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HISTÓRIA B- 2º TESTE

1- Justificar a urbanização inglesa no século XVIII (pág.70/71)


Houve uma evolução demográfica (Inglaterra 5,5 milhões de habitantes para 10
milhões). Esta evolução acentuou-se em 1740 e acentuou-se ainda mais no século
XIX. Em 1831, Inglaterra, contava com 14 milhões de habitantes.
Os fatores para a evolução demográfica foram:
 Quebra da mortalidade (melhoria das condições higiénicas e sanitárias,
descoberta da vacina, progressos na obstetrícia, e uma melhoria na
alimentação que se tornou mais racional e variada)
 Aumento da taxa de natalidade entre 1750 e 1830 com a descida da idade do
casamento em meados do século XIX
Nas áreas rurais a evolução demográfica não foi tão acentuada. As transformações
agrícolas e industriais favoreceram o aumento da natalidade. Como consequência, o saldo
fisiológico, foi cada vez mais positivo. Passou a existir uma relação entre o crescimento
demográfico e o desenvolvimento económico. A percentagem de agricultores desceu de
70%/80% para 36%, aumentando a população industrial. Inglaterra era a região mais
urbanizada da Europa. Londres tornou-se a maior cidade da Europa. Em 1770 contava com
550 mil habitantes, que representava 10% da população inglesa. No início do século XIX
contava com 1 milhão de habitantes.
2- Relacionar a evolução da população inglesa com o dinamismo do mercado interno
e consequente desenvolvimento económico (pág. 73)
Estas condições favoreciam a constituição de um mercado interno coerente onde os
produtos, os capitais e a mão de obra podiam circular livremente. As inovações
técnicas estimulavam a produtividade, o consumo, as exportações e
consequentemente os lucros. Ao aumentar o poder de compra, estimularam um
maior consumo. Foi um círculo vicioso que fez nascer a sociedade de consumo de
massas. Apesar do nº de consumidores ser menor na Inglaterra comparado aos
outros países europeus, era o país com maior rendimento per capita e com uma
distribuição de riqueza mais equilibrada (ao contrário da Alemanha ou França).
O comércio à escala mundial que a Inglaterra desenvolveu entre 1550 e 1700 baseou-
se:
 Num grupo mercantil competente; na abundância de capital físico e financeiro;
 Numa estrutura organizacional de crédito, comércio e seguros bem
organizada;
 Num governo consciente e favorável às aspirações da classe mercantil;
 Na força da marinha. Desta forma, e apesar da perda das colónias americanas
(1776-1783), com a sua independência e a formação dos Estados Unidos da
América, o mercado externo inglês manteve-se em expansão numa interação
dinâmica com o mercado interno.
A expansão do comércio internacional, no qual tinha um lugar de grande peso o
comércio colonial, foi uma das grandes características da vida económica do
século XVIII. Neste comércio, assumiu grande importância a rota triangular-
Europa, África, Américas, Europa- estruturada com vista à obtenção do açúcar,
das madeiras, plantas tintureiras e metais preciosos do Novo Mundo. Como
parte da moeda de troca, as Américas recebiam os escravos africanos para o
trabalho nas minas e nas plantações açucareiras. Por outro lado, os mercados
orientais continuavam a fornecer especiarias, sedas, chá e porcelanas...
A Inglaterra assumiu uma posição aguerrida nesta sua política colonial tentando,
a todo o custo (tratados comerciais, conflitos armados, medidas legislativas), o
controlo das áreas comerciais ultramarinas, alargando e consolidando um
mercado escoador e de abastecimento.
Fatores de crescimento demográfico e urbanização:
- abundância de emprego e melhoria das condições de vida
- melhoria da alimentação decorrente da revolução agrícola
- forte diminuição da mortalidade, aumento da nupcialidade e consequente
aumento do nº de nascimentos
- êxodo rural
3- Contextualizar o arranque industrial inglês no século XVIII, referindo razões da
precocidade britânica e setores pioneiros da industrialização (pág. 79)
A prioridade da Inglaterra no processo de industrialização, no século XVIII justifica-se
por:
 Abundância de matérias primas fornecidas pelo desenvolvimento da
agricultura e da criação de gado (algodão, lã) e pela riqueza do subsolo (hulha,
ferro)
 Mão de obra abundante disponível, libertada pelo processo das enclosures e
pela mecanização da agricultura
 Desenvolvimento de manufaturas em grande escala, com a aplicação de uma
série de inventos técnicos, como a lançadeira volante, o tear mecânico e a
máquina a vapor, entre outros
 Um vasto mercado de escoamento dos produtos, tanto interno como externo
 Boas vias de comunicação, muitos portos naturais, rios e canais navegáveis
 Burguesia e nobreza dinâmicas e empreendedoras, protegidas pelas reformas
políticas e sociais do século XVII, em que triunfaram as ideias liberais
 Existência de capitais para investir, vindos do enriquecimento dos proprietários
agrícolas e do comércio internacional, que vai permitir a criação as primeiras
unidades industriais e o seu crescimento progressivo
Condições políticas:
 Regime parlamentar > liberalismo económico > capitalismo
Condições sociais:
 Nobreza e burguesia economicamente dinâmicas e empreendedoras
 Aumento da mão de obra disponível > crescimento populacional > êxodo rural
Outras condições:
 Acessibilidades (boas estradas, rios e portos)
 Naturais (disponibilidade de matéria-prima e fontes de energia)
 Comerciais (mercado interno e externo)
 Financeiras (estabilidade do setor e moeda forte)
Setores pioneiros: têxtil e metalúrgico
Têxtil:
 produzia grandes quantidades de pano para a Europa e América
 exigia pouco capital e a mão de obra não tinha de ser especializada por se
recorrer a teares mecânicos de reduzido custo
 inovações técnicas acabaram por ocorrer mais rapidamente neste subsetor
têxtil também pressionado pela concorrência da grande qualidade e baixo
preço dos panos indianos
Metalúrgico:
 a partir de 1830 devido às inovações nos transportes (locomotivas e barcos
a vapor) a indústria metalúrgica passou a ter um papel importante, assim
como a indústria mineira, cujo carvão alimentava a máquina a vapor e todo
um conjunto de equipamentos industriais.
A partir deste momento, o sistema de produção doméstico e ainda artesanal (manufatura)
deu lugar às primeiras unidades fabris, com privilégio da maquinofatura

