Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Diamantina
2017
Katrine Souza Silva e Renata Fernandes Dias Coelho
Diamantina
2017
Dedicamos este trabalho aos deficientes visuais e
a todos os colegas pesquisadores que com muito
esforço e empenho buscam uma melhor condição
e inclusão social a essas pessoas.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus e a Meishu Sama e a meus antepassados que me deram esta
oportunidade, me guiando e iluminando meu destino.
Por terem colocado Katrine, essa pessoa maravilhosa, amiga e pesquisadora que durante estes
3 anos, juntas pudemos compartilhar de alegrias e tristezas, momentos acadêmicos de sucesso
e superação e juntas em nossas pesquisas tivemos a oportunidade de conhecermos uma nova
realidade tão próxima, mas ao mesmo tempo tão distante.
Aos meus pais que não se encontram mais em nosso meio, mas sem eles não teria chegado
aqui, pelo apoio e por acreditar em minha vitória.
Meus filhos Romulo, Renan e Hanna pelo sacrifício da distância e ausência nestes anos.
À nossa orientadora professora Dra. Maria de Lourdes Santos Ferreira que tanto contribuiu
para nosso engrandecimento e pela paciência, dedicação e troca de experiências, por acreditar
em nós e ficar ao nosso lado em todos os momentos difíceis e vitoriosos na realização deste
trabalho.
Aos examinadores Professor Dr. Guilherme Varajão e Professora Helga, que com suas
observações nos fizeram crescer mais ainda em nossa pesquisa, elevando assim o nível de
excelência do material aqui exposto.
A todos os professores que direta ou indiretamente contribuíram para que pudéssemos ter
maturidade para o desenvolvimento desta pesquisa e em nossa formação.
Aos colegas do curso de Turismo que fizeram parte de nossas vidas, que muito nos ajudou
nesta jornada e cumplicidade nos estudos.
Aos colegas pesquisadores do segmento de acessibilidade que dedicam seu tempo a esta
temática e contribuem de alguma forma para que os deficientes ou pessoas com mobilidade
reduzida tenham uma participação mais igualitária na sociedade.
“Antes de dar certo, dá errado. Dá muito errado. Você se desespera, acha que vai enlouquecer,
perde a noção. E aí, finalmente, a felicidade chega.” Matheus Rocha
Renata Coelho
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus por ter iluminado e conduzido meu caminho com
perseverança, me dando forças para vencer os desafios impostos ao longo dessa jornada.
Agradeço, especialmente, aos meus pais Marivaldo Silva e Verônica Meira, que sempre me
apoiaram, sonharam junto comigo, sendo minha fortaleza, refúgio e porto seguro. A eles sou
grata pela paciência, confiança e amor incondicional. Obrigada por estarem sempre presentes,
por acreditarem em mim e pelo apoio nas minhas escolhas. Agradeço ainda todo sacrifício e
esforço realizado para me oferecer a oportunidade de estudar em uma Universidade Federal,
mesmo longe de casa. Dedico a vocês tudo, e compartilho nossa conquista.
Aos meus amados irmãos, Diarles e Karoline, agradeço todo apoio, paciência, incentivo e
companheirismo.
A toda minha querida família (avós, tios, tias, primos e primas), por compreender minha
ausência, pelos momentos incríveis e felizes que me concederam, pelo carinho e suporte que
me foi oferecido a todo momento.
Aos meus amigos, em especial a Gabriela Neres, sou grata pelo incentivo, motivações, mesmo
estando tão longe. E ainda pela paciência, me apoiando nos momentos difíceis, sempre
acreditando em mim.
Agradeço também aos colegas de curso, pelas experiências, conhecimentos compartilhados
que tornaram os dias na universidade mais divertidos e especiais.
Sou grata aos professores que dividiram comigo suas experiências e conhecimentos,
contribuindo para minha formação profissional.
Um obrigada mais que especial à minha colega e amiga Renata Coelho ao longo desses anos e
na execução desse trabalho pelo companheirismo, troca de experiências, pela paciência, foi
difícil mais vencemos!
A orientadora Lourdes Ferreira, agradeço pela disponibilidade, por acreditar em nós e pela
parceria nessa importante etapa do curso.
“Antes de dar certo, dá errado. Dá muito errado. Você se desespera, acha que vai enlouquecer,
perde a noção. E aí, finalmente, a felicidade chega.” Matheus Rocha
Katrine Silva
“Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o
sucesso. Não importa quais sejam os obstáculos e as dificuldades. Se
estamos possuídos de uma inabalável determinação, conseguiremos
superá-los.” (Dalai Lama).
O objetivo da pesquisa foi identificar se há conhecimento por parte dos gestores dos meios de
hospedagem em Diamantina – Minas Gerais, sobre o perfil de turista com deficiência visual –
DV (cegos ou de baixa visão); o interesse dos gestores em investimento na adaptação do meio
de hospedagem; avaliar o nível de acessibilidade e existência de adaptações e treinamento dos
funcionários para atendimento a esse público. Utilizou-se uma metodologia de pesquisa
qualitativa e quantitativa, de aspecto descritivo e interpretativo, que teve como principal
referência a dissertação de mestrado defendido por Santos (2012). Como parte das estratégias
metodológicas, o trabalho contou com a realização de uma visita técnica ao Hotel Fazenda
Campo dos Sonhos, na cidade de Socorro – SP em 2017, para observação em loco de algumas
adaptações para deficientes visuais que o local apresenta; aplicação de pesquisa via e-mail a
35 meios de hospedagem de Diamantina e visita em loco em 5 desses estabelecimentos. O
resultado mostra que ainda há um caminho a se percorrer em relação ao deficiente visual e a
outros tipos de deficiência também, não só em Diamantina como em todo o Brasil. Na
comparação entre meios de hospedagem de Diamantina com o Hotel Fazenda Campo dos
Sonhos, identificou-se alguns detalhes de adaptação para o deficiente visual que fazem toda
diferença. Constatou-se, também, que existe interesse da maioria dos proprietários dos meios
de hospedagem que foram abordados em se adaptarem e de capacitar seus funcionários para
atendimento ao Turista deficiente visual.
This research aims to identify if the managers of the means of hosting in Diamantina - Minas
Gerais, have knowledge about the profile of tourist with visual impairment - DV (blind or low
vision), identify the managers' interest in investment to adaptation of the means of hosting,
evaluate the level of accessibility and existence of adaptations and training of the employees
to recive this public. A qualitative and quantitative research methodology was used, with a
descriptive and interpretive aspect, which had as main reference the master's dissertation
defended by Santos (2012). As part of the methodological strategies, the work included a
technical visit to Hotel Fazenda Campo dos Sonhos, in the city of Socorro - SP in 2017, for
observation of some adaptations for the visually impaired that the place presents; application
of quiz by e-mail to 35 means of hosting of Diamantina and visit in loco in 5 of these
establishments. The result shows that there is still a long way to go in relation to the visually
impaired and other types of disability, not only in Diamantina but also in Brazil. In the
comparison between means of hosting of Diamantina with the Hotel Fazenda Campo dos
Sonhos, we identified some details of adaptation for the visually impaired that make all the
difference. It was also verified that there is interest of the majority of the owners of the means
of hosting that were approached in adapting and of qualifying its employees to attend to the
visually impaired tourist.
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 14
2. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 18
2.1 Caracterização do deficiente visual......................................................................... 18
2.1.1 Pessoa Surdocega..................................................................................................... 19
2.2 Direitos dos Deficientes........................................................................................... 22
2.3 Meios de acessibilidade para o deficiente visual..................................................... 22
2.4 A deficiência visual no Brasil.................................................................................. 23
2.5 Inclusão das pessoas com deficiência visual........................................................... 23
2.6 Acessibilidade.......................................................................................................... 24
2.7 Um lugar acessível................................................................................................... 24
2.8 O turismo e a Acessibilidade................................................................................... 25
2.9 Meios de Hospedagem............................................................................................. 26
2.9.1 Tipos de meios de hospedagem............................................................................... 26
2.9.2 Unidade Habitacional............................................................................................... 27
2.9.3 Classificação dos meios de hospedagem.................................................................. 28
2.9.4 Estrutura hoteleira.................................................................................................... 28
2.9.5 Meio de hospedagem adaptado para deficiente visual............................................. 29
2.9.6 Acessibilidade: favorecendo a hospitalidade no ambiente de hospedagem............. 30
2.9.7 Meio de hospedagem em Diamantina....................................................................... 31
3. METODOLOGIA................................................................................................... 32
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 46
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 50
APÊNDICE A.......................................................................................................... 54
APÊNDICE B.......................................................................................................... 55
ANEXO A................................................................................................................ 57
ANEXO B................................................................................................................ 77
ANEXO C................................................................................................................ 80
ANEXO D................................................................................................................ 82
ANEXO E................................................................................................................ 84
ANEXO F................................................................................................................ 90
ANEXO G................................................................................................................ 91
ANEXO H................................................................................................................ 98
ANEXO I................................................................................................................. 100
ANEXO J................................................................................................................. 103
14
1 INTRODUÇÃO
Existem grupos de pessoas que demandam uma visão diferenciada no seu modo
de vida: os deficientes físico, visual, mental e auditivo. Dentre esses grupos foi escolhido o
deficiente visual (DV) como foco dessa pesquisa na qual serão abordadas algumas das
questões relevantes sobre acessibilidade nos meios de hospedagem, ao direto de Lazer e
Turismo, conforme definição de acessibilidade pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS / NORMAS BRASILEIRAS DE REGULAMENTAÇÃO
(ABNT/NBR 9050/2015 - 3.1.1 p. 2).
