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Revista do Sistema de Conselhos de Fonoaudiologia

Ano XIX- Número 73- abr/mai/jun 2017

Fiscalização e ética na
Fonoaudiologia em debate

CFFa continua articulação Fonoaudióloga participa de


para aprovação do PL 30 pesquisa inovadora na área de
horas para Fonoaudiologia demência, na Irlanda
Sumário

Editorial ............................................................... 03
Entrevista
A Voz dos Crefonos
Fonoaudióloga Bárbara Costa fala sobre
Crefono 1 pesquisa inovadora em demência ................. 40
CRFa 1ª Região publica Revista Digital
Capa
Acadêmica ......................................................... 04
Fiscalização e ética na Fonoaudiologia em
Crefono 2 debate ...............................................................
Evento discute Fonoaudiologia na Saúde
45
Fono na Política
Pública do estado de SP................................... 08
CFFa continua articulação para aprovação do
Fórum discute atuação do Fonoaudiólogo em
PL 30 horas para Fonoaudiologia..................... 50
Otoneurologia
Valorização profissional ................................... 53
Fonoaudiologia na Educação em debate......... 12
Educação
Crefono 3
Sistema de Conselhos na Bett Educar ............ 56
Autismo e a Fonoaudiologia ............................. 17
CRFa 2ª Região realiza V Mostra de
IX Congresso de Fonoaudiologia Hospitalar
Fonoaudiologia em Linguagem
discute inovações tecnológicas .................. 20
Fique de Olho
Crefono 4
Confira agenda dos principais eventos
Musicoterapia na (re)habilitação de
da Fonoaudiologia ............................................ 60
Deficientes Auditivos ................................. 22
Por dentro da Profissão
Crefono 5
Dermatoglifia: Medidores nas pontas dis
Porto Velho recebe Conselho Itinerante ......... 26 dedos ............................................................ 62
Crefono 6
Fonoaudiologia assistida por cães estimula
Fóruns discutem a atuação dos mente, corpo e emoções ................................. 66
fonoaudiólogos na 6ª Região......................... 31
Saúde
Crefono 7
Primeira cirurgia de prótese auditiva
CRFa 7ª Região auxilia defensoria pública ancorada ao osso é realizada no Maranhão .. 70
do RS a requerer mais fonoaudiólogos nas
políticas públicas no interior do estado ........... 34 Fonoaudiologia estética aliada à qualidade
de vida .............................................................. 73
Crefono 8
Parceria entre cursos de fonoaudiologia
e odontologia prepara estudantes para o
mercado de trabalho ..................................... 36

2
Editorial

Edição nº 73 trata de assuntos


inéditos na Fonoaudiologia
Estes últimos meses foram muito movimentados para o Sistema de Conselhos de Fo-
noaudiologia. Na editoria a Voz dos Crefonos temos um panorama de todas as ações
regionais. O CRFa 2ª Região, por exemplo, organizou vários eventos, um deles foi o “I Fó-
rum: atuação fonoaudiológica em Otoneurologia – avaliação vestibular”, que teve como
objetivo discutir a bateria de testes do exame vestibular e o laudo otoneurológico; e “VI
Mostra de Linguagem Escrita e II Fórum de Fonoaudiologia na Educação”, com apresen-
tação de trabalhos e roda de conversa sobre o assunto. O CRFa 5ª Região realizou uma
ação que tem se tornado frequente no Sistema de Conselhos de Fonoaudiologia que é o
“Conselho Itinerante”. Esta foi a vez de Porto Velho receber os representantes do Conse-
lho para participar de palestras e tirar dúvidas, uma ação que com certeza tem tido muito
sucesso no Sistema de Conselhos de Fonoaudiologia.
O Sistema de Conselhos de Fonoaudiologia participou também da Feira de Exposições
Bett Educar, evento que reúne práticas e tecnologias para propiciar o desenvolvimento
dos educadores, maximizando a aprendizagem dos alunos. Além disso o CRFa 2ª Região
esteve entre os palestrantes do Congresso Bett Educar, com a palestra do conselheiro
Jason Gomes.
Um dos eventos mais significativos dos últimos meses foi o “VI Encontro Nacional de
Fiscalização e I Simpósio de Orientação e Fiscalização do Sistema de Conselhos de Fono-
audiologia”, que reuniu aproximadamente 50 profissionais entre conselheiros, agentes
fiscais e assessores jurídicos do Sistema de Conselhos. Este Encontro é de grande valia
para o Sistema de Conselhos, para os profissionais da fonoau-
diologia e para a população em geral pois discute aspectos
importantes relacionados à Fiscalização do exercício pro-
fissional e da Ética na fonoaudiologia.
Além dos eventos, a edição nº73 da Revista Co-
municar traz uma entrevista com a fonoaudióloga
Bárbara Costa Beber, de Porto Alegre, que participa
do programa de pesquisa sobre demência em Du-
blin, na Irlanda. Na editoria de Fonoaudiologia na
Política temos uma matéria que exemplifica quais
são as etapas para aprovação de um Projeto de Lei.
Temos também outros assuntos inéditos na área
da fonoaudiologia como “Dermatoglifia: Medidores
nas pontas dos dedos” e “Fonoaudiologia assistida
por cães”.
Aproveitem e boa leitura!

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A Voz dos Crefono 1
Crefonos

CRFa 1ª Região
publica Revista
Digital Acadêmica
para incentivar produção
científica no Rio de Janeiro
Rose Maria - repórter desses futuros profissionais, enaltecer
O Conselho Regional de Fonoaudio- tanto o trabalho dos alunos como tam-
logia do Rio lançou sua Revista Digi- bém dos professores de nossas institui-
tal Acadêmica, que já caminha para a ções de ensino e incentivar trabalhos
terceira edição. Publicação eletrônica científicos em Fonoaudiologia, porque
semestral, com edições disponíveis no ainda produzimos muito pouco saber
site www.crefono1.gov.br em abril e científico no país”, afirmou a presidente
outubro, a revista reúne artigos e rela- da Comissão de Ensino do CREFONO1,
tos de caso, preferencialmente inéditos Maria Esther de Araújo (CRFa 1- 8177).
e originais, produzidos pelos forman- A Revista Digital Acadêmica atende
dos de Fonoaudiologia. A Comissão de também metas do 11º Colegiado, que
Ensino do CRFa 1ª Região, que coorde- são o fortalecimento de ações de cida-
na o projeto, recebe novos artigos para dania, buscando informar e conscienti-
análise até 20 de setembro, para a pró- zar a população do saber e do fazer fo-
xima edição. noaudiológico e a promoção de parceria
“Queremos contribuir para a constru- com as Instituições de Ensino Superior.
ção do pensamento crítico-científico de Assim, os artigos são encaminhados pe-
nossos jovens no panorama educacio- los coordenadores dos cursos de Fono-
nal e profissional brasileiro. Nossa ideia audiologia do Rio de Janeiro pelo ende-
é dar visibilidade à produção científica reço comissaodeensino@crefono1.gov.

4
Arkus Agência de Publicidade

br e são analisados pelo Conselho Edi- de que não seja apenas um rito a ser
torial. “Nosso compromisso é divulgar a cumprido, mas um momento de apren-
produção do conhecimento, salientan- dizagem e investigação científica. A
do que o teor dos artigos exprime a pro- pesquisa científica faz parte da forma-
dução mais recente de seus pesquisado- ção acadêmica e é motivo de grande
res”, completou Esther de Araújo. orgulho e satisfação ter os trabalhos
Para a coordenadora do curso de de nossos alunos publicados pelo nos-
Fonoaudiologia so Conselho”, disse
da Universidade Rita Leniza.
Veiga de Almei- A coordenadora
da (UVA), Rita do Curso de Fono-
Leniza (CRFa1- audiologia da Uni-
8832), ter um versidade Estácio de
canal aberto Sá, Ana Maria Godoi
para as publica- (CRFa 1-2916) con-
ções do curso corda com Rita Leni-
no Conselho Re- za e considera a pes-
gional, com um quisa um dos pilares
olhar diferencia- fundamentais na
do para o aluno Queremos contribuir para a formação do futuro
de último ano ou profissional, que de-
recém formado,
construção do pensamento críti- verá estar sempre
é um grande in- co-cinetífico de nossos jovens no preocupado com o
centivo e estímu- panorama educacional e profis- seu aprimoramen-
lo ao corpo dis- sional brasileiro." - Maria Ester to em Fonoaudio-
cente e docente. Araújo logia. “Durante a
Os trabalhos tor- graduação, incen-
nam-se públicos tivamos nossos
e acessíveis, fortalecendo a importância alunos a buscar novos conhecimentos,
da atuação fonoaudiológica para a so- garantindo, desta forma, um excelente
ciedade. e consciente exercício da profissão que
“Estou como coordenadora do Cur- escolheram. Com o surgimento da Re-
so de Fonoaudiologia da UVA desde vista Digital Acadêmica CREFONO1, nos-
2011 e junto com o corpo docente, a sos alunos poderão ampliar a divulgação
cada ano, melhoramos nossos traba- de suas produções científicas e adquirir
lhos de conclusão de curso, no ensejo mais conhecimento com os diversos te-
5
A Voz dos Crefono 1
Crefonos

Arquivo pessoal
“Sinto-me realizada, não apenas pela
publicação. O processo de pesquisa foi
algo que contribuiu bastante para a
minha formação, me proporcionando
mais conhecimento e me aproximan-
do mais da área na qual pretendo atu-
ar”, admitiu. E foi além: “Espero que
essa pesquisa não faça a diferença só
na minha vida, mas que corrobore de
maneira significativa na vida de outros
profissionais, complementando seu co-
nhecimento para que possam atuar de
forma eficaz na terapia de seus clientes
e propiciando, através da terapia fono-
audiológica, qualidade de vida”, com-
pletou Tuane.
“É motivo de grande orgulho e satisfação ter A coordenadora do curso de Fonoau-
os trabalhos de nossos alunos publicados pelo diologia da Faculdade Redentor, no in-
nosso Conselho.” - Rita Leniza terior do estado, Carolina de Freitas do
Carmo (CRFa 1-3347-6), também apoia
mas abordados. Incentivar a pesquisa no a iniciativa. “A criação da Revista Digital
corpo discente garantirá o surgimento de Acadêmica CREFONO1 favoreceu os jo-
um pesquisador durante toda a sua cami- vens pesquisadores, que podem fazer
nhada profissional”, espera Ana Godoi. circular e tornar visíveis os resultados
A estudante de Fonoaudiologia da dos seus trabalhos, assim como a Fono-
UVA Tuane Carvalho, que publicou um audiologia, por tornar disponíveis tra-
estudo sobre o “Uso da Eletroestimula- balhos de qualidade, devido ao rigor no
ção Neuromuscular no Tratamento das critério do Conselho Regional ao avaliar
Disfagias Orofaríngeas”, na edição nº 2 os artigos submetidos para publicação.
da Revista, com orientação da profes- A iniciativa permitiu aos estudantes ve-
sora Viviane Marques (CRFa 1-10022), rem o resultado do seu esforço acadê-
reconhece que a publicação de um mico ao produzir um artigo científico,
artigo é muito importante na vida de valorizado e reconhecido por órgão de
qualquer profissional e, na dela, futura representatividade da profissão”, opi-
fonoaudióloga, isso não foi diferente. nou Carolina de Freitas.

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Arquivo pessoal
A presidente da Comissão de Ensino
do CRFa 1ª Região informou que a Re-
vista Digital Acadêmica CREFONO1 vem
buscando registro para maior validação
de suas publicações. “Isso não impede
que os artigos sejam enviados. Tenho
recebido relatos dos coordenadores de
que seus alunos estão mais motivados
e nosso objetivo é estimulá-los cada
vez mais à produção científica”, ressal-
tou Esther de Araújo.
As normas para envio de artigos, re-
latos de caso ou artigo de revisão, bem
como o modelo para envio de contri-
buições estão disponíveis em http://
crefono1.gov.br/revista-digital-acade-
mica-crefono1/. "A iniciativa permitiu aos estudantes verem o
Afinal, todos os formandos em Fono- resultado do seu esforço acadêmico valorizado
audiologia podem se sentir como Isabe- e reconhecido." - Carolina de Freitas
la Rodrigues Cabral, acadêmica da UVA

Arquivo pessoal
que, juntamente com seu grupo de tra-
balho, sob orientação da fonoaudióloga
Karla Vasconcelos (CRFa 1-9640), teve
seu artigo sobre “Reabilitação Vestibular
como Ferramenta na Mudança do Equi-
líbrio em Idosos” publicado na 2ª edição
da Revista. Para Isabela Cabral, ver seu
artigo publicado trouxe uma sensação
de “dever cumprido”. “Depois de todo o
esforço, pesquisa e orientação, ter esse
reconhecimento é maravilhoso. É mui-
to importante um profissional produzir
sempre, para contribuir com o meio
acadêmico e gerar visibilidade para sua "Incentivar a pesquisa no corpo discente garanti-
rá o surgimento de um pesquisador durante toda
carreira”, acredita Isabela. a sua caminhada profissional" - Ana Godoi

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A Voz dos Crefono 2
Crefonos

Evento discute Fonoaudiologia


na Saúde Pública do
Estado de São Paulo
Raíza Rocha

Evento aconteceu em maio de 2017,no interior do estado

Comissão de Saúde CRFa 2ª Região do CRFa 2ª Região realizou a V Mostra


Cibele Siqueira CRFa 2 -6198 de Fonoaudiologia na Saúde Pública
Cumprindo o objetivo de levar as do Estado de São Paulo e o I Fórum
discussões sobre as ações dos fono- sobre a atuação fonoaudiológica no
audiólogos para as diversas regiões do SUS: desafios e propostas, na cidade
estado de São Paulo, o 11º colegiado de Campinas.

8
O evento ocorreu no dia 16 de maio, sentações dos representantes institu-
em parceria com o Curso de Fonoaudio- cionais e nos debates com o público,
logia da PUC-Campinas, e reuniu mais de a importância da integração de ações
170 participantes, entre docentes, gra- envolvendo Instituições de Ensino Su-
duandos e profissionais. “A forte adesãoperior, Sociedade Brasileira de Fono-
ao evento demonstrou a importância da audiologia (SBFa), Conselho de Classe
promoção de espaços com exposição e (CRFa), e gestão no SUS.
debates sobre a atuação do fonoaudió- “A lógica do trabalho coletivo, a par-
logo no SUS, assim como a demanda de tir das diretrizes da política pública, de-
atividades do Conselho no interior do manda formação profissional e olhar
estado”, afirma Elaine Herrero (CRFa 2 diferenciado sobre as necessidades de
-1198), Presidente da Comissão de Saú- saúde da população para legitimação
de do CRFa 2ª Região. das práticas fonoaudiológicas em ser-
Foram inscritos 44 trabalhos para a viço. O fonoaudiólogo tem um papel
V Mostra que contemplavam todos os fundamental na integralidade da as-
níveis de atenção, entre eles cinco fo- sistência. O desafio é ter instrumentos
ram apresentados oralmente e 36 ex- para realizar o dimensionamento dessa
postos no formato pôster. assistência. Uma das propostas levan-
tadas durante o fórum foi a discussão
Acesse os trabalhos aqui de indicadores”, argumenta Cristiana
Lykouropoulos (CRFa 2 -5829), conse-
lheira e moderadora do I Fórum.
A diversidade e a qualidade dos tra- Na V Mostra, o CRFa 2ª Região re-
balhos, bem como a expressiva parti- afirmou o seu compromisso em dar
cipação do público, surpreenderam a continuidade aos debates em outras ci-
comissão organizadora. Foram vários dades do estado, de maneira a agregar
depoimentos de ações exitosas, bem cada vez mais o trabalho do fonoaudi-
como relatos de dificuldades e entra- ólogo em prol da Saúde Pública, e for-
ves que precisam da mobilização da talecer as articulações possíveis entre
categoria para promoção de mudanças os diferentes atores – Instituições de
nas práticas coletivas. Ensino Superior, Sociedade Científica,
No Fórum, destacou-se, nas apre- Conselho de Classe e gestão.

