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12/7/1905

Apostila de Cirurgia I| Bruna Neves

Por: Bruna Neves APOSTILA


"Um crânio seccionado” DEdaCIRURGIA
por Leonardo Vinci, 1489.
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Biossegurança

Biossegurança “é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de


riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento, tecnologia e
prestação de serviço visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e
a qualidade dos resultados”. [CTbio/FIOCRUZ].

É responsabilidade do Cirurgião-Dentista a orientação e manutenção da cadeia asséptica por


parte da equipe Odontológica e o cumprimento das normas de qualidade e segurança quanto ao
radiodiagnóstico e descarte de resíduos gerados pelo atendimento.

As principais doenças infecto-contagiosas que representam riscos em consultório odontológico


podem ser causadas por vírus como Catapora, Hepatite B, Hepatite C, Conjuntivite Herpética,
Herpes Simples, Herpes Zoster, Mononucleose Infecciosa, Sarampo, Rubéola, Parotidite, Gripe,
Papilomavírus Humano, Citomegalovírus, HIV. Podem ser causadas por bactérias que levam a
Pneumonia, Infecção por Estafilococos, Estreptococos, Pseudomonas, Klebsiella, bacilos como
o da Tuberculose, e ainda os fungos, mais comumente associado à Candidíase. Os profissionais
de odontologia também devem se vacinar, embora não existam todas as vacinas para prevenção
destas doenças.

Os serviços de Odontologia necessitam cumprir as normas de biossegurança baseadas em leis,


portarias e normas técnicas do Ministério da Saúde, Ministério do Trabalho e Secretarias
Estaduais e Municipais, que observam desde proteções contra radiações ionizantes, radiações de
luz halógena, medidas para o controle de doenças infecto-contagiosas, destinação de resíduos e
proteção ao meio ambiente.

As sanções previstas na lei podem ir desde uma simples advertência ou multa classificada em
leve, grave ou gravíssima, até à interdição do estabelecimento odontológico. [Decreto-Lei
214de 17 de junho de 1975].

Definições
Antissepsia: Visa o controle de infecção a partir do uso de substâncias microbicidas ou
microbiostáticas de uso de pele ou mucosa.

Assepsia: Visa o controle a partir do uso de substâncias microbicidas ou microbiostáticas de uso


em superfícies, equipamentos e instrumentos.

Artigos: Instrumentos de naturezas diversas, que podem ser veículos de contaminação.

Artigos Críticos: São aqueles que penetram através da pele e mucosa adjacentes. Estão nesta
categoria os materiais, como agulhas, lâminas de bisturi, sondas exploradoras, sondas
periodontais, materiais cirúrgicos e outros. Exigem esterilização ou uso único (descartáveis).

Artigos Semi-Críticos: São aqueles que entram em contato com a pele não íntegra ou com
mucosas íntegras, como condensadores de amálgama, espátulas de inserção de resinas, alicates
de uso ortodôntico etc. exigem desinfecção de alta atividade biocida ou esterilização.

Artigos não Críticos: São destinados ao contato com a pele íntegra do paciente, requerem
limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível.

Artigos Descartáveis: São aqueles que após o uso perdem suas características originais.
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Barreiras: Todo meio físico que pode ser utilizado com forma de impedir ou dificultar o
carreamento de agentes patogênicos de um indivíduo para outro.

Descontaminação: É o processo de desinfecção ou esterilização terminal de objetos e superfícies


contaminadas com microrganismos patogênicos, de forma a torná-los seguros para
manipulação.

Desinfecção: É um processo físico ou químico, que destrói microrganismos presentes em


objetos inanimados, mas não necessariamente os esporos bacterianos.

Esterilização: É o processo físico ou químico, através do qual são destruídas todas as formas
microbianas, inclusive os esporos bacterianos.

EPI: Equipamentos de proteção individual. São eles: protetores oculares, máscaras, luvas,
gorros, avental, protetores oculares para luz halógena, roupa branca de uso exclusivo para o
atendimento no consultório e avental plumbífero (para gônadas e tireoide).

Limpeza: É o processo pelo qual são removidos materiais estranhos (matéria orgânica, sujidade)
de superfícies e objetos. Normalmente é realizada através da aplicação de água e sabão ou
detergentes e ação mecânica.

Monitoramento: Controlar a rotina operacional e mantê-la dentro do padrão estabelecido.

Janela Imunológica: Período no qual o organismo, após o contágio pelo agente infeccioso,
deflagra o mecanismo de ativação linfocitária, no intuito de produzir anticorpos. Como estes
anticorpos ainda não atingiram níveis detectáveis pelos métodos usuais de diagnósticos, tais
como Elisa e Imunofluorescência, podem aparecer resultados falso-negativos. Este período dura
de 3 a 6 meses.

EPI (Equipamentos de Proteção Individual)


A maior concentração de microrganismos no consultório Odontológico se encontra na boca do
paciente. Quanto maior a manipulação de sangue, visível ou não, pelo profissional da Saúde,
maior é sua chance de contrair uma doença infecciosa. Ao utilizarmos instrumentos rotatórios,
jatos de ar, ar/água/bicarbonato e ultrassom, a contaminação gerada em até 1,5 metros de
distância é muito grande, pelo lançamento de saliva/sangue na forma de partículas e aerossóis.
Devemos utilizar todos as barreiras de forma a minimizar a propagação de patógenos.

As formas de contaminação são:

a) Diretas: Ocorre pelo contato direto entre o portador e o hospedeiro, por exemplo: doenças
sexualmente transmissíveis, hepatites virais, HIV.

b) Indiretas: Quando o hospedeiro entra em contato com uma superfície ou substância


contaminada, por exemplo: hepatite B, herpes simples.

c) A distância: Através do ar, o hospedeiro entra em contato com os microrganismos, por


exemplo: tuberculose, influenza, sarampo e varicela.

As luvas são consideradas imprescindíveis como barreira mecânica para as mãos, pois é a
medida de proteção do profissional, pessoal auxiliar e do paciente. Seu uso é indispensável
durante os procedimentos odontológicos clínicos, cirúrgicos e laboratoriais, pois esses
procedimentos permitem o contato direto ou indireto com o sangue e saliva.
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A máscara se constitui na mais importante medida de proteção das vias aéreas superiores contra
os microrganismos presentes nas partículas e aerossóis produzidos durante os procedimentos
odontológicos.

Uso de gorros descartáveis no consultório: Devem sempre ser usados no consultório, pois
evitam que haja a contaminação dos cabelos dos profissionais por gotículas de saliva e de
sangue provenientes da cavidade bucal.

Os óculos de proteção são o melhor meio de proteção contra partículas que podem lesar e
contaminar o globo ocular. As infecções causadas na conjuntiva são principalmente as grandes
partículas projetadas da boca do paciente durante os procedimentos de remoção de restaurações
de amálgama, remoção de cáries, raspagens periodontais, profilaxias etc. Assim, eles devem ser
usados por todos os membros da equipe do consultório. É importante que após o atendimento do
paciente os óculos contaminados sejam lavados com sabão líquidos e soluções detergentes, e
antissépticas (devem ser desinfetados com glutaraldeído a 2% por 30 minutos sob imersão) e,
então, sejam bem enxaguados e secos com toalhas de papel ou guardanapos. É necessário
também o uso de óculos de proteção para o paciente, esses têm a finalidade de proteger seus
olhos a produtos irritantes, contaminados e perfurocortantes.

O avental de preferência, deve ter gola do tipo “gola de padre”, com mangas longas, punho em
elásticos e com comprimento de ¾ cobrindo os joelhos. Pode ser confeccionado em algodão ou
polipropileno (descartável). Deve ser sempre usado nos atendimentos odontológicos, devendo-
se trocar o avental diariamente e sempre que for contaminado por fluidos corpóreos. Retirar
todas as vezas que sair da sala clínica. Evite manipular o avental contaminado. Após o uso, ele
deve ser acondicionado em saco plástico e só retirado para lavagem (quando não for
descartável).

Proteção de superfícies
As superfícies mais contaminadas pelas mãos do profissional e sua auxiliar são: Cabos e
interruptores; Encosto de cabeça; Comando manual da cadeira; Pontas - seringa tríplice, alta-
rotação e micromotor; Encaixe das pontas; Unidade auxiliar; Unidades de controles; Mesa
auxiliar; Cabo de RX e seus controles. Estas superfícies devem ser cobertas para que sejam
estabelecidas as barreiras. A cobertura deve ser feita por material impermeável à água, como o
plástico (PVC), folha de alumínio e o látex.

Medidas que impedem a contaminação em pontos específicos


Uso obrigatório de sabão líquido e toalha de papel, cobertura dos controles dos comandos da
cadeira, lavatórios e reservatórios de sabão líquido por comando a pedal. Podemos lançar mão
também de lenços de descontaminação, que são capazes de destruir vírus como HIV, HCV,
HBV assim como bactérias fungos e esporos. Estes são compostos de: Álcool Etílico,
Clorexidine Digluconato, Propilenoglicol, Mentol e Álcool Benzílico.

Antissepsia da cavidade Bucal


A antissepsia pode reduzir de 75 a 99,9 % a quantidade de microrganismos na boca do paciente.
Fica, assim, evidente, que uma correta antissepsia pré procedimento odontológico é altamente
satisfatória, e tornar uma medida muito eficiente no controle da contaminação no consultório.
Foi relatado ainda, uma redução significativa nas bacteremias transitórias, responsáveis pelas
endocardites, com o uso prévio de antissépticos bucais, à base de clorexidina.
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Manejo de Resíduos Infectantes


Recomendações básicas:

a) Sempre separar os resíduos contaminados do lixo comum.

b) Resíduos infectantes: Como algodão, gaze, ou qualquer material contendo sangue ou fluidos
corpóreos, curativos, resíduos de cirurgias, modelo de gesso, moldagens e kits para exames.
Devem ser acondicionados em sacos plásticos de cor branca leitosa, padronizados, com o
símbolo de risco biológico. Estes sacos devem estar contidos dentro de coletores próprios. Seu
destino final deve ser a vala séptica ou célula especial em aterro sanitário.

c) Resíduos infectantes contundentes: Também chamados de perfurocortantes (agulhas, lâminas,


materiais ortodônticos, instrumentais impróprios para uso e assemelhados), devem ser
armazenados em recipientes de material rígido, com tampa vedável, rotulados com o símbolo de
risco biológico. Aí permanecendo, imersos em Hipoclorito de Sódio a 1%, até o limite da
capacidade do recipiente. Seu destino final deve ser também a vala séptica ou célula especial em
aterro sanitário.

d) Resíduos de insumos: São produtos farmacêuticos empregados na clínica como cimentos,


fenol, formocresol, eugenol, materiais restauradores, restos de revelador e fixador,
medicamentos de uso sistêmico e outros. Suas embalagens, quando vencidas ou após utilização,
devem ser descartadas da mesma forma que os resíduos contaminados. Isto é, em recipientes de
material rígido, com tampa vedada e destinado ao aterro sanitário industrial.

e) Recipientes: No âmbito das salas, onde são gerados os resíduos resultantes de assistência ao
paciente, deve haver: recipiente com tampa acionada por pedal e destinada apenas ao
recolhimento de resíduos infectantes, os recipientes para resíduos infectantes contundentes e
restos de insumos, e os recipientes para lixo comum.

f) Descarte: Ao final da jornada diária de trabalho, depositar os resíduos infectantes, isto é o


recipiente contendo perfurocortantes e o saco contendo os demais resíduos, em local apropriado,
nos locais previamente combinados. É vedado o descarte deste material na lixeira.

g) Coleta: O destino final dos resíduos de risco biológico deve ser a vala séptica, e seu
recolhimento é dever da municipalidade. Para isto, todos os serviços de odontologia, devem
contatar o serviço de limpeza pública de sua cidade, e solicitar o cadastro para coleta especial.
Se o seu Município não dispõe de coleta especial para resíduos desta natureza, exerça a sua
cidadania solicitando a Delegacia Regional do C.R.O. o envio de oficio à Vigilância Sanitária
Municipal, Comissão de Saúde da Câmera de Vereadores, Companhia Municipal de Limpeza
Urbana e Órgãos de Defesa do Meio Ambiente as providências cabíveis para implantar o
serviço na sua cidade. Assim, agindo localmente, os profissionais da Odontologia estarão
contribuindo efetivamente para proteção do meio ambiente e promoção da saúde da população
em sua comunidade.

h) Resíduos não infectados ou lixo comum: É o chamado lixo administrativo, não necessita de
cuidados especiais, pode ser descartado na lixeira acondicionado em sacos plásticos de qualquer
cor.

Métodos físicos de esterilização pelo calor


 Autoclaves (Calor Úmido): As autoclaves são equipamentos que utilizam vapor
saturado para realizar o processo de esterilização. É o método de esterilização mais
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conhecido, mais utilizado e o mais eficaz. A autoclave apresenta grande eficácia na


esterilização de materiais, mas exige que seu manuseio seja feito por pessoa habilitada,
com conhecimento básico dos princípios de seu funcionamento. Atualmente são
encontradas no comércio vários modelos de autoclaves, de formas e tamanhos diversos,
com câmara simples ou dupla. Na escolha do equipamento a ser adquirido deve-se levar
em consideração o volume, tamanho, tipo e fluxos de artigos a serem utilizados. Em
temperaturas entre 121ºC e 132ºC, o vapor sob pressão é capaz de destruir todas as
formas microbianas através de termo coagulação de proteínas. O efeito letal é obtido
pela condensação que acarreta liberação de calor latente, precipitação e umidade,
penetração em materiais porosos, aquecimento rápido e coagulação de proteínas.

Indicações e Uso: Para esterilização de todos os artigos críticos (agulhas, lâminas de


bisturi, sondas periodontais e materiais cirúrgicos) e os semicríticos (condensadores de
amálgama, espátulas) termo resistentes, este é o método de menor toxicidade, mais
seguro e eficaz.

OBS.: Os instrumentais odontológicos aceitam bem a autoclavagem, com exceção dos


instrumentos de aço carbono, que podem sofrer corrosão ou oxidação.

Esterilização por Gravidade: Consiste em introduzir o vapor na câmara interna da


autoclave, eliminando o ar interno por expulsão, ou seja, fazer a saída do ar na medida
em que o vapor for injetado. Neste processo, o aquecimento do material a ser
esterilizado, é feito de fora para dentro, acumulando o tempo de aquecimento. Também
no processo de gravidade, o sistema de secagem é feito por ventoinhas. Assim, se
consegue um vácuo de capacidade média, que ao longo do tempo de exposição, que é
previamente determinado, resultará na etapa final, em materiais secos e estéreis.

Esterilização por Alto Vácuo: Consiste em introduzir o vapor na câmara interna da


autoclave. A entrada do vapor facilita a subida da temperatura para iniciar a
esterilização e gera maior segurança no processo, porque todo o ar do material e da
câmara, é retirado pela alta capacidade de sucção da bomba de vácuo. Após a contagem
de tempo de exposição, a bomba de vácuo entra novamente em funcionamento, fazendo
a sucção do vapor e da umidade interna do pacote, conseguindo, assim a redução da
exposição, esterilização e secagem pelo aquecimento rápido do material.

OBS.: Durante a esterilização os ciclos não podem ser interrompidos, caso isto aconteça
os ciclos deveram ser iniciados novamente. É interessante ver o manual do fabricante
porque o tempo poderá ser alterado de acordo com a carga e o fabricante.

 Estufa ou Forno de Pasteur (Calor Seco): Estufa é outra forma física de destruição de
microrganismos que utiliza a circulação do ar quente no interior da estufa. Este ar é
produzido pela corrente elétrica que aquece a resistência localizada na parte inferior das
estufas, produzindo o ar quente. As estufas são dotadas de termômetros que indicam a
temperatura interna mantida através de um termostato. O uso da estufa tem limitações,
pois o calor não tem distribuição homogênea. O centro da estufa não alcança a mesma
temperatura das laterais, daí serem chamados de pontos frios.

Indicações e Uso: Para esterilização de artigos críticos e semicríticos termo resistentes,


que não sejam de corte.
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Agentes químicos
Um número considerável de agentes químicos é utilizado nos estabelecimentos de saúde.
Entretanto, não existe um desinfetante que atenda a todas as situações e necessidades
encontradas, sendo preciso conhecer as características de cada um para se ter subsídios
suficientes que permitam a escolha correta do produto, evitando custos excessivos e uso
inadequado. Na escolha do desinfetante se deve levar em consideração aspectos como: espectro
de atividade desejada, ação rápida e irreversível, toxidade, estabilidade e natureza do material a
ser tratado.

Álcoois: Os álcoois mais empregados em desinfecção são álcool etílico e o isopropílico (etanol
e isopropanol). O álcool etílico tem maior atividade germicida, menor custo e menor toxicidade
que o isopropílico. Além de ser o mais usado no nosso país.

O álcool isopropílico tem ação seletiva para vírus, é mais tóxico e com menor poder germicida
que o etílico. Os álcoois etílicos e isopropílico apresentam atividade rápida sobre bactérias na
forma vegetativa como os cocos Gram-positivos, enterobactérias e bactérias Gram-negativas
não fermentadoras da glicose, como a Pseudomonas. Atuam também sobre as micobactérias,
incluindo o Mycobacterium tuberculosis, sobre alguns fungos e vírus lipofílicos. Não possuem
atividade sobre esporos bacterianos e vírus hidrofílicos (Hugo&Russel,1982: Rutala,1987 e
1990).

Nos estabelecimentos de saúde, é indicado para desinfecção e descontaminação de superfícies e


artigos. Desinfecção de nível intermediário ou médio de artigos e superfícies, com tempo de
exposição de 10 minutos devendo ser aplicado 3 vezes (as aplicações devem ser feitas da
seguinte forma: friccionar o álcool 70%, esperar secar e repetir três vezes a aplicação), a
concentração de 77% volume-volume, que corresponde a 70% em peso (Ministério da Saúde,
1994). Descontaminação de superfícies e artigos, mesmo tempo de exposição e concentração da
desinfecção.

É contra indicado em acrílico, enrijece borrachas, tubos plásticos e pode danificar o cimento das
lentes de equipamentos.

Solução de Iodo: Os iodóforos constituem uma combinação entre o iodo e um agente


solubilizante ou carreador. O complexo resultante fornece um reservatório de iodo que é
liberado em pequenas quantidades na solução aquosa. O composto mais conhecido é o
polivinilpirrolidona-iodo (PVP-I). O iodo penetra fácil e rapidamente através da parede celular
dos microrganismos. O efeito letal é atribuído á ruptura das estruturas proteicas e dos ácidos
nucleicos e também à interferência nos processos de síntese de proteínas. Os iodóforos são
ativados para bactérias na forma vegetativa, incluindo micobactérias, fungos, vírus lipofílicos e
hidrofílicos e por esporos bacterianos. A atividade esporicida pode requerer tempo de contato
prolongado.

São utilizados principalmente em antissepsia como uma alternativa à clorexidina e em situações


onde é necessária uma ação rápida e de amplo espectro. As formulações antissépticas
comercializadas normalmente contêm 1% (p/v) de iodo disponível em base alcoólica ou aquosa.
Produtos para escovações cirúrgicas das mãos contêm geralmente 0,75 (p/v).

Desinfecção de nível intermediário: álcool iodado, contendo 0,5-1,0% de iodo livre em álcool
etílico de 77%v/v, que corresponde a 70% em peso; iodóforos na concentração de 30-50 mg/1
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de iodo livre. Os iodóforos possuem baixa toxicidade, sendo irritante para os olhos e, em menor
extensão, para a pele (Collins,1983).

Contra indicações: metais não-resistentes à oxidação, como: cromo, ferro, alumínio e outros.

O acondicionamento deve ser feito em frasco fechado, escuro e depositado em local ventilado

Formaldeído: O formaldeído apresenta atividade para bactérias Gram-positivas e Gram-


negativas na forma vegetativa, incluindo as micobactérias, fungos, vírus lipofílicos e
hidrofílicos e esporos bacterianos. A atividade esporicida é lenta, exigindo um tempo de contato
em torno de 18 horas para a maioria das formulações (Russel, 1990).

O formaldeído é um gás encontrado disponível na forma líquida em solução a 37-40%,


contendo metanol para retardar a polimerização (formalina); e na forma sólida, polimerizado em
paraformaldeído. Destrói os microrganismos através da alquilação dos grupamentos amino e
sulfidrilas de proteínas e dos anéis de nitrogênio das bases purinas. A descontaminação é feita
através de fumigação de ambientes fechados.

A desinfecção não é recomendada rotineiramente para superfícies, podendo ser utilizado em


situações especiais, de acordo com os microrganismos envolvidos. Usado em artigos
semicríticos. Esterilizantes de artigos críticos termossensíveis, a esterilização ocorre conforme
exposição orientada pelo fabricante. Usualmente, o tempo mínimo é de 18 horas, tanto para a
solução alcoólica a 8%, quando para soluções aquosas a 10%. Quanto maior o tempo de
esterilização, maiores problemas podem surgir, principalmente para artigos de alumínio ou com
cobertura de verniz, com lentes e borrachas, que não devem ser processados por este produto.
Usar solução em recipiente de vidro ou plástico e manter os recipientes tampados. Não deixar a
solução em temperaturas superiores a 25ºC. Descartar a solução ao final do dia ou antes, se a
mesma sofrer alteração em seu aspecto ou existir presença de depósitos.

O seu uso em Estabelecimentos de Saúde é limitado pelos vapores irritantes, odor desagradável
e comprovado potencial carcinogênico. O limite de exposição permitido é 1ppm, durante 30
minutos.

Glutaraldeído: O glutaraldeído possui amplo espectro de atividade, agindo sobre bactérias na


forma vegetativa, incluindo micobactérias, fungos, vírus lipofílicos, hidrófilos e esporos
bacterianos, possuindo excelente atividade esporicida quando comparado a outros aldeídos. A
atividade biocida e inibitória do glutaraldeído é devida à alquilação dos grupos sulfidrila,
hidroxila e amino encontrados nos microrganismos, alterando os ácidos nucleicos e a síntese de
proteínas.

O mecanismo de ação sobre os esporos ainda não foi bem elucidado. Baixa concentração inibe a
germinação de esporos de Bacillus subtilis e Bacillus pumilus e concentrações mais altas (2%)
são esporicidas. É usado para esterilização de artigos críticos e termossensíveis. O tempo de
exposição nas concentrações de 2% deve estar de acordo com a orientação do fabricante. Para
esterilização de artigos termo resistentes. A primeira opção é o meio físico com calor saturado.
A escolha deste método vem como segunda opção e é de caráter provisório (não misturar artigos
de metais diferentes, pois pode haver corrosão eletrolítica, se houver contato entre eles).

O tempo para esterilização é em torno de 10 horas. Desinfecção de alto nível de artigos


termossensíveis: 2% por 30 minutos conforme portaria nº 15 (D.O.U. de 23/08/1988). Não é
indicado para desinfecção de superfícies.
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Produtos comerciais se apresentam geralmente em formulações contendo 2% de glutaraldeído


em soluções ácidas, que são ativadas através de agentes alcalinizantes. Uma vez ativadas, estas
soluções possuem um prazo de validade limitado, geralmente de 14 dias. Também se encontram
disponíveis formulações ácidas estabilizadas com 2% de princípio ativo, cujo prazo de validade,
após ativação, é de geralmente 28 dias.

O glutaraldeído é um composto tóxico, irritante para a pele, mucosas e olhos, porém em menor
grau do que o formaldeído. Após ativação, usar a solução em recipiente de vidro ou plástico,
manter os recipientes tampados.

Não deixar a solução em temperatura superior a 25ºC; observar a validade da solução de


repetidos usos, por meio de fitas teste, “kit” líquido ou similares. Utilizar teste específico para
cada formulação. Os melhores testes são aqueles que dão como resultado uma concentração de
até 1% de glutaraldeído. Na impossibilidade de fazer teste, observar o aspecto da solução
quanto à presença de depósitos e quanto à alteração da coloração e pH. Nesta situação, descartar
a solução, mesmo dentro do prazo de validade estipulado pelos fabricantes. (Ministério de
Saúde, 1994). O enxágue dos materiais deve ser realizado rigorosamente, para evitar resíduos
tóxicos do produto, principalmente em materiais porosos.

Fenol Sintético: Os fenóis sintéticos são ativos para bactérias na forma vegetativa Gram-
positiva e Gram-negativas, incluindo micobactérias, fungos e vírus lipídicos. Não possuem
atividade biocida para esporos bacterianos e vírus hidrofílicos.

Desinfecção de nível médio, intermediário e baixo: tempo de exposição de 10 minutos, e de 30


minutos, para artigos, na concentração indicada pelos fabricantes. Descontaminação de
superfícies e de artigos metálicos e de vidro. Não é recomendado para artigos que entram em
contato com o trato respiratório, nem com objetos de látex, acrílico e borrachas. Os fenóis não
são prontamente neutralizados pela matéria orgânica; são absorvidos por materiais porosos e o
efeito residual pode causar irritação tecidual. Os fenóis devem ser friccionados à superfície ou
objeto através de escova ou esponja, após a imersão das mesmas.

Antes de iniciar a contagem para o tempo de exposição necessário, secar a superfície


desinfectada. Os compostos fenólicos são tóxicos quando ingeridos e irritantes para a pele e
para os olhos.

Compostos Liberadores de Cloro Ativo: Existe um número razoável de compostos liberadores


de cloro ativo disponíveis para alvejamento e desinfecção em diversas áreas. Os compostos
mais comumente utilizados são os inorgânicos: hipoclorito de sódio, cálcio, lítio, e os orgânicos:
ácido dicloroisocianúrico e seus sais sódicos e potássio e o ácido triocloroisocianúrico.

Os compostos liberadores de cloro são muito ativos para bactérias na forma vegetativa, Gram-
positivas e Gram-negativas, ativos para micobactérias, esporos bacterianos, fungos, vírus
lipofílicos e hidrofílicos. Os desinfetantes à base de cloro reagem rapidamente com a matéria
orgânica, incluindo sangue, fezes e tecidos.

São indicados para desinfecção de nível intermediário de artigos nas concentrações que variam
de 0,02 a 1%, devendo o artigo ficar imerso por um período de vinte a sessenta minutos. Sua
atividade é dificultada pela presença de matéria orgânica que reduz sua eficácia. O cloro
também é inativado pela luz, por altas temperaturas e pH (mais ativo em pH ácido, porém,
menos estável).
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O Cloro é altamente corrosivo para metais. O Hipoclorito de Sódio deve ser colocado em
recipiente plástico escuro com tampa, devido às suas fotossensibilidade e volatilidade.
Compostos clorados são altamente instáveis, por isso deve-se utilizá-los imediatamente após
diluídos e desprezá-los em 24 horas após a diluição.

