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Curso de Graduação em Economia

Disciplina: Teoria e Política Macroeconômica II


Professor-líder: Vladimir Kühl Teles (vladimir.teles@fgv.br)
Professor-tutor: Marcel Bertini Ribeiro (marcel.ribeiro@fgv.br)

1o Semestre de 2021

OBJETIVOS
1. Familiarizar o aluno com os principais modelos de crescimento econômico das escolas neoclássica
e de crescimento endógeno.
2. Familiarizar os alunos com as principais evidências empíricas disponíveis sobre crescimento
econômico diante obtidas a partir de modelos econométricos.
3. Incentivar os alunos a entender os principais aspectos que promovem os impedem o crescimento
econômico dos países, em particular do Brasil.
4. Introduzir os alunos a modelos de flutuações derivados dos modelos de crescimento.

ESTRUTURA

O curso está estruturado em encontros (lectures) e tutoriais, ambos presenciais. Nas sessões de lectures,
serão abordados temas ligados ao conteúdo desenvolvido em espectro amplo no que concerne aos tutoriais.
Nas sessões de tutorias, por sua vez, os alunos se defrontarão com problemas macroeconômicos que os
remeterão à necessidade de conhecimento mais amplo no seu arcabouço teórico como forma de resolução
do mesmo. Ao mesmo tempo, os problemas dos tutoriais remeterão a reflexões da realidade
macroeconômica brasileira e internacional.
A disciplina tem o foco em estudar o crescimento de longo prazo da economia. Será abordado os modelos
neoclássicos de crescimento econômico, os modelos de crescimento endógeno tradicionais, bem como
seus desenvolvimentos mais recentes como os modelos de progresso técnico direcionado e de propósito
geral. Estes modelos são utilizados para entender o papel das políticas públicas no crescimento econômico
como abertura comercial, investimento em infraestrutura e educação, combate a corrupção, bem como o
papel das instituições nesse processo.

1
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

A média final do aluno na disciplina será calculada a partir da média ponderada das avaliações abaixo
descritas, multiplicada pela nota de TUTORIAL.

AVALIAÇÃO 1: Listas de exercício. Peso = 20%.


AVALIAÇÃO 2: Trabalho Final. Peso = 30%.
AVALIAÇÃO 3: Prova Final. Peso = 50%.

TUTORIAL = Média das avaliações nos tutoriais. Para apuração desta média, consideram-se as N*
nº tutoriais
maiores notas, em que N ∗ = nº tutoriais − ( ) (arredondado para baixo).
7

A avaliação em cada tutorial varia entre 0 (zero) e 1 (um) e está baseada no julgamento do tutor quanto
ao engajamento, participação e contribuição do aluno nas discussões em grupo que ocorrem na pré e
na pós-discussão. A falta no tutorial implica a nota zero atribuída a este encontro. O tempo máximo de
tolerância a atrasos é de 10 (dez) minutos e o aluno que ultrapassar este limite não será autorizado a
entrar em sala de aula tendo, portanto, nota zero atribuída a este encontro. Os alunos ainda estão sujeitos
à frequência mínima de 75% das aulas.

BIBLIOGRAFIA

Livros textos:

[A] ACEMOGLU, D. (2009) Introduction to Modern Economic Growth. Princeton University Press.

[AH] AGHION, P.; HOWITT, P. (2009) The Economics of Growth. The MIT Press.

[JV] JONES, C.; VOLLRATH, D. (2013) Introduction to Economic Growth, 3ed. WW Norton & Co.

[BS] BARRO, R.; SALA-I-MARTIN, X. (2003) Economic Growth, 2ed. The MIT Press.

Além dos livros textos a cada tutorial diversos outros papers são indicados completando a literature básica
e obrigatória.

