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ESTADO DE SANTA CATARINA

FUNDAÇÃO CATARINENSE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL


DIRETORIA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
GERÊNCIA DE PESQUISA E CONHECIMENTOS APLICADOS
NÚCLEO DE ATIVIDADES DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

CAPACITAÇÃO EM
ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO:
Políticas, Teorias e Práticas Educacionais

Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação


Santa Catarina

São José, 2023.


ESTADO DE SANTA CATARINA
FUNDAÇÃO CATARINENSE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
DIRETORIA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
GERÊNCIA DE PESQUISA E CONHECIMENTOS APLICADOS
NÚCLEO DE ATIVIDADES DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

CAPACITAÇÃO EM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO:


Políticas, Teorias e Práticas Educacionais

Governador
Jorginho dos Santos Mello
Vice-Governadora
Marilisa Boehm
Secretário de Educação
Aristides Cimadon

FUNDAÇÃO CATARINENSE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL


Presidente da FCEE
Jeane Rauh Probst Leite
Diretoria de Ensino, Pesquisa e Extensão
Fernanda Martello Hermes
Gerência de Pesquisa e Conhecimentos Aplicados
Andrea Rumpf
Supervisão de Atividades Educacionais Nuclear
Grazielle Franciosi Da Silva
Coordenação do NAAH/S-SC
Sandra Duarte Hottersbach

Elaboração
Ananda Ludwig Burin
Vânia Pires Franz de Matos
Colaboração
Equipe do NAAH/S-SC
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NÚCLEO DE ATIVIDADES DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

SUMÁRIO

1. Conceituando as Altas Habilidades/Superdotação 4


1.1. Onde estão nossos alunos com AH/SD? 5
1.2. Esclarecendo diferentes terminologias 7
1.2.1. AH/SD 7
1.2.2. Dotado e Talentoso 7
1.2.3. Precoce 8
1.2.4. Prodígio 8
1.2.5. Gênio 9
1.2.6. Inteligência 10
1.3. Dupla Condição 11
1.3.1. Altas Habilidades/Superdotação e Transtorno de Espectro Autista 12
1.3.2. Altas Habilidades/Superdotação e Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade 13
1.3.3. Altas Habilidades/Superdotação e Transtornos de Aprendizagem 15
1.4. AH/SD 15
1.4.1. A superdotação segundo Joseph Renzulli 17
1.4.2. Algumas características 23
1.5. Referências 25
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1. CONCEITUANDO AS ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

Ananda Ludwig Burin1

Em Santa Catarinas pessoas com altas habilidades – AH/SD, assim como as pessoas
com deficiências, transtorno do espectro autista – TEA, transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade – TDAH e atraso global do desenvolvimento, definem o público-alvo
da educação especial, que, nos dias atuais, é compreendida como uma modalidade de ensino
para educandos com necessidades especiais que deve ser
transversal a todas as etapas e outras modalidades e
ofertada preferencialmente na rede regular de ensino
(BRASIL, 2013), ela visa prevenir, ensinar e reabilitar
essa população, que, resguardadas por leis, devem receber
atendimento educacional especializado visando seu pleno
desenvolvimento.
No Brasil, a luta ainda é pela qualidade do ensino em geral, o sistema regular de
ensino conta com instrumentos para auxiliar os alunos que estão abaixo da média
(recuperação, reforço, aulas particulares, entre outros), porém ainda não há atenção suficiente
em estimular os que já sabem os conteúdos e que aprendem rapidamente. Amparados
legalmente, como parcela da educação especial, estes alunos têm o direito a terem suas
habilidades trabalhadas na rede regular de ensino e é de suma importância lembrar que a falta
de atendimento especial a esses educandos pode causa desânimo, frustração e, em alguns
casos, desistência escolar.
Uma dúvida comum que surge quando citamos a palavra superdotação é por que
garantir atendimento educacional especializado aos alunos com AH/SD se eles aprendem com
muita facilidade, têm habilidade acima da média e não precisam de muitos estímulos para
iniciar e/ou finalizar uma atividade de seu interesse?
Definido como público-alvo da educação especial, os alunos com AH/SD precisam
de atendimento especializado a fim de minimizar as segregações advindas das diferenças de
1
Mestre (2019) e Graduada (2010) em Matemática pela UFSC e Especialista em Educação Especial (2014) pela
UCDB, atualmente é Professora da Oficina de Lógica e Matemática do Núcleo de atividades de Altas
habilidades/superdotação - NAAHS da Fundação Catarinense de Educção Especial - FCEE.
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estilo e ritmo de aprendizagem. Afinal, a igualdade de oportunidades se sustenta no respeito


às diferenças e esta compreensão é fundamental para que o conceito de inclusão possa ser
sedimentado nas escolas e na sociedade (SANTA CATARINA, 2016a).
Fundamentando suas ações nos princípios filosóficos que embasam a Educação
Inclusiva, o Núcleo de Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S da Fundação Catarinense
de Educação Especial – FCEE tem como objetivo definir e coordenar a política de
atendimento aos alunos com AH/SD no Estado, e entre suas atribuições estão o
desenvolvimento de pesquisas na área, a capacitação de profissionais do sistema educacional,
a assessoria para implantação e qualificação dos serviços de atendimento, a identificação e o
atendimento de alunos com indicadores de AH/SD e a orientação às famílias (SANTA
CATARINA, 2016a).
Compreendendo a necessidade de ampliar as estratégias para alcançar os
profissionais da educação que são os principais atores no processo de identificação de alunos
com indicadores de AH/SD, e de fomentar e difundir a temática que diz respeito às essa
temática, a equipe do NAAH/S-SC apresenta, para além das capacitações presenciais, o Curso
de Capacitação em AH/SD à distância.