Quaternário de Amônia: De uma maneira geral, os compostos quaternários de amônio são muito
efetivos para bactérias Gram-positivas e efetivos em menor grau para as Gram-negativas, sendo
as Pseudomonas especialmente mais resistentes. São ativos para alguns fungos e para vírus não-
lipídicos. Não apresentam ação letal para esporos bacterianos, para vírus hidrófilos e para
micobactérias.

São recomendados para desinfecção ordinária de superfícies não-críticas como pisos, mobiliário
e paredes. São apresentados em formulações complexas e concentradas, contendo um ou mais
princípios ativos, que devem ser diluídas de acordo com a recomendação do fabricante.

Desinfecção de baixo nível: Tempo de exposição de 30 minutos, na concentração indicada pelo


fabricante. Ao ser aplicado, precisa de fricção sobre a superfície, também indicada pelo
fabricante.

OBS.: Ao final de qualquer processo adotado, desinfetar pia, torneiras, expurgo, recipientes e
luvas de borracha utilizadas na limpeza ou descontaminação de artigos. Os compostos
quaternários de amônio apresentam baixa toxicidade, porém podem causar irritação e
sensibilidade da pele.

Óxido de Etileno: Este processo de esterilização é indicado apenas para artigos termossensíveis.
O Óxido de etileno, aplicado em condições controladas de umidade, temperatura de exposição,
tempo de contato e concentração esteriliza artigos entre 4 e 12 horas. Devido à alta toxicidade
do gás, várias precauções devem ser adotadas, tanto em relação aos artigos processados quanto
ao local de instalação e pessoal que irá operar o equipamento.

Condutas em exposição ocupacional a material biológico


Chamamos de PRECAUÇÕES BÁSICAS a um conjunto de medidas preconizadas para
prevenção, que devem ser adotadas na assistência a todos os pacientes sempre que esta envolva
a manipulação de sangue, secreções, excreções e contato com mucosa e pele não íntegra.

Elas independem do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa, referimo-nos aqui


especialmente a HIV/AIDS e HEPATITES B e C.

Cuidados Locais Após Exposição

a) Lavagem exaustiva com água e sabão, em caso de exposição percutânea;

b) Uso de solução antisséptica degermante (PVP-iodo) ou Clorexidina;

c) Evitar procedimentos que aumentem a área exposta (cortes e injeções locais), e a utilização
de soluções irritantes como éter, hipoclorito de sódio ou glutaraldeído;

d) Após exposição de mucosa, lavagem exaustiva com água ou solução fisiológica.

Medidas Específicas de Quimioprofilaxia: Embora não seja da competência do Cirurgião-


Dentista, a indicação da quimioprofilaxia para os casos de exposição acidental a material
biológico, prescinde da sua competência.
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A decisão de administração da quimioprofilaxia, depende de uma avaliação criteriosa sobre a


natureza da exposição, sua gravidade e condições sorológicas do paciente/profissional no
momento do acidente.

Imediatamente após administrarmos os cuidados locais, devemos preencher a ficha de


Notificação de Acidente de Trabalho com Material Biológico, esta atitude deve ser adotada em
todos os estabelecimentos odontológicos, independendo se a exposição tiver ocorrido no serviço
público ou privado, ou mesmo se o caso vai ser acompanhado clinicamente pelo setor privado
(Anexo XII).

Os critérios de gravidade do risco à exposição são avaliados por:

a) Volume do sangue;

b) Lesão profunda provocada por perfurocortantes;

c) Presença de sangue visível no dispositivo invasivo;

d) Acidentes com agulhas ou dispositivos invasivos que foram previamente utilizados em veias
ou artérias;

e) Acidentes com agulhas de grosso calibre;

f) Acidentes com pacientes fonte em estágios avançados da doença. Quando indicada a


quimioprofilaxia deverá ser iniciada o mais rápido possível, dentro de uma ou duas horas após o
acidente.

A duração da quimioprofilaxia é de quatro semanas.

Recomendações específicas- verificação do status vacinal para tétano e hepatite B. No caso de


impossibilidade de comprovação de cobertura vacinal, iniciar imediatamente a imunização,
acompanhadas das medidas de quimioprofilaxia, além do acompanhamento sorológico para
hepatite B, C e HIV.

No caso da hepatite C, não existe, até o momento nenhuma medida específica eficaz de
profilaxia pós exposição, constituindo-se num dos desafios da saúde pública para os próximos
anos. Sendo recomendado para estes casos, investigação do paciente fonte e acompanhamento
sorológico do profissional de saúde. O tratamento ainda é sintomático. Não há ainda um
tratamento com eficácia comprovada, nem imunização disponível.

Na exposição ocupacional a material infectado pelo HIV, o profissional de saúde além dos
cuidados locais, já descritos, deverá ser acompanhado pelo período de seis meses após o
acidente, mesmo procedimento será adotado quando o paciente fonte não for reativo para o HIV
nos últimos 3a 6 meses, devido a possibilidade de o vírus não ser detectado durante o período
chamado de “janela imunológica”.

O acompanhamento sorológico Anti- HIV (Elisa), deve ser realizado imediatamente após o
acidente e repetido decorridos 6,12 semanas e pelo menos 6 meses. Sendo garantido ao
profissional a confidencialidade dos resultados. Se houver um resultado de sorologia anti-HIV
reativo, deverá ser esclarecido ao profissional que o resultado não se deve a esta exposição,
estando indicado o encaminhamento para tratamento específico.
P á g i n a | 12

Lavagem das mãos


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Como calçar luvas estéreis


P á g i n a | 14

Como remover as luvas


P á g i n a | 15

Lavagem de instrumental

COMO VESTIR O AVENTAL CIRÚRGICO


Segurar o avental pela parte superior de tal modo que este se desdobre pela ação da gravidade
tendo o lado interno voltado para quem o veste. A seguir, deve-se introduzir o braço na manga
do lado correspondente. Não toque na face externa do avental. Quando há necessidade de ajuste
faça com a outra mão coberta com a manga do avental. Após o ajuste das mangas as tiras do
pescoço devem ser amarradas com ou sem auxílio de assistente. As bordas do avental são
unidas através do ajuste do avental ao corpo e amarram-se as tiras da cintura. Calçar as luvas
estéreis somente após o ajuste total do avental.
P á g i n a | 16
P á g i n a | 17

Anamnese e Avaliação do Estado de


Saúde Pré-operatório
A anamnese e o exame físico devem ser individualizados para cada paciente, considerando os
problemas clínicos do paciente, a idade, o nível de conhecimento e o estilo de vida; a
complexidade do procedimento planejado e os métodos anestésicos antecipados.

Formato Padrão de Ficha de Registro da Anamnese e Exame Físico


1. Dados biográficos
2. Queixa principal e sua história
3. Anamnese
4. História clínica familiar e social
5. Revisão dos sistemas
6. Exame físico
7. Exames laboratoriais e radiográficos/por imagem

Dados Básicos da História de Saúde


1. Hospitalizações passadas, operações, lesões traumáticas e doenças graves
2. Doenças ou sintomas menores recentes
3. Uso cotidiano ou recente de medicações e alergias (particularmente alergia a medicamentos)
4. Descrição de hábitos de saúde ou vícios, como o uso de etanol, tabaco e drogas ilícitas e a
quantidade e o tipo de exercícios diários
5. Dados e resultados dos últimos exames médicos ou consulta médica

Exemplo de questionário de anamnese útil para avaliar pacientes


odontológicos. (Modificado da forma apresentada pela American
Dental Association.)
Nome____________________________________________Data de Nascimento:___________
Endereço _____________________________________________________________________
Telefone:
(Residencial)________________________(Trabalho)__________________________
Altura____________________Peso _________________ Data__________________________
Ocupação_____________________________________________________________________

Responda todas as questões fazendo um círculo em SIM ou NÃO e complete os espaços em


branco quando indicado.
As respostas às perguntas seguintes são somente para nosso registro e são confidenciais.
1. Minha última consulta médica foi em (aproximadamente) ___________________________
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2. O nome e o endereço do meu médico particular é


_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
3. Você está sob tratamento médico no momento?.................................................. SIM NÃO
Se estiver, qual é a condição que está sendo tratada? _________________________________
4. Você já teve alguma doença séria ou operação?....................................................SIM
NÃO
Se teve, qual a doença ou operação? _______________________________________________
5. Você esteve hospitalizado nos últimos 5 anos?.......................................................SIM NÃO
Se esteve, qual foi o problema? ___________________________________________________
6. Você tem ou teve alguma das seguintes doenças ou problemas:
a. Febre reumática ou doença cardíaca reumática .....................................................SIM NÃO
b. Anormalidades cardíacas presentes desde o nascimento....................................... SIM NÃO
c. Doença cardiovascular (problemas cardíacos, ataque cardíaco, angina, ............... SIM
NÃO
acidente vascular cerebral, hipertensão, sopro cardíaco)
(1) Você sente dor ou pressão no peito após exercícios.................................SIM
NÃO
(2) Você sente a respiração mais curta após exercícios leves.........................SIM
NÃO
(3) Os seus tornozelos incham ........................................................................SIM
NÃO
(4) Você sente a respiração difícil quando deita ou precisa de
travesseiros extras para dormir .......................................................................SIM
NÃO
(5) Alguém já lhe disse que você tem um sopro cardíaco...............................SIM
NÃO
d. Asma ou febre do feno ............................................................................................SIM
NÃO
e. Urticária ou erupções na pele..................................................................................SIM NÃO
f. Desmaio ou convulsão ............................................................................................SIM
NÃO
g. Diabetes ..................................................................................................................SIM
NÃO
(1) Urina mais de seis vezes por dia ..............................................................SIM
NÃO
(2) Sente sede muitas vezes ...........................................................................SIM
NÃO
(3) Sente a boca seca ......................................................................................SIM
NÃO
h. Hepatite, icterícia ou doença hepática ....................................................................SIM
NÃO
i. Artrite ou outros problemas articulares ..................................................................SIM
NÃO
j. Úlceras no estômago ...............................................................................................SIM
NÃO
k. Problemas renais .....................................................................................................SIM
NÃO
P á g i n a | 19

l. Tuberculose .............................................................................................................SIM
NÃO
m. Você tem tosse persistente ou tosse com sangue ..................................................SIM NÃO
n. Doenças venéreas ...................................................................................................SIM NÃO
o.
Outras(listar)__________________________________________________________________
__________________________
7. Você teve algum sangramento anormal associado a extrações dentárias
anteriores, cirurgia ou trauma......................................................................................SIM NÃO
a. Você tem equimoses facilmente .................................................................SIM
NÃO
b. Você já teve necessidade de transfusão sanguínea ....................................SIM
NÃO
c. Se sim, especifique as circunstâncias ..........................................................SIM
NÃO
8. Você já teve algum distúrbio hematológico como anemia, incluindo a anemia
Falciforme.....................................................................................................................SIM
NÃO
9. Fez algum tratamento cirúrgico ou com radiação para tumor, câncer ou
outra condição na região da cabeça e pescoço.............................................................SIM NÃO
10. Você utiliza alguma droga, medicamento ou fitoterápico ....................................SIM
NÃO
Se utiliza, qual
_________________________________________________________________
11. Você está tomando algum dos seguintes medicamentos:
a. Antibióticos ou fármacos à base de sulfa ....................................................SIM
NÃO
b. Anticoagulantes (para afinar o sangue) .......................................................SIM
NÃO
c. Medicamento para hipertensão ..................................................................SIM NÃO
d. Cortisona (esteroides) (incluindo prednisona) ............................................SIM
NÃO
e. Tranquilizantes ............................................................................................SIM
NÃO
f. Aspirina ........................................................................................................SIM
NÃO
g. Insulina, tolbutamina (Orinase) ou droga similar para diabetes .................SIM
NÃO
h. Digitálicos ou fármacos para problemas cardíacos .....................................SIM
NÃO
i. Nitroglicerina ...............................................................................................SIM
NÃO
j. Anti-histamínicos .........................................................................................SIM
NÃO
k. Anticoncepcional ou outra terapia hormonal ..............................................SIM
NÃO
l. Medicamentos para osteoporose ................................................................SIM NÃO
m. Outros ______________________________________________________________
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12. Você é alérgico ou teve alguma reação adversa a:


a. Anestésicos locais (procaína [Novocaína]) ...................................................SIM
NÃO
b. Penicilina ou outros antibióticos .................................................................SIM
NÃO
c. Derivados de sulfa ........................................................................................SIM
NÃO
d. Aspirina ........................................................................................................SIM
NÃO
e. Iodados ou contrastes para raios X ..............................................................SIM
NÃO
f. Codeína ou outros narcóticos ......................................................................SIM
NÃO
g. Outros
_______________________________________________________________
13. Você já teve algum problema grave associado a qualquer tratamento
odontológico prévio .....................................................................................................SIM
NÃO
Se teve, explique _______________________________________________________________
14. Você tem alguma doença, condição ou problema não listado anteriormente
que considera ser necessário que eu saiba ..................................................................SIM NÃO
Se existe, explique
______________________________________________________________
15. Você está empregado em algum local que o expõe regularmente a raio X ou
outra radiação ionizante ..............................................................................................SIM NÃO
16. Você usa lentes de contato ...................................................................................SIM NÃO
MULHERES:
17. Você está grávida ou notou ausência recente do seu ciclo menstrual ..................SIM
NÃO
18. Você está amamentando no momento .................................................................SIM NÃO
Queixa odontológica principal (Por que você veio ao consultório hoje?)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________

_________________________________
Assinatura do Paciente (verificando
a precisão das informações descritas)

_____________________________
Assinatura do Dentista
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Condições comuns de saúde para serem inquiridas verbalmente ou no


questionário de saúde
 Alergias a antibióticos ou anestésicos locais
 Angina
 Uso de anticoagulantes
 Asma
 Distúrbios sanguíneos
 Amamentação
 Uso de corticosteroides
 Diabetes
 Sopros cardíacos
 Hepatite
 Hipertensão
 Dispositivos protéticos implantados
 Doença pulmonar
 Infarto do miocárdio (i.e., ataque cardíaco)
 Osteoporose
 Gravidez
 Doença renal
 Doença cardíaca reumática
 Distúrbios convulsivos
 Doenças sexualmente transmissíveis
 Tuberculose

EXAME FÍSICO
Qualquer exame físico deve ser iniciado com a aferição dos sinais vitais. Isso serve como um
esquema de triagem para problemas clínicos não suspeitados e como um padrão para futuras
aferições.

Revisão de Rotina de Cabeça, Pescoço e Região Maxilofacial


1. Constitucionais: Febre, calafrios, suores, perda de peso, fadiga, mal-estar, perda de
apetite
2. Cabeça: Cefaleia, vertigem, desmaio, insônia
3. Ouvidos: Audição diminuída, tinido (zumbido), dor
4. Olhos: Visão embaçada, visão dupla, lacrimejamento excessivo, ressecamento, dor
5. Nariz e seios nasais: Rinorreia, epistaxe, problemas para respirar pelo nariz, dor,
alteração do olfato
6. Área da articulação temporomandibular: Dor, ruídos, movimentação limitada
7. Oral: Dor dentária ou sensibilidade, vesículas nos lábios ou mucosa, problemas
mastigatórios, problemas de fala, halitose, restaurações perdidas, dor de garganta, ronco
alto
P á g i n a | 22

8. Pescoço: Dificuldade de deglutição, alterações na voz, dor, torcicolo

Revisão dos Sistemas Cardiovascular e Respiratório


 REVISÃO CARDIOVASCULAR
Desconforto torácico ao esforço, quando se alimenta ou em repouso; palpitações; desmaios;
edema dos tornozelos; respiração encurtada (dispneia) ao esforço; dispneia em posição supina
(ortopneia ou dispneia paroxística noturna); hipotensão postural; fadiga; cãibras musculares nas
pernas.

 REVISÃO RESPIRATÓRIA
Dispneia ao esforço, falta de ar, tosse, produção excessiva de secreções, tosse com eliminação
de sangue (hemoptise).

Exame Físico Pré-operatório do Paciente para Cirurgia Oral e


Maxilofacial
 INSPEÇÃO
Cabeça e face: formato geral, simetria, distribuição capilar
Ouvido: Reação normal a sons (exame otoscópico se for indicado)
Olhos: Simetria, tamanho, reatividade pupilar, coloração da esclera e da conjuntiva, movimento,
teste de visão
Nariz: Septo, mucosa, obstrução
Boca: Dentes, mucosa, faringe, lábios, tonsilas
Pescoço: Tamanho da glândula tireoide, distensão venosa jugular
 PALPAÇÃO
Articulação temporomandibular: Crepitação, sensibilidade
Paranasal: Dor na região dos seios
Boca: Glândulas salivares, assoalho da boca, lábios, músculos mastigatórios
Pescoço: Tamanho da glândula tireoide, linfonodos
 PERCUSSÃO
Paranasal: Ressonância sobre os seios (dificuldade de avaliação)
Boca: Dentes
 AUSCULTAÇÃO
Articulação temporomandibular: Cliques, crepitação
Pescoço: Som carotídeo

Exame Maxilofacial Resumido


Enquanto entrevista o paciente, o dentista deve examiná-lo visualmente de forma geral,
observar a simetria da cabeça e do esqueleto facial, o movimento dos olhos, coloração da
conjuntiva e esclera e capacidade auditiva. O clínico deve observar problemas da fala, os sons
da articulação temporomandibular e a capacidade respiratória
EXAME DE ROTINA
Região da articulação temporomandibular:
 Palpar e auscultar as articulações
 Medir a amplitude de movimento mandibular e padrão de abertura
Nariz e região paranasal:
 Ocluir as narinas individualmente para conferir se há obstrução
 Inspecionar a mucosa nasal anterior
Boca:
P á g i n a | 23

 Retirar todas as próteses removíveis


 Inspecionar a cavidade oral procurando lesões nos dentes, mucosas oral e faríngea;
olhar as tonsilas e úvula
 Segurar a língua para fora da boca com uma gaze seca enquanto inspeciona as bordas
laterais
 Palpar a língua, lábios, assoalho da boca e glândulas salivares (conferir o fluxo salivar)
 Palpar o tamanho dos linfonodos do pescoço e da glândula tireoide. Inspecionar as veias
jugulares

Técnicas de aferição da pressão sanguínea e pulso

Aferição da pressão sanguínea sistêmica. Um manguito de tamanho adequado é posicionado de


forma segura ao redor do braço de modo que a borda inferior do manguito fique de 2 a 4 cm
acima da fossa antecubital. A artéria braquial é palpada na fossa, e o diafragma do estetoscópio
é colocado sobre a artéria e mantido no local com os dedos da mão esquerda. O bulbo de
pressão é mantido na palma da mão direita e a válvula é aparafusada (fechada) com os dedos e o
indicador daquela mão. O bulbo é então apertado repetidamente até que a pressão atinja
aproximadamente 220 mmHg. Deixa-se escapar o ar lentamente do manguito através da
abertura parcial da válvula enquanto o dentista ausculta pelo estetoscópio. A leitura da aferição
começa quando se escuta o primeiro som mais fraco, que se refere à pressão sanguínea sistólica.
A aferição termina quando o último som da artéria desaparece, definindo a pressão diastólica.
Logo que a leitura da pressão diastólica é obtida, a válvula é aberta para desinflar
completamente o manguito.
A frequência e o ritmo do pulso são avaliados mais comumente por meio do uso das pontas dos
dedos médio e indicador da mão direita para palpar a artéria radial no pulso. Determinando-se o
ritmo como regular, o número de pulsações que ocorrer em 30 segundos é multiplicado por 2
para determinar o número de pulsações por minuto. Caso descubra-se um pulso fraco ou
irregular na palpação do pulso radial, o coração deve ser auscultado diretamente para determinar
a frequência e o ritmo cardíacos.

Classificação do Estado Físico de Acordo com a Sociedade Americana de


Anestesiologistas (ASA)
ASA I: Paciente saudável
ASA II: Paciente com doença sistêmica leve ou fator de risco de saúde significativo
ASA III: Paciente com doença sistêmica grave que não seja incapacitante
ASA IV: Paciente com doença sistêmica grave que é ameaçadora à vida
ASA V: Paciente moribundo que não se espera que sobreviva sem cirurgia
P á g i n a | 24

ASA VI: Paciente com morte cerebral declarada cujos órgãos serão removidos com propósito de
doação

Protocolo Geral para Redução de Ansiedade


ANTES DA CONSULTA
 Agente hipnótico para promover sono na noite anterior à cirurgia (opcional)
 Agente sedativo para diminuir a ansiedade na manhã da cirurgia (opcional)
 Marcação de consulta pela manhã e de forma que o tempo de espera na recepção seja
mínimo
DURANTE A CONSULTA
Métodos Não-farmacológicos de Controle da Ansiedade
 Restabelecer a confiança verbalmente
 Conversar para distrair
 Evitar surpresas (comunicar o paciente antes de fazer qualquer coisa que possa causar
ansiedade)
 Evitar barulhos desnecessários
 Instrumentos cirúrgicos fora do campo de visão do paciente
 Música ambiente para relaxar
Métodos Farmacológicos de Controle de Ansiedade
 Anestésicos locais de intensidade e duração suficientes
 Óxido nitroso
 Ansiolíticos intravenosos
APÓS A CIRURGIA
 Instruções sucintas para os cuidados pós-operatórios
 Informar o paciente sobre as sequelas pós-cirúrgicas esperadas (p. ex., edema ou
pequenos sangramentos)
 Reafirmar a segurança
 Analgésicos eficientes
 O paciente deve informar quem deve ser contatado se algum problema acontecer
 Telefonar para o paciente em casa na tarde posterior à cirurgia para conferir se existe
algum problema

Tratamento do Paciente com História de Angina Pectoris


1. Consultar o médico do paciente
2. Usar um protocolo de redução de ansiedade
3. Ter sempre comprimidos ou spray de nitroglicerina disponíveis. Utilizar a nitroglicerina
como pré-medicação se for indicado
4. Administrar suplementação de oxigênio
5. Assegurar uma anestesia local profunda antes de iniciar a cirurgia
6. Considerar o uso de sedação com óxido nitroso
7. Monitorar rigorosamente os sinais vitais
8. Considerar a possibilidade de limitar a quantidade de epinefrina utilizada (máximo de 0,04
mg)
9. Manter contato verbal com o paciente durante todo o procedimento para monitorar seu
estado

Tratamento do Paciente com História de Infarto do Miocárdio


1. Consultar o médico do paciente
P á g i n a | 25

2. Conferir com o médico do paciente se um tratamento dentário é necessário antes de 6 meses


desde o IM
3. Conferir se o paciente utiliza anticoagulantes (incluindo aspirina)
4. Usar um protocolo de redução de ansiedade
5. Ter nitroglicerina disponível; usar profilaticamente se o médico aconselhar
6. Administrar suplementação de oxigênio
7. Proporcionar anestesia local profunda
8. Considerar a administração de óxido nitroso
9. Monitorar os sinais vitais do paciente e manter contato verbal
10. Considerar a limitação de 0,04 mg de epinefrina a ser utilizada
11. Considerar o encaminhamento para um cirurgião bucomaxilofacial

Tratamento do Paciente com Insuficiência Cardíaca Congestiva


(Cardiomiopatia Hipertrófica)
1. Adiar o tratamento odontológico até que a função cardíaca tenha melhorado e o médico
acredite que o tratamento seja possível
2. Usar um protocolo de redução de ansiedade
3. Considerar a possibilidade de administrar suplementação de oxigênio
4. Evitar a posição supina
5. Considerar o encaminhamento a um cirurgião bucomaxilofacial

Tratamento do Paciente Asmático


1. Adiar o tratamento odontológico até que asma esteja bem controlada e o paciente não tenha
sinais de infecção no trato respiratório
2. Auscultar o tórax bilateralmente com estetoscópio para detectar ruídos antes de
procedimentos cirúrgicos orais maiores ou sedação
3. Usar um protocolo de redução de ansiedade, incluindo óxido nitroso, mas evitar o uso de
depressores respiratórios
4. Consultar o médico sobre a possibilidade de uso pré-operatório de cromolin sódico
5. Se o paciente faz ou fez uso crônico de costicosteróides, providenciar uma profilaxia para
insuficiência suprarrenal
6. Manter um inalador com broncodilatador facilmente acessível
7. Evitar o uso de fármacos anti-inflamatórios não-esteroidais em pacientes suscetíveis

Tratamento de Pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica


1. Adiar o tratamento até que a função pulmonar tenha melhorado e o tratamento seja possível
2. Auscultar o tórax bilateralmente com estetoscópio para determinar a adequação dos sons
pulmonares
3. Usar um protocolo de redução de ansiedade, mas evitar o uso de depressores respiratórios
4. Se o paciente necessita de suplementação crônica de oxigênio, continuar como prescrito em
fluxo lento. Se o paciente não necessitar de tratamento com oxigênio suplementar, consultar o
médico antes de administrar oxigênio
5. Se o paciente faz uso crônico de corticosteróides, tratá-lo como se fosse um paciente com
insuficiência suprarrenal
6. Evitar colocar o paciente na posição supina até se certificar que ele possa tolerá-la
7. Manter um inalador com broncodilatador em local acessível
8. Monitorar de perto as frequências respiratória e cardíaca.
9. Agendar o paciente para o período da tarde para permitir a eliminação de secreções
P á g i n a | 26

Tratamento do Paciente com Insuficiência Renal e de Pacientes que


Recebem Hemodiálise
1. Evitar o uso de fármacos que dependam da metabolização ou excreção renal. Modificar a
dose se tais fármacos forem necessários
2. Evitar o uso de fármacos nefrotóxicos, como fármacos anti-inflamatórios não-esteroidais
3. Adiar o tratamento odontológico até 1 dia após a diálise
4. Consultar o médico a respeito do uso de profilaxia antibiótica
5. Monitorar a pressão sanguínea e a frequência cardíaca
6. Procurar por sinais de hiperparatireoidismo secundário
7. Considerar a realização de teste para hepatite B antes do tratamento odontológico. Tomar
precauções se não for possível realizar a sorologia para hepatite

Tratamento de Pacientes com Transplante Renal*


1. Adiar o tratamento até que o médico do paciente ou o cirurgião de transplante libere o
paciente para tratamento odontológico
2. Evitar o uso de fármacos nefrotóxicos†
3. Considerar o uso de suplementação com corticosteroides
4. Monitorar a pressão sanguínea
5. Considerar a realização de testes para hepatite B antes do tratamento odontológico. Tomar
precauções se não for possível realizar a sorologia para hepatite
6. Observar a presença de hiperplasia gengival induzida por ciclosporina A. Enfatizar a
importância da manutenção da higiene oral
7. Considerar o uso profilático de antibióticos, particularmente para pacientes que fazem uso de
agentes imunossupressores

