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Objetivos fundamentais do Estado brasileiro: a Constituigao consigna como objetivos fundamentais (art. 3°): construir uma sociedade livre, justa e solidéria; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalizacao; reduzir as desigualdades sociais regionais; promover 0 bem de todos, sem preconceitos de origem, raga, sexo, cor, idade e de outras formas de discriminagao. PODER E DIVISAO DE PODERES A divisdo de poderes ¢ um principio fundamental da Constituigao. Consta no seu art. 2%: sio poderes da Uniao, independentes e harménicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicidrio; exprimem, a um tempo, as fungées legislativa, executiva e jurisdicional e indicam os respectivos érgios, estabelecidos na organizagao dos poderes. Poder politico: pode ser definido como uma energia capaz de coordenar e impor decisées, visando a realizacao de determinados fins; é superior a todos os outros poderes sociais, os quais reconhece, rege e domina, visando a ordenar as relagdes entre esses grupos de individuos entre si e reciprocamente, de maneira a manter um minimo de ordem e estimular 0 maximo de progtesso a vista do bem comum; possui trés caracteristicas fundamentais; unidade, indivisibilidade e indelegabilidade. Governo e distingdo de fungdes do poder: Governo 0 conjunto de érgaos mediante os quais a vontade do Estado é formulada, expressada e realizada, ou o conjunto de érgaos supremos a quem incumbe o exercicio das fungées do poder politico. Sao as seguintes essas fungées: ~ a legislativa, que consiste na edigao de regras gerais (leis), abstratas, impessoais e inovadoras da ordem piblica; ~ a executiva, que resolve os problemas concretos e individualizados, de acordo com as leis; ~ a jurisdicional, que tem por objeto aplicar o direito aos casos concretos, a fim de dirimir conflitos de interesse. Divisao dos poderes: consiste em confiar cada uma das funcdes governamentais a érgaos diferentes, que tomam os nomes das respectivas funcées; fundamenta-se em dois elementos: a especializacao funcional e a independéncia orgénica, Independéncia e harmonia entre os poderes: a independéncia dos poderes significa que a investidura e a permanéncia das pessoas num dos drgios nao dependem da confianca nem da vontade dos outros, de modo que, no exercicio das atribuigées que Ihe sejam préprias, ndo precisam os titulares consultar os outros nem necessitam de sua autorizagao, e que, na organizagio dos respectivos servicos, cada um é livre, observadas apenas as disposicées constitucionais e legais. A harmonia entre os poderes verifica-se pelas normas de cortesia no trato reciproco e no respeito as prerrogativas e faculdades a que mutuamente todos tém direito; a divisdo de fungdes entre os drgaos do poder e a sua independéncia nao sao absolutas; hd interferéncias, que visam ao estabelecimento de um sistema de freios e contrapesos, & busca do equilibrio necessétio a realizagao do bem da coletividade. REGIME POL{TICO Conceito de regime politico: € um complexo estrutural de principios e forcas politicas que configuram determinada concepgio do Estado e da sociedade, e que inspiram seu ordenamento juridico; antes de tudo, pressupde a existéncia de um conjunto de instituigées e principios fundamentais que informam determinada concep¢io politica do Estado e da sociedade, sendo também um conceito ativo, pois ao fato estrutural hd que superpor o elemento funcional, que implica uma atividade e um fim, supondo dinamismo, sem redugdo a uma simples atividade de governo, Regime politico brasileiro: segundo a CF/88, funda-se no prinefpio democratico; o preambulo ¢ o art. 1° 0 enunciam de maneira insofismavel. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS Conceito de direitos fundamentais: direitos fundamentais do homem constitui a expresso mais adequada a este estudo, porque, além de referir-se a principios que resumem a concepsao do mundo e informam a ideologia politica de cada ordenamento juridico, é reservada para designar, no nivel do direito positivo, aquelas prerrogativas e instituigdes que ele concretiza em garantia de uma convivéncia digna, livre e igual de todas as pessoas; no qualitativo “fundamentais” acha-se a indicagdo de que se trata de situagées juridicas sem as quais a pessoa humana nao se realiza, nao convive e, as vezes, nem mesmo sobrevive; “fundamentais do homem”, no sentido de que a todos, por igual, devem ser, ndo apenas formalmente reconhecidos, mas concreta e materialmente efetivados; é a limitagao imposta pela soberania popular aos poderes constituidos do Estado que dela dependem. Classificagao dos direitos fundamentais: em sintese, com base na CF/88. Podemos classificar os direitos fundamentais em 5 grupos: 1 - direitos individuais (art. 5°); 2 - direitos coletivos (art. 5°); 3 - direitos sociais (arts. 6° e 193 e ss.); 4- direitos nacionalidade (art. 12); 5 - direitos politicos (arts. 14 a 17). DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Conceito de direito individual: sao os direitos fundamentais do homem-individuo, que