O relatório de atividade da Comissão Nacional do Brasil de 1981 traz o relato da
trajetória da intitulação do Ano Internacional do Deficiente como descrito a seguir:
Figura 01
IGUALDADE E PARTICIPAÇÃO PLENA
de Cartilhas “Turismo Acessível”; Guia Muito Especial – Projeto Novos Rumos dentre
outros. Todo material citado pode ser encontrado e baixado do site descrito acima.
Devido à necessidade de estudos que visem reconhecer a maneira de atender de
forma satisfatória o turista com qualquer tipo de deficiência ou redução de sua mobilidade,
atualmente existem Leis, Decretos e Normas que norteiam a acessibilidade desse público nas
atividades de turismo, lazer e serviços oferecidos.
Quando se identificam diferentes e novos grupos de demanda, possibilita-se a
criação de novos produtos e serviços confirmando seu potencial de crescimento. (DIAS,
2005).
O local escolhido para a pesquisa foi Diamantina, município de Minas Gerais,
localizado no alto do Jequitinhonha, com estimativa populacional pelo IBGE para 2016 de
48.095 habitantes. Essa cidade recebeu, em 1938, do IPHAN (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional) o título de Patrimônio Histórico Nacional e, em 1999, foi
reconhecida pela UNESCO (Organização das Nações Unidas da Educação, a Ciência e a
Cultura) como Patrimônio Cultural da Humanidade. Tudo isso contribuiu para aumentar o
fluxo de visitantes, interessados em desfrutar dos atrativos da cidade.
No Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) 1, por nós defendido no primeiro
semestre de 2016, foi realizada uma pesquisa exploratória sobre a acessibilidade em
Diamantina, para deficientes. A pesquisa tomou como referência outras pesquisas sobre
acessibilidade em Diamantina, em especial, um TCC desenvolvido por um acadêmico do
Curso de Turismo, que abordava a acessibilidade para portadores de mobilidade reduzida, nos
atrativos turísticos do centro histórico. Verificou-se, tomando como referência esse trabalho
de Guedes (2013), que de 2013 a 2016 nenhuma ação foi implementada para promover a
melhoria da acessibilidade.
A participação em alguns eventos acadêmico-científicos1, ao longo dos dois
últimos anos, bem como as intervenções realizadas pela banca examinadora, no TCC1,
contribuíram para que fosse feito o recorte que ora se apresenta neste trabalho: acessibilidade
para deficientes visuais, nos meios de hospedagem em Diamantina.
Assim, este estudo está organizado em três capítulos. No primeiro, apresenta-se
uma revisão da literatura, abordando os principais conceitos acerca da deficiência e
acessibilidade; no segundo capítulo, apresenta-se o aporte metodológico que sustentou a
1
II Encontro Brasileiro de Museus Casas, promovido pela Fundação Casa de Rui Barbosa, onde foi apresentado
o trabalho intitulado “Uma análise acerca do turismo acessível em Diamantina”. Participação no Encontro
Nacional de Turismo – ENATUR, realizado na USP, em 2017, com a apresentação de comunicação sobre o
mesmo tema.
17
2 REVISÃO DE LITERATURA
Neste capítulo, será caracterizada a deficiência visual, bem como o que tem sido
considerado, conforme legislação vigente, adequado para promover a acessibilidade. Serão
abordadas, também, as principais exigências relativas aos meios de hospedagem para os
portadores desse tipo de deficiência.
Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menos que 0,05 o melhor olho, com a
melhor correção óptica; baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05
no melhor olho, com a melhor correção óptica. Há ainda os casos nos quais a
somatória da medida do campo visual em ambos os olhos é igual ou menor que 60º
(BRASIL, Decreto nº 5.296, 2004)
Silva (2005) citado por Santos (2012, p. 14), informa que existem alguns casos em
que a cegueira é causada por doenças que atingem especificamente o aparelho ocular, como o
glaucoma, a catarata e as distrofias periféricas e centrais, e aqueles em que esta condição é
associada a outros problemas orgânicos, como a diabetes, ou síndromes neurológicas que
afetam o nervo óptico. Nos casos citados, normalmente a cegueira é progressiva, com tempo
variável até a perda total da visão. Os casos da cegueira adquirida pode ser de forma súbita
por trauma e violência. .
Santos (2012, p. 13-14) transcreve informação da Chefe de Divisão de Pesquisa,
Documentação e Informação do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, escola para
cegos e pessoas com subvisão, que classifica e diagnostica o DV em:
“cego aquele que demonstra desde ausência total de visão até a perda da percepção
luminosa, enquanto o deficiente de baixa visão, ou subnormal, que apresenta desde a
19
Os indivíduos surdocegos são definidos como aqueles que têm perda substancial
de visão e audição, de tal forma que a combinação das duas deficiências causa extrema
dificuldade na conquista de metas educacionais, vocacionais, de lazer e sociais. Os principais
métodos de comunicação com esse tipo de deficiência consiste em utilizar as formas que
exploram o sentido tátil com as tecnologias desenvolvidas para esse tipo de deficiência,
conforme detalhado na Cartilha do MTur (2016), cujo texto na íntegra encontra-se no
ANEXO 3.
Segundo o Decreto Federal nº. 914/1993 (ANEXO 2), pessoa com deficiência é
definida como, “aquela que apresenta, em caráter permanente, perdas ou anomalias de sua
estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que gerem incapacidade para o
desempenho de atividades dentro do padrão considerado normal para o ser humano”.
De acordo com Conde (2012), a Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde (CIF) leva em consideração os aspectos sociais da deficiência e propõe
um mecanismo para estabelecer o impacto do ambiente social e físico sobre a funcionalidade
da pessoa. Por exemplo, quando uma pessoa com uma deficiência visual tem dificuldade em
trabalhar num determinado edifício ou serviço porque não existem pisos táteis ou elevadores
que sonorizem os andares a cada parada, a CIF identifica as prioridades de intervenção, ao
invés dessa pessoa se sentir obrigada a desistir do seu emprego. Assim, a deficiência desloca-
se da pessoa com deficiência para o ambiente em que vive, pressupondo-se que, estando o
ambiente devidamente adaptado, a funcionalidade da pessoa com deficiência pode ser igual
ou muito próxima a de qualquer outra pessoa.
Santos (2012, p. 16-17) afirma que para uma análise perfeita da acessibilidade é
importante que se atente e entenda as dificuldades impostas pela deficiência às pessoas, e em
que nível o ambiente ajuda ou piora sua orientação ou mobilidade. Essas interações são vistas
na ergonomia e suas áreas específicas. O ergonomista2 no auxilio técnico para pessoas
especiais faz a escolha dos sistemas melhor adaptados a cada caso particular.
2
Ergonomista, especialista em ergonomia que tem o objetivo de procurar otimizar as interações entre o homem e
os objetos que utiliza ou lugares que frequenta, visando de forma integrada, promover a segurança, a saúde e o
bem-estar do utilizador, assim como a eficiência do sistema em que ele esta envolvido. (REBELO, 2017, p.?).
20
Tabela 01
Distribuição percentual da população residente, por tipo de deficiência, segundo o
sexo e os grupos de idade.
TABELA 02
População x quantitativo de deficientes visuais
Nos seus diversos graus de dificuldades
Grande Alguma
Estado População Cego
Dificuldade Dificuldade
RO 1.562.409 2.294 46.211 232.313
AC 733.559 1.410 25.143 106.849
AM 3.483.985 8.214 113.045 530.003
RR 450.479 1.129 13.603 62.511
PA 7.581.051 11.459 270.953 1.169.644
AP 669.526 1.325 24.781 106.529
TO 1.383.445 2.577 47.129 201.710
MA 6.574.789 13.988 267.853 1.057.540
PI 3.118.360 7.559 138.672 556.525
CE 4.452.381 24.224 349.795 1.497.949
RN 3.168.027 6.929 128.684 560.967
PB 3.766.528 8.477 142.193 672.369
PE 8.796.448 19.950 348.179 1.564.390
AL 3.120.494 6.977 136.127 536.811
SE 2.068.017 4.069 75.156 331.254
BA 14.016.906 33.980 476.059 2283.619
ES 3.514.952 7.298 113.309 513.414
RJ 15.989.929 53.178 483.414 2.533.069
MG 19.597.330 45.015 591.313 2.703.412
SP 41.262.199 143.426 1.059.927 6.140.684
PR 10.444.526 26.155 295.464 1.407.052
SC 6.248.436 13.687 174.772 804.176
RS 10.693.929 28.748 323.137 1.548.749
MS 2.449.024 4.917 68.440 336.223
MT 3.035.122 5.168 91.415 452.917
GO 6.003.788 13.778 183.711 914.913
DF 2.570.160 6.436 68.047 388.870
TOTAL 186.755.799 502.367 6.056.532 29.214.462
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste
Fonte: IBGE 2010– Amostra população deficiente visual
Tabela: Elaborada pelas autoras.
22
De acordo com a Constituição Brasileira de 1988 (Art. 5º) ”toda pessoa com
deficiência deve ter as mesmas oportunidades e alcançar a sua independência social e
econômica para integrar-se plenamente na sociedade, como parte de um processo em defesa
da cidadania e do direito à inclusão social da pessoa com deficiência.” Esta afirmação é
corroborada pelo Programa de Ação Mundial para Pessoas Portadoras de Deficiência das
Nações Unidas (ONU, 1982) que diz que:
“Os países membros [da ONU, hoje são 193 ao todo incluindo o Brasil] devem
garantir que pessoas com deficiência tenham as mesmas oportunidades de desfrutar
de atividades recreativas que têm os outros cidadãos. Isto envolve a possibilidade de
freqüentar restaurantes, cinemas, teatros, bibliotecas, etc., assim como locais de
lazer, estádios esportivos, hotéis, praias e outros lugares de recreação. Os países
membros devem tomar a iniciativa removendo todos os obstáculos. Neste sentido,
autoridades de turismo, as agências de viagens, organizações voluntárias e outras
envolvidas na organização de atividades recreativas ou oportunidades de
viagem devem oferecer serviços a todos e não discriminar as pessoas com
deficiência.”.