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A Voz dos Crefono 2
Crefonos

Confira alguns dos pontos discutidos no


evento e que evidenciam um processo de
qualificação da Fonoaudiologia no SUS:
• Criação de novos dispositivos clíni- tos de atenção à saúde mental, sob
cos, com abordagem em espaços o desafio de integração entre “nú-
sociais, numa visão ampliada de cleo” e “campo” na composição do
comunicação nos cenários de vida; trabalho em equipe;
• Desenvolvimento de práticas inter- • Revisão de conceitos sobre defici-
disciplinares alinhadas por objeti- ência e participação social na ges-
vos comuns de cuidado integrado tão dos recursos para atenção às
aos usuários, que vão além da “ava- demandas da população;
liação e tratamento de distúrbios • Atitude pró-ativa na conquista de es-
da comunicação”; paço e legitimação das práticas de cui-
• Atuação fonoaudiológica em pon- dado paliativo na atenção hospitalar.

Raíza Rocha Raíza Rocha

Foram vários depoimentos exitosos e relatos de di- Foram inscritos 44 trabalhos para a V Mostra que con-
ficuldades que precisam da mobilização da categoria templavam todos os níveis de atenção

10
Histórico do evento
O Conselho Regional de Fonoaudio- a participação dos fonoaudiólogos que
logia 2ª Região promoveu a I Mostra atuavam na saúde pública em todos os
de Fonoaudiologia na Atenção Básica níveis de atenção.
em 2009. O evento teve como objeti- Após um período de lacuna, em
vo conhecer e dialogar com as diversas 2017, o 11º colegiado do CRFa 2ª Re-
experiências que vinham sendo desen- gião retomou o projeto trazendo mais
volvidas pelos fonoaudiólogos nesse uma novidade: o I Fórum sobre a atu-
nível de atenção. Em 2010, mais uma ação fonoaudiológica no SUS: desafios
edição do evento foi realizada, a partir e propostas, com o objetivo de divulgar
das sugestões recebidas, foi integrado e debater as experiências dos fonoau-
à Mostra o I Encontro de Fonoaudiolo- diólogos na rede de atenção do SUS
gia na Saúde Pública do Estado de São (atenção básica, especializada e alta
Paulo. A novidade buscou contemplar complexidade).

Raíza Rocha Raíza Rocha

O CRFa 2ª Região se comprometeu em dar continui- A qualidade dos trabalhos e a expressiva participação
dade aos debates em outras cidades do estado do público surpreenderam a comissão organizadora

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A Voz dos Crefono 2
Crefonos

Fórum discute a atuação do Fon


Raíza Rocha - repórter
Representantes do Conselho Re-
gional de Fonoaudiologia 2ª Região,
docentes de cursos de graduação em
Fonoaudiologia do Estado de São Pau-
lo e fonoaudiólogos que atuam na área
de avaliação e reabilitação vestibular
reuniram-se, no dia 25 de maio, no au-
ditório da Santa Casa, para discutir a
bateria de testes do exame vestibular
e o laudo otoneurológico. Cerca de 50
profissionais participaram do I Fórum:
atuação fonoaudiológica em Otoneu-
rologia – Avaliação Vestibular, promo-
vido pelo CRFa 2ª Região com o apoio
da Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo.
A partir da discussão instigada pela
mesa “A bateria de testes da avaliação
otoneurológica”, foi levantada a neces-
sidade de estabelecer-se uma bateria
mínima de testes a ser utilizada pelo
fonoaudiólogo para avaliar a função
vestibular. Discutiu-se ainda a ausência
de padrões de referência dos equipa-
mentos, principalmente, dos otocalo-
rímetros utilizados para realização do
exame, e a importância de ações volta- Mesa de
das para padronização. abertura

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noaudiólogo na Otoneurologia
Raíza Rocha
Os debates também levaram em
consideração os dados do perfil, rea-
lizado pelo Conselho, em outubro de
2016, com 144 profissionais, na sua
maioria com mais de 10 anos de atua-
ção em Otoneurologia, a exemplo das
principais dificuldades vivenciadas nes-
Cerca de 50 sa área de atuação: ausência de padrão
profissionais quanto ao laudo e à bateria de testes
participaram dos exames; remuneração não com-
do I Fórum:
Atuação Fono-
patível com o tempo empregado para
audiológica em realizar o exame; desconhecimento
Otoneurologia dos profissionais da área da saúde para
– Avaliação efetivo encaminhamento de casos; di-
Vestibular vulgação reduzida da atuação fonoau-
Raíza Rocha
diológica na área; formação deficiente
durante a graduação e oferta reduzida
de cursos de especialização.
Como resultado do I Fórum, o CRFa
2ª Região irá publicar um documento
para indicar a bateria mínima de tes-
tes do exame vestibular e promoverá
novo encontro para discussão do lau-
do otoneurológico no segundo semes-
tre de 2017.

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A Voz dos Crefono 2
Crefonos

Fonoaudiologia na
Educação em debate

O evento reuniu fonoaudiólogos, educadores e estudantes de 15 cidades de São Paulo

Raíza Rocha - repórter UNESP, em Marília (SP), no dia 22 de


Refletir sobre a atuação do fonoau- junho, e reuniu fonoaudiólogos, edu-
diólogo nos diversos espaços educacio- cadores e estudantes de 15 cidades do
nais, públicos e privados, foi o objetivo estado, inclusive, uma profissional que
da VI Mostra de Linguagem Escrita e II veio de Olinda, Pernambuco, exclusiva-
Fórum de Fonoaudiologia na Educação, mente para participar dessa atividade.
promovido pelo Conselho Regional de A VI Mostra ocorreu no período da
Fonoaudiologia de São Paulo com o manhã, e foi o espaço no qual os pro-
apoio da Universidade Estadual Paulista. fissionais apresentaram seus trabalhos
O evento ocorreu no Campus II da e relataram suas experiências na atua-

14
ção em Linguagem Escrita. Foram duas
apresentações orais e quatro pôsteres
expostos. Após o intervalo, foi organi-
zada uma roda de conversas com de-
bates sobre os temas apresentados
como, por exemplo, a formação atual
de coordenadores pedagógicos na edu-
cação infantil com enfoque em lingua-
gem; percepção dos professores sobre
o diagnóstico da dislexia e seus efeitos Profissionais apresentaram seus trabalhos e re-
em crianças na sala de aula; experiên- lataram suas experiências
cias de estágio em instituições educa-
cionais como diferencial na formação
do estudante de Fonoaudiologia; e a
proposta de game, com o objetivo de
estimular a aquisição de conceitos fun-
damentais para leitura e fluência na
alfabetização (Acesse os links dos resu-
mos dos trabalhos no final da matéria).
No período da tarde, ocorreu a
mesa “Interlocuções entre Fonoaudio- Mesa: Interlocuções entre Fonoaudiologia e
logia e Educação” do II Fórum, no qual Educação
pesquisadores e especialistas aborda-
ram os principais desafios da atuação
fonoaudiológica na Educação. “Deve-
mos levar o conhecimento da Fonoau-
diologia para a Educação com o obje-
tivo de promover a qualidade de vida
e, assim, fortalecer a aprendizagem
plena”, afirmou Aline Costa, Doutora
em Educação Especial pela Universida-
de Federal de São Carlos. A Doutora em É compromisso do 11º Colegiado levar discus-
Educação pela Faculdade de Filosofia e sões para as diversas regiões do estado

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A Voz dos Crefono 2
Crefonos

Ciências da UNESP, Rosimar Bortolini, do do CRFa 2ª Região de levar discussões


também vê com bons olhos a relação sobre a atuação dos fonoaudiólogos para
entre a Fonoaudiologia e a Educação. as diversas regiões do estado. Segundo a
Segundo ela, essa relação é fundamen- representante da Sociedade Brasileira de
tal para garantir uma Educação Inclu- Fonoaudiologia, a fonoaudióloga Dra. Gi-
siva, ou seja, em que todos tenham as sele Donadon (CRFa 2-16126), que este-
mesmas oportunidades de aprender. ve presente na Mesa de Abertura, “ações
Ao discutir o processo de acompa- como essa não só fortalecem a profissão,
nhamento da aprendizagem da escrita, o como também colocam as práticas edu-
Doutor em Linguística, Lourenço Chacon, cacionais em discussão”.
alertou para a necessidade de aprimorar “Destaco a iniciativa do Conselho de
o olhar sobre o erro. “O que é erro na es- aproximar o órgão colegiado e a Universi-
crita? Por que há um destaque maior ao dade. Acredito que vivemos um momento
erro? O erro não é sinônimo de não acer- oportuno para discutir tanto as questões
to. Ele pode ser um elemento revelador de formação quanto de atuação profissio-
do processo de aprender”, argumentou. nal”, complementou Claudia Girotto, pro-
Conselho Ativo fessora e Fonoaudióloga do departamen-
A realização do evento no interior de to de Educação Especial da Faculdade de
São Paulo é compromisso do 11º Colegia- Filosofia e Ciências da UNESP de Marília.

Resumos dos Trabalhos apresentados na VI Mostra


• Fonoaudiologia e Educação Infantil: uma proposta de formação a coordenado-
res pedagógicos com enfoque em Linguagem (clique aqui).
• Percepção dos professores acerca dos sinais e sintomas da dislexia em crianças
• na sala de aula. (clique aqui).
• Estimulação de Linguagem com famílias de baixo nível socioeconômico. (clique
aqui).
• Game de Alfabetização: Foco X Cuca Fresca. (clique aqui).
• Ensino, Serviço e Comunidade: o estágio supervisionado da graduação em Fo-
noaudiologia nas escolas de ensino infantil e fundamental. (clique aqui).
• Estudo de caso: intervenção fonoaudiológica na dislexia por meio de figuras.
(clique aqui).

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A Voz dos Crefono 3
Crefonos

Autismo e a
fonoaudiologia
Em Curitiba, atendimentos seguem diretrizes do SUS. Além
do paciente com autismo, o tratamento é estendido para
toda a família

Gheysa Padilha - repórter mo, transtorno de desenvolvimento,


Dificuldade em interagir e se comuni- segundo o Manual Diagnóstico e Esta-
car com outras pessoas. Esses são aspec- tístico de Transtornos Mentais (DSM-V).
tos que, se observados, principalmente, Hoje, de acordo com o levantamento da
nos três primeiros anos de vida de uma Organização das Nações Unidas (ONU),
criança, podem estar ligados ao autis- cerca de 1% da população mundial – ou

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A Voz dos Crefono 3
Crefonos

uma em cada 68 e intervenção precoces são fundamen-


crianças – apresenta tais para proporcionar melhores re-
algum Transtorno do Espec- sultados e qualidade de vida”, explica
tro Autista (TEA). a Fonoaudióloga do Ambulatório Enc-
Na Capital do Paraná, Curitiba, cantar, Nancy Yoshii (CRFa 3 -6143).
a prefeitura acompanha, atualmente, As sessões são periódicas e o aten-
cerca de 280 crianças e adolescentes dimento segue o formato ambulatorial,
em atendimento multiprofissional. No com duração de 40 a 50 minutos, indivi-
Ambulatório Enccantar, direcionado ao dual com a criança e/ou com a família.
tratamento, apoio e reabilitação, são As fonoaudiólogas participam das tria-
atendidos 163 pacientes, com idades gens, fazem suas avaliações e relató-
entre 0 e 17 anos, que passaram por rios de acompanhamento. “Ao atender
uma avaliação e foram encaminhados crianças menores, verificamos o que
ao Plano Terapêutico Singular (PTS). chama mais a sua atenção, e, a partir
Além do acompanhamento com do seu interesse, propomos iniciar uma
neurologistas, psicólogos, terapeutas interação. Procuramos incentivar a tro-
ocupacionais, as crianças e adolescen- ca de olhares, a repetição de brincadei-
tes são atendidos por fonoaudiólogos, ras, sorrisos e vocalizações, por exem-
que atuam na investigação e no de- plo”, conta Nancy, ao explicar que após
senvolvimento e aprimoramento da as primeiras sessões são introduzidas
linguagem oral e escrita, identificando outras estratégias ou situações de co-
as necessidades em cada fase do de- municação mais aprimoradas.
senvolvimento infantil. “O diagnóstico Ainda de acordo com a fonoaudiólo-

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ga, o importante é considerar os vários riação de estí-
meios que a mensagem chega ou é en- mulos materiais,
viada às crianças com TEA. “O estímulo reforço de tentativas
visual é muito relevante e mesmo com verbais de comunicação,
a audição preservada, na maioria dos uso de múltiplos exemplos,
casos, é importante conversar com a meios comunicativos em diferentes
crianças na altura dela (adulto se abai- contextos, como iniciar uma comunica-
xa), mostrar fotos, imagens, apontar e ção e como socializar com a linguagem
também antecipar o que vai acontecer oral e escrita.
(avisar onde vai, o que vai fazer, qual O tratamento não se atém apenas
atividade vai realizar). Cada criança é ao paciente com autismo, e também
única, tem suas próprias habilidades e é estendido para toda a família. Os
dificuldades”, avalia a fonoaudióloga. atendimentos são guiados pelo Plano
Também atuante no projeto, a Fo- Terapêutico Singular (PTS), no qual te-
noaudióloga Giovanna Dante (CRFa 3 rapeutas e família definem objetivos
-9104) esclarece que durante o trata- a curto e médio prazo, periodicamen-
mento são priorizadas e consideradas as te revistos e discutidos em equipe. Os
motivações para o uso funcional da lin- principais objetivos visam obter uma
guagem, que envolvem os vários níveis maior circulação social (interação na
linguísticos - fonológico, fonético, sintá- família, escola e comunidade). “Todos
tico, semântico e pragmático. Entre as são convidados a participar, ativamen-
técnicas utilizadas estão o aumento da te, do processo terapêutico”, destaca a
motivação, uso de reforço diretivo, va- fonoaudióloga.