sao aqueles que reconhecem a autonomia aos particulares, garantindo a iniciativa e independéncia aos individuos diante dos demais membros da sociedade politica e do proprio Estado. Destinatérios dos direitos e garantias individuais: sio os brasileiros e os estrangeiros residentes no Pais (art. 5°); quanto aos estrangeiros nao residentes, é dificil delinear sua posigdo, pois o artigo sé menciona “brasileiros e estrangeiros residentes”. Direitos coletivos: a rubrica do Capitulo I, do Titulo II anuncia uma especial categoria dos direitos fundamentais: os coletivos, mas nada mais diz. a seu respeito; onde esto, nos incisos do art. 5°, esses direitos coletivos?; muitos desses ditos interesses coletivos sobrevivem no_ texto constitucional, caracterizados, na maior parte, como direitos sociais (arts, 8° e 37, VI; 9° e 37, VII; 10; 11; 225) ou caracterizados como instituto de democracia direta nos arts. 14, I, II e Ill, 27, § 4°, 29, XIII, e 61, § 2°, ou ainda, como instituto de fiscalizagao financeira, no art. 31, § 3°; apenas as liberdades de reunido e de associagio, o direito de entidades associativas de representar seus filiados ¢ os direitos de receber informagao de interesse coletivo e de petigdo restaram subordinados a rubrica dos direitos coletivos. Deveres individuais e coletivos: os deveres que decorrem dos incisos do art. 5°, tm como destinatdrios mais 0 Poder Piiblico e seus agentes, em qualquer nfvel, do que os individuos em particular; a inviolabilidade dos direitos assegurados impde deveres a todos, mas especialmente as autoridades e detentores de poder; Ex: incisos XLIX, LXI, LXIII, LXIV, ¢ etc.. do art. 5°. DIREITOS SOCIAIS Ordem social e direitos sociais: a CF/88 traz um capitulo proprio dos direitos sociais e, bem distanciado deste, um titulo especial sobre a ordem social, nao ocorrendo uma separagao radical, como se os direitos sociais nao fossem algo insito na ordem social; o art. 6° diz que sao direitos sociais a educagao, a sade, o trabalho, o lazer, a seguranga, a previdéncia social ...... na forma desta Constituigéo; esta forma é dada precisamente no titulo da ordem social, onde trata dos mecanismos e aspectos organizacionais desses direitos. Direitos sociais e direitos econdmicos: a Constituigo inclui o direito dos trabalhadores como espécie de direitos sociais, e 0 trabalho como primado basico da ordem social (arts. 7° e 193); 0 direito econémico tem uma dimensdo institucional, enquanto os sociais constituem forma de tutela pessoal; 0 direito econémico ¢ a disciplina juridica de atividades desenvolvidas nos mercados, visando a organizé-los sob a inspiragio dominante do interesse social; os sociais disciplinam situagdes objetivas, pessoais ou grupais de carter concreto. Conceito de direitos sociais: sdo prestagdes positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores condigies de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a equalizagao de situacdes sociais desiguais. Classificagao dos direitos sociai agrupados em 5 classes: : A vista do Direito positive, e com base nos arts. 6° a 11, sd a) direitos sociais relativos ao trabalhador; b) relativos 8 seguridade, compreendendo os direitos a satide, & previdéncia e assisténcia social; ©) relativos & educagio e cultura; ) relativos & familia, crianca, adolescente e idoso; ¢) relativos ao meio ambiente. DIREITO DE NACIONALIDADE Conceito de Nacionalidade: segundo Pontes de Miranda, nacionalidade é o vinculo juridico-politico de Direito Pablico interno, que faz da pessoa um dos elementos componentes da dimensdo pessoal do Estado; no Direito Constitucional vigente, os termos nacionalidade e cidadania, ou nacional e cidadao, tém sentido distinto; nacional é o brasileiro nato ou naturalizado; cidadao qualifica o nacional no gozo dos direitos politicos ¢ os participantes da vida do Estado. Fonte constitucional do direito de nacionalidade: estao previstos no art. 12 da Constituigao; sé esse dispositivo diz quais séo os brasileiros, distinguindo-se em dois grupos, com consequéncias juridicas relevantes: os brasileiros natos (art. 12, 1), e os brasileiros naturalizados (art. 12, 11). Os brasileiros natos: o art. 12, I, da os critérios e pressupostos para que alguém seja considerado brasileiro nato, revelando quatro situagées definidoras de nacionalidade priméria no Brasil. Sdo elas: 1) 05 nascidos no Brasil, quer sejam filhos de pais brasileiros ou de pais estrangeiros, a no ser que estejam em servico oficial; 2) os nascidos no exterior, de pai ou mae brasileiros, desde que qualquer deles esteja a servigo do Brasil; 3) os nascidos no exterior, de pai ou mie brasileiros, desde que venham a residir no Brasil antes da maioridade e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira; 4) os nascidos no exterior, registrados em reparticao brasileira competente. Os brasileiros naturalizados: o art. 12, II, prevé 0 processo de naturalizagio, sé reconhecendo a naturalizagao expressa, aquela que depende de requerimento do naturalizando, e compreende 2 classes: a) ordindria: é a concedida ao estrangeiro