1.1.Onde estão nossos alunos com AH/SD?

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, de 3,5% a 5% da população


mundial possui superdotação, e esse número refere-se apenas aos superdotados do tipo
acadêmico, ou seja, aqueles facilmente identificados nos testes de desempenho intelectual e
pelo alto rendimento escolar (FREITAS; PÉREZ, 2012). Quando incluímos a superdotação do
tipo criativo-produtivo, a qual contempla áreas do conhecimento como liderança, criatividade,
competências psicomotoras e artísticas, essa estimativa cresce para de 15% a 30% da
população, segundo Virgolim (2014).
A Tabela 1 apresenta o número de alunos com AH/SD registrados no Censo Escolar
do Estado no período de 2010 a 2021. Ela apresenta um aumento significativo do número de
alunos identificados com AH/SD ao longo dos anos.
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Tabela 1: Número de alunos identificados com AH/SD em Santa Catarina de 2010 a 20212.
Ano Nº alunos registrados no
Censo
2010 28
2011 37
2012 43
2013 58
2014 217
2015 314
2016 488
2017 904
2018 1013
2019 1139
2020 1387
2021 1524
FONTE: Elaborado pelo autor.

Apesar de um aumento significativo no número de alunos com AH/SD identificados


e atendidos, infelizmente o Censo Escolar mostra que ainda existe uma lacuna entre o número
de alunos que deveriam e que realmente foram identificados e estão em atendimento no
estado de Santa Catarina, apresentando apenas 1.524 alunos cadastrados com AH/SD em seus
dados de 2021, quando, segundo as estimativas, esse número deveria alcançar entre 35 e 51
mil alunos apenas quando considerado o tipo acadêmico, podendo chegar a pouco mais de
300 mil quando considerados o tipo criativo-produtivo. A Tabela 2 apresenta esses dados de
forma mais clara.

Tabela 2: Comparação entre números sugeridos por pesquisadores e o número real de alunos
com AH/SD identificados em Santa Catarina no ano de 2021
Registrados
Matrículas3 3,5% 5% 15% 30%
AH/SD
1.000.869 35.030 50.043 150.130 300.260 1.524
FONTE: Elaborado pelo autor.

Pode-se observar que, apesar de identificarmos um crescente número de alunos com


AH/SD registrados no censo escolar, esse número ainda está muito aquém do previsto pelos
pesquisadores e até mesmo pela OMS, representando pouco mais de 3% dos alunos que

2
Os dados são obtidos na Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina.
3
Ensino Fundamental, Médio e EJA. Dados disponíveis em :
https://download.inep.gov.br/censo_escolar/resultados/2021/resultado_final_anexo_1_.xlsx
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deveriam estar identificados. Este dado evidencia a necessidade urgente de unir esforços no
sentido de promover meios/instrumentos que favoreçam a identificação desse público e, por
consequência, a implantação de serviços de atendimento educacional especializado.
Assim, para uma melhor compreensão do tema, apresentaremos a seguir a definição
e os conceitos que envolvem essa temática.

1.2.Esclarecendo diferentes terminologias

A nomenclatura correta ao indivíduo que apresenta habilidades superiores em


alguma área do conhecimento, quando comparado a seus pares, é aluno com altas
habilidades/superdotação, apesar de expressões como alto habilidoso, superdotado e talentoso
serem aceitos como sinônimos na literatura brasileira (BURIN, 2019).
Infelizmente a falta de conhecimento e o preconceito em torno desta temática trazem
muitos mitos sobre estes indivíduos atribuindo a eles terminologias utilizadas de forma
equivocada. Para que possamos compreender o fenômeno das AH/SD precisamos conhecer e
identificar as diferentes terminologias presentes erroneamente no senso comum.

1.2.1. AH/SD

Segundo Virgolim (2007), o termo altas


habilidades/superdotação deve ser designado aos indivíduos que
demonstram “sinais ou indicações de habilidade superior em alguma
área do conhecimento, quando comparado a seus pares” (p. 27).
Porém, vale ressaltar que essa habilidade superior não precisa ser
excepcional e o fato de um aluno apresentar AH/SD não lhe garante
sucesso no futuro nem que este indivíduo se torá um adulto altamente
produtivo.

1.2.2. Dotado e Talentoso

No Brasil, os termos dotado e talentoso são indicados como sinônimos de altas


habilidades, altas habilidades/superdotação e superdotação, embora alguns estudiosos
discordem dessa comparação. Segundo Guenther (2012) a palavra superdotado nos remete
erroneamente a ideia de “super-herói” com habilidades raras e excepcionais inexistentes no
ser humano comum” (apud BURIN, 2019, p.56) e por esse motivo acredita que os termos
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dotação (capacidade natural) e talento (capacidade adquirida) são mais adequados para
nomear esses sujeitos.