2
Problemas
Tópico Data Encontro
Pós-Discussão Pré-Discussão

Apresentação 19/fev Tutorial 1 1e2

Modelo de Solow 22/fev Tutorial 2 2 3

Desigualdade de Renda 24/fev Tutorial 3 3 4

Modelo de Ramsey 26/fev Lecture 1 - -

Modelo de Ramsey com governo 01/mar Tutorial 4 4 5

Modelo AK 03/mar Tutorial 5 5 6

Modelo AK com governo 05/mar Tutorial 6 6 7

Contabilidade de crescimento 08/mar Tutorial 7 7 8

Ramsey: economia aberta 10/mar Tutorial 8 8 9

Modelo AK: Termos de Troca 12/mar Tutorial 9 9 10

Capital Humano 15/mar Tutorial 10 10 11

Capital Humano 17/mar Tutorial 11 11 12

Misallocation 19/mar Tutorial 12 12 13

Reformas Tributárias 22/mar Tutorial 13 13 14

Progresso Técnico Endógeno 24/mar Lecture 2 - -

Progresso Técnico Endógeno 26/mar Lecture 3 - -

Efeitos de escala 29/mar Tutorial 14 14 15

Instituições 31/mar Tutorial 15 15 16

Progresso Técnico Direcionado 05/abr Tutorial 16 16 17

Tecnologia de Propósito Geral 07/abr Tutorial 17 17

Diagnóstico de Crescimento 09/abr Tutorial 18 1

3
Sumário dos Problemas’
1) Sabe de nada, Washington! ................................................................................................................ 5
2) "Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes o são cada uma à sua maneira” (Tolstoi) ................ 6
3) Desigualdade de Renda ....................................................................................................................... 7
4) Poupança, governo e tributação ........................................................................................................ 10
5) “Xibom Bombom: O de cima sobe e o de baixo desce!” ................................................................... 11
6) Gastar para Crescer? ......................................................................................................................... 12
7) Contabilidade do crescimento ........................................................................................................... 13
8) Made in... ......................................................................................................................................... 14
9) Viva os Termos de Troca!................................................................................................................. 16
10) Viva a Educação! ............................................................................................................................ 17
11) Educação e crescimento, mas como?............................................................................................... 18
12) Alocação dos Recursos ................................................................................................................... 19
13) Reformas Tributárias ...................................................................................................................... 20
14) Mais Pesquisadores, mais crescimento? .......................................................................................... 22
15) Quem apagou a luz? ....................................................................................................................... 23
16) Indústria Farmacêutica. ................................................................................................................... 25
17) Como Steve Jobs Mudou a Economia Mundial? ............................................................................. 26

4
PROBLEMAS

1) Sabe de nada, Washington!

Consenso de Washington é um conjunto de medidas formulado na década de 90 por economistas do FMI


e o Banco Mundial – cujo nome e fundamentação são baseados num texto do economista John Williamson
– que se tornou a política oficial do FMI em 1990. Este consenso fazia prescrições para o “ajustamento
macroeconômico” dos países em desenvolvimento que passavam por dificuldades. As medidas são
geralmente sumarizadas em 10 recomendações:

1. Disciplina fiscal;
2. Redução dos gastos públicos;
3. Reforma tributária;
4. Juros determinados via Mercado;
5. Câmbio determinado via mercado (flutuante);
6. Abertura comercial;
7. Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições;
8. Privatização das estatais;
9. Desregulamentação;
10. Direito à propriedade intelectual.

Diversos países ao longo da década de 90, em particular da América Latina, se comprometeram a adotar
estas políticas. Nos anos 2000, o descontentamento com os resultados é bem descrito na charge abaixo.

Você foi contratado para ser estagiário no Banco Mundial. Uma das suas atribuições, é ao final do seu
estágio será necessário entregar um relatório em conjunto com um colega seu. Vocês precisam fazer um
Diagnóstico de crescimento que quais fatores estão impedindo o crescimento de um determinado país
escolhido por ele, e você sabe que ele não é lá muito fã do consenso de Washington.