residente no pais, que preencha os requisitos previstos na lei de naturalizagao, exigidas aos originérios de paises de lingua portuguesa apenas residéncia por um ano ininterrupto e idoneidade moral (art. 12, I, a); b) extraordindria: € reconhecida aos estrangeiros, residente no Brasil hd mais de 15 anos ininterruptos e sem condenacao penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. DIREITO DE CIDADANIA - DIREITOS POL{TICOS Conceito e abrangéncia: Os direitos politicos consistem na disciplina dos meios necessirios ao exercicio da soberania popular; a Constituigio emprega a expressao direitos politicos, em seu sentido estrito, como o conjunto de regras que regula os problemas eleitorais. Modalidades de direitos politicos: 0 micleo fundamental dos direitos politicos consubstancia-se no direito de votar e ser votado, possibilitando-se falar em direitos politicos ativos e passivos, sem que isso constitua divisdo deles, porque so apenas modalidades de seu exercicio ligadas & capacidade eleitoral ativa, consubstanciada nas condigdes do direito de votar (ativo), e & capacidade eleitoral passiva, que assenta na elegibilidade, atributo de quem preenche as condicdes do direito de ser votado (passivo). Aquisig’o de cidadania: os direitos de cidadania adquirem-se mediante alistamento eleitoral na forma da lei; a qualidade de eleitor decorre do alistamento, que é obrigatério para os maiores de 18 anos ¢ facultativo para os analfabetos, os maiores de 70 anos e maiores de 16 e menores de 18 (art. 14, § 1°, Le II); pode-se dizer, entdo, que a cidadania se adquire com a obtencao da qualidade de eleitor, que documentalmente se manifesta na posse do titulo de eleitor valido. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS - DIREITOS E SUAS GARANTIAS Garantia dos direitos: os direitos sd bens e vantagens conferidos pela norma juridica, enquanto as garantias sio meios destinados a fazer valer esses direitos, s4o instrumentos pelos quais se asseguram o exercicio e gozo daqueles bens e vantagens. Garantias constitucionais dos direitos: se caracterizam como imposigdes, positivas ou negativas, especialmente aos érgios do Poder Publico, limitativas de sua conduta, para assegurar a observancia do direito violado. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS INDIVIDUAIS PRINCIPIO DA LEGALIDADE Conceito e fundamento constitucional: o prinefpio da legalidade sujeita-se ao império da lei, mas da lei que realize o principio da igualdade e da justi¢a nao pela sua generalidade, mas pela busca da equalizago das condigdes dos socialmente desiguais; esté consagrado no inciso II, do art. 5°, segundo o qual ninguém sera obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sendo em virtude de lei. PRINC{PIO DA PROTEGAO JUDICIARIA Fundamento: fundamenta-se no principio da separacdo dos poderes, reconhecido pela doutrina como uma das garantias constitucionais; junta-se ai uma constelagao de garantias. (art. 5°, XXXV, LIVeLV) ESTABILIDADE DOS DIREITOS SUBJETIVOS Seguranca das relagdes juridicas: a seguranga juridica consiste no conjunto de condigdes que tormam possivel 8s pessoas 0 conhecimento antecipado e reflexivo das conseqiiéncias diretas de seus atos e de seus fatos a luz da liberdade reconhecida; se vern lei nova, revogando aquela sob cujo império se formara o direito subjetivo, prevalece o império da lei velha, conforme consagrado na Constituigao, no art. 5° , XXXVI: a lei no prejudicard o direito adquirido, o ato juridico perfeito e a coisa julgada. Direito adquirido: a LICC declara que se consideram adquitidos os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo comeco do exercicio tenha termo prefixo, ou condigao preestabelecida inalteravel, a arbitrio de outrem (art. 6°, § 2°); se 0 direito subjetivo ndo foi exercido, vindo a lei nova, transforma-se em direito adquirido, porque era direito exercitavel e exigivel & vontade de seu titular. Ato juridico perfeito: nos termos do art. 153, § 3° (art. 5°, XXXVI) é aquele que sob regime da lei antiga se tornou apto para produzir os seus efeitos pela verificagéo de todos os requisitos indispensdveis; é perfeito ainda que possa estar sujeito a termo ou condicao; é aquela situacdo consumada ou direito consumado, direito definitivamente exercido. Coisa julgada: a garantia, refere-se & coisa julgada material, prevalecendo hoje o conceito do CPC: denomina-se coisa julgada material a eficécia, que torna imutavel e indiscutivel a sentenga, nio mais sujeita a recurso ordinario ou extraordinario (art. 467); a lei nao pode desfazer a coisa julgada, mas pode prever licitamente, como o fez o art. 485 do CPC, sua rescindibilidade por meio de agio resciséria. DIREITO A SEGURANGA. Seguranga do Domicilio: o art. 5°, XI, consagra o direito do individuo ao aconchego do lar com sua familia ou sé, quando define a casa como o asilo inviolével do individuo; também o direito fundamental da privacidade, da intimidade; a protecao dirige-se basicamente contra as autoridades, visa impedir que estas invadam o lar. Seguranga das comunicagées pessoais: visa