19
A Voz dos Crefono 3
Crefonos

lX Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia


Encontro contou com mais de 700 participantes, entre estu
Gheysa Padilha - repórter
Curitiba foi palco do lX Congresso
Brasileiro de Fonoaudiologia Hospitalar,
entre os dias 25 e 27 de maio, no Espa-
ço Torres. Desde a primeira edição do
encontro, em 2008, esse foi o ano com
o maior número de inscritos, um total
exato de 732 participantes, entre pro-
fissionais e estudantes ligados a fono-
audiologia hospitalar de vários estados
como a Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo,
Minas Gerais, Góias, Rio Grande do Sul
e Santa Catarina.
Organizado pela Universidade Tuiu-
ti do Paraná (UTP), o congresso contou
com 40 palestras magnas e seis minicur-
sos. “O encontro foi um momento para Na foto, da esq. à dir.: a coordenadora do programa de M
apresentarmos pesquisas de atuação, Universidade Tuiuti do Paraná, Dra. Rosane Sampaio, o pr
com base em evidências das novas tecno- e Presidente da Comissão de Divulgação do Crefono 3, Sim
logias como, por exemplo, o uso do laser Universidade Tuiuti do Paraná, Dra. Bianca Simone Zeigelbo
na fonoaudiologia, além de estabelecer-
mos diretrizes de consenso para aconse- um analista de sistemas curitibano, que
lhamento de amamentação”, ressalta a vem ajudando médicos e enfermeiros do
coordenadora do programa de Mestrado Paraná a salvar vidas e a reduzir os casos
e Doutorado em Distúrbios da Comunica- de infecções graves - que são uma das
ção da Universidade Tuiuti do Paraná, Dra. principais causas de morte hospitalar.
Rosane Sampaio Santos (CRFa 3 -6204) O criador do robô perdeu a filhinha,
Robô Laura - Uma das inovações tec- Laura, com apenas 18 dias, depois que
nológicas também de destaque foi o Robô ela desenvolveu a sepse (conjunto de
Laura, uma tecnologia desenvolvida por manifestações graves em todo o orga-

20
Hospitalar discute inovações tecnológicas
udantes e profissionais ligados a fonoaudiologia hospitalar
Divulgação linha realizados pelo serviço de Fono-
audiologia do Hospital Nossa Senhora
das Graças (HNSG), alertando todos os
procedimentos que ainda não foram
realizados e precisam ser finalizados
para alta. O sistema é uma forma de ge-
renciar os bebês de risco. “Recebemos
mensagens em nosso celular do Robô
Laura informando o leito, paciente e
procedimento que precisa ser realiza-
do”, ressalta Rosane.
Na UTI adulto, o monitoramento das
infecções pulmonares possui marcadores
de rastreio e gerenciamento, que contam
com a detecção de sinais de risco para dis-
fagia (distúrbio na deglutição) e solicitam o
Mestrado e Doutorado em Distúrbios da Comunicação da atendimento especializado do Fonoaudió-
residente do Crefono3, Francisco Pletsch, a Fonoaudióloga logo, reduzindo assim os riscos para Pneu-
mone Ferreira Santos e a Pro-Reitora de Pós-graduação da monias Broncoaspirativas.
oim. Entre os palestrantes convidados -
Rodrigo Toba, da Universidade do Chile,
nismo produzidas por uma infecção). O falou sobre o "Protocolo de Avaliação da
Robô Laura foi desenvolvido usando tec- Deglutição em unidade de terapia inten-
nologia cognitiva, ou seja, ele é capaz de siva para adultos", e Roberta Gonçalves
aprender, encontrar falhas operacionais (CRFa 3 -6194), uma das maiores pesqui-
e informar as pessoas responsáveis a sadoras científicas do Brasil em Disfagia.
tempo de poder poupar tempo, recursos 10 anos - Em 2018, o congresso na-
e até vidas. cional completa dez anos. A décima edi-
Sua implantação permite monitorar ção acontecerá em Belo Horizonte, em
a realização de todos os Testes da Ore- maio, com data e local a confirmar.

21
A Voz dos Crefono 4
Crefonos

Musicoterapia
na (re)habilitação
de Deficientes
Auditivos
Há três anos, projeto desenvolvido no Departamento de
Fonoaudiologia da Universidade Federal de Sergipe utiliza
esse recurso terapêutico

Maurício Junior - repórter


Há 20 anos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) re-
comendou a inserção da musicoterapia com viés pedagógi-
co e terapêutico. A técnica se popularizou no tratamento de
insônia, parkinson, doenças como fibromialgia, reumatis-
mo, esclerose múltipla, depressão, entre outras patologias.
Na Fonoaudiologia, a musicoterapia atua em transtornos
vocais e da fala. No entanto, a utilização da música na reabi-
litação de deficientes auditivos é mais um recurso terapêu-
tico que está sendo utilizado pela Fonoaudiologia.
Um exemplo dessa experiência vem ocorrendo no Labo-
ratório de Audição e Equilíbrio (LAE) da Universidade Federal
de Sergipe - Campus Lagarto (UFS). O projeto de pesquisa e

22
Laboratório de Audição e Equilíbrio (LAE) reúne pacientes que necessitam de Reabilitação Auditi-
va e Vestibular

extensão é desenvolvido e coordenado grada, uma vez que existe uma equipe
pela educadora musical, fonoaudiólo- multiprofissional. E, devido ao perfil
ga e professora de Audiologia da UFS, dos pacientes – crianças com deficiên-
Scheila Paiva (CRFa 4-7967-6). cia auditiva – a Fonoaudiologia norteia
O espaço, criado em 2014, reúne todo o processo.
pacientes que necessitam de reabili- “O fonoaudiólogo, quando qualifica-
tação auditiva. Na proposta, são uti- do para utilização da música e de seus
lizadas técnicas de musicoterapia e elementos no trabalho terapêutico com
atividades com base nos métodos ati- o deficiente auditivo, amplia de forma
vos em música, para que sejam desen- significativa as possibilidades de estimu-
volvidas tanto habilidades linguísticas lação e, consequentemente, o sucesso
quanto sociais, motoras e auditivas. As para as tarefas cotidianas”, disse.
sessões são planejadas de forma inte- O trabalho desenvolvido no LAE pro-

23
A Voz dos Crefono 4
Crefonos

Método amplia de forma significativa as possibilidades de estimulação e, consequentemente, o


sucesso para as tarefas cotidianas dos deficientes autidivos
move o desenvolvimento dos pacien- no campo social está nas atividades em
tes, principalmente, nos aspectos – o grupo, que promovem a interação de
terapêutico e o social. No terapêutico, forma lúdica, sendo possível a identifi-
o desenvolvimento das habilidades cação entre crianças que se encontram
auditivas é voltada à percepção dos na mesma situação.
elementos musicais diretamente rela- A junção do social com o terapêu-
cionados com a compreensão da fala, tico possibilita ao fonoaudiólogo pro-
que é o objetivo principal do processo piciar a automatização dos elementos
de (re)habilitação auditiva com os pa- trabalhados. “É possível conseguir ou-
cientes usuários de aparelho de ampli- vir outra pessoa falando ou cantando
ficação sonora individual (AASI) e im- ao mesmo tempo em que se percebe,
plante coclear (IC). O desenvolvimento os sons dos instrumentos musicais ou

24
Projeto conta com a participação de fonoaudiólogos voluntários, alunos dos
cursos de Fonoaudiologia, Música, Medicina e Terapia Ocupacional
outras vozes. Conseguir diferenciar e imitar os sons dos ins-
trumentos e os movimentos melódicos executados pelos
mesmos”, exemplificou Scheila.
O Laboratório de Audição e Equilíbrio também atende
a pacientes que necessitam de Reabilitaçao Vestibular e
conta com a participação de fonoaudiólogos voluntários,
alunos dos cursos de Fonoaudiologia, Música, Medicina e
Terapia Ocupacional.
Além da UFS, as atividades também acontecem no Cen-
tro Municipal de Especialidades do Município através de
uma parceria entre a instituição de ensino superior e a Se-
cretaria de Saúde de Lagarto.

25
A Voz dos Crefono 5
Crefonos

Porto Velho recebe


Conselho Itinerante
Profissionais e estudantes puderam receber informações, participar de palestras,
tirar dúvidas e regularizar pendências junto ao Conselho Regional de Fonoaudio-
logia - 5ª Região. Ação obteve resultados satisfatórios e outras edições já estão
no calendário da autarquia
Divulgação

Conselheiros visitaram o curso de Fonoaudiologia da Faculdades Integradas Aparício Carvalho (FIM-


CA), e se reuniram com a coordenadora do curso de Fonoaudiologia, Daione Carvalho Oliveira

26
Suzana Campos - repórter Mourão (CRFa 5 -0020), a visita foi impor-
O Conselho Regional de Fonoaudio- tante para verificar de perto como anda a
logia - 5ª Região, levou para a capital formação dos profissionais de Rondônia.
de Rondônia (RO), mais uma edição do "Aproveitamos para reforçar a importân-
projeto 'Conselho Itinerante'. Ações cia da orientação profissional desde o
como palestras, visitas a hospitais e reu- período acadêmico, assim como orientar
niões com parlamentares compuseram sobre os procedimentos de registro pro-
a programação, que leva à categoria do fissional", relata a conselheira.
estado informações e orientações pro- O segundo dia foi movimentado:
fissional, além de ouvir sugestões e es- Profissionais do Hospital de Base Ary
clarecer dúvidas. Pinheiro receberam orientação pro-
O Conselho fissional, mais
Itinerante acon- especificamente
teceu na primei- Aproveitamos para reforçar a sobre as ações
ra quinzena de importância da orientação pro- de fiscalização,
junho, nos dias fissional desde o período acadê- e também sobre
07, 08 e 09/06, e mico, assim como orientar sobre os Parâmetros
contou com o en-
os procedimentos de registro Assistenciais em
volvimento dos Fonoaudiolo-
conselheiros Da-
profissional" gia. Além disso,
nilo Mantovani, - Neyla Mourão também parti-
Neyla Arroyo Lara ciparam de três
Mourão, Virgínia palestras sobre
Braz da Silva e da fiscal Ameliana Silva. os temas: 'Sistema de Conselhos de Fo-
No primeiro dia de programação os con- noaudiologia', ministrada pelo conse-
selheiros visitaram o curso de Fonoau- lheiro Danilo Mantovani; 'Fiscalização',
diologia da Faculdades Integradas Aparí- ministrada pela fiscal Ameliana Silva
cio Carvalho (FIMCA), e se reuniram com (CRFa 5 -5487); e 'Parâmetros Assis-
a coordenadora do curso de Fonoaudio- tenciais', ministrada pela conselheira
logia, Daione Carvalho Oliveira (CRFa 5 Neyla Mourão.
-14121-2). Nesse mesmo dia o CRFa 5ª Região
Na avaliação da conselheira Neyla visitou o curso de Fonoaudiologia do

27
A Voz dos 4
Crefono 5
Crefonos

Divulgação

A caravana do CRFa 5ª Região visitou o curso de Fonoaudiologia do Centro Universitário São


Lucas (UniSL), e se reuniu com coordenadora do curso, Viviane Castro de Araújo e com a coorde-
nadora da Clínica de Fonoaudiologia, Ana Karolina Zampronio Bassi

Centro Universitário São Lucas (UNISL), da rotina da autarquia pública são im-
e se reuniu com a coordenadora do prescindíveis. "Levar informações so-
curso, Viviane Castro de Araújo (CRFa bre essas atividades onde o profissional
5 -11663-2) e com a coordenadora da está tem um valor simbólico que não
Clínica de Fonoaudiologia, Ana Karoli- pode ser mensurado. A fonoaudiologia
na Zampronio Bassi (CRFa 5 -14857-2). se fortalece em cada espaço de diálogo
Integrando a Jornada de Fonoaudiolo- e reflexão", considera.
gia da UNISL, que contou com mais de Agenda política
80 participantes, o conselheiro Danilo A visita do CRFa 5ª Região a Porto Ve-
Mantovani apresentou, em forma de lho também contou com articulação po-
palestra para os alunos, o 'Sistema de lítica junto a secretários de estado e de-
Conselhos de Fonoaudiologia'. mais parlamentares, no terceiro dia da
Conforme analisa a fiscal do CRFa 5ª programação. Para o conselheiro Danilo
Região, Ameliana Silva, todas as ativi- Mantovani (CRFa 5 -15234-2), a reunião
dades que aproximam os profissionais com o secretário de Saúde do Estado de

28
Divulgação

O secretário estadual de Saúde, Williames Pimentel se comprometeu em estudar formas para


melhorar a situação do serviço fonoaudiológico, e viabilizar a contratação de aprovados em con-
cursos públicos

RO, Williames Pimentel de Oliveira, foi espaço junto à Secretaria Municipal de


muito produtiva. Na oportunidade, os Educação de Rondônia. A conselhei-
representantes do CRFa 5ª Região co- ra regional residente em Porto Velho
braram melhorias no serviço de saúde (RO), Virgínia Braz Silva (CRFa 5 -2224)
no tocante a atuação dos fonoaudiólo- também integrou a comitiva do CRFa
gos que integram a rede pública. 5ª Região na reunião com o secretário
Mesmo sob o argumento de que a municipal, Zenildo Souza Santos.
grande maioria da receita é destinada De acordo com o conselheiro Danilo
ao pagamento de pessoal, o secretário Mantovani, a reunião com o secretário
se comprometeu em estudar formas de Zenildo Souza Santos favoreceu resolu-
melhorar a situação do serviço fonoau- ções assertivas para a classe. O secretá-
diológico, e viabilizar a contratação de rio solicitou diretamente à conselheira
aprovados em concursos públicos. Virgínia Braz da Silva, que apresente um
Educação projeto para a Implantação da Fono-
A fonoaudiologia também ganhou audiologia Educacional no Município.

29
A Voz dos Crefono 5
Crefonos

Conforme explica Danilo Mantovani, o Divulgação


projeto culminará na inclusão de uma
vaga para Fonoaudiólogo no concurso
emergencial da Prefeitura de Rondô-
nia, que deve acontecer em breve.
No âmbito estadual, o secretário ad-
junto de estado da Educação, Márcio
Felix, falou sobre os entraves que até
o momento impossibilitam a contrata-
ção de fonoaudiólogos na rede estadu- A reunião com o secretário Zenildo Souza Santos favoreceu
resoluções assertivas para a classe
al. Entretanto, assumiu o compromisso
de reunir-se com sindicatos da região e Divulgação

encontrar soluções.
Para finalizar a agenda política, os
representantes da Fonoaudiologia se
reuniram com a assessoria jurídica do
deputado estadual Léo Moraes. A pau-
ta da reunião tratou do apoio ao Proje-
to de Lei nº 698/2017 que dispõe sobre
a inserção do Fonoaudiólogo nas esco-
A pauta da reunião com a assessoria jurídica do deputado
las de Rondônia. estadual Léo Moraes tratou do apoio ao Projeto de Lei nº
"Em razão da grande extensão geo-
Divulgação
gráfica que compõe o CRFa 5ª Região,
o projeto 'Conselho Itinerante', se
faz muito necessário”. É o que avalia
a presidente do Conselho, Christiane
Tanigute (CRFa 5 -0323). Segundo ela,
os resultados já obtidos em Rondônia
justificam a iniciativa, e também moti-
vam a necessidade da realização dos
próximos que devem acontecer no se-
CRFa 5ª Região com o secretário adjunto de Educação do
gundo semestre de 2017. estado de Rondônia

30
A Voz dos Crefono 6
Crefonos

Fóruns discutem a atuação dos


fonoaudiólogos na 6ª Região

A presidente
do Crefono
6, Gabriela
Cintra, recebe
os represen-
tantes da
Saúde Auditiva
do estado de
Minas Gerais
para o Fórum
sobre Audio-
logia.

Isadora Dantas - repórter pliasse sua autonomia.