Sansiviero e Dias (2005, p. 441) lembram que com duas guerras mundiais
aumentou-se muito o número de pessoas com deficiência no mundo, deficientes de
locomoção, de audição e de visão e tornou-se um importante marco histórico para o estudo da
proteção das pessoas portadoras de deficiência. No entanto, a ocorrência das guerras acarretou
a conscientização do problema da deficiência. Eles afirmam que, no Brasil, a proteção às
pessoas portadoras de deficiência é garantida pela Constituição, mas um grande desafio e
inúmeros obstáculos devem ser enfrentados ainda pela pessoa com deficiência, quando busca
atividades relacionadas ao lazer e ao turismo.
A iniciativa para o enfrentamento desses desafios, ainda que de maneira
rudimentar, data da década de 1970, de acordo com Sassaki (2003, p. 37). O autor afirma que,
naquele período, surgiram as primeiras excursões organizadas por agências de viagem para
pessoas deficientes físicas, motoras, auditivas e visuais; o lazer turístico passou a ser apontado
como oportunidade para possibilitar a inclusão social de pessoas com deficiência.
ligados à acessibilidade arquitetônica (barreiras físicas), pois, somente após a remoção dessas
barreiras é que a sociedade como um todo, através da convivência, poderá identificar as
demais barreiras existentes.
2.6 Acessibilidade
Em sua pesquisa, Pinto (2006 apud Santos, 2012, p. 106), revela que o turista
deficiente, forma outro nicho de mercado e que em países desenvolvidos já existem hotéis
especializados no atendimento ao turista deficiente. Mais do que promover a inclusão social e
a circulação de pessoas, livre de barreiras, essenciais na sociedade, esses empresários tem
explorado uma fatia de mercado que cresce em grandes proporções, principalmente nos países
desenvolvidos.
Esse autor mostra em sua pesquisa quanto pode ser melhorado o turismo de
negócio ou lazer, na vida de um DV; basta adequar os ambientes internos e externos de um
estabelecimento hoteleiro. Essas adequações podem ser tanto na parte física como em
pequenas adequações como colocação de piso tátil, eliminação ou sinalização de barreiras
arquitetônicas, inserção de ajudas técnicas, tais como: sistema de áudio descrição, diretório
de quartos em Braille (ANEXO H), cardápios de restaurante em Braille e/ou letras grandes.
representados por um simples albergue ou até por um suntuoso resort. (RIBEIRO, 2011. p.
27).
Os meios de hospedagem recebem as seguintes classificações e respectivas
conceituações, de acordo com a CARTILHA – Sistema Brasileiro de Classificação de Meios
de Hospedagem:
TABELA 03
Classificação dos Meios de Hospedagem
CATEGORIA SIMBOLO
Super Luxo SL
Luxo
Superior
Turístico
Econômico
Simples
Fonte: http://www.camara.gov.br/sileg/integras/163579.pdf
Tabela: Elaborada pelas autoras
Segundo Ribeiro (2011, p. 46-47) fazem parte do setor de front office os seguintes
cargos:
3
Desenho Universal, são parâmetros que visam proporcionar maior quantidade possível de pessoas,
independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção, a utilização de maneira
autônoma e segura de ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos. Cartilha: Dicas
para atender bem o Turista com deficiência (MTur, 2015.p. 10)
31
preciso que as organizações voltadas para a prestação de serviços de lazer saibam o que
realmente é importante para tais consumidores.
As autoras afirmam, ainda, que as empresas não estão preocupadas em oferecer
serviços de lazer turístico realmente acessíveis para as pessoas com deficiência. Algumas até
investem em adaptações físicas, mas poucas levam em consideração todas as mudanças que
deveriam ser feitas para que, de fato, os serviços de lazer turístico sejam acessíveis para as
pessoas com deficiência visual. Por se tratar de um assunto ainda pouco explorado, muitas
são as possibilidades de estudos futuros que podem contribuir para o avanço do conhecimento
e da prática acerca das restrições ao consumo para deficientes visuais e, igualmente, para
pessoas que apresentam outras deficiências.
De acordo com Flores (2000) de nada adianta mudar os equipamentos turísticos,
se, simultaneamente, não forem conscientizadas as pessoas que irão operá-los, para que
também aprimorem seu estilo de relacionamento.
A Cartilha ”Dicas para atender bem o turista com deficiência” (2016, p. 60-72)
apresenta técnicas e dicas para auxiliar no atendimento ao turista com deficiência visual.
(ANEXO C).
Como local escolhido para realização da pesquisa, vários fatores devem ser
considerados ao se tratar da acessibilidade nos meios de hospedagem em Diamantina.
De acordo com o relatório da nona edição da pesquisa Perfil da Demanda
Turística Real de Diamantina e Região,(MEDAGLIA e SILVEIRA, 2014), a escolha por
meios de hospedagem comercial por parte dos visitantes foi de 61%. A tendência daquele ano
mostrou que houve uma diminuição da procura de pousadas seguida de um aumento pelos
hotéis em relação ao ano anterior.
32
3 METODOLOGIA
Gráfico 01
Tipo de estabelecimento
Gráfico 02
Números de leitos
Gráfico 03
Classificação dos apartamentos
O Gráfico 03 mostra que 29% dos respondentes cumprem a lei, no entanto, 71%
não dispõem de quarto adaptado e busca-se verificar se existe a quantidade de UH adaptados.
Conforme a Lei 13.146. Art 45, no § 1º, os estabelecimentos já existentes devem
disponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis ou garantir, no
mínimo 1 (uma) unidade acessível. (ANEXO B).
A Pesquisa de Serviços de Hospedagem-PSH do IBGE (2011) revelou que
apenas 1,3% das unidades habitacionais nos estabelecimentos hoteleiros do Brasil, são
adaptados. Pode-se entender que a falta de cumprimento a Lei é um problema
Nacional. ( IBGE, 2011).
Gráfico 04
Oferece acessibilidade para deficientes visuais
Gráfico 05
Já recebeu hóspedes com deficiência visual
Gráfico 6
Possui funcionários treinados para receber deficientes visuais
Gráfico 07
Interesse em adaptar o estabelecimento para receber hóspedes com deficiência visual e/ou outro tipo de
deficiência
Podemos fazer uma análise geral das 4 Pousadas visitadas, pois em relação a
arquitetura muito se assemelham e em seu interior não temos também grandes mudanças. De
modo geral as recepções das 4 pousadas são posicionadas em lugares estratégicos na entrada d
fácil acesso para todos que ali chegam, possuindo algum tipo de barreira arquitetônica, seja de
um degrau, um tapete e falta de corrimão na entrada.
39
Figura 02
5.6.4.1 Alarme de emergência para sanitário - Deve ser instalado dispositivo de alarme de emergência
próximo à bacia, no boxe do chuveiro e na banheira para acionamento por uma pessoa sentada ou em caso de
queda nos sanitários, banheiros e vestiários acessíveis. Recomenda-se a instalação de dispositivos adicionais em
posições estratégicas, como lavatórios e portas, entre outros. A altura de instalação deve ser de 40 cm do piso,
conforme Os dispositivos devem ter cor que contraste coma da parede. (ABNT 9050).
40
5.4.4.1 Degraus isolados - É considerado degrau isolado a sequência de até dois degraus. Este desnível deve ser
sinalizado em toda a sua extensão, no piso e no espelho, com uma faixa de no mínimo 3 cm de largura
contrastante com o piso adjacente, preferencialmente fotoluminescente ou retro iluminado.
5.4.4.2 Degraus de escadas - A sinalização visual dos degraus de escada deve ser:
a) aplicada aos pisos e espelhos em suas bordas laterais e/ou nas projeções dos corrimãos, contrastante com o
piso adjacente, preferencialmente fotoluminescente ou retro iluminado.
b) igual ou maior que a projeção dos corrimãos laterais, e com no mínimo 7 cm de comprimento e 3 cm de
largura;
c) fotoluminescente ou retro iluminada, quando se tratar de saídas de emergência e/ou rota de fuga.
NOTA Recomenda-se estender a sinalização no comprimento total dos degraus com elementos que incorporem
também características antiderrapantes.
No interior das UHs adaptadas, percebemos que a altura dos comandos e controles
não estão dentro das normas, ABNT/NBR, 9050/2015, 4.6.9, assim como as maçanetas.
Figura 04
4.6.9 Altura para comandos e controles: a Figura 8 mostra as alturas recomendadas para o posicionamento de
diferentes tipos de comandos e controles.
41
Figura 05
4.6.6.3 Os puxadores horizontais: para portas devem ter diâmetro entre 25 mm e 45 mm, com afastamento de
no mínimo 40 mm. Devem ser instalados a uma altura que pode variar entre 0,80 me 1,10 m do piso acabado,
conforme Figura 7.
Nas áreas comuns a todos notamos algumas barreiras que poderiam causar
insegurança a um DV, ABNT/NBR, 9050, 4.3.3.
Os estacionamentos apesar de não haver a sinalização para deficientes, o espaço é
suficiente para sua utilização por qualquer pessoa inclusive os deficientes ou com mobilidade
reduzida.