assegurar o sigilo de correspondéncia e das comunicagies telegraficas e telefénicas (art. 5°, XII), que sdo meio de comunicacao interindividual, formas de manifestagdo do pensamento de pessoa a pessoa, que entram no conceito mais amplo de liberdade de pensamento em geral (IV). Seguranga em matéria penal: visam tutelar a liberdade pessoal. Seguranga em matéria tributéria: realiza-se nas garantias consubstanciadas no art. 150: a) nenhum tributo seré exigido nem aumentado sendo em virtude de lei; principio da legalidade tributaria; b) de que nao se instituir tratamento desigual entre contribuintes; ©) de que nenhum tributo sera cobrado em relagao a fatos geradores ocorridos antes do inicio da vigéncia da lei que os houver institufdo ou aumentado, nem no mesmo exercicio financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumento 4) de que nao haverd tributo com efeito confiscatério. REMEDIOS CONSTITUCIONAIS Direito de petigio: define-se como direito que pertence a uma pessoa de invocar a atengio dos poderes piiblicos sobre uma questio ou situacao, seja para denunciar uma lesdo concreta, e pedir reorientagao da situagao, seja para solicitar uma modificagao do direito em vigor do sentido mais favoravel a liberdade (art. 5°, XXXIV). Direito a certidées: esta assegurado a todos, no art. 5°, XXXIV, independentemente do pagamento de taxas, a obtencao de certiddes em reparticdes publicas para defesa de direito e esclarecimentos de situagdes de interesse pessoal. Habeas corpus: é um remédio destinado a tutelar 0 direito de liberdade de locomogao, liberdade de ir e vir, parar e ficar; tem natureza de aco constitucional penal. (art. 5°, LXVII) Mandado de seguranca individual: visa amparar direito pessoal liquido e certo; s6 0 prdprio titular desse direito tem legitimidade para impetré-lo, que é oponivel contra qualquer autoridade publica ou contra agente de pessoa juridica no exercicio de atribuicées piblicas, com o objetivo de corrigir ato ou omissao ilegal decorrente do abuso de poder. (art. 5°, LXIX) Mandado de injuncao: constitui um remédio ou acao constitucional posto & disposigao de quem se considere titular de qualquer daqueles direitos, liberdades ou prerrogativas inviaveis por falta de norma regulamentadora exigida ou suposta pela Constituicao; sua finalidade consiste em conferir imediata aplicabilidade & norma constitucional portadora daqueles direitos ¢ prerrogativas, inerte em virtude de auséncia de regulamentagao (art. 5°, LXXI). Habeas data: remédio que tem por objeto proteger a esfera intima dos individuos contra usos abusivos de registros de dados pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais e ilicitos, introdugdo nesses registros de dados sensiveis (origem racial, opinido politica. etc) e conservagao de dados falsos ou com fins diversos dos autorizados em lei (art. 5°, LXXI1). GARANTIA DOS DIREITOS COLETIVOS, SOCIAIS E POLITICOS Mandado de seguranga coletivo: instituido no art. 5°, LXX, que pode ser impetrado por partido politico ou organizacao sindical, entidade de classe ou associacao legalmente constituida, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; o requisito do direito liquido e certo sera sempre exigido quando a entidade impetra o mandado de seguranca coletivo na defesa de direito subjetivo individual; quando o sindicato usé-lo na defesa do interesse coletivo de seus membros e quando os partidos o impetrarem na defesa do interesse coletivo difuso exigem-se ao menos a ilegalidade e a lesao do interesse que o fundamenta. Mandado de injuncao coletivo: pode também ser um remédio coletivo, j4 que pode ser impetrado por sindicato (art. 8°, III) no interesse de Direito Constitucional de categorias de trabalhadores quando a falta de norma regulamentadora desses direitos inviabilize seu exercicio. Agao popular: consta no art. 5°, LXXIII; trata-se de um remédio constitucional pelo qual qualquer cidadio fica investido de legitimidade para o exercicio de um poder de natureza essencialmente politica, e constitui manifestacao direta da soberania popular consubstanciada no art.1°, da CF; podemos definir aco popular como instituto processual civil, outorgado a qualquer cidadao como garantia politico-constitucional, para a defesa do interesse da coletividade, mediante a provocagéo do controle jurisdicional corretivo de atos lesivos do patriménio piblico, da moralidade administrativa, do meio ambiente e do patriménio histérico e cultural. GARANTIA DOS DIREITOS SOCIAIS Sindicalizacao e direito de greve: so os dois instrumentos mais eficazes para a efetividade dos direitos sociais dos trabalhadores (arts. 8° e 9°). DecisGes judiciais normativas: a importéncia dos sindicatos se revela na possibilidade de celebrarem convengdes coletivas de trabalho e, consequentemente, na legitimagdo que tém para suscitar dissidio coletivo de trabalho. (114, § 2"). Garantia de outros direitos sociais: fontes de recursos para a seguridade social, com aplicagao obrigatéria nas acGes e servicos de satide e as prestacdes previdenciérias e assistenciais (194 e 195); a reserva de