Bibliografia
HAUSMAN, R; RODRICK, D.; VELASCO, A. (2005) Growth Diagnostics! University of Harvard. Kennedy
School of Government. Mimeo
5
2) "Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes o são cada uma à sua
maneira” (Tolstoi)
Parafraseando a famosa frase de Tolstoi em Ana Karenina um colega diz em uma reunião de seu trabalho
“Assim como as pessoas infelizes são cada uma à sua maneira, os países têm trajetórias de crescimento à
sua maneira. Não há padrão entre elas, ou teoria que possa explica-las” em seguida apresenta a figura nesse
link: https://bit.ly/2YMrKgw

Ele clica no play da figura e em seguida pausa no ano de 1900, 1950 e depois deixa até o final. Após isso
argumenta a extrema falta de padrão na evolução da renda da Argentina que era rica, e depois ficou
pobre, ou da China que era pobre e depois desandou a crescer, ou mesmo de Japão e Alemanha que
tiverem elevado crescimento entre as décadas de 1950 e 1980 e depois “cansaram”.

As pessoas ficam impressionadas com a cultura rasa de “pesquisador do Google” do seu colega, e com a
capacidade dele apresentar uma figura tão bonitinha em que pode clicar “play” e “pause”.

E você? Também fica impressionado ou constrói um raciocínio baseado em teoria econômica?

Bibliografia

[AH] cap 1

6
3) Desigualdade de Renda

Você deve participar de um debate sobre políticas redistributivas.

Antes de ir ao debate você vê um vídeo onde Margaret Thatcher explica seu ponto de vista em um debate
no parlamento inglês: https://www.youtube.com/watch?v=ZZ52I4LT1Bw

Ao mesmo tempo, busca dados e encontra a base do Our World in Data, e nota que ao avaliar a evolução
da desigualdade de renda nos países do mundo existem diferentes padrões ao longo dos anos.

Parcela da Renda Total com os 1% mais Ricos


25

20

USA

15 UK (familias)
UK (adultos)
Canada
Irlanda
10
Australia
Nova Zelândia (familias)
Nova Zelândia (adultos)
5

0
1900
1905
1910
1915
1920
1925
1930
1935
1940
1945
1950
1955
1960
1965
1970
1975
1980
1985
1990
1995
2000
2005
2010

7
Parcela da Renda Total com os 1% mais Ricos
30

25
Alemanha
Suiça
20
Portugal
Japão
Itália
15
Espanha
França
10 Finlândia
Suécia
Dinamarca
5
Holanda

0
1900
1904
1908
1912
1916
1920
1924
1928
1932
1936
1940
1944
1948
1952
1956
1960
1964
1968
1972
1976
1980
1984
1988
1992
1996
2000
2004
2008
Bibliografia

Piketty, T. (2015) Putting Distribution Back at the Center of Economics: Reflections on Capital in the
Twenty-First Century. Journal of Economic Perspectives.

Piketty, T.; Saez, E. (2014) Inequality in the long run. Science.

Piketty, T. (2015) About Capital in the Twenty-First Century. American Economic Review.

Alvaredo, Facundo, Anthony B. Atkinson, Thomas Piketty and Emmanuel Saez. (2013) "The Top 1
Percent in International and Historical Perspective." Journal of Economic Perspectives, 27(3):3-20.

Jones, C (2015) Pareto and Piketty: The Macroeconomics of Top Income and Wealth Inequality. Journal
of Economic Perspectives.

Acemoglu, D.; Robinson, J. (2015) “The Rise and Decline of General Laws of Capitalism” Journal of
Economic Perspectives.

8
Mankiw, N. Gregory. (2013) "Defending the One Percent." Journal of Economic Perspectives,
27(3):21-34.

Mankiw, N. G. (2015) “Yes, r > g. So What?” American Economic Review.

Krusell, P.; Smith, A. (2015) Is Piketty's “Second Law of Capitalism” Fundamental? Journal of Political
Economy, 2015

9
4) Poupança, governo e tributação
Seu chefe quer entender melhor como a carga tributária pode afetar os incentivos para o crescimento
econômico e, se é um fator importante para a diferença de PIB per capita entre os países. Ele apresentou
um estudo que tem o seguinte gráfico:

Fonte: Tanzi e Zee (1998) - IMF working paper

Dado o papel importante da poupança e acumulação de capital nos modelos neoclássicos de crescimento,
ele quer discutir melhor as implicações dessa relação. Seu colega de estágio comenta: “se a receita dessa
tributação for utilizada em gastos públicos, o efeito negativo da tributação pode ser compensado pelo efeito
multiplicador dos gastos”.