Figura 09 – Quarto adaptado Figura 08 – Canil fora do Chalé, para cão guia. Lei nº
Foto: As autoras 11.126/2005.
Foto: As autoras
Foto: As autoras
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
destacando dos destinos concorrentes, como informado pelo Sr. Carlos, administrador do
Campo dos Sonhos: - “a crise financeira não nos atingiu”. Sua agenda de reservas vive
sempre cheia.
É importante destacar que possuir um produto que atenda as necessidades do
deficiente e pessoas com mobilidade reduzida, implica possuir um produto que atenda a outro
mercado crescente no país, o público da terceira idade, isso se confirma uma vez que os dois
públicos dispõem de tempo e recursos para viajar. Portanto, para absorver esses nichos de
mercado é preciso que os empresários estejam atentos às diferentes formas de garantir a
experiência desses hóspedes.
A pesquisa apresenta ainda outro dado que merece grande atenção, apenas 7 de
um total de 35 questionários enviados foram respondidos, além do retorno de 5 que não
tiveram a entrega completa, diante disso, vale ressaltar que não basta oferecer acessibilidade
nos espaços físicos e por meio dos recursos humanos, também é imprescindível haver
acessibilidade comunicacional, pois, sem conseguir entrar em contato com o estabelecimento
é difícil realizar a reserva.
A afirmação apresentada pelos respondentes de terem interesse em realizar
adaptações que venham atender hóspedes com deficiência visual e/ou outro tipo de
deficiência indica que há por parte do empresariado conscientização da importância de ofertar
um serviço não como uma questão legal, e sim como uma questão de cidadania e inclusão
social.
Com relação à resposta ao tema investigado: - Se há acessibilidade para
deficientes visuais nos meios de hospedagem de Diamantina? - A pesquisa não deu margem
para podermos responder de forma concreta, pois somente 11 dos 35 meios de hospedagem
foram avaliados. No entanto, existe conhecimento sobre esse mercado, inclusive 71%
responderam já ter recebido deficientes visuais.
Apontamos ainda que em comparação com outros temas na área do turismo há
uma carência de estudos e pesquisas neste segmento de DV, pouco são os pesquisadores que
contribuem para que os gestores púbicos e privados saibam um pouco sobre as necessidades
de consumo das pessoas com DV ou com mobilidade reduzida, o que impossibilita a
formatação de produtos e a especialização de serviços focados para esse perfil de público.
Ao concluir esta pesquisa, sugerimos aos estabelecimentos com o objetivo de
contribuir para o desenvolvimento e implementação no projetos de acessibilidade, procurar
assessoria técnica de empresas especializadas tradicionais e responsáveis, a fim de evitar
equívocos e garantir o sucesso do projeto. É preciso estar atualizado, pois nessa área surgem
49
novos conceitos e tecnologias constantemente e quem não acompanha essas mudanças corre o
risco de realizar ações ultrapassadas. Despertar para o princípio de que a acessibilidade não
envolve somente pessoas com deficiência, ela abrange um universo maior, deficiências,
idosos e pessoas com mobilidade reduzida, compreendendo que as adaptações precisam ser
universais, atendendo tanto hóspedes com deficiência quanto sem.
50
REFERÊNCIA
BRASIL. Ministério do Turismo. Turismo Acessível (Org.). Cartilha: dicas para atender
bem o turista com deficiência. Brasília: Ministério do Turismo, 2015.
CASTELLI, G. Marketing hoteleiro. Caxias do Sul: Educs, 1991 apud LEMOS, R. N.;
ERDMANN, R. F. O conceito de planejamento e controle da produção e o serviço hoteleiro.
18. ed. Niterói, RJ: ABEPRO, 1998. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1998_ART269.pdf.>. Acesso em: 27 jul.
2017.
DIAS, R. Introdução ao Turismo. São Paulo Atlas, 2005 apud SANTOS, L. N. Abordagem
da Ergonomia para análise da acessibilidade a hóspedes com deficiência visual em
hotéis: soluções para pessoas cegas e com baixas visão. 2012. 224 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Designer de Interiores. Centro de Tecnologia, Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, Natal, 2012.
FARIA, M. D.; MOTTA, P. C. Pessoas com Deficiência Visual: Barreiras para o Lazer
Turístico. Revista Turismo em Análise - RTA, Brasil, v. 23, ed. nº 3, 691-717 p., dez. 2012.
Disponível em: <http://www.revistas.usp.br>. Acesso em: 7 jun. 2017
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
314 p.
SANSIVIERO, S.; DIAS, C. Hotelaria e acessibilidade. Turismo Visão e Ação, v. 7 (3), 439
– 453 p., 2005.
SIDÔNIO, L. V. Gestão hoteleira. Montes Claros, MG: Instituto Federal do Norte de Minas
Gerais, 2015. 110 p.
VERGARA, S. C. Métodos de coleta de dados no campo. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
LEGISLAÇÃO
BRASIL. Congresso Nacional. Lei Federal nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei
Brasileira de Inclusão das Pessoas com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) nº
13.146, Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos observando-se os
princípios do desenho universal, além de adotar todos os meios de acessibilidade, conforme
legislação em vigor. § 1o Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar, pelo
menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo, 1 (uma)
unidade acessível. § 2o Os dormitórios mencionados no § 1o deste artigo deverão ser
localizados em rotas acessíveis. República Federativa do Brasil, Poder Legislativo, Brasília,
DF, 2015. Disponível: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13146.htm> Acesso em: 15 abr. 2017.
54
APÊNDICE A
APÊNDICE B
3. Quais recursos técnicos e pessoais esse estabelecimento possui para ser classificado
com acessível?
Resposta: Fisicamente implantamos todas as exigências na norma ABNT NBR 9050
e além dessa ação, também adaptamos atendimento para a prática das atividades de
recreação, tanto em adaptação de equipamentos como adaptação de procedimentos.
10. Por favor faça uma breve autorização para publicarmos as respostas acima, obrigada.
Resposta: Todas nossas respostas tem a nossa autorização para tornarem-se públicas.
Carlos Tavares
Consultor de Marketing
57
ANEXO A
NORMAS TÉCNICAS QUE AMPARAM O DEFICIENTE VISUAL
3.1.8 Área de circulação: espaço livre de obstáculos, destinado ao uso de todas as pessoas.
3.1.13 Calçada: parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, não destinada à
circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de
mobiliário, sinalização, vegetação, placas de sinalização e outros fins
3.1.25 Linha-guia: qualquer elemento natural ou edificado que possa ser utilizado como
referência de orientação direcional por todas as pessoas, especialmente as com deficiência
visual.
59
3.1.29 Piso tátil: piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relação ao piso
adjacente, destinado a constituir alerta ou linha-guia, servindo de orientação, principalmente,
às pessoas com deficiência visual ou baixa visão. São de dois tipos: piso tátil de alerta e piso
tátil direcional.
3.1.32 Rota acessível: trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecte os ambientes
externos ou internos de espaços e edificações, e que possa ser utilizado de forma autônoma e
segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência e mobilidade reduzida. A rota
acessível pode incorporar estacionamentos, calçadas rebaixadas, faixas de travessia de
pedestres, pisos, corredores, escadas e rampas, entre outros.
4.1 Pessoas em pé: as Figuras 1,2 e 3 apresentam dimensões referenciais para deslocamento
de pessoas em pé.
Dimensões em metros
Figura 1 Figura 3
Figura 2
4.3.3 Mobiliários na rota acessível: mobiliários com altura entre 0,60 m até 2,10 m do piso
podem representar riscos para pessoas com deficiências visuais, caso tenham saliências com
mais de 0,10 m de profundidade e ser detectável com bengala longa.
A Figura 4 apresenta possibilidades que dispensam a instalação de sinalização tátil e visual de
alerta. Dimensões em metro
Legenda
1 borda ou saliência detectável com bengala longa,
instalada na projeção de um mobiliário suspenso,
desde que não seja necessária a aproximação de
pessoas em cadeiras de rodas
2a instalada suspensa, a menos de 0,60 m acima do
piso ou
2b proteção lateral instalada desde o piso
Figura 4
4.3.7 Proteção contra queda ao longo de rotas acessíveis: devem ser previstas proteções
laterais ao longo de rotas acessíveis, para impedir que pessoas sofram ferimentos em
decorrência de quedas. Figura 6
60
Quando rotas acessíveis, rampas, terraços, caminhos elevados ou plataformas sem vedações
laterais forem delimitados em um ou ambos os lados por superfície que se incline para baixo
com desnível superior a 0,60 m, deve ser prevista a instalação de proteção lateral com no
mínimo as características de guarda-corpo, conforme indicação C da Figura 5.
Figura 5 Figura 6
Legenda
1 desnível igual ou inferior a 0,60 m e inclinação igual ou superior a 1:2
2 lateral em nível com pelo menos 0,60 m de largura
3 contraste visual medido através do LRV (valor da luz refletida) de no mínimo 30 pontos em relação ao piso.
4 proteção lateral – com no mínimo 0,15 m de altura e superfície de topo com contraste visual.
4.6.5 Empunhadura: objetos como corrimãos e barras de apoio, entre outros, devem estar
afastados no mínimo 40 mm da parede ou outro obstáculo. Quando o objeto for embutido em
nichos, deve-se prever também uma distância livre mínima de 150 mm, conforme Figura 9.
Corrimãos e barras de apoio, entre outros, devem ter seção circular com diâmetro entre 30
mm e 45 mm, ou seção elíptica, desde que a dimensão maior seja de 45 mm e a menor de 30
mm. São admitidos outros formatos de seção, desde que sua parte superior atenda às
condições desta subseção. Garantir um arco da seção do corrimão de 270°.
