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Módulo Vi Radiação Ionizante E Não Ionizante: Material Do Aluno
Módulo Vi Radiação Ionizante E Não Ionizante: Material Do Aluno
MATERIAL DO ALUNO
CURSO BÁSICO EM HIGIENE OCUPACIONAL: AGENTES
FÍSICO E QUÍMICO
MÓDULO VI RADIAÇÃO IONIZANTE E NÃO IONIZANTE
MATERIAL DO ALUNO
Salvador
2019
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
SINALIZAÇÃO....................................................................................................... 38
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 62
6
APRESENTAÇÃO
7
INTRODUÇÃO
Este módulo tem como objetivo específico apresentar uma abordagem
ampla acerca da radiação ionizante e não ionizante, dos quais o profissional de
saúde e segurança do trabalho deverão estar ciente ao longo de sua carreira
profissional.
Boa Leitura!
8
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
As radiações estão presentes em todas as partes, sendo aplicadas em
diversas atividades do dia a dia, e de acordo com o assunto que será estudado, as
radiações dividem-se em ionizantes e não ionizantes.
² https://www.tabelaperiodicacompleta.com/elemento-quimico/radonio/
9
De acordo com o FCC (Federal Communication Comission), órgão
responsável pela área de telecomunicações e radiodifusão dos Estados Unidos,
considera-se ionizante qualquer radiação eletromagnética que transporte energia
18
maior que 10 eV (elétron-volts), cerca de 1,6 10 Joules . Essa energia é
equivalente àquela transportada pelo ultravioleta longínquo.
10
necessárias para o devido controle. Para isso, é fundamental que todos os
envolvidos com o tema tenham conhecimento geral sobre a natureza e formas de
detecção da radiação, os níveis permissiveis de exposição, seus efeitos biologicos
no organinsmo, as técnicas, procedimentos e medidas de controle.Poderá o
profissional de SMS e/ou Higiene Ocupacional, tendo a responsabilidade de
gerenciar fontes radiotivas dentro do processo, ter que possuir capacitação
suficiente para manusear e interpretar dados de equipamento de detecção de
radiação ionizante, devendo este ser devidamente aprovado por órgao competente
no assunto dentro do país de atuação. Também deverão estar vigilantes quanto
aos demais colaboradores da planta industrial ou do local de intervenção com fonte
radioativa de que estejam informados com a clareza ncessária sobre os perigos
envolvendo materiais radioativos e sobre todos os procedimentos de prevenção de
acidentes que deverão ser seguidos.
11
Internacional de Proteção Radiológica (CIPR) também estabelece normas para a
definição e utilização de diversas quantidades e unidades empregadas para fins de
segurança radiológica.
d
D
dm
dN
A
dt
A N
12
constante de desintegração se mede por segundo. Está relacionada com o período
t1 / 2
de semidesintegração de um radionuclídeo por:
ln 2 0,693
t1 / 2 t1 / 2
Meia Vida: Esta quantidade é o tempo médio que um material (estado nuclear)
sobreviverá antes de experimentar uma transformação para um estado de energia
mais baixo através da emissão de radiação ionizante. Sua unidade fundamental é
o segundo (s), mas também pode ser expressa em horas, dias ou anos. Está
relacionado com a constante de desintegração por:
1
ln(2)
t1 / 2 t
N
ln 0
A equação para calcular a meia vida é dada por Nt , onde
N0
éa
Nt
quantidade de substância no início e é a quantidade de substância depois de
um período de tempo de tempo e t é o tempo passado.
13
Tabela 1: Meia-vida de alguns elementos radioativos
Hidrogênio 3: Trítio (3H); Carbono 14 (14C); Plutônio 32 (32P); Potássio (40K); Cobalto 60 (60Co), Tecnécio 99 (99Tc), Iodo
123 (123I);Urânio 235 (235U)
E WT H T
T
14
É dada por :
H T WR DT R
R
Elétron: Uma partícula elétrica muito pequena que possui a menor quantidade de
carga elétrica negativa. Os elétrons orbitais giram ao redor de um núcleo de um
1
átomo e a massa de um elétron é aproximadamente 1820 avos da massa de um
próton ou neutron.
15
Quantum: É o menor valor que certas grandezas físicas podem apresentar. São
exemplos de grandezas quantizadas a energia e o momento angular de
um elétron em um átomo.
