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UNIDADE Iv Farmacos que afetam o sistema cardiovascular Anti-hipertensivos Kyle Metin \_RESUMO 17 ‘Aipananato ¢ tid come una prosito afl aca continua mar ED doque Wo mnlg fou ura presale sargunea sie cota melo aera te 90 rmrig A Npoteret esta Go aumero do onus co msc ao rence anv vatr pica, cuclea eo arano deta ane e Choradona iesugio da capetinl Go seme venos Nr ea case ca es sao cumero Goons vescuar€ desma, Presto ata ovata Pees Sumas coum uc lacetee80% dos auto os EUA Era eee muitos pacientes nao tenham sintomas, a hipertensao crénica pode causar Hidroclorotiazida ong cara escsete aco erate (AVE, ex pineal cases eae demote mundo Anperentoarbam um rd eco npotantene ietolzond desarvolnant de Goons onal nce e neuen cara Ae Toreniaa dade ea ronaldate annem agleavarete quando atipensto 6 rite Glagnostonea precocoenteettiada do ogo aequacs, Oo taacte Usados no atamert da ipedenso sf epesentaas na Fg 7 ae Pre oa) xa ‘ , —s ae Alisartana medoxomil wes ee Captopril Carvedilol \Condesortena, Enalapril Esmolol fae nau Enrosa Fes tate Inbesartana Usinopri ‘Metoprolol Olmesartane Moexipril Nadolo! Pesndepl ieee Teimbartana una Pent Alisquireno Timolol Resumo dos ant-hipertensivos. TECAs, nbidores da enzima conversora de angiotensina (Continua) 226 Whalon, Finkel & Panaveli Dra Cee Anlodipino Clevedipino Diltiazem Felodipino Isradipino ‘Nicardipino Nifedipino Nisoldipino Verapamil EEE Doxazosina Prazosina Terazosina ‘OUTROS lonidina Fenoldopam Hidralazina Metildopa Minoxidil Nitroprussiato Figura 17.1 (Continuagao) Resumo dos anti-hipertensivos. sistaica] — Piasttca mm | mmtig Normal | <120 Préhiper- Prétiper- | 120.135] ou | 90-89 Estégio! | 140-159| ou| 90-99 Estagiont [2160 [ou| 2100 Figura 172 Classificagao da pressao arterial Reconhecendo 0 cardter progressive da hipertenséo, ela é classificada em quatro categorias com o objetivo de orientar 0 tratamento (Fig. 17.2). Ul, ETIOLOGIA DA HIPERTENSAO Embora a hipertensdo possa ocorrer secundariamente a outras doengas, mais de 90% dos pacientes tém hipertensao essencial (sem causa identii- cével). A existéncia de hipertensao na familia aumenta a probabilidade de m individuo desenvolver hipertensdo. A provaléncia de hipertensao au- menta com a idade, mas diminui com a educag&o e 0 nivel econémico. Negros no hispanicos tém maior incidéncia de hipertensdo do que bran- cos hispanicos © nao hispanicos. Pessoas com diabetes, obesidade ou estado de deficiéncia sao mais propensas a ter hipertensao do que as de- mais. Além disso, fatores ambientais, como estilo de vida estressante, in- gestdo clevada de sédio na dieta e fumo, podem adicionalmente predispor 2 hipertensao. Ill, MECANISMOS DE CONTROLE DA PRESSAO ARTERIAL AA pressao arterial 6 regulada dentro de uma faixa estreita para prover perfu so adequada aos tecides sem causar lesdes ao sistema vascular, particu larmente a tunica intima arterial (endotélio). Ela é diretamente proporcional a0 débito cardiaco e a resisténcia vascular periférica (Fig. 17.3). O débito cardiaco e a resistencia periférica so controlados principalmente por dois. mecanismos sobrepostos de controle: os barorrellexos e o sistema renina- -angiotensina-aldosterona (Fig. 17.4). A maioria dos anti-hipertensivos dimi- ‘ui a pressdo arterial, reduzindo o débito cardiaco e/ou diminuindo a resis téncia peritérica, A. Barorreceptores e sistema nervoso simpatico Os barorreflexos