1.2.3. Precoce

Chamamos de precoce a criança que aprendeu mais cedo


no desenvolvimento aquilo que outras aprenderão em idade
posterior. Trata-se de um fenômeno independente da superdotação
e do talento. A natureza da precocidade não corresponde a uma
determinada configuração intelectual, mas trata-se de um
fenômeno evolutivo. Na criança precoce, as etapas de
desenvolvimento são as mesmas que nas demais crianças, porém
com uma temporização diferente. O nível de desenvolvimento
cognitivo final será o mesmo que o das demais crianças, porém
atingido anteriormente.
Não se trata de inteligência, mas de uma ativação de recursos mais rápida e mais
cedo. Precocidade não é sinônimo de superdotação, embora os pesquisadores confirmem que
crianças superdotadas foram precoces (WINNER, 1998. PÉREZ; RODRIGUES, 2013).
Para Virgolim (2007), são chamadas de precoce “as crianças que apresentam alguma
habilidade específica prematuramente desenvolvida em qualquer área do conhecimento, tal
como na música, na matemática, nas artes, na linguagem, nos esportes ou na leitura” (p. 23).

1.2.4. Prodígio

São aquelas crianças que se caracterizam por uma performance extraordinária em


seus primeiros anos, tendo antes dos 10 anos um desempenho similar ao de um adulto
altamente qualificado em um determinado domínio (VIRGOLIN, 2007). Feldman (1993)
acredita que os prodígios são indivíduos com talento acadêmico geral médio (ou acima da
média) e talento em domínios específicos extraordinários. De acordo com Virgolin (2001), a
prodigialidade refere-se a algo extremo, raro e único, fora do curso normal da natureza.
Gardner (1995) comenta que os prodígios podem ter três destinos diferentes depois que
crescem: a) deixam de ter o desempenho que tinham, temporária ou permanentemente; b)
continuam com um desempenho de alto nível na vida adulta, tornando-se especialistas; e c)
tornam-se criadores de primeira classe, o que requer passar de alguém que reproduz de
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maneira excepcional algo já existente (exemplo: um menino de 4 anos que toca piano com
excelência tal qual seu professor) para alguém que cria seu próprio estilo. Por exemplo,
Mozart4 (1756-1791) que conseguiu ser um mestre criativo e Leonardo da Vinci5 (1453-1519)
que contribuiu significativamente em diversas áreas do conhecimento.

Mozart6 Leonardo da Vinci7

1.2.5. Gênio

O termo “gênio” deve ser reservado para descrever apenas os indivíduos que
deixaram um legado à humanidade, que revolucionaram uma área do conhecimento pelas suas
contribuições originais e de grande valor. Os gênios são os grandes realizadores da
humanidade, cujo conhecimento e capacidades nos parecem sem limite, incrivelmente
excepcionais e únicas. Apresentam precocidade em uma área específica e grande facilidade
em memorizar fatos, nomes e acontecimentos. São raras as pessoas que atingem patamares
excepcionais (VIRGOLIN, 2007). É importante salientar que todo gênio é superdotado, mas
nem todo superdotado é gênio. Podemos trazer como exemplo Leonardo da Vinci, Einstein8

4
Wolfgang Amadeus Mozart foi um compositor e influente do período clássico, autor de mais de 600 obras -
música sinfônica, concertante, coral, de câmara, ópera e piano – mostrou uma habilidade prodigiosa desde sua
infância quando aos cinco anos de idade já compunha e apresentava competências nos instrumentos de teclado e
no violino.
5
Leonardo di Ser Piero da Vinci foi um cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor,
arquiteto, botânico, poeta e músico. É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos e como
possivelmente a pessoa dotada de talentos mais diversos a ter vivido.
6
Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Wolfgang-amadeus-mozart_1.jpg
7
Fonte: https://www.natgeo.pt/historia/2017/11/o-que-faz-de-leonardo-da-vinci-um-genio
8
Albert Einstein foi um físico teórico alemão que desenvolveu a teoria da relatividade geral, um dos pilares
da física moderna ao lado da mecânica quântica.
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(1879-1955), Gandhi9 (1869-1948), Freud10 (1856-1939), Stephen Hawking11 (1942-2018),


entre outros.

Einstein12 Gandhi13

Freud14 Hawking15

1.2.6. Inteligência

Apesar do interesse pela temática da inteligência existir a tanto tempo, esta continua
sendo tema gerador de polêmica, tanto em sua definição quanto em sua mensuração, pois

9
Mohandas Karamchand Gandhi foi um advogado, nacionalista e especialista em ética política indiano, que
empregou resistência não violenta para liderar a campanha bem-sucedida para a independência da Índia do Reino
Unido.
10
Sigmund Schlomo Freud oi um médico neurologista e psiquiatra criador da psicanálise.
11
Stephen William Hawking foi um físico teórico e cosmólogo britânico reconhecido internacionalmente por sua
contribuição à ciência, sendo um dos mais renomados cientistas do século.
12
Fonte:
http://2syt8l41furv2dqan6123ah0-wpengine.netdna-ssl.com/wp-content/uploads/2017/11/Albert_Einstein_Head.j
pg
13
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mahatma_Gandhi#/media/Ficheiro:Mahatma-Gandhi,_studio,_1931.jpg

14
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud#/media/Ficheiro:Sigmund_Freud_LIFE.jpg

15
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Stephen_Hawking#/media/Ficheiro:Stephen_Hawking.StarChild.jpg
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possui diversos significados em diferentes contextos e culturas e ainda não existe um único
conceito que seja consensual entre os estudiosos da área. Alguns pesquisadores a definem
como a capacidade para resolver problemas ou a capacidade para adaptar-se a diferentes
situações e contextos. Criador da Teoria das Inteligências Múltiplas, Gardner (1994), traz um
dos conceitos mais bem aceitos pela sociedade descrevendo a inteligência como “a
capacidade do indivíduo de solucionar problemas ou desenvolver produtos em função de seu
ambiente e de sua cultura” (BURIN, 2019 p.57). Há ainda pesquisadores que consideram
aspectos emocionais como fundamentais na pessoa considerada inteligente.
Das diversas teorias existentes, não resta dúvida afirmar que a inteligência é algo
dinâmico, não fixo, não está pronta, mas surge em resposta a determinados estímulos. Ela é
uma virtualidade que pode ser construída, modificada e aumentada a qualquer momento
(MACHADO, 1984) e também pode ser ativada por meio de estímulos adequados.