Tratamento do Paciente Hipertenso


HIPERTENSÃO LEVE À MODERADA (SISTÓLICA >140 MMHG; DIASTÓLICA > 90
MMHG)
1. Recomendar que o paciente procure um médico clínico geral para realizar o tratamento da
hipertensão
2. Monitorar a pressão sanguínea do paciente em cada visita, e quando administrar anestésico
local com epinefrina, não ultrapassar a dose de 0,04 mg em uma única visita
3. Usar um protocolo de redução de ansiedade
4. Evitar alterações posturais rápidas em pacientes que ingerem fármacos vasodilatadores
5. Evitar a administração intravenosa de soluções que contenham sódio
HIPERTENSÃO GRAVE (SISTÓLICA >200 MMHG; DIASTÓLICA > 110 MMHG)
1. Adiar o tratamento odontológico eletivo até que a hipertensão esteja controlada
2. Considerar o encaminhamento para um cirurgião bucomaxilofacial para problemas
emergenciais

Tratamento do Paciente com Insuficiência Hepática


1. Descobrir a causa dos problemas hepáticos; se a causa for hepatite B, tomar precauções
2. Evitar fármacos que requerem metabolismo ou excreção hepática; se o seu uso for
necessário, modificar a dose
3. Realizar testes no paciente com doença hepática grave para investigar distúrbios sanguíneos
por meio da contagem de plaquetas, tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial e
tempo de sangramento de Ivy
4. Evitar situações em que o paciente possa deglutir grandes quantidades de sangue
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Tratamento do Paciente com Diabetes


DIABETES INSULINO-DEPENDENTE
1. Adiar a cirurgia até que o diabetes esteja controlado; consultar o médico
2. Agendar uma consulta de manhã; evitar consultas longas
3. Usar um protocolo de redução de ansiedade, mas evitar técnicas de sedação profunda em
pacientes ambulatoriais
4. Monitorar o pulso, a respiração e pressão sanguínea antes, durante e após a cirurgia
5. Manter a comunicação verbal com o paciente durante a cirurgia
6. Se o paciente comeu ou bebeu antes da cirurgia oral e tiver dificuldade para se alimentar e
beber após a cirurgia, orientá-lo a não tomar a dose usual da insulina NPH ou regular; iniciar
uma infusão venosa com dextrose a 5% em água a 150 mL/h
7. Se for permitido, orientar o paciente a tomar o seu desjejum normal antes da cirurgia e
tomar a dose usual de insulina regular, mas somente metade da dose da insulina NPH
8. Advertir o paciente a não ingerir as doses usuais de insulina até que ele tenha capacidade de
retomar a ingestão calórica habitual e o nível de atividade
9. Consultar o médico do paciente se surgir qualquer questão em relação a modificação do
regime de insulina
10. Observar sinais de hipoglicemia
11. Tratar as infecções agressivamente

Diabetes não-insulino-dependente
1. Adiar a cirurgia até que o diabetes esteja controlado
2. Agendar a consulta para o período da manhã; evitar consultas demoradas
3. Usar um protocolo de redução de ansiedade
4. Monitorar o pulso, a respiração e pressão sanguínea antes, durante e após a cirurgia
5. Manter a comunicação verbal com o paciente durante a cirurgia
6. Se o paciente comeu ou bebeu antes da cirurgia oral e tiver dificuldade para se alimentar e
beber após a cirurgia, orientá-lo a não tomar a medicação hipoglicemiante no dia da cirurgia
7. Se o paciente puder comer e beber após a cirurgia, orientar paciente a comer seu desjejum
normalmente e ingerir a dose usual do agente hipoglicemiante
8. Observar sinais de hipoglicemia
9. Tratar as infecções agressivamente

Tratamento do Paciente com Supressão Suprarrenal que Necessita de


Cirurgia Oral Maior*
SE O PACIENTE ESTÁ USANDO CORTICOSTEROIDES:
1. Usar um protocolo de redução de ansiedade
2. Monitorar o pulso e a pressão sanguínea antes, durante e após a cirurgia
3. Instruir o paciente a dobrar a dose usual diária no dia anterior, no dia e 1 dia após a cirurgia
4. No segundo dia pós-cirúrgico, orientar o paciente a retornar para uma dose usual de
esteroide
SE O PACIENTE NÃO ESTÁ USANDO ESTEROIDES, MAS RECEBEU PELO MENOS 20
MG DE HIDROCORTISONA (CORTISOL OU EQUIVALENTE) POR MAIS DE 2
SEMANAS NO ANO ANTERIOR:
1. Usar um protocolo de redução de ansiedade
2. Monitorar o pulso e a pressão sanguínea antes, durante e após a cirurgia
P á g i n a | 28

3. Instruir o paciente a tomar 60 mg de hidrocortisona (ou equivalente) no dia anterior e na


manhã da cirurgia (ou o dentista deve administrar 60 mg de hidrocortisona ou o equivalente por
via intramuscular ou intravenosa antes de cirurgia complexa)
4. Nos 2 primeiros dias pós-cirúrgicos, a dose deve ser reduzida para 40 mg e reduzida para 20
mg nos 3 dias posteriores. O clínico pode interromper a administração de esteroides
suplementares 6 dias após a cirurgia

Tratamento do Paciente com Hipertireoidismo


1. Adiar a cirurgia até que a disfunção da glândula tireoide esteja controlada
2. Monitorar o pulso e a pressão sanguínea antes, durante e após a cirurgia
3. Limitar a quantidade de epinefrina utilizada

Tratamento do Paciente com Coagulopatia


1. Adiar a cirurgia até que um hematologista seja consultado sobre o tratamento do paciente
2. Obter testes de coagulação como indicado (tempo de protrombina, tempo de tromboplastina
parcial, tempo de sangramento de Ivy, contagem de plaquetas) e o teste de
hepatite
3. Agendar o paciente de uma maneira que permita a cirurgia logo após as medidas de correção
da coagulação tenham sido realizadas (após transfusão de plaquetas, reposição de fator ou
administração de ácido aminocapaoico)
4. Aumentar a coagulação durante a cirurgia com o uso de substâncias coagulantes tópicas,
suturas e curativos compressivos bem posicionados
5. Monitorar a ferida por 2 horas para assegurar que um bom coágulo inicial se formou
6. Instruir o paciente sobre como prevenir o deslocamento do coágulo e o que fazer se o
sangramento recomeçar
7. Evitar a prescrição de fármacos anti-inflamatórios não-esteroidais
8. Tomar precauções contra hepatite durante a cirurgia

Tratamento do Paciente que Recebe Terapia Anticoagulante


PACIENTES QUE RECEBEM ASPIRINA OU OUTRO FÁRMACO INIBIDOR
PLAQUETÁRIO
1. Consultar o médico do paciente para determinar a segurança de interromper o fármaco
anticoagulante por vários dias
2. Adiar a cirurgia até que os fármacos inibidores plaquetários tenham sido interrompidos por 5
dias
3. Tomar medidas extras, durante e após a cirurgia, para auxiliar a formação do coágulo e sua
retenção
4. Reiniciar a terapia medicamentosa no dia seguinte à cirurgia se o paciente não apresentar
nenhum sangramento

PACIENTES QUE RECEBEM WARFARIN (COUMADIN)


1. Consultar o médico do paciente para determinar a segurança de permitir a diminuição do
tempo de protrombina (TP) para menos de 2,0 a 3,0 INR (razão normalizada internacional) por
poucos dias*
2. Obter o valor do TP
3. (a) Se o TP estiver menor que 3,1 INR, continuar a cirurgia e passar para o tópico 6
(b) Se o TP estiver maior que 3,0 INR, passar para o tópico 4
4. Interromper o uso da warfarin aproximadamente 2 dias antes da cirurgia
P á g i n a | 29

5. Conferir o TP diariamente, e realizar a cirurgia no dia em que o TP estiver em 3,0 INR


6. Tomar precauções extras, durante e após a cirurgia, para auxiliar a formação do coágulo e
sua retenção
7. Reiniciar o warfarin no dia da cirurgia

PACIENTES QUE RECEBEM HEPARINA


1. Consultar o médico do paciente para determinar a segurança da interrupção da heparina pelo
período perioperatório
2. Adiar a cirurgia por pelo menos 6 horas após a heparina ter sido interrompida ou reverter a
heparina com protamina
3. Reiniciar a heparina assim que um bom coágulo tenha se formado

Tratamento do Paciente com Distúrbio Convulsivo


1. Adiar a cirurgia até que as convulsões estejam controladas
2. Considerar a medição do nível sérico de medicações anticonvulsivantes se a adesão do
paciente for questionável
3. Usar um protocolo de redução de ansiedade
4. Evitar hipoglicemia e fadiga

Tratamento da Paciente Grávida


1. Adiar a cirurgia até que o parto aconteça, se possível
2. Consultar o médico obstetra da paciente se a cirurgia não puder ser adiada
3. Evitar radiografias dentárias a menos que a informação em relação ao dente ou osso seja
necessária para o tratamento adequado. Se as radiografias forem necessárias, utilizar proteção
adequada
4. Evitar o uso de fármacos com potencial teratogênico. Usar anestésico local quando a
anestesia for necessária
5. Usar no mínimo 50% de oxigênio se for utilizada sedação com óxido nitroso
6. Evitar manter a paciente em posição supina por longos períodos, para evitar compressão da
veia cava
7. Permitir que a paciente vá ao banheiro

Medicamentos Odontológicos a Serem Evitados em Pacientes Grávidas


ASPIRINA E OUTROS FÁRMACOS  Hidrocloreto de difenidramina (se
ANTI-INFLAMATÓRIOS utilizado cronicamente)
NÃO-ESTEROIDAIS  Morfina
 Carbamazepina  Óxido nitroso (se a exposição for
 Hidrato de cloral (se utilizado maior que 9h/semana ou O2 for
cronicamente) menor que 50%)
 Clordiazepóxido  Hidrocloreto de pentazocina
 Corticosteroides  Fenobarbital
 Diazepam e outros  Hidrocloreto de prometazina
benzodiazepínicos  Propoxifeno
 Tetraciclinas

Classificação dos Medicamentos com Risco Fetal em Potencial


Categoria A: Estudos controlados em mulheres não demonstraram risco fetal no primeiro
trimestre de gravidez (e não existem evidências de risco nos trimestres subsequentes), e a
possibilidade de problemas fetais aparecerem é remota.
P á g i n a | 30

Categoria B: Ou os estudos em reprodução animal não demonstraram risco fetal e não existem
estudos controlados em mulheres grávidas, ou estudos em reprodução animal demonstraram um
efeito adverso (outro efeito que não a diminuição da fertilidade) que não foi confirmado por
estudos controlados em mulheres no primeiro trimestre de
gravidez (e não existem evidências de risco nos trimestres subsequentes).
Categoria C: Ou os estudos em animais demonstraram efeitos fetais adversos e não existem
estudos controlados em humanos, ou estudos em mulheres e animais não estão disponíveis. Os
fármacos desta categoria devem ser administrados somente se alternativas seguras não
estiverem disponíveis e se o benefício potencial justificar o(s) risco(s) fetal(is) conhecido(s).
Categoria D: Existem evidências de risco fetal humano, mas os benefícios para a mulher grávida
podem ser aceitáveis apesar do risco, como em doenças graves e com risco de morte para as
quais os fármacos seguros não podem ser utilizados ou são ineficazes. Uma declaração
apropriada deve aparecer na seção “advertências” da bula do fármaco dessa categoria.
Categoria X: Ou estudos em animais ou em humanos demonstraram anormalidades fetais, ou
existe evidência de risco fetal baseada na experiência humana (ou ambos); e o risco de usar o
fármaco em mulheres grávidas é injustificável em detrimento de qualquer benefício. O fármaco
é contraindicado em mulheres que estão ou podem ficar grávidas. Uma declaração esclarecedora
deve aparecer na seção “contraindicações” da bula dos fármacos dessa categoria.

Efeito de Medicações Usadas em Odontologia em Mães que Estão


Amamentando
Sem Efeitos Clínicos Aparentes nos Efeitos Clínicos Potencialmente
Lactentes Prejudiciais em Lactentes
 Acetaminofeno  Ampicilina
 Anti-histamínicos  Aspirina
 Cefalexina  Atropina
 Codeína  Barbitúricos
 Eritromicina  Hidrato de cloral
 Fluoreto  Corticosteroides
 Lidocaína  Diazepam
 Meperidina  Metronidazol
 Oxacilina  Penicilina
 Pentazocina  Propoxifeno
 Tetraciclinas
P á g i n a | 31

Indicações e Contraindicações da
Exodontia
Indicações
Dentes associados a lesões Radioterapia
patológicas
Dentes fraturadosTratamento ortodôntico

Dentes inclusos
Necrose pulpar Doença periodontal
Fraturas maxilares
Cáries extensas
Dentes supranumerários
Contraindicações
Contraindicações Sistêmicas
 Uma contraindicação sistêmica é um grupo de condições denominadas de doenças
metabólicas descompensadas e severas.
 Diabetes não controlada e falência renal com uremia severa fazem parte desse grupo.
 Os pacientes que apresentam leucemia e linfoma não controlados não devem ter os
dentes removidos até que a doença maligna possa ser controlada.
 Os pacientes com qualquer de várias doenças cardíacas severas e não controladas
também devem ter suas extrações proteladas até que a doença possa ser controlada.
 Os pacientes com isquemia severa do miocárdio, como angina pectoris instável, e
pacientes que tiverem tido um infarto do miocárdio significante recentemente não
devem ter um dente extraído, exceto em caso de emergência em ambiente hospitalar.
 Pacientes que possuem hipertensão maligna também devem ter as extrações adiadas,
Pacientes com arritmias cardíacas não controladas e severas devem, também, ter suas
extrações adiadas.
 A gravidez é uma contraindicação relativa às extrações; os pacientes que estejam no
primeiro ou no terceiro trimestre devem ter suas extrações adiadas se for possível.
 Pacientes que apresentem coagulopatias severas, como hemofilia, ou distúrbios
plaquetários severos não devem ter seus dentes extraídos até que a coagulopatia tenha
sido corrigida.
 Pacientes que tomam ou tenham tomado uma variedade de medicamentos devem ter a
cirurgia feita com cautela. Drogas que devemos ter cuidado incluem corticosteroides,
agentes imunossupressores, bifosfonados e agentes quimioterápicos para câncer.
Contraindicações Locais
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 A mais importante e mais crítica é a história de radiação terapêutica contra câncer.


 Os dentes que estão localizados dentro de uma área de tumor, especialmente um tumor
maligno, não devem ser extraídos.
 Os pacientes com pericoronarite severa ao redor de um terceiro molar mandibular
impactado não devem ter o dente extraído até que a pericoronarite tenha sido tratada.
 Pacientes com abscesso dentoalveolar agudo, onde, o paciente pode não conseguir abrir
a boca o suficiente, ou pode ser difícil conseguir uma anestesia local profunda.

Avaliação clínica dos dentes a serem extraídos


 Acesso ao Dente
 Mobilidade do Dente
 Condição da Coroa

Exame radiográfico do dente a ser extraído


Em geral, as radiografias periapicais fornecem a informação mais precisa e detalhada sobre o
dente, suas raízes
e o tecido adjacente. As radiografias panorâmicas são utilizadas frequentemente, mas o seu
melhor uso é para dentes impactados e não para dentes erupcionados.
 Relação com Estruturas Vitais
 Configuração das Raízes
 Condição do Osso Adjacente
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Exames complementares
De acordo com a Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego n° 397 de 2002, que estabelece
a Classificação Brasileira de Ocupações, compete ao Cirurgião-Dentista solicitar exames
complementares, entre eles, a solicitação de risco cirúrgico e exames de laboratório em geral.

 Tipos

1. Hematológicos
Indicações
o Anemia, trombopatias, leucemia
o Infecções e agranulocitose
o Avaliações pré-operatórias
o Avaliação da capacidade de hemostasia
2. Imaginológicos
o Radiografias periapicais
o Radiografias oclusais
o Radiografias panorâmicas
o Outras técnicas radiográficas
o Tomografia computadorizada
o Ressonância magnética
o Ecografia (Ultrassonografia)
3. Bioquímicos
o Glicemia = dosagem de glicose. Descobrir se existe alteração no metabolismo da
glicose.
⇒ hiperglicemia = aumento (diabetes).
⇒ hipoglicemia = diminuição (anemia).
o VN = 70-100mg/dl.
4. Sorológicos
5. Biópsia
6. Citologia esfoliativa

Bases para Interpretação de Exames Laboratoriais na Prática


Odontológica
Exames laboratoriais são importantes na definição do diagnóstico, quando este não pode ser
esclarecido exclusivamente pelos dados de história clínica e exame físico. Compete ao
Cirurgião-Dentista solicitar exames complementares, pois alguns problemas sistêmicos poderão
complicar e alterar o prognóstico ou, até mesmo, contraindicar a realização de cirurgias ou
procedimentos invasivos.

Os pacientes, por sua vez, podem relatar esses problemas na anamnese que, quando relatados ou
suspeitados pelo profissional por algum sinal clínico, devem ser investigados pelo cirurgião-
P á g i n a | 34

dentista por meio da solicitação de exames laboratoriais específicos ou encaminhamento do


paciente ao médico.

Hemograma: Existem alguns critérios para a indicação de solicitação de hemograma, que é


recomendado principalmente em avaliações pré-operatórias. As condições a serem observadas
para a solicitação do hemograma são: complexidade cirúrgica, intervenções odontológicas de
médio e grande porte; suspeita clínica de anemia ou policitemia; presença de doenças crônicas
como: nefropatias, hepatopatias, lúpus eritematoso sistêmico, AIDS, neoplasias, alcoolismo,
doenças hemorrágicas do trato gastrointestinal; radio ou quimioterapia recentes; uso de
anticoagulantes; presença de infecção; paciente acima de 60 anos; crianças pálidas e hipoativas,
má alimentação; e déficit de peso/idade5 . O hemograma completo é composto pelo
eritrograma, que fornece dados sobre contagem de hemácias (eritrócitos ou glóbulos
vermelhos), pela série plaquetária, e pelo leucograma, que avalia os leucócitos (glóbulos
brancos).

Eritrograma: É o primeiro item do hemograma. Ele relata as alterações nos eritrócitos


(hemácias), através da contagem de eritrócitos (E); dosagem de hemoglobina (Hgb);
hematócrito (Hct); volume corpuscular médio (VCM); hemoglobina corpuscular média (HCM);
concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM); e RDW, ajudando o diagnóstico de
anemias e policitemias. A contagem de eritrócitos - E é usada para detectar a quantidade desta
célula em um microlitro (milímetro cúbico) de sangue total. A dosagem de hemoglobina é o
melhor resultado do hemograma para concluir se um paciente está anêmico.

O hematócrito representa a proporção entre a parte sólida e a parte líquida do sangue. Quando
há anemia no paciente, o Hct encontra-se diminuído por causa da falta de glóbulos vermelhos.
Os três primeiros dados, contagem de eritrócitos - E, dosagem de hemoglobina e hematócrito
são analisados em conjunto e avaliam a presença de anemia ou policitemia no paciente.

O volume corpuscular médio avalia o tamanho dos eritrócitos. Um VCM elevado indica
hemácias macrocíticas. Um VCM reduzido indica hemácias microcíticas. Esse dado ajuda a
diferenciar os vários tipos de anemia. Por exemplo, anemias por carência de ácido fólico e
vitamina B12, e o alcoolismo apresentam hemácias grandes (macrocíticas), enquanto anemias
por deficiência de ferro apresentam hemácias pequenas – microcíticas.

O nível de Hemoglobina Corpuscular Média é o peso da hemoglobina dentro das hemácias e a


Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média - CHCM avalia a concentração de
hemoglobina dentro da hemácia. Quando as hemácias têm pouca hemoglobina, elas são ditas
‘hipocrômicas’. Quando têm muita hemoglobina, são ‘hipercrômicas’. Assim, o VCM, o HCM
e o CHCM são mais usados para diferenciar os vários tipos de anemia.

O Red Cell Distribution Width é o índice que revela anisocitose, ou seja, presença de hemácias
de tamanhos variados na amostra examinada.

Série plaquetária - contagem de plaquetas: Geralmente, é a segunda parte do hemograma e


consiste na contagem de plaquetas ou trombócitos. Para ter resultados mais confiáveis quanto à
coagulação do paciente, é necessário solicitar um coagulograma, um conjunto de exames que
avalia os mecanismos de hemostasia por completo e identifica, além da quantidade de plaquetas,
a qualidade e o tempo de coagulação do paciente.
P á g i n a | 35

Leucograma: Geralmente é a terceira parte do hemograma. Nele se analisa quantitativamente e


qualitativamente os leucócitos, as células de defesa do nosso organismo. A contagem total de
leucócitos, quando elevada, é denominada leucocitose e, com frequência, indica uma infecção.
Uma contagem diminuída de leucócitos é considerada uma leucopenia, que pode sugerir, dentre
outras etiologias, uma depressão da medula óssea.

Fornece informações mais específicas sobre o sistema imune do paciente. No leucograma, na


contagem diferencial de leucócitos são apresentados os cinco tipos de células – os granulócitos:
neutrófilos, eosinófilos, basófilos; e os agranulócitos: linfócitos e monócitos.

Os neutrófilos são responsáveis pelo combate às bactérias. Infecções e abcessos de origem


dentária podem levar à febre e à leucocitose, pelo aumento do número de neutrófilos que é a
neutrofilia. Por outro lado, interessa também ao cirurgião dentista a neutropenia - termo usado
quando há uma redução do número de neutrófilos. Uma diminuição do número de neutrófilos
gera um risco de infecção pós-operatória.

A presença de um percentual maior de células jovens é um indício de um processo infeccioso


em curso. Os eosinófilos são os leucócitos responsáveis pelo combate de parasitas e pelo
mecanismo da alergia. O aumento de eosinófilos ocorre em pessoas alérgicas, asmáticas ou em
casos de infecção intestinal por parasitas.

Os basófilos são o tipo menos comum de leucócitos no sangue. Sua elevação normalmente
ocorre em processos alérgicos e estados de inflamação crônica.

Os linfócitos são as principais linhas de defesa contra infecções por vírus e contra o surgimento
de tumores. São eles também os responsáveis pela produção dos anticorpos. Quando temos um
processo viral, é comum que o número de linfócitos aumente.

Os monócitos normalmente são ativados tanto em processos virais quanto bacterianos. O


sistema imune encaminha os monócitos para o local infectado, este se ativa, transformando- se
em macrófago, que é uma célula capaz de fagocitar microorganismos invasores.

Avaliação do risco decorrente dos resultados obtidos no hemograma e


recomendações para redução de riscos no tratamento odontológico
O cirurgião-dentista deve sempre observar que a anemia pode ser secundária a doenças
crônicas, principalmente em nefropatas, hepatopatas, pacientes com Lúpus eritematoso, dentre
outras. O estado anêmico de um paciente pode interferir diretamente em uma cirurgia
odontológica, pois a anemia aumenta o risco de infecção local, má cicatrização e pode causar
um sangramento mais abundante durante a cirurgia. Pode acontecer a infecção pós-operatória,
uma vez que a deficiência de ferro deprime a função imunitária, aumentando o risco de
infecções, que são as complicações mais frequentes nos indivíduos com anemia. A má
cicatrização se dá pela quantidade de oxigênio diminuída no local da cirurgia, que pode levar a
um retardo na cicatrização, pois a perfusão tecidual depende basicamente de três fatores:
volemia adequada, quantidade de hemoglobina e conteúdo de oxigênio no sangue.

Anemias também provocam prolongamento no tempo de sangramento. São considerados de alto


risco, os pacientes com hematócrito inferior a 30% e hemoglobina abaixo de 10 g/dL, quadros
de sangramento e doenças crônicas associadas.
P á g i n a | 36

Ao detectar a anemia no hemograma, o cirurgião-dentista deve seguir algumas recomendações


durante o atendimento odontológico, tais como averiguar se a anemia é secundária ao distúrbio
sistêmico; sendo assim, é indispensável à integração do CD com o médico do indivíduo; evitar o
uso de anestésicos à base de prilocaína; utilizar profilaxia antibiótica em procedimentos
odontológicos cruentos para reduzir o risco de infecção secundária; não utilizar a dipirona como
analgésico; minimizar danos à mucosa bucal, os quais podem gerar ulcerações traumáticas
persistentes.

Deve-se evitar a indicação, para pacientes anêmicos não controlados, de uso de sedação e
anestesia geral, devido à capacidade reduzida de transporte de oxigênio nestes indivíduos.

No leucograma, o que devem ser considerados em sua interpretação são os valores dos
leucócitos totais e neutrófilos. Devem-se adiar as cirurgias eletivas se os valores estiverem
muito abaixo do normal. Em valores aproximados ao normal, deve-se fazer profilaxia
antibiótica em tratamentos invasivos.

Coagulograma completo: A hemostasia é um processo complexo que envolve numerosos


eventos fisiológicos. A solicitação do coagulograma é muito importante no pré-operatório de
qualquer cirurgia de médio à grande porte. Também deve ser solicitado para investigar
sangramentos espontâneos e petéquias.

O coagulograma é composto por: tempo de sangramento; tempo de coagulação; Tempo de


protrombina ativada; Tempo de protrombina parcialmente ativada; Índice de normalização
internacional. Através do coagulograma, é possível avaliar qualitativamente e quantitativamente
as plaquetas, ou seja, a qualidade e o poder de coagulação do paciente.

O tempo de sangramento fornece a verificação da suficiência do número de plaquetas e da


função plaquetária. O exame mede o tempo em que o sangramento provocado por uma incisão
cutânea padronizada leva até parar pela formação do tampão hemostático temporário.

O Tempo de Coagulação é substituído pelo tempo de tromboplastina parcial ativado, que


fornece um resultado fidedigno das alterações de via intrínseca.

O tempo de protrombina é realizado para medir o tempo que o plasma leva para formar o
coágulo. O tempo de protrombina prolongado pode estar associado a uma coagulação e a um
sangramento pós-operatório anormal.

O tempo de tromboplastina parcial ativada avalia a eficiência da via intrínseca na mediação da


formação do coágulo de fibrina.

O Índice de Normalização Internacional a OMS, preconizou o uso do índice internacional


normalizado, para padronizar mundialmente o resultado obtido durante o teste. Pacientes
tratados com anticoagulante oral estão sujeitos a qualquer tipo de cirurgia oral. Muitos autores
demonstram que é seguro realizar a maioria dos procedimentos cirúrgicos odontológicos sem
risco de hemorragias graves quando o INR estiver dentro dos níveis terapêuticos.

