalhar com alunos que sejam portadores de TDAH. O
trabalho com alunos que já tenham sido diagnosticados como portadores de
TDAH não pode ser exatamente igual ao desenvolvido com outras crianças. E
mesmo dentro do grupo de crianças diagnosticadas como portadoras de
TDAH, há grandes diferenças. Como visto no capítulo sobre o transtorno,
32

sabe-se que este transtorno tem três subtipos que são o predominante
impulsivo, o predominante desatento e o tipo combinado. Logo, o trabalho
sempre deve ser individualizado.

Imaginemos então associar todos estes fatores ao ambiente da sala de


inglês do Ensino Fundamental I. Como o professor que já tem uma série de
dificuldades (que foram discutidas no capítulo I) deve trabalhar? Como realizar
atividades lúdicas com alunos que tem dificuldade em entender instruções?
Como manter a atenção do aluno em atividades mais longas?

No artigo Intervenções escolares no transtorno de déficit de atenção/


hiperatividade (Rohde, Dorneles & Costa, 2006) são apresentadas quais são
as principais dificuldades para ensinar crianças TDAH e quais são as principais
sugestões para que estes problemas sejam lidados.

Segundo estes autores, existe um material que foi desenvolvido pelo


Departamento de Educação dos Estados Unidos cujo título é Ensinando
crianças com TDAH (2004) que está disponível no site www.ed.gov em inglês,
onde os principais problemas em trabalhar com alunos TDAH são apontados e
uma série de sugestões são fornecidas a fim de ajudar o professor a realizar
um trabalho bem sucedido com estas crianças. Este material está baseado em
três componentes básicos que são instruções acadêmicas, intervenções
comportamentais e modificações na sala de aula. Estes são segundo este
estudo, os pilares do trabalho a ser desenvolvido com crianças TDAH.

1.1- Principais dificuldades e possíveis soluções.

A seguir estão as principais dificuldades e as possíveis soluções para o


professor trabalhar com crianças com TDAH.

Segundo o material Ensinando crianças com TDAH (2004), os alunos


com TDAH geralmente tem dificuldade em prestar atenção e atender
instruções ou solicitações. Como conseqüência, eles muitas vezes não
33

conseguem realizar, participar e completar atividades. Dentre as sugestões


dadas aos professores neste material estão:

- deixar claro quais são as expectativas do professor na realização de


cada tarefa;

Este é um ponto importantíssimo na aula de inglês já que hoje muitas


atividades lúdicas são utilizadas.

- estabelecer uma rotina diária clara, com períodos de descaso


definidos;

- usar reforços visuais e auditivos definir regras e expectativas ( por


exemplo cartazes, calendários, cronogramas);

- dar instruções diretas, claras;

- observar se há todo o material para realizar a tarefa;

- dividir as atividades em unidades menores;

- iniciar as aulas pelas atividades que requem mais atenção e


concentração;

- controlar o tempo de duração.

Mattos (2008) ressalta este mesmo ponto:

“Uma criança com TDAH requer um meio


estruturado que tenha regras claramente estabelecidas e
que estabeleça limites ao seu comportamento (...) Evite
mudar horários o tempo todo, trocar as “regras do jogo”...
Alguns professores acham bom colocar as regras por
escrito em um cartaz no mural da sala.” (p.121)

Estas sugestões são extremamente interessantes para as aulas de


inglês pois, muitos jogos e outras atividades lúdicas que envolvem regras e
metas predefinidas são realizados. Logo, é importante que o professor esteja
34

atento a estas dificuldades e tente utilizar estas e outras sugestões para não
correr o risco de ter problemas no decorrer na aula. É claro que não há uma
formula mágica. Estas, como dito antes, são sugestões e não soluções. O
professor ciente das dificuldades que vai tentar adequar estas sugestões e
perceber se são boas para o seu grupo de alunos.

Apenas vale lembra um ponto muito importante ressaltado por Mattos


(2008) que é a diferença entre estruturação e rigidez. É importante distinguir
estruturação (consistência de conduta e planejamento) de rigidez
(incapacidade de modificar ou tolerar). O professor que trabalha com alunos
com TDAH tem que recorrer sempre ao bom senso para que determinadas
situações não fujam ao controle.

Os alunos com TDAH frequentemente tem problemas com avaliações.


Algumas das sugestões em relação às avaliações são:

- propiciar um ambiente tranqüilo;

- dar mais tempo;

- colocar um número pequeno de atividades por página.

- solicitar que o verifique sua avaliação, “revise” o que foi feito por ele
mesmo.