recursos orcamentarios para a educagio (212); aos direitos culturais (215); ao meio ambiente (225). DA ORGANIZAGAO DO ESTADO E DOS PODERES I- DAESTRUTURA BASICA DA FEDERAGAO Componentes do Estado Federal: a organizacao politico-administrativa compreende, como se vé no art. 18, a Unido, os Estados, o Distrito Federal e os Municipios. Brasilia: € a capital federal; assume uma posigéo juridica especifica no conceito brasileiro de cidade; é 0 pélo irradiante, de onde partem, aos governados, as decisdes mais graves, e onde acontecem os fatos decisivos para os destinos do Pais. A posigdo dos territérios: ndo sio mais considerados componentes da federacdo; a CF Ihes da posigio correta, de acordo com sua natureza de mera-autarquia, simples descentralizacao administrativo-territorial da Unido, quando os declara integrantes desta (art. 18, § 2°). Formagao dos Estados: nao hé como formar novos Estados, senao por divisio de outro ou outros; a Constituigio prevé a possibilidade de transformagao deles por incorporacao entre si, por subdivisao ‘ou desmembramento quer para se anexarem a outros, quer para formarem novos Estados, quer, ainda, para formarem Territérios Federais, mediante aprovagio da populagio diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congreso Nacional, por lei complementar, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas (art. 18, § 3°, combinado com 0 art. 48, VI). Os Municipios na Federagao: a intervengao neles é da competéncia dos Estados, o que mostra serem vinculados a estes, tanto que sua criagao, incorporacdo, fusdo e desmembramento, far-se-do por lei estadual, dentro do periodo determinado por lei complementar federal (EC-15/96), e dependerio de plebiscito. Vedacées constitucionais de natureza federativa: 0 art. 19 contém vedacées gerais dirigidas a Unido, Estados, Distrito Federal e Municipios; visam o equilibrio federativo; a vedagao de criar distingdes entre brasileiros coliga-se com o princfpio da igualdade; a paridade federativa encontra apoio na vedacao de criar preferéncia entre os Estados. Il- DO GOVERNO DA UNIAO DAUNIAO COMO ENTIDADE FEDERATIVA, Conceito de Unido: é a entidade federal formada pela reunido das partes componentes, constituindo pessoa juridica de Direito Publico interno, auténoma em relagao as unidades federadas e a cabe exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro. Unido e pessoa juridica de Direito Internacional: o Estado federal é que € a pessoa juridica de Direito Internacional; quando se diz que a Unido é pessoa juridica de Direito Internacional, refere- se a2 coisas: as relagdes internacionais do Estado realizam-se por intermédio de érgios da Unido, integram a competéncia deste (art. 21, I a IV), ¢ os Estados federados ndo tem representagao nem competéncia em matéria internacional. Unido como pessoa juridica de direito interno: nessa qualidade, é titular de direitos e sujeitos de obrigagées; esta sujeita A responsabilidade pelos atos que pratica, podendo ser submetida aos Tribunais; como tal, tem domicilio na Capital Federal (18, § 1°); para fins processuais, conforme o caso (109, §§ 1° a 4°) ORGANIZAGAO DOS PODERES DA UNIAO Poderes da Unido: so, independentes e harménicos entre si, o Legislative, 0 Executive e 0 Judiciério. (art. 2°) Sistema de governo: so técnicas que regem as relagdes entre o Legislative e 0 Executive no exercicio das funcdes governamentais; sao tr8s os sistemas basicos, o presidencial, o parlamentar e © sistema colegiado. Presidencialismo; 0 Presidente exerce o Poder Executivo, acumula as fungdes de Chefe de Estado, Chefe de Governo e Chefe da Administracéo; cumpre um mandato por tempo fixo; 0 érgio do Poder Legislativo nao é Parlamento; eventual plano de governo, mesmo quando aprovado por lei, depende exclusivamente da coordenago do Presidente, que o executaré ou nao, bem ou mal, sem dar satisfagao juridica a outro poder. Parlamentarismo, é tipico das monarquias constitucionais; 0 Executivo se divide em duas partes: um Chefe de Estado e um Primeiro Ministro. DO PODER LEGISLATIVO © Congresso Nacional: a fungdo legislativa de competéncia da Unido é exercida pelo Congreso Nacional, que se compée da Camara dos Deputados e do Senado Federal, integrados respectivamente por deputados e senadores; no bicameralismo brasileiro, no ha predomindncia substancial de uma camara sobre outra. ‘A Camara dos Deputados: compée-se de representantes do povo, eleitos em cada Estado e no Distrito Federal pelo sistema proporcional; a CE nao fixa o niimero total de Deputados Federais, deixando isso e a representacdo por Estados para serem estabelecidos por lei complementar; fazendo-o proporcionalmente a populacio. O Senado Federal: compde-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, elegendo, cada um, 3 Senadores (com 2 suplentes cada), pelo principio majoritario, para um mandato de 8 anos, renovando-se a representacao de 4 em 4 anos, alternadamente, por um e dois tercos (art. 46). PROCEDIMENTO LEGISLATIVO Conceito © objeto: entende-se 0 conjunto de atos (iniciativa, emenda, votacao, sancao, veto) realizados