O dentista, portanto, ao tratar estes pacientes, deve pesar o risco de uma complicação
hemorrágica, em comparação com aqueles das doenças tromboembólicas subjacentes. O médico
do paciente deve ser consultado antes do início do tratamento dentário. Para extrações dentárias,
as estratégias vão desde a interrupção completa dos anticoagulantes até a continuidade do
medicamento, sem qualquer ajuste de dose. Na prática corrente, as estratégias mais comuns
P á g i n a | 37

utilizadas pelos médicos, são as seguintes: substituição dos anticoagulantes orais por heparina
não fraccionada; substituição dos anticoagulantes orais por heparina de baixo peso molecular;
diminuição dos níveis de anticoagulação no perioperatório; descontinuação temporária da
terapêutica anticoagulante oral.

Recomendações para redução de riscos no tratamento odontológico de pacientes com alteração


no coagulograma: Todos os pacientes devem ser avaliados rotineiramente em relação à
possíveis distúrbios hemorrágicos. A anamnese deve incluir perguntas sobre equimoses fáceis,
sangramento ou problemas de coagulação. O sangramento menstrual excessivo, epistaxes
frequentes ou sangramento inusitado após trauma ou cirurgia fornecem indicação de possíveis
distúrbios hemorrágicos. É necessário, ainda, incluir perguntas específicas sobre sangramento
excessivo após exodontia ou cirurgia periodontal.

A história familiar de distúrbios hemorrágicos também precisa ser registrada. Além disso, os
medicamentos do paciente devem ser revistos, fazendo-se perguntas específicas em relação à
ingestão de aspirina, que é um antiagregante plaquetário e aumenta o tempo de coagulação.

No questionário dentário, deve-se deixar espaço para anotar todos os medicamentos que o
paciente faz uso, a fim de detectar aqueles que contêm aspirina. Durante o exame dentário, o
dentista precisa estar alerta para os dados físicos sugestivos de distúrbios hemorrágicos.
Finalmente, antes de cirurgias dentárias de médio e grande porte, os pacientes devem ser
submetidos à exames de rotina, para identificação de possíveis diáteses hemorrágicas. Em caso
de dados clínicos ou histórias que levem à suspeita de sangramento, é recomendada a solicitação
do coagulograma. Por fim, os planos cirúrgicos devem ser traçados de modo a permitir
hemostasia ótima.

Deve-se também avaliar com o médico se há a indicação de uso, por via oral, de
antifibrinolíticos, como o ácido épsilon-aminocapróico ou o ácido tranexâmico. A
administração de antifibrinolíticos por via oral deve ser iniciada 24 horas antes do procedimento
cirúrgico e até sete dias após o evento. O médico poderá estabelecer o plano terapêutico para o

Instrumentais cirúrgicos
Aposição dos campos estéreis
• Campo fenestrado para o paciente
• Campo sobre a mesa cirúrgica (ou equipo)
• Montagem do sistema de aspiração – Capas protetoras da mangueira do sugador
• Montagem da proteção do refletor e canetas.
• Conferência de todo o material e montagem da mesa cirúrgica

Instrumental em cirurgia bucal


o Afastador Minnesota
• Afastamento do retalho
• Proteção dos tecidos moles
• Oferecer adequado campo cirúrgico
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o Outros Afastadores

o Cabo e lâmina de bisturi

o Tesouras
•Íris
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•Metzembaum

•Goldman fox

o Descoladores
•Molt n. 9 •Cureta Molt 2-4

•Sindesmótomos
•Espátula 7

o Canetas
•Baixa rotação

• Alta rotação

o Brocas
•Baixa rotação
702 – Troncocônica 8 – Esférica
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•Alta rotação
Zekrya 28 mm 702 – Troncocônica

o ALAVANCAS
•Apexo (apicais) 301 ou 304

•Apexo (apicais) 303

•Seldin [1L, 1R e 2 (reta)]


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o Fórceps
•150

151

16

17

18L
P á g i n a | 42

18R

65

69,

01

o Pinça Goiva ou Alveolótomo

o Pinças
•de Campo – Backhaus,
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•Halsted (mosquito) reta e curva

o Seringa Carpule com refluxo

o Pinças
•Clínica

•Dente de rato
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•Dissecção

o Cuba de inox

o Curetas de Lucas

o Lima para osso

o Porta agulha Mayo Heger

o Fios de Sutura
P á g i n a | 45

Técnicas anestésicas
O anestésico será infiltrado estritamente na área em que será realizado o procedimento,
bloqueando os nervos terminais.

Técnica Básica de Injeção


Etapa 1: Use uma agulha pontiaguda esterilizada. Se recomenda que as agulhas descartáveis de
aço inoxidável sejam trocadas após cada três ou quatro penetrações teciduais.

Etapa 2: Verifique o fluxo da solução anestésica local.

Etapa 3: Determine se o cartucho anestésico ou a seringa deve ser aquecido.

Etapa 4: Posicione o paciente. Para evitar A síncope vasodepressora (desmaio comum),


recomenda-se que durante a administração do anestésico local o paciente seja colocado numa
posição de decúbito dorsal (cabeça e coração paralelos ao solo), com os pés ligeiramente
elevados

Etapa 5: Seque o tecido. Uma gaze de 5 × 5 cm deve ser usada para secar o tecido no local de
penetração da agulha e para remover quaisquer detritos macroscópicos

Etapa 6: Aplique um antisséptico tópico (opcional).

Etapa 7A: Aplique um anestésico tópico. Um anestésico tópico é aplicado depois do


antisséptico tópico.

Etapa 7B: Comunique-se com o paciente. Durante a aplicação do anestésico tópico é desejável
que o operador converse com o paciente a respeito das razões para seu uso.

Etapa 8: Estabeleça um apoio firme para a mão.

Etapa 9: Deixe o tecido bem esticado. Os tecidos no local de penetração da agulha devem ser
esticados antes da inserção da agulha

Etapa 10: Mantenha a seringa fora da linha de visão do paciente.

Etapa 11A: Introduza a agulha na mucosa. Com o bisel da agulha corretamente orientado (ver a
técnica específica de injeção quanto à orientação do bisel; contudo, via de regra o bisel da
agulha deve estar orientado em direção ao osso).

Etapa 11B: Observe o paciente e se comunique com ele.

Etapa 12: Injete algumas gotas da solução anestésica local (opcional)

Etapa 13: Faça a agulha avançar lentamente até o alvo.

Etapa 14: Deposite algumas gotas do anestésico local antes de tocar o periósteo. Em técnicas de
anestesia por bloqueio regional em que a agulha encosta no periósteo ou dele se aproxima,
algumas gotas da solução devem ser depositadas imediatamente antes do contato. O periósteo é
ricamente inervado e o contato com a ponta da agulha provoca dor.

Etapa 15: Aspire.


P á g i n a | 46

Etapa 16A: Deposite lentamente a solução anestésica local.

Etapa 16B: Comunique-se com o paciente.

Etapa 17: Retire lentamente a seringa.

Etapa 18: Observe o paciente.

Etapa 19: Registre a injeção na ficha do paciente.

Considerações Anatômicas

Númer Nome Tipo Função


o
V Trigêmeo Misto
V₁ Oftálmico Sensorial V1 Sensorial dos músculos da fronte;

V₂ Maxilar Sensorial V2 Sensorial das pálpebras inferiores, zigoma e lábio


superior;

V₃ Mandibular Sensorial e V3 Sensorial da lateral do couro cabeludo, pele


motor anterior aos ouvidos, bochechas inferiores, lábios
inferiores e aspecto anterior da mandíbula; motor aos
músculos da mastigação (temporal, masseter,
pterigoide medial e pterigoide lateral, tensor do véu
palatino e tensor do tímpano)
P á g i n a | 47

Divisão Oftálmica (V₁). A divisão oftálmica é o primeiro ramo do nervo trigêmeo. Ela é
puramente sensorial e é a menor das três divisões. Ela sai do crânio e penetra na órbita pela
fissura orbital superior. Imediatamente antes de passar pela fissura orbital superior, o nervo
oftálmico se divide em três ramos principais: os nervos nasociliar, frontal e lacrimal.
Segue-se um resumo da inervação da divisão maxilar:

1. Pele
a. Parte média da face
b. Pálpebra inferior
c. Lateral do nariz
d. Lábio superior
2. Membrana mucosa
a. Nasofaringe
b. Seio maxilar
c. Palato mole
d. Tonsila
e. Palato duro
3. Dentes maxilares e tecidos periodontais

Divisão Maxilar (V₂). A divisão maxilar do nervo trigêmeo se origina do meio do gânglio
trigêmeo. De tamanho intermediário entre a divisão oftálmica e a mandibular, ela tem função
puramente sensorial. O nervo maxilar segue horizontalmente para a frente, saindo do crânio
pelo forame redondo. O forame redondo está localizado na asa maior do osso esfenoide. Depois
de sair do crânio, o nervo maxilar cruza a parte mais superior da fossa pterigopalatina, entre as
lâminas pterigoides do osso esfenoide e do osso palatino. A divisão maxilar emerge sobre a
superfície anterior da face pelo forame infraorbital, ponto em que se divide a seus ramos
terminais, suprindo a pele da face, do nariz, da pálpebra inferior e do lábio superior.
A divisão maxilar emite ramos em quatro regiões: intracraniana, na fossa
pterigopalatina, no canal infraorbital e na face. Depois de sair do crânio pelo forame
redondo, a divisão maxilar cruza a fossa pterigopalatina. Nessa fossa são emitidos
vários ramos: o nervo zigomático, os nervos pterigopalatinos e o nervo alveolar
superoposterior. Os ramos dos nervos pterigopalatinos incluem aqueles que suprem
quatro áreas: órbita, nariz, palato e faringe.
P á g i n a | 48

No canal infraorbital, a divisão maxilar (V₂) emite dois ramos significativos


para a odontologia: o nervo alveolar superior médio e o nervo alveolar superoanterior.
Enquanto no sulco e no canal infraorbital, a divisão maxilar é designada como nervo
infraorbital.
O nervo ASA se comunica com o nervo ASM e emite um pequeno ramo nasal
que inerva a parte anterior da cavidade nasal, juntamente com ramos dos nervos
pterigopalatinos. Em pessoas sem um nervo ASM, o nervo ASA proporciona
frequentemente a inervação sensorial dos pré-molares e ocasionalmente da raiz
mesiobucal do primeiro molar.
A inervação real das raízes individuais de todos os dentes, ossos e estruturas
periodontais tanto na maxila como na mandíbula deriva de ramos terminais de nervos
maiores na região. Essas redes de nervos são designadas como o plexo dentário.
Os nervos dentários são aqueles que penetram num dente pelo forame apical,
dividindo-se em muitos ramos pequenos na polpa. A inervação da polpa de todos os
dentes deriva dos nervos dentários.
Segue-se um resumo dos ramos da divisão maxilar (os nervos assinalados
denotam aqueles particularmente significativos para o controle da dor em odontologia):
1. Ramos no interior do crânio
a. Nervo meníngeo médio
2. Ramos na fossa pterigopalatina
a. Nervo zigomático:
Nervo zogomatotemporal
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Nervo zigomatofacial
b. Nervos pterigopalatinos
Ramos orbitais
Ramos nasais
Nervo nasopalatino*
Ramos palatinos
Nervo palatino maior (anterior)*
Nervos palatinos menores (médio e posterior)
Ramo faríngeo
c. Nervo alveolar superoposterior*
3. Ramos no canal infraorbital
a. Nervo alveolar superior médio*
b. Nervo alveolar superoanterior*
4. Ramos para a face
a. Ramos palpebrais inferiores
b. Ramos nasais externos
c. Ramos labiais superiores

Divisão Mandibular (V₃). A divisão mandibular é o maior ramo do nervo trigêmeo. Ela constitui
um nervo misto com duas raízes: uma grande raiz sensorial e uma raiz motora menor (esta
última representa todo o componente motor do nervo trigêmeo). A raiz sensorial da divisão
mandibular se origina do ângulo inferior do gânglio trigêmeo, enquanto a raiz motora se origina
de células motoras localizadas na ponte e na medula oblonga. As duas raízes emergem do crânio
separadamente pelo forame oval, com a raiz motora situando-se medialmente à raiz sensorial.
P á g i n a | 50

A terceira divisão do nervo trigêmeo emite ramos em três áreas: do nervo não
dividido e das divisões anterior e posterior.
Ramos do Nervo Não Dividido: São eles o nervo espinhoso (ramo meníngeo do
nervo mandibular) e o nervo pterigoide medial.
Ramos da Divisão Anterior. Os ramos da divisão anterior de V₃ fornecem
inervação motora aos músculos da mastigação e inervação sensorial à membrana
mucosa da bochecha e à membrana mucosa bucal dos molares mandibulares. O nervo
bucal, também designado como nervo bucinador e nervo bucal longo, fornece inervação
sensorial à gengiva bucal dos molares mandibulares e à prega mucobucal nessa região.
O bloqueio do nervo bucal pode ser administrado imediatamente após se completar o
bloqueio do nervo alveolar inferior.
A anestesia do nervo bucal é importante para procedimentos odontológicos
requerendo a manipulação dos tecidos moles sobre a superfície bucal dos molares
mandibulares.
O nervo lingual é o segundo ramo da divisão posterior de V₃.O nervo lingual é
o trato sensorial aos dois terços anteriores da língua. Ele fornece tanto sensação geral
como sensação gustativa (paladar) a essa região. É ele o nervo que supre para a
sensação geral, enquanto que a corda do tímpano (um ramo do nervo facial) supre para
o paladar. Além disso, o nervo lingual fornece inervação sensorial às membranas
mucosas do assoalho da boca e à gengiva na parte lingual da mandíbula. O nervo
lingual é o nervo mais comumente associado a casos de parestesias (danos nervosos
sensoriais prolongados ou per manentes).
O nervo alveolar inferior é o maior ramo da divisão mandibular. Ele desce
medialmente ao músculo pterigoide lateral e lateroposteriormente ao nervo lingual, até
o ligamento esfenomandibular e a superfície medial do ramo da mandíbula, onde
penetra no canal mandibular ao nível do forame mandibular. A artéria se situa
imediatamente anterior ao nervo. O nervo, a artéria e a veia seguem pelo canal
mandibular até o forame mentual, no qual o nervo se divide a seus ramos terminais: o
nervo incisivo e o nervo mentual.

Divisão do nervo V₃
a. Divisão anterior
Nervo ao músculo pterigoide lateral
Nervo ao músculo masseter
P á g i n a | 51

Nervo ao músculo temporal


Nervo bucal
b. Divisão posterior
Nervo auriculotemporal
Nervo lingual
Nervo milo-hióideo
Nervo alveolar inferior: ramos dentários
Ramo incisivo: ramos dentários
Nervo mentual

A, Nervos cutâneos da face. V1 (nervo oftálmico): SO, Nervo supraorbitário; ST, nervo
supratroclear; L, nervo lacrimal; IT, nervo infratroclear; NE, nervo nasal externo. V2
(nervo maxilar): IO, nervo infraorbitário; ZT, nervo zigomaticotemporal; ZF, nervo
zigomaticofacial. V3 (nervo mandibular): AT, nervo auriculotemporal; B, nervo bucal;
M, nervo mentoniano. Nervo espinhal: AM, nervo auricular maior.

B, Nervos motores dos músculos da expressão facial. Ramos faciais do NC VII: T, Ramos
temporais; Z, ramos zigomáticos; B, ramos bucais; M, ramos mandibulares; C, ramos cervicais.

Técnicas anestésicas maxilares

Existem várias técnicas de injeção disponíveis para se


obter anestesia clinicamente adequada dos dentes e dos
tecidos duros e moles da maxila. A escolha da técnica
específica a ser utilizada é determinada, em grande
parte, pela natureza do tratamento a ser
realizado. As seguintes técnicas estão
disponíveis:
1. Supraperiosteal (infiltração),
recomendada para um número limitado de
protocolos de tratamento
Indicações
1. Anestesia pulpar dos dentes superiores,
quando o tratamento é limitado a um ou dois
dentes
2. Anestesia dos tecidos moles, quando
indicada para procedimentos cirúrgicos em
área circunscrita
Contraindicações
1. Infecção ou inflamação aguda na área da
injeção.
2. Osso denso recobrindo os ápices
dentários (só pode ser determinado por tentativa e erro; mais provável sobre o primeiro
molar superior permanente em crianças, pois seu ápice pode estar localizado por sob o
osso zigomático,
P á g i n a | 52

que é relativamente denso). O ápice do incisivo central de um adulto também pode estar
localizado sob um osso mais denso (p. ex., do nariz), aumentando assim a frequência de
insucesso (ainda que não de maneira significativa).
Técnica
1. É recomendada agulha de calibre 27.
2. Área de introdução: altura da prega mucovestibular acima do ápice do dente a
ser anestesiado
3. Área-alvo: região apical do dente a ser anestesiado
4. Pontos de referência:
a. Prega mucovestibular
b. Coroa do dente
c. Contorno da raiz do dente
5. Orientação do bisel: voltado para o osso
6. Procedimento:
a. Preparar o tecido no local de injeção.
(1) Limpar com gaze seca estéril.
(2) Aplicar um antisséptico tópico (opcional).
(3) Aplicar anestésico tópico por, no mínimo, 1 minuto.
b. Orientar a agulha de modo que o bisel esteja voltado para o
osso.
c.
Levantar o
lábio e
tensionar o
tecido.
d.
Segurar a
seringa paralela
ao longo eixo
do dente.
e. Introduzir a agulha na altura da prega mucovestibular sobre o
dente-alvo.
f. Avançar a agulha até que o bisel esteja na região apical do
dente ou acima desta (Tabela 13-1). Na maioria dos casos, a
profundidade da penetração será de apenas alguns milímetros.
Como a agulha está no tecido mole (não tocando o osso), não
deve haver resistência ao seu avanço nem deve haver qualquer
desconforto para o paciente com esta injeção.
g. Aspirar duas vezes.
(1) Caso a aspiração seja negativa, injetar
aproximadamente 0,6 ml (um terço de um tubete)
lentamente em 20 segundos. (Não deixe os tecidos
inflarem como um balão.)
h. Retirar a seringa lentamente.

2. Injeção no ligamento periodontal (LPD, intraligamentar), recomendada como


adjuvante às outras técnicas ou para um número limitado de protocolos de tratamento
As principais indicações da injeção do LPD incluem
P á g i n a | 53

(1) a necessidade de anestesia de apenas um ou dois dentes mandibulares num quadrante,


(2) o tratamento de dentes isolados em ambos os quadrantes da mandíbula (para se evitar o
bloqueio bilateral do nervo alveolar inferior),
(3) o tratamento de crianças (porque a anestesia residual dos tecidos moles aumenta o risco de
uma lesão autoinfligida aos tecidos moles),
(4) tratamentos em que a anestesia por bloqueio de nervos está contraindicada (p. ex., em
hemofílicos) e
(5) seu uso como um possível auxiliar no diagnóstico (p. ex., localização) de dores
mandibulares.
As contraindicações à injeção do LPD incluem uma infecção ou inflamação grave no local da
injeção e a presença de dentes primários.
Nervos Anestesiados.
Extremidade das terminações
nervosas no local de injeção e no
ápice do dente.
Áreas Anestesiadas.
Osso, tecidos moles e tecidos
apicais e pulpares na área da injeção
Técnica
1. É recomendada uma agulha curta
de calibre 27.
2. Área de inserção: eixo longo do
dente a ser tratado ou em sua raiz
mesial ou distal (dente com uma raiz única) ou nas raízes mesial e distal (de dentes com
múltiplas raízes) interproximalmente
3. Área-alvo: profundidade do sulco gengival
4. Marcos
a. Raiz ou raízes do dente
b. Tecidos periodontais
5, Há dois indicadores importantes do sucesso da injeção:
(1) Uma resistência significativa ao depósito da solução anestésica local
(a) Isso é particularmente evidente ao se usar uma seringa convencional; a resistência é
semelhante àquela sentida à injeção nasopalatina e é considerada como sendo a razão
para relatos de que a injeção do LPD é dolorosa.
(b) O anestésico local não deve fluir de volta para a boca do paciente. Se isso ocorrer,
repetir a injeção no mesmo local, porém por um ângulo diferente. Devem-se depositar
dois décimos de um mililitro da solução e eles têm de permanecer nos tecidos para que
a injeção do LPD seja eficaz.
(2) Isquemia dos tecidos moles adjacentes ao local de injeção.
(Isso é notado em todas as soluções anestésicas locais, porém é
mais proeminente naquelas contendo um vasoconstritor.)
3. Injeção intrasseptal, recomendada basicamente para técnicas
cirúrgicas periodontais
Nervos Anestesiados.
Extremidades das terminações nervosas no local da injeção e tecidos moles
adjacentes.
Áreas Anestesiadas.
Osso, tecidos moles, estrutura da raiz na área da injeção
P á g i n a | 54

Indicação. Casos em que se desejam tanto o controle da dor como a hemostasia para o
tratamento periodontal ósseo e dos tecidos moles.

Contraindicação.
Infecção ou inflamação grave no local
da injeção.
Técnica
1. É recomendada uma agulha curta de
calibre 27.
2. Área de inserção: centro da papila
interdental adjacente ao dente a ser
tratado
3. Área-alvo: a mesma
4. Marcos: triângulo papilar, a cerca de 2 mm abaixo da ponta, equidistante dos dentes
adjacentes
5. Estabilizar a seringa e orientar a agulha corretamente
(1) Plano frontal: 45° em relação ao eixo longo do dente
(2) Plano sagital: em ângulo reto em relação ao tecido mole
(3) Bisel voltado para o ápice do dente.e. Injetar bem devagar algumas gotas do
anestésico local quando a agulha entrar no tecido mole e avançar a agulha até fazer
contato com o osso.
6. Enquanto aplica pressão à seringa, empurrar a agulha um pouco mais profundamente (1 a 2
mm) para dentro do septo interdental.
7. Depositar de 0,2 a 0,4 ml do anestésico local em não menos de 20 segundos.
(1) Com o uso de uma seringa convencional, a espessura do obturador de
borracha equivale a 0,2 ml.

4. Injeção intracrista, recomendada para o tratamento de dentes isolados (basicamente


molares mandibulares) quando outras técnicas forem malsucedidas

5. Injeção intraóssea (IO), recomendada para o tratamento de dentes isolados


(basicamente molares mandibulares) quando outras técnicas forem malsucedidas
Nervos Anestesiados.
Extremidades das terminações nervosas no local da injeção e nos tecidos moles e duros
adjacentes.
Áreas Anestesiadas.
Osso, tecidos moles e estrutura radicular na área de injeção
Indicação.
Controle da dor para tratamentos dentários num único dente ou em múltiplos dentes num
quadrante.
Contraindicação.
Infecção ou inflamação grave no local de injeção.
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1. Orifício de broca efetuado utilizando-se um movimento


delicado de “bicadas”
2. Mantenha a bainha-guia no lugar enquanto
a broca é retirada.
3. Insira a agulha na bainha-guia e injete a solução
anestésica local.

6. Bloqueio do nervo alveolar


superoposterior (ASP),
recomendado para o tratamento de vários
dentes molares em um quadrante
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Indicações
1. Tratamento de dois ou mais molares superiores
2. Quando a injeção supraperiosteal está
contraindicada (p. ex., na presença de
infecção ou inflamação aguda)
3. Quando a injeção supraperiosteal foi
ineficaz Contraindicação
Quando o risco de hemorragia é muito
grande (como no hemofílico), caso no qual é
recomendada a injeção supraperiosteal ou do
LPD.

Técnica
1. Uma agulha curta de calibre 27 é recomendada
2. Área de introdução: altura da prega mucovestibular acima do segundo molar
superior
3. Área-alvo: nervo ASP — posterior, superior e medial à borda posterior da
maxila
4. Pontos de referência
a. Prega mucovestibular
b. Tuberosidade da maxila
c. Processo zigomático da maxila
5. Prosseguir com todos os procedimentos básicos
6. Avançar a agulha lentamente para cima, para dentro e para trás em um só
movimento (não em três movimentos).
(1) Para cima: superiormente em um ângulo de 45 graus com o plano oclusal
(2) Para dentro: medialmente em direção à linha média em um ângulo de 45
graus com o plano oclusal
(3) Para trás: posteriormente em um ângulo de 45 graus com o eixo longitudinal
do segundo molar
7. Avançar a agulha até a profundidade desejada
(1) No adulto de tamanho normal, a
penetração até uma profundidade de 16 mm
colocará a ponta da agulha muito próxima
do forame através do qual o nervo ASP
entra na face posterior da maxila. Quando
uma agulha longa é usada (comprimento
P á g i n a | 57

médio de 32 mm), ela é introduzida até a metade de seu comprimento no tecido.