Figura 9
4.6.6.2 Os puxadores verticais: para portas devem ter diâmetro entre 25 mm e 45 mm, com
afastamento de no mínimo 40 mm entre o puxador e a superfície da porta. O puxador vertical
deve ter comprimento mínimo de 0,30 m. Devem ser instalados a uma altura que pode variar
entre 0,80 me 1,10 m do piso acabado, conforme Figura 7.
4.6.6.3 Os puxadores horizontais: para portas devem ter diâmetro entre 25 mm e 45 mm,
com afastamento de no mínimo 40 mm. Devem ser instalados a uma altura que pode variar
entre 0,80 me 1,10 m do piso acabado, conforme Figura 7.
4.6.6.4 As barras antipânico: devem ser apropriadas ao tipo de porta em que são instaladas e
devem atender integralmente ao disposto na ABNT NBR 11785. Se instaladas em portas
corta-fogo, devem apresentar tempo requerido de resistência ao fogo compatível com a
resistência ao fogo destas portas. Devem ser instaladas a uma altura de 0,90 m do piso
acabado.
4.6.9 Altura para comandos e controles: a Figura 8 mostra as alturas recomendadas para o
posicionamento de diferentes tipos de comandos e controles.
4.9 Parâmetro auditivo: a percepção do som está relacionada a inúmeras variáveis que vão
desde limitações físicas, sensoriais e cognitivas da pessoa até a qualidade do som emitido,
quanto ao seu conteúdo, forma, modo de transmissão e contraste entre o som emitido e o
Figura
ruído de 8fundo. Um som é caracterizado por três variáveis: frequência, intensidade e duração.
62
5.1.1 Informação - Geral - As informações devem ser completas, precisas e claras. Devem
ser dispostas segundo o critério de transmissão e o princípio dos dois sentidos.
5.1.3 Princípio dos dois sentidos - A informação deve ocorrer através do uso de no mínimo
dois sentidos: visual e tátil ou visual e sonoro.
5.2.1 Sinalização - Geral - A sinalização deve ser autoexplicativa, perceptível e legível para
todos, inclusive às pessoas com deficiência, e deve ser disposta conforme 5.2.8. Recomenda-
se que as informações com textos sejam complementadas com os símbolos apresentados em
5.3.
5.2.2 Classificação - Os sinais podem ser classificados como: sinais de localização, sinais de
advertência e sinais de instrução, e podem ser utilizados individualmente ou combinados.
Em situações de incêndio, pânico e evacuação, devem ser observadas as normas estabelecidas
pelo Corpo de Bombeiros.
5.2.2.3 Sinalização de instrução - São sinais que têm a propriedade de instruir uma ação de
forma positiva e afirmativa. Quando utilizados em rotas de fuga ou situações de risco, devem
preferencialmente ser não intermitentes, de forma contínua.
5.2.3 Amplitude - As amplitudes dos sinais sonoros devem estar em conformidade com
5.2.8.5.3, ou com normas específicas de aplicações e equipamentos.
5.2.5.1 Permanente - Sinalização utilizada nas áreas e espaços, cuja função já está definida.
5.2.6.2 Sinalização sonora - É composta por conjuntos de sons que permitem a compreensão
pela audição.
5.2.6.3 Sinalização tátil - É composta por informações em relevo, como textos, símbolos e
Braille.
5.2.8.1.4 A sinalização deve estar disposta em locais acessíveis para pessoa em cadeira de
rodas, com deficiência visual, entre outros usuários, de tal forma que possa ser compreendida
por todos.
5.2.8.1.5 Elementos de orientação e direcionamento devem ser instalados com forma lógica
de orientação, quando não houver guias ou linhas de balizamento.
5.2.8.2.1 Altura - A sinalização deve estar instalada a uma altura que favoreça a legibilidade
e clareza da informação, atendendo às pessoas com deficiência sentadas, em pé ou
caminhando, respeitando a Seção 4.
5.2.8.2.3 A sinalização suspensa deve ser instalada acima de 2,10 m do piso. Nas aplicações
essenciais (ver 5.4), esta deve ser complementada por uma sinalização tátil e ou sonora.
5.2.8.4 Contraste - É a percepção das diferenças ambientais por meio dos sentidos. Pode ser
determinado, equacionado, referenciado, projetado, medido e controlado. Os sentidos mais
usuais – visão, tato e audição – permitem perceber os ambientes através das diferenças
contrastantes de suas características, como sons, texturas e luminância. A aplicação dos
contrastes visuais, táteis e sonoros deve estar de acordo com 5.1.3.
5.2.9.1.1 Contraste visual - O contraste visual tem como função destacar elementos entre si
por meio da composição claro-escuro ou escuro-claro para chamar a atenção do observador. O
contraste também deve ser usado na informação visual e para alertar perigos. O contraste é a
diferença de luminância entre uma figura e o fundo. Para determinar a diferença relativa de
luminância, o LRV da superfície deve ser conhecido.
A medição do contraste visual deve ser feita através do LRV (valor da luz refletida) na
superfície.
O LRV é medido na escala de 0 a 100, sendo que 0 é o valor do preto puro e 100 é o valor do
branco puro.
5.2.9.1.2.1 Legibilidade - Deve haver contraste, conforme Tabela 2, entre a sinalização visual
(texto ou símbolo e fundo) e a superfície sobre a qual ela está afixada, cuidando para que a
iluminação do entorno ‒ natural ou artificial – não prejudique a compreensão da informação.
65
5.2.9.1.2.2 Os textos e símbolos, bem como o fundo das peças de sinalização, devem evitar o
uso de materiais brilhantes e de alta reflexão, reduzindo o ofuscamento, e devem manter o
LRV conforme Tabela 1.
A tipografia em Braille não necessita de contraste visual.
Tabela 1
Figura 10
5.2.9.1.2.3 Quando a sinalização for retro iluminada, deve manter a relação de contraste.
5.2.9.1.3 Letras e números visuais - A dimensão das letras e números deve ser proporcional
à distância de leitura, obedecendo à relação1/200. Recomenda-se a utilização das seguintes
fontes tipográficas: arial, verdana, helvética, universe folio. Devem ser utilizadas letras em
caixas alta e baixa para sentencas, e letras em caixa alta parafrases curtas, evitando a
utilização de textos na vertical.
5.2.9.1.4 Símbolos visuais – Para a sinalização dos ambientes, a altura do símbolo deve ter a
proporção de 1/200 da distância de visada, com mínimo de 8 cm. O desenho do símbolo deve
atender às seguintes condições:
a) contornos fortes e bem definidos;
b) simplicidade nas formas e poucos detalhes;
c) estabilidade da forma;
d) utilizar símbolos de padrão internacional.
5.2.9.1.6 Crominância - A aplicação de cores nos sinais deve, por medida de segurança,
utilizar as orientações contidas da legislação vigente, onde são definidas as cores
preferenciais. Sinteticamente, as cores vermelha, laranja, amarela, verde e branca devem
utilizar os valores da Tabela 3.
Tabela 3 – Crominância
5.2.9.2.1 Contraste tátil - Para textos e símbolos táteis, a altura do alto relevo deve estar
entre 0,8 mm e 1,2 mm Recomendam-se letras em caixa alta e caixa baixa para sentenças, e
em caixa alta para frases curtas, evitando a utilização de textos na vertical. A medição de
relevos táteis é bastante fácil de executar. Rugosímetros, paquímetros ou mesmo réguas
simples permitem analisar e verificar se os relevos estão de acordo com as normas, e mesmo
se a disposição entre eles está adequada. Em especial, os relevos para linguagem em Braille e
pisos táteis requerem bom controle dimensional. Para pisos táteis e visuais, ver 5.4.6.
5.2.9.2.2 Letras e números táteis - Os textos em relevo devem estar associados ao texto em
Braille.
Os caracteres em relevo devem atender às seguintes condições:
a) tipos de fonte, conforme 5.2.9.1.3;
b) altura do relevo: 0,8 mm a 1,2 mm;
c) altura dos caracteres: 15 mm a 50 mm;
d) distância mínima entre caracteres: 1/5 da altura da letra (H);
e) distância entre linhas: 8mm.
5.2.9.2.3 Símbolos táteis - Para a sinalização dos ambientes, a altura do símbolo deve ter a
proporção de 1/200 da distância de visada com o mínimo de 80 mm. O desenho do símbolo
deve atender às seguintes condições:
a) contornos fortes e bem definidos;
b) simplicidade nas formas e poucos detalhes;
c) estabilidade da forma;
d) altura dos símbolos: no mínimo 80 mm;
e) altura do relevo: 0,6 mm a 1,20 mm;
f) distância entre o símbolo e o texto: 8 mm;
g) utilização de símbolos de padrão internacional.
5.2.9.2.4.3 Para sentenças longas, deve-se utilizar o texto em Braille, alinhado à esquerda com
o texto em relevo.
5.2.9.2.4.4 O ponto em Braille deve ter aresta arredondada na forma esférica. O arranjo de
seis pontos, duas colunas e o espaçamento entre as celas em Braille devem ser conforme
Figura 11. NOTA Não se aplica para embalagem.
5.2.9.3.1 Contraste sonoro - São especialmente importantes nas pessoas com deficiência
visual que por meio das diferenças dos sons conseguem distinguir o ambiente com bastante
clareza. As diferenças são fáceis de entender quando se associam diferentes sons, como sons
de instrumentos diferentes de uma orquestra. As aplicações do contraste sonoro são
especialmente importantes em casos de perigos, orientação e comunicação. Por ser de fácil
concentração de informações, permitem uma decodificação rápida e precisa pelo cérebro, o
que torna essa faculdade tão importante como a visão.