Bibliografia
[BS cap. 3.1 até pag. 149], [A cap 8.10]
LUCAS, R. E., Jr. (1990). “Why Doesn’t Capital Flow from Rich to Poor Countries?” American Economic
Review, 80, 92–96.

10
5) “Xibom Bombom: O de cima sobe e o de baixo desce!”
Depois de estudar tanto, você se saiu bem em durantes as últimas semanas do seu estágio no Banco
Mundial. Se continuar assim terá o seu emprego definitivo!

O seu chefe, muito animado chega cantando no trabalho “O de cima sobe e o de baixo desce!”. Logo você
vê que o seu chefe não está apenas relembrando um dos “hits” do carnaval da sua época. Ele está
observando a evolução da desigualdade da renda entre países na figura abaixo:

Ele acha que a figura traz uns insights interessantes. Ele te questiona: “Afinal, o crescimento é fruto de
boa sorte ou de boas políticas?”

Bibliografia:
[AH cap 2.1-2.4]

11
6) Gastar para Crescer?

Em 2007 o governo brasileiro lançou o programa de aceleração do crescimento (PAC), que consistia em
um conjunto de ações de investimento em infraestrutura para alavancar o crescimento brasileiro. A figura
abaixo traz o número de projetos por função em cada estado do PAC1. Em 2011 foi lançado o PAC2, com
um incremento de investimentos desta natureza, com um investimento total em quase R$ 800 bilhões.

Após seu chefe discutir com o superior dele sobre os efeitos do PAC, ele pede para que você elabore bons
argumentos teóricos para mostrar os efeitos do PAC sobre o crescimento brasileiro no longo-prazo.

Bibliografia:
BARRO, R. (1990), “Government spending in a simple model of endogenous growth.” Journal of
Political Economy, v. 98, p.103-125.
MUSSOLINI, Caio ; TELES, V. K. . Infra-estrutura e produtividade no Brasil. Revista de Economia
Política, v. 30, p. 645-662, 2010.
TELES, V.K.; MUSSOLINI, C. (2014) Public Debt and the Limits of Fiscal Policy to Increase
Economic Growth European Economic Review.

12
7) Contabilidade do crescimento

Seu chefe está incomodado com as análises econômicas comumente apresentadas. Em geral, os analistas
dizem que o crescimento do PIB foi “puxado” pelo consumo, ou pelo investimento ou qualquer outro
agregado macroeconômico da ótica da demanda. Ele retruca: “e o que causou o aumento do consumo ou
investimento?”.
Buscando uma análise mais inspiradora, ele compartilhou a “contabilidade de crescimento” da economia
americana entre 1948 e 2019, encontrada na tabela abaixo.

Fonte: Jones, Cap. 2

Ele comenta que o principal componente explicando a taxa de crescimento do é a TFP, enquanto a parte
demográfica parece explicar muito pouco o crescimento.
Ao observar a tabela, seu colega de estágio comentou: “Ao contrário dos agregados econômicos, a TFP
não é mensurada pelas contas nacionais. Como é possível calcular a sua contribuição no crescimento do
PIB per capita?”. Por fim, você participa da discussão: “Nos modelos de Solow e Ramsey, o crescimento
econômico era totalmente determinado pelo progresso tecnológico. Essa tabela não está inconsistente com
esse resultado?”
Bibliografia:
[BS cap. 10.1-10.3 e 10.5]
CASELLI, Francesco. Accounting for cross-country income differences. Handbook of economic growth,
v. 1, p. 679-741, 2005.

13
8) Made in...

Certamente esses botons não contém nenhuma expressão que ninguém já tenha lido inúmeras vezes. Eles
refletem como os quatro tigres asiáticos passaram a uma posição de protagonistas na economia mundial
apesar de sua posição em 1960 ser de países de renda relativamente baixa.