Caso seja usada
uma agulha curta (comprimento médio de 20 mm), aproximadamente 4 mm
devem permanecer visíveis.
(2) Em adultos menores e crianças, é prudente interromper o avanço da agulha
curta antes de alcançar a profundidade de penetração habitual, para evitar
possível hematoma causado por penetração excessiva. A penetração até uma
profundidade de 10 a 14 mm coloca a extremidade da agulha na área-alvo na
maioria dos pacientes de crânio pequeno.
Nota: O objetivo é depositar o anestésico local
próximo do nervo ASP, em localização
posterossuperior e medial à tuberosidade da
maxila.
7. Bloqueio do nervo alveolar superior
médio (ASM), recomendado para o
tratamento de pré-molares em um quadrante
Indicações
1. Quando o bloqueio do nervo infraorbitário não produzir anestesia pulpar distal ao canino
superior
2. Procedimentos dentários envolvendo apenas os pré-molares
superiores
Contraindicações
1. Infecção ou inflamação na área da injeção ou de introdução
da agulha ou de depósito do fármaco
2. Quando o nervo ASM está ausente, a inervação é feita por
intermédio do nervo alveolar superoanterior (ASA); os ramos
do ASA que inervam os pré-molares e a raiz mesiovestibular do
primeiro molar podem ser anestesiados por meio da técnica do
nervo ASM.
Técnica:
1. Uma agulha curta ou longa de calibre 27 é recomendada.
2. Área de introdução: altura da prega mucovestibular acima do
segundo pré-molar superior
3. Área-alvo: osso maxilar acima do ápice do segundo pré-molar superior
4. Ponto de referência: prega mucovestibular acima do segundo pré-molar superior
5. Prosseguir com todos os procedimentos básicos

8. Bloqueio do nervo alveolar


superoanterior (ASA), recomendado para o
tratamento de dentes anteriores em um quadrante
Indicações
1. Procedimentos odontológicos envolvendo mais de dois dentes superiores e os tecidos
vestibulares sobrejacentes
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2. Inflamação ou infecção (que contraindica a injeção supraperiosteal): se houver celulite, pode


estar indicado o bloqueio do nervo maxilar no lugar do bloqueio do nervo ASA.
3. Quando as injeções supraperiosteais forem ineficazes devido ao osso cortical denso
Contraindicações
1. Áreas de tratamento discretas (apenas um ou dois dentes; preferência pela injeção
supraperiosteal)
2. A hemostasia de áreas localizadas, quando desejável, não pode ser adequadamente atingida
com esta injeção; a infiltração local na área do tratamento está indicada.
Técnica
1. Uma agulha longa de calibre 25 ou 27 é recomendada, embora também se possa usar
uma agulha curta de calibre 27, especialmente em crianças e em adultos menores.
2. Área de inserção: altura da prega mucovestibular diretamente sobre o primeiro pré-molar
superior
Nota: A agulha pode ser introduzida na altura da prega mucovestibular, acima de qualquer
dente, desde o segundo
pré-molar anteriormente até o incisivo central. O trajeto de penetração resultante é em direção à
área-alvo, o forame
infraorbitário. O primeiro pré-molar geralmente proporciona o menor trajeto até esta área-alvo.
3. Área-alvo: forame infraorbitário (abaixo da incisura infraorbitária).
4. Pontos de referência:
a. Prega mucovestibular
b. Incisura infraorbitária
c. Forame infraorbitário
5. Prosseguir com todos os procedimentos básicos
6. Localizar o forame infraorbitário.
(1) Palpar a incisura infraorbitária.
(2) Mover o dedo para baixo da incisura, aplicando pressão suave sobre os
tecidos.
(3) O osso imediatamente abaixo da incisura é convexo (como uma
protuberância), representando a borda inferior da órbita e o teto do forame
infraorbitário.
(4) Continuando inferiormente, uma concavidade será palpada; este é o forame
infraorbitário.
(5) Ainda aplicando pressão, sentir os contornos do forame infraorbitário neste
local. O paciente sentirá um leve desconforto quando o forame for palpado, já
que o nervo infraorbitário é pressionado contra o osso.
7. Manter o dedo sobre o forame ou marcar a pele neste ponto.
8. Orientar a seringa em direção ao forame infraorbitário.
9. A agulha deve ser mantida paralela ao eixo longitudinal do dente enquanto é
avançada, para evitar contato
prematuro com o osso.
10. Avançar a agulha lentamente até que toque suavemente o osso.
11. Manter pressão firme com o dedo sobre o local de injeção, durante a injeção e por
pelo menos 1 minuto depois (para aumentar a difusão da solução de anestésico local
para o forame infraorbitário).
12. Retirar a seringa lentamente e proteger a agulha imediatamente.
13. Manter a pressão digital direta sobre o local da injeção durante 1 minuto, de
preferência por 2 minutos, após a injeção.
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14. Aguardar no mínimo 3 a 5 minutos após o término da injeção antes de


iniciar o procedimento odontológico.

9. Bloqueio do nervo maxilar (V2, segunda divisão), recomendado para


tratamento vestibular, palatino e pulpar extensos em um quadrante
Nervo Anestesiado.
Divisão maxilar do nervo trigêmeo.
Áreas Anestesiadas.
1. Anestesia pulpar dos dentes superiores no lado do bloqueio
2. Periodonto vestibular e osso sobrejacente a estes dentes
3. Tecidos moles e osso do palato duro e parte do palato mole, medialmente à linha média
4. Pele da pálpebra inferior, lateral do nariz, bochecha e lábio superior
Indicações
1. Controle da dor antes de procedimentos cirúrgicos extensos, periodontais ou restauradores
que requeiram anestesia de toda a divisão maxilar
2. Casos em que uma inflamação ou infecção tecidual impede o uso de outros bloqueios
regionais (p. ex., ASP, ASA, ASMA, P-ASA) ou da injeção supraperiosteal
3. Procedimentos diagnósticos ou terapêuticos para neuralgias ou tiques da segunda divisão do
nervo trigêmeo
Contraindicações
1. Profissional inexperiente
2. Pacientes pediátricos
a. Mais difícil devido às dimensões anatômicas menores
b. O paciente deve ser cooperativo
c. Geralmente desnecessário em crianças, devido à elevada taxa de sucesso de outras
técnicas de bloqueio regional
3. Pacientes não cooperativos
4. Inflamação ou infecção dos tecidos sobrejacentes ao local da injeção
5. Casos em que há risco de hemorragia (p. ex., em um hemofílico)
6. No acesso ao canal palatino maior: incapacidade de conseguir acesso ao canal; obstruções
ósseas podem estar presentes em 5% a 15% dos canais
Técnica (Abordagem da Tuberosidade Alta)
1. Uma agulha longa de calibre 25 é recomendada. Uma agulha longa calibre 27 é aceitável.
2. Área de introdução: altura da prega mucovestibular acima da face distal do segundo molar
superior
3. Área-alvo:
a. Nervo maxilar, no ponto onde ele atravessa a fossa pterigopalatina
b. Superior e medial à área-
alvo do bloqueio do nervo ASP
4. Pontos de referência:
a. Prega mucovestibular na
face distal do segundo molar superior
b. Tuberosidade da maxila
c. Processo zigomático da
maxila
5. Avançar a agulha lentamente para cima,
para dentro e para trás, conforme descrito
para o bloqueio do nervo ASP.
P á g i n a | 60

6. Avançar a agulha até uma profundidade de 30 mm.


(1) Não deve ser encontrada resistência à penetração da agulha. Se for encontrada, o ângulo da
agulha em direção à linha média está muito
grande.
(2) A esta profundidade (30 mm), a extremidade
da agulha deve estar na fossa pterigopalatina,
próxima da divisão maxilar do nervo trigêmeo.
Técnica (Abordagem do Canal Palatino Maior).
1. Uma agulha longa de calibre 25 é
recomendada. Uma agulha longa de calibre 27
também é aceitável.
2. Área de introdução: tecidos moles palatinos diretamente sobre o forame palatino maior.
3. Área-alvo: o nervo maxilar, no ponto que atravessa a fossa pterigopalatina; a agulha atravessa
o canal palatino maior
para alcançar a fossa pterigopalatina
4. Pontos de referência: forame palatino maior, junção do processo
alveolar maxilar e o osso palatino

10. Bloqueio do nervo palatino maior (anterior), recomendado para o tratamento


dos tecidos moles e ósseos palatinos distais ao canino em um quadrante
Indicações
1. Em casos em que a anestesia dos tecidos moles do palato é necessária para o tratamento
restaurador em mais de dois dentes (p. ex., em restaurações subgengivais e inserção de matriz
subgengival)
2. Para controle da dor durante procedimentos periodontais ou
cirúrgicos orais envolvendo os tecidos palatinos

Contraindicações
1. Inflamação ou infecção no local da injeção
2. Pequenas áreas de tratamento (um ou dois dentes)
Técnica
1. Uma agulha curta calibre 27 é recomendada.
2. Área de introdução: tecidos moles levemente
anteriores ao forame palatino maior
3. Área-alvo: nervo palatino maior (anterior), quando passa anteriormente entre os
tecidos moles e o osso do palato duro
4. Pontos de referência: forame palatino maior e junção do processo alveolar
maxilar e osso palatino
5. Localizar o forame palatino maior
(1) Colocar uma haste de algodão na junção do processo alveolar maxilar com o
palato duro.
(2) Começar na região do primeiro molar superior e palpar posteriormente
pressionando firmemente os tecidos com a haste de algodão.
P á g i n a | 61

(3) A haste de algodão “cairá” na depressão formada pelo forame palatino maior
(4) O forame se localiza mais frequentemente num ponto distal ao segundo
molar superior, mas pode se localizar anterior ou posteriormente à sua posição
habitual.
11. Bloqueio do nervo nasopalatino, recomendado para o tratamento dos tecidos moles
e ósseos palatinos de canino a canino bilateralmente
Indicações
1. Quando for necessária anestesia dos tecidos moles palatinos para tratamento restaurador em
mais de dois dentes (p. ex., restaurações subgengivais e inserção de matriz subgengival)
2. Controle da dor durante procedimentos periodontais ou cirúrgicos orais envolvendo os
tecidos moles e duros do palato

Contraindicações
1. Inflamação ou infecção no local da injeção
2. Pequenas áreas de tratamento (um ou dois dentes)
Técnica (Injeção Única no Palato)
1. Uma agulha curta de calibre 27 é recomendada.
2. Área de introdução: mucosa palatina imediatamente lateral à papila incisiva
(localizada na linha média atrás
dos incisivos centrais); o tecido aqui é
mais sensível que o restante da mucosa
palatina
3. Área-alvo: forame incisivo, sob a
papila incisiva
4. Pontos de referência: incisivos
centrais e papila incisiva
5. Trajeto de introdução: aproximar o
local de injeção em um ângulo de 45 graus em direção à papila incisiva
6. Avançar a agulha lentamente em direção ao forame incisivo até que toque
suavemente o osso.
(1) A profundidade de penetração é de aproximadamente 5 mm.
(2) Injetar pequenos volumes de anestésico enquanto avança a agulha. À medida
que o tecido é perfurado, haverá aumento da resistência à injeção da solução, o
que é normal no bloqueio do
nervo nasopalatino.
P á g i n a | 62

Técnica (Múltiplas Perfurações da Agulha)


1. Uma agulha curta de calibre 27 é recomendada.
2. Área de introdução:
a. Freio labial na linha média entre os incisivos centrais superiores
b. Papila interdentária entre os incisivos centrais superiores
c. Se necessário, os tecidos moles palatinos laterais à papila incisiva
3. Área-alvo: forame incisivo,
sob a papila incisiva
4. Pontos de referência: incisivos
centrais e papila incisiva
5. Trajetória de introdução:
a. Primeira injeção: infiltração
no freio labial
b. Segunda injeção: agulha
mantida em ângulo reto com a papila
interdentária
c. Terceira injeção: agulha mantida em um ângulo de 45 graus em relação à
papila incisiva

12. Bloqueio do nervo alveolar superior médio anterior (ASMA), recomendado


para o tratamento
extenso de dentes anteriores,
tecidos moles e ósseos palatinos
e vestibulares
P á g i n a | 63

Indicações
1. É mais facilmente executada com um sistema C-CLAD
2. Quando são realizados procedimentos odontológicos
envolvendo os dentes anterossuperiores ou os tecidos
moles
3. Quando é desejada a anestesia de múltiplos dentes
anterossuperiores a partir de uma única injeção
4. Quando da realização de raspagem e alisamento
radicular dos dentes anteriores
5. Quando da execução de procedimentos cosméticos
anteriores, sendo necessária a avaliação da linha do
sorriso para um tratamento bem-sucedido
6. Quando uma abordagem facial da injeção supraperiosteal foi ineficaz devido ao osso cortical
denso
Contraindicações
1. Pacientes com tecidos palatinos extraordinariamente finos
2. Pacientes que não conseguem tolerar um tempo de
administração de 3 a 4 minutos
3. Procedimentos que requerem mais de 90 minutos
Técnica
1. Uma agulha curta calibre 27 é recomendada.
2. Área de introdução: no palato duro, na metade do caminho ao longo de uma linha
imaginária conectando a sutura palatina mediana à margem gengival livre; a linha está
localizada no ponto de contato entre o primeiro e o segundo pré-molar
3. Área-alvo: osso palatino no local da injeção
4. Pontos de referência: ponto de interseção na metade do caminho ao longo de uma linha
da sutura palatina mediana à margem gengival livre, fazendo interseção com o ponto de
contato entre o primeiro e o segundo pré-molar.

13. Bloqueio do nervo alveolar superoanterior – abordagem palatina (P-


ASA), recomendado para o tratamento de dentes anterossuperiores, seus tecidos palatinos
moles e ósseos
Indicações
1. Procedimentos odontológicos envolvendo os
dentes e os tecidos moles anterossuperiores.
2. Quando se deseja uma anestesia bilateral dos
dentes
anterossuperiores a partir de um único local de
injeção.
3. Quando da realização da raspagem e
alisamento radicular dos dentes anteriores.
4. Quando da execução de procedimentos cosméticos anteriores, sendo necessária a avaliação
da linha do sorriso para um tratamento bem-sucedido.
5. Quando uma abordagem facial da injeção supraperiosteal foi ineficaz devido ao osso cortical
denso.
Contraindicações
1. Pacientes com raízes de caninos extremamente longas podem não obter anestesia profunda
desses dentes a partir de uma abordagem palatina somente.
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2. Pacientes que não conseguem tolerar o período de


administração de 3 a 4 minutos.
3. Procedimentos que necessitam mais de 90 minutos.

Técnica
1. Uma agulha curta calibre 27 é recomendada.
2. Área de introdução: imediatamente lateral à papila
incisiva no sulco papilar
3. Área-alvo: forame nasopalatino
4. Pontos de referência: papila nasopalatina
5. Depois que uma palidez inicial (aproximadamente 30
segundos) é observada, fazer uma pausa de alguns
segundos para permitir o início da anestesia superficial.
6. Continuar a técnica de introdução lenta no canal
nasopalatino. A orientação da agulha deve ser paralela ao
longo eixo dos incisivos centrais. A agulha é avançada
até uma profundidade de 6 a 10 mm
Nota: Caso seja encontrada resistência antes de chegar à
profundidade final de penetração, não force a agulha
adiante. Retire-a um pouco e reoriente-a para minimizar
o risco de penetração no assoalho do nariz.
7. Assegure-se de que a agulha está em contato com a parede óssea interna do canal.

14. Bloqueio do Nervo Maxilar é um método eficaz para produzir anestesia profunda
de uma hemimaxila.
Indicações
1. Controle da dor antes de procedimentos cirúrgicos extensos, periodontais ou restauradores
que requeiram anestesia de toda a divisão maxilar
2. Casos em que uma inflamação ou infecção tecidual impede o uso de outros bloqueios
regionais (p. ex., ASP, ASA, ASMA, P-ASA) ou da injeção supraperiosteal
3. Procedimentos diagnósticos ou terapêuticos para neuralgias ou tiques da segunda divisão do
nervo trigêmeo
Contraindicações
1. Profissional inexperiente
2. Pacientes pediátricos
a. Mais difícil devido às dimensões anatômicas menores
b. O paciente deve ser cooperativo
c. Geralmente desnecessário em crianças, devido à elevada taxa de sucesso de outras técnicas de
bloqueio regional
3. Pacientes não cooperativos
4. Inflamação ou infecção dos tecidos sobrejacentes ao
local da injeção
5. Casos em que há risco de hemorragia (p. ex., em um
hemofílico)
6. No acesso ao canal palatino maior: incapacidade de
conseguir acesso ao canal; obstruções ósseas podem estar
presentes em 5% a 15% dos canais
Técnica (Abordagem da Tuberosidade Alta)
P á g i n a | 65

1. Uma agulha longa de calibre 25 é recomendada. Uma agulha longa calibre 27 é aceitável.
2. Área de introdução: altura da prega mucovestibular acima da face distal do segundo molar
superior
3. Área-alvo:
a. Nervo maxilar, no ponto onde ele atravessa a
fossa pterigopalatina
b. Superior e medial à área-alvo do bloqueio do
nervo ASP
4. Pontos de referência:
a. Prega mucovestibular na face distal do
segundo molar superior
b. Tuberosidade da maxila
c. Processo zigomático da maxila
Técnica (Abordagem do Canal Palatino Maior).
1. Uma agulha longa de calibre 25 é recomendada. Uma agulha longa de calibre 27 também é
aceitável.
2. Área de introdução: tecidos moles palatinos diretamente sobre o forame palatino maior.
3. Área-alvo: o nervo maxilar, no ponto que atravessa a fossa pterigopalatina; a agulha atravessa
o canal palatino maior para alcançar a fossa pterigopalatina
4. Pontos de referência: forame palatino maior, junção do processo alveolar maxilar e o osso
palatino
5. Localizar o forame palatino maior. Após localizar o forame, avançar a agulha muito
lentamente no canal palatino maior até uma profundidade de 30 mm. Aproximadamente 5% a
15% dos canais palatinos maiores apresentarão obstruções ósseas que impedem a passagem da
agulha.

RESUMO
Dentes Superiores
e Técnicas de
Anestesia Local
Disponíveis Tecido Mole

Dentes Anestesia pulpar Vestibular Palatal


Incisivos Infraorbitário (IO) Infraorbitário (IO) Nasopalatino
Infiltração Infiltração Infiltração
ASMA ASM ASMA
P-ASA ASMA P-ASA
V₂ V₂ V₂
Caninos Infraorbitário Infraorbitário Nasopalatino
Infiltração Infiltração Infiltração
ASMA ASMA ASMA
P-ASA P-ASA P-ASA
V₂ V₂ V₂
Pré-molares Infraorbitário Infraorbitário Palatino maior
Infiltração Infiltração Infiltração
ASM ASM ASMA
ASMA ASMA V₂
V₂ V₂

Molares ASP ASP Palatino maior


P á g i n a | 66

Infiltração Infiltração Infiltração


V₂ V₂ V₂

Volumes Recomendados de Anestésico Local para Técnicas Maxilares


Técnica Volume, ml
Supraperiosteal (infiltração) 0,6
Alveolar superoposterior (ASP) 0,9-1,8
Alveolar superior médio (ASM) 0,9-1,2
Alveolar superoanterior (ASA, 0,9-1,2
infraorbitário)
Alveolar superior médio anterior (ASA) 1,4-1,8
Alveolar superoanterior por abordagem 1,4-1,8
palatina (P-ASA)
Palatino maior (anterior) 0,45-0,6
Nasopalatino 0,45 (máximo)
Infiltração no palato 0,2-0,3
Bloqueio do nervo maxilar (V2) 1,8

Técnicas anestésicas mandibulares


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1. Bloqueio do nervo alveolar inferior é uma


técnica particularmente útil para a
odontologia de quadrantes.

Nervos Anestesiados
1. Alveolar inferior, um ramo da divisão posterior da divisão
mandibular do nervo trigêmeo (V3)
2. Incisivo
3. Mentual
4. Lingual (comumente)
Áreas Anestesiadas.
1. Dentes mandibulares até a linha média
2. Corpo da mandíbula, parte inferior do ramo da mandíbula
3. Mucoperiósteo bucal, membrana mucosa anteriormente ao forame mentual (nervo mentual)
4. Dois terços anteriores da língua e assoalho da cavidade oral (nervo lingual)
5. Periósteo e tecidos moles linguais (nervo lingual)
Indicações
1. Procedimentos em múltiplos dentes mandibulares num quadrante
2. Casos em que é necessária a anestesia dos tecidos moles
bucais
3. Casos em que é necessária a anestesia dos tecidos moles
linguais
Contraindicações
1. Infecção ou inflamação aguda na área de injeção (rara)
2. Pacientes que tenham maior probabilidade de morder o
lábio ou a língua, como uma criança muito pequena ou um
adulto ou criança portador de deficiência física ou mental

Técnica
1. Uma agulha dentária longa é recomendada em pacientes adultos. Dá-se preferência a
uma agulha longa de calibre 25; uma agulha longa de calibre 27 é aceitável.
2. Área de inserção: membrana
mucosa do lado medial (lingual) do ramo da
mandíbula, na interseção de duas linhas —
uma horizontal, representando a altura de
inserção da agulha, e a outra vertical,
representando o plano anteroposterior de
injeção
3. Área-alvo: nervo alveolar inferior
ao descer em direção ao forame
mandibular, porém antes de ele entrar no
forame
4. Marcos
a. Incisura coronoide (concavidade maior na borda anterior do ramo da
mandíbula)
b. Rafe pterigomandibular (parte vertical)
c. Plano oclusal dos dentes mandibulares posteriores
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5. Altura da injeção: colocar o dedo indicador ou o polegar de sua mão esquerda na


incisura coronoide.
(a) Uma linha imaginária se estende posteriormente da ponta do dedo na
incisura coronoide até a parte mais profunda da rafe pterigomandibular (no ponto em
que esta se volta verticalmente para cima em direção à
maxila), determinando a altura da injeção. Essa linha imaginária deve ser paralela ao plano
oclusal dos dentes molares mandibulares. Em
muitos pacientes, ela está de 6 a 10 mm acima do plano oclusal.
(b) O dedo na incisura coronoide é usado para puxar lateralmente os tecidos,
distendendo-os sobre o local de injeção e esticando-os, possibilitando que a inserção da
agulha seja menos traumática e também proporcionando melhor visibilidade.
(c) O ponto de inserção da agulha se situa a três quartos da distância
anteroposterior da incisura coronoide de volta até a parte mais profunda da rafe
pterigomandibular.
Nota: A linha deve se iniciar no ponto médio da incisura e
terminar na parte mais profunda (mais posterior) da rafe
pterigomandibular, no ponto em que esta se curva
verticalmente para cima em direção ao palato.
(d) A borda posterior do ramo da
mandíbula pode ser aproximada intraoralmente
usando-se a rafe pterigomandibular no ponto em
que ela se curva verticalmente para cima em
direção à maxila.
(e) Um método alternativo para se obter
uma aproximação do comprimento do ramo da
mandíbula consiste em colocar seu polegar sobre a
incisura coronoide e seu dedo indicador
extraoralmente sobre a borda posterior do ramo da
mandíbula e estimar a distância entre esses pontos.
No entanto, muitos profissionais (incluindo o autor) têm dificuldade em estimar a
largura do ramo da mandíbula dessa maneira.

5.1. Local anteroposterior de injeção: A penetração da agulha se dá na interseção de dois


pontos.
(a) O ponto 1 se situa ao longo de uma linha horizontal
da incisura coronoide até a parte mais profunda da rafe
pterigomandibular, no ponto em que ela ascende
verticalmente em direção ao palato, como acabamos de
descrever.
(b) O ponto 2 está numa linha vertical através
do ponto 1, a cerca de três quartos da distância
da borda anterior do ramo da mandíbula. Isso
determina o local anteroposterior de injeção.
5.2. Profundidade de penetração: no terceiro parâmetro do
BNAI, deve haver o contato com o osso. Avançar a agulha
devagar até poder sentir que ela encontra
uma resistência óssea.
P á g i n a | 69

(a) Em muitos pacientes não é necessário injetar nada da solução anestésica local ao se
penetrar o tecido mole.
(b) Em
pacientes
ansiosos ou
sensíveis
pode ser

aconselhável depositar pequenos volumes enquanto se avança a agulha. Soluções AL


tamponadas diminuem a sensibilidade do paciente durante o avanço da agulha.
(c) A profundidade média de penetração até o contato com o osso vai ser de 20 a 25
mm, aproximadamente de dois terços a três quartos do comprimento de uma agulha
dentária longa.
(d) A ponta da agulha deve estar localizada agora num ponto ligeiramente superior ao
forame mandibular (em que o nervo alveolar inferior penetra [desaparece] no osso). O
forame não pode ser visto nem palpado clinicamente.
(e) Caso se faça contato com o osso cedo demais (menos da metade do comprimento de
uma agulha dentária longa), a ponta da agulha está geralmente localizada demasiado
anteriormente (lateralmente) no ramo da mandíbula.
*Para corrigir:
(i) Retrair a agulha ligeiramente, mas não a retirar do tecido.
(ii) Trazer o corpo da seringa mais para a frente da boca, sobre o canino ou o incisivo lateral do
lado contralateral.
(iii) Redirecionar a agulha até que seja obtida uma profundidade de inserção mais apropriada. A
ponta da agulha
está localizada agora mais posteriormente no sulco mandibular.
Se não houver o contato com o osso, a ponta da agulha está localizada demasiado
posteriormente (medialmente).
*Para corrigir:
(i) Retirá-la ligeiramente (deixando aproximadamente um quarto de seu comprimento no tecido)
e reposicionar o corpo da seringa mais posteriormente (sobre os molares mandibulares).
(ii) Continuar a inserção da agulha até fazer contato com o osso a uma profundidade apropriada
(20 a 25 mm).
6. Introduzir a agulha. Ao fazer contato com o osso, retrair aproximadamente 1 mm
para evitar a injeção subperiosteal.

7. Precauções
1. Não depositar o anestésico local se não houver o contato com o osso. A ponta da agulha pode
estar situada no interior da glândula parótida, próximo ao nervo facial (VII nervo craniano), e
P á g i n a | 70

um bloqueio transitório (paralisia) do nervo facial pode ocorrer se a solução anestésica local for
depositada.
2. Evitar a dor não fazendo o contato com o osso com muita
força.
A, Retraia a língua para ganhar acesso à borda lingual da
mandíbula e aumentar a visibilidade desta.
B, Direcione a ponta da agulha abaixo da região apical do
dente imediatamente posterior ao dente em questão.

Anestesia incompleta dos incisivos centrais ou


laterais
a. Isso pode compreender áreas isoladas de anestesia pulpar
incompleta.
b. Isso se deve com frequência à superposição de fibras do
nervo alveolar inferior contralateral, embora possa ocorrer
também (em raras ocasiões) por inervação pelo nervo milo-
hióideo.
*Para corrigir:
(1) Técnica n° 1.
(a) Infiltrar 0,9 ml supraperiosteamente na prega mucobucal baixo do ápice do dente em
questão, seguido imediatamente da injeção de 0,9 ml no aspecto lingual do mesmo dente. Isso é
geralmente muito eficaz nos dentes incisivos centrais e laterais, devido aos muitos pequenos
canais nutrientes no osso cortical nas proximidades da região da fossa incisiva. O anestésico
local cloridrato de articaína parece ter o maior sucesso.
(b) É recomendada uma agulha curta de calibre 27.
(c) Direcionar a ponta da
agulha para a região apical do
dente em questão. Não há
necessidade de anestesia
tópica se a anestesia do nervo
mentual estiver presente.
(d) Aspirar.
(e) Caso a aspiração seja
negativa, depositar 0,9 ml de
solução anestésica local em aproximadamente 30 segundos.
(f) Administrar 0,9 ml no aspecto lingual do mesmo dente.
(g) Aguardar cerca de 5 minutos antes de iniciar o procedimento dentário.

2. BLOQUEIO DO NERVO BUCAL é um ramo da divisão anterior de V3


e, por conseguinte, não é anestesiado durante o BNAI.
Nervo Anestesiado
Bucal (um ramo da divisão anterior de V₃).
Área Anestesiada
Tecidos moles e periósteo bucal dos dentes molares mandibulares
Indicação. Casos em que a anestesia dos tecidos moles bucais é necessária para procedimentos
dentários na região molar mandibular.
Contraindicação. Infecção ou inflamação na área da injeção.
Técnica
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1. É recomendada uma agulha longa de calibre 25 ou 27. Isso é usado mais frequentemente
porque o bloqueio do nervo bucal é administrado em geral imediatamente após um BNAI. A
agulha longa é recomendada devido ao local
de depósito posterior, e não à profundidade de inserção tecidual (que é mínima).
2. Área de inserção: membrana mucosa distal e bucal em relação ao dente molar mais distal no
arco.
3. Área-alvo: nervo bucal ao passar sobre a borda anterior do ramo da mandíbula
4. Marcos: molares mandibulares, prega mucobucal
5. Penetrar a membrana mucosa no local de injeção, em posição distal e bucal relativamente ao
último molar.
6. Avançar a agulha devagar até fazer contato de leve com o mucoperiósteo.