Isótopos: Átomos que possuem o mesmo número de prótons, ou seja, são espécies
distintas do mesmo elemento, diferindo apenas no número de massa e de nêutrons.
O urânio 238 (U-238), por exemplo, contém 92 prótons e 146 nêutrons, equanto
que, o urânio 235 (U-235)contém 92 prótons e 143 nêutrons. Portanto, o peso
atômico do urânio (U- 238) é superior em 3 unidades de nêutrons quando
comparado com o urânio (U-235).
Nêutron: Pequena partícula que constitui o núcleo do átomo. Não tem carga e é
formada por partículas ainda menores, as quais recebem o nome de quarks.
Núcleo Atômico: Parte central interna de um átomo, sendo formado por prótons e
nêutrons fortemente ligados entre si.
Átomo: Unidade básica de matéria que consiste num núcleo central de carga
elétrica positiva envolto por uma nuvem de elétrons de carga negativa. O núcleo
atômico é composto por prótons e nêutrons. Os elétrons de um átomo estão ligados
ao núcleo por força eletromagnética.
16
Sievert (Sv): Unidade de dose de radiação absorvida que regulao fator de qualidade
da radiação em comparação com a radiação gama. É igual ao regulador de Gray,
do fator de qualidade, e equivalente a 100 rem.
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Os raios X e gama se sobrepõem e ocupam um âmbito comum dentro do espectro
eletromagnético. A radiação X é produzida em uma porção dos elétrons orbitais de
um átomo ou a partir de elétrons livres. Enquanto que a radiação gama se origina
no núcleo. Em geral, os raios X são produzidos artificialmente e os raios gama são
emitidos de maneira espontânea por materiais radioativos.
Toda matéria é composta por átomos e cada átomo possui duas partes básicas,
um centro e um núcleo pesado que contém partículas carregas positivamente,
denominadas de prótons, partículas neutras, denominadas de nêutrons e partículas
livres que possuem carga negativa, denominada de elétrons e estas giram ao redor
do núcleo conforme demonstra a figura 2.
O termo radiação nuclear descreve todas as formas de energia radioativa que tem
em sua origem o núcleo de um átomo radioativo. Além da radiação gama, os
átomos podem emitir partículas que se movem em altas velocidades.
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ser convertidos em radioativos quando o núcleo do mesmo captura um nêutron
extra. O átomo radioativo é instável devido a energia extra que o nêutron agrega
ao núcleo. Os átomos excitados a ponto de ficarem radioativos liberam seu excesso
de energia retornando a um estado estável mediante a emissão por um núcleo de
partículas subatômicas e de raios gama. As partículas mais importantes a serem
estudadas são as partículas alfa, beta e nêutron, além das radiações
eletromagnéticas gama e os raios X.
Partículas Alfa (α): A radiação gerada por partículas alfa são formadas por dois
nêutrons e dois prótons, dando lugar a uma unidade de carga positiva +2. É emitida
por núcleo de átomos radioativos e produzem uma ionização de alta densidade. As
partículas alfa transferem suas energias em uma curta distância e podem ser
“detidas” de maneira eficaz por uma folha de papel funcionando como uma barreira
protetora ou até mesmo pela camada de células mortas da pele .
Partículas Beta (β): A radiação gerada por partículas beta são formadas por
partículas negativas com carga – 1. São mais penetrantes e menos energéticas
que as partículas alfa, conseguem atravessar lâminas de chumbo de até 2 mm ou
de alumínio de até 5 mm no ar, mas são barradas por uma placa de madeira de 2,5
cm de espessura. São emitidas com diferentes energias cinéticas, possuem uma
penetração suficiente para causar queimaduras na pele.
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Partículas Gama (γ): A radiação gerada por partículas gama são ondas
eletromagnéticas, e possuem carga e massa nulas, emitem continuamente calor e
têm a capacidade de ionizar o ar e torná-lo condutor de corrente elétrica. As
partículas gama percorrem milhares de metros no ar, são mais perigosas, quando
emitidas por muito tempo podem causar má formação nas células. Os raios gama
conseguem atravessar chapas de aço de até 15 cm de espessura, mas são
barradas por grossas placas de chumbo ou paredes de concreto. A radiação gama
possui alta energia e comprimento de onda curto, ou seja, é capaz de penetrar
profundamente na matéria. Em razão dessa propriedade, os raios gamas são
usados em larga escala pela indústria para esterilizar equipamentos e produtos
alimentícios. A emissão gama revela uma grande importância na medicina. O
Cobalto-60, por exemplo, é um emissor de radiação gama e por isso usado no
tratamento do câncer. O tratamento consiste em direcionar os raios gama para o
tumor, causando sua destruição.