atuam alterando a atividade do sistema nervoso sim- patico, Por isso, so responsdveis pela regulagao rapida da pressao arterial. Uma queda da prossao determina que os naurénios sensiveis, A pressio (barorreceptores do arco aértico @ seios carotideos) reme- tam menos impulsos aos centros cardiovasculares na medula espinal Isso determina uma resposta reflexa imediata de aumento do estimulo simpatico e diminuigao parassimpatica ao coragao @ aos vasos, resul> tando em vasoconstrigao @ aumento do débito cardiaco, Essas mudan- {gas resultam em um aumento compensatério da pressdo sanguinea (Fig. 17.4). sistema renina-angiotensin: Os rins sao responsaveis pelo controle da pressao arterial ajustando 0 volume sanguineo. Os barorreceptores nos rins respondem & pressio arterial reduzida (e & estimulagao simpatica de adrenoceptores fi), libe- rando a enzima renina (Fig. 17.4). Ingestao baixa de sédio e aumento da perda de sédio também tornam maior a liberagao de renina. Essa pep- tidase converte angiotensinogénio em angiotensina |, que é convertida, por sua vez, em angiotensina Il na presenga da enzima conversora de angiotensina (ECA). A angiotensina Il é um vasoconstrtr crculante po- tente, que contrai arteriolas e veias, resultando no aumento da presso arterial. A angiotensina Il exerce ago vasoconstritora preferencial nas Idosterona Farmacologialustrada_227 arteriolas eferentes do glomérulo renal, aumentando a fltagao glome- rular. Além disso, a angictensina Il estimula a secregao de aldosterona, levando ao aumento da reabsoreao renal de sédio e ao aumento do vo- lume sanguineo, 0 que contribul para © aumento adicional da pressio arterial. Esses efeitos so modiados pola estimulagdo dos recoptores da angiotensina Il tipo 1 (AT,) IV._ ESTRATEGIAS DE TRATAMENTO (objetivo do tratamento ant-hipertensivo é reduzir a morbidade cardiovas- ‘ular e renal e a mortalidade. A relagao entre a pressao arterial e otisco de ‘eventos cardiovasculares & continua; assim, mesmo reduzindo a pressao arterial moderadamente elevada, reduz-se a doenga cardiovascular signiti- cativamente. A classificagao de “pré-hipertensao" reconhece essa relagao © enfatiza a necessidade de diminuir a pressao arterial na populacdo geral ‘com medidas educativas e adogdo de condutas redutoras da pressao. Para ‘a maioria dos pacientes, o objetivo do tratamento da hipertensao 6 uma pressdo arterial sistlica menor que 140 mmHg e uma pressao diastalica menor que 90 mmHg. A hipertensdo maderada pode ser controlada algu- mas vezes com monoterapia, mas a maioria dos pacientes requer mais de um férmaco para obter 0 controle. As recomendagoes atuais S40 de inciar © tratamento com diurético tiazidico, IECA, bloqueador do receptor de an- lotensina (BRA) ou bloqueador dos canais de calcio (BCC), Se a pressao arterial no & controlada adequadamente, deve ser acrescentado 0 segun- do férmaco, selecionado com base na minimizagao dos efeitos adversos Resposta mediada pelo sistema nervoso simpitico ‘tivagio de adrenocaptores cy ‘ermascloe eos aol Resposta mediada pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona PRESSAO ARTERIAL DéBITO CARDIACO RESISTENCIA PERIFERICA, t onus arteriolar Contratilidade, Volumede —_Tonus sangue venoso Figura 17.3 Principals fatores que influenciam a pressao arterial ey pressio arterial Figura 17.4 Resposta do sistema nervoso auténomo e do sistema renina-angiotensina-aldosterona & diminuigao da pressao arterial 