1.3.Dupla Condição

A dupla condição ou dupla-excepcionalidade ou dupla necessidade educacional


especial pode ser definida como a presença de comportamento de superdotação em conjunto
com alguma deficiência (temos como exemplo os savans16) ou algum transtorno (transtorno
do espectro autista ou transtorno de déficit de atenção/hiperatividade ou de aprendizagem –
dislexia, dislalia, discalculia, disortografia, disgrafia). O reconhecimento dessa dupla
condição é dado mais através do resultado de observações clínicas do que de estudos teóricos
e empíricos tendo em vista a dificuldade na identificação de características e por consequência
a verificação do comportamento de superdotação nos alunos (ALVES; NAKAMO, 2015).
16
Caracterizam-se por uma habilidade significativamente superior em uma área específica, ao mesmo tempo em
que apresenta um atraso ou deficiência mental (ALENCAR, 2007). Podemos citar Stephen Wiltshire, que é um
artista altamente habilidoso. Quando criança não se relacionava com outras pessoas e aos três anos foi
diagnosticado como autista. Hoje, identificado com memória eidética, ele memoriza milhões de cenas
simultaneamente em poucos minutos com um imenso número de detalhes.
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Para entendermos a dupla condição devemos compreender que o cérebro e


especificamente o sistema mental funciona de forma multidimencional e modular, conforme
trata a neuropsicologia (VEIGA, 2014).

Tipos de dupla condição:


​ Altas Habilidades/Superdotação com Deficiência Física
​ Altas Habilidades/Superdotação com Deficiência Sensorial
​ Altas Habilidades/Superdotação com Transtorno do Espectro Autista
​ Altas Habilidades/Superdotação com Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade
​ Altas Habilidades/Superdotação com Transtornos de Aprendizagem

Três grandes grupos de crianças duplamente excepcionais com AH/SD são


apontados por Neihart (2008), que destaca que estes grupos apresentam características
diferentes que devem ser observadas de modo a aprimorar a identificação e as formas de
intervenção dada a eles.

1.3.1. Altas Habilidades/Superdotação e Transtorno de Espectro Autista

Comportamentos associados quando ocorrem simultaneamente AH/SD e TEA:


Inteligência acima da média concomitante à presença de dificuldades emocionais e sociais,
são criativos em jogos de palavras e trocadilhos, discurso fluente aliado a um pensamento
original e analítico (no indivíduo com TEA apenas o discurso é mais pedante e menos coeso),
falam incessantemente em temas de seu interesse (o indivíduo com TEA apenas não percebe a
reação do outro), ausência de atraso significativo na linguagem e desenvolvimento cognitivo,
presença de fluência, precocidade em linguagem falada e escrita, vocabulário sofisticado,
linguagem sofisticada e formal, desenvolvimento superior em determinada área de interesse ,
desenvolvimento não equiparado entre cognitivo e social/afetivo (ALVES; NAKAMO, 2015).
A Tabela 3 mostra a diferença entre algumas características de AH/SD e TEA, enquanto a
Tabela 4 mostra a diferença entre alguns comportamentos desses sujeitos.

Tabela 3: Diferença entre características de AH/SD e TEA

TEA AH/SD
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Má sustentação da atenção em quase Falta de atenção, tédio, sonha acordado


todas as situações em situações específicas
Persistência diminuída em tarefas que não Baixa tolerância para persistir em tarefas
tenham consequências imediatas que parecem irrelevantes
Impulsividade, capacidade pobre para Julgamento fica para trás do
adiar gratificações desenvolvimento do intelecto
Aceitação de comandos prejudicada para Intensidade pode levar a lutas de poder
regular ou inibir o comportamento em com as autoridades
contextos sociais
Mais ativo (inquieto) do que as crianças Alto nível de atividade, pode precisar de
normais menos sono
Dificuldade em aceitar regras e Perguntas, regras, costumes
regulamentos
FONTE: Traduzido de WEBB; LATIMER, 2011.

Tabela 4: Diferenças comportamentais entre AH/SD e TEA


AH/SD TEA
Isolado socialmente Inábil socialmente
Independente dos pares de idade Inábil com os pares de idade
Vocabulário avançado e sofisticado Hiperlexia
Cognição complexa Cognição simples
Compreensão avançada Memorização avançada
FONTE: Adaptado de GALLAGHER; GALLAGHER, 2002.