(1) Para evitar a dor ao contato da agulha com o mucoperiósteo, depositar algumas
gotas de anestésico local imediatamente antes do contato.
(2) A profundidade de penetração raramente é de mais de 2 a 4 mm e
geralmente de apenas 1 ou 2 mm.

3. BLOQUEIO DO NERVO MANDIBULAR: A TÉCNICA DE GOW-


GATES é um verdadeiro bloqueio nervoso mandibular, por proporcionar anestesia
sensorial em praticamente toda a distribuição de V3
Nervos Anestesiados
1. Alveolar inferior
2. Mentual
3. Incisivo
4. Lingual
5. Milo-hióideo
6. Auriculotemporal
7. Bucal (em 75% dos pacientes)
Áreas Anestesiadas.
1. Dentes mandibulares até a linha média
2. Mucoperiósteo e membranas mucosas
bucais do lado da injeção
3. Dois terços anteriores da língua e assoalho da cavidade oral
4. Tecidos moles e periósteo da língua
5. Corpo da mandíbula, parte inferior do
ramo da mandíbula
6. Pele sobre o zigoma, parte posterior da
bochecha e regiões temporais
Indicações
1. Múltiplos procedimentos nos dentes
mandibulares
2. Casos em que é necessária a anestesia
dos tecidos moles bucais, do terceiro molar
até a linha média
3. Casos em que é necessária a anestesia dos tecidos moles linguais
4. Casos em que um bloqueio do nervo alveolar inferior convencional não é bem-sucedido
Contraindicações
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1. Infecção ou inflamação na área de injeção (rara)


2. Pacientes que possam morder o lábio ou a língua, como crianças pequenas e adultos
portadores de deficiência física ou mental
3. Pacientes que não consigam abrir bem a boca (p. ex.,
trismo)
Técnica
1. Recomendada uma agulha longa de calibre 25 ou 27
2. Área de inserção: membrana mucosa na parte mesial do
ramo da mandíbula, numa linha da incisura intertrágica até
o canto da boca, imediatamente distal ao segundo molar
maxilar
3. Área-alvo: aspecto lateral do colo condilar, logo abaixo
da inserção do músculo pterigoide lateral (Fig. 14-16)
4. Marcos
a. Extraorais
(1) Borda inferior do trago (incisura intertrágica). O marco
correto é o centro do meato auditivo externo, que está
oculto pelo trago; por esta razão, sua borda inferior é
adotada como auxílio visual.
(2) Canto da boca
b. Intraorais
(1) Altura da injeção estabelecida pela colocação da
ponta da agulha logo abaixo da cúspide mesiolingual
(mesiopalatina) do segundo molar maxilar
(2) Penetração dos tecidos moles num ponto
imediatamente distal ao segundo molar maxilar como
a altura estabelecida na etapa precedente
5. Colocar seu dedo indicador ou seu polegar na
incisura coronoide; a determinação dessa incisura não
é essencial para o sucesso do bloqueio de Gow-Gates,
mas, na experiência do autor, a palpação desse marco
intraoral familiar proporciona uma sensação de segurança, possibilita a retração dos tecidos
moles e auxilia na determinação do local de penetração da agulha.
6. Visualizar os marcos intraorais.
(1) Cúspide mesiolingual (mesiopalatina) do segundo molar maxilar
(2) O local de penetração da agulha é imediatamente distal ao segundo molar maxilar, na parte
alta da ponta de sua cúspide mesiolingual.
7. Introduzir a agulha delicadamente nos tecidos no local de injeção, imediatamente distal ao
segundo molar
maxilar, na parte alta de sua cúspide mesiolingual (mesiopalatina).
8. Alinhar a agulha com o plano que se estende do canto da boca do lado oposto à incisura
intertrágica do lado da injeção. Ela deve estar paralela ao ângulo entre o ouvido e a face
9. Dirigir a seringa à área-alvo no trago.
(1) O corpo da seringa se situa no canto da boca sobre os pré-molares, mas sua posição
pode variar dos molares aos incisivos, dependendo da divergência do ramo mandibular,
conforme avaliado pelo
ângulo do ouvido à lateral da face
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(2) A altura de inserção acima do plano oclusal mandibular é consideravelmente maior


(10 a 25 mm, dependendo do tamanho do paciente) que aquela do BNAI.
(3) Na presença de um
terceiro molar maxilar
numa oclusão normal, o
local de penetração da
agulha é imediatamente
distal a esse dente.
10. Avançar a agulha devagar até
fazer contato com o osso.
(1) O osso com
que se faz contato é o
colo do côndilo.
(2) A profundidade média de penetração do tecido mole até o osso é de 25 mm, embora
seja observada alguma variação. Para um dado paciente, a profundidade de penetração
dos tecidos moles com o uso do BNMGG se aproxima daquela com o BNAI.
(3) Caso não haja contato com o osso, retirar um pouco a agulha e redirecioná-
la.
12. Aguardar pelo menos 3 a 5 minutos antes de iniciar um procedimento dentário.

4. BLOQUEIO MANDIBULAR DE
BOCA FECHADA DE VAZIRANI-
AKINOSI
abordagem com a boca fechada à anestesia
mandibular.
Bloqueio mandibular extraoral utilizando a
abordagem lateral através da incisura sigmoide.
Como a divisão mandibular do nervo trigêmeo
fornece inervação motora aos músculos da
mastigação, um bloqueio da terceira divisão
(V3) vai aliviar o
trismo que é produzido secundariamente a um
espasmo muscular.

Nervos Anestesiados
1. Alveolar inferior
2. Incisivo
3. Mentual
4. Lingual
5. Milo-hióideo
Áreas Anestesiadas.
1. Dentes mandibulares até a linha média
2. Corpo da mandíbula e parte inferior do ramo mandibular
3. Mucoperiósteo e membrana mucosa bucais anteriores ao
forame mentual
4. Dois terços anteriores da língua e assoalho da cavidade oral (nervo lingual)
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5. Tecidos moles e periósteo linguais (nervo lingual)


Indicações
1. Abertura mandibular limitada
2. Múltiplos procedimentos em dentes mandibulares
3. Incapacidade de se visualizar marcos para o BNAI (p. ex., devido a uma língua grande)
Contraindicações
1. Infecção ou inflamação aguda na área de injeção (raras)
2. Pacientes que possam morder o lábio ou a língua, como crianças pequenas e adultos
portadores de deficiência física
ou mental
3. Incapacidade de visualizar ou de ter acesso ao aspecto lingual do ramo mandibular
Técnica
1. É recomendada uma agulha longa de calibre 25 (embora uma agulha longa de calibre 27
possa ser preferida em
pacientes cujo ramo mandibular se afunile lateralmente mais do que o habitual).
2. Área de inserção: tecidos moles sobrejacentes à borda medial (lingual) do ramo mandibular
diretamente
adjacente à tuberosidade maxilar, na parte alta de junção mucogengival circunvizinha ao
terceiro molar maxilar
3. Área-alvo: tecidos moles na borda medial (lingual) do ramo mandibular na região do nervo
alveolar inferior, do nervo lingual e do nervo milo-hióideo em seu trajeto inferior do forame
oval ao forame mandibular (a altura da injeção com o uso da técnica de Vazirani-Akinosi é
abaixo daquela do BNMGG, porém acima daquela do BNAI)
4. Marcos:
a. Junção mucogengival do terceiro (ou do segundo) molar maxilar
b. Tuberosidade maxilar
c. Incisura coronoide no ramo da mandíbula
5. O corpo da seringa é mantido paralelo ao plano oclusal maxilar, com a agulha ao nível da
junção mucogengival do terceiro (ou do segundo) molar maxilar
6. Dirigir a agulha posteriormente e um pouco lateralmente, de modo que ela avance numa
tangente ao processo alveolar maxilar posterior e paralela ao plano oclusal maxilar. Avançar a
agulha 25 mm para dentro do tecido (para um
adulto de tamanho médio). Essa distância é medida a partir da tuberosidade maxilar. A ponta da
agulha deve
se situar na parte média do espaço pterigomandibular, próximo aos ramos de V3.
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4. BLOQUEIO DO NERVO MENTUAL O nervo mentual é um ramo


terminal do nervo alveolar inferior.
Nervo Anestesiado.
Mentual, um ramo terminal do alveolar inferior.
Áreas Anestesiadas.
Membrana mucosa bucal, anteriormente ao forame mentual (em torno do segundo pré-molar)
até a linha média e a pele do lábio inferior e do queixo.
Indicação.
Casos em que a anestesia dos tecidos moles bucais é necessária para procedimentos na
mandíbula anteriormente ao forame mentual, como os seguintes:
1. Biópsias dos tecidos moles
2. Sutura de tecidos moles

Contraindicação.
Infecção ou inflamação aguda na área de injeção.

Técnica
1. É recomendada uma agulha curta
de calibre 25 ou 27.
2. Área de inserção: prega
mucobucal no forame mentual ou
imediatamente anterior ao mesmo
3. Área-alvo: nervo mentual à saída
do forame mentual (geralmente
localizado entre o ápice do primeiro
pré-molar e o do segundo)
4. Marcos: pré-molares
mandibulares e prega mucobucal
5. Localizar o forame mentual.
(1) Colocar seu dedo indicador na prega mucobucal e fazer pressão contra o corpo da mandíbula
na área do primeiro molar.
P á g i n a | 76

(2) Mover seu dedo devagar em sentido anterior até que o osso sob seu dedo tenha uma
aparência irregular e algo côncava
(a) O osso posterior e anterior ao forame mentual é liso; o osso imediatamente
em torno do forame, porém, é mais áspero ao tato.
(b) O forame mentual é encontrado habitualmente em torno do ápice do
segundo pré-molar. Contudo, ele pode ser encontrado anterior ou posteriormente a esse
local.
(c) O paciente pode comentar que a pressão do dedo nessa área produz irritação,
por ser o nervo mentual comprimido contra o osso.
6. Penetrar a membrana mucosa no local de injeção, no canino ou no primeiro pré-molar,
dirigindo a seringa ao forame mentual.
7. Avançar a agulha bem devagar até chegar ao forame. A profundidade de penetração é de 5 a 6
mm. Para o bloqueio do nervo mentual ser bem-sucedido, não há nenhuma necessidade de
entrar no forame mentual ou de fazer contato com o osso.

5. BLOQUEIO DO NERVO INCISIVO é um ramo terminal do nervo


alveolar inferior.

Nervos Anestesiados.
Mentual e incisivo.
Áreas Anestesiadas.
1. Membrana mucosa bucal anterior ao
forame mentual, geralmente do segundo pré-
molar até a linha média
2. Lábio inferior e pele do queixo
3. Fibras nervosas pulpares aos pré-molares,
ao canino e aos incisivos
Indicações
1. Procedimentos dentários envolvendo a
anestesia pulpar em dentes mandibulares
anteriores ao forame mentual
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2. Casos em que o BNAI não está indicado: a. Quando são tratados seis, oito ou 10 dentes
anteriores (p. ex., de canino a canino ou de pré-molar a pré-molar), o bloqueio do nervo incisivo
é recomendado em lugar de BNAI bilaterais.
Contraindicação.
Infecção ou inflamação aguda na área da injeção.
Técnica
1. É recomendada uma agulha curta de calibre 27.
2. Área de inserção: prega mucobucal no forame mentual ou imediatamente anterior a ele
3. Área-alvo: forame mentual, através do qual o nervo mentual sai e no interior do qual o nervo
incisivo está localizado
4. Marcos: pré-molares mandibulares e prega mucobucal
5. Localizar o forame mentual.
6. Penetrar a membrana mucosa no canino ou no primeiro pré-molar, dirigindo a agulha ao
forame mentual.
7. Avançar a agulha bem devagar até chegar ao forame mentual. A profundidade de penetração
é de 5 a 6 mm. Não há nenhuma necessidade de se entrar no forame mentual para que o
bloqueio do nervo incisivo seja bem-sucedido.
8. Caso a aspiração seja negativa, depositar lentamente 0,6 ml (aproximadamente um terço de
um cartucho) em 20 segundos.
(1) Durante a injeção, manter uma pressão leve do dedo diretamente sobre o local de
injeção para aumentar o volume de solução entrando no forame mentual. Isso pode ser
feito com uma pressão intra ou extraoral.
(2) Os tecidos no local da injeção devem inflar como um balão, porém muito
ligeiramente.

Resumo
Dentes
Mandibulares
e Técnicas
Anestésicas
Locais
Disponíveis Tecidos moles
Dentes Pulpar Bucal Lingual
Incisivos Incisivo (Inc) BNAI BNAI
Alveolar inferior (BNAI) GG GG
Gow-Gates (GG) VA VA
Vazirani-Akinosi (VA) Inc LPD
Injeção no ligamento periodontal (LPD) IS IS
Intrasseptal (IS) Mental Inf
Intraóssea (IO) PDL IO
Infiltração (infiltração bucal e lingual) Inf Inf
P á g i n a | 78

Caninos Alveolar inferior BNAI BNAI


Gow-Gates GG GG
Vazirani-Akinosi VA VA
Incisivo Inc LPD
Injeção no ligamento periodontal LPD IS
Intrasseptal IS Inf
Intraóssea IO IO
Inf
Mental
Pré-molares Alveolar inferior BNAI BNAI
Gow-Gates GG GG
Vazirani-Akinosi VA VA
Incisivo Inc LPD
Injeção no ligamento periodontal LPD IS
Intrasseptal Intraóssea IS IO
Io Inf
Mental
Inf
Molares Alveolar inferior BNAI BNAI
Gow-Gates GG GG
Vazirani-Akinosi VA VA
Injeção no ligamento periodontal LPD LPD
Intrasseptal IS IS
Intraóssea IO IO
Inf Inf

Dentes Mandibulares e Técnicas Anestésicas Locais Disponíveis


Técnica Volume, ml
Alveolar inferior 1,5
Bucal 0,3
Gow-Gates 1,8-3,0
Vazirani-Akinosi 1,5-1,8
Mentual 0,6
Incisivo 0,6-0,9

Interações medicamentosas com anestésicos locais e vasoconstritores


Droga Odontológica Droga de interação Consideração Ação

Anestésicos locais Cimetidina, O metabolismo Usar AL com


(AL) bloqueadores b- hepático dos AL do cautela,
adrenérgicos tipo amida pode especialmente doses
(propranolol) estar repetidas
reduzido
Antiarrítmicos Depressão aditiva do Usar AL com cautela
(mexiletina, SNC, SCV − manter
tocainida) a menor dose
possível para
obter a anestesia
Depressores do Possível depressão Considerar limitar a
SNC: álcool, aditiva dose máxima dos
antidepressivos, ou supra-aditiva do AL,
P á g i n a | 79

anti-histamínicos, SNC, especialmente com o


benzodiazepínicos, depressão uso de
antipsicóticos, anti- respiratória opioides
hipertensivos de
ação
central, relaxantes
musculares, outros
AL,
opioides
Inibidores da A dose de droga Consulta médica
colinesterase, antimiastênica
antimiastênicos, pode precisar de
drogas para o ajuste, pois ALs
tratamento de inibem a transmissão
glaucoma neuromuscular

Vasoconstritores, Bloqueadores a- Possível resposta Usar vasoconstritor


adrenalina adrenérgicos hipotensiva com
(fenoxibenzamina, após dose alta de cautela − menor dose
prazosin); adrenalina possível
antipsicóticos
(haloperidol,
entacapone)
Inibidores da Podem intensificar as Usar vasoconstritor
catecolamina-O- ações com
metiltransferase sistêmicas dos cautela − menor
(tolcapone, vasoconstritores dose possível
entacapone)
Estimulantes do SNC Efeitos de Usar vasoconstritor
(anfetamina, estimulante ou com
metilfenidato); vasoconstritor cautela − menor dose
derivados do ergot podem ocorrer
(di-hidroergotamina,
metisergida)
Cocaína Efeitos de Evitar uso de
vasoconstritores; vasoconstritores
pode em pacientes sob
resultar em parada efeito de
cardíaca
Glicosídeos Risco de arritmias Consulta médica
digitálicos (digoxina, cardíacas
digitoxina)
Levodopa, Doses altas de Usar vasoconstritor
hormônios da qualquer um deles com
tireoide (além das doses de cautela − menor dose
(levotiroxina, reposição) possível
liotironina) podem acarretar um
risco de toxicidade
cardíaca
Antidepressivos Podem intensificar Evitar uso de
tricíclicos efeitos levonordefrina ou
(amitriptilina, sistêmicos do noradrenalina; usar
doxepina, vasoconstritor adrenalina com
imipramina) cautela − menor dose
P á g i n a | 80

possível

b-bloqueadores não Podem causar Monitorar PA após


seletivos respostas injeção
(propranolol, hipotensivas, inicial de AL
nadolol) especialmente
com adrenalina

Orientações com relação à pressão arterial (adultos)


Pressão Classifica Considerações para o tratamento odontológico
Arterial, ção
mm Hg ou ASA
torr

< 1 40 e < 1 1. Tratamento odontológico de rotina


90 2. Verificar novamente em 6 meses, a não ser que um
monitoramento mais frequente seja
necessário em decorrência de tratamento específico

140-159 e/ou 2 1. Verificar novamente a PA antes do tratamento odontológico em


90-94 três consultas consecutivas;
uma consulta médica está indicada se todas elas ultrapassarem
esses valores.
2. Tratamento odontológico de rotina
3. PRE como indicado

160-199 e/ou 3 1. Verificar novamente a PA em 5 min


95-114 2. Se a PA ainda estiver elevada, justifica-se uma consulta médica
antes do tratamento odontológico.
3. Tratamento odontológico de rotina
4. PRE

200+ e/ou 115+ 4 1. Verificar novamente a PA em 5 min


2. Consulta médica imediata caso ainda esteja elevada.
3. Nenhum tratamento odontológico, de rotina ou emergencial, até
que a PA elevada seja
corrigida.
4. Encaminhar ao hospital se tratamento odontológico imediato
estiver indicado

Sinais vitais normais de acordo com a idade

Idade Frequência Pressão Frequência


Cardíaca Arterial Respiratória
(batimentos/ (mm Hg) (movimentos
min) respiratórios/min)
P á g i n a | 81

3-6 meses 90-120 70-90/50-65 30-45

6-12 meses 80-120 80-100/55-65 25-40

1-3 anos 70-110 90-105/55-70 20-30

3-6 anos 65-110 95-110/60-75 20-25

6-12 anos 60-95 100-120/60-75 14-22

12+ anos 55-85 110-135/65-85 12-18

Sistema de classificação do estado físico da American


Society of Anesthesiologists (ASA EF)
ASA Definição Exemplo Recomendações
EF quanto ao
tratamento
1 Paciente saudável - Nenhuma
preocupação
especial
2 Paciente com doença Gravidez, diabetes tipo 2 Tratamento eletivo
sistêmica leve controlado, epilepsia, asma, liberado; considerar
disfunção da tireoide, PA 140- modificações no
159/90-94 mm Hg. tratamento.
3 Paciente com doença Angina do peito estável, > 6 meses Tratamento eletivo
sistêmica grave que pós-IAM, > 6 meses pós-AVC, asma liberado; considerar
limita a atividade, induzida pelo exercício, diabetes seriamente
mas não é tipo I (controlado), epilepsia (não modificações no
incapacitante tão controlada), disfunção tratamento.
sintomática da tireoide, PA 160-
199/95-114 mm Hg
4 Paciente com doença Angina de peito instável, < 6 meses Tratamento eletivo
sistêmica pós-IAM, convulsões não contraindicado;
incapacitante que é controladas, PA >200 >115 mm Hg cuidados
uma ameaça emergenciais não
constante a vida invasivos ou em
ambiente
controlado.
5 Paciente moribundo, Câncer em estágio terminal, Cuidados paliativos.
cuja sobrevida doença infecciosa em estágio
esperada é inferior a terminal, doença cardiovascular
24 hrs sem cirurgia em estágio terminal, disfunção
hepática em estágio terminal.

Anestésicos locais
Os anestésicos locais (AL) são agentes que causam redução da sensibilidade,
através do bloqueio reversível da condução nervosa, quando aplicados a uma região
P á g i n a | 82

circunscrita do corpo, sem perda da consciência. Após sua remoção, há retorno


completo e espontâneo da transmissão.
No tubete apresentam pH em torno de 4,5-6,0. Quando injetadas em pH 7,4
ocorre tamponamento ácido e liberação da base não ionizada do anestésico. Quando o
pH do meio está muito ácido, as bases se tornam ionizadas, menos lipossolúveis e com
menor ação no nervo.
Os ésteres são mais alergênicos (metabólito é o PABA), mais instáveis, sofrem
rápida hidrólise por esterases no plasma e tecidos, com menor duração do efeito. Estão
em desuso na Odontologia, sendo usadas apenas como anestésicos tópicos.
As amidas são mais estáveis, menos alérgenas, sofrem biotransformação
hepática, com duração do efeito maior. São as mais usadas atualmente.

Aspectos Farmacocinéticos
– Penetração: Lipossolubilidade/pH do meio/Concentração do AL.
• Em tecidos inflamados (ambiente + ácido), o AL tende à forma ionizável (hidrossolúvel), não
permeável. Observa-se menor efeito anestésico em tecidos inflamados.
– Absorção: Alta principalmente em mucosas.
• Agentes vasoconstritores (adrenalina, noradrenalina, fenilefrina, etc) diminuem a absorção,
diminuem efeitos tóxicos sistêmicos, aumenta o tempo de ação no local e reduz a dose
necessária, além de reduzir o sangramento.
– Distribuição: Órgão de maior perfusão.
• Saída da corrente sanguínea: lipossolubilidade e ligação às proteínas plasmáticas.
– Biotransformação: Através de hidrólise enzimática
• AL do tipo éster: rápida biotransformação por esterases plasmáticas e hepáticas. AL do grupo
amida são metabolizados principalmente no fígado

Conteúdo das soluções anestésicas


Sal anestésico Vasoconstritor Estabilizantes Veículo Apresentação
Prilocaína Adrenalina Bissulfito de solução aquosa em tubetes de
Lidocaína. Noradrenalina Sódio isotônica de 1,8 ml
Mepivacaína Levonordefrina (antioxidante, NaCl 0,9%
Articaína Fenilefrina impede a
Bupivacaína Felipressina degradação do
vasoconstritor
pelo oxigênio)
Metilparabeno
(bacteriostático
indutor de
alergia, seu uso
não se justifica
em tubetes de
uso único)

Procedimentos de curta e média duração que demandem anestesia pulpar > 30 minutos
• Lidocaína 2% com epinefrina 1:100000
• Mepivacaína 2% com epinefrina 1:100000
• Articaína 4% com epinefrina 1:100000
P á g i n a | 83

• Prilocaína 3% com felipressina 0,03UI/ml


Procedimentos mais invasivos ou de maior tempo de duração
• Lidocaína 2% com epinefrina 1:100000
• Articaína 4% com epinefrina 1:100000 ou 1:200000
• Bupivacaína 0,5% com epinefrina 1:200000

CONTRAINDICAÇÕES DO USO DA • Cirurgia recente de ponte de artéria


EPINEFRINA coronária ou instalação de stents
Há poucas contra indicações à • Angina do peito instável
administração de vasoconstritores nas • Insuficiência cardíaca congestiva não
concentrações de uso em Odontologia, controlada
sendo necessário avaliar o risco e os • Hipertireoidismo não controlado
benefícios de seu uso. • Feocromocitoma
• Hipertensão (PA sistólica >160 mmHg ou • História de alergia a sulfitos
diastólica > 100 mmHg) • Pacientes em uso contínuo de anfetaminas
• História de IAM, sem liberação para • Usuários de drogas ilícitas como cocaína,
atendimento odontológico crack, metanfetaminas, ecstasy)
• Período < 6 meses após AVE
Na contra indicação absoluta ao uso de epinefrina
Procedimentos de curta e média duração que demandem anestesia pulpar de até 30 minutos
• Mepivacaína 3% sem vasoconstritor
• Promove anestesia pulpar de 20 a 40 minutos.
Procedimentos que demandem anestesia pulpar com duração > 30 minutos
• Prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/ml

Situações especiais:
• Pacientes com problemas cardíacos e hipertensão controladas: Utilizar no máximo 2 tubetes de
Lidocaína com epinefrina ou Mepivacaína com epinefrina (1:100000) que é menos
vasodilatador, ou Prilocaína com felipressina (influencia menos na PA).
• Casos de hipertensão severa (PAS > 180 mmHg): não tratar no consultório, encaminhar para
atendimento hospitalar.
• Se houver contra indicação absoluta ao uso de vasoconstritores (situação rara), usar
Mepivacaína 3% sem vasoconstritor.
• Lembrar que o mais importante em pacientes saudáveis e com comprometimento sistêmico é
controlar a dor e ansiedade, que podem elevar a liberação de catecolaminas endógenas. O uso de
anestésicos sem vasoconstritor reduz a duração da anestesia, requer suplementação, aumenta o
estresse e a toxicidade.

Situações especiais:
• GESTANTES: Preferência para Lidocaína 2% com epinefrina 1:100000, no máximo 2
tubetes. Evitar Prilocaína e Mepivacaína (risco de metahemoglobina) e felipressina (induz
contrações uterinas).
• DIABÉTICOS: Dar preferência para Prilocaína 3% + felipressina. Evitar o vasoconstritor
epinefrina pelo risco de aumento da glicemia.
• IDOSOS E PACIENTES COM DISFUNÇÃO RENAL OU HEPÁTICA: A articaína é
também metabolizada por colinesterases plasmáticas gerando metabólitos inativos e inertes,
eliminados pelos rins. É o anestésico ideal para esses pacientes.
P á g i n a | 84

• CRIANÇAS: Preferência por Lidocaína 2% com epinefrina 1:100000. O maior cuidado deve
ser em relação à dose, para não provocar sobre dosagem, em função do peso corporal.
• ALÉRGICOS À SULFA: Não utilizar Articaína, pois contém enxofre.