Em janeiro, o 7º Colegiado do Con- Em maio, as Comissões de Orientação
selho Regional de Fonoaudiologia 6ª e Fiscalização (COF), Saúde, Educação e
Região reuniu suas comissões para ali- Divulgação se uniram para a realização do
nhamento e planejamento das ações a 1º Fórum de Discussão sobre o Empode-
serem desenvolvidas pelo órgão duran- ramento nas Especialidades da Fonoau-
te o ano de 2017. Com participação dos diologia, evento que aconteceu em Belo
presidentes de todas as onze comissões Horizonte (MG), no dia 26 daquele mês
e a diretoria, decidiu-se por promover com discussões em Fonoaudiologia Edu-
ações, eventos e campanhas que levas- cacional, Perícia Vocal e o novo Manual
sem aos inscritos na 6ª Região, mecanis- de Audiologia, recém publicado pelo Con-
mos que valorizassem a profissão e am- selho Federal de Fonoaudiologia (CFFa).

31
A Voz dos Crefono 6
Crefonos

Os temas foram escolhidos com base nas pré-agendado para o segundo semestre.
orientações e demandas dos profissio- A fonoaudióloga Fernanda Abalen (CRFa
nais, que chegam ao órgão por meio da 6-702), Audiologista e docente do curso
COF. Para debater as temáticas e discutir de Fonoaudiologia da PUC Minas, em en-
a atuação prática em cada área escolhi- trevista à Fanpage do Crefono 6, ressaltou
da, foram convidados os fonoaudiólogos que o encontro foi um momento positivo
especialistas, os coordenadores de servi- para o empoderamento da classe. Se-
ços de saúde e os docentes de disciplinas gundo a profissional, "o evento foi muito
afins nos cursos de Fonoaudiologia. importante para que o fonoaudiólogo se
O 1º Fórum não foi aberto ao público e torne um profissional que tenha maior
teve como objetivo levantar, diretamente, conhecimento de seus direitos, deveres e
daqueles atuantes e especialistas das áreas um maior aprimoramento de suas habili-
na Região, as principais demandas de cada dades de trabalho", pontua. (Veja a entre-
uma delas. Danielle Dias (CRFa 6-3777), vista completa com a profissional).
conselheira presidente das comissões de Já na Educação, o ponto chave das
Saúde e Divulgação, esclarece a propos- discussões foram as resoluções e norma-
ta do Fórum: "Havia muitas demandas de tivas que conduzem o trabalho fonoau-
perícia vocal, por exemplo, para serem es- diológico na área. A fonoaudióloga Jade
clarecidas, e muitas delas precisavam de de Oliveira (CRFa 6-8525) expõe sobre
maior conhecimento técnico e prático do a importância do olhar sistêmico para
tema. Convidamos colegas que atuam na a profissão: "Eu vim para o Fórum de
área, em serviços públicos, e levantamos Audiologia, mas a gente percebe que a
muitas questões a serem trabalhadas. Este Fonoaudiologia se comunica em todas
levantamento será encaminhado ao Siste- as áreas. Não dá para pensar de manei-
ma de Conselhos de Fonoaudiologia". ra isolada", pontua a fonoaudióloga que
A Audiologia teve seu recém publicado elogiou o evento e pediu para que o CRFa
Manual, como base das discussões e con- 6ª Região realize encontros como este
tou com representantes de vários serviços em mais cidades do Regional. (Veja a en-
de saúde auditiva. Estiveram presentes trevista completa com a profissional)
representantes de cidades mineiras como Fórum no Espírito Santo - De manei-
Uberlândia, Diamantina, Belo Horizonte ra diferente, Vila Velha (ES), recebeu no
e Alfenas e até mesmo de Vitória (ES). mês de junho, um Fórum aberto a todos
Por se tratar de um manual extenso, um os fonoaudiólogos interessados. Todos
novo encontro com os representantes dos os especialistas nas áreas de Voz, Audi-
serviços de saúde auditiva do estado foi ção e Fonoaudiologia Educacional do

32
estado foram convidados para conduzir
as discussões, coordenados pelas con-
selheiras representantes do CRFa 6ª Re-
gião no estado, Mariana Brandão (CRFa
6-3606) e Rafaela Lopez (CRFa 6-2659).
As discussões permearam as normati-
vas e legislações para atuação nas áreas,
e também houve forte envolvimento do
grupo em temáticas de valorização e au-
tonomia. De acordo com as conselheiras
do estado, o grupo elogiou a iniciativa do
Conselho e deixou um segundo encontro
agendado para agosto. O objetivo do se- Para as discussões foram convidados especialistas
gundo encontro será discutir a autonomia, das três áreas.
valorização e remuneração para a classe. O
encontro terá apoio do CRFa 6ª Região.
Como resultado final, as demandas
levantadas nas discussões serão apre-
sentadas ao Sistema de Conselhos de
Fonoaudiologia, e, para este levanta-
mento, a contribuição de todos foi muito
importante, é o que opina a conselheira
Janaina Maynard: "Apesar do evento ter
acontecido de forma setorizada, separa-
do por áreas, conseguimos discutir a Fo-
noaudiologia como um todo. A contribui-
ção de todos foi muito importante para o
processo final do Fórum que é a apresen-
O grupo que se reuniu no ES já palneja novos
tação destas demandas para o Sistema encontros para este ano
de Conselhos e, em alguns casos, a publi-
cação de parecer do Regional", conclui.
Assista as Lives feitas em Belo Hori-
Os próximos encontros, já agendados
zonte ao final de cada Fórum:
em Minas Gerais e Espírito Santo, devem
Fórum de Audiologia
ocorrer até setembro e serão divulgados nos
Fórum de Educação
meios de comunicação do CRFa 6ª Região.
Fórum de Saúde

33
A Voz dos Crefono 7
Crefonos

CRFa 7ª Região auxilia Defensoria Públic


de fonoaudiólogos no serviço de Pol
Cibele Avendano - repórter
A Defensoria Pública do Estado do
Rio Grande do Sul, com a ajuda do Con-
selho Regional de Fonoaudiologia 7ª
Região, ajuizou uma ação com pedido
de urgência para que o município de Ja-
guarão, no interior do Estado, ofertas-
se o serviço de fonoaudiologia. A Co-
missão de Saúde Coletiva, através dos
conselheiros Cláudio Gabana (CRFa
7 -8833) e Marília Schmitt, (CRFa 7
-9214) mostrou a importância e neces-
sidade do trabalho fonoaudiólogico, e,
a partir disso, o juiz deu parecer favo-
rável e reconheceu a obrigatoriedade
da existência de política pública de saú-
de que contemple a fonoaudiologia.
“Foi uma grande vitória a favor da
população de Jaguarão, uma vez que
a fonoaudiologia é uma profissão de
saúde de extrema importância,” desta- Os conselheiros enviaram à Defen-
ca Gabana. Ele acrescenta, ainda, que soria Pública todos os locais de inserção
o próximo passo é a luta pela abertura do fonoaudiólogo no serviço público,
de concurso público para o cargo de fo- tanto na saúde quanto na educação. O
noaudiólogo, pela prefeitura da cidade. documento foi elaborado com base em

34
ca do RS a requerer na justiça a presença
líticas Públicas no interior do estado
Divulgação DPERS ção pediátrica foi encaminhada para o
serviço de fonoaudiologia. Outro dado
utilizado foi o da pesquisa realizada en-
tre as fonoaudiólogas, Bárbara Goulart,
da UFRGS, e Brasília Chiari, da UNIFESP,
que mostrou um percentual de 25% de
crianças com alteração de fala no muni-
cípio de Canoas, no fim da pré-escola e
primeira série do ensino fundamental.
A Defensoria Pública constatou que
cerca de dez de ações foram ajuizadas no
primeiro semestre de 2017, requerendo o
serviço de fonoaudiologia infantil e adulto
em Jaguarão. A entidade constatou que o
serviço é consideravelmente barato, em
comparação às ações com as quais o mu-
nicípio tem que arcar em virtude de não
ter profissionais para desempenhar o tra-
balho. A Defensoria ainda ressaltou que a
fonoaudiologia é componente do direito
ações do Conselho Federal de Fonoau- constitucional à saúde, e a Constituição
diologia e pesquisas realizadas em servi- da República do Brasil prevê que o acesso
ços públicos como a da Dra.Cláudia Re- à saúde é direito fundamental, e as Políti-
gina Furquim de Andrade, da USP, que cas Públicas que concretizam devem gerar
detectou que em 1997, 8% da popula- proteção ao direito garantido.

35
A Voz dos Crefono 8
Crefonos

Parceria entre cursos de


fonoaudiologia e odontologia
prepara estudantes para o
mercado de trabalho
Thaiane Firmino - repórter moldagens iniciais das próteses, orien-
Promover a interdisciplinaridade é tações, intervenções terapêuticas, des-
uma das alternativas para incentivar o crição dos diagnósticos e elaboração do
atendimento integral do paciente. Sob plano de tratamento. As tarefas são su-
essa perspectiva, os cursos de Fonoau- pervisionadas por professores das duas
diologia e Odontologia da Universidade áreas.
de Fortaleza (Unifor) estão integrados No Projeto de Prótese Dentária (PPD)
para desenvolver projetos nas áreas de são atendidos adultos e idosos desdenta-
prótese dentária e clínica infantil. Com a dos, parcialmente ou totalmente. “Mui-
intenção de ampliar o aprendizado dos tas vezes são pacientes que estão nessa
estudantes e prestar serviços à comu- condição há anos e, por isso, já ocorreu
nidade, as iniciativas são desenvolvidas o colapso das funções do sistema esto-
desde 2004 e 2015, respectivamente. matognático (que compreende as estru-
Cerca de 30 adultos e 40 crianças são turas da boca)”, explica a professora do
atendidos todos os meses. Curso de Odontologia, Patrícia Pinheiro.
Para participar dos projetos, os alunos A desarmonia entre os componentes da
dos dois cursos precisam ser aprovados boca interfere diretamente na mastiga-
em processo seletivo com entrevistas e, ção, fala e respiração, por exemplo. Sen-
após um ano de experiência, há possibi- do assim, ela considera que associar o
lidade de permanecerem como monito- tratamento odontológico com a terapia
res. Entre as atividades desempenhadas fonoaudiológica possibilita conforto e
por eles estão: realização de exames, segurança ao indivíduo.

36
Equipe Integrada de Prótese Dentária Professoras e alunos de fonoaudiologia e
Fotos: Divulgação

odontologia do Projeto Prótese Dentária

Confeccionando Prótese Dentária Equipe Integrada de Prótese Dentária em


atendimento

Para a estudante de Fonoaudiologia, venção fonoaudiológica é fundamental”,


Brena Castro, que atuou no projeto por diz. Para Maria Amália Sales (69), que
aproximadamente dois anos, há a ne- está com a prótese há três semanas, a
cessidade de uma relação direta entre existência do projeto é um canal para
as duas profissões. “Essa integração é devolver autoestima e qualidade de vida
de extrema importância para o paciente à população. “Estou bem adaptada e o
com prótese, pois o trabalho da fonoau- trabalho fonoaudiológico foi importante
diologia com a odontologia proporciona para isso. A mastigação e o ato de engolir
equilíbrio entre estética e funcionalida- estão bem ajustados”, conta.
de. A prótese dentária é um recurso que A efetividade do trabalho desenvol-
possibilita melhorar a mastigação e o ato vido em parceria também foi percebido
de engolir, por exemplo, mas a reabilita- pela paciente Regina Célia Barcelos (61).
ção desses mecanismos através da inter- Segundo ela, as orientações transmitidas

37
A Voz dos Crefono 8
Crefonos

pelos professores e alunos fazem a dife- conta a professora do Curso de Odonto-


rença em seu cotidiano. “Tem dois meses logia, Morgana Gradvohl.
que estou com a prótese e sempre que Ainda na sala de espera da clínica, os
vou mastigar lembro das orientações”, alunos realizam as primeiras orientações
disse. Os protocolos clínicos para avalia- odontológicas aos familiares. Na sequên-
ção, moldagem e confecção das próte- cia, quando necessário, as crianças são
ses são realizados semanalmente pelos inseridas em grupos de terapia fonoau-
alunos de odontologia e, após análise diológica. “Compartilhamos visões de
inicial, os estudantes de fonoaudiologia áreas distintas sobre um mesmo pacien-
seguem fazendo as orientações e inter- te. Enquanto os colegas da odontologia
venções, com o intuito de possibilitar aos dão uma visão da estrutura óssea da
pacientes uma melhor adaptação. “O su- boca, nós damos uma visão da muscu-
cesso no uso da prótese está relacionado latura e da funcionalidade. Por exemplo,
com a musculatura. As orientações e os muitos pacientes com a ‘mordida aber-
exercícios fonoaudiológicos promovem ta’ (dentes superiores não tocam os in-
maior estabilidade muscular, com a me- feriores) têm 'escape de língua’ quando
lhora dos movimentos de lábios, língua falam, e isso pode empurrar os dentes,
e bochechas”, acrescenta a estudante de atrapalhando tanto no serviço odontoló-
odontologia, Patrícia Arraes. gico, como no desenvolvimento da fala
No Projeto de Clínica Infantil (PCI) a da criança. Com o atendimento simul-
parceria continua. Subdividido em dois tâneo é possível trabalhar a correção de
grupos, Mãe-Bebê e Cárie Zero, a inicia- forma plena”, pontua a estudante de fo-
tiva visa trabalhar com prevenção, atra- noaudiologia, Ester Vitória Andrade.
vés de orientações sobre mastigação, Após a participação no PCI, o dia a
respiração e fala, além de conscienti- dia de Lucas Viana mudou. Segundo Ma-
zar sobre a necessidade de retirada de ria Jamile Viana, mãe do garoto de nove
hábitos orais que possam interferir di- anos, a comunicação com os colegas e
retamente na arcada dentária e na pos- a interatividade na escola melhoraram.
tura oral. Com apoio dos familiares, as “Antes ele ficava muito tímido, agora está
crianças passam a exercitar diariamente mais sociável”, afirma. Já para Francisco
o que aprendem em cada encontro. “O Jarmison Júnior, de sete anos, a melho-
projeto é interdisciplinar e visa o bene- ra na fala e o controle do ronco foram
fício dos alunos e da população. As fa- os primeiros sinais positivos percebidos
mílias avaliam super bem esta parceria, pela família. “Ele agora não tem olheiras
pois ganham em tempo e qualidade”, e não fica assistindo televisão e jogando

38
Professoras do Projeto de Clínica Infantil Equipe de fonoaudiologia do Projeto de Clínica Infantil
Fotos: Divulgação

Alunos de fonoaudiologia e odontologia Equipe do Projeto de Clínica Infantil


atuando no Projeto de Clínica Infantil
videogame com a boca aberta. Na escola, cussões clínicas junto aos professores,
a correspondência entre letra e pronúncia desenvolvem nos alunos visão ampliada
melhorou bastante”, conta a avó do garo- e maior capacidade de resolução nas
to, Maria de Fátima Ramires. O material tomadas de decisões. “São experiências
de suporte desenvolvido para o projeto é práticas e enriquecedoras que promo-
lúdico, com o intuito de facilitar a didática vem conhecimento, raciocínio clínico,
no momento das intervenções. Entusias- atitude colaborativa, compromisso e
mada com os resultados, a estudante de ética nos cenários de prática - aspec-
odontologia, Aline Procópio, destaca: “É tos imprescindíveis para um mercado
um aprendizado constante”. de trabalho tão desafiador”, destaca.
Para a professora do Curso de Fono- Antunes considera ainda que o projeto
audiologia e coordenadora dos dois pro- contribui para que os professores envol-
jetos, Denise Antunes (CRFa 8 -4492), o vidos tenham perfil diferenciado, já que
contato direto no atendimento do pa- lidam com assistência à saúde e são fa-
ciente, a troca de experiências e as dis- cilitadores do trabalho em equipe.