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Figura 6 - Emissão de partículas de nêutron
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Podem provocam mudanças biológicas, benignas ou malignas, ao interagir
com um corpo;
Controle médico através de exames periódicos de acordo com o PCMSO e
PCA;
Elaboração de planejamento para a escolha adequada dos protetores
auriculares.
De acordo com a reportagem da revista VEJA, publicada pelo jornalista Marco Túlio
Pires em 18 de março de 2011, em pequenas doses, a exposição à radiação não
oferece riscos à saúde: o corpo tem tempo suficiente para substituir as células que
eventualmente tenham sido alteradas ou destruídas. Em doses extremas, é fatal: o
desastre nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, o mais grave da história,
matou 30 pessoas em apenas um mês e foi associado a 1.800 notificações de
câncer de tireoide. O Japão atravessa agora a pior crise nuclear desde o acidente
na usina soviética. O governo divulgou que pelo menos 20 pessoas foram expostas
à radiação que escapou da usina Fukushima, mas não detalhou as circunstâncias
ou a gravidade dos casos.
Chamada ionizante, a radiação emitida pelo combustível das usinas nucleares (em
geral urânio ou plutônio) tem a propriedade de alterar a carga elétrica dos
elementos das células humanas. A extensão dos danos à saúde depende da dose
e do tempo de exposição e até da região do corpo atingida. Os pulsos, por exemplo,
são mais resistentes à radiação. A medula óssea, ao contrário, é o órgão mais
sensível.
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pela radiação não aparecem antes de 10 anos a contar das doses recebidas. Em
caso de leucemia, o intervalo cai para dois anos. Esse período entre a exposição e
o aparecimento do câncer é chamado ‘período latente’.
Os cientistas ainda não têm dados precisos para determinar o risco de câncer
associado a uma dada exposição à radiação, mas existem estimativas. Sabe-se
que baixas dosagens não estão relacionadas ao câncer, daí por que são
normalmente seguros exames médicos como tomografia, raio-X e mamografia,
segundo a Health Physics Society (HPS), uma organização americana
especializada nos efeitos da radiação no corpo humano. Mas a partir de uma certa
dosagem, a associação entre radiação e câncer aparece.
O que é Sievert?
Sievert (Sv) é uma unidade que mede os efeitos biológicos da radiação – os efeitos
físicos são mensurados por outra unidade, chamada gray (Gy). A dose de radiação
no tecido humano, em Sv, é encontrada pela multiplicação da dose medida
em gray por outros fatores que dependem do tipo de radiação, parte do corpo
atingida, tempo e intensidade de exposição.
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localizadas, “apenas a região onde está o tumor é atingida”. De acordo com
Malzyner, o primeiro sintoma causado pelo envenenamento por radiação é a
náusea. “É o efeito clínico mais comum”, diz Malzyner. Se a dose aumentar, a
radiação começa a atingir outros tecidos humanos, em particular a medula óssea,
responsável pela formação das células sanguíneas. “Em 30 dias a pessoa se torna
anêmica e incapaz de se defender contra doenças”, diz o oncologista.
https://veja.abril.com.br/saude/os-efeitos-da-radioatividade-no-corpo-humano/
Uma outra reportagem, essa publicada pela BBC em 12 de abril de 2011, relata
sobre os efeitos da radiação no corpo humano e responde a algumas perguntas:
Depois da primeira série de sintomas, pode haver breve período sem qualquer
problema aparente, mas algumas semanas depois, os sintomas podem voltar ainda
mais fortes.
Com níveis mais altos de radiação, todos esses sintomas podem ser imediatamente
aparentes, assim como lesões - possivelmente fatais - aos órgãos internos.
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O corpo tem vários processos para garantir que as células não se tornem
cancerosas, mas os danos causados por exposição à radiação podem atrapalhar
esses processos de controle, fazendo com que o câncer se torne muito mais
provável.