Pensando na avaliação de inglês, há algo muito positivo. Já é prática


comum pelos professores de inglês a utilização de provas “curtas”, ou seja,
avaliações com um número pequeno de questões por folha. Isso acontece,
pois, como mencionado no primeiro capítulo, há pouco tempo de aula, logo há
pouco conteúdo a ser verificado. Além disso, as crianças já têm que estudar
para todas as outras matérias do currículo escolar, como Português,
Matemática entre outras.

Ainda segundo o trabalho anteriormente mencionado elaborado pelo


Departamento de educação dos Estados Unidos, quando o professor for
elaborar suas atividades é importante saber que os alunos com TDAH
35

precisam de atividades bem estruturadas respeitando estes pontos que foram


acima mencionados.

Alguns alunos com este transtorno também precisam de ajuda com


determinadas habilidades cognitivas. Podem apresentar problemas com a
leitura, escrita, grafia, ortografia, produção textual, matemática.

O aluno com TDAH pode apresentar problemas na leitura, pois tem


maior dificuldade de passar tempo focado no texto e ler até o fim, o que
prejudica a interpretação. Algumas das estratégias para amenizar este
problema são:

- pedir ao estudante que leia oralmente enquanto os outros colegas da


turma acompanham a leitura silenciosamente;

- sugerir que ele faça uma ilustração da estória;

- usar estórias gravadas em vídeo ou em áudio;

Pensando na realidade da aula de inglês, este não costuma ser um


grande problema já que os textos trabalhados nas aulas no ensino
fundamental I são frequentemente pequenos e são muitas vezes
acompanhados de figuras ilustrando. Os livros didáticos mais modernos
também trazem seus textos gravados em CDs ou até mesmo, material de
áudio e vídeo em DVD. Portanto uma recomendação para os professores de
inglês que atuam diretamente com alunos com TDAH é a indicação de livros
que disponibilizem este tipo de material.

Os alunos portadores de TDAH podem ainda ter problemas com a


ortografia, seja na sua língua materna como também na língua estrangeira.
Algumas das sugestões dadas são:

- incentivá-lo a aprender a cada dia pelo menos uma nova palavra;

- criar um dicionário para aquelas palavras que ele frequentemente


esquece;
36

- valorizar seus trabalhos pelo conteúdo e não pelos erros de escrita;

Trazendo estas recomendações para o contexto da aula de inglês elas


são bastante importantes, já que um dos principais objetivos do professor de
língua estrangeira é fazer com que seus alunos possam construir um bom
vocabulário. Uma sugestão para que esta memorização de vocábulos aconteça
de maneira bem sucedida é a criação de um espaço visual para que as
crianças possam visualizar as palavras várias vezes. Alguns professores criam
este espaço no próprio quadro a cada aula. Outros preferem fazer cartazes
colados na parede da sala.

Focando mais no aspecto comportamental há também algumas


estratégias com o objetivo de desenvolver um bom trabalho com alunos com
TDAH. A tendência que infelizmente pode ser percebida é que o professor
tende a ressaltar os aspectos negativos do comportamento apresentado por
estes alunos, referindo-se frequentemente ao fato de que eles são muito
desatentos e/ou agitados, o que pode muitas vezes não surtir um bom efeito
ou até mesmo exercer um efeito negativo. Para um aluno com TDAH é muito
difícil exercer auto-controle. Para ajudar este aluno a atingir este estágio de
auto-controle, uma das estratégias mais eficazes é a utilização de uma atitude
positiva através de elogios e/ou recompensas para comportamentos
considerados adequados. Como Mattos (2008) comenta:

“Assim como os pais, o professor deve procurar


elogiar e premiar a criança quando ela apresenta
comportamento adequado em vez de puni-la quando
apresenta comportamento inadequado (como as pessoas
se esquecem disso!)”.

Valorizar o aspecto positivo é com certeza uma boa estratégia para


trabalhar com alunos com TDAH mas, como abordado pelo estudo Ensinando
crianças com TDAH (2004) é importante estabelecer conseqüências razoáveis
e realistas para o não cumprimento de tarefas e de regras bem combinadas
anteriormente. Pensando na aula de inglês, este aspecto é bastante adequado
já que muitas crianças, com TDAH ou não, tendem a ver a aula de inglês como
37

um momento de descontração e acabam deduzindo que aquele é um


momento de atividades recreativas e não de aula. O professor de inglês deve
trabalhar em seus alunos a idéia que a aula de inglês pode e deve ser
interessante e descontraída mas que não deixa de ser uma aula, tão
importante quanto as outras, que há regras e estas devem ser respeitadas.