Doses máximas para os anestésicos locais no Brasil


Anestésico Local Dose máxima Máximo absoluto N° de tubetes (por
(por Kg) sessão)
Lidocaína 2% 4,4 mg 300 mg 8,3
Lidocaína 3% 4,4 mg 300 mg 5,5
Mepivacaína 2% 4,4 mg 300 mg 8,3
Mepivacaína 3% (sem 4,4 mg 300 mg 5,5
vaso)
Articaína 7 mg 500 mg 6,9
Pilocaína3% 6 mg 400 mg 7,4
Bupivacaína 0,5% 1,3 mg 90 mg 10

Anestésico Vasoconstritor
Lidocaína Adrenalina
Noradrenalina
Fenilefrina
Sem vasoconstritor
Prilocaína Felipressina
Mepivacaína Adrenalina/ Noradrenalina
Sem vasoconstritor
Levonordefrina
(3%) Sem vasoconstritor
Bupivacaína Adrenalina
Sem vasoconstritor
Articaína Epinefrina

Analgésicos e antiinflamatórios
1- Analgesia preventiva: regime introduzido após a estimulação nociceptiva, porém, antes
do início da sensação dolorosa.
2- Analgesia preemptiva: é iniciada antes dos estímulos nociceptivos, ou seja, previamente
ao trauma tecidual.
3- Analgesia perioperatória: o regime é iniciado antes do estímulo nociceptivo, sendo
mantido no período pós-operatório imediato.

Geralmente: A dor pós operatória tem seu ápice de 6 a 8 horas após o procedimento. O edema
inflamatório é máximo 36 h após o procedimento. Por isso, é uma boa alternativa, em
P á g i n a | 85

procedimentos eletivos, com expectativa de dor, iniciar o uso do fármaco 1 h antes do


procedimento ou imediatamente após, e manter por até 3 dias, no máximo.

Antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs)


 Analgésicos
 Antipiréticos
 Antiinflamatórios

Classificação quanto ao mecanismo de ação


Inibidor irreversível Inibidores reversíveis Inibidores reversíveis
não seletivo Não seletivos Mais seletivos altamente seletivos
da COX da COX COX2 da COX2
AAS (Ácido Dipirona Meloxicam Celecoxib
acetilsalicílico) Fenilbutazona Nimesulida Etoricoxib
Cetorolaco Lumiracoxib
Indometacina
Piroxicam
Tenoxicam
Diclofenaco
Ibuprofeno
Naproxeno
Cetoprofeno
Paracetamol

Ácido acetilsalicílico, dipirona e paracetamol não são AINEs clássicos, pois possuem fraca ação
anti-inflamatória, somente em doses maiores. Seus principais efeitos são analgésicos e
antipiréticos.

Fórmula prática para saber quanto deve pesar uma


criança
Peso = idade da criança x 2 + 8

Prescrição
 Dipirona
- 500 mg de 6 em 6 hrs.
-10 – 15 mg/kg.
-1/2 gota a 1 gota por kg.
Até 48 horas.
 Paracetamol Mais indicado para controle da dor.
-500 mg de 6 em 6 hrs.
-10 – 15 mg/kg.
-1 gota/kg.

 Ibuprofeno
-600 mg de 6 em 6 hrs.

 Diclofenaco
-50 mg de 8 em 8 hrs. Até 3 dias.
Mais indicado para controle de dor e
edema.
P á g i n a | 86

 Cetorolaco
-10 – 20 mg de 8 me 8 hrs.

 Nimesulida
-100 mg de 12em 12 hrs.

Crianças: Dipirona ou Paracetamol.


Grávidas: Paracetamol.

Coxibes: Recomendado para pacientes com problemas gástricos e renais graves (sem fator de
risco para coagulação).
 Celecoxib
-100 a 200 mg de 1 a 2 vezes por dia por até 3 dias.

 Etoricoxib
-60 a 120 mg de 1 a 2 vezes por dia por até 3 dias.

Antiinflamatórios esteroidais (Glicocorticóides)


Os glicocorticóides são antiinflamatórios mais eficazes disponíveis, suplantando os AINEs
quanto ao bloqueio do edema.
Ações Farmacológicas
1) Efeitos metabólicos e sistêmicos: Atuam no metabolismo das proteínas e dos carboidratos
2) Efeitos no feedback negativo na hipófise e hipotálamo
3) Efeitos antiinflamatórios e imunossupressores: Inibem as manifestações iniciais e tardias da
inflamação, em doses terapêuticas (eritema, edema, calor, dor, cicatrização e reparo e reações
proliferativas observadas na inflamação crônica), por inibição da enzima Fosfolipase A2.
Diminuem a vasodilatação, o acúmulo de leucócitos sanguíneos no local da inflamação, a
atividade de fibroblastos e osteoclastos.
Indicações
1) Só devem ser indicados em doenças ou manifestações definidamente responsivas a eles;
2) Só devem ser utilizados após tentativas com medicamentos de menor risco;
3) Emprega-se as menores doses eficazes, pelo menor tempo possível;
4) Descontinuação de tratamento prolongado deve ser lenta e gradual, a fim de permitir
reativação funcional progressiva do eixo hipotálamo-hipófiseadrenal.

De acordo com as potências, os glicocorticóides são classificados em:


Glicocorticóides de ação curta (8 a 12 horas) – de ação intermediária (12 a 36 horas) – de ação
longa (36 a 72 horas).
 Glicocorticóides de ação curta (para tratamento de reposição): Cortisona –
hidrocortisona (Solu-Cortef) (Stiefcortil)(Cortisonal).
 Glicocorticóides de ação intermediária: Prednisolona (Prelone) (Predsim) (Prednisolon)
–metilprednisolona (Solu-Medrol) (Unimedrol) – prednisona (Meticorten) (Predicorten)
–triancinolona (Omcilon) (Theracort) – beclometasona (Beclosol) (Clenil)
 Glicocorticóides de ação longa: Betametasona (Celestone) (Diprospan) (Candicort)
(Novacort) – dexametasona (Decadron) (Decadronal) (DuoDecadron).
P á g i n a | 87

Na Odontologia, a utilização é por curto prazo, geralmente com uso preemptivo, 1 h antes de
procedimento em que há maior expectativa de edema e dor intensa, como exodontias múltiplas
de dentes retidos, implantes, cirurgias maiores, etc.

Nome Princípio Apresentação Uso Posologia


comercial ativo
Decadron Dexametason 2 a 4 mg com 10 Adulto 1 ao dia
a cp
Meticorten Prednisona 20 mg com 10 Adulto 12/12 hrs
cp
Celstone Betametason 2 mg com 10 cp Adulto 12/12 hrs
a
Prelone Prednisolona 5 a20 mg com Adulto 2 a 4x dia
10 cp
Nasacort Triancinolon Spray 55 mg Adulto/Criança acima de 1 a 4x dia
a (nasal) 12 anos

Acetonida de triancinolona (Omcilon A orabase) – tubo de 10 mg.


Aplicar pequena quantidade sobre a lesão, duas vezes ao dia, após refeições e ao deitar.

Fármacos analgésicos Opióides


Em Odontologia, comumente emprega-se a associação de analgésicos não-opioide e opioide
em doses fixas, por 2 a 3 dias, período em que as dores pós-operatórias são mais intensas
- Fosfato de codeína + paracetamol (uso oral de 30 mg + 500 mg, a cada 4 horas);
- Fosfato de codeína + diclofenaco sódico (uso oral de 50 mg + 50 mg, a cada 8 horas);
- Napsilato de dexpropoxifeno + ácido acetilsalicílico (uso oral de 50 mg + 325 mg, a
cada 4 horas);
- Tramadol+ paracetamol (uso oral de 37,5 mg + 325 · mg, a cada 4 ou 6 horas).

OBS: O uso de opioides pode provocar tolerância (necessidade de aumento das doses para
observar os mesmos efeitos anteriores) e dependência.

• Controle de dores agudas, de intensidade leve a moderada, não associada a lesões


teciduais intensas: Pode-se iniciar empregando analgésicos não opioides, como dipirona
ou paracetamol, de forma preventiva (após o procedimento) e mantendo por período
máximo de 48 a 72 h
• Controle de dores agudas, de intensidade moderada a severa, após procedimentos mais
invasivos, que geram lesão tecidual mais intensa: Pode-se utilizar AINEs em regime
preventivo também, por até 72 h.
• Para prevenir a hiperalgesia e controlar o edema inflamatório em intervenções eletivas
mais invasivas: pode-se usar analgesia preemptiva com antiinflamatórios esteroides
(dexametasona ou betametasona, de 4 a 8 mg),
1 hora antes do procedimento e pode-se manter com analgésicos não opioides (dipirona
ou paracetamol) ou AINEs por até 72 h.
• Para tratar dores moderadas, que não responderam bem a outros analgésicos, ou em
casos de intolerância a AINEs, pode utilizar associação entre analgésicos opioides leves
(codeína ou tramadol) associado a analgésicos não opioides, por no máximo 72 h.

Doses iniciais e intervalo de uso de opioides


Fármacos Dose inicial Intervalo (horas)
P á g i n a | 88

Codeína 15 – 30 mg 4–6
Tramadol 50 mg 4–6
Morfina 5 – 10 mg 3–4
Metadona 5 – 10 mg 8 – 12
Hidromorfona oros 8 mg 24
Oxicodona 10 – 20 mg 12
Fentanil transdérmico 12 – 24 µg 72

Antibacterianos de maior uso em odontologia


Bloqueiam a síntese de parede celular penicilinas e cefalosporinas. São bactericidas,
principalmente contra bacilos gram positivos.
Betalactâmicos são antibacterianos que possuem um anel betalactâmico em sua estrutura
química. Compreendem penicilinas, cefalosporinas, clavulanato de potássio. Quando se suspeita
de que a infecção é provocada por bactérias que produzem betalactamases, utiliza-se um
antibacteriano associado ao ácido clavulânico.
Bloqueiam a síntese de proteínas tetraciclinas, macrolídeos, azalídeos, lincosaminas. Impedem o
crescimento e a reprodução bacteriana, sendo considerados bacteriostáticos.
Atuam na síntese de ácidos nucleicos metronidazol. O medicamento interrompe a síntese de dna
na bactéria, atuando como bactericida.

Quando prescrever antibióticos na odontologia?


 Para tratamento de infecções – uso terapêutico
Na prática odontológica, no tratamento de processo infeccioso bacteriano localizado,
delimitado, sem sinais de disseminação ou manifestações sistêmicas, o uso coadjuvante de
antibióticos não é, geralmente, necessário. Essa recomendação é válida para infecções
bacterianas agudas de origem endodôntica ou periodontal
 Para prevenção das infecções – uso profilático
Consiste no uso de antibióticos em pacientes que não apresentam sinais de infecção, com o
objetivo de prevenir a colonização por bactérias e suas complicações, no pós operatório. Pode
ser instituído para prevenir infecções na própria região operada (profilaxia cirúrgica) ou na
prevenção de infecções à distância (profilaxia à distância), em pacientes susceptíveis.
Recomenda-se profilaxia com antibacteriano para prevenção de endocardite infecciosa para
pacientes de alto risco.
A profilaxia antibiótica deve ser realizada com uma alta dose do antibiótico 1 hora antes
do procedimento, para que os níveis de antibiótico estejam elevados no sangue no momento em
que houver bacteremia transitória.

Seleção do antibiótico
Administrar por via oral, preferencialmente: mais facilidade e menores efeitos alérgicos, de
forma geral, 1 h antes ou 2 h após refeições.
• PENICILINAS: primeira escolha para tratamento de infecções bucais bacterianas. Penicilina
V, Amoxicilina e Ampicilina são efetivas contra cocos aeróbios gram positivos e bacilos
anaeróbios gram negativos.
• AMOXICILINA: Primeira escolha entre as Penicilinas. Possui melhor absorção oral, tempo de
meia vida maior, bem tolerada. (GRÁVIDAS)
• CEFALOSPORINAS: Não são primeira escolha, possui maior espectro que penicilinas, mas
que não coincidem com as bactérias predominantes nas infecções bucais. Mais utilizadas para
infecções mais graves.
P á g i n a | 89

• METRONIDAZOL: Muito eficazes contra bacilos anaeróbios gram negativos, em infecções


agudas como pericoronarite, abscessos periapicais, GUNA, periodontites agressivas, associado à
Amoxicilina.
• Associação de Amoxicilina com ácido clavulânico: deve-se reservar para infecções que não
respondem bem às penicilinas isoladas ou quando se identificar bactérias produtoras de
betalactamases por cultura.
• CLINDAMICINA: Geralmente usada para tratamento de infecções mais avançadas. Deve-se
usar de forma criteriosa pois atualmente é o fármaco de primeira escolha para tratamento de
infecções em pacientes alérgicos à penicilina ou profilaxia de endocardite infecciosa. (1°
ESCOLHA EM CASO DE ALERGIA Á PENICILINA).
• CLARITROMICINA E AZITROMICINA: Mais eficazes no tratamento de abscessos
periapicais agudos. Também são alternativas para tratamento de pacientes alérgicos à penicilina.
• TETRACICLINA: Antibiótico de largo espectro, mas há espécies resistentes. Doxiciclina é
útil para tratamento de periodontites agressivas ou crônicas. Não deve ser utilizada na gravidez
e período de crescimento e desenvolvimento de dentes.
• ERITROMICINA: Seu uso está atualmente em desuso na Odontologia, devido ao surgimento
de bactérias resistentes e alto índice de efeitos adversos gastrintestinais.

OBS: Recomenda-se iniciar com uma dose de ataque (geralmente o dobro da dose de
manutenção), para atingir concentrações eficazes no sangue rapidamente. O tratamento pode ter
duração variável, geralmente em torno de 7 dias.

Antibióticos comumente usados por via oral em adultos,


no tratamento de infecções bacterianas bucais
Antibiótico Dose de Intervalo Usual
manutenção
Amoxicilina 500 mg 8h
Ampicilina 500 mg 6h
Penicilina V 500 mg 6h
Metronidazol 250 ou 400mg 8 h ou 12 h
Amoxicilina + 500 + 125 mg 8h
Clavulanato
Clindamicina 300 mg 8h
Claritromicina 500 mg 12 h
Azitromicina 500 mg 24 h (3 dias)
Eritromicina 500 mg 6h
Cefalexina 500 mg 6h

Antibióticos comumente usados por via oral em crianças, no tratamento de infecções


bacterianas bucais
Amoxicilina – susp 250 mg/5 ml - 20 mg/Kg – 8 em 8 hrs por7 dias.

Crianças alérgicas a penicilina


Claritromicina – susp 250 mg/5ml - 7,5mg/Kg - 12 em 12 hrs por 5 -7 dias.
Azitromicina – susp 200 mg/5 ml - 10 mg/Kg – 1xpor dia por 3 dias.

Antivirais
A estomatite herpética primária afeta geralmente crianças de 1-6 anos, produz manifestações
bucais nos lábios, gengivas, língua, mucosa, com vesículas e feridas doloridas, febre, perda de
apetite, dificuldade de deglutição. - Geralmente é autolimitada, cicatrizando entre 10-14 dias.
P á g i n a | 90

Contudo, o vírus fica latente no gânglio trigeminal, e o indivíduo fica susceptível a recorrências
por toda a vida.
Tratamento: analgésico para dor, dieta líquida ou pastosa, repouso
Herpes labial recorrente
Aciclovir é um agente antiviral que bloqueia a síntese da enzima DNA polimerase, impedindo a
duplicação viral.
Aciclovir creme dermatológico 5 % – aplicar 5 vezes ao dia por 5 dias
Aciclovir comprimidos 200 mg – administrar, por via oral, 5 vezes ao dia por 5 dias

Antifúngicos
Candidoses bucais Infecções fúngicas que afetam a mucosa bucal, geralmente oportunista, com
variadas características clínicas. O Candida albicans é o agente etiológico mais comum.
Tratamento
Remoção da causa, higienização da boca, higienização da prótese
- Nistatina – suspensão oral 100000UI/ml – frasco com 50 ml – uso tópico. Bochechar com 5 ml
4 vezes/dia por 14 dias.
Reter a solução na boca por 2 minutos. Pode deglutir.
- Cetoconazol – comprimidos 200 mg – uso oral – 1 comprimido/dia por 7-14 dias
- Miconazol – gel em bisnaga de 40 g – uso tópico - aplicar sobre a prótese 4 vezes/dia por 7-14
dias.
Fármacos ansiolíticos
Métodos de controle da ansiedade

• Não farmacológicos: verbalização, explicações sobre os procedimentos, técnicas de


relaxamento muscular, acupuntura, utilização de imagens e sons relaxantes, etc.

• Farmacológicos: Utilização de ansiolíticos para provocar sedação mínima

Os benzodiazepínicos, são os ansiolíticos mais empregados em Odontologia para se obter


sedação mínima por via oral, devido à sua grande eficácia, relativa seletividade de efeitos, baixa
toxicidade e pouca capacidade de produzirem dependência.

 Diazepam: Tensil  Midazolam: Dormonid


 Triazolam: Halcion  Alprazolam: Frontal
 Lorazepam: Lorium, Lorax  Clonazepam: Rivotril
 Nitrazepam: Sonebom, Sonetrat

Efeitos farmacoterapêuticos gerais

 Redução da ansiedade  Indução do sono


 Redução da agressividade  Redução do tônus muscular
 Sedação  Efeito anticonvulsivante

Longa duração: (60 horas) - Diazepam


Média duração: (20 horas) - Alprazolam
Curta duração: (5 horas) – Midazolam

Na Odontologia, o esquema posológico de eleição para os benzodiazepínicos (Diazepam,


Alprazolam, Lorazepam, Midazolam, etc.) é por via oral, com uso de um comprimido uma hora
antes do procedimento Odontológico e, quando necessário, um comprimido na noite anterior.
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Em crianças:
• Midazolam: 0,25-0,5 mg/Kg – 30 minutos antes
• Diazepam: 0,2-0,5 mg/Kg – 1 hora antes

Protocolo terapêutico de benzodiazepínicos


Nome Doses usuais em Doses usuais em Momento de
Genérico adultos idosos administração
Midazolam 7,5 mg 7,5 mg 30 min antes
Alprazolam 0,5 mg 0,25 mg 30 a 45 min antes
Diazepam 5 a 10 mg 5 mg 1 hra antes
Lorazepam 1 a 2 mg 1 mg 2 hrs antes

Princípios da exodontia simples


Princípios para o uso de alavanca e do fórceps
As alavancas auxiliam na luxação do dente, e o fórceps continua esse processo por meio da
expansão óssea e ruptura do ligamento periodontal.
Os dois objetivos do uso do fórceps são:
(1) expansão do alvéolo ósseo com o uso das pontas ativas em forma de cunha e dos
movimentos do próprio dente com o fórceps;
(2) remoção do dente do alvéolo.
Na remoção desse pré-molar mandibular, um ponto de apoio foi feito no dente, o que cria uma
situação de uma alavanca de primeira classe. Quando se insere uma alavanca apical de Crane no
ponto de apoio e o cabo é forçado
apicalmente (A), o dente é elevado
em direção oclusal para fora do
alvéolo utilizando o osso alveolar
vestibular como fulcro (B).

As pontas ativas do fórceps agem


como uma cunha para expandir o osso
alveolar e desloca o dente em direção
oclusal.
O fórceps pode aplicar cinco
movimentos principais para luxar os dentes e expandir o alvéolo ósseo.
 O primeiro é a pressão apical, que obtém dois objetivos.
Embora o dente mova o mínimo na direção apical, o alvéolo
dentário é expandido pela inserção das pontas ativas para
dentro do espaço do ligamento periodontal. Sendo assim, a
pressão apical do fórceps sobre o dente causa expansão
óssea. Uma segunda realização da pressão apical é que o
centro de rotação do dente é deslocado apicalmente. Se as
pontas ativas do fórceps forem forçadas para dentro do
espaço do ligamento periodontal, o centro de rotação é
deslocado apicalmente, o que resulta em maior movimento
das forças de expansão na crista do processo alveolar e
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menos força de movimento lingual no ápice do dente. Esse processo diminui a chance
de fratura do ápice radicular.
 As pressões vestibulares causam expansão da cortical vestibular, particularmente na
crista óssea do alvéolo. Embora a pressão vestibular gere forças de expansão na crista
do alvéolo, é importante lembrar que também gera pressão lingual no ápice. Portanto,
força excessiva pode fraturar o osso vestibular ou causar uma fratura do terço apical da
raiz.
 A pressão palatina ou lingual é similar ao conceito da pressão vestibular, mas objetiva
expandir a crista óssea lingual e, ao mesmo tempo, evitar pressões excessivas no osso
apical vestibular.
 A pressão rotacional, como o nome indica, gira o dente, o que
causa certa expansão interna do alvéolo
dentário. Dentes com raízes únicas,
cônicas (como os incisivos maxilares e
os pré-molares mandibulares) e com
raízes que não sejam curvas são mais
passíveis de serem luxados por essa
técnica. Dentes que tenham raízes que
não sejam cônicas ou que tenham
múltiplas raízes –
especialmente se essas raízes
forem curvas – possuem maior chance de fraturar com
esse tipo de pressão.
 As forças de tração são úteis para remover o dente do
alvéolo uma vez que tenha sido
obtida uma adequada expansão
óssea. Forças de tração devem ser
limitadas à parte final do processo
de extração e deve ser delicada. Se
for necessária uma força excessiva, outras manobras devem ser
refeitas para melhorar a luxação

O fórceps para extração deve ser posicionado com forte pressão apical
para expandir a crista óssea e para deslocar o centro de rotação o mais
apicalmente possível.

Se o fórceps é posicionado apicalmente, o centro de rotação (*) é deslocado também


apicalmente e é gerada menos pressão apical (A). Isso resulta em maior expansão da
cortical vestibular, menos movimento do ápice do dente e, consequentemente, menos
chance de fratura radicular (B).

Se o centro de rotação (*) não estiver suficientemente apical, ele fica muito oclusal, o que
causa excesso de movimento do ápice dentário (A). B, Excesso de movimento do ápice
radicular devido a um alto centro de rotação resulta em fratura do ápice radicular.
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Pressão vestibular aplicada ao dente irá expandir a cortical vestibular na direção da crista
óssea, com alguma expansão lingual no terço apical da raiz. Asterisco, Centro de Rotação.

Devido ao fato de o osso vestibular maxilar ser, geralmente, fi no e o osso palatino, um osso
cortical mais espesso, dentes maxilares são, em geral, removidos por forças vestibulares
intensas e forças palatinas menos vigorosas. Na mandíbula, o osso vestibular é mais fi no da
metade posterior para a área dos molares. Por consequência, os incisivos, caninos e pré-molares
são removidos, principalmente, como resultado de força vestibular intensa e pressões linguais
menos vigorosas. Os dentes molares da mandíbula têm um osso vestibular mais espesso e,
geralmente, necessitam de uma pressão lingual mais forte que os outros dentes na boca.

A B C

A. Pressão lingual irá expandir a cortical lingual na região da crista e expandir discretamente o
osso vestibular na região apical. Asterisco, Centro de Rotação.
B. Forças de tração são úteis para a remoção final do dente do alvéolo. Devem ser sempre forças
leves, pois os dentes não são puxados.
C. Forças rotacionais úteis para dentes com raízes cônicas, como os incisivos maxilares e os
pré-molares mandibulares.

Procedimentos para extração fechada (via alveolar)


A técnica aberta é também conhecida como técnica cirúrgica ou a retalho.
A técnica fechada é a técnica mais frequentemente usada e oferece as considerações básicas
para quase todas as extrações. A técnica aberta é utilizada quando o clínico acredita que força
excessiva será necessária para remover o dente, quando uma quantidade substancial da coroa
está perdida ou coberta por tecido ou quando o acesso à raiz do dente é difícil, como quando
uma coroa frágil está presente.
Qualquer que seja a técnica escolhida, os três requisitos fundamentais para uma boa extração
permanecem os mesmos: (1) acesso e visualização adequados do campo operatório;
(2) uma via desimpedida para a remoção do dente;
(3) o uso de força controlada para luxar e remover o dente.
Cinco etapas principais formam o procedimento de extração fechada:
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Etapa 1: Liberação dos tecidos moles aderidos à porção cervical do dente. A liberação do tecido
mole do dente tem dois objetivos. Primeiro, permite que o cirurgião tenha certeza de que uma
anestesia profunda foi obtida. O cirurgião, então, inicia o procedimento de descolamento do
tecido mole, gentilmente no início e, gradualmente, aumenta a força. A
segunda razão do descolamento do tecido mole é permitir o
posicionamento mais apical da alavanca e do fórceps para extração, sem
a interferência do tecido mole da gengiva. Conforme o tecido mole é
descolado do dente, ele é discretamente refletido, o que,
consequentemente, aumenta a largura do sulco gengival e permite a
entrada da ponta ativa biselada em cunha do fórceps.

Etapa 2: Luxação do dente com uma alavanca dentária. A expansão e a


dilatação do osso alveolar e a ruptura do ligamento periodontal só são
obtidas com a luxação do dente em várias direções. A alavanca reta é
inserida perpendicular ao dente no espaço interdental, após o
descolamento da papila interdental. A alavanca é, então, girada de
maneira que a parte inferior da lâmina se apoie no osso alveolar e a
parte superior, ou oclusal, da lâmina é girada ao encontro do dente que
está sendo extraído. A utilidade dessa etapa é maior se o paciente não
possuir um dente posterior ao dente que está sendo extraído ou se este
estiver destruído ao ponto de a coroa não impedir o movimento do
dente. Forças excessivas podem danificar e até deslocar os dentes adjacentes aos dentes que
estão sendo extraídos.