228_Whalon, Finkel & Panavell DOENGA CONCOMITANTE ‘ALTO RISCODE | _ DOENGA CORONARIA. CLASSES DE FARMACOS INDICADOS NO TRATAMENTO DA HIPERTENSAO Diurdtcos {asunder {raed Totagonitas do receptrde Sicrovons ‘Antagonists do rewepter de idorerons BRAS DOENCA RENALCRONICA Figura 17.5 Tratamento da hipertensao em pacientes com doengas concomitantes. (Nota: 0s BRAs s4o uma alternativa aos IECAS) AVE, acidente vascular encellico; IECAS, iibidores da enzima conversora de angiotensina; BRAS, bloqueadores do receptor de angiotonsina I {do regime combinado e na obtengao da presséo arterial desejada. Pacien- tes com pressdo arterial sistélica acima de 160 mmHg ou pressao arterial diastdica maior que 100 mmHg (ou pressao sistdlica mais de 20 mmHg cima do objetivo ou diastslica mais de 10 mmHg acima do objetivo) de- vem ser iniciados em dois ant-hipertensivos simultaneamente, A. Cuidados individualizados Ahipertensio pode coexist com outras doengas que podem ser agrava- {das por alguns ant-hipertensivos ou que podem se beneficiar com eles, independentemente do controle da pressao arterial, Nesses casos, é im: portante encontrar o melhor férmaco ant’-hipertensivo para cada paciente ‘om particular. A Figura 17.6 mostra o tratamento preferido em pacientes hipertensos com doengas concomitantes, e a Figura 17.6 mostra a fre- ‘quéncia de doengas concomitantes na populagéo de hipertensos. Além {da escolha do tratamento, a pressao arterial desejada também pode ser inividualizada com base na doenca concomitante. Por exemplo, em pa- cientes diabéticos, alguns especialistas recomendam como alvo uma pressao arterial menor que 140/80 mmHg. Oo mesmo modo, em pacien- tes com doenga renal crénica proteindria, objetivos mais balxos que 1190/80 mmHg podem ser considerados. Pacientes idosos tém alvos me- nos exigentes (p.ex., menos de 150/90 mmHg). Insficiéncia renal ema os Forcentagem de pacientes Ipertensor coma doongs Concomitanteincieads Fawr B. Adesto do paclene ao trtamentoant-hipetensvo pacientes hipertensos. tratamento anti-hipertensivo. O paciente hipertenso normalmente é macologiallustrada_ 229 assintomatico @ & diagnosticado por triagem de rotina, antes da ocor rancia de lesdo dbvia sobre um érgao-alvo, Dessa forma, o tratamento ‘em geral ¢ direcionado para evitar sequelas de doenga futura, em vez de aliviar algum desconforto atual. Os efeitos adversos associados ao trata mento anti-hipertensivo podem influenciar mais os pacientes do que as vvantagens futuras, Por exemplo, os (-bloqueadores podem causar disfun- ‘¢40 sexual no homem, o que pode causar interrupco do tratamento. AS- ‘sim, é importante aumentar a adesdo do paciente selecionando o regime de farmaco que reduz 0s efeitos adversos e também minimiza o numero de dosificagses necessarias por dia. A associagao de duas classes de {farmacos em um comprimido Unico, em dose-fixa, mostrou melhorar a adesdo ao tratamento e aumentou o numero de pacientes que alcanca- ram a pressio arterial desejada, V._DIURETICOS Diuréticos tiazidicos podem ser usados como tratamento farmacolégico ini- cial contra a hipertenso, a menos que alguma razao obrigue a escolha do outro férmaco. Independentemente da classe, o mecanismo de ago inicial dos diuréticos 6 baseado na redugdo do volume, o que leva a diminuigao da pressao arterial. O tratamento com doses baixas de diuréticos é seguro, ba- rato e eficaz na prevengao de derrame, infarto do miocardio e insuficiéncia