1.3.2. Altas Habilidades/Superdotação e Transtorno de Déficit de


Atenção/Hiperatividade

Comportamentos associados quando ocorrem simultaneamente AH/SD e TDAH: fala


rápida, impulsividade, alta sensibilidade à estimulação ambiental, intensa curiosidade,
tendência a misturar realidade e ficção, comportamentos exacerbados, constantes queixas
comportamentais por parte de seus cuidadores, e dificuldades de ajustamento a novos
ambientes. Desempenho acadêmico inconstante (diferente do que ocorre com o indivíduo com
AH/SD apenas), prejuízo em habilidades motoras finas, interesses relacionados a
conhecimentos não acadêmicos, maior facilidade na aquisição de um conhecimento, pior
desempenho em memória de trabalho quando comparado a sujeitos com AH/SD apenas
(ALVES; NAKAMO, 2015).
Agitação constante, problemas em permanecer sentado, distração, respostas
impulsivas, dificuldade em terminar tarefas, desorganização e exposição a riscos apresentados
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em pessoas com TDAH que também podem ser apresentados por alunos com AH/SD, devido
principalmente a fatores como frustração, atividades pouco desafiadoras, currículo escolar
insuficiente e procedimentos inadequados de ensino-aprendizagem. Assim impulsividade e
hiperatividade podem ser características de ambos os quadros, mas se diferenciam
principalmente em relação à frequência e intensidade, assim como as ocasiões em que
acontecem (ALVES; NAKAMO, 2015). A Tabela 5 mostra a diferença entre alguns
comportamentos dos sujeitos com AH/SD e TDAH.

Tabela 5: Diferenças comportamentais entre AH/SD e TDAH

Comportamentos associados ao TDAH Comportamentos Associados à AH/SD


Má sustentação da atenção em quase Falta de atenção, tédio, sonha acordado
todas as situações. em situações específicas.
Persistência diminuída em tarefas que Baixa tolerância para persistir em
não tenham consequências imediatas. tarefas que parecem irrelevantes.
Impulsividade, capacidade pobre para Julgamento fica para trás do
adiar gratificações. desenvolvimento do intelecto
Aceitação de comandos prejudicada Intensidade pode levar a lutas de poder
para regular ou inibir o comportamento com as autoridades.
em contextos sociais.
Mais ativo (inquieto) do que as crianças Alto nível de atividade, pode precisar de
normais. menos sono.
Dificuldade em aceitar regras e Perguntas, regras, costumes.
regulamentos.
FONTE: Adaptado de WEBB; LATIMER, 1993

Algumas características comuns ao TDAH apenas: Tendem a não demonstrar seus


verdadeiros potenciais intelectuais, apresentam escore mais elevado nas medidas de
desatenção, hiperatividade/impulsividade, comportamento antissocial, dificuldade de
aprendizagem, desatenção.

1.3.3. Altas Habilidades/Superdotação e Transtornos de Aprendizagem

Comportamentos associados quando ocorrem simultaneamente AH/SD e TA:


costumam ser consideradas crianças desleixadas, desorganizadas e com dificuldades em
memória, dentro do ambiente escolar; frequentemente fracassam em atividades que exijam
atividades de leitura, escrita e/ou aritmética; apresentam maior disposição à depressão e
ansiedade; necessitam de um tempo maior para realização de atividades acadêmicas
(comparada a uma criança somente com AH/SD); possuem alta produção criativa; possuem
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facilidade em atividades que envolvam processamento visual, como quebra-cabeças;


apresentam facilidade em atividades que envolvam pensamento abstrato; bom vocabulário;
boa percepção de condutas sociais; são observadoras; apresentam-se motivados em tarefas
que exijam a resolução de problemas não acadêmicos; autoconceito mais rebaixado que uma
criança com AH/SD. Habilidades na resolução de problemas cotidianos (inter e intrapessoais),
habilidades musicais, científicas, filosóficas, entre outras. Em contextos fora do ambiente
escolar, elas costumam ser bem mais evidenciadas (ALVES; NAKAMO, 2015).
Observou-se que a criatividade foi uma das habilidades mais frequentemente
investigadas quando houve a comparação entre grupos, com resultados apontando que ela
deve ser considerada um fator de extrema importância durante o processo avaliativo.
Principalmente quando se comparou grupos puros com AH/SD com grupo de indivíduos
duplamente-excepcionais, a criatividade mostrou-se desenvolvida em ambos, com algumas
vezes melhores desempenhos no segundo grupo (ALVES; NAKAMO, 2015).

1.4.AH/SD

A atual definição de alunos com altas habilidades/superdotação está descrito no


Caderno de Políticas de Educação Especial do Estado de Santa Catarina publicado em 2018
conforme a Resolução CEE/SC n° 100, de 13 de dezembro de 2016
[...] demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas,
isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade
e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na
aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse (SANTA
CATARINA, 2018, p. 38).

Esta definição está de acordo com a Política Nacional de Educação Especial na


Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) que representa o desenvolvimento da
Educação Especial no Brasil e visa construir políticas públicas promotoras de uma educação
de qualidade para todos os alunos.
A partir desta definição, compreende-se que alunos com AH/SD são aqueles que,
quando comparado com seus pares, apresentam habilidade significativamente superior em
uma ou mais áreas do conhecimento, aprendem com maior rapidez, são facilmente atraídos
por atividades relacionadas à(s) sua(s) área(s) de interesse não necessitando de muito estímulo
para finalizá-las e possuem pensamento criativo demonstrando também curiosidade (BURIN,
2019).
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GERÊNCIA DE PESQUISA E CONHECIMENTOS APLICADOS
NÚCLEO DE ATIVIDADES DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

Para definirmos mais claramente quem é esse público, destacaremos na Tabela 6,


alguns aspectos e características mencionados por Virgolim (2007), pelas Diretrizes Gerais
para o Atendimento Educacional aos Alunos Portadores de Altas Habilidades/Superdotação e
Talentos (BRASIL, 1995) e pelo caderno Saberes e Práticas da Inclusão (BRASIL, 2006) em
relação as áreas mencionadas anteriormente (intelectual, acadêmica, liderança,
psicomotricidade e artes):