39
Entrevista

Fonoaudióloga gaúcha
participa de programa de
pesquisa inovadora na área
de demência, na Irlanda
A fonoaudióloga Bárbara Costa Beber (CRFa 7 -8864), professora do curso de Fo-
noaudiologia da Faculdade Nossa Senhora de Fátima e pesquisadora colabora-
dora do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, participa do programa de pesquisa
sobre demência em Dublin, Irlanda. O Global Brain Health Institute (GBHI) é uma
colaboração entre a Trinity College Dublin (Irlanda) e a University of California
San Francisco (Estados Unidos), que iniciou em 2016, com um suporte financeiro
da Atlantic Philanthropies, suficiente para treinar 600 profissionais durante 15
anos. O programa inovador tem como objetivo treinar profissionais para serem
líderes na área de demência em seus países de origem e desenvolverem ações
com potecial para reduzir o impacto da doença no mundo. Atualmente, Bárbara
é a única fonoaudióloga que participa do grupo. Além dela, há outros dois brasi-
leiros que participam do programa, a neurologista Elisa de Paula França Resen-
de, da Universidade Federal de Minas Gerais, e o professor e psiquiatra, Rogério
Panizzutti, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

40
RC - Como é feita a seleção para
participar do GBHI?
Bárbara - O processo de seleção
acontece duas vezes ao ano e en-
volve várias etapas. A primeira se
dá através de uma pré-inscrição,
onde o candidato deve apresentar
seu interesse no programa. Candi-
datos considerados adequados se-
rão convidados a fazer a inscrição
completa e passar para as demais
etapas. O profissional interessado
deverá responder várias perguntas
em um formulário, a respeito de
suas áreas de expertise e os moti-
vos pelos quais deverá ser selecio-
nado. Além disso, deve enviar currí-
culo, carta de interesse e cartas de
referência. Normalmente são rea-
lizadas duas entrevistas em inglês,
com membros do corpo docente da
University of California San Fran-
cisco e da Trinity College Dublin.
O perfil procurado é de pessoas
que tenham comprometimento,
interesse pela saúde do cérebro e
por políticas de saúde, assim como
habilidades para implantar inter-
venções em seus países de origem
com potencial de mudar a realida-
de nesta área. Pessoas de qualquer
área de conhecimento e de qual-
quer país podem se inscrever.

41
Entrevista

palmente em países de média e baixa


RC - Qual a sua área de pesquisa renda, como é o caso do Brasil. Qual
dentro do programa? a importância de termos profissionais
Bárbara - Dentro do programa, tra- preparados?
balho em duas linhas de pesquisa e Bárbara - Apesar desta previsão
tenho a colaboração de outros pes- apontar o ano de 2050, este proces-
quisadores do Brasil, da Irlanda, dos so já está ocorrendo e, por isso, exige
Estados Unidos, e o apoio das organi- ações urgentes e imediatas. A demên-
zações da nossa classe profissional do cia é uma síndrome neurológica que é
Brasil. A primeira linha de pesquisa, na irreversível na maioria dos casos, como
qual tenho um projeto considerado de por exemplo, na doença de Alzheimer.
maior impacto, encontra-se dentro de Por este motivo, tem consequências
um contexto de saúde pública. Neste negativas na vida das pessoas doentes
projeto iremos realizar uma série de e de seus familiares. Além das conse-
estudos e implementar ações com o quências na qualidade de vida das pes-
objetivo de melhorar o preparo dos fo- soas, o custo direto e indireto deste
noaudiólogos brasileiros para atuar na aumento nos casos de demência será
área da demência. Será realizada uma de grandes proporções, o que traz pre-
análise de como o assunto é aborda- ocupações para a saúde pública e para
do nos currículos dos cursos de fono- a assistência e seguridade social dos
audiologia no Brasil e também iremos países. Profissionais preparados para
investigar o nível de conscientização e atuar nesta área podem contribuir para
conhecimento sobre a demência entre reduzir o impacto da doença através do
os fonoaudiólogos do Brasil. O outro diagnóstico correto e precoce, através
projeto é na área da neurociência cog- de intervenções e da prevenção. Ape-
nitiva e tem como objetivo investigar sar de não haver cura para demências
como diferentes classes gramaticais de causa neurodegenerativas, há tra-
são processadas no cérebro, utilizando tamentos farmacológicos e não-far-
pacientes com doenças neurodegene- macológicos (como a terapia fonoau-
rativas como modelo de lesão cerebral. diológica) que ajudam a prolongar a
funcionalidade dos pacientes, a quali-
RC - As previsões indicam que o dade de vida e a dignidade.
número de indivíduos com demência
irá triplicar até o ano de 2050, princi- RC – O GBHI irá treinar 600 profis-

42
sionais durante 15 anos. Como é ser a damente os fonoaudiólogos para in-
única fonoaudióloga brasileira a fazer tervir nas demências é longo e árduo,
parte deste grupo? especialmente devido ao tamanho e
Bárbara - É uma grande honra, mas complexidade do nosso país. Acredito
também uma grande responsabilidade. que o apoio de vários pesquisadores da
Não sou só a única fonoaudióloga bra- área e das instituições de classe pro-
sileira, mas a única fonoaudióloga. Por- fissional são muito importantes para a
tanto, não só represento o país, mas concretização deste objetivo.
também a profissão. Vejo que tenho
um papel importante em mostrar para RC - A doença de Alzheimer é ape-
os profissionais de outras áreas, que nas uma das doenças que pode causar
podemos contribuir muito no cuidado demência. Poderia citar outros tipos
de pessoas com demências, e espero de doenças?
que isso abra portas para a participa- Bárbara - A demência é um termo
ção de muitos outros fonoaudiólogos. “guarda-chuva”, sob o qual se incluem
inúmeras síndromes neurológicas que
RC - Quais são as expectativas para apresentam prejuízo cognitivo asso-
colocar o conhecimento em prática no ciado à diminuição da funcionalidade.
Brasil? Existem demências de causas reversí-
Bárbara - Estou bastante otimista veis, causadas por doenças metabóli-
e empolgada com o projeto, que visa cas e infecções, como, por exemplo, de-
o envolvimento dos fonoaudiólogos mências devido a distúrbios da tireoide
brasileiros nas demências. As primeiras ou por carência de vitamina B12. Esses
etapas do projeto já estão em anda- casos são passíveis de tratamento mé-
mento e a previsão de conclusão é para dico e a cognição pode ser recuperada.
2018, sendo que já há outro projeto em A doença de Alzheimer é considerada
planejamento para dar continuidade a uma demência irreversível, já que de-
este trabalho. A nossa profissão tem corre de um processo de neurodegene-
uma história bem estabelecida no cui- ração. Outras demências irreversíveis
dado de pacientes com afasias não-de- são a demência vascular, a demência
generativas, mas apenas nos últimos frontotemporal e a demência por cor-
anos o conhecimento sobre demên- pos de Lewy. Dentro da demência fron-
cia tem começado a circular no nosso totemporal, existem as chamadas afa-
meio. O trabalho de preparar adequa- sias progressivas primárias, que são de

43
Entrevista

grande interesse para a fonoaudiologia cuidadores para se comunicarem de


já que se caracterizam por prejuízo modo mais eficaz com os pacientes
predominante de linguagem, devido a e prepará-los para o uso de comuni-
comprometimento de regiões frontais cação alternativa. Já nas fases mais
e temporais do cérebro que participam avançadas da doença, o tratamento
do processamento linguístico. As afa- da disfagia tem um papel importante
sias progressivas primárias podem ser para a manutenção da qualidade de
classificadas em três variantes de acor- vida e dos cuidados paliativos.
do com a sintomatologia e área do cé-
rebro que está afetada: semântica, lo- 8 - A fonoaudiologia é conside-
gopênica e agramática ou não-fluente. rada uma das profissões do futuro
no Brasil, justamente pelo envelhe-
7 - Como a fonoaudiologia pode con- cimento da população. Como você
tribuir no tratamento da demência? acha que os profissionais devem se
Bárbara - As principais áreas de preparar para este momento?
contribuição são os distúrbios da co- Bárbara - Profissionais já forma-
municação e as disfagias. A fonoau- dos, que não receberam treinamen-
diologia pode contribuir não só no to para atuar nesta área, e que tem a
tratamento, mas na educação, pre- expectativa de trabalhar com esta po-
venção e diagnóstico. É possível citar pulação, podem procurar se qualificar
inúmeros exemplos de como pode- através de cursos de curta duração,
mos contribuir. O fonoaudiólogo ha- de extensão ou especialização. Tam-
bilitado pode realizar avaliação neu- bém é importante se manter atuali-
ropsicológica e auxiliar no diagnóstico zado acompanhando as publicações
diferencial, especialmente nos casos científicas da área. Em relação à edu-
com prejuízo de linguagem. Em rela- cação dos futuros fonoaudiólogos,
ção ao tratamento dos distúrbios da as universidades têm o importante
comunicação, pode-se realizar a rea- papel de adequar seus currículos, in-
bilitação cognitiva através do treino cluindo disciplinas sobre demência e,
de habilidades específicas de lingua- se possível, estágios ou outras ativi-
gem ou de estratégias que utilizem as dades práticas. O fonoaudiólogo tam-
habilidades linguísticas preservadas bém deve se preparar para trabalhar
para compensar as que estão prejudi- de modo multi e interdisciplinar com
cadas. Também é possível treinar os profissionais de outras áreas.

44
Capa

Fiscalização e ética
na Fonoaudiologia em debate
Divulgação Crefono 1

Rose Maria - repórter 29 e 30 de junho, no Rio de Janeiro.


A ética no Brasil precisa voltar a ser Cumprindo a meta de descentraliza-
uma prática e não apenas uma preo- ção das discussões (em 2016, o encon-
cupação. A afirmação do professor e tro visitou o CRFa 7ª Região), o encontro
historiador Leandro Karnal, em uma de 2017 ocupou o auditório do Conse-
de suas palestras de provocações so- lho Regional de Contabilidade (CRC), no
bre Ética, bem poderia resumir um dos Centro do Rio, e as Comissões de Ética
objetivos do VI Encontro Nacional de e de Orientação e Fiscalização do CFFa
Fiscalização e I Simpósio de Orientação contaram com apoio do CRFa 1ª Região
e Fiscalização do Sistema de Conselhos na organização do evento anual.
de Fonoaudiologia, que aconteceu dias Cerca de 50 conselheiros de todo
35
45
Capa

Mesa de abertura do evento Participação da presidente do CFFa, Thelma


Costa na programação do evento

o Sistema de Conselhos de Fonoau- saltou que toda a programação foi pen-


diologia, fiscais e assessores jurídicos sada para atender as necessidades das
analisaram nos dois dias de debate as Comissões de Orientação e Fiscalização
“Conquistas e Desafios da Fiscalização e de Ética, mas também dos fiscais. E
do Sistema de Conselhos”. a presidente do CFFa, Thelma Costa
Na abertura, o diretor institucional (CRFa 2 -4211), completou: “Tentamos
do CRC, Felipe Ribeiro, ressaltou que a contemplar, na medida do possível,
instituição estava muito feliz em rece- todas as solicitações, porque vocês sa-
ber o encontro de fiscalização da Fono- bem, melhor do que ninguém, os desa-
audiologia no ano em que sua entidade fios que enfrentam. E nossas conquis-
completa 70 anos de atividades. “A fis- tas valorizam nossa profissão”.
calização é uma das finalidades dos Con- Assim, primeiramente foram analisa-
selhos e, com a troca de experiências, a dos os desafios da fiscalização, a partir da
gente só cresce”, disse Felipe Ribeiro. palestra magna do assessor jurídico do
A presidente do CRFa 1ª Região, Lucia Conselho Federal de Fonoaudiologia, Le-
Provenzano, foi além: “Os três pilares de andro Coelho. O que é denunciar? Qual o
um Conselho são a Fiscalização, a Regula- fator gerador de uma fiscalização? Como
mentação e Orientação. Mas a base desses trabalhar questões penais ou atos crimi-
três pilares é garantir que a sociedade te- nosos dentro de um Conselho de Fisca-
nha acesso aos serviços. Esse objetivo so- lização Profissional? A denúncia precisa
cial é a razão do nosso trabalho”, concluiu. ser formalizada ou a fiscalização pode
O presidente da COF/CFFa, Celso agir a partir de um fato tornado público
Gonçalves Júnior (CRFa 3 -9103), res- pela internet? Quando cessa a negocia-
46
Fotos: Divulgação Crefono 1

Conselheira Miriam Teresinha Pinheiro da Sil- Participantes do VI Enfis


va, mestre de cerimônias

ção e surge o encaminhamento para o bebês, como manda a lei, e não só em


Ministério Público? Todas essas questões bebês de risco. No CRFa 3ª Região, a
foram analisadas com base na Constitui- internet como aliada do setor de fisca-
ção Federal e na legislação vigente que lização, captando provas documentais
regula as práticas fonoaudiológicas, com para impedir o exercício ilegal da pro-
intensa participação dos fiscais, conse- fissão. No CRFa 4ª Região, a fiscalização
lheiros e advogados presentes. a serviço de mudanças de parâmetros
Identificados os desafios, surgem os para viabilizar o atendimento mais rá-
caminhos para vencê-los ou superá-los: pido a mães e seus bebês com suspeita
fiscais de cada um dos Regionais apre- de microcefalia. No CRFa 5ª Região, a
sentaram experiências bem sucedidas fiscalização em conjunto com o Cerest
em suas bases, ainda no primeiro dia (Centro de Referência em Saúde do
de discussões. Trabalhador) municipal para orientar
No CRFa 1ª Região, as estratégias e empoderar o fonoaudiólogo a bus-
exitosas que incentivaram os profis- car melhores condições de trabalho e
sionais a portar a cédula de identidade a notificar agravos. No CRFa 6ª Região,
profissional em seu dia a dia, e como a capacitação de conselheiros para, por
tal prática corrobora para a legitimi- exemplo, lavrar termos de constatação,
dade profissional. No CRFa 2ª Região, tornando-se, também, fiscais. E, no
a efetividade do trabalho conjunto do CRFa 8ª Região, como zelar por condu-
Regional e do Ministério Público para tas éticas nas redes sociais.
levar as unidades de saúde a realiza- A conselheira do CFFa, Miriam Tere-
rem o Teste da Orelhinha em todos os sinha Pinheiro (CRFa 7-6037) se emo-
47
Capa

cionou diante dos relatos. “Estamos consenso. O processo jurídico e penal


fazendo, ainda em passos curtos, o ca- continua existindo e, muitas vezes, é a
minho. Que essas experiências sirvam única saída. Mas também é preciso es-
de exemplo para todo o Sistema e que tar preparado para o diálogo, que faz as
impulsionem não só nossos pares, mas relações serem mais humanas e punir
outros Conselhos, em ações conjuntas deixa de fazer sentido”, defendeu.
com outras áreas de atuação”, disse. No segundo dia de discussões, os ca-
Na parte da tarde do primeiro dia de sos mais comuns de infração na atuação
discussões, coube aos assessores jurídi- de fonoaudiólogos foram apresentados
cos Marco Stefani (CRFa 7ª Região), Fre- ao grupo através de esquete teatral,
derico Augusto Carvalho de Sá (CRFa 6ª com a participação dos atores Michelle
Região), Valéria Nascimento ( CRFa2ª Re- Raja Gebara e Paulo AKL. A apresenta-
gião) e Ricardo Toscano (CRFa 4ª Região), ção abriu o workshop da Comissão de
tendo Leandro Coelho (CFFa) como me- Ética, cujo tema foi o novo Código de
diador, traduzir a linguagem jurídica no Processo Disciplinar. Através de estudo
processo de fiscalização. “É preciso co- de casos, fiscais, conselheiros e assesso-
nhecer as leis. Aprender a se comunicar res jurídicos analisaram condutas antié-
sem arrogância. As resoluções podem ticas, como o exercício profissional por
ser claras e dinâmicas, mas se ferirem os estudantes ainda não graduados e a co-
princípios constitucionais, não têm vali- nivência de fonoaudiólogos com o exer-
dade nenhuma. E mais: a COF instrui o cício da Fonoaudiologia por leigos , em
processo, investiga, mas não julga”, des- seu local de trabalho. As conselheiras do
tacou Marco Stefani. Para ele, a hierar- CFFa Thelma Costa e Monica Karl (CRFa
quia começa pela Constituição Federal, 1 -7205)conduziram o debate e conta-
seguida da Lei nº 6965/1981, Código de ram com a ajuda da assessora jurídica
Ética e Resoluções. Valéria Nascimento, sob moderação do
O advogado e mediador de conflitos, conselheiro federal, Celso Gonçalves Jr.
Marcello Rodante, encerrou o debate Para encerrar o VI Encontro e o I
do dia 29 de junho com uma reflexão so- Simpósio de Orientação e Fiscalização,
bre mediação e práticas colaborativas. a fonoaudióloga do Rio de Janeiro, Lei-
Rodante acredita que é preciso olhar o la Mendes (CRFa 1-4404) falou sobre
conflito através de novas óticas, onde Coaching em Comunicação e sobre es-
a mediação e conciliação ganham cada tratégias para uma comunicação eficaz.
vez mais espaço. “É preciso valorizar o “Precisamos trabalhar nossa própria