5.3 SÍMBOLOS
5.3.1 Gerais - símbolos são representações gráficas que, através de uma figura ou forma
convencionada, estabelecem a analogia entre o objeto e a informação de sua representação e
expressam alguma mensagem. Devem ser legíveis e de fácil compreensão, atendendo a
pessoas estrangeiras, analfabetas e com baixa visão, ou cegas, quando em relevo. Os símbolos
que correspondem à acessibilidade na edificação e prestação de serviços são relacionados em
5.3.2.
Antigo
68
Novo Uma figura simétrica conectada por quatro pontos a um círculo, representando a harmonia entre o
ser humano e a sociedade, e com os braços abertos, simbolizando a inclusão de pessoas com todas
as habilidades, em todos os lugares.
Batizada de ‘A Acessibilidade’ (The Accessibility), a logomarca foi criada pelo Departamento de
Informações Públicas da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, para aumentar a
consciência sobre o universo da pessoa com deficiência. A ideia é usar o símbolo em produtos e
locais acessíveis.
Segundo a ONU, o logotipo foi selecionado pelo Focus Groupson Accessibility, em conjunto com a
Inter – Departmental Task Force on Accessibilityatthe United Nations Secretariat. Simboliza a
esperança e a igualdade de acesso para todos.
“O símbolo é neutro e imparcial. Sua utilização não implica em um endosso da Organização das
Nações Unidas ou do Secretariado das Nações Unidas”, explica a ONU.
5.3.2.2 Aplicação - Esta sinalização deve ser afixada em local visível ao público, sendo
utilizada principalmente nos seguintes locais, quando acessíveis:
a) entradas;
b) áreas e vagas de estacionamento de veículos;
c) áreas de embarque e desembarque de passageiros com deficiência;
d) sanitários;
e) áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio, saídas de emergência, conforme 5.5.2.1;
f) áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas;
g) equipamentos e mobiliários preferenciais para o uso de pessoas com deficiência.
Os acessos que não apresentam condições de acessibilidade devem possuir informação visual,
indicando a localização do acesso mais próximo que atenda às condições estabelecidas nesta
Norma.
Sanitário
Todos os sanitários devem ser sinalizados com o símbolo representativo de sanitário, de
acordo com cada situação.
5.4.4.1 Degraus isolados - É considerado degrau isolado a sequência de até dois degraus.
Este desnível deve ser sinalizado em toda a sua extensão, no piso e no espelho, com uma faixa
de no mínimo 3 cm de largura contrastante com o piso adjacente, preferencialmente
fotoluminescente ou retro iluminado.
71
5.4.4.2 Degraus de escadas - A sinalização visual dos degraus de escada deve ser:
a) aplicada aos pisos e espelhos em suas bordas laterais e/ou nas projeções dos corrimãos,
contrastante com o piso adjacente, preferencialmente fotoluminescente ou retro iluminado.
b) igual ou maior que a projeção dos corrimãos laterais, e com no mínimo 7 cm de
comprimento e 3 cm de largura;
c) fotoluminescente ou retro iluminada, quando se tratar de saídas de emergência e/ou rota de
fuga.
NOTA Recomenda-se estender a sinalização no comprimento total dos degraus com
elementos que incorporem também características antiderrapantes.
5.4.6.1 Geral - A sinalização tátil e visual no piso pode ser de alerta e direcional, conforme
critérios definidos em normas específicas.
5.4.6.2 Contraste tátil e visual - A sinalização tátil e visual no piso deve ser detectável pelo
contraste tátil e pelo contraste visual. O contraste tátil, por meio de relevos. O contraste de
luminância com a superfície adjacente, em condições secas e molhadas, deve estar.
5.4.6.4 Sinalização tátil e visual direcional - A sinalização tátil e visual direcional no piso
deve ser instalada no sentido do deslocamento das
pessoas, quando da ausência ou descontinuidade de linha-guia identificável, em ambientes
internos ou externos, para indicar caminhos preferenciais de circulação.
O contraste tátil e o contraste visual da sinalização direcional consistem em relevos lineares,
regularmente dispostos.
73
5.5.1.1 A sinalização de emergência deve direcionar o usuário, por meio de sinais para a saída
,saída de emergência ou rota de fuga. Devem ser observadas as normas e instruções do corpo
de bombeiros, para compatibilização.
5.5.1.2 As rotas de fuga e as saídas de emergência devem ser sinalizadas, para localização,
advertência e instruções, com informações visuais, sonoras e táteis, de acordo com 5.2.
5.5.1.3 Nas escadas que interligam os diversos pavimentos, inclusive nas de emergência,
junto às portas corta-fogo, deve haver sinalização tátil, visual e/ou sonora, informando o
número do pavimento. A mesma informação deve ser sinalizada nos corrimãos. Internamente,
locais confinados, como quartos de locais de hospedagem, de hospitais e de instituições
74
públicas e privadas de uso múltiplo ou coletivo, devem conter mapa acessível de rota de fuga
da edificação, conforme 5.4.2.
5.5.2.1 Sinalização de área de resgate para pessoas com deficiência - A porta de acesso às
áreas de resgate deve ser identificada com sinalização específica em material
fotoluminescente ou ser retro iluminada. A área de resgate deve ser sinalizada conforme, junto
à demarcação da área de espera para cadeira de rodas, em local segregado para atendimento
por bombeiros, brigadas e pessoal treinado para atendimento emergencial. Devem ser
afixadas instruções sobre a utilização da área de resgate, atendendo ao descrito em:
ALARMES
5.6.1
Condições gerais
5.6.1.3 Todo alarme ou componente que utiliza recursos elétricos deve estar de acordo coma
ABNT NBR IEC 60529. Em ambientes com instalações de água, como sanitários e cozinhas,
o grau de proteção deve ser IP 66. Para os demais ambientes o grau de proteção mínimo é IP
54. As instalações elétricas devem atender o disposto na ABNT NBR 5410.
5.6.2 Características - Os alarmes visuais, táteis e/ou sonoros devem atender às condições
descritas em 5.2. Os alarmes devem ter características próprias e podem, em função destas,
combinar a utilização de sinais de localização, de advertência e de instrução.
5.6.3 Instalações - Os alarmes de emergência devem ser instalados na área interna e externa
de espaços confinados (5.6.1.1) ou nos citados em 5.6.1.2. Deve ser garantida para pessoa que
o aciona a informação visual e auditiva de que o alarme está funcionando, além do alcance
75
manual. Os locais que dispuserem de alarme devem ser obrigatoriamente monitorados. O tom
e a frequência dos alarmes de emergência devem ser diferentes do alarme de incêndio.
5.6.4.1 Alarme de emergência para sanitário - Deve ser instalado dispositivo de alarme de
emergência próximo à bacia, no boxe do chuveiro e na banheira para acionamento por uma
pessoa sentada ou em caso de queda nos sanitários, banheiros e vestiários acessíveis.
Recomenda-se a instalação de dispositivos adicionais em posições estratégicas, como
lavatórios e portas, entre outros. A altura de instalação deve ser de 40 cm do piso, conforme
Os dispositivos devem ter cor que contraste coma da parede.
6.1.1
Geral
6.1.1.1
As áreas de qualquer espaço ou edificação de uso público ou coletivo devem ser servidas de
uma ou mais rotas acessíveis. As edificações residenciais multifamiliares, condomínios e
conjuntos habitacionais necessitam ser acessíveis em suas áreas de uso comum. As unidades
autônomas acessíveis devem estar conectadas às rotas acessíveis. Áreas de uso restrito,
conforme definido em 3.1.38, como casas de máquinas, barriletes, passagem de uso técnico e
outros com funções similares, não necessitam atender às condições de acessibilidade desta
Norma.
6.1.1.2
A rota acessível é um trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecta os ambientes
externos e internos de espaços e edificações, e que pode ser utilizada de forma autônoma e
segura por todas as pessoas. A rota acessível externa incorpora estacionamentos, calçadas,
faixas de travessias de pedestres (elevadas ou não), rampas, escadas, passarelas e outros
elementos da circulação. A rota acessível interna incorpora corredores, pisos, rampas,
escadas, elevadores e outros elementos da circulação.
6.2 ACESSOS
6.2.1 Nas edificações e equipamentos urbanos, todas as entradas, bem como as rotas de
interligação às funções do edifício, devem ser acessíveis.
76
6.3.7 Capachos, forrações, carpetes, tapetes e similares - Devem ser evitados em rotas
acessíveis. Quando existentes, devem ser firmemente fixados ao piso, embutidos ou
sobrepostos e nivelados de maneira que eventual desnível não exceda 5mm. As superfícies
não podem ter enrugamento e as felpas ou forros não podem prejudicar o deslocamento das
pessoas.
6.3.8 Sinalização no piso - A sinalização visual e tátil no piso indica situações de risco e
direção. Deve atender ao disposto em 5.4.6 e em normas específicas.
6.3 Circulação – Piso - A circulação pode ser horizontal e vertical. A circulação vertical pode
ser realizada por escadas, rampas ou equipamentos eletromecânicos e é considerada acessível
quando atender no mínimo a duas formas de deslocamento vertical.
6.3.3
Inclinação - A inclinação transversal da superfície deve ser de até 2 % para pisos internos e
de até 3 % para pisos externos. A inclinação longitudinal da superfície deve ser inferior a 5 %.
Inclinações iguais ou superiores a 5 % são consideradas rampas.