Potencialmente sim, porque como elas estão crescendo mais rapidamente, mais
células estão se dividindo, e as chances de mais coisas darem errado se torna
maior.
https://radioprotecaonapratica.com.br/efeitos-da-radiacao-no-corpo-humano/
25
Figura 7 – Capacidade de penetração de cada tipo de radiação por tipo de barreira.
Sabe-se que a radiação pode produzir efeitos em nível celular, causando sua morte
ou modificação, devido aos danos causados nas fitas do ácido desoxirribonucleico
(DNA) em um cromossomo.
Quando o número de células afetadas ou até mesmo mortas for grande o suficiente,
a radiação poderá resultar na disfunção e morte dos órgãos atingidos.
Outra influência da radiação sobre o DNA são os danos que não causam a morte
celular. Esses tipos de dano são normalmente reparados por inteiro, mas caso isso
não ocorra, a modificação resultante – conhecida como mutação celular – causará
reflexo nas divisões celulares subsequentes.
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A figura 8 demonstra as consequências das radiações ionizantes na estrutura do
DNA.
O calor emitido pela radiação é tão forte que pode queimar bem mais do que a
exposição prolongada ao Sol. Portanto, um contato com partículas radioativas pode
deixar a pele do indivíduo totalmente danificada, uma vez que as células não
resistem ao calor emitido pela reação.
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Doses agudas maiores que 50 Gy danificam o sistema nervoso central de tal forma
que a morte ocorre em poucos dias. Mesmo para doses inferiores a 8 Gy, as
pessoas apresentam sintomas de doença causada por radiação, também
conhecida como síndrome aguda da radiação, que podem incluir náusea, vômitos,
diarréia, cólicas intestinais, salivação, desidratação, fadiga, apatia, letargia,
sudorese, febre, dor de cabeça e pressão baixa. O termo aguda refere-se a
problemas médicos que ocorrem imediatamente após a exposição, em vez
daqueles que se desenvolvem após um período prolongado. Ainda assim, as
vítimas podem sobreviver no início, chegando a óbito por um problema
gastrointestinal, uma ou duas semanas depois. Doses menores podem não causar
danos gastrointestinais, mas ainda causam a morte após alguns meses,
principalmente devido a danos na medula óssea. Mesmo doses menores irão
retardar o início de doenças e produzirão menos sintomas severos. Cerca de
metade daqueles que recebem doses de 2 Gy sofrem com vômitos cerca de três
horas após a exposição, mas isso é raro com doses abaixo de 1 Gy.
https://radioprotecaonapratica.com.br/efeitos-da-radiacao-no-corpo-humano/
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Desenho dos postos de trabalho para a segurança
radiológica
Os perigos que compreendem a manipulação e uso de fontes de radiação exigem
características especiais de desenho e projeto de postos de trabalho. Estas
características especiais de desenho são para assegurar que os trabalhadores que
vierem a realizar quaisquer atividades com alguma fonte radioativa, as façam com
o maior grau de segurança possível de forma a buscar evitar o risco de exposições
inadvertidas.
Tabela 2 – Classificação dos radionuclídeos pela radiotoxicidade relativa de uma unidade de atividade.
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Ainda segundo a IAEA, cada grupo deverá direcionar a classificação das zonas de
trabalho conforme descrito na tabela 3.
30
radioativa exige Exemplo: Salas de
instruções de controle.
operações
especiais.
Uma medida importante que deve ser adotada é de, quando for adotada uma nova
fonte radioativa dentro de um processo de trabalho, faz-se necessário o
estabelecimento de uma política rígida de vigilância, realizando um estudo
detalhado sobre as características da fonte de emissão radioativa e estabelecer,
com isso, um procedimento claro e objetivo com as diretrizes mínimas necessárias
para controle, manuseio, isolamento de área, fichas de preenchimento, medições
ambientais, protocolos de controle médico dos expostos, etc.
31
O planejamento de controle de vigilância das operações com materiais radioativos
depende, em grande parte, se as operações a serem realizadas influenciam nos
campos de radiação ou se estes permanceram constantes durante todas as
operações normais. O planejamento detalhado de controle depende, sobretudo, da
forma de operação e das condições locais.
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Instrumentos de monitoramento e controle
Existem diversos tipos de detectores associados com dispositivos de medição que
se empregam para controlar ou para medir as radiações. Nenhum deles se podem
utilizar de maneira universal e para cada medição (ou tipo de medição) de radiação
é de primordial importância selecionar adequadamente o detector mais adequado
para cada situação.