pelos érgdos legislativos visando a formacao das leis constitucionais, complementares ¢ ordindrias, resolugdes e decretos legislativos; tem por objeto (art. 59) a elaboragao de emendas & Constituicdo, leis complementares, ordinarias, delegadas, medidas provisérias, decretos legislativos e resolugies. Atos do processo legislativo: a) iniciativa legislativa: é a faculdade que se atribui a alguém ou a algum érgio para apresentar projetos de lei ao Legislativo; b) emendas: constituem proposicdes apresentadas como acesséria a outra; sugerem modificagdes nos interesses relativos matéria contida em projetos de lei; ) votacao: constitui ato coletivo das casas do Congreso; é o ato de decisao (65 e 66) que se toma por maioria de votos, simples ou absoluta, conforme o caso; 4) sangao e veto: sao atos legislativos de competéncia exclusiva do Presidente; somente recaem sobre projeto de lei; sancao é a adesdo; veto é a discordancia com o projeto aprovado. DO PODER EXECUTIVO Eleicdo e mandato do Presidente da Repiblica: é eleito, simultaneamente com o Vice-presidente, dentre brasileiros natos que preencham as condigdes de elegibilidade previstas no art. 14, § 3%; a eleicao realizar-se-4, em primeiro turno, no primeiro domingo de outubro e, em segundo tumo, se houver, no dltimo domingo de outubro, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente; 0 mandato é de 4 anos (art. 82), do qual tomara posse, no dia 01/01 do ano seguinte ao de sua eleicao, perante 0 CN, em sesso conjunta, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituigio, observar as leis, promover o bem geral do povo, sustentar a unido, a integridade e a independéncia do Brasil. Substitutos e sucessores do Presidente: ao vice cabe substituir o Presidente, nos casos de impedimento, e suceder-Ihe no caso de vaga, e, além de outras atribuigdes que Ihe forem conferidas por lei complementar, auxiliaré o Presidente, sempre que por ele for convocado para missdes especiais (79, par.tinico); o outros substitutos sdo: o Presidente de Camara, o Presidente do Senado e © Presidente do STE, que serdo sucessivamente chamados ao exercicio da Presidéncia, se ocorrer 0 impedimento concomitante do Presidente e do Vice ou no caso de vacancia de ambos os cargos. DO PODER JUDICIARIO A fungao jurisdicional: os érgdos do Judicidrio t@m por fungao compor conflitos de interesse em cada caso concreto. Isso é a fungao jurisdicional, que se realiza por meio de um processo judicial, dito, por isso mesmo, sistema de composicao de conflitos de interesses ou sistema de composicao de lides. Jurisdigao e legislacao: nao é dificil distinguir a jurisdigao e a legislacao. Esta edita normas de carter geral e abstrato ¢ a jurisdigio se destina a aplicé-las, na solugao das lides. Jurisdicao e administracao: jurisdicao é aquilo que o legislador constituinte incluiu na competéncia dos 6rgaos judicidrios; e administragao o que conferiu aos érgdos do Executivo, que, em verdade, nao se limita a execugio da lei; nesse caso, ato jurisdicional é 0 que emana dos érgios jurisdicionais no exercicio de sua competéncia constitucional respeitante a solugao de conflitos de interesses. Orgaos da funcdo jurisdicional: STF, STJ , Tribunais Federais de Juizes Federais, Tribunais de Juizes do Trabalho, Tribunais de Juizes Eleitorais, Tribunais de Juizes Militares, ‘Tribunais de Juizes, dos Estados e do Distrito Federal. DAS FUNGOES ESSENCIAIS A JUSTIGA Funcionamento da Justiga - Nemo iudex sine actore: significa que nao hé juiz sem autor; revela que a justiga nao funcionaré se nao for provocada; a inércia é para o juiz, garantia de equilibrio, isto 6, imparcialidade; isso justifica as funcées essenciais a justiga, institucionalizadas nos arts. 127 a 135. ADVOGADO O advogado e a administracao da justisa: a advocacia nao é apenas um pressuposto da formacao do Judiciério, é também necesséria ao seu funcionamento; é indispensavel 8 administracao da justica (133). MINISTERIO PUBLICO Natureza e principios institucionais: a Constituigao Ihe dé o relevo de institui¢ao permanente, essencial a funcao jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem juridica, do regime democratico e dos interesses sociais e individuais indisponiveis; as normas constitucionais Ihe afirmam os princfpios institucionais da unidade, da indivisibilidade e da independéncia funcional e Ihe asseguram autonomia administrativa (169). ADVOCACIA PUBLICA Advocacia Geral da Unido(AGU): é prevista no art. 131, que diretamente ou através de Grgdos vinculados, representa a Unido judicial e extrajudicialmente; tem por chefe o Advogado-Geral da Unido, de livre nomeagao do Presidente dentre cidadaos maiores de 35, de notavel saber juridico e reputagio ilibada; serao organizados em carreira, em cuja classe inicial ingressarao por concurso. Representagao das unidades federadas (Procuradorias dos Estados e Procuradorias dos Municipios): compete aos seus Procuradores, organizados em carreira, em que ingressarao por concurso; com isso se institucionalizam os servicos juridicos estaduais. Defensorias Publicas e