cardiaca, Deve-se monitorar os eletrditos séricos rotineiramento om todos 05 pacientes que recebem diuréticos. A apresentagao completa de agdes, sos terapéuticos, farmacocinética e efeitos adversos dos diuréticos & en- contrada no Capitulo 18. A. Diuréticos tiazidicos Os dluréticos tiazidicos, como a hidrociorotiazida © a clortalidona, dii- nuem a pressao arterial inicialmente por aumentar a excregao de sédio © gua. Isso causa uma redugdo do volume extracelular, resultando em iminuigao do débito cardiaco @ do fluxo sanguineo renal (Fig. 17.7) ‘Como tratamento prolongado, 0 volume de plasma volta ao normal, mas persiste 0 eteito hipotensor relacionado com a diminuigao da resisténcia periférica. Os tiazidicos S40 dtels no tratamento combinado com uma va- Tiedade de outros anti-hipertensivos, incluindo -bloqueadores, IECAs, RAs e diuréticos poupadores de potdssio. Com excocao da metolazona, (0 diuréticos tiazidicos nao sAo eficazes em pacientes com fungao renal inadequada (velocidade de fitrago glomerular estimada menor que 30 mLimin/m’). Nesses pacientes, podem ser necessarios diuréticos de alga, (Os diuréticos tiazidicos podem causar hipopotassemia, hiperuricemia e, ‘em menor extenso, hiperglicemia em alguns pacientes, B. Diuréticos de alga (s diuréticos de alga (furosemida, torsemida, bumetanida e acido eta- erinico) atuam rapidamente, bloqueando a reabsoreao de s6dio @ cloreto nos rins, mesmo em pacientes com mé fungao renal ou naqueles que no responderam ao diurético tiazidico. Os diuréticos de alca causam diminuigao da resisténcia vascular renal e aumento do fluxo sanguineo renal. Como os tiazidicos, eles podem causar hipopotassemia. Contudo, diferentemente dos tiazidicos, os diuréticos de alga aumentam 0 con- tetido de Ca” na urina, ao passo que os tazidicos diminuem. Os diuré- ticos e alga raramente sao usados isoladamente para tratar a hiperten- ‘so, mas sdo comumente usados para tratar sintomas de insuficiéncia cardiaca @ edema, trea) Figura 177 Alguns efeitos adversos dos diuréticos tiazidicos, 230_Whalon, Finkel & Panaveli . Diuréticos poupadores de potassio Anmilorida ¢ triantereno (inibidores do transporte de sédio epitelial nos ductos distais ¢ coletores), bem como espironolactona e eplerenona (an- tagonistas de receptor da aldosterona), reduzem a perda de potéssio na urina. A aldosterona tem a vantagem adicional de diminuir a remodelagéo cardiaca que ocorre na insuficiéncla cardiaca (ver Cap. 19). Os diuréti- cos poupadores de potissio so usados algumas vezes associados aos diuréticos de alga e aos tiazidicos para reduzir a espoliagao do potassio causada por esses diuréticos. VI__B-BLOQUEADORES Os f-bloqueadores sto opcdo de tratamento para pacientes hipertensos com doenga ou insuficiéncia cardiaca concomitante (Fig. 17.5) A. Ages Os P-bloqueadores reduzem a presséo arterial primariamente diminuin- do 0 débito cardiaco (Fig. 17.8). Eles também podem diminuir 0 efluxo simpatico do sistema nervoso central (SNC) e inibir a liberagao de renina {dos rins, reduzindo, assim, a formagao de angiotensina Il e a secregao {de aldosterona. © protétipo dos f-bloqueadores & o propranolol, que atua ‘em receptores i, € B,. Bloqueadores seletivos de receptores f,, como ‘metoprolol e atenolol, estéo entre os P-bloqueadores mais comumente prescrites. O nebivolol é um bloqueador seletivo de receptores fi, que ‘aumenta também a produgéo de 6xido nitrico, levando & vasodilatacao. Os f-bloqueadores