Tabela 6: Aspectos e Características de alunos com AH/SD

Intelectual
Excelente capacidade de memória, rapidez, flexibilidade, fluência e independência de pensamento,
capacidade elevada para fazer associações, análises e sínteses, curiosidade intelectual, alta
capacidade de resolver problemas, possuem poder excepcional de observação e julgamento crítico,
excelente raciocínio lógico e abstrato, persistência em atingir seus objetivos, entre outros.
Acadêmica
Habilidade para avaliar, sintetizar e organizar o conhecimento, rapidez de aprendizagem, boa
memória, gosto e motivação pelas disciplinas acadêmicas de seu interesse, capacidade de atenção,
concentração e produção acadêmica, desempenho excepcional na escola e em testes de
conhecimento, alta habilidade para as tarefas acadêmicas. capacidade de raciocínio abstrato e de
estabelecer conexões mentais, entre outros.
Liderança
Líderes sociais ou acadêmicos de um grupo, capacidade de liderança, sensibilidade interpessoal,
atitude cooperativa, sociabilidade expressiva, alto poder de persuasão e de influência no grupo,
habilidade de trato com pessoas e grupos, facilidade para estabelecer relações sociais, capacidade
para resolver situações sociais complexas, sensibilidade aos sentimentos das pessoas, entre outros.
Psicomotricidade
Habilidade e interesse pelas atividades psicomotoras, desempenho superior em esportes e
atividades físicas envolvendo o corpo humano, agilidade de movimentos, força, resistência,
controle e coordenação motora, alta performance atlética, habilidades motoras refinadas, precisão
de movimentos, entre outros.
Artes
Habilidade em expressar sentimentos e pensamentos através da arte (plásticas, musicais,
dramáticas, literárias, cênicas), alto grau de criatividade, originalidade, imaginação, capacidade
para resolver problemas de forma diferente e inovadora, sensibilidade (podendo reagir de modo
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diferente, até de modo extravagante), facilidade de auto-expressão, fluência e flexibilidade, ideias


divergentes, entre outros.
FONTE: Elaborado pelo autor.

As áreas mencionadas são assim consideradas no contexto brasileiro, podendo haver


várias combinações entre elas e, inclusive, o aparecimento de outros tipos, ligados a outros
talentos e habilidades. Porém vale lembrar que os alunos com AH/SD não necessariamente
apresentarão todas essas características, mas, quando as apresentam elas podem não aparecer
simultaneamente nem no mesmo nível de intensidade. O importante é não generalizar.
Em sala de aula, alguns alunos podem evidenciar mais facilidade para socialização,
linguagem, capacidade de conceituação expressiva ou desempenho escolar superior. Por outro
lado, há outros que, mesmo com alguma capacidade acima da média, apresentam rendimento
escolar inferior e merecem cuidados especiais, pois, frequentemente, “manifestam falta de
interesse e motivação para os estudos acadêmicos e para a rotina escolar, podendo também
apresentar dificuldades de ajustamento ao grupo de colegas, o que desencadeia problemas de
aprendizagem e de adaptação escolar” (BRASIL, 2006, p.14).

1.4.1. A superdotação segundo Joseph Renzulli

Para compreendermos melhor a definição de sujeito com AH/SD descrita por


Renzulli, precisamos contextualizar brevemente sua teoria17.
Joseph Renzulli é um renomado pesquisador, psicólogo e professor do Centro
Nacional de Pesquisa sobre Superdotação e Talento da Universidade de Connecticut, nos
Estados Unidos. Ele, em parceria com a também pesquisadora Dra. Sally M. Reis,
desenvolveram o The Schoolwide Enrichment Model – SEM ou traduzido para o português
como Modelo de Enriquecimento Escolar – MEE e o propuseram com o objetivo de tornar a
escola um lugar onde os talentos sejam identificados e desenvolvidos (REIS; RENZULLI,
1985). O MEE
[...] vai além de um modelo a ser seguido, é um plano de organização
extremamente democrático e flexível que pode ser adaptado a qualquer
realidade escolar e aplicado em qualquer série ou modalidade de ensino
conforme as necessidades do professor e do aluno e as características do
ambiente educacional (BURIN, 2019, p. 67).

17
A Teoria de Renzulli será melhor apresentada nos capítulos seguintes.
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O Modelo de Enriquecimento Escolar é muito utilizado mundial tendo em vista que é


o único modelo apresentado para o contexto escolar. Sustentado por três bases: o Modelo de
Identificação das Portas Giratórias, que proporciona meios para a identificação dos alunos
com indicadores de AH/SD; o Modelo dos Três Anéis, que define e caracteriza os alunos com
AH/SD; e o Modelo Triádico de Enriquecimento, que apresenta modelos de atividades de
enriquecimento para todos os alunos no contexto escolar; ele se torna um excelente aliado em
relação a identificação, avaliação e atendimento de alunos com AH/SD. A Figura 1 representa
o MEE desenvolvido por Reis e Renzulli (1985).

Figura 1- Esquema da Teoria de Renzulli

FONTE: Elaborado pelo autor.