Dosímetro Fotográfico
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A figura 9 demonstra um modelo de dosímetro fotográfico para controle de
exposições pessoais, onde a placa interna permite um registro permanente de dose
enquanto houver exposições a fontes radioativas no ambiente.
Dosímetro de Bolso
O dosímetro de bolso é uma unidade portátil de leitura direta que possui a forma de
uma caneta com um clip para ser afixado ao bolso da camisa ou do uniforme. Em
geral, são empregadas para medir radiações X e gama. A principal vantagem deste
tipo de dosímetro é que permite a cada indivíduo estabelecer sua dose de radiação
enquanto estiver trabalhando, enquanto que no modelo fotográfico é necessário
realizar o procedimento de comparação de filmes para saber o nível de radiação
recebido.
Contadores de Geiger-Mueller
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contém um gás especial e possui uma voltagem maior entre seus eletrodos, de
maneira que para provocar uma descarga são necessários um número muito
pequeno de íons. Os elétrons são liberados por um processo de ionização inicial e
adquirem energia suficiente através da voltagem para criar ainda mais íons. Este
instrumento não possui resposta uniforme para diferentes níveis de radiação e
somente tem resposta assertiva quando são calibrados para o tipo de energia iônica
que irão monitorar.
Tempo
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Para realizar uma tarefa é necessário planejar e calcular o tempo de necessidade
de utilização de uma fonte radioativa e o grau de exposição pode ser conhecido
através de medições de leitura direta como é o caso de utilização de um dosímetro,
ou também através de aparelhos que emitam sinais sonoros “chiantes”, como é o
caso do contador Geiger-Mueller quando deparados com níveis de exposições a
radiações.
Distância
A figura 12 demonstra esse fator geométrico de diminuição da dose. Pode ser visto
que que parte do feixe que atingiria o indivíduo no ponto A, mais perto da fonte,
não o atinge se ele se afastar para o ponto B, logo, a essa distância, a dose é menor
que no ponto A.
36
Blindagem
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A figura 13 demonstra um biombo de alvenaria com massa baritada e vidro
plumbífero em sala de raios X diagnóstico, como um exemplo de barreira.
Figura 13 – Biombo de alvenaria com massa baritada e vidro plumbífero em sala de raios X diagnóstico
Sinalização
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Figura 14 – Placas de sinalização de perigo de radiação ionizante.
O risco físico denominado radiações ionizantes está presente em diversos itens das
normas brasileiras que tratam de saúde e segurança do trabalho, tendo destaque
as NR-7, NR-15 e NR-32, além dos textos descritos pela previdência social.
39
pelas normas específicas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN e da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, do Ministério da Saúde.
32.4.4 Toda trabalhadora com gravidez confirmada deve ser afastada das
atividades com radiações ionizantes, devendo ser remanejada para atividade
compatível com seu nível de formação.
40
32.4.5 Toda instalação radiativa deve dispor de monitoração individual e de áreas.
32.4.5.5 Após ocorrência ou suspeita de acidentes com fontes não seladas, sujeitas
a exposição externa ou com contaminação interna, devem ser adotados
procedimentos adicionais de monitoração individual, avaliação clínica e a
realização de exames complementares, incluindo a dosimetria cito genética, a
análise in vivo e in vitro, a critério médico.
41
d) manter no registro individual do trabalhador as capacitações ministradas;
g) capacitações realizadas;
h) estimativas de incorporações;
42
32.4.7.1 O registro individual dos trabalhadores deve ser mantido no local de
trabalho e à disposição da inspeção do trabalho.
32.4.8 O prontuário clínico individual previsto pela NR-07 deve ser mantido
atualizado e ser conservado por 30 (trinta) anos após o término de sua ocupação.
b) proteção individual;
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32.4.12 As áreas da instalação radiativa devem estar devidamente sinalizadas em
conformidade com a legislação em vigor, em especial quanto aos seguintes
aspectos:
b) as fontes presentes nestas áreas e seus rejeitos devem ter as suas embalagens,
recipientes ou blindagens identificadas em relação ao tipo de elemento radioativo,
atividade e tipo de emissão;
g) sistemas de alarme.
44
c) dispor de pia com cuba de, no mínimo, 40 cm de profundidade, e acionamento
para abertura das torneiras sem controle manual.