A figura abaixo mostra como o milagre dos tigres asiáticos se destacou do restante do mundo. Como
Robert Lucas (1993, Making a Miracle, Econometrica) argumenta, em 1960 a Coréia tinha uma renda per
capita igual à das Filipinas. O nível de urbanização, de industrialização, e o tamanho da população eram
quase idênticos. Em ambos os países a exportação era baseada em produtos agrícolas. Porém, entre 1960
e 1988, enquanto as Filipinas ficaram nas mesmas circunstâncias, apresentando um crescimento médio do
PIB per capita de 1,8% ao ano, a Coréia teve um crescimento médio de 6,2% ao ano, i.e. dobrou a cada 11
anos. Um padrão muito similar foi observado nos outros tigres.

14
Seu chefe gostaria de entender a experiência desses países para avaliar se há alguma política economia
associada a essa performance e, se essa poderia fazer parte das sugestões oferecidas pelo banco mundial
para países em desenvolvimento.

Bibliografia
[A cap. 19.3]
VENTURA, J. (1997). "Growth and Interdependence" The Quarterly Journal of Economics, MIT Press,
vol. 112(1), pages 57-84, February.

15
9) Viva os Termos de Troca!

Todo mundo já deve ter lido diversas vezes no jornal economistas preocupados com a famosa
“deterioração dos termos de troca”.
O seu chefe deseja saber como tais mudanças podem afetar o crescimento no Brasil. Você então decide
pesquisar o quão importante são os termos de troca para o Brasil. Depois de uma pesquisa rápida você
encontra o trabalho de Cardoso e Teles (2010) e se depara com as seguintes figuras que apresentam a
relação dos termos de troca e crescimento no Brasil entre 1910 e 2008:

Mas seu chefe não é fácil: Ele quer que você interprete estas figuras. Além disso ele diz que nos EUA as
pessoas não dão muita bola para os termos de troca.

Bibliografia:
[AH cap 2.5]
CARDOSO, E. ; TELES, V. K. (2010). A Brief History of Brazil´s Growth. In: Luiz de Mello. (Org.).
Growth and Susteinability in Brazil, China, India, Indonesia and South Africa. : OECD, v. , p. 19-50

16
10) Viva a Educação!
Seu colega de estágio, tentando impressionar o chefe, traz o gráfico abaixo para a reunião, que apresenta
a relação entre crescimento médio do PIB per capita entre 2010 e 1990 com o PIB per capita de 1990
dependendo de uma medida de escolaridade

11

10

9
PIB per capita 1990

4
-4 0 4 8 12 16 20

Taxa de Crescimento do PIB per capita (2010-1990)


Países com escolaridade acima da média
Países com escolaridade abaixo da média
Fonte: WDI e Education Statistics – World Bank Database. A medida de escolaridade utilizada é a média de anos de
escolaridade completa entre pessoas com mais de 15 anos de idade.

Não ficou claro para ele qual é vantagem dessa separação da amostra.

Bibliografia
[AH, cap. 13.1, 13.2.1], BS 1.2.13 (pág. 59-60)
MANKIW, G.; ROMER, D.; WEIL, D. “A Contribution to the Empirics of Economic Growth”. The
Quarterly Journal of Economics, Vol. 107, No. 2. (May, 1992), pp. 407-437.

17
11) Educação e crescimento, mas como?

Você está se saindo bem em seu estágio. Mas seu chefe está confuso. Afinal, as conclusões que educação
é importante e, que o governo precisa investir em educação, são meio que óbvias, diz ele. Mas ele vai ter
uma reunião com pessoas importantes do governo e precisa saber mais.

Para tanto ele faz uma pesquisa e encontra a seguinte relação entre crescimento e educação:

Fonte: Krueger e Lindhal (2001)

Você precisa dar a ele interpretações destes resultados o quanto antes.