6.3.4 DESNÍVEIS
6.3.4.1
Desníveis de qualquer natureza devem ser evitados em rotas acessíveis. Eventuais desníveis
no piso de até 5 mm dispensam tratamento especial. Desníveis superiores a 5 mm até 20 mm
devem possuir inclinação máxima de 1:2 (50 %), conforme Figura 68. Desníveis superiores a
20 mm, quando inevitáveis, devem ser considerados como degraus, conforme 6.7.
77
ANEXO B
LEIS E DECRETOS DE ACESSIBILIDADE AO DEFICIENTE VISUAL
LEI FEDERAL Nº 9.610, DE Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:
19 DE FEVEREIRO DE 1998 de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso
exclusivo de deficientes visuais, sempre que a
reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante
o sistema Braille ou outro procedimento em
qualquer suporte para esses destinatários;
.
DECRETO N.º 3.691, DE 19 DE
DEZEMBRO DE 2000 Regulamenta a Lei 8.899/1994.
ANEXO C
• As edificações de uso público já existentes devem estar adaptadas para a acessibilidade das
pessoas com deficiência (§ 1º, art. 19, Decreto n.º 5.296/2004) a partir junho de 2007.
• Os estabelecimentos de uso coletivo tiveram o prazo até dezembro de 2008 para realizarem
as adaptações para acessibilidade (§ 8º, art. 23, Decreto n.º 5.296/2004).
Importante referir que, para a plena aplicabilidade do Decreto n.º 5.296/2004 e da Lei n.º
10.098/2000, os governos federal, estadual e municipal devem fortalecer a legislação sobre a
acessibilidade nas respectivas instâncias para garantir que todas as pessoas tenham o mesmo
direito de acesso aos espaços públicos, aos equipamentos, atrativos e serviços turísticos.
82
ANEXO D
ANEXO E
FINANCIAMENTO
compreendendo ônibus, microônibus, vans e jipe, pick-up e furgão de até 2.000 cc, reboque e
semi-reboques, motocicleta de até 125 cc. Motoneta, triciclo e quadricíclo de até 175 cc;
• Despesas de transporte e seguro das máquinas e equipamentos objetos do financiamento;
• Recuperação, montagem, engenharia, supervisão, manutenção e aquisição de partes e peças
de máquinas e equipamentos;
• Gestão empresarial, sistemas de qualidade, qualificação e treinamento.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também
possui linhas de crédito específicas para o turismo com o objetivo de financiar
empreendimentos do setor nas localidades que apresentem potencial para esta atividade,
contribuindo para o desenvolvimento e competitividade do setor no país.
Público-alvo
Pessoas jurídicas de direito privado, cadastradas no Ministério do Turismo, desde que prestem
serviços turísticos remunerados e exerçam atividades econômicas na cadeia produtiva do
turismo.
Banco Operador
Banco do Brasil
Público-alvo
Micro, pequenas, médias, médias-grandes ou grandes empresas.
Banco Operador
Rede de instituições financeiras credenciadas, entre as quais o Banco do Brasil, o Banco da
Amazônia, o Banco do Nordeste e a Caixa Econômica Federal.
6 - Cartão BNDES
Crédito rotativo, pré-aprovado, de até R$ 1 milhão, para aquisição de produtos
credenciados no BNDES, através do Portal de Operações do Cartão BNDES.
Público-alvo
Micro, pequenas e médias empresas.
Bancos Emissores
Instituições financeiras autorizadas, pelo BACEN, entre as quais o Banco do Brasil e a Caixa
Econômica Federal.
7 - BB Crédito Empresa
Financia a aquisição de equipamentos de informática, máquinas, material de
construção e veículos novos.
Itens Financiáveis:
Máquinas e Equipamentos – aquisição de máquinas e equipamentos novos ou usados,
com até 5 anos de uso, nacionais ou importados.
Veículos Novos – aquisição de veículos de passeio e comerciais leves e novos,
podendo ser caminhões, caminhonetes, jipes, micro-ônibus, carroceria, reboques,
motocicletas e até veículos aquáticos e aéreos.
Material de Construção – materiais de construção básicos, de acabamento e
ferramentas.
Material de informática – novos, nacionais ou importados.
Público-alvo
Destinado às empresas com faturamento bruto anual de até 90 milhões.
Banco Operador
Banco do Brasil.
89
8 - CREDFROTA - CAIXA
Linha de crédito específica para financiar a compra de veículos automotores.
Abrange a aquisição de veículos novos ou usados, nacionais e importados, das categorias
leves, de carga, vans, utilitários e caminhões, bem como, o financiamento de ônibus e micro-
ônibus de fabricação nacional.
O CREDFROTA também possui a modalidade Locadoras, uma linha de crédito
exclusiva para locadoras de veículos – Financiamento de Veículos para Locadoras, destinada
à aquisição de veículos automotores novos, nacionais ou importados, das categorias leves, de
carga, vans e utilitários.
Público-alvo
CREDFROTA - CAIXA Pessoas Jurídicas, inclusive Locadoras de Veículos.
Banco Operador
Caixa Econômica Federal.
ANEXO F
GRÁFICA PARA IMPRESSÃO EM BRAILLE
Gráfica Pró-Braille
Gráfica especializada em trabalhos de impressão Braille, de acordo com a Comissão
Brasileira do Braille (CBB-MEC) e ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), e
também oferece estudos de especialização profissional para jovens e adultos a nível de
término do processo de reabilitação ou já concluído.
Endereço:
Av. Andrômeda, 3061
Bosque dos Eucaliptos
São José dos Campos - SP
CEP: 12.233-040
Contato:
E-mail: contato@hospitalprovisao.org.br
Tel: (12) 3919-3200
Certificados:
Diretores Técnicos:
Pablo Sartori Bosco - CRM 138262
Rodolfo O. Tomaz Bertti - CRM 106860
Fonte: http://www.hospitalprovisao.org.br/site/index.php/reabilitacao/grafica-pro-baile/
91
ANEXO G
Institui o Estatuto do Portador de
Deficiência e dá outras providências.
O Congresso Nacional decreta:
LIVRO I
PARTE GERAL
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
com sua inclusão social, bem como beneficiar processo de habilitação e reabilitação ou
qualidade de vida;
II - ajudas técnicas: qualquer elemento que facilite a autonomia pessoal ou
possibilite o acesso e o uso de meio físico, visando à melhoria da funcionalidade e qualidade
de vida da pessoa com deficiência, como produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia
adaptados ou especialmente projetados, incluindo órteses e próteses, bolsas coletoras para
ostomizados, bloqueadores, protetores, filtros e demais preparados antisolares para terapias;
cão-guia, leitores ou ledores para cegos, entre outros;
III - procedimentos especiais: meios utilizados para auxiliar a pessoa que,
devido ao seu grau de deficiência, exige condições peculiares para o desenvolvimento de
atividades, como jornada de trabalho variável, horário flexível, entre outros.
Art. 4º São princípios fundamentais deste Estatuto:
I - respeito à dignidade inerente, autonomia individual, incluindo a liberdade de
fazer suas próprias escolhas, e à independência das pessoas;
II - não discriminação;
III - inclusão e participação plena e efetiva na sociedade;
IV - respeito pela diferença e aceitação da deficiência como parte da
diversidade e da condição humana;
V - igualdade de oportunidades;
VI - acessibilidade;
VII - igualdade entre homens e mulheres;
VIII - respeito pela capacidade em desenvolvimento das crianças com
deficiência e respeito ao direito das crianças com deficiência de preservar suas identidades.
Art. 5º É dever do Estado, da sociedade, da comunidade e da família assegurar,
com prioridade, às pessoas com deficiência a plena efetivação dos direitos referentes à vida, à
saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à
profissionalização, ao trabalho, à previdência social, habilitação e reabilitação, transporte,
acessibilidade, cultura, desporto, turismo, lazer, informação e comunicação, avanços
científicos e tecnológicos, dignidade, respeito, liberdade e convivência familiar e comunitária,
dentre outros decorrentes da Constituição Federal e das leis, que propiciem seu bem estar
pessoal, social e econômico.
Art. 76. Compete aos órgãos e às entidades do Poder Público responsáveis pela
cultura, pelo desporto, pelo turismo e pelo lazer dispensar tratamento prioritário e adequado às
pessoas com deficiência e adotar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – a promoção do acesso da pessoa com deficiência aos meios de comunicação
social;
II – a promoção do acesso da pessoa com deficiência a museus, arquivos,
bibliotecas e afins;
III - a criação de incentivos para o exercício de atividades criativas, mediante:
a) participação da pessoa com deficiência em concursos de prêmios no campo
das artes e das letras;
b) promoção de concursos de prêmios específicos para pessoas com deficiência,
no campo das artes e das letras;
c) exposições, publicações e representações artísticas de pessoa com
deficiência;
d) incentivo à produção cultural para as pessoas com deficiência nas áreas de
música, artes cênicas, audiovisual, literatura, artes visuais, folclore, artesanato, dentre outras
manifestações culturais;
IV – o incentivo à prática desportiva formal e não-formal como direito de cada
um;
V – o estímulo ao turismo voltado à pessoa com deficiência;
VI - a criação e a promoção de publicações, bem como o incentivo e o apoio à
formação de guias de turismo com informação adequadas à pessoa com deficiência;
VII – o incentivo ao lazer como forma de promoção social da pessoa com
deficiência.
94
ANEXO H
LOUIS BRAILLE E SEU SISTEMA
Há mais de 150 anos que o "Braille" é o meio usado por excelência pelos cegos
para a leitura e escrita. "Ler com os dedos" tornou-se tão vulgar para os cegos que, hoje em
dia, não se pode pensar em qualquer programa de reabilitação que não passe pela
aprendizagem do Braille.
É interessante notar que mesmo com o advento das novas tecnologias e o
consequente aparecimento de formas de acesso alternativas, o Braille continua a ser o melhor
meio de tomar contato com a escrita.