Etapa 3: Adaptação do fórceps ao dente. O fórceps é, então, posicionado sobre o dente de forma
que as extremidades das pontas ativas do fórceps apreendam à raiz abaixo do tecido mole
descolado. A ponta ativa lingual, geralmente, é posicionada primeiro e, só depois, a ponta ativa
vestibular é posicionada. Deve-se ter cuidado de verificar que as extremidades das pontas ativas
estejam abaixo do tecido mole e que não estejam apreendendo um dente adjacente. Uma vez
que o fórceps esteja posicionado no dente, o cirurgião segura o fim do cabo do fórceps para
maximizar o controle e a vantagem mecânica.
Se o dente estiver mal posicionado de maneira que o fórceps padrão não possa
apreender o dente sem traumatizar os dentes adjacentes, outro fórceps com pontas ativas mais
finas deve ser usado. O fórceps para raiz maxilar pode, frequentemente, ser útil para os dentes
anteriores inferiores apinhados.
As pontas ativas do fórceps devem ser mantidas paralelas ao longo eixo do dente para
que as forças geradas pela aplicação da pressão ao cabo do fórceps possam ser transmitidas pelo
longo eixo do dente para se obter a máxima efetividade na dilatação e na expansão do osso
alveolar. Se as pontas ativas não estiverem paralelas ao longo eixo do dente, provavelmente a
raiz do dente irá fraturar.
O fórceps é, então, forçado o mais apicalmente possível para
apreender a raiz do dente o mais apicalmente possível. Isso resulta em
dois fatores: primeiro, as pontas ativas do fórceps atuam como cunhas
dilatando a crista óssea nas faces lingual e vestibular. Segundo, ao
forçar as pontas ativas apicalmente, o centro de rotação (ou fulcro) do
fórceps aplicado ao dente é deslocado para o ápice do dente, o que
resulta em maior efetividade e menor chance de fratura do ápice do
dente.
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Etapa 4: Luxação do dente com o fórceps. O cirurgião inicia a luxação do dente utilizando os
movimentos já discutidos. A maior parte da força é direcionada para o osso mais fi no e,
consequentemente, mais fraco. Portanto, na
maxila e em todos os dentes mandibulares com
exceção dos molares, o principal movimento é
vestibular. O cirurgião utiliza uma força lenta e
constante para deslocar o dente
vestibularmente, em vez de uma série de
movimentos pequenos e rápidos que pouco
fazem para expandir o osso. O movimento é
calculado e lento, e aumenta, gradualmente,
em força.
O dente é, então, movimentado mais
uma vez na direção oposta com uma pressão
forte, deliberada e lenta. Conforme o osso
alveolar começa a se expandir, o fórceps é
reposicionado apicalmente com um
movimento deliberado e firme, que causa
expansão adicional do osso alveolar e desloca,
ainda mais, para apical o centro de rotação. As
pressões vestibular e lingual continuam a
expandir o alvéolo. Para alguns dentes, os movimentos rotacionais são, então, usados para
auxiliar na expansão do alvéolo dentário e na ruptura das inserções do ligamento periodontal.

Etapa 5: Remoção do dente do alvéolo. Uma vez que o osso alveolar tenha expandido o
suficiente e o dente tenha sido luxado, uma força de tração leve, em geral direcionada
vestibularmente, pode ser utilizada. A força de tração deve ser minimizada, pois é o último
movimento que é usado, uma vez que o processo alveolar esteja expandido o suficiente e o
ligamento periodontal, completamente rompido.

Técnicas específicas para remoção de cada dente

Dentes Maxilares
A, Os incisivos maxilares são extraídos com o fórceps no 150. A mão esquerda apreende o
processo alveolar.

B, O fórceps é posicionado o mais apicalmente possível.

C, Inicia-se a luxação com força vestibular.

D, Uma pequena força lingual é usada.

E, O dente é removido para vestibular e incisal com movimento de tração e rotação.


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A, A posição da mão e do fórceps para extração do canino maxilar


é similar à dos incisivos. O fórceps é posicionado o mais
apicalmente possível.

B, O movimento inicial é vestibular.

C, Pequena quantidade de força apical é aplicada.

D, O dente é removido na direção


vestíbulo-incisal com pequena força rotacional.

A, Os pré-molares maxilares são removidos com o fórceps no 150. A


posição é similar à usada para os dentes anteriores.

B, Pressão apical firme é aplicada, primeiro, para abaixar o centro de


rotação o mais possível e expandir a crista óssea.

C, Pressão vestibular é, inicialmente, aplicada para expandir a


cortical vestibular. Os ápices das raízes são empurrados lingualmente
e, como consequência, estão sujeitos à fratura.

D, A pressão palatina é
aplicada com menos
vigor que a pressão vestibular.

E, O dente é removido na direção vestíbulo


oclusal com a combinação de forças vestibulares e
de tração.

A, Quando extraímos o segundo pré-molar


maxilar, o fórceps é posicionado o mais
apicalmente possível.

B, A luxação se inicia com pressão vestibular.

C, Pouca pressão vestibular é utilizada.

D, O dente é removido na direção vestíbulo-


oclusal.
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A, A extração dos molares maxilares. O tecido mole dos lábios e da bochecha é afastado e o
processo alveolar é apreendido com a mão oposta.

B, As pontas ativas do fórceps são posicionadas


o mais apicalmente possível.

C, A luxação se inicia com uma pressão forte


vestibular.

D, Pressão lingual é utilizada apenas


moderadamente.

E, O dente é removido na direção vestíbulo-


oclusal.

Dentes Mandibulares
A, Quando extraímos os dentes anteriores da
mandíbula, o fórceps no 151 é usado. O
assistente afasta a bochecha e fornece aspiração.

B, O fórceps é posicionado o mais apicalmente


possível.

C, Pressão vestibular moderada é usada


para iniciar o processo de luxação.

D, Força lingual é usada para continuar


a expandir o osso.

E, O dente é removido na direção


vestíbulo-incisal.
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A, Extração do pré-molar mandibular. A mandíbula é estabilizada, o tecido mole é afastado e o


fórceps no 151 é posicionado.

B, A posição da mão é, ligeiramente,


modificada para a técnica por trás do
paciente. O fórceps de estilo Inglês também
pode ser usado.

C, O fórceps é posicionado o mais


apicalmente possível para deslocar o centro
de rotação e para iniciar a expansão do osso
da crista.

D, Força vestibular é usada para iniciar o


processo de luxação.

E, Leve pressão lingual é utilizada.

F, O dente é removido com força de tração e


rotação.

A, Os molares mandibulares são extraídos


com o fórceps no 17 ou no 23. As posições
das mãos do cirurgião e do assistente são as
mesmas para ambos os fórceps.

B, O fórceps no 17 é posicionado o mais


apicalmente possível.

C, Luxação do molar é iniciada com um forte


movimento vestibular.

D, Pressão lingual forte é usada para


continuar a luxação.

E, O dente é removido na direção vestíbulo-


oclusal.

A, O fórceps no 23 é, cuidadosamente,
posicionado para se encaixar na área da
bifurcação do molar inferior.

B, Os cabos do fórceps são apertados com força,


fazendo com que as pontas do fórceps sejam
forçadas para dentro da bifurcação e exerçam
forças de tração no dente.
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C, Forças vestibulares fortes são, então, usadas para expandir o alvéolo.

D, Forças linguais fortes são usadas para luxar ainda mais o dente.

E, O dente é removido na direção vestíbulo-oclusal com forças vestibulares e de tração.

Relação Fórceps x Dente


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Princípios de Exodontia mais complexa


A técnica cirúrgica, ou aberta, de extração é o método usado para expor raízes que foram
fraturadas durante o método fechado de rotina ou dentes que não podem ser extraídos por esse
método devido a uma variedade de razões. Além disso, a remoção de múltiplos dentes em uma
só sessão exige mais que a simples extração do dente. Retalhos são comumente necessários para
restabelecer o contorno e alisar o osso alveolar.

Manobras básicas de cirurgias


 Assepsia (campos, EPIS, Instrumental)
 Antissepsia (Extra oral clorexidina a 4% e intra oral 0,12%)
 Diérese (incisão e afastamento do tecido)
 Exérese (remoção do material, ostectomia, curetagem, avulsão)
 Hemostasia (controle do sangramento)
 Síntese(sutura)

Diérese
É o conjunto de manobras realizadas para a abordagem do objetivo cirúrgico. Dividida em
Incisão e Divulsão.

Tipos de incisões
 Envelope / linear

– Indicações:
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Dentes inclusos localizados próximos à região cervical dos dentes adjacentes


erupcionados e isolados, através de incisão linear no rebordo alveolar.
– Contraindicações:
Dentes distantes da região cervical dos dentes adjacentes erupcionados;
Paciente de prótese fixa.
– Vantagens:
Possibilita ampliação, menos sangramento e facilidade de reposicionamento.
– Desvantagens:
Reduzido acesso e visualização, dificuldades de relaxamento e rebatimento, podendo
ocorrer dilacerações;
Pacientes de prótese fixa.
Ps: Em áreas edêntulas a incisão é realizada ao longo da crista do rebordo.

 Semilunar / Partsch

– Deve ser realizado em gengiva inserida e não em mucosa alveolar;


– Gengiva sem deslocamento na região cervical deve ter no mínimo 5mm para facilitar o
suprimento sanguíneo e não ocorrer necrose.
– Indicações:
Dentes inclusos localizados distantes da região cervical dos dentes erupcionados
vizinhos (geralmente na região apical).
– Contraindicações:
Dentes inclusos próximos à região cervical dos dentes erupcionados vizinhos.
– Vantagens:
Descolamento conservador;
Facilidade de reposicionamento (iniciar sutura no centro da incisão).
– Desvantagens:
Reduzido acesso e visualização;
Ampliação e restrita;
Maior sangramento.
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 Triangular

Incisão linear associada a uma incisão relaxante;


Não deve estender a incisão relaxante para mucosa alveolar;
Base maior que sua extremidade;
Incisão relaxante deve ser inclinada (proporciona melhor suprimento sanguíneo ao
retalho).

– Indicação:
Todos os dentes inclusos de uma forma geral.
– Contraindicação:
Incisão horizontal não deve ser realizada em região de ostectomia (deve ser realizada ao
nível das papilas).
– Vantagens:
Bom acesso e visualização;
Possibilidade de ampliação;
Facilidade de reposicionamento (início da sutura no ângulo entre as incisões horizontal
e relaxante).
– Desvantagens:
Pacientes com prótese fixa;

 Trapezoidal / Neumann
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– Incisão linear e 2 relaxantes


– Mesmos princípios do triangular
– Quando a incisão cervical não estiver ao nível das papilas e for realizada em área de
gengiva inserida, são possíveis pequenas variações que incluem sua realização de maneira reta
ou seguindo a anatomia do contorno da região cervical dos dentes vizinhos;
– Gengiva inserida não descolada deve ter no mínimo 5 mm.
Indicações:
– Todos os dentes inclusos de uma forma geral, preferencialmente para aqueles localizados
muito distantes da região cervical de dentes vizinhos erupcionados.
Contraindicações:
– Incisão horizontal não deve ser realizada em área onde serão realizadas ostectomias;
– Dentes inclusos próximos à região cervical dos dentes erupcionados vizinhos.
Vantagens:
– Ótimo acesso e visualização
– Facilidade de reposicionamento
Desvantagens:
– Pacientes com prótese fixa
– Impossibilidade de ampliação
Importante manter a irrigação sanguínea adequada do retalho, respeitar a integridade tecidual,
promover adequada visualização, permitir ampliação e ser apoiado em osso sadio.

 Incisão em Y ou duplo Y

- Preconizada para a região palatina;


- Uma incisão linear no centro do palato duro, associado a 2 (ou 4) verticais relaxantes menores;
- As incisões relaxantes não devem se aproximar da região da artéria palatina;
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- O duplo Y é indicado quando se de seja uma maior exposição do palato.

 Palato sulcular

DIVULSÃO
É a cuidadosa separação dos tecidos. Deve ser feita com instrumento rombo.

Tipos:

 Total: levanta-se o periósteo junto com a mucosa.


 Dividido: não levanta o periósteo em nível de papila.
Instrumentos

 Destaca periósteo
 Tesouras
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Exérese
Tipos
✓ Ostectomia: remoção de fragmento ósseo.
-Brocas, serras, cinzéis, limas;
-Rotatórios: refrigeração: torque elevado
Não introduzir ar no campo cirúrgico.
-Pinça goiva, alveolótomo.

✓ Curetagem
Manobra pela qual se movem do campo operatório formações estranhas, patológicas ou não ou
ainda aquelas decorrentes do ato cirúrgico.
-Curetas

✓ Avulsão
É a retirada total ou parcial de um órgão com o uso de força mecânica.
-Fórceps
-Extratores
-Pinça mosquito

Hemostasia
A prevenção da perda excessiva de sangue durante a cirurgia é importante para preservar a
capacidade do paciente de carrear oxigênio. Hematomas aplicam pressão sobre as feridas,
diminuindo a vascularidade; aumentam a tensão sobre as bordas da ferida e atuam como meio
de cultura, potencializando o desenvolvimento de uma infecção na ferida.

Meios de Promover Hemostasia na Ferida


A hemostasia na ferida pode ser obtida de quatro maneiras.

A primeira é auxiliando os mecanismos naturais hemostáticos. Isso geralmente é feito


utilizando-se uma gaze para aplicar pressão sobre vasos sangrantes ou pinçando um vaso com
uma pinça hemostática. Os dois métodos causam estase sanguínea no interior dos vasos, o que
promove coagulação. Uns poucos vasos pequenos geralmente requerem pressão por apenas 20
ou 30 segundos, enquanto vasos maiores requerem 5 a 10 minutos de pressão contínua.
P á g i n a | 106

Uma segunda maneira de se obter hemostasia é através do uso de calor, com o objetivo de
fundir as porções terminais dos vasos seccionados (coagulação térmica). O calor é geralmente
aplicado por meio de uma corrente elétrica que o cirurgião concentra sobre o vaso em
sangramento ao segurá-lo com um instrumento de metal, tal como uma pinça hemostática, ou
tocando diretamente o vaso com a ponta do eletrocautério.

A terceira maneira de prover hemostasia cirúrgica é por meio de ligaduras. Se um vaso de


tamanho significativo já está seccionado, cada ponta é firmemente segura com pinças
hemostáticas. O cirurgião então une uma sutura não-reabsorvível ao redor do vaso. Se o vaso
puder ser dissecado do tecido conjuntivo circunjacente antes de ser seccionado, duas pinças
hemostáticas podem ser posicionadas sobre o vaso, sendo mantido espaço suficiente entre
ambas para a secção do vaso sanguíneo. Uma vez que o vaso é seccionado, suturas são feitas ao
redor de cada extremidade e as pinças hemostáticas são removidas.

O quarto método de promoção de hemostasia é pelo emprego de substâncias vasoconstritoras,


tais como a epinefrina, no interior da ferida ou pela aplicação de pró-coagulantes, tais como
formulações comerciais de trombina ou colágeno, sobre a ferida. A epinefrina é útil como
vasoconstritor de maneira mais efetiva quando empregada no sítio em que se deseja a
vasoconstrição pelo menos 7 minutos antes do início da cirurgia.

Manejo do Espaço Morto


Espaço morto no interior de uma ferida é qualquer área que permaneça completamente
desprovida de tecido após o fechamento da ferida. O espaço morto é criado pela remoção de
tecido de porções profundas da ferida ou pela não-reaproximação de todos os planos teciduais
durante o fechamento. O espaço morto em uma ferida geralmente é preenchido por sangue, o
que cria um hematoma com alto potencial para infecção.
O espaço morto pode ser eliminado de quatro maneiras.

A primeira é unindo os planos teciduais por suturas para minimizar vazios pós-operatórios.

O segundo método é utilizar um curativo compressivo sobre a ferida em cicatrização. O curativo


compressivo comprime os planos teciduais entre si até que sejam unidos por fibrina ou sejam
comprimidos juntos pelo edema cirúrgico (ou ambos). Isso geralmente demora cerca de 12 a 18
horas.

A terceira maneira de eliminar o espaço morto é inserir um tampão no interior do vão até que o
sangramento tenha parado e então remover o tamponamento. Essa técnica é geralmente utilizada
quando o cirurgião não é capaz de unir os tecidos entre si ou posicionar curativos compressivos
(p. ex., quando cavidades ósseas estão presentes). O material do tampão é geralmente
impregnado com substâncias antibacterianas para diminuir a chance de infecção.

A quarta maneira de prevenir o espaço morto é através do uso de drenos, isoladamente ou em


conjunto com curativos compressivos. Drenos de sucção removem continuamente qualquer
quantidade de sangue que se acumule em uma ferida até que o sangramento cesse e os tecidos se
unam entre si e eliminem o espaço morto. Drenos de não-sucção permitem que qualquer
sangramento drene para a superfície em vez de formar um hematoma. Na maioria dos
procedimentos cirúrgicos orais de rotina realizados por dentistas, a criação de espaço morto não
é um problema importante.
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Descontaminação e desbridamento
Invariavelmente, bactérias contaminam todas as feridas que são abertas para o ambiente externo
ou oral. Pelo fato de o risco de infecção aumentar com o aumento de tamanho de uma
inoculação, um meio de diminuir a chance de infecção da ferida é diminuir a contagem
bacteriana. Isso é facilmente obtido por irrigação repetida da ferida durante a cirurgia e pelo
fechamento. A irrigação desloca bactérias e outros materiais exógenos e os remove da ferida. A
irrigação pode ser obtida aplicando-se grandes volumes de fluido sob pressão sobre a ferida.
Embora soluções contendo antibióticos possam ser utilizadas, a maioria dos cirurgiões utiliza
simplesmente solução salina estéril ou água esterilizada. Desbridamento da ferida é a remoção
cuidadosa de tecido necrótico e severamente isquêmico e de materiais exógenos do tecido
lesionado que poderiam impedir a cicatrização da ferida. Em geral, o desbridamento é utilizado
somente durante o tratamento de feridas traumaticamente induzidas ou para danos teciduais
severos causados por uma condição patológica.

Controle do edema
O edema ocorre após uma cirurgia como resultado de uma injúria ao tecido. Edema é
um acúmulo de fluido no espaço intersticial causado pela transudação a partir de vasos
danificados e obstrução linfática por fibrina. Duas variáveis ajudam a determinar o grau de
edema pós-cirúrgico. Primeiramente, quanto maior for a quantidade de dano tecidual, maior será
a quantidade de edema. Em segundo lugar, quanto mais tecido conjuntivo frouxo estiver contido
na região da injúria, maior será o edema presente.
O dentista pode controlar a quantidade de edema pós-cirúrgico realizando a cirurgia de
uma maneira que minimize o dano tecidual. Alguns acreditam que gelo aplicado a uma área
recém-ferida diminui a vascularidade e, dessa forma, a transudação. Contudo, nenhum estudo
controlado tem verificado a efetividade dessa prática. O posicionamento do paciente durante os
períodos iniciais do pós-operatório é também utilizado para
diminuir o edema, mantendo o paciente orientado a conservar sua cabeça elevada acima do resto
de seu corpo o máximo possível durante uns poucos dias do início do período pós-operatório.
Corticosteroides sistêmicos em altas doses e curta duração podem ser administrados ao paciente
e possuem uma habilidade impressionante para diminuir a inflamação e a transudação (e, desse
modo, o edema). Contudo, corticosteroides são úteis para o controle do edema somente se a
administração é iniciada antes que o tecido seja danificado.

Síntese
Manobra que visa manter reposicionadas as estruturas anatômicas
que foram rompidas ou interrompidas durante o ato cirúrgico.

Funções
✓ Imobilização da ferida
✓ Redução dos espaços anatômicos
✓ Estabilização do coágulo
Propriedades
✓ Sutura asséptica: evita-se a contaminação dos tecidos não
transportando germes ambientais.
✓ Sutura atraumática: evita-se aumentar o trauma cirúrgico
decorrente do ato operatório.
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✓ Adequada tensão: evita-se redução da microcirculação regional (alta tensão) ou retardo da


reparação (frouxa).
✓ Bordas cruentas: procura-se restabelecer a microcirculação e evolução mais rápida do reparo.
✓ Sutura plano-a-plano: procura-se unir tecidos de mesma natureza e metabolismos peculiares.
Instrumental
-Porta agulha
-Agulha
-Fio

Tipos de sutura

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A, Ao passar através da mucosa, a agulha deve penetrar a superfície de tecido, fazendo um


ângulo reto.
B, O porta-agulha deve ser girado até que a agulha passe facilmente pelos tecidos em um ângulo
reto.
C, Se a agulha penetra nos tecidos moles formando um ângulo agudo e é empurrada, em vez de
girada, pelos tecidos, é provável que ocorra laceração da mucosa com a agulha ou com o fio de
sutura (D).

Sutura Interrompida

Sutura Interrompida em U Vertical

Simples Sutura Interrompida em Forma de


X

Sutura Interrompida em U Horizontal


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Sutura Continuada em U Horizontal


Sutura Continuada Simples

Sutura Continuada Intradérmica

Sutura Continuada Festonada

Montagem de mesa clínica

Bandeja para extração básica


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Bandeja para extração cirúrgica


incluindo os instrumentos necessários para descolamento dos retalhos de tecido mole, remoção
de osso, secção de dentes, remoção de raízes e sutura dos retalhos.

Bandeja de biópsia incluindo


o equipamento necessário para remoção de fragmento de tecido mole e fechamento da ferida.

Bandeja pós-operatória inclui


instrumentos necessários para a remoção das suturas e irrigação da boca.
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Técnica para Extração Aberta (via não alveolar) de Dentes


Multirradiculares
Passos da exodontia via não-alveolar: por meio da remoção de parte ou toda a parede óssea
alveolar vestibular (tábua óssea) para conseguirmos a remoção do dente.

1º planejamento (avaliação clínica e


radiológica) 10º remover osso com brocas ou cinzeis
2º técnicas de assepsia e antissepsia para criar apoio para o elevador.
3º anestesia
4º sindesmotomia

5 º tem apoio para o fórceps ou elevador –


11º não conseguiu apoio – remove-se mais
não
osso.
6º abrir retalho envelope para visualizar o
limite dente/osso.
7º nova tentativa com fórceps ou elevador –
não obteve sucesso

12º conseguiu o apoio, mas o dente não sai


– corta-se o dente

8º tentar criar apoio para o elevador com


um instrumento de ponta fina
9º tentativa com os elevadores – não obteve
sucesso
13º remove-se as raízes ou fragmentos.

O retalho mucoperiostal deve ser obtido para:


 Permitir melhor visualização do campo operatório
 Permitir visualização do limite dente-osso
 Realizar a remoção de tecido ósseo
 Evitar lesar tecido.

Odontossecção
Manobra que promove a separação do dente em partes facilitando a exodontia.

Indicação

 dentes multirradiculares (com coras destruídas – rest. Extensas – raízes divergentes –


raízes convergentes e septos amplos)
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 dentes com fusão ou concrescência


 decíduos com germes alojados entes
suas raízes
 dentes retidos ou mal posicionados.

Vantagens

 reduz a quantidade de osso que


necessita ser removida
 reduz a resistência a avulsão
 diminui o tempo operatório
 aumenta a comodidade e segurança
para o profissional e paciente
 torna a exodontia menos
traumáticas
 minimiza o risco de lesar dentes
vizinhos ou outras estruturas
adjacentes
 diminui risco de fraturas dento-
alveolares.

Instrumentos

 rotatórios
 broxas troncocônicas (multilaminadas 702 cirúrgica ou diamantada)
 irrigação abundante.

Se o molar inferior é de difícil extração, pode-se seccioná-lo e transformá-lo em unirradicular.


Uma incisão em envelope é descolada, e pequena quantidade de osso da crista alveolar é
removida para expor a bifurcação. A broca é usada para seccionar o dente em duas metades,
mesial e distal. O fórceps universal inferior é usado para remover, separadamente, as duas
porções de coroa-raiz do dente.

A, O método alternativo de seccionamento


consiste em usar uma broca para remover a
raiz mesial do primeiro molar. B, O fórceps
n° 178 prende a coroa do dente e remove a
coroa e a raiz distal. C, Depois, a alavanca de
Cryer é usada para remover a raiz mesial. A
ponta da alavanca é inserida no alvéolo vazio
da raiz distal e girada de acordo com o
princípio de roda e eixo, com a extremidade cortante encaixada no osso interseptal e na raiz,
elevando a raiz mesial do seu alvéolo.
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A, Quando a coroa do molar inferior não está presente devido à fratura ou à cárie, afasta-se
pequeno retalho em envelope e
remove-se pequena quantidade de osso da crista alveolar. Utiliza-se, então, a broca para
seccionar o dente em duas raízes individuais. B, Após ter usado uma alavanca reta pequena para
mobilizar as raízes, utiliza-se a alavanca de Cryer a fim de elevar a raiz distal. A ponta da
alavanca é colocada dentro de uma ranhura preparada pela broca, e a alavanca é girada para
liberar a raiz. C, A outra alavanca do par de alavancas de Cryer é, então, usada para liberar a
raiz remanescente, usando o mesmo tipo de movimento de rotação.

A, Quando um molar maxilar precisa ser dividido para a realização de uma remoção criteriosa
(p. ex., nos casos de grande divergência das raízes), realiza-se pequena incisão em envelope e
remove-se pequena quantidade de osso. Isso permite que a broca seja usada para separar as
raízes vestibulares da coroa e do dente. B, Depois, um fórceps para molares superiores é usado a
fim de remover a coroa do dente junto com a raiz palatina. O dente é liberado no sentido buco-
oclusal, e não se faz pressão palatina, já que isso, provavelmente, causaria fratura da raiz
palatina da porção da coroa. C, Uma alavanca reta é depois usada para mobilizar as raízes
vestibulares e pode, ocasionalmente, ser utilizada para a extração dessas raízes. D, A alavanca
de Cryer pode ser empregada da maneira usual, colocando-se a sua ponta dentro do alvéolo
vazio e girando-a para liberar a raiz remanescente.
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Técnicas cirúrgicas – Via alveolar, via


não alveolar
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Princípio de tratamento de dentes


inclusos
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Cirurgia pré protética


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Introdução à CBMF
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Trauma de tecidos moles


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Prevenção e tratamento de
complicações
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Referê ncias Bibliográ ficas


 Anotações feitas durante as aulas.
 CAMPOS, Maria da Graça Costa Machado et al. MANUAL DE BIOSSEGURANÇA
EM ODONTOLOGIA. Rio de Janeiro: E.C.O. - Empresa de Consultoria, Organização
de Sistemas e Editoração Ltda. Disponível em:
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manual_de_biosegura
nca_em_odontologia_secretaria_saude_estado-rj.pdf. Acesso em: 21 ago. 2020.
 GUANDALINI, Sérgio Luiz; MELO, Norma Suely Falcão de Oliveira; SANTOS,
Eduardo Carlos de Peixoto. BIOSSEGURANÇA NA ODONTOLOGIA: controle da
infecção. 2. ed. Paraná: Ufp, 2003. Disponível em:
https://www.slideshare.net/RaquelLopes42/biosseguranca-dentria. Acesso em: 22 ago.
2020.
 HUPP, James R. et al. CIRURGIA ORAL E MAXILOFACIAL
CONTEMPORÂNEA. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda., 2009.
 AMARAL, Cristhiane Olívia Ferreira do et al. Bases para Interpretação de Exames
Laboratoriais na Prática Odontológica. São Paulo: Universidade do Oeste Paulista,
2014. Disponível em:
https://mediacdns3.ulife.com.br/PAT/Upload/2117143/BasesparaInterpretaodeExamesL
aboratoriaisnaPrticaOdontolgica_20200617212317.pdf. Acesso em: 24 ago. 2020.
 MALAMED, Stanley F. Manual de ANESTESIA LOCAL. 6. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier Editora Ltda., 2013.
 SILVERSTEIN, Lee H.. Princípios de sutura em Odontologia: guia completo para
fechamento cirúrgico. São Paulo: Livraria Santos Editora Ltda., 2003.

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