48
comunicação para que a gente se comu- para que as pessoas sejam bem aten-
nique melhor no nosso dia a dia. Não é didas por fonoaudiólogos. A escuta faz
cumprir a lei pura e simplesmente por- parte do diálogo e, para melhor condu-
que ela foi feita para ser cumprida, mas ção do processo, é preciso ter um cora-
porque ela zela pela nossa profissão e ção inteligente”, concluiu Leila Mendes.

“Sempre é uma oportunidade de ampliar


conhecimentos e crescer enquanto classe,
através da troca de experiências. Foi muito rico
participar desse encontro. Foram trazidas ex-
periências exitosas de outras regiões e levanta-
dos pontos de discussão que ampliaram nossa
visão” – Suzana Afonso, fiscal CRFa 6ª Região

“Esse é meu primeiro evento junto aos fiscais,


porque entrei recentemente no Conselho. Em
termos de aprendizado, foi muito produtivo,
“Vimos aqui que estamos nos arriscando porque tive oportunidade de ter contato com
a fazer o novo. Não se pode conseguir o outros fiscais, outros assessores jurídicos e
diferente sem mudar atitudes. Vimos aqui outras Regiões, conhecer melhor o lingua-
como o fonoaudiólogo pode se sentir acolhido jar jurídico, a dinâmica particular de cada
e ter confiança no seu Conselho. Ganhamos Regional. Foi muito enriquecedor e propiciou
mais segurança para continuar fazendo nosso uma troca de aprendizado e de conhecimento
trabalho” – Luciana Kael, presidente do CRFa muito grande. Aproveitei bastante como fono-
7ª Região audiólogo, fiscal e cidadão” - Augusto César
da Silva Geraldo, fiscal CRFa 2ª Região

44
49
Fono na
Política

CFFa continua articulação para


aprovação do PL 30 horas
para Fonoaudiologia
Suzana Campos

Em junho de 2017, a deputada Erika Kokay (DF) foi designada como relatora do PL na Comissão
de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP)

50
Suzana Campos - repórter O PL n° 283/2015, de autoria do
Em tramitação na Câmara dos De- deputado Nilson Leitão (MT), foi apre-
putados, o PL n°283/2015 apresentado sentado em 10 de fevereiro de 2015 e
pelo deputado Nilson Leitão (MT), que distribuído às comissões de Seguridade
dispõe sobre a jornada de trabalho do Social e Família; Trabalho, de Adminis-
Fonoaudiólogo, atualmente está na Co- tração e Serviço Público e Constituição
missão de Trabalho, de Administração e Justiça e de Cidadania, com aprecia-
e Serviço Público (CTASP), aguardando ção conclusiva pelas Comissões;
relatoria da deputada Érika Kokay (DF). Na Comissão de Seguridade Social
O Conselho Federal de Fonoaudiologia e Família (CSSF), o projeto teve como
(CFFa) acompanha a tramitação do PL relatora a deputada Conceição Sam-
e continua a articulação parlamentar paio (AM), que apresentou relató-
pela regulamentação da jornada de 30 rio pela aprovação do projeto, sendo
horas para a classe. aprovado por unanimidade em 10 de
Desde que o PLC 119/2010 foi veta- maio de 2015.
do pela presidência da república, em Encaminhado à Comissão de Traba-
abril de 2013, sob o argumento de que lho, Administração e Serviço Público
a medida, se aprovada, prejudicaria os (CTASP) em junho de 2017, a deputada
cofres dos municípios e o atendimento Erika Kokay (DF) foi designada como re-
do SUS, o CFFa traçou novas estratégias latora. No momento nenhuma emenda
e uma delas foi a apresentação de um foi apresentada, o PL aguarda o relató-
novo Projeto de Lei sobre o tema. rio e momento oportuno para ser colo-
Conforme analisa a presidente da cado em pauta.
Comissão de Assuntos Parlamentares Após apresentação do relatório e
do CFFa, conselheira Luciana Cardoso aprovação pela Comissão, o projeto
Assuiti (CRFa 7 , a tramitação do PL está será encaminhado para a Comissão de
a contento. "Conseguimos importantes Constituição e Justiça e de Cidadania
vitórias nas duas comissões pelas quais (CCJC).
já tramitou, mesmo assim é preciso Para acompanhar a tramitação do
continuar vigilante", alerta a conselhei- projeto, basta acessar o link:
ra. http://www.camara.gov.br/proposi-
Relembre a tramitação do PL coesWeb/fichadetramitacao?idPropo-
n°283/2015: sicao=946353

51
Fono na
Política

Saiba também quais as etapas seguem


para aprovação de um Projeto de Lei:

52
Valorização profissional:
uma busca de todos
Jeniffer Borges e Isado-
ra Dantas - repórteres
Valorização profissio-
nal é uma busca cons-
tante que não se limita
apenas em fazer valer os
direitos profissionais, mas
sim, em trabalhar pelo in-
teresse coletivo de uma
classe. Nesta busca, fono-
audiólogos, muitas vezes,
encontram percalços que
dificultam seu pleno su-
cesso. Entretanto, existem
profissionais Brasil à fora
que acreditam no traba-
lho conjunto para o forta-
lecimento da profissão e da valorização ciem casos que infrinjam nosso código
como fonoaudiólogos. de ética e busquem por orientações dos
Os conselhos normatizam e garan- setores de Orientação e Fiscalização de
tem, por meio de suas fiscalizações, que seus regionais", é o que acredita Gabrie-
a profissão seja exercida apenas por pro- la Cintra (CRFa 6-3314), presidente do
fissionais com formação para tal. Esse é CRFa 6ª Região.
o papel legal e moral que os conselhos Em todo o Brasil, fonoaudiólogos as-
de classe têm para com seus represen- sumem frentes que protegem a Fono-
tados e com a população, mas também audiologia e garantem condições dignas
"É preciso que os fonoaudiólogos vejam de trabalho à classe, como é o caso dos
seus conselhos como parceiros, denun- sindicatos. Maria Patrícia (CRFa 3-10175-2),

53
Fono na
Política

presidente do Sindicato dos Fonoaudi- sentir desvalorizado e é preciso defender


ólogos do estado do Paraná (Sinfopar), a classe e compreender que a cobrança
explica a importância dos sindicatos para de valores justos se origina da valoriza-
a classe: “O sindicato estabelece o piso ção do profissional.
salarial em seus estados ou regiões. Piso Em paralelo aos sindicatos, as asso-
salarial é o valor mínimo que o Fonoau- ciações, muitas vezes, defendem a clas-
diólogo deve receber, caso registrado se em interesses similares, apoiando e
em regime CLT (Consolidação das Leis do defendendo seus associados. A fonoau-
Trabalho). Isso pode ser realizado através dióloga e presidente da Associação dos
de convenção ou acordos coletivos, onde Fonoaudiólogos do Mato Grosso do Sul
negociamos também carga horária, auxí- (Afams), Stella Bacha (CRFa 6-57), acre-
lio alimentação, insalubridade e outros dita que existe uma parcela de profissio-
benefícios aos profissionais registrados", nais engajada, que se valorizam e estão
afirma e complementa: "Já em casos de preocupados com a profissão, entretan-
profissionais autônomos, nós realizamos, to, existem aqueles que, desmotivados,
junto a estes profissionais, tabelas de va- entram em um círculo vicioso com a co-
lores mínimos de procedimentos, o que brança de preço vil e se acomodam nas
norteia e conscientiza o fonoaudiólogo atividades exercidas.
da valorização do seu trabalho”, explica. O trabalho das associações é impor-
Além da manutenção das questões tante no processo de valorização. "Não
trabalhistas, os sindicatos defendem é uma tarefa fácil, contudo, ele acontece
os direitos dos fonoaudiólogos em ca- e é ininterrupto. Divulgamos o trabalho
ráter jurídico - quando não cumpridas do fonoaudiólogo à população em dife-
as determinações estabelecidas - e nas rentes meios, disponibilizamos tabela de
demandas de valorização profissional. honorários, uma vez que nossa região
"Também é trabalho do sindicato defen- não tem um sindicato que nos responda
der os direitos do fonoaudiólogo e cons- a isso e dialogamos com profissionais de
cientizá-lo dessa valorização”, afirma. diversas áreas”, afirma.
Segundo a sindicalista a valorização tam- Grupos de profissionais usam meios
bém depende do profissional. "É impor- digitais para se movimentarem em prol
tante que ele se aperfeiçoe na profissão, da classe
busque por informação e, sobretudo, Na cidade de Uberlândia (MG) um
por formação”, acredita. Ainda de acor- grupo de fonoaudiólogos se destacou
do com o que pondera Maria Patrícia, o por provar que uma classe organizada
profissional mal remunerado tende a se garante benefícios ao profissional. “O

54
"É preciso que
os fonoaudi-
ólogos vejam
seus conselhos
como parcei-
ros, denun-
ciem casos
que infrinjam
nosso código
de ética e
busquem por
orientações
dos setores de
Orientação e
Fiscalização de
seus regio-
nais."
Gabriela
Cintra
mockupworld.co

grupo, no whatsapp, se chama Fono- diologia Ocupacional e sobre atendimentos


audiólogos Uberlândia, aberto a todos em Home Care. A ideia das reuniões surgiu
os profissionais que tenham interesse de necessidades específicas discutidas no
em participar” explica a fonoaudióloga grupo. “Foram discutidos e acordados di-
membro, Raquel Teixeira (CRFa 6-6620). versos itens específicos das áreas da Fono-
O objetivo do grupo é divulgar vagas, audiologia e demandas que incluem con-
cursos, materiais e discutir assuntos re- dutas, valores mínimos e cargas horárias.
ferentes à área, na cidade, dentre eles, Tudo com o intuito de qualificar e valorizar
a conduta de clínicas e a valorização da a profissão na cidade”, explica Raquel, que
profissão. Apesar de recente, o grupo ainda informa que os participantes do gru-
possui, até o fechamento desta edição, po têm aderido e colocado em prática as
102 membros, sendo estes, de Uberlân- decisões e valores propostos nas reuniões.
dia e cidades próximas. A fonoaudióloga se mostra otimista
A vice-presidente e presidente da Co- quanto às perspectivas do grupo, que
missão de Orientação e Fiscalização do é unir os fonoaudiólogos da região em
CRFa 6ª Região, Lucila França (CRFa 6- prol da valorização profissional. “Vamos
1436), foi convidada, como representante divulgar para colegas de outras regiões
do Conselho, para reuniões presenciais. para quem sabe, futuramente, nos uni-
Foram dois encontros para tratar sobre Au- ficar”, adianta.

55
Educação

Sistema de Conselhos marca p


tecnologia e educaçã
Raíza Rocha

Raíza Rocha - repórter maio, além de folhetos informativos,


Pelo sexto ano consecutivo, o Sis- o estande do Sistema de Conselhos
tema de Conselhos de Fonoaudiolo- ofereceu sete oficinas aos visitantes e
gia participou da Feira de Exposições um papo livre entre fonoaudiólogos.
Bett Educar, evento que tem a missão As oficinas abordaram distintos
de reunir pessoas, práticas e tecnolo- temas, desde o uso de jogos como
gias para propiciar o desenvolvimen- estratégia educativa, à importân-
to dos educadores, maximizando a cia da comunicação na escola para
aprendizagem dos alunos. Nos qua- não adoecer. Dislexia, bilinguismo,
tro dias de exposição, de 10 a 13 de leitura em sala de aula e autismo

56
presença em maior evento de
ão da América Latina

Raíza Rocha
As oficinas
abordaram
distintos temas,
desde o uso
de jogos como
estratégia
educativa, à
importância da
comunicação na
escola para não
adoecer. Disle-
xia, bilinguismo,
leitura em sala
de aula e au-
tismo também
foram alguns
dos assuntos
abordados

57
Educação
Raíza Rocha

Nos quatro dias de exposição, de 10 a 13 de maio, além de folhetos informativos, o estande do


Sistema de Conselhos ofereceu sete oficinas aos visitantes

também foram alguns dos assuntos Feira. “Pudemos discutir as questões


abordados nas atividades realizadas das dificuldades de aprendizagem e
pelos próprios Conselheiros e profis- a possibilidade do trabalho do Fono-
sionais colaboradores, aos visitantes audiólogo na compreensão dos pro-
da Bett Educar. cessos educacionais”, explica Jason
Feira + Congresso Gomes (CRFa 2 -16993), presidente
Em 2017, a participação do Sis- da Comissão de Educação do CRFa 2ª
tema de Conselhos na Bett Educar Região e palestrante da Bett Educar
apresentou uma novidade. Além do pelo Conselho.
estande, o CRFa 2ª Região esteve en- Entre os cinco eixos norteadores
tre os palestrantes do Congresso Bett do Congresso - Aprendizagem, Prá-
Educar, que ocorreu concomitante à ticas de Sala de Aula, Formação de

58
Raíza Rocha

A participação do Sistema de Conselhos na Bett Educar apresentou uma novidade, e além do


estande, o CRFa 2ª Região esteve entre os palestrantes do Congresso Bett Educar

Professores, Gestão e Políticas Edu- conhecimento, que também se dá a


cacionais – e as 133 sessões de deba- partir das relações sociais estabeleci-
te, o Conselho contribuiu com a dis- das pelo aluno fora da sala de aula,
cussão sobre Indícios de dificuldade e como esse conhecimento deve ser
na aprendizagem e discalculia. um importante instrumento para faci-
O CRFa 2ª Região levou aos con- litar a aprendizagem. O diálogo entre
gressistas o debate sobre tecnologias os diferentes agentes envolvidos no
leves em Fonoaudiologia, ressaltan- processo de educação e a preocupa-
do a importância às pessoas deste ção com a relação indivíduo e coletivo
instrumento em todos os níveis de foram questões também abordadas
atenção. Ao mesmo tempo, estimu- durante a palestra, que reuniu mais
lou a reflexão sobre a produção do de cem pessoas.