4- Articular o funcionamento da economia-mundo centrada em Londres com as


relações económicas da Inglaterra com a Europa, o comércio com as colónias norte-
americanas e o controlo da produção e do tráfico asiáticos. (pág. 77/81/83)

5- Caracterizar a demografia pré-industrial (pág. 85)


Épocas de crescimento demográfico e económico- sécs. XV e XVI para todas as
regiões. Estas foram seguidas após 1560-80 por uma tendência depressiva que se
prolongou na maioria dos países até meados ou final do século XVII. O crescimento só foi
retomado na maior parte da Europa no segundo quartel do século XVIII (1715-20), mas com
um ritmo mais acelerado do que anteriormente.
As crises foram provocadas pelos seguintes fatores:
 Irregularidades climáticas
 Más colheitas
 Carestia
 Inflação, subalimentação e fome
As crises de subsistência (épocas e baixa acentuada da produção agrícola, dando origem a
carestia, inflação, fome e morte) ocorreram ciclicamente ao longo de todo aquele período
(1560-80 e 1715-20). Outro fator que atuou negativamente sobre a vida económica foi o
elevado índice de mortalidade das populações, o qual, em certas ocasiões foi tão elevado
que afetou gravemente a mão de obra de toda uma região ou de certos sectores
produtivos provocando inesperadas paralisações e carências ou influenciando o equilíbrio
da oferta e da procura.
A produtividade e produção per capita da força de trabalho pré-industrial não aumentaram
pelo que o produto global da economia europeia estava estreitamente ligado ao número
total de habitantes. A tendência demográfica condicionava a tendência económica.

6- Reconhecer a inter-relação entre crises económicas e crises demográficas (pág. 87)