a defesa dos necessitados: a CF prevé em seu art. 134, a Defensoria Pablica como instituicao essencial a funcao jurisdicional, incumbida da orientacao juridica e defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5°, LXXIV; lei complementar a organizara, conforme disposto nos art. 21, XIII, e 22, XVII. III - DOS ESTADOS, DOS MUNICIPIOS E DO DISTRITO FEDERAL DOS ESTADOS FEDERADOS Autonomia dos Estados: a CF a assegura, consubstanciando-se na sua capacidade de auto- organizacao, de auto-legislacao, de auto-governo e de auto-administracao (arts. 18, 25 e 28). Auto-organizagao e Poder Constituinte Estadual: a auto organizagao se concretiza na capacidade de dar-se a prépria Constituigao (25); a CF assegurou aos Estados a capacidade de auto-organizar-se por Constituicio prépria, observados os principios dela; a CF € poder supremo, soberano; o Poder Constituinte Estadual é apenas aut6nomo. ORGANIZAGAO DOS GOVERNOS ESTADUAIS. Poder Legislativo estadual: Assembléia Legislativa ¢ 0 seu érgio, é unicameral; compée-se de Deputados, eleitos diretamente pelo sistema proporcional, para um mandato de quatro anos; sobre o seu funcionamento, redne-se na Capital, em sesso legislativa ordindria, independente de convocagio, na data fixada pela CE. Poder Executivo estadual: é exercido por um Governador, eleito para um mandato de quatro anos; a posse se di perante a Assembléia; as attibuicées do Governador serio definidas na CE; os impedimentos decorrem da natureza de suas atribuicées, assim como ocorre com o Presidente, independentemente de previsao especificada na CE; 0 processo e 0 julgamento dos crimes de responsabilidade serao estabelecidos na respectiva Constituigao, seguindo o modelo federal. Poder Judicidrio estadual: 0 constituinte estadual é livre para estruturar sua Justiga, desde que preveja o Tribunal de Justica, como 6rgio de ciipula da organizagao judicidria; a divisao judiciaria compreende a criagao, a alteragao e a extingao das secées, circunscrigées, comarcas, termos e distritos judiciérios, bem como sua classificacao; a competéncia dos Tribunais e Juizes é matéria da Constituigao e leis de organizagio judiciéria do Estado; a CF indica algumas competéncias do TJ (96 e 99). CONTEUDO DA CONSTITUIGAO ESTADUAL Elementos limitativos: referem-se aos direitos fundamentais do homemy; a CE nao tem que tratar dos direitos fundamentais que constam no Titulo II da CF; a CE pode ampliar os limites & atuagao das autoridades; os principios da legalidade e da moralidade administrativa podem ser reforgados. Elementos organicos: ter que aceitar a forma republicana e representativa de Governo, o sistema eleitoral majoritério em 2 turnos para Governador, etc, sequer pertine a ela cuidar desses assuntos, definidos em definitivo pela CF; teré maior autonomia na organizacao do Judicidrio, estabelecendo 0s Grgéos que melhor atendam os interesses da Justia local, observados os principios constitucionais (125). Elementos s6cio-ideol6gicos: so regras de ordem econdmica e social. DOS MUNICiPIOS Fundamentos constitucionais: s4o considerados componentes da estrutura federativa (arts. 1° e 18). Base constitucional da autonomia municipal: a autonomia municipal é assegurada pelos arts. 18 e 29, e garantida contra os Estados no art. 34, VII, c.; autonomia significa capacidade de poder gerir 0s préprios negécios, dentro de um circulo prefixado por entidade superior; a autonomia municipal se assenta em quatro capacidades: de auto-organizagao, de autogoverno, normativa prdpria e de auto-administragao. Capacidade de auto-organizacao: consiste na possibilidade da elaboracdo da lei organica prépria (29). GOVERNO MUNICIPAL Poderes municipais: & constituido s6 de Poder Executivo, exercido pelo Prefeito, e de Poder Legislativo, exercido pela Camara Municipal. Poder Executive municipal: € exercido pelo Prefeito, cabendo a lei organica discriminar suas fungies. Poder Legislativo municipal: a Camara municipal deverd também ter suas atribuigées discriminadas pela lei orgénica, as quais se desdobram em 4 grupos: funcéo legislativa, meramente deliberativa, fiscalizadora e julgadora. Subsidios de Prefeitos, Vice e Vereadores: serd fixado por lei de iniciativa da Camara, sujeita aos impostos gerais, nos termos do art. 39, § 4° (EC-19/98). DO DISTRITO FEDERAL ‘Natureza: tem como fungdo primeira servir de sede do governo federal; goza de autonomia politico constitucional; podemos concebé-lo como uma unidade federada com autonomia parcialmente tutelada. Autonomia: esta reconhecida no art. 32, que declara que o DF se regeré por lei organica prépria; compreende, em principio, as capacidades de auto-organizacio, auto-governo, auto-legislacio ¢ auto-administragao sobre areas de competéncia exclusiva. Auto-organizacao: essa capacidade efetiva-se com a elaboragao de sua lei organica, que definir 0s principios basicos de sua organizagao, suas competéncias e a organizacao de seus poderes governamentais. Competéncias: sao atribuidas as competéncias tributirias e legislativas que so reservadas aos Estados e Municfpios (32 e 147); observe-se