Para Renzulli (2005) existem dois tipos de superdotação: acadêmico e a


criativo-produtivo. Para o autor ambos possuem o mesmo grau de importância e é comum
haver uma interação entre eles (apesar de não ser uma regra geral) sendo papel do
atendimento educacional especializado tomar providências apropriadas a fim de estimular os
dois tipos de superdotação.
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Superdotação acadêmica: alunos com esse tipo de superdotação são identificados


com maior rapidez pelo próprio sistema de ensino por ser facilmente mensurado através dos
testes de QI ou de habilidades cognitivas (RENZULLI, 2005). Alunos com esse tipo de
superdotação aprendem com facilidade e rapidez e apresentam um nível de compreensão,
habilidades analíticas e de memorização e raciocínio lógico mais elevado quando comparado
a seus pares. Assim, é de responsabilidade dos sistemas de ensino fazer a compactação de
currículo (modificação do conteúdo curricular), aceleração de estudos ou as adaptações
curriculares necessárias para esses educandos (BURIN, 2019). É importante ressaltar que
avaliações padronizadas e os testes de QI ou de habilidades cognitivas não devem ser as
únicas formas de identificação dos alunos com indicadores de AH/SD na área acadêmica, pois
eles podem apresentar baixo desempenho devido a diversos fatores que contribuem com esse
fracasso escolar. A desmotivação é um desses principais fatores.

Superdotação criativo-produtiva: trata dos aspectos da atividade e do


envolvimento humano no desenvolvimento do pensamento, ideias e soluções originais,
materiais e produtos projetados para causar impacto em uma determinada população (BURIN,
2019). Para Renzulli (2005) a superdotação criativa-produtiva é “colocar as habilidades de
uma pessoa para trabalhar em problemas e áreas de estudo que tenham relevância pessoal para
o aluno e que possam ser elevados para níveis apropriadamente desafiadores de atividades
investigativas” (p. 11, tradução nossa).

É importante destacar que Renzulli (2005) faz uma distinção entre ser superdotado
(conceito absoluto) e em poder desenvolver comportamentos de superdotação (um conceito
relativo que podem ser desenvolvidos em algumas pessoas, em certo tempo e sob certas
circunstâncias, variando em graus de comportamentos de superdotação).
Para o autor o comportamento de superdotação
“consiste em ação resultante da interação de três grupos de traços que
possuem relação com as áreas gerais e específicas do desempenho humano –
Habilidade acima da média, Envolvimento ou Comprometimento com a
Tarefa e Criatividade. O autor salienta que não existe uma ordem de
importância entre estes traços, que eles não necessitam estar presentes ao
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mesmo tempo nem se manifestar com igual intensidade ao longo da vida


produtiva; o mais importante é que estes componentes estejam interagindo
em algum grau, para que um alto nível de produtividade criativa possa
emergir e assim se confirmar o comportamento de superdotação
(RENZULLI, 2005, apud BURIN, 2019, p. 80).

A Figura 2 representa a interação entre os três anéis de Renzulli.

Figura 2 - Modelo dos Três Anéis de Renzulli

Fonte: SANTA CATARINA, 2016a, p.19.

Conforme apresentado na Figura 3, a AH/SD sofre fortes influências das condições do


indivíduo como o aspecto afetivo-emocional (modo de cada indivíduo integrar suas
experiências) e o aspecto social (maneira como o indivíduo reage diante de situações que
envolvam outras pessoas), bem como pelos fatores ambientais (o ambiente escolar, familiar e
social ao qual este sujeito está inserido) e esses aspectos podem mascarar ou ressaltar o
comportamento de superdotação no sujeito (VIRGOLIM, 2007).
Vejamos na Tabela 7 um pouco mais sobre os três grupos de traços definidos por
Renzulli.
Tabela 7 – Os três grupos de traços definidos por Renzulli
Habilidade Acima da Média
São aqueles que se destacam dentro de um grupo que apresenta bom desempenho em
uma determinada área. Renzulli (2005) define habilidade acima da média de duas maneiras:
1) Habilidade Geral: “capacidade de processar informações, integrar experiências
que resultam em respostas apropriadas e adaptativas a novas situações e a capacidade de se
envolver em pensamentos abstratos” (p. 14, tradução nossa). Exemplos de habilidade geral: o
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raciocínio verbal e/ou numérico, memória, habilidade para lidar com abstrações (capacidade
de associação, análise e síntese), flexibilidade de pensamento (habilidade para transferir
aprendizagens de uma situação para outra), repertório de conhecimentos (possui grande
bagagem de informações sobre um tópico específico e/ou uma variedade de tópicos),
relações espaciais, entre outros. Essas habilidades frequentemente são medidas por testes de
inteligência e aptidão (BURIN, 2019);
2) Habilidade Específica: “capacidade de adquirir conhecimento, habilidade ou
capacidade de atuar em uma ou mais atividades de um tipo especializado e dentro de uma
faixa restrita” (p. 14, tradução nossa). Exemplos de habilidade específica: matemática,
biologia, artes visuais, artes cênicas, fotografia, composição musical, etc. (BURIN, 2019).
As habilidades geral e específica podem ser subdivididas em áreas melhores definidas
como, por exemplo, dentro da matemática um aluno pode apresentar interesse específico por
geometria plana, equações algébricas, análise combinatória, etc. Em geral as áreas devem ser
avaliadas através do olhar atento e observador de profissionais de cada uma dessas áreas
específicas. A Figura 3 representa a diferença entre habilidade geral e habilidade específica
(BURIN, 2019).
Figura 3 - Conceito de Superdotação para Renzulli: áreas gerais e específicas

Fonte: BURIN, 2019, p. 82.