Bibliografia
[AH, cap 13.2.1.3, 13.2.2, 13.3.1], [3, até seção 3.2]

KRUEGER e LINDHAL (2001): Education for Growth: Why and for Whom? Journal of Economic
Literature

18
12) Alocação dos Recursos

Vocês aprenderam em das primeiras aulas da graduação que a economia busca lidar com a alocação de
recursos, que são escassos. O Brasil é um dos países mais chuvosos do mundo, e boa parte da água potável
mundial está em seu território. No entanto, nem todo mundo no Brasil é agraciado com esse recurso,
enquanto outros sofrem com o excesso de chuvas. Em microeconomia vocês viram como alocar a renda
dos agentes entre diversos bens. No caso das chuvas, seria melhor se as chuvas fossem mais bem
distribuídas pelo país. Mas será que isso tem a ver com a macroeconomia?

Bibliografia
[JONES, Charles (2013) Misallocation, Economic Growth, and Input-Output Economics in D. Acemoglu, M.
Arellano, and E. Dekel, Advances in Economics and Econometrics, Tenth World Congress, Volume II,
Cambridge University Press, 2013.

HSIEH, Chang-Tai; KLENOW, Peter (2009) Misallocation And Manufacturing TFP In China And India.
Quarterly Journal of Economics, Issue 4, November, vol CXXIV.

RESTUCCIA, Diego; ROGERSON, Richard (2008) “Policy Distortions and Aggregate Productivity with
Heterogeneous Plants,” Review of Economic Dynamics, vol. 11, 707–720.

19
13) Reformas Tributárias

Os países do mundo têm continuamente realizado reformas tributárias para aumentar a composição de sua
tributação sobre o valor adicionado ao invés de tributar por produto, conforme mostra a figura abaixo.

Mas o que isso tem a ver com desenvolvimento econômico afinal?

Bibliografia:

SPE (2020) Nota Técnica - Misallocation e Reforma Tributária: Estimativas do Impacto da Proposta de
Criação da CBS. (https://www.gov.br/fazenda/pt-br/centrais-de-conteudos/publicacoes/conjuntura-
economica/estudos-economicos/2020/nt-misallocation-e-reforma-tributaria-v3.pdf/view)

SPE (2020) Nota Informativa - Desburocratizando o sistema tributário: impacto no emprego e


crescimento devido à criação da CBS. (https://www.gov.br/fazenda/pt-br/centrais-de-
20
conteudos/publicacoes/conjuntura-economica/estudos-economicos/2020/ni-desburocratizando-o-
sistema-tributario.pdf/view)

SPE (2020) Nota Informativa - Simplificando o Sistema Tributário (30/09/2020).


(https://www.gov.br/economia/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-informativas/2020/ni-
simplificando-o-sistema-tributario.pdf/view)

Carvalho, et al (2018) Uma Reforma Dual e Modular da Tributação Sobre o Consumo no Brasil. Texto
para Discussão do IPEA n. 2418

Appy, B. et al (2020) Tributação no Brasil: o que está errado e como consertar. O Brasil sob reforma (org.
Yoshiaki Nakano).

21
14) Mais Pesquisadores, mais crescimento?
Nos modelos de progresso técnico endógeno que estudamos a taxa de inovação e, portanto, o crescimento
econômico deveria ser maior quando temos um número maior de pesquisadores e/ou um número maior de
pessoas na população do país.

Durante a reunião, seu chefe comentou que tal conclusão, conhecida como efeitos de escala, foi muito bem
vista pelos economistas, pois indicava que características como abertura econômica, que aumentam o
mercado vislumbrado por inovadores, seriam fatores promotores de crescimento.

Para tentar entender melhor sobre o assunto, você encontrou a seguinte relação nos gráficos abaixo:

Taxa de Crescimento do PIB per capita (2010-1990)


Taxa de Crescimento do PIB per capita (2010-2000)

2.5 4

2.0
3

1.5

2
1.0

0.5 1

0.0
0
-0.5

-1.0 -1
2 3 4 5 6 7 8 9 8 10 12 14 16 18 20 22

Número de pesquisadores em P&D em 2000 (em log) População em 1990 (em log)
Fonte: WDI– World Bank Database

Bibliografia
JONES, Charles I. (1999). "Growth: With or Without Scale Effects?" American Economic Review,
American Economic Association, vol. 89(2), pages 139-144, May.