59
Fique de
Olho

Evento: XXVI Congresso Brasileiro de Cirur-


Evento: IV Congresso Internacional e XXIV
gia de Cabeça e Pescoço
Brasileiro da Associação Brasileira de Neuro-
Tema: A Cirurgia de Cabeça e Pescoço no
logia e Psiquiatria Infantil e Profissões Afins
Brasil após 50 anos
Tema: Abenepi: Há 50 anos preparando o
Data: 25 a 27 de agosto
futuro
Local: Hotel Royal Tulip, São Conrado, Rio de
Data: 9 a 12 de agosto
Janeiro
Local: Hotel Windsor Oceânico, Barra da Tiju-
Site: http://congressobrasileiroccp2017.org.
ca, Rio de Janeiro
br/.
Site: http://www.congressoabenepi2017.
com.br/home/.

Evento: "Balizadores de tempo na prática Evento: 16º Congresso


fonoaudiológica: discutindo os parâmetros nolaringologia
assistenciais Data: 31/08 a 02/09
Data: 15/08 Local: Centro de Conven
Local: Edifício Office Center- Rua Joaquim São Paulo (SP)
Távora nº 93 – Santos (SP). Organização: Fundação
Organização: Delegacia Baixada Santista do Site para inscrições e m
Conselho Regional de Fonoaudiologia de São http://forl.org.br/congr
Paulo
Site para inscrições e mais informações:
http://www.fonosp.org.br/

60
Evento: Simpósio voltado ao bem estar Evento: Fóruns de Atualidade em Fo-
dos profissionais de saúde noaudiologia
Data: 26/09 Confira a agenda dos fóruns a realizar-
Local: Centro de Convenções Rebouças em -se pelo Conselho Regional de Fono-
São Paulo (SP). audiologia 3ª Região para os próximos
Organização: Grupo Técnico Interprofis-
meses
sional (GTI), constituído pela Secretaria de
Site: http://www.fonoaudiologia.org.br/
Estado da Saúde
cffa/index.php/2017/07/eventos-crefo-
de São Paulo
no-03/

Evento: Congresso INCA 80 Anos


da Fundação Otorri-
Tema: Desafios e Perspectivas para o Contro-
le do Câncer no Século XXI
Data: 29 e 30 de setembro
nções Frei Caneca,
Local: Hotel Othon Palace, Copacabana, Rio
de Janeiro
o Otorrinolaringologia
Site: http://www.interevent.com.br/evento/
mais informações:
inca2017
resso2017/

61
Por Dentro
da Profissão

Dermatoglifia: Medidores
nas pontas dos dedos
Arquivo Cristiane Magacho

Rose Maria - repórter UFRJ). Seu interesse era estudar a voz


A fonoaudióloga Cristiane Maga- de cantores líricos e de músicas po-
cho Coelho (CRFa 1-9345) estuda a pulares, associada aos achados der-
dermatoglifia desde 2013, quando matoglíficos desses profissionais.
ingressou no programa de Doutorado Mas o que o estudo científico da im-
em Linguística da PUC-SP, sob orien- pressão digital, que é um marcador ge-
tação de Zuleica Camargo e co-orien- nético, pode ajudar a Fonoaudiologia
tação de José Fernandes Filho (Uni- no tratamento ou acompanhamento
versidade Federal do Rio de Janeiro, vocal? A fonoaudióloga especialista em

62
Voz pelo CFFa e mestre em Ciência

Fotos da matéria: Arquivo Cristiane Magacho


da Motricidade Humana pela Uni-
versidade Castelo Branco explica
que a dermatoglifia pode determi-
nar o potencial muscular do indiví-
duo (velocidade, resistência, força
e coordenação). “Isso auxilia na
prescrição de exercícios, por exem-
plo, ou participação no diagnóstico
diferencial de alguma síndrome ge-
nética. Além de conhecer as qua-
lidades potencializadas, o fonoau-
diólogo pode aprimorar também
o que não está potencializado”, A fonoaudióloga Cristiane Magacho Coelho (CRFa
explica Cristiane Magacho, precursora 1-9345) estuda a dermatoglifia desde 2013
no cenário mundial a correlacionar a
dermatoglifia com a voz. Genéticas: Um Estudo de Revisão sobre
O termo deriva do latim, dermo, que Possíveis Contribuições da Dermatogli-
significa “pele”; e do grego, glyphia, fia”, pela Revista Intercâmbio, e tam-
“gravar” – proposto por Cummins e Mi- bém um capítulo no e-book Fonética
dlo (1942). Foi introduzido na 42ª Ses- Clínica, organizado pela professora Zu-
são Anual da Associação Americana de leica Camargo, sob o título “Dermato-
Anatomia, realizada em abril de 1926. glifia e Qualidade Vocal”, onde relata
Devido a sua relevância, recebeu a um caso de disfonia com prescrição de
classificação de "método", no ramo da exercícios vocais, baseados nos dados
Ciência Médica, e é reconhecido pela dermatoglíficos avaliados. “É impres-
comunidade científica mundial. Apre- sionante como esse exame, ampla-
senta aplicabilidade em diversas áreas, mente utilizado no Brasil e no exterior
como a genética, a área médica, a área em diversas áreas, pode nos ajudar”,
forense, a área do esporte e recente- assegura a professora do curso de Fo-
mente, na Fonoaudiologia. noaudiologia da Universidade Estácio
Em 2016, Cristiane Magacho publi- de Sá, no Rio de Janeiro, há 15 anos.
cou um artigo cientifico intitulado “Dis- O exame é realizado de forma ma-
túrbios da Comunicação em Síndromes nual, com o uso de almofada entintada,

63
Por Dentro
da Profissão

Reprodução de
imagem de Estudo
da Dermatoglifia
inédito na Fonoau-
diologia, publica-
do por Cristiane
Magacho

sujando os dedos, ou de forma digital, “Eu sempre tive o discernimento


por meio de scanner, conectado a um dos meus potenciais. No entanto, nun-
computador. ca nenhum profissional com quem tra-
Rogério Nascimento de Almeida, 23 balhei sabia de fato quais eram, muito
anos, estudante menos meus
de Jornalismo, e pontos fracos.
atualmente tra- Isso, de certa
balhando no La- maneira, atra-
boratório de Rá- palhou-me um
dio da Unigranrio pouco, pois eu
(Universidade não pude de-
do Grande Rio), senvolver um
Campus Duque de ponto no qual
Caxias, não duvi- eu tinha defi-
da. Como a maio- ciência e nem
ria dos garotos aprimorar o
nascidos no Brasil, Conseguimos detectar meus pon- meu talento”,
Rogério também tos fortes e fracos, no tocante à conta ele.
teve o sonho de voz." Anos de-
um dia ser joga- - Rogério N. de Almeida pois, Rogério
dor de futebol de Almeida de-
profissional e, de cidiu cursar a
alguma forma, ajudar não só a si, mas graduação de Jornalismo. “Durante a
também a seus familiares. Algumas in- minha caminhada no curso, senti a ne-
tempéries da vida, porém, impediram cessidade de consultar um profissional
que ele chegasse ao seu objetivo. de Fonoaudiologia. Descobri a derma-

64
para o exercício do canto e, também,
minhas maiores debilidades. Com isso,
Jacqueline
os exercícios propostos atacaram dire-
Rezende,
cantora lírica e tamente nas minhas necessidades mais
professora de urgentes, gerando uma melhora rápida
canto, estava e significativa. Estou na metade do tra-
com um peque- tamento e já sinto grande diferença na
no nódulo na
minha voz. Além disso, assim que eu
prega vocal e,
por indicação receber alta do tratamento, poderei
de sua orienta- focar minha energia profissional nas
dora de canto, minhas maiores habilidades como can-
procurou ajuda tora”, comemora.
fonoaudioló-
Rosana Wandeck Rossler, estudan-
gica
te de Nutrição, também se submeteu
toglifia, fiquei curioso e decidi então ao exame para identificar suas habili-
fazer o exame. O resultado foi muito dades vocais, já que canta em dois co-
satisfatório, porque conseguimos de- rais. “O exame me proporcionou um
tectar meus pontos fortes e fracos, no conhecimento sobre as características
tocante à voz. No meu caso, por exem- da minha voz que eu desconhecia. Es-
plo, descobri que minhas principais tamos trabalhando com as conclusões
virtudes são velocidade e resistência, que o exame nos deu e estou realizan-
o que facilitaria meu trabalho, caso eu do, com a ajuda da minha fonoaudió-
decidisse trilhar os caminhos de um loga, um trabalho de resistência e ve-
narrador de futebol, uma área na qual locidade que me ajudará numa maior
nunca pensei em atuar”, confessa Ro- extensão vocal e na melhor utilização
gério. de minha voz. A dermatoglifia está
Jacqueline Rezende, cantora lírica ajudando a me desenvolver melhor e a
e professora de canto, estava com um impostar minha voz adequadamente,
pequeno nódulo na prega vocal e, por para que eu não a force e tenha uma
indicação de sua orientadora de canto, qualidade e amplitude vocal adequa-
procurou ajuda fonoaudiológica. “Fiz das. Acredito que cCom esse método
uma avaliação dermatoglífica e, por eu pude identificar minhas potencia-
causa do exame, pude descobrir mi- lidades e melhorar minha qualidade
nhas maiores habilidades musculares vocal”, reconheceu Rosana.”

65
Por Dentro
da Profissão

Fonoaudiologia assistida
por cães estimula mente,
corpo e emoções
Thaiane Firmino -
repórter
Que os cães são
capazes de descon-
trair o ambiente,
não é novidade.
Mas, além de se-
rem considerados
amigos, eles tam-
bém podem ser
facilitadores na
terapia fonoaudio-
lógica. Através da
cinoterapia - tera-
pia realizada com
o auxílio de cães
-, o fonoaudiólogo
pode estabelecer
vínculos e novas
estratégias para
promover o poten-
cial do paciente. O
tratamento é reali- Desde o início, Arthur Gadelha demonstrou simpatia em realizar atividades
com cães.

66
zado de forma interdisciplinar e pode
ser indicado por profissionais da saú-
de e da educação, ou ser uma escolha
do paciente. O formato tem vertente
inclusiva e se adequa às demandas do
Transtorno do Espectro Autista (TEA),
Síndrome de Down, Tetra e Paraplegia
e dificuldades na linguagem.
Devido à percepção aguçada quanto
às emoções humanas, os cães podem
promover conforto ao paciente, criar
vínculo afetivo e aproximação gradual
- o que facilita a comunicação durante
as sessões. Para isso, profissionais de fo-
noaudiologia, psicologia, enfermagem e
veterinária trabalham em conjunto para
garantir que os resultados sejam satisfa-
tórios. Em todas as etapas do tratamen- Com a presença do cão, Luis Gustavo se sente
to terapêutico o cão é parte integrante estimulado a cantar.
e, por isso, há necessidade de que o ani-
mal tenha temperamento adequado e com a diminuição do stress e melhora
passe por adestramento e treinamento a socialização e a comunicação. Muito
específico. Golden Retriever, Labrador, mais do que trabalharmos as dificulda-
Australian Shepeder e Pastor Suíço são des, desenvolvemos as potencialidades
as raças mais utilizadas. do paciente”, disse. Com duração de 30
Segundo a fonoaudióloga Nívea Ro- a 40 minutos, o atendimento acontece
drigues (CRFa 8-5614), que atua com ci- em campo aberto, preparado com ram-
noterapia no Instituto Cão Vida Lui, em pa, túnel, gangorra e pista, além de ma-
Fortaleza (CE), e atende pacientes com teriais como bola, bambolês, obstácu-
dificuldades no desenvolvimento da los e espaço para contação de histórias.
linguagem e da comunicação, a terapia “Todo o atendimento é acompanhado
assistida por cães é um estímulo men- por equipe interdisciplinar e por fami-
tal, físico e emocional. “Trabalhamos liares. Em alguns casos, o atendimen-
muito com o lúdico, o que contribui to pode acontecer em local menor, de

67
Por Dentro
da Profissão

acordo com a demanda”, explicou.


Diagnosticado com TEA ao comple-
tar um ano, Arthur Gadelha iniciou a
terapia assistida por cães imediata-
mente. Apesar de apresentar lingua-
gem verbal restrita e pouca interação,
ele demonstrou simpatia em realizar
atividades com cães. O animal - asso-
ciado ao bambolê, músicas e varieda-
de de movimentos -, contribuiu para
que as habilidades motoras do garoto
fossem desenvolvidas. “Ele começou a
nomear o cão, chamando-o e fazendo
atividades de comando para o mesmo”,
contou a fonoaudióloga Nívea Rodri-
gues, ao relembrar os primeiros passos
de Arthur ao longo dos dez meses de
acompanhamento no Instituto. Para a Fonoaudióloga Nívea Rodrigues atua com cinoterapia no
mãe da criança, Cyntia Gadelha, a cino- Instituto Cão Vida Lui, em Fortaleza (CE).
terapia surgiu como uma importante Gustavo do Vale, de três anos, a cino-
estratégia. “Meu filho não atendia aos terapia não foi indicação clínica, mas
comandos e era muito pequeno para de familiares que perceberam no mé-
que ficássemos chamando a atenção todo uma alternativa para melhoria da
dele o tempo todo. Desde o primeiro qualidade de vida da criança, também
dia de atendimento ele quis brincar diagnosticada com TEA. “Existem mui-
com os cães e se adaptou rapidamente tas diferenças entre a terapia tradicio-
a toda a equipe de profissionais. Minha nal e a cinoterapia, mas a principal é a
família é apaixonada pelo projeto, so- maneira espontânea que a terapia com
bretudo por percebermos que o Insti- cães acontece. É claro que é notório o
tuto não trabalha apenas em cima de planejamento e o direcionamento por
um laudo, mas do que a criança real- parte dos terapeutas, assim como nas
mente necessita”, contou. terapias convencionais, só que com os
Para Elisandra do Vale, mãe do Luis cães há uma flexibilização maior. Perce-

68
bemos que as atitudes inespera-
das do cão e as reações do nosso
filho aos estímulos influenciam
diretamente no andamento do
processo”, destacou. Apesar de
pouca verbalização, com a pre-
sença do cão, Luis Gustavo se
sente estimulado a cantar, en-
quanto anda ou corre. “Foi aí
que conseguimos ganhos signi-
ficativos. Associamos as músicas
que ele gosta aos comandos dados ao Devido à percepção aguçada quanto às emoções
cão. Com o andamento das sessões, ele humanas, os cães podem promover conforto ao
paciente.
passou a se concentrar mais nas ativi-
dades e a verbalizar o que quer, sem- Mariana Braz. Para o psicólogo educa-
pre com um sorriso no rosto”, contou cional e coordenador de atividades do
entusiasmada a fonoaudióloga Nívea Instituto, Hugo Victor do Vale, a iden-
Rodrigues. tificação com a equipe e com o cão de
A evolução no quadro dos pacientes atendimento também é resultado de
é percebida através da alegria demons- avanços na terapia. “Trabalhar com a
trada ao chegar para a sessão, e tam- cinoterapia foi uma grata surpresa para
bém na conquista de novos repertórios mim, tanto no âmbito pessoal quanto
de fala e movimento. “O Instituto Cão profissional. Agregou muito à minha
Vida Luí procura focar no desenvolvi- práxis, sobretudo na atuação em inter-
mento das potencialidades do pacien- disciplinaridade. Onde eu me limito na
te como um todo e, no dia a dia, pude minha área, outro profissional chega
perceber que isso só é possível com e soma, o que enriquece o trabalho.
profissionais de áreas diferentes, coo- Percebo, por exemplo, que desenvol-
perando e se dedicando ao tratamento vimento de linguagem sem fonoaudi-
de cada paciente como um indivíduo de ólogo é incompletude e inconsistência
personalidade, dificuldades e vivências de atendimento”, afirmou. O Instituto
únicas”, disse a estudante de medicina completou cinco anos e já se tornou re-
veterinária e estagiária do Instituto, ferência na capital cearense.