Há também medidas em relação à organização do ambiente que


podem ser favoráveis. Conforme afirma Mattos (2008):

“O aluno deve sentar preferencialmente na


primeira fila, o mais próximo possível do professor e longe
da janela. A maioria das crianças com déficit atentivo se
sai melhor nas primeiras fileiras, onde o professor pode
supervisionar com mais facilidade.” (p.120)

O estudo do Departamento de Educação dos Estados Unidos


previamente mencionado também marca este ponto. “Sentar o aluno perto do
professor para que este possa acompanhar, mais próximo, o trabalho
desenvolvido pela criança, longe de janelas e portas e distante de colegas que
o importunem.” (p.372)

Estas são algumas das dificuldades que os professores de língua


estrangeira podem se deparar em suas salas de aula. É importante que o
profissional esteja atento a esta possibilidade, ter um ou mais alunos com
TDAH, e caso ela venha a se concretizar, é preciso considerar algumas das
sugestões que estudiosos nesta área do conhecimento já produziram. Cabe
lembrar, porém, que não há uma fórmula pronta, pois cada aluno é único, é
preciso bom senso, boa vontade e conhecimento para que um trabalho bem
sucedido com estes alunos seja realizado.
38

1.2 – Quem pode ajudar o professor na escola?

Além do professor há um outro profissional que pode atuar nas


escolas facilitando a vida dos alunos com alguma dificuldade ou transtorno de
aprendizagem e também facilitar o trabalho dos professores que trabalham
com eles: o psicopedagogo.

O psicopedagogo institucional é um especialista em psicopedagogia.


No site www.psicopedagogia.com.br há considerações importantes sobre esta
área:

“A Psicopedagogia vem atuando com muito sucesso


nas diversas Instituições, sejam escolas, hospitais e
empresas. Seu papel é analisar e assinalar os fatores que
favorecem, intervém ou prejudicam uma boa
aprendizagem em uma instituição. Propõe e ajuda o
desenvolvimento dos projetos favoráveis a mudanças,
também psicoprofilaticamente.
A aprendizagem deve ser olhada como a atividade de
indivíduos ou grupos humanos, que mediante a
incorporação de informações e o desenvolvimento de
experiências, promovem modificações estáveis na
personalidade e na dinâmica grupal as quais revertem no
manejo instrumental da realidade.” (s/p)

Este profissional pode, caso o professor não tenha esclarecimento ou


não tenha atentado para o fato, orienta-lo a atuar com alunos com TDAH e
outros problemas. Ele vai conduzi-lo de forma a sugerir estratégias para
superar as dificuldades apresentadas. E em determinados caso, fazer um
encaminhamento adequado e seguro.
39

CONCLUSÃO

São muitas as dificuldades enfrentadas pelos professores nas salas de


aula hoje. Existem problemas de diferentes naturezas que devem, precisam
ser pensados, pois, apenas através da reflexão, do pensamento critico é
possível encontrar respostas, possíveis soluções.
O professor de inglês, assim como os profissionais de outras
disciplinas, tem dificuldades específicas de acordo com a matéria que ensinam
e a metodologia que utiliza. Dentre as dificuldades a serem enfrentadas estão
os problemas de aprendizagem, tais como o TDAH. Este que é um transtorno
que vem sendo muito estudado, mas, que ainda é polêmico em determinados
aspectos.
Com este trabalho, visamos caracterizar o transtorno, identificar e
explicar as maiores dificuldades em trabalhar com os alunos portadores de
TDAH e sugerir estratégias para que o trabalho com estas crianças seja bem
sucedido. Dentre as principais estratégias estão a estruturação de atividades
através de regras claras, intervenções comportamentais e a organização da
sala de aula. Elementos importantíssimos para uma boa convivência e para a
obtenção de êxito no trabalho com alunos portadores de TDAH.
40

ANEXO I
Para cada item, escolha a coluna que melhor descreve o(a) aluno(a)
(MARQUE UM X):
Nem Só
Demai
um um Bastante
s
pouco pouco
1. Não consegue prestar muita atenção a
detalhes ou comete erros por descuido nos
trabalhos da escola ou tarefas.
2. Tem dificuldade de manter a atenção em
tarefas ou atividades de lazer

3. Parece não estar ouvindo quando se fala


diretamente com ele
4. Não segue instruções até o fim e não
termina deveres de escola, tarefas ou
obrigações.
5. Tem dificuldade para organizar tarefas e
atividades
6. Evita, não gosta ou se envolve contra a
vontade em tarefas que exigem esforço
mental prolongado.
7. Perde coisas necessárias para atividades
(p. ex: brinquedos, deveres da escola, lápis
ou livros).