22
15) Quem apagou a luz?
O Império Coreano passou a ser anexado pelo Japão, após a Guerra Russo-Japonesa de 1905. Com a
derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial, em 1945, a Coréia foi ocupada pelos Estados Unidos e
pela União Soviética, e dividida em dois países distintos. Antes da separação, ambos os países dividiram
a mesma história. Em fato, é notável o grau de homogeneidade étnica, linguística, cultural, geográfica e
econômica entre estes dois países durante este período. Na melhor das hipóteses, a Coréia do Norte tinha
algumas vantagens em termos de industrialização durante a colonização japonesa. Porém a trajetória de
crescimento destes países foi bem divergente.

Seu chefe não queria apenas dar uma lição de história sobre as Coreias. Em seguida ele mostrou a foto
abaixo, feita por satélite da Coréia do Norte e do Sul em 1992 e 2008.

Fonte: J. Vernon Henderson & Adam Storeygard & David N. Weil, 2012. "Measuring Economic Growth from Outer Space,"
American Economic Review, American Economic Association, vol. 102(2), pages 994-1028, April.

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Seu colega de estágio, apresentou o gráfico abaixo que ele estava estudando, que mostra a evolução do
PIB per capita de ambos os países ao longo das últimas décadas.

Fonte: Acemoglu, Johnson e Robinson 2004, Handbook of Economic Growth

Seu chefe completou: “Muitos veem a experiência coreana como um experimento natural, uma vez que
são países muito similares, mas que foram impactados por um “tratamento” em determinado ponto do
tempo”.

Bibliografia
[AH cap. 11]

ACEMOGLU, Daron; JOHNSON, S.; ROBINSON, J. (2001). "The Colonial Origins of Comparative
Development: An Empirical Investigation." American Economic Review, 91(5): 1369-1401.

EHRLICH, Isaac; LUI, Francis T. (1999). "Bureaucratic Corruption and Endogenous Economic Growth,"
Journal of Political Economy, University of Chicago Press, vol. 107(S6), pages S270-S293, December.

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16) Indústria Farmacêutica.

Você foi responsável por apresentar alguns dados sobre pesquisa e desenvolvimento na reunião, que estão
disponibilizados abaixo. O gasto em pesquisa por diversos setores, em bilhões de euros, pode ser resumido
na figura abaixo:

Você reflete: “Fica claro que o setor que mais gasta em pesquisa é a indústria farmacêutica. Mas
especificamente em que tipo de medicamento esta indústria se concentra?” A figura abaixo dá a resposta:

Seu chefe comenta os dados apresentados: “A indústria farmacêutica se concentra em tipos específicos de
doenças por alguma razão específica quando investe bilhões em pesquisa.”

Bibliografia
[AH cap 8]

25
17) Como Steve Jobs Mudou a Economia Mundial?

Steve Jobs é visto como um dos maiores inovadores das últimas décadas. Ele foi o responsável por tornar
o computador pessoal acessível às famílias e pequenas empresas, e pelo desenvolvimento e distribuição
de diversos equipamentos de uso comum hoje, como iphones, ipads, etc..

Assim, ele é visto como causador de uma revolução dos hábitos de consumo das pessoas e de como se
comunicam.

Porém, logo após a primeira onda de inovações de Steve Jobs e cia. O mundo experimentou uma queda
nas taxas de crescimento global, conhecida como “great moderation”, que só foi estabilizada mais de dez
anos depois.

Ao ver estes fatos seu avô diz a você: “Bom mesmo era na época da máquina de escrever!”.

Bibliografia
[AH cap 9.2.1]

JOVANOVIC, B., and P. L. Rousseau. (2005). “General Purpose Technologies.” In P. Aghion and S.
Durlauf (Eds.). Handbook of Economic Growth. Amsterdam: Elsevier North-Holland.

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