As guerras pela sua frequência influíram a mortalidade mas, sobretudo, na
desestruturação da vida económica, provocando subida e impostos e inflação
generalizada, desvio da mão de obra e paralisação das atividades económicas. O
movimento geral desfavorável, em termos de vidas humanas, resulta da conjugação de
fomes, epidemias e guerras que provocam perdas tão numerosas quanto a crise do
século XIV.
Os seus efeitos foram catastróficos e devastadores, desorganizando a vida social e
económica. Quando se instalavam as epidemias matavam num curto espaço de tempo
50 a 70% das populações. Estas crises que constituíram o traço demográfico mais
característico do século XVII ocorreram ciclicamente até às primeiras décadas do século
XVIII e condicionaram indubitavelmente a vida socioeconómica e as mentalidades.
As linhas de crescimento económico traduzem as variações de todos aqueles
condicionalismos ou hesitações de crescimento que afetaram a Europa grosso modo no
decorrer do século XVII.
Os problemas económicos têm frequentemente na sua origem elementos
demográficos pois traduzem se sempre em saber quantas pessoas é necessário
alimentar, vestir e alojar, de quantos se dispõe para produzir e satisfazer aquelas
necessidades.
7- Enunciar os princípios e ideias mercantilistas (pág.89)
Tendo em vista o objetivo de conseguir uma balança de comércio excedentária a política
económica mercantilista assentava:
 Nos incentivos à exportação de produtos manufaturados;
 Na proibição da exportação de matérias-primas e dos capitais necessários à
indústria nacional;
 Na limitação da importação dos produtos estrangeiros, com exceção de certos
bens úteis à indústria nacional;
 Na reserva do comércio aos nacionais, para impedir que os comerciantes
estrangeiros fizessem sair ouro e prata do país;
 Na política de fomento das manufaturas;
 Na liberdade do comércio interno com um abatimento de barreiras, dentro do
espaço nacional tornada possível pelo estabelecimento de governos centrais
fortes.
Para além de protecionista e dirigista o mercantilismo assumiu ainda um caráter metalista,
considerando que a riqueza das nações derivava da quantidade de metais preciosos
acumulados nos cofres do Estado.
8- Reconhecer, nas práticas mercantilistas, modos de afirmação das economias
nacionais de países europeus em relação com a concorrência pelo domínio de áreas
coloniais (pág. 91-93)
INGLATERRA:
Objetivos de Inglaterra: proteger a economia britânica da expansão comercial
holandesa; desenvolver relações económicas que atraíssem os metais preciosos a
que não tinham acesso direto
O que era importante: assegurar a supremacia naval e conquista de mercados;
controlar a navegação e o comércio sob a ação incentivadora e protetora do Estado.
Atos de Navegação: leis que foram restringindo a liberdade dos navios estrangeiros
de comerciarem nos portos ingleses
 1651- proibição da entrada nos porto ingleses de barcos estrangeiros
portadores de mercadorias que não tivessem sido produzidas nos seus
respetivos países de origem
 1660- obrigação a que todo o comércio entre as colónias e a Inglaterra se
realize unicamente em nativos ingleses
 1663- imposição aos colonos que comerciassem os seus produtos apenas com
a Inglaterra e só nela comprassem o que necessitavam
Regime do pacto colonial: um estado colonial proíbe a transformação de matérias
primas nas suas colónias, tornando-as em fornecedoras em matérias primas à metrópole e
compradoras dos seus produtos manufaturados (favoreceu o crescimento da marinha
mercante, desenvolvimento do comércio e fomentaram a expansão colonial inglesa
transformando Londres num grande entreposto de mercadorias coloniais, como o açúcar,
algodão tabaco, chá... cuja venda produzia grandes lucros; reforçou o setor comercial)
FRANÇA:
Objetivos: crescimento económico de França; afastamento da concorrência dos
holandeses; aumentar a produção dos bens ricos como tapeçarias, loiças, sedas e perfumes
Acreditavam: necessidade de uma economia nacional autossuficiente e apelavam à
atuação do Estado no sentido de regulamentar a produção e de exigir um sistema eficaz de
proteção alfandegária
Colbert: fez tudo para arrecadar o ouro necessário ao crescimento da corte
O rei: dirigia a política económica e usufruía do metalismo acumulado para o seu
crescimento
Promoveu: o desenvolvimento da produção manufatureira pelo fortalecimento do
comércio externo e pelo alargamento das áreas coloniais e respetivo comércio
Criação: grandes companhias de comércio e de colonização subvencionadas pelo Estado
O Estado: subsidiava e protegia (com incentivos fiscais; monopólios de produção) as
indústrias de luxo
No entanto, estavam demasiado dependentes do Estado

Grupo II- DOCUMENTÁRIO


9- Explicar o caráter cíclico das crises, comparando crises do passado e crises atuais
https://sicnoticias.pt/programas/reportagemespecial/2020-05-15-A-pandemia-
esquecida

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