8. Distrai-se com estímulos externos

9. É esquecido em atividades do dia-a-dia

10. Mexe com as mãos ou os pés ou se


remexe na cadeira
11. Sai do lugar na sala de aula ou em
outras situações em que se espera que
fique sentado
12. Corre de um lado para outro ou sobe
demais nas coisas em situações em que
isto é inapropriado
41

13. Tem dificuldade em brincar ou envolver-


se em atividades de lazer de forma calma

14. Não pára ou freqüentemente está a “mil


por hora”.

15. Fala em excesso.

16. Responde as perguntas de forma


precipitada antes delas terem sido
terminadas

17. Tem dificuldade de esperar sua vez

18. Interrompe os outros ou se intromete


(p.ex. mete-se nas conversas / jogos).

Como avaliar:

1) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS”


de 1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança
ou adolescente.

2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS”


de 10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o
esperado numa criança ou adolescente.
O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios
(critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também
são necessários.

IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o


critério A! Veja abaixo os demais critérios.

CRITÉRIO A: Sintomas (vistos acima)

CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7


anos de idade.

CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo


menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e
em casa).

CRITÉRIO D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por


conta dos sintomas.
42

CRITÉRIO E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência


mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a
ele.
43

BIBLIOGRAFIA

AYRES, Fernando e LAROSA, Marco. Como produzir uma monografia. Rio


de Janeiro: Wak Editora, 2005

BASTOS, Dau, SOUZA, Mariana e NASCIMENTO, Solange. Monografia ao


alcance de todos. Rio de Janeiro: Novas direções, 2002.

LOU, Oliver. Distúrbios de aprendizagem e de comportamento. Rio de


Janeiro: Wak Ed, 2007.

MATTOS, Paulo. No mundo da lua: Perguntas e respostas sobre


transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em crianças,
adolescentes e adultos. São Paulo: Casa Leitura Médica, 2008.

PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed Rio de Janeiro: Berrand Brasil, 1998.

ROTTA, Newra Tellechea, OHLWEILER, Lygia e RIESGO, Rudimar dos


Santos. Transtornos da Aprendizagem: abordagem neurobiológica e
multidisciplinar. São Paulo: Artmed, 2006.

SKALASKI, Renata. Vilão fantasma, Revista Profissão Mestre, Novembro de


2008, p.24-27.

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WEBGRAFIA
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www.brasilescola.com

Como o psicopedagogo atua na escola, no consultório, psicoprofilaticamente, e


sistematicamente. Disponível on-line: wwwpsicopedagogia.com.br

Idioma inglês: a extrema importância das crianças o dominarem. Disponível on-


line: www.portatilmagalhaes.com acessado em 20/ 06/ 2009

NETO, Nery. Dificuldade de Aprendizagem. Disponível on-line:


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O que é TDAH? Disponível on-line: www.tdah.org.br acessado em 5 / 06/ 2009

O que são comorbidades? Disponível on-line:


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RAMOS, José. O que é globalização. Disponível on-line:


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SCHÜTZ, Ricardo. Abordagem comunicativa. Disponível on-line:


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REEVE, Ronald. Compreensão, avaliação e atuação: Uma visão geral sobre o


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Teaching children with attention deficit hyperactivity disorder: Instructional


strategies and practices. Disponível on-line: www.ed.gov

www.centroeducacional.com.br acessado em 20/ 06/ 2009


45

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I
ENSINO DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA 10
1.1 – Ensino Fundamental I – O que diz a lei? 12
1.2 – Tendências pedagógicas do ensino da língua
estrangeira no ensino fundamental I 14
1.3 – Dificuldades do dia-a-dia 16
1.4 – Alunos com dificuldades de aprendizagem 18

CAPÍTULO II
TDAH 20
1.1 – O que é TDAH? 21
1.2 – Principais sintomas de um portador de TDAH 22
1.2.1 - Sintomas de desatenção 23
1.2.2 - Sintomas de hiperatividade e impulsividade 24
1.3 – As causas do TDAH 25
1.4 – Diagnóstico 27
1.5 – Tratamento 28

CAPÍTULO III
COMO TRABALHAR COM ALUNOS COM TDAH NA
AULA DE INGLÊS 31
1.1 – Principais dificuldades e possíveis soluções 32
46

1.2 – Quem pode ajudar o professor na escola 38


CONCLUSÃO 39
ANEXOS 40
BIBLIOGRAFIA 43
WEBGRAFIA 44
ÍNDICE 45
47

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

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