32.4.13.5 Sempre que for interrompida a atividade de trabalho, deve ser feita a
monitoração das extremidades e de corpo inteiro dos trabalhadores que manipulam
radiofármacos.
b) ser sinalizado;
45
a) blindagem;
c) sanitário privativo;
f) acesso controlado.
32.4.14.2 Da Braquiterapia
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32.4.14.2.5 O preparo manual de fontes utilizadas em braquiterapia de baixa taxa
de dose deve ser realizado em sala específica com acesso controlado, somente
sendo permitida a presença de pessoas diretamente envolvidas com esta atividade.
47
32.4.15.3.2 Não é permitida a instalação de mais de um equipamento de raios X
por sala.
c) sistema para garantir que o feixe de radiação seja completamente restrito à área
do receptor de imagem;
48
b) nenhum trabalhador deve segurar o filme durante a exposição;
ANEXO IV
2.0.3
RADIAÇÕES IONIZANTES
25
a) extração e beneficiamento de minerais radioativos; ANOS
e) trabalhos realizados com exposição aos raios Alfa, Beta, Gama e X, aos
nêutrons e às substâncias radioativas para fins industriais, terapêuticos e
diagnósticos;
49
Radiações Não Ionizantes
As radiações não ionizantes são as radiações cuja energia é insuficiente para
ionizar átomos ou moléculas, ou seja, possuem energia inferior a 10 ou
12 eV. Portanto, a radiação não ionizante refere-se à radiação eletromagnética que
possui comprimento de onda maior que 100 nm (ou ainda,
Porém, para fins práticos de proteção radiológica, também podem ser considerados
radiações não ionizantes os campos elétricos e magnéticos estáticos, bem como o
transporte de energia através da matéria sob a forma de vibrações mecânicas,
como ultrassom e infrassom.
50
Figura 16 – Espectro de Radiações Não Ionizantes
Radiofrequência e Microondas
51
Efeitos à saúde
Deve ser lembrado também que pode ocorrer uma série de fenômenos e efeitos
não térmicos cuja natureza e importância ainda carecem de consolidação quanto
52
ao risco e à prevenção. Existem muitas pesquisas correntes sobre o tema, que vão
desde a questão das linhas de alta tensão até os telefones celulares.
As mais recentes informações sobre a situação geral das radiações não ionizantes
podem ser obtidas no site da organização Mundial da Saúde ( OMS ). O site a ser
visitado é www.who.int/emf.
Radiação Infravermelha
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índice IBUTG. Todavia, a radiação também pode causar efeitos oculares,
independentemente da questão do aquecimento do corpo inteiro nos estudos de
calor. As fontes infravermelhas são os corpos aquecidos e incandescentes,
chamas, arcos, material em fusão. A quantidade irradiada será tão maior quanto
mais alta a temperatura da fonte e sua área de emissão. Existem também lâmpadas
especiais nessa região. Devemos ainda nos lembrar do sol, que é a fonte
infravermelha que garante a vida na terra.
Normalmente essas fontes não são muito brilhantes (parte visível) e, portanto, não
produzem aversão visual por ofuscamento. Dessa forma, as pessoas se expõem
inadvertidamente em muitas atividades industriais, como na regulagem de chamas,
fornos, maçaricos, soldagem, secagem de tintas com lâmpadas infravermelhas. Em
todas as radiações não ionizantes, com exceção do LASER, afastar-se das fontes
sempre será benéfico.
54
Figura 18 – Tipo de lente em função do processo que envolva RNI.
O controle da exposição de pele e olhos deve ser tratado dentro dos mesmos
princípios já expostos anteriormente, com as seguintes peculiaridades:
Luz
A luz visível também é uma radiação não ionizante, a qual tem a peculiaridade de
impressionar a visão. Em outras palavras, nossos olhos são capazes de perceber
a radiação não ionizante (ondas eletromagnéticas) na região de 400 nanômetros a
780 nanômetros. Existem limites de exposição para luz muito intensa (ACGIH), mas
esse não é o caso ocupacional geral, em que a iluminação é apenas suficiente e
muitas vezes deficiente.
55
Radiação Ultravioleta
• Sol, fonte natural, ao nível do mar, em que recebemos radiação que vai até os
290 nm aproximadamente.
• Todos os tipos de arcos elétricos, com especial atenção a todos os tipos de solda.