Comprometimento com a Tarefa
Está associado à energia investida na execução de um projeto ou na resolução de um
problema, ou seja, “é a capacidade de envolver-se totalmente em um problema ou área
específica por um longo período de tempo em busca de uma solução ou de aperfeiçoamento”
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(BURIN, 2019, p.82). Para Renzulli (2005) o comprometimento com a Tarefa “representa a
energia feita sobre um determinado problema (tarefa) ou área específica de desempenho” (p.
18, tradução nossa).
Trata-se da resistência em permanecer na mesma atividade, de requerer pouca
orientação dos professores, dedicar-se por um longo período de tempo a um tema de
relevância para a pessoa. É quando alguém se sente autodeterminado e competente a
solucionar um determinado problema impulsionando-a a insistir em um resultado final
(RENZULLI, 2005).
Criatividade
Envolve aspectos como pensamento divergente, originalidade e estratégias
construtivas, planejamento, fluência, flexibilidade e originalidade na execução de atividades
concretas e/ou imaginativas, senso de humor aguçado, espírito de aventura, consciência
humana e propósito social. Estão presentes em pessoas que apresentam muita curiosidade,
sensibilidade e coragem de correr riscos, e produções inovadoras e ricas em detalhes
(RENZULLI, 2005).

Renzulli e Reis (1986) ressaltam que o comportamento de superdotação pode


aparecer em certas pessoas, em alguns momentos e sob determinadas circunstâncias, portanto
uma pessoa que apresenta pelo menos um dos três grupos de traços (Habilidade acima da
média, Comprometimento com a Tarefa e Criatividade) é denominada indivíduo com
indicadores de AH/SD, ou seja, é considerada uma pessoa que tem propensão a desenvolver o
comportamento de superdotação.
Assim, os alunos regularmente matriculados em algum nível de ensino que
apresentarem indicadores de AH/SD, devem ser encaminhados ao AEE-AH/SD onde
receberão a devida estimulação dos demais grupos de traços através da proposição de uma
ampla variedade de oportunidades, recursos e incentivos educacionais (além daqueles
normalmente fornecidos pela escola regular). “Caso o aluno consiga desenvolver ao mesmo
tempo os três grupos de traços, mesmo que em intensidades diferentes, é dito então que este
aluno apresenta, neste momento, comportamento de superdotação” (BURIN, 2019, p 81).
Burin (2019) ressalta ainda que a identificação dos alunos com indicadores de
AH/SD não deve decorrer de uma única fonte de informação, ele deve ser “um processo
dinâmico que envolve avaliação e acompanhamento contínuo” (p. 58), devendo sempre ser
levado em conta o contexto familiar, socioeconômico e cultural e feito “por meio de
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observação do comportamento e desempenho do aluno em diversos momentos da vida


acadêmica” (p. 58).

1.4.2. Algumas características

Pesquisadores da área ainda não entraram em consenso tanto quanto à nomenclatura


correta para os sujeitos com AH/SD como quanto à própria definição do termo. Assim a
identificação de possíveis talentos fica atrelada à observação e identificação de características
comuns aos alunos com AH/SD que abrangem tanto aspectos cognitivos quanto
características afetivas, neuropsicomotoras e de personalidade.
Vale ressaltar que “nem todos os indivíduos superdotados apresentam as mesmas
características de desenvolvimento e comportamento demonstrando uma enorme variação em
termos de habilidades e competências nos mais variados níveis de suas manifestações”
(BURIN, 2019, p. 59).
Destacamos na Tabela 8 algumas características que mais frequentemente estão
presentes nos alunos com AH/SD segundo Winner (1998), Alencar e Fleith (2001), Sabatella
(2008) e Guenther (2012):

Tabela 8 - Características da pessoa com AH/SD

Apresenta excelente raciocínio lógico, pensamento abstrato, habilidade para processar


informação rapidamente e de compreender princípios mais complexos, são bons em
jogos de estratégia;
Facilidade para aprender, aprendizagem rápida com instrução mínima, facilidade para
entender princípios gerais, não toleram repetição do conteúdo escolar;
Originalidade de pensamento ou na execução de atividades;
Criativos, originais, inovadores na proposição de ideias e/ou soluções de problemas;
Senso de humor aguçado, maduro e sofisticado, gosta de piadas, uso de metáforas,
jogos de palavras e rimas;
Apresenta pensamento divergente;
Aborrecimento com a rotina, fica chateado quando tem que repetir um exercício de
algo que já sabe;
Demonstra persistência e obstinação em tarefas do seu interesse;
Habilidade de se concentrar intencionalmente em um tópico por um longo período de
tempo;
Demonstra organização (de ideias, de informações, de materiais, etc.), capricho e
planejamento;
Revela intenso perfeccionismo, procura padrão superior em quase tudo que fazem;
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Boa capacidade de memória, facilidade para lembrar de informações, retém um grande


número de informações sobre um determinado assunto e/ou sobre uma variedade de
tópicos;
Apresenta curiosidade intelectual, elabora perguntas de níveis mais avançados, tenta
descobrir o como e o porquê das coisas, é muito curioso;
Grande necessidade de estimulação mental, prefere atividades desafiadoras, é produtor
de conhecimento.
É sensível às situações do grupo e/ou causas sociais;
É responsável;
Se expressa através de ideias próprias que mantém e defende;
É obstinado em procurar informações sobre questões e/ou temas de seu interesse;
Necessita de poucos estímulos para iniciar e/ou finalizar seus trabalhos, requer pouca
orientação dos professores, persistente, independente.
Assincronia entre as áreas intelectual, psicomotora, linguística e perceptual,
desenvolvimento físico precoce (sentar, engatinhar e caminhar).

Neste capítulo você aprendeu alguns conceitos básicos referente a temática das
AH/SD. As teorias, características e modelos educacionais que permeiam nossa prática do
trabalho com esses alunos serão abordados em capítulos posteriores.
Espero que estejam gostando do curso até o momento.
Bons estudos!

1.5. Referências

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