seletivos devem ser administrados cautelosamente ‘em pacientes hipertensos que também tém asma. Os f-bloqueadores nao seletivos, como propranolol e nadolol, so contraindicados devido a0 bloqueio da broncodilatagao mediada por f., (ver Cap. 7 para uma dis ‘cussao om profundidade dos f-bloqueadores)..Os f-bloqueadores devem sser usados com cautela no tratamento de pacientes com insuficiéncia cardiaca aguda ou doenga vascular periférica. Bloqueadores dos adrenoceptores f Pee eee Figura 17.8 ‘Aces dos bloqueadores do adrenoceptor p Farmacologia lustra 231 B. Usos terapéuticos A vantagem terapéutica primaria dos f-bloqueadores observada em pacientes hipertensos com doenga cardiaca concomitante, como taquiar- ritmia supraventricular (p. ex. fibrilagao atrial), infarto do miocardico pr vio, angina pectoris insuficiéncia cardiaca erénica. As condigées que Ditiazem (EE) 2% IE Figura 712 ‘AgBes dos bloqueadores dos canais do calcio. AY, atioventicular ‘A. Classes de bloqueadores dos canais de célcio (Os BOCs sao divdidos em trés classes quimicas, cada uma com pro- priedades farmacocinéticas e indicagées ciinicas diferentes (Fig. 17.12) 1. Difenilalquilaminas: O verapamil é o Unico representante dessa classe disponivel nos EUA. O verapamil é o menos seletivo dos BCCs ¢ apresenta efeitos signticativos nas células cardiacas © no miisoulo liso vascular. Ele é usado também no tratamento da angi na e das taquiarritmias supraventriculares, bem como para prevenir ‘a enxaqueca © a cefaleia om salvas. 2. Benzotiazepinico: 0 diltiazem 6 0 Unico membro dessa classe ‘que esté aprovado nos EUA atualmente. Como 0 verapamil, 0 dii- tiazom afeta tanto as células cardiacas quanto as do musculo liso vascular, mas apresenta efeito inotrépico cardiaco negativo menos pronunciado comparado ao efeito do verapamil. O diltiazem apro- ‘senta um pertll de efeitos adversos favordvel. 3. Di-hidropiridinas: Esta classe de BCCs inclu nifedipino (0 proté- tipo), anloaipine, feloalpino, isradipino, nicardipino @ nisoldipino. Esses fdrmacos diferem na farmacocinética, nos usos aprovados © nas interagdes farmacolégicas. Todas as di-hidropiridinas apresen- ‘tam muito maior afnidade pelos canais de calcio vasculares do que pelos canais de céicio do coragao. Elas s40, por isso, particular- mente benéficas no tratamento da hipertensao. As di-hidropiridinas téma vantagem de interagir pouco com outros férmacos cardiovas- culares, como a digoxina ou a varfarina, que so frequentemente usados em conjunto com BOCs. B. Ages A concentragao intracelular de calcio tem um papel importante na ma- nutengao do ténus da musculatura lisa e na contragio do miocardio. © Calcio entra nas células musculares através de canais de calcio voltagem- -sensiveis. Isso dispara a liberagao de calcio do reticulo sarcoplasmatico ‘eda mitocéndria, aumentando adicionalmente o nivel de calcio citosdlico. Os antagonistas de canais de céicio bloqueiam a entrada de célcio por se ligarem aos canais de célcio do tipo L no coracao e nos misculos lisos dos vasos coronarianos @ arteriolares periféricos. Isso causa 0 relaxa- mento do musculo liso vascular, dilatando principalmente as arteriolas. (Os BCCs nao dilatam veias, C. Usos terapéuticos No tratamento da hipertensao, 0s BCCs podem ser usados como trata- mento inicial ou adicional. Eles sao Uteis no tratamento de pacientes hi- pertensos que também tém asma, diabetes e/ou doenga vascular perifé- fica porque, diferentemente dos .