As modalidades de maior emissão UV são as protegidas com o gás Argônio (MIG,
TIG, MAG).
• Lâmpadas germicidas.
56
Efeitos da Radiação Ultravioleta
A radiação ultravioleta é muito pouco penetrante; dessa forma, seus efeitos serão
sempre superficiais, envolvendo a pele e os olhos. Os efeitos agudos são, em geral,
retardados de 6 a 12 horas, e essa é uma característica típica da radiação. Não
existe sensação no momento da exposição e por isso doses elevadas podem ser
recebidas sem qualquer advertência sensorial.
Parece não existir ainda vínculo causal com as atividades industriais em interiores.
57
• Há evidência suficiente de carcinogenicidade da radiação solar para o homem
(câncer de pele e melanoma).
Os materiais rígidos e opacos servem como uma boa barreira de atenuação das
RNI, tendo como exemplo os polímeros nas faixas de policarbonato e acrílico,
58
sendo que para soldadores, a proteção dos olhos torna-se mais eficiente quando
se utilizam tonalidades mais escuras, mas isso dependerá do tipo de solda a ser
realizado, portanto, consultar o fabricante da proteção coletiva e individual faz-se
necessário e importante.
Radiação laser
O termo raio laser (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation), em
português seria denominado como Luz Amplificada por Estimulação de Radiação,
foi criado pelo físico americano Theodore Maiman.
A aplicação do laser hoje faz parte do dia a dia e pode estar presente em aperelhos
musicais, ponteiras eletrônicas utilizadas em palestra, computadores, comunicação
por fibra ótica, consultórios médicos e odontológicos, etc.
59
Efeitos Nocivos causados pelos raios lasers
Uma exposição a raios lasers sem o devido conhecimento, controle e critério podem
gerar problemas para o indivíduo que se expõe. Basicamente, o maior risco de
exposição ao raio laser é a queimadura e possível destruição da pele, tecido e
órgãos dependendo da intensidade. Por exemplo, em uma exposição direta dos
olhos ao raio laser poderá gerar queimaduras da retina e isso pode ocorrer com
uma exposição curta quando o local for diretamente atingido. Mesmo com baixa
intensidade, na faixa de miliwatts (mW), já pode gerar sequelas para quem se expõe
indevidamente. Em apontadores para palestras, bem como em brinquedos,
vendidos sem nenhuma fiscalização e regulamentação podem ser fontes de risco
de exposição indevida por quem utiliza sem conhecer os possíveis riscos do laser
ou por algum tipo de brincadeira sem critério e de mau gosto.
A NR – 15, Anexo VII, determina que são consideradas como RNI as microondas,
ultravioletas e laser. Diz ainda que as operações ou atividades que exponham os
trabalhadores às radiações não ionizantes, sem a proteção adequada, serão
consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção realizada no local
de trabalho e que atividades ou operações que exponham os trabalhadores às
60
radiações da luz negra (ultravioleta na faixa - 400- 320 nanômetros) não serão
consideradas insalubres.
Portanto, pode ser observado pelo texto legal que as exposições a RNI são
determinadas de maneira qualitativa através de laudo pericial realizado no campo
de trabalho.
61
Bibliografia
PORTARIA MTB Nº 3.214, DE 08 DE JUNHO DE 1978 - DOU DE 06/07/1978
PREVIDÊNCIA SOCIAL DO BRASIL, DECRETO Nº 3.048, DE 6 DE MAIO DE 1999.
NORMAS REGULAMENTADORAS, Nº 06, 07, 09, 15, 32;
ENCICLOPEDIA DE SALUD Y SEGURIDAD EN EL TRABAJO, CAP.48, RADIACIONES
IONIZANTES, JR. CHERRY, N.R, 1998, OIT, INSHT, ESPANHA.
MANUAL DE FUNDAMENTOS DE HIGIENE INDUSTRIAL, CAP 10, CHEEVER, L.C, 1981,
CONSEJO INTERAMERICANO DE SEGURIDAD.
TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE AGENTES AMBIENTAIS : MANUAL SESI. BRASÍLIA :
SESI/DN, 2007.
https://radioprotecaonapratica.com.br/efeitos-da-radiacao-no-corpo-humano/
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/emissao-gama.htm
https://pt.wikihow.com/Calcular-Meia-Vida
62