que nem tudo que cabe aos Estados foi efetivamente atribuido & competéncia do DF, como legislar sobre a organizagio judicidria (22, XVII). GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Poder Legislativo: a Camara Legislativa compée-se de Deputados Distritais, eleitos pelo sistema proporcional, aplicando-se-Ihes as regras da CF, referidas aos congressistas (53, 54 e 55) sobre inviolabilidade, imunidades, renumeragao, perda do mandato, licenga, impedimentos e incorporagao as Forcas Armadas (32, § 3°, c/c 0 27). Poder Executivo: é exercido pelo Governador, que serd eleito para um mandato de quatro anos, na mesma época das eleigdes estaduais.es definidos em lei especifica, o que, na pratica, é quase 0 mesmo que recusar o direito prometido. SISTEMA TRIBUTARIO NACIONAL Componentes: o sistema tributdrio nacional compée-se de ibutos, que, de acordo com a Constituigdo, compreendem, os impostos, as taxas e as contribuigdes de melhoria (145); tributo € género, Empréstimo compulsério: 86 pode ser instituido pela Unido, mediante lei complementar no caso de investimento publico de carter urgente e de relevante interesse nacional ou para atender a despesas extraordinarias, decorrentes de calamidade ptiblica, de guerra externa ou sua iminéncia (148), Contribuigdes sociais: é competéncia exclusiva da Unido instituir contribuicées sociais (seguridade social e previdenciria, 195, I a Ill, e 201), de intervengao no dominio econdmico e de interesse das categorias profissionais ou econdmicas; a doutrina entende que todas essas contribuicdes compulsérias tém natureza tributirias, reputadas como tributos paraliscais. Elementos do sistema tributério nacional: distinguem-se os seguintes elementos, além das disposigdes gerais (145 a 149): a) limitagdes do poder de tributar (150 a 152); b) a discriminacao da competéncia tibutéria, por fontes (153 a 156); c) as normas do federalismo cooperativo, consubstanciadas nas disposigdes sobre a repartigao das receitas tributérias, discriminacao pelo produto (157 a 162). LIMITAGGES DO PODER DE TRIBUTAR Principios constitucionais da tributagdo ¢ sua classificagao: podemos classificé-los em: principios gerais, especiais, especificos e as imunidades tributarias; Os principios gerais sio expressos (da legalidade, igualdade tributéria, da personalizagio dos impostos e da capacidade contributiva, da irretroatividade, da proporcionalidade razoavel, liberdade de trafego) ou decorrentes (da universalidade e da destinacao ptiblica dos wibutos); Os principios especiais, constituem-se das vedacdes constantes dos arts. 151 e 152; os especificos referem-se a determinados impostos, e assim se apresentam: da progressividade, da nao cumulatividade do imposto e da seletividade do imposto; as imunidades fiscais, instituidas por razdes de privilégio, ou de consideracdes de interesse geral, excluem a atuacao do poder de tributar. DADEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIGOES DEMOCRATICAS - DO ESTADO DE DEFESAE DO ESTADO DE SiTIO Defesa do Estado e compromissos democraticos: defesa do Estado é defesa do territério contra invasio estrangeira (34, II, e 137, I1), € defesa da soberania nacional (91), é defesa da Patria (142), no mais defesa deste ou daquele regime politico ou de uma particular ideologia ou de um grupo detentor do poder. Defesa das instituigdes democréticas: equilibrio constitucional consiste na existéncia de uma distribuicao relativamente igual de poder, de tal maneira que nenhum grupo, ou combinacao de grupos, possa dominar sobre os demais; a democracia é o equilibrio mais estavel entre os grupos de poder. - DO ESTADO DE DEFESA Defesa do Estado e estado de defesa: o primeiro significa uma ordenacdo que tem por fim especifico e essencial a regulamentagao global das relacées sociais entre os membros de uma dada populacao sobre um dado territério; o segundo, segundo o art. 136, consiste na instauracdo de uma legalidade extraordinaria, por certo tempo, em locais restritos e determinados, mediante decreto do Presidente, para preservar a ordem piiblica ou a paz social ameagadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporgdes na natureza. Pressupostos e objetivo: tem por objetivo preservar ou restabelecer a ordem publica ou a paz. social ameacadas por aqueles fatores de crise; os fundamentos para sua instauragdo acham-se estabelecidos no art. 136, ¢ sdo de fundo e de forma. ESTADO DE SITIO Pressupostos, objetivos e conceito: causas do estado de sitio sao as situagées criticas que indicam a necessidade de instauragio de correspondente legalidade de excecdo para fazer frente a anormalidade manifestada; sua instauragao depende de preenchimento de requisitos (pressupostos) formais (137 e 138, §§ 2° e 3°); consiste, pois, na instaurago de uma legalidade extraordinéria, por determinado tempo e em certa Area, objetivando preservar ou restaurar a normalidade constitucional, perturbada por motivo de comogao grave de repercussao nacional ou por situacao de beligerncia com Estado estrangeiro.

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