69
Saúde

Maranhão: cirurgia de prótese


realizada pela prim
Paciente teve alta no dia seguinte ao procedimento
Thaiane Firmino - repórter
A primeira cirurgia de colocação de prótese
auditiva implantável, realizada no estado do
Maranhão, foi indicada a reabilitação da audi-
ção de paciente adulto e com surdez em um
dos ouvidos. Realizada no Hospital São Domin-
gos, na capital maranhense, o procedimento
contou com uma equipe formada por médi-
cos, enfermeira e fonoaudióloga, e teve dura-
ção de 40 minutos. O Sistema Bone Anchored
Hearing (BAHA) - espécie de aparelho auditivo
que é fixado ao osso atrás do ouvido -, foi im-
plantado com sucesso e ativado 60 dias após a
realização da intervenção.
Apontado para reabilitar pacientes diag-
nosticados com perda de audição em um dos
ouvidos, bloqueio ou redução da capacidade
de envio de sons para o ouvido interno e, em
alguns casos, também para o cérebro, a pró-
tese auditiva ancorada ao osso utiliza a habi-
lidade natural do corpo para conduzir o som.
“A colocação do Sistema BAHA não é tecnica-
mente difícil. Pode ser realizada com anestesia
local ou anestesia geral, a depender do con-
forto e ansiedade do paciente”, explicou a mé-
dica otorrinolaringologista, Aline Bittencourt, O procedimento contou com equipe formad
responsável pela realização da cirurgia em São

70
e auditiva ancorada ao osso é
meira vez no estado
o e em 10 dias os pontos cirúrgicos foram removidos.
Luís (MA).
Segundo Bittencourt, que escolheu a capi-
tal maranhense para desempenhar sua pro-
fissão em virtude da grande demanda apre-
sentada pelo estado em relação à cirurgia de
ouvido, o Maranhão atende todos os requisi-
tos para a realização de procedimentos de alta
complexidade em otologia - ramo da medicina
que estuda a estrutura, funcionamento e al-
terações da orelha. “Além da residência médi-
ca em otorrinolaringologia, realizei fellowship
(especialização após ter concluído a residên-
cia médica) em cirurgia otológica avançada e
de base lateral do crânio. Participei de vários
treinamentos na área de próteses auditivas
implantáveis no Brasil, e fui colaboradora em
outros, no exterior. Foi um longo caminho. En-
tão, ser pioneira nesse tipo de implante por
aqui e ver os resultados positivos, é fantásti-
co”, apontou.
Ao contrário dos aparelhos auditivos co-
muns - que exigem o funcionamento da por-
ção interna do tímpano -, na prótese auditiva
implantável o som é enviado ao redor da área
danificada, o que estimula naturalmente a
da por médicos, enfermeira e fonoaudióloga parte auditiva do ouvido interno. A cirurgia é
necessária para possibilitar que o implante de

71
Saúde

titânio seja colocado atrás do ouvido e, a a fonoaudióloga continua o acompanha-


partir daí, ocorra a união entre o osso e mento através de monitoramentos e exa-
a superfície do material. “Existem perdas mes. “Participar da cirurgia trouxe prazer
auditivas em que o paciente não se be- e entusiasmo. Prazer por sentir que a
neficia com as próteses convencionais, área da audiologia (ramo da fonoaudio-
gerando dificuldades na vida social. Di- logia que estuda a audição e os sons) está
versos estados estão atentos a essa reali- crescendo no estado e proporcionando
dade, que já é considerada um problema à população atendimentos importantes
de saúde pública”, destacou a fonoaudió- que, anteriormente, eram disponibili-
loga Érica Caldas (CRFa 8-8487). zados em outras regiões. E entusiasmo
Após participar de treinamentos em para continuar buscando novos conhe-
centros com experiência nesse tipo de ci- cimentos, não só teóricos, mas também
rurgia, Caldas realizou atendimento, ma- práticos, para ampliar nossa atuação”,
peamento, ajustes e testes para preparar destacou. Após a operação, sem queixas
o paciente para a realização do procedi- de dor ou desconforto, Marcelo Mene-
mento. O sistema que seria implantado zes da Silva comemora o resultado da
foi conectado a uma tiara para propiciar cirurgia. “Hoje, posso interagir com mi-
a experimentação da sensação do som de nha família, amigos, trabalhar de forma
diferentes ambientes, o que facilitou a de- mais tranquila, sem constrangimento e
cisão pela cirurgia. Apesar da ansiedade com mais confiança. Minha autoestima
decorrente de dificuldades burocráticas aumentou, o humor melhorou e agora
junto ao plano de saúde, o primeiro pa- me permito integrar novos ambientes e
ciente a receber a prótese em terras ma- aproveitar novas oportunidades de in-
ranhenses, Marcelo Luiz Menezes da Silva serção no mercado de trabalho. Só tenho
(40), reconhece que desde o momento a agradecer a Deus e toda a equipe”, dis-
em que foi cogitada a possibilidade de se o administrador de empresas.
realização da cirurgia, o apoio da profis- O número de cirurgias dessa natureza
sional foi fundamental. Para ele, diálogos, tende a aumentar no Maranhão devido a
testes e exames foram etapas que desper- considerável demanda, inclusive por par-
taram esperança. “A fonoaudióloga Érica te de pacientes que se deslocam em bus-
acompanhou o processo de teste e me ca de atendimento em outros estados. O
estimulou a não desistir. Ela apresentou Hospital Universitário da Universidade
as diversas vantagens do método e me fez Federal do Maranhão (HUUFMA) já está
refletir o quanto minha qualidade de vida em fase de credenciamento para reali-
seria melhorada”, disse. zação desse tipo de procedimento pelo
Mesmo após a realização da cirurgia, Sistema Único de Saúde (SUS).

72
Fonoaudiologia estética
aliada à qualidade de vida

Método não invasivo foi criado por brasileira e promove o rejuvenescimento

73
Saúde

Thaiane Firmino - repórter


Enfrenta problemas como respira-
ção errada, alterações na mastigação
e mal-estar ao engolir? Já pensou em
organizar a musculatura facial para
melhorar a estética do rosto? Através
de relaxamentos musculares, exercí-
cios e orientações, a fonoaudiologia
estética promove bem-estar e con-
tribui com a manutenção da beleza.
Baseada na motricidade orofacial -
especialidade da fonoaudiologia que
lida com a prevenção e remediação
de dificuldades funcionais ligadas à
face -, é indicada em casos de tensões
musculares, antes e depois de proce-
dimentos cirúrgicos, e também para
homens e mulheres que desejam re- Fonoaudióloga Marina Peressin, que atua com o
tardar o aparecimento dos sinais de Método MZ há sete anos no Piauí (PI).
envelhecimento. Na capital piauiense
a procura por esse tipo de tratamento 90 graus em relação ao celular ou ao
registrou aumento nos últimos anos, computador, são mudanças de hábi-
principalmente por promover resul- tos que previnem rugas. No entanto,
tados sem interferências cirúrgicas. em casos onde essas dicas não foram
A repetição de movimentos e as observadas, a intervenção fonoau-
expressões faciais que são feitas dia- diológica pode devolver autoestima e
riamente podem gerar rugas no ros- qualidade de vida ao paciente. Atra-
to. Mastigar dos dois lados da boca, vés do Método Magda Zorzella (Mé-
evitar fazer biquinho para fotos, sor- todo MZ) - criado pela fonoaudióloga
rir de forma discreta e, quando esti- que dá nome ao procedimento -, o
ver digitando, sentar em posição de avanço das rugas e a flacidez do ros-

74
to podem ser suavizados. Por ser um Para a engenheira agrônoma
procedimento que dispensa cirurgia, aposentada, Maria Helena Paz (59),
tem chamado atenção de profissio- a insatisfação com marcas de ex-
nais de outros países, que se deslo- pressão, sobretudo ao redor da
cam até o Brasil para participar de boca, e a sensação de face cansada,
cursos com Zorzella. foram fatores que a levou a buscar
Segundo a fonoaudióloga Marina a fonoaudióloga Peressin. “A partir
Peressin (CRFa 8-9034), que atua com da quinta semana os efeitos posi-
o Método MZ há sete anos em Tere- tivos já se fizeram presentes. Ao
sina (PI), a procura pelo tratamento término, na décima semana, os
no estado apresenta aumento a cada meus objetivos foram atingidos. O
dia. “O crescimento do número de tratamento auxiliou, paralelamen-
pessoas que buscam o rejuvenesci- te, na forma correta de dormir, de
mento não invasivo foi algo que me mastigar e até de ingerir líquidos”,
despertou para atuar com fonoaudio- contou entusiasmada. Atraída pelo
logia estética. O tratamento pode ser fato de obter os resultados deseja-
feito a partir dos 24 e até aos 75 anos. dos sem ter que enfrentar os bistu-
O procedimento é iniciado com ses- ris, Cândida Maria da Paz Melo (54)
sões de avaliação, orientações e exa- também buscou o consultório para
me do sistema estomatognático (es- conhecer o Método MZ. Cautelosa,
truturas da boca). Na sequência, são a enfermeira decidiu pesquisar so-
realizadas de oito a dez sessões de bre o procedimento antes de iniciar
terapia semanalmente, e mais duas o tratamento. “Algumas rugas de
quinzenais. Os retornos ao consultó- expressão me incomodavam. Após
rio ocorrem a cada três meses, para o tratamento reconheço que minha
acompanhamento”, explicou. Peres- autoestima melhorou. Percebo que
sin destaca ainda que, em casos de evolui não apenas esteticamente,
queimaduras na face, ou nos primei- mas respiro melhor, por exemplo”,
ros dias após a realização de interven- afirmou. Além do fonoaudiólogo,
ções cirúrgicas estéticas, a aplicação médicos e nutricionista, podem in-
do Método MZ não é recomendada. dicar o tratamento.

75
SISTEMA DE CONSELHOS DE FONOAUDIOLOGIA
CFFa – 12º COLEGIADO
Gestão Abril 2016 a Abril 2019
Presidente: Thelma Regina da Silva Costa – CRFa 2-4211
Vice-Presidente: Marlene Canarim Danesi – CRFa 7-0439
Diretora-Secretária: Márcia Regina Teles – CRFa 2-3957
Diretora-Tesoureira: Silvia Maria Ramos – CRFa 5-121
Assessora da Comissão de Divulgação: Suzana Campos
Jornalista Responsável – MTB 4390527
Crefono 1
Presidente: Lucia Provenzano – CRFa 1-1700
Vice-Presidente: Lígia Ribeiro – CRFa 1-11220
Diretora-Secretária: Kátia Santana – CRFa 1-5399
Diretora-Tesoureira: Vanessa Jurelevicius – CRFa 1-11196
Crefono 2
Presidente: Márcia Cristiane de F. M. Civitella – CRFa 2-4619
Vice-Presidente: Vera Regina Vitagliano Teixeira – CRFa 2-1458
Diretora-Secretária: Heloisa de Oliveira Macedo – CRFa 2-4524
Diretora-Tesoureira: Ana Leia Safro Berenstein – CRFa 2-3979
Crefono 3
Presidente: Francisco Pletsch – CRFa 3-4764
Vice-Presidente: Josiane Borges – CRFa 3-5984
Diretora-Secretária: Jozélia Duarte B. de Paula Ribas – CRFa 3-2831
Diretora-Tesoureira: Solange Coletti Schnekenberg – CRFa 3-4081
Crefono 4
Presidente: Juliana de Arruda Fraga – CRFa 4-7880
Vice-Presidente: Silvia Damasceno Benevides – CRFa 4-5719
Diretora-Tesoureira: Bianca Arruda
Manchester de Queiroga – CRFa 4-5115
Diretora-Secretária: Jonia Alves Lucena CRFa – 4-5048
Crefono 5
Presidente: Christiane Camargo Tanigute -CRFa 5 - 0323
Vice – Presidente: Danilo Alves Mantovani - CRFa 5 - 15230 - 2
Diretora Secretária : Neyla Arroyo Lara Mourão - CRFa 5 – 020
Diretora Tesoureira: Eliana Souza da Costa Marques -CRFa 5 - 0453
Crefono 6
Presidente: Gabriela Cintra Januário - CRFa 6 - 3314
Vice-presidente: Lucila de França M. Oliveira - CRFa 6 - 1436
Diretor Secretário: Tiago Costa Pereira - CRFa 6 - 7101
Diretor Tesoureiro: Daniel Andrade Galvão - CRFa 6 - 5401
Crefono 7
Presidente: Luciana Kael de Sá – CRFa 7-6174
Vice-Presidente: Lea Travi Lamonato – CRFa 7-9087
Diretora-Tesoureira: Daniela Zimmer – CRFa 7-10869-2
Diretora-Secretária: Simone Lorelei Meneghetti – CRFa 7-6536
Crefono 8
Presidente: Charleston Teixeira Palmeira – CRFa 8-4367
Vice-Presidente: Kenia Andrade do Nascimento Gondin Lemos CRFa 8-8581
Diretora-Tesoureira: Lia Maria Brasil de Souza Barroso – CRFa 8-5676
Diretora-Secretária: Fernanda Mônica de Oliveira Sampaio – CRFa 8-4678

CONSELHO EDITORIAL
CFFa
Suzana Campos – Jornalista
Silvia Ramos – Conselheira
Marlene Danesi – Conselheira
Mônica Petit – Conselheira
Mônica Karl – Conselheira
Thais Moura Abreu e Silva - Conselheira
Crefono 1
Rose Maria – Jornalista
Lígia Ribeiro – Conselheira
Crefono 2
Márcia Gama – Conselheira
Crefono 3
Emerson Mizga – Jornalista
Simone Ferreira dos Santos – Conselheira
Crefono 4
Maurício Júnior – Jornalista
Jônia Lucena – Conselheira
Crefono 5
Danilo Mantovani – Conselheiro
Crefono 6
Isadora Dantas – Jornalista
Danielle Dias – Conselheira
Crefono 7
Cibele Avendano – Jornalista
Luciana Kael de Sá – Conselheira
Crefono 8
Thaiane Firmino – Jornalista
Charleston Teixeira Palmeira – Conselheiro

REVISTA COMUNICAR PRODUÇÃO EDITORIAL


Projeto Gráfico - IComunicação
Diagramação - Suzana Campos

PARA ANUNCIAR
Tel. (61) 3322-3332
e-mail: fono@fonoaudiologia.org.br
Como entrar em contato com a Revista Comunicar:
SRTVS Qd. 701, Ed. Palácio do Rádio II – Bl. E,
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