Com a popularidade nos anos sessenta e setenta dos sistemas áudio, que
encontraram nas cassetes um meio fácil e econômico de produção de informação, começou a
haver a tendência para o abandono do Braille. No entanto, com o desenvolvimento das novas
tecnologias, da eletrônica e da informática, nas décadas seguintes, houve um incremento
significativo do Braille. Isto foi devido ao aparecimento dos computadores, das impressoras e
linhas Braille, bem como programas de transcrição da grafia normal para a grafia Braille. Para
muitos cegos nada substitui o prazer de ler um livro, de tocar os pontos com os dedos ou
sentir a textura do papel.
Louis Braille.
Louis Braille devia ter pouco mais de quinze anos quando inventou o seu código
de escrita. O jovem francês, nascido em 1809 próximo de Paris, tinha cegado aos três anos de
idade, após um acidente, mas não desistiu de tentar aprender. Uma bolsa de estudo permitiu-
99
lhe ingressar, em 1819, no Instituto para Jovens Cegos, em Paris, onde se ensinava a ler
através da impressão de textos em papel muito forte, que permitia dar relevo às letras.
O sistema não era perfeito, mas possibilitava a leitura. O pior era o momento de
escrever, pois era impossível. Braille interessou-se, então, por um sistema de escrita inventado
pelo capitão Charles Barbier de La Serre - que cegara na Palestina - para transmissões
noturnas em campanha, também baseado em pontos em relevo, e melhorou-o.
Em 1829, publicou o primeiro manual onde o novo código que haveria de ficar
para sempre com o seu nome aparecia sistematizado, mas existem alguns documentos que
provam que o jovem Louis já utilizava este alfabeto há pelo menos cinco anos. Nesta sua
primeira versão do alfabeto Braille, o sistema estava praticamente definido - seis pontos em
duas filas verticais de três pontos cada, num total de 63 sinais - mas havia algumas
combinações com traços que desapareceram oito anos depois, quando publicou a segunda
versão da obra. Este alfabeto, de 1837, permaneceu praticamente inalterado até hoje.
Louis Braille morreu em 1852, mas deixou um legado imprescindível para a
população cega mundial. A sua vida e a sua obra podem ainda hoje ser descobertos no museu
francês com o seu nome, onde, entre outros documentos, se encontram alguns dos primeiros
textos escritos no novo alfabeto em sua adolescência.
Fonte: http://www.bengalalegal.com/louis < acessado em: 20/03/2017>
100
ANEXO I
ACESSIBILIDADE EM TURISMO
O processo de tornar o Turismo Acessível para todos.
Linha do Tempo
Hoje, Socorro é a única cidade do Brasil que tem a possibilidade, dentro dos
critérios resultados do estudo, de oferecer todo o conforto e “know how” para as pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida, no segmento de turismo de aventura.
102
“Socorro Acessível” nome do segundo projeto, fez com que Socorro passasse a
fazer parte do macroprojeto “Destinos Referência”, elaborado e viabilizado pelo Ministério do
Turismo, então hoje, oficialmente Socorro é um dos 10 destinos turísticos brasileiros
referência em segmentos prioritários para a promoção nacional e internacional. De 2007 a
2008, o Ministério investiu em Socorro, R$1,73 milhão em infraestrutura turística e
qualificação profissional.
Como resultados dos trabalhos, as empresas Hotel Fazenda Campo dos Sonhos e
Hotel Fazenda Parque dos Sonhos foram as primeiras empresas do país certificadas pela
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) em Acessibilidade em Edificações
Hoteleiras - ABNT NBR 9050. Foram também as duas primeiras empresas do Brasil e no
mundo a serem certificas pela ABNT NBR ISO 21101 - Sistema de Gestão da Segurança -
para a prática segura das atividades de aventura.
103
ANEXO J
SUSTENTABILIDADE
Uma importante estratégia de desenvolvimento sustentável
Atualmente, ter uma empresa de turismo que trabalhe com sustentabilidade, vem sendo uma
exigência de mercado e já existe uma parcela de turistas que só viajam para locais que tenham
esses conceitos implementados.
Os hotéis fazenda Campo dos Sonhos e Parque dos Sonhos vem implementando
ações de Sustentabilidade desde sua inauguração em 1994, mas somente depois que o Hotel
Fazenda Campo dos Sonhos ter sido premiado pelo Guia 4 Rodas Brasil como o “Hotel
Sustentável do ano de 2011” é que ficou mais evidente a existência desse nicho de mercado
no turismo. Hoje existem muitos turistas que elegem hotéis que tenham modelos de gestão
para obtenção de uma operação mais sustentável.
Hoje temos total consciência dos resultados positivos que obtemos para os hotéis
fazenda Campo dos Sonhos e Parque dos Sonhos, com a implantação do conceito do triple
bottom line, sistema convergente de forças onde trabalhamos as três dimensões da
sustentabilidade que nos permite uma forte contribuição para o meio ambiente natural, para a
sociedade, atores envolvidos e para a sustentabilidade das nossas empresas.
1 - São os únicos dois hotéis no Brasil que tem a certificação ABNT NBR 9050
como hotéis adaptados para receber pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida;
2 - São os primeiros no Brasil e no mundo a receber a certificação da ABNT NBR
ISO 21101 para a prática segura do turismo de aventura;
3 - São certificados pela Turismo 4 Patas como Pet Friendly.
A empresa implantou diversos programas e realizou diversas ações que passamos
a descrever.
104
NO ASPECTO AMBIENTAL:
noturnos e também na utilização desse material para confecionar artigos artesanais para
decoração de ambientes e para utilização nos próprios hotéis em datas festivas como natal,
ano novo e carnaval.
Da água:
Aplicamos o conceito do sistema de reuso da água, implantamos a utilização de equipamentos
elétricos, eletrônicos e mecânicos (descargas dois tempos, torneiras e chuveiros econômicos e
utilização de máquina para lavar as louças do restaurante), adotamos uma política de uso e
troca de toalha, e após o tratamento de efluentes da fossa, utilizamos a água resultante nas
culturas perenes como adubo liquido que volta às plantações, sem poluir com isso os recursos
hídricos do local.
Mata Atlântica e é confeccionada uma placa com nome comum e o cientifico da árvore, o
nome de quem praticou a ação, além da data do plantio ou adoção da mesma. Dessa forma
estabelecemos um elo direto com o nosso cliente, servindo também como uma forma de
conscientizar sobre a importância da preservação ambiental além de contribuir para a
fidelização do cliente junto a empresa.
NO ASPECTO SOCIAL:
Respeito ao ser humano integra nosso modelo de gestão que fundamenta se nos cinco pilares
estratégicos da nos Política Integrada de Gestão:
1 – Satisfação do cliente; 2 – Sustentabilidade; 3 – Melhoria contínua e inovação; 4 –
Legislação; 5 – Segurança.
Para os colaboradores a empresa tem programa anual de treinamento e reciclagem,
proporciona ao colaborador plano de carreira e participação anual nos lucros. Implantado em
2015 temos o programa de “Novas ideias” que oferece premiação aos funcionários que
apresentam contribuições de melhoria.
Aliado a motivação e a formação dessas pessoas é preciso se pensar em longo prazo e ter
consciência de que os resultados nem sempre serão alcançados rapidamente em uma gestão
sustentável. Sempre foi priorizada a contratação de pessoas do entorno do hotel, com mais de
70% dos colaboradores nessa condição. Essa decisão trouxe para a empresa como resultado,
uma rotatividade de pessoas que sempre esteve abaixo de 5%, Isto tem grande importância
pela redução dos custos em treinamentos, principalmente em relação ao desafio de formar
profissionais que tenham essa visão de sustentabilidade, não apenas no trabalho, mas na vida.
107
NO ASPECTO ECONÔMICO:
Procuramos trabalhar de forma justa e transparente. Formatamos produtos para nosso público
alvo que sejam fiéis a nossa comunicação, que mostre nosso trabalho e que permitam a
perenidade da empresa. Por exemplo, fomos as duas primeiras empresas do Brasil a
conquistar a certificação ABNT NBR ISO 21101 para a prática segura das atividades de
turismo de aventura. Trabalhamos a melhoria contínua com o aprimoramento dos produtos e
do atendimento de modo que possamos cumprir a nossa missão de encantar nossos clientes e
que possamos concretizar nossa visão de tornar se um empreendimento turístico exemplo no
mercado de atuação.
Sabemos que dessa forma, criaremos ambiente favorável para que a empresa seja
economicamente forte e tenha assim, recursos para manter a qualidade do produto oferecido e
para investimentos futuros.
Muitas empresas que buscam maximizar o lucro o mais rápido possível, resistem
muitas vezes à implementação da sustentabilidade e com isto, não garantem a perenidade do
negócio no médio e principalmente no longo prazo.
Assim como a qualidade foi uma busca constante de décadas atrás, a
sustentabilidade nada mais é que um novo modelo de gestão que ainda é pouco praticado pela
maioria das empresas, mas na nossa ótica, essa decisão de mudança tem de ser tomada já.
Atualmente sustentabilidade não é mais que uma questão de escolha e sim uma
necessidade dos novos tempos que estamos vivendo. Portanto, as empresas que desejam
110
perpetuar e construir um legado admirável deve pensar, acima de tudo, em como ganhar
dinheiro sem destruir o meio ambiente, gerando o bem estar do consumidor e de seus
colaboradores. Somente assim estaremos construindo uma sociedade com sustentabilidade.
“Muito fizemos, mas ainda não tudo, sempre tem se o que se pode fazer de
melhor”.