-bloqueadores, eles no tém potencial de afetar adversamente ossas condigdes. Todas os BOCs sao titeis no tratamento da angina. Além disso, diltiazem e verapamil sAo usados no tratamento da fibrilagdo atrial D. Farmacocinética ‘A maioria dos BCCs apresenta meia-vida curta (3-8 horas) apés uma dose oral. Preparagdes de liberago sustentada estéo disponivels e per- mite dosificacao Unica por dia. O aniodipino tem meia-vida muito longa ‘endo requer formulagao de liberagao estendida, Farmacologialustada_295 E. Efeitos adversos Bloqueio atrioventricular de primeiro grau @ constipagao sao efeitos ad- versos dose-dependentes do verapamil. Verapamil e diltiazem devem ser evitados em pacientes com insuficiéncia cardiaca congestiva ou com bloqueio atrioventricular, devido aos efeltos inotrépicos (forga de contr ‘go do musculo cardiace) © dromotrépicos (velocidade de condugao) negatives. Tontura, cefaleia © sensagéo de fadiga causada pela redugéo {da pressio arterial ocorrem mais frequentemente com di-hidropiridinas (Fig. 17.13). Edema peritrico ¢ outro efeito adverso comumente regis- trado desta classe. Nifeaipina e outras di-hidropiridinas podem causar hiperplasia gengival XI,_BLOQUEADORES DOS ADRENOCEPTORES a. Prazosina, doxazosina e terazosina produzem bloqueio competitive de adrenoceptores o,. Eles diminuem a resisténcia vascular periférica e redu- Zom a pressio arterial, relaxando os misculos lisos de artérias e veias. Esses férmacos causam mudangas minimas no débito cardiaco, no tluxo sanguineo renal e na velocidade de filtragao glomerular. Por isso, nao ocor- re taquicardia no tratamento prolongado, mas sim retengao de sal © agua. ‘Taquicardia retlexa e hipotensao postural ocorrem com frequéncia no inicio do tratamento e com 0 aumento da dose, exigindo lenta titulacao do farma- co em doses divididas. Devido aos resultados fracos © ao perfil de efeitos adversos, 08 a-bloqueadores nao séo recomendados no tratamento inicial da hipertensao ha muito tempo, mas podem ser usados para casos refrata- rios, Outros «,-bloqueadores, com maior seletividade para o musculo da préstata, so usados no tratamento da hiperplasia prostatica benigna (ver Cap. 32) XIl,_BLOQUEADORES DOS ADRENOCEPTORES a E B Labetaiole carvedifo! bioqueiam os receptores a, f, € P.O carvediiol, em- bora eficaz como anti-hipertensivo, 6 usado principalmente no tratamento da insuficiéncia cardiaca. O carvedilol, bom como o succinato de metoprolol e 0 bisoproiol, revelaram-se capazes de reduzir a morbidade © a mortalidade associadas a insuficiéncia cardiaca. O labetalol é usado no tratamento da hipertensao gestacional e em emergéncias hipertonsivas. Xill,_ADRENERGICOS DE AGAO CENTRAL A. Clonidina A clonidina atua centralmente, produzindo inibigao dos centros vaso- motores simpaticos e diminuindo a estimulagao simpatica para a peri- feria. Isso leva & redugo da resisténcla peritérica total e & diminuigao da pressao arterial. A clonidina é usada primariamente no tratamento 4a hipertensao que nao responde adequadamente ao tratamento com dois ou mais férmacos. A clonidina nao reduz o fluxo sanguineo renal ou a filtrago glomerular e, portanto, é itil no tratamento da hipertensao ‘complicada por doenca renal. A clonidina é bem absorvida apés admi- nistragao oral e excretada pelos rins. Também esta dispontvel como adesivo transcutaneo. Os efeitos adversos incluem sedago, boca seca «© constipagao. Ocorre hipertensao de rebote apés interrupao subita da Ruvor ) Verigem Cefaieia Hipotensao Edema pertérco Figura 17.13 Alguns efeitos adversos comuns dos bloqueadores dos canais de calcio. 236_Whalon, Fike! & Panaveli Clonidina. Por isso, se a interrupgao for necessétia, 0 férmaco deve ser retirado lentamente, B. Metildopa Metiidopa 6 um a,-agonista que & convertide em metiinorepinefrina no 'SNC, causando diminuigo do elluxo adrenérgico. Os efeitos adversos mais comuns da motildopa so sedagdo e sonoléncia. Seu uso 6 limitado dovido aos efeitos adversos © & necessidade de multiplas dositicagdes diérias. E usada principalmente para o tratamento da hipertenso na ges- tagdo, por ter registros de seguranga, XIV._VASODILATADORES Os relaxantes de miisculos lisos de ago direta, como a hidralazina eo mi- 1noxidil, ndo so usados como férmacos primérios no tratamento da hiper- tensao. Esses vasodilatadores produzem relaxamento do muisculo liso vas- cular, primariamente em artérias e arteriolas. Isso resulta em diminuicao da resisténcia periférica e, por isso, da pressao arterial. Esses férmacos produ- zem estimulagao reflexa do coragao, resultando em aumentos reflexos da contratiidade miocardica, da frequéncia cardiaca e do consumo de oxigé- no. Essas ages podem causar angina pectoris, infarto do miocérdio ou in- suficiéncia cardiaca em individuos predispostos. Os vasodilatadores tam- bém aumentam a concentrago plasmatica de renina, causando retengao de sédio e dgua. Esses efeitos indesejados podem ser bloqueados pelo uso concomitante de um diurético © um f-bloqueador. Por exemplo, a hidralazi- 1na ¢ administrada quase sempre em associagao com um -bloqueador, come propranolol, metoprolol ou atenolol (para compensar a taquicardia ro- flexa), © um diurético (para reduzir a retengdo de sédio). Juntos, os trés tarmacos diminuem o débito cardiaco, 0 volume plasmatico e a resisténcia vascular periférica. A hidralazina é uma medicagao aceita no controle da hipertensao induzida pela gestagdo. Os efeitos adversos do tratamento com hidralazina incluem cefaleia, taquicardia, nausea, sudoragdo, arritmia e pre- cipitagao de angina. Uma sindrome semelhante ao lipus pode ocorrer com doses elevadas, mas é raversivel com a interrupgao do uso do farmaco. O tatamento com minoxidil causa hipertricose (crescimento dos pelos do cor- po). Atualmente, esse farmaco 6 usado topicamente no tratamento da calvi- cle masculina padrao, XV._EMERGENCIA HIPERTENSIVA ‘A emergéncia hipertensiva é uma situagdo rara, mas ameagadora a sobrevi- vencia, caracterizada por acentuado aumento da pressao arterial (sistdica acima de 180 mmHg ou diastélica maior que 120 mmHg) com evidéncia de lesao instalada ou progressiva de érgao-alvo (p. ex., AVE e infarto do mio- cardio). (Nota: uma elevagdo grave na pressao arterial sem evidéncia de le- 80 de érgao-alvo 6 considerada urgéncia hipertensiva.) A emergéncia hi- Pertensiva requer imediata redugao da pressdo arterial com tratamento administrado por via IV para prevenir ou limitar a lesao orgénica, € usada uma varledade de férmacos, incluindo BOCs (nicardlpina e clevidpina), va- sodilatadores de éxido nitrico (nitroprussiato e nitroglicerina), antagonistas adrenérgicos (fentolamina, esmolole labetalol), 0 vasodliatador hidralazinae © agonista da dopamina fenoldopam. O tratamento é direcionado pelo tipo de lesao do érgao-